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CURSO DE
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
LABORATORIAIS
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
CURSO DE
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
LABORATORIAIS
MÓDULO VI
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MÓDULO VI
29 MICROBIOLOGIA
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FIGURA 211 - ESCHERICHIA COLI: O ESTUDO DESSA BACTÉRIA
POSSIBILITOU ENORMES AVANÇOS À CIÊNCIA
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30.1 HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO (KOH)
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30.2 TINTA DA CHINA (TINTA NANQUIM)
Usado para pesquisa de criptococos em liquor ou outros materiais,
permitindo destacar a cápsula deste fungo contra um fundo negro. O sedimento do
liquor ou uma colônia do meio de cultura é suspensa em uma gota de tinta da China,
fazendo um filme bem delgado entre lâmina e lamínula e observando em objetiva de
10X e 40X. Um erro comum é confundir linfócitos com criptococos. A diferenciação é
feita por meio da observação do núcleo refringente e gemulação do fungo.
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A coloração de gram, desenvolvida em 1884, pelo médico dinamarquês
Christian Gram, é um dos métodos de coloração mais aplicados em Bacteriologia.
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FIGURA 215 - DIPLOCOCOS GRAM-NEGATIVOS INTRACELULARES
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A modificação mais importante foi no corante secundário, também chamado
corante de fundo. A fucsina fenicada de gram foi substituída pela safranina. Foi
baseado no espectro de cores. A safranina mantém-se mais distante da violeta no
espectro de cor, diferenciando com maior nitidez as bactérias gram-negativas que se
destacam das gram-positivas e da coloração de fundo, que assume a cor vermelho-
claro. A técnica de Coloração de gram é realizada da seguinte maneira: Cobre-se o
esfregaço com violeta-de-metila e deixe por aproximadamente 15 segundos;
adicione igual quantidade de água sobre a lâmina coberta com violeta-de-metila e
deixe agir por 45 segundos; escorra o corante e lave em um filete de água corrente.
Cubra a lâmina com lugol diluído (1/20) e deixe agir por aproximadamente
um minuto; escorra o lugol e lave em um filete de água corrente; adicione álcool
etílico (99,50 GL) sobre a lâmina, descorando-a, até que não desprenda mais
corante; lave em um filete de água corrente; cubra a lâmina com safranina e deixe
agir por aproximadamente 30 segundos; lave em um filete de água corrente; deixe
secar ao ar livre, ou seque suavemente, com auxílio de um papel de filtro limpo;
coloque uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço e observe em objetiva de
imersão (100X).
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aquecimento até a emissão de vapores, por três vezes, para facilitar a penetração
da fucsina; derrama-se o corante na pia e lava-se o esfregaço com água; faz-se a
descoloração com álcool-ácido e lava-se o esfregaço com água.
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FIGURA 217 - PRESENÇA DE BAAR, OBSERVADOS NA COLORAÇÃO DE
AURAMINA
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FIGURA 218 - TREPONEMA PALLIDUM EM MICROSCOPIA DE CAMPO ESCURO
Cerca de 10% dos pacientes que apresentam a forma primária, caso não
tratados, evoluirão com neurossífilis. A neurossífilis assintomática é a forma mais
comum de apresentação. Não há sinais ou sintomas clínicos. Acredita-se que os
pacientes que apresentam alterações no liquor, mesmo sem sintomatologia, durante
as fases iniciais da doença, tenham mais chances de evoluir para síndromes
neurológicas tardias.
A progressão das alterações neurológicas pode se dar com quadros de
meningite sifilítica, sífilis meningovascular, meningoencefalite sifilítica, tabes dorsalis
e sífilis medular. As características laboratoriais consistem no achado de alterações
do liquor, aumento da proteína, redução da glicose ou positividade para a reação de
VDRL.
O diagnóstico laboratorial da sífilis é feito pela pesquisa direta do treponema,
ou pela pesquisa de anticorpos formados durante a infecção. A pesquisa direta,
realizada por microscopia de campo escuro, apesar de altamente específica, tem
indicação limitada, podendo ser realizada na fase primária, diretamente do cancro
duro do órgão genital.
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31 CULTURA
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FONTE: Arquivo pessoal do autor
Deve-se coletar o jato médio urinário após higiene da genitália externa. Em
crianças, que não controlam a micção, fazer a higiene e colocar o saco coletor
adesivo, que deve ser trocado a cada 30 minutos quando não tiver sido possível
coletar a urina. A urina de paciente em uso de sonda vesical deve ser coletada na
válvula lateral do equipo, após a desinfecção do mesmo.
A urina do jato médio pode ser da primeira micção ou de qualquer amostra
urinária, desde que o paciente retenha a urina por um período mínimo de quatro
horas. A urina é um fluido normalmente estéril; por conseguinte, uma coleta
inapropriada pode torná-la contaminada com a microbiota do períneo, da uretra e da
vagina. As amostras permanecem estáveis até duas horas após a coleta ou em
geladeira (2ºC - 8ºC).
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31.3 CULTURA DE FEZES (COPROCULTURA)
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31.4 CULTURA DE MATERIAL DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
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31.5 CULTURA DE MATERIAL DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR
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Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes,
Enterococcus spp., Haemophilus influenza, Moraxella catarrhalis, Pseudomonas
aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Rhodococcus equi.
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Peptostreptococcus spp., Prevotella spp. e Clostridium perfringens. Os materiais
devem ser colhidos e inoculados em frascos anaeróbios de hemocultura, até o
volume máximo permitido, que é de 8 mL.
Quando o material for sangue e líquidos biológicos, pode ser armazenado
por um período de até 24 horas, à temperatura ambiente, em frascos anaeróbios.
Não poderão ser utilizados para pesquisar microrganismos anaeróbios materiais
provenientes de sítios que normalmente participem da flora normal ou transportados
inadequadamente.
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FIGURA 220 - DIVERSOS MATERIAIS CULTIVADOS EM ROTINA DE
MICROBIOLOGIA
31.9 HEMOCULTURA
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A(s) bactéria(as) responsável(is) pode(m) ser identificada(s) pela realização
da cultura do sangue (hemocultura) e é (são) útil (eis) no diagnóstico etiológico e na
escolha da terapia. Para o diagnóstico, é importante a coleta de mais de uma
amostra (mínimo de 2, ideal de 3), antes da administração de antimicrobianos. O
número de amostras e o intervalo entre as coletas dependem do quadro clínico
investigado.
Nas bacteremias agudas e/ou contínuas, recomenda-se a coleta de três
amostras com intervalo de uma a duas horas. Já nas intermitentes, recomenda-se a
coleta em intervalos menores e antes ou imediatamente após o início do pico febril.
Para a coleta, deve-se fazer antissepsia da pele, com álcool a 70%, duas vezes, e
esperar a ação do antisséptico durante dois minutos. Essa operação também pode
ser realizada utilizando-se uma primeira antissepsia com álcool a 70%;
posteriormente, utilizar álcool iodado.
Puncionar a veia e coletar o número de amostras no intervalo de tempo
indicado. Deve-se evitar a coleta de sangue na região inguinal. O material biológico
utilizado pode ser sangue arterial ou venoso, aspirado de medula óssea ou de
qualquer outro líquido biológico. Podem ser coletados também líquidos de cavidades
fechadas para cultura de anaeróbios. Quando o material for sangue, o volume
coletado é um dos mais importantes parâmetros na detecção de bactérias na
corrente circulatória.
Coletar os seguintes volumes nas diferentes faixas etárias: crianças de até
um ano: 0,5 ml a 1,5 ml em cada frasco de cultura; crianças de um ano a seis anos:
1,0 ml para cada ano de idade; adultos: 20 ml de sangue para cada amostra de
hemocultura. Quando for utilizada para cultura de líquidos biológicos, qualquer
volume do espécime pode ser utilizado.
O sangue coletado é acondicionado em frascos especiais com meio líquido e
diferente, de acordo com o tipo de bactéria a ser investigada (aeróbia ou anaeróbia).
A rapidez na identificação etiológica do agente bacteriano é essencial para a decisão
precoce e adequada do tratamento específico. Os métodos modernos
automatizados permitem a liberação rápida dos resultados. Nesses métodos, a
presença de bactérias é detectada pelo CO2 produzido durante o crescimento
bacteriano, que irá modificar o sensor existente no fundo do frasco de cultura,
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proporcionando a emissão de fluorescência, por sua vez detectada pelo aparelho
utilizado para leitura.
A presença de crescimento bacteriano no sangue do paciente indica
bacteremia e/ou septicemia. Alguns patógenos devem ser questionados quanto ao
seu poder patogênico, como, por exemplo, o achado de estafilococos coagulase-
negativo em uma única amostra, propionibacterium acne e grupo Corynebacterium.
Nas infecções hospitalares, os patógenos mais encontrados são
Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter spp.,
Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus spp. e estafilococos coagulase-negativos.
Nas endocardites, os agentes mais frequentemente isolados correspondem aos
Streptococcus spp. alfa-hemolíticos ou mesmo beta-hemolíticos, assim como aos
Staphylococcus aureus e aos estafilococos coagulase-negativos.
O anticoagulante utilizado no meio de cultura (SPS) inativa o sistema
complemento, porém inibe o crescimento das Neisseria spp. e Gardnerella vaginalis.
As bactérias com exigências especiais, tais como Brucella spp., Leptospira spp.,
Bartonella spp., Legionella spp., Mycobacteria spp., não crescem nos meios
tradicionalmente usados para hemoculturas.
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TABELA 13
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31.12 CULTURA DE FUNGOS
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32 ANTIBIOGRAMA OU TESTE DE SENSIBILIDADE A ANTIBIÓTICOS (TSA)
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não endossa, não recomenda nenhum sistema comercial para Teste de
Sensibilidade. Atualmente o NCCLS foi renomeado para CLSI (Clinical and
Laboratory Standards Institute).
Os médicos dependem diretamente das informações do Laboratório de
Microbiologia para o tratamento das infecções bacterianas em seus pacientes. A
importância clínica do Teste de Sensibilidade e seus resultados exigem que eles
sejam realizados sob ótimas condições por esses laboratórios e que ainda estejam
aptos a fornecer resultados de novos agentes antimicrobianos.
O Teste de Sensibilidade avalia o padrão de resposta da bactéria (padrão de
sensibilidade) diante de concentrações preestabelecidas de antibióticos,
correlacionadas com níveis séricos atingidos após doses usuais em pacientes em
condições normais. O antibiograma reflete somente duas variáveis: a droga e a
bactéria, não importando dados clínicos como idade, local da infecção, função renal,
metabólica, etc. logo, seu resultado deve ser interpretado pelo médico. Há
basicamente dois tipos de antibiograma: Qualitativo e Quantitativo.
32.1 QUALITATIVO
Teste de disco difusão, descrito por Kirby e Bauer, utilizado na maioria dos
laboratórios clínicos. Uma quantidade padronizada de bactéria (índice de turbidez) é
semeada em meio próprio (Agar Mueller Hinton) e em seguida são adicionados
discos contendo os antibióticos pré-definidos para a bactéria em questão. Fornece
resultados em três categorias definidas como:
Sensível: Implica que a infecção devido ao agente isolado pode ser
apropriadamente tratada com a dose recomendada do agente antimicrobiano.
Intermediário: Implica que a infecção devido ao agente isolado pode ser
apropriadamente tratada em sítios corpóreos onde a droga é fisiologicamente
concentrada ou quando uma alta dosagem da droga pode ser utilizada. O
microganismo encontra-se em uma faixa de sensibilidade em que a Concentração
Mínima Inibitória (MIC) se aproxima ou excedo o nível que o agente microbiano
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atinge. Indica também uma zona divisória (buffer zone) que pode refletir problemas
técnicos levando à discrepância nas interpretações.
Resistente: O microrganismo resistente não será inibido pela concentração
normalmente alcançada pelo agente antimicrobiano em doses normais
padronizadas, e a eficácia clínica não tem sido comprovada em estudos.
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32.2 QUANTITATIVO
FONTE: Escola Paulista de Medicina – UNIFESP. <http://www.unifesp.br/> Acesso em: 03 abr 2010
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Gradiente de Difusão (Etest ®): É semelhante a disco difusão, porém ao
invés de discos com concentrações fixas de antibióticos são utilizadas fitas com
concentrações variáveis de antibióticos e pode-se definir então qual a CIM.
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32.4 ALGUNS EQUIPAMENTOS AUTOMATIZADOS DE IDENTIFICAÇÃO DE
DETERMINAÇÃO DA CIM
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33 ESPERMOGRAMA
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Os parâmetros derivados são: Concentração de motilidade do esperma
(Milhões/mL); Concentração progressiva da motilidade do esperma (Milhões/mL);
Concentração do espermatozoide funcional (Milhões/mL); Velocidade média dos
espermatozoides; SMI - Índice de motilidade do espermatozoide. Valores totais por
amostra: Espermatozoides totais; Motilidade do espermatozoide; Motilidade
progressiva do espermatozoide; Totais de espermatozoides funcionais.
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Amplitude lateral: comprimento total da oscilação da cabeça. Importante
porque está relacionada com a capacidade de penetração na zona pelúcida do
óvulo.
Frequência de oscilação: é o número de vezes que o espermatozoide cruza
a linha ideal por unidade de tempo. É uma medida de sinuosidade (Zig-Zags).
Linearidade: é a relação entre velocidade em linha reta/velocidade
curvilinear. Quanto mais o espermatozoide se afasta da velocidade em linha reta,
menor será a sua linearidade.
Elongação: é a relação entre o eixo menor (largura) e maior (comprimento)
da cabeça do espermatozoide, cujo valor é cerca de 0,6. Quanto maior a elongação,
mais larga é a cabeça. Quanto menor a elongação, mais estreita é a cabeça, por
exemplo, forma afilada ou tapering. É uma referência para a morfologia.
O esperma é uma mistura de espermatozoides, secreção da próstata,
secreção das vesículas seminíferas e secreção das glândulas bulbouretrais,
formando um líquido viscoso, denominado ejaculado.
Caracteres Físico-Químicos Analisados: Liquefação do coágulo, Aspecto e
cor, Volume, Viscosidade, pH.
Liquefação do Coágulo: É completa em 30 minutos. Os demais parâmetros
são realizados após a liquefação do coágulo.
Aspecto e Cor: A amostra normal tem aparência homogênea, ligeiramente
opalescente e de cor branca a branca amarelada.
Volume: Valores normais se situam entre 2,0 ml a 5,0 ml. Valores inferiores
a 1,0 ml são insatisfatórios. Procedimento a ser adotado - Solicitar nova coleta,
observando o período de abstinência (três a cinco dias).
Viscosidade: É normal quando o sêmen pinga gota a gota, de um volume
aspirado em pipeta de 5,0 ml, inclinada em ângulo de 45º.
pH: Amostras normais são ligeiramente alcalinas, situando-se entre pH de
7,2 – 8,0.
Aglutinação: Sua presença é anormal. Sugere causa imunológica de
infertilidade. Em amostras com número elevado de espermatozoides, é comum
haver aglutinação.
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Contagem dos Espermatozoides: Normal de 20 a 200 milhões/mL, sendo
classificado como Polizoospérmico (superior a 200 milhões/mL), Oligozoospérmico
(inferior a 20 milhões/mL), Azoospermia (ausência de Espermatozoides).
Morfologia: Avalia a capacidade funcional dos testículos e a capacidade de
fecundação. É satisfatório um mínimo de 30% de formas ovais normais.
Outros Elementos: Leucócitos (indicativo de infecção/inflamação), Hemácias
(sangue), Células do Epitélio Germinativo (produção de células pelos testículos).
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33.4 FRUTOSE
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leucócitos. A cor é resultante da presença de bilirrubina, hemácias, hemoglobina,
leucócitos ou proteínas.
Na hemorragia subaracnóidea, o aspecto é hemorrágico vermelho turvo.
Essa coloração também poderá ocorrer nos acidentes de punção. A presença de
coágulo nos acidentes de punção, o aspecto do sobrenadante após centrifugação,
que nas hemorragias se apresenta xantocrômico, enquanto nos acidentes é límpido,
também auxiliam no diagnóstico diferencial.
Nas meningites bacterianas, o liquor apresenta-se turvo, amarelo e, por
vezes, xantocrômico, após centrifugação. Já nos casos de meningites virais, a cor
geralmente varia de esbranquiçada a incolor após a centrifugação.
Cloro: qualquer condição que altere os níveis séricos de cloreto também irá
afetar o nível de cloreto no LCR. Os cloretos no LCR são normalmente uma a duas
vezes maiores do que os séricos. Níveis diminuídos são encontrados nas meningites
tuberculosa e bacteriana e na criptococose.
Glicose: os níveis de glicose no LCR correspondem a cerca de 2/3 da
glicose sanguínea de jejum. São considerados valores anormais de glicose no LCR
resultados inferiores a 40 mg/dL. A diminuição dos níveis da glicose no liquor é um
dado importante no diagnóstico das meningites bacteriana, tuberculosa e fúngica,
nas quais encontramos geralmente valores baixos a muito baixos. Já nas meningites
virais, os níveis variam de normais a discretamente baixos. Níveis elevados de
glicose no LCR não possuem significado clínico, refletindo aumento dos níveis da
glicemia sistêmica. Acidentes de punção podem, ocasionalmente, causar aumento
da glicose no LCR.
Proteína: das proteínas encontradas no liquor, mais de 80% são
provenientes do plasma. Normalmente, equivalem a valores inferiores a 1% do nível
sanguíneo. O aumento dos níveis liquóricos de proteínas é um bom indicador,
embora não específico, da presença de doença.
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As proteínas no LCR podem estar elevadas em diferentes patologias, como
meningites, especialmente as bacterianas, doenças neurológicas, hemorragias e
tumores, entre outras. A elevação pode ser decorrente da alteração da
permeabilidade da barreira hematoencefálica, de diminuição dos mecanismos de
reabsorção, de uma obstrução mecânica do fluxo do LCR.
Os níveis podem estar diminuídos em crianças entre seis meses e dois anos
de idade. É importante lembrar a variação da concentração de proteína de acordo
com o local da punção, pois os valores encontrados são menores nos ventrículos e
maiores na região lombar, assim como também ocorrem drásticas variações nos
recém-natos.
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TABELA 14
CITOMETRIA CITOLOGIA
Até 5 leucócitos/mm3
Adultos
0 hemácias/mm3
POLIMORFONUCLEARES
Até 30 leucócitos/mm3
Recém-nascidos
0 hemácias/mm3 Adultos Crianças
2% 10%
Até 10 leucócitos/mm3
1 mês a 1 ano
0 hemácias/mm3
MONONUCLEARES
Até 8 leucócitos/mm3
1 ano a 4 anos Adultos Crianças
0 hemácias/mm3
98% 90%
Até 5 leucócitos/mm3
Acima de 5 anos
0 hemácias/mm3
35 OUTRAS AVALIAÇÕES
FIM MÓDULO VI
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FIM DO CURSO
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