RIO BRANCO – AC
2015
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
ROGÉRIO DA SILVA CORREIA
RIO BRANCO – AC
2015
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RESUMO
A ideia central deste artigo é aprofundar o conhecimento sobre os reais motivos que levam o Técnico-
Administrativo em Educação (TAE) das instituições federais de ensino (IFE) a buscar qualificação profissional
e/ou um nível de escolaridade maior do que o exigido pelo cargo em que está empossado. O objetivo é
evidenciar os incentivos apresentados pelo plano de carreira do TAE e o que isso instiga nesse servidor. Para
reforçar o estudo, utilizaram-se as redações das leis nº 11.091/2005 e 12.772/2012 e autores como BARBOSA
(2006), CHIAVENATO (2003) e SPECTOR (2002) buscando entender com mais detalhes os conceitos de
motivação, meritocracia e das necessidades que envolvem o TAE nesse contexto, para ajudar tanto os gestores
do setor de recursos humanos quanto os chefes de setor dessas instituições a elaborar planos de capacitação que
enfoquem a retribuição obtida pela meritocracia, para que o aproveitamento pelos participantes seja mais
qualitativo e do que quantitativo. Por fim, entende-se a importância de se buscar entender o que direciona o
comportamento desse agente público, com o intuito de melhor instigá-lo a se qualificar e a sempre se manter
atualizado para garantir a eficiência e eficácia das responsabilidades inerentes ao seu cargo, melhorando assim a
prestação do serviço público.
Introdução
Descobrir o que realmente motiva uma pessoa tem grande importância quando o
enfoque é promover algo que efetivamente a atraia. Com isso em evidência, este artigo vai
tratar sobre a motivação que o servidor público federal técnico-administrativo em educação
demonstra em buscar aperfeiçoamento profissional e níveis acadêmicos superiores por
intermédio das regras de seu plano de carreira.
Neste contexto, os questionamentos que orientaram a pesquisa deste artigo foram:
Houve sempre um plano de carreira? Senão, como o técnico-administrativo em educação
(TAE) era visto e quais benefícios tinham? No atual plano de carreira, o que o TAE ganha por
ser aperfeiçoar? No que essa resposta pode ajudar os gestores do setor de recursos humanos
(RH) e de outros em geral?
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Graduado em Administração - Faculdade Barão do Rio Branco – FAB – UNINORTE. Administrador na
Universidade Federal do Acre. E-mail: rogerioscorreia@yahoo.com.br.
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Desenvolvimento
E, ainda, não havia retribuição financeira ao servidor TAE que possuísse uma
formação acadêmica maior que aquela exigida pelo cargo. Considerando isso e por meio de
intensas mobilizações realizadas pelos sindicatos em greves envolvendo a categoria a nível
Brasil, o Governo promulgou a lei n 11.091/2005, que estruturou o plano de carreira dos
cargos técnico-administrativo em educação (PCCTAE), possibilitando assim o início da
valorização desse quadro de servidores por meio da meritocracia, definida “como um
conjunto de valores que postula que as posições dos indivíduos na sociedade devem ser
consequência do mérito de cada um. Ou seja, do reconhecimento público da qualidade das
realizações individuais”. (BARBOSA, 2006, p. 22).
Ou seja, deu a possibilidade de ascensão no novo plano de carreira por meio do
aprimoramento das capacidades e conquistas acadêmicas e profissionais. Além disso,
enriqueceu as atribuições gerais, conforme pode ser visto no art. 8º da lei 11.091/2005:
Art. 8o São atribuições gerais dos cargos que integram o Plano de Carreira, sem
prejuízo das atribuições específicas e observados os requisitos de qualificação e
competências definidos nas respectivas especificações:
I - planejar, organizar, executar ou avaliar as atividades inerentes ao apoio técnico-
administrativo ao ensino;
II - planejar, organizar, executar ou avaliar as atividades técnico-administrativas
inerentes à pesquisa e à extensão nas Instituições Federais de Ensino;
III - executar tarefas específicas, utilizando-se de recursos materiais, financeiros e
outros de que a Instituição Federal de Ensino disponha, a fim de assegurar a
eficiência, a eficácia e a efetividade das atividades de ensino, pesquisa e extensão
das Instituições Federais de Ensino (BRASIL, 2005).
Conforme pode ser observado, o servidor ocupante do plano de carreira, com essa
lei, teve uma valorização no que tange a sua importância como atividade-meio, que é aquela
que não está ligada diretamente com o objetivo central da organização (no caso das IFES - o
ensino, pesquisa e extensão), mas relacionada com o apoio desse. (SANTOS, 2006, pp. 132-
133, apud FEIJÓ, 2011, p. 66).
Entretanto, apesar do grande avanço em certos quesitos, na primeira versão ainda
trazia certas dificuldades no que se refere a exigências para ter as progressões por mérito
profissional e por capacitação profissional e o incentivo à qualificação. Com relação ao
primeiro tipo de promoção, era exigido, conforme o art. 10 da lei 11.091/2005, o tempo
mínimo de 24 meses (2 anos) de efetivo exercício, contanto que tivesse resultado fixado em
programa de avaliação de desempenho para progredir para o próximo padrão de vencimento,
que depois passou a ser de 18 meses, após alteração feita pelo art. 15, da lei 11.784, de 22 de
setembro de 2008, acrescendo o art. 10-A na lei do plano de carreira. Isso trouxe a
possibilidade dessa ser concedida junto com a por capacitação profissional, que desde o início
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Conclusão
Com todo estudo apresentado observou-se que a análise da motivação dos técnico-
administrativos das instituições federais de ensino é importante para os gestores de todos os
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REFERÊNCIAS
BARBOSA, Livia. Igualdade e Meritocracia. 4.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
______. Administração nos Novos Tempos, 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
______. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
SPECTOR, Paul. Psicologia nas organizações. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.