Eu, como uma pessoa que usa muito as redes sociais, acompanho pessoas
buscando novas referências e modelos para os desafios da minha área, o RH.
Tudo indica que também vamos mudar o jeito que tratamos os funcionários. É
provável que estes se tornem “parceiros”, configurando um movimento de
maior distribuição de autonomia e poder.
Mas enquanto a (grande) maioria das empresas ainda não está operando
nestes modelos mais orgânicos, nós do RH temos muitos desafios pela
frente. Um deles é desmistificar que seremos tão estratégicos
que abandonaremos o operacional e a rotina. Não vamos cair nessa cilada,
ok? Alguns trabalhos não tão prazerosos e estratégicos ainda farão parte da
nossa rotina. Que estejamos atentos às novas tecnologias e às tendências
de automatização, mas que não deixemos de ser humildes para
compreender que algumas coisas são essenciais para a compreensão
de diagnósticos organizacionais, como o bom e velho “olho no olho”.
1. Para ser cada vez mais estratégico, segundo Dave Ulrich, um RH deve
responder a essas 3 perguntas:
a. Quem somos? (Parceiros, aliados ou especialistas?)
b. O que entregamos? (Talentos, liderança, cultura...?)
c. Por que existimos? (Qual o real valor do nosso trabalho? Qual o
nosso propósito?).
2. É preciso estudar muito e constantemente. Não se limite a assuntos
apenas de RH, fale a língua do negócio.
3. Aprenda a fazer perguntas poderosas, pois é assim que vamos ajudar
as pessoas a desenvolverem sua criatividade ao máximo e expandir
suas consciências.
4. Utilize técnicas e metodologias de cocriação, pois as pessoas
trabalharão cada vez mais conectadas e, afinal, a melhor solução para
um problema nasce de um time e não de um “herói”.
5. Invista em networking. Segundo um conceito difundido pela americana
Erica Dhawan, uma das inteligências mais importantes do momento é a
“relacional”, que está relacionado a saber projetar problemas e engajar
pessoas na solução por meio da colaboração. É uma competência que
associa comunicação à curiosidade, coragem e comunidade.
6. E, por fim, seja “antifrágil”. Esse conceito, trazido por Nassim Taleb em
2014, nos ensina que alguns modelos não só se beneficiam da incerteza
e do caos como também dependem deles para sobreviver. Antifrágil
pode ser interpretado como a capacidade de alguém ou algo se tornar
mais forte após um stress. Diante de uma certeza que é a revolução na
área de RH, me parece interessante cultivar a capacidade do antifrágil e
abraçar a incerteza, a mudança e a transformação como circunstâncias
que nos deixarão ainda mais fortes e preparados para o futuro.