DIREITO DE PROPRIEDADE
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Conteúdo
3. Competência Legislativa
5. Modalidades
6. Servidão Administrativa
7. Requisição
8. Ocupação Temporária
9. Limitações Administrativas
10. Tombamento
11. Desapropriação
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INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DIREITO DE PROPRIEDADE
A atual Carta Política reconhece o Direito de Propriedade no art. 5°, inciso XXII, in verbis:
Art. 5° ...
Logo na seqüência, a Constituição impõe uma limitação ao Direito de propriedade, o que prova que
tal direito não é absoluto, aduzindo, no art. 5°, inciso XXIII:
Art. 5°...
Na mesma toada, segue o Código Civil que, no art. 1.228, parágrafo 1°, apregoa:
Reforça, portanto a Lei Substantiva, o sentido social da propriedade, eis que, se o proprietário não
respeita essa função, nasce para o Estado o poder jurídico de nela intervir e até de suprimi-la.
Conceito – intervenção do Estado na propriedade privada é toda e qualquer atividade estatal eu,
amparada na lei, tem por fim ajustá-la à função social à qual está condicionada.
A intervenção revela um poder jurídico do Estado, calcado em sua própria soberania.
É um verdadeiro poder de império ( jus imperii), devendo a ele sujeição os particulares
A atual Constituição dá suporte à intervenção do Estado no Direito de Propriedade, ex vi art. 5°, XXIII;
Art. 182, § 2°; Art. 5°, XXV, além de outros dispositivos que serão abordados oportunamente.
3. COMPETÊNCIAS LEGISLATIVA
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A supremacia do interesse público sobre o privado é verdadeiro postulado fundamental, eis que o
Estado age de forma vertical, isto é cria imposições, que restringem ou mesmo suprimem o direito de
propriedade do dominus, em função de um interesse maior que é o coletivo.
Assim, toda vez que se chocarem o interesse público e o privado, prevalece o primeiro.
Ao estatuir que a propriedade deve atender à sua função social, a Carta Política assegura o direito do
proprietário, de um lado, tornando inatacável a sua propriedade e, ao mesmo tempo, faz incidir sobre o
proprietário o dever jurídico de mantê-la ajustada à função social.
Apesar de traduzir um conceito aberto, a função social da propriedade está definida nos mandamentos
Constitucionais e na legislação infra-legal, que fixam parâmetros objetos para estabelecer, por exemplo, a
função social da propriedade urbana e da propriedade rural.
6. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
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A indenização ao proprietário é condicionada à ocorrência de dano e prévia.
7. REQUISIÇÃO
a) Noções Gerais
C) Objeto e Indenização
Incide sobre bens móveis, imóveis e serviços particulares. A finalidade é proteger a
sociedade contra situações de perigo público iminente.
A indenização pelo uso de bens e serviços alcançados pela requisição é condicionada à
ocorrência de danos. E será sempre posterior (ulterior).
c) Instituição e Extinção
Pode ser de imediato decretada, sempre que houver uma situação de perigo público
iminente. Isto posto, há auto-executoriedade na instituição de uma requisição.
8. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
a) Sentido e Objeto
É a forma de intervenção pela qual o Poder Público usa, transitoriamente, imóveis privados,
como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos. Ex: utilização temporária de terrenos
contíguos a estradas para estacionamento de máquinas de asfalto, equipamentos de serviços,
pequenas barracas de operários; uso de escolas e clubes por ocasião de eleições.
b) Fundamentos
b.1) Supremacia do interesse público;
b.2) Função social da propriedade ( art. 5º, XXIII);
b.3) Fundamento específico: art. 36 Dec. Lei 3.365/41:
É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação
própria, de terrenos não-edificados, vizinhos às obras e necessários à sua
realização.
d) Modalidades e Indenização
Em razão do art. 36, do Dec Lei 3365/41 retrotranscrito pode-se inferir que há dois tipos de
ocupação temporária: ocupação temporária necessária para obras vinculadas a um processo de
desapropriação e ocupação temporária para as demais obras e serviços públicos em geral.
A questão da indenização deve levar em conta as duas modalidades. No caso da ocupação
temporária vinculada a um processo de desapropriação, por força do art. 36, do Dec. Lei 3.365/41,
há a obrigação, por parte do Estado de indenizar.
Na hipótese de ocupação temporária desvinculada de desapropriação, em princípio não
haverá desapropriação, exceto se o uso acarretar comprovado prejuízo ao proprietário.
e) Instituição e Extinção
e.1) Ocupação vinculada a desapropriação – é indispensável o ato formal de instituição, que
pode ser o próprio Decreto Expropriatório;
e.2) Ocupação desvinculada de desapropriação – por ser feita manu militari, isto é, há auto-
executoriedade na sua instituição.
9. LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
a) Sentido
São determinações de caráter geral, através das quais, o Poder Público impõe a proprietários
indeterminados, obrigações de fazer, não fazer e obrigações permissivas, para condicionar a
propriedade ao atendimento de sua função social. Ex: impor ao proprietário limpeza de terreno,
Proibir a construção acima de determinado número de pavimentos (gabarito de prédios), permissão
de vistoria de elevadores em edifícios e ingresso de agentes para fins de vigilância sanitária.
As limit6ações administrativas têm caráter de definitividade.
b) Natureza Jurídica
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São atos legislativos ou administrativos de caráter geral.
Fundamentos
a) Supremacia do interesse público;
b) Funçãso social da propriedade (art. 5º, XXIII, CF, art. 170, III, CF);
c) Exercício do poder de polícia (as limitações administrativas estarão sempre
estampadas na lei ou em atos normativos fundados na lei).
d) Indenização
10. TOMBAMENTO
a) Sentido
É a forma de intervenção na propriedade, pela qual o Poder Público visa proteger o
patrimônio cultural brasileiro, limitando o seu uso e até mesmo condicionando sua disposição por
parte do proprietário.
b) Fonte Normativa
Art. 216, §1°, Constituição Federal;
Dec. Lei nº 25, 30/11/1937.
c) Fundamento
c.1) Supremacia do interesse público;
c.2) Função social da propriedade (art. 5°, XXIII e 170, III, CF);
c.3) Fundamento específico – § 3°, art. 215, CF – Estabelce o Plano Nacional de Cultura.
d) Objeto
Incide sobre bens móveis ou imóveis que traduzem aspecto de relevância para a noção de
patrimônio cultural brasileiro (art. 1º Dec Lei n° 25/37).
e) Espécies
e.1) Em relação à manifestação de vontade – pode ser voluntário ou compulsório.
É voluntário quando o proprietário consente o tombamento, seja de ofício ou quando ele
mesmo formula pedido ao Poder Público.
É compulsório quando o Poder Público inscreve o bem como tombado, apesar da resistência
e do inconformismo do propritário.
e.2) Quanto à eficácia do ato pode ser provisório ou definitivo.
É provisório enquanto está em curso o processo administrativo instaurado pela notificação
feita ao proprietário e definitivo quando concluído o processo.
Impende consignar que o tombamento provisório é medida assecuratória de preservação do
bem, enquanto corre administrativamente o processo para tombamento do bem.
e.3) Quanto à abrangência – pode ser individual ou coletivo. Individual quando atinge um
determinado bem e coletivo quando atinge todos os bens situados em um bairro ou uma cidade.
e) Instituição
O tombamento deve ser instituído por meio de ato administrativo típico, porque mantém
para o proprietário a possibilidade de discutir em juízo a sua validade.
Entretanto há quem defenda a hipótese de o tommbamento ser instituído por meio de lei de
efeitos concretos.
f) Processo Administrativo
O tombamento deve ser precedido de um processo administrativo onde esteja presente o
devido processo legal, com direito de contraditório e ampla defesa para o proprietário.
G) Efeitos do Tombamento
g.1) registro no ofício de registro de imóveis;
g.2) Dever de conservar por parte do proprietário. Entretanto, se este não dispuser de
recursos, deve comunicar o fato ao órgão de promoveu o tombamento, que deverá executar obras
de reparação às suas expensas;
g.3) Restrições para a vizinhança do prédio tombado – é vedada qualquer construção que
reduza a visibilidade em relação ao prédio tombado; é vedado colocar cartazes ou anúncios;
g.4) Direito de Preferência – o proprietário antes de alienar o bem tombado deve notificar a
União, o Estado ou o DF e o Município onde situe o bem tombado, para que exerçam o direito de
preferência, no prazo de trinta dias.
h) Indenização – Em regra o tombamento não gera direito a indenização.
11. DESAPROPRIAÇÃO
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a) Natureza jurídica
Trata-se de um procedimento híbrido, eis que começa administrativamente e, quase sempre,
desemboca na esfera judicial.
Tem duas fases:uma administrativa e outra judicial.
b) Pressupostos
b.1) utilidade pública
Quando a transferência do bem se afigura conveniente para a Administração. Ex:
desapropriação para construir um viaduto, ampliar uma via, etc.
b.2) necessidade pública
Quando a transferência da propriedade para o Estado ocorre em situações de emergência,
cuja solução exija a desapropriação. Ex: possibilidade de desabamento de um prédio e conseqüente
desapropriação de prédios vizinhos, para realização de obras emergenciais de infraestrutura.
Consiste nas hipóteses em que mais se realça a função social da propriedade. O interesse
social, normalmente, pressupõe ação ou omissão por parte do proprietário, no sentido de promover
desigualdades sociais ou afronta ao meio ambiente.
c) Espécies de Desapropriação
Seus fundamentos são utilidade pública, necessidade pública ou interesse social, sendo certo
que, no caso de utilidade e necessidade pública, o diploma que regula a matéria é o Dec. Lei
3.365/41.
c.3) Desapropriação rural para fins de Reforma Agrária – art. 184, CF – incide sobre bens
imóveis rurais para fins de reforma agrária. Trata-se de modalidade específica de desapropriação
por interesse social e permite a perda da propriedade quando esta não esteja cumprindo a sua
função social:
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida
em lei.
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e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de
produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
d) Objeto
Assim, podem ser desapropriados bens imóveis, móveis, corpóreos ou incorpóreos. Ex:
ações, cotas ou direitos relativos ao capital de pessoas.
Pressupõe a direção vertical das entidades federativas. Assim, a União pode desapropriar
bens do Estado, que pode desapropriar bens do Município.
Embora não haja hierarquia entre os entes federativos, a doutrina admite a possibilidade
de desapropriação pelos entes maiores pelo fundamento da preponderância do interesse.
Hely Lopes Meirelles defende posição diversa, posto que defende que tais faixas de terra
pertencem ao domínio privado.
F) Competências
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II – desapropriação
È concorrente da União, dos Estados, do DF e dos Municípios (art. 2º Dec Lei 3.365/41).
Exceções: DNIT e ANEEL.
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É feita mediante declaração expropriatória. Define-se declaração expropriatória como a
manifestação emitida pelas pessoas federativasno sentido de expressar a vontade para transferir
determinado bem para seu patrimônio ou para o patrimônio de pessoa delegada, com o objetivo de
executar atividade de interesse público, prevista em lei. Formaliza-se por meio de Decreto do chefe
do Executivo.
Em caso de caducidade, somente poderá ser exarado um novo decreto, após um ano 9art.
10, (Dec Lei 3365/41).
h) Fase Executória
Trata-se de negócio jurídico bilateral que deve ser formalizado por meio de escritura pública.
Não obtida a negociação extrajudicial, passa-se à fase judicial, em que, diante da ausência
de acordo, o Estado ajuíza ação de desapropriação em face do proprietário.
Por isso mesmo, a contestação deve estar voltada para a discussão do valor da indenização.
A lei permite que o proprietário levante o equivalente até 80% da importância depositada
(art.33, § 2°, Dec. Lei 3365/41).