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RESUMO DE DIREITO INTERNACIONAL

 Evolução histórica, características e tendências contemporâneas do DIP

1. Evolução Histórica

1.1 A paz de Vestfália (1648)

O direito internacional ou direito das gentes tem sua importância através de Hugo
Grotius (1585 – 1645) com o fim da Guerra dos 30 anos (conflito religioso entre católicos e
protestantes que teve como bloco vitorioso esse ultimo) por meio do tratado de Vestfália.
Com os dois tratados de Vestfália (tratado de Munster, assinado por Estados católicos e o
tratado de Osnabruck, assinado pelos Estados protestantes envolvidos no litígio), demarcou-se
então a nova era do Direito Internacional Público, que a partir de então passaria a ser
conhecido como ramo autônomo do Direito Internacional Público, por meio do principio da
igualdade formal dos Estados.

Nasceram os conceitos de Estado e soberania. O sistema internacional, após a Paz de


Vestfália, passou a compor-se de Estados independentes e soberanos, juridicamente iguais
entre si.

1.2 Congresso de Viena (1815) – reestruturação do mapa político europeu.

Diferentemente do período anterior, em que se pode observar o auge dos Estados


soberanos, este período foi marcado por um esforço de institucionalização da ordem
internacional.

O Congresso de Viena (1815) foi , depois do Tratado Vestfália, o segundo grande marco
do Direito Internacional e das relações internacionais. O Congresso marcou o fim das guerras
napoleônicas e estabeleceu um novo sistema multilateral de cooperação política e econômica
na Europa, além de ter agregado novos princípios no Direito Internacional, como a proibição
do tráfico de negros, a liberdade irrestrita de navegação dos rios internacionais da região e as
primeiras regras do protocolo diplomático.

1.3 Tratado de Versalhes – fim da Primeira Guerra Mundial (1918) ao início da


Segunda Guerra Mundial (1939). Assinaram-se tratados de paz, incluindo-se esse
tratado como um deles.

Destes tratados, constituiu-se a Sociedade das Nações ,a primeira organização


internacional de vocação universal. Seu escopo era o de garantir a paz no mundo. Instituiu a
Corte Permanente de Justiça Internacional, em Haia (1920). Contudo, não logrou êxito: há até
quem considere que sua inoperância foi um dos fatores determinantes da Segunda Guerra
Mundial.
Entre os grandes doutrinadores deste período, mencionem-se Hans Kelsen, Santi
Romano e Max Huber.

1.4 O pós 2ª Guerra Mundial

Apesar do ceticismo demonstrado, durante as duas guerras mundiais (em virtude das
crises e problemas pela humanidade enfrentados neste período), com relação ao Direito
Internacional, tem cabido ao labor doutrinário e ao próprio relacionamento entre os Estados a
reafirmação da existência e da efetividade deste ramo da Ciência Jurídica.

Ademais, grande número de novos Estados soberanos se constituíram a partir do


movimento de descolonização da Ásia e da África, o que provocou o aumento da comunidade
internacional e das próprias relações intergovernamentais.

O entrelaçamento dos povos devido, em grande parte, à facilidade dos meios de


comunicação e transporte, tem gerado consequências muito importantes, tais como:

a) A assinatura de vários documentos intergovernamentais (por exemplo, a Carta do


Atlântico, de 1941, assinada pelos EUA e pela Grã-Bretanha);
b) O surgimento de várias organizações internacionais, entre as quais se destacam a
ONU (que abrange todos os países, excetuada a Suíça), o MCE e a CECA;
c) A celebração, cada vez mais constante, de tratados internacionais, dentre os quais
pode ser citado o Tratado de Itaipu, entre Brasil e Paraguai, para a construção da
usina hidrelétrica homônima.

As conquistas e inovações tecnológicas, por sua vez, tem também exigido a


intervenção do Direito Internacional Público, o que pode ser comprovado pela assinatura, em
1967, de significativo tratado sobre exploração e uso dos espaços cósmicos, sobre a lua e
demais corpos celestes.

Tem o Direito Internacional Público assumido crescente preocupação com o homem e


com o próprio meio ambiente, o que se infere com lastro, pro exemplo, na Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948), na Convenção para a prevenção da poluição do mar
por hidrocarbonetos (1954), na Convenção de Genebra sobre Alto Mar (1958) e na Convenção
sobre Responsabilidade Civil no Âmbito do Transporte Marítimo de Material Nuclear (1971).

Finalmente, menciona-se o Tribunal de Nuremberg, criado após a Segunda Guerra


Mundial, o qual julgou crimes praticados durante este conflito, efetivando a responsabilização
de pessoas físicas no âmbito internacional.

 Diferença entre comunidade e sociedade internacional

A comunidade fundamenta-se em vínculos espontâneos e de caráter subjetivo,


envolvendo identidade e laços culturais, emocionais, históricos, sociais e familiares comuns.
Caracteriza-se pela ausência de dominação, pela cumplicidade e pela identificação entre seus
membros, cuja convivência é naturalmente harmônica.
Já a sociedade internacional é tida como um conjunto de vínculos entre diversas pessoas e
entidades interdependentes entre si, que coexistem por diversos motivos e que estabelecem
relações que reclamam a devida disciplina.

O que existe, portanto, no âmbito internacional, é uma sociedade de Estados (e/ou


Organizações Internacionais) que mantêm entre si relações mútuas enquanto isso lhes convêm
e lhes interessa.

Não existe uma comunidade internacional, apesar de ser utilizada em diversos tratados e
documentos internacionais.

A subordinação – clássica na ordem interna – dá lugar à coordenação na ordem internacional,


motivo pelo qual a vontade(ou consentimento) dos Estados ainda é o motor da sociedade
internacional contemporânea. Logo, a ordem jurídica da sociedade internacional é
descentralizada, mas ao mesmo tempo organizada pela lógica da coordenação (cooperação).

Características/Tendências contemporâneas:

 Universalização: direito internacional universal, ou seja, abrange todos os entres do


globo terrestre;
 Regionalização: com a consequente criação de espaços regionais por razões
econômicas, políticas, estratégicas ou culturais, dentro dos quais as várias
comunidades políticas e os vários Estados encontram formas de solidariedade e de
cooperação bem mais qualificadas, de cujo exemplo mais avançado é a União
Européia;
 Institucionalização: o direito internacional deixa de ser um direito das relações
bilaterais ou multilaterais entre os Estados para se tornar um direito cada vez mais
presente nos organismos internacionais, na Organização das Nações Unidas, bem
como em suas agências especializadas, podendo até mesmo chegar à criação de um
órgão supranacional com poderes decisórios, como é o caso da União Europeia;
 Funcionalização: o direito internacional passa a extravasar cada vez mais o âmbito das
meras relações externas entre os Estados e penetra, cada vez mais, em quaisquer
matérias relativas tanto ao direito interno como ao próprio contexto das relações
internacionais;
 Humanização: o direito internacional ganha uma face humanizadora com o
nascimento do direito internacional dos direitos humanos;
 Objetivação: a vontade dos atores internacionais é o fundamento único da existência
do Direito Internacional Público;
 Codificação do direito internacional: art. 13 da Carta das Nações Unidas;
 Jurisdicionalização: jurisdicionalização internacional obrigatória.
Proteção Internacional dos Direitos Humanos

O surgimento dos direitos humanos internacionais está relacionado com a criação das
Nações Unidas em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, que em decorrência das violações
de direitos cometidos principalmente contra os judeus durante o holocausto, o que fez com
que as sociedades internacionais passassem a elaborar normas e documentos capaz de
proteger os indivíduos.

A partir da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, o


mundo começa a presenciar a criação de inúmeros tratados internacionais voltados a proteção
dos direitos fundamentais, tanto nos seus aspectos civis e políticos, como naqueles ligados às
áreas do domínio econômico, social e cultural, marcando com isso, a internacionalização de
direitos humanos, como bem exemplifica o art. 18 da referida Declaração, que “toda pessoa
tem direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente
realizados”.

Multiplicação / especialização de funções

O final do século XX, testemunha a criação de outros mecanismos jurisdicionais de


solução de controvérsias ratione personal com vocação universal, mas ratione materiae
especializadas. Ex: ITLOS; OMC; TPI

Desafios contemporâneos

Síndrome da inefetividade das suas normas decorrente da gênese da norma e dos


interesses políticos que estão tangenciando o contexto dessas relações internacionais.

 Direito Internacional Público – tem como finalidade estipular um conjunto de


diretrizes jurídicas para o funcionamento das relações internacionais.

Pontos:

- são relações macros, ou seja, repercussão de interesse público /coletivo;

- sujeitos de personalidade jurídica internacional: Estados, organizações internacionais e as


não governamentais.

 Direito Internacional Privado – serve para resolver os conflitos de lei de relações


jurídicas entre pessoas físicas e ou jurídicas com conexão internacional. Resolve
conflito de lei no espaço. Sistema /lei interna.

O universo do relacionamento internacional, que, na percepção tradicional da doutrina,


envolvia apenas os Estados, abrange na atualidade um rol variado de atores, que inclui
também as organizações não-governamentais (ONG’s), as empresas e os indivíduos, dentre
outros.
Teoria voluntarista: o direito internacional se fundamenta na vontade dos Estados, ou seja, na
parte subjetiva.

Teoria objetivista: o direito internacional terá as suas próprias regras, princípios e costumes e
vão ser independentes da vontade do Estado.

Outras características da sociedade internacional:

- heterogênea: integram– na atores que podem apresentar significativas diferenças entre si, de
cunho econômico, cultural, etc.

- descentralizada: não há um poder central internacional ou um governo mundial, mas vários


centros de poder, como os próprios Estados e as organizações internacionais, não
subordinados a qualquer autoridade maior. Há a coordenação dos interesses entre seus
membros.

- Horizontalidade: relação de horizontalidade entre os Estados, ou seja, no mesmo plano.


Igualdade formal.

- Coordenação: coordenação/cooperação entre os Estados. Soluções internacionais/


fronteiriços.

- Proibição do uso da força: os Estados não podem utilizar a força para alcançar os seus
objetivos. Os Estados devem solução pacífica entre as controvérsias. Ex: negociação, meios
diplomáticos, meios políticos, meios jurídicos, etc.

O exercício da vontade estatal não pode violar o jus cogens, conjunto de preceitos
entendidos como imperativos e que, por sua importância, limitam a vontade estatal, nos
termos da Convenção de Viana sobre o Direito dos Tratados, de 1969 (art.53), que determina
que é nulo um tratado que, no momento de sua conclusão conflite com uma norma de Direito
Internacional aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo
como preceito do qual nenhuma derrogação é permitida.

As normas internacionais são obrigatórias e, com frequência, contemplam


expressamente a possibilidade de sanções no caso de descumprimento.

 Relações das normas de DIP com o direito interno

1. Colocação do problema: conflitos entre os preceitos de Direito internacional e de


Direito interno, suscitando a necessidade de definir qual norma deveria prevalecer
nessa hipótese.
2. Teorias clássicas

2.1 Dualismo
 Fundamentos teóricos: o direito internacional e o direito interno são dois
ordenamentos jurídicos distintos e totalmente independentes entre si, cujas normas
não poderiam entrar em conflito umas com as outras.
 Fases:
- radical = incorporação por uma lei formal;
- moderada = incorporação será dita pelo direito interno.
 Críticas: entende como não jurídico o direito internacional.
 Consequências fáticas: paridade com a lei ordinária.

2.2 Monismo

 Fundamentos teóricos: existe apenas uma ordem jurídica, com normas internacionais
e internas, interdependentes entre si.
 Fases:
- radical = norma interna que contrariasse uma norma internacional deveria ser
declarada inválida;
- moderada = nega a não-validade da norma interna cujo teor contrarie norma
internacional.
 Consequências práticas: as diferentes teorias continuam influenciando o modo como
os Estados tratarão os conflitos entre as normas internacionais e as internas,qual vem
sendo definido dentro do próprio ordenamento jurídico estatal, normalmente no bojo
da ordem constitucional ou da jurisprudência.

2.3 Monismo Nacionalista

Prega a primazia do direito interno de cada Estado. Os Estados só se vinculariam às normas


com as quais consentissem e nos termos estabelecidos pelas respectivas ordens jurídicas
nacionais. Em consequência, o ordenamento interno é hierarquicamente superior ao
internacional e, com isso, as normas internas deveriam prevalecer frente às internacionais.

3. Enfrentamento contemporâneo

3.1 A constitucionalização do direito

 Acolhimento pelas Constituições de institutos e regras antes relegadas ao campo


infraconstitucional;
 Releitura dos institutos previstos na legislação por meio dos princípios fundamentais.

 Pacto San José da Costa Rica, com base no §2º, art. 5º da CF/88
Em função do teor consignado no §2º do art. 5º da CF/88, iniciou-se grande debate
sobre a incorporação dos tratados de direitos humanos na ordem jurídica brasileira,
passando, inclusive, a comportar várias interpretações.

Somente com o advento da EC 45/04, a qual conferiu aos tratados e convenções de


direitos humanos, nos quais o Brasil seja signatário e que forem aprovados pelo Congresso
Nacional, em votação de dois turnos, por três quintos de seus membros, a equivalência às
emendas constitucionais.

Posicionamentos doutrinários

Face ao dispositivo, a jurisprudência reviu sua opinião com relação a matéria, em


especial, com relação àqueles tratados que, anteriores à emenda, haviam sido aprovados por
maioria simples, em destaque, o Pacto de San José da Costa Rica.

Este entendimento passou a vigorar quando do julgamento do RE 466.343-1 /SP, na


apreciação quanto à inconstitucionalidade da prisão do depositário infiel, em todas as
modalidades de depósito, em face do Tratado Internacional sobre Direitos Humanos.

O entendimento do STF

O STF entendeu que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos,


se não incorporados na forma do art. 5º, §3º (quando teriam natureza de norma
constitucional), têm natureza de normas supralegais, paralisando, assim, a eficácia de todo o
ordenamento infraconstitucional em sentido contrário.

Como se sabe, o Brasil é signatário de tratados internacionais que não mais


estabelecem prisão do depositário infiel.

Com o fito de por fim a qualquer discussão da matéria, em 2009 a Suprema Corte
editou a súmula vinculante nº 25, a qual transcreve-se: “É lícita a prisão civil de depositário
infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”.

4. Controle de convencionalidade das leis e dos atos normativos

4.1 Significado = consiste em aplicar, ao controle das leis, parâmetros dados por tratados
e convenções internacionais do qual o país seja signatário. Assim, as leis e atos normativos
da seara infraconstitucional não mais se limitam exclusivamente aos parâmetros formais e
materiais dados pela Constituição Federal, mas também tem de se pautar pelas normas
dadas pelas regras do direito internacional público.

Difere do controle de constitucionalidade, pois tem por objetivo adequar todo o


ordenamento tendo por paradigma a Constituição Federal, enquanto o controle de
convencionalidade busca de forma complementar ao controle de constitucionalidade,
conformar as normas do ordenamento jurídico interno, com base na proteção dos Direitos
Humanos conferidas em tratados internacionais. Todavia, se a mesma norma interna for
mais benéfica e mais protetora sob o ponto de vista dos Direitos Humanos, o controle de
convencionalidade não fará prevalecer a norma de direito internacional, por uma questão
puramente hierárquica, mas fará prevalecer a norma que melhor resguarde os direitos
humanos, alçados à direitos fundamentais no plano interno.

4.2 Sistemas:
- interno = em qualquer processo
- internacional = tribunais internacionais = tribunais regionais de direitos humanos. Ex:
audiência de custódia, lei da anistia, violência contra a mulher, etc.

 Fontes do DIP: Estatuto da Corte Internacional de Justiça (ECIJ) de 1945 – art. 38 – rol
exemplificativo
 Primárias:
- tratados internacionais. Ex: convenção internacional, pacto internacional, ata
internacional;
- costumes;
- princípios gerais de direito.
 Auxiliares:
- doutrina e jurisprudência;
- equidade ;
- Resoluções de Organizações Internacionais*
- Atos jurídicos unilaterais*

* Fontes do Direito Internacional Público não elencadas no art. 38, ECIJ.

Tratados internacionais ou pacto ou convenção ou carta ≠ declaração, protocolo


(facultativos)

1. Conceito: são acordos escritos, firmados por Estados e organizações internacionais


dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Direito Internacional Público, com o
objetivo de produzir efeitos jurídicos no tocante a temas de interesse comum.

2. Disciplina normativa:
 Os tratados, quando de sua elaboração, devem obedecer aos procedimentos e
exigências formais estabelecidos na prática internacional relativos a pontos como
forma de celebração e vigência;
 Não podem violar as normas de jus cogens e nem os princípios;
 Pode constar de uma ou mais instrumentos. Ex: anexos ou protocolos adicionais;
 Geram efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos e obrigações
e ensejando a possibilidade de sanções por seu descumprimento, logo possuem
caráter obrigatório.
3. Classificação:
 Número de partes: bilaterais/particulares ou multilaterais/ coletivos/ gerais/
plurilaterais;
 Procedimentos de conclusão: forma solene (adotada pelo Brasil) ou forma
simplificada;
 Execução: transitórios ou permanentes;
 Natureza das normas/ponto de vista material: tratados-contratos ou tratados-lei;
 Efeitos: restritos às partes ou alcançando terceiros;
 Possibilidade de adesão: abertos ou fechados.

4. Processo de celebração: o acordo não será válido se não forem regularmente


cumpridas as etapas necessárias para a sua preparação e só gerará efeitos para o
Estado ou para a organização internacional que participar de todas essas fases.

4.1 Negociação preliminares: é a fase inicial do processo de elaboração dos tratados,


dentro a qual as partes discutem e estabelecem os termos do ato internacional.

4.1.1 O papel dos plenipotenciários: são agentes técnicos específicos que


recebem plenos poderes para deliberar por meio de uma carta de pleno
poderes com a aprovação de um mínimo de 2/3 dos participantes. São os
que possuem o chamado treaty making power.

4.2 Assinatura: compromisso político e não jurídico. Não existe mais negociação, ou
seja, inalterável. Não poderá sofrer emenda.

4.2.1 Efeitos: em regra com a ratificação, porém há uma exceção no caso de um


acordo específico. Em relação a esse aspecto existe divergência
doutrinária.
4.2.2 Legitimidade: Chefe de Estado, Chefe de Governo, Ministro das Relações
Exteriores, podendo também ser incluído o embaixador (não está
elencado na Convenção de Viena).

4.3 Apreciação parlamentar: Congresso Nacional (fiscalização)

4.3.1 Prerrogativas e limites: tribuna; autorização do embaixador; art.49, I, CF (


É de competência exclusiva do Congresso Nacional resolver
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional).
4.3.2 Procedimento no Brasil: passa pela Câmara dos Deputados e depois pelo
Senado por ser relacionado a um ato do Poder Executivo.

4.4 Ratificação: manifestação definitiva do tratado. Ato político discricionário do Chefe


do Estado.
4.4.1 Natureza jurídica: ato de competência exclusiva do Chefe do Estado
(indelegabilidade); ato político; ato irretratável.
4.4.2 Efeitos: ex-nunc no plano internacional e não no plano interno.

4.5 Promulgação/ Publicação: através do decreto presidencial.

5. Adesão: ato político.


- significado: ato pelo qual o Estado ou organização internacional manifesta sua
vontade de se tornar parte de um tratado já assinado ou já em vigor.
- possibilidade: só em tratados abertos.
- procedimento: aprovação do Poder Legislativo e interesse do Chefe de Estado em
aderir. É expedido carta de adesão ao Estado aderente.
- efeitos: o mesmo do processo de celebração, ou seja, ex-nunc.

6. Reservas:

- significado: é uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou


denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele
aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse Estado. São ressalvas a pontos específicos dos tratados internacionais.

- possibilidade: ou na ratificação ou adesão (manifestação) – assinatura ou apreciação


parlamentar (surgimento).

- procedimento: a reserva é aplicável especialmente aos tratados multilaterais, quando é


necessária a convergência de vontades de um grande número de sujeitos, normalmente muito
diferentes entre si, ao redor de regras comuns. Entretanto, nada impede que haja reservas em
tratados bilaterais, embora sua não aceitação por um dos Estados acarrete a não conclusão do
compromisso.

É ato unilateral do Estado, não exigindo o consentimento das demais partes de um ato
internacional. Entretanto a própria Convenção de Viena (art.20) abre diversas exceções a essa
norma.

- aceitação/objeção: a aceitação expressa de uma reserva e a objeção a uma reserva devem


ser formuladas por escrito e comunicadas às partes contratantes e a terceiros sujeitos que
tenham o direito de se tornar partes no tratado. Também a retirada de uma reservam ou de
uma objeção a reserva devem ser formuladas por escrito.

7. Vigência: já determinado pelo próprio tratado ou condicionada a um determinado


evento.

8. Aplicação provisória: os tratados podem ter sua aplicação provisória desde que
acordado entre os Estados ou no próprio tratado.
9. Depósito: agente pela guarda dos principais instrumentos relacionado ao tratado.

10. Registro (Secretaria Geral das Nações Unidas)/ Publicidade: não há a necessidade do
registro. Sua finalidade é a publicização. Possibilitar o arcabouço institucional da ONU
para solução de eventual conflito entre os tratados.

11. Interpretação: da maior efetividade aos tratados internacionais através das formas
metodológicas.

12. Conflitos com o direito interno: de acordo com o art. 27 do Congresso de Viena, o
tratado internacional, no campo externo, ou seja, no campo internacional, predomina
sobre o direito interno.
 Fiscalização/sanção: podem ser previstas nos tratados.

13. Denúncia

- conceito: é o ato unilateral pelo qual uma parte em um tratado anuncia sua intenção
de se desvincular de um compromisso internacional de que faça parte, desobrigando-
se de cumprir as obrigações estabelecidas em seu bojo sem que isso enseje a
possibilidade de responsabilidade internacional.

- procedimento: deve-se realizar um aviso-prévio (lapso temporal que medeia a


comunicação da denúncia para sua efetivação) que deve ser de pelo menos 12 meses
(Convenção de Viena de 1969, art. 56, §2º). A denúncia deve também ser feita por
escrito e é, em geral, relativa a todo o ato embora possa ser permitida a denúncia
parcial, desde que não se refira a cláusulas que afetem a aplicação do acordo como um
todo.

Obs: A inexistência de cláusula que permita a denúncia não necessariamente a


impede, com fundamento no princípio de que a vontade é pelo menos um dos
sustentáculos dos compromissos internacionais. A denúncia, porém, não é possível em
alguns tratados, como os que estabeleçam fronteiras entre os dois Estados.

Obs: A retratação da denúncia pode ser permitida, desde que ainda não tenha gerado
efeitos jurídicos.

- legitimidade político-constitucional: cabe ao direito interno de cada Estado


estabelecer os órgãos competentes para os atos de denúncia e o procedimento a ser
seguido. A regra geral é a de que, como a denúncia é um ato de relações
internacionais, podem praticá-lo os mesmos órgãos e autoridades competentes para
celebrar tratados. Entretanto, ao contrário do que acontece quando da vinculação do
Estado a um compromisso internacional, a prática mais comum é a de que a denúncia
não está sujeita à autorização parlamentar.

Obs: No Brasil, a denúncia ainda é ato privativo e discricionário do Presidente da


República, materializado por meio de Decreto e que, por enquanto não se encontra
sujeito à autorização prévia ou referendo posterior do Congresso Nacional.

14. Sucessão de tratados: identidade de matérias e partes.

15. Emendas: alterações pontuais prevista no âmbito dos tratados internacionais.

16. Nulidades: erro, dolo, corrupção dos plenipotenciários (anulabilidades);


consentimento obtido por coação do representante do Estado, coação sobre um
Estado soberano pela ameaça ou emprego de força e o conflito de tratado posterior
com uma norma imperativa de Direito Internacional geral – Jus Cogens (nulidades);

17. Extinção: refere-se ao desaparecimento do acordo do ordenamento jurídico, deixando


seus preceitos de gerar efeitos jurídicos em caráter permanente.Ex: término do prazo,
cumprimento do objeto, acordo entre as partes, impossibilidade do cumprimento do
contrato.

Outras fontes do DIP

1. Costume jurídico internacional: prática geral, uniforme e reiterada dos sujeitos de


Direito Internacional, reconhecida como juridicamente exigível.

- Elementos Constitutivos:

a) Objetivo/ material: prática generalizada, reiterada, uniforme e constante de um


ato na esfera das relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos
externos. É a inverterata consuetudo, que constitui o conteúdo da norma
costumeira.
b) Subjetivo/psicológico: é a convicção de que essa prática é juridicamente
obrigatória (opinio júris).

Em regra, o processo de consolidação de uma prática costumeira antecede à opinio


júris. Por outro lado, a mera reiteração de atos configura apenas uso, visto que o
elemento subjetivo é também necessário para dar forma ao costume.

- Aspecto geográfico: a generalização não se confunde com a unanimidade. De fato, o


costume não precisa ser objeto de aceitação unânime de um grupo de Estados,
bastando que, no espaço em que a regra é entendida como costumeira, um grupo
amplo representativo reconheça sua obrigatoriedade. Recordamos também que a
generalização não significa que o costume deva ser global ou universal, podendo se
tratar de um costume regional ou empregado apenas nas relações bilaterais.

2. Princípios gerais de DIP

2.1 Autodeterminação dos povos: estabelece que o povo de um Estado possui a


prerrogativa de tomar as escolhas que são necessárias sem qualquer interferência externa,
escolhendo o seu destino e a forma da qual será dirigido. Tem sua base na soberania do País.

2.2 Igualdade entre os Estados: temos que, se todos possuem um governo, um


território e um povo próprio, nenhum deles poderá ser superior ou mais importante no
cenário internacional para justificar qualquer desigualdade entre os mesmos. Assim, o
exercício pleno de todos os diretos e garantias fundamentais pertence a todas as pessoas,
independentemente de sua raça, condição social, genealogia, sexo, credo, convicção política,
filosófica ou qualquer outro elemento arbitrariamente diferenciador, defendendo as minorias
étnicas – indígenas e os estrangeiros – religiosas, linguísticas e políticas de discriminações.

2.3 Não – intervenção: tem relação direta com o princípio da independência nacional, e
é a regra, que cada País se desenvolve da forma que lhe convier, sendo soberano, e não sujeito
a sofrer intervenção de qualquer outro país, seja ele qual for.

2.4 Prevalência dos direitos humanos: um dos mais importantes a serem considerados,
que teve o auge do seu desenvolvimento após o fim da Segunda Guerra Mundial, ante aos
intensos abusos cometidos durante aquele período.

2.5 Solução pacífica dos conflitos: afirma que para a solução de divergências e demais
conflitos, é necessária a utilização de meios pacíficos, que subdividem-se em diplomáticos,
políticos, jurídicos e jurisdicionais. O meio não pacífico (coercitivos e guerra) somente serão
admitidos quando do meio pacífico não surtir efeito.

2.6 Cooperação entre os povos: tem-se que toda a humanidade deve cooperar entre si,
para a perpetuação da paz.

2.7 Outros

3. Decisões das Organizações Internacionais: são os resultados das atividades de entidades


como a Organização das Nações Unidas (ONU), que se materializam em atos que podem gerar
efeitos jurídicos para o organismo que o praticou e para outros sujeitos de Direito
Internacional.

4. Atos Unilaterais dos Estados: os atos unilaterais não poderiam ser fontes do direito
internacional, porém os atos cuja existência tenha dependido exclusivamente da manifestação
de um Estado terminam por influenciar as relações internacionais, gerando consequências
jurídicas independentemente da aceitação ou envolvimento de outros entes estatais.
Exemplos:

 Protesto: manifestação expressa de discordância quanto a uma determinada situação,


destinada ao transgressor de norma internacional e voltada a evitar que a conduta
objeto do protesto se transforme em norma. Visa a resguardar os direitos do Estado
em face de pretensões de outro Estado. Ex: protestos por ocasião de golpes de Estado,
que violam normas internacionais que determinam o respeito à democracia;
 Notificação: ato pelo qual um Estado leva oficialmente ao conhecimento de outro ente
estatal fato ou situação que pode produzir efeitos jurídicos, dando-lhe “a necessária
certeza da informação”. É entendido como “ato condição”, ao qual a validade de ações
posteriores está vinculada. Ex: as notificações de estado de guerra;
 Renúncia: é a desistência de um direito, que é extinto. A bem da segurança jurídica e
da estabilidade das relações internacionais, a renúncia deve ser expressa, nunca tácita
ou presumida a partir do mero não-exercício de um direito;
 Denúncia: ato pelo qual o Estado se desvincula de um tratado;
 Reconhecimento: ato expresso ou tácito de constatação e admissão da existência de
certa situação que acarrete consequências jurídicas. Ex: reconhecimento de Estado e
de governo;
 Promessa: compromisso jurídico de adoção de certa conduta;
 Ruptura das relações diplomáticas: ato que suspende o diálogo oficial com um Estado
nas relações internacionais.

5. Soft Law (direito maleável): conjunto de regras cujo valor normativo seria limitado,
seja porque os instrumentos que as contêm não seriam juridicamente obrigatórios,
seja porque as disposições em causa, ainda que figurando em um instrumento
constringente, não criaram obrigações de direito positivo ou não criaram senão
obrigações pouco constringentes.

Características:
 Obrigatoriedade limitada ou inexistente;
 Elaboração rápida e flexível;
 Descumprimento nem sempre enseja sanções;
 Eventual transformação em norma tradicional.

6. Normas imperativas: O Jus Cogens

A noção de jus cogens é definida pelo artigo 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados, que estabelece que “É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite
com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção,
uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela
comunidade internacional dos Estados como um todo como norma da qual nenhuma
derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito
Internacional geral da mesma natureza.

A norma de jus cogens é um preceito ao qual a sociedade internacional atribui importância


maior e que, por isso, adquire primazia dentro da ordem jurídica internacional, conferindo
maior proteção a certos valores entendidos como essenciais para a convivência coletiva.

A principal característica do jus cogens é a imperatividade de seus preceitos, ou seja, a


impossibilidade de que suas normas sejam confrontadas ou derrogadas por qualquer outra
norma internacional, inclusive aquelas que tenham emergido de acordos de vontades entre
sujeitos do Direito Internacional. O Jus Cogens configura, portanto, restrição direta da
soberania em nome da defesa de certos valores vitais. Ex: direitos humanos, proteção do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável, paz e segurança internacionais, direito
de guerra e direito humanitário, proscrição de armas de destruição em massa e direitos e
deveres fundamentais do Estado.

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