AUXILIAR DE PROMOTORIA I
(Administrativo)
Língua Portuguesa
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). .................................................................. 1
Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. ................................................................................... 45
Pontuação. ....................................................................................................................................................................... 42
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. ..................................................................................................... 45
Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. ........................................................................................... 63
Colocação pronominal. ..................................................................................................................................................... 65
Crase. ............................................................................................................................................................................... 42
Matemática
Números inteiros: operações e propriedades. Números racionais, representação fracionária e decimal: operações e
propriedades. ..................................................................................................................................................................... 1
Razão e proporção. Porcentagem. Regra de três simples. .............................................................................................. 28
Equação do 1.º grau. ........................................................................................................................................................ 35
Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade. ................................................................. 24
Relação entre grandezas: tabelas e gráficos. .................................................................................................................. 40
Raciocínio lógico. Resolução de situações-problema. ..................................................................................................... 55
Conhecimentos Gerais
História do Brasil
Da Revolução de 1930 ao Brasil contemporâneo: A Era Vargas; Brasil na II Guerra. Regime Militar – 1964-1985: o
Golpe de 1964 e o Regime Militar; a repressão política e o “milagre econômico”; fim do Regime Militar; Campanha
Diretas Já! (1984); Eleições de Tancredo Neves e José Sarney (1985). Presidentes posteriores. ..................... Pp 1 a 30
Geografia
O Brasil no mundo: localização; extensão. A natureza brasileira: os grandes domínios morfoclimáticos. Hidrografia e
aproveitamento dos principais rios. A vegetação original. Os recursos naturais. Os problemas ambientais. A população
brasileira: crescimento e distribuição. Estrutura da população. Mobilidade. A organização do espaço brasileiro: As ativi-
dades industriais. O espaço agropecuário. Comércio, transportes e comunicações. O espaço urbano. As relações do
Brasil com o mundo: o Brasil no Mercosul. ........................................................................................................... Pp 1 a 50
Atualidades
Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos nos últi-
mos 06 (seis) meses, a contar, retroativamente, da data da publicação do Edital, divulgados na mídia local e/ou nacional.
............................................................................................................................................................................ Pp 1 a 37
Legislação
Lei n.º 12.527, de 18 de novembro de 2011(Lei de acesso à informação). ............................................................ Pp 1 a 7
Auxiliar de Promotoria – MP SP
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APOSTILAS OPÇÃO
Nesse trecho, há dois parágrafos. A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode
transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio. que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside-
rar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status cultural
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias dos falantes.
secundárias. Observe:
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência
Ideia principal: dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural
proveitar o bom tempo. dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua.
Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois
Ideia secundárias: tipos de língua: a falada e a escrita.
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional,
levando um farto lanche, preparado pela mãe. grupal (gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando: calão.
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?” Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa- que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de
drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo. redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse
nível para um como a gíria, por exemplo.
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em
que são maiores e outros, ainda, muito extensos. Variação linguística: como falantes da língua portuguesa, percebe-
mos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma
Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex- bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das meios de comunicação. Essa diferença pode manifestarse tanto pelo voca-
ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem bulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
oito, nem oitenta…”.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e
parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica,
muito longos. o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do
contexto. Essas diferenças constituem as variações linguísticas.
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba-
lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra- Observe abaixo as especificidades de algumas variações:
fos – pequenos, grandes ou muito grandes.
1. Profissional: no exercício de algumas atividades profissionais, o
Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações
principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito
ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia ao intercâmbio técnico.
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
exemplo: 2. Situacional: as diferentes situações comunicativas exigem de um
mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações infor-
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de mais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente
um terremoto. linguístico em que se está.
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- 3. Geográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- linguístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas
grafo. superior ou inferior às outras.
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias 4. Social: o português empregado pelas pessoas que têm acesso à
podem organizar-se da seguinte maneira: escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas
pessoas privadas de escolaridade.
Ideia principal + ideias secundárias
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que
ou
goza prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por emprega-
Ideias secundárias + ideia principal rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade
de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se- cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social.
cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que
em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve- alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim
evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan- se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda
te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande
valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto. AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-
terminado ponto de vista em relação a um assunto qualquer e convencer o mas de Filosofia.São Paulo, Moderna, 1992. p.62.
leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafo-chave,
texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo
seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo o primeiro parágrafo.
pontos de vista, etc.
Divisão
Pode-se dizer que:
Predominam ainda no Brasil convicções errôneas sobre o problema da
A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder públi-
forma de organizar o raciocínio e a exposição das ideias de maneira clara e co e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordi-
facilmente compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos nários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que combate à margi-
principais foram selecionados e nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforços do
dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo,
fácil redigir. 17 dez.1996.
O TÓPICO FRASAL DO PARÁGRAFO: geralmente vem no começo Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção
do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.
central e podem ou não concluir a ideia deste parágrafo. Oposição
O DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO: é a explanação da ideia De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo
exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabó-
clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em licas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive a educação
vista a forma como iniciamos o parágrafo. no Brasil.
O tema de reforma agrária está a bastante tempo nas discussões sobre Observe que o vocábulo “mas” não faz referência a outro vocábulo; a-
os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o penas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-
movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passa- ção.
do e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber 3. Coesão recorrencial – é realizada pela repetição de vocábulos ou
algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam de estruturas frasais
elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor
e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, semelhantes.
Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p.101. Exemplos;
Para introduzir o tema da reforma araria, o autor comparou a sociedade a. Os carros corriam, corriam, corriam.
de hoje com a do final do século XIX, mostrando a semelhança de compor-
tamento entre elas. b. O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que estuda.
Afirmação Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas
partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao en-
A profissionalização de uma equipe começa com a procura e aquisição tendimento, À possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou
das pessoas que tenham experiência e as aptidões adequadas para o lê.
desempenho da tarefa, especialmente quando esta é imediata. (Desenvol-
vimento ) As pessoas já virão integrar a equipe sem precisar de treinamen- OBS: pode haver texto com a presença de elementos coesivos, e não
to profissionalizante, podendo entrar em ação logo após seu ingresso. apresentar coerência.
Alternativamente, ou quando se dispõe de tempo, pode-se recrutar Exemplo:
pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver
O presidente George W.Bush está descontente com o grupo Talibã.
as aptidões e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua
Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o
missão. Sempre que possível, uma equipe deve procurar combinar pessoas
afeganistão. Os afegãos apóiam o líder Osama Bin Laden. Este foi aliado
experientes e aprendizes em sua composição, de modo que os segundos
dos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão.
aprendam com os primeiros. (conclusão) A falta de um banco de reservas,
muitas vezes, pode ser um obstáculo à própria evolução da equipe.” (Ma- Comentário:
ximiniano, 1986:50 )
ARTICULAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS
Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela- Passei no vestibular porque estudei muito
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também visto que
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. já que
uma vez que
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- _________________ _____________________
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- consequência causa
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
comunicativo têm da língua.
Estudei tanto que passei no vestibular.
A ligação lógica das ideias Estudei muito por isso passei no vestibular
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se causa consequência
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequência
ARTICULAÇÃO
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun- finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên- são: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. relação a algo afirmado na outra.
Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.
É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di- segundo
ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que consoante
estabelecem. como
de acordo com a solicitação...
Relações de:
adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem. duas proposições.
Quando
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é, Mal
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Assim que
Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se. Depois que
alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por No momento em que
conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres- Nem bem
sar inclusão ou exclusão.
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-
Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. dava com afinco.
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con- uma das proposições.
teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia, b) um tempo progressivo:
entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
que, se bem que, mesmo que, etc. • bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía.
O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula. Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan-
Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG)
na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen-
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan- tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe-
escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei- tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é
tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a
(espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de
Autor e Narrador: Diferenças levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para,
Equipe Aprovação Vest a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.
Qual é, afinal, a diferença entre Autor e Narrador? Existe uma diferença Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca-
enorme entre ambos. da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a
Autor
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
É um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer- atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infância e, mais
eventualmente ainda, pode até tocar trombone, piano, flauta transversal. O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
Paga imposto. muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
Narrador apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
É um ser intradiegético, ou seja, um ser que pertence à história que mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
está sendo narrada. Está claro que é um preposto do autor, mas isso não de heterogeneidade tipológica.
significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-
chado de Assis seria um crápula como Bentinho ou um bígamo, porque, Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se também com Capitu, foi são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
amante de Virgília e de um sem-número de mulheres que permeiam seus como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
contos e romances. um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-
Diferenças entre Língua Padrão, Linguagem Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Formal e Linguagem informal.
Variações regionais:
Língua Padrão: A gramática é um conjunto de regras que estabelecem
um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes
Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
sempre são obedecidas pelo falante. em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:macaxeira e
Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretu- aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados
do associados ao contexto social em que a fala é produzida. às características orais da linguagem.
Informal: Num contexto em que o falante está rodeado pela família ou Variações sociais ou culturais:
pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo
usar expressões normalmente não usadas em discursos públicos (pala- Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e
vrões ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exem-
grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente só é usada plo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
na linguagem informal, em português europeu, é o adjetivo “chato”.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como
Formal: A linguagem formal, pelo contrário, é aquela que os falantes
os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
usam quando não existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superio-
res hierárquicos ou quando têm de falar para um público mais alargado ou
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um
desconhecido. É a linguagem que normalmente podemos observar nos
linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos,
discursos públicos, nas reuniões de trabalho, nas salas de aula, etc.
advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Portanto, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, ou escre-
ver de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário (linguagem) Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor
que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a sobre o assunto:
nossa necessidade. Ptofª Eliane
Vício na fala
Variações Linguísticas Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permi- Para pior pió
tindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimen- Para telha dizem teia
tos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso Para telhado dizem teiado
cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da
fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de infor-
malidade. CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, res- E chamei pra passear.
tringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela A gente fomos no shopping
qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator Pra “mode” a gente lanchar.
foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total sobera- Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
nia sobre as demais. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo consi- Quanta gente,
derado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre Quanta alegria,
os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa A minha felicidade é um crediário nas
que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, Casas Bahia.
tornando-se desta forma um estigma. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chama- “rolezinho”,
das variedades linguísticas, as quais representam as variações de Quando eu estou no trabalho,
acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas Não vejo a hora de descer dos andaime.
em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
Variações históricas: (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vânia Duarte
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transforma- TIPOLOGIA TEXTUAL
Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre- Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a
ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre- uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível; sequência anterior:
não quer dizer nada).
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer; petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração. O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o
pronome.
Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a lada no seu quarto.
fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto- da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este:
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António.
entre coerência textual e coesão textual.
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar
Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação:
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
entre sequências textuais: que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor.
Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado:
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele.
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
textuais: As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. alunos.
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio.
Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de Um homem estava também a banhar-se.
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não Como ele sabia nadar, ensinou-o.
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
transforme num texto: a conetividade. quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?),
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer ele ensinou-o (quem?; a quem?)
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
orientam a formação do discurso. sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência textual.
são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim.
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras Os gatos vão sempre conosco.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual, que o precede.
enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele-
existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: gante.
• Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
• Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami- tuais.
gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante.
de teatro.
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan- Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou
to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura. ainda:
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante.
Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa. Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles
Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís- fazer?
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão. A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real-
mente fazer qualquer coisa.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita. Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en-
Atentemos no seguinte exemplo: quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada.
Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do
A presença do determinante definido não é suficiente para considerar mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos.
que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
teira entre a semântica e a pragmática. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar mação semântica constantemente renovada.
por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun- um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição
ca mais aprende a cair! constante da própria matéria.
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro
cheira-me a mentira! estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta
- Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re- preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos
lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
adoro! bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re- baixo e batia com o martelo na bigorna.
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
um felino? Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais.
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex-
com os processos de recorrência anteriormente tratados. to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica.
Vejamos:
P - A Maria comeu a bolacha? Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
R2 - Não, ela comeu um morango. não se pode processar de qualquer maneira.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-
As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
que a sequência P+R3. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei).
No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su-
pronome na 3ª pessoa. as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de
coisas descritos.
Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi- Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual. veu).
Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi- Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta-
póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
R2 retomarem inferências presentes em P: textuais.
Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con- Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen-
tradições inferenciais e pressuposicionais. samento que conduza a uma estrutura coerente.
Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po- Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta- mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
do ou dedutível. parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual
Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso. for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria,
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si
As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se- mesmo.
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro- textos dos nossos alunos.
fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o 1. Coerência:
pretérito para suprimir as contradições. Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con-
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado
As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte- é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples
údo pressuposto que se encontra contradito. sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per- com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos
feitamente fiel. um texto em que há coerência.
Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen-
enquanto a primeira pressupõe o inverso. tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu-
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre- posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos
sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi- concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um
ção, assume-a, anula-a e toma partido dela. anterior, perde-se a coerência textual.
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne- ser conhecido pelo receptor.
cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto
Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
como coerente, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal",
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar. Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima
2 - A Silvia vai fazer um exame. poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali-
congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-
Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior dade.
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
camente. Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil- décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
via vai fazer um exame portanto foi estudar. frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui de do fato narrado.
um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos 2. Coesão:
de Fórmula 1. A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes- ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor- Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
demora no mínimo 60 dias para ser concluído. retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca- Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
(9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen- Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
Socorro de Santa Cecília. que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada Exemplos:
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
da matéria fosse comprometida. cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
mecanismos: Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente mundo, etc.
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen-
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme-
ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres-
sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe- Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes Em um texto existem dois tipos de informações implícitas, o pressu-
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi- posto e o subentendido.
palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico). O pressuposto é a informação que pode ser compreendida por uma
palavra ou frase dentro do próprio texto, faz o receptor aceitar várias ideias
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio- do emissor.
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste- O subentendido gera confusão, pois se trata de uma insinuação, não
riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, sendo possível afirmar com convicção.
frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
A diferença entre ambos é que o pressuposto é responsável pelo emissor e
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
a informação já está no enunciado, já no subentendido o receptor tira suas
neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
próprias conclusões. Profª Gracielle
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
Parágrafo:
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os pa-
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de rágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há pará-
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. grafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a
unidade temática, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. um parágrafo.
É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo-
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também,
padrão apresente a seguinte estrutura:
não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem
como, com, ou (quando não for excludente). a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de
uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é principal do parágrafo, definindo seu objetivo;
provável, não é certo, se é que.
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal,
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in- com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclare-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. cem;
Parágrafo Descritivo: Refere-se ao estudo das relações das palavras nas orações e nos pe-
ríodos. A palavra equivalência corresponde a valor, natureza, ou função;
A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um frag- relação de paridade. Já o termo transformação pode ser entendido como
mento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um uma função que, aplicada sobre um termo (abstrato ou concreto), resulta
ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado um novo termo, modificado (em sentido amplo) relativamente ao estado
momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo. original. Nessa compreensão ampla, o novo estado pode eventualmente
coincidir com o estado original. Normalmente, em concursos públicos, as
O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da
relações de transformação e equivalência aparecem nas questões dotadas
descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que
dos seguintes comandos:
caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas
ou coordenadas. Exemplo: CONCURSO PÚBLICO 1/2008 – CARGO DE AGENTE DE
POLÍCIA FUNDAÇÃO UNIVERSA
A estruturação do parágrafo:
Questão 8 - Assinale a alternativa em que a reescritura de parte do tex-
O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um
to I mantém a correção gramatical, levando em conta as alterações gráficas
ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central,
necessárias para adaptá-la ao texto.
ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relaciona-
das pelo sentido e logicamente decorrentes dela. Exemplo 2: FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – TÉCNICO EM EDUCA-
ÇÃO – ORIENTADOR PEDAGÓGICO 2010
O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da
folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar conveniente- (CÓDIGO 101) Questão 1 - A seguir, são apresentadas possibilidades
mente as ideias principais de sua composição, permitindo ao leitor acom- de reescritura de trechos do texto I. Assinale a alternativa em que a reescri-
panhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios. tura apresenta mudança de sentido com relação ao texto original.
O tamanho do parágrafo: Nota-se que as relações de equivalência e transformação estão assen-
tadas nas possibilidades de reescrituras, ou seja, na modificação de vocá-
Os parágrafos são moldáveis conforme o tipo de redação, o leitor e o
bulos ou de estruturas sintáticas.
veículo de comunicação onde o texto vai ser divulgado. Em princípio, o
parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no Vejamos alguns exemplos de transformações e equivalências:
livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso.
1 Os bombeiros desejam / o sucesso profissional (não há verbo na se-
Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para lei- gunda parte).
tores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em
colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais Sujeito VDT OBJETO DIRETO
longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes, Os bombeiros desejam / ganhar várias medalhas (há verbo na segunda
geralmente, apresentam parágrafos curtos. parte = oração).
Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágra- Oração principal oração subordinada substantiva objetiva direta
fos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é
Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como ten- Discurso indireto
do sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como 1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis:
tendo sido formulado por outrem. “Elisiário confessou que estava com sono.”
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso dire-
Estruturas de reprodução de enunciações to, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação
Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de persona- do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o
gens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõiem de três moldes seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria
linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso sido realmente empregada.
indireto e discurso indireto livre. Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire-
to.
Discurso direto 2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se
Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de num só:
Andrade: “Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos)
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá
na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...” Características do discurso indireto
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo
Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim, declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as
deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal como falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subor-
Leia o texto para responder às próximas 3 questões. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 4 - De acordo com o texto, os brasileiros são
piores do que outros povos em
Sobre os perigos da leitura (A) eficiência de correios e andar a pé.
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente (B) ajuste de relógios e andar a pé.
da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o (C) marcar compromissos fora de hora.
que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabili- (D) criar desculpas para atrasos.
dade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 (E) dar satisfações por atrasos.
minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada?
Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam- (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 5 - Pondo foco no processo de coesão textual
se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um
leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os (A) jornalista.
meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a (B) economista.
mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esfor- (C) cronometrista.
çando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de (D) ensaísta.
todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...] (E) psicólogo.
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o
oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 6 - A expressão chá de cadeira, no texto, tem o
de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear significado de
os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treina- (A) bebida feita com derivado de pinho.
dos durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre (B) ausência de convite para dançar.
os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! (C) longa espera para conseguir assento.
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse (D) ficar sentado esperando o chá.
se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado (E) longa espera em diferentes situações.
pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) Leia o texto para responder às próximas 4 questões.
(A) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França. (MP/RS – 2010 – FCC) 11 - O assunto do texto está corretamente resumi-
(B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês. do em:
(C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo. (A) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros
(D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda. especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as cone-
(E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou. xões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do
cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 8 - A expressão o gato subiu no telhado é parte (B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de
de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abrupta- diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa
mente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos.
dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, (C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações
depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, no funcionamento do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraí-
a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira: das, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados.
(D) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percep-
(A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da Fran- ção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de
ça. textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do
(B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé. usuário.
(C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade
(D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concre-
(E) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instá- tas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da inter-
vel. net.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 9 - A expressão diz que não, no final do 2.º (MP/RS – 2010 – FCC) 12 - Curiosamente, no caso da internet, os verda-
parágrafo, significa que deiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes. O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo,
(A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. (A) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado,
(B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito. ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website.
(C) a repercussão na França foi bastaPnte negativa. (B) apoia-se nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de
(D) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette. estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano.
(E) os publicitários franceses se opõem a Thierry. (C) condena, desde o início, as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado
vemprovocando danos em partes do cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 10 - Segundo a revista Forbes, (D) considera, como base inicial de constatação a respeito do uso da inter-
(A) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente. net, que ela nos torna menos sensíveis a sentimentos como compaixão e
(B) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade. piedade.
(C) o jogador francês possui contratos publicitários milionários. (E) questiona a ausência de fundamentos científicos que, no caso da inter-
(D) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões. net, [...]deveriam, sim, provocar reações muito estridentes.
(E) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade.
As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.
As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.
Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo Também nas cidades de porte médio, localizadas nas vizinhanças das
"Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país, as pessoas tendem
revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos diários, como
website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is mostram dados do Departamento Nacional de Trânsito. Em consequência,
doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa lingua- congestionamentos, acidentes, poluição e altos custos de manutenção da
gem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica. malha viária passaram a fazer parte da lista dos principais problemas
Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais desses municípios.
estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais,
caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas
provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. A facilida-
científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a inter- de de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que têm
net está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do colaborado para a realização do sonho de ter um carro. E os brasileiros
que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas
sentimentos como compaixão e piedade. distâncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos
O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímu- alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo
los, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos aumento da frota.
e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No Além disso, carro continua a ser sinônimo de status para milhões de brasi-
entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar leiros de todas as regiões. A sua necessidade vem muitas vezes em se-
nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofistica- gundo lugar. Há 35,3 milhões de veículos em todo o país, um crescimento
dos. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de de 66% nos últimos nove anos. Não por acaso oito Estados já registram
exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios.
elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em (O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 11 de setembro de 2010,
estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segun- com adaptações)
do o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que
promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado super-
ficial."
(MP/RS – 2010 – FCC) 14 - As ideias mais importantes contidas no 2o (CREMESP – 2011 - VUNESP) 15 - Leia o trecho: Vai bem a convivência
parágrafo constam, com lógica e correção, de: entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área
(A) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos ambiental. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpreta-
que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cida- da como
des menores, e os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus (A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um
carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos novo celular com fibra de bambu.
alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo (B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que
aumento da frota. evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
(B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as
geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa.
de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner
passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, Group para criar celulares sem o uso de carbono.
apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os (E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos
danos provocados ao meio ambiente. que não agridam o meio ambiente.
(C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de
desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em (CREMESP – 2011 - VUNESP) 16 - Em – Computadores “limpos” fazem
progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas
isenção de impostos, que são alguns dos elementos que têm colaborado pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por:
para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro. (A) com material reciclado.
(D) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das (B) feitos com garrafas plásticas.
capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que (C) com arquivos de bambu.
tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos (D) feitos com materiais retirados da natureza.
anos pela facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos (E) com teclado feito de alumínio.
elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro.
(E) Os brasileiros de cidades menores passaram até a percorrer curtas (CREMESP – 2011 - VUNESP) 17 - A partir da leitura do texto, pode-se
distâncias com seus carros, pela facilidade de crédito e a isenção de impos- concluir que
tos, que são elementos que têm colaborado para a realização do sonho de (A) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial.
tê-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice (B) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com
de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumenta- que são feitos.
das em progressão geométrica nos últimos anos. (C) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa.
(D) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade.
(E) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas
Leia o texto para responder às próximas 4 questões. assegurado.
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo- SÍLABA
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. numa só emissão de voz.
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. • Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
fonemas. li-da-de.
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
nemas. TONICIDADE
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.
sinal gráfico que representa o som. Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá,
pá.
Vejamos alguns exemplos:
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i em:
Corre – letras: 5: fonemas: 4 • Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
Hora – letras: 4: fonemas: 3 mi-nó.
Aquela – letras: 6: fonemas: 5 • Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-
Guerra – letras: 6: fonemas: 4 ter, a-má-vel, qua-dro.
Fixo – letras: 4: fonemas: 5 • Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do,
DISTINÇÃO ENTRE S E Z
1. Escrevem-se com S:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja 1. Para (verbo) de para (preposição)
um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo”
são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras. “Esse carro velho para em toda esquina”.
“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”.
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (subs-
• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. tantivo)
• N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. 2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).
• R – câncer, caráter, néctar, repórter. 3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica).
• X – tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
Os principais elementos móficos são : • Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
zum, miau);
RADICAL
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua
compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
enterrar = en + terra + ar • Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se-
pronome = pro + nome quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)
PREFIXO
É o elemento mórfico que vem antes do radical. • Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala-
Exs.: anti - herói in - feliz vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos
SUFIXO
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
É o elemento mórfico que vem depois do radical.
Exs.: med - onho cear – ense ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE-
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES).
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
SUBSTANTIVOS
As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá- Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis- me aos seres em geral.
mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala- São, portanto, substantivos.
vras encontramos a seguinte divisão: a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
• palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
lho, corrida, tristeza beleza altura.
• palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
• palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
• palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, rio, cidade, pais, menino, aluno
aguardente) b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci- cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
mento dos seguintes processos de formação: c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi- priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
cais. São dois tipos de composição. que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
• justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, fada, bruxa, saci.
sexta-feira); d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
• aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e- pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
lementos (pernalta, de perna + alta). portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a- trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
tivos
• prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil); trabalhar - trabalho
correr - corrida
• sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); alto - altura
belo - beleza
• parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva; FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
• regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
de ajudar); florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva tempo, sol.
("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
a comum). colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
processos para formação de palavras, como: COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
São invariáveis:
Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos. - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Número - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
a) Adjetivo simples quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fácil regras fáceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- RELATIVO
variáveis: bom melhor ótimo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior péssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- grande maior máximo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: maior
acordos sócio-político-econômico pequeno menor mínimo
acordos sócio-político-econômicos menor
causa sócio-político-econômica
causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
acordo luso-franco-brasileiros acre - acérrimo ágil - agílimo
lente côncavo-convexa agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo
lentes côncavo-convexas amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo
camisa verde-clara amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
camisas verde-claras áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
sapato marrom-escuro audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo
sapatos marrom-escuros
Observações:
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
blusa azul-marinho blusas azul-marinho incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
camisa azul-celeste camisas azul-celeste íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
variam:
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
menina surda-muda meninas surdas-mudas manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
Graus do Adjetivo pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
pressas em dois graus: próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
- o comparativo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
- o superlativo sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Comparativo terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
MIM e TI: sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
Ninguém irá sem EU. (errado) finitivo:
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Deixei-o sair.
Ninguém irá sem MIM. (certo) Vi-o chegar.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) Sofia deixou-se estar à janela.
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam vendo as orações reduzidas de infinitivo:
como sujeito de um verbo no infinitivo. Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) A mim, ninguém me engana.
A ti tocou-te a máquina mercante.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
sujeito. mo vicioso e sim ênfase.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
que os referidos pronomes não sejam reflexivos: exercendo função sintática de adjunto adnominal:
Querida, gosto muito de SI. (errado) Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado) Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Querida, gosto muito de você. (certo)
Preciso muito falar com você. (certo) 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os déstia:
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
Ele feriu-se Vós sois minha salvação, meu Deus!
Cada um faça por si mesmo a redação
O professor trouxe as provas consigo 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados falamos dessa pessoa:
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com- VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
binações possíveis são as seguintes: pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
me+o=mo me + os = mos pronomes de terceira pessoa:
te+o=to te + os = tos Você trouxe seus documentos?
lhe+o=lho lhe + os = lhos Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los COLOCAÇÃO DE PRONOMES
lhes + o = lho lhes + os = lhos Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos 1. Antes do verbo - próclise
a, as. Eu te observo há dias.
me+a=ma me + as = mas 2. Depois do verbo - ênclise
te+a=ta te + as = tas Observo-te há dias.
- Você pagou o livro ao livreiro? 3. No interior do verbo - mesóclise
- Sim, paguei-LHO. Observar-te-ei sempre.
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que Ênclise
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
direto ou indireto.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
O pai esperava-o na estação agitada.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Expliquei-lhe o motivo das férias.
indiretos:
O menino convidou-a. (V.T.D )
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
MENTIR SUMIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
FUGIR ADVÉRBIO
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
vérbio, exprimindo uma circunstância.
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Os advérbios dividem-se em:
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
Gerúndio indo siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
Particípio ido mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
OUVIR 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
provavelmente, etc.
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido
Há Muitas Locuções Adverbiais
PEDIR 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
POLIR grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O pessoal ainda não chegou. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Os Estados Unidos são um grande país. a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
temente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o O homem é cinzas.
sujeito paciente.
Vende-se um apartamento. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vendem-se alguns apartamentos. concorda com o predicativo.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Dançar e cantar é a sua atividade.
verbo para a 3ª pessoa do singular. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
singular e o verbo no singular ou no plural. concorda com o pronome.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A ciência, mestres, sois vós.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Em minha turma, o líder sou eu.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
Mais de um jurado fez justiça à minha música. apenas um deles deve ser flexionado.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
no singular.
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
sujeito. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
Deu uma hora. calmente do outro.
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e 14. ESQUECER E LEMBRAR
adjetivos). • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
Esqueci o nome desta aluna.
Exemplos: Lembrei o recado, assim que o vi.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Esqueceram-se da reunião de hoje.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR Lembrei-me da sua fisionomia.
PARA = passagem
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
• pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA • emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• pretender (transitivo indireto) • agradecer - Agradeço as graças a Deus.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha. • pedir - Pedi um favor ao colega.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
2. OBEDECER - transitivo indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. O amor implica renúncia.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto • no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
Já paguei um jantar a você. COM:
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. O professor implicava com os alunos
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. • no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
Informei-lhe o problema. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
7. ASSISTIR - morar, residir: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
O médico assistiu o doente. como sujeito:
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
Assistimos a um belo espetáculo. pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto ficuldade, será objeto indireto.
Assiste-lhe o direito. Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno.
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Atenderam o freguês com simpatia.
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente
A moça queria um vestido novo. correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto orações no período e os períodos no discurso.
O professor queria muito a seus alunos. Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or-
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito +
Todos visamos a um futuro melhor. verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As
• APONTAR, MIRAR - objeto direto inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de
• pör o sinal de visto - objeto direto pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se,
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos:
Devemos obedecer aos superiores. (1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas,
Desobedeceram às leis do trânsito. não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é...
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
• exigem na sua regência a preposição EM que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
O armazém está situado na Farrapos. da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí-
Essas tuas justificativas não procedem. das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
com a preposição DE. é claro que ele se arrependeu.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas
O secretário procedeu à leitura da carta.
exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
Assonância 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
correta em:
repetição dos mesmos sons vocálicos.
(A) As características do solo são as mais variadas possível.
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
litoral." (Caetano Veloso) (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
deu." (Fernando Pessoa) (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
to, a alternativa correta é: contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. possíveis franqueados.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. (A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- (C) ou seja ... embora ... pois
dos galhos da velha árvore. (D) ou seja ... mas ... portanto
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre (E) isto é ... mas ... como
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou? 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
(D) Que vizinho? e Que galhos? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(E) Quando podou? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
definição: significa que:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas- C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
tante variados; morto;
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste B) comparação ou símile;
inútil; C) metáfora;
C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino; D) prosopopeia;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) personificação.
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
as. RESPOSTAS – PROVA I
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D
44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a 02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
seguir: 03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
I- Daqui há pouco vou sair. 04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
I- Está no Rio há duas semanas. 05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
III - Não almoço há cerca de três dias. 06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino. 07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver 08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
são: 09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
A) I - II 10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
B) I - III
C) II - IV
D) I - IV
E) II - III ___________________________________
___________________________________
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
texto é: ___________________________________
A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados ___________________________________
na crônica;
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino ___________________________________
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
_______________________________________________________
a sujeira;
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o _______________________________________________________
texto;
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica. _______________________________________________________
_______________________________________________________
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma _______________________________________________________
forma que: _______________________________________________________
A) salvo-conduto;
B) abaixo-assinado; _______________________________________________________
C) salário-família;
D) banana-prata; _______________________________________________________
E) alto-falante. _______________________________________________________
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do _______________________________________________________
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é _______________________________________________________
que o autor:
Obs.2: Como o zero originou-se depois dos outros Obs.: Este conjunto possui final, mas não possui i-
números e possui algumas propriedades próprias, al- nício.
gumas vezes teremos a necessidade de representar o
conjunto dos números naturais sem incluir o zero. Para E também os inteiros negativos (ou seja, os não po-
isso foi definido que o símbolo * (asterisco) empregado sitivos sem o zero):
ao lado do símbolo do conjunto, iria representar a au-
Z*- ={...,- 4, - 3, - 2, -1}
sência do zero. Veja o exemplo abaixo:
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
Assim:
Estes números foram suficientes para a sociedade
durante algum tempo. Com o passar dos anos, e o Conjunto dos Números Naturais
aumento das "trocas" de mercadorias entre os homens, São todos os números inteiros positivos, incluindo o
foi necessário criar uma representação numérica para zero. É representado pela letra maiúscula N.
Caso queira representar o conjunto dos números natu-
Matemática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rais não-nulos (excluindo o zero), deve-se colocar um *
ao lado do N: Representado pela letra R.
N = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10, ...}
N* = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11, ...} Representação geométrica de
A cada ponto de uma reta podemos associar um ú-
Conjunto dos Números Inteiros nico número real, e a cada número real podemos asso-
São todos os números que pertencem ao conjunto ciar um único ponto na reta.
dos Naturais mais os seus respectivos opostos (negati- Dizemos que o conjunto é denso, pois entre dois
vos). números reais existem infinitos números reais (ou seja,
na reta, entre dois pontos associados a dois números
São representados pela letra Z: reais, existem infinitos pontos).
Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
Veja a representação na reta de :
O conjunto dos inteiros possui alguns subconjuntos,
eles são:
Na expressão acima, temos que: 07) Num divisão, o dividendo é 625, o divisor é 25 e
- o símbolo chama-se sinal da raiz o quociente é 25. Qual ê o resto? (0)
- o número 2 chama-se índice
- o número 9 chama-se radicando 08) Numa chácara havia galinhas e cabras em igual
- o número 3 chama-se raiz, quantidade. Sabendo-se que o total de pés des-
- o símbolo 2
9 chama-se radical ses animais era 90, qual o número de galinhas?
Resposta: 15 ( 2 pés + 4 pés = 6 pés ; 90 : 6 =
As raízes recebem denominações de acordo com o 15).
índice. Por exemplo:
09) O dobro de um número adicionado a 3 é igual a
2
36 raiz quadrada de 36 13. Calcule o número.(5)
3
125 raiz cúbica de 125
10) Subtraindo 12 do quádruplo de um número ob-
4
81 raiz quarta de 81 temos 60. Qual é esse número (Resp: 18)
5
raiz quinta de 32 e assim por diante
11) Num joguinho de "pega-varetas", André e Rena-
32
to fizeram 235 pontos no total. Renato fez 51
No caso da raiz quadrada, convencionou-se não es- pontos a mais que André. Quantos pontos fez
crever o índice 2. cada um? ( André-92 e Renato-143)
Exemplo : 2 49 = 49 = 7, pois 72 = 49
12) Subtraindo 15 do triplo de um número obtemos
EXERCÍCIOS 39. Qual é o número? (18)
Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS
= {0, 1, 2, 3, 4, 5, .....,} A soma de três ou mais números inteiros é efetuada
adicionando-se todos os números positivos e todos os
Assim, os números precedidos do sinal + chamam- negativos e, em seguida, efetuando-se a soma do nú-
se positivos, e os precedidos de - são negativos. mero negativo.
Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eli- Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é i-
minando os parênteses gual a 0: (+5) . 0 = 0
- (+4 ) = -4
- ( -4 ) = +4 PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS IN-
TEIROS
Observação: Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) =
Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais (-20) . (-2 ) . (+3 ) =
Matemática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(+40) . (+3 ) = +120 A igualdade acima é conhecida como proprieda-
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) = de distributiva da multiplicação em relação à sub-
(+2 ) . (+3 ) . (-2 ) = tração.
(+6 ) . (-2 ) = -12
DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Podemos concluir que:
- Quando o número de fatores negativos é par, o CONCEITO
produto sempre é positivo. Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multipli-
- Quando o número de fatores negativos é ímpar, cado por 2, dê 16.
o produto sempre é negativo. 16 : 2 = ? ⇔ 2 . ( ? ) = 16
O número inteiro +1 chama-se neutro para a multi- Portanto, não vale em Z a propriedade do fecha-
plicação. mento para a divisão. Alem disso, também não são
válidas as proposições associativa, comutativa e do
4ª) COMUTATIVA elemento neutro.
Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
e (-4 ) . (+2 ) = - 8 POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
CONCEITO
Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a . A notação
b = b . a, isto é, a ordem dos fatores não altera o pro- 3
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 )
duto.
Observação: Esse processo prático costuma ser sim- A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que
n
plificado fazendo-se uma decomposição simultânea dos a = b.
números. Para isso, escrevem-se os números, um ao
lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da n
b = a ⇒ an = b
barra vertical, colocada após o último número, escrevem-
se os fatores primos comuns e não-comuns. 0 calculo 5
32 = 2
estará terminado quando a última linha do dispositivo for
composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números 5 índice
apresentados será o produto dos fatores. 32 radicando pois 2 = 32
5
Exemplo: raiz
Calcular o M.M.C (36, 48, 60) 2 radical
36, 48, 60 2
18, 24, 30 2
9, 12, 15 2
Outros exemplos : 3
8 = 2 pois 2 3 = 8
9, 6, 15 2 3
− 8 = - 2 pois ( -2 )3 = -8
9, 3, 15 3
3, 1, 5 3 PROPRIEDADES (para a ≥ 0, b ≥ 0)
1, 1 5 5 m: p
m
1, 1, 1 1ª) a n = a n: p 15
310 = 3 3 2
n
4 2
Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 2 . 3 . 5 = 720
2ª) a⋅b = n a ⋅n b 6 = 2⋅ 3
4
n 5 5
RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS 3ª) a:b = n a :n b 4 =
16 4
16
n
CONCEITO
Consideremos o seguinte problema:
4ª) ( a)
m
= m an ( x)
3
5
= 3 x5
Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25. 5ª)
m n
a = m⋅n a 6
3 = 12 3
2 2
Solução: (+5 ) = +25 e ( -5 ) =+25
Resposta: +5 e -5 EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS IN-
TEIROS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES
Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de Para calcular o valor de uma expressão numérica com
+25. números inteiros, procedemos por etapas.
Outros exemplos: 1ª ETAPA:
Número Raízes quadradas a) efetuamos o que está entre parênteses ( )
+9 + 3 e -3 b) eliminamos os parênteses
+16 + 4 e -4
+1 + 1 e -1 2ª ETAPA:
+64 + 8 e -8 a) efetuamos o que está entre colchetes [ ]
+81 + 9 e -9 b) eliminamos os colchetes
+49 + 7 e -7
+36 +6 e -6 3º ETAPA:
O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto a) efetuamos o que está entre chaves { }
b) eliminamos as chaves
é 25 = +5
Como 25 = +5 , então: − 25 = −5 Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na
Agora, consideremos este problema. seguinte ordem:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que apa-
Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é - recem.
25? 2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que apare-
Exemplo:
7 7
> 2º CASO: Frações com denominadores diferentes:
2 5 Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com
denominadores diferentes, procedemos do seguinte
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES modo:
• Reduzimos as frações ao mesmo denominador.
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO • Efetuamos a operação indicada, de acordo com o
A soma ou a diferença de duas frações é uma outra caso anterior.
fração, cujo calculo recai em um dos dois casos seguin- • Simplificamos o resultado (quando possível).
tes:
Exemplos:
1º CASO: Frações com mesmo denominador. Ob-
servemos as figuras seguintes:
3 2
6 6
5
6
Matemática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 2 5 3
1) + = 2) + = 3 1 2 3
3 4 8 6 2)5 − − − 1 + =
4 6 15 12 2 3 3 4
= + = = + =
24 24 9 2 5 3
12 12 = 5 − − − + =
4+6 =
15 + 12
= 6 6 3 4
= = 24 7 20 9
12 = 5 − − + =
6 12 12
27 9
10 5 = =
= = 24 8
30 7 29
12 6 = − − =
6 6 12
Observações: 23 29
= − =
Para adicionar mais de duas frações, reduzimos to- 6 12
das ao mesmo denominador e, em seguida, efetuamos 46 29
a operação. = −
12 12
=
Exemplos.
17
=
2 7 3 3 5 1 1 12
a) + + = b) + + + =
15 15 15 4 6 8 2
2+7+3 NÚMEROS RACIONAIS
18 20 3 12
= = = + + + =
15 24 24 24 24
12 4
= = 18+ 20+ 3 +12
= =
15 5 24
53
=
24
Havendo número misto, devemos transformá-lo em
fração imprópria: Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dize-
mos que uma unidade dividida em duas partes iguais e
Exemplo: indicamos 1/2.
1 5 1 onde: 1 = numerador e 2 = denominador
2 + +3 =
3 12 6
7 5 19
+ + =
3 12 6
28 5 38
+ + =
12 12 12
28 + 5 + 38 71
=
12 12 Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos
(das três partes hachuramos 2).
Se a expressão apresenta os sinais de parênteses (
), colchetes [ ] e chaves { }, observamos a mesma Quando o numerador é menor que o denominador
ordem : temos uma fração própria. Observe:
1º) efetuamos as operações no interior dos parênte-
ses; Observe:
2º) as operações no interior dos colchetes;
3º) as operações no interior das chaves.
Exemplos:
2 3 5 4
1) + − − =
3 4 2 2
8 9 1
= + − =
12 12 2 Quando o numerador é maior que o denominador
temos uma fração imprópria.
17 1
= − =
12 2 FRAÇÕES EQUIVALENTES
17 6
= − = Duas ou mais frações são equivalentes, quando re-
12 12
presentam a mesma quantidade.
11
=
12
Matemática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 1 1 3
Ex.: > ou <
4 4 4 4
Para simplificar frações devemos dividir o numera- Para simplificar frações devemos dividir o numera-
dor e o denominador, por um mesmo número diferente dor e o denominador por um número diferente de zero.
de zero.
Quando não for mais possível efetuar as divisões,
Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração é irredutível. Exemplo:
dizemos que a fração é irredutível. 18 : 2 9 : 3 3
= =
12 : 2 6 : 3 2
Exemplo:
18 2 9 3
: = = ⇒ Fração Irredutível ou Sim- Fração irredutível ou simplificada.
12 2 6 6 9 36
plificada Exercícios: Simplificar 1) 2)
12 45
3 4
1 3 Respostas: 1) 2)
Exemplo: e 4 5
3 4
REDUÇÃO DE FRAÇÕES AO MENOR DENOMINA-
Calcular o M.M.C. (3,4): M.M.C.(3,4) = 12
DOR COMUM
1
e
3 (12 : 3 ) ⋅ 1
= e
(12 : 4 ) ⋅ 3 temos: 4 e 9
3 4 12 12 12 12 1 3
Ex.: e
3 4
1 4
A fração é equivalente a .
3 12 Calcular o M.M.C. (3,4) = 12
1
e
3
=
(12 : 3 ) ⋅ 1 e (12 : 4 ) ⋅ 3 temos:
3 9 3 4 12 12
A fração equivalente .
4 12 4 9
e
12 12
Exercícios:
1 4 3
1) Achar três frações equivalentes às seguintes fra- A fração é equivalente a . A fração equiva-
ções: 3 12 4
1 2 9
1) 2) lente .
4 3 12
2 3 4 4 6 8
Respostas: 1) , , 2) , , Exemplo:
8 12 16 6 9 12
2 4
? ⇒ numeradores diferentes e denomina-
COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES 3 5
dores diferentes m.m.c.(3, 5) = 15
a) Frações de denominadores iguais.
Se duas frações tem denominadores iguais a maior (15 : 3).2 (15.5).4 10 12
? = < (ordem
será aquela: que tiver maior numerador. 15 15 15 15
crescente)
Ex.:
a) 3:4
3 |_4_
30 0,75
20
0
b) 4,6:2
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3
OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS 0
Obs.: Para transformar qualquer fração em número
Adição e Subtração decimal basta dividir o numerador pelo denominador.
Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou sub- Ex.: 2/5 = 2 |5 , então 2/5=0,4
traem-se unidades de mesma ordem. Exemplo 1: 20 0,4
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, .... CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)
vezes menor, desloca-se a vírgula para a esquerda,
respectivamente, uma, duas, três, ... casas decimais. CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E
PONTOS DA RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO
Exemplos: Há números que não admitem representação
25,6 : 10 = 2,56 decimal finita nem representação decimal infinita e
04 : 10 = 0,4 periódico, como, por exemplo:
315,2 : 100 = 3,152 π = 3,14159265...
018 : 100 = 0,18 2 = 1,4142135...
0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015 3 = 1,7320508...
5 = 2,2360679...
milhar centena dezena Unidade décimo centésimo milésimo
simples
1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001 Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2
∈ Q, 3 ∈ Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são
chamados de irracionais.
LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
Procedemos do seguinte modo: Podemos então definir os irracionais como sendo
1º) Lemos a parte inteira (como um número natural). aqueles números que possuem uma representação
2º) Lemos a parte decimal (como um número natu- decimal infinita e não periódico.
ral), acompanhada de uma das palavras:
- décimos, se houver uma ordem (ou casa) deci- Chamamos então de conjunto dos números reais, e
mal indicamos com R, o seguinte conjunto:
- centésimos, se houver duas ordens decimais;
- milésimos, se houver três ordens decimais. R= { x | x é racional ou x é irracional}
Exemplos: Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto
1) 1,2 Lê-se: "um inteiro e dos números racionais com o conjunto dos números
Múltiplos Submúltiplos
2 2 2 2 2
km : 1.000.000 m m cm : 0,0001 m
2 2 2 2
hm : 10.000 m dm : 0,01 m
Permitido de um polígono: o perímetro de um polígono 2 2 2 2
dam : 100 m mm : 0,000001m
é a soma do comprimento de seus lados.
2 2
1km = 1000000 (= 1000 x 1000)m
2 2
1 hm = 10000 (= 100 x 100)m
2 2
1dam =100 (=10x10) m
Regras Práticas:
2 2
hectare (ha) — é o hm (10000 m ).
C) ÁREAS PLANAS
Perímetro: a + a + b + b
Perímetro: é a soma dos quatro lados. Propriedade: cada unidade de volume é 1.000 vezes
maior que a unidade imediatamente inferior.
Triângulo: a área do triângulo é dada pelo produto da
base pela altura dividido por dois. Múltiplos e sub-múltiplos do metro cúbico:
MÚLTIPIOS SUB-MÚLTIPLOS
3 3 3 3
km ( 1 000 000 000m ) dm (0,001 m )
3 3 3 3
hm ( 1 000 000 m ) cm (0,000001m )
3 3 3 3
dam (1 000 m ) mm (0,000 000 001m )
Múltiplos Submúltiplos
hl ( 100 l) dl (0,1 l)
dal ( 10 l) litro l cl (0,01 l)
ml (0,001 l)
Múltiplos Submúltiplos
kg (1000g) dg (0,1 g)
hg ( 100g) cg (0,01 g)
dag ( 10 g) mg (0,001 g)
Como se vê:
1kg = 1000g 1g = 10 dg
Volume do cubo: o cubo é um paralelepipedo 1 hg = 100 g e 1g= 100 cg
retângulo de faces quadradas. Um exemplo comum de cubo, 1 dag = 10g 1g = 1000 mg
é o dado.
Média geométrica
4 12
= , 4 . x = 8 . 12
8 F
96
x= =24.
4
Ex.: No cálculo da média final obtida por um aluno c. Um dia de sol, para cada dois de chuva.
durante o ano letivo, usamos a média aritmética ponderada. 1
A resolução é a seguinte: Razão =
2
Matéria Notas Peso
Português 60,0 5 A razão entre dois números a e b, com b ≠ 0, é o
Matemática 40,0 3 a
História 70,0 2 quociente , ou a : b.
b
60 . 5 + 40 3 + 70 . 2
mp =
5+3+2 Nessa expressão, a chama-se antecedente e b,
consequente. Outros exemplos de razão:
300 + 120 + 140
= = 56
10 Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor.
1
Razão =
10
RAZÕES E PROPORÇÕES
Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou
1. INTRODUÇÃO todas.
Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um rea- 6
juste de R$ 80,00, como você reagiria? Acharia caro, Razão =
normal, ou abaixo da expectativa? Esse mesmo valor,
6
que pode parecer caro no reajuste da mensalidade,
3. Uma liga de metal é feita de 2 partes de ferro e 3
seria considerado insignificante, se tratasse de um
partes de zinco.
acréscimo no seu salário.
2 3
Razão = (ferro) Razão = (zinco).
Naturalmente, você já percebeu que os R$ 80,00 5 5
nada representam, se não forem comparados com um
valor base e se não forem avaliados de acordo com a 3. PROPORÇÃO
natureza da comparação. Por exemplo, se a mensali- Há situações em que as grandezas que estão sendo
dade escolar fosse de R$ 90,00, o reajuste poderia ser comparadas podem ser expressas por razões de ante-
considerado alto; afinal, o valor da mensalidade teria cedentes e consequentes diferentes, porém com o
quase dobrado. Já no caso do salário, mesmo conside- mesmo quociente. Dessa maneira, quando uma pes-
rando o salário mínimo, R$ 80,00 seriam uma parte quisa escolar nos revelar que, de 40 alunos entrevista-
mínima. . dos, 10 gostam de Matemática, poderemos supor que,
se forem entrevistados 80 alunos da mesma escola, 20
A fim de esclarecer melhor este tipo de problema, deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos
vamos estabelecer regras para comparação entre afirmando que 10 estão representando em 40 o mesmo
grandezas. que 20 em 80.
10 20
2. RAZÃO Escrevemos: =
Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada 40 80
20 habitantes, 5 são analfabetos", "De cada 10 alunos,
2 gostam de Matemática", "Um dia de sol, para cada A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o
dois de chuva". nome de proporção.
1. INTRODUÇÃO:
Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de
No dia-a-dia, você lida com situações que envolvem
reconhecer a natureza da proporção, e destacar a
números, tais como: preço, peso, salário, dias de traba-
razão. Considere a situação de um grupo de pessoas
lho, índice de inflação, velocidade, tempo, idade e ou-
que, em férias, se instale num acampamento que cobra
tros. Passaremos a nos referir a cada uma dessas situ-
Para a empreiteira, o problema passaria a ser, Observe que colocamos na mesma linha valores
portanto, de divisão diretamente proporcional a 50 (que que se correspondem: 6 horas e 900 km; 8 horas e o
é 10 . 5), e 48 (que é 12 . 4). valor desconhecido.
Convém lembrar que efetuar uma divisão em partes Nesse problema, para estabelecer se as setas têm
inversamente proporcionais a certos números é o o mesmo sentido, foi necessário responder à pergunta:
mesmo que fazer a divisão em partes diretamente pro- "Considerando a mesma velocidade, se aumentarmos
porcionais ao inverso dos números dados. o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a
resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são
Resolvendo nosso problema, temos: diretamente proporcionais.
Chamamos de x: a quantia que deve receber a
primeira turma; y: a quantia que deve receber a Já que a proporção é direta, podemos escrever:
segunda turma. Assim:
6 900
x y x y =
= ou = 8 x
10 ⋅ 5 12 ⋅ 4 50 48
x + y x 7200
⇒ = Então: 6 . x = 8 . 900 ⇒ x = = 1 200
50 + 48 50 6
⇒x=
29400 ⋅ 50
⇒ 15.000 Vamos analisar outra situação em que usamos a
98 regra de três.
x 90 x 20 1680
Grandeza 1: Grandeza 2: Grandeza 3: Mesmo supondo que essas expressões não sejam
número de máquinas dias número de peças completamente desconhecidas para uma pessoa, é
importante fazermos um estudo organizado do assunto
porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é fer-
10 20 2000 ramenta indispensável para a maioria dos problemas
relativos à Matemática Comercial.
x 6 1680
2. PORCENTAGEM
Natureza da proporção: para estabelecer o sentido O estudo da porcentagem é ainda um modo de
das setas é necessário fixar uma das grandezas e comparar números usando a proporção direta. Só que
relacioná-la com as outras. uma das razões da proporção é um fração de denomi-
nador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situa-
Supondo fixo o número de dias, responda à ques- ção em que você tiver de calcular 40% de R$ 300,00, o
tão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o seu trabalho será determinar um valor que represente,
número de peças fabricadas?" A resposta a essa ques- em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resu-
tão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são direta- mido na proporção:
mente proporcionais. 40 x
=
Agora, supondo fixo o número de peças, responda à 100 300
questão: "Aumentando o número de máquinas, aumen-
tará o número de dias necessários para o trabalho?" Então, o valor de x será de R$ 120,00.
Nesse caso, a resposta é negativa. Logo, as grandezas Sabendo que em cálculos de porcentagem será
1 e 2 são inversamente proporcionais. necessário utilizar sempre proporções diretas, fica
No segundo mês você terá:110,00 + 11,00 =111,00 Grau de um monômio ou termo algébrico: E a so-
ma dos expoentes da parte literal.
No terceiro mês você terá: 111,00 + 11,10 = 111,10
Exemplos:
4 3 4 3 1
E assim por diante. 1) 2 x y z = 2.x .y .z (somando os expoentes da
Para se fazer o cálculo é fácil: basta calcular os parte literal temos, 4 + 3 + 1 = 8) grau 8.
juros de cada mês e adicionar ao montante do mês
anterior. Expressão polinômio: É toda expressão literal
EQUAÇÕES constituída por uma soma algébrica de termos ou mo-
EXPRESSÕES LITERAIS OU ALGÉBRICAS nômios.
2 2
IGUALDADES E PROPRIEDADES Exemplos: 1)2a b – 5x 2)3x + 2b+ 1
São expressões constituídas por números e letras,
unidos por sinais de operações. Polinômios na variável x são expressões polinomiais
com uma só variável x, sem termos semelhantes.
2 2
Exemplo: 3a ; –2axy + 4x ; xyz; x + 2 , é o mesmo
3 Exemplo:
2 2 2
que 3.a ; –2.a.x.y + 4.x ; x.y.z; x : 3 + 2, as letras a, x, y 5x + 2x – 3 denominada polinômio na variável x cuja
2 3 n
e z representam um número qualquer. forma geral é a0 + a1x + a2x + a3x + ... + anx , onde a0,
a1, a2, a3, ..., an são os coeficientes.
Chama-se valor numérico de uma expressão algé-
brica quando substituímos as letras pelos respectivos Grau de um polinômio não nulo, é o grau do monô-
valores dados: mio de maior grau.
2 2 4 2
Exemplo: 3x + 2y para x = –1 e y = 2, substituindo Exemplo: 5a x – 3a x y + 2xy
2
os respectivos valores temos, 3.(–1) + 2.2 → 3 . 1+ 4
→ 3 + 4 = 7 é o valor numérico da expressão. Grau 2+1 = 3, grau 4+2+1= 7, grau 1+1= 2, 7 é o
maior grau, logo o grau do polinômio é 7.
Exercícios
Calcular os valores numéricos das expressões: Exercícios
1) 3x – 3y para x = 1 e y =3 1) Dar os graus e os coeficientes dos monômios:
2
2) x + 2a para x =–2 e a = 0 a)–3x y z grau coefciente__________
7 2 2
2
3) 5x – 2y + a para x =1, y =2 e a =3 b)–a x z grau coeficiente__________
Respostas: 1) –6 2) –2 3) 4 c) xyz grau coeficiente__________
Para resolver uma equação (achar a raiz) seguire- Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fica
mos os princípios gerais que podem ser aplicados numa 3 + y = 8, portanto y = 5
igualdade. Exemplo 3:
Ao transportar um termo de um membro de uma i-
Matemática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5x + 2y = 18 -Ι 1.º Caso: Quadrado da Soma
2 2 2
(a + b) = (a+b). (a+b)= a + ab + ab + b
3x - y = 2 - ΙΙ
↓ ↓
2 2
1.º 2.º ⇒ a + 2ab +b
neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por
2 (para “desaparecer” a variável y). Resumindo: “O quadrado da soma é igual ao qua-
5x + 2y = 18 5 x + 2 y = 18 drado do primeiro mais duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o
⇒
3x - y = 2 .(2) 6 x − 2 y = 4 quadrado do 2.º.
soma-se membro a membro:
5x + 2y = 18 Exercícios. Resolver os produtos notáveis
2 2 2 2
6x – 2y = 4 1)(a+2) 2) (3+2a) 3) (x +3a)
22
11x+ 0=22 ⇒ 11x = 22 ⇒ x = ⇒x=2 Respostas: 1.º caso
11 2
1) a + 4a + 4 2) 9 + 12a + 4a
2
Substituindo x = 2 na equação I: 4 2
3) x + 6x a + 9a
2
5x + 2y = 18
5 . 2 + 2y = 18 2.º Caso : Quadrado da diferença
10 + 2y = 18 2 2
(a – b) = (a – b). (a – b) = a – ab – ab - b
2
2y = 18 – 10
↓ ↓
2y = 8 2 2
1.º 2.º ⇒ a – 2ab + b
y=
8
2 Resumindo: “O quadrado da diferença é igual ao
y =4 quadrado do 1.º menos duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o
então V = {(2,4)} quadrado do 2.º.
Exemplo 1: Determine os números naturais de modo Exercícios. Efetuar os produtos da soma pela dife-
que 4 + 2x > 12. rença:
4 + 2x > 12 1) (a – 2) (a + 2) 2) (2a – 3) (2a + 3)
2 2
2x > 12 – 4 3) (a – 1) (a + 1)
2x > 8 ⇒ x > ⇒ x>4
8
2 Respostas: 3.º caso
2 2
1) a – 4 2) 4a – 9
4
Exemplo 2: Determine os números inteiros de modo 3) a – 1
que 4 + 2x ≤ 5x + 13
4+2x ≤ 5x + 13 FATORAÇÃO ALGÉBRICA
2x – 5x ≤ 13 – 4
–3x ≤ 9 . (–1) ⇒ 3x ≥ – 9, quando multiplicamos por 1.º Caso: Fator Comum
(-1), invertemos o sinal dê desigualdade ≤ para ≥, fica:
−9 Exemplo 1:
3x ≥ – 9, onde x ≥ ou x ≥ – 3 2a + 2b: fator comum é o coeficiente 2, fica:
3 2 .(a+b). Note que se fizermos a distributiva voltamos
no início (Fator comum e distributiva são “operações
Exercícios. Resolva: inversas”)
1) x – 3 ≥ 1 – x,
2) 2x + 1 ≤ 6 x –2 Exercícios. Fatorar:
3) 3 – x ≤ –1 + x 1) 5 a + 5 b 2) ab + ax 3) 4ac + 4ab
Respostas: 1) x ≥ 2 2) x ≥ 3/4 3) x ≥ 2
PRODUTOS NOTÁVEIS Respostas: 1.º caso
1) 5 .(a +b ) 2) a. (b + x)
Exemplo 2:
2
3a + 6a: Fator comum dos coeficientes (3, 6) é 3, Exemplo 2:
porque MDC (3, 6) = 3. 2
4 – a , extrair as raízes dos extremos 4 = 2, a2
2
2 = a, fica: (4 – a ) = (2 – a). (2+ a)
O m.d.c. entre: “a e a é “a” (menor expoente), então
2
o fator comum da expressão 3a + 6a é 3a. Dividindo
2 Exercícios. Fatorar:
3a : 3a = a e 6 a : 3 a = 2, fica: 3a. (a + 2). 2 2 2 2
1) x – y 2) 9 – b 3) 16x – 1
Exercícios. Fatorar:
2 2 3 2 Respostas: 3.º caso 1) (x + y) (x – y)
1) 4a + 2a 2) 3ax + 6a y 3) 4a + 2a
2) (3 + b) (3 – b) 3) (4x + 1) (4x – 1)
Respostas: 1.º caso 1) 2a .(2a + 1)
2) 3a .(x + 2ay)
2
3) 2a (2a + 1) EQUAÇÕES FRACIONÁRIAS
2.º Caso: Trinômio quadrado perfeito (É a “ope- São Equações cujas variáveis estão no denominador
ração inversa” dos produtos notáveis caso 1) 4 1 3
Ex: = 2, + = 8, note que nos dois exem-
x x 2x
Exemplo 1
2 2 plos x ≠ 0, pois o denominador deverá ser sempre dife-
a + 2ab + b ⇒ extrair as raízes quadradas do ex-
rente de zero.
tremo a2 + 2ab + b2 ⇒ a 2 = a e b2 = b e o
2 2 2 Para resolver uma equação fracionária, devemos a-
termo do meio é 2.a.b, então a + 2ab + b = (a + b)
char o m.m.c. dos denominadores e multiplicamos os
(quadrado da soma).
dois membros por este m.m.c. e simplificamos, temos
então uma equação do 1.º grau.
Exemplo 2:
2 1 7
4a + 4a + 1 ⇒ extrair as raízes dos extremos Ex: + 3 = , x ≠ 0, m.m.c. = 2x
x 2
4a2 + 4a + 1 ⇒ 4a2 = 2a , 1 = 1 e o termo cen- 1 7
2
tral é 2.2a.1 = 4a, então 4a + 4a + 1 = (2a + 1)
2 2x . +3 = . 2x
x 2
2x 14 x
Exercícios + 6x = , simplificando
Fatorar os trinômios (soma) x 2
2 2 2
1) x + 2xy + y 2) 9a + 6a + 1
3) 16 + 8a + a
2 2 + 6x = 7x ⇒ equação do 1.º grau.
Medidas da Tendência Central: São indicadores que permi- a coleta será direta, no local da apuração.
tem que se tenha uma primeira idéia, um resumo, de como se
distribuem os dados de um experimento, informando o valor Falta resolver o último item do planejamento: como orga-
(ou faixa de valores) da variável aleatória que ocorre mais nizar os dados?
tipicamente. Ao todo, são os seguintes três parâmetros:
Os dados obtidos constituem os dados brutos. O repórter
A idéia básica é a de se estabelecer uma descrição dos da-
poderá recorrer a uma organização numérica simples, regis-
dos relativos a cada uma das variáveis, dados esses levanta-
trada através de símbolos de fácil visualização:
dos através de uma amostra.
Média: É a soma de todos os resultados dividida pelo número
total de casos, podendo ser considerada como um resumo da
distribuição como um todo.
Mediana: É o valor da variável aleatória a partir do qual me- Agora, ele poderá fazer o rol desses dados, organizando-
tade dos casos se encontra acima dele e metade se encontra os em ordem crescente (ou decrescente):
abaixo
Candidatos Votos
Medidas de Dispersão: São medidas da variação de um con- D 9
junto de dados em torno da média, ou seja, da maior ou me- B 11
nor variabilidade dos resultados obtidos. Elas permitem se A 14
identificar até que ponto os resultados se concentram ou não C 16
Apesar de as anotações do repórter trazerem todas as in- DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL — 1971
formações sobre os cinqüenta votos, provavelmente o jornal Faixa de renda Habitações
não irá publicá-los dessa forma. Ë mais provável que seja Até 1 salário mínimo 224 740
publicada uma tabela, com o número de votos de cada can- De 1 a 3 salários mínimos 363 860
didato e a respectiva porcentagem de votos: De 4 a 8 salários mínimos 155 700
Mais de 8 salários mínimos 47 500
Candidatos Numero % de votos Total 791 800
de Votos Fonte: Brasil em dados. Apud: COUTINHO, M. 1. C. e CU-
D 9 18 NHA,
B 11 22 S. E. Iniciação à Estatística. Belo Horizonte, Lê,
A 14 28 1979, p. 40.
C 16 32
Total 50 100 Solução: A variável é a renda, em salários mínimos por
habitação. As freqüências absolutas são os dados da tabela:
Este é um exemplo de distribuição por freqüência.
em 224 740 moradias a renda é de até 1 salário mínimo;
VARIÁVEIS E FREQÜÊNCIAS em 363 860 é de 1 a 3 salários;
em 155 700 está entre 4 e 8 salários;
No caso que estamos estudando, cada voto apurado pode em 47 800 é maior que 8 salários mínimos.
ser do candidato A, do B, do C ou do D. Como são cinqüenta
os votantes, o número de votos de cada um pode assumir Para obter as freqüências relativas, devemos calcular as
valores de 1 a 50. O número de votos varia. Ë uma variável. porcentagens de cada faixa salarial, em relação ao total de
dados:
O valor que representa um elemento qualquer de um con- 224740
junto chama-se variável. até 1 salário mínimo = 0,28 = 28%
791800
No caso dos votos, a variável assume valores resultantes
de uma contagem de O a 50. Quando se tomam, nesse con- 363860
junto de valores, dois números consecutivos quaisquer, não é de 1 a 3 salários = 0,46 = 46%
791800
possível encontrar entre um e outro nenhum valor que a vari-
ável possa assumir. Por exemplo, entre 20 e 21 não existe
nenhum valor possível para a variável. Estamos, portanto, 155700
de 4 a 8 salários = 0,20 = 20%
diante de uma variável discreta. 791800
9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 13 15 Total 29
Exemplo 4: Levantamento, segundo faixas etárias, do Nem sempre, porém, temos à mão essa tabela. Devemos,
número de casamentos realizados na cidade X, durante de- então, procurar a amplitude total da distribuição. Com este
terminado ano. dividendo fixado, consideraremos como divisor um número de
classes razoável, e o quociente nos indicará qual amplitude
Classes F escolher.
de 1 a 15 anos
(3 classes) - Exemplo 5: Suponhamos uma distribuição onde o menor
15 20 15 valor da variável é 3 e o maior é 80. Temos:
20 26 530
26 31 325 Li (primeira classe) = 3
Ls (última classe) = 80
31 36 120
36 41 115
H (amplitude total) = 80 - 3 = 77
41 46 13
46 51 12 Dois números razoáveis de classes seriam 7 ou 11 (divi-
51 56 6 sores de 77).
56 61 3
61 100 16 Se desejarmos 11 classes, a amplitude de cada uma será:
80 − 3
De 1 a 15 anos foram agrupadas três classes, e ainda as- h = 77 : 11 ou h= ⇒ h=7
sim a freqüência é zero. De 61 a 100 anos os casamentos 11
não costumam ser freqüentes: foram agrupadas oito classes,
sendo registrada a freqüência de 16 casamentos. h = (Ls -Li) : n
A menor estatura é 150 cm e a maior 178 cm. A amplitude Respostas: a)16 b)2% c)23 d)90%
total é 28 cm. Poderíamos pensar em 4 ou 7 classes. O pri-
meiro é um número pequeno para quarenta observações. Finalizando, uma observação: o agrupamento em classes
Com 7 classes, as duas últimas teriam freqüência 1. Para muito grandes poderá levar a uma perda de pormenores;
agrupá-las, podemos reduzir o número de classes para 6, e, podemos, então, optar pelo agrupamento em classes meno-
para facilitar o cálculo, arredondar 178 cm para 180 cm. As- res e, conseqüentemente, por um maior número delas, desde
sim, a amplitude total a considerar será: que isso não prejudique o estudo. Com a possibilidade do
uso de computadores, esta alternativa torna-se bastante
180 — 150 = 30 viável.
300 300
Classes Pm F Fa Fr 200 230 260
150 15 152,5 6 6 15 100
5 0
155 16 157,5 - 10 16 25 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977
0
160 16 162,5 15 31 38 Anos
5
165 17 167,5 5 36 12 2. GRÁFICO EM COLUNAS OU BARRAS
0
170 17 172,5 3 39 8 São representados por retângulos de base comum e
5 altura proporcional à magnitude dos dados. Quando dispos-
175 18 177,5 1 40 2 tos em posição vertical, dizemos colunas; quando colocados
0 na posição horizontal, são denominados barras. Embora
Total 40 100 possam representar qualquer série estatística, geralmente
são empregados para representar as séries específicas ( os
dados são agrupados segundo a modalidade de ocorrência).
Observando a tabela podemos responder a questões co-
mo: A) Gráfico em Colunas
Quantos são os estudantes com estatura inferior a 160 População Brasileira ( 1940 – 1970)
cm?
Ano População
1940 41.236.315
40.000
População do Brasil 30.000
MILHÃO
US$
20.000
100000000 10.000
80000000 0
População
exportação
1984
1985
1986
60000000
1987
1988
40000000
20000000 ANOS
0
1940 1950 1960 1970
4. GRÁFICO EM SETORES
ANOS
É a representação gráfica de uma série estatística, em
um círculo, por meio de setores circulares. É emprega-
do sempre que se pretende comparar cada valor da série
B) Gráfico em Barras com o total.
O total é representado pelo círculo, que fica dividido em
Produção de Alho – Brasil (1988) tantos setores quantas são as partes. Para construí-lo,
divide-se o círculo em setores, cujas áreas serão proporcio-
nais aos valores da série. Essa divisão poderá ser obtida por
ESTADOS QUANTIDADES (t) meio de uma regra de três simples e direta.
Santa Catarina 13.973 Total ___________ 360º
Minas Gerais 13.389 Parte___________ x º
Rio Grande do Sul 6.892
Goiás 6.130 REBANHOS BRASILEIROS
São Paulo 4.179 1988
Fonte: IBGE ES- QUANTIDADE
PÉCIE (milhões de cabeças)
BOVINOS 140
Suínos 32
PRODUÇÃO DE ALHO - BRASIL- 1988
Ovinos 20
Caprinos 11
São Paulo Total 203
Fonte: IBGE
Estados
Para Ovinos:
BALANÇA COMERCIAL 203 -----------360º
BRASIL – 1984 - 1988
ESPECIFI- VALOR (US$ 1.000.000) 20 ---------- z
CAÇÃO 1984 1985 1986 1987 1988 z = 35,4º z = 35º
27.0 25.6 26.2 22.3 33.789
05 39 24 48 14.605 Para Caprinos:
13.9 13.1 14.0 15.0 203 ----------360º
16 53 44 52
Fonte: Ministério das Economia 11 ---------- w
w = 19,5º w = 20º
5. GRÁFICO POLAR
6. CARTOGRAMA
É a representação de uma série por meio de um polígono.
É o gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas, O cartograma é a representação sobre uma carta geo-
isto é, séries temporais que apresentam em seu desenvolvi- gráfica.
mento determinada periodicidade, como, por exemplo, a Este gráfico é empregado quando o objetivo é o de figurar
variação da precipitação pluviométrica ao longo do ano ou os dados estatísticos diretamente relacionados com áreas
da temperatura ao longo do dia, a arrecadação da Zona geográficas ou políticas.
Azul durante a semana, o consumo de energia elétrica du-
rante o mês ou o ano, o número de passageiros de uma Distinguimos duas aplicações:
linha de ônibus ao longo da semana, etc.
Representar dados absolutos (população) – neste caso,
O gráfico polar faz uso do sistema de coordenadas lançamos mão, em geral, dos pontos, em número
polares. proporcional aos dados.
Representar dados relativos (densidade) – neste caso,
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA lançamos mão, em geral, de Hachuras.
POPULAÇÃO PROJETADA DA
MUNICÍPIO DE RECIFE – 1989 REGIÃO SUL DO BRASIL – 1990
ME- PRECIPITAÇÃO (mm) ES- POPULAÇÃO Á D
2
SES TADO (hab.) REA (km ) ENSIDA-
Janeiro 174,8 DE
Fevereiro 36,9 Paraná 9.137.700 199.324 45,8
Março 83,9 Santa Catarina 4.461.400 95.318 46,8
Abril 462,7 Rio Grande do 9.163.200 280.674 32,6
Maio 418,1 Sul
Junho 418,4 Fonte: IBGE
Julho 538,7
Agosto 323,8
Setembro 39,7
Outubro 66,1
Novembro 83,3
Dezembro 201,2
Fonte: IBGE
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
MUNICÍPIO DE RECIFE - 1989
Janeiro
600
Dezembro Fevereiro
400
Novembro Março
200
Outubro 0 Abril 7. GRÁFICOS PICTÓRICOS
A PRODU-
NO ÇÃO
1972 9.974
1973 19.814
1974 22.117
1975 24.786
OBSERVAÇÕES:
ANOS
a) O HISTOGRAMA e o POLÍGONO DE FREQÜÊNCIAS, em
1975 termos de fi , fr e f% têm exatamente o mesmo aspecto, mu-
dando apenas a escala vertical;
Md = 7
Li = 6 , ∆1 = 10 – 5 = 5 ,
∆2 = 10 – 6 = 4 , h=8–6=2
∆1
Mo = Li + .h =
∆1 + ∆ 2
5
6 + . 2 = 6 + 1,11... ≅ 7,11
Para obtermos a mediana, a partir da OGIVA DE GALTON, 5+4
tomamos em fa = 26 a freqüência percentual que irá corres-
ponder à 100% ou seja, f%a = 100. Mo ≅ 7,11
Como a mediana corresponde ao termo central, localizamos
o valor da fa que corresponde à 50% da f%a, que neste caso, IV) Cálculo da moda pela fórmula de PEARSON:
é fa = 13. A mediana será o valor da variável associada a
esse valor no eixo das abscissas ou seja, Md = 7 M o ≅ 3.Md – 2. x
M o = 3 . 7 – 2 . 6,92 = 21 – 13,84 = 7,16
CÁLCULO DA MODA PELA FÓRMULA DE PEARSON
Mo ≅ 7,16
M o ≅ 3 . Md – 2. x MEDIDAS DE UMA DISTRIBUIÇÃO
Segundo PEARSON, a moda é aproximadamente igual à Há certas medidas que são típicas numa distribuição: as
diferença entre o triplo da mediana e o dobro da média. Esta de tendência central (médias), as separatrizes e as de dis-
fórmula dá uma boa aproximação quando a distribuição persão.
apresenta razoável simetria em relação à média.
MÉDIAS
Exemplo: Seja a distribuição:
Consideremos, em ordem crescente, um rol de notas ob-
Classes PM fi fa PM . fi tidas por alunos de duas turmas (A e B):
02 |---- 04 3 3 3 9
04 |---- 06 5 5 8 25 Turma A: 2 3 4 4 5 6 7 7 7 7 8
06 |---- 08 7 10 18 70 Turma B: 2 3 4 4 4 5 6 7 7 8 9
08 |---- 10 9 6 24 54
10 |---- 12 11 2 26 22 Observemos para cada turma:
∑ 26 180
valor que ocupa a posição central:
I) Cálculo da média :
x=
∑ PM . fi =
180
≅ 6,92 x = 6,92
n 26
II) Cálculo da mediana: O valor que aparece com maior freqüência:
b) Li = 6 , ‘fa = 8 ,
quantidade de dados (n):
∑X
fi = 10 , h=8–6=2 n
A quantidade de dados é: Muitas vezes, são associados aos dados certos fatores de
ponderação (pesos), que dependem do significado ou da
n = 20 importância que se atribui ao valor. No exemplo acima, a
cada dado está associada sua freqüência. Ë comum nas
A soma dos dados é: escolas obter-se a média do aluno pela ponderação das no-
tas das provas.
∑ x = 18 + 17 + 17 + 16 + 16 + 15 + 15 + 15 + 14 +
Exemplo 3: Numa determinada escola, no primeiro se-
+ 14 + 13 + 13 + 13 + 13 + 13 + 12 + 12 +12 +
mestre, o prol’ ‘~sor de Matemática aplicou a seus alunos três
+ 11 + 11 = 280
provas: a primeira de álgebra, a segunda de geometria e a
terceira exigindo toda a matéria. Considerou peso 2 para a
A média aritmética é:
última prova e peso 1 para as duas primeiras.
Ma =
∑ X = 280 ⇒ Ma = 14
n 20 Um aluno obteve as seguintes notas:
primeira prova ____ 8,0
Exemplo 4: Seja a tabela que nos dá a altura (x) dos es- A soma algébrica dos desvios é:
tudantes de uma classe de primeiro grau:
∑αF= —91,875 + 91,875=0
h=5 x (cm) Pm F
150 155 152,5 6 Esta propriedade pode ser usada para o cálculo da Ma
155 160 157,5 9 pelo processo breve: A soma algébrica dos desvios dos valo-
160 165 162,5 16 res de uma série em relação à Ma é nula.
165 170 167,5 5
170 175 172,5 3 Podemos, então, calcular a média aritmética sem recorrer
175 180 177,5 1 a cálculos demorados. Primeiro, indicamos o ponto médio de
Total 40 uma das classes como uma suposta média aritmética (Ms).
Em geral, escolhemos o da classe que apresenta a maior
Queremos, a partir da tabela, calcular a média aritmética. freqüência, para que o desvio (Ma — Ms) seja o menor pos-
sível. Calculamos, a seguir, esse fator de correção (C = Ma
Solução: Completando a tabela, com a coluna Pm . — Ms).
F. temos:
Se C = 0 ⇒ Ma = Ms. Caso contrário, estaremos depen-
h=5 x (cm) Pm F Pm.F dendo de um fator de correção para mais ou para menos.
150 15 152,5 6 915,0
5 Se os intervalos de classe têm a mesma amplitude h, to-
155 16 157,5 9 1417,5 dos os desvios Pm — Ms podem ser expressos por c .h, onde
0 h é a amplitude e c pode ser um número inteiro negativo (se o
160 16 162,5 16 2600,0 Pm considerado está abaixo da Ms) ou um inteiro positivo (se
5 o Pm está acima da Ms).
165 17 167,5 5 837,5
0 Consideremos a tabela do exemplo 4, e calculemos a Ma
170 17 172,5 3 517,5 pelo processo breve. Vamos escolher o Pm da classe de
5 maior freqüência como a suposta média:
175 18 177,5 1 177,5
0 Ms = 162,5
Total ∑F=40 ∑Pm.F=6465,
Os desvios em relação à Ms são:
0
6 +1
No exemplo 7, n = 6 ⇒ P = = 3,5. A mediana está,
2
assim, entre o terceiro e o quarto termos.
Em geral, a média aritmética de uma distribuição não co-
incide com a mediana. A mediana é um valor que não sofre
A linha obtida equilibra o histograma, dividindo-o em duas influência dos valores extremos e a média aritmética envolve
partes de áreas iguais. todos os dados.
Todos os histogramas de distribuições normais são mais Cálculo da mediana de uma distribuição por freqüên-
ou menos simétricos em relação à Ma. Os dados de maior cia
freqüência se aproximam da Ma.
Exemplo 8: Consideremos a seguinte distribuição:
Você deve ter notado que a média aritmética é um valor
que engloba todos os dados. Se houver dados discrepantes, Diária (Cz$) Número de operá- Fa
eles influirão no valor da Ma. rios
200,00 5 5
Exemplo 5: A média aritmética de : 2, 2, 3, 3, 3, 4, 15 é: 250,00 8 13
300,00 4 17
2 + 2 + 3 + 3 + 3 + 4 + 15 32 350,00 1 18
= = 4,57
7 7
h é a amplitude da classe;
x é o número que somado ao limite inferior da classe em
questão nos dará a mediana.
d⋅h
Md = 160 +
F
5,5 ⋅ 5
Md = 160 +
16
Md = 160+1,71
À distância entre 20 e a mediana chamaremos x. Na dis-
tância x, temos 7 elementos. Na amplitude 5, temos 10 ele- Md = 161,71 cm
mentos. Podemos armar a proporção:
Vamos construir o histograma da distribuição, localizando
x 5 a Ma e a Md:
= ⇒ x = 3,5
7 10
Uma distribuição com duas modas é denominada bimo- As medidas que acabamos de estudar (Ma, Md e Mo) têm
dal. a tendência de se localizar no centro da distribuição. Em
distribuições em que as curvas são simétricas, as três são
A rigor, a moda não é uma medida empregada para um coincidentes (distribuição normal). Para curvas assimétricas,
pequeno número de observações. Existem fórmulas para o o matemático Pearson verificou que a distância entre a Ma e
cálculo da moda, mas, na prática, ela é determinada pelo a Mo é três vezes maior que a distância entre a Ma e a Md:
valor ou pela classe que apresenta maior freqüência. Neste
último caso, ela é chamada classe modal, e seu ponto médio Ma — Mo = 3 (Ma — Md)
é a moda bruta, que representa uma aproximação da moda.
Isolando Mo:
Pode-se obter a moda de uma distribuição a partir de seu
histograma. Mo = 3 Md — 2 Ma
Exemplo 14: Considerando os dados do exemplo 4, va- Essa é a fórmula empírica de Pearson.
mos encontrar a moda:
Exemplo 16: Na distribuição do exemplo anterior, Ma =
Solução: 161,625 e Md = 161,71. Calcular o valor da Mo.
Mo = 3 Md — 2 Ma
DESVIO PADRÃO
Considera-se a abscissa do ponto de intersecção dos Meninos Peso (g) Meninas Peso (g)
segmentos CA e BD. 1 3 750 1 3 000
2 3 750 2 3 300
Numa distribuição com dados agrupados, para a qual se 3 3 350 3 3 200
construiu uma curva de freqüência, a moda é o valor (ou os 4 3 250 4 3 250
valores) que corresponde ao ponto de ordenada máxima 5 3 250 5 3 100
(ponto mais alto da curva). 6 3100 6 3100
7 3 150 7 3 300
8 3 100 8 3 000
Podemos observar que o peso dos meninos é em média Solução: Devemos encontrar um intervalo de amplitude
maior que o das meninas. 2s, em torno da Ma:
Solução:
A média aritmética dos quadrados dos desvios chama-se
variância. Calculemos as variâncias das duas distribuições. a) Para o cálculo da Ma, vamos construir uma tabela
que nos auxilie:
Para os meninos:
h = 2 Notas Pm F α α.F
168100.2+ 100.3+ 8 100. 2 + 57 600.2 + 36 100 0 2,0 1,0 3 -2 -6
= 50400 2,0 4,0 3,0 9 -1 -9
10
4,0 6,0 5,0 16 0 0
Para as meninas: 6,0 8,0 7,0 8 1 8
8,0 10,0 9,0 4 2 8
22500.4 + 2500.4 + 10000 110000 ∑F=40 ∑αF=1
= = 11000
10 10
Ma = Pm + h.
∑α ⋅F
A raiz quadrada da variância é o desvio padrão.
∑F
Calculemos os desvios padrões de cada uma das distribu- 1
Ma = 5,0 + 2 .
ições: 40
Comparando os dois valores, notamos que a variabilidade Para o cálculo do desvio padrão, vamos calcular os desvios
no peso dos meninos é maior que no das meninas (s1 > s2). (d = Pm — Ma) e acrescentar à tabela dada as colunas
2 2
d, d , d F:
O desvio padrão é a medida de dispersão mais utilizada
em casos de distribuições simétricas. Lembramos que, grafi- 2 2
h = 2 notas Pm F d d dF Ma =
camente, distribuições desse tipo se aproximam de uma 5,05
curva conhecida como curva nórmal ou curva de Gauss: 01 2,0 1.0 3 - 16,40 49,2
2,01 4,0 3,0 9 4,05 4,20 0
O desvio padrão tomado com os sinais - e + ( - s e +s) de- 4.01 6.0 5,0 16 - 0,0025 37,8
fine em torno da média aritmética uma amplitude (2s) chama- 6,01 8,0 7,0 8 2,05 3,80 0
8,0 9.0 4 - 15,60 0,04
Os símbolos têm significado e usos específicos no cálculo Desta forma toda sentença declarativa, afirmativa de sen-
proposicional. tido completo que expressão um determinado pensamento
são denominado predicados ou enunciados, as quais de
1.2.1 PROPOSIÇÃO, DECLARAÇÃO acordo com o universo relacional onde se encontram é sem-
É todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem pre possível predicar-se “verdade” ou a “falsidade”.
um pensamento de sentido completo para a qual se associa São exemplos de proposições em lógica:
apenas um dos dois atributos verdadeiro ou falso.
“A filosofia é a lógica dos contrários”
São exemplos de proposições:
“Bananas solitárias são aves volares se e somente se, um
Quatro e maior que cinco. logaritmo vermelho é um abacate feliz”.
Ana e inteligente. “Se todo homem inteligente é uma flor, então flores racio-
São Paulo e uma cidade da região sudeste. nais são homens solitários”.
Existe vida humana em Marte. No cálculo proposicional o que dever ser considerado é a
forma do enunciado e não o significado que esta alcança no
A lua é um satélite da Terra
mundo real.
Recife é capital de Pernambuco
Portanto os exemplos acima permitem afirmar que o nú-
mero de nomes e/ou predicados que constituem as senten-
Exemplos de não proposições: ças declarativas, afirmativas de sentido completo dão origem
às denominadas proposições simples ou proposições com-
Como vai você? postas.
Como isso pode acontecer! 2.3 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO DAS
1.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: PROPOSIÇÕES SIMPLES:
A Lógica Matemática constitui um sistema científico regido Uma proposição simples ou um átomo ou ainda uma pro-
por três leis principais, consideradas princípios fundamentais: posição atômica, constituem a unidade mínima de análise do
cálculo sentencial e corresponde a uma estrutura tal em que
Princípio da não-contradição: uma proposição não
não existe nenhuma outra proposição como parte integrante
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
de si próprio. Tais estruturas serão designadas pelas letras
Princípio do terceiro excluído: toda preposição ou é latinas minúsculas tais como:
verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes
p, q, r, s, u, v, w, p1, p2. . . ¸pn...
casos e nunca um terceiro.
As quais são denominadas letras proposicionais ou variá-
veis enunciativas. Desta forma, pra se indicar que a letra
Neste sistema de raciocínio tem-se estabelecido tão so- proposicional p designa a sentença: “A Matemática é atributo
mente dois “estados de verdade”, isto é, a “verdade” e a “não da lógica”, adota-se a seguinte notação:
verdade”. Portanto a Lógica Matemática é um sistema biva-
p: A matemática é atributo da lógica.
lente ou dicotômico, onde os dois estados de verdade servem
para caracterizar todas as situações possíveis sendo mutua- Observe que a estrutura: “A matemática não é atributo da
mente excludentes (isto é, a ocorrência da primeira exclui a lógica” não corresponde a uma proposição simples, pois
existência da segunda). possui como parte integrante de si outra proposição.
Portanto de uma forma geral pode-se dizer que qualquer 2.4 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO DE
entidade (proposição ou enunciado) em Lógica Matemática PROPOSIÇÒES COMPOSTAS:
apresenta apenas dois “estados de verdade” ou será corres- Uma proposição composta, ou uma fórmula proposicional
pondente a “verdade” ou correspondente a “falsidade” não ou uma molécula ou ainda uma proposição molecular é uma
admitindo quaisquer outras hipóteses e nem tão pouco a sentença declarativa, afirmativa, de sentido completo consti-
ocorrência dos dois estados de verdade simultaneamente. tuída de pelo menos um nome ou pelo menos um predicado
2. PROPOSIÇÕES OU ENUNCIADOS - FUNDAMENTA- ou ainda negativa, isto é, são todas as sentenças que possu-
ÇÃO DO CÁLCULO PROPOSICIONAL em como parte integrante de si própria pelo menos uma outra
proposição.
"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um fim Uma proposição é o pensamento que uma frase
em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicidade de declarativa exprime literalmente.
cada pessoa tem valor de um ponto de vista imparcial e
não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Dado que Não deves confundir proposições com frases. Uma frase
cada pessoa é realmente um fim em si, podemos concluir é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de
que a felicidade tem valor de um ponto de vista imparcial." sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma"
não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica- cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido grama-
da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte- tical.
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce-
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis- Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa quando o que ela afirma tem valor de verdade.
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois
dos mais utilizados são "logo" e "portanto". Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra dadeiras nem falsas:
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta 1. Que horas são?
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 2. Traz o livro.
3. Prometo ir contigo ao cinema.
4. Quem me dera gostar de Matemática.
Indicadores de premis- Indicadores de conclu-
sa são Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
pois por isso são verdadeiras ou falsas:
porque por conseguinte
dado que implica que 1. Braga é a capital de Portugal.
como foi dito logo 2. Braga é uma cidade minhota.
visto que portanto 3. A neve é branca.
devido a então 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
a razão é que daí que
admitindo que segue-se que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
sabendo-se que pode-se inferir que não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
assumindo que consequentemente é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verdadei-
ra ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.
É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa-
precedidas por indicadores. Por exemplo, no argumento: mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora,
um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por
euros por mês. Portanto, há treinadores de futebol que ga- diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
nham mais de 100000 euros por mês. o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido
pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
premissas não têm nenhum indicador. branca" e "Snow is white".
Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
apresentado: verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o
que define os princípios universais do pensamento, estabele- que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante-
ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1). cedente ou mera circunstância acidental (3).
Exemplos
1) Só há movimento no carro se houver combustível.
O carro está em movimento.
Alguns gregos são lógicos e alguns lógicos são chatos,
Logo, há combustível no carro.
por isso, alguns gregos são chatos. Este argumento é
inválido porque todos os chatos lógicos poderiam ser
2) Tudo que respira é um ser vivo.
romanos!
A planta respira.
Logo, a planta é um ser vivo.
Ou estamos todos condenados ou todos nós somos
3) O som não se propaga no vácuo. salvos, não somos todos salvos por isso estamos todos
Na lua tem vácuo. condenados. Argumento válido,pois as premissas implicam a
Logo, não há som na lua. conclusão. (Lembre-se que não significa que a conclusão tem
de ser verdadeira, apenas se as premissas são verdadeiras
4) Só há fogo se houver oxigênio e, talvez, eles não são, talvez algumas pessoas são salvas e
Na lua não há oxigênio. algumas pessoas são condenadas, e talvez alguns nem
Logo, na lua não pode haver fogo. salvos nem condenados!)
Argumentos tanto podem ser válidos ou inválidos. Se um Um argumento sólido é um argumento válido com as
argumento é válido, e a sua premissa é verdadeira, a premissas verdadeiras. Um argumento sólido pode ser válido
conclusão deve ser verdadeira: um argumento válido não e, tendo ambas as premissas verdadeiras, deve seguir uma
pode ter premissa verdadeira e uma conclusão falsa. conclusão verdadeira.
A Lógica visa descobrir as formas válidas, ou seja, as Indução matemática não deve ser incorretamente
formas que fazer argumentos válidos. Uma Forma de interpretada como uma forma de raciocínio indutivo, que é
Argumento é válida se e somente se todos os seus considerado não-rigoroso em matemática. Apesar do nome, a
argumentos são válidos. Uma vez que a validade de um indução matemática é uma forma de raciocínio dedutivo e é
argumento depende da sua forma, um argumento pode ser totalmente rigorosa.
Retórica, dialética e diálogos argumentativos (1) Todos os humanos são mentirosos. João é humano.
Logo, João é mentiroso.
Considerando que os argumentos são formais (como se
encontram em um livro ou em um artigo de investigação), os Podemos reescrever o argumento separando cada
diálogos argumentativos são dinâmicos. Servem como um sentença em sua determinada linha:
registro publicado de justificação para uma afirmação.
Argumentos podem também ser interativos tendo como (2) Todo humano é mentiroso.
interlocutor a relação simétrica. As premissas são discutidas,
bem como a validade das inferências intermediárias. (3) João é humano.
Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o Para introduzir um quantificador "todos", você assume
desenvolvimento do método matemático, este considerado uma variável arbitrária, prova algo que deva ser verdadeira, e
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de então prova que não importa que variável você escolha, que
dados empíricos. aquilo deve ser sempre verdade. Um quantificador "todos"
pode ser removido aplicando-se a sentença para um objeto
em particular. Um quantificador "algum" (existe) pode ser
Através da aplicação do raciocínio, as ciências como um
adicionado a uma sentença verdadeira de qualquer objeto;
todo evoluíram para uma crescente capacidade do intelecto pode ser removida em favor de um temo sobre o qual você
em alavancar o conhecimento. Este é utilizado para isolar ainda não esteja pressupondo qualquer informação.
questões e desenvolver métodos e resoluções nas mais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
diversas questões relacionadas à existência e sobrevivência
humana.
Lógica De Primeira Ordem
O raciocínio, um mecanismo da inteligência, gerou a A linguagem da lógica proposicional não é adequada para
convicção nos humanos de que a razão unida representar relações entre objetos. Por exemplo, se fôsse-
à imaginação constituem os instrumentos fundamentais para mos usar uma linguagem proposicional para representar
a compreensão do universo, cuja ordem interna, aliás, tem "João é pai de Maria e José é pai de João" usaríamos duas
um caráter racional, portanto, segundo alguns, este processo letras sentenciais diferentes para expressar idéias semelhan-
é a base do racionalismo. tes (por exemplo, P para simbolizar "João é pai de Maria "e Q
Logo, resumidamente, o raciocínio pode ser considerado para simbolizar "José é pai de João" ) e não estaríamos cap-
também um dos integrantes dos mecanismos dos tando com esta representação o fato de que as duas frases
processos cognitivos superiores da formação de conceitos e falam sobre a mesma relação de parentesco entre João e
da solução de problemas, sendo parte do pensamento. Maria e entre José e João. Outro exemplo do limite do poder
de expressão da linguagem proposicional, é sua incapacida-
Lógica De Predicados de de representar instâncias de um propriedade geral. Por
exemplo, se quiséssemos representar em linguagem proposi-
Gottlob Frege, em sua Conceitografia (Begriffsschrift), cional "Qualquer objeto é igual a si mesmo " e "3 é igual a 3",
descobriu uma maneira de reordenar várias sentenças para usaríamos letras sentenciais distintas para representar cada
tornar sua forma lógica clara, com a intenção de mostrar uma das frases, sem captar que a segunda frase é uma ins-
como as sentenças se relacionam em certos aspectos. Antes tância particular da primeira. Da mesma forma, se por algum
de Frege, a lógica formal não obteve sucesso além do nível processo de dedução chegássemos à conclusão que um
da lógica de sentenças: ela podia representar a estrutura de indivíduo arbitrário de um universo tem uma certa proprieda-
sentenças compostas de outras sentenças, usando palavras de, seria razoável querermos concluir que esta propriedade
como "e", "ou" e "não", mas não podia quebrar sentenças em vale para qualquer indivíduo do universo. Porém, usando
partes menores. Não era possível mostrar como "Vacas são uma linguagem proposicional para expressar "um indivíduo
animais" leva a concluir que "Partes de vacas são partes de arbitrário de um universo tem uma certa propriedade " e "esta
animais". propriedade vale para qualquer indivíduo do universo" usarí-
amos dois símbolos proposicionais distintos e não teríamos
A lógica sentencial explica como funcionam palavras como concluir o segundo do primeiro.
A linguagem de primeira ordem vai captar relações entre Por exemplo podemos representar os números naturais
indivíduos de um mesmo universo de discurso e a lógica de "1", "2", "3", etc através do uso de símbolo de função, diga-
primeira ordem vai permitir concluir particularizações de uma mos, suc, que vai gerar nomes para os números naturais "1",
propriedade geral dos indivíduos de um universo de discurso, "2", "3", etc. a partir da constante 0, e. g., "1" vai ser denotado
assim como derivar generalizações a partir de fatos que va- por suc(0), "3" vai ser denotado por suc(suc(suc(0))), etc.
lem para um indivíduo arbitrário do universo de discurso. Seqüências de símbolos tais como suc(0) e suc(suc(suc(0)))
Para ter tal poder de expressão, a linguagem de primeira são chamadas termos.
ordem vai usar um arsenal de símbolos mais sofisticado do
que o da linguagem proposicional. Assim, a frase "Todo número natural diferente de zero é
sucessor de um número natural" pode ser simbolizada por
Considere a sentença "Todo objeto é igual a si mesmo". ∀x(¬x≈0 →∃ysuc(y)≈x). Fonte: UFRJ
Esta sentença fala de uma propriedade (a de ser igual a si Lógica De Vários Valores
mesmo) que vale para todos os indivíduos de um universo de
discurso, sem identificar os objetos deste universo. Sistemas que vão além dessas duas distinções
(verdadeiro e falso) são conhecidos como lógicas não-
Considere agora a sentença "Existem números naturais aristotélicas, ou lógica de vários valores (ou então lógicas
que são pares". polivaluadas, ou ainda polivalentes).
Esta sentença fala de um propriedade (a de ser par) que No início do século 20, Jan Łukasiewicz investigou a
vale para alguns (pelo menos um dos) indivíduos do universo extensão dos tradicionais valores verdadeiro/falso para incluir
dos números naturais, sem, no entanto, falar no número" 0" um terceiro valor, "possível".
ou "2" ou "4",etc em particular.
Lógicas como a lógica difusa foram então desenvolvidas
Para expressar propriedades gerais (que valem para to- com um número infinito de "graus de verdade",
dos os indivíduos) ou existenciais (que valem para alguns representados, por exemplo, por um número real entre 0 e 1.
indivíduos) de um universo são utilizados os quantificadores Probabilidade bayesiana pode ser interpretada como um
∀ (universal) e ∃ (existencial), respectivamente. Estes quanti- sistema de lógica onde probabilidade é o valor verdade
ficadores virão sempre seguidos de um símbolo de variável, subjetivo.
captando, desta forma, a idéia de estarem simbolizando as
palavras "para qualquer" e "para algum". O principal objetivo será a investigação da validade de
ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a
Considere as sentenças: CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS. Os argumentos
"Sócrates é homem" estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e INDUTI-
"Todo aluno do departamento de Ciência da Computação VOS.
estuda lógica"
ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas premis-
A primeira frase fala de uma propriedade (ser homem) de sas, se verdadeiras, a conclusão é também verdadeira.
um indivíduo distinguido ("Sócrates") de um domínio de dis- Premissa : "Todo homem é mortal."
curso. A segunda frase fala sobre objetos distiguidos "depar- Premissa : "João é homem."
tamento de Ciência da Computação" e "lógica". Tais objetos Conclusão : "João é mortal."
poderão ser representados usando os símbolos , soc para
"Sócrates", cc para "departamento de Ciência da Computa- ARGUMENTO INDUTIVO: a verdade das premissas não
ção", lg para "lógica".Tais símbolos são chamados de símbo- basta para assegurar a verdade da conclusão.
los de constantes. Premissa : "É comum após a chuva ficar nublado."
Premissa : "Está chovendo."
As propriedades "ser aluno de ", "estuda" relacionam ob- Conclusão: "Ficará nublado."
jetos do universo de discurso considerado, isto é, "ser aluno
de " relaciona os indivíduos de uma universidade com os As premissas e a conclusão de um argumento, formula-
seus departamentos, "estuda" relaciona os indivíduos de das em uma linguagem estruturada, permitem que o argu-
uma universidade com as matérias. Para representar tais mento possa ter uma análise lógica apropriada para a verifi-
relações serão usados símbolos de predicados (ou relações). cação de sua validade. Tais técnicas de análise serão trata-
Nos exemplos citados podemos usar Estuda e Aluno que das no decorrer deste roteiro.
são símbolos de relação binária. As relações unárias expres-
sam propriedades dos indivíduos do universo (por exemplo OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PRO-
"ser par","ser homem"). A relação "ser igual a" é tratata de POSICIONAL
forma especial, sendo representada pelo símbolo de igualda- • VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minús-
de ≈. culas p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas
atômicas) .
Desta forma podemos simbolizar as sentenças considera-
das nos exemplos da seguinte forma: Exemplos: A lua é quadrada: p
- "Todo mundo é igual a si mesmo " por ∀x x≈x; A neve é branca : q
- "Existem números naturais que são pares" por
∃xPar(x); • CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas po-
- "Sócrates é homem" por Homem(soc); dem ser combinadas entre si e, para representar tais
- "Todo aluno do departamento de Ciência da Computa- combinações usaremos os conectivos lógicos:
ção estuda lógica" por∀x(Aluno(x,cc) →Estuda (x,lg)). ∧: e , ∨: ou , → : se...então , ↔ : se e somente se , ∼: não
proposições possíveis, que são verdadeiras ou poderiam Ao atribuir a x o valor 5 na sentença aberta x + 3 = 10, es-
ter sido verdadeiras sob certas circunstâncias (exemplos: 2 + ta transforma-se na proposição 5 + 3 = 10, cujo valor lógico é
2 = 4; Há apenas três planetas; Há mais que três planetas). F.
Na lógica de predicados, a quantificação universal é Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
uma formalização da noção de que algumas coisas são ver- tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
dadeiras para todas as coisas, ou para todas as coisas rele- da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da
vantes. O resultado é uma afirmação universalmente quantifi- lógica material, também conhecida como “lógica maior”.
cada. Em símbolos lógicos, o quantificador universal (usual-
mente ∀ ) é o símbolo usado para denotar o universo de A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
quantificação, informalmente lido como "para todo". pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
Na lógica de predicados, um quantificador existencial é va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
a predicação de uma propriedade ou relação para, pelo me- respeitada quando se preenchem as exigências de coerência
nos, umel emento do domínio. interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí-
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO de realidade dos fatos.
O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos (1) Não há crime sem uma lei que o defina;
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas (2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime;
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos (3) logo, não é crime matar ET’s.
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda” conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi- sas) deve levar a conclusões óbvias.
dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte 1.4. Termo e Conceito
de convencer mediante o discurso.
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aquilo fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá ficações de significado. Observe-se o exemplo:
atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer Os jaguares são quadrúpedes;
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui- Meu carro é um Jaguar
tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu- logo, meu carro é um quadrúpede.
mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei- O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-
mentar, associada à desatenção ou à ignorância de quem
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
forte etc. conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
mente, manter-se num plano distante da existência humana, “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade,
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. virtude, afetividade e equilíbrio.
1.3. Inferência Lógica Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
c) Não devem existir divergências marcantes na compara- Ainda que alguns autores considerem a analogia como
ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com- uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
paração.." base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
ocasião de tormentas e tempestades; dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja
acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
muito.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá-
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
como os operários suíços, também recebe um salário míni-
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
bem, como os suíços.
sejam indicadores da validade das generalizações contidas
nas conclusões.
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a B é A e é X;
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente, C é A e também é X;
isto caso cumpram-se as exigências acima. D é A e também é X;
E é A e também é X;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do logo, todos os A são X
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos par-
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- ticulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
sariamente válida. Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa;
O esquema básico do raciocínio analógico é: A caninana é uma cobra e também não voa;
A urutu é uma cobra e também não voa;
A é N, L, Y, X; A cascavel é uma cobra e também não voa;
B, tal como A, é N, L, Y, X; logo, as cobras não voam.
A é, também, Z
logo, B, tal como A, é também Z. Contudo,
Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
gico é precário, ele é muito importante na formulação de caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana- gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro- ver um gato preto traz azar.
cedimentos indutivos ou dedutivos.
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do valor
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e pro- lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
fessor de ciência da computação da Universidade de Michi- forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
gan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo da caso particular discorde da generalização obtida das premis-
computação, uma situação semelhante à que ocorre no da sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida-
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po- de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené- haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá- coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir há casos em que
para montar um programa mais adequado para resolver um
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais
uma simples análise das premissas é suficiente para de-
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma
tectar a sua fraqueza.
Matemática 76 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí-
aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de fica.
um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
mento de alguns de seus componentes: O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado nos
1. Adriana é mulher e dirige mal; moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso pela
Ana Maria é mulher e dirige mal; maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou orde-
Mônica é mulher e dirige mal; nada. Observem-se os exemplos:
Carla é mulher e dirige mal;
logo, todas as mulheres dirigem mal. - Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a
2. Antônio Carlos é político e é corrupto; corrupção do cenário político brasileiro.
Fernando é político e é corrupto;
Paulo é político e é corrupto; Depois da série de protestos realizados pela população,
Estevão é político e é corrupto; depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
logo, todos os políticos são corruptos. me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta- e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe- moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução. apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a
para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. Um nação.
exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da descoberta
da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos, acredita-
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
va-se que todos os cisnes fossem brancos porque todos os
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
até então observados eram brancos. Ao ser visto o primeiro
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto
cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra.
alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de sua
inocência.
2.2.1. Procedimentos indutivos
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
te e o da indução por enumeração completa. duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
a. Indução por enumeração incompleta suficiente portamento do amigo infere-se sua inocência.
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças. rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. A
previsão meteorológica é um exemplo particular de probali-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, poden- dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi-
do-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo
Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas 1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu- médio e menor.
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas, Exemplo de formulação correta:
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
respeito à construção do conhecimento. Termo Médio: Mimi é um gato.
Termo Menor: Mimi é um mamífero.
2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es- Termo Médio: Maria é uma gata(2).
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici- Termo Menor: Maria é quadrúpede.
ências da analogia e da indução. O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
termos ao invés de três.
No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir 2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para sos que os termos das premissas.
se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre- Exemplo de formulação correta:
missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí- Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
nio: Termo Médio: Nikita é uma onça.
Termo Menor: Nikita é feroz.
Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer- Exemplo de formulação incorreta:
sal Termo Maior: Antônio e José são poetas.
Premissa menor: Pedro é homem. Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral “Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os
podem-se tirar conclusões de cunho particular. surfistas”.
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na qual,
colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue neces- 3) O predicado do termo médio não pode entrar na conclu-
sariamente, somente pelo fato de terem sido postas”. Uma são.
vez posto que todos os homens são mamíferos e que Pedro Exemplo de formulação correta:
é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pedro é um Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
mamífero. De certo modo, a conclusão já está presente nas Termo Médio: Pedro é homem.
premissas, basta observar algumas regras e inferir a conclu- Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
são. Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
2.3.1. Construção do Silogismo
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
lei.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é ino-
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de portuna.
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras 4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride sua extensão universal.
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma Exemplo de formulação correta:
conclusão adequada. Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida-
des.
Eis um exemplo de silogismo: Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Maior
A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Alguns homens são sábios.
Logo, a concussão é punível Conclusão
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da lógi- Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
ca, as premissas são chamadas de proposições que, por sua O predicado “homens” do termo médio não é universal,
vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas ou mas particular.
juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são 2.3.1.1.2. Regras das Premissas
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior 5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado Exemplo de formulação incorreta:
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na Premissa Menor: Lulu não é um gato.
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (normal- Conclusão: (?).
mente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, punível 6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu-
é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e concus- são negativa.
são é o menor. Exemplo de formulação incorreta:
Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser deseja-
2.3.1.1. As Regras do Silogismo dos.
14) Se João toca piano, então Lucas acorda cedo e Cristina 20) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Cinco moças,
não consegue estudar. Mas Cristina consegue estudar. Se- Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda, estão vestindo
gue-se logicamente que: blusas vermelhas ou amarelas. Sabe-se que as moças que
a) Lucas acorda cedo. vestem blusas vermelhas sempre contam a verdade e as que
b) Lucas não acorda cedo. vestem blusas amarelas sempre mentem. Ana diz que Beatriz
c) João toca piano. veste blusa vermelha. Beatriz diz que Carolina veste blusa
d) João não toca piano. amarela. Carolina, por sua vez, diz que Denise veste blusa
amarela. Por fim, Denise diz que Beatriz e Eduarda vestem
15) Alice entra em uma sala onde há apenas duas saídas, blusas de cores diferentes. Por fim, Eduarda diz que Ana
uma que fica a Leste e outra a Oeste. Uma das saídas leva veste blusa vermelha. Desse modo, as cores das blusas de
ao Paraíso, a outra ao Inferno. Na sala, também há dois ho- Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda são, respectiva-
mens, um alto e outro baixo. Um dos homens apenas fala a mente:
verdade, o outro apenas diz o falso. Então, Alice mantém o
seguinte diálogo com um deles: a) amarela, amarela, vermelha, vermelha e amarela.
- O homem baixo diria que é a saída do Leste que leva ao b) vermelha, vermelha, vermelha, amarela e amarela.
Paraíso? - questiona Alice. c) vermelha, amarela, amarela, amarela e amarela.
- Sim, o homem baixo diria que é a saída do Leste que levaria d) amarela, amarela, vermelha, amarela e amarela.
ao Paraíso - diz o homem alto.
Considerando essa situação, pode-se afirmar que: 21) Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é,
a) o homem alto necessariamente disse algo falso, mas a do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
porta Leste leva ao Paraíso. a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista
b) o homem alto necessariamente disse a verdade e a porta b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro
Leste leva ao Inferno. c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista
c) a porta Leste necessariamente leva ao Paraíso, mas não d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista
se pode dizer se o homem alto disse a verdade ou não.
d) a porta Leste necessariamente leva ao Inferno, mas não se 22) A negação lógica da proposição "O pai de Marcos é per-
pode dizer se o homem alto disse a verdade ou não. nambucano, e a mãe de Marcos é gaúcha" é:
a) "O pai de Marcos não é pernambucano, e a mãe de Mar-
16) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) As irmãs Ilda, cos não é gaúcha".
Ilma, Isabela e Isadora iriam ser fotografadas juntas por Flá- b) "O pai de Marcos não é pernambucano, ou a mãe de Mar-
vio. O fotógrafo pediu para que elas se posicionassem lado a cos não é gaúcha".
lado da seguinte maneira: c) "O pai de Marcos não é pernambucano, ou a mãe de Mar-
- do ponto de vista do fotógrafo, Ilda deveria estar mais à cos é gaúcha".
direita do que Isabela; d) "O pai de Marcos é pernambucano, e a mãe de Marcos
- Isadora não deveria ficar entre duas irmãs; não é gaúcha".
- Ilda não deveria ficar imediatamente ao lado de Isabela, isto
é, pelo menos uma irmã deveria estar entre Ilda e Isabela; 23) Em um orçamento foram acrescidos juros no valor de R$
- Isabela não deveria ficar imediatamente ao lado de Isadora, 73,80 a fim de que o mesmo pudesse ser financiado em 5
isto é, pelo menos uma irmã deveria estar entre Isabela e prestações de R$ 278,50. O valor real (inicial) do serviço é
Isadora. de:
As irmãs se posicionaram conforme as orientações de Flávio, a) R$ 1.318,70
a fotografia foi batida e revelada com sucesso. Assim, na b) R$ 1.329,70
foto, é possível ver que: c) R$ 976,70
a) Isabela está entre duas irmãs. d) R$ 1.087,70
b) Ilda não está entre duas irmãs.
26) A negação da sentença “Todas as mulheres são elegan- Diferentemente, a lógica de predicados estuda argumen-
tes” está na alternativa: tos cuja validade depende da estrutura interna das senten-
a) Nenhuma mulher é elegante. ças. Por exemplo:
b) Todas as mulheres são deselegantes. (2)
c) Algumas mulheres são deselegantes. Todos os cariocas são brasileiros.
d) Nenhuma mulher é deselegante. Alguns cariocas são flamenguistas.
Logo, alguns brasileiros são flamenguistas.
27) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Pedro e Paulo A forma lógica de (2) é a seguinte:
estão em uma sala que possui 10 cadeiras dispostas em uma (2a)
fila. O número de diferentes formas pelas quais Pedro e Pau- Todo A é B.
lo podem escolher seus lugares para sentar, de modo que Algum A é C.
fique ao menos uma cadeira vazia entre eles, é igual a: Logo, algum B é A.
a) 80
b) 72 A primeira premissa do argumento (2) diz que o conjunto
c) 90 dos indivíduos que são cariocas está contido no conjunto dos
d) 18 brasileiros. A segunda, diz que ‘dentro’ do conjunto dos cario-
cas, há alguns indivíduos que são flamenguistas. É fácil con-
28) MMMNVVNM está para 936 assim como MMNNVMNV cluir então que existem alguns brasileiros que são flamen-
está para: guistas, pois esses flamenguistas que são cariocas serão
a) 369 também brasileiros. Essa conclusão se segue das premissas.
b) 693
c) 963 Note, entretanto, que as sentenças ‘todos os cariocas são
d) 639 brasileiros’ e ‘alguns cariocas são flamenguistas’ têm uma
estrutura diferente da sentença ‘se Deus existe, a felicidade
29) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Uma colher de eterna é possível’. Esta última é formada a partir de duas
sopa corresponde a três colheres de chá. Uma pessoa que outras sentenças ‘Deus existe’ e ‘a felicidade eterna é possí-
está doente tem que tomar três colheres de sopa de um re- vel’, conectadas pelo operador lógico se...então. Já para
médio por dia. No final de uma semana, a quantidade de analisar o argumento (2) precisamos analisar a estrutura
colheres de chá desse remédio que ela terá tomado é de: interna das sentenças, e não apenas o modo pelo qual sen-
a) 63; tenças são conectadas umas às outras. O que caracteriza a
b) 56; lógica de predicados é o uso dos quantificadores todo, algum
c) 28; e nenhum. É por esse motivo que a validade de um argumen-
d) 21; to como o (2) depende da estrutura interna das sentenças. A
diferença entre a lógica sentencial e a lógica de predicados
30) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Para cada pes- ficará mais clara no decorrer desta e da próxima unidade.
soa x, sejam f(x) o pai de x e g(x) a mãe de x. A esse respei-
to, assinale a afirmativa FALSA. Usualmente o estudo da lógica começa pela lógica sen-
a) f[f(x)] = avô paterno de x tencial, e seguiremos esse caminho aqui. Nesta unidade
b) g[g(x)] = avó materna de x vamos estudar alguns elementos da lógica sentencial. Na
c) f[g(x)] = avô materno de x próxima unidade, estudaremos elementos da lógica de predi-
d) f[g(x)] = g[f(x)] cados.
A sentença (2) pode ser analisada de três maneiras dife- A negação simplesmente troca o valor de verdade da sen-
rentes, que correspondem a três predicados diferentes que tença. Uma sentença verdadeira, quando negada, produz
podem ser formados a partir de (2): uma sentença falsa, e vice-versa.
(2a) x é mãe de Sasha;
(2b) Xuxa é mãe de x; Há diferentes maneiras de negar uma sentença atômica
(2c) x é mãe de y. em português. Considere a sentença verdadeira
(5) Lula é brasileiro.
Do ponto de vista lógico, em (2c) temos o que é chamado
de um predicado binário, isto é, um predicado que, diferente- As sentenças
mente de x é brasileiro, deve completado por dois nomes (6) Não é o caso que Lula é brasileiro,
próprios para formar uma sentença. (7) Não é verdade que Lula é brasileiro
e
As sentenças (1) e (2) acima são denominadas sentenças (8) É falso que Lula é brasileiro
atômicas. Uma sentença atômica é uma sentença formada são diferentes maneiras de negar (5). Como (5) é uma
por um predicado com um ou mais espaços vazios, sendo sentença atômica, podemos também negar (5) por meio da
todos os espaços vazios completados por nomes próprios. sentença
Sentenças atômicas não contêm nenhum dos operadores (9) Lula não é brasileiro.
lógicos e, ou, se...então etc., nem os quantificadores todo,
nenhum, algum etc. A negação em (9) é denominada negação predicativa,
pois nega o predicado, ao passo que em (6) há uma negação
Sentenças moleculares são sentenças formadas com o sentencial porque toda a sentença é negada. No caso de
auxílio dos operadores sentenciais. Exemplos de sentenças sentenças atômicas, a negação predicativa é equivalente à
moleculares são negação sentencial, mas veremos que isso não ocorre com
(3) Lula é brasileiro e Zidane é francês, sentenças moleculares e sentenças com quantificadores.
(4) Se você beber, não dirija, Note que negar duas vezes uma sentença equivale a a-
(5) João vai à praia ou vai ao clube. firmar a própria sentença. A negação de
(5) Lula é brasileiro
3. A interpretação vero-funcional dos operadores senten- é
ciais (9) Lula não é brasileiro,
Os operadores sentenciais que estudaremos aqui são as e a negação de (9),
partículas do português não, ou, e, se...então, se, e somente (10) Não é o caso que Lula não é brasileiro, é a negação
se. A lógica sentencial interpreta esses operadores como da negação de (5), que é equivalente à própria sentença (5).
funções de verdade ou vero-funcionalmente. Isso significa
que eles operam apenas com os valores de verdade dos 5. A conjunção
seus operandos, ou em outras palavras, o valor de verdade Uma sentença do tipo A e B é denominada uma conjun-
de uma sentença formada com um dos operadores é deter- ção. Considere-se a sentença
minado somente pelos valores de verdade das sentenças que (11) João foi à praia e Pedro foi ao futebol.
a constituem. A sentença (1) é composta por duas sentenças,
(12) João foi à praia
Os operadores sentenciais se comportam de uma manei- e
ra análoga às funções matemáticas. Estas recebem números (13) Pedro foi ao futebol
como argumentos e produzem números como valores. Os conectadas pelo operador lógico e. Na interpretação vero-
operadores sentenciais são funções porque recebem valores funcional do operador e, o valor de verdade de (11) depende
de verdade como argumentos e produzem valores de verda- apenas dos valores de verdade das sentenças (12) e (13). É
de. Considere-se a seguinte função matemática: fácil perceber que (11) é verdadeira somente em uma situa-
(4) y =x + 1. ção: quando (12) e (13) são ambas verdadeiras. A tabela de
verdade de uma conjunção A e B é a seguinte:
Dizemos que y =f(x), isto é, ‘y é função de x’, o que sig- ABAeB
nifica que o valor de y depende do valor atribuído a x. VVV
Quando x =1, y =2; VFF
x =2, y =3; FVF
x = 3, y =4, FFF
e assim por diante. Analogamente a uma função matemá-
tica, uma função de verdade recebe valores de verdade como Note que, na interpretação vero-funcional da conjunção, A
argumentos e produz valores de verdade como valores. e B é equivalente a B e A. Não faz diferença alguma afirmar-
mos (11) ou (14) Pedro foi ao futebol e João foi à praia.
As chamadas tabelas de verdade mostram como os ope-
radores da lógica sentencial funcionam. É importante observar que a interpretação vero-funcional
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em
No lado esquerdo da tabela de verdade temos as senten- português. A sentença
ças a partir das quais a sentença composta foi formada – no (15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
caso da negação, uma única sentença. O valor produzido quivalente a
pela função de verdade está na coluna da direita. As letras V (16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho.
e F representam os valores de verdade verdadeiro e falso.
Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é
4. A negação uma função de verdade.
Comecemos pelo operador sentencial mais simples, a ne-
gação. A tabela de verdade da negação de uma sentença A é 6. A disjunção
A não A Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun-
VF ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.
Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque 9a. Negação da disjunção
tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu-
causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, entre- siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
tanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o seu que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis-
mandato, mas ainda assim faz um mau governo. Nesse caso, junção, nós precisamos dizer que A é falsa e também que B é
em que o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso, falsa, isto é, não A e não B. Fica como exercício para o leitor
(30) é falsa. a construção das tabelas de verdade de A ou B e não A e
não B para constatar que são idênticas.
Abaixo, você encontra diferentes maneiras de expressar, (1) João comprou um carro ou uma moto.
na linguagem natural, uma condicional se A, então B, todas
equivalentes. A negação de (1) é:
Se A, B (2) João não comprou um carro e não comprou uma moto,
B, se A ou
Caso A, B (3) João nem comprou um carro, nem comprou uma moto.
B, caso A
Na linguagem natural, freqüentemente formulamos a ne-
As expressões abaixo também são equivalentes a se A, gação de uma disjunção com a expressão nem...nem. Nem
então B: A, nem B significa o mesmo que não A e não B.
A, somente se B (4) O PMDB receberá o ministério da saúde ou o PP re-
Somente se B, A ceberá o ministério da cultura.
A é condição suficiente para B A negação de (4) é:
B é condição necessária para A,mas elas serão vistas (5) Nem o PMDB receberá o ministério da saúde, nem o
com mais atenção na seção sobre condições necessárias e PP receberá o ministério da cultura.
suficientes.
Exercício: complete a coluna da direita da tabela abaixo
8. Variantes da condicional material com a negação das sentenças do lado esquerdo.
Partindo de uma condicional DISJUNÇÃO NEGAÇÃO
(31) Se A, então B A ou B não A e não B
podemos construir sua conversa, A ou não B
(32) Se B, então A não A ou B
sua inversa não A ou não B
Exemplos de negações de conjunções: 09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B =
(6) O PMDB receberá o ministério da saúde e o ministério 5". Pode-se concluir que:
da cultura. a) se A 2 antão B 5
A negação de (6) é b) se A = 5 então B = 2
(6a) Ou PMDB não receberá o ministério da saúde, ou c) se B 5 então A 2
não receberá o ministério da cultura. d) se A = 2 então B = 2
(7) Beba e dirija. e) se A = 5 então B 2
A negação de (7) é
(7a) não beba ou não dirija. 10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma
família. Das afirmações a seguir, referentes às pessoas reu-
Fonte: http://abilioazambuja.sites.uol.com.br/1d.pdf
nidas, a única necessariamente verdadeira é:
QUESTÕES I a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
01. Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição b) pelo menos duas delas são do sexo feminino;
Ronaldo é carioca, traduzir para a linguagem corrente as c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês;
seguintes proposições: d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
a) ~q e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro.
b) p ^ q
c) p v q Resolução:
d) p " q
e) p " (~q) 01. a) Paulo não é paulista.
b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca.
02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposi- c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca.
ção Ricardo fala italiano traduzir para a linguagem simbólica d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
as seguintes proposições: e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano. 02. a) p ^ q
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano. b) (~p) v p
c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês.
c) q " p
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano.
d) (~p) ^ (~q)
03. (UFB) Se p é uma proposição verdadeira, então: 03. B 04. C 05. A 06. C
a) p ^ q é verdadeira, qualquer que seja q;
b) p v q é verdadeira, qualquer que seja q; 07. C 08. C 09. C 10. C
c) p ^ q é verdadeira só se q for falsa; http://www.coladaweb.com/matematica/logica
d) p =>q é falsa, qualquer que seja q
e) n.d.a. JULGUE SE É PROPOSIÇÃO E JUSTIFIQUE:
1. Paulo é alto.
04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3 2. Ele foi o melhor jogador da copa.
então y = 7". Pode-se concluir que: 3. x > y
a) se x 3 antão y 7 4. Rossana é mais velha que Marcela?
b) se y = 7 então x = 3 5. Mário é pintor
c) se y 7 então x 3 6. x + 2 = 5
d) se x = 5 então y = 5 7. 3 + 4 = 9
e) se x = 7 então y = 3 8. É um péssimo livro de geografia
9. Se x é um número primo então x é um número real
05. (ABC) Assinale a proposição composta logicamente ver- 10. x é um número primo.
dadeira:
a) (2 = 3) => (2 . 3 = 5) GABARITO
b) (2 = 2) => (2 . 3 = 5) 1.proposição
c) (2 = 3) e (2 . 3 = 5) 2. vaga ou sentença aberta
d) (2 = 3) ou (2 . 3 = 5) 3.sentença aberta
e) (2 = 3) e (~ ( 2= 2)) 4. interrogativa
06. (UGF) A negação de x > -2 é: 5. proposição
a) x > 2 6. sentença aberta
b) x #-2 7. proposição
c) x < -2 8. proposição
A B A→B
A B AvB V V V
V F F
V V V
F V V
V F V
F F V
F V V
F F F Modus tollens
B.
Indica que não exis-
Logo, A. tem elementos co-
muns entre os con-
A B A→B juntos.
V V V
V F F
F V V
OBS: CONSIDERE QUE O TAMANHO DOS CÍRCULOS
F F V NÃO INDICA O TAMANHO RELATIVO DOS CONJUNTOS.
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são;
(3) logo, não é crime matar ET’s.
c) Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o fal-
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
so e o verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verda-
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
deiro. Ou está chovendo ou não está, não é possível um
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
terceiro termo: está meio chovendo ou coisa parecida.
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis- A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
sas) deve levar a conclusões óbvias. princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
1.4. Termo e Conceito
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
como também ao indeterminado.
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
Os jaguares são quadrúpedes; posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
Meu carro é um Jaguar alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
logo, meu carro é um quadrúpede. de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí-
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen- efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”, persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de lógico do raciocínio empregado na argumentação.
vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
dotado de duas características fundamentais: ter premissas
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria-
das.
Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
“mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
Dos raciocínios mais empregados na argumentação, me-
quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
recem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
aquela cuja trajetóriaexistencial destaca-se pela bondade,
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
virtude, afetividade e equilíbrio.
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
formal.
Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
empregados no discurso.
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
1.5. Princípios lógicos
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral
importantes; do raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
b) o número de elementos semelhantes entre uma situa- que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces-
ção e outra deve ser significativo; sariamente válida.
c) não devem existir divergências marcantes na compara-
ção. O esquema básico do raciocínio analógico é:
No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, A é N, L, Y, X;
casos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões B, tal como A, é N, L, Y, X;
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor A é, também, Z
é um meio de transporte que necessita de um condutor. Este, logo, B, tal como A, é também Z.
tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom
senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
seu papel. gico é precário, ele é muito importante na formulação de
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con-
Aplicação das regras acima a exemplos: tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro-
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re- cedimentos indutivos ou dedutivos.
levantes, não imaginários ou insignificantes.tc
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e professor de ciência da computação da Universidade de
relevantes, não imaginários ou insignificantes." Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no da
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po-
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené-
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá-
roupas de sua filha.
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir
para montar um programa mais adequado para resolver um
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso são passíveis de conclusões inexatas.
pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou
ordenada. Observem-se os exemplos: Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
corrupção do cenário político brasileiro. contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
respeito à construção do conhecimento.
Depois da série de protestos realizados pela população,
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa- 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es-
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici-
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer, ências da analogia e da indução.
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
nação. do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo, se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre-
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí-
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto nio:
alguns insinuavam a sua culpa, eu continuava seguro de sua
inocência. Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. uni-
versal
Premissa menor: Pedro é homem.
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
do empregando o método indutivo porque o argumento prin- Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu- podem-se tirar conclusões de cunho particular.
são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati- Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con- qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação, necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com- Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
portamento do amigo infere-se sua inocência. Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
Analogia, indução e probabilidade sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
a conclusão.
Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso 2.3.1. Construção do Silogismo
ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas. A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão)
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
moral e a natural. conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin- através da premissa menor e infere, necessariamente, uma
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma conclusão adequada.
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
nominador representa os casos possíveis e o numerador o Eis um exemplo de silogismo:
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai-
50% e a de dar coroa também é de 50%. or A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor
Podemos esclarecer melhor este assunto se conceber- A lógica é utilizada em todas as diversas ciências que A-
mos uma inferência paralela que, partindo de premissas ver- ristóteles estudou; talvez não seja tanto uma ciência em si
dadeiras, conduza a uma conclusão falsa. Por exemplo: mesma, mas mais um instrumento ou ferramenta das ciên-
cias. Foi essa a ideia que os sucessores de Aristóteles retira-
3)Todas as baleias são mamíferos. ram das suas obras de lógica, denominadas "Organon" a
Alguns mamíferos são animais terrestres. partir da palavra grega para instrumento.
Logo, todas as baleias são animais terrestres.
A obra Analíticos Anteriores mostra-nos de que modo a
Esta inferência tem a mesma forma que a inferência 2), lógica funciona nas ciências. Quem estudou geometria eucli-
como poderemos verificar se mostrarmos a sua estrutura por diana na escola recorda-se certamente das muitas verdades
meio de letras esquemáticas: geométricas, ou teoremas, alcançadas por raciocínio dedutivo
a partir de um pequeno conjunto de outras verdades chama-
das "axiomas". Embora o próprio Euclides tivesse nascido
4) Todo o A é B.
numa altura tardia da vida de Aristóteles, este método axio-
Algum B é C.
mático era já familiar aos geómetras, e Aristóteles pensava
Logo, todo o A é C.
que podia ser amplamente aplicado. A lógica forneceria as
regras para a derivação de teoremas a partir de axiomas, e
Uma vez que a inferência 3) conduz a uma falsa conclu- cada ciência teria o seu próprio conjunto especial de axio-
são a partir de premissas verdadeiras, podemos ver que a mas. As ciências poderiam ser ordenadas hierarquicamente,
forma do argumento 4) não é de confiança. Daí a não valida- com as ciências inferiores tratando como axiomas proposi-
de da inferência 2), não obstante a sua conclusão ser de ções que poderiam ser teoremas de uma ciência superior.
facto verdadeira.
Se tomarmos o termo "ciência" numa acepção ampla, a-
A lógica não teria conseguido avançar além dos seus pri- firma Aristóteles, é possível distinguir três tipos de ciências:
meiros passos sem as letras esquemáticas, e a sua utilização as produtivas, as práticas e as teóricas. As ciências produti-
é hoje entendida como um dado adquirido; mas foi Aristóteles vas incluem a engenharia e a arquitectura, e disciplinas como
quem primeiro começou a utilizá-las, e a sua invenção foi tão a retórica e a dramaturgia, cujos produtos são menos concre-
importante para a lógica quanto a invenção da álgebra para a tos. As ciências práticas são aquelas que guiam os compor-
matemática. tamentos, destacando-se entre elas a política e a ética. As
ciências teóricas são aquelas que não possuem um objectivo
Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina produtivo nem prático, mas que procuram a verdade pela
que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles verdade.
estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e
estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir Por sua vez, a ciência teórica é tripartida. Aristóteles no-
os bons silogismos dos maus. Começa por classificar indivi- meia as suas três divisões: "física, matemática, teologia"; mas
dualmente as frases ou proposições das premissas. Aquelas nesta classificação só a matemática é aquilo que parece ser.
que começam pela palavra "todos" são proposições univer- O termo "física" designa a filosofia natural ou o estudo da
sais; aquelas que começam com "alguns" são proposições natureza (physis); inclui, além das disciplinas que hoje inte-
particulares. Aquelas que contêm a palavra "não" são propo- graríamos no campo da física, a química, a biologia e a psico-
sições negativas; as outras são afirmativas. Aristóteles ser- logia humana e animal. A "teologia" é, para Aristóteles, o
viu-se então destas classificações para estabelecer regras estudo de entidades superiores e acima do ser humano, ou
para avaliar as inferências. Por exemplo, para que um silo- seja, os céus estrelados, bem como todas as divindades que
gismo seja válido é necessário que pelo menos uma premis- poderão habitá-los. Aristóteles não se refere à "metafísica";
sa seja afirmativa e que pelo menos uma seja universal; se de facto, a palavra significa apenas "depois da física" e foi
ambas as premissas forem negativas, a conclusão tem de ser utilizada para referenciar as obras de Aristóteles catalogadas
negativa. Na sua totalidade, as regras de Aristóteles bastam a seguir à sua Física. Mas muito daquilo que Aristóteles es-
para validar os silogismos válidos e para eliminar os inváli- creveu seria hoje naturalmente descrito como "metafísica"; e
dos. São suficientes, por exemplo, para que aceitemos a ele tinha de facto a sua própria designação para essa disci-
inferência 1) e rejeitemos a inferência 2). plina, como veremos mais à frente. Anthony Kenny
Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos seja Apresentando os argumentos dedutivos como argumentos
redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compreen- cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da sua
der que este tipo de argumentos tem exigências próprias e forma lógica; e os argumentos não dedutivos como argumen-
portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate tos cuja validade ou invalidade não depende exclusivamente
de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se aplica a
tipos. todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma complicação
que esclareceremos dentro de momentos. Para já, vejamos
Dados estes esclarecimentos, importa agora esclarecer o alguns exemplos:
seguinte: O que é um argumento dedutivo? E como se distin-
gue tal coisa de um argumento indutivo? Se Sócrates era ateniense, era grego.
Sócrates era grego.
Vou começar por dizer o modo como não se deve enten- Logo, era ateniense.
der estas noções. A primeira coisa a não fazer é pensar que
um argumento dedutivo se caracteriza por ser impossível a Se Sócrates era ateniense, era grego.
sua conclusão ser falsa se as suas premissas forem verda- Sócrates era ateniense.
deiras. Pensar isto provoca confusão porque significaria que Logo, era grego.
não há argumentos dedutivos inválidos. Porquê? Porque só
nos argumentos dedutivos válidos é impossível a conclusão
O primeiro argumento é inválido. Mas qualquer argumento
ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras; nos argu-
indutivo, ainda que válido, sofre deste tipo de invalidade de-
mentos dedutivos inválidos, nas falácias (como a afirmação
dutiva. Devemos então dizer que os argumentos dedutiva-
da antecedente, por exemplo) é perfeitamente possível as
mente inválidos não se distinguem dos argumentos indutivos
premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
válidos? Claro que não, dado que eles se distinguem muito
claramente uns dos outros.
Em termos rigorosos, não há problem algum com esta op-
ção; significa apenas que estamos a dar ao termo "dedução"
O primeiro argumento é dedutivamente inválido porque a
força factiva, como damos ao termo "demonstração". Do
sua invalidade pode ser explicada recorrendo unicamente à
mesmo modo que não há demonstrações inválidas, também
sua forma lógica. Mas seria uma enorme falta de sensibilida-
Matemática 97 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de lógica abandonar uma indução boa com base no facto de
a sua forma lógica e a verdade das suas premissas não ga- Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18
rantir a verdade da sua conclusão. que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-
se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber:
Assim, um argumento é dedutivo ou indutivo em função
da explicação mais adequada que tivermos para a sua vali- Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente
dade ou invalidade. Um argumento dedutivo inválido explica- carro ou ainda quantas dirigem somente motos.
se adequadamente recorrendo unicamente à sua forma lógi- Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que
ca, no sentido em que a sua forma lógica é suficiente para representam os motoristas de motos e motoristas de carros.
distinguir os argumentos dedutivos inválidos dos válidos; o
mesmo não acontece com os argumentos indutivos, pois a Começaremos marcando quantos elementos tem a intersec-
sua validade ou invalidade não depende exclusivamente da ção e depois completaremos os outros espaços.
sua forma lógica.
Esses dois argumentos são muito parecidos. A forma do Por exemplo, imaginando-se que se tem um conjunto de
primeiro é: bolas, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a afirmação
A noção de contradição é, geralmente estudada sob a Na lógica proposicional, uma tautologia (do grego
forma de um princípio: o «princípio de contradição» ou «prin- ταυτολογία) é uma fórmula proposicional que é verdadeira
cípio de não contradição». Com frequência, tal princípio é para todas as possíveis valorações de suas variáveis
considerado um princípio ontológico e, neste sentido, enunci- proposicionais. A negação de uma tautologia é uma
a-se do seguinte modo: contradição ou antilogia, uma fórmula proposicional que é
«É impossível que uma coisa seja e não seja ao mesmo falsa independentemente dos valores de verdade de suas
tempo, a mesma coisa». Outras vezes, é considerado como variáveis. Tais proposições são ditas insatísfatíveis.
um princípio lógico, e então enunciado do modo seguinte: Reciprocamente, a negação de uma contradição é uma
«não se pode ter p e não p», onde p é símbolo de um enun- tautologia. Uma fórmula que não é nem uma tautologia nem
ciado declarativo. uma contradição é dita logicamente contingente. Tal
fórmula pode ser verdadeira ou falsa dependendo dos valores
O primeiro pensador que apresentou este princípio de atribuídos para suas variáveis proposicionais.
forma suficientemente ampla foi Aristóteles. Várias partes da
sua obra estão consagradas a este tema, mas nem sempre o Uma propriedade fundamental das tautologias é que
princípio é formulado do mesmo modo. Às vezes apresenta-o existe um procedimento efetivo para testar se uma dada
como uma das «noções comuns» ou «axiomas» que servem fórmula é sempre satisfeita (ou, equivalentemente, se seu
de premissa para a demonstração, sem poderem ser de- complemento é insatisfatível). Um método deste tipo usa as
monstradas. Noutras ocasiões, apresenta-o como uma «no- tabelas-verdade. O problema de decisão de determinar se
ção comum», usada para a prova de algumas conclusões. uma fórmula é satisfatível é o problema de satisfabilidade
Apresenta ainda este princípio como uma tese segundo a booleano, um exemplo importante de um problema NP-
qual se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa completo na teoria da complexidade computacional.
e se uma proposição é falsa, a sua negação é verdadeira,
Tautologias e Contradições
quer dizer, como a tese segundo a qual, duas proposições
contraditórias não podem ser ambas verdadeiras ou ambas ∧ ∧
Considere a proposição composta s: (p q) → (p q) on-
falsas. de p e q são proposições simples lógicas quaisquer. Vamos
construir a tabela verdade da proposição s :
Estas formulações podem reduzir-se a três interpretações Considerando-se o que já foi visto até aqui, teremos:
do mesmo princípio: ontológica, lógica e metalógica. No pri-
meiro caso o princípio refere-se à realidade; no segundo,
converte-se numa formula lógica ou numa tautologia de lógi-
ca sequencial, que se enuncia do seguinte modo:
¬(p Ù ¬p)
e que se chama geralmente de lei de contradição. No ter-
ceiro caso, o princípio é uma regra que permite realizar infe-
rências lógicas.
As discussões em torno do princípio de contradição têm Observe que quaisquer que sejam os valores lógicos das
diferido consoante se acentua o lado ontológico ou o lado proposições simples p e q, a proposição composta s é sem-
lógico e metalógico. Quando se dá mais relevância ao lado
Existe uma particularidade importante em relação às di- Numa formulação mais intuitiva, o que isto quer dizer é
versas figuras. Através de diversos procedimentos, dos quais que, face a uma condição como a que é estabelecida na
o mais importante é a conversão, é possível reduzir silogis- premissa maior, afirmar a verdade do antecedente é afirmar
mos de uma figura a outra figura, ou seja, pegar, por exem- simultaneamente a verdade do consequente. Poderíamos
plo, num silogismo na segunda figura e transformá-lo num substituir as letras "p" e "q" por outras proposições verdadei-
silogismo na primeira figura. ras que o raciocínio continuaria válido.
Nenhum ladrão é sábio. O silogismo hipotético possui duas figuras válidas ou mo-
Alguns políticos são sábios. dos:
Portanto alguns políticos não são ladrões.
Modus ponens
Nenhum sábio é ladrão. Modus ponens, que corresponde ao exemplo dado, e que
Alguns políticos são sábios. poderíamos sintetizar nas seguintes regras:
Portanto alguns políticos não são ladrões. 1. Num juízo hipotético, a afirmação do antecedente o-
briga à afirmação do consequente.
Aqui o primeiro silogismo tem o termo médio na posição 2. Da afirmação do consequente nada se pode concluir.
de predicado das duas premissas. Trata-se portanto de um
silogismo da segunda figura, modo Festino. Através da con- Modus tollens
versão da premissa maior – um processo simples neste caso, Modus tollens, que corresponde ao seguinte esquema:
mas convém rever o que dissemos anteriormente sobre o "se p, então q; ora não q; logo não p", e cuja mecânica pode-
assunto (cf. Inferência imediata ) –, transformámo-lo num ríamos sintetizar nas seguintes regras:
silogismo categórico da primeira figura, em que o termo mé- 1. Num juízo hipotético, a negação do consequente torna
dio desempenha o papel de sujeito na premissa maior e pre- necessária a negação do antecedente.
dicado na menor. O modo do novo silogismo é Ferio. 2. Da negação do antecedente nada se pode concluir.
Tradicionalmente, a primeira figura tem sido considerada Formas muito vulgarizadas, mas não válidas, de si-
como a mais importante, aquela em que a evidência da de- logismo hipotético, são aquelas que quebram as regras atrás
dução é mais forte. Reduzir os silogismos nas outras figuras expostas. Por exemplo, afirmar o consequente para afirmar o
a silogismos equivalentes na primeira figura seria uma manei- antecedente, como em: "Se chovesse, o chão estaria molha-
ra de demonstrar a validade dos mesmos. A utilidade de do; ora o chão está molhado, logo choveu." Evidentemente, é
decorar os diversos modos válidos é relativa, uma vez que a provável que o chão esteja molhado por causa da chuva, mas
aplicação das regras do silogismo permitem perfeitamente também o pode estar outros motivos, como o facto de alguém
definir se um qualquer silogismo é ou não válido. o ter regado, etc. Outro exemplo: "Se Roberto tomasse vene-
no ficaria doente; ora Roberto não tomou veneno, portanto
Exercícios
Princípio Fundamental da Contagem
Professores: Jorge e Lauro
1) (FGV/2005) Em uma gaveta de armário de um quarto es-
curo há 6 camisetas vermelhas, 10 camisetas brancas e 7
camisetas pretas. Qual é o número mínimo de camisetas que
se deve retirar da gaveta, sem que se vejam suas cores, para
que:
a) 60 b) 48 c) 36 d) 24 e) 18
a) 54 b) 67 c) 66 d) 55 e) 56
GABARITO:
1) a)11 b)4 c)18 2)B 3)D 4)A 5)A 6)C 7)D 8)D 9)B 10)B
Antes de mais nada devemos saber que conceitos O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser
primitivos são noções que adotamos sem definição. representado por descrição da seguinte maneira: A = { x | x
é algarismo do nosso sistema de numeração }
Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto,
o de elemento e o de pertinência de um elemento a um con- O conjunto G = { a; e; i; o, u } pode ser representado por
junto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: de- descrição da seguinte maneira G = { x | x é vogal do nosso
terminado elemento pertence a um conjunto, sem que te- alfabeto }
nhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que
significa dizer que um elemento pertence ou não a um con- O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado
junto. por descrição da seguinte maneira:
2
Exemplo: M = { x | x = -25} Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o
conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B :
O conjunto vazio é representado por { } ou por ∅.
Exercício resolvido
Exemplos
2 Intersecção de conjuntos
Resolução
A - B = { y; z }
B - A= {w;v}
A - C= {x;z}
C – A = {u;t}
B – C = {x;w;v}
C – B = {y;u;t}
3. No diagrama seguinte temos:
n(A) = 20
n(B) = 30 PROBABILIDADES
n(A ∩ B) = 5
Introdução
coroa cara
Solução:
No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o re- As chances de esse freguês escolher um dos cardápios
sultado ser um número par? mais caros é de 75%.
Solução: EXEMPLO 5
Para que o resultado seja par devemos conseguir: Numa urna estão 10 bolas de mesmo tamanho e de
mesmo material, sendo 8 pretas e 2 brancas. Pegando-se
uma bola qualquer dessa urna, qual a probabilidade de ela
ser branca?
Solução:
nº de bolas bran-
2 1
p(branca) = cas = = = 20%
nº total de bolas 10 5
Assim, temos 3 resultados favoráveis (2, 4 ou 6) em um
total de 6 resultados possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6). EXEMPLO 6
As chances de dar um resultado par são 3 num total de 6. De um baralho normal de 52 cartas e mais 2 coringas reti-
Então, podemos dizer que a probabilidade de isso acontecer ramos uma das cartas ao acaso. Qual a probabilidade de:
é 3/6 ou 1/2 .
a) ser um ás?
Generalizando essa solução:
nº de resultados favoráveis a b) ser um coringa, em jogos que também consideram o 2
3 1 como coringa?
P (par) E = = =
= nº total de resultados possí- 6 2
veis 50% Solução:
Onde P (par) significa probabilidade de o resultado ser O número total de cartas é 54 sendo que há 13 cartas (ás,
par. 2 a 10, valete, dama, rei) de cada um dos 4 naipes (copas,
ouro, paus e espadas) e 2 coringas.
Nos três exemplos que acabamos de ver há dois ou mais
resultados possíveis, todos com a mesma chance de ocorrer. nº de ases existen- 4
A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um con- p (ás) tes = = 0,07 =
a) 54
junto de resultados que satisfaçam uma condição ou exigên- =
nº total de cartas 7%
cia E, é representado por p (E) e calculado por:
nº de resultados favoráveis a
E
p (E) = b) Como as 4 cartas com nº 2 também são consideradas
nº total de resultados possí-
veis coringas, a probabilidade de tirar um coringa será:
EXEMPLO 4 nº de coringas 6
= = 0,11 =
p(coringa) = 54
nº total de cartas
No Exemplo 2 da Aula 48 vimos que, num restaurante que 11%
prepara 4 pratos quentes, 2 saladas e 3 sobremesas diferen-
tes, existem 24 maneiras diferentes de um freguês se servir EXEMPLO 7
de um prato quente, uma salada e uma sobremesa.
Em análise combinatoria, vimos que, com 6 homens e 3
No Exemplo 3 daquela aula descobrimos que havia, den- mulheres, podemos formar C 59 = 126 grupos de 5 pessoas e
tre os 24 cardápios possíveis, 6 cardápios econômicos. Qual
120 0
b) p (pelo menos 1 mulher) = = 0,95 = 95% p (par) = =0
126 6
Assim, podemos concluir que: a) Qual a probabilidade de a carta retirada ser um rei?
0,000 003 4%
EXEMPLO 2
Calculando probabilidades
Dos 30 funcionários de uma empresa, 10 são canhotos e
Você já aprendeu que a probabilidade de um evento E é: 25 vão de ônibus para o trabalho. Escolhendo ao acaso um
25 5 P (A e B) = P (A) · P (B/A)
P (B) = =
30 6 onde P (B/A) é a probabilidade de B, dado que A já ocor-
reu.
1 5 5
P (A e B) = P (A) · P (B) = x = EXEMPLO 4
3 6 18
No exame para tirar a carteira de motorista, a probabilida-
A probabilidade de que ele seja canhoto e vá de ônibus
5 9
de de aprovação na prova escrita é . Depois de ser apro-
para o trabalho é de . 10
18
vado na parte teórica, há uma prova prática de direção. Para
os que já passaram no exame escrito, a probabilidade de
EXEMPLO 3
2
passar nessa prova prática é .
Alguns atletas participam de um triathlon (prova formada 3
por 3 etapas consecutivas: natação, corrida e ciclismo). A
probabilidade de que um atleta escolhido ao acaso termine a Qual a probabilidade de que, escolhido um candidato ao
4 acaso, ele seja aprovado em ambas as provas escrita e práti-
primeira etapa (natação) é . Para continuar na competição ca e tire a carteira de motorista?
7
com a segunda etapa (corrida) o atleta precisa ter terminado
a natação. Dos atletas que terminam a primeira etapa, a Solução:
probabilidade de que um deles, escolhido ao acaso, termine a
3 Considere os eventos:
segunda é . Qual a probabilidade de que um atleta que
4 A: aprovação na prova escrita.
iniciou a prova, e seja escolhido ao acaso, termine a primeira
e a segunda etapas?
B: aprovação na prova prática de direção.
Solução:
Os eventos A e B não são independentes, pois é preciso
ter aprovação na prova escrita e para fazer a prova prática de
A : terminar a 1ª etapa da prova (natação). direção. Como a ocorrência de B está condicionada à ocor-
rência de A, criamos o evento:
B : terminar a 2ª etapa da prova (corrida), tendo terminado
a 1ª. B/A: ter aprovação na prova prática de direção, sabendo
que o candidato foi aprovado na prova escrita.
Note que A e B não são eventos independentes pois, para
começar a 2ª etapa é necessário, antes, terminar a 1ª. Para calcular P(A e B), usamos: P(A e B) = P(A) · P(B/A)
A probabilidade de passar na prova escrita e na prova de nenhum dos dois. Um dos entrevistados foi escolhido ao
3 acaso. Qual a probabilidade de que ele seja:
direção é .
5
a) consumidor de SOSUMO e SUMOBOM;
Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento
ou outro b) consumidor de SOSUMO ou SUMOBOM.
EXEMPLO 5 Solução:
Na Copa América de 1995, o Brasil jogou com a Colôm- a) De acordo com a pesquisa dos 500 entrevistados, 100
bia. No primeiro tempo, a seleção brasileira cometeu 10 fal- consomem os dois sucos. Logo, a probabilidade de que um
tas, sendo que 3 foram cometidas por Leonardo e outras 3 entrevistado, escolhido ao acaso, consuma os dois sucos é:
por André Cruz. No intervalo, os melhores lances foram repri- 100 1
sados, dentre os quais uma falta cometida pelo Brasil, esco- = .
500 5
lhida ao acaso. Qual a probabilidade de que a falta escolhida
seja de Leonardo ou de André Cruz?
b) Usando o raciocínio do Exemplo 5, para saber a proba-
bilidade da ocorrência de um evento ou outro, somamos as
Solução:
probabilidades de os dois eventos ocorrerem separadamente.
Mas, neste exemplo, devemos tomar cuidado com o seguinte:
Das 10 faltas, 3 foram de Leonardo e 3 de André Cruz. existem pessoas que consomem os dois sucos indiferente-
Portanto, os dois juntos cometeram 6 das 10 faltas do Brasil. mente, compram o que estiver mais barato, por exemplo.
Assim, a probabilidade de que uma das faltas seja a escolhi- Assim, não podemos contar essas pessoas (que consomem
6 3 um e outro) duas vezes.
da dentre as 10 é = .
10 5 Observe que a soma dos resultados é maior que o
Também podemos resolver este problema da se- número de entrevistados (300 + 100 + 200 + 50 =
guinte maneira: 650), ou seja, há pessoas que, apesar de preferi-
rem um dos sucos, consomem os dois. Para faci-
probabilidade de ser escolhida uma falta do Leonar- litar daremos nomes aos eventos:
3 A : preferir o SOSUMO
do = .
10
B: preferir o SUMOBOM
probabilidade de ser escolhida uma falta do André
3 A e B: consumir SOSUMO e SUMOBOM
Cruz = .
10
A ou B: consumir SOSUMO ou SUMOBOM
probabilidade de ser escolhida uma falta de um des-
Repare que este ou quer dizer: apenas o SOSUMO ou
3 3 6 3 apenas o SUMOBOM.
tes dois jogadores= + = =
10 10 10 5
Fazendo P(A ou B) = P(A) + P(B) estamos contando duas
. vezes as pessoas que apesar de preferirem um dos sucos,
consomem os dois. Logo, devemos
Lembre-se de que qualquer uma das duas escolhas terá
um resultado favorável. subtrair de P(A) + P(B) o resultado de P(A e B) para retirar
a “contagem dobrada”.
Se A e B são os eventos (escolher uma falta de Leonardo
ou escolher uma falta de André Cruz), estamos interessados Temos então:
na probabilidade do evento A ou B.
P (A ou B) = P (A) + P (B) P (A e B)
Temos então:
Calculando:
P(A ou B) = P(A) + P(B)
Note que isso vale porque uma falta não pode ser cometi- 250 1
P(A) = =
da pelos dois jogadores ao mesmo tempo, ou seja, o evento 500 2
A e B é impossível.
300 3
EXEMPLO 6 P(B) = =
500 5
Uma empresa que fabrica suco de laranja fez uma pes-
quisa para saber como está a preferência do consumidor em 100 1
relação ao seu suco e ao fabricado por seu principal concor- P(A e B) = =
500 5
rente. Essa empresa é chamada SOSUMO, e seu concorren-
Em exemplos como o que acabamos de ver há outras so- Sabendo que 20 funcionários não fumam, calcule a pro-
luções possíveis. babilidade de que um funcionário, escolhido ao acaso:
Alguns professores estão prestando concurso para dar 300 100 400 4
3. + = =
aulas em uma escola. 500 500 500 5
Exercício 3
EQUIVALÊNCIA ENTRE PROPOSIÇÕES 45. (TRE-PI – Téc Jud 2009 FCC) Um dos novos funcionários
40. (ICMS/SP 2006 FCC) Das proposições abaixo, a única de um cartório, responsável por orientar o público, recebeu a
que é logicamente equivalente a p → q é seguinte instrução:
“Se uma pessoa precisar autenticar documentos, encaminhe-
a ao setor verde.”
Considerando que essa instrução é sempre cumprida corre-
tamente, pode-se concluir que, necessariamente,
(A) uma pessoa que não precise autenticar documentos nun-
ca é encaminhada ao setor verde.
(B) toda pessoa encaminhada ao setor verde precisa autenti-
41. (TRF 3ª Região 2007 FCC) Se Lucia é pintora, então ela car documentos.
é feliz. Portanto: (C) somente as pessoas que precisam autenticar documentos
(A) Se Lucia não é feliz, então ela não é pintora. são encaminhadas ao setor verde.
(B) Se Lucia é feliz, então ela é pintora. (D) a única função das pessoas que trabalham no setor verde
(C) Se Lucia é feliz, então ela não é pintora. é autenticar documentos.
(D) Se Lucia não é pintora, então ela é feliz. (E) toda pessoa que não é encaminhada ao setor verde não
(E) Se Lucia é pintora, então ela não é feliz. precisa autenticar documentos.
42. (Assembléia Legislativa/SP 2010 FCC) Durante uma 46. (TRF 3ª Região Analista Judiciário 2007 FCC) Considere
sessão no plenário da Assembléia Legislativa, o presidente que as sentenças abaixo são verdadeiras.
da mesa fez a seguinte declaração, dirigindo- se às galerias Se a temperatura está abaixo de 5°C, há nevoeiro.
da casa: Se há nevoeiro, os aviões não decolam.
“Se as manifestações desrespeitosas não forem interrompi- Assim sendo, também é verdadeira a sentença:
das, então eu não darei início à votação”. (A) Se não há nevoeiro, os aviões decolam.
Esta declaração é logicamente equivalente à afirmação (B) Se não há nevoeiro, a temperatura está igual a ou acima
(A) se as manifestações desrespeitosas continuarem, então o de 5°C.
presidente da mesa começará a votação. (C) Se os aviões não decolam, então há nevoeiro.
(B) se as manifestações desrespeitosas não continuarem, (D) Se há nevoeiro, então a temperatura está abaixo de 5°C.
então o presidente da mesa não começará a votação. (E) Se a temperatura está igual a ou acima de 5°C os aviões
(C) se o presidente da mesa deu início à votação, então as decolam.
manifestações desrespeitosas foram interrompidas.
(D) se o presidente da mesa não deu início à votação, então 47. (ICMS/SP 2006 FCC) Se p e q são proposições, então a
as manifestações desrespeitosas não foram interrompidas. proposição p ∧ (~q) é equivalente a
(E) se as manifestações desrespeitosas forem interrompidas,
então o presidente da mesa dará início à votação.
(A) todos os que conhecem Maria a admiram. (A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) ninguém admira Maria. (B) algumas plantas verdes não são comestíveis.
(C) alguns que conhecem Maria não conhecem João. (C) algumas plantas comestíveis têm clorofila.
(D) quem conhece João admira Maria. (D) todas as plantas que têm clorofila são comestí-
(E) só quem conhece João e Maria conhece Maria. veis.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis.
4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Ge-
raldo não é mais rico do que quem o inveja. Logo, 10. A proposição 'É necessário que todo aconteci-
mento tenha causa' é equivalente a
(A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre
do que Válter. (A) É possível que algum acontecimento não tenha
(B) Geraldo é mais rico do que Válter. causa.
(C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do (B) Não é possível que algum acontecimento não te-
que ele. nha causa.
(D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele. (C) É necessário que algum acontecimento não tenha
(E) Geraldo não é mais rico do que Válter. causa.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de causa.
gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasolina (E) É impossível que algum acontecimento tenha
fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo, causa.
(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a pada- 11. Continuando a seqüência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... ,
ria. temos
(B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e
a padaria. (A) 21.
(C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca (B) 22.
de jornal. (C) 23.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de gaso- (D) 24.
lina. (E) 25.
(E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a pa-
daria. 12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e
até predileção por estados cognitivos de conflito,
6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obti- em que o problema ainda não é totalmente com-
das pela sua equipe nos últimos quatro jogos, de- preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a
cide apostar que essa equipe também vencerá o resposta correta', essa ansiedade pode impedir a
próximo jogo. Indique a Informação adicional que exploração mais completa do problema.' (David
tornaria menos provável a vitória esperada. Canaher, Senso Crítico).
O AUTOR QUER DIZER QUE O PENSADOR CRÍTI-
(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez CO
de apenas quatro. (A) precisa tolerar respostas corretas.
(B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de (B) nunca sabe a resposta correta.
que não choverá no próximo jogo. (C) precisa gostar dos estados em que não sabe a
(C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por resposta correta.
uma diferença de mais de um gol. (D) que não fica aflito explora com mais dificuldades
(D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do esti- os problemas.
ramento muscular. (E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito.
(E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados em
seu campo e os outros dois, em campo adversá- 13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não tenho
rio. dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de ro-
sas. Logo,
7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana.
Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo, (A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
de rosas.
(A) Fátima corre menos do que Rita. (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma
(B) Fátima corre mais do que Marta. dúzia de rosas.
(C) Juliana corre menos do que Rita. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia
(D) Marta corre mais do que Juliana. dúzia de lírios.
(E) Juliana corre menos do que Marta. (D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas
dúzias de lírios.
(A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas. 32- Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são
(B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa. conjuntos não vazios):
(C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa. Premissa 1: "X está contido em Y e em Z, ou X está contido
(D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é ver- em P"
dadeira. Premissa 2: "X não está contido em P"
(E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verda- Pode-se, então, concluir que, necessariamente
deira. a) Y está contido em Z
b) X está contido em Z
26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha as- c) Y está contido em Z ou em P
sistencial, então ele cometeu um grave delito. Mas d) X não está contido nem em P nem em Y
Francisco não desviou dinheiro da campanha as- e) X não está contido nem em Y e nem em Z
sistencial. Logo,
33- A operação Å x é definida como o dobro do quadrado de
(A) Francisco desviou dinheiro da campanha assis- x. Assim, o valor da expressão Å 21/2 - Å [ 1Å 2 ] é igual a
tencial. a) 0
(B) Francisco não cometeu um grave delito. b) 1
(C) Francisco cometeu um grave delito. c) 2
(D) alguém desviou dinheiro da campanha assistenci- d) 4
al. e) 6
(E) alguém não desviou dinheiro da campanha assis-
tencial. 34- Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de
um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e
27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo, Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um
deles respondeu:
(A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu. Armando: "Sou inocente"
(B) Rodrigo é culpado. Celso: "Edu é o culpado"
(C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado. Edu: "Tarso é o culpado"
(D) Rodrigo mentiu. Juarez: "Armando disse a verdade"
(E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu. Tarso: "Celso mentiu"
40- Ou A=B, ou B=C, mas não ambos. Se B=D, então A=D. 47- Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática.
Ora, B=D. Logo: Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina.
a) B ¹ C Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo,
b) B ¹ A segue-se necessariamente que:
c) C = A a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
23 Escreva o número que falta. 16 3. (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por
3).
24 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 22 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e mul-
12 (336) 14 tiplique o resultado por dois).
15 (. . .) 16
1 Assinale a figura que não tem relação com as de- 7 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. mais.
14 Assinale a figura que não tem relação com as de- 20 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. mais.
27 Assinale a figura que não tem relação com as de- 4 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa
mais. para o outro lado).
República da Espada – A cena política logo após a Proclamação Promulgada em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição define os
da República é dominada por uma acirrada luta pelo poder entre centralis- poderes Executivo, Legislativo e Judiciário como independentes, separa o
tas e federalistas. Os centralistas, em geral militares, têm a liderança do Estado e a Igreja e permite a liberdade de culto. Institui o federalismo, o
marechal Deodoro da Fonseca. Identificados com as ideias positivistas de presidencialismo e o regime representativo. Nas disposições transitórias,
um Estado forte, são apoiados pelas antigas elites agrárias. Os federalistas determina que a própria Assembleia Constituinte se transforme em Con-
reúnem uma maioria de civis que representam as forças políticas e econô- gresso, com poder para eleger o primeiro presidente de forma indireta.
micas dominantes nos Estados, principalmente São Paulo e Minas, os mais
ricos do país. Defendem a descentralização do poder sob a forma de repú- Federalismo
blica federativa e o controle do governo pelo Congresso, onde as oligarqui-
as regionais estariam representadas. Os dois primeiros presidentes são
O presidente é o chefe da nação e tem poderes para intervir nos
militares.
Estados em caso de movimentos separatistas, invasão estrangeira ou
conflitos com outras unidades da Federação. Os 20 Estados têm autonomia
República das Oligarquias – Passado os primeiros momentos de para elaborar sua Constituição, eleger governadores, realizar empréstimos
afirmação da República, os cafeicultores paulistas, que já detêm a hege- no exterior, decretar impostos e formar suas próprias forças militares.
monia econômica, conseguem também a hegemonia política. A chamada
República das Oligarquias consolida-se a partir do governo de Prudente de
Representação restrita – Os chefes do Executivo e os membros
Morais. Os Estados de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente os
do Legislativo são eleitos diretamente. O voto não é secreto. Analfabetos,
maiores produtores de café e de leite do país, passam a dominar o governo
mulheres, soldados e menores de 18 anos não têm direito a voto – restri-
central na chamada "política do café-com-leite". A Presidência da República
ções que reduzem o eleitorado a cerca de 6% da população do país.
é ocupada alternadamente por representantes do Partido Republicano
Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM). No governo Cam-
pos Sales, acordos políticos feitos com as oligarquias locais dão origem a GOVERNO DEODORO DA FONSECA
um outro apelido do período, o de "política dos governadores".
O novo Congresso elege Deodoro da Fonseca - para a Presidência
GOVERNO PROVISÓRIO sob pressão militar, em 25 de fevereiro de 1891. Para demonstrar sua
insatisfação, os congressistas escolhem para vice-presidente o candidato
da oposição, Floriano Peixoto, inimigo de Deodoro. Hostilizado pelo Con-
Instalado na noite de 15 de novembro de 1889, o governo provisó-
gresso e sem o apoio de São Paulo e do PRP, Deodoro procura aproximar-
rio é dirigido pelo marechal Deodoro da Fonseca. Instaura o regime republi-
se dos demais governos estaduais, sem resultado. Isolado, tenta um golpe
cano federalista, transforma as Províncias em Estados da Federação e o
de estado e a dissolução do Congresso, em 3 de novembro. Floriano Peixo-
país passa a chamar-se Estados Unidos do Brasil. Os estrangeiros residen-
to desencadeia um movimento legalista, apoiado pelo PRP, pela Marinha e
tes no Brasil têm a opção de se naturalizar e adquirir a cidadania brasileira.
Exército, obrigando Deodoro a renunciar ao cargo.
Floriano Vieira Peixoto (1839-1895) nasce em Vila de Ipioca, A- Manipulação de eleições – As denúncias de manipulação de elei-
lagoas. Militar de carreira, chega ao posto de marechal-de-campo em 1888. çõessão constantes durante toda a Primeira República. Não existe Justiça
Nomeado para a presidência da Província do Mato Grosso em 1884, exer- Eleitoral na época. O voto não é secreto e os resultados das eleições
ce o cargo por um ano. Na Proclamação da República, ocupa o posto de estaduais são validados por uma "comissão de verificação" escolhida pelo
ajudante-geral do Exército do gabinete de Ouro Preto. Não chega a partici- Legislativo e, depois, ratificados pelo presidente da República. Nos Esta-
par diretamente da conspiração para derrubar a monarquia, mas recusa-se dos, as oligarquias mantêm o controle das eleições através do chamado
a enfrentar as tropas republicanas lideradas por Deodoro. Durante o gover- "voto de cabresto" ou "voto de curral".
no Provisório, ocupa o Ministério da Guerra em substituição a Benjamin
Constant. Em 1890 é eleito senador constituinte por Alagoas. Inimigo
político de Deodoro, é eleito seu vice pela oposição no Congresso, em Voto de curral – A expressão é usada para designar o sistema de
1891. Também lidera a oposição ao presidente no momento da dissolução poder político onde as eleições são controladas ou manipuladas por quem
do Congresso e ocupa a chefia da nação após a renúncia do titular, em 23 detém o poderio econômico e social. Tem sua origem no Império, quando
de novembro de 1891. Autoritário e centralista, governa com mão-de-ferro e os comandantes da Guarda Nacional, os chamados coronéis, grandes
trata a oposição com violência. No final do mandato, em 15 de novembro proprietários de terra ou mineradores, decidem em quem a população local
de 1894, retira-se da vida pública. Morre no dia 29 de junho de 1895. deve votar. O "coronel" de cada região arranja empregos e distribui os mais
variados benefícios à sua clientela. Os protegidos do "coronel" lhe devem
fidelidade, principalmente política, manifestada no momento das eleições. A
É o primeiro presidente civil e também o primeiro eleito pelo voto força dos coronéis é base de sustentação política dos governos estaduais e
direto. Assume em 15 de novembro de 1894 e governa até o final do man- da própria República das Oligarquias.
dato, em 15 de novembro de 1898. Dá início à chamada República das
Oligarquias ou "política do café-com-leite" e enfrenta acirrada oposição dos
"florianistas", partidários do ex-presidente. Consegue derrotar a Revolução Manuel Ferraz de Campos Sales (1841-1913) nasce em Campi-
Federalista no Rio Grande do Sul, mas enfrenta uma nova guerra no sertão nas, São Paulo, reduto dos cafeicultores tradicionais. Bacharel em direito,
baiano: a Guerra dos Canudos, na época considerada uma rebelião mo- elege-se deputado provincial em 1867. Um dos fundadores do Partido
narquista. Prudente de Morais - ver foto ao lado - faz seu sucessor, o Republicano Paulista, representa-o na Câmara Imperial a partir de 1885.
também paulista e cafeicultor Campos Sales. Com a República, é nomeado ministro da Justiça do governo Provisório e
governador de São Paulo. Companheiro político de Prudente de Morais,
tem seu apoio na candidatura à Presidência. Eleito em 15 de novembro de
GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS 1898, desenvolve uma política de apoio à agricultura e dá início à estratégia
de valorização do café. Recusa-se a implantar medidas protecionistas que
Estado de sítio – Em 5 de novembro de 1897 o presidente sofre beneficiem a nascente indústria brasileira. Termina o mandato em 15 de
um atentado no cais do porto do Rio de Janeiro. Um soldado florianista, novembro de 1902 e volta à política em 1909 como senador por São Paulo.
Marcelino Bispo, tenta atingi-lo, e acaba matando o ministro da Guerra, Morre em Santos, São Paulo, em 28 de junho de 1913.
marechal Carlos Bittencourt. O incidente dá pretexto para o Congresso
decretar estado de sítio. Com poderes excepcionais, Prudente de Morais
prende seus opositores, fecha jornais e acaba com qualquer manifestação
política. Consolida assim a presença de civis no poder federal.
GOVERNO RODRIGUES ALVES
Prudente José de Morais e Barros (1841-1902) nasce em Itu,
São Paulo, numa família de grandes cafeicultores. Bacharel em direito,
adere ao Partido Republicano Paulista em 1876 e, depois da Proclamação Conservador e ex-monarquista, Rodrigues Alves derrota Quintino
da República, exerce o governo de São Paulo. Eleito senador constituinte Bocaiúva, um republicano histórico, nas eleições de 1902. Assume dia 15
em 1890, chega à presidência do Senado, onde encabeça a oposição a de novembro e governa até o final do mandato, em 1906. Dá continuidade
Deodoro da Fonseca e é derrotado nas eleições indiretas para a Presidên- à política de valorização do café. Propõe-se a reurbanizar e sanear o Rio
cia. Sua eleição em 1894 marca o início da hegemonia dos grandes propri- de Janeiro. Conduzidas de forma autoritária e sem o esclarecimento da
etários rurais da região Sudeste na política. Governa até 15 de novembro opinião pública, essas campanhas provocam uma grande rebelião popular,
de 1898. Enfrenta a oposição política dos florianistas, partidários do ex- a chamada Revolta do Mosquito ou da Vacina – argumento para uma
presidente Floriano Peixoto e de seu próprio vice, Manuel Vitorino Pereira, tentativa de golpe militar. Durante seu governo, eclode também a chamada
que tenta impedi-lo de voltar ao cargo quando se afasta por motivo de Questão do Acre, área de litígio entre o Brasil e a Bolívia.
doença. É o primeiro presidente a governar sob estado de sítio. Passa para
a história como "o pacificador", apesar da violenta repressão praticada Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-1919) nasce em
contra Canudos, e das arbitrariedades cometidas sob a proteção do estado Guaratinguetá, São Paulo, numa família de latifundiários. Bacharel em
de sítio. Ao deixar a Presidência, retira-se para Piracicaba, onde morre em direito, inicia sua vida política em 1872, como deputado provincial pelo
3 de dezembro de 1902. Partido Conservador. Em 1887, chega à Presidência da Província de São
Paulo. Adere à República na última hora. Elege-se deputado constituinte
GOVERNO CAMPOS SALES em 1890 e ocupa o Ministério da Fazenda nos governos de Floriano Peixo-
to e Prudente de Morais. Em 1900 é eleito novamente presidente de São
Paulo. Apesar de seu passado monarquista e tendências conservadoras
Representante da oligarquia cafeeira paulista e destacado membro derrota Quintino Bocaiúva, um republicano histórico, nas eleições para
do Partido Republicano Paulista (PRP), Campos Sales assume em 15 de Presidência em 15 de novembro de 1902. Depois de cumprir seu mandato
novembro de 1898 e governa até o fim do mandato, em 15 de novembro de
O mineiro Afonso Pena - ver foto ao lado é o candidato das elites Rui Barbosa de Oliveira (1849-1923), jurista e estadista, nasce
paulistas em aliança com José Gomes Pinheiro Machado, senador gaúcho em Salvador, Bahia, forma-se em direito e cedo ingressa no jornalismo.
que articula as bancadas dos pequenos Estados. Assume a Presidência em Abolicionista, fica famoso em 1877 ao traduzir a obra O papa e o concílio,
15 de novembro de 1906 e morre antes de concluir o mandato, em 14 de de Doelinger, contra o dogma da infalibilidade do papa. Faz da introdução
junho de 1909. A base da aliança que o leva ao poder é a política de valori- do livro um libelo contra a chamada questão religiosa. Eleito deputado pela
zação do café. Em seu governo, é criada a Comissão do Café do Estado de Bahia, participa da reforma eleitoral de 1881 e da reforma do ensino, em
São Paulo com o objetivo de controlar estoques e negociar preços. Ampli- 1882 e 1883. Destaca-se na defesa da abolição, mas não se mostra um
am-se as comunicações no país. Em 1907, a Amazônia é ligada por telé- batalhador da República, embora critique as falhas da monarquia e ajude
grafo ao Rio de Janeiro, graças ao trabalho desenvolvido pelo marechal em sua derrocada. Ministro da Fazenda no primeiro governo provisório,
Cândido Rondon. Em 1908 é aprovada a lei do serviço militar obrigatório. recorre à inflação para financiar o crescimento econômico. Liberal, ajuda a
redigir a Constituição de 1891. Opsicionista no governo de Floriano Peixoto,
GOVERNO AFONSO PENA é obrigado a exilar-se em 1894. Volta ao Brasil e ocupa uma cadeira no
Senado. Ganha fama internacional ao defender os direitos das pequenas
nações na 2a Conferência de Haia, em 1907. Propõe a igualdade entre as
Afonso Augusto Moreira Pena (1847-1909) nasce em Santa Bár- nações e sua interferência lhe vale o epíteto de "Águia de Haia". Em 1910,
bara, Minas Gerais. Bacharel em direito, inicia sua vida política em 1874 candidato civil à Presidência em oposição ao marechal Hermes da Fonse-
como deputado provincial. Durante o Império ocupa os ministérios da ca, lidera a Campanha Civilista. Perde e volta a disputar a Presidência em
Guerra (1882), da Agricultura (1883) e da Justiça (1885). Elege-se deputa- 1919, numa campanha radical nas questões sociais. Novamente é derrota-
do constituinte em 1890 e presidente de Minas Gerais em 1892, quando a do, desta vez por Epitácio Pessoa. Deixa uma obra vasta, que inclui escri-
capital é transferida de Ouro Preto para Belo Horizonte. Ocupa a presidên- tos e discursos sobre todas as questões da época.
cia do Banco da República e volta a representar seu Estado em 1899,
como senador. Eleito para a Presidência da República, assume em 15 de
novembro de 1906. Morre antes do fim do mandato e é substituído pelo Nilo Procópio Peçanha (1867-1924) nasce em Campos, Rio de
vice, Nilo Peçanha. Janeiro. Advogado, participa das campanhas abolicionistas e republicanas.
Em 1890 é eleito deputado constituinte e, mais tarde, vice-presidente da
República. Com a morte de Afonso Pena em 14 de junho de 1909 assume
José Gomes Pinheiro Machado (1852-1915) nasce em Cruz Alta, a Presidência aos 41 anos. Conclui o mandato de presidente em 1910 e,
Rio Grande do Sul. Bacharel em direito, participa como voluntário do Exér- depois, elege-se senador por duas vezes e presidente do Estado do Rio de
cito brasileiro na Guerra do Paraguai. Em 1891, é eleito senador e participa Janeiro. Em 1917 ocupa o Ministério das Relações Exteriores no governo
da primeira Constituinte republicana. Em 1893 combate a Revolução Fede- Venceslau Brás. É derrotado nas eleições para a Presidência em 1921,
ralista e torna-se general honorário do Exército por sua atuação contra os como candidato da chapa Reação Republicana, de oposição às oligarquias
rebeldes gaúchos. Figura carismática e de grande poder pessoal, domina a estaduais. Morre no Rio de Janeiro em 31 de março de 1924.
máquina política do Rio Grande do Sul e conquista liderança sobre o Sena-
do, onde forma um bloco majoritário muito mais seu que do governo. Con-
quista também a maioria na Câmara dos Deputados e alcança um poder GOVERNO HERMES DA FONSECA
político dificilmente experimentado por outro parlamentar na história da
política brasileira. Com a morte do presidente Afonso Pena e a posse do Assume a Presidência em 15 de novembro de 1910 e governa até
vice-presidente Nilo Peçanha, seu amigo e colaborador, aumenta ainda o final do mandato, em 1914. Gaúcho, num cenário político dominado por
mais seu prestígio e influência. Coordena a campanha de Hermes da paulistas e mineiros, o marechal Hermes da Fonseca - ver foto ao lado -
Fonseca à Presidência, articulando as lideranças dos Estados do Norte e distancia-se um pouco da política "café-com-leite". Dá início à chamada
Nordeste, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, contra o candidato dos "política salvacionista", que recupera a importância direta dos militares na
paulistas, Rui Barbosa. Pinheiro Machado também lança a candidatura e política: apóia intervenções militares nos governos estaduais. Seu objetivo
garante a eleição de Venceslau Brás à Presidência – que mais tarde tenta é reduzir o domínio das oligarquias e moralizar a política. Na prática, po-
reduzir sua influência sobre o governo. Autoritário e impulsivo, durante sua rém, os militares apenas participam do jogo de poder local: aliam-se às
vida pública trava vários duelos à pistola e revólver. Morre apunhalado facções oligárquicas que estão na oposição e as colocam no poder, em
pelas costas, no Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro, por Francisco substituição às oligarquias situacionistas. Seu governo é marcado por
Manso de Paiva, em circunstâncias não suficientemente esclarecidas. revoltas militares, como a Revolta da Chibata, e por graves conflitos sociais,
como a Guerra do Contestado e o Conflito de Juazeiro, encabeçado pelo
GOVERNO NILO PEÇANHA Padre Cícero.
Vice-presidente na gestão de Afonso Pena, assume a Presidência Hermes Rodrigues da Fonseca (1855-1923) nasce em São Ga-
em 14 de junho de 1909 após a morte do titular. Governa até 15 de novem- briel, no Rio Grande do Sul. Sobrinho do marechal Deodoro da Fonseca, é
bro de 1910. Seu curto governo é ocupado por grandes disputas de poder militar de carreira e um dos fundadores do Clube Republicano do Círculo
entre as oligarquias mineira e paulista – a Campanha Civilista –, que, em Militar, de 1878. Após a Proclamação da República, mantém-se em funções
alguns casos, chegam a enfrentamentos armados. A acelerada dizimação militares. Alcança o posto de marechal em 1906, quando é nomeado minis-
de tribos indígenas leva à criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), tro da Guerra do governo de Afonso Pena. Nesse cargo, reorganiza o
em 20 de julho de 1910, sob a direção do marechal Cândido Rondon. Exército e, em 1908, institui o serviço militar obrigatório. Sua candidatura à
Presidência tem o apoio dos conservadores e dos militares, das elites
mineiras, gaúchas e dos pequenos Estados coordenadas pelo senador
Campanha Civilista – A disputa pela Presidência da República José Gomes Pinheiro Machado. Eleito em 1910, depois de agitada campa-
abre uma brecha na aliança entre as oligarquias paulista e mineira. O nha, governa até 1914. Depois de deixar a Presidência, envolve-se em
ministro da Fazenda do governo Afonso Pena, Davi Campista, é indicado diversos incidentes políticos e, inclusive, na Revolta do Forte de Copaca-
pelos paulistas para a sucessão de Nilo Peçanha. A maioria do Partido bana, em 1922. Preso por seis meses, retira-se para Petrópolis ao ser
Republicano Mineiro, no entanto, com a adesão da oligarquia gaúcha, libertado e morre poucos meses depois, em 9 de setembro de 1923.
escolhe como candidato o marechal Hermes da Fonseca, ministro da
Guerra. Os paulistas desistem da candidatura de Campista, aliam-se aos
coronéis baianos e lançam Rui Barbosa para a Presidência. Começa assim GOVERNO VENCESLAU BRÁS
a Campanha Civilista: "O mais inteligente dos brasileiros", slogan da cam-
Epitácio da Silva Pessoa (1865-1942) nasce em Umbuzeiro, Pa- REBELIÕES DA PRIMEIRA REPÚBLICA
raíba. Formado em direito, é eleito deputado constituinte por Pernambuco
em 1890. Ministro da Justiça no governo Campos Sales, em 1898, é nome- Motins militares, rebeliões armadas, guerras civis e levantes popu-
ado ministro do Supremo Tribunal em 1901. Chefia a delegação brasileira à lares são constantes em toda a Primeira República. Na fase de consolida-
Conferência de Paz de Versalhes, em 1919, e é eleito presidente da Repú- ção do novo regime explodem motins e levantes populares em vários
blica quando ainda está no exterior. Governa de 1919 a 1922. Depois, é pontos do país. A oposição congrega desde liberais radicais, que exigem
nomeado juiz da Corte Internacional de Haia, cargo que exerce de 1923 a maior democratização do Estado, até monarquistas – presentes na Revolta
1930. Nesse ano, apóia a candidatura de Getúlio Vargas e João Pessoa, da Armada e na Revolução Federalista. Consolidado o regime, as rebeliões
seu sobrinho, pela Aliança Liberal. Abatido pelo assassinato de João Pes- surgem das disputas entre as oligarquias regionais pelo controle do poder.
soa, não se identifica com os novos rumos da política brasileira e deixa a Há levantes de setores populares marginalizados e fanatizados, como na
vida pública. Guerra dos Canudos e na do Contestado, ou, ainda, contra a violação de
direitos civis e humanos, como a Revolta da Vacina. Nos anos 20, o movi-
GOVERNO ARTUR BERNARDES mento tenentista põe em cheque a própria estrutura do poder montada
pelas oligarquias.
Presidente da República entre 1922 e 1926, Artur Bernardes go-
verna sob estado de sítio, interrompido apenas entre dezembro de 1923 e REVOLTA DA ARMADA
julho de 1924, como defesa contra o Tenentismo. Os conflitos sociais e
Em 15 de dezembro de 1893, durante o governo de Floriano Pei- As políticas de saneamento e de reforma urbana promovidas no
xoto, eclode uma guerra civil no Rio Grande do Sul. É provocada pelo governo de Rodrigues Alves e conduzidas com violência revoltam a popu-
autoritarismo e excesso de centralização do presidente do Estado, Júlio de lação pobre do Rio de Janeiro. Cortiços e casas populares são derrubados
Castilhos, um republicano histórico que tem o apoio de Floriano e governa para permitir o alargamento das ruas e a construção de avenidas. A popu-
com mão-de-ferro. lação é expulsa de suas casas e os aluguéis sobem absurdamente. A
campanha de saneamento também é violenta: as casas da população
Maragatos e pica-paus – Os aliados de Castilhos são chamados pobre são invadidas e vasculhadas, os utensílios em condições precárias
de "pica-paus" ou "chimangos", herdeiros políticos dos liberais moderados, são inutilizados. A revolta explode em 9 de outubro de 1904, quando é
como o senador Pinheiro Machado que, desde o Império, comanda a aprovada a lei que torna a vacinação obrigatória. Repartições públicas são
política no Rio Grande do Sul. A oposição, os maragatos, é formada pelos depredadas, lojas saqueadas e bondes incendiados. A população levanta
federalistas adeptos do sistema parlamentar. São liderados por Gaspar da barricadas em diversas ruas do Rio. A oposição procura usar a revolta para
Silveira Martins, um ex-monarquista, por Gumercindo Saraiva e pelo gene- derrubar o governo: dia 13 de outubro a Escola Militar rebela-se. A reação
ral João Nunes da Silva Tavares. Os revoltosos têm o apoio da Marinha, do governo é imediata. Controla a rebelião popular e, no dia 16, forças
rebelada contra Floriano e o movimento tem nítido caráter antigovernista. legalistas ocupam a Escola Militar.
Os enfrentamentos armados duram dois anos. Em 10 de julho de 1895, no
governo de Prudente de Morais, é feito um acordo de paz: o governo cen- Osvaldo Gonçalves Cruz (1872-1917), cientista, médico e sanita-
tral garante o poder a Júlio de Castilhos e o Congresso anistia os partici- rista, é o pioneiro da medicina experimental no Brasil. Em 1896 faz estágio
pantes do movimento revolucionário. no Instituto Pasteur, em Paris. Volta ao Brasil três anos depois e organiza o
combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos, São Paulo, e
GUERRA DE CANUDOS em outras cidades portuárias. Participa da fundação do Instituto Soroterápi-
co, no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, mais tarde Instituto Osval-
do Cruz e, atualmente, um órgão da Fundação Osvaldo Cruz. Escolhido
Em 1893, no final do governo Floriano Peixoto, surge no sertão da pelo governo para o cargo de diretor-geral da Saúde Pública, em 26 de
Bahia um movimento messiânico, na época considerado monarquista, que março de 1903, planeja e coordena a campanha pela erradicação da febre
se transforma em uma guerra civil. É liderado por um beato, figura comum amarela e da varíola do Rio de Janeiro. Organiza as brigadas "mata-
no sertão nordestino na segunda metade do século XVIII. Os beatos apare- mosquitos" e é o principal pivô da chamada Revolta da Vacina e da rebelião
cem em torno das várias casas de caridade fundadas pelo padre José da Escola Militar contra a lei da vacinação obrigatória. Osvaldo Cruz refor-
Maria Ibiapina e administradas por ordens leigas. Antônio Vicente Mendes ma o código sanitário do país e remodela os órgãos de saúde. Dirige a
Maciel, o beato Antônio Conselheiro, começa a formar seu grupo de adep- campanha pela erradicação da febre amarela em Belém do Pará e na zona
tos na casa de caridade de Bom Conselho, no sertão de Pernambuco. Mais da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, divisa do Acre com a
tarde, funda a cidade de Belo Monte, no Arraial de Canudos, palco de um Bolívia, e na calha do rio Amazonas. Deixa a direção da Saúde Pública em
dos conflitos sociais mais sangrentos da Primeira República. 1909 e, em 26 de junho de 1913, ingressa na Academia Brasileira de
Letras. Em 18 de agosto de 1916 assume a Prefeitura de Petrópolis, Esta-
Antônio Conselheiro (1830-1897) é o apelido de Antônio Vicente do do Rio de Janeiro, e dirige um plano de reurbanização da cidade. Doen-
Mendes Maciel, beato que dirige o Arraial e a Guerra de Canudos. Nasce te, não conclui o mandato. Morre em 1917.
em Quixeramobim, Ceará, e fica conhecido em 1893, quando entra em
choque com as autoridades de Bom Conselho, Pernambuco. O motivo é a REVOLTA DA CHIBATA
autorização do governo federal para que os municípios cobrem impostos.
Conselheiro faz sermões contra a República e diz que o novo regime piora
as condições de vida da população pobre – daí sua fama de monarquista. Em 22 de novembro de 1910, no início do governo Hermes da
Com seu grupo, arranca e queima os editais que anunciam a cobrança de Fonseca, estoura a Revolta da Chibata no Rio de Janeiro. O estopim é o
impostos. Daí em diante, mantém conflitos constantes com as autoridades castigo de 250 chibatadas imposto ao marinheiro Marcelino Rodrigues
civis e religiosas. Proibido pela Igreja de fazer pregações e perseguido pela Menezes. Os couraçados São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Deodoro,
polícia, Antônio Conselheiro e seus seguidores internam-se no sertão. ancorados na baía da Guanabara, se amotinam sob o comando do mari-
Fundam no Arraial de Canudos um misto de comunidade primitiva e acam- nheiro João Cândido. O comandante do navio Minas Gerais, Batista Neves,
pamento militar. A fama de que o arraial é santo espalha-se, atraindo e outros oficiais são mortos. Os revoltosos apontam os canhões dos navios
milhares de devotos. Conselheiro dirige a guerra contra as forças legalistas para o Palácio do Catete, sede do governo, e fazem suas exigências: fim
até sua morte, em 1897. dos castigos corporais na Marinha e melhor alimentação. Ameaçado, o
governo aceita as reivindicações dos marinheiros. Rui Barbosa, senador da
República, apresenta no Congresso um projeto com esses pontos e mais a
anistia para os revoltosos, desde que estes deponham as armas. Os mari-
nheiros cumprem sua parte. O governo, no entanto, volta atrás e manda
Arraial de Canudos – À margem do rio Vaza-barris, no sertão bai- prender João Cândido e seus companheiros. Dois anos depois, eles são
ano, o Arraial de Canudos reúne quase 30 mil habitantes. Os romeiros julgados e absolvidos.
plantam e criam rebanhos para consumo próprio e comércio com as cida-
des vizinhas. A comunidade prospera e começa a inquietar os grandes GUERRA DO CONTESTADO
proprietários rurais da região e a Igreja. Para se defender, os fiéis de Antô-
nio Conselheiro organizam-se em grupos armados. Entre novembro de
Aliança Liberal – Minas Gerais passa para a oposição e alia-se ao Agitações sociais – Em 1931 o PCB organiza no Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul e à Paraíba. Os três Estados formam a Aliança Liberal uma manifestação contra a carestia, a Marcha contra a Fome, violentamen-
que, além das elites agrárias, também aglutina militares e setores das te reprimida. Em vários Estados também pipocam greves e manifestações
classes médias urbanas. O gaúcho Getúlio Vargas é escolhido para concor- de oposição. Os setores oligárquicos afastados do poder se reorganizam,
rer à Presidência, tendo como vice o paraibano João Pessoa. A campanha exigem a convocação de uma Assembleia Constituinte e o fim do governo
eleitoral mobiliza todo o país. Júlio Prestes é eleito presidente em 1o de provisório. São Paulo, principal centro econômico do país, lidera a oposição
março de 1930, mas não chega a assumir o cargo. Em outubro, estoura a a Vargas.
Revolução de 1930, que leva Getúlio Vargas ao poder.
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
REVOLUÇÃO DE 1930 E A ERA VARGAS (1930-1945):
Getúlio Vargas é eleito presidente pelo Congresso em julho de O estado de sítio aumenta o poder de Vargas e de alguns altos ofi-
1934 e exerce o mandato constitucional até o golpe do Estado Novo, em 10 ciais do Exército e da própria polícia. Crescem a repressão aos movimentos
de novembro de 1937. Os três anos de legalidade são marcados por inten- sociais e a conspiração para instaurar uma ditadura no país. É nesse clima
sa agitação política, greves e o aprofundamento da crise econômica. Nesse que se inicia a campanha para as eleições presidenciais, previstas para
quadro, ganham importância movimentos como a Ação Integralista Brasilei- janeiro de 1938.
ra (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL).
Campanha eleitoral – Três candidatos são lançados à Presidên-
Ação Integralista Brasileira – As ideias fascistas chegam ao Bra- cia. O paulista Armando de Sales Oliveira é apoiado pelos partidos Consti-
sil nos anos 20, propagam-se a partir do sul do país e dão origem a peque- tucionalista (sucessor do Partido Democrático) e Republicano Mineiro, pelo
nos núcleos de militantes. Em 1928 é fundado o Partido Fascista Brasileiro. governador gaúcho, José Antônio Flores da Cunha, e por facções liberais
A organização mais representativa dos fascistas, porém, é a Ação Integra- de outros Estados. O paraibano José Américo de Almeida é apoiado pelo
lista Brasileira (AIB), fundada em 1932 pelo escritores Plínio Salgado e Partido Libertador do Rio Grande do Sul, pelo governo de Minas e pela
Gustavo Barroso. O movimento é apoiado por setores direitistas das clas- maioria das oligarquias nordestinas. O terceiro candidato é o integralista
ses médias, dos latifundiários e dos industriais. Recebe a adesão de repre- Plínio Salgado. Vargas declara seu apoio a José Américo, mas, ao mesmo
sentantes do clero católico, da polícia e das Forças Armadas. Defende um tempo, encomenda secretamente ao jurista Francisco Campos, simpatizan-
Estado autoritário e nacionalista que promova a "regeneração nacional", te do fascismo e futuro Ministro da Justiça, uma nova Constituição para o
com base no lema "Deus, Pátria e Família". Estado autoritário que pretende estabelecer.
Plínio Salgado (1895-1975) nasce em São Bento do Sapucaí, São Plano Cohen – Em 30 de setembro de 1937 o general Góis Mon-
Paulo, e estuda ciências humanas em Minas Gerais. Desde jovem dedica- teiro, chefe do Estado-maior do Exército, divulga à nação o "tenebroso"
se ao jornalismo. Elege-se deputado estadual em 1928 e, em 1932, funda a Plano Cohen: uma suposta manobra comunista para a tomada do poder
Ação Integralista Brasileira (AIB). Em menos de quatro anos, o movimento através da luta armada, assassinatos e invasão de lares. O Plano não
reúne mais de 300 mil adeptos em todo o país. De inspiração nazi-fascista, passa de uma fraude forjada por membros da Ação Integralista para justifi-
adota uma simbologia nacionalista, uma camisa verde como uniforme e, car o golpe de estado. Frente à "ameaça vermelha", o governo pede ao
como saudação, a palavra anauê, uma interjeição da língua tupi. Apontado Congresso a decretação de estado de guerra, concedido em 1o de outubro
como líder do levante integralista de 1938, Plínio Salgado é preso na forta- de 1937. É o início do golpe.
leza de Santa Cruz, e depois exilado em Portugal. Volta ao Brasil em 1945,
com o fim do Estado Novo, e funda o Partido da Representação Popular O golpe – Com o golpe já em andamento, Getúlio reforça suas ali-
(PRP). Em 1955, concorre à Presidência da República e chega em último anças com o governador de Minas, Benedito Valadares, e de vários Esta-
lugar. Elege-se deputado federal em 1958 e 1962 pelo PRP, e em 1966 e dos do Nordeste. Em 10 de novembro de 1937 as Forças Armadas cercam
1970 pela Arena. Membro da Academia Paulista de Letras, escreve roman- o Congresso Nacional e, à noite, Vargas anuncia em cadeia de rádio a
ces, ensaios e obras políticas. outorga da nova Constituição da República, elaborada pelo jurista Francis-
co Campos. A quarta Constituição do país e terceira da República, conhe-
Aliança Nacional Libertadora – O agravamento das condições de cida como "a polaca" por inspirar-se na Constituição fascista da Polônia,
vida das massas urbanas e rurais, e as tendências autoritárias de Vargas institui a ditadura do Estado Novo.
fornecem os ingredientes para formar a Aliança Nacional Libertadora (ANL),
em março de 1935. A ANL é uma grande frente política formada por ex- Constituição de 1937 – A Constituição outorgada acaba com o
tenentes, comunistas, socialistas, líderes sindicais e liberais alijados do princípio de harmonia e independência entre os três poderes. O Executivo é
A ditadura Vargas, ou Estado Novo, dura oito anos. Começa com o Brasil na 2a Guerra
golpe de 10 de novembro de 1937 e se estende até 29 de outubro de 1945,
quando Getúlio é deposto pelos militares. O poder é centralizado no Execu- A Força Expedicionária Brasileira (FEB) é criada em 23 de novem-
tivo e cresce a ação intervencionista do Estado. As Forças Armadas pas- bro de 1943. Em 6 de dezembro, a Comissão Militar Brasileira vai à Itália
sam a controlar as forças públicas estaduais, apoiadas pela polícia política acertar a participação do Brasil ao lado dos aliados. O primeiro contingente
de Filinto Muller. Prisões arbitrárias, tortura e assassinato de presos políti- de soldados segue para Nápoles em 2 de julho de 1944 e entra em comba-
cos e deportação de estrangeiros são constantes. Em 27 de dezembro de te em 18 de setembro. Os pracinhas brasileiros atuam em várias batalhas
1939 é criado o Departamento de Imprensa e Propaganda(DIP), responsá- no vale do rio Pó: tomam Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945, ven-
vel pela censura aos meios de comunicação, pela propaganda do governo cem em Castelnuovo em 5 de março e participam da tomada de Montese
e pela produção do programa Hora do Brasil. em 14 de abril. Ao todo são enviados cerca de 25 mil homens à guerra.
Morrem 430 pracinhas, 13 oficiais do Exército e oito da Aeronáutica.
As bases do regime – O Estado Novo é apoiado pelas classes
médias e por amplos setores das burguesias agrária e industrial. Rapida- Força Aérea Brasileira
mente Vargas amplia suas bases populares recorrendo à repressão e
cooptação dos trabalhadores urbanos: intervém nos sindicatos, sistematiza Os primórdios da aviação militar no Brasil pertencem à história da
e amplia a legislação trabalhista. Sua principal sustentação, porém, são as Marinha, depois à do Exército, uma vez que desde 1913 o país contou com
Forças Armadas. Durante o Estado Novo elas são reaparelhadas com uma escola de aviação naval e em 1919 criou-se o Serviço Aéreo do Exér-
modernos armamentos comprados no Exterior e começam a intervir em cito. Só em 1941 foi criada a Força Aérea Brasileira.
setores considerados fundamentais para a segurança nacional, como a
siderurgia e o petróleo. A burocracia estatal é outro ponto de apoio: cresce
rapidamente a abre empregos para a classe média. Em 1938, Vargas cria o A Força Aérea Brasileira (FAB) é uma das três forças armadas que
Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp), encarregado de constituem o poder militar do Brasil e a ela compete, especificamente,
unificar e racionalizar o aparelho burocrático e organizar concursos para realizar as missões típicas de uma força aérea: conquista e manutenção do
recrutar novos funcionários. controle do ar, operações aerotáticas e aeroestratégicas, defesa aérea,
proteção das linhas de navegação marítima etc. A FAB coopera ainda com
as demais forças armadas na garantia dos poderes constitucionais, da
Propaganda – No início dos anos 40 o Estado Novo alcança certa ordem legal e da integridade das fronteiras; assegura a busca e salvamen-
estabilidade. Os inimigos políticos já estão calados e as ações conciliatórias tos aéreos; e executa os serviços do Correio Aéreo Nacional.
com os diversos setores da burguesia evitam oposições. Na época, o jornal
O Estado de S. Paulo, sob controle direto do DIP, não cansa de publicar
editoriais exaltando o espírito conciliador do ditador. Um deles, por exem- O Ministério da Aeronáutica foi criado em 20 de janeiro de 1941,
plo, diz que Vargas é um "homem sem ódio e sem vaidade, dominado pela em meio à segunda guerra mundial, e assumiu a responsabilidade por
preocupação de fazer o bem e servido por um espírito de tolerância exem- todos os assuntos referentes à aeronáutica militar e civil, cabendo-lhe,
plar, sistematicamente devotado ao serviço da Pátria". Inúmeros folhetos de basicamente, organizar, adestrar e aparelhar a FAB; cooperar com os
propaganda enaltecendo o caráter conciliador de Vargas e sua faceta de demais órgãos do governo para garantir a ordem legal e assegurar a defe-
"pai dos pobres" são produzidos pelo DIP e distribuídos nos sindicatos, sa nacional; orientar, desenvolver e coordenar a aviação civil e comercial; e
escolas e clubes. ainda incentivar as indústrias aeronáuticas do país.
O banditismo social é um fenômeno presente em vários países as- Brasil na Segunda Guerra Mundial
sociado a um quadro de intensa miséria e injustiça social. No Brasil, desen-
volve-se no sertão nordestino e é conhecido como cangaço. Suas origens Durante o Estado Novo (1937 – 1945), o governo brasileiro viveu a ins-
remontam ao Império. Entre 1877 e 1879 grupos armados começam a talação de um regime ditatorial comandado por Getúlio Vargas. Nesse
assaltar fazendas e armazéns e a distribuir víveres aos flagelados da seca. mesmo período, as grandes potências mundiais entraram em confronto na
O cangaço cresce alimentado pelas lutas de família no interior do Nordeste. Segunda Guerra, onde observamos a cisão entre os países totalitários
Muitos "coronéis" contratam bandos de cangaceiros para eliminar seus (Alemanha, Japão e Itália) e as nações democráticas (Estados Unidos,
inimigos ou defender suas propriedades. Entre os principais líderes desta- França e Inglaterra). Ao longo do conflito, cada um desses grupos em con-
ca-se Antônio Silvino, que chega a ser conhecido como "governador do fronto buscou apoio político-militar de outras nações aliadas.
sertão". Até sua captura, em 1914, Silvino mobilizou as polícias do Ceará, Com relação à Segunda Guerra Mundial, a situação do Brasil se mos-
Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, atacando cidades, fazendas trava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía
e tropas do governo. O mais conhecido, porém, é Virgulino Ferreira, o empréstimos com os Estados Unidos, comandava um governo próximo aos
Lampião, chamado de "o rei do cangaço", famoso mais pela truculência de ditames experimentados pelo totalitarismo nazi-fascista. Dessa maneira, as
seu bando do que por sua generosidade. autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o
Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos que poderiam, por
Virgulino Ferreira Lampião (1900-1938), o rei do cangaço, exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano.
nasce em Vila Bela, atual Serra Talhada, em Pernambuco. Começa a atuar
em 1916, quando seus pais são mortos por um "coronel". Com os irmãos, A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Ge-
foge para o interior e junta-se a um grupo de "bandidos". Ganha o apelido túlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a
de Lampião entre 1918 e 1919: nos enfrentamentos com a polícia – os construção da Usina de Volta Redonda. No ano seguinte, os Estados Unidos
"macacos" –, gaba-se que sua espingarda não pára de ter clarão, "tal qual entraram nos campos de batalha da Segunda Guerra e, com isso, pressio-
um lampião". O grupo de Lampião é um dos mais violentos: cercam e nou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado.
invadem cidades, vilarejos e fazendas e seus assaltos são marcados por Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por subma-
estupros, saques, incêndios e execuções sumárias. Na época da Coluna rinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas.
Prestes, é convidado por Floro Bartolomeu, chefe político ligado ao padre Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e a-
Cícero, para ajudar o governo no combate aos tenentes. Lampião teria lemães em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu
aceito e com isso armado melhor seu bando. Seu quartel-general é o sertão prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No
de Sergipe e Bahia, mas o bando atua também de Alagoas ao Ceará. Em ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), desta-
1929 conhece Maria Bonita em Paulo Afonso, cidade baiana nas margens camento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um
do rio São Francisco. Ela abandona o marido, um sapateiro, integra-se ao ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da
bando e tem uma filha com Lampião, Maria Expedita. Apesar de persegui- Força Aérea Brasileira (FAB).
dos e das várias tentativas de liquidá-los, os cangaceiros resistem até
Com a queda de Vargas e a realização de eleições para a Assem- Getúlio Vargas vence as eleições presidenciais de 1950 e assume
bleia Constituinte e para presidente começa a Redemocratização do país. A o poder em 31 de janeiro de 1951. Governa até 24 de agosto de 1954.
Segunda República estende-se de 1945 até o golpe militar de 1964. Carac- Apoiado pela coligação PTB/PSP/PSD, retoma as plataformas populistas e
teriza-se pela consolidação do populismo nacionalista, fortalecimento dos nacionalistas, mantém a intervenção do Estado na economia e favorece a
partidos políticos de caráter nacional e grande efervescência social. A implantação de grandes empresas públicas, como a Petrobrás, que mono-
indústria expande-se rapidamente. polizam a exploração dos recursos naturais. Com uma imagem de adversá-
rio do imperialismo, é apoiado por setores do empresariado nacional, por
grupos nacionalistas do Congresso e das Forças Armadas, pela União
Populismo – O conceito de populismo é usado para designar um Nacional dos Estudantes e pelas massas populares urbanas. Em 1952 cria
tipo particular de relação entre o Estado e as classes sociais. Presente em o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), com o objetivo
vários países latino-americanos no pós-guerra, o populismo caracteriza-se de fomentar o desenvolvimento industrial, e também o Instituto Brasileiro do
pela crescente incorporação das massas populares ao processo político Café (IBC).
sob controle e direção do Estado. A intervenção estatal na economia com o
objetivo de promover a industrialização também cria vínculos de dependên-
cia entre a burguesia e o Estado. No Brasil, o populismo começa a ser Monopólio do petróleo – A campanha pela nacionalização do pe-
gestado após a Revolução de 30 e se constitui em uma derivação do regi- tróleo começa em 1949 e divide a opinião pública. Sob o lema "O petróleo é
me autoritário criado por Getúlio Vargas. nosso", reúnem-se sindicatos, organizações estudantis, militares nacionalis-
tas, alguns empresários, grupos de intelectuais e militantes comunistas. Os
setores contrários ao monopólio e favoráveis à abertura ao capital estran-
GOVERNO JOSÉ LINHARES geiro incluem parte do empresariado, políticos da UDN e do PSD e a gran-
de imprensa. O debate toma conta do país e a solução nacionalista sai
Com a deposição de Vargas em 29 de outubro de 1945, José Li- vitoriosa: em 3 de outubro de 1953 é criada a Petrobrás (lei 2.004), empre-
nhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, assume interinamente a sa estatal que monopoliza a exploração e refino do petróleo. A decisão
Presidência e governa até 31 de janeiro de 1946. Entrega o poder ao desagrada aos Estados Unidos que, em represália, cancelam acordos de
general Eurico Gaspar Dutra, eleito pelo voto direto pelo PSD e PTB em 2 transferência de tecnologia estabelecidos com o Brasil. Empresas norte-
de dezembro de 1945. americanas derrubam os preços do café no mercado internacional.
De Café Filho a Nereu Ramos – Nos 16 meses seguintes à morte Eleições de 1960 – Os dois principais candidatos às eleições pre-
de Getúlio Vargas, três presidentes cumprem mandatos-relâmpagos. Café sidenciais de 1960 são Jânio Quadros , apoiado pela UDN, e o marechal
Filho , vice-presidente, assume o governo em 24 de agosto de 1954 e Henrique Teixeira Lott, da coligação PSD-PTB. Jânio Quadros, carismático,
afasta-se por problemas de saúde em 3 de novembro de 1955. Tenta voltar com discurso e comportamento populistas, apresenta-se como um candida-
em novembro mas é impedido pelo Congresso. Em seu lugar, assume to acima dos partidos. Obtém 5.636.623 votos, o equivalente a 48% dos
interinamente o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz. Efetiva- votos válidos, a maior votação até então atingida por um político brasileiro.
do em 9 de novembro, ocupa a Presidência por apenas dois dias e é inter- O marechal Lott obtém 3.846.825 votos. João Goulart, vice na chapa do
ditado pelo Congresso por tentar impedir a posse do presidente eleito em marechal e herdeiro político de Getúlio Vargas, é eleito vice-presidente da
outubro de 1955, Juscelino Kubitschek. Nereu Ramos, vice-presidente do República. Isso ocorre porque, na época, o voto para presidente e vice-
Senado, assume a Presidência até 31 de janeiro de 1956, quando entrega presidente era desvinculado, ou seja, o eleitor podia votar em candidatos
o cargo a Juscelino. de chapas diferentes para cada um dos cargos.
Golpe de 1964 – No dia 30 de março o governador de Minas , Ma- INFLAÇÃO E DÍVIDA EXTERNA
galhães Pinto, lança um manifesto em que conclama o povo à "restauração
da ordem constitucional comprometida". No dia 31 tropas mineiras sob o
comando do general Mourão Filho marcham em direção ao Rio de Janeiro Os índices de inflação crescem durante a Segunda República. E-
e Brasília. Depois de muita expectativa, os golpistas conseguem a adesão les resultam das constantes emissões de moedas para sustentar os inves-
do comandante do 2o Exército, general Amaury Kruel. Jango está no Rio de timentos estatais e pagar os empréstimos externos. Em 1960 a inflação
Janeiro quando recebe o manifesto do general Mourão Filho exigindo sua chega a 25% ao ano, sobe para 43% em 1961, a 55% em 1962 e a 81%
renúncia. No dia 1o de abril pela manhã, parte para Brasília na tentativa de em 1963. O FMI passa a condicionar a concessão de novos empréstimos a
controlar a situação. Ao perceber que não conta com nenhum dispositivo uma política austera de estabilidade da moeda.
militar e nem com o apoio armado dos grupos que o sustentavam, abando-
na a capital e segue para Porto Alegre. Recusa a oferta de Leonel Brizola Evasão de divisas – Entre 1945 e 1960 entram no país US$ 315
para organizar uma resistência armada. Nesse mesmo dia, ainda com João milhões e saem US$ 542 milhões. No governo JK, a dívida externa aumen-
Goulart no país, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade , declara ta US$ 1,5 bilhão, chegando a um total de US$ 3,8 bilhões. A situação é
vaga a Presidência da República. Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara agravada pelo crescente desequilíbrio do balanço de pagamentos. A queda
dos Deputados, ocupa a Presidência interinamente. das exportações de produtos agrícolas, o pagamento de elevados fretes e
seguros para os produtos importados e as remessas de lucros das empre-
ECONOMIA NA SEGUNDA sas internacionais são os principais fatores de desequilíbrio. No governo
João Goulart a dívida externa do país corresponde a 43% da renda obtida
REPÚBLICA
com as exportações.
No final dos anos 50 os rumos a serem impressos à economia Cinema Novo – Em 1955 o cineasta Nelson Pereira dos Santos
brasileira são o grande divisor de águas da sociedade civil. Os setores lançaRio 40 graus. O filme marca o início do Cinema Novo, movimento que
nacionalistas defendem um desenvolvimento autônomo, centrado no cres- se caracteriza pelos temas sociais e pela busca das raízes brasileiras. Essa
cimento do mercado interno. A oposição quer ampliar a industrialização tendência aprofunda-se nos anos seguintes com Deus e o diabo na terra do
pela maior abertura do mercado aos capitais internacionais. Sol, de Glauber Rocha, Os fuzis, de Rui Guerra, e Menino de engenho, de
Walter Lima Jr., entre outros.
Queima de divisas – Durante a 2a Guerra as exportações brasilei-
ras superam as importações e o país acumula boa quantidade de divisas, a Teatro engajado – A temática social também chega ao teatro. Au-
maioria paga após o final do conflito. A moeda brasileira também está tores como Jorge Andradee Dias Gomes trazem para o palco temas até
valorizada. O governo Dutra promove uma verdadeira queima de divisas. então inusitados, como o drama dos trabalhadores rurais expulsos do
Libera as importações de produtos totalmente supérfluos: de casacos de campo. A efervescência política dos grandes centros é trabalhada pelos
peles a ioiôs, de comida para cachorro a aparelhos de televisão, numa dramaturgos Gianfrancesco Guarnieri , em Eles não usam black-tie, e
época em que não havia emissoras no Brasil. Oduvaldo Viana Filho , nas peças Chapetuba Futebol Clube e A mais-valia
vai acabar, seu Edgar.
CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA
Bossa nova e protesto – Na passagem da década de 50 para a
de 60 surge a bossa nova, movimento musical liderado por João Gilberto e
Para Juscelino Kubitschek e os ideólogos do desenvolvimentismo,
Tom Jobim. Mais suave e intimista que o samba, a bossa nova revoluciona
as profundas desigualdades do país só serão superadas com o predomínio
a música popular brasileira. Na mesma época ganha força a chamada
da indústria sobre a agricultura. O governo JK empenha-se em baratear o
música engajada, ou de protesto, como Opinião, de Zé Kéti, e Carcará, de
custo da mão-de-obra e das matérias-primas, subsidia a implantação de
João do Vale e José Cândido. Na música erudita, os compositores se
novas fábricas e facilita a entrada de capitais estrangeiros. Entre 1955 e
dividem em torno do nacionalista Camargo Guarnieri e das propostas
1959 os lucros na indústria crescem 76% e a produtividade, 35%. Os salá-
dodecafônicas do vanguardista Hans-Joachim Koellreuter.
rios sobem apenas 15%.
No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita presidente do (F.M.STA. CASA-SP) Durante a Segunda Guerra Mundial, ao lado do café,
Brasil, cargo a ser ocupado pela primeira vez na história do país por uma um outro produto brasileiro foi importante como reforço no equilíbrio
mulher. Dilma Roussef obteve 55.752.529 votos, que contabilizaram da balança comercial, prejudicada pela queda das exportações du-
56,05% do total de votos válidos. Em seu pronunciamento oficial após rante o conflito. Qual era esse produto e para onde era exportado?
vencer as eleições disse: “Vou fazer um governo comprometido com a os têxteis, EUA, África do Sul e América Latina.
erradicação da miséria e dar oportunidades para todos os brasileiros e os motores; EUA.
brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à nação, aos empresá- a carne congelada; Inglaterra, França e Argentina.
rios, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do país para que me aju- a borracha; Alemanha.
dem.” o quartzo e metais raros; EUA e Alemanha.
PROVA SIMULADA HISTÓRIA – Brasil República (UC-MG) A implantação do Estado Novo por Vargas, em 1937, provoca a:
adoção de um excessivo federalismo.
(FATEC-SP) O período da história republicana no Brasil, que vai da queda do ascensão ao poder da Ação Integralista.
Estado Novo de 1945, ao movimento militar de 1964, que depôs João defesa do liberalismo econômico.
Goulart, é comumente conhecido como o período do populismo. Este dissolução de todos os partidos políticos
fenômeno político pode ser caracterizado: organização da justiça eleitoral.
como um estilo de governo sempre sensível às pressões populares, mas com
uma política de massa cujas aspirações procura conduzir e manipular. (CESCEM-SP) "Juscelino Kubitschek ganhou as eleições de 3 de outubro.
como expressão política do deslocamento do pólo dinâmico da economia do Mas ele recebeu pouco mais de um terço do total dos votos. A por-
setor urbano para o agrário, através do desenvolvimento da agricultura centagem de votos recebida por Juscelino, 36%, foi muito mais baixa
de exportação. que a recebida por Vargas nas eleições de 1950. Isto é, 49%, ou por
pela mudança da posição do povo, que sai da condição de espectador, Dutra em 1945, 55%. Mesmo o número absoluto de votos recebidos
chegando ao centro de decisões do Estado, que passa, assim, a ser por Kubitschek (3 077 411) foi inferior ao número de votos recebidos
popular. por Vargas, em 1950 (3 849 040) ou mesmo por Dutra, em 1945 (3
por uma política intervencionista e preocupada em manter as oligarquias 251 507), apesar do eleitorado ter crescido entre 1945 e 1955." O
conservadoras no poder. texto acima permite perceber que Juscelino Kubitschek:
como resultado da insatisfação da massa camponesa, maioria da população ganhou as eleições de 1955 por larga margem de votos
brasileira na época, e da tentativa de melhorar o seu padrão de vida. ganhou as eleições de 1955 por pequena margem de votos
obteve maior número de votos, em 1955, do que Vargas em 1950
(UF-MG) Em virtude da atual recessão da economia brasileira, tem-se utiliza- obteve maior número de votos, em 1955, do que Dutra em 1945
do como mecanismo para evitar o agravamento das tensões sociais, obteve, em 1955, a mesma porcentagem de votos que Vargas em 1950.
decorrentes do alto índice de desemprego:
a liberação maciça, por parte do governo, do seguro-desemprego para os (UnB-DF) A Associação Latino-americana de Livre Comércio funciona:
trabalhadores demitidos. com finalidades sociais
o acordo entre patrões e empregados, no sentido da redução da jornada de para promover a solidariedade entre os Estados americanos
trabalho e dos salários. como um mercado comum
O reinvestimento de parte dos lucros das empresas estrangeiras em novas como defensora da soberania dos Estados-membros
frentes de trabalho.
a participação sistemática da Confederação Geral dos Trabalhadores na (UnB -DF) Dentre as grandes iniciativas no inicio do governo Geisel, encon-
tomada de decisões econômicas. tramos:
a reorientação das diretrizes do modelo econômico brasileiro, tendo em vista a ampliação do mar territorial brasileiro
o crescimento do PIB. a criação da Proterra e do Funrural
a elaboração do I PND
(UC-MG) Na questão seguinte são feitas três afirmativas, cada uma das quais o acordo nuclear firmado com a Alemanha Ocidental
pode estar certa ou errada. Leia-as com atenção e assinale a alternati-
va correta, de acordo com a tabela abaixo: (F.C. CHAGAS-BA) A Constituição de 1937, elaborada por Francisco
se apenas a afirmativa I é correta. Campos, seguiu a orientação de princípios políticos então dominan-
se apenas as afirmativas I e II são corretas. tes na Europa; dessa forma,
se apenas as afirmativas I e III são corretas. criou uma legislação liberal para o pleno exercício das atividades partidá-
se apenas as afirmativas II e III são corretas. rias.
I — Com a criação da Petrobrás, o governo Vargas instituiu o monopólio restringiu acentuadamente a possibilidade do Executivo influir na economia.
estatal do petróleo. ampliou consideravelmente o poder exercido pelo Legislativo.
II — O governo Kubitschek orienta a industrialização brasileira para a fabri- criou normas que favoreceram o exercício do sistema parlamentar de
cação de bens de consumo. governo.
III — O plano SALTE, estabelecido no governo Dutra só é inteiramente estabeleceu um regime que restringiu grandemente o federalismo republi-
aplicado pelo presidente Vargas. cano.
(UnB-DF) A questão seguinte apresenta duas proposições, I e II, referentes a (UNESP) "O II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), entre outros
30. (PUC-SP) A respeito da política de desenvolvimento de Juscelino 36. (SANTA CASA-SP) A Constituição brasileira de 1934 apresenta
Kubitschek, podemos afirmar que: inovações, destacando-se a
I— Levou a um desenvolvimento integrado do território nacional, diminu- inexistência de subvenção oficial a culto ou igreja, nem relação de depen-
indo sensivelmente as disparidades regionais. dência com a União.
II — Contribuiu para uma integração mais profunda da economia brasilei- proibição de o governo federal intervir em negócios peculiares aos Estados,
ra ao sistema capitalista ocidental, na direção de um desenvolvimen- salvo para manter a República.
to industrial acelerado, para cuja realização buscou-se atrair capital e eleição direta do presidente e vice-presidente da Re pública pôr sufrágio
tecnologia estrangeiros. direto da nação e a maioria absoluta de votos.
III — Representou o privilegiamento da indústria alimentícia e de bens de livre manifestação do pensamento pela imprensa ou pela tribuna, sem
consumo populares, dada a preocupação marcante social que carac- dependência de censura.
terizava seu prometo de desenvolvimento. fixação da jornada de oito horas de trabalho, férias remuneradas, assis-
IV — Apesar da modernização a que levou uma parte do País, deixou tência social e sindicalização.
sérios problemas econômicos e sociais de herança para os governos
seguintes, como a maior dependência em relação ao capital estran- 37. (PUC-SP) As propostas de introduzir o sistema parlamentarista no
geiro, índices elevados de inflação e custo de vida, dívida externa Brasil republicano, ocorridas quase sempre em momentos de crise
considerável. Estão correias as alternativas: política, significaram uma
I e IV b) I e III c) II e IV d) II e III e) II. tendência a diminuir os poderes do Executivo.
tentativa de encaminhar as reformas de base de for ma radical.
31 (UF-MG) O governo militar brasileiro pós-64 tinha nos selares avan- disposição de recuperar a força do poder popular.
çados da grande indústria e das finanças a base do novo modelo e- reforma das instituições políticas herdadas do Império.
conômico... (Bernardo Sorj e John Wilkison in Sociedade e política tentativa de restaurar o regime federalista.
no Brasil pós-64) Com relação ao modelo político-econômico pós-
64, não se pode afirmar que: 38. (PUC-SP) A tendência à deterioração do salário mínimo real, sobre-
incrementou a indústria bélica nacional com o objetivo de exportação. tudo após 1964, pode ser encarada como resultado
criou as condições para o fortalecimento do movimento operário, com a do aumento dos preços dos produtos industrializados.
crise do "milagre". da maior exploração da força de trabalho.
intensificou suas relações com o capital internacional, favorecendo a atua- da discrepância entre o poder de venda e de compra do país, no exterior.
ção das multinacionais. das tentativas de pressão pôr parte dos sindicatos.
transformou o setor industrial na nova força dinamizadora da expansão da proposta de introduzir a livre negociação nos acordos salariais.
capitalista.
permitiu a descentralização política em troca da concentração da renda. 39. (PUC-SP) As opções de política econômica, no Brasil, na década de
50, oscilaram entre concepções de nacionalismo e desenvolvimen-
32 (UE-CE) A política econômica do governo Dutra tem como caracte- tismo, o que significa dizer que:
rística: a participação direta do Estado na economia se alterava com propostas de
dirigismo econômico, com forte intervenção do Estado na economia. isolacionismo econômico.
adoção de política protecionista que estimulou a criação da indústria de o favorecido de grupos estrangeiros se alterava com a restrição total à
base no Brasil. remessa de lucros.
liberalismo econômico e facilidades alfandegárias às mercadorias estran- apenas as medidas protetoras da indústria nacional foram uma constante
geiras. no período.
nacionalismo econômico e restrição ao capital estrangeiro. as relações entre empresas e trabalhadores eram diretamente controladas
pelo Congresso.
33. (UE-CE) Graciliano Ramos, em seu livro Memórias do Cárcere, o atendimento das reivindicações operárias dependia das exigências da
recentemente transformado em filme, narra: conjuntura econômica.
as atrocidades da repressão exercida no governo do general Floriano
Peixoto. 40. (FATEC-SP) As reformas de base — reforma agrária, reforma admi-
as prisões e torturas dos oponentes aos governos pós-1964. nistrativa, reforma bancária e reforma fiscal — tinham um nítido cará-
as perseguições de que foram vítimas os adeptos do integralismo. ter ideológico. Tratava-se de um instrumento com o qual o governo
a experiência vivida pelo autor nas prisões do Estado Novo. buscava unir todas as forças populistas mobilizadas e fazer crer à o-
pinião pública a necessidade de mudanças institucionais na ordem
34. (FCC-BA) Eurico Gaspar Dutra, após a queda da ditadura (1945), política, social e econômica, como condição essencial ao desenvol-
consegue eleger-se graças vimento nacional. O texto acima está relacionado:
GEOGRAFIA DO BRASIL
A Geografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre todas as características geográficas do território brasileiro. O Brasil é o quinto
maior país do mundo em área descontínua: tem 1,7% das terras emersas e ocupa 47% da América do Sul . Se forem consideradas apenas as áreas
contínuas, ele passa a ocupar a 4a posição, já que os Estados Unidos (7 824 535 km²) possuem dois territórios externos: Havaí e Alasca. Está localizado na
porção centro-oriental do continente sul-americano (entre os paralelos de 5º16' de latitude norte e 33º44' de latitude sul, e entre os meridianos de 34º47' e
73º59' de longitude oeste), com seu litoral banhado pelo oceano Atlântico. O Brasil tem uma área total de mais de 8 515 767 km² que inclui 8 460 415 km² de
terra e 55 352 km² de água. O ponto culminante do Brasil é o Pico da Neblina, com 2994 m;5 o ponto mais baixo é o nível do mar. O Brasil faz fronteira com
dez repúblicas sul-americanas: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname,Uruguai e Venezuela.
A maior parte de seu clima é tropical, embora algumas zonas possam ser classificadas como temperadas. O maior rio do Brasil, e também o mais
extenso do mundo, é o Amazonas. A floresta que cobre a bacia do rio Amazonas constitui quase a metade das florestas equatoriais da Terra.
O relevo do Brasil é formado por planaltos e planícies. Os planaltos ocupam a maior parte do território brasileiro. Os principais planaltos são o Planalto
das Guianas no extremo norte e o Planalto Brasileiro no centro-oeste, no nordeste, no sudeste e no sul. As principais planícies são: a Planície Amazônica no
norte, a Planície do Pantanal no sudoeste e a Planície Costeira ou Litorânea banhada pelo Oceano Atlântico.
Os principais climas do Brasil são: equatorial no norte, semi-árido no nordeste, tropical na maior parte do país, tropical de altitude no sudeste
e subtropical no sul.
As rochas do grupo Minas assentam-se em discordância sobre elas, e são constituídas de metassedimentos que em geral exibem metamorfismo de fácies
xisto verde, com idade aproximada de 1,5 bilhão de anos. Pertence a esse grupo a formação Itabira, com grandes jazidas de ferro e manganês. Sobre as
rochas do grupo Minas colocam-se em discordância as do grupo Lavras, constituídas de metassedimentos de baixo metamorfismo, com metaconglomerados
devidos talvez a uma glaciação pré-cambriana.
Grande parte da área pré-cambriana do São Francisco é coberta por rochas sedimentares quase sem metamorfismo e só ligeiramente dobradas, constitu-
ídas em boa parte de calcários. Essa sequência é conhecida como grupo Bambuí, com idade em torno de 600 milhões de anos, época em que provavelmente
a região do São Francisco já havia atingido relativa estabilidade.
Ao que parece, um grande ciclo orogenético, denominado Transamazônico, ocorrido há cerca de dois bilhões de anos, perturbou as rochas mais antigas
dessa faixa pré-cambriana. Ao final do pré-cambriano, as regiões do São Francisco e do Guaporé eram separadas por dois geossinclíneos -- o Paraguai-
Araguaia, que margeava as terras antigas do Guaporé pelo lado oriental; e o de Brasília, que margeava as terras antigas do São Francisco pelo lado ocidental.
As estruturas das rochas parametamórficas do geossinclíneo Paraguai-Araguaia orientam-se na direção norte-sul no Paraguai e sul do Mato Grosso, cur-
vam-se para o nordeste e novamente para norte-sul no norte de Mato Grosso e Goiás e atingem o Pará através do baixo vale do Tocantins, numa extensão de
mais de 2.500km. Iniciam-se por uma espessa sequência de metassedimentos que constituem, no sul, o grupo Cuiabá, e no norte, o grupo Tocantins. Essa
sequência é recoberta pelas rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como representantes do episódio glacial.
O geossinclíneo Brasília desenvolveu-se em parte dos estados de Goiás e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste e depois cur-
vam-se para o norte. A intensidade do metamorfismo decresce de oeste para leste e varia de fácies anfibolito a fácies xisto verde. A região central de Goiás,
que separa os geossinclíneos Paraguai-Araguaia e Brasília, é constituída de rochas que exibem fácies de metamorfismo de anfibolito.
Uma longa faixa metamórfica, chamada de geossinclíneo Paraíba, estende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul
e Uruguai. Suas rochas de metamorfismo mais intenso estão na serra do Mar. As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) são grupadas sob diferentes
Durante o período terciário, massas de rochas plutônicas alcalinas penetraram pelas falhas que criaram esse escarpamento e geraram os blocos elevados
de Itatiaia (pico das Agulhas Negras: 2.787m) e Poços de Caldas. Águas e vapores em altas temperaturas intrometeram-se também pelas fendas e formaram
as fontes de águas termais dessa região. A leste do maciço de Itatiaia, as cristas da Mantiqueira formam alinhamentos divergentes. O mais ocidental se dirige
para o centro do estado e forma uma escarpa voltada para leste, que eleva as cotas a mais de mil metros. O ramo mais oriental forma a divisa entre Minas
Gerais e Espírito Santo até o vale do rio Doce, elevando-se na serra da Chibata ou Caparaó, até 2.890m, no pico da Bandeira.
No centro de Minas Gerais, outro bloco elevado assume forma quadrangular, constituído de rochas ricas em ferro, de alto teor. Toma nomes locais de ser-
ra do Curral, ao norte; do Ouro Branco, ao sul; de Itabirito, a leste, e da Moeda, a oeste. O ramo oriental se prolonga para o norte do estado, com o nome de
serra do Espinhaço, que divide as águas da bacia do São Francisco das que vertem diretamente no Atlântico. Com a mesma função e direção geral e estrutura
semelhantes, a Mantiqueira estende-se até o norte da Bahia, onde recebe as denominações de chapada Diamantina, serra do Tombador e serra da Jacobina.
Planaltos e escarpas. No sul do Brasil, o relevo de planaltos e escarpas começa do primeiro planalto, de Curitiba, com cerca de 800m, até uma escarpa de
1.100m, constituída de arenito Furnas. O segundo planalto é o de Ponta Grossa. A escarpa oriental é denominada Serrinha, e tem nomes locais como os de
serra do Purunã e Itaiacoca. A oeste do planalto ergue-se nova escarpa, com cota de 1.300m, que vai do sul de Goiás e Mato Grosso até a Patagônia. A
superfície desse derrame é de cerca de um milhão de quilômetros quadrados. O planalto descamba novamente para oeste, até cotas de 200 e 300m na bar-
ranca do rio Paraná. Este é o terceiro planalto, chamado de planalto basáltico ou planalto de Guarapuava. A escarpa que o limita a leste chama-se serra da
Esperança.
No Rio Grande do Sul, a única escarpa conspícua é a da serra Geral, que abrange desde 1.200m, nos Aparados da Serra, até cotas entre 50 e 200m, no
vale médio do Uruguai. Em São Paulo, os sedimentos paleozóicos não formam uma escarpa, mas uma depressão periférica, na base da cuesta basáltica: a
serra de Botucatu. Mato Grosso apresenta três frentes de cuesta: a devoniana, de arenito Furnas (serras de São Jerônimo e Coroados ou São Lourenço); a
carbonífera, de arenito Aquidauana (serra dos Alcantilados); e a eojurássica (serras de Maracaju e Amambaí).
O relevo do Nordeste, ao norte da grande curva do rio São Francisco, é constituído essencialmente por dois vastos pediplanos em níveis diferentes. O
mais elevado corresponde ao planalto da Borborema, de 500 a 600m, que se estende do Rio Grande do Norte a Pernambuco. Em Alagoas e no brejo paraiba-
Além de madeira, a mata atlântica contribuiu muito com seus solos para o desenvolvimento econômico do Brasil. A maior parte deles pertence ao grande
grupo dos latossolos vermelho-amarelos, entre os quais se inclui a terra roxa, e nos quais se instalaram várias culturas, como café, cana-de-açúcar, milho e
cacau.
O terceiro tipo de floresta é a mata de araucárias. Fisionomicamente, é uma floresta mista de coníferas e latifoliadas perenifólias. Ocorre no planalto meri-
dional, em terras submetidas a geadas anuais. Das matas brasileiras, é a de menor área, porém de maior valor econômico, por ser a mais homogênea. Suas
árvores úteis mais típicas são: o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), produtor de madeira branca; a imbuia (Phoebe porosa), madeira de lei, escura,
utilizada em marcenaria; e a erva-mate (Ilex paraguariensis), com cujas folhas tostadas se faz uma infusão semelhante ao chá, muito apreciada nos países do
Prata.
Formações de transição. A caatinga, o cerrado e o manguezal são os tipos mais característicos da vegetação de transição. As caatingas predominam nas
áreas semi-áridas da região Nordeste e envolvem grande variedade de formações, desde a mata decídua (caatinga alta) até a estepe de arbustos espinhen-
tos. Suas árvores e arbustos são em geral providos de folhas miúdas, que caem na estiagem, e armados de espinhos. São a jurema (Mimosa sp.), a faveleira
(Jatropha phyllancantha), o pereiro (Aspidosperma pirifolium), a catingueira (Caesalpinia sp), o marmeleiro (Combretum sp). São também típicas as cactáceas,
como o xiquexique (Pilocereus gounellei), o facheiro (Cereus squamosus), o mandacaru (Cereus jamacaru) e outras do gênero Opuntia. Nos vales planos são
frequentes os carnaubais (Copernicia cerifera).
Os cerrados, ou campos cerrados, predominam no planalto central, desde o oeste de Minas Gerais até o sul do Maranhão. São formações constituídas de
tufos de pequenas árvores, até dez ou 12m de altura, retorcidas, de casca grossa e folhas coriáceas, dispersos num tapete de gramíneas até um metro de
altura, que na estiagem se transforma em um manto de palha. Os cerrados penetram no pantanal mato-grossense, onde se misturam a savanas e formações
florestais e formam um conjunto complexo. Os manguezais ocorrem em formações de quatro a cinco metros de altura, na costa tropical, e são compostos
sobretudo de Rhizophora mangle, Avicennia spp. e Laguncularia racemosa.
Regiões abertas. As áreas de vegetação aberta, no Brasil, se agrupam em tipos variados. Os campos de terra firme da Amazônia, como os campos do rio
Branco (Roraima), os de Puciari-Humaitá (Amazonas) e os do Ererê (Pará), são savanas de gramíneas baixas, com diversas árvores isoladas típicas do
cerrado, como o caimbé (Curatella americana), a carobeira (Tecoma caraíba) e a mangabeira (Hancornia speciosa). Os campos de várzea do médio e baixo
Amazonas e do pantanal (rio Paraguai) são savanas sem árvores, com gramíneas de um metro ou mais de altura.
O Brasil tem uma população estimada em 201.032.714 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado, referente a 1º de
julho deste ano, foi publicado no "Diário Oficial da União" desta quinta-feira (29).
Na resolução, assinada pela presidente do instituto, Wasmália Socorro Barata Bivar, estão as estimativas populacionais de todos os municípios do país. Segundo o
IBGE, o Brasil tem 7.085.828 habitantes a mais que o registrado em 1º de julho de 2012, quando a população era de 193.946.886.
Entre as unidades da federação, o estado mais populoso continua sendo São Paulo, que conta com 43,6 milhões de residentes.
O estado de Minas Gerais tem 20,5 milhões de habitantes. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição, com 16,3 milhões de habitantes. Bahia tem 15 milhões de pes-
soas e o Rio Grande do Sul, 11,1 milhões. O estado menos populoso é Roraima, com 488 mil habitantes.
A cidade de São Paulo é a que possui a maior população do país: 11,8 milhões (número que é maior que o de 22 estados e do Distrito Federal).
No posto de cidade menos populosa do Brasil está Serra da Saudade (MG), com 825 habitantes. Borá (SP), que aparecia empatada com o município mineiro até o
ano passado, tem hoje 834 residentes.
Economia
http://www.suapesquisa.com/geografia/economia_brasileira.htm
O Brasil possui atualmente uma economia forte e sólida. O país é um grande produtor e exportador de mercadorias de diversos tipos, principalmente
commodities minerais, agrícolas e manufaturados. As áreas de agricultura, indústria e serviços são bem desenvolvidas e encontram-se, atualmente, em bom
momento de expansão. Considerado um país emergente, o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking das maiores economias do mundo (dados de 2012). O Brasil
possui uma economia aberta e inserida no processo de globalização.
Comércio Exterior:
Principais produtos agrícolas produzidos: café, laranja, cana-de-açúcar (produção de açúcar e álcool), soja, tabaco, milho, mate.
Principais setores de serviços: telecomunicações, transporte rodoviário, técnico-profissionais prestados à empresas, transporte de cargas, limpeza predial e
domiciliar, informática, transportes aéreos e alimentação.
Principais setores industriais: alimentos e bebidas, produtos químicos, veículos, combustíveis, produtos metalúrgicos básicos, máquinas e equipamentos,
produtos de plástico e borracha, eletrônicos e produtos de papel e celulose.
Fontes: IBGE, Ministério de Minas e Energias, Banco Mundial, CIA The World Factbook.
Agricultura, pecuária e pesca. Há uma enorme desproporção entre as áreas cultiváveis do Brasil -- cerca de oitenta por cento da superfície -- e o volume
produzido e exportado. Como a agricultura e a pecuária brasileira são, de maneira geral, de tecnologia ainda incipiente, os aumentos registrados na produção
agrícola se devem mais a uma ampliação da superfície cultivada do que a ganhos na produtividade. O emprego de fertilizantes, sementes selecionadas e
maquinaria agrícola é ainda muito pequeno em proporção às necessidades e potencialidades do país.
O rebanho bovino brasileiro é um dos maiores do mundo e concentra-se em duas grandes áreas pastoris. A mais importante é formada pelo oeste de Mi-
nas Gerais e São Paulo, o sul de Goiás e Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Corresponde à metade do rebanho, com predomínio absoluto do gado zebu. No
Sudeste, predomina o gado leiteiro, geralmente mestiço de holandês e zebu, criado na zona da mata e sul de Minas Gerais, nas zonas Mojiana e Paulista, no
estado de São Paulo, e no curso médio do Paraíba do Sul, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O gado de corte sulino é criado principalmente na
Campanha gaúcha, onde prevalece a raça hereford. Concentra-se também nessa região o rebanho ovino. Minas Gerais, São Paulo e Goiás têm as maiores
criações de suínos. Minas Gerais e Rio Grande do Sul apresentam os maiores rebanhos equinos. Caprinos, muares e asininos adaptam-se melhor às condi-
ções semi-áridas da Bahia.
A pesca no Brasil ainda sofre de relativo atraso técnico. A maior produção pesqueira é a dos estados da costa sulina. No Nordeste, desenvolveu-se a pes-
ca em bases industriais, sobretudo de lagosta e camarão, destinada à exportação para os mercados do Sudeste e Sul e do exterior. Mas a longa extensão de
costas e os inúmeros rios que compõem a rede fluvial brasileira, além de lagoas e lagos, permitem ao Brasil ocupar o primeiro lugar na produção de pescado
na América Latina, em torno de um milhão de toneladas anuais.
Energia. Como país de clima tropical temperado, o Brasil apresenta certas particularidades na disponibilidade e utilização de seus recursos energéticos. O
crescimento econômico acarreta sucessivos aumentos da demanda de energia, a taxas correspondentes. A orientação geral da política energética brasileira,
desde a crise mundial de petróleo ocorrida na década de 1970, é a de buscar diminuir a importação de petróleo, utilizando outras fontes disponíveis no país --
petróleo, energia hidrelétrica, gás natural, carvão mineral e álcool carburante. Nesse sentido, ao final do século XX o Brasil conseguia suprir quase a metade
de suas necessidades de petróleo, percentagem que tende a crescer com a confirmação das reservas provadas da bacia do litoral fluminense.
A pesquisa, lavra, refino, importação e exportação de petróleo são realizadas pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás), empresa controlada pelo estado;
as atividades de energia elétrica são coordenadas pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás). Os demais segmentos energéticos e a distribuição de
derivados de petróleo são abertos à iniciativa particular. A produção offshore de petróleo angariou para o Brasil uma posição de vanguarda nessa tecnologia --
a Petrobrás é uma das poucas empresas no mundo capaz de produzir em lâminas d'água de até mil metros de profundidade.
Mais de noventa por cento da produção brasileira de energia elétrica é de origem hidráulica. O setor hidrelétrico contribui com mais de trinta por cento no
total da energia primária. O maior projeto brasileiro nessa área é a usina de Itaipu, empresa estatal binacional do Brasil e Paraguai, com capacidade total
prevista de 12.600mw. A principal fonte alternativa de energia para o combustível automotivo é o álcool carburante, produzido desde a criação do Programa
Nacional do Álcool (Proálcool) em 1975. No final do século XX o consumo brasileiro de álcool correspondia aproximadamente ao de gasolina. Paralelamente o
Brasil tratou de criar usinas de energia nuclear para fins civis, sobretudo tendo em vista as reservas estimadas de urânio, da ordem de 200.000 toneladas. A
A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGI-
ÃO
Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma indústria em uma determinada região.
Para ser determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local tem que ter fácil acesso à rodovias, que escoem a sua produção para
as diversas regiões do país e os portos, visando a exportação.
Os meios de comunicação, também são vitais, para que sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes negócios, visando a obtenção de
lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade de comunicação.
O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa , é necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o
papel de intermediário entre o produtor e o consumidor final.
OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA
As economias capitalistas tiveram, do pós guerra até meados da década de 70, uma das fases de maior expansão e transformações da estrutura produti-
va, sob a égide do setor industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores, bens de capital e do
consumo duráveis) e a química (especialmente a petroquímica).
A rápida implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indús-
tria de material de transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de minerais não-metálicos todos com uma forte carga de impacto sobre o meio
ambiente.
De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial sobre o meio ambiente depende de três grandes fa-
tores: da natureza da estrutura da indústria em distintas relações com o meio natural; da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos industriais; e
o padrão tecnológico do processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos.
A industrialização maciça e tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassados no que se refere ao meio ambien-
te, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e reprocessamento.
Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a economia mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao
contrário da industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias - primas, "commodities" e energéticos, o novo padrão de
crescimento tende a uma demanda elevada de informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de "produção" de
efluentes poluidores.
CONCLUSÃO
Uma indústria em uma certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao mesmo tempo que contribui para o crescimento, ela pode estar
executando a massificação da cultura de um povo.
PROVA SIMULADA I
01. De acordo com o mapa a seguir, assinale a alternativa cuja seqüência numérica apresente a respectiva correspondência com os produtos de destaque
em sua economia:
03. (PUC) O maior parcelamento das propriedades, a presença de culturas diversificadas em áreas de brejos constituem características no Nordeste, nota-
Geografia do Brasil 24 A Opção Certa Para a Sua Realização
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damente:
a) no Meio-Norte.
b) no Agreste.
c) na Zona da Mata.
d) no Sertão
e) no Recôncavo.
04. (PUC) Entre as explorações tradicionais do Nordeste, aquela tem sido melhor aproveitada pela indústria moderna é a:
a) de algodão mocó.
b) da cana-de-açúcar.
c) do couro.
d) do agrave.
e) da mandioca.
05. (FGV) O litoral sul da Bahia caracteriza-se pela presença da monocultura de:
a) cana-de-açúcar
b) algodão
c) amendoim
d) cacau
e) sisal
06. O produto que acusou uma rápida expansão nos últimos anos, estando entre os quatro mais importantes atualmente exportados pelo Brasil é:
07. (OSEC) "Nas encostas montanhosas, onde a erosão é mais intensa devem-se cultivar (de preferência em cima de terraços) produtos permanentes, como
a arboricultura; os vales e as planícies ficam reservados para as culturas temporárias."
08. As primeiras áreas de cultivo do café em São Paulo e Paraná foram respectivamente:
09. (STA. CECÍLIA - Santos) Os maiores produtores brasileiros de cana-de-açúcar e cacau são, respectivamente:
a) Pernambuco e Bahia
b) Pernambuco e Ceará
c) Ceará e Bahia
d) Paraná e Ceará
e) São Paulo e Bahia
Resolução:
01. E
02. E
03. B
04. A
05. D
06. E
07. B
08. C
09. E
10. E
PROVA SIMULADA II
Questões:
01. (CESGRANRIO) No 1º aniversário do Plano Real, festejou-se a queda das taxas de inflação de 50% para 2% ao mês. Para muitos analistas, no entanto,
o desempenho do Real, no início de 1995, esteve ameaçado, tendo em vista repercussões das dificuldades experimentadas pelos planos da estabilização
econômica dos governos do México e da Argentina, que rediriam na manutenção prolongada de políticas de:
a) São Paulo
b) Minas Gerais – Espírito Santo
c) Rio de Janeiro
d) Paraná
e) n.d.a.
03. (UNIFENAS) Sobre o comércio exterior brasileiro seria errado afirmar que:
a) Houve grande aumento das exportações de manufaturados e semi-industrializados superando exportações de produtos primários.
c) Grande diversificação quanto aos tipos de produtos exportados e quanto aos parceiros comerciais.
e) A balança comercial apresenta um superávit, desde 82, apesar de não poder ser considerado como lucro.
04. (UFPA) As regiões brasileiras exercem diferentes papéis no que diz respeito a “divisão inter-regional do trabalho” ressaltando-se que:
a) a Região Sudeste coordenando o mercado nacional, caracteriza-se por ser exportadora unicamente de produtos provenientes do setor primário.
b) A Região Sul desempenha um papel eminentemente industrial, como fornecedora de produtos do setor secundário.
c) A Região Norte, caracteriza-se pela exportação de matéria-prima de origem diversa, com destaque para os minérios.
d) A Região Nordeste, mesmo com seus problemas endêmicos consegue ser fornecedora de alimentos para a força de trabalho de outras regiões.
e) A Região Centro-Oeste caracteriza-se principalmente pela exportação de produtos agrícolas com destaque para o cacau e o fumo.
05. (UNIFENAS) São características do comércio exterior brasileiro na década de 80, exceto:
06. (UFMG) Com a abertura das fronteiras brasileiras aos produtos manufaturados estrangeiros, evidenciou-se a fraca competitividade da maioria dos setores
industriais do país. Sobre esse aspecto da nossa indústria, todas as alternativas estão corretas, exceto:
a) A competitividade da indústria está comprometida pelas recentes e generalizadas restrições à entrada de tecnologia estrangeira a à penetração de bens de
capital.
b) A falta de competitividade da indústria brasileira resulta da fraca produtividade de determinados setores e da baixa qualidade dos produtos colocados no
mercado.
c) A indústria brasileira adotou, até bem recentemente, a estratégia de aumentar receitas por meio de aplicações financeiras em detrimento de investimentos
produtivos na modernização do setor.
d) A maior parte dos setores dessa atividade é voltada apenas para o mercado interno que, embora se situe entre os maiores do mundo, é pouco exigente e
não estimula a competitividade.
e) N. d. a.
07. (BRAGANÇA PAULISTA) Para facilitar o aumento da produção brasileira destinada à exportação, o governo federal criou os "corredores de exportação",
que podem ser assim definidos:
a) sistema de conjugação de transportes, portos, silos e frigoríficos para receber, conservar e exportar os produtos para o mercado externo;
b) conjunto de rodovias que alcançam os mais distantes e interiorizados centros de produção para conectá-los com os grandes eixos viários;
c) tratamento preferencial que, enfatiza os principais produtos locais, como a soja em Paranaguá, o café em Santos, o minério de ferro em Vitória e outros;
e) sistema de empresas de produção, transporte e armazenamento - as trading companies - para escoamento e exportação de produção.
"O acordo de cooperação entre a União Européia e o Mercosul, assinado nos dias 15 e 20 de dezembro de 1995, prevê o fomento do intercâmbio em diver-
sos setores. Por este acordo, ficou acertado que os Estados-partes da União Européia e os países-membros do Mercosul envidarão esforços a fim de promo-
ver a cooperação empresarial com o propósito de criar um marco favorável de desenvolvimento econômico que tenha em conta seus interesses mútuos. Para
reafirmar as bases de tal acordo, particularmente o presidente francês Chirac empenhou-se em convencer o Brasil das vantagens de atrelar os negócios
nacionais preferencialmente à Europa em lugar de fazê-lo com os Estados Unidos. Chirac ofereceu a França como porta de entrada para ampliar o comércio
brasileiro com a União Européia."
(adaptado da Revista Mercosul, maio de 1996 e Revista Veja, março de 1997)
a) Os EUA vêem com maus olhos a concorrência que o Mercosul faz à ALCA (Área de Livre Comércio das Américas.
b) O texto não corresponde à realidade, não há grande interesse em integrar o Mercosul à U.E. (União Européia).
c) O esforço de ampliar os contatos com as economias emergentes, entre outros o Brasil, e a preferência de negociações entre blocos.
d) Dentro da Nova Ordem Mundial a idéia é ampliar cada vez mais os blocos econômicos.
09. (USP) Com base nas informações do gráfico abaixo, podemos afirmar que, no período de 1966 e 1975:
a) o valor das exportações brasileiras foi sempre inferior ao valor das importações;
b) o valor das exportações brasileiras atingiu seu ponto mais baixo no ano de 1966;
c) o valor das importações brasileiras atingiu seu ponto mais alto no ano de 1975;
d) sempre houve equilíbrio entre o valor das exportações e o valor das importações brasileiras;
e) a maior diferença entre o valor das exportações e o valor das importações brasileiras ocorreu em 1974.
Resolução:
01. D
Questões:
01. As jazidas brasileiras de carvão mineral localizam-se em terrenos, datando geologicamente:
a) do proterozóico
b) do triássico
c) do plioceno
d) do cambriano
e) do permocarbonífero
02. (CEFET-PR) dentre as citadas assinale a alternativa que contenha apenas as fontes de energia renováveis mais utilizadas no Brasil:
a) Brasil – Paraguai;
b) Brasil – Argentina;
c) Brasil – Paraguai – Argentina;
d) Argentina – Paraguai;
e) Brasil – Uruguai.
05. A bacia sedimentar do Brasil, que responde pela maior produção de petróleo é:
a) Bacia de Carmópolis.
b) Bacia de Tabuleiro do Martins.
c) Bacia do Meio-Norte.
d) Bacia do Recôncavo Baiano.
e) Bacia de Campos.
07. (TAUBATÉ) Usina brasileira que se revelou um verdadeiro fracasso em todos os aspectos: técnico, financeiro, social e ecológico. Inundou 2.360 metros
quadrados de floresta, sem qualquer aproveitamento, e vai gerar uma energia muito cara em relação ao investimento, sem atender à demanda da região:
08. A energia elétrica, no Brasil, contribui de maneira significativa para atender às necessidades do país em fontes de energia. O setor que mais utiliza ou
consome energia elétrica no Brasil é:
a) a indústria
b) os domicílios
c) o comércio
d) a iluminação pública
e) os transportes
09. O levantamento do potencial hidráulico das principais bacias hidrográficas brasileiras demonstra a grande supremacia dos rios da bacia:
a) Amazônica
b) do São Francisco
c) do Paraná
d) do Tocantins-Araguaia
e) do Leste
10. (OSEC) O conjunto hidroelétrico de Urubupungá, situado na divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul, é constituído pelas usinas:
Resolução:
01. E
02. B
03. A
04. D
05. E
06. C
07. B
08. A
09. A
10. A
PROVA SIMULADA IV
Questões:
01. (UNOPAR) As cidades de Volta Redonda (RJ) e Camaçari (BA) destacam-se, respectivamente, na concentração de indústrias:
a) siderúrgicas e alimentícias.
b) alimentícias e petroquímicas.
c) eletroeletrônicas e de calçados.
d) siderúrgicas e petroquímicas.
e) eletroeletrônicas e têxteis.
02. (UNIFOR) Ao processo contemporâneo de produção de bens industriais, simultaneamente em vários países, através da padronização de modelos tecno-
lógicos e de consumo, suplantando as fronteiras nacionais pela escala mundial, dá-se o nome de:
a) internacionalização do capital.
b) globalização.
c) terceirização.
d) monopólio transnacional.
e) neoliberalismo.
05. (ESCCAI) “No mundo capitalista a preocupação primordial é obtenção de lucros cada vez maiores. É dessa busca incessante de lucros máximos que
resultam as estratégias de localização geográfica das empresas industriais, que em inúmeros fatores têm de ser considerados isoladamente e em conjunto.”
A partir do texto acima conclui-se que os fatores mais importantes são, exceto:
a) Mercado consumidor.
b) Energia.
c) Matéria-prima.
d) Legislação ambiental.
e) Mão-de-obra.
06. (UFF) O interesse dos governos estaduais em instalar indústrias em suas áreas por meio de incentivos fiscais levou-os a travar uma "guerra fiscal". Um
dos Estados que há pouco se valeu desse recurso foi o Rio de Janeiro. Assinale a opção que indica corretamente a região do Estado do Rio de Janeiro que
mereceu, recentemente, destaque no noticiário dos jornais pela instalação de grande indústria atraída por essa política da "guerra fiscal":
07. (UNIFOR) Os novos investimentos em regiões mais distantes do eixo Rio-São Paulo estão permitindo a algumas cidades nordestinas, um crescimento
industrial maior do que alguns pólos econômicos do Centro-Sul. Essa expansão se deve, basicamente:
08. (UNIMEP) Em relação à privatização da Vale do Rio Doce, existiu argumentos pró e argumentos contra. Para os defensores da desestatização:
a) I e IV
b) II e IV
c) III e IV
d) V e IV
e) Todas
09. (UNIMEP) A crise econômica por que passou o Brasil na década de 80 - a "década perdida", como ficou conhecida - pôs fim ao período de extraordinário
crescimento econômico ocorrido nas três décadas anteriores. Da década de 50 até a de 70, impulsionado por um processo de industrialização da sociedade,
o Brasil apresentou bom desenvolvimento econômico tanto em nível regional quanto mundial. Nesse período, os ingredientes básicos do grande crescimento
econômico industrial do país foram:
10. (UNIFENAS) A organização do espaço geográfico brasileiro após a industrialização sofreu mudanças profundas. Seria errado afirmar:
a) grande concentração de atividades e decisões no Sudeste, tendo São Paulo como centro polarizador;
c) maior integração do espaço brasileiro com desenvolvimento da rede de transporte e comunicações interligando o Sudeste ao resto do país;
e) produção industrial se desenvolve em função das exportações, devido à inexistência de mercado interno.
Resolução:
01. D
02. B
03. D
04. D
05. D
06. D
07. E
08. E
09. E
10. E
PROVA SIMULADA V
Questões:
01. (PUC) A Região Sul se destaca em termos de atividade criatória e entre as regiões brasileiras é a que dispõe do maior rebanho de:
a) bovinos e eqüinos
b) eqüinos e asininos
c) asininos e muares
d) suínos e ovinos
e) ovinos e caprinos
02. (MACKENZIE) O Pantanal mato-grossense possui características singulares que o individualizam e tornam uma unidade fisiográfica e morfoestrutural
única no território brasileiro, com uma economia caracterizada pela:
03. (CESGRANRIO) Que atividade econômica foi desenvolvida no Vale do Paraíba do Sul, como fase intermediária entre a cultura cafeeira e a indústria?
a) plantação de milho
b) cultivo de videira
c) plantação de algodão
d) pecuária leiteira
e) rizicultura
04. O rebanho ovino do Brasil, em razão das condições climáticas mais favoráveis, concentra-se principalmente no Estado de:
a) São Paulo
b) Mato Grosso
c) Rio Grande do Sul
a) caprino
b) bubalino
c) ovino
d) eqüino
e) bovino de leite
06. (SANTA CECÍLIA - Santos) A maior parte do rebanho bovino brasileiro está concentrada na região:
a) Sudeste
b) Sul
c) Centro-Oeste
d) Nordeste
e) Norte
"O homem está destruindo, em poucas décadas, o que a natureza levou milhões de anos para construir. A enorme capa de basalto, encobrindo o arenito, já
está totalmente desaparecida, em virtude da erosão. A prática da queima e o pisoteio dos campos pelo gado bovino e principalmente ovino, não permitem
uma margem de tempo para que a terra recupere suas qualidades naturais."
a) sul de Goiás
b) oeste de Mato Grosso
c) oeste de Mato Grosso do Sul
d) norte do Paraná
e) oeste do Rio Grande do Sul
08. Qual das seguintes alternativas apresenta o tema mais abrangente do texto?
10. (FUVEST) "Até hoje, a produção leiteira é das mais importantes do vale que se tornou uma das mais fortes áreas da zona de laticínios da Região." O vale
e a Região a que se refere o texto são, respectivamente:
Resolução:
01. D
02. A
03. D
04. C
05. E
06. C
07. E
PROVA SIMULADA VI
Exercícios sobre transportes
Questões:
01. (OSEC) Qual é o maior corredor de exportação do Brasil?
02. (MACKENZIE) O Projeto Radam, entre outras coisas, tem mostrado a grande riqueza florestal da Amazônia. O seu aproveitamento econômico pela
indústria madeireira é principalmente dificultado:
03. (UNIMEP) Segundo o valor das exportações, os principais portos do Brasil são, respectivamente:
08. (UNIMEP) A partir de 1860 e até 1879, houve a chamada expansão e evolução do sistema paulista de transportes. Tal evolução se deve à expansão
cafeeira. Nesse sentido, os transportes que ganharam primazia foram, naturalmente:
a) os marítimos
b) os rodoviários
c) as ferrovias
d) os transportes aéreos
e) os transportes fluviais
09. (PUC) Relacione os portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande, Tubarão e Areia Branca, respectivamente, com os principais produtos exportados:
10. (MED. - Santos) O desenvolvimento da malha ferroviária no estado de São Paulo, voltada para o litoral, com marcante afunilamento deve-se:
Resolução:
Questões:
01. (PUC) O levantamento das potencialidades do meio natural constitui toda a estratégia dos programas de desenvolvimento regional. Nesse campo, a maior
contribuição para o conhecimento da Amazônia tem sido:
a) Areia Branca
b) Aracati
c) Mucuripe
d) Camocim
e) Luiz Correia
04. (PUC) A exploração de reservas de ferro e de manganês do Brasil Sudeste se desenvolve em Minas Gerais e, mais precisamente:
a) no vale do Jequitinhonha.
b) no vale do São Francisco.
c) nos vales superiores dos rios das Velhas, Doce e Paraopeba.
d) no Triângulo Mineiro.
e) no alto vale do Rio Grande.
05. (UnB) As jazidas de manganês no maciço de urucum, ao sul de Corumbá, tem importância reduzida quando comparadas com as jazidas do Amapá, em
decorrência:
06. (UNIRIO) Muitos fatores geográficos favorecem a extração de sal marinho na fachada litorânea do Rio Grande do Norte:
a) de exploração madeireira
b) hidrelétrica
c) siderúrgica
d) exportadora de minério de ferro
e) de navegação fluvial
a) epirogênse
b) diagênese
c) epigênese
d) morfogênese
e) orogênese
09. (PUCC) Pode-se relacionar manganês, carvão e sal com as seguintes unidades político-administrativas do Brasil:
10. A exploração das salinas no Brasil está mais desenvolvida nos Estados do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro. Qual a combinação correta dos dois
maiores centros produtores desses dois Estados?
a) Macau - Macaé
b) Açu - Cabo Frio
c) Macaé - Açu
d) Macau - Cabo Frio
e) Areia Branca - Cabo Frio
Resolução:
01. C
02. A
03. B
04. C
05. C
06. B
07. D
08. E
09. A
10. E
01. (SANTA CASA) Para apoiar a regra de que “a temperatura diminui com o aumento da latitude”, deveríamos tomar como exemplo os dados referentes às
cidades de:
I. Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado um crescimento do teor de gás carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14% entre 1830
e 1930, aumentando hoje em dia de 0,3% ao ano. Os desmatamentos contribuem bastante para isso, pois a queimada das florestas produz grande quantida-
de de gás carbônico tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado “efeito estufa”, um aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar
um aquecimento de superfícies terrestres.
II. Inversão térmica é período em que o ar fica estagnado sobre um local, sem a formação de ventos ou correntes ascendentes na atmosfera. Sabe-se que o
ar mais elevado é mais que o que se encontra embaixo; esse fato dá origem a correntes ascendentes na atmosfera, pois o ar quente é mais leve que o ar
mais frio. Mas sobre o efeito de uma inversão térmica ocorre o inverso: o ar mais quente está acima do ar mais frio, impendido-o de subir. O ar fica estagnado
e carregado de poluentes. As inversões térmicas ocorrem bastante no Sul do país, principalmente em São Paulo, no período do inverno.
As afirmações I e II estão:
a) totalmente corretas.
b) totalmente erradas.
c) a I correta e a II errada.
d) a I errada e a II correta.
e) as duas parcialmente corretas.
( ) I. Domínio é o conjunto natural onde há uma interação entre os elementos da natureza com um deles predominando.
( ) II. Faixa de transição é a área de terra onde há uma certa homogeneidade dos elementos naturais.
( ) III. O domínio morfoclimático inclui, além do clima e do relevo, elementos da vegetação, hidrografia e pedologia.
( ) IV. Clima e relevo são os elementos mais importantes do domínio por se constituírem na causa dos demais.
( ) V. A vegetação não é considerada um dos elementos definidos da paisagem, pois é o elemento mais resistente da paisagem.
05. “La Niña se adianta e deve atingir o Brasil em 1998”.O CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), localizado em Cachoeira Paulista,
no Vale do Paraíba, acredita que ainda este ano os efeitos do fenômeno La Niña que resfria a temperatura média das águas do Oceano Pacífico Equatorial,
atingirão o Brasil. Este dado faz parte do relatório divulgado pelo órgão, em junho de 1998. Se isto efetivamente acontecer, as conseqüências poderão ser
notadas no Brasil, com efeitos contrários aos do “El Niño”.
Assinale a alternativa que caracteriza essa situação no Sul e Nordeste do país respectivamente:
06. (PUC) As porções orientais do território brasileiro, em termos de clima, sofrem maior intervenção da massa de ar:
07. (MACK) Dominam no inverno austral as massas de ar procedentes de áreas anticicloniais localizadas no Atlântico Sul e na Argentina, as quais invadem o
Planalto Brasileiro e implicam na formação:
a) das brisas
b) dos ventos contra-alísios do Nordeste
c) do terral
d) dos ventos alísios do Sudeste
e) dos ventos do Noroeste
08. (OSEC) O deslocamento das massas de ar, que dão origem aos ventos, se fazem sempre:
09. (OSEC) (...) "Ventos periódicos beneficiam toda a extensa orla litorânea: são... que, como alhures se apresentam sob a forma da "viração" ... e do "ter-
ral"... (Areldo de Azevedo)
10. (OSEC) A "friagem" consiste na queda brusca da temperatura, na região amazônica. Sobre ela pode-se afirmar que:
I. O relevo baixo, de planície, facilita a incursão de massas de ar frio que atingem a Amazônia.
II. A massa de ar responsável pela ocorrência de friagem é a Tropical Atlântica.
III. A friagem ocorre no inverno.
Resolução:
01. E
02. A
04. I – V, II – F, III – V, IV – V, V – F
05. B
06. D
07. D
08. C
09. D
10. D
PROVA SIMULADA IX
Questões:
01. (FUVEST) Mandacaru, xiquexique e facheiro são algumas das espécies vegetais que aparecem:
a) no cerrado
b) na caatinga
c) no manguezal
d) na floresta tropical
e) n.d.a.
a) Ceilão e Malásia.
b) Indonésia e Birmânia.
c) Malásia e Indonésia.
d) Malásia e Tailândia.
e) Malásia e Brasil.
03. (FUVEST) A Cia. Ford racionalizou o plantio da seringueira no Brasil. Para isso, fundou Fordlândia e Belterra. Atualmente, essas áreas não mais perten-
cem a Ford. Tal tentativa foi desenvolvida no baixo rio:
a) Tocantins
b) Araguaia
c) Amazonas
d) Xingu
e) Tapajós
04. (FUVEST) O Brasil dominou o mercado mundial de borracha natural no período compreendido pelos anos:
a) 1860 a 1912
b) 1900 a 1940
c) 1910 a 1950
d) 1870 a 1930
e) 1890 a 1950
06. Os estados brasileiros que se destacam (1º lugar) na produção de babaçu e carnaúba são, respectivamente:
a) Piauí
b) Maranhão e Ceará
c) Maranhão e Piauí
d) Piauí e Ceará
e) Maranhão e Rio Grande do Norte
07. O vale dos rios Maerim, Itapecuru, Parnaíba e Pindaré destacam-se na produção de:
a) carnaúba
b) caroá
c) oiticica
d) piaçava
e) babaçu
08. (PUC - SP) A exploração da seringueira é importante atividade da Região Amazônica; todavia, a sua atuação se restringe atualmente às porções:
a) setentrionais
b) orientais
c) norocidentais
d) sudocidentais
e) meridionais
09. (UNIMEP) O castanheiro, nativo da Amazônia e que tem seu principal reduto na Região de Marabá, no Pará, ocorre principalmente:
a) na mata de Igapó
b) na mata de Várzeas
c) na Mata de Terra Firme
d) nas manchas de campos inundáveis
e) nas ilhas fluviais
10. A Bahia destaca-se na produção de piaçava (Attalea), mas existem outras áreas produtoras, como é o caso do:
Resolução:
01. B
02. C
03. E
04. A
05. E
06. B
07. E
08. D
09. C
10. A
PROVA SIMULADA X
Questões:
01. (UFPA) Define-se “LAGOS DE VÁRZEA” como sendo aqueles oriundos da acumulação de aluviões fluviais. Deduz-se que tais formações devem ser
encontradas:
03. (FGV) “Em virtude da existência de inúmeros fatores históricos e econômicos, os baixos cursos dos rios geralmente apresentam elevadas densidades
demográficas”. Comprovam a afirmação os rios:
a) Mackenzie e Volga.
b) Yukon e Reno.
c) Nilo e Ganges.
d) Ob e Mississipi.
e) Ienissei e São Francisco.
a) o conjunto das terras drenadas ou percorridas por um rio principal e seus afluentes.
b) a área ocupada pelas águas de um rio principal e seus afluentes no período normal de chuvas.
c) o conjunto de lagoas isoladas que se formam no leito dos rios quando o nível de água da água baixa.
d) o aumento exagerado do volume de água de um rio principal e seus afluentes quando chove acima do normal.
e) o lago formado pelo represamento das águas de um rio principal e seus afluentes.
05. (FUND. OSWALDO CRUZ) A rede hidrográfica brasileira apresenta, dentre outras, as seguintes características:
a) grande potencial hidráulico, predomínio de rios perenes e predomínio de foz do tipo delta.
b) drenagem exorréica, predomínio de rios de planalto e predomínio de foz do tipo estuário.
c) predomínio de rios temporários, drenagem endorréica e grande potencial hidráulico.
d) regime de alimentação pluvial, baixo potencial hidráulico e predomínio de rios de planície.
e) drenagem endorréica, predomínio de rios perenes e regime de alimentação pluvial.
a) No rio Paraná, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, está localizado o Complexo Hidrelétrico de Urubupungá.
b) O rio Paraguai nasce na serra de Araporé, em Mato Grosso, com o nome de rio das Pedras, de Amolar.
c) Durante as cheias do rio Paraguai, no início de outono, todo o Pantanal vê-se invadido pela águas do rio, constituindo, então, a lagoa Xarajes.
08. (UNIV. CATÓLICA - Pelotas) A Bacia Platina é formada por grandes bacias secundárias, possuindo o maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil, e a
maior usina hidrelétrica construída até hoje. Esse potencial é localizado na bacia do rio:
a) Piratini
b) Uruguai
10. (FAC. AGRONOMIA E ZOOTECNIA de Uberaba) Leia as afirmativas abaixo sobre a hidrografia brasileira:
I. É a maior das três bacias que formam a Bacia Platina, pois possui 891.309 km2, o que corresponde a 10,4% da área do território brasileiro.
II. Possui a maior potência instalada de energia elétrica, destacando-se algumas grandes usinas.
III. Em virtude de suas quedas d'água, a navegação é difícil. Entretanto, com a instalação de usinas hidrelétricas, muitas delas já possuem eclusas para
permitir a navegação.
a) Uruguai
b) São Francisco
c) Paraná
d) Paraguai
e) Amazonas
Resolução:
01. C
02. D
03. C
04. A
05. B
06. E
07. D
08. D
09. D
10. C
PROVA SIMULADA XI
Questões:
01. A partir de 1990, a ONU passou a classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento através do _________ ou seja, o Indicador de Desenvolvimento
Humano.
02. Passou-se a utilizar essa fórmula de cálculo, pois o ________________________, Produto Interno Bruto, não servia para diferenciar corretamente o nível
de desenvolvimento dos países. No antigo cálculo, um país como a Arábia Saudita, com uma renda per capita de U$$ 7.040, não possuía o mesmo nível de
um país europeu, não se considerando diversos outros fatores, como nível de desenvolvimento, taxas de natalidade, de mortalidade etc.
03. No cálculo do _____________________, contabilizam-se três indicadores: nível de instrução, representado pela taxa de __________________ dos
adultos e pela média dos anos de estudo; nível de saúde, representado pela ___________________ de vida; e a renda, representada pelo PIB por habitante,
levando em conta o poder de compra de um país para outro.
04. Os países são classificados de 0 a 1, após analisados todos os fatores de ponderação, sendo que, quanto mais próximo de 1, mais
____________________ é o país e, conseqüentemente, quanto mais próximo de 0, mais _______________________ é o país.
Resolução:
01. IDH
02. PIB
03. IDH/ alfabetização/ expectativa.
04. desenvolvido/ atrasado.
05. Devido aos indicadores sociais apenas razoáveis, o Brasil mantém uma posição modesta, apesar de contar com um dos maiores PIBs do mundo.
06. A ausência de países importantes como a Alemanha e a Itália que são, reconhecidamente, algumas das maiores economias mundiais; a 8ª posição
ocupada pelos EUA, que é maior economia do mundo.
(1) As maiores e mais bem equipadas metrópoles das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul são, respectivamente, Manaus, Salvador, São Paulo e Porto
Alegre.
(2) Caxias (RS), Blumenau (SC), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Campos (RJ) e Feira de Santana (BA) são exemplos decapitais regionais.
(3) Dentre as características de uma metrópole, podemos citar a função de polarização e de organização de espaço ao seu redor.
(4) Comparando-se as redes urbanas das regiões Norte e Sudeste, podemos dizer que a primeira não apresenta uma nítida hierarquia urbana ao passo que a
segunda é bem caracterizada hierarquicamente.
02. (PUC) Os “mocambos” e os “alagados” constituem áreas de habitações precárias que abrigam partes consideráveis das populações pobres das cidades
de:
03. (FUVEST) Imaginando um percurso de São Luis à Curitiba, encontraremos, quanto ao uso do solo, a predominância das seguintes atividades:
05. (PUC) Nos países industrializados, a migração campo-cidade tem como causa fundamental:
06. (ULBRA) "O município está assentado sobre a borda da bacia sedimentar do Paraná, tendo como embasamento rochas antigas tais como xisto e gnais-
ses do Grupo Araxá (Pré-Cambriano)."
Sociedade & Natureza, Uberlância, dez./1989
07. (VUNESP) Segundo a hierarquia urbana, as cidades mais importantes de um país, que comandam a rede urbana nacional, estabelecendo áreas de
influência, correspondem aos (às):
a) centros regionais
b) cidades-dormitórios
c) metrópoles nacionais
d) capitais regionais
e) metrópoles regionais
a) A cidade de São Paulo corresponde a uma metrópole nacional, situada nas margens do Rio Paraíba do Sul.
b) A cidade de Washington corresponde a uma metrópole nacional.
c) O êxodo rural é um dos fatores que mais têm contribuído para o inchaço das metrópoles brasileiras.
d) No Brasil, verifica-se o predomínio de população rural.
e) A partir da década de 1980, o êxodo rural deixou de ocorrer devido ao assentamento dos sem-terra pelo Incra.
09. (CEFET - PR) Um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infra-estrutura
comuns, define a:
a) metropolização
b) área metropolitana
c) rede urbana
d) megalópole
e) hierarquia urbana
10. Sobre o surto de urbanização que se verifica no mundo, é correto afirmar que:
Resolução:
(0) A crise da Bolsa de Valores de Nova York e a conseqüente crise econômica do Brasil.
(1) As medidas constitucionais de 1934 e 1937 regulamentando e restringindo a imigração.
(2) A cota dos 2%, medida segundo a qual a partir de 1934 só poderia entrar no Brasil 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados nos últimos
50 anos.
(3) Dificuldades impostas pelos países de emigração para evitar a saída de indivíduos.
(4) A Lei Eusébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravos.
a) Radicou-se principalmente em Santa Catarina, no Vale do Itajaí e no Rio Grande do Sul, no Vale do Jacuí e Vale dos Sinos.
c) São Leopoldo (RS), Novo Hamburgo (RS), Itajaí (SC), Brusque (SC), Joinville (SC), Colatina (ES) e Santo Amaro (SP) são localidades em que se fixaram
um grande número de alemães.
d) Integrou-se facilmente na comunidade brasileira, especialmente nos estados sulinos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
03. (MED. ABC) “Muitos colonos gaúchos e catarinenses estão ajudando na conquista de uma nova fronteira agrícola: a região de Dourados, responsável por
50% da produção de soja de Mato Grosso do Sul. Rondônia, nossa última fronteira, recebeu, nos últimos três anos, cerca de 200.000 migrantes. Só 10% de
sua população economicamente ativa nasceu ali.” (Jornal da Tarde,de 16/5/81)
Identifique, no mapa abaixo, a seta que corresponde à direção do fluxo populacional descrito no texto anterior.
a) 5
b) 3
c) 3
d) 1
e) 4
04. (UNIFOR) A região que forneceu o maior contingente de colonos-migrantes para a ocupação da fronteira agrícola, no Mato Grosso, Rondônia e Acre,
durante os anos 70 e 80, foi a:
a) Norte
b) Nordeste
c) Centro-Oeste
d) Sul
e) Sudeste
05. (UNOPAR) Dos imigrantes que vieram para o Brasil, a maior contribuição populacional populacional foi dada pelos:
a) portugueses e japoneses
06. (PUC) Entre os fatores que impulsionaram a migração européia para o Brasil entre 1870 - 1930, podemos excluir:
a) o desenvolvimento da cafeicultura;
b) as iniciativas dos fazendeiros de auxiliar colonos;
c) a abolição da escravatura e a conseqüente liberação da mão-de-obra;
d) a unificação política e industrialização tardia da Itália;
e) a Primeira Guerra Mundial.
07. (UFPA) A reduzida entrada de imigrantes no primeiro período pode ser melhor explicada:
b) pela suspensão de financiamentos para o imigrante em 1830 e a exigência de que 25% deles se destinassem à agricultura;
e) devido à estabilidade política da Europa, que estimulava a fixação do homem ao solo europeu, pois este não iria se aventurar em novas terras.
09. (UNIUBE) Na história da imigração para o Brasil, no século XX, há de se destacar a Lei de Cotas, de 1934. Por essa lei, só poderiam ingressar, anual-
mente, até 2% do total de imigrantes de uma mesma nacionalidade já estabelecidos no país nos 50 anos anteriores. Com isso, o Governo Federal visava a
diminuir a importância política da mão-de-obra operária de origem:
a) italiana
b) portuguesa
c) japonesa
d) sírio-libanesa
e) coreana
10. (UNIUBE) Na segunda metade do século XIX, o Brasil recebeu um grande contingente imigratório. Um dos grupos de imigrantes se destaca por ter parti-
cipado da fundação de várias cidades, tais como: Blumenau, Joinville, São Leopoldo e Novo Hamburgo. O texto refere-se aos imigrantes:
a) italianos
b) franceses
c) alemães
d) espanhóis
e) portugueses
Resolução:
Questões:
01. Escolha as alternativas corretas e que justificam a diminuição acentuada na imigração do Brasil a partir da década de 1930.
(0) A crise da Bolsa de Valores de Nova York e a conseqüente crise econômica do Brasil.
(1) As medidas constitucionais de 1934 e 1937 regulamentando e restringindo a imigração.
(2) A cota dos 2%, medida segundo a qual a partir de 1934 só poderia entrar no Brasil 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados nos últimos
50 anos.
(3) Dificuldades impostas pelos países de emigração para evitar a saída de indivíduos.
(4) A Lei Eusébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravos.
a) Radicou-se principalmente em Santa Catarina, no Vale do Itajaí e no Rio Grande do Sul, no Vale do Jacuí e Vale dos Sinos.
c) São Leopoldo (RS), Novo Hamburgo (RS), Itajaí (SC), Brusque (SC), Joinville (SC), Colatina (ES) e Santo Amaro (SP) são localidades em que se fixaram
um grande número de alemães.
d) Integrou-se facilmente na comunidade brasileira, especialmente nos estados sulinos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
03. (MED. ABC) “Muitos colonos gaúchos e catarinenses estão ajudando na conquista de uma nova fronteira agrícola: a região de Dourados, responsável por
50% da produção de soja de Mato Grosso do Sul. Rondônia, nossa última fronteira, recebeu, nos últimos três anos, cerca de 200.000 migrantes. Só 10% de
sua população economicamente ativa nasceu ali.” (Jornal da Tarde,de 16/5/81)
Identifique, no mapa abaixo, a seta que corresponde à direção do fluxo populacional descrito no texto anterior.
a) 5
b) 3
c) 3
d) 1
e) 4
04. (UNIFOR) A região que forneceu o maior contingente de colonos-migrantes para a ocupação da fronteira agrícola, no Mato Grosso, Rondônia e Acre,
durante os anos 70 e 80, foi a:
a) Norte
b) Nordeste
c) Centro-Oeste
d) Sul
e) Sudeste
05. (UNOPAR) Dos imigrantes que vieram para o Brasil, a maior contribuição populacional populacional foi dada pelos:
a) portugueses e japoneses
b) italianos e alemães
c) alemães e espanhóis
d) japoneses e espanhóis
e) portugueses e italianos
06. (PUC) Entre os fatores que impulsionaram a migração européia para o Brasil entre 1870 - 1930, podemos excluir:
a) o desenvolvimento da cafeicultura;
b) as iniciativas dos fazendeiros de auxiliar colonos;
c) a abolição da escravatura e a conseqüente liberação da mão-de-obra;
d) a unificação política e industrialização tardia da Itália;
e) a Primeira Guerra Mundial.
07. (UFPA) A reduzida entrada de imigrantes no primeiro período pode ser melhor explicada:
b) pela suspensão de financiamentos para o imigrante em 1830 e a exigência de que 25% deles se destinassem à agricultura;
e) devido à estabilidade política da Europa, que estimulava a fixação do homem ao solo europeu, pois este não iria se aventurar em novas terras.
09. (UNIUBE) Na história da imigração para o Brasil, no século XX, há de se destacar a Lei de Cotas, de 1934. Por essa lei, só poderiam ingressar, anual-
mente, até 2% do total de imigrantes de uma mesma nacionalidade já estabelecidos no país nos 50 anos anteriores. Com isso, o Governo Federal visava a
diminuir a importância política da mão-de-obra operária de origem:
a) italiana
b) portuguesa
c) japonesa
d) sírio-libanesa
e) coreana
10. (UNIUBE) Na segunda metade do século XIX, o Brasil recebeu um grande contingente imigratório. Um dos grupos de imigrantes se destaca por ter parti-
cipado da fundação de várias cidades, tais como: Blumenau, Joinville, São Leopoldo e Novo Hamburgo. O texto refere-se aos imigrantes:
a) italianos
b) franceses
c) alemães
d) espanhóis
e) portugueses
Resolução:
PROVA SIMULADA XV
Questões:
01. Sobre o domínio amazônico, assinale a alternativa falsa:
02. (FUVEST) Da ação de solapamento realizado pelas ondas do mar na costa brasileira resulta uma forma de relevo escarpado, que se apresenta, geral-
mente, mais vertical nas formações sedimentares que nas cristalinas. São:
a) os tômbolos.
b) os pães-de-açúcar.
c) as falésias.
d) os canyons.
e) os fiords.
04. (FEI) No Sudeste Ocidental do Brasil, a decomposição de rocha vulcânica do tipo basáltico originou um solo típico de regiões onde se cultiva café, conhe-
cido como:
a) látex;
b) arenoso;
c) pantanal;
d) terra roxa;
e) calcário.
05. (UNIFENAS) Podemos considerar agentes internos e externos do Globo Terrestre respectivamente:
a) Tectonismo e intemperismo.
b) Vento e vulcanismo.
c) Águas correntes e intemperismo.
d) Vento e águas correntes.
e) N.d.a.
a) cenozóica
b) terciária
c) pré-cambriana
d) mesozóica
e) quaternária
07. (UEMA) Entres os três tipos principais de estruturas geológicas é correto afirmar que NÃO existe no território:
a) bacias sedimentares;
b) escudos cristalinos;
c) dobramentos modernos;
d) terrenos pré-cambrianos;
e) jazidas petrolíferas.
08. (VUNESP) Assinale a alternativa que apresenta o que têm em comum as seguintes cadeias montanhosas: Andes, Himalaia, Alpes e Rochosas.
09. (ESAN) Área localizada entre as serras do Mar e Mantiqueira. Ocupada por extensos cafezais no século passado, atualmente se caracteriza por ativida-
des pecuárias e grande desenvolvimento urbano industrial. O texto se refere ao Vale do Rio
a) Ribeira.
b) Paranapanema.
c) Paraíba do Sul.
d) Piracicaba.
e) Jundiaí.
Resolução:
01. E
02. C
03. A
04. D
05. A
06. C
07. C
08. A
09. C
10. B
_____________________________________________________________________________________________________
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Finalmente, há o Poder Judiciário, cuja instância máxima é o Supremo O intervencionismo desorganizador de Dilma e seu governo está pre-
Tribunal Federal (STF) , responsável por interpretar a Constituição Federal sente no setor elétrico, no setor de açúcar e álcool, na penúria de estados e
e composto por onze ministros indicados pelo Presidente sob referendo do municípios, na frustrada aventura de diversos “campeões globais”, especi-
Senado, dentre indivíduos de renomado saber jurídico. A composição dos almente Eike Batista, que com sua falência contribuiu para alimentar ainda
ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato mais as expectativas negativas em relação ao Brasil. Enquanto isso, seto-
presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um res importantes como o café clamam por uma política nacional que os
deles se aposenta ou vem a falecer. A idade para a aposentadoria fortaleça.
compulsória é de 70 anos. No entanto, os ministros podem se aposentar Nenhuma das reformas estruturais necessárias foi adiante. A falta de
antes disso, caso queiram. O salário recebido pelos membros da corte traquejo de nossa presidente para liderar um ousado programa de reformas
(28.059,29 reais em 2013) é o mais alto do funcionalismo público. deixa um vácuo insuportável. O Brasil vem perdendo oportunidades e
deixou de usufruir do melhor momento do cenário internacional. Quando a
liquidez internacional for enxugada, a China desacelerar e o fluxo de capi-
tais voltar-se para os EUA e a Europa, poderemos viver graves problemas.
Foi esse quadro que levou as intenções de voto da presidente Dilma
despencar de 58% para 30%, após as manifestações de junho. Os fatores
preponderantes foram a inflação, principalmente nos alimentos, o alto
endividamento das famílias pressionando o padrão de vida conquistado e a
falta de empregos de melhor qualidade, que ofereçam às pessoas a pers-
pectiva do próximo passo.
A pequena melhoria das intenções de voto de Dilma para o patamar de
38% a 40% se deve ao confronto com Obama na questão da espionagem e
ao Mais Médicos. É pouco para quem tem uma poderosa máquina de
comunicação em ação, quase 100% de conhecimento e enfrenta adversá-
rios experientes, habilidosos e pouco conhecidos.
Estamos longe ainda das eleições de 2014. A maioria da população
não está preocupada com isso. É hora de as forças oposicionistas concen-
Sistema eleitoral-partidário trarem seus esforços na discussão de um ousado projeto para o país, que
Em 1980, voltou a existir o pluripartidarismo no país, sendo inicialmente passe pelo corajoso enfrentamento de nossos atuais gargalos e pelas
criados 5 partidos políticos. Atualmente, há mais de 30 partidos políticos reformas necessárias.
registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido mais antigo O Brasil não está condenado a viver eternamente este voo de galinha,
ainda em atividade é o Partido Comunista Brasileiro (PBC), fundado em com crescimento médio de 2%. Mas é preciso mudar o rumo.
1922 e colocado na ilegalidade diversas vezes. Segundo dados do TSE, os
É igualmente preocupante a escalada dos números de vítimas da vio- A preocupação com a informação em saúde e com o bem-estar de to-
lência doméstica. Mesmo com a existência da Lei Maria da Penha (Lei n. dos também deve ser lembrada, reforçando o conceito de educação em
11.340/2006), só em 2010 foram feitos 734.416 registros, sendo 108.026 saúde e práticas saudáveis de vida. Enfim, a luta por políticas públicas de
com relatos de violência e 63.831 especificamente referentes à violência saúde responsáveis e isentas de interesses colaterais e o resgate à prática
física (Guia da Previdência Social, n. 422). da solidariedade e da humanização no mundo da saúde significam manifes-
tações responsáveis e cristãs de verdadeira fraternidade com todos os
Afora esses cinco fatores de grande preocupação para a saúde no nossos irmãos, em busca de um mundo mais justo, fraterno, solidário e, por
Brasil atualmente, existe a problemática do financiamento da saúde no que não, saudável.
país. O Sistema Único de Saúde (SUS) teve de disputar recursos financei-
ros com outros ramos da seguridade social (assistência social e previdência Educação no Brasil
social) desde o primeiro momento, quando as formas de sua implementa-
ção ainda estavam sendo elaboradas. Na época, foi garantido no Ato das Espera-se que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas so-
Disposições Transitórias que, enquanto não fosse regulamentada a lei de ciais do país. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos do-
custeio da seguridade social, pelo menos 30% do total de seus recursos centes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvi-
deveria ser destinado para a saúde. Os anos que se seguiram à Constitui- mento dos alunos e da escola.
ção de 1988 são caracterizados pela tensão permanente entre dois princí-
pios: a construção da universalidade e a contenção de gastos na saúde.
Desde 1999 há no Congresso Nacional uma proposta de regulamenta-
ção desses repasses por meio da Emenda Constitucional n. 29 (EC 29).
Além de definir um repasse mínimo do governo federal (corrigido pelo PIB),
dos governos estaduais (de 12%) e dos municípios (de 15%), a EC 29
define ações e serviços em saúde, caracterizando o que realmente pode
ser gasto em saúde, e propõe medidas de sanção ou punição aos gestores
que descumprirem esses investimentos mínimos. É preocupante o não
cumprimento sistemático, por muitos governantes, do mínimo de investi-
mento na saúde, ocasionando arriscado e perigoso subfinanciamento na
saúde pública.
3. Avanços no SUS
O Programa Saúde da Família atinge atualmente cem milhões de brasi- O processo de expansão da escolarização básica no Brasil só começou
leiros, segundo o Ministério da Saúde. O país reduziu em mais de 70% a em meados do século XX
mortalidade infantil nos últimos 30 anos, ampliou o número de consultas de
pré-natal, diminuiu a desnutrição, alcançou uma das maiores coberturas de Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que
vacinação para crianças, gestantes e idosos do mundo. Segundo o Ministé- só em meados do século XX o processo de expansão da escolarização
rio da Saúde, a transmissão do cólera foi interrompida em 2005. Eliminou- básica no país começou, e que o seu crescimento, em termos de rede
se a paralisia infantil e o sarampo em 2007 e a rubéola em 2009. Mortes pública de ensino, se deu no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980.
por doenças transmissíveis, como tuberculose, hanseníase, malária e aids, Com isso posto, podemos nos voltar aos dados nacionais:
foram reduzidas (Ministério da Saúde, 7 jun. 2011a).
O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PI-
Os dados do Datasus (7 jun. 2011) mostram que no SUS, em 2010, fo- SA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de
ram disponibilizados 634 milhões de medicamentos e realizados 535 mi- crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola
lhões de ações de prevenção e promoção, 495 milhões de exames, 239 (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi regis-
milhões de atendimentos de saúde bucal, 40 milhões de fisioterapias, 11,1 trado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º
milhões de internações. Todos os anos, registram-se 3,5 milhões de órte- ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20%
ses e próteses e mais de 20 mil transplantes. dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes
3.1. Desafios do SUS cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação).
Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na mídia).
O SUS tem desafios de curto, médio e longo prazo, sobretudo por pre-
cisar de mais recursos e da otimização do uso do dinheiro público. Hoje é Frente aos dados, muitos podem se tornar críticos e até se indagar com
investido o dobro de recursos na doença (internações, cirurgias, transplan- questões a respeito dos avanços, concluindo que “se a sociedade muda, a
tes) do que nas ações básicas de saúde (vacinas e consultas) que previ- escola só poderia evoluir com ela!”. Talvez o bom senso sugerisse pensar-
nem a doença. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica- mos dessa forma. Entretanto, podemos notar que a evolução da sociedade,
da (Ipea), os problemas mais frequentes são a falta de médicos (58,1%), a de certo modo, faz com que a escola se adapte para uma vida moderna,
demora para atendimento em postos, centros de saúde ou hospitais mas de maneira defensiva, tardia, sem garantir a elevação do nível da
(35,4%) e a demora para conseguir uma consulta com especialistas educação.
(33,8%). Logo, agora não mais pelo bom senso e sim pelo costume, a “culpa”
Com base em relatos, divulgações nos meios de comunicação e situa- tenderia a cair sobre o profissional docente. Dessa forma, os professores se
ções vivenciadas pelos usuários do SUS, alguns desafios ou oportunidades tornam alvos ou ficam no fogo cruzado de muitas esperanças sociais e
de melhora na prestação de serviços, que ajudam a compor a difícil reali- políticas em crise nos dias atuais. As críticas externas ao sistema educacio-
nal cobram dos professores cada vez mais trabalho, como se a educação,
sozinha, tivesse que resolver todos os problemas sociais.
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de ges- Garantia de segurança dos empregados e das comunidades vizinhas;
tão sustentável. No entanto, na última década, o Brasil deu um salto impor- Uso de tecnologia limpa;
tante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos. Segundo
dados do Ministério do Meio Ambiente, em 2000, apenas 35% dos resíduos Elevados investimentos em proteção ambiental;
eram destinados aos aterros.
Definição de um compromisso ambiental;
Em 2008, esse número subiu para 58%. Além disso, o número de pro- Associação das ações ambientais com os princípios estabelecidos na
gramas de coleta seletiva saltou de 451, em 2000, para 994, em 2008. carta para o desenvolvimento sustentável;
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigo- A questão ambiental como valor do negócio;
sos e industriais, além de determinar o destino final correto do lixo, o Go- Atuação ambiental com base na agenda 21 local;
verno brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n°
12.305/10), aprovada em agosto de 2010. Contribuição para o desenvolvimento sustentável
dos municípios circunvizinhos.
Para saber mais sobre a gestão do lixo no Brasil, visite a página do Mi- Adesão
nistério do Meio Ambiente.
Atualmente, muitas empresas enxergam a responsabilidade
Créditos de Carbono socioambiental como um grande negócio, são duas vertentes que se
destacam neste meio:
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser
Primeiramente, as empresas que investem em responsabilidade sócio-
emitida é transformada em crédito, que pode ser negociado livremente
ambiental com intuito de motivar seus colaboradores e principalmente
entre países ou empresas.
ao nicho de mercado que preferem pagar mais por um produto que não
viola o meio ambiente e investe em ações sociais;
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de
compra e venda serem mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de A segunda vertente corresponde a empresas que investem em
carbono. responsabilidade sócio-ambiental com o objetivo de ter materiais para
poderem investir em marketing e passar a imagem que a empresa é
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que responsável sócio-ambientalmente. Esta atitude não é
prevê a redução certificada das emissões de gases de efeito estufa. Uma considerada ética por muito autores que condenam empresas que tentam
vez conquistada essa certificação, quem promove a redução dos gases passar a imagem de serem éticas, porém na realidade estão preocupadas
poluentes tem direito a comercializar os créditos. apenas com sua imagem perante aos consumidores.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos Apesar de ser um tema relativamente novo, o número de empresas
créditos pode vender este excedente para outro que esteja emitindo muitos que estão aderindo a responsabilidade sócio-ambiental é grande e a
poluentes e precise compensar suas emissões. tendência é que este número aumente cada dia mais.
História
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que partici-
pam desse mercado, com cerca de 5% do total mundial e 268 projetos. Em 1998, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável (World Business Council for Sustainable Development -
Responsabilidade socioambiental WBCSD), primeiro organismo internacional puramente empresarial com
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. ações voltadas à sustentabilidade, definiu Responsabilidade
socioambiental como "o compromisso permanente dos empresários de
Responsabilidade socioambiental é a responsabilidade que adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento
a empresa tem com a sociedade e com o meio ambiente além econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus
dasobrigações legais e econômicas. empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como
um todo". Pode ser entendida também como um sistema de gestão adotado
Conceito
por empresas públicas e privadas que tem por objetivo providenciar
Apesar de ser um termo bastante utilizado, é comum observarmos a inclusão social (Responsabilidade Social) e o cuidado ou conservação
erros na conceituação de responsabilidade socioambiental, ou seja, se ambiental (Responsabilidade Ambiental).
uma empresa apenas segue as normas e leis de seu setor no que tange ao
É adotado por empresas e escolas. As principais ações realizadas são:
meio ambiente e a sociedade esta ação não pode ser considerada
inclusão social, inclusão digital, coleta seletiva de lixo, educação ambiental,
responsabilidade socioambiental, neste caso ela estaria apenas exercendo
dentre outras.
seu papel de pessoa jurídica cumprindo as leis que lhe são impostas.
Este tipo de prática ou política tem sido adotado desde a década de
O movimento em prol da responsabilidade socioambiental ganhou forte
1990, entretanto a luta pela sociedade e principalmente pela natureza é
impulso e organização no início da década de 1990, em decorrência dos
mais antiga, por volta dadécada de 1920.
resultados da Primeira e Segunda Conferências Mundiais da Indústria
sobre gerenciamento ambiental, ocorridas em1984 e 1991. O ápice da luta ambiental se deu por volta dos anos
70 quando organizações não governamentais ganharam força e influência
Parâmetros
no mundo.
Nos anos subsequentes às conferências surgiram movimentos
Com a internacionalização do capital (globalização), o uso dos recursos
cobrando por mudanças socias, científicas e tecnológicas. Muitas empresas
naturais pelas empresas de maneira intensa e quase predatória, ou seja,
iniciaram uma nova postura em relação ao meio ambiente refletidas em
sem a devida preocupação com os possíveis danos, foi fortemente
importantes decisões e estratégias práticas, segundo o autor Melo Neto
combatida desde a década de 1970 pelos movimentos ambientalistas. As
(2001) tal postura fundamentou-se nos seguintes parâmetros:
empresas, no intuito de ganhar a confiança do novo público mundial
Bom relacionamento com a comunidade; (preocupado com a preservação e o possível esgotamento dos recursos
naturais), procuraram se adaptar a essa nova tendência com programas
Sala São Paulo, em São Paulo, uma das salas de concerto com
melhor acústica no mundo.
Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros
países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros
países se tornariam importantes, como foi o caso da
vogaoperística italiana e francesa e das danças como a zarzuela,
o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas
germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norte- Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.
americano no século XX, que encontraram todos um fértil terreno no Brasil
para enraizamento e transformação. O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência
de tolerância e mobilidade entre as religiões. A população brasileira é
Com grande participação negra, a música popular desde fins do século majoritariamente cristã (89%), sendo sua maior parte católica. Herança da
XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até
caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico.
diversidade de elementos se apresentou até tardiamente numa feição
bastante indiferenciada, acompanhando de perto - dentro das A mão de obra escrava, vinda principalmente da África, trouxe suas
possibilidades técnicas locais, bastante modestas se comparadas com os próprias práticas religiosas, que sobreviveram à opressão dos
grandes centros europeus ou como os do México e do Peru - o que colonizadores, dando origem às religiões afro-brasileiras.
acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em cada Na segunda metade do século XIX, começa a ser divulgado
período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só o espiritismo no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas no
se tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em mundo. Nas últimas décadas, as religiões protestantes têm crescido
meados do século XX. rapidamente em número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela
Por objetivo me refiro àquilo que vai ser visto no local com a aptidão de
atrair turistas: natureza ou história (estou deliberadamente excluindo o Nelson Mandela
turismo de negócios, porque esse é feito por razões profissionais, não
pessoais). Quando qualquer pessoa vai viajar, esse é um critério relevante O líder sul-africano Nelson Mandela foi um dos mais importantes sujei-
para escolher seu destino. E por que as pessoas viajam para (ou pelo) tos políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo
Brasil? Natureza. Absolutamente natureza. Nossos destinos turísticos mais apartheid, na África do Sul, e se tornou um ícone internacional na defesa
famosos e estruturados são Rio de Janeiro, Salvador, Natal e as demais das causas humanitárias. Nascido em 18 de julho de 1918, na cidade de
capitais praianas. Há um investimento interessante também no Pantanal, Transkei, Nelson Rolihlahla Mandela era filho único do casal Henry Mgadla
Chapada Diamantina, algumas áreas da Amazônia e Foz do Iguaçu. O Mandela e Noseki Fanny, que integrava uma antiga família de aristocratas
ponto é: quando se fala em turismo no Brasil esbarramos sempre em da casa real de Thembu.
A estimativa é que 1,2 milhão de crianças vivem nos acampamentos, "Isto é o que nos espera para os Jogos. Depois das explosões, milha-
um salto sobre os 260.000 no ano passado. E do total, quase meio milhão res de espectadores não virão a Sochi", disse.
têm menos de 5 anos. As operações dos islamitas do Cáucaso fora de sua região são raras,
Segundo o relatório, outras 323.000 crianças menores de 5 anos estão mas são quase cotidianas no Daguestão, na Inguchétia, em Kabardia-
isoladas em áreas de conflito, onde nem a ajuda humanitária consegue Balkaria e na Chechênia.
chegar. Os atentados de Volgogrado são obra de "um grupo organizado que
Os números mostram como o conflito recrudesceu nos últimos 12 me- atacou em um lugar onde ninguém esperava", disse Malachenko.
ses. Em março de 2013, a guerra civil havia registrado um impacto na vida As autoridades concentram esforços de segurança em Sochi, onde fo-
de 2,3 milhões de crianças e adolescentes. O número dobrou e a guerra ram adotadas importantes medidas de segurança para as Olimpíadas,
não dá sinais de que chegará ao fim em curto prazo. deixando de lado outras cidades, o que poderia explicar a escolha de
"Esta guerra precisa acabar para que as crianças possam retornar para Volgogrado, segundo Felgenhauer.
suas casas e reconstruir suas vida em segurança, com sua família e ami- Quase 40.000 policiais foram mobilizados para garantir a segurança
gos", afirmou o diretor da Unicef, Anthony Lake. "Este terceiro ano de em Sochi e o acesso à cidade de carro ficará proibido para não residentes
conflito que foi tão devastador para as crianças sírias tem que ser o último". a partir de 7 de janeiro, um mês antes da cerimônia de abertura dos Jogos.
Pequenos drones devem vigiar a cidade as 24 horas do dia e o serviço
INTERNACIONAL // VOLGOGRADO secreto pretende controlar todas as ligações telefônicas e acesos a internet
Atentados na Rússia geram dúvidas sobre segurança nos Jogos de de todos os participantes no evento, incluindo atletas e jornalistas, segundo
Inverno denúncias de associações de defesa dos direitos humanos.
Publicado em 30.12.2013, às 13h42 "A Rússia fará tudo o que for indispensável para a segurança do even-
to", o mais importante que o país receberá desde a desintegração da União
Soviética em 1991, insistiu nesta segunda-feira (30) o presidente do Comitê
Olímpico Russo, Alexander Joukov, que descartou novas medidas de
segurança.
Fonte: AFP
Egito vive clima de tensão religiosa após atenta-
dos
No Egito, onde a religião é informação que consta de todos os docu- Sobre o suposto sequestro, Nancy, que tornou-se evangélica, conta
mentos oficiais de qualquer cidadão, como carteira de identidade e passa- que as mulheres Camellia e Wafaa teriam se arrependido da conversão ao
porte, qualquer mudança pode ser fatal. Duas histórias de amor e conver- Islã, o que não teria sido aceito pelos noivos e pela comunidade muçulma-
são foram o estopim para a série de incidentes que começou com na. De acordo com o padre Sanchez, elas estariam refugiadas em um
o atentado que matou 23 pessoas em frente a uma igreja ortodoxa mosteiro. Porém, em entrevista a uma emissora de televisão local, o líder
copta em Alexandria, na noite de Ano Novo, e segue desde então. No máximo da Igreja Ortodoxa Copta, Papa Shenouda III, declarou em que
caso mais recente, na tarde da última terça-feira (11), um policial atirou todos os templos e mosteiros coptas estão abertos à visitação pública e
em mulheres que não usavam véu dentro do vagão de um trem e nada têm a esconder.
assassinou o cristão copta Fathi Said Ebeid, de 71 anos. De fato, prédios como a “Igreja Suspensa”, do século IV, e a igreja de
“Aquele louco ia e vinha pelo trem procurando os cristãos. Vendo um São Sérgio e São Baco, construída sobre uma caverna que teria abrigado
grupo de mulheres e meninas que não usavam véu, concluiu que fossem Jesus, Maria e José durante a fuga para o Egito, estão entre as principais
cristãs e atirou”, manifestou-se publicamente o bispo Dom Morcos, da Igreja atrações turísticas do país. “Copta significa egípcio. Era assim que os
copta em Salamut, cidade da região de Minya, a 200 quilômetros ao sul do egípcios eram chamados pelos árabes, antes da conquista islâmica, no
Cairo, onde aconteceu o incidente. O policial Amir Ashur Abdel Zaher, que século VII. Portanto, cristãos ou muçulmanos, a verdade é que todos os
estava fora do horário de trabalho e usou uma pistola da corporação, foi egípcios são coptas”, afirmou a professora Nancy.
preso, mas as autoridades negam motivação religiosa para o ataque. História
“Aquele louco ia e vinha pelo trem procurando os cristãos. Vendo um Historicamente, os cristãos coptas estão no Egito desde o ano 42, quando
grupo de mulheres e meninas que não usavam véu, concluiu que fossem uma primeira igreja foi fundada pelo evangelista São Marcos, em Alexan-
cristãs e atirou”, manifestou-se publicamente o bispo Dom Morcos, da Igreja dria. Apenas no ano 451, os grupos dividiram-se entre católicos coptas –
copta em Salamut, cidade da região de Minya, a 200 quilômetros ao sul do católicos submetidos à jurisdição do Vaticano, mas que celebram suas
Cairo, onde aconteceu o incidente. O policial Amir Ashur Abdel Zaher, que cerimônias em com um rito próprio – e ortodoxos coptas, após um racha
estava fora do horário de trabalho e usou uma pistola da corporação, foi teológico sobre a natureza humana e divina de Cristo, no encontro de
preso, mas as autoridades negam motivação religiosa para o ataque. bispos chamado de Concílio de Calcedônia. Desde então, os ortodoxos
elegem seu próprio papa, como Shenouda III, considerado sucessor de São
“Isso não tem nada a ver com a religião das vítimas, mas com o estado Marcos.
mental dele”, declarou o governador de Minya, Ahmed Diaa Al-Din, para
quem o policial teria demonstrado frustração com o salário de cerca de 600 As estatísticas sobre o número de ortodoxos coptas variam entre 15%
libras egípcias (cerca de R$ 175 reais). e 20% do total população egípcia, que soma 81,7 milhões de habitantes.
Há, ainda, comunidades de emigrantes que reúnem mais de 1 milhão de
Tenha sido religiosa ou não a motivação para este crime, as comuni- adeptos da religião nos Estados Unidos e mais de 500 mil no Sudão. No
dades cristãs no Egito estão alarmadas. “Nós estamos sendo eliminados Brasil, estima-se em 5 mil o número de ortodoxos coptas. No Egito, há
um a um”, gritou a irmã de Ebeid, Yvonne, durante o funeral, realizado na ainda cerca de 800 mil católicos e protestantes, além de mínimas comuni-
quarta-feira, no Cairo. dades judaicas. Segundo o censo oficial, porém, o número de habitantes
não islâmicos no país caiu pela metade, em 100 anos.
Religiosos católicos, que formam um grupo ainda menor no país, tam-
bém têm expressado preocupação. O governo egípcio, laico, chamou de Apesar da reclamação de que sofreriam restrições sociais e políticas
volta ao Cairo sua embaixatriz junto ao Vaticano, após qualificar como uma no país, os ortodoxos estão representados em dois ministérios no governo
“ingerência inaceitável em assuntos internos” um pronunciamento do Papa do presidente Hosni Mubarak: Finanças e Meio Ambiente. O secretário-
Bento XVI que citava os ataques no Egito, além dos ocorridos nos últimos geral da Organização das Nações Unidas de 1992 a 1996, Boutros Bou-
dias também no Iraque e na Nigéria, para pedir que esses governos garan- tros-Ghali, é outro seguidor proeminente da religião. {JFBC-
tam que cristãos possam praticar sua fé sem discriminação ou violência. Fan}{JFBCLike}
“Simplesmente, não converse sobre religião com ninguém aqui. Este é Sudão do Sul
um assunto muito delicado e que costuma trazer problemas”, aconselhou o
padre mexicano Alberto Sanchez, residente em uma paróquia católica de Sudão do Sul ou Sudão Meridional (em inglês: South Sudan), ofici-
rito latino – o mesmo usado na maior parte das celebrações católicas no almente República do Sudão do Sul (em inglês: Republic of South Sudan)
Brasil – no bairro de Zamalek, no Cairo, onde estão concentradas embai- é um país encravado localizado no nordeste da África. Tem esse nome
xadas e moradores estrangeiros. devido à localização geográfica, ao sul do Sudão.
A paróquia, fundada por missionários combonianos emigrados do Su-
dão em 1888, hoje não tem um sacerdote que seja egípcio por nascimento.
Ela atende principalmente a comunidades de “refugiados da fome” da
Eritreia e da Etiópia, mais ao sul do continente africano.
A ONU endureceu, esta quinta-feira, as sanções contra a Coreia do Além disso, o povo clama pelo "corte" das despesas supérfluas no Or-
Norte devido ao seu programa nuclear e estabeleceu novas restrições, çamento da União. É oportuno lembrar que o orçamento público nasceu
especialmente de caráter financeiro, em reação ao terceiro ensaio nuclear com a Magna Carta de 1215. Ela foi imposta ao rei João sem Terra, da
levado a cabo, em fevereiro, pelo regime de Kim Jong-Un. Inglaterra, para que a despesa real fosse limitada pela receita autorizada.
Foi imposta para fazer cessar o abuso real consistente no aumento arbitrá-
As passeatas e o déficit zero rio da despesa e criação de tributos para custeá-la. O orçamento público
nasceu, portanto, sob o signo do déficit zero.
16 de julho de 2013 | 2h 05
A propósito, uma semana antes das passeatas populares, o eminente
CID HERACLITO DE QUEIROZ * professor Delfim Netto, antevendo, ao que parece, a eclosão do movimento
Estenderam-se por todo o País, com amplo sucesso, as passeatas dos popular, voltou a defender, como em 2005, o "déficit nominal zero", um
estudantes, com a adesão da classe média, o apoio de toda a Nação e, lema substancioso para a necessidade essencial de que as contas públicas
infelizmente, a infiltração de vândalos amadores e profissionais. O objetivo não continuem a apresentar sucessivos déficits anuais, encobertos pela
central era, inicialmente, a anulação do aumento das passagens dos trans- fantasia do superávit primário, aquele que ignora as obrigações relativas
portes públicos - ônibus, metrô, trens etc. -, alcançada em poucos dias. aos juros da dívida pública. Na ocasião, em palestra divulgada pela Carta
Subsistiram, então, os propósitos mais genéricos, como a melhoria na Mensal da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
prestação dos serviços públicos, especialmente o sistema hospitalar e o Turismo) e pela Revista Forense, citamos diversas medidas para ensejar,
ensino público, a eliminação da burocracia, o combate à corrupção e o fim em curto prazo, o ideal do déficit zero.
da despesa pública com finalidades supérfluas, nos três níveis de governo O governo está anunciando "cortes" no Orçamento, mas na própria
e nos três Poderes. semana das primeiras passeatas o Diário Oficial (de 21/6) revelou, espan-
Como solução de urgência, o governo federal cogitou de uma imprati- tosamente, que a erradicação da corrupção no plano federal dependia de
cável Constituinte e propôs um inoportuno e descabido plebiscito que não dinheiro. Tanto assim que o governo obteve autorização do Senado para
importa em nenhuma ação imediata, mas numa consulta complexa para o contrair um empréstimo de US$ 18 milhões no Banco Interamericano de
eleitorado, a respeito de temas que nem sequer foram mencionados nas Desenvolvimento (BID) para "financiamento parcial do Programa de Forta-
passeatas. "O plebiscito feito com poucas opções é golpe e feito com lecimento da Prevenção e Combate à Corrupção da Gestão Pública Brasi-
muitas opções é impraticável", sintetizou, enfaticamente, o consagrado leira"! Quanto à gastança, foi sancionada, na mesma semana, a Lei n.º
senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Ora, o clamor público já indicou as 12.834, que, em plena crise, institui um fundo contábil para o caju, com
ações que o governo tem de desfechar, sem plebiscito, sem demora, sem recursos orçamentários!
consultas, sem reuniões, e que dependem apenas de medidas provisórias, Que Deus ilumine o governo.
decretos e ordens verbais.
CID HERACLITO DE QUEIROZ É ADVOGADO E FOI PROCURADOR-
A administração pública no Brasil rege-se, entre outras, por uma lei i- GERAL DA FAZENDA NACIONAL.
nexorável: quanto maior for o tamanho da administração pública, maior será
a corrupção, maior será a produção de normas legais ou regulamentares, A tática “black bloc”
maior será a burocracia, maior será a lentidão da ação administrativa, maior
por HENRIQUE SUBI
será a despesa pública e menor será a sua força. Poderia ser chamada de
"Lei Golias".
Portanto, a desejada melhoria dos serviços públicos depende primei- Como sói acontecer debaixo da linha do Equador, estamos importando
ramente da redução do tamanho da administração, com a consequente datas festivas, estilos de comédia e ideais políticos dos EUA e da Europa.
redução da corrupção. A presidente não pode continuar cercada por 39 Hoje nossas crianças comemoram o Halloween (pergunto-me quando
ministros (nos EUA são apenas 17). Podem ser imediatamente extintos os começaremos a comer peru no Dia de Ação de Graças), divertimo-nos com
sete ministérios supérfluos - Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, comédia stand up (que Chico Anysio já fazia na década de 1960 sem todo
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Esporte, Turismo, Integração esse alarde) e temos a ação do black bloc em nossas manifestações.
Nacional e Pesca e Aquicultura -, cujos encargos seriam reincorporados às O que chama a atenção em todos esses casos é o fato de copiarmos o
pastas de onde provieram. Os Ministérios das Comunicações, de Minas e jeito alheio de fazer folclore, comédia e política sem entender direito as
Energia e dos Transportes podem ser agrupados num Ministério da Infraes- razões de fundo. Isso é natural (não entender os outros), porque cada qual
trutura. O corte poderia atingir, ainda, sete desnecessárias secretarias da tem sua história, costumes e ideologias predominantes, todas elas ligadas
Presidência. A direção da autarquia Banco Central deve caber a um presi-
A mobilização, no entanto, não prosperou. Em San Cristóbal, capital do estado de Táchira, onde os protestos aconte-
cem há mais de um mês, houve novos enfrentamentos entre as forças de
Como Maduro tinha antecipado na terça-feira, a passeata não teve permis- segurança e os opositores, enquanto novas manifestações ocorreram na
são para entrar em Caracas, algo que pode ocorrer a partir de agora com zona sul da cidade.
todas as manifestações da oposição que tenham a intenção de entrar no
Distrito Capital. A Venezuela vive uma onda de protestos que completou hoje um mês,
“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu in- V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à pro-
teresse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no dução, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte,
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação,
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. avaliação, destinação ou controle da informação;
A Constituição também tratou do acesso à informação pública no Art. VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhe-
5º, inciso XIV, Art. 37, § 3º, inciso II e no Art. 216, § 2º. São estes os dispo- cida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
sitivos que a Lei de Acesso a Informações regulamenta, estabelecendo VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produ-
requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedi- zida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipa-
mentos para facilitar e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa. mento ou sistema;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusi-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso ve quanto à origem, trânsito e destino;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com
CAPÍTULO I o máximo de detalhamento possível, sem modificações.
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entida- I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de aces-
des citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e so, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a infor-
à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam mação almejada;
legalmente obrigadas. II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou
Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a asse- acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos
gurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executa- públicos;
dos em conformidade com os princípios básicos da administração pública e III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou enti-
com as seguintes diretrizes: dade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entida-
des, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
Lei 12.527/11 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos ele-
trônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto,
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entida- de modo a facilitar a análise das informações;
des, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação
VII - informação relativa: da informação;
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos progra- V - garantir a autenticidade e a integridade das informações dispo-
mas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e níveis para acesso;
indicadores propostos;
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de
contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comu-
prestações de contas relativas a exercícios anteriores. nicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detento-
ra do sítio; e
§ 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as
informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científi- VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade
cos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda- de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei
de e do Estado. no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo
§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por no 186, de 9 de julho de 2008.
ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa
por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. § 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habi-
tantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se
§ 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de
contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato admi- informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e
nistrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo. prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
§ 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formu- 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
lado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não fundamenta- Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado median-
da, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 te:
desta Lei.
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e en-
§ 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o inte- tidades do poder público, em local com condições apropriadas para:
ressado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicân-
cia para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;
§ 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o respon- b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respecti-
sável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) vas unidades;
dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informa-
Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, inde- ções; e
pendentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no
âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à par-
geral por eles produzidas ou custodiadas. ticipação popular ou a outras formas de divulgação.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratui- § 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto
to, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou enti- a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à
dade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusiva- Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
mente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
materiais utilizados. proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbi-
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei tos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado
no 7.115, de 29 de agosto de 1983. sobre o andamento de seu pedido.
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em do- Art. 19. (VETADO).
cumento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser § 1o (VETADO).
oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o
original. § 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministé-
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o in- rio Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, nega-
teressado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de rem acesso a informações de interesse público.
servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em
risco a conservação do documento original. Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784,
de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de
negativa de acesso, por certidão ou cópia. CAPÍTULO IV
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no § 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
mesmo grau de sigilo da informação classificada. honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de
prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela auto- informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recupe-
ridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante ração de fatos históricos de maior relevância.
provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento,
com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, obser- § 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamen-
vado o disposto no art. 24. (Regulamento) to de informação pessoal.
§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
à intimidade, vida privada, honra e imagem: 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apena-
das, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação
de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de § 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente
produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o
se referirem; e disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
de 1992.
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros
diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informa-
se referirem. ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e
deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes san-
§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este ções:
artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
I - advertência;
§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não será exigido
quando as informações forem necessárias: II - multa;
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver físi- III - rescisão do vínculo com o poder público;
ca ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento
tratamento médico; de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois)
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente anos; e
interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação
da pessoa a que as informações se referirem;
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a _______________________________________________________
data de sua publicação. _______________________________________________________
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência e _______________________________________________________
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123 da República.
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