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conhecimento Laénio Loche* — —" Aprendizagem integradora aprendizagem integrado- ra consiste na articulacSo de conceitos de campos e linhas tedricas distintas, de modo a construir corpo ted- rico. abrangente para norte- ar intervengdes praticas mais eficientes Referencial tedrico & 0 nome que se da 3 teoria com respecti- vos conceitos, principios ¢ leis, adotado pelo pesquisador para atribuir significado aos fatos e fendmenos naturais estudados, além de servir como norteador das praticas de pesquisa, como, por exemplo, a formulaco de métodos, determinacgo das va- ridveis a serem selecionadas elaboracdo de instrumentos. ‘Ao extrapolar o ambito da pes- quisa, 0 referencial tedrico funciona como balizador para cada profissional, nos diferentes ramos de trabalho, ao indicar 34 revista tinha Dieta modos de analisar situacdes, aspectos a serem valorizados, procedimentos a serem adota dos, bem como a construcdo de repertério de esquemas de atuacdo Nos diferentes campos do sa- ber, sobretudo nas éreas huma- nas e sociais, a referencia se da no por uma, mas por varias possibilidades tedricas coexis- tentes e, na maioria das vezes, concorrentes, Diante da plurali- dade tedrica, cabe ao profissio- nal escolher a abordagem que servira de lente e bussola no exercicio da profissio A forca da linha tedrica eleita mensurada ao definir a iden- tidade profissional por meio da adjetivacgo. Por exemplo, na psicologia ha o psicélogo huma- nista, 0 psicélogo psicanalista, © psicélogo cognitive, dentre outros. Mais do que vantagem, a adocdo de certa teoria é uma necessi- dade. Contudo, hd o perigo de a teoria deixar de ser a lente pela qual se amplia a visio da reali- dade para se tornar o antolho limitador da percep¢do Varios so os fatores de risco, den- tre eles o da fobia da incompatibi- lidade, apontado pelo historiador José D'Assuncgo Barros no primei- ro volume de Teoria da historia: “(..) refere-se tanto 2 irredutivel rejeicgo do gesto de misturar cer- tos autores, tidos por incompatt veis, como & recusa ferrenha de combinar certos conceitos, ou mesmo elementos oriundos de sis- temas teéricos distintos.” Alguns aspectos de uma teoria podem ser incompativeis com os de outra, mas isso no quer dizer que todos o sejam. 4 imiscibili- dade tedrica é um mito, e trés aspectos servem de chancela 1. Incompletude - Nenhuma teoria 4 completa; por mais en- riquecedora que seja, sempre hd lacunas ou limites 2. Similitudes - Ao comparar teorias sobre 0 mesmo obje- to, ¢ possivel identificar con- ceitos ou principios presentes em duas ou mais, a0 modo de denominadores comuns. Mui- tas vezes, tais elementos apa- rentam ser diferentes devido 2 diversificagSo terminolégica; contudo, no fundo os significa- dos so os mesmos. 3. Singularidades - Uma teoria, mesmo quando menos abran- gente, pode lancar luz sobre aspectos que nenhuma outra considerou, propiciando con tribuigdo singular e pertinente. Nada impede o psicoterapeuta cognitivo de usar certos concei- tos e principios behavioristas, quando adequados. No contexto da educagio, sobre- tudo na seara académica, infeliz- mente a imiscibilidade intelec- tual prevalece. Construtivismo, modelo pelas competéncias, pe- dagogia critica, tecnicista, entre outros, so bandeiras empunha- das na concorréncia pelo posto de paradigma “definitive”, Piaget, Vigotsky, Paulo Freire, Dewey, Marx, 6 para citar alguns, so elevados 3 condicSo de herdis ou vildes, deuses ou deménios nas trincheiras universitérias, Tal competicSo atinge o paroxis- mo na discriminacSo ideolégica, quando docentes e pesquisadores recusam-se a ouvir e ler repre- sentantes de outras linhas, ou também quando se negam a falar para plateias de orientacdo inte- lectual diferente, ‘Muitos “muros de Berlim” neces- sitam ser demolidos nas univer- sidades. A possibilidade do amél- gama tedrico se da pal de estudo. Nao é ele que ajustar a teoria, e sim o inveFso, a teoria se adaptar a0 objeto Com base no exposto, a concep- 40 de aprendizagem passa pela abertura as contribuigées oriun- das de diferentes modelos edu- cacionais, e também de campos diversos, como a neurociéncia, genética, fisiologia, nutricSo, ergonomia, psicologia, politico- logia, filosofia e outros mais A articulag3o dos diversos apor- tes cognitivos conduz a proposta da aprendizagem integradora. Nao significa de forma alguma um ecletismo tedrico-metodold- gico superficial e incoerente, ‘A aprendizagem integradora con- siste na articulago pertinente de conceitos e principios provenien- tes de modelos e campos tedricos distintos, de maneira a construir Revista inha Dieta 3.5 um corpo tedrico abrangente, consistente ¢ coerente, capaz de nortear inter vengdes praticas mats eficientes, eficazes e efetivas na dualidade ensino-aprendizagem. ‘A seguir, so apresentados seis ei- x0s da aprendizagem, no exaus- tivos, constituintes da abordagem integradora: 1. Aprendizagem competente - Ato, processo ou efeito da aquisigo de competéncias ca- racterizadas pela mobilizagdo articulada de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores em situagdes espectficas. Se- gundo o pesquisador espanhol Antoni Zabala, em Como apren- der e ensinar competéncias, 0 modelo de competéncia surge para superar o ensino exclusi- vamente mneménico de conhe- cimentos, dissociados da apli- cago na vida real, 2. Aprendizagem reflexiva -Ato, processo ou efeito da aquisigéo de conhecimento ou habilidade pratica promovida ou enrique- cida pelo pensamento critico e respectivas habilidades cog- nitivas. Entre as pesquisas so- bre 0s efeitos da promocdo da reflexdo critica na educacio, pode-se indicar 0 pensamento critico na educagdo cientifica (1997), em que a pesquisado- ra portuguesa Celina Tenreiro Vieira constatou ser o pensa- mento critico amplificador do indice de aprendizagem, 36 revista tinha Dieta A articulacao dos diversos aportes cognitivos conduz a proposta da aprendizagem integradora. 3. Aprendizagem multimidia - Ato, processo ou efeito da aquisi¢So de conhecimento ou habilidade pratica através de diferentes cédigos, linguagens e meios (texto, imagem, vi- deo, exposicgo). As estratégias multimidia fundamentam as diversas teorias sobre os esti- los de aprendizagem, com des- taque para os trés caminhos perceptivos: visual, auditivo e cinestésico. 4, Aprendizagem motivacional - Ato, processo ou efeito da aqui- si¢o de conhecimento ou ha- bilidade pratica desencadeada por estado intimo de predis- posicSo do préprio aprendiz Apesar da relacdo intuitiva- mente dbvia entre motivagio aprendizagem, no so poucos os estudos sobre 0 tema. Como diz Gagné, citado por Caturla em A motivagdo em sala de aula: 0 que é, como se faz, “a motivacdo ¢ uma pré-condi¢go para a aprendizagem.” 5, Aprendizagem colaborativa - Ato, processo ou efeito da aquisi¢So de conhecimento ou habilidade pratica promovida ou enriquecida pela intera- 80 e cooperacdo entre dois ou mais aprendizes, Estudo classico de Johnson e colabo- radores, citado por Marzano, Pickering e Pollock em 0 en- sino que funciona: estratégias baseadas em evidéncias para methorar 0 desempenho dos alunos (2008), constatou que estratégias cooperativas possi- bilitam ganho de 28% na apren- dizagem, em comparag3o com tarefas individuais dos alunos. 6. Aprendizagem exercitada - Ato, processo ou efeito da aqui- si¢o de conhecimento ou ha- bilidade prética por meio da realizacdo de atividades regula- res, exaustivas e significativas ‘Marzano, Pickering e Pollock demonstram como a pratica & fundamental para qualquer modalidade de aprendizagem Segundo os autores, 0 dominio de qualquer habilidade requer quantidade razodvel de pratica no longo prazo. A elaboracio de projetos peda- gégicos, planos de ensino-apren- dizagem e de aula, materiais di- daticos, dentre outros recursos e estratégias, por instituicies de ensino nos diferentes niveis da trajetéria escolar-académica, a0 contemplar esses seis eixos, au- menta, por inferéncia légica, os ganhos de aprendizagem. Como foi exposto, tal integracdo permt- te contar com contribuicées de di- ferentes orientacées tedricas. i *consultor da Hoper; fundador e diretor da Livre-Pensamento De- senvolvimento Educacional; psi- célogo, especialista em Didatica e Metodologia do Ensino, profes- sor universitario e conferencista loche@hoper.com.br

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