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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS – UNITINS

CÂMPUS DE DIANÓPOLIS/ TO

RICARDO DE SOUZA BRITO


JOÃO PAULO RODRIGUES DO CARMO

RÔMULO ANCELMO ARAÚJO DE ALMEIDA

PRATICA JURÍDICA SIMULADA I - PRÁTICA CÍVEL


DO MANDO DE SEGURANÇA

DIANÓPOLIS – TO, ABRIL DE 2019

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RICARDO DE SOUZA BRITO
JOÃO PAULO RODRIGUES DO CARMO

RÔMULO ANCELMO ARAÚJO DE ALMEIDA

PRATICA JURÍDICA SIMULADA I - PRÁTICA CÍVEL


DO MANDO DE SEGURANÇA

Trabalho apresentado ao Curso de Direito da Universidade


Estadual do Tocantins – UNITINS, câmpus de Dianópolis
para a disciplina Direito do Trabalho II.
Orientador (a): Italo Schelive Correia

DIANÓPOLIS – TO, ABRIL DE 2019

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O presente trabalho busca apresentar os principais pontos acerca do Mandado de
Segurança, o qual trata-se de uma ação constitucional prevista no artigo 5º, inciso LXIX da
Constituição Federal, regulado mais detalhadamente na Lei 12.016 de 2009. Dessa forma,
analisando de forma clara e coesa, os referidos tópicos: Conceito; natureza da ação;
legitimação ativa e passiva; pessoas equiparadas às autoridades, para fins de mandado de
segurança; ato de autoridade judicial; ato sujeito a recurso administrativo; litisconsórcio;
assistência; pressuposto especial do mandado de segurança (direito líquido e certo);
procedimento; instrução por meio de documentos ainda não obtidos pelo impetrante; liminar;
suspensão da segurança; prazo decadencial para impetrar o mandado de segurança;
competência; desistência do mandado de segurança; sentença e coisa julgada; por fim, o
mandado de segurança coletivo.

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CONCEITO

O mandado de segurança é um remédio processual constitucional, utilizado contra


qualquer autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça, e
que cometa ilegalidade ou abuso de poder, tendo como objetivo proteger o titular do direito
violado. Cabe salientar que, o direito deve ser líquido e certo, não amparado por habeas
corpus (assegura a liberdade pessoal) ou habeas data (possibilidade de conhecer e controlar
as informações pessoais constantes de arquivos públicos).

Cabe impetração do mandado de segurança tanto nos casos de direitos violados,


quanto nos casos de direitos apenas ameaçados; portanto tal instrumento é admitido como
remédio reparador de lesão consumada por ato de autoridade e como medida protetiva em
favor de quem se depare com o “justo receio” de sofrer semelhante tipo de lesão.

A doutrina classifica o mandado de segurança como: preventivo e repressivo. O


mandado de segurança preventivo não exige que a autoridade pública tenha ameaçado
concretamente o preceito legal, trata-se de apenas ameaça de lesão. Já o mandado de
segurança repressivo, já ocorreu a lesão ao direito, tendo o impetrante a intensão de cessar tal
violação.

NATUREZA DA AÇÃO

A natureza jurídica do mandado de segurança é um tema que provoca muitos debates.


Há quem lhe negue o caráter de ação, sob a alegação de que seria apenas remédio de natureza
constitucional, não subordinado aos princípios regentes do direito de ação.
O mandado de segurança não é um simples processo de conhecimento para declaração
de direitos individuais. Nem se limita à condenação para preparar futura execução forçada
contra o Poder Público. É procedimento especial com imediata e implícita força executiva
contra os atos administrativos. Acolhida a segurança impetrada, o juiz vai além da simples
declaração e condenação. Expede ordem de autoridade para cumprimento imediato. Fala-se,
por isso, em ação mandamental.
Não cabe à autoridade coatora resistir ao cumprimento do mandado judicial. Ter-se-á
na hipótese desobediência à ordem legal de autoridade competente, sujeitando o descumpridor
às penas administrativas e criminais correspondentes à desobediência (Lei nº 12.016, art. 26).
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Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões
proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e
da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis.

O juiz poderá valer-se de todos os instrumentos do Poder Público tendentes a submeter


a autoridade coatora à ordem de segurança, inclusive a prisão do infrator, em casos extremos.
O mandado de segurança é, assim, um remédio constitucional, com natureza de ação
civil, posto à disposição de titulares de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão,
por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público. Trata-se de remédios de Direito Constitucional, ou remédios
constitucionais, no sentido de meios postos à disposição dos indivíduos e cidadãos para
provocar a intervenção das autoridades competentes, visando sanar, corrigir, ilegalidade e
abuso de poder em prejuízo de direitos individuais. Alguns desses remédios revelam-se meios
de provocar a atividade jurisdicional, e, então, têm natureza de ação: são ações
constitucionais.

LETIMAÇÃO ATIVA
O Mandado de Segurança é uma ação derivada que serve para resguardar Direito
líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, que seja negado, ou
mesmo ameaçado, por autoridade pública no exercício de atribuições do poder público. É
ação de criação eminentemente brasileira inspirada no habeas corpus. A
primeira Constituição brasileira a prever o mandado de segurança foi a de 1934, artigo 113.
Art 133 - Excetuados quantos exerçam legitimamente profissões liberais na
data da Constituição, e os casos de reciprocidade internacional admitidos em lei,
somente poderão exercê-las os brasileiros natos e os naturalizados que tenham
prestado serviço militar ao Brasil; não sendo permitido, exceto, aos brasileiros
natos, a revalidação de diplomas profissionais expedidos por institutos estrangeiros
de ensino. CF/1934.
Qualquer pessoa pode lançar mão do mandado de segurança para corrigir o ato
abusivo de agente do Poder Público, que lhe tenha ofendido direito líquido e certo. Não
importa se pessoa física ou jurídica, de direito privado ou de direito público, se brasileiro ou
estrangeiro.
O mandado de segurança enseja a participação, no pólo ativo, das mesmas pessoas
legitimadas para as causas em geral. Aplicam-se ao impetrante os mesmos direitos, deveres

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e ônus, inclusive quanto à necessidade da representação por advogado regularmente
habilitado.
Também entidades despersonalizadas, como o espólio, a massa falida e o condomínio,
legitimam-se, quando dotadas de personalidade formal para o processo, ao exercício do
mandado de segurança, se o patrimônio que representam vier a ser ofendido por abuso de
autoridade. Até mesmo organismos de direito público sem personalidade jurídica podem se
defender por meio da ação mandamental, se agirem na defesa de suas prerrogativas
institucionais, quando violadas por outros entes da organização do Poder Público. É o caso,
v.g., da Presidência da República e a Câmara dos Deputados, do Prefeito e a Câmara de
Vereadores, da Mesa do Senado ou da Câmara, do Governador e a Assembleia, dos Tribunais
e do Ministério Público etc.
Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, não se impõe um
litisconsórcio ativo necessário para sua tutela em juízo, por via do mandado de segurança.
Qualquer um dos cotitulares poderá impetrá-lo singularmente. Se resolverem fazê-lo em
conjunto, o litisconsórcio ativo será apenas facultativo (Lei nº 12.016, art. 1º, § 3º).
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente
ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça.
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas,
qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.

LEGITIMIDADE PASSIVA

Dispõe o art. 1º, da Lei nº 12016/09, que o mandado de segurança é concedido contra
conduta de autoridade que tenha cometido abuso de poder em desfavor do direito do
impetrante. O artigo 6º, da Lei do mandado de segurança, exige que, na petição inicial, o
impetrante identifique tanto a autoridade coatora, quanto a pessoa jurídica a que o agente do
ato impugnado se acha integrado. Há simplesmente possibilidade de dois órgãos diferentes da
mesma pessoa jurídica atuarem em seu nome, em caráter eventual, e por pura conveniência do
único sujeito passivo da ação. É por isso que o primeiro órgão recebe a citação e o segundo
apenas é intimado da impetração.

Para ocupar a posição de autoridade na relação processual do mandado de segurança,


exige-se do agente que tenha poderes para decidir sobre a prática do ato impugnado. Quem
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somente praticou o ato por ordens de autoridade superior, não pode figurar no polo passivo
como a autoridade coatora; mas sim, aquele que dispõe de poder de ordená-lo e revoga-lo.

Não é sujeito passivo quem exerce o poder normativo, por meio de edição de leis,
decretos, entre outros; pois em regra, não cabe mandado de segurança contra lei.

Disciplina o art. 6º, §3º, da Lei 12016/09 que: “considera-se autoridade coatora aquela que
tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.

PESSOAS EQUIPARADAS ÀS AUTORIDADES, PARA FINS DE MANDADO DE


SEGURANÇA
O mandado de segurança foi concebido, de maneira imediata, para controle do
comportamento abusivo ou ilegal de autoridade pública, ou seja, de agentes investidos de
poder dentro dos órgãos da Administração Pública direta.
Existe, entretanto, equiparação legal que permite o seu manejo, também, contra entes
que não chegam a se vincular à Administração, mas que desempenham tarefas e serviços de
caráter público. O § 1º do art. 1º da Lei nº 12.016, dispõe que:
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas
atribuições.
Nesse sentido, equipara a autoridade, para figurar no polo passivo do mandado de
segurança: representantes ou órgãos de partidos políticos; administradores de atividades
autárquicas; dirigentes de pessoas jurídicas ou pessoas naturais no exercício de atribuições do
poder público, caso em que o writ somente será admissível enquanto disser respeito às
atribuições delegadas.
Quando as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as concessionárias
de serviço praticarem atos de gestão comercial, a seu respeito não terá cabimento o recurso do
mandado de segurança (Lei nº 12.016, art. 1º, § 2º).
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia
mista e de concessionárias de serviço público.
Ocorre que, quando os entes públicos interferem na atividade econômica, o regime
jurídico a que sujeitam é o do direito privado, e não o da administração pública (CF, art. 173,
§ 1º, II).
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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

ATO DE AUTORIDADE JUDICIAL

Em regra, não caberia mandado de segurança contra decisão judicial, em razão de existir
recurso próprio para o caso. Porém, se o ato do juízo é impassível de recurso, ou se o recurso
não é dotado de efeito suspensivo, que evite o ato abusivo, poderá a pessoa violado no receio
de sofrer tal violação, impetrar mandado de segurança.

ATO SUJEITO A RECURSO ADMINISTRATIVO

O artigo 5º, inciso I, da Lei nº 12016/09, estabelece que o mandado de segurança não
será concedido quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito
suspensivo, independentemente de caução.

LITISCONSÓRCIO
É possível a formação de litisconsórcio, tanto ativo como passivo, em mandado de
segurança. O litisconsórcio ativo é, em regra facultativo, podendo, vários atingidos
individualmente por um mesmo ato administrativo reunirem-se para a propositura de um writ
comum (Lei nº 12.016, art. 1º, § 3º).
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente
ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça.
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas,
qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.

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Já no caso do litisconsórcio passivo é mais frequente sob a modalidade de
litisconsórcio necessário. É o que se passa quando o ataque do impetrante se dirige contra ato
da administração que gerou situação jurídica em favor de outrem. Ao pretender desconstituir
tal ato, o impetrante está atuando não apenas contra o agente da Administração, mas
igualmente contra o particular que se aproveitou do seu ato. É impossível, na sistemática
processual, esse tipo de desconstituição, sem que todos os sujeitos interessados participem da
relação processual (CPC, art. 114).
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando,
pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da
citação de todos que devam ser litisconsortes.
Por isso, “extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não
promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário, conforme a Súmula
nº 631 do STF). Incide plenamente, na espécie, a sanção prevista no parágrafo único do art.
115 do CPC. Senão, vejamos:
Súmula 631 - Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante
não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do


contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter
integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará
ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do
prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.

Um caso em que, com bastante frequência, se impõe o litisconsórcio necessário entre a


autoridade coatora e terceiro é o do mandado de segurança contra ato judicial. É que, no
processo contencioso, principalmente, quase sempre o ato do juiz que prejudica uma das
partes favorece ou interessa a outra.
Desfazê-lo, portanto, envolve repercussão sobre ambas as partes do processo, razão
pela qual a impetração haverá de incluir o adversário do requerente no polo passivo da ação
mandamental, para cumprir o disposto nos arts. 114 do CPC e 24 da Lei nº 12.016.
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei
o
n 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

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DIREITO LÍQUIDO E CERTO

Para impetrar o mandado de segurança, o impetrante deve demonstrar o direito líquido


e certo violado ou ameaçado de ser violado, por isso deve este, apresentar todos os requisitos
para seu reconhecimento e exercício no momento da impetração.

O que se importa, é a prova pré-constituída (documental) do seu suporte fático. Se a


demonstração do direito do autor, depender de instrução probatória, não caberá mandado de
segurança. Contudo, a súmula 625, do Superior Tribunal de Justiça, dispõe que a controvérsia
existente apenas sobre matéria de direito, por complexa que seja, não impedirá a concessão do
mandado de segurança.

PROCEDIMENTO

O procedimento do mandado é segurança é bastante simples, já que não é necessária


produção de provas.

A propositura da ação se inicia por meio da petição inicial, apresentada em duas vias e
acompanhada obrigatoriedade da prova pré-constituída.

Após a propositura da ação, a autoridade coatora é notificada, e terá 10 (dez) dias para
prestar suas informações (art. 7º, inciso I, da Lei do mandado de segurança). Nesta
oportunidade, é intimada (dar ciência) a pessoa jurídica a quem vincula o coator, para que,
querendo, ingresse no feito. Tal intimação é feita se prazo, facultando a administração,
intervir no processo, a qualquer tempo ou fase do processo, respeitadas, as etapas processuais
vencidas e preclusas.

A intervenção do Ministério Público é obrigatória, tendo o mesmo que opinar no prazo


de 10 (dez) dias, contado a partir do término do prazo para apresentação das informações por
parte da autoridade coatora (art. 12, Lei do mandado de segurança).

Da sentença que denegar ou conceder a segurança caberá recurso de apelação (art. 14,
caput, Lei do mandado de segurança). Da sentença que conceder, caberá remessa necessária
(duplo grau de jurisdição).

O direito de recorrer é tanto da autoridade coatora, quanto da pessoa jurídica.

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Cabe salientar que, se procedente a ação, a apelação não possuirá efeito suspensivo,
portanto, é cabível a execução provisória do pedido, salvo nos casos que vetarem o
cumprimento provisório da ação.

INSTRUÇÃO POR MEIO DE DOCUMENTOS AINDA NÃO OBTIDOS PELO


IMPETRANTE
O autor da ação de segurança depende de prova documental para atender ao requisito
da tutela especial que o writ constitucional lhe confere. Às vezes, este documento existe, mas
está fora do alcance imediato do interessado, já que quem o detém não se dispõe
voluntariamente a cooperar com o litigante. Nem por isso estará irremediavelmente trancado
seu acesso ao mandado de segurança.
A Lei nº 12.016 prevê um incidente que in limine litis pode contornar o embaraço,
tanto em face de repartição ou estabelecimento público como de particular: a requerimento da
parte, “o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original
ou em cópia autêntica e marcará, para cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias” (art.
6º, § 1º).
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos
pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que
instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade
coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual
exerce atribuições.
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache
em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse
a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por
ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará,
para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias
do documento para juntá-las à segunda via da petição.
Se a exibição for do original, este não ficará retido. O escrivão extrairá cópias,
juntando aos autos e à segunda via da inicial que acompanhará a notificação à autoridade
coatora.
Quando a diligência se der por meio de certidão da cópia autenticada, a própria peça
exibida será juntada aos autos. Uma cópia, porém, será providenciada para acompanhar a
notificação. Se a autoridade que retém o documento é a própria coatora, “a ordem farse- á no
próprio instrumento da notificação” (Lei nº 12.016, art. 6º, § 2º).

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§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria
coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.

LIMINAR
O art. 7º, III, da Lei nº 12.016 autoriza o juiz a conceder, in limine litis, medida liminar
para suspender o ato impugnado. Observemos:
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança
ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

Dois são os requisitos legais para obter-se a medida, que participa da natureza da
antecipação de tutela: relevância da fundamentação do mandado de segurança e o risco de
ineficácia da segurança, se afinal vier a ser deferida. A natureza da medida autorizada pelo
referido dispositivo legal é de típica antecipação de tutela. A suspensão do ato impugnado
antecipa, com efeito, se não inteiramente, pelo menos em parte, o resultado material esperado
da solução final do mérito da causa.
A medida liminar, no mandado de segurança individual, é sempre deferível inaudita
altera parte, i.e., sua concessão ocorre no despacho da inicial, antes, pois, da notificação e
resposta da autoridade coatora. Já no coletivo, o juiz somente pode conceder a suspensão
liminar do ato impugnado após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de
direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas (Lei nº 12.016,
art. 22, § 2º).
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser
concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito
público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

Fala-se que a liminar seria “ato de livre arbítrio do juiz” e se inseriria na sua “livre
convicção e prudente arbítrio”. No entanto, as medidas de urgência, sejam cautelares ou
antecipatórias, integram a tutela jurisdicional como condição de sua efetividade. À parte,
quando presentes os requisitos legais, tem direito subjetivo a elas, como parcelas integrantes
do direito cívico de ação. Não é por favor ou benemerência do juiz que ditas providências são

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deferidas, mas porque correspondem a direito do litigante, que o órgão jurisdicional não pode
ignorar e muito menos denegar.
Existe casos em que a lei veda a concessão de liminar nas ações de segurança. Estão
eles elencados no § 2º do art. 7º da Lei nº 12.016, vejamos:
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes
do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão
de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

SUSPENSÃO DA SEGURANÇA

A decisão liminar e a própria sentença, enquanto pender o julgamento definitivo do


processo, podem ter seus efeitos suspensos, no intuito de evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia pública. Tal ato só pode ser realizado pelo Presidente do Tribunal
competente para conhecer do recurso, e só poderá ser requerido pela Pessoa Jurídica de
Direito Público ou o Ministério Público (art. 15, Lei do mandado de segurança).

Tal medida visa tardar provisoriamente os efeitos do mandado de segurança, enquanto


não findar a ação mandamental.

PRAZO DECADENCIAL

Como disposto o art. 23, da Lei 12016/09, o direito de requerer o mandado de


segurança extingue-se depois de decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo
interessado, do ato ilegal ou abusivo.

COMPETÊNCIA

A competência se dá em razão da autoridade da qual emanou o ato lesivo. Na sede


funcional desta autoridade que deverá tramitar o mandado de segurança.

Há situações que a competência é originária dos tribunais, geralmente trazidos pela


Constituição Federal. Citando, por exemplo o Supremo Tribunal Federal, cujo tem
competência para julgar mandado de segurança ator do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador
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da República e do próprio Supremo Tribunal Federal (art. 102, inciso I, alínea d, da CF). O
Superior Tribunal de Justiça, também tem competência originária, para julgar mandado de
segurança contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica ou do próprio Superior Tribunal de Justiça (art. 105, inciso I, alínea b, CF).

Outrossim, prevê a Constituição Federal, recurso ordinário para o Supremo Tribunal


Federal ou Superior Tribunal de Justiça, no caso de denegação da segurança em processo de
competência originária de tribunais superiores ou locais, respectivamente.

A Justiça Federal é competente para julgar mandado de segurança contra autoridade


federal, não integrada o rol de competência originária dos tribunais.

Na esfera da justiça comum, a competência dos juízes e tribunais é determinada pela


Constituição Estadual e pela Lei de Organização Judiciária local.

DESISTÊNCIA DO MANDADO DE SEGURANÇA


O uso do mandado de segurança é um direito individual assegurado entre as garantias
fundamentais proclamadas pela Constituição. O recurso a essa especial tutela não é, porém,
uma imposição que exclua outras vias processuais disponíveis. O ofendido por ilegalidade ou
abuso de poder cometidos por autoridade tem a opção de se defender tanto pelas vias
ordinárias como pelo remédio excepcional previsto no art. 5º, LXIX, da CF. E, se lançar mão
do writ constitucional, não estará jungido a mantê-lo até a exaustão do processo. É que se
trata de feito sujeito às limitações de sua estrutura sumária, que, às vezes, não será adequada à
melhor tutela dos interesses do impetrante, como, de início, se pensava.
A Lei 12.016/09 não trata especificamente do assunto e existem algumas situações
específicas, ligadas ao momento de apresentação do pedido, segundo o artigo 7º, I e II, da
respectiva Lei.

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a


segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de
10 (dez) dias, preste as informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa


jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que,
querendo, ingresse no feito;
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O Código de Processo Civil tenta controlar o direito a resolução de mérito e a boa-fé
processual, ao indicar que o pleito deve ter concordância do réu e só pode ser formulado até a
sentença ou acórdão nos art. 485, §4º e 5º.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do


réu, desistir da ação.

§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.

Segundo jurisprudência consolidada do STF, as peculiaridades do mandado de


segurança fazem que o impetrante possa desistir da ação “em qualquer tempo e grau de
jurisdição”, até mesmo “em sede extraordinária”, sem depender da anuência da outra parte.
Mesmo depois de proferida a decisão de mérito continua possível a desistência, desde,
é claro, que ainda não tenha se formado a coisa julgada. “Esse entendimento – ainda na ótica
do STF – deve ser aplicado mesmo quando a desistência tenha sido apresentada após o
julgamento do recurso extraordinário, mas antes de sua publicação”.

SENTENÇA E COISA JULGADA

Quando se dá procedência um mandado de segurança, cria-se um julgamento de


mérito, que irá em seguida produzir coisa julgada material, nos parâmetros do Código de
Processo Civil. Da mesma forma acontece se o pedido for denegado. Conduto, se a denegação
foi atribuída à falta ou insuficiência de provas (não comprovasse do direito líquido e certo),
tal decisão submeterá aos efeitos da coisa julgada formal. Portanto, o impetrante poderá
impetrar nova ação, por meio de ação ordinária, com o mesmo pedido do mandado denegado.

Outrossim, se não esgotado o prazo decadencial, o impetrante pode renovar a


propositura do mandado de segurança, que foi antes denegado por falta de liquidez e certeza
do direito.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

O art. 5º, inciso LXX, da Constituição Federal, criou o mandado de segurança


coletivo, tratando-se de grande novidade no âmbito de proteção aos direitos e garantias
fundamentais. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com

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representação no Congresso Nacional; organização sindical; entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
de seus membros os associados.

Sua finalidade é agilizar o processo de maneira ampla, pois evitar a multiplicidade de


vários mandados com a mesma demanda.

O objeto dessa presente ação, é a proteção de direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus e habeas data, contra atos ilegais ou abusivos, com intuito de preservar ou
reparar interesses transindividuais.

Os interesses transindividuais, dividem-se entre: individuais homogêneos e coletivos.


Interesses individuais homogêneos, são aqueles decorrentes de origem comum ou de situações
específicas da totalidade ou de parte dos membros ou associados da entidade impetrante.

Os direitos coletivos compreendem que existem uma natureza indivisível, dos quais
seja titular, grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si.

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A luz dos argumentos apresentados, observamos que o Mandado de Segurança é uma
ação jurídica utilizada para proteger um direito que tenha sido violado ou que esteja sob
ameaça por um abuso de poder praticado por uma autoridade pública. O mesmo visa garantir
um direito líquido e certo do indivíduo. Neste sentido, a referida ação é conhecida ainda como
uma “ação mandamental”, sendo considerada um remédio constitucional. O mandado de
segurança está previsto na Constituição como um direito fundamental. Além disso, possuí
uma lei própria que define a sua aplicação (Lei nº12.016/09), conhecida como Lei do
Mandado de Segurança.

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BIBLIOGRAFIA

THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - volume II. 50 ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2016.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Código de Processo Civil. 1. ed. São Paulo: Revistas do Tribunais, 2015.

BRASIL. Decreto-lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009. Lex: coletânea de legislação:


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