Anda di halaman 1dari 36

Técnico de

Enfermagem
Módulo I
Ética Profissional

Produzido por:
Depto. Pedagógico - Escola Info Jardins
Rua Campos Sales, 303 - 8º andar
Centro de Barueri - SP
www.escolainfojardins.com.br

Copyright © 2011 - Escola Info Jardins - Todos os Direitos Reservados.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida.
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

SUMÁRIO

1 – HISTÓRIA DA ENFERMAGEM ................................................................................................. 3

2 – PRINCIPAIS ENTIDADES DA CLASSE NA ENFERMAGEM ................................................ 4

3 - ÉTICA E DEONTOLOGIA NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM .... 6

4 – BIOÉTICA ..................................................................................................................................... 8

5 – LEGISLAÇÃO............................................................................................................................... 8

6 – TEMAS ESPECÍFICOS DE BIOÉTICA .................................................................................... 22

7 – SUICÍDIO .................................................................................................................................... 26

8 – EUTANÁSIA ............................................................................................................................... 28

9 – TRANSPLANTE (A. MOSER) ................................................................................................... 30

10 – TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO HUMANA........................................................................... 32

11 - ALGUNS DOCUMENTOS DE BIOÉTICA ............................................................................ 34

12 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 36

Escola Info Jardins 2


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

1 – HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

A Enfermagem é uma profissão desenvolvida através dos séculos e que sempre teve como base três
elementos principais:

1) O Espírito de serviço, também compreendido como ideal profissional, condição essencial para
se atingir elevado grau na proposta de cuidar de doentes e preservação da saúde.
2) A Arte, definida pela habilidade em desenvolver as técnicas de enfermagem e em promover
conforto físico e moral do doente.
3) A Ciência, aperfeiçoamento dos conhecimentos através das ações empíricas, sempre buscando o
crescimento da categoria e o aumento da qualidade dos serviços prestados.
A História da Enfermagem pode ser dividida em quatro períodos que vão desde a era antes de
Cristo até a atualidade.

- Período da Era Antes de Cristo


Nesse período, a doença era considerada castigo de “Deus” ou dos “Deuses” e quem exercia o papel
do médico, farmacêutico e enfermeiro era o sacerdote, que tinha como principal terapêutica o
afastamento de maus espíritos. Não há documentos que comprovem a existência da “Enfermagem”
ou de procedimentos que precedam essa ciência nessa fase, mas há vários documentos que mostram
que houve evolução na medicina através dos estudos na área de Fitoterapia.

- Período da Era Cristã


Em decorrência da busca de uma vida mais caridosa, várias pessoas se reuniam em pequenos grupos
e prestavam assistência aos pobres, idosos, doentes e necessitados em geral. Esses grupos eram
liderados por religiosos. Por exemplo, em Roma, São Jerônimo dirigia um grupo que contava com
grande espírito de serviço e totalmente aliado à cultura.

- Período da Era da Decadência


Iniciou-se quando pessoas de baixo nível sócio econômico e baixo nível de qualificação pessoal
passaram a prestar este tipo de serviço. A enfermagem ficou vista então, como profissão de pessoas
pobres e vulgares, moças de família de nome e de alto padrão econômico não lhes era permitido
pela família trabalhar na enfermagem. No século XVIII surgiu São Vicente de Paula, que fundou o
Instituto das Irmãs de Caridade, que se dedicavam aos cuidados de enfermos.

- Período da Era Nightingale


Florence Nightingale, uma profissional com conhecimento teórico e prático. reformou totalmente a
enfermagem e iniciou uma outra fase. Aos 31 anos Florence conseguiu autorização para fazer
estágio em um hospital mantido por uma entidade protestante, em 1860 foi fundado em Londres a
primeira Escola de Enfermagem que funcionava juntamente com o Hospital São Tomas, onde
estabeleceu os seguintes critérios:

Escola Info Jardins 3


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

1) A direção da escola deveria ser exercida por uma Enfermeira, e não mais por um médico o que
era muito comum nos poucos cursos ministrados em hospitais.
2) O ensino deveria ser metódico e não ocasional através da prática.
3) A seleção das candidatas deveria ser feita do ponto de vista físico, moral, intelectual e por
aptidão profissional.
Estes critérios fizeram com que as moças educadas de família cultas, começassem a procurar e a se
dedicar a essa profissão, tornando-a uma profissão bem honrada e bem vista pela sociedade.
A Enfermagem foi evoluindo ao longo dos tempos, quebrando conceitos e preconceitos, rompendo
tabus, foi cada vez mais se aperfeiçoando até tornar-se hoje uma profissão de nível médio ao
superior, mas ainda esbarramos nestes preconceitos e tabus da nossa sociedade, cabe a cada
profissional desta área impor-se de maneira a demonstrar que detém o conhecimento e formação
teórico-prática para que todos sejam respeitados como profissionais dignos e de extrema
importância dentro da sociedade.

- De onde vem o nome Enfermeiro


A palavra Enfermeira/o se compõe de duas palavras do latim: “nutrix” que significa Mãe e do verbo
“nutrire” que tem como significados, criar e nutrir. Essas duas palavras, adaptadas ao inglês do
século XIX acabaram se transformando na palavra NURSE, que traduzido para o português,
significa Enfermeira.

2 – PRINCIPAIS ENTIDADES DA CLASSE NA ENFERMAGEM

- Sindicato
Como em todas as áreas, na Enfermagem também tem-se disputa por interesses. Por isso, antes de
se filiar a algum sindicato, o profissional deve obter informações a respeito do mesmo, conversar
com seus colegas e então escolher aquele que mais represente as suas reivindicações.

- ABEN – Associação Brasileira de Enfermagem


Fundada em 1926, sob a denominação de “Associação Nacional de Enfermeiras Brasileiras”, pelas
enfermeiras diplomadas na Escola Ana Neri. Hoje é uma sociedade civil com personalidade
jurídica, que congrega enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem,
organizada em nível nacional através das seções estaduais que, por sua vez, podem criar regionais.
Sua personalidade é de caráter científico e cultural, possuindo representatividade dos profissionais
associados que se beneficiam participando dos eventos nacionais e regionais, entre eles:
Congresso Brasileiro de Enfermagem (anual)
Seminário Nacional para Diretrizes (bianual)
Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem
A partir das reflexões e críticas destes eventos são tomadas inúmeras resoluções sobre a
enfermagem brasileira que colaboram para o crescimento da profissão e dos profissionais.

- COREN – Conselho Regional de Enfermagem


- COFEN – Conselho Federal de Enfermagem

São entidades fiscalizadoras e disciplinadoras do exercício profissional da Enfermagem. Para


melhor entendimento da estrutura e organização destas entidades, cita-se, a seguir, resumo da lei de

Escola Info Jardins 4


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

criação das mesmas (Lei 5.905 que pode ser consultada, na íntegra, no Diário Oficial da União de
13/07/73, seção I, Parte I, pg. 6.825):
Referente ao COFEN:
são criados o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e os Conselhos Regionais de
Enfermagem (CORENs)
o COFEN e os CORENs são órgãos disciplinadores do exercício da profissão da Enfermagem
o COFEN terá nove membros efetivos e igual número de suplentes, todos enfermeiros
os membros do COFEN serão eleitos por maioria de votos, em escrutínio secreto, na
Assembléia dos Delegados
o mandato será de três anos, admitida uma reeleição
a receita será constituída de : um quarto da taxa de expedição das carteiras profissionais, um
quarto de multas, um quarto de anuidades, doações, rendas eventuais.

Compete ao COFEN:
instalar os CORENs
elaborar o código de ética e alterá-lo, quando necessário
dirimir as dúvidas
julgar recursos provenientes dos CORENs
homologar, suprir ou anular atos dos CORENs
promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento
publicar relatórios anuais
convocar e realizar assembléias.

Referente ao COREN:
sede localizada na capital do estado
terá, no máximo, 21 membros e igual número de suplentes, na proporção de 3/5 de enfermeiros
e 2/5 dos demais profissionais
o número de membros sempre será ímpar, e a sua fixação será feita pelo Conselho Federal, em
proporção ao número de profissionais inscritos
eleição por voto secreto e obrigatório
ao eleitor que, sem justa causa, deixar de votar nas eleições, será aplicada multa correspondente
ao valor da anuidade
mandato de 3 anos, admitida uma reeleição
a receita será de: ¾ da taxa de expedição das carteiras profissionais, ¾ das multas, ¾ das
anuidades, doações.

Compete ao COREN:
deliberar inscrição e cancelamento de profissionais
disciplinar e fiscalizar o exercício profissional
fazer executar as instruções do COFEN
conhecer e decidir os assuntos referentes a ética
aplicar penalidades
expedir a carteira profissional
zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçem
propor ao COFEN medidas visando a melhoria do exercício profissional

Escola Info Jardins 5


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

3 - ÉTICA E DEONTOLOGIA NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE


ENFERMAGEM
3.1- Deontologia: Estudo dos princípios, fundamentos e sistemas de moral.

3.2 - Ética: Segundo o dicionário Aurélio, ética é o conjunto de normas e princípios que norteiam
a boa conduta do ser humano. O profissional de enfermagem deve orientar o seu comportamento
pelo código de ética que rege sua profissão. A ética aplicada ao exercício da profissão , abrange
os deveres em relação;
3.3- Dever: obrigação moral determinada , expressa / O dever é ativado pela consciência moral.
- consciência moral: é a capacidade que possui o homem de distinguir o bem moral do mal. É o
juiz das nossas ações e das alheias.
3.3.1) Características do dever:
O dever é obrigatório: A consciência nos atesta que somos obrigados a observar a lei moral, embora
conservemos, em virtude de nossa liberdade, o poder físico de não cumpri-la.
O dever é absoluto: A consciência revela que o cumprimento do dever é incondicional - gera
obrigação absoluta.
O dever é universal: A obrigação imposta pelo dever se estende a todos os homens, no tempo e no
espaço.
- Conseqüências do dever ;
- Responsabilidade: Responder pelos atos e sofrer as conseqüências acarretadas pelos
mesmos.
- O Mérito e o Demérito: É o aumento ou diminuição do valor moral.
- Virtude: O hábito do bem - agir conforme o dever
- Vício: O hábito do mal - agir em desacordo com o dever.
- A Sanção: É o conjunto de recompensas e castigos conseqüentes à inobservância ou
violação da lei natural.

1. Deveres para com os outros devido a atos prévios de você mesmo

• Fidelidade (manter as promessas...)


• Reparação (compensar as pessoas por danos ou lesões causadas)
• Gratidão (agradecer às pessoas pelos benefícios que conferiram a você)

2. Deveres para com os outros não baseados em ações prévias

• Beneficência (ajudar aos outros em necessidade)


• Não Maleficência (não causar danos a outros sem uma razão poderosa)
• Justiça (tratar os outros de forma justa)

3. Deveres para consigo mesmo

• Aprimorar-se física, intelectual e moralmente para alcançar o seu pleno potencial

3.4 - Noções de Direito


- Direito: É o poder moral de fazer, possuir ou exigir alguma coisa (baseia-se na razão e na lei
moral).
- Características do Direito:
Escola Info Jardins 6
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

- É universal - a todos os homens


- É inviolável - ninguém pode autorizar a injustiça
- É absoluto - respeitável por si mesmo
- Exigível pela coação - pode recorrer a força para exigir o direito

3.5- Relações Humanas


É a habilidade do homem de transformar o relacionamento humano em algo agradável,
positivo e criador.Todos os homens são iguais, considerados como criaturas e portando tem os
mesmos direitos e os mesmos deveres: todos vivem em sociedade para suprirem uns aos outros em
suas deficiências. Desta igualdade de condições nasce a obrigação de auxílio mutuo e de
solidariedade.
No hospital, as relações de trabalho são bem específicas. O rendimento no trabalho aumenta
sempre quando há maior satisfação por parte dos membros da equipe.

- Objetivo: Visa encontrar soluções a fim de permitir um perfeito entrosamento entre os


elementos de um mesmo grupo e outros grupos sociais.
O grupo é pois a unidade onde se opera as relações humanas. Os membros da equipe de saúde deve
se relacionar numa atitude de ajuda, de ajuste ao ambiente e de engajamento .
Em relação aos clientes/pacientes:
Os profissionais devem especialmente manifestar dedicação e caridade.
Ser afáveis e alegres, vencendo indisposições e sacrificando até o seu conforto.
Procurar se colocar no lugar do doente, tratando-os com o devido respeito.
Manter autoridade e insistir nas prescrições.
Ser modesto em suas atividades e palavras, evitando qualquer palavra crítica ou calúnia.

3.6- Segredo Profissional


Algo oculto que não se pode revelar sem justa causa.
Segredo Envolve: Dono - pessoa que conta,
Destinatário - pessoa que recebe o segredo
Conteúdo – aquilo que se ocultar
Tipos de Segredo:
1) Natural - o que vem a conhecer naturalmente. Ex: um, passeio, fora do exercício profissional fica
sabendo de um segredo.
2) Prometido - segredo que vem a prometer não revelar após o
conhecimento.
3) Confiado - segredo que vem prometer não revelar antes de
conhecer.
4) Profissional - tudo que vem a conhecer durante o exercício
profissional.
5) Sacramental - envolve o segredo confessional (padre) não se pode revelar em qualquer
circunstâncias. O conteúdo do segredo profissional, para a enfermagem é o prontuário: que é um
documento legal que inclui, diagnóstico, prognóstico, problemas pessoais, familiares e histórico
do paciente. O conteúdo envolve o paciente, a família e o funcionário.

Revelação do Segredo
1) Direta - revelar conteúdo e dono.
2) Indireta - quando se oferece possibilidades de descobrir o segredo.

Escola Info Jardins 7


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Quando se pode revelar o segredo profissional?

Quando em caso de herança e problemas familiares deve-se exigir documento legal(escrito).


Quando se pode revelar o segredo profissional?

de saúde;

4 – BIOÉTICA

Segundo A Vargas, a bioética estuda a moralidade da conduta humana no campo das


ciências da vida. Inclui a ética médica, mas vai além dos problemas clássicos da medicina, a partir
do momento que leva em consideração os problemas éticos levantados pelas ciências biológicas, os
quais não são primeiramente de ordem médica.

5 – LEGISLAÇÃO
5.1 - Decreto 94.406, de 08 de junho de 1987

Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem,
e dá outras providências
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
Decreta:
Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25
de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de
Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no
Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu
planejamento e programação.
Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa de
Enfermagem.
Art. 4º - São Enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos nos
termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de
Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as

Escola Info Jardins 8


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil


como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira conforme
o disposto na letra "d" do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
Art. 5º. São técnicos de Enfermagem:
I - o titular do diploma ou do certificado de técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a
legislação e registrado no órgão competente;
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro,
registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de
técnico de Enfermagem.
Art. 6º São Auxiliares de Enfermagem:
I - o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos
termos da Lei e registrado no órgão competente;
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956;
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do Art. 2º. da Lei nº 2.604, de 17
de setembro de1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964
pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por
órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº
23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº
3.640, de 10 de outubro de 1959;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28
de fevereiro de 1967;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do
país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como
certificado de Auxiliar de Enfermagem.
Art. 7º - São Parteiros:
I - o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o
disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso
estrangeiro, segundo as respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado
no Brasil, até 26 de junho de1988, como certificado de Parteiro.
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe:
I - privativamente:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública
ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas
empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de
Enfermagem;

Escola Info Jardins 9


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;


e) consulta de Enfermagem;
f) prescrição da assistência de Enfermagem;
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos
adequados e capacidade de tomar decisões imediatas;
II - como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em
rotina aprovada pela instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas
comissões;
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam
ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem;
g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos programas de
vigilância epidemiológica;
h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido;
i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos
específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; j) acompanhamento da evolução e
do trabalho de parto;

l) execução e assistência
obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem distocia;
m) participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria de saúde do
indivíduo, da família e da população em geral;
n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde,
particularmente nos programas de educação continuada;
o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de
doenças profissionais e do trabalho;
p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e contra-referência do
paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde;
q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde;
r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de Enfermagem, nos concursos
para provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal Técnico e Auxiliar de
Enfermagem.
Art. 9º - Às profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetriz ou de Enfermeira
Obstétrica, além das atividades de que trata o artigo precedente, incumbe:

Escola Info Jardins 10


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal;


II - identificação das distócias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico;
III - realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, quando necessária.
Art. 10 - O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico,
atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
I - assistir ao Enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de
Enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave;
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância
epidemiológica;
d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante
a assistência de saúde;
f) na execução dos programas referidos nas letras "i" e "o" do item II do Art. 8º.
II - executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas as privativas do Enfermeiro e as
referidas no Art. 9º deste Decreto:
III - integrar a equipe de saúde.
Art. 11 - O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio atribuídas à
equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;
II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação;
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outrasatividades de
Enfermagem, tais como:
ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
realizar controle hídrico;
fazer curativos;
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio;
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas;
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis;
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico;
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios;
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar;
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;

Escola Info Jardins 11


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive:
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de dependência de unidades de saúde;
V - integrar a equipe de saúde;
VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de Enfermagem e
médicas;
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos programas de educação para
a saúde;
VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes:
VIII - participar dos procedimentos pós-morte.
Art. 12 - Ao Parteiro incumbe:
I - prestar cuidados à gestante e à parturiente;
II - assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e
III - cuidar da puérpera e do recém-nascido.
Parágrafo único - As atividades de que trata este artigo são exercidas sob supervisão de Enfermeiro
Obstetra, quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível, sob controle e
supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domicílio ou onde se fizerem necessárias.
Art. 13 - As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente poderão ser exercidas sob supervisão,
orientação e direção de Enfermeiro.
Art. 14 - Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem:
I - cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfermagem;
II - quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as atividades da assistência de Enfermagem,
para fins estatísticos;
Art. 15 - Na administração pública direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal
e dos Territórios será exigida como condição essencial para provimento de cargos e funções e
contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição no Conselho
Regional de Enfermagem da respectiva região.
Parágrafo único - Os órgãos e entidades compreendidos neste artigo promoverão, em articulação
com o Conselho Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das situações já
existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os direitos adquiridos quanto a
vencimentos e salários.
Art. 16 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 17 - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 08 de junho de 1987;
José Sarney
Eros Antonio de Almeida

Escola Info Jardins 12


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Dec. nº 94.406, de 08.06.87 - Publicado no DOU de 09.06.87


seçãoI fls.8.853 a 8.855

5.2 - Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem


CAPÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º - A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da


coletividade.
Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os
preceitos éticos e legais.

Art. 2º - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das ações que
visem satisfazer às necessidades de saúde da população.

Art. 3º - O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana,


em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza.

Art. 4º - O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justiça, competência,


responsabilidade e honestidade.

Art. 5º - O profissional de Enfermagem presta assistência a saúde visando a promoção do ser


humano como um todo.

Art. 6º - O profissional de Enfermagem exerce a profissão com autonomia, respeitando os preceitos


legais da Enfermagem.

CAPÍTULO II
Dos Direitos

Art. 7º - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal.

Art. 8º - Ser informado sobre o diagnóstico provisório ou definitivo de todos os clientes que
estejam sob sua assistência.

Art. 9º - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o presente


Código e a Lei do Exercício Profissional.

Art. 10 - Participar de movimentos reivindicatórios por melhores condições de assistência, de


trabalho e remuneração.

Art. 11 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública ou


privada para a qual trabalhe não oferecer condições mínimas para o exercício profissional,
ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão
ao Conselho Regional de Enfermagem.

Parágrafo único - Ao cliente sob sua responsabilidade, deve ser garantida a continuidade da
assistência de Enfermagem.

Escola Info Jardins 13


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Art. 12 - Receber salários ou honorários pelo seu trabalho que deverá corresponder, no mínimo, ao
fixado por legislação específica.

Art. 13 - Associar-se, exercer cargos e participar das atividades de entidades de classe.

Art. 14 - Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais.

Art. 15 - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional, cultural e a defesa dos
legítimos interesses de classe.

CAPÍTULO III
Das Responsabilidades

Art. 16 - Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de


imperícia, negligência ou imprudência.

Art. 17 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou
atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.

Art. 18 - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, em


benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão.

Art. 19 - Promover e/ou facilitar o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural do pessoal sob sua
orientação e supervisão.

Art. 20 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente de


ter sido praticada individualmente ou em equipe.

CAPÍTULO IV
Dos Deveres

Art. 21 - Cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais da profissão.

Art. 22 - Exercer a enfermagem com justiça, competência, responsabilidade e honestidade.

Art. 23 - Prestar assistência de Enfermagem à clientela, sem discriminação de qualquer natureza.

Art. 24 - Prestar à clientela uma assistência de Enfermagem livre dos riscos decorrentes de
imperícia, negligência e imprudência.

Art. 25 - Garantir a continuidade da assistência de Enfermagem.

Art. 26 - Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito da assistência de


Enfermagem, possíveis benefícios, riscos e conseqüências que possam ocorrer.

Art. 27 - Respeitar e reconhecer o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa, seu tratamento e
seu bem-estar.

Art. 28 - Respeitar o natural pudor, a privacidade e a intimidade do cliente.

Escola Info Jardins 14


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Art. 29 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade
profissional, exceto nos casos previstos em Lei.

Art. 30 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento do cliente e família sobre o seu estado
de saúde e tratamento, possíveis benefícios, riscos e conseqüências que possam ocorrer.

Art. 31 - Colaborar com a equipe de saúde na orientação do cliente ou responsável, sobre os riscos
dos exames ou de outros procedimentos aos quais se submeterá.

Art. 32 - Respeitar o ser humano na situação de morte e pós-morte.

Art. 33 - Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por
parte de qualquer membro da equipe de saúde.

Art. 34 - Colocar seus serviços profissionais à disposição da comunidade em casos de emergência,


epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.

Art. 35 - Solicitar consentimento do cliente ou do seu representante legal, de preferência por


escrito, para realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino em Enfermagem, mediante
apresentação da informação completa dos objetivos, riscos e benefícios, da garantia do anonimato e
sigilo, do respeito a privacidade e intimidade e a sua liberdade de participar ou declinar de sua
participação no momento que desejar.

Art. 36 - Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo a vida e a integridade da pessoa


humana.

Art. 37 - Ser honesto no relatório dos resultados da pesquisa.

Art. 38 - Tratar os colegas e outros profissionais com respeito e consideração.

Art. 39 - Alertar o profissional, quando diante de falta cometida por imperícia, imprudência e
negligência.

Art. 40 - Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que infrinjam preceitos do


presente Código e da Lei do Exercício Profissional.

Art. 41 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam


recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivados pela necessidade do profissional em
preservar os postulados éticos e legais da profissão.

CAPÍTULO V
Das Proibições

Art. 42 - Negar assistência de Enfermagem em caso de urgência ou emergência.

Art. 43 - Abandonar o cliente em meio a tratamento sem garantia de continuidade da assistência.

Art. 44 - Participar de tratamento sem consentimento do cliente ou representante legal, exceto em


iminente risco de vida.

Art. 45 - Provocar aborto ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação.


Escola Info Jardins 15
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua
consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.

Art. 46 - Promover a eutanásia ou cooperar em prática destinada a antecipar a morte do cliente.

Art. 47 - Ministrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas que o compõem e da
existência de risco para o cliente.

Art. 48 - Prescrever medicamentos ou praticar ato cirúrgico, exceto os previstos na legislação


vigente e em caso de emergência.

Art. 49 - Executar a assistência de Enfermagem sem o consentimento do cliente ou seu


representante legal, exceto em iminente risco de vida.

Art. 50 - Executar prescrições terapêuticas quando contrárias à segurança do cliente.

Art. 51 - Prestar ao cliente serviços que por sua natureza incumbem a outro profissional, exceto em
caso de emergência.

Art. 52 - Provocar, cooperar ou ser conivente com maus-tratos.

Art. 53 - Realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino, em que o direito inalienável do


homem seja desrespeitado ou acarrete perigo de vida ou dano à sua saúde.

Parágrafo único - A participação do profissional de Enfermagem nas pesquisas experimentais, deve


ser precedida de consentimento, por escrito, do cliente ou do seu representante legal.

Art. 54 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o cliente, sem sua autorização.

Art. 55 - Publicar, em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participação ou omitir em
publicações, nomes de colaboradores e/ou orientadores.

Art. 56 - Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem autorização expressa, de dados, informações
ou opiniões ainda não publicados.

Art. 57 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da pessoa humana.

Art. 58 - Determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e demais legislações que
regulamentam o exercício profissional da Enfermagem.

Art. 59 - Trabalhar e/ou colaborar com pessoas físicas e/ou jurídicas que desrespeitem princípios
éticos de Enfermagem.

Art. 60 - Acumpliciar-se com pessoas ou instituições que exerçam ilegalmente atividades de


Enfermagem.

Art. 61 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de concorrência
desleal.

Art. 62 - Aceitar, sem anuência do Conselho Regional de Enfermagem, cargo, função ou emprego
vago em decorrência do previsto no Art. 41.
Escola Info Jardins 16
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Art. 63 - Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde, unidade
sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele
exercer as funções de Enfermagem pressupostas.

Art. 64 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que outro
profissional assine as que executou.

Art. 65 - Receber vantagens de instituição, empresa ou de cliente, além do que lhe é devido, como
forma de garantir assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para
si ou para outrem.

Art. 66 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no descumprimento


da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização ou fecundação artificial.

Art. 67 - Usar de qualquer mecanismos de pressão e/ou suborno com pessoas físicas e/ou jurídicas
para conseguir qualquer tipo de vantagem.

Art. 68 - Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor ordens,
opiniões, inferiorizar as pessoas e/ou dificultar o exercício profissional.

Art. 69 - Ser conivente com crime, contravenção penal ou ato praticado por membro da equipe de
trabalho que infrinja postulado ético profissional.

Art. 70 - Denegrir a imagem do colega e/ou de outro membro da equipe de saúde, de entidade de
classe e/ou de instituição onde trabalha.

CAPÍTULO VI
Dos Deveres Disciplinares

Art. 71 - Cumprir as normas dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.

Art. 72 - Atender às convocações dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, no prazo


determinado.

Art. 73 - Facilitar a fiscalização do exercício profissional.

Art. 74 - Manter-se regularizado com suas obrigações financeiras com o Conselho Regional de
Enfermagem.

Art. 75 - Apor o número de inscrição do Conselho Regional de Enfermagem em sua assinatura,


quando no exercício profissional.

Art. 76 - Facilitar a participação dos profissionais de Enfermagem no desempenho de atividades


nos órgãos de classe.

Art. 77 - Facilitar o desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa, devidamente aprovadas.

Art. 78 - Não apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer bem imóvel, público ou particular de que
tenha posse, em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.

Capítulo VII
Escola Info Jardins 17
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Das Infrações e Penalidades

Art. 79 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas


penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos
legais.

Art. 80 - Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência
e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 81 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos Federal e
Regionais de Enfermagem.

Art. 82 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela obtiver
benefício, quando cometida por outrem.

Art. 83 - A gravidade da infração é caracterizada através da análise dos fatos e causas do dano, suas
conseqüências e dos antecedentes do infrator.

Art. 84 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos deste Código.

Art. 85 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem,


conforme o que determina o Art. 18, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:

I - Advertência verbal.

II - Multa.

III - Censura.

IV - Suspensão do exercício profissional.

V - Cassação do direito ao exercício profissional.

Parágrafo primeiro - A advertência verbal consiste numa admoestação ao infrator, de forma


reservada, que será registrada no prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.

Parágrafo segundo - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10 (dez) vezes


o valor da anuidade da categoria profissional a qual pertence o infrator, em vigor no ato do
pagamento.

Parágrafo terceiro - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais
dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.

Parágrafo quarto - A suspensão consiste na proibição do exercício da Enfermagem por um período


não superior a 29 (vinte e nove) dias e será divulgada nas publicações oficiais dos Conselhos
Federal e Regionais de Enfermagem.

Parágrafo quinto - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem e será


divulgada nas publicações dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e em jornais de
grande circulação.

Escola Info Jardins 18


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Art. 86 - As penalidades de advertência verbal, multa, censura e suspensão do exercício


Profissional são da alçada dos Conselhos Regionais de Enfermagem; a pena de cassação do direito
ao exercício Profissional é de competência do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o
disposto no Art. 18, parágrafo primeiro, da Lei nº 5.905/73.

Parágrafo único - Na situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de Enfermagem,
terá como instância superior a Assembléia dos Delegados Regionais.

Art. 87 - Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:

I - A maior ou menor gravidade da infração.

II - As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração.

III - O dano causado e suas conseqüências.

IV - Os antecedentes do infrator.

Art. 88 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, conforme a natureza do ato
e a circunstância de cada caso.

Parágrafo primeiro - São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física, mental
ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade.

Parágrafo segundo - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida,
debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa.

Parágrafo terceiro - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade
permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral irremediável
em qualquer pessoa.

Art. 89 - São consideradas circunstâncias atenuantes:

I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com eficiência,
evitar ou minorar as conseqüências do seu ato.

II - Ter bons antecedentes profissionais.

III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação.

IV - Realizar atos sob emprego real de força física.

V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração.

Art. 90 - São consideradas circunstâncias agravantes:

I - Ser reincidente.

II - Causar danos irreparáveis.

III - Cometer infração dolosamente.


Escola Info Jardins 19
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

IV - Cometer infração por motivo fútil ou torpe.

V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outra infração.

VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima.

VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo ou
função.

VIII - Ter mais antecedentes pessoais e/ou profissionais.

Capítulo VIII
Da Aplicação das Penalidades

Art. 91 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas, cumulativamente,
quando houver infração a mais de um artigo.

Art. 92 - A pena de Advertência Verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido
nos artigos: 16 a 26; 28 a 35; 37 a 44; 47 a 50; 52; 54; 56; 58 a 62 e 64 a 78 deste Código.

Art. 93 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos:
16 a 75 e 77 a 79, deste Código.

Art. 94 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos:
16; 17; 21 a 29; 32; 35 a 37; 42; 43; 45 a 53; 55 a 75 e 77 a 79, deste Código.

Art. 95 - A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações ao que
está estabelecido nos artigos: 16; 17; 21 a 25; 29; 32; 36; 42; 43; 45 a 48; 50 a 53; 57 a 60; 63; 66;
67; 70 a 72; 75 e 79, deste Código.

Art. 96 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos casos de


infrações ao que está estabelecido nos artigos: 16; 24; 36; 42; 45; 46; 51 a 53; 57; 60; 70 e 79, deste
Código.

CAPÍTULO IX
Das Disposições Gerais

Art. 97 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.

Art. 98 - Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por iniciativa
própria e/ou mediante proposta de Conselhos Regionais.

Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a categoria.

Art. 99 - O presente Código entrará em vigor na data de sua publicação, revogando os demais
disposições em contrário.

Resolução COFEN-240/2000

Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá outras providências.

Escola Info Jardins 20


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

O Conselho Federal de Enfermagem-COFEN, no uso de suas atribuições legais e regimentais;

CONSIDERANDO a Lei nº 5.905/73, em seu artigo 8º, inciso III;

CONSIDERANDO o resultado dos estudos originários de seminários realizados pelo COFEN com
participação dos diversos segmentos da profissão;

CONSIDERANDO o que consta dos PADs COFEN nºs 83/91, 179/91, 45/92 e 119/92;

CONSIDERANDO a deliberação do Plenário em sua 288ª Reunião Ordinária;

RESOLVE:

Art. 1º - Fica aprovado o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, para aplicação na
jurisdição de todos os Conselhos de Enfermagem.

Art. 2º - Todos os profissionais de Enfermagem poderão conhecer o inteiro teor do presente


Código, bastando para tanto, requerê-lo no Conselho Regional de Enfermagem do Estado onde
exerce suas atividades.

Art. 3º - Aplicam-se aos Atendentes de Enfermagem e assemelhados que exercem atividades na


área de Enfermagem, todos os preceitos contidos no Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem.

Art. 4º - Este ato resolucional entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as
disposições em contrário, em especial, as Resoluções COFEN-160/93, 161/93 e 201/97.

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2000

Gilberto Linhares Teixeira João Aureliano Amorim de Sena

COREN-RJ Nº 2.380 COREN-RN Nº 9.176

Presidente Primeiro Secretário

5.3 – ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

Dos Direitos Fundamentais


Capítulo I
Do Direito à Vida e a saúde

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e


particulares, são obrigados a:
I- anter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de 18
(dezoito anos);
II- dentificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
competente;

Escola Info Jardins 21


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

III-proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do


recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV-fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e
do desenvolvimento do neonato;
V- anter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe;
Art. 11. É assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do Sistema Único de
Saúde, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e
recuperação da saúde;
o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento
especializado;
§ 2º.
medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação;
Art. 12. tabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança
ou adolescente;
Art. 13. suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
providências legais;
Art.14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para
a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de
educação sanitária para pais, educadores e alunos;

Parágrafo único. das crianças nos casos recomendados pelas


autoridades sanitárias.

6 – TEMAS ESPECÍFICOS DE BIOÉTICA

6.1) Aborto
O elevado número de abortos provocados anualmente, calculados em torno de 50
milhões,
pode dar impressão de uma reflexão inútil ,e essa conclusão parece se reforçar quando atentamos
para outros aspectos: muitos abortos apresentam a aparência de uma fatalidade irremediável devido
aos gravíssimos problemas que os originaram; nessa questão, abundam as posições unilaterais e
redutivas, a manipulação de dados, os interesses camuflados, as intransigências e os ataques
pessoais. Se a isso acrescentarmos a carga efetiva , o caráter angustioso e a dimensão inconsciente
em que, como resultado, o aborto se vê envolvido, pode se compreender melhor ainda a dificuldade
de dar uma opinião que, levando em conta as múltiplas implicações do tema, sirva a um diálogo
construtivo e a uma melhor defesa da vida. No entanto, vamos dar alguns tópicos.

6.1.1) Definição:
O aborto é a expulsão de um produto de concepção antes que ele seja viável.
O aborto á embrionário antes de 3 meses, fetal até o sétimo mês.

6.1.2) Classificação:
– aquele que acontece por causas naturais;
– aquele que acontece pela intervenção especial do homem.
As causas que estão na origem da provocação do aborto costumam ser chamadas de “indicações”:
a) indicação eugenica (= aborto eugenico) se o aborto é provocado para livrar-se de um feto com
taras (mal formações);

Escola Info Jardins 22


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

b) indicação médica ou terapêutica(= aborto terapêutico), se a causa for salvaguardar a vida ou a


saúde da mãe;
c) indicação social (= aborto com controle de natalidade) se interrompe a gravidez para não arcar
com a carga social e econômica que comporta;
d) indicação ética (= aborto falsamente ético), se com a interrupção da gravidez se pretende por um
aplicativo ao erro moral ou eliminar uma desonra social.

6.2 ) Legislação:
O artigo 158 do código penal admite o aborto:
e esta em perigo;

6.3 ) Em Nível Moral:

linha progressiva da Igreja admitiria o aborto em caso dos


excepcionais descobertos
(reprodução de excepcionais, peso para a sociedade);
distinção entre moral e legal;
necessidade de atacar as causas sociais;

(morte, graves conseqüências, esterilidade).

6.4) Questões a serem discutidas?

Não é o aborto um contra-senso com tantos métodos anti - concepcionais?

6.5 ) A morte e o morrer


Ultimamente tem sido publicado interessantes trabalhos a respeito deste tema. Neste nosso
estudo apresentamos somente o que nos toca mais de perto na atuação profissional.

Apresentamos 3 tópicos:
I – Definição de morte
II – Direitos do paciente terminal
III – Atitudes de fronte a morte e o morrer (relação e ajuda)

6.5.1 ) Definição de morte: Critérios para o diagnóstico de morte encefálica.


Os avanços da medicina, tais como medidas de ressuscitação cardíaca, maquinas de
circulação extracorpórea e respiradores, artificiais tornaram obsoleta a tradicional definição clínica
de morte. Para os médicos em geral e particularmente para os neurologistas se tornou imperiosa a
revisão do conceito de morte devido a diversos fatores. Os mais importantes são:

I. A capacidade da medicina moderna de prolongar indefinidamente uma vida através de meios


artificiais, torna imperativo que se defina a morte encefálica. Tal definição se justifica por meios
sociais, humanos e mesmo econômicos, pois os leitos de terapia intensiva são limitados e
dispendiosos, onerando os familiares com um caso irrecuperável. Muitas vezes os esforços para
atender sem necessidade a vida vegetaviva de um paciente, arruinam sua família e desacreditam
os médicos.

Escola Info Jardins 23


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

II. Os programas de transplantes exigem órgãos íntegros e hígidos para o seu sucesso e
funcionantes por ocasião da morte encefálica. Cabe ao médico em geral e ao neurologista em
particular, a difícil tarefa de decidir se determinado paciente, a despeito dos recursos
disponíveis, apresenta ou não cessação irreversível da atividade encefálica. É interessante
assinalar que alguns autores consideram a morte como um processo e não como um evento, e
portanto, não pode ser determinada como ocorrendo em um momento específico. Por isso talvez
seja mais correto estabelecer os critérios em que a morte ocorreu.
O cérebro pode ser deprimido por drogas até de níveis afuncionais, não perdendo entretanto
a capacidade de recuperação como por exemplo em anestesia. Em muitos centros
neurotraumatológicos se usa rotineiramente, em caso de contusão grave, o coma barbitúrico
iatrogênico, e o paciente nestas condições apresenta-se arreativo e com traçado
eletroncefalográfico isoelétrico. Acredita-se que hipotermia possa reproduzir este mesmo
quadro. Na grande maioria dos centros que utilizam órgãos de cadáver para finalidade
terapêutica se teve o cuidado de estabelecer as regras para definir morte encefálica. Estas regras
são variáveis de centro para centro, desde conceito puramente único, até critérios mais
sofisticados utilizando além de dados de ordem clínica, dados de exames subsidiários. Por estes
motivos, sentiu-se a necessidade de definir oficialmente o critério de morte encefálica. Em todo
paciente com traumatismo cranioencefálico ou com graves problemas neurológicos clínicos, o
diagnóstico de morte encefálica deverá basear-se nos seguintes critérios:
a) Paciente em coma arreatico e aperceptivo por mais de 6 horas de observação, tendo sido
excluídas condições de hipotermia e de uso de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central.
b) O Conceito clínico de morte encefálica deve ser respaldado por um exame complementar que
demonstre inequivocamente ausência de atividade cerebral ou ausência de perfusão sanguínea
cerebral. Em nossas condições atuais pode-se utilizar para isso o eletroencefalograma ou a
arteriografia cerebral, ou ainda medidas de fluxo sanguíneo cerebral mediante o emprego de
radioisotopos. Preenchidas as condições acima, a declaração de morte encefálica deverá
necessariamente ser assinada por um médico representante da Diretoria Clínica além do
neurologista clínico ou do neuro cirurgião responsável pela avaliação.

III. Questões a serem discutidas.


- Por que a morte nos assusta tanto?
- Como os profissionais trabalham esta realidade?

6.5.2 ) Direitos do paciente terminal

Carta dos direitos do paciente terminal


Tenho o direito de ser tratado como ser humano vivo até que eu morra.
Tenho o direito de ter esperança não importa que mudanças possam acontecer.
Tenho o direito de ser cuidado por pessoas que mantém o senso de esperança, mesmo que ocorram
mudanças.
Tenho o direito de expressar sentimentos e emoções sobre a morte a minha maneira.
Tenho o direito de participar nas decisões a respeito de meu tratamento.
Tenho o direito de ter cuidados médicos e de enfermagem mesmo que os objetivos “de cura”
mudem para objetivos “de conforto”.
Tenho o direito de não morrer sozinho.
Tenho o direito de não ter dor.
Tenho o direito de ter minhas questões respondidas honestamente.
Tenho o direito de não ser enganado.
Tenho o direito de ter ajuda de/para minha família aceitar minha morte.
Tenho o direito de morrer em paz e dignidade.

Escola Info Jardins 24


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Tenho o direito de conservar minha individualidade e não ser julgado por minhas decisões que
podem ser contrarias aos valores dos outros.
Tenho o direito de discutir e aprofundar minha religião e/ou experiências religiosas, não importando
o que isso signifique para os outros.
Tenho o direito de ser cuidado por pessoas sensíveis, humanas e competentes que procurarão
compreender e responder as minhas necessidades e sentir-se-ão gratificadas em me ajudar face a
minha morte.
(Este texto foi resultado de um seminário sobre: O Paciente Terminal: como ajuda-lo, em Lansing,
Michigan, USA.)

6.5.3) Atitudes defronte a morte e o morrer

a) Considerações gerais:
Desde os primórdios da história, o homem se preocupa com a morte. Esta preocupação se
caracterizou principalmente pelo sentimento de medo. A morte é o mais antigo e temido inimigo da
humanidade.
O conceito de imortalidade presente desde o homem primitivo, hoje ajuda o ser humano no
esforço de enfrentar a morte. Aproximadamente 80% das pessoas atualmente morrem em hospitais
(U.T.I) ou outras instituições como oposição de morrer em casa. A morte é inevitável, é somente
uma questão de tempo.
Doenças ameaçadoras da vida como o câncer, são freqüentemente vistas pelo paciente como
catastróficas, e podem levá-lo a passar por estágios semelhantes aqueles da pessoa que está
morrendo.
Se a morte é uma companheira constante na vida do homem, ele tem a chance de viver sua
vida e não simplesmente passar por ela.
Aqueles que têm mais medo de morrer são os que não viveram. Muitas pessoas morrem sem
terem a oportunidade de resolver assuntos pendentes.
Recentemente, descobertas clínicas apóiam e encoraja a revelação sincera, desde os estágios
iniciais da doença terminal a pessoa que esteja morrendo (dying person).
Religião não é a única necessidade da pessoa que esta morrendo.
Negação, isolamento e rejeição são o que o paciente terminal mais teme. O cuidado
adequado ao paciente terminal pode resultar numa morte com paz e dignidade.

b) Estágios pelos quais o paciente terminal passa:

Negação:
“Não, não é verdade”. Não pode ser.
Reação típica quando o paciente descobre que ele(a) está morrendo:
“Devem ter trocado o raio X”.
Ódio e Raiva:
Por que eu? Por que isso aconteceu comigo?
Ressentimento porque os outros podem viver e ele (a) não. Deus geralmente é alvo da raiva como
sendo a origem da sentença de morte.
Barganha: “Sim, eu, mas...”. Trégua temporária caracteriza-se por um período de oração. Segue o
instinto humano de que o bom comportamento será recompensado. Isto é uma tentativa para adiar
os acontecimentos. Freqüentemente o paciente , se auto impõe um prazo final.
Depressão: Aceitação do fato seguido de dor pelas perdas passadas, erros cometidos, coisas
materiais deixadas incompletas. Um estágio de sofrimento caracterizado pelo desejo de ficar
sozinho, diminui o interesse por pessoas e fatos.
Aceitação: Um estágio que sempre tem sentimentos fortes caracterizado pela relutância da parte do
paciente terminal de ver pessoas. Esta é a ocasião em que a família precisa de paz, ajuda e atenção.
Escola Info Jardins 25
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Um estado de paz e despreocupação caracteriza o paciente terminal.


OBS: Estes estágios não são absolutos uma vez que nem todas as pessoas passam por todos eles na
seqüência ou ritmo esperado. Observamos, no entanto, que quando usado com flexibilidade e
criatividade este paradigma pode ser uma ferramenta para entender o comportamento do Paciente
Terminal.
(cf. Dr. Elisabeth Kubler Ross, sobre a morte e o morrer)

c) Necessidades do Paciente Terminal


- Ter as necessidades emocionais e físicas satisfeitas.
- Não sentir-se isolado ou negligenciado.
- Ser capaz de discutir e cuidar das coisas inacabadas (unfinished business).
- Não se sentir rejeitado ou abandonado.
- Não estar sujo.
- Ser capaz de expressar sentimento e ser ouvido.
- Ter algum controle sobre as decisões que afetam seu destino.
- Ser capaz de morrer com dignidade, como ele quer, não importa se em estado de rebeldia ou não.

7 – SUICÍDIO
7.1 ) A realidade do suicídio
Contrariamente a antiga visão simplificada que considerava o suicídio como um fato
isolado, hoje ele aparece comumente como o fim de um processo, que aparece ao longo de toda
uma vida; e isso por outro lado, permite que ele possa ter de certa modo, ações preventivas.
A análise das tentativas de suicídio e o histórico das pessoas que se suicidaram permitiram a
descoberta de mecanismos psicológicos e sociais que podem favorecer a tomada de uma decisão tão
radical.
Em 1983, no Pronto Socorro de um hospital em São Paulo, foram atendidos 816 casos de
tentativas de suicídio:

-se ao verem a família passar fome:


faixas etárias: 70% entre 10 e 20 anos 25% entre 10 e 13 anos (não agüentam mais a vida;
espancamento pelos pais)

Natal – consumismo (pessoas sem meios para comprar, pessoas sozinhas):

ão

7.2 ) Os sobreviventes

morte por suicídio é o sentimento


de culpa;
-se aliviado é a segunda resposta experimentada por algumas pessoas (ente querido
com passagem pela polícia, justiça, alcoolismo, etc.);
a terceira reação ao suicídio pode ser a da raiva ou do ódio por ter sido abandonado;

apoio.

7.3) Enfoque moral (Praxis Cristã)

Escola Info Jardins 26


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

7.3.1) Visão subjetiva (responsabilidade da pessoa que se suicida ou tenta o suicídio).


Antigamente, como se desconheciam os complexos fatores que intervinham em um suicídio,
exagerava-se a responsabilidade pessoal do suicídio, acreditando-se que a ação correspondia a um
plano pensado e executado com lucidez. Hoje, está suficientemente provado que na grande maioria
dos casos, o suicida apresenta uma percepção muito unilateral dos valores, devido a um processo
seletivo condicionado. Esse fato é um sintoma de que a liberdade necessária para um ato humano
está muito comprometida. Essa situação pode ver-se acentuada por processos emocionais, que
limitem ainda mais a liberdade.
Ademais, a existência de uma responsabilidade subjetiva parece difícil quando se coloca o
suicídio dentro de um processo, pois o suicida não vê que as decisões que vai tomando
gradualmente, podem desembocar em uma solução fatal.
Não se exclui a responsabilidade de certos suicídios serem decididos aparentemente com
maior lucidez, como, por exemplo, os chamados suicídios “Altruistas”; a pessoa que se suicida para
não delatar companheiros, prevendo ser torturado com esse fim; a pessoa que suicida como sinal de
protesto diante de determinadas situações políticas, etc.
A moral não deve se preocupar muito em indagar as responsabilidades pessoais dos suicidas
já sendo difícil em qualquer humano, uma analise pessoal revela-se muito mais que aleatória no
caso do suicídio. Por isso, hoje se atende muito mais para as responsabilidades de uma ação
preventiva de suicídio, tendo em vista diversas indicações. Deve-se levar a sério qualquer
manifestação da intenção de um suicídio, pois cerca de 80% acabam cumprindo seu propósito.
Sendo o suicídio o final de um processo é possível conhecer a tempo que pessoas podem ser
consideradas “Candidatas” ao suicídio com certa probabilidade. Uma doença psíquica aguda podem
facilmente desembocar no suicídio.
Ao que parece, a vivência religiosa exerce um importante efeito inibitório. O suicídio pode
parecer uma saída sobretudo para aqueles que se sentem excluídos da comunidade.

7.3.2) Visão objetiva (o suicídio em si mesmo)

Praticamente inexistem justificativas generalizadas para o suicídio. Mas, em casos de


suicídios concretos, já foram apresentadas justificativas como ato de coragem ou de obediência a
Deus ou ainda como bem menor.
Segundo muitos autores, a filosofia não conseguiu apresentar uma argumentação válida e
conclusiva que demonstre a imoralidade absoluta do suicídio. O máximo a que ela parece chegar é
a conclusão de que o suicídio não é desejável eticamente, com base em uma perspectiva de
prioridade ou preferências.
- ealização tem prioridade sobre à auto destruição, o suicídio corta radicalmente toda
possibilidade de auto realização.
-
a sua criatividade, a possibilidade de colaborar para seu próprio desenvolvimento e para a
construção social por meio de atos possíveis de revisão.
- A liberdade vivida por mais tempo e com maior intensidade tem proeminência sobre a liberdade
prematuramente cortada. O homem é um ser que amadurece com o tempo: o suicídio acaba com
esse processo de desenvolvimento.
Todos esses esforços filosóficos para criar uma base ética contra o suicídio não demonstram
a sua imortalidade absoluta em qualquer situação.
Dentro do cristianismo e a partir de uma perspectiva religiosa, já se justificou a condenação
absoluta do suicídio com base no mandamento de não matar, O “não mataras” tal como aparece na

Escola Info Jardins 27


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Bíblia, não apresenta qualquer referência em relação ao suicídio, muito embora posteriormente a
tradição cristã tenha recorrido a essa proibição querendo incluir também o suicídio.
Santo Tomas e, com ele, os autores católicos basearam a imortalidade do suicídio em uma
tripla razão:

“ É absolutamente ilícito suicidar-se, por três razões”.


Primeira, porque todo ser se ama naturalmente a si mesmo; por esse motivo, o fato de
alguém se matar é contrário a inclinação natural e a caridade, pelo qual a pessoa deve amar-se a si
mesmo; daí o suicídio é sempre pecado mortal por ir contra a lei natural e contra a caridade.
Segunda, porque cada parte, enquanto tal, é, algo de um todo; um homem qualquer é parte
da comunidade, e portanto, tudo o que pertence a sociedade, logo quem se suicida atenta contra a
comunidade, como indicou Aristóteles
Terceira, porque a vida é um Dom dado ao homem por Deus, e sujeito ao seu divino poder
que mata e faz viver, portanto, quem priva-se a si mesmo da vida peca contra Deus.

O tema do suicídio remete a questão do domínio do homem sobre a própria vida.

Questões a serem discutidas:


-
-

8 – EUTANÁSIA
8.1) Preliminar
A eutanásia (juntamente com suicídio e o aborto) está entre aqueles problemas que retornam
sempre a tona nas discussões teológicas da atualidade. Em matéria legislativa ela faz infalivelmente
parte de uma trilogia indissociável: divórcio, aborto e eutanásia. Isto nada tem de surpreendente
uma vez que, por trás destes e de outros problemas semelhantes, encontra-se sempre uma visão do
mundo e do homem. Isto é tão verdadeiro que normalmente as posições assumidas diante dos vários
problemas aparentemente diferentes, é sempre a mesma.
Quem aceita irrestritamente o aborto, aceita irrestritamente a eutanásia.
É, sobretudo uma tentação constante na vida do médico.Entretanto, o problema não
atormenta apenas os médicos. Sempre com maior insistência, ele é colocado em termos de
consciência, mesmo para as pessoas que em linha de princípio adotam a concepção cristã da vida e
da morte. Elas as colocam mesmo em nome da moral e da caridade.
Por que uma morte inevitável não poderia ser apressada, quando o sofrimento é demasiado?
Por que em certos casos a morte não poderia ser encarada como libertação de um peso de uma vida
ao menos aparentemente inútil? Por que não atender ao menos aqueles que pedem a morte?
Antigamente a morte só poderia ser obtida por métodos chocantes. Mas hoje...

8.2) A colocação do problema


Antes de mais nada reina uma grande confusão em torno do termo eutanásia. Originando de
dois termos gregos, eutanásia significa literalmente morte boa (eu = bom; Thanatos = morte).

No decorrer dos séculos a palavra serviu para traduzir toda a solicitude médica diante dos
sofrimentos e angustias de um moribundo. Neste século, o termo eutanásia passou pouco a pouco a
representar um mero eufemismo para significar a supressão indolor da vida, voluntariamente
provocado, de quem sofre ou poderia sofrer de modo insuportável. Poderíamos defini-la como
pratica destinada a abreviar uma vida para evitar dores e incômodos ao paciente. Ela tanto pode ser

Escola Info Jardins 28


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

provocada diretamente por substâncias letais, como indiretamente pela supressão de meios
adequados e necessários para possibilitar a continuação do processo vital.
Ela pode ser provocada com ou sem a participação do paciente.
Eutanásia ativa ( positiva ) é a organização planificada de “ terapias “ que provocam a morte antes
de quando normalmente deveria acontecer. E a chamada morte piedosa.
Eutanásia passiva ( negativa ) é a omissão planificada de cuidados que prolongariam provavelmente
a vida do paciente.
Distanásia é a tentativa de prolongar a vida a todo custo e por todos os meios, mesmo quando estes
se revelam inúteis para possibilitar uma vida meramente vegetativa

8.3 ) Os argumentos a favor da eutanásia


É difícil elencar todos os argumentos. Nem mesmo é necessário. Entretanto, além do
argumento de ordem geral de que o homem é “Senhor da sua vida,” e portanto também da sua
morte, pode-se elencar alguns itens que especificam este principio geral:
-
qualidade desta vida. Se esta assume conotações desumanas pelo sofrimento, ou então pela
degradação, é preferível apressar a morte.
- nas o direito a vida, mas também o direito a morte. É um direito inerente
a qualquer ser humano; mesmo numa perspectiva religiosa não bastaria afirmar que Deus deu a
vida, e por isto só Ele pode determinar o momento e o modo da morte. Seria preciso acrescentar
que Deus criou o homem como ser inteligente e livre. Como negar-lhe então o direito de
determinar o como e o quando da sua morte, se essa já é um processo intransponível?
-
Uma vida quase vegetativa, inútil, mutilada pelo sofrimento não se enquadra com a dignidade
inerente a pessoa humana. A vida sem dignidade é uma afronta ao homem.
-
exigido pelas circunstâncias, tais como sofrimento insuportável, ou morte certa e eminente.

8.4) O ponto de vista da moral cristã católica


É difícil de se dissociar movimento pró eutanásia de outros movimentos liberalizados e
sobretudo das condições materialistas em que vive a sociedade moderna.
Este tipo de debate só pode verificar-se numa sociedade pouco preocupada com a
possibilidade de outra vida. De fato, aqui se verifica de novo, um confronto entre a concepção cristã
da vida e da morte e a concepção materialista, que descarta qualquer esperança de vida futura, ou
qualquer significado transcendente ligado ao sofrimento.
Por trás do problema da eutanásia se esconde a pretensão do homem de estabelecer critérios
de valor sobre a utilidade ou não de uma vida. Na medida em que formos nesta linha, não
tardaremos a entender que toda e qualquer vida humana está seriamente ameaçada, porque entregue
a sanha das mais estranhas ideologias. Na medida em que, o homem tenta rejeitar sua condição
criatural, e como tal se julga no direito de determinar quando e como deverá morrer, é difícil de
encontrar fronteiras seguras entre quem deve viver e quem deve morrer.
Mesmo do ponto de vista médico há uma série de restrições a eutanásia, independentemente
de considerações religiosas. Antes de mais nada, nem sempre é fácil estabelecer um diagnóstico ou
um prognóstico seguro sobre a possibilidade de uma pessoa de sobreviver ou não. Enquanto há vida
há sempre esperança de recuperação total, ou pelo menos parcial. Pensar o contrário vai contra uma
convicção básica que comanda todos os esforços da medicina a serviço do homem.
Ademais, mesmo nos casos em que a eutanásia for solicitada pelo paciente persiste sempre
dúvidas intransponíveis quanto a liberdade da pessoa em questão. Não poderia tratar-se de um
momento ou de um período de desânimo? Não poderia ser fruto de temor de se tomar um peso para
a família e para a sociedade?

Escola Info Jardins 29


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Como evitar concretamente que pressões de ordem econômica e familiares “deteriorem” a


“livre escolha” de um doente transformado em ônus? Como evitar que outros, como o Estado, por
exemplo, tomem esta decisão pelo paciente, isto através de toda sorte de pressões? Aceitar a
eutanásia não seria minar definitivamente a confiança dos pacientes no seu médico?
Além do fato da dor e do sofrimento apresentarem traços variáveis de pessoa para pessoa, e
por isto dificilmente mensuráveis, restam questões de ordem prática: qual o tipo de doentes que
poderiam ser eliminados? A partir de quando? Por que não eliminar os aleijados, os débeis mentais,
os velhos, os inimigos políticos? Onde e como estabelecer limites?
Todas estas questões, são reforçadas por considerações de ordem mais estritamente
teológicas, tais como a situação criatural do homem, o valor redentor do sofrimento.
É certo que só uma perspectiva de fé será capaz de dar forças ao homem para resistir aos
apelos da morte, sobretudo quando tudo parece se encaminhar implacavelmente para o fim.
E justamente na atitude do Cristo sofredor e na perspectiva da ressurreição que a moral se
opõe a eutanásia ativa, como aliás pela mesma razão, se opõe a distanásia. Pois se o cristão vê na
vida biológica um grande valor, ele também não considera a fase terrestre como definitiva.
Entretanto o ponto de vista moral deve ser especificado em vários ângulos:

-
e da morte. Contudo, já a partir de Pio XII se percebem matizes significativas no tocante a uma
espécie de eutanásia passiva, no sentido de se deixar a natureza seguir seu curso. Num celebre
discurso de 09 de setembro de 1958, Pio XII acentua que “é permitido com o consentimento do
paciente, o uso moderado de analgésicos ministrados para diminuir os sofrimentos, ainda que se
preveja que apressem o momento da morte”.
-
tempo e lugares). O mesmo, não se diz, contudo, dos meios extraordinários. Há circunstâncias
em que a atitude cristã diante da vida e da morte manda deixar a natureza seguir o seu curso. Se
der esta conotação a eutanásia passiva, podermos dizer que ela está de acordo com os
pressupostos cristãos. Mas, se por eutanásia passiva se entende a supressão também dos meios
ordinários, então deveríamos dizer que a eutanásia passiva, bem como a ativa, é inconciliável
com a perspectiva cristã, pois o homem se arroga aqui o direito do decidir sobre a vida e a morte.

Questões a serem discutidas.


-
-
-

9 – TRANSPLANTE (A. MOSER)

Os transplantes dos mais diversos órgãos já não constituem novidade. Todos os anos realiza-
se a Conferência Internacional de Transplantes para serem apresentados e discutidos os últimos
resultados. Desde 1963 existe a revista Transplatation, para comunicar ao mundo científico os
sucessos e as dificuldades neste campo. A maioria dos países já tem uma legislação que visa
regularizar os transplantes.

9.1) A Legislação Brasileira


Um decreto-lei de 10 de agosto de 1968 determina o seguinte sobre os transplantes no Brasil:
Art. 1º - A disposição gratuita de uma ou varias partes do corpo “post-mortem” para fins
terapêuticos, é permitida na forma desta lei.

Escola Info Jardins 30


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

Art. 3º - A permissão para o aproveitamento referido no artigo 1º, efetiva-se-a mediante a satisfação
de uma das seguintes condições:
I – Por manifestação expressa da vontade do disponente.
II – Pela manifestação da vontade, através de instrumento público, quando se tratar de disponentes
relativamente incapazes ou analfabetos.
III – Pela autorização escrita do cônjuge, não separado, e, sucessivamente, de descendentes,
ascendentes e colaterais, ou das corporações religiosas ou civis responsáveis pelo destino dos
despojos.
IV – Na falta de responsáveis pelo cadáver, a retirada somente poderá ser feita com autorização do
Diretor da Instituição, onde ocorre o óbito, sendo ainda necessária esta autorização nas condições
dos itens anteriores.
Art. 4º - A retirada e o transplante de tecidos, órgãos e parte do cadáver, somente poderão ser
realizados por médico de capacidade técnica comprovada, em instituições públicas e competentes.
Parágrafo Único – O transplante somente será realizado se o paciente não tiver possibilidade
alguma de melhorar através do tratamento médico ou ação cirúrgica.

9.2) Aspecto Moral


Sob o aspecto moral, os transplantes não parecem mais oferecer graves preocupações. Basta
dizer que Haring, no seu livro Ética Médica (Ed. Paoline, Roma 1972), dedica somente 3 das 400
páginas a questão (226-229). Basicamente acentuam-se os seguintes pontos, com os quais
concordamos:

1. Dada a possibilidade de os órgãos poderem ser obtidos de um doador morto, as doações por
parte de pessoas vivas só se justificam quando seja o único meio para salvar a vida de outrem.
2. Um critério importante para os transplantes é a conseqüência que ele possa ter sobre a
identidade da pessoa, como seria o caso do transplante de glândulas ou de cérebro.
3. Se deve, na medida do possível, consultar o doador, ou ao menos, depois da morte, seus
familiares.
4. Do ponto de vista moral não se pode a mínima objeção de fazermos a generosa doação dos
nossos órgãos para que, após a nossa morte, sejam utilizados em benefício de outra pessoa.
Entretanto, subsiste um problema relacionado com o momento em que os órgãos de uma pessoa
possam ser considerados disponíveis.
Nos transplantes de coração pode-se agir de duplo modo:
a) intervir sempre num doador “descerebrado” e só depois da parada cardíaca;
b) intervir antes da parada cardíaca, mas sempre após a morte cerebral.
A primeira eventualidade parece atender melhor as condições éticas, mas acarreta todas as
dificuldades de uma reanimação para transplantar um órgão tão sensível, de alguma forma lesado.
Ademais, o que sucederia com o “receptor”, se o coração do doador, por qualquer razão,
imprevistamente, não pudesse ser reanimado? Daí a preferência pela segunda hipótese, transplante
antes da parada cardíaca, mas sempre depois da morte cerebral.
Entretanto, como conciliar isto com o princípio ético de respeito a vida até o último
momento? A vida que deve ser preservada a todo custo é a vida humana e não uma vida meramente
vegetativa (após a morte cerebral). Essa breve antecipação do momento da morte total não é mais
do que uma aceleração de um processo irreversível, em benefício de alguém que pode recuperar a
saúde.

Questões a serem discutidas:


-
-
-

Escola Info Jardins 31


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

10 – TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO HUMANA


10.1) Inseminação Artificial:
Inseminação homóloga: quando o esperma introduzido artificialmente no aparelho genital da
mulher provir do seu marido.
Inseminação heteróloga: quando o esperma introduzido artificialmente no aparelho genital da
mulher provir de um terceiro.
Inseminação mista: mista do sêmen do marido e de um terceiro (que tem um objetivo psicológico:
dar uma certa base a ilusão de que um homem de escassa fecundidade é realmente o pai de filho
nascido desse modo).

Avaliação moral:
Atualmente, há três posições claramente definidas sobre esse ponto dentro da Igreja
Católica. A primeira, mais tradicional e apresentada como ensinamento oficial, rejeita como imoral
toda a inseminação, homóloga e heteróloga: maldade da masturbação e a desvinculação em relação
ao ato conjugal ou artificialmente da intervenção contrária a conformidade da natureza.
A segunda posição, intermediária, considera que a inseminação homóloga pode merecer
uma avaliação positiva, mas não a heteróloga. A homóloga preservaria a comunhão de pessoas
dentro do casamento. A terceira posição, é a que acabaria por se impor inclusive dentro da própria
Igreja, enfoca essa questão a partir de um horizonte personalista, não a partir da simples fidelidade a
uma natureza: ver o bem global das pessoas implicadas (amor).

A Inseminação e a Lei:
Geralmente, as leis defendem um conceito de paternidade biológica que representa problemas no
caso da inseminação heteróloga. Nesse caso, quem é o pai legal? A quem corresponde legalmente a
herança, a custódia, o dever da manutenção e ajuda? Nesse campo, a vida está muito na frente das
leis.

10.2) Fecundação em Laboratório


Fecundação em vitro ou “bebês de proveta”.

10.2.1) O que é?
(em caso de esterelidade tubária mais ou menos 2% das mulheres).
A realização da fecundação em laboratório se dá através de vários passos. A obtenção do óvulo
pode ser feita depois de esperar que a maturação se produzida de modo espontâneo ou então depois
de provocá-la artificialmente, administrando em doses adequadas um hormônio que desencadeia a
ovulação em um período de trinta e seis horas.
Com uma pequena incisão se extrai o óvulo poucas horas antes da ocorrência da ruptura do folículo;
depois de extraído o óvulo, ele é mantido em cultivo em um meio especial: mantida algumas horas
em incubação a temperatura conveniente, depois ele é colocado em contato com os
espermatozóides.
A obtenção do esperma, diretamente do doador ou de um banco, é uma tarefa muito mais simples.
Se a fecundação se realiza, o óvulo fecundado é mantido no laboratório até a fase da morula e
inclusive de blastócito, para depois ser transferido para o útero, quando se deseja a continuação do
processo. A transferência para o útero constitui uma operação delicada, na medida em que, por ter
êxito, exige uma harmonização entre a fase de desenvolvimento em que se encontra o óvulo
fecundado e a disposição do útero para recebê-lo de modo que possa se verificar a implantação.

Escola Info Jardins 32


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

A fecundação em laboratório pode se realizar por dois tipos hipotéticos de objetivos: obter o
desenvolvimento de seres humanos diante da impossibilidade de consegui-lo naturalmente ou com
fins de estudo e pesquisa.

10.2.2) Abordagem Moral

10.2.2.1) Contra a fecundação em laboratório

a) Posição oficial da Igreja


Pelo que dissemos anteriormente sobre a inseminação artificial, pode-se concluir sem dificuldade
que a moral católica oficial mostra uma oposição absoluta a fecundação em laboratório, técnica
mais agressiva e afastada dos processos naturais. Os motivos de rejeição coincidem
fundamentalmente com os expressos a propósito da inseminação. Segundo essa posição trata-se de
uma degradação da paternidade e da maternidade que se afastam desse modo do modelo imperativo
da natureza. Além do mais qual seria o valor moral a não ser uma conquista humana (significado
humanizador?).

b) Quando começa o ser humano?


De fato, a técnica da fecundação in vitro implica ao sacrifício de dois, três ou mais embriões
“surnumerários”. Por ter mais chances de sucesso, fecunda-se 4 ou 5 óvulos; dos embriões assim
obtidos, três são habitualmente implantados no útero sabendo que dois serão eliminados
naturalmente e ¼ é congelado, para ser implantado em caso de dano da primeira tentativa ou para
servir de “material terapêutico” em prol daquele que foi implantado.

c) Um processo para o homem?


A respeito da fecundação em laboratório, surgem três problemas de prioridade neste período de
“crise econômica”.

mundo pelo preço de uma única criança concebida por fecundação in vitro;

s esforços na pesquisa das


causas da esterelidade tanto masculina como feminina. Entre essa causa, citamos o aumento
denunciado desde vários anos pela OMS, das doenças venéreas.

10.2.2.2) Aceitação crítica condicional


a) A separação entre sexualidade e procriação, que constitui uma imoralidade obsoluta para a
posição oficial da Igreja, seja qual for o lugar ou a circunstância, não merece tal estigma moral
quando a procriação é impossível através do ato sexual e quando essa situação encontra uma
solução humana através da técnica. Na visão personalista devemos ter como base a sensatez
humana devido aos riscos e visando unicamente solucionar graves problemas de casais
infecundos.
b) Se a criança for “o dom excelentíssimo do matrimônio” (Gaudium et Spes nº 50) se a fecundação
in vitro for o último recurso de um casal para remediar a uma esterelidade por outros meios, ela
não seria um fim objetivamente bom? A união de duas pessoas em comunidade de pais a serviço
da criança? Para que a ciência manifeste sua consciência de serva do homem, precisa colocar
em termos de limites o problema das experimentações ligadas a fecundação in vitro. Essas
deveriam ser prócritas em embriões que já passaram o estágio da implantação por uma razão de
prudência, qualquer que seja de uma argumentação científica sobre o processo de individuação.
No mesmo espírito, congelar embriões em previsão de uma nova tentativa de implantação em

Escola Info Jardins 33


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

pouco tempo parece aceitável, mas não a estocagem prolongada que os expõem a ser tratadas
em material de laboratório ou produtos comercializáveis. O importante é ver o significa
profundo do amor humano e sua expressão na vinda de uma criança.
10.2.2.3) O papel das manipulações em matéria de procriação: a criança a qualquer preço não
seria a abolição da família?

O papel das manipulações em matéria de procriação é, em definitivo, a criança, símbolo do humano


e da família. Será que a criança seria considerada por nós somente como um objeto que podemos
desejar como qualquer outro objeto? Ou vamos reconhecer que a criança é desde o início de sua
existência um verdadeiro sujeito de direito?
Definir a família e direito de nascer numa família seria uma excelente maneira de clarear o que
queremos, um primeiro passo na resistência a fascinação face as manipulações em matéria de
procriação.

10.2.2.4 ) “Mãe de aluguel”


Atrás deste conceito, encontramos toda a ideologia da “Criança desejada”. Podemos, depois ter
combatido tanto a idéia da “mulher objeto”, aceitar aquele do “bebê objeto”?

Devemos somente prestar atenção ao único desejo dos pais, sem inquietar-se com o futuro
reservado a crianças que teriam dois pais, duas mães ou um só parente? A experiência forneceu
mais de uma razão para se alarmar.
O balanço da equipe de “Saint Louis” ( Estados Unidos ) após três anos, indica sobre 200 casos, um
terço das mães portadoras da criança mudaram de opinião e recusaram dar a criança. Ao contrario,
nasceu em Michigan, um bebê perfeitamente normal mas que ninguém mais queria. E que dizer das
relações psicológicas que se cimentam, nas primeiras horas após o parto, entre mãe e sua criança.

Questões a serem discutidas.

11 - ALGUNS DOCUMENTOS DE BIOÉTICA

1 - Carta Brasileira dos Direitos do Paciente


Os participantes do II Congresso Brasileiro de Humanização do Hospital e da Saúde, realizado em
São Paulo, de 13 a 15 de agosto de 1981, promovido pelo Centro São Camilo de Desenvolvimento
em Administração da Saúde:

objetivo de seu atendimento;

servem;
des específicas das condições bio psíquico sociais do enfermo;

derando a necessidade de evitar agressões de qualquer ordem ao enfermo e de integra-lo


como elemento ativo no processo terapêutico;

conceito da saúde, evitando-se uma simples concentração de esforços na doença;

Escola Info Jardins 34


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

despersonalização dos cuidados prestados aos pacientes;


CARTA BRASILEIRA DOS DIREITOS DO PACIENTE que serviria como
ponto de referência para o exercício profissional da equipe de saúde e para a operação das
instituições desta área.

Toda pessoa que necessita de cuidados de saúde tem o direito:

1. A saúde e a correspondente educação sanitária para poder participar ativamente da preservação


da mesma.
2. De saber como, quando e onde receber cuidados de emergência.
3. Ao atendimento sem qualquer restrição de ordem social, econômica, cultural, religiosa e social
ou outra.
4. Ao vida e a integridade física, psíquica e cultural.
5. A proteção contra o hipertecnicismo que viola seus direitos e sua dignidade como pessoa
6. A liberdade religiosa e a assistência espiritual.
7. De ser respeitado e valorizado como pessoa humana.
8. De apelar do atendimento que fira sua dignidade ou seus direitos como pessoa.
9. De ser considerado como participante do processo de atendimento a que será submetido.
10. De conhecer seus direitos a partir do início do tratamento.
11. De saber se será submetido a experiência, pesquisa ou práticas que afetem o seu tratamento ou a
sua dignidade de recusar submeter-se as mesma.
12. De ser informado a respeito do processo terapêutico a que será submetido, bem como de seus
riscos e probabilidade de sucesso.
13. De solicitar a mudança de médico, quando julgar oportuno, ou de discutir seu caso com um
especialista.
14. A assistência médica, durante o tempo necessário e até o limite das possibilidades técnicas e
humanas do hospital.
15. De solicitar e de receber informações relativas aos diagnóstico, ao tratamento e aos resultados
de exames e outras práticas efetuadas durante sua internação.
16. De conhecer as pessoas responsáveis pelo seu tratamento e de manter relacionamento com as
mesmas.
17. A ter seu prontuário devidamente preenchido, atualizado, e mantido em sigilo.
18. A rejeitar, até os limites legais, o tratamento que lhe é oferecido e receber informações relativas
as conseqüências de sua decisão.
19. Ao sigilo profissional relativo a sua enfermidade por parte de toda a equipe de cuidados.
20. A ser informado do estado ou da gravidade de sua enfermidade.
21. De ser atendido em instituições com serviços adequados.
22. De conhecer as normas do hospital relativos a sua internação.
23. De receber explicações relativas aos componentes da fatura independente da fonte de
pagamento.
24. De receber familiares ou outras pessoas estranhas a equipe de cuidados.
25. De deixar o hospital independente de sua condição física ou situação financeira mesmo
contrariando o julgamento do seu médico e do hospital, embora, no caso deva assinar seu
pedido de alta.
26. De recusar sua transferência para outro hospital ou médico até obter todas as informações
necessárias para uma aceitação consciente da mesma.

Escola Info Jardins 35


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Ética Profissional

12 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. COREN-SP – Documentos Básicos de Enfermagem – Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares – 1ª

edição, 2001.

2. BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de, PESSINI, L. Bioética e Saúde, Centro São Camilo

de Desenvolvimento em Administração de Saúde, 1989.

3. PIEPEP, A Et alii, Suicídio e direito de morrer, concilium/199. 1985/3: Moral – número

honográfico.

4. CUYAS, Manuel. “El Transplante e recambios de organos humanos: aspectos éticos”, in Labor

Hospitalaria, nº 194, 1984, p.228-276.

5. BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de, Respeito a vida, procriação e Igreja in

Convergência, março, 89, ano XXIV, nº 220, p. 116-128.

6. ZIEGLER, J. , Os vivos e os mortos, p. 220.

7. PESSINI, Leocir, “Atitudes defronte a morte e o morrer” in Pastoral da Saúde, Ministério junto

aos enfermos, Ed. Santuário, Aparecida, 1987, p. 195-198.

8. PESSINI, Leocir, “Morrendo com dignidade”, in solidariedade com os enfermos. Editora

Santuário, Aparecida, p. 176-192.

Escola Info Jardins 36

Anda mungkin juga menyukai