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MINISTÉRIO PÚBLICO

DO ESTADO DE SÃO PAULO


MP/SP

AUXILIAR DE PROMOTORIA I
(Administrativo)

Língua Portuguesa
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). .................................................................. 1
Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. ................................................................................... 45
Pontuação. ....................................................................................................................................................................... 42
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. ..................................................................................................... 45
Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. ........................................................................................... 63
Colocação pronominal. ..................................................................................................................................................... 65
Crase. ............................................................................................................................................................................... 42

Matemática
Números inteiros: operações e propriedades. Números racionais, representação fracionária e decimal: operações e
propriedades. ..................................................................................................................................................................... 1
Razão e proporção. Porcentagem. Regra de três simples. .............................................................................................. 28
Equação do 1.º grau. ........................................................................................................................................................ 35
Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade. ................................................................. 24
Relação entre grandezas: tabelas e gráficos. .................................................................................................................. 40
Raciocínio lógico. Resolução de situações-problema. ..................................................................................................... 55

Conhecimentos Gerais
História do Brasil
Da Revolução de 1930 ao Brasil contemporâneo: A Era Vargas; Brasil na II Guerra. Regime Militar – 1964-1985: o
Golpe de 1964 e o Regime Militar; a repressão política e o “milagre econômico”; fim do Regime Militar; Campanha
Diretas Já! (1984); Eleições de Tancredo Neves e José Sarney (1985). Presidentes posteriores. ..................... Pp 1 a 30

Geografia
O Brasil no mundo: localização; extensão. A natureza brasileira: os grandes domínios morfoclimáticos. Hidrografia e
aproveitamento dos principais rios. A vegetação original. Os recursos naturais. Os problemas ambientais. A população
brasileira: crescimento e distribuição. Estrutura da população. Mobilidade. A organização do espaço brasileiro: As ativi-
dades industriais. O espaço agropecuário. Comércio, transportes e comunicações. O espaço urbano. As relações do
Brasil com o mundo: o Brasil no Mercosul. ........................................................................................................... Pp 1 a 50

Atualidades
Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos nos últi-
mos 06 (seis) meses, a contar, retroativamente, da data da publicação do Edital, divulgados na mídia local e/ou nacional.
............................................................................................................................................................................ Pp 1 a 37

Legislação
Lei n.º 12.527, de 18 de novembro de 2011(Lei de acesso à informação). ............................................................ Pp 1 a 7

Auxiliar de Promotoria – MP SP
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

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APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
LÍNGUA PORTUGUESA tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
da fonte e na identificação do autor.
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e
não literários).
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das pala-
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
vras.
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
Pontuação.
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome,
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
sentido que imprimem às relações que estabelecem.
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal.
alternativa mais completa.
Colocação pronominal.
Crase.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para quando morreu.;
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
a memória visual, favorecendo o entendimento. as estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim Cunegundes
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto TEXTO NARRATIVO

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- tiva que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.
to que aconteceu depois.
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela pouco.
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
espírito. • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar,
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve,
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- opinião.
cial e econômico .
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes:
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese;
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser
partes mais típicas desse todo.
de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos -
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível
típicos. solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, do leitor e utilizar variedade padrão de língua.
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. A linguagem normalmente é impessoal e objetiva.
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
O roteiro da persuasão para o texto argumentativo:
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É Na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto argumen-
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluída com suces-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um parágrafo argumenta-
tivo:
TEXTO DISSERTATIVO
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- • Declaração inicial: É uma forma de apresentar com assertivi-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- dade e segurança a tese.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever ‘ A aprovação das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
com clareza, coerência e objetividade. um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
or ao negro por meio de políticas afirmativas é uma forma de admitir a
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir diferença social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como de trabalho.’
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.
• Interrogação: Cria-se com a interrogação uma relação próxima
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
do o contexto. introdução.
‘ Por que nos orgulhamos da nossa falta de consciência coletiva? Por
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
que ainda insistimos em agir como ‘espertos’ individualistas?’
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- • Citação ou alusão: Esse recurso garante à defesa da tese cará-
jetiva da definição do ponto de vista do autor. ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan-
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias ‘ As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- as costas e irem embora’. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado
sencadeia a conclusão. sobre o que presenciou na Ruanda é um chamado à consciência públi-
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia ca.’’
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- • Exemplificação: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para ficação pode conferir à argumentação leveza a cumplicidade. Porém,
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e não interfira
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese no processo persuasivo.
e opinião.
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é ‘ Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe média.
a obra ou ação que realmente se praticou. Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou gundo ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e amea-
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- çados de morte. O cotidiano violento de São Paulo se faz presente.’’
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou • Roteiro: A antecipação do que se pretende dizer pode funcionar
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- como encaminhamento de leitura da tese.
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a ‘ Busca-se com essa exposição analisar o descaso da sociedade em
respeito de algo. relação às coletas seletivas de lixo e a incompetência das prefeituras.’’

O TEXTO ARGUMENTATIVO • Enumeração: Contribui para que o redator analise os dados e


exponha seus pontos de vista com mais exatidão.
Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das
nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer ‘ Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Pau-
tema ou assunto. lo aponta que as maiores vítimas do abuso sexual são as crianças meno-
res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violência se-

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Bying- vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
ton.’’ do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.”
• Causa e consequência: Garantem a coesão e a concatenação 2º parágrafo: Há o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
das ideias ao longo do parágrafo, além de conferir caráter lógico ao pro- gumentativos;
cesso argumentativo. “O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço
‘ No final de março, o Estado divulgou índices vergonhosos do Idesp a se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas
– indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação para ava- ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
liar a qualidade do ensino (…). O péssimo resultado é apenas conse- sáveis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte,
quência de como está baixa a qualidade do ensino público. As causas problemas ambientais que afetam a população.
são várias, mas certamente entre elas está a falta de respeito do Estado Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
que, próximo do fim do 1º bimestre, ainda não enviou apostilas para al- contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar
gumas escolas estaduais de Rio Preto. os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
• Sintese: Reforça a tese defendida, uma vez que fecha o texto continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentação. nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo. podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti-
ca.”
‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal,
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. 3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de
intervenção relacionada à tese.
O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es-
tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores “O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os
precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’ transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
• Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se
transformar na salvação do mundo.
‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
dos.’’ Mundograduado.org combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
Modelo de Dissertação-Argumentativa “ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete
Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução
A ideia principal e as secundárias
Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
nos colocar no papel de narradores, isto é, vamos contar fatos com base na
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
organização das ideias.
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.
Leia o trecho abaixo:
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a
se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro- isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demons-
blemas ambientais que afetam a população. trando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos,
um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de um fato acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Anali-
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente semos, agora, o parágrafo quanto à estrutura.
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
ca. Ideia principal:
O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló- quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não Ideias secundárias:
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas,
transformar na salvação do mundo. demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação peri-
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundárias
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul. conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava.
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
dissertativa assim organizada: de ideias secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em pará-
1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi- grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
da; O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
“Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-

Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- FALA E ESCRITA
proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-
tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe. Registros, variantes ou níveis de língua(gem)

Nesse trecho, há dois parágrafos. A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode
transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio. que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside-
rar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status cultural
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias dos falantes.
secundárias. Observe:
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência
Ideia principal: dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural
proveitar o bom tempo. dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua.
Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois
Ideia secundárias: tipos de língua: a falada e a escrita.
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional,
levando um farto lanche, preparado pela mãe. grupal (gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando: calão.
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?” Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa- que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de
drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo. redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse
nível para um como a gíria, por exemplo.
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em
que são maiores e outros, ainda, muito extensos. Variação linguística: como falantes da língua portuguesa, percebe-
mos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma
Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex- bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das meios de comunicação. Essa diferença pode manifestarse tanto pelo voca-
ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem bulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
oito, nem oitenta…”.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e
parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica,
muito longos. o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do
contexto. Essas diferenças constituem as variações linguísticas.
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba-
lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra- Observe abaixo as especificidades de algumas variações:
fos – pequenos, grandes ou muito grandes.
1. Profissional: no exercício de algumas atividades profissionais, o
Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações
principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito
ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia ao intercâmbio técnico.
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
exemplo: 2. Situacional: as diferentes situações comunicativas exigem de um
mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações infor-
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de mais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente
um terremoto. linguístico em que se está.
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- 3. Geográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- linguístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas
grafo. superior ou inferior às outras.
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias 4. Social: o português empregado pelas pessoas que têm acesso à
podem organizar-se da seguinte maneira: escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas
pessoas privadas de escolaridade.
Ideia principal + ideias secundárias
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que
ou
goza prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por emprega-
Ideias secundárias + ideia principal rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade
de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se- cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social.
cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que
em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve- alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim
evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan- se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda
te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande
valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto. AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Língua Portuguesa 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se
seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idio- é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
ma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natu-
ral, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por
seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela
não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada
às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento
de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao
longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada.
Língua falada:
· Palavra sonora
· Requer a presença dos interlocutores
· Ganha em vivacidade
· É espontânea e imediata Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente
· Uso de frases feitas decodificadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da
· É repetitiva e redundante palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver
· O contexto extralinguístico é importante ausência da palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar
· A expressividade permite prescindir de certas regras mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a
· A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela pre- palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos
sença do (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as
interlocutor cores) Fonte: www.graudez.com.br
· Recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos, entorno físico e AS PALAVRAS-CHAVE
psíquico
Língua escrita: Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitu-
· Palavra gráfica ra aqui não significa somente a capacidade de juntar letras, palavras,
· É possível esquecer o interlocutor frases. Ler é muito mais que isso. É compreender a forma como está tecido
· É mais sintética e objetiva o texto. Ultrapassar sua superfície e aferir da leitura seu sentido maior, que
· A redundância é apenas um recurso estilístico muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Só
· Ganha em permanência uma relação mais estreita do leitor com o texto lhe dará esse sentido. Ler
· Mais correção na elaboração das frases bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita comple-
· Evita a improvisação mentam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os proce-
· Pobreza de recursos não-linguísticos; uso de letras, sinais de pontua- dimentos linguísticos necessários a uma boa redação.
ção
Numa primeira leitura, temos sempre uma noção muito vaga do que o
· É mais precisa e elaborada
autor quis dizer. Uma leitura bem feita é aquela capaz de depreender de um
· Ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos
texto ou de um livro a informação essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL forma precisa. A tarefa do leitor é detectá-las, a fim de realizar uma leitura
capaz de dar conta da totalidade do texto.
Linguagem Verbal - Existem várias formas de comunicação. Quando o
Por adquirir tal importância na arquitetura textual, as palavras-chave
homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos
normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas:
que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a
repetidas, modificadas, retomadas por sinônimos. Elas pavimentam o
palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando
caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Além disso,
lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação
fornecer a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam à essência
mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita,
da informação. Após encontrar as palavras-chave de um texto, devemos
expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos
tentar reescrevê-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.
por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. ela está
presente em textos em propagandas; AS IDEIAS-CHAVE
em reportagens (jornais, revistas, etc.); Muitas vezes temos dificuldades para chegar à síntese de um texto só
em obras literárias e científicas; pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor solução é buscar
suas ideias-chave. Para tanto é necessário sintetizar a ideia de cada pará-
na comunicação entre as pessoas; grafo.
em discursos (Presidente da República, representantes de classe, TÓPICO FRASAL
candidatos a cargos públicos, etc.);
Um parágrafo padrão inicia-se por uma introdução em que se encontra
e em várias outras situações. a idéia principal desenvolvida em mais períodos. Segundo a lição de Othon
M. Garcia em sua Comunicação em prosa moderna (p. 192), denomina-
Linguagem Não Verbal
se tópico frasal essa introdução. Depois dela, vem o desenvolvimento e
pode haver a conclusão. Um texto de parágrafo:
“Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condi-
ções dinâmicas, que atestam a dependência mútua dos seres vivos. Ne-
cessidades associadas à alimentação, ao crescimento, à reprodução ou a
outros processos biológicos criam, com frequência, relações que fazem do
bem-estar, da segurança e da sobrevivência dos indivíduos matérias de
interesse coletivo”. FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia
teórica 2. ed. São Paulo: Nacional, 1974, p. 35.
Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em Neste parágrafo, o tópico frasal é o primeiro período (Em .... vivos). Se-
um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza gue-se o desenvolvimento especificando o que é dito na introdução. Se o
do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na tópico frasal é uma generalização, e o desenvolvimento constitui-se de
figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a ideia de especificações, o parágrafo é, então, a expressão de um raciocínio deduti-
atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate às A CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO encerra o desenvolvimento, com-
drogas. Você não pode se omitir. pleta a discussão do assunto (opcional)
Se não há tópico frasal no início do parágrafo e a síntese está na con- FORMAS DISCURSIVAS DO PARÁGRAFO
clusão, então o método é indutivo, ou seja, vai do particular para o geral,
dos exemplos para a regra: João pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu. A) DESCRITIVO: a matéria da descrição é o objeto. Não há persona-
Todos colaborando, o trabalho é bem feito. gens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar o
objeto, pessoa, paisagem etc, de tal forma que o leitor consiga distinguir o
PARAGRAFAÇÃO ser descrito.
A PARAGRAFAÇÃO B) NARRATIVO: a matéria da narração é o fato. Uma maneira eficiente
de organizá-lo é respondendo à seis perguntas: O quê? Quem? Quando?
NO/DO TEXTO DISSERTATIVO Onde? Como? Por quê?
(Partes deste capítulo foram adaptados/tirados de PACHECO, Agnelo C) DISSERTATIVO: a matéria da dissertação é a análise (discussão).
C. A dissertação. São Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, João Jonas Veiga.
Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997) ELABORAÇÃO/ PLANEJAMENTO DE PARÁGRAFOS
O texto dissertativo é o tipo de texto que expõe uma tese (ideias gerais Ter um assunto
sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argu-
Delimitá-lo, traçando um objetivo: o que pretende transmitir?
mentos, dados e fatos que a comprovem.
Elaborar o tópico frasal; desenvolvê-lo e concluí-lo
“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivíduo
tem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo, PARÁGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEÇAR UM TEXTO
farão parte de sua bagagem linguística; e também porque entrará em
contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criati-
dessa forma, sua própria visão em relação aos assuntos. Como a produção va. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns
escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de pala- como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo hoje, a
vras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao cada dia que passa, no mundo em vivemos, na atualidade.
enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.” Listamos aqui algumas formas de começar um texto. Elas vão das mais
No texto acima temos uma ideia defendida pelo autor: simples às mais complexas.

TESE/TÓPICO FRASAL: “A leitura auxilia o desenvolvimento da escri- Declaração


ta.” É um grande erro a liberação da maconha. Provocará de imediato vio-
Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes ar- lenta elevação do consumo. O Estado perderá o controle que ainda exerce
gumentos: sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de
viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. Alberto
ARGUMENTOS: Corazza, Isto é, 20 dez. 1995.
(1)“...lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigi- A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fa-
dos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística e, zer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.
também, (2) porque entrará em contato com vários pontos de vista de
intelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua própria visão em Definição
relação aos assuntos.” E por fim, comprovada a sua tese, veja que a ideia O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo,
desta é recuperada: isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um
CONCLUSÃO: “Como a produção escrita se baseia praticamente na modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabe-
exposição de idéias por meio de palavras, certamente aquele que lê desen- lecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais
volverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido ou mesmo a construção cultural, mas que dão também, as formas de ação
através da leitura de bons autores.” humana.

Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-
terminado ponto de vista em relação a um assunto qualquer e convencer o mas de Filosofia.São Paulo, Moderna, 1992. p.62.
leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafo-chave,
texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo
seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo o primeiro parágrafo.
pontos de vista, etc.
Divisão
Pode-se dizer que:
Predominam ainda no Brasil convicções errôneas sobre o problema da
A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder públi-
forma de organizar o raciocínio e a exposição das ideias de maneira clara e co e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordi-
facilmente compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos nários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que combate à margi-
principais foram selecionados e nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforços do
dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo,
fácil redigir. 17 dez.1996.

O TÓPICO FRASAL DO PARÁGRAFO: geralmente vem no começo Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção
do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.
central e podem ou não concluir a ideia deste parágrafo. Oposição
O DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO: é a explanação da ideia De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo
exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabó-
clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em licas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive a educação
vista a forma como iniciamos o parágrafo. no Brasil.

Língua Portuguesa 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/ de outro) COESÃO E COERÊNCIA
que estabelecerá o rumo da argumentação.
Articulação entre os parágrafos
Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste e-
xemplo: A articulação dos/entre parágrafos depende da coesão e coerên-
cia. Sem um deles, ainda assim, é possível haver entendimento textu-
“Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacaram pelo grau al, entretanto, há necessidade de ter domínio da língua e do contexto
de envolvimento: raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto à para escrever um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual,
cultura ainda é vista como artigo supérfluo em nossa terra, esperança por a articulação textual se dá de forma diferente. Na narração, por exem-
observar quantos movimentos culturais têm acontecido em nossa história, e plo, não há necessidade de ter um parágrafo com mais de um período.
quase sempre como forma de resistência e/ou transformação (...)” FEIJÓ, Um parágrafo narrativo pode ser apenas “Oi”. Já a dissertação neces-
Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985.p.7. sita ter ao menos um parágrafo com introdução e desenvolvimento
(conclusão; opcional). Assim também varia a necessidade de números
O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a de parágrafos para cada texto. Para se obter um bom texto, são ne-
compõem. cessários também: concisão, clareza, correção, adequação de lingua-
Alusão histórica gem, expressividade.
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste- Coerência e Coesão
oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As Para não ser ludibriado pela articulação do contexto, é necessário que
fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de se esteja atento à coesão e à coerência textuais.
competição.
Coesão textual é o que permite a ligação entre as diversas partes de
O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. um texto. Pode-se dividir em três segmentos:
O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.
1. Coesão referencial – é a que se refere a outro(s) elemento(s) do
Pergunta mundo textual.
Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os Exemplos:
contribuintes já estão cansados de tirar do bolso para tapar um buraco que
parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no Wor-
alimentar um sistema que só parece piorar. A pergunta não é respondida de ld Trade Center. Ele afirmou que “castigará” os culpados. (retomada de
imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será uma palavra gramatical – referente “Ele” + “ Presidente George W.Bush”)
respondida ao longo da argumentação.
b) De você só quero isto: a sua amizade (antecipação de uma palavra
Citação gramatical – “isto” = “a sua amizade”
“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom di-
chorarem mais, trazem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as nheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical – “o felizardo” = “o homem”)
costas e irem embora.” O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado,
falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia 2. Coesão sequencial – é feita por conectores ou operadores discursi-
ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos vos, isto é palavras ou expressões responsáveis pela criação de relações
Alberto. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73. semânticas ( causa, condição, finalidade, etc.). São exemplos de conecto-
res: mas, dessa forma, portanto, então, etc..
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pe-
la palavra comentário da segunda frase. Exemplo:

Comparação a. Ele é rico, mas não paga suas dívidas.

O tema de reforma agrária está a bastante tempo nas discussões sobre Observe que o vocábulo “mas” não faz referência a outro vocábulo; a-
os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o penas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-
movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passa- ção.
do e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber 3. Coesão recorrencial – é realizada pela repetição de vocábulos ou
algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam de estruturas frasais
elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor
e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, semelhantes.
Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p.101. Exemplos;
Para introduzir o tema da reforma araria, o autor comparou a sociedade a. Os carros corriam, corriam, corriam.
de hoje com a do final do século XIX, mostrando a semelhança de compor-
tamento entre elas. b. O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que estuda.
Afirmação Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas
partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao en-
A profissionalização de uma equipe começa com a procura e aquisição tendimento, À possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou
das pessoas que tenham experiência e as aptidões adequadas para o lê.
desempenho da tarefa, especialmente quando esta é imediata. (Desenvol-
vimento ) As pessoas já virão integrar a equipe sem precisar de treinamen- OBS: pode haver texto com a presença de elementos coesivos, e não
to profissionalizante, podendo entrar em ação logo após seu ingresso. apresentar coerência.
Alternativamente, ou quando se dispõe de tempo, pode-se recrutar Exemplo:
pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver
O presidente George W.Bush está descontente com o grupo Talibã.
as aptidões e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua
Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o
missão. Sempre que possível, uma equipe deve procurar combinar pessoas
afeganistão. Os afegãos apóiam o líder Osama Bin Laden. Este foi aliado
experientes e aprendizes em sua composição, de modo que os segundos
dos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão.
aprendam com os primeiros. (conclusão) A falta de um banco de reservas,
muitas vezes, pode ser um obstáculo à própria evolução da equipe.” (Ma- Comentário:
ximiniano, 1986:50 )
ARTICULAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS

Língua Portuguesa 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ninguém pode dizer que falta coesão a este parágrafo. Mas de que se sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida.
trata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Do
grupo Talibã? Do povo Afegão? Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou
Do Osama Bin Laden? Embora o parágrafo tenha coesão, não apre- escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que
senta coerência, entendimento. muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
Pode ainda um texto apresentar coerência, e não apresentar elementos to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais
coesivos. Veja o texto seguinte: algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida-
de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
Como se conjuga um empresário
Mino Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enun-
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebi-
“Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou- das a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a
se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Saiu. Entrou. Cumprimen- qualquer informação.
tou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cum-
primentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. A autora também apresenta diversas formas de classificação do discur-
Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou. so e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de
Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. um texto literário ou ficcional.
Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Deposi-
tou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um
Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa
Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um
Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou. contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou. apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti-
Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Pre- ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos”
senteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. (p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o
Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocu- sentido original e desejado seja modificado.
pou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Te-
meu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dor- Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre-
miu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... Comentário: tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semânti-
ca referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de
O texto nos mostra o dia-a-dia de um empresário qualquer. A estrutura
palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe
textual – somente verbos – não apresenta elementos coesivos; o que se
ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito”
encontra são relações de sentido, isto é, o texto retrata a visão do seu
(p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro
autor, no caso, a de que todo empresário é calculista e desonesto.
não geram uma coerência adequada ao entendimento.
Há palavras e expressões que garantem transições bem feitas e que
estabelecem relações lógicas entre as diferentes ideias apresentadas no Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela
texto. Fonte: UNINOVE quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a
ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lação, errônea, pode ser utilizada.
Resenha Critica de Articulação do Texto
Amanda Alves Martins Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nomi-
Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guima- nações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por
rães um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de
esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto Elisa Guimarães:
e do seu contexto. “Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil
deles não causam o incômodo de dez cearenses.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de __Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a ___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma
sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de ima- palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82).
única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico
deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli- deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já
cam de forma recíproca. ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu-
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande
Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla- valor para tais feitos.
rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri-
trechos considerados não essenciais. meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão
Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclare- constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutu-
ce a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o ra semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coe-
outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con- rência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de
forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi- raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên-
mento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi

Língua Portuguesa 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen- Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
são apesar da má articulação do texto. coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâ-
mica articuladora e garantem a progressão textual.
A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre
as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos
efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos;
Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed): tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.),
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter- formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos
chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti- 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode
co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7) dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de:
No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães, • enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensa-
busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor- gem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos su-
dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva- cessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse
mente. caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resul-
Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí- tado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como
do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do
intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas. patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-
O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de- lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143);
sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam- • substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos
bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto. como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além
das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológi-
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar,
Othon Moacir Garcia: voar;
“O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de
venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específi-
co, ex.: felino, gato);
É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta • nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico. consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se en-
tre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal)
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a- e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do • substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço.
outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o • enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global.
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também
exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora con-
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos concei- Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso a-
tos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande vançar, mantendo-se sua unidade.
leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por des- 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:
prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e • certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
dificultando o entendimento teórico. se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à
pessoa que fala e com quem esta fala.
A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se- • certos advérbios e expressões adverbiais;
quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas • artigos;
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um
entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto • conjunções;
falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi- • numerais;
dade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada • elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado
uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem
com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru- recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao ças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que
procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio
esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen- enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-
tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares pú-
as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma
orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e
e conexões e estabelecem sentido ao todo.) contexto (extratextual);
• as concordâncias;

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• a correlação entre os tempos verbais. condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas
proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textu- (consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
al, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os com- possível, o consequente também o será.
ponentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato
de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma
condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula-
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan- seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro.
tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires.
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra.
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas:

Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela- Passei no vestibular porque estudei muito
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também visto que
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. já que
uma vez que
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- _________________ _____________________
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- consequência causa
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
comunicativo têm da língua.
Estudei tanto que passei no vestibular.
A ligação lógica das ideias Estudei muito por isso passei no vestibular
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se causa consequência
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequência
ARTICULAÇÃO
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun- finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên- são: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. relação a algo afirmado na outra.
Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.
É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di- segundo
ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que consoante
estabelecem. como
de acordo com a solicitação...
Relações de:
adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem. duas proposições.
Quando
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é, Mal
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Assim que
Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se. Depois que
alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por No momento em que
conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres- Nem bem
sar inclusão ou exclusão.
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-
Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. dava com afinco.
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con- uma das proposições.
teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia, b) um tempo progressivo:
entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
que, se bem que, mesmo que, etc. • bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía.

O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula. Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan-

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to, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele,
relação a algo dito no enunciado anterior: em primeira ou terceira pessoa, nos conta a história que o livro guarda.
Confundir narrador e autor é fazer a loucura de imaginar que, morto o autor,
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por- todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, não
tanto tem condições de se sair bem na prova. disporíamos mais de nenhuma narrativa dele.

É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam GÊNEROS TEXTUAIS


a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos.
Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza,
Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como, literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as
tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
assim como. exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa
Ele é tão competente quanto Alberto. forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios,
convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias,
Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por- contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis-
que introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos
referido.
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu en-
Não se preocupe que eu voltarei tender, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na
pois leitura, compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste
porque pequeno ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Tex-
tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por
As pausas Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca- para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.
tipos de relações diferentes.
Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-
Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida- são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial
de) o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha
Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa) capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi- produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica
ção) de interação humana.
Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão)
http://www.seaac.com.br/ Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco-
la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra
A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação do favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele,
discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-
referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con-
podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso de cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí-
redução lexical. ficas.

Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG)
na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen-
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan- tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe-
escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei- tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é
tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a
(espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de
Autor e Narrador: Diferenças levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para,
Equipe Aprovação Vest a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.

Qual é, afinal, a diferença entre Autor e Narrador? Existe uma diferença Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca-
enorme entre ambos. da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a
Autor
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
É um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer- atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infância e, mais
eventualmente ainda, pode até tocar trombone, piano, flauta transversal. O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
Paga imposto. muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
Narrador apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
É um ser intradiegético, ou seja, um ser que pertence à história que mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
está sendo narrada. Está claro que é um preposto do autor, mas isso não de heterogeneidade tipológica.
significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-
chado de Assis seria um crápula como Bentinho ou um bígamo, porque, Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se também com Capitu, foi são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
amante de Virgília e de um sem-número de mulheres que permeiam seus como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
contos e romances. um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ção, a injunção e a predição. Travaglia afirma que um texto se define como mento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados,
de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu- de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no
ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do tipo dissertação.
espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e
mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextuali- vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe-
dade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu mos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo
no texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamen- com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que
te híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro. ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o
Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informa-
intercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado ções sobre um concurso público, por exemplo.
no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis,
na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece
descrições e comentários dissertativos feitos por meio da narração. que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica: gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer?
• intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
• heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta
tipos sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão,
Travaglia mostra o seguinte: romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.
• conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
• intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê- de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail
neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado
historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando
determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado
exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o (com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-
autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são
carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes .Ele diz, ainda, exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa fun-
que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de ção de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a
produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação de alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de
produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários daquele votar que pode ter sido feita a um candidato.
produto.
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo-
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado pa- carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
ra designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não
linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos
categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa- rígida, como o bilhete.
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é a
definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo.
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo
Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta
textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte- as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele
rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e
funcionais, estilo e composição característica. comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres-
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantásti-
modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas co, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espé-
que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar cie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa- possível especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é
zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes.
e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Mar-
não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando cuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de Domí-
o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o nio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esfe-
produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur- ras da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo infor-
so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti- ma, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam
va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas
forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros
comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apre- que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas
sentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discur-
faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segun- so jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística,
da perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários
não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir deles.
o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo
comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não comprometi- Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar-

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao alu-
de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo- no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa.
gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola
discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri- teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais
dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ-
uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com
(discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita, o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti- trabalhar com os outros tipos?);
co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur- b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.
so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
do discurso. Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne-
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessaria-
Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa- mente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se
lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcus- em algum gênero textual.
chi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente
e corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era
para ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instân- feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto
cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso,
o discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação,
produtora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda-
exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base
atividade comunicativa. O texto, para ele, é visto como uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda-
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade)
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental
Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que quanto no ensino médio.
sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera- O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto
cional do que formal. pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor
Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo- de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em
gia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do
Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
(Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os ele- numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
mentos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza. concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi-
com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de
mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação
apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá-
dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreen- rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é
são de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas
do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual. aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi-
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo- nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida-
logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem de do texto.
parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que
entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a
dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
merece maiores discussões. socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua
Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais i- constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o
deais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie-
gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais dade letrada.
formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros 1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne-
devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch- ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa-
neuwly & Dolz (2004). ra selecionar os textos com os quais trabalhará.
2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou-
Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo.
Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza-
será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções.
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
porém dois são mais pertinentes: ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo.
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi- 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível. visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo.

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma ções ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a ques-
carta. tão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma
6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem
que faz argumentação explícita. dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.
Sílvio Ribeiro da Silva. Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é Antigamente
transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro- “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
mance, um conto, uma poesia... mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam prima-
Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da veras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fazi-
forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula am-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses
de medicamento. debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade

Diferenças entre Língua Padrão, Linguagem Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Formal e Linguagem informal.
Variações regionais:
Língua Padrão: A gramática é um conjunto de regras que estabelecem
um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes
Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
sempre são obedecidas pelo falante. em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:macaxeira e
Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretu- aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados
do associados ao contexto social em que a fala é produzida. às características orais da linguagem.

Informal: Num contexto em que o falante está rodeado pela família ou Variações sociais ou culturais:
pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo
usar expressões normalmente não usadas em discursos públicos (pala- Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e
vrões ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exem-
grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente só é usada plo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
na linguagem informal, em português europeu, é o adjetivo “chato”.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como
Formal: A linguagem formal, pelo contrário, é aquela que os falantes
os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
usam quando não existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superio-
res hierárquicos ou quando têm de falar para um público mais alargado ou
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um
desconhecido. É a linguagem que normalmente podemos observar nos
linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos,
discursos públicos, nas reuniões de trabalho, nas salas de aula, etc.
advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Portanto, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, ou escre-
ver de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário (linguagem) Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor
que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a sobre o assunto:
nossa necessidade. Ptofª Eliane
Vício na fala
Variações Linguísticas Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permi- Para pior pió
tindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimen- Para telha dizem teia
tos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso Para telhado dizem teiado
cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da
fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de infor-
malidade. CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, res- E chamei pra passear.
tringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela A gente fomos no shopping
qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator Pra “mode” a gente lanchar.
foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total sobera- Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
nia sobre as demais. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo consi- Quanta gente,
derado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre Quanta alegria,
os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa A minha felicidade é um crediário nas
que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, Casas Bahia.
tornando-se desta forma um estigma. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chama- “rolezinho”,
das variedades linguísticas, as quais representam as variações de Quando eu estou no trabalho,
acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas Não vejo a hora de descer dos andaime.
em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
Variações históricas: (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vânia Duarte
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transforma- TIPOLOGIA TEXTUAL

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no
passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilida-
interlocutores. de: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém
falamos sozinhos. impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais anos 40."
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
existem tipos textuais e gêneros textuais. constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um que não intervém nem como ator nem como testemunha.
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pon-
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os tos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fa-
Dissertação. zem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes
acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado A Novela
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
prosa. complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
conceituam como gêneros textuais as diversas situações rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma A Obra Teatral
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos
O Conto das personagens.
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon-
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilí- trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem
para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem os turnos de palavras.
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona- sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen- e os atores orientam sua interpretação.
tação das características destes personagens, assim como para as indica- Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
travessões, para indicar a mudança de interlocutor). dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
futuro). cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os bimembres de predicado não verbal.
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". O Poema
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo- pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri- relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
ções e nos diálogos. uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-
riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre-
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó- poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua
Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
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versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli-
relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre- cações do texto.
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na pu-
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono- blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente,
ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali- textos.
dade depende desta distribuição.
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à a posição adotada pela redação.
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama- A Notícia
das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu- pessoas.
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
similares.
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos,
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen- É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento.
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser
são considerados dissílabos. um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
que não aparecem na introdução.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife-
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
informativa vinculada ao tema central. primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a nosso país ou minha cidade).
criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábu-
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracida-
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue com-
provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
TEXTOS JORNALÍSTICOS certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar-
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no mo- O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
mento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da dos Deputados durante a próxima semana .
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais varia- O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
dos temas. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o por um patrulheiro.
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor- A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
dado. quem? como? quando? por quê e para quê?.

Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns O Artigo de Opinião


são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua-
crônicas, as resenhas de espetáculos. lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à considerado, ou merece ser, objeto de debate.
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi- Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesqui-
citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
referiremos a eles em outro momento. enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa- organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma derivados.
tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe
início do texto. uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos de propostas e de réplicas.
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci-
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta-
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
argumentos usados na validade da tese. as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de
temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semân-
respectivos comentários. tica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido
das palavras.
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresen-
tam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábu-
com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama los a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é,
argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem
da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao
o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes termo polissêmico nesse contexto.
artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais A Definição
para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, con-
cessivas e condicionais. Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. através de um processo de sinonímia.
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores
cenas e opiniões como positivas ou negativas. mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
A Reportagem parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, antes de terminar o inverno.
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La
figura-chave para o conhecimento deste tópico. Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu- introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
atenção dos leitores. unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali- tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. te antes de terminar o inverno".
A Entrevista As definições contêm, também, informações complementares relacio-
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi- nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se
ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas Essas informações complementares contêm frequentemente
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário:
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási-
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos
sobre as declarações do entrevistado. quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra-
fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologi-
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa- as, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco median-
riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a te barras paralelas e /ou números.
conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira
continuar em exercício; adiar o término de. pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
A Nota de Enciclopédia observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli- do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
tude desta expansão. A Monografia
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem- determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos
qualificados ou de especialistas no tema.
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coe-
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra- rente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie- como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por
dades: terrestres e aquáticos. exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os
aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lin- gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
guagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
responde às exigências de concisão e de precisão. esta valorização fique explícita.
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem atra- Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o
vés de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que,
pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará
juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
qualidades próprias daquilo a que se referem. tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
ligação - ser, estar, parecer, etc. que regem a apresentação da bibliografia.
O Relato de Experimentos O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do
texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em construções de discurso direto ou de discurso indireto.
manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos
que descrevem experimentos. Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifica-
ções, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da econo-
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para consta- incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida -
tar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos
uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições
de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações,
pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate- auxiliares, etc.
gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza,
isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
observado. nutrem-se do liberalismo’
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co- Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): pensamento nutriam -se do liberalismo'
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
planta crescerá mais rápido. (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a emissor.
mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade.
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o au-
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classi-
tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é ficação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente
essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apre- Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipóte-
senta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma se, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das
das etapas do processo. fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência
estabelecida entre os fatos e a conclusão.

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguís- to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.),
ticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem a outra, desenvolve as instruções.
entre os dados e para avaliar sua coerência.
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitu-
A Biografia almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom-
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres,
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresen- com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou
tar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo
cuja ação foi qualificada como relevante na história. (misturar a farinha com o açúcar).
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec- acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que
tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-
(Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as
cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados
temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida- em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
de), etc. que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta- Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apre- momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
sentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de pode intervir outro membro da equipe.
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados TEXTOS EPISTOLARES
pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por es-
importância que a eles atribui. crito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeça-
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - lho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de
autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma carac- uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos
terística que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
altamente reprovados pela opinião pública. das características contidas no texto.
TEXTOS INSTRUCIONAIS Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organiza-
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais di- ção espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabe-
versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou lece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culi- em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
nárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendi- relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
da. formal.
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio- A Carta
nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e ar-
estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co- gumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um expressiva e apelativa).
texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identifica-
ção para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto
direitos e deveres das partes envolvidas. é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instru- tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
cionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes dimensão expressiva da mensagem.
textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego
frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda- Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor co-
gem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as nhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transpare-
instruções. cer marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências
habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las;
As Receitas e as Instruções perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de
para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas
fabricar um móvel, consertar um objeto, etc. expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enun- Cartum(do inglês cartoon) - "Desenho caricatural que apresenta uma
ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as situação humorística, utilizando, ou não, legendas." (Aurélio)
dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a Charge - Representação pictórica, de caráter burlesco e caricatural, em
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de que se satiriza um fato específico, em geral de caráter político e que é do
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- conhecimento público.
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. Tira - Segmento de uma história em quadrinhos, usualmente constituído de
uma única faixa horizontal, contendo três ou quatro quadros. UNINOVE
A Solicitação
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a COESÃO E COERÊNCIA
possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
emprego, uma vaga em uma escola, etc.
Diogo Maria De Matos Polônio
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce-
der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que Introdução
recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre
para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob
consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor-
o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado,
Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a
Politécnico a fim de solicitar-lhe...) incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de
Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter-
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e,
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria-
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- de aula.
se a...).
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica-
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos referido seminário.
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi-
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a-
apelação. presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem prido honestamente o seu papel.
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como
de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o Coesão e Coerência Textual
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen-
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma- constitui forçosamente uma frase.
neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de
solicitação de bolsas de estudo, etc. Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna-
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS. língua.
Cartum, Charge, tira e história em quadrinhos Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam-
O humor, numa concepção mais exigente, não é apenas a arte de rir. Isso é bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto.
comicidade, ou qualquer outro nome que se escolha. Na verdade, humor é
uma análise crítica do homem e da vida. Uma análise não obrigatoriamente Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia-
comprometida com o riso, uma análise desmistificadora, reveladora, cáusti- lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e
ca. pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor
Humor é uma forma de tirar a roupa da mentira, eo seu êxito está na alegria através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor,
que ele provoca pela descoberta inesperada da verdade. numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
(Ziraldo)
Aquela conceituação simplista, e que por tanto tempo perdurou, de que a Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có-
Caricatura era apenas a arte de provocar o riso está hoje completamente digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor
reformulada pela análise crítica ao conotá-la na profundidade filosófica de sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre-
que, antes de fazer rir, obrigatoriamente, ela nos faz pensar. Dona incontes- dientes indispensáveis ao objeto texto.
tável da mais terrível arma - o ridículo - , se brandida sutil ou vigorosamen-
te, sempre teve papel de importância, seja a marcar uma época, um fato Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas
social ou uma personalidade. Valendo pelo mais longo artigo doutrinário ou por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de
erudito, seu poder de comunicação é muito mais direto e, por isso mesmo, regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência
de fácil compreensão e penetração nas massas, dada sua linguagem essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
gráfica. A sabedoria chinesa já advertia que um desenho vale por mil pala-
vras. Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas
(Álvarus, na revista Vozes, abril de 1970.) regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.

Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre- Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a
ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre- uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível; sequência anterior:
não quer dizer nada).
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer; petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração. O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o
pronome.
Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a lada no seu quarto.
fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto- da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este:
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António.
entre coerência textual e coesão textual.
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar
Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação:
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
entre sequências textuais: que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor.
Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado:
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele.
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
textuais: As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. alunos.
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio.
Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de Um homem estava também a banhar-se.
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não Como ele sabia nadar, ensinou-o.
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
transforme num texto: a conetividade. quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?),
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer ele ensinou-o (quem?; a quem?)
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
orientam a formação do discurso. sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência textual.
são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim.
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras Os gatos vão sempre conosco.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual, que o precede.
enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele-
existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: gante.
• Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
• Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami- tuais.
gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante.
de teatro.
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan- Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou
to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura. ainda:
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante.

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- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos - a Maria comeu qualquer coisa.
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele- Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P.
mento linguístico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições
senhora. Este assassinato é odioso. garante uma fortificação da coerência textual.

Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa. Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles
Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís- fazer?
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão. A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real-
mente fazer qualquer coisa.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita. Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en-
Atentemos no seguinte exemplo: quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada.
Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do
A presença do determinante definido não é suficiente para considerar mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos.
que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
teira entre a semântica e a pragmática. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar mação semântica constantemente renovada.
por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun- um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição
ca mais aprende a cair! constante da própria matéria.
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro
cheira-me a mentira! estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta
- Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re- preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos
lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
adoro! bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re- baixo e batia com o martelo na bigorna.
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
um felino? Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais.
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex-
com os processos de recorrência anteriormente tratados. to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica.
Vejamos:
P - A Maria comeu a bolacha? Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
R2 - Não, ela comeu um morango. não se pode processar de qualquer maneira.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-
As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
que a sequência P+R3. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei).

No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su-
pronome na 3ª pessoa. as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de
coisas descritos.
Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi- Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual. veu).

Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi- Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta-
póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
R2 retomarem inferências presentes em P: textuais.

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi-
uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira. tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira.

Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con- Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen-
tradições inferenciais e pressuposicionais. samento que conduza a uma estrutura coerente.

Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po- Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta- mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
do ou dedutível. parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual
Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso. for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria,
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si
As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se- mesmo.
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro- textos dos nossos alunos.
fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o 1. Coerência:
pretérito para suprimir as contradições. Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con-
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado
As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte- é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples
údo pressuposto que se encontra contradito. sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per- com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos
feitamente fiel. um texto em que há coerência.

Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen-
enquanto a primeira pressupõe o inverso. tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu-
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre- posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos
sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi- concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um
ção, assume-a, anula-a e toma partido dela. anterior, perde-se a coerência textual.
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne- ser conhecido pelo receptor.
cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto
Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
como coerente, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal",
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar. Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima
2 - A Silvia vai fazer um exame. poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.

A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali-
congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-
Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior dade.
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
camente. Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil- décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
via vai fazer um exame portanto foi estudar. frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui de do fato narrado.
um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos 2. Coesão:
de Fórmula 1. A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes- ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela- Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da
ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última
se comunicam, como dependem uma das outras. linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida-
SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar
Das Agências a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos:
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o
Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes
e uma mulher que viu o avião cair morreram femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan-
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e tes e as identifiquem com mais propriedade.
dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido
cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de
mais três residências. 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba
que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia-
que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta- mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse
gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro
(1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores escoriações e queimaduras.
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira. principais elementos de substituição:

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor- Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
demora no mínimo 60 dias para ser concluído. retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca- Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
(9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen- Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
Socorro de Santa Cecília. que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada Exemplos:
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
da matéria fosse comprometida. cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
mecanismos: Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente mundo, etc.
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen-
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme-
ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres-
sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe- Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali-
sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
exemplo) Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e-
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele- seja, aliás.
mento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de cente- Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó-
nas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-
ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,
ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa,
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
que se podem atribuir a eles).
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu-
Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi- modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin-
elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez
Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte
texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se que, de tal forma que, haja vista.
refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
(7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe- Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste
ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se
serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
do país), que só é citada na linha seguinte.
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Conexão:
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na Níveis De Significado Dos Textos:
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que Significado Implícito E Explícito
são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A
Informações explícitas e implícitas
escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados Faz parte da coerência, trata-se da inferência, que ocorre porque tudo
pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação que você produz como mensagem é maior do que está escrito, é a soma
em Prosa Moderna). do implícito mais o explícito e que existem em todos os textos.

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes Em um texto existem dois tipos de informações implícitas, o pressu-
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi- posto e o subentendido.
palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico). O pressuposto é a informação que pode ser compreendida por uma
palavra ou frase dentro do próprio texto, faz o receptor aceitar várias ideias
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio- do emissor.
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste- O subentendido gera confusão, pois se trata de uma insinuação, não
riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, sendo possível afirmar com convicção.
frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
A diferença entre ambos é que o pressuposto é responsável pelo emissor e
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
a informação já está no enunciado, já no subentendido o receptor tira suas
neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
próprias conclusões. Profª Gracielle
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
Parágrafo:
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os pa-
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de rágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há pará-
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. grafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a
unidade temática, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. um parágrafo.
É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo-
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também,
padrão apresente a seguinte estrutura:
não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem
como, com, ou (quando não for excludente). a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de
uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é principal do parágrafo, definindo seu objetivo;
provável, não é certo, se é que.
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal,
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in- com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclare-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. cem;

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou
mais curtos e simples, a conclusão retoma a ideia central, levando em para enfatizar uma ideia.
consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.
Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com
que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e refor- três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro
çada por uma conclusão. cabem cerca de três parágrafos médios.
Os Parágrafos na Dissertação Escolar: Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas pos-
suem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e conso-
As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas mem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias ideias
em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade
três para o desenvolvimento e um para a conclusão). e fôlego para acompanhá-los.
É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema propos- A ordenação no desenvolvimento do parágrafo pode acontecer:
to e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é
fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em pará- a) por indicações de espaço: "... não muito longe do lito-
grafos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se ral...".Utilizam-se advérbios e locuções adverbiais de lugar e certas locu-
desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação ções prepositivas, e adjuntos adverbiais de lugar;
coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do
texto em sua totalidade. b) por tempo e espaço: advérbios e locuções adverbiais de tempo,
certas preposições e locuções prepositivas, conjunções e locuções conjun-
Parágrafo Narrativo: tivas e adjuntos adverbiais de tempo;
Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um c) por enumeração: citação de características que vem normalmente
episódio curto. depois de dois pontos;
Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se d) por contrastes: estabelece comparações, apresenta paralelos e e-
referem as personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao videncia diferenças; Conjunções adversativas, proporcionais e comparati-
fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc. vas podem ser utilizadas nesta ordenação;
O que falamos acima se aplica ao parágrafo narrativo propriamente di- e) por causa-consequência: conjunções e locuções conjuntivas con-
to, ou seja, aquele que relata um fato. clusivas, explicativas, causais e consecutivas;
Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir f) por explicitação: esclarece o assunto com conceitos esclarecedo-
as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido res, elucidativos e justificativos dentro da ideia que construída. Pciconcur-
por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um personagem sos
deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com
a do narrador ou com a de outro personagem. Equivalência e transformação de estruturas.

Parágrafo Descritivo: Refere-se ao estudo das relações das palavras nas orações e nos pe-
ríodos. A palavra equivalência corresponde a valor, natureza, ou função;
A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um frag- relação de paridade. Já o termo transformação pode ser entendido como
mento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um uma função que, aplicada sobre um termo (abstrato ou concreto), resulta
ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado um novo termo, modificado (em sentido amplo) relativamente ao estado
momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo. original. Nessa compreensão ampla, o novo estado pode eventualmente
coincidir com o estado original. Normalmente, em concursos públicos, as
O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da
relações de transformação e equivalência aparecem nas questões dotadas
descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que
dos seguintes comandos:
caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas
ou coordenadas. Exemplo: CONCURSO PÚBLICO 1/2008 – CARGO DE AGENTE DE
POLÍCIA FUNDAÇÃO UNIVERSA
A estruturação do parágrafo:
Questão 8 - Assinale a alternativa em que a reescritura de parte do tex-
O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um
to I mantém a correção gramatical, levando em conta as alterações gráficas
ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central,
necessárias para adaptá-la ao texto.
ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relaciona-
das pelo sentido e logicamente decorrentes dela. Exemplo 2: FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – TÉCNICO EM EDUCA-
ÇÃO – ORIENTADOR PEDAGÓGICO 2010
O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da
folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar conveniente- (CÓDIGO 101) Questão 1 - A seguir, são apresentadas possibilidades
mente as ideias principais de sua composição, permitindo ao leitor acom- de reescritura de trechos do texto I. Assinale a alternativa em que a reescri-
panhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios. tura apresenta mudança de sentido com relação ao texto original.
O tamanho do parágrafo: Nota-se que as relações de equivalência e transformação estão assen-
tadas nas possibilidades de reescrituras, ou seja, na modificação de vocá-
Os parágrafos são moldáveis conforme o tipo de redação, o leitor e o
bulos ou de estruturas sintáticas.
veículo de comunicação onde o texto vai ser divulgado. Em princípio, o
parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no Vejamos alguns exemplos de transformações e equivalências:
livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso.
1 Os bombeiros desejam / o sucesso profissional (não há verbo na se-
Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para lei- gunda parte).
tores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em
colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais Sujeito VDT OBJETO DIRETO
longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes, Os bombeiros desejam / ganhar várias medalhas (há verbo na segunda
geralmente, apresentam parágrafos curtos. parte = oração).
Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágra- Oração principal oração subordinada substantiva objetiva direta
fos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é

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No exemplo anterior, o objeto direto “o sucesso profissional” foi substi- ele a teria organizado e emitido.
tuído por uma oração objetiva direta. Sintaticamente, o valor do termo
(complemento do verbo) é o mesmo. Ocorreu uma transformação de natu- A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apre-
reza nominal para uma de natureza oracional, mas a função sintática de sentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
objeto direto permaneceu preservada.
Observação
2 Os professores de cursinhos ficam muito felizes / quando os alunos No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o
são aprovados. guaxinim.
ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL TEM-
PORAL Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das
narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Rio-
Os professores de cursinhos ficam muito felizes / nos dias das provas. baldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, de
SUJ VERBO PREDICATIVO ADJUNTO ADVERBIAL DE TEMPO Guimarães Rosa.
“Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa;
Apesar de classificados de formas diferentes, os termos indicados con- mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso
tinuam exercendo o papel de elementos adverbiais temporais. do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?”
Exemplo da prova!
Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, lirica-
FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – SECRETÁRIO ESCOLAR (CÓDIGO mente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o
203) Página 3 convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma:
“Ouço o meu grito gritar na voz do vento:
Grassa nessas escolas uma praga de pedagogos de gabinete, que u- - Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
sam o legalismo no lugar da lei e que reinterpretam a lei de modo obtuso,
no intuito de que tudo fique igual ao que era antes. E, para que continue a Características do discurso direto
parecer necessário o desempenho do cargo que ocupam, para que pare- 1. No plano formal, um enunciado em discurso direto é marcado, ge-
çam úteis as suas circulares e relatórios, perseguem e caluniam todo e ralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar,
qualquer professor que ouse interpelar o instituído, questionar os burocra- sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem
tas, ou — pior ainda! — manifestar ideias diferentes das de quem manda na introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir:
escola, pondo em causa feudos e mandarinatos. “E Alexandre abriu a torneira:
O vocábulo “Grassa” poderia ser substituído, sem perda de sentido, por - Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não
ignoram.” (Graciliano Ramos)
(A) Propaga-se. “Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor.” (Cecília
(B) Dilui-se. Meirelles)
“Os que não têm filhos são órfãos às avessas”, escreveu Machado
(C) Encontra-se. de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt)
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a re-
(D) Esconde-se.
cursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e
(E) Extingue-se. a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É
o que observamos neste passo:
http://www.professorvitorbarbosa.com/ “Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avista-
ram o menino:
- Joãozinho!
Discurso Direto.
Nada. Será que ele voou mesmo?”
Discurso Indireto. 2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto pro-
Discurso Indireto Livre vém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fa-
Celso Cunha zendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para o
ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desem-
ENUNCIAÇÃO E REPRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES penha a mera função de indicador das falas.
Comparando as seguintes frases:
“A vida é luta constante” Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diá-
“Dizem os homens experientes que a vida é luta constante” rios de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores
pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a
Notamos que, em ambas, é emitido um mesmo conceito sobre a vida.. maior naturalidade possível”. (E. Zola)

Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como ten- Discurso indireto
do sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como 1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis:
tendo sido formulado por outrem. “Elisiário confessou que estava com sono.”
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso dire-
Estruturas de reprodução de enunciações to, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação
Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de persona- do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o
gens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõiem de três moldes seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria
linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso sido realmente empregada.
indireto e discurso indireto livre. Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire-
to.
Discurso direto 2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se
Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de num só:
Andrade: “Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos)
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá
na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...” Características do discurso indireto
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo
Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim, declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as
deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal como falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subor-

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dinada substantiva, de regra desenvolvida: “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.”
“O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tan- i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
tos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns ca- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
sos.” concluindo:
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção - Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos)
integrante: Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálcu- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
lo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o ti- concluindo que ali não estava o que procurava.”
vesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava
podiam ser onze horas.”(Lima Barreto) Discurso indireto livre
A conjunçào integrante falta, naturalmente, quando, numa constru- Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um ter-
ção em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a for- ceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos
ma reduzida.: dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de
“Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoei- expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria
ro.”(Graça Aranha) (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o empre- dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a
go do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter pre- impressão de que passam a falar em uníssono.
dominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e a-
tualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si o Comparem-se estes exemplos:
personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respira-
não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção es- ção presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um
tilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado de momento em que esteve quase... quase!
um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qual-
narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância com quer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado)
intenções expressivas que só a análise em profundidade de uma “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que es-
dada obra pode revelar. tar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano
Ramos)
Transposição do discurso direto para o indireto “O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da
Do confronto destas duas frases: espinha.
“- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt) Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha domés-
“Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.” tica nem a dos campos possuíam salvação.
Perdido... completamente perdido...”
Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos e- ( H. de C. Ramos)
lementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde
sintático. Características do discurso indireto livre
a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa. Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indi-
Exemplo: “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir reto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do discur-
mais.”(M. de Assis) so direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes,
Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa: verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um
“Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir mais” processo de reprodução de enunciados que combina as características dos
b) Discurso direto: verbo enunciado no presente: dois anteriormente descritos.
“- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto) 1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto li-
Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito: vre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do
“Disse ele com malícia que o major era um filósofo.” escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do per-
c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito: sonagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina).
“- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar) Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode
Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito: levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações
“O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.” dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão
d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente: da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ga-
“- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt) nhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do
Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito: que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é,
“Perguntei se viriam buscar V. muito cedo” muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte
e) Discurso direto: verbo no modo imperativo: passo de Machado de Assis:
“- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo) “Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião
Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo: acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descan-
“Gritaram em volta que seguisse a dança.” sar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não era
f) Discurso direto: enunciado justaposto: nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.”
“O dia vai ficar triste, disse Caubi.” 2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta
Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido construção híbrida:
pela integrante que: a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso
“Disse Caubi que o dia ia ficar triste.” indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas pe-
g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta: culiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma
“Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en- narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elabora-
cantadora?” (Guimarães Rosa) dos;
Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta: b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem
“Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en- neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialis-
cantadora.” tas, em suas páginas de monólogo interior;
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta, c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem
isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso). sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza ex-
“Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis) pressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo pará-
Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, grafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego
aquela, aquilo). conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
características de três estilos diferentes entre si”. xemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado
(Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC- chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversá-
FENAME.) rio. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexí-
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES: veis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual
se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público?
exercícios de Interpretação de texto (Veja, 02.12.2009)

Leia o texto para responder às próximas 3 questões. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 4 - De acordo com o texto, os brasileiros são
piores do que outros povos em
Sobre os perigos da leitura (A) eficiência de correios e andar a pé.
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente (B) ajuste de relógios e andar a pé.
da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o (C) marcar compromissos fora de hora.
que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabili- (D) criar desculpas para atrasos.
dade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 (E) dar satisfações por atrasos.
minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada?
Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam- (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 5 - Pondo foco no processo de coesão textual
se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um
leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os (A) jornalista.
meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a (B) economista.
mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esfor- (C) cronometrista.
çando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de (D) ensaísta.
todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...] (E) psicólogo.
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o
oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 6 - A expressão chá de cadeira, no texto, tem o
de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear significado de
os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treina- (A) bebida feita com derivado de pinho.
dos durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre (B) ausência de convite para dançar.
os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! (C) longa espera para conseguir assento.
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse (D) ficar sentado esperando o chá.
se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado (E) longa espera em diferentes situações.
pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) Leia o texto para responder às próximas 4 questões.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 1 - De acordo com o texto, os candidatos


(A) não tinham assimilado suas leituras.
(B) só conheciam o pensamento alheio.
(C) tinham projetos de pesquisa deficientes.
(D) tinham perfeito autocontrole.
(E) ficavam em fila, esperando a vez.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 2 - O autor entende que os candidatos deveriam


(A) ter opiniões próprias.
(B) ler os textos requeridos.
(C) não ter treinamento escolar.
(D) refletir sobre o vazio.
(E) ter mais equilíbrio.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 3 - A expressão “um vazio imenso” (3.º parágra-


fo) refere-se a
(A) candidatos.
(B) pânico.
(C) eles.
(D) reação.
(E) esse campo.

Leia o texto para responder às próximas 3 questões.


No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da
no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry,
31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de
tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasa- dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de
dos – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a
analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa
distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente do Mundo de 2010. (...)
ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular,
nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que
lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O
oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres. serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços Gillette, diz que não.
culturais de um país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça
tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcan-
dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar ce, sua publicidade.
atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por e-

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação
futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga
milhões de dólares anuais. (...) gigantesca de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes
(Veja, 02.11.2009. Adaptado) são afetadas. E não se trata apenas de pequenas alterações, mas de
mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 7 - A palavra jogada, em – A jogada previne os vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.(Thomaz Wood
efeitos desastrosos para venda de seus produtos... – refere-se ao fato de Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptações)

(A) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França. (MP/RS – 2010 – FCC) 11 - O assunto do texto está corretamente resumi-
(B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês. do em:
(C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo. (A) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros
(D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda. especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as cone-
(E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou. xões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do
cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 8 - A expressão o gato subiu no telhado é parte (B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de
de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abrupta- diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa
mente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos.
dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, (C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações
depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, no funcionamento do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraí-
a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira: das, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados.
(D) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percep-
(A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da Fran- ção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de
ça. textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do
(B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé. usuário.
(C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade
(D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concre-
(E) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instá- tas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da inter-
vel. net.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 9 - A expressão diz que não, no final do 2.º (MP/RS – 2010 – FCC) 12 - Curiosamente, no caso da internet, os verda-
parágrafo, significa que deiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes. O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo,
(A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. (A) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado,
(B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito. ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website.
(C) a repercussão na França foi bastaPnte negativa. (B) apoia-se nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de
(D) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette. estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano.
(E) os publicitários franceses se opõem a Thierry. (C) condena, desde o início, as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado
vemprovocando danos em partes do cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 10 - Segundo a revista Forbes, (D) considera, como base inicial de constatação a respeito do uso da inter-
(A) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente. net, que ela nos torna menos sensíveis a sentimentos como compaixão e
(B) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade. piedade.
(C) o jogador francês possui contratos publicitários milionários. (E) questiona a ausência de fundamentos científicos que, no caso da inter-
(D) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões. net, [...]deveriam, sim, provocar reações muito estridentes.
(E) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade.
As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.
As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.
Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo Também nas cidades de porte médio, localizadas nas vizinhanças das
"Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país, as pessoas tendem
revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos diários, como
website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is mostram dados do Departamento Nacional de Trânsito. Em consequência,
doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa lingua- congestionamentos, acidentes, poluição e altos custos de manutenção da
gem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica. malha viária passaram a fazer parte da lista dos principais problemas
Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais desses municípios.
estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais,
caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas
provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. A facilida-
científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a inter- de de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que têm
net está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do colaborado para a realização do sonho de ter um carro. E os brasileiros
que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas
sentimentos como compaixão e piedade. distâncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos
O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímu- alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo
los, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos aumento da frota.
e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No Além disso, carro continua a ser sinônimo de status para milhões de brasi-
entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar leiros de todas as regiões. A sua necessidade vem muitas vezes em se-
nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofistica- gundo lugar. Há 35,3 milhões de veículos em todo o país, um crescimento
dos. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de de 66% nos últimos nove anos. Não por acaso oito Estados já registram
exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios.
elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em (O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 11 de setembro de 2010,
estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segun- com adaptações)
do o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que
promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado super-
ficial."

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(MP/RS – 2010 – FCC) 13 - Não por acaso oito Estados já registram mais O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve
mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. A afirmativa final do Jobs, e o fez render-se às propostas do “ecologicamente correto” – ele era
texto surge como duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente
(A) constatação baseada no fato de que os brasileiros desejam possuir um prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preo-
carro, mas perdem muito tempo em congestionamentos. cupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro
(B) observação irônica quanto aos problemas decorrentes do aumento na com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer
utilização de carros, com danos provocados ao meio ambiente. chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale
(C) comprovação de que a compra de um carro é sinônimo de status e, por de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se colo-
isso, constitui o maior sonho de consumo do brasileiro. que a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no
(D) hipótese de que a vida nas cidades menores tem perdido qualidade, cartucho – o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém
pois os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador.
para percorrer curtas distâncias. Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em gran-
(E) conclusão coerente com todo o desenvolvimento, a partir de um título des empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora.
que poderia ser: Carro, problema que se agrava. (Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado)

(MP/RS – 2010 – FCC) 14 - As ideias mais importantes contidas no 2o (CREMESP – 2011 - VUNESP) 15 - Leia o trecho: Vai bem a convivência
parágrafo constam, com lógica e correção, de: entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área
(A) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos ambiental. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpreta-
que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cida- da como
des menores, e os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus (A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um
carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos novo celular com fibra de bambu.
alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo (B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que
aumento da frota. evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
(B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as
geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa.
de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner
passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, Group para criar celulares sem o uso de carbono.
apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os (E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos
danos provocados ao meio ambiente. que não agridam o meio ambiente.
(C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de
desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em (CREMESP – 2011 - VUNESP) 16 - Em – Computadores “limpos” fazem
progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas
isenção de impostos, que são alguns dos elementos que têm colaborado pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por:
para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro. (A) com material reciclado.
(D) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das (B) feitos com garrafas plásticas.
capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que (C) com arquivos de bambu.
tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos (D) feitos com materiais retirados da natureza.
anos pela facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos (E) com teclado feito de alumínio.
elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro.
(E) Os brasileiros de cidades menores passaram até a percorrer curtas (CREMESP – 2011 - VUNESP) 17 - A partir da leitura do texto, pode-se
distâncias com seus carros, pela facilidade de crédito e a isenção de impos- concluir que
tos, que são elementos que têm colaborado para a realização do sonho de (A) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial.
tê-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice (B) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com
de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumenta- que são feitos.
das em progressão geométrica nos últimos anos. (C) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa.
(D) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade.
(E) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas
Leia o texto para responder às próximas 4 questões. assegurado.

Os eletrônicos “verdes” (CREMESP – 2011 - VUNESP) 18 - O presidente da Apple, Steve Jobs,


(A) preocupa-se com o carbono emitido na fabricação de produtos eletrôni-
Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politi- cos.
camente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde” que a (B) pesquisa acerca do uso de bambu em teclados de laptops.
Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas (C) descobriu que impressoras cujos cartuchos são de borra de chá não
recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com duram muito.
certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na (D) responsabiliza a fabricação de celulares pelas emissões de dióxido de
fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de carbono no meio ambiente.
garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia (E) está de acordo com outras empresas a favor do uso de materiais reci-
ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: tratase do Eco Book que cláveis em eletrônicos.
exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos” fazem
uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do (CREMESP – 2011 - VUNESP) 19 - No texto, o estudo realizado pela
impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pes- Comunidade do Vale do Silício
quisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que (A) é o primeiro passo para a implantação de laptops feitos com tiras de
a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas bambu.
as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. (B) contribuirá para que haja mais lucro nas empresas, com redução de
Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Co- custos.
munidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde” permitirá (C) ainda está pesquisando acerca do uso de mercúrio em eletrônicos.
adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir (D) será decisivo para evitar o efeito estufa na atmosfera.
os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da (E) permite a criação de uma impressora que funciona com energia mecâ-
Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes” tam- nica.
bém conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto
ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável. Leia o texto para responder à questão a seguir.

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
Quanto veneno tem nossa comida? Canto – 5 letras e 4 fonemas
Desde que os pesticidas sintéticos começaram a ser produzidos em larga Tempo – 5 letras e 4 fonemas
escala, na década de 1940, há dúvidas sobre o perigo para a saúde huma- Campo – 5 letras e 4 fonemas
na. No campo, em contato direto com agrotóxicos, alguns trabalhadores Chuva – 5 letras e 4 fonemas
rurais apresentaram intoxicações sérias. Para avaliar o risco de gente que
apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A partir do resultado determinado som.
desses testes e da análise de alimentos in natura (para determinar o grau
de resíduos do pesticida na comida), a Agência Nacional de Vigilância CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Sanitária (Anvisa) estabelece os valores máximos de uso dos agrotóxicos
para cada cultura. Esses valores têm sido desrespeitados, segundo as VOGAIS
amostras da Anvisa. Alguns alimentos têm excesso de resíduos, outros têm
resíduos de agrotóxicos que nem deveriam estar lá. Esses excessos, a, e, i, o, u
A E I O U
isoladamente, não são tão prejudiciais, porque em geral não ultrapassam
os limites que o corpo humano aguenta. O maior problema é que eles se SEMIVOGAIS
somam – ninguém come apenas um tipo de alimento.(Francine Lima, Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
Revista Época, 09.08.2010) mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-
sou-ro, Pa-ra-guai.
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 20 - Com a leitura do texto, pode-se afir-
mar que CONSOANTES
(A) segundo testes feitos em animais, os agrotóxicos causam intoxicações.
(B) a produção em larga escala de pesticidas sintéticos tem ocasionado B Cb,
D c,
F Gd,Hf,J g,K h,
L j,
M l,N m,
K Pn,Rp,Sq,T r,
V s,
X t,
Z v,
Y x,
Wz
doenças incuráveis.
(C) as pessoas que ingerem resíduos de agrotóxicos são mais propensas a ENCONTROS VOCÁLICOS
terem doenças de estômago. A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
(D) os resíduos de agrotóxicos nos alimentos podem causar danos ao encontro vocálico.
organismo. Ex.: cooperativa
(E) os cientistas descobriram que os alimentos in natura têm menos resí-
duos de agrotóxicos. Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
http://www.gramatiquice.com.br/2011/02/exercicios-interpretacao-de-texto-
ii_02.html DITONGO
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
RESPOSTAS Dividem-se em:
01. B 11. C - orais: pai, fui
02. A 12. B - nasais: mãe, bem, pão
03. E 13. E - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
04. B 14. B - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
05. E 15. E
06. E 16. A TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
07. B 17. C Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
08. E 18. E
09. A 19. B HIATO
10. C 20. D Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
FONÉTICA E FONOLOGIA zo

Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo- SÍLABA
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. numa só emissão de voz.

Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. • Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
fonemas. li-da-de.
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
nemas. TONICIDADE
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.
sinal gráfico que representa o som. Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá,
pá.
Vejamos alguns exemplos:
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i em:
Corre – letras: 5: fonemas: 4 • Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
Hora – letras: 4: fonemas: 3 mi-nó.
Aquela – letras: 6: fonemas: 5 • Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-
Guerra – letras: 6: fonemas: 4 ter, a-má-vel, qua-dro.
Fixo – letras: 4: fonemas: 5 • Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do,

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
ENCONTROS CONSONANTAIS d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. se análise, trombose, etc.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
DÍGRAFOS causa.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com- f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
posta para um som simples. em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
Há os seguintes dígrafos: der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
Exs.: chave, malha, ninho. 2. Escrevem-se em Z.
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
ss. mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
Exs. : carro, pássaro. organizado; realizar: realização, realizado, etc.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer- c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
rando a sílaba em uma palavra. chapeuzinho, cãozito, etc.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
NOTAÇÕES LÉXICAS
1. Escrevem-se com X
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
feixe, etc.
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
São os seguintes:
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
árvore que produz o látex).
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco-
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
ra;
chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).

2. Escrevem-se com CH:


ORTOGRAFIA OFICIAL a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
la, piche, pichar, tchau.
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se
Eis algumas observações úteis:
distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos:
DISTINÇÃO ENTRE J E G • brocha (pequeno prego)
1. Escrevem-se com J: • broxa (pincel para caiação de paredes)
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, • chá (planta para preparo de bebida)
canjerê, pajé, etc. • xá (título do antigo soberano do Irã)
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije- • chalé (casa campestre de estilo suíço)
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. • xale (cobertura para os ombros)
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, • chácara (propriedade rural)
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. • xácara (narrativa popular em versos)
d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. • cheque (ordem de pagamento)
e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais • xeque (jogada do xadrez)
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. • cocho (vasilha para alimentar animais)
• coxo (capenga, imperfeito)
2. Escrevem-se com G:
a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
ferrugem, etc. Observe o quadro das correlações:
b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.

DISTINÇÃO ENTRE S E Z
1. Escrevem-se com S:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Correlações Exemplos
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial Mal e mau
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter “Mal” pode atuar com substantivo, relativo a alguma doença; advérbio,
- detenção; reter - retenção denotando erradamente, irregularmente; e como conjunção, indicando
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer-
tempo. De acordo com o sentido, tal expressão sempre se opõe a bem:
rt - rs são;
pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor-
corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão tado bem)
sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão “Mau” opõe-se a bom, ocupando a função de adjetivo:
ced - cess sentir - senso, sensível, consenso Pedro é um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter-
gred - gress cessão. Ao encontro de / de encontro a
exceder - excessivo (exceto exceção) “Ao encontro de” significa ser favorável, aproximar-se de algo:
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão -
Suas ideias vão ao encontro das minhas. (São favoráveis)
tir - ssão progresso - progressivo
imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres- “De encontro a” denota oposição a algo, choque, colisão:
são. O carro foi de encontro ao poste.
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
(re)percutir - (re)percussão Afim e a fim
“Afim” indica semelhança, relacionando-se com a ideia relativa à afinidade:
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES Na faculdade estudamos disciplinas afins.
“A fim” indica ideia de finalidade:
Estudo a fim de que possa obter boas notas.
Mas ou mais: dúvidas de ortografia
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte A par e ao par
“A par” indica o sentido voltado para “ciente, estar informado acerca de
Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expressões geralmente são algo”:
alvo de questionamentos por parte dos usuários da língua. Ele não estava a par de todos os acontecimentos.
“Ao par” representa uma expressão que indica igualdade, equivalência ente
Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padrão formal da lingua- valores financeiros:
gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa Algumas moedas estrangeiras estão ao par.
postura enquanto usuários do sistema linguístico. Contudo, tal situação não
parece assim tão simples, haja vista que alguns contratempos sempre Demais e de mais
tendem a surgir. Um deles diz respeito a questões ortográficas no mo- “Demais” pode atuar como advérbio de intensidade, denotando o sentido de
mento de empregar esta ou aquela palavra. “muito”:
Nesse sentido nunca é demais mencionar que o emprego correto de um A vítima gritava demais após o acidente.
determinado vocábulo está intimamente ligado a pressupostos semânticos, Tal palavra pode também representar um pronome indefinido, equivalendo-
visto que cada vocábulo carrega consigo uma marca significativa de senti- se “aos outros, aos restantes”:
do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos Não se importe com o que falam os demais.
sonoros, bem como nos aspectos gráficos, traduzem significados distintos, “De mais” se opõe a de menos, fazendo referência a um substantivo ou a
aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos um pronome:
bom uso da nossa língua sempre que a situação assim o exigir. Ele não falou nada de mais.
Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte-
rísticas que nutrem algumas expressões que rotineiramente utilizamos. Senão e se não
Entre elas, destacamos: “Senão” tem sentido equivalente a “caso contrário” ou a “não ser”:
É bom que se apresse, senão poderá chegar atrasado.
Mas e mais “Se não” se emprega a orações subordinadas condicionais, equivalendo-se
A palavra “mas” atua como uma conjunção coordenada adversativa, de- a “caso não”:
vendo ser utilizada em situações que indicam oposição, sentido contrário. Se não chover iremos ao passeio.
Vejamos, pois:
Esforcei-me bastante, mas não obtive o resultado necessário. Na medida em que e à medida que
Já o vocábulo “mais” se classifica como pronome indefinido ou advérbio de “Na medida em que” expressa uma relação de causa, equivalendo-se a
intensidade, opondo-se, geralmente, a “menos”. Observemos: “porque”, “uma vez que” e “já que”:
Ele escolheu a camiseta mais cara da loja. Na medida em que passava o tempo, a saudade ia ficando cada vez mais
apertada.
Onde e aonde “À medida que” indica a ideia relativa à proporção, desenvolvimento grada-
“Aonde” resulta da combinação entre “a + onde”, indicando movimento para tivo:
algum lugar. É usada com verbos que também expressem tal aspecto (o de À medida que iam aumentando os gritos, as pessoas se aglomeravam
movimento). Assim, vejamos: ainda mais.
Aonde você vai com tanta pressa?
“Onde” indica permanência, lugar em que se passa algo ou que se está. Nenhum e nem um
Portanto, torna-se aplicável a verbos que também denotem essa caracterís- “Nenhum” representa o oposto de algum:
tica (estado ou permanência). Vejamos o exemplo: Nenhum aluno fez a pesquisa.
Onde mesmo você mora? “Nem um” equivale a nem sequer um:
Nem uma garota ganhará o prêmio, quem dirá todas as competidoras.
Que e quê
O “que” pode assumir distintas funções sintáticas e morfológicas, entre elas Dia a dia e dia-a-dia (antes da nova reforma ortográfica grafado com
a de pronome, conjunção e partícula expletiva de realce: hífen):
Convém que você chegue logo. Nesse caso, o vocábulo em questão atua Antes do novo acordo ortográfico, a expressão “dia-a-dia”, cujo sentido
como uma conjunção integrante. fazia referência ao cotidiano, era grafada com hífen. Porém, depois de
Já o “quê”, monossílabo tônico, atua como interjeição e como substantivo, instaurado, passou a ser utilizada sem dele, ou seja:
em se tratando de funções morfossintáticas: O dia a dia dos estudantes tem sido bastante conturbado.
Ela tem um quê de mistério.

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Já “dia a dia”, sem hífen mesmo antes da nova reforma, atua como uma
locução adverbial referente a “todos os dias” e permaneceu sem nenhuma EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
alteração, ou seja:
Ela vem se mostrando mais competente dia a dia. Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
Fim-de-semana e fim de semana Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
A expressão “fim-de-semana”, grafada com hífen antes do novo acordo, faz No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
referência a “descanso”, diversão, lazer. Com o advento da nova reforma letra maiúscula.
ortográfica, alguns compostos que apresentam elementos de ligação, como 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
é o caso de “fim de semana”, não são mais escritos com hífen. Portanto, o sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
correto é: Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Como foi seu fim de semana? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
“Fim de semana” também possui outra acepção semântica (significado), O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
relativa ao final da semana propriamente dito, aquele que começou no 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
domingo e agora termina no sábado. Assim, mesmo com a nova reforma religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ortográfica, nada mudou no tocante à ortografia: do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Viajo todo fim de semana. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
Vânia Maria do Nascimento Duarte etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
O uso dos porquês
Estado, Pátria, União, República, etc.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês órgãos públicos, etc.:
para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto. Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Por que 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
O por que tem dois empregos diferenciados: científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefini- Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
do que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”: Manhã, Manchete, etc.
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão) 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo) Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, Oriente, o falar do Norte.
pelas quais. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual) 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Por quê
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por Escrevem-se com letra inicial minúscula:
quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
motivo”, “por qual razão”. nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
empregados em sentido geral:
Porque São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
vez que”, “para que”. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois) 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que) "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Porquê "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanha- mirra." (Manuel Bandeira)
do de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar con- ORTOGRAFIA OFICIAL
centrada. (motivo) Novo Acordo Ortográfico
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Por Sabrina Vilarinho
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas
FORMAS VARIANTES da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
aluguel ou aluguer hem? ou hein? dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
amídala ou amígdala infarto ou enfarte Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
assobiar ou assoviar laje ou lajem falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula sua implementação.
azaléa ou azaleia nenê ou nenen É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a
bílis ou bile quatorze ou catorze ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsisti-
carroçaria ou carroceria taramela ou tramela rão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma
chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis
ou Acordos.
debulhar ou desbulhar ou relampar
fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal
• I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira des- • US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
complicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a
Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes
(semivogal+vogal):
Alfabeto Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhu- Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,
ma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios público, pároco, proparoxítona.
e palavras importadas do idioma inglês, como: QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
km – quilômetro,
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
Trema • Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus IMPORTANTE
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
o “ü” lê-se “i”)
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
Quanto À Posição Da Sílaba Tônica sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
5. Trema
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” 6. Acento Diferencial
O acento diferencial permanece nas palavras:
pôde (passado), pode (presente)
Ex.
pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo
Chá Mês nós está no singular ou plural:
Gás Sapé cipó
SINGULAR PLURAL
Dará Café avós
Pará Vocês compôs Ele tem Eles têm
vatapá pontapés só Ele vem Eles vêm
Aliás português robô Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
dá-lo vê-lo avó conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói Trema
pastéis Chapéus anzóis Não se usa mais o trema, salvo em nomes próprios e seus derivados.
ninguém parabéns Jerusalém Acento diferencial
Resumindo: Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja 1. Para (verbo) de para (preposição)
um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo”
são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras. “Esse carro velho para em toda esquina”.
“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”.
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (subs-
• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. tantivo)
• N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. 2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).
• R – câncer, caráter, néctar, repórter. 3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica).
• X – tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma
contexto. coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já
Acento agudo dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação.
Ditongos abertos “ei”, “oi” Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir
Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
na penúltima sílaba. Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo
He-roi-co ji-boi-a Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de
As-sem-blei-a i-dei-a cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas
Pa-ra-noi-co joi-a na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.
OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?
o som delas estiverem aberto. Regra Geral
Céu véu
Dói herói A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não
Chapéu beleléu tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento) encostado em prefixos:
Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando
forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo. • pré-história
feiura baiuca • anti-higiênico
cheiinho saiinha • sub-hepático
boiuno • super-homem
Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI”
e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira: Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte) Anti-inflamatório neoliberalismo
Arguo apazigue Supra-auricular extraoficial
Enxague arguem Arqui-inimigo semicírculo
Delinguo sub-bibliotecário superintendente
Acento Circunflexo Quanto ao “R” e o “S”, se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá
Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”. ser dobrada:
Creem veem suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
Deem releem minissaia antisséptico
Leem descreem contrarregra megassaia
Voo perdoo Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito
enjoo nenhum.
Outras dicas
Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acen- • Sub-reino
tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero • ab-rogar
beber água de côco”. • sob-roda
Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir
a excremento. ATENÇÃO!
Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras
colocar acento em coco. iguais, SEPARA.
Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o super-requintado super-realista
critério das oposições: inter-resistente
Imagem armazém
CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN
Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.
Jovens provéns Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:
Paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento, mas as oxítonas Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente ,
levam. Vizo-rei
Útil sutil Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.
Paroxítonas terminadas em “L” têm acento, mas as oxítonas não levam pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore
porque o “L”, o “R” e o “Z” deixam a sílaba em que se encontram natural- pró-africano, pró-europeu, pós-graduação
mente forte, não é preciso um acento para reforçar isso. Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais.
É por isso que: as palavras “rapaz, coração, Nobel, capataz, pastel, bom- Pan-americano, circum-escola
bom; verbos no infinitivo (terminam em –ar, -er, -ir) doar, prover, consu- OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.
mir são oxítonas e não precisam de acento. Quando terminarem do mesmo NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
jeito e forem paroxítonas, então vão precisar de acento. Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.
ATENÇÃO!
Uso do Hífen Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)
Coordenar reedição preestabelecer
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do Hífen
Coordenação refazer preexistir
Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande Coordenador reescrever prever
queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita Coobrigar relembrar

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cooperação reutilização 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
Cooperativa reelaborar não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
“LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo
abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra,
compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você
Ex.
usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas
vai te parecer mais familiar.
Chá Mês nós
REGRA GERAL (Resumindo)
Gás Sapé cipó
Letras iguais, separa com hífen(-). Dará Café avós
Letras diferentes, junta. Pará Vocês compôs
O “H” não tem personalidade. Separa (-). vatapá pontapés só
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se
Aliás português robô
juntam com consoantes.
http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico- dá-lo vê-lo avó
descomplicado-parte-i/ recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
ACENTUAÇÃO GRÁFICA - resumo réis (moeda) Véu dói
méis céu mói
ORTOGRAFIA OFICIAL
pastéis Chapéus anzóis
Por Paula Perin dos Santos
ninguém parabéns Jerusalém
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário Resumindo:
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató- Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve palavras.
sua implementação.
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. • R – câncer, caráter, néctar, repórter.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de • X – tórax, látex, ônix, fênix.
Leis ou Acordos. • PS – fórceps, Quéops, bíceps.
• Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de- • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus.

Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira


Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-
descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
tes (semivogal+vogal):
a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

Alfabeto 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.


A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma temo, público, pároco, proparoxítona.
novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
palavras importadas do idioma inglês, como: QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
km – quilômetro,
kg – quilograma 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.

Trema • Formarem sílabas sozinhos ou com “S”


Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai IMPORTANTE
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”,
o “ü” lê-se “i”) se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?

QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos 6. Qual das frases abaixo está redigida de acordo com a nova ortografia?
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. a) É preciso ter autoestima e autocontrole para coordenar o projeto de
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a infraestrutura recém-aprovado,
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. ainda muito polêmico e com ajustes a fazer.
b) É preciso ter auto-estima e autocontrole para coordenar o projeto de
5. Trema infra-estrutura recém-aprovado,
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai ainda muito polemico e com ajustes a fazer.
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, c) É preciso ter auto-estima e autocontrole para co-ordenar o projeto de
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”) infraestrutura recémaprovado,
ainda muito polêmico e com ajustes a fazer.
6. Acento Diferencial d) É preciso ter auto-estima e auto-controle para coordenar o projeto de
infra-estrutura recém-aprovado,
O acento diferencial permanece nas palavras: ainda muito polemico e com ajustes a fazer.
pôde (passado), pode (presente) e) É preciso ter auto-estima e auto-controle para co-ordenar o projeto de
pôr (verbo), por (preposição) infraestrutura recém-aprovado,
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do ainda muito polêmico e com ajústes a fazer.
verbo está no singular ou plural:
7. Em quais das alternativas abaixo há apenas palavras grafadas de acordo
SINGULAR PLURAL com a nova ortografia da língua portuguesa?
a) Pára-choque, ultrassonografia, relêem, União Européia, inconseqüen-
Ele tem Eles têm te, arquirrival, saúde
Ele vem Eles vêm b) Para-choque, ultrassonografia, releem, União Europeia, inconsequen-
te, arquirrival, saude
c) Para-choque, ultrassonografia, releem, União Europeia, inconsequen-
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
te, arquirrival, saúde
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
d) Parachoque, ultra-sonografia, releem, União Européia, inconsequente,
arqui-rival, saúde
EXERCÍCIOS e) Pára-choque, ultra-sonografia, relêem, União Européia, inconseqüen-
te, arqui-rival, saúde
1. Com o novo acordo, quantas letras passa a ter o alfabeto da língua
portuguesa? Respostas:
a) 23 1. b
b) 26 2. d
c) 28 3. d
d) 20 4. d
e) 21 5. a
6. a
2. A regra atual para acentuação no português do Brasil manda acentuar 7. c
todos os ditongos abertos “éu”, “éi”, “ói” (como ‘assembléia’, ‘céu’ ou ‘dói’).
Pelo novo acordo, palavras desse tipo passam a ser escritas:
a) Assembléia, dói, céu
DIVISÃO SILÁBICA
b) Assembléia, doi, ceu
c) Assembléia, dói, ceu Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,
d) Assembleia, dói, céu GU.
e) Assembleia, doi, céu 1- chave: cha-ve
aquele: a-que-le
3. Pela nova regra, apenas uma dessas palavras pode ser assinalada com palha: pa-lha
acento circunflexo. Qual delas? manhã: ma-nhã
a) Vôo guizo: gui-zo
b) Crêem
c) Enjôo Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
d) Pôde a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
e) Lêem 2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar
4. Qual das alternativas abaixo apresenta todas as palavras grafadas flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
corretamente: globo: glo-bo fraco: fra-co
a) bússola, império, platéia, cajú, Panamá implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
b) bussola, imperio, plateia, caju, Panama atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
c) bússola, imperio, plateia, caju, Panamá prato: pra-to
d) bússola, império, plateia, caju, Panamá
e) bussola, imperio, plateia, cajú, Panamá Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.
3- correr: cor-rer desçam: des-çam
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to
5. De acordo com as novas regras para o hífen, passarão a ser corretas as fascinar: fas-ci-nar
grafias:
a) Coautor, antissocial e micro-ondas Não se separam as letras que representam um ditongo.
b) Co-autor, anti-social e micro-ondas 4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
c) Coautor, antissocial e microondas cárie: cá-rie
d) Co-autor, antissocial e micro-ondas
e) Coautor, anti-social e microondas Separam-se as letras que representam um hiato.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Meninos, prestem atenção!
Não se separam as letras que representam um tritongo. Termópilas, o meu amigo, é escritor.
6- Paraguai: Pa-ra-guai • Nos termos independentes entre si:
saguão: sa-guão O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba caso é usado o duplo emprego da vírgula:
que a antecede. Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias droeira.
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter • Após alguns adjuntos adverbiais:
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz No dia seguinte, viajamos para o litoral.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba da vírgula:
que a segue Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
8- pneumático: pneu-má-ti-co • Após a primeira parte de um provérbio.
gnomo: gno-mo O que os olhos não veem, o coração não sente.
psicologia: psi-co-lo-gia • Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pera e de abacate.
No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em RETICÊNCIAS
sílabas separadas.
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
9- sublingual: sub-lin-gual
Não me disseste que era teu pai que ...
sublinhar: sub-li-nhar
• Para realçar uma palavra ou expressão.
sublocar: sub-lo-car
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
Preste atenção nas seguintes palavras: Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
trei-no so-cie-da-de
gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a PONTO E VÍRGULA
ra-diou-vin-te ca-o-lho • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
te-a-tro co-e-lho alguma simetria entre si.
du-e-lo ví-a-mos "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
a-mné-sia gno-mo cido, guardando consigo a ponta farpada. "
co-lhei-ta quei-jo • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co interior.
dig-no e-nig-ma Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
e-clip-se Is-ra-el calmo, resolveu o problema sozinho.
mag-nó-lia
DOIS PONTOS
SINAIS DE PONTUAÇÃO • Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia:
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
pausas da linguagem oral. passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que".
PONTO • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- or:
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
comuns ele é chamado de simples. • Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). TRAVESSÃO
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
PONTO DE INTERROGAÇÃO palavras ou frases
É usado para indicar pergunta direta. – "Quais são os símbolos da pátria?
Onde está seu irmão? – Que pátria?
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos).
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. – "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra
A mim ?! Que ideia! vez.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma
coisa". (M. Palmério).
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
• Usa-se para separar orações do tipo:
É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
– Avante!- Gritou o general.
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.
Ó jovens! Lutemos!
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam
VÍRGULA uma cadeia de frase:
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau- • A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
sa na fala. Emprega-se a vírgula: • A ponte Rio – Niterói.
• Nas datas e nos endereços: • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Largo do Paissandu, 128.
ASPAS
• No vocativo e no aposto:
Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
São usadas para:
• Indicar citações textuais de outra autoria. CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se A:
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Viajaremos à Colômbia.
Há quem goste de “jazz-band”. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
• Para enfatizar palavras ou expressões: Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. neza, etc.
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. Viajaremos a Curitiba.
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Em casos de ironia: • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. modifique.
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos.
PARÊNTESES • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Empregamos os parênteses: Às 8 e 15 o despertador soou.
• Nas indicações bibliográficas. • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
"Sede assim qualquer coisa. da” ou "maneira":
serena, isenta, fiel". Aos domingos, trajava-se à inglesa.
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos Referia-se à Casa Gebara.
fora das órbitas. Amália se volta)". • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
(G. Figueiredo) Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de Voltou à terra onde nascera.
fome." Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
(C. Lispector) Mas:
• Para isolar orações intercaladas: Os marinheiros vieram a terra.
"Estou certo que eu (se lhe ponho O comandante desceu a terra.
Minha mão na testa alçada) • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
Sou eu para ela." artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
(M. Bandeira) Vou até a (á ) chácara.
Cheguei até a(à) muralha
• A QUE - À QUE
COLCHETES [ ] Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. ocorrerá crase:
Houve um palpite anterior ao que você deu.
ASTERISCO Houve uma sugestão anterior à que você deu.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
alguma nota (observação). ocorrerá crase.
Não gostei do filme a que você se referia.
BARRA Não gostei da peça a que você se referia.
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
abreviaturas. A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
de:
Meu palpite é igual ao de todos
CRASE Minha opinião é igual à de todos.

Crase é a fusão da preposição A com outro A. NÃO OCORRE CRASE


Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. • antes de nomes masculinos:
Andei a pé.
EMPREGO DA CRASE Andamos a cavalo.
• em locuções adverbiais: • antes de verbos:
à vezes, às pressas, à toa... Ela começa a chorar.
• em locuções prepositivas: Cheguei a escrever um poema.
em frente à, à procura de... • em expressões formadas por palavras repetidas:
• em locuções conjuntivas: Estamos cara a cara.
à medida que, à proporção que... • antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
as Escrevi a Vossa Excelência.
Fui ontem àquele restaurante. Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: • quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
Refiro-me àquilo e não a isto. Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas.
A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos: SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO
Entreguei o livro a(à) sua secretária . E FIGURADO DAS PALAVRAS.
• diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
(desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
Semântica (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição /
onicolor - unicolor.
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) -
São (santo)
Conotação e Denotação:
 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro  Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
sobre a relação entre significantes, tais
Sinônimo
como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a
sua denotação.
Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
e semiótica. enfadonhos.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a Eufemismo
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção conhecida como eufemismo).
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica Exemplos:
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
• gordo - obeso
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
• morrer - falecer
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em
consideração: Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
Sinônimos Perfeitos
que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos:
Se o significado é idêntico.
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado,
Exemplos:
remoto.
• avaro – avarento,
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais • léxico – vocabulário,
que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: • falecer – morrer,
Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
• escarradeira – cuspideira,
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de • língua – idioma
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, • catorze - quatorze
ou seja, os homônimos:
As homônimas podem ser: Sinônimos Imperfeitos
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
 Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso
Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa Antônimo
singular presente indicativo do verbo consertar); Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário
(também oposto ou inverso) à outra.
 Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso
Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que
(substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo); chame atenção do leitor ou do ouvinte.
 Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: Palavra Antônimo
cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo aberto fechado
(verbo) - cedo (advérbio);
alto baixo
 Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais bem mal
palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
bom mau
pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura bonito feio
(atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação demais de menos
decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar doce salgado
(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
forte fraco Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
(substantivo).
gordo magro
salgado insosso Parônimo
amor ódio Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
seco molhado semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
grosso fino diferentes.
duro mole O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
doce amargo pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
grande pequeno
Exemplos
soberba humildade Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
louvar censurar acender. verbo - ascender. subir
bendizer maldizer acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
ativo inativo comprimento. extensão - cumprimento. saudação
simpático antipático coro (cantores) - couro (pele de animal)
progredir regredir deferimento. concessão - diferimento. adiamento
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
rápido lento
descrição. representação - discrição. reserva
sair entrar descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
sozinho acompanhado despensa. compartimento - dispensa. desobriga
concórdia discórdia destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
pesado leve eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
quente frio emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
presente ausente enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
enformar. meter em fôrma - informar. avisar
escuro claro
entender. compreender - intender. exercer vigilância
inveja admiração lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafo peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na recrear. divertir - recriar. criar de novo
pronúncia. se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
Exemplos vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
• rego (subst.) e rego (verbo); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
• colher (verbo) e colher (subst.); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• jogo (subst.) e jogo (verbo);
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
• Sede: lugar e Sede: avidez;
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
Homófono seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
tipos de palavras homófonas, que são: A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
• Homófonas heterográficas no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
• Homófonas homográficas interpretações.
Homófonas heterográficas
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas Observe os exemplos
heterográficas (diferentes na escrita). Denotação
Exemplos As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
cozer / coser;
cozido / cosido; Conotação
censo / senso As estrelas do cinema.
consertar / concertar O jardim vestiu-se de flores
conselho / concelho O fogo da paixão
paço / passo
noz / nós SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
hera / era
ouve / houve As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
voz / vós figurado:
cem / sem Construí um muro de pedra - sentido próprio
acento / assento Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
Homófonas homográficas A água pingava lentamente – sentido próprio.
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
homográficas (iguais na escrita).
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.
Exemplos
Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários
deriva do substantivo jantar, e está classificado como elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
neologismo. palavras.

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• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas
Exs.: por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo,
cinzeiro = cinza + eiro grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alco-
endoidecer = en + doido + ecer ômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino
predizer = pre + dizer / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);

Os principais elementos móficos são : • Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
zum, miau);
RADICAL
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua
compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
enterrar = en + terra + ar • Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se-
pronome = pro + nome quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)
PREFIXO
É o elemento mórfico que vem antes do radical. • Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala-
Exs.: anti - herói in - feliz vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos

SUFIXO
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
É o elemento mórfico que vem depois do radical.
Exs.: med - onho cear – ense ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE-
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES).
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
SUBSTANTIVOS
As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá- Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis- me aos seres em geral.
mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala- São, portanto, substantivos.
vras encontramos a seguinte divisão: a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
• palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
lho, corrida, tristeza beleza altura.
• palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
• palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
• palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, rio, cidade, pais, menino, aluno
aguardente) b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci- cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
mento dos seguintes processos de formação: c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi- priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
cais. São dois tipos de composição. que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
• justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, fada, bruxa, saci.
sexta-feira); d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
• aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e- pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
lementos (pernalta, de perna + alta). portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a- trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
tivos
• prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil); trabalhar - trabalho
correr - corrida
• sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); alto - altura
belo - beleza
• parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva; FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
• regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
de ajudar); florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva tempo, sol.
("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
a comum). colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
processos para formação de palavras, como: COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo

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de seres da mesma espécie. Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras Gênero
alcateia - de lobos
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
álbum - de fotografias, de selos
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
antologia - de trechos literários escolhidos
armada - de navios de guerra
Podemos classificar os substantivos em:
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
arquipélago - de ilhas
para o masculino, outra para o feminino:
assembleia - de parlamentares, de membros de associações
aluno/aluna homem/mulher
atilho - de espigas de milho
menino /menina carneiro/ovelha
atlas - de cartas geográficas, de mapas
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
banca - de examinadores
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
padrinho/madrinha bode/cabra
bando - de aves, de pessoal em geral
cavaleiro/amazona pai/mãe
cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cáfila - de camelos
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
em:
cancioneiro - de poemas, de canções
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
caravana - de viajantes
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
cardume - de peixes
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
clero - de sacerdotes
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
colmeia - de abelhas
mea
concílio - de bispos
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
congregação - de professores, de religiosos
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
congresso - de parlamentares, de cientistas
estudante, este dentista.
conselho - de ministros
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
consistório - de cardeais sob a presidência do papa
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
constelação - de estrelas
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
corja - de vadios
juge, a pessoa, a criatura.
elenco - de artistas
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
enxame - de abelhas
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
enxoval - de roupas
esquadra - de navios de guerra
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
esquadrilha - de aviões
falange - de soldados, de anjos
farândola - de maltrapilhos São masculinos São femininos
fato - de cabras o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
fauna - de animais de uma região o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
o teorema o ágape a análise a usucapião
feixe - de lenha, de raios luminosos o trema o caudal a cal a bacanal
flora - de vegetais de uma região o edema o champanha a cataplasma a líbido
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
girândola - de fogos de artifício o lança-perfume o formicida a comichão a hélice
o fibroma o guaraná a aguardente
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros o estratagema o plasma
junta - de bois, médicos, de examinadores o proclama o clã
júri - de jurados
legião - de anjos, de soldados, de demônios Mudança de Gênero com mudança de sentido
malta - de desordeiros Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
manada - de bois, de elefantes
matilha - de cães de caça Veja alguns exemplos:
ninhada - de pintos o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
nuvem - de gafanhotos, de fumaça o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
panapaná - de borboletas o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
pelotão - de soldados o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão)
penca - de bananas, de chaves o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
pinacoteca - de pinturas
plantel - de animais de raça, de atletas
quadrilha - de ladrões, de bandidos Plural dos Nomes Simples
ramalhete - de flores 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
réstia - de alhos, de cebolas casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
récua - de animais de carga 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em:
romanceiro - de poesias populares a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,
resma - de papel corações; grandalhão, grandalhões.
revoada - de pássaros b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
súcia - de pessoas desonestas guardiães.
vara - de porcos c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,
vocabulário - de palavras cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma

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de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. desocupa-o-copo;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hífenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
fósseis; réptil, répteis. Adjetivos Compostos
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar- Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o americanos; cívico-militar, cívico-militares.
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni- 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, dos-mudos > surdas-mudas.
os ônix. 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
Graus do substantivo
mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
tos.
podem ser: sintéticos ou analíticos.
Substantivos só usados no plural
afazeres anais Analítico
arredores belas-artes Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-
cãs condolências nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande.
confins exéquias
férias fezes Sintético
núpcias óculos Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados.
olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
Principais sufixos aumentativos
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO,
Plural dos Nomes Compostos ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu-
1. Somente o último elemento varia: ça.
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; Principais Sufixos Diminutivos
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão- ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda- pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem- homúncula, apícula, velhusco.
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Observações:
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-
rabo, burros-sem-rabo;
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
banana-maçã, bananas-maçã.
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
zinho, pequenito.
3. Ambos os elementos são flexionados:
Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
diferentes para designar o sexo:
compromissos.
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
caras-pálidas.

São invariáveis:

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
ADJETIVOS Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-


FLEXÃO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gênero Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Esta cidade é poluidíssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- Esta cidade é muito poluída.
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- - Superlativo relativo
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- outros seres:
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem Este rio é o mais poluído de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Este rio é o menos poluído de todos.

Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos. - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Número - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
a) Adjetivo simples quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fácil regras fáceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- RELATIVO
variáveis: bom melhor ótimo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior péssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- grande maior máximo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: maior
acordos sócio-político-econômico pequeno menor mínimo
acordos sócio-político-econômicos menor
causa sócio-político-econômica
causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
acordo luso-franco-brasileiros acre - acérrimo ágil - agílimo
lente côncavo-convexa agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo
lentes côncavo-convexas amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo
camisa verde-clara amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
camisas verde-claras áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
sapato marrom-escuro audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo
sapatos marrom-escuros
Observações:
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
blusa azul-marinho blusas azul-marinho incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
camisa azul-celeste camisas azul-celeste íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
variam:
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
menina surda-muda meninas surdas-mudas manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
Graus do Adjetivo pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
pressas em dois graus: próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
- o comparativo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
- o superlativo sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Comparativo terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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de tratamento:
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bóston - bostoniano Braga - bracarense • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense trem, nada, cada, algo.
bucarestense Campos - campista • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
Cairo - cairota Caracas - caraquenho terrogativas.
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota PRONOMES PESSOAIS
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense curso:
bricense Cuiabá - cuiabano 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho Eu sai (eu)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense, Nós saímos (nós)
Egito - egípcio capixaba Convidaram-me (me)
Equador - equatoriano Évora - eborense Convidaram-nos (nós)
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano Tu saíste (tu)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense Vós saístes (vós)
Gabão - gabonês Galiza - galego Convidaram-te (te)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino Convidaram-vos (vós)
Goiânia - goianense Granada - granadino 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco Ele saiu (ele)
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano Eles sairam (eles)
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho Convidei-o (o)
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense Convidei-os (os)
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense Os pronomes pessoais são os seguintes:
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Macapá - macapaense Macau - macaense NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe singular 1ª eu me, mim, comigo
Madri - madrileno Manaus - manauense 2ª tu te, ti, contigo
Marajó - marajoara Minho - minhoto 3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco plural 1ª nós nós, conosco
Montevidéu - montevideano Natal - natalense 2ª vós vós, convosco
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
Pequim - pequinês Pisa - pisano
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro PRONOMES DE TRATAMENTO
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho Veja, a seguir, alguns desses pronomes:
Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano PRONOME ABREV. EMPREGO
Veneza - veneziano Vitória - vitoriense Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
Locuções Adjetivas
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs- Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral
tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem Vossa Santidade V.S. papas
ser substituídas por um adjetivo correspondente. Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
PRONOMES
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
cês.
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
substantivo. 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
• Ele chegou. (ele) ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
• Convidei-o. (o) Considera-se errado seu emprego como complemento:
Convidaram ELE para a festa (errado)
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- Receberam NÓS com atenção (errado)
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. EU cheguei atrasado (certo)
• Esta casa é antiga. (esta) ELE compareceu à festa (certo)
• Meu livro é antigo. (meu) 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
pronomes retos:
Classificação dos Pronomes Convidei ELE (errado)
Há, em Português, seis espécies de pronomes: Chamaram NÓS (errado)
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas Convidei-o. (certo)
Chamaram-NOS. (certo)

Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi- O filho obedece-lhe. (V.T. l )
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
reto seu emprego como complemento: Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
Informaram a ELE os reais motivos. aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Emprestaram a NÓS os livros. construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Eles gostam muito de NÓS. verbos transitivos diretos:
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se Eu lhe vi ontem. (errado)
errado seu emprego como complemento: Nunca o obedeci. (errado)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo)

Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
MIM e TI: sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
Ninguém irá sem EU. (errado) finitivo:
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Deixei-o sair.
Ninguém irá sem MIM. (certo) Vi-o chegar.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) Sofia deixou-se estar à janela.

Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam vendo as orações reduzidas de infinitivo:
como sujeito de um verbo no infinitivo. Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) A mim, ninguém me engana.
A ti tocou-te a máquina mercante.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
sujeito. mo vicioso e sim ênfase.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
que os referidos pronomes não sejam reflexivos: exercendo função sintática de adjunto adnominal:
Querida, gosto muito de SI. (errado) Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado) Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Querida, gosto muito de você. (certo)
Preciso muito falar com você. (certo) 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os déstia:
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
Ele feriu-se Vós sois minha salvação, meu Deus!
Cada um faça por si mesmo a redação
O professor trouxe as provas consigo 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados falamos dessa pessoa:
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com- VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
binações possíveis são as seguintes: pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
me+o=mo me + os = mos pronomes de terceira pessoa:
te+o=to te + os = tos Você trouxe seus documentos?
lhe+o=lho lhe + os = lhos Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los COLOCAÇÃO DE PRONOMES
lhes + o = lho lhes + os = lhos Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições:
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos 1. Antes do verbo - próclise
a, as. Eu te observo há dias.
me+a=ma me + as = mas 2. Depois do verbo - ênclise
te+a=ta te + as = tas Observo-te há dias.
- Você pagou o livro ao livreiro? 3. No interior do verbo - mesóclise
- Sim, paguei-LHO. Observar-te-ei sempre.

Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que Ênclise
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
direto ou indireto.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
O pai esperava-o na estação agitada.
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Expliquei-lhe o motivo das férias.
indiretos:
O menino convidou-a. (V.T.D )
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração: PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
franco.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Próclise
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
você).
interrogativos e conjunções.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Quem lhe ensinou esses modos?
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
Quem os ouvia, não os amou.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Que lhes importa a eles a recompensa?
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro-
Papai do céu o abençoe.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
A terra lhes seja leve.
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
suas mãos).
Em se animando, começa a contagiar-nos.
Não me respeitava a adolescência.
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
pausa entre eles.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
1. Cálculo aproximado, estimativa:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
Mesóclise 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente O nosso homem não se deu por vencido.
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam Chama-se Falcão o meu homem
precedidos de palavras que reclamem a próclise. 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Eu cá tenho minhas dúvidas
Dir-se-ia vir do oco da terra. Cornélio teve suas horas amargas
4. Afetividade, cortesia
Mas: Como vai, meu menino?
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo
Jamais se diria vir do oco da terra.
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível: No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-
Lembrarei-me (!?) tes de família.
Diria-se (!?) É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida-
O Pronome Átono nas Locuções Verbais de.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. não sabia o que dizer.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
Podemos-lhe contar o ocorrido. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Não lhes podemos contar o ocorrido. São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
O menino foi-se descontraindo. coisa designada em relação à pessoa gramatical.
O menino foi descontraindo-se.
O menino não se foi descontraindo. Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des- livro está longe de ambas as pessoas.
cartes ."
Tenho-me levantado cedo.
Não me tenho levantado cedo. Os pronomes demonstrativos são estes:
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta. AQUELE (e variações), próprio (e variações)
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da MESMO (e variações), próprio (e variações)
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua- SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)
gem escrita.
Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situação do país.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Não disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal não pôde comparecer.
Nesta semana não choveu.
Neste mês a inflação foi maior. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Este ano será bom para nós. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este século terminará breve. QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
Este assunto já foi discutido ontem. ou OUTRO TAL:
Tudo isto que estou dizendo já é velho. Suas manias eram tais quais as minhas.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: A mãe era tal quais as filhas.
Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os filhos são tais qual o pai.
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. Tal pai, tal filho.
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: É pronome substantivo em frases como:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com Não encontrarei tal (= tal coisa).
quem se fala): Não creio em tal (= tal coisa)
Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg. PRONOMES RELATIVOS
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Veja este exemplo:
Esse teu coração me traiu. Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Quantos vivem nesse pais? A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese- casa é um pronome relativo.
jamos distância:
O povo já não confia nesses políticos. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
Não quero mais pensar nisso. feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos.
d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa: A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. No exemplo dado, o antecedente é casa.
O que você quer dizer com isso? Outros exemplos de pronomes relativos:
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
falamos: O lugar onde paramos era deserto.
Um dia desses estive em Porto Alegre. Traga tudo quanto lhe pertence.
Comi naquele restaurante dia desses. Leve tantos ingressos quantos quiser.
f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan- Eis o quadro dos pronomes relativos:
te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á Masculino Feminino
3ª. o qual a qual quem
Aquele documento que lá está é teu? os quais as quais
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. cujo cujos cuja cujas que
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. quanto quanta quantas onde
Naquele instante estava preocupado. quantos
Daquele instante em diante modifiquei-me.
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele Observações:
século, para exprimir que o tempo já decorreu. 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente,
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou O médico de quem falo é meu conterrâneo.
variações) para a primeira: 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso sempre um substantivo sem artigo.
e aquela tranquila. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Tenho tudo quanto quero.
Língua Portuguesa 52 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Não faças a outrem o que não queres que te façam. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Quem avisa amigo é. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Encontrei quem me pode ajudar. adormece.
Ele gosta de quem o elogia. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA adormecem.
CERTAS. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Cada povo tem seus costumes. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certas pessoas exercem várias profissões. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. A cachorra Baleia corria na frente.
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
PRONOMES INTERROGATIVOS Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. pedido
Exemplos: Corra na frente, Baleia.
Que há? 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Que dia é hoje? em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Reagir contra quê? a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Por que motivo não veio? Fecho os olhos, agito a cabeça.
Quem foi? b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Qual será? em que se fala:
Quantos vêm? Fechei os olhos, agitei a cabeça.
Quantas irmãs tens? c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
VERBO O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
presente.

CONCEITO Veja o esquema dos tempos simples em português:


“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando- Presente (falo)
as no tempo. INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re- Imperfeito (falava)
ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e Mais- que-perfeito (falara)
gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Futuro do presente (falarei)
Assim fiz. Morreram.” do pretérito (falaria)
(Clarice Lispector) Presente (fale)
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: Futuro (falar)
a) Estado:
Não sou alegre nem sou triste. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
Sou poeta. se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
b) Mudança de estado: dos tempos simples.
Meu avô foi buscar ouro. Infinitivo impessoal (falar)
Mas o ouro virou terra. Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
c) Fenômeno: FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
Chove. O céu dorme. Particípio (falado)
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de a) agente do fato expresso.
estado e fenômeno, situando-se no tempo. O carroceiro disse um palavrão.
(sujeito agente)
FLEXÕES O verbo está na voz ativa.
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle- b) paciente do fato expresso:
xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: (sujeito paciente)
• a ação de cantar. O verbo está na voz passiva.
• a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). c) agente e paciente do fato expresso:
• o número gramatical (plural). O carroceiro machucou-se.
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). (sujeito agente e paciente)
• o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no O verbo está na voz reflexiva.

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6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- pessoa do singular:
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Vai haver eleições em outubro.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Começou a haver reclamações.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma- Não pode haver umas sem as outras.
tado - morto - enxugado - enxuto. Parecia haver mais curiosos do que interessados.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju- Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
gação.
verbo ser: sou - fui A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ir: vou - ia construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
O Nino apareceu na porta. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci- Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: sentido da frase.
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, Exemplo:
etc. Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
Garoava na madrugada roxa. A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Houve um espetáculo ontem. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Há alunos na sala. passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos vando o mesmo tempo.
claros.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Outros exemplos:
Fazia dois anos que eu estava casado. Os calores intensos provocam as chuvas.
Faz muito frio nesta região? As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Eu o acompanharei.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) Ele será acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Serias louvado por todos.
3ª pessoa do singular - quando significa:
Prejudicaram-me.
1) EXISTIR
Fui prejudicado.
Há pessoas que nos querem bem.
Condenar-te-iam.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Serias condenado.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
2) ACONTECER, SUCEDER
a) Presente
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Não haja desavenças entre vós.
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
Eles estudam silenciosamente.
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Eles estão estudando silenciosamente.
Há meses que não o vejo.
- uma ação habitual.
Haverá nove dias que ele nos visitou.
Corra todas as manhãs.
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
O homem é mortal.
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
pretérito imperfeito, e não no presente:
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
maior realce à narrativa.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
É o chamado presente histórico ou narrativo.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
4) REALIZAR-SE
Amanhã vou à escola.
Houve festas e jogos.
Qualquer dia eu te telefono.
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
b) Pretérito Imperfeito
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
- um fato passado contínuo, habitual, permanente:
seguido de infinitivo):
Ele andava à toa.
Em pontos de ciência não há transigir.
Nós vendíamos sempre fiado.

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- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
Era uma vez...
MAGOAR
- um fato presente em relação a outro fato passado.
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Eu lia quando ele chegou. Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
c) Pretérito Perfeito ram
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
ocorrido, concluído. Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
Estudei a noite inteira.
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o APIEDAR-SE
momento presente. Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
vos, apiadam-se
Tenho estudado todas as noites.
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
d) Pretérito mais-que-perfeito vos, apiedem-se
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. MOSCAR
e) Futuro do Presente Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
futuro em relação ao momento em que se fala. quem
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
Irei à escola.
f) Futuro do Pretérito RESFOLEGAR
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. resfolgam
- Eu jogaria se não tivesse chovido. Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. resfolguem
- Seria realmente agradável ter de sair? Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
NOMEAR
vezes, ironia.
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
- Daria para fazer silêncio?! Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis,
nomeavam
Modo Subjuntivo Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-
a) Presente ram
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
Talvez eles estudem... não sei. Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
- um desejo, uma vontade:
COPIAR
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
b) Pretérito Imperfeito Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá-
hipótese, uma condição. reis, copiaram
Se eu estudasse, a história seria outra. Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
e) Pretérito Perfeito
ODIAR
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
características do modo subjuntivo). Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
Que tenha estudado bastante é o que espero. Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis,
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito odiaram
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
CABER
lamente.
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
e) Futuro Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu- Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
ído em relação a outro fato futuro. coubéreis, couberam
Quando eu voltar, saberei o que fazer. Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,
coubessem
VERBOS IRREGULARES Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
DAR imperativo negativo
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram CRER
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem Conjugam-se como crer, ler e descrer
MOBILIAR DIZER
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis,
disseram
AGUAR Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam

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Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito Imperfeito
requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerêsseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particípio dito Gerúndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particípio requerido
O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão ram
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam reouveram
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou-
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, vésseis, reouvessem
fizessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem reouverem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-
ta a letra v
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem SABER
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
PODER soubéreis, souberam
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam soubessem
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam VALER
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
pudessem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Gerúndio podendo TRAZER
Particípio podido Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
imperativo negativo Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,
PROVER trouxéreis, trouxeram
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê- Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
reis, proveram Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão trouxessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove- Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
riam rem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Gerúndio trazendo
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, Particípio trazido
provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem VER
Gerúndio provendo Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Particípio provido Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
QUERER Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé- Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
reis, quiseram Particípio visto
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, ABOLIR
quisessem Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
REQUERER Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem aboliram
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão
requereram Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, Presente do subjuntivo não há
requerereis, requereram Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis, abolissem
requererão Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere- Imperativo afirmativo abole, aboli
ríeis, requereriam Imperativo negativo não há
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, Infinitivo impessoal abolir

Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Gerúndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particípio abolido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
COBRIR Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Particípio coberto Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerúndio rindo
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Particípio rido
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Conjuga-se como rir: sorrir
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão VIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Imperativo negativo não há Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Gerúndio falindo Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Particípio falido Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
FERIR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Gerúndio vindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Particípio vindo
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir

MENTIR SUMIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir

FUGIR ADVÉRBIO
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
vérbio, exprimindo uma circunstância.
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Os advérbios dividem-se em:
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
Gerúndio indo siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
Particípio ido mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
OUVIR 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
provavelmente, etc.
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido
Há Muitas Locuções Adverbiais
PEDIR 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
POLIR grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- XVII 17 dezessete décimo dezessete
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. sétimo avos
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, oitavo
etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. avos
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Advérbios Interrogativos XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? XL 40 quarenta quadragé- quarenta
simo avos
Palavras Denotativas L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- simo avos
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. avos
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
mo
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
XC 90 noventa nonagésimo noventa
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
avos
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Você lá sabe o que está dizendo, homem... C 100 cem centésimo centésimo
Mas que olhos lindos! CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Veja só que maravilha! CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
tos tésimo tésimo
NUMERAL D 500 quinhen- quingenté- quingenté-
tos simo simo
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési-
mo mo
O numeral classifica-se em: DCC 700 setecen- septingenté- septingenté-
- cardinal - quando indica quantidade. tos simo simo
- ordinal - quando indica ordem. DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
- multiplicativo - quando indica multiplicação. simo simo
- fracionário - quando indica fracionamento. CM 900 novecen- nongentési- nongentési-
tos mo mo
Exemplos: M 1000 mil milésimo milésimo
Silvia comprou dois livros.
Antônio marcou o primeiro gol. Emprego do Numeral
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal. empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Algarismos Numerais Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
nos cos tivos
I 1 um primeiro simples - Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
II 2 dois segundo duplo meio XX Salão do Automóvel (vigésimo)
dobro VI Festival da Canção (sexto)
III 3 três terceiro tríplice terço lV Bienal do Livro (quarta)
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo emprego do ordinal.
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo Hoje é primeiro de setembro
IX 9 nove nono nônuplo nono Não é aconselhável iniciar período com algarismos
X 10 dez décimo décuplo décimo 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
XI 11 onze décimo onze avos
primeiro A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
XII 12 doze décimo doze avos nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
segundo (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
XIII 13 treze décimo treze avos caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um,
terceiro página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a
XIV 14 quatorze décimo quatorze folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
quarto avos numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
XV 15 quinze décimo quinze avos
quinto ARTIGO
XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
sexto avos

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas podem ser:
Dividem-se em 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• definidos: O, A, OS, AS também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Os livros não só instruem mas também divertem.
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, as flores.
geral. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
terminado). passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
sar disso, em todo caso.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
CONJUNÇÃO A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Coniunções Coordenativas Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Hoje não atendo, em todo caso, entre.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
senão, no entanto, etc. ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
etc. Ou você estuda ou arruma um emprego.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
consequência. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, "Já chora, já se ri, já se enfurece."
pois, etc. (Luís de Camões)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
Conjunções Subordinativas seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. As árvores balançam, logo está ventando.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por-
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
etc. Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
6) INTEGRANTES: que, se, etc. causar incêndios.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, tivo:
etc. Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
(Jorge Amado)
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
Examinemos estes exemplos:
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
2º) Os livros ensinam e divertem.
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
3º) Saímos de casa quando amanhecia.
Abrangem as seguintes classes:
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
que, uma vez que, desde que.
uma conjunção.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
efeito).
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
Como estivesse de luto, não nos recebeu.
orações: são também conjunções.
Desde que é impossível, não insistirei.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
mesma oração.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
(= como).
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
conjunção E é coordenativa.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."
(Paulo Mendes Campos)
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
(Antônio Olavo Pereira)
QUANDO é subordinativa.
"E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós)
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
Língua Portuguesa 59 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que to. Assim, a conjunção que pode ser:
(= embora não). 1) Aditiva (= e):
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Beba, nem que seja um pouco. 2) Explicativa (= pois, porque):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Apressemo-nos, que chove.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. 3) Integrante:
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas Diga-lhe que não irei.
afirmações. 4) Consecutiva:
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que Não vão a uma festa que não voltem cansados.
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Onde estavas, que não te vi?
Ficaremos sentidos, se você não vier. 5) Comparativa (= do que, como):
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. A luz é mais veloz que o som.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. Ficou vermelho que nem brasa.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos 6) Concessiva (= embora, ainda que):
que os mosquitos se opusessem." Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
(Ferreira de Castro) Beba, um pouco que seja.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não 7) Temporal (= depois que, logo que):
são como (ou conforme) dizem. Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." 8) Final (= pare que):
(Machado de Assis) Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, 9) Causal (= porque, visto que):
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
forma que, de maneira que, sem que, que (não). Coaraci)
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. disse. (sem que = embora não)
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. (sem que = se não,caso não)
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Afastou-se depressa para que não o víssemos. (sem que = que não)
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. PREPOSIÇÃO
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente.
Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida Exemplos:
que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Chegaram a Porto Alegre.
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Discorda de você.
(Maria José de Queirós) Fui até a esquina.
Casa de Paulo.
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, Preposições Essenciais e Acidentais
etc. As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
Venha quando você quiser. DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
Não fale enquanto come. ATRÁS.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval- conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
cânti) segundo, senão, tirante, visto, etc.
10) Integrantes: que, se.
Sabemos que a vida é breve. INTERJEIÇÃO
Veja se falta alguma coisa.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
Observação: ser:
Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o - alegria: ahl oh! oba! eh!
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,

Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- animação: coragem! avante! eia! O avião sobrevoou a praia.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- aplauso: bravo! viva! bis! O sabiá voou alto.
- desejo: tomara! oxalá! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- dor: aí! ui! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- silêncio: psiu! silêncio! de proposição.
- suspensão: alto! basta! Minha equipe venceu a partida.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo auxílio de preposição.
valor de uma interjeição. Ele precisa de um esparadrapo.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Damos uma simples colaboração a vocês.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
FRASE
predicativo do sujeito.
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Os rapazes voltaram vitoriosos.
O tempo está nublado.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Socorro!
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Que calor!
Ele morreu rico.
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ORAÇÃO ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. direto ou indireto.
A fanfarra desfilou na avenida. Elegemos o nosso candidato vereador.
As festas juninas estão chegando.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
PERÍODO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a
Período é a frase estruturada em oração ou orações. significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
O período pode ser: compreensão do enunciado.
• simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Fui à livraria ontem. 1. OBJETO DIRETO
• composto - quando constituído por mais de uma oração. Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
Fui à livraria ontem e comprei um livro. transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO 2. OBJETO INDIRETO


São dois os termos essenciais da oração: Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo indireto.
SUJEITO As crianças precisam de CARINHO.
Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
3. COMPLEMENTO NOMINAL
Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por
O sujeito pode ser : um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
- simples: quando tem um só núcleo Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
núcleo: rosas) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
- composto: quando tem mais de um núcleo (advérbio).
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
4. AGENTE DA PASSIVA
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
voz passiva.
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
A mãe é amada PELO FILHO.
Come-se bem naquele restaurante.
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
Choveu ontem.
Há plantas venenosas.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
PREDICADO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
O predicado classifica-se em: alguma circunstância.
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
do sujeito. São termos acessórios da oração:
Nosso colega está doente. 1. ADJUNTO ADNOMINAL
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os
PERMANECER, etc. substantivos. Pode ser expresso:
Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a • pelos adjetivos: água fresca,
comunicar estado ou qualidade do sujeito. • pelos artigos: o mundo, as ruas
Nosso colega está doente. • pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
A moça permaneceu sentada. • pelos numerais : três garotos; sexto ano
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou • pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos
transitivo.

Língua Portuguesa 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, 3. ALTERNATIVAS:
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
Cheguei cedo. (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
José reside em São Paulo. Mudou o natal OU MUDEI EU?
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
3. APOSTO OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, (C. Meireles)
desenvolve ou resume outro termo da oração.
Dr. João, cirurgião-dentista, 4. CONCLUSIVAS:
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
4. VOCATIVO etc).
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
interpelar alguém ou alguma coisa. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Professor, o sinal tocou. 5. EXPLICATIVAS:
Rapazes, a prova é na próxima semana. Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
Fui ao cinema. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
O pássaro voou. É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
PERÍODO COMPOSTO
No período composto há mais de uma oração. A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:
(Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
folgam.)
ORAÇÃO PRINCIPAL
Período composto por coordenação Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
Apresenta orações independentes. por um conectivo.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) ELES DISSERAM que voltarão logo.
ELE AFIRMOU que não virá.
Período composto por subordinação PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
Apresenta orações dependentes.
(É bom) (que você estude.) ORAÇÃO SUBORDINADA
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
Período composto por coordenação e subordinação introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este nem sempre é a primeira do período.
período é também conhecido como misto. Quando ele voltar, eu saio de férias.
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
ORAÇÃO COORDENADA
Oração coordenada é aquela que é independente.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
As orações coordenadas podem ser: de um substantivo.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
- Sindética:
substantivas classificam-se em:
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
coordenativa.
Viajo amanhã, mas volto logo. 1) SUBJETIVA (sujeito)
- Assindética: Convém que você estude mais.
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou Importa que saibas isso bem. .
ponto e vírgula. É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
Chegou, olhou, partiu.
A oração coordenada sindética pode ser: 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
Desejo QUE VENHAM TODOS.
1. ADITIVA: Pergunto QUEM ESTÁ AI.
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
também: 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.

2. ADVERSATIVA: 4) COMPLETIVA NOMINAL


Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste Complemento nominal.
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). Ser grato A QUEM TE ENSINA.
A espada vence MAS NÃO CONVENCE. Sou favorável A QUE O PRENDAM.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. 5) PREDICATIVA (predicativo)
Língua Portuguesa 62 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA) 9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA. ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
7) AGENTE DA PASSIVA
ORAÇÕES REDUZIDAS
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
gerúndio, infinitivo e particípio.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Exemplos:
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de • Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
um adjetivo. • Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: • FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
conseguirás.
1) EXPLICATIVAS: • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, ATENTOS.
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
informação. entristeceu-se.
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. • É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. MAIS.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
2) RESTRITIVAS: me.
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
indispensáveis ao sentido da frase: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
um advérbio. Principais Casos de Concordância Nominal
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: gênero e número com o substantivo.
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
O tambor soa PORQUE É OCO. normalmente para o plural.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
comparação. para o masculino plural.
O som é menos veloz QUE A LUZ. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
próximo:
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: Trouxe livros e revista especializada.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. mo.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: sujeito.
SE O CONHECESSES, não o condenarias. Meus amigos estão atrapalhados.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
com outro: 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. vão para o singular ou para o plural.
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Já estudei o primeiro e segundo livros.
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO! Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. que se referem.
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. Ela mesma veio até aqui.
Eles chegaram sós.
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: Eles próprios escreveram.
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. 12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. Muito obrigado. (masculino singular)
Muito obrigada. (feminino singular).

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13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Ela é que faz as bolas.
tivo a que se referem. Eu é que escrevo os programas.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
A expressão em anexo é invariável. um pronome relativo.
Trouxe em anexo estas fotos. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- Fui eu que fiz a lição
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
Vocês falaram alto demais. veis.
O combustível custava barato. • que: Fui eu que fiz a lição.
Você leu confuso. • quem: Fui eu quem fez a lição.
Ela jura falso. • o que: Fui eu o que fez a lição.

16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O pessoal ainda não chegou. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Os Estados Unidos são um grande país. a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
temente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o O homem é cinzas.
sujeito paciente.
Vende-se um apartamento. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vendem-se alguns apartamentos. concorda com o predicativo.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Dançar e cantar é a sua atividade.
verbo para a 3ª pessoa do singular. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
singular e o verbo no singular ou no plural. concorda com o pronome.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A ciência, mestres, sois vós.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Em minha turma, o líder sou eu.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
Mais de um jurado fez justiça à minha música. apenas um deles deve ser flexionado.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
no singular.
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
sujeito. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
Deu uma hora. calmente do outro.

Língua Portuguesa 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e 14. ESQUECER E LEMBRAR
adjetivos). • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
Esqueci o nome desta aluna.
Exemplos: Lembrei o recado, assim que o vi.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Esqueceram-se da reunião de hoje.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR Lembrei-me da sua fisionomia.
PARA = passagem
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
• pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA • emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• pretender (transitivo indireto) • agradecer - Agradeço as graças a Deus.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha. • pedir - Pedi um favor ao colega.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
2. OBEDECER - transitivo indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. O amor implica renúncia.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto • no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
Já paguei um jantar a você. COM:
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. O professor implicava com os alunos
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. • no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido

6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
Informei-lhe o problema. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
7. ASSISTIR - morar, residir: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
O médico assistiu o doente. como sujeito:
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
Assistimos a um belo espetáculo. pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto ficuldade, será objeto indireto.
Assiste-lhe o direito. Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno.
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Atenderam o freguês com simpatia.
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente
A moça queria um vestido novo. correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto orações no período e os períodos no discurso.
O professor queria muito a seus alunos. Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or-
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito +
Todos visamos a um futuro melhor. verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As
• APONTAR, MIRAR - objeto direto inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de
• pör o sinal de visto - objeto direto pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se,
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos:
Devemos obedecer aos superiores. (1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas,
Desobedeceram às leis do trânsito. não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é...
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
• exigem na sua regência a preposição EM que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
O armazém está situado na Farrapos. da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí-
Essas tuas justificativas não procedem. das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
com a preposição DE. é claro que ele se arrependeu.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas
O secretário procedeu à leitura da carta.
exclamativas (Que bonito é esse lugar!).

Língua Portuguesa 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a
homem, um pobre rapaz). rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,
pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com Por Cristiana Gomes
formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos
(Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise),
advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
(Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes); Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
(4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las PRÓCLISE
(Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa Usamos a próclise nos seguintes casos:
(Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou
de pronomes indefinidos (Todos a estimam). (1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
ninguém, nem, de modo algum.
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver-
bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta- - Nada me perturba.
ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no - Ninguém se mexeu.
infinitivo (Não quis incomodar-se). - De modo algum me afastarei daqui.
- Ela nem se importou com meus problemas.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me-
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome, embora, logo, que.
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal. - Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
- É necessário que a deixe na escola.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha- - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma
oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...). (3) Advérbios
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por - Aqui se tem paz.
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.) - Sempre me dediquei aos estudos.
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma - Talvez o veja na escola.
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo atrair o pronome.
quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun- - Aqui, trabalha-se.
ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando. (4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
- Alguém me ligou? (indefinido)
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre- - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando (5) Em frases interrogativas.
há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter- - Quanto me cobrará pela tradução?
minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
(Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem- - Deus o abençoe!
brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus). - Macacos me mordam!
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes - Deus te abençoe, meu filho!
adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro- (7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas - Em se plantando tudo dá.
em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi - Em se tratando de beleza, ele é campeão.
tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me." (8) Com formas verbais proparoxítonas
- Nós o censurávamos.
Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um
particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas MESÓCLISE
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama-
verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu –
admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o amaria, amarias, …)
adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
rente ao mar." - Convidar-me-ão para a festa.
- Convidar-me-iam para a festa.
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien-
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo- - Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem
normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela- ÊNCLISE

Língua Portuguesa 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. Paranomásia
- Tornarei-me……. (errada) o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
- Tinha entregado-nos……….(errada)
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa. Antonio Vieira)
- Entregar-lhe (correta) Onomatopeia
- Não posso recebê-lo. (correta)
criação de uma palavra para imitar um som
Outros casos:
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas. Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se. dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes. boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..."
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo. (Cecília Meireles)

OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,


ocorrerá a próclise: PROVA SIMULADA I
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense. 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos. (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
(C) O processo foi julgado em segunda estância.
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio (D) O problema passou despercebido na votação.
ou particípio. (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar. 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
- Havia-lhe contado a verdade. (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade. (C) A colega não se contera diante da situação.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
Infinitivo 03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
- Quero-lhe dizer o que aconteceu. (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
- Quero dizer-lhe o que aconteceu. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
Gerúndio (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu. (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
ou depois do verbo principal. conformidade com a norma culta.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
Infinitivo interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
- Não lhe quero dizer o que aconteceu. santes, como resistência e flexibilidade.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu. (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
Gerúndio componentes para a indústria.
- Não lhe ia dizendo a verdade. (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
- Não ia dizendo-lhe a verdade. componentes para a indústria.
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com-
ponentes para a indústria.
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de
Figuras de Linguagem componentes para a indústria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
Figuras sonoras componentes para a indústria.
Aliteração 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
repetição de sons consonantais (consoantes). para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
ele está empregado conforme o padrão culto.
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia. (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza) (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.

Assonância 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
correta em:
repetição dos mesmos sons vocálicos.
(A) As características do solo são as mais variadas possível.
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
litoral." (Caetano Veloso) (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
deu." (Fernando Pessoa) (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.

07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de

Língua Portuguesa 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
flexão de grau. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran- (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
te as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. direto e indireto em:
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala- (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
estatal ciência e tecnologia. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
(A) à ... sobre o ... do ... para Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
(B) a ... ao ... do ... para respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(C) à ... do ... sobre o ... a (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(D) à ... ao ... sobre o ... à (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(E) a ... do ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
(A) ao ... a ... à do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
(B) àquele ... à ... à de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) àquele...à ... a Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
(D) ao ... à ... à urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
(E) àquele ... a ... a celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
norma culta. programar e participar do referido evento.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso Atenciosamente,
trarão grandes benefícios às pesquisas. ZZZ
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando Assistente de Gabinete.
com o meio ambiente. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol- são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
vendo projetos na área médica. (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre- (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
sentadas pelos economistas. (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos
litoral ou aproveitam férias ali. (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos

11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.

Língua Portuguesa 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(C) processos e processo. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
(D) livro de registro. Está correto o contido apenas em
(E) registro e processo. (A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (C) I, III e IV.
acima: (D) II, III e IV.
I. há, no período, duas orações; (E) III, IV e V.
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. indicando concessão, é:
Está correto o contido apenas em (A) para poder trabalhar fora.
(A) II e IV. (B) como havia programado.
(B) III e IV. (C) assim que recebeu o prêmio.
(C) I, II e III. (D) porque conseguiu um desconto.
(D) I, II e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(E) I, III e IV.
27. É importante que todos participem da reunião.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do O segmento que todos participem da reunião, em relação a
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: É importante, é uma oração subordinada
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (A) adjetiva com valor restritivo.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (B) substantiva com a função de sujeito.
pelo Juiz; (C) substantiva com a função de objeto direto.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (D) adverbial com valor condicional.
te ao da palavra mas; (E) substantiva com a função de predicativo.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
Está correto o contido apenas em lecida pelo termo como é de
(A) II e IV. (A) comparatividade.
(B) III e IV. (B) adição.
(C) I, II e III. (C) conformidade.
(D) I, III e IV. (D) explicação.
(E) II, III e IV. (E) consequência.

22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
to, a alternativa correta é: contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. possíveis franqueados.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. (A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- (C) ou seja ... embora ... pois
dos galhos da velha árvore. (D) ou seja ... mas ... portanto
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre (E) isto é ... mas ... como
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou? 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
(D) Que vizinho? e Que galhos? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(E) Quando podou? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.

Língua Portuguesa 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem B) se manifeste de formas distintas;
posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida- C) esteja escondida dos olhos de alguns;
des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e D) seja combatida pelas autoridades;
se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações E) se torne mais disseminada e cruel.
é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da 38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em-
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim- preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma
ples. INCORRETA é:
Veja, ed. 1735 A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
31. O título dado ao texto se justifica porque: C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
A) a miséria abrange grande parte de nossa população; D) não é um problema universal = é um problema particular;
B) a miséria é culpa da classe dominante; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no E) mantenha.
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
ção?'': 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; abaixo é:
B) representa o tema central de todo o texto; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
que ela: PROTESTO TÍMIDO
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam
outras áreas; dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o
B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma
cidades; trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam um menino.
para a classe dominante;
D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra-
de outros indicadores sociais; ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os
E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura-
décadas. cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de
34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é: sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo
A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando-
indicadores sociais melhoraram; nado.
B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
mantém onipresente; Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns
incompetentes; mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru-
D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas, lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém
a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo; tomava conhecimento da existência do menino.
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
miséria que leva à criminalidade. Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor-
35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu
quantidade, exceto: problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
A) frequência escolar; (....)
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil; Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
D) analfabetismo; ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
E) desempenho econômico. onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
na América Latina; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que
cenário exterior; sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta-
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
temente forte para tornar-se líder; quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores.
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.

Língua Portuguesa 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A) se utiliza de comparações depreciativas;
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, B) lança mão de vocábulo animalizador;
exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
com um monte de lixo. D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
Fernando Sabino E) usa grande número de termos adjetivadores.

41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
definição: significa que:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas- C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
tante variados; morto;
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste B) comparação ou símile;
inútil; C) metáfora;
C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino; D) prosopopeia;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) personificação.
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
as. RESPOSTAS – PROVA I
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D
44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a 02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
seguir: 03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
I- Daqui há pouco vou sair. 04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
I- Está no Rio há duas semanas. 05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
III - Não almoço há cerca de três dias. 06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino. 07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver 08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
são: 09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
A) I - II 10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
B) I - III
C) II - IV
D) I - IV
E) II - III ___________________________________
___________________________________
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
texto é: ___________________________________
A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados ___________________________________
na crônica;
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino ___________________________________
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
_______________________________________________________
a sujeira;
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o _______________________________________________________
texto;
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica. _______________________________________________________
_______________________________________________________
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma _______________________________________________________
forma que: _______________________________________________________
A) salvo-conduto;
B) abaixo-assinado; _______________________________________________________
C) salário-família;
D) banana-prata; _______________________________________________________
E) alto-falante. _______________________________________________________
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do _______________________________________________________
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é _______________________________________________________
que o autor:

Língua Portuguesa 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Língua Portuguesa 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
as dívidas.

Com isso inventou-se os chamados "números nega-


tivos", e junto com estes números, um novo conjunto: o
conjunto dos números inteiros, representado pela letra
.
Números inteiros: operações e propriedades. Números racio-
nais, representação fracionária e decimal: operações e pro-
priedades. O conjunto dos números inteiros é formado por to-
Razão e proporção. Porcentagem. Regra de três simples. dos os números NATURAIS mais todos os seus repre-
Equação do 1.º grau. sentantes negativos.
Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície
e capacidade. Note que este conjunto não possui início nem fim
Relação entre grandezas: tabelas e gráficos. (ao contrário dos naturais, que possui um início e não
Raciocínio lógico. Resolução de situações-problema. possui fim).

Assim como no conjunto dos naturais, podemos re-


NÚMEROS NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS, presentar todos os inteiros sem o ZERO com a mesma
IRRACIONAIS E REAIS. notação usada para os NATURAIS.
Z* = {..., -2, -1, 1, 2, ...}
Conjuntos numéricos podem ser representados de
Em algumas situações, teremos a necessidade de
diversas formas. A forma mais simples é dar um nome
representar o conjunto dos números inteiros que NÃO
ao conjunto e expor todos os seus elementos, um ao
SÃO NEGATIVOS.
lado do outro, entre os sinais de chaves. Veja o exem-
plo abaixo:
Para isso emprega-se o sinal "+" ao lado do símbolo
A = {51, 27, -3}
do conjunto (vale a pena lembrar que esta simbologia
representa os números NÃO NEGATIVOS, e não os
Esse conjunto se chama "A" e possui três termos,
números POSITIVOS, como muita gente diz). Veja o
que estão listados entre chaves.
exemplo abaixo:
Os nomes dos conjuntos são sempre letras maiús- Z+ = {0,1, 2, 3, 4, 5, ...}
culas. Quando criamos um conjunto, podemos utilizar
qualquer letra. Obs.1: Note que agora sim este conjunto possui um
início. E você pode estar pensando "mas o zero não é
Vamos começar nos primórdios da matemática. positivo". O zero não é positivo nem negativo, zero é
- Se eu pedisse para você contar até 10, o que você NULO.
me diria?
- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove Ele está contido neste conjunto, pois a simbologia
e dez. do sinalzinho positivo representa todos os números
NÃO NEGATIVOS, e o zero se enquadra nisto.
Pois é, estes números que saem naturalmente de
sua boca quando solicitado, são chamados de números Se quisermos representar somente os positivos (ou
NATURAIS, o qual é representado pela letra . seja, os não negativos sem o zero), escrevemos:
Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...}
Foi o primeiro conjunto inventado pelos homens, e
tinha como intenção mostrar quantidades. Pois assim teremos apenas os positivos, já que o
*Obs.: Originalmente, o zero não estava incluído zero não é positivo.
neste conjunto, mas pela necessidade de representar
uma quantia nula, definiu-se este número como sendo Ou também podemos representar somente os intei-
pertencente ao conjunto dos Naturais. Portanto: ros NÃO POSITIVOS com:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...} Z - ={...,- 4, - 3, - 2, -1 , 0}

Obs.2: Como o zero originou-se depois dos outros Obs.: Este conjunto possui final, mas não possui i-
números e possui algumas propriedades próprias, al- nício.
gumas vezes teremos a necessidade de representar o
conjunto dos números naturais sem incluir o zero. Para E também os inteiros negativos (ou seja, os não po-
isso foi definido que o símbolo * (asterisco) empregado sitivos sem o zero):
ao lado do símbolo do conjunto, iria representar a au-
Z*- ={...,- 4, - 3, - 2, -1}
sência do zero. Veja o exemplo abaixo:
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
Assim:
Estes números foram suficientes para a sociedade
durante algum tempo. Com o passar dos anos, e o Conjunto dos Números Naturais
aumento das "trocas" de mercadorias entre os homens, São todos os números inteiros positivos, incluindo o
foi necessário criar uma representação numérica para zero. É representado pela letra maiúscula N.
Caso queira representar o conjunto dos números natu-
Matemática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rais não-nulos (excluindo o zero), deve-se colocar um *
ao lado do N: Representado pela letra R.
N = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10, ...}
N* = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11, ...} Representação geométrica de
A cada ponto de uma reta podemos associar um ú-
Conjunto dos Números Inteiros nico número real, e a cada número real podemos asso-
São todos os números que pertencem ao conjunto ciar um único ponto na reta.
dos Naturais mais os seus respectivos opostos (negati- Dizemos que o conjunto é denso, pois entre dois
vos). números reais existem infinitos números reais (ou seja,
na reta, entre dois pontos associados a dois números
São representados pela letra Z: reais, existem infinitos pontos).
Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
Veja a representação na reta de :
O conjunto dos inteiros possui alguns subconjuntos,
eles são:

- Inteiros não negativos


São todos os números inteiros que não são negati-
vos. Logo percebemos que este conjunto é igual ao Fonte:
conjunto dos números naturais. http://www.infoescola.com/matematica/conjuntos-
numericos/
É representado por Z+:
Z+ = {0,1,2,3,4,5,6, ...} CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (N)
- Inteiros não positivos ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
São todos os números inteiros que não são positi- Veja a operação: 2 + 3 = 5 .
vos. É representado por Z-: A operação efetuada chama-se adição e é indicada
Z- = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0} escrevendo-se o sinal + (lê-se: “mais") entre os núme-
ros.
- Inteiros não negativos e não-nulos
É o conjunto Z+ excluindo o zero. Representa-se es- Os números 2 e 3 são chamados parcelas. 0 núme-
se subconjunto por Z*+: ro 5, resultado da operação, é chamado soma.
Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...} 2 → parcela
Z*+ = N*
+ 3 → parcela
- Inteiros não positivos e não nulos 5 → soma
São todos os números do conjunto Z- excluindo o
zero. Representa-se por Z*-. A adição de três ou mais parcelas pode ser efetua-
Z*- = {... -4, -3, -2, -1} da adicionando-se o terceiro número à soma dos dois
primeiros ; o quarto número à soma dos três primeiros
Conjunto dos Números Racionais e assim por diante.
Os números racionais é um conjunto que engloba 3+2+6 =
os números inteiros (Z), números decimais finitos (por 5 + 6 = 11
exemplo, 743,8432) e os números decimais infinitos
periódicos (que repete uma sequência de algarismos Veja agora outra operação: 7 – 3 = 4
da parte decimal infinitamente), como "12,050505...",
são também conhecidas como dízimas periódicas. Quando tiramos um subconjunto de um conjunto,
realizamos a operação de subtração, que indicamos
Os racionais são representados pela letra Q. pelo sinal - .
7 → minuendo
Conjunto dos Números Irracionais –3 → subtraendo
É formado pelos números decimais infinitos não- 4 → resto ou diferença
periódicos. Um bom exemplo de número irracional é o
número PI (resultado da divisão do perímetro de uma 0 minuendo é o conjunto maior, o subtraendo o sub-
circunferência pelo seu diâmetro), que vale 3,14159265 conjunto que se tira e o resto ou diferença o conjunto
.... Atualmente, supercomputadores já conseguiram que sobra.
calcular bilhões de casas decimais para o PI.
Somando a diferença com o subtraendo obtemos o
Também são irracionais todas as raízes não exatas, minuendo. Dessa forma tiramos a prova da subtração.
como a raiz quadrada de 2 (1,4142135 ...) 4+3=7
Conjunto dos Números Reais EXPRESSÕES NUMÉRICAS
É formado por todos os conjuntos citados anterior-
mente (união do conjunto dos racionais com os irracio- Para calcular o valor de uma expressão numérica
nais).
Matemática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
envolvendo adição e subtração, efetuamos essas ope-
rações na ordem em que elas aparecem na expressão. Passamos o número 25 para o outro lado da igual-
dade e com isso ele mudou de sinal.
Exemplos: 35 – 18 + 13 =
17 + 13 = 30 3) Qual o número natural que, adicionado a 8, é i-
Veja outro exemplo: 47 + 35 – 42 – 15 = gual a 20?
82 – 42 – 15= Solução:
40 – 15 = 25 x + 8 = 20
x = 20 – 8
Quando uma expressão numérica contiver os sinais x = 12
de parênteses ( ), colchetes [ ] e chaves { }, procede-
remos do seguinte modo: 4) Determine o número natural do qual, subtraindo
1º Efetuamos as operações indicadas dentro dos 62, obtemos 43.
parênteses; Solução:
2º efetuamos as operações indicadas dentro dos x – 62 = 43
colchetes; x = 43 + 62
3º efetuamos as operações indicadas dentro das x = 105
chaves.
Para sabermos se o problema está correto é sim-
1) 35 +[ 80 – (42 + 11) ] = ples, basta substituir o x pelo valor encontrado e reali-
= 35 + [ 80 – 53] = zarmos a operação. No último exemplo temos:
= 35 + 27 = 62 x = 105
105 – 62 = 43
2) 18 + { 72 – [ 43 + (35 – 28 + 13) ] } =
= 18 + { 72 – [ 43 + 20 ] } = MULTIPLICAÇÃO
= 18 + { 72 – 63} =
= 18 + 9 = 27 Observe: 4 X 3 =12

CÁLCULO DO VALOR DESCONHECIDO A operação efetuada chama-se multiplicação e é in-


dicada escrevendo-se um ponto ou o sinal x entre os
Quando pretendemos determinar um número natu- números.
ral em certos tipos de problemas, procedemos do se-
guinte modo: Os números 3 e 4 são chamados fatores. O número
- chamamos o número (desconhecido) de x ou 12, resultado da operação, é chamado produto.
qualquer outra incógnita ( letra ) 3 X 4 = 12
- escrevemos a igualdade correspondente
- calculamos o seu valor 3 fatores
X 4
Exemplos: 12 produto
1) Qual o número que, adicionado a 15, é igual a 31?
Por convenção, dizemos que a multiplicação de
Solução: qualquer número por 1 é igual ao próprio número.
Seja x o número desconhecido. A igualdade cor-
respondente será: A multiplicação de qualquer número por 0 é igual a 0.
x + 15 = 31
A multiplicação de três ou mais fatores pode ser efe-
Calculando o valor de x temos: tuada multiplicando-se o terceiro número pelo produto
x + 15 = 31 dos dois primeiros; o quarto numero pelo produto dos
x + 15 – 15 = 31 – 15 três primeiros; e assim por diante.
x = 31 – 15 3 x 4 x 2 x 5 =
x = 16 12 x 2 x 5
24 x 5 = 120
Na prática , quando um número passa de um lado
para outro da igualdade ele muda de sinal. EXPRESSÕES NUMÉRICAS
2) Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11.
Sinais de associação
Qual é esse número?
O valor das expressões numéricas envolvendo as
operações de adição, subtração e multiplicação é obti-
Solução:
do do seguinte modo:
Seja x o número desconhecido. A igualdade corres-
- efetuamos as multiplicações
pondente será:
x – 25 = 11 - efetuamos as adições e subtrações, na ordem
x = 11 + 25 em que aparecem.
x = 36
1) 3.4 + 5.8– 2.9=

Matemática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
=12 + 40 – 18 5) É impossível dividir um número por 0 (zero),
= 34 porque não existe um número que multiplicado
por 0 dê o quociente da divisão.
2) 9 . 6 – 4 . 12 + 7 . 2 =
= 54 – 48 + 14 = PROBLEMAS
= 20
1) Determine um número natural que, multiplica-
Não se esqueça: do por 17, resulte 238.
Se na expressão ocorrem sinais de parênteses col- X . 17 = 238
chetes e chaves, efetuamos as operações na ordem X = 238 : 17
em que aparecem: X = 14
1º) as que estão dentro dos parênteses Prova: 14 . 17 = 238
2º) as que estão dentro dos colchetes
3º) as que estão dentro das chaves. 2) Determine um número natural que, dividido
por 62, resulte 49.
Exemplo: x : 62 = 49
22 + {12 +[ ( 6 . 8 + 4 . 9 ) – 3 . 7] – 8 . 9 } x = 49 . 62
= 22 + { 12 + [ ( 48 + 36 ) – 21] – 72 } = x = 3038
= 22 + { 12 + [ 84 – 21] – 72 } =
= 22 + { 12 + 63 – 72 } = 3) Determine um número natural que, adicionado
= 22 + 3 = a 15, dê como resultado 32
= 25 x + 15 = 32
x = 32 – 15
DIVISÃO x =17

4) Quanto devemos adicionar a 112, a fim de ob-


Observe a operação: 30 : 6 = 5
termos 186?
x + 112 = 186
Também podemos representar a divisão das se-
x = 186 – 112
guintes maneiras:
x = 74
30
30 6 ou =5
6 5) Quanto devemos subtrair de 134 para obter-
0 5 mos 81?
134 – x = 81
O dividendo (D) é o número de elementos do con- – x = 81 – 134
junto que dividimos o divisor (d) é o número de elemen- – x = – 53 (multiplicando por –1)
tos do subconjunto pelo qual dividimos o dividendo e o x = 53
quociente (c) é o número de subconjuntos obtidos com Prova: 134 – 53 = 81
a divisão.
6) Ricardo pensou em um número natural, adi-
Essa divisão é exata e é considerada a operação cionou-lhe 35, subtraiu 18 e obteve 40 no re-
inversa da multiplicação. sultado. Qual o número pensado?
SE 30 : 6 = 5, ENTÃO 5 x 6 = 30 x + 35 – 18 = 40
x= 40 – 35 + 18
observe agora esta outra divisão: x = 23
Prova: 23 + 35 – 18 = 40
32 6
2 5 7) Adicionando 1 ao dobro de certo número ob-
32 = dividendo temos 7. Qual é esse numero?
6 = divisor 2 . x +1 = 7
5 = quociente 2x = 7 – 1
2 = resto 2x = 6
x =6:2
Essa divisão não é exata e é chamada divisão apro- x =3
ximada. O número procurado é 3.
Prova: 2. 3 +1 = 7
ATENÇÃO:
1) Na divisão de números naturais, o quociente é 8) Subtraindo 12 do triplo de certo número obte-
sempre menor ou igual ao dividendo. mos 18. Determinar esse número.
2) O resto é sempre menor que o divisor. 3 . x -12 = 18
3) O resto não pode ser igual ou maior que o divi- 3 x = 18 + 12
sor. 3 x = 30
4) O resto é sempre da mesma espécie do divi- x = 30 : 3
dendo. Exemplo: dividindo-se laranjas por certo x = 10
número, o resto será laranjas.
Matemática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
9) Dividindo 1736 por um número natural, encon- quatro operações é obtido do seguinte modo:
tramos 56. Qual o valor deste numero natural? - efetuamos as multiplicações e as divisões, na
1736 : x = 56 ordem em que aparecem;
1736 = 56 . x - efetuamos as adições e as subtrações, na ordem
56 . x = 1736 em que aparecem;
x. 56 = 1736
x = 1736 : 56 Exemplo 1) 3 .15 + 36 : 9 =
x = 31 = 45 + 4
= 49
10) O dobro de um número é igual a 30. Qual é o Exemplo 2) 18 : 3 . 2 + 8 – 6 . 5 : 10 =
número? = 6 . 2 + 8 – 30 : 10 =
2 . x = 30 = 12 + 8 – 3 =
2x = 30 = 20 – 3
x = 30 : 2 = 17
x = 15
POTENCIAÇÃO
11) O dobro de um número mais 4 é igual a 20.
Qual é o número ? Considere a multiplicação: 2 . 2 . 2 em que os três
2 . x + 4 = 20 fatores são todos iguais a 2.
2 x = 20 – 4
2 x = 16 Esse produto pode ser escrito ou indicado na forma
x = 16 : 2 3
2 (lê-se: dois elevado à terceira potência), em que o 2
x=8 é o fator que se repete e o 3 corresponde à quantidade
desses fatores.
12) Paulo e José têm juntos 12 lápis. Paulo tem o
dobro dos lápis de José. Quantos lápis tem 3
Assim, escrevemos: 2 = 2 . 2 . 2 = 8 (3 fatores)
cada menino?
José: x A operação realizada chama-se potenciação.
Paulo: 2x O número que se repete chama-se base.
Paulo e José: x + x + x = 12 O número que indica a quantidade de fatores iguais
3x = 12 a base chama-se expoente.
x = 12 : 3 O resultado da operação chama-se potência.
x=4 3
2 = 8
José: 4 - Paulo: 8 3 expoente
13) A soma de dois números é 28. Um é o triplo base potência
do outro. Quais são esses números?
um número: x Observações:
o outro número: 3x 1) os expoentes 2 e 3 recebem os nomes especi-
x + x + x + x = 28 (os dois números) ais de quadrado e cubo, respectivamente.
4 x = 28 2) As potências de base 0 são iguais a zero. 02 =
x = 28 : 4
0.0=0
x = 7 (um número)
3) As potências de base um são iguais a um.
3
Exemplos: 1 = 1 . 1 . 1 = 1
3x = 3 . 7 = 21 (o outro número).
Resposta: 7 e 21 15 = 1 . 1 . 1 . 1 . 1 = 1
4) Por convenção, tem-se que:
0
14) Pedro e Marcelo possuem juntos 30 bolinhas. - a potência de expoente zero é igual a 1 (a = 1,
Marcelo tem 6 bolinhas a mais que Pedro. a ≠ 0)
Quantas bolinhas tem cada um? 30 = 1 ; 50 = 1 ; 120 = 1
1
Pedro: x - a potência de expoente um é igual à base (a =
Marcelo: x + 6 a)
x + x + 6 = 30 ( Marcelo e Pedro) 21 = 2 ; 71 = 7 ; 1001 =100
2 x + 6 = 30
2 x = 30 – 6 PROPRIEDADES DAS POTÊNCIAS
2 x = 24
x = 24 : 2 1ª) para multiplicar potências de mesma base,
x = 12 (Pedro) conserva-se a base e adicionam-se os expoen-
Marcelo: x + 6 =12 + 6 =18 tes.
am . an = a m + n
EXPRESSÕES NUMÉRICAS ENVOLVENDO AS 2
Exemplos: 3 . 3 = 3
8 2+8
= 310
QUATRO OPERAÇÕES 6
5.5 = 5 1+6 7
=5
2ª) para dividir potências de mesma base, conser-
Sinais de associação:
va-se a base e subtraem-se os expoentes.
O valor das expressões numéricas envolvendo as
Matemática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
am : an = am - n
Exemplos: Respostas:
7
3 : 3 = 33 7–3
=3 4 a) 8 b) 11
510 : 58 = 5 10 – 8 = 52 c) 24 d) 60
3ª) para elevar uma potência a um outro expoente, e) 11 f) 76
conserva-se base e multiplicam-se os expoen- g) 12 h) 18
tes. i) 8 j) 21
2 4 2.4
Exemplo: (3 ) = 3 = 38
02) Calcule o valor das expressões:
4ª) para elevar um produto a um expoente, eleva- 3 2
a) 2 +3 =
se cada fator a esse expoente. 2 2
b) 3.5 –7 =
(a. b)m = am . bm c)
3
2 . 3 – 4. 2 =
3
3 2 2
3 3 3 d) 5 –3 .6 +2 –1=
Exemplos: (4 . 7) = 4 . 7 ; (3. 5)2 = 32 . 52 e)
2 4 2
(2 + 3) + 2 . 3 – 15 : 5 =
2 4 2
f) 1 + 7 – 3 . 2 + (12 : 4) =
RADICIAÇÃO
Respostas:
Suponha que desejemos determinar um número
a) 17 b) 26
que, elevado ao quadrado, seja igual a 9. Sendo x esse
2 c) 22 d) 20
número, escrevemos: X = 9
e) 142 f) 11
De acordo com a potenciação, temos que x = 3, ou
2 03) Uma indústria de automóveis produz, por dia,
seja: 3 = 9 1270 unidades. Se cada veículo comporta 5
pneus, quantos pneus serão utilizados ao final
A operação que se realiza para determinar esse de 30 dias? (Resposta: 190.500)
número 3 é chamada radiciação, que é a operação
inversa da potenciação. 04) Numa divisão, o divisor é 9,o quociente é 12 e o
resto é 5. Qual é o dividendo? (113)
Indica-se por:
2
9 =3 (lê-se: raiz quadrada de 9 é igual a 3) 05) Numa divisão, o dividendo é 227, o divisor é 15
e o resto é 2. Qual é o quociente? (15)
Daí , escrevemos:
06) Numa divisão, o dividendo é 320, o quociente é
2
9 = 3 ⇔ 32 = 9 45 e o resto é 5. Qual é o divisor? (7)

Na expressão acima, temos que: 07) Num divisão, o dividendo é 625, o divisor é 25 e
- o símbolo chama-se sinal da raiz o quociente é 25. Qual ê o resto? (0)
- o número 2 chama-se índice
- o número 9 chama-se radicando 08) Numa chácara havia galinhas e cabras em igual
- o número 3 chama-se raiz, quantidade. Sabendo-se que o total de pés des-
- o símbolo 2
9 chama-se radical ses animais era 90, qual o número de galinhas?
Resposta: 15 ( 2 pés + 4 pés = 6 pés ; 90 : 6 =
As raízes recebem denominações de acordo com o 15).
índice. Por exemplo:
09) O dobro de um número adicionado a 3 é igual a
2
36 raiz quadrada de 36 13. Calcule o número.(5)
3
125 raiz cúbica de 125
10) Subtraindo 12 do quádruplo de um número ob-
4
81 raiz quarta de 81 temos 60. Qual é esse número (Resp: 18)
5
raiz quinta de 32 e assim por diante
11) Num joguinho de "pega-varetas", André e Rena-
32
to fizeram 235 pontos no total. Renato fez 51
No caso da raiz quadrada, convencionou-se não es- pontos a mais que André. Quantos pontos fez
crever o índice 2. cada um? ( André-92 e Renato-143)
Exemplo : 2 49 = 49 = 7, pois 72 = 49
12) Subtraindo 15 do triplo de um número obtemos
EXERCÍCIOS 39. Qual é o número? (18)

13) Distribuo 50 balas, em iguais quantidades, a 3


01) Calcule:
amigos. No final sobraram 2. Quantas balas
a) 10 – 10 : 5 = b) 45 : 9 + 6 =
coube a cada um? (16)
c) 20 + 40 : 10 = d) 9. 7 – 3 =
e) 30 : 5 + 5 = f) 6 . 15 – 56 : 4 =
14) A diferença entre dois números naturais é zero
g) 63 : 9 . 2 – 2 = h) 56 – 34 : 17 . 19 =
e a sua soma é 30. Quais são esses números?
i) 3 . 15 : 9 + 54 :18 = j) 24 –12 : 4+1. 0 =
(15)
Matemática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
demos expressar, em linguagem matemática, fatos e
15) Um aluno ganha 5 pontos por exercício que a- sentenças da linguagem corrente referentes a esse
certa e perde 3 pontos por exercício que erra. número, observe:
Ao final de 50 exercícios tinha 130 pontos. - duas vezes o número 2.x
Quantos exercícios acertou? (35)
- o número mais 2 x+2
16) Um edifício tem 15 andares; cada andar, 30 sa- x
las; cada sala, 3 mesas; cada mesa, 2 gavetas; - a metade do número
cada gaveta, 1 chave. Quantas chaves diferen- 2
tes serão necessárias para abrir todas as gave- - a soma do dobro com a metade do número
tas? (2700). x
2⋅ x +
2
17) Se eu tivesse 3 dúzias de balas a mais do que
tenho, daria 5 e ficaria com 100. Quantas balas x
- a quarta parte do número
tenho realmente? (69) 4
18) A soma de dois números é 428 e a diferença PROBLEMA 1
entre eles é 34. Qual é o número maior? (231) Vera e Paula têm juntas R$ 1.080,00. Vera tem o
triplo do que tem Paula. Quanto tem cada uma?
19) Pensei num número e juntei a ele 5, obtendo 31. Solução:
Qual é o número? (26) x + 3x = 1080
4x= 1080
20) Qual o número que multiplicado por 7 resulta x =1080 : 4
56? (8) x= 270
3 . 270 = 810
21) O dobro das balas que possuo mais 10 é 36. Resposta: Vera – R$ 810,00 e Paula – R$ 270,00
Quantas balas possuo? (13).
PROBLEMA 2
22) Raul e Luís pescaram 18 peixinhos. Raul Paulo foi comprar um computador e uma bicicleta.
pescou o dobro de Luís. Quanto pescou cada Pagou por tudo R$ 5.600,00. Quanto custou cada
um? (Raul-12 e Luís-6) um, sabendo-se que a computador é seis vezes
mais caro que a bicicleta?
PROBLEMAS Solução:
x + 6x = 5600
Vamos calcular o valor de x nos mais diversos ca- 7x = 5600
sos: x = 5600 : 7
x = 800
1) x + 4 = 10 6 . 800= 4800
Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inver- R: computador – R$ 4.800,00 e bicicleta R$ 800,00
sa da adição:
x = 10 – 4 PROBLEMA 3
x=6 Repartir 21 cadernos entre José e suas duas irmãs,
de modo que cada menina receba o triplo do que
2) 5x = 20 recebe José. Quantos cadernos receberá José?
Aplicando a operação inversa da multiplicação, te- Solução:
mos: x + 3x + 3x = 21
x = 20 : 5 7x = 21
x=4 x = 21 : 7
x =3
3) x – 5 = 10 Resposta: 3 cadernos
Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inver-
sa da subtração: PROBLEMA 4
x = 10 + 5 Repartir R$ 2.100,00 entre três irmãos de modo que
x =15 o 2º receba o dobro do que recebe o 1º , e o 3º o
dobro do que recebe o 2º. Quanto receberá cada
4) x : 2 = 4 um?
Aplicando a operação inversa da divisão, temos: Solução:
x=4.2 x + 2x + 4x = 2100
x=8 7x = 2100
x = 2100 : 7
COMO ACHAR O VALOR DESCONHECIDO EM UM x = 300
PROBLEMA 300 . 2 = 600
300 . 4 =1200
Usando a letra x para representar um número, po- Resposta: R$ 300,00; R$ 600,00; R$ 1200,00

Matemática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PROBLEMA 5 Exemplos:
A soma das idades de duas pessoas é 40 anos. A Números inteiros positivos: {+1, +2, +3, +4, ....}
idade de uma é o triplo da idade da outra. Qual a i- Números inteiros negativos: {-1, -2, -3, -4, ....}
dade de cada uma?
Solução: O conjunto dos números inteiros relativos é formado
3x + x = 40 pelos números inteiros positivos, pelo zero e pelos nú-
4x = 40 meros inteiros negativos. Também o chamamos de
x = 40 : 4 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o represen-
x = 10 tamos pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, +1,
3 . 10 = 30 +2, +3, ... }
Resposta: 10 e 30 anos.
O zero não é um número positivo nem negativo. To-
PROBLEMA 6 do número positivo é escrito sem o seu sinal positivo.
A soma das nossas idades é 45 anos. Eu sou 5 a-
nos mais velho que você. Quantos anos eu tenho? Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10
x + x + 5 = 45 Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0 ,
x + x= 45 – 5 1, 2, 3, ...}
2x = 40
x = 20 N é um subconjunto de Z.
20 + 5 = 25
Resposta: 25 anos REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Cada número inteiro pode ser representado por um
PROBLEMA 7 ponto sobre uma reta. Por exemplo:
Sua bola custou R$ 10,00 menos que a minha.
Quanto pagamos por elas, se ambas custaram R$
150,00? ... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ...
Solução: ... C’ B’ A’ 0 A B C D ...
x + x – 10= 150
2x = 150 + 10 Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o
2x = 160 número zero.
x = 160 : 2
x = 80 Nas representações geométricas, temos à direita do
80 – 10 = 70 zero os números inteiros positivos, e à esquerda do
Resposta: R$ 70,00 e R$ 80,00 zero, os números inteiros negativos.

PROBLEMA 8 Observando a figura anterior, vemos que cada pon-


José tem o dobro do que tem Sérgio, e Paulo tanto to é a representação geométrica de um número inteiro.
quanto os dois anteriores juntos. Quanto tem cada
um, se os três juntos possuem R$ 624,00? Exemplos:
Solução: x + 2x + x + 2x = 624  ponto C é a representação geométrica do núme-
6x = 624 ro +3
x = 624 : 6  ponto B' é a representação geométrica do núme-
x = 104 ro -2
Resposta:S-R$ 104,00; J-R$ 208,00; P- R$ 312,00
ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS
PROBLEMA 9 1) A soma de zero com um número inteiro é o pró-
Se eu tivesse 4 rosas a mais do que tenho, poderia prio número inteiro: 0 + (-2) = -2
dar a você 7 rosas e ainda ficaria com 2. Quantas 2) A soma de dois números inteiros positivos é um
rosas tenho? número inteiro positivo igual à soma dos módulos
Solução: x+4–7 = 2 dos números dados: (+700) + (+200) = +900
x+4 =7+2 3) A soma de dois números inteiros negativos é um
x+4 =9 número inteiro negativo igual à soma dos módu-
x =9–4 los dos números dados: (-2) + (-4) = -6
x =5 4) A soma de dois números inteiros de sinais contrá-
Resposta: 5 rios é igual à diferença dos módulos, e o sinal é
o da parcela de maior módulo: (-800) + (+300) =
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z) -500

Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS
= {0, 1, 2, 3, 4, 5, .....,} A soma de três ou mais números inteiros é efetuada
adicionando-se todos os números positivos e todos os
Assim, os números precedidos do sinal + chamam- negativos e, em seguida, efetuando-se a soma do nú-
se positivos, e os precedidos de - são negativos. mero negativo.

Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) =

Matemática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(+17) + (-11) = +6 podem ser resumidos do seguinte modo:
(+)=+ +(-)=-
2) (+3) + (-4) + (+2) + (-8) = - (+)=- - (- )=+
(+5) + (-12) = -7
Exemplos: - ( -2) = +2 +(-6 ) = -6
PROPRIEDADES DA ADIÇÃO - (+3) = -3 +(+1) = +1
A adição de números inteiros possui as seguintes
propriedades: PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO
A subtração possui uma propriedade.
1ª) FECHAMENTO
A soma de dois números inteiros é sempre um nú- FECHAMENTO: A diferença de dois números intei-
mero inteiro: (-3) + (+6) = + 3 ∈ Z ros é sempre um número inteiro.

2ª) ASSOCIATIVA MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS


Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a 1º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS
+ (b + c) = (a + b) + c INTEIROS POSITIVOS

Exemplo:(+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2) Lembremos que: 3 . 2 = 2 + 2 + 2 = 6


(+3) + (-2) = (-1) + (+2) Exemplo:
+1 = +1 (+3) . (+2) = 3 . (+2) = (+2) + (+2) + (+2) = +6
Logo: (+3) . (+2) = +6
3ª) ELEMENTO NEUTRO
Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a Observando essa igualdade, concluímos: na multi-
e0+a=a plicação de números inteiros, temos:
(+) . (+) =+
Isto significa que o zero é elemento neutro para a
adição. 2º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É
NEGATIVO
Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2 Exemplos:
1) (+3) . (-4) = 3 . (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -12
4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO ou seja: (+3) . (-4) = -12
Se a é um número inteiro qualquer, existe um único
número oposto ou simétrico representado por (-a), 2) Lembremos que: -(+2) = -2
tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a) (-3) . (+5) = - (+3) . (+5) = -(+15) = - 15
ou seja: (-3) . (+5) = -15
Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
Conclusão: na multiplicação de números inteiros,
5ª) COMUTATIVA temos: ( + ) . ( - ) = - (-).(+)=-
Se a e b são números inteiros, então: Exemplos :
a+b=b+a (+5) . (-10) = -50
(+1) . (-8) = -8
Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4) (-2 ) . (+6 ) = -12
-2 = -2 (-7) . (+1) = -7

SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS 3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS IN-


Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para TEIROS NEGATIVOS
5ºC, sofrendo, portanto, um aumento de 8ºC, aumento Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18
esse que pode ser representado por: (+5) - (-3) = (+5) + isto é: (-3) . (-6) = +18
(+3) = +8
Conclusão: na multiplicação de números inteiros,
Portanto: temos: ( - ) . ( - ) = +
A diferença entre dois números dados numa certa Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20
ordem é a soma do primeiro com o oposto do segundo.
As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser
Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4 resumidas na seguinte:
2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7 (+).(+)=+ (+).(-)=-
3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7 (- ).( -)=+ (-).(+)=-

Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eli- Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é i-
minando os parênteses gual a 0: (+5) . 0 = 0
- (+4 ) = -4
- ( -4 ) = +4 PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS IN-
TEIROS
Observação: Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) =
Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais (-20) . (-2 ) . (+3 ) =
Matemática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(+40) . (+3 ) = +120 A igualdade acima é conhecida como proprieda-
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) = de distributiva da multiplicação em relação à sub-
(+2 ) . (+3 ) . (-2 ) = tração.
(+6 ) . (-2 ) = -12
DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Podemos concluir que:
- Quando o número de fatores negativos é par, o CONCEITO
produto sempre é positivo. Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multipli-
- Quando o número de fatores negativos é ímpar, cado por 2, dê 16.
o produto sempre é negativo. 16 : 2 = ? ⇔ 2 . ( ? ) = 16

PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO O número procurado é 8. Analogamente, temos:


No conjunto Z dos números inteiros são válidas as 1) (+12) : (+3 ) = +4 porque (+4 ) . (+3 ) = +12
seguintes propriedades: 2) (+12) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ) . ( -3 ) = +12
3) ( -12) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ) . (+3 ) = -12
1ª) FECHAMENTO 4) ( -12) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ) . ( -3 ) = -12
Exemplo: (+4 ) . (-2 ) = - 8 ∈ Z
Então o produto de dois números inteiros é inteiro. A divisão de números inteiros só pode ser realizada
quando o quociente é um número inteiro, ou seja,
2ª) ASSOCIATIVA quando o dividendo é múltiplo do divisor.
Exemplo: (+2 ) . (-3 ) . (+4 )
Este cálculo pode ser feito diretamente, mas tam- Portanto, o quociente deve ser um número inteiro.
bém podemos fazê-lo, agrupando os fatores de duas
maneiras: Exemplos:
(+2 ) . [(-3 ) . (+4 )] = [(+2 ) . ( -3 )]. (+4 ) ( -8 ) : (+2 ) = -4
(+2 ) . (-12) = (-6 ) . (+4 ) ( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro
-24 = -24
Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é
De modo geral, temos o seguinte: a mesma que vimos para a multiplicação:
Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, (+):(+)=+ (+):( -)=-
então: a . (b . c) = (a . b) . c (- ):( -)=+ ( -):(+)=-

3ª) ELEMENTO NEUTRO Exemplos:


Observe que: ( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2
(+4 ) . (+1 ) = +4 e (+1 ) . (+4 ) = +4 (+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4

Qualquer que seja o número inteiro a, temos: PROPRIEDADE


a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a Como vimos: (+4 ) : (+3 ) ∉ Z

O número inteiro +1 chama-se neutro para a multi- Portanto, não vale em Z a propriedade do fecha-
plicação. mento para a divisão. Alem disso, também não são
válidas as proposições associativa, comutativa e do
4ª) COMUTATIVA elemento neutro.
Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
e (-4 ) . (+2 ) = - 8 POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
CONCEITO
Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a . A notação
b = b . a, isto é, a ordem dos fatores não altera o pro- 3
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 )
duto.

5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À é um produto de três fatores iguais


SUBTRAÇÃO
Observe os exemplos: Analogamente:
(+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 ) 4
( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 )
(+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )

Conclusão: é um produto de quatro fatores iguais


Se a, b, c representam números inteiros quaisquer,
temos: Portanto potência é um produto de fatores iguais.
a) a . [b + c] = a . b + a . c
A igualdade acima é conhecida como proprieda- 2
Na potência (+5 ) = +25, temos:
de distributiva da multiplicação em relação à adi- +5 ---------- base
ção. 2 ---------- expoente
b) a . [b – c] = a . b - a . c

Matemática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
+25 ---------- potência Para calcular a potência de um produto, sendo n o
expoente, elevamos cada fator ao expoente n.
Observacões :
1 1
(+2 ) significa +2, isto é, (+2 ) = +2 POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO
1 1
( -3 ) significa -3, isto é, ( -3 ) = -3 (+2 )5 : (+2 )5 = (+2 )5-5 = (+2 )0
5 5
e (+2 ) : (+2 ) = 1
CÁLCULOS
0 0
Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1
O EXPOENTE É PAR
Calcular as potências Qualquer potência de expoente zero é igual a 1.
4
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é,
4
(+2) = +16 Observação:
4 2 2 2
2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, Não confundir -3 com ( -3 ) , porque -3 significa
4 2
(-2 ) = +16 -( 3 ) e portanto
4 4 -32 = -( 3 )2 = -9
Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16 2
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
2
Então, de modo geral, temos a regra: Logo: -3 ≠ ( -3 )2

Quando o expoente é par, a potência é sempre um CÁLCULOS


número positivo.
O EXPOENTE É PAR
Outros exemplos:
6
(-1) = +1
2
(+3) = +9 Calcular as potências
4 4
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, (+2)
O EXPOENTE É ÍMPAR = +16
4 4
Calcular as potências: ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, (-2 )
3 = +16
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8
3
isto é, (+2) = + 8 4 4
3
2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8 Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16
3
ou seja, (-2) = -8
Então, de modo geral, temos a regra:
3
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8
3 Quando o expoente é par, a potência é sempre um
número positivo.
Daí, a regra: 6 2
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o Outros exemplos: (-1) = +1 (+3) = +9
mesmo sinal da base.
O EXPOENTE É ÍMPAR
3 4
Outros exemplos: (- 3) = - 27 (+2) = +16
Exemplos:
PROPRIEDADES Calcular as potências:
3
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8
3
PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE isto é, (+2) = + 8
3
3 2 3 2 5 2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8
Exemplos: (+2 ) . (+2 ) = (+2 ) +2 = (+2 ) 3
ou seja, (-2) = -8
( -2 )2 . ( -2 )3 . ( -2 )5 = ( -2 ) 2 + 3 + 5 = ( -2 )10
3 3
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8
Para multiplicar potências de mesma base, mante-
mos a base e somamos os expoentes. Daí, a regra:
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o
QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE mesmo sinal da base.
(+2 ) 5 : (+2 )2 = (+2 )5-2 = (+2 )3
( -2 )7 : ( -2 )3 = ( -2 )7-3 = ( -2 )4 Outros exemplos: (- 3) = - 27
3
(+2) = +16
4

Para dividir potências de mesma base em que o ex- PROPRIEDADES


poente do dividendo é maior que o expoente do divisor, PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
mantemos a base e subtraímos os expoentes. 3 2 3 2
Exemplos: (+2 ) . (+2 ) = (+2 ) +2 = (+2 )
5
2 3 5 2+3+5 10
( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 )
POTÊNCIA DE POTÊNCIA
[( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15 Para multiplicar potências de mesma base, mante-
Para calcular uma potência de potência, conserva- mos a base e somamos os expoentes.
mos a base da primeira potência e multiplicamos os
expoentes . QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
5 2 5-2 3
(+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 )
7 3 7-3 4
POTÊNCIA DE UM PRODUTO ( -2 ) : ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 )
4 4 4 4
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )] = ( -2 ) . (+3 ) . ( -5 ) Para dividir potências de mesma base em que o ex-
poente do dividendo é maior que o expoente do divisor,

Matemática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mantemos a base e subtraímos os expoentes. Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4,
6 ou 8. Ex.: O número 74 é divisível por 2, pois termina em
POTÊNCIA DE POTÊNCIA 4.
3 5 3.5 15
[( -4 ) ] = ( -4 ) = ( -4 )
Para calcular uma potência de potência, conserva- Um número é divisível por 3 quando a soma dos valo-
mos a base da primeira potência e multiplicamos os res absolutos dos seus algarismos é um número divisível
expoentes . por 3. Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divi-
sível por 3
POTÊNCIA DE UM PRODUTO
4 4 4 4
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )] = ( -2 ) . (+3 ) . ( -5 ) Um número é divisível por 5 quando o algarismo das
Para calcular a potência de um produto, sendo n o unidades é 0 ou 5 (ou quando termina em o ou 5). Ex.: O
expoente, elevamos cada fator ao expoente n. número 320 é divisível por 5, pois termina em 0.

POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO Um número é divisível por 10 quando o algarismo das


5 5 5-5 0
(+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 ) unidades é 0 (ou quando termina em 0). Ex.: O número
5 5
e (+2 ) : (+2 ) = 1 500 é divisível por 10, pois termina em 0.
0 0
Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1
Qualquer potência de expoente zero é igual a 1. NÚMEROS PRIMOS
2 2 2
Observação: Não confundir-3 com (-3) , porque -3 Um número natural é primo quando é divisível apenas
2 2 2
significa -( 3 ) e portanto: -3 = -( 3 ) = -9 por dois números distintos: ele próprio e o 1.
2
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
2
Logo: -3 ≠ ( -3 )2 Exemplos:
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois
NÚMEROS PARES E ÍMPARES números diferentes: ele próprio e o 1.
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois
Os pitagóricos estudavam à natureza dos números, e números distintos: ele próprio e o 1.
baseado nesta natureza criaram sua filosofia e modo de • O número natural que é divisível por mais de dois
vida. Vamos definir números pares e ímpares de acordo números diferentes é chamado composto.
com a concepção pitagórica: • O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4.
• par é o número que pode ser dividido em duas par- • O número 1 não é primo nem composto, pois é divi-
tes iguais, sem que uma unidade fique no meio, e sível apenas por um número (ele mesmo).
ímpar é aquele que não pode ser dividido em duas • O número 2 é o único número par primo.
partes iguais, porque sempre há uma unidade no
meio
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS (FATORA-
ÇÃO)
Uma outra caracterização, nos mostra a preocupação
com à natureza dos números: Um número composto pode ser escrito sob a forma de
• número par é aquele que tanto pode ser dividido um produto de fatores primos.
em duas partes iguais como em partes desiguais, Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma:
mas de forma tal que em nenhuma destas divisões 2
60 = 2 . 2 . 3 . 5 = 2 . 3 . 5 que é chamada de forma fato-
haja uma mistura da natureza par com a natureza rada.
ímpar, nem da ímpar com a par. Isto tem uma úni- Para escrever um número na forma fatorada, devemos
ca exceção, que é o princípio do par, o número 2, decompor esse número em fatores primos, procedendo
que não admite a divisão em partes desiguais, por- do seguinte modo:
que ele é formado por duas unidades e, se isto po- Dividimos o número considerado pelo menor número
de ser dito, do primeiro número par, 2. primo possível de modo que a divisão seja exata.
Dividimos o quociente obtido pelo menor número pri-
Para exemplificar o texto acima, considere o número mo possível.
10, que é par, pode ser dividido como a soma de 5 e 5, Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo
mas também como a soma de 7 e 3 (que são ambos menor número primo possível, até que se obtenha o quo-
ímpares) ou como a soma de 6 e 4 (ambos são pares); ciente 1.
mas nunca como a soma de um número par e outro ím-
par. Já o número 11, que é ímpar pode ser escrito como Exemplo:
soma de 8 e 3, um par e um ímpar. Atualmente, definimos 60 2
números pares como sendo o número que ao ser dividido
por dois têm resto zero e números ímpares aqueles que 0 30 2
ao serem divididos por dois têm resto diferente de zero.
Por exemplo, 12 dividido por 2 têm resto zero, portanto 12 0 15 3
é par. Já o número 13 ao ser dividido por 2 deixa resto 1, 5 0 5
portanto 13 é ímpar.
1
MÚLTIPLOS E DIVISORES
Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
DIVISIBILIDADE
Matemática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à di-
reita do número e, à direita dessa barra, escrever os divi- Os números obtidos à direita dos fatores primos são
sores primos; abaixo do número escrevem-se os quocien- os divisores do número considerado. Portanto:
tes obtidos. A decomposição em fatores primos estará D(12) = { 1, 2, 4, 3, 6, 12}
terminada quando o último quociente for igual a 1.
Exemplos:
Exemplo: 1)
60 2 1
30 2 18 2 2
15 3 9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18}
5 5 3 3 9, 18
1 1
Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
2)
DIVISORES DE UM NÚMERO 1
30 2 2
Consideremos o número 12 e vamos determinar todos 15 3 3, 6
os seus divisores Uma maneira de obter esse resultado é 5 5 5, 10, 15, 30
escrever os números naturais de 1 a 12 e verificar se 1
cada um é ou não divisor de 12, assinalando os divisores.
1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12 D(30) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}
= = = = = ==
Indicando por D(12) (lê-se: "D de 12”) o conjunto dos MÁXIMO DIVISOR COMUM
divisores do número 12, temos:
D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12} Recebe o nome de máximo divisor comum de dois ou
mais números o maior dos divisores comuns a esses
Na prática, a maneira mais usada é a seguinte: números.
1º) Decompomos em fatores primos o número consi-
derado. Um método prático para o cálculo do M.D.C. de dois
12 2 números é o chamado método das divisões sucessivas
6 2 (ou algoritmo de Euclides), que consiste das etapas se-
3 3 guintes:
1 1ª) Divide-se o maior dos números pelo menor. Se a
divisão for exata, o M.D.C. entre esses números é
2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores o menor deles.
primos e, à sua direita e acima, escrevemos o nume- 2ª) Se a divisão não for exata, divide-se o divisor (o
ro 1 que é divisor de todos os números. menor dos dois números) pelo resto obtido na di-
1 visão anterior, e, assim, sucessivamente, até se
12 2 obter resto zero. 0 ultimo divisor, assim determi-
6 2 nado, será o M.D.C. dos números considerados.
3 3
1 Exemplo:
Calcular o M.D.C. (24, 32)
3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e es-
crevemos o produto obtido na linha correspondente. 32 24 24 8
x1
12 2 2 8 1 0 3
6 2
3 3 Resposta: M.D.C. (24, 32) = 8
1
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM
4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos
divisores já obtidos, escrevendo os produtos nas Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou
linhas correspondentes, sem repeti-los. mais números o menor dos múltiplos (diferente de zero)
x1 comuns a esses números.
12 2 2
6 2 4 O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou
3 3 mais números, chamado de decomposição em fatores
1 primos, consiste das seguintes etapas:
1º) Decompõem-se em fatores primos os números
x1 apresentados.
12 2 2 2º) Determina-se o produto entre os fatores primos
6 2 4 comuns e não-comuns com seus maiores expo-
3 3 3, 6, 12 entes. Esse produto é o M.M.C procurado.
1

Matemática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 2
Solução: (+5 ) = +25 e (-5 ) = +25
Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18) Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado
seja -25, isto é, − 25 não existe no conjunto Z dos
Decompondo em fatores primos esses números, te-
números inteiros.
mos:
12 2 18 2
6 2 9 3 Conclusão: os números inteiros positivos têm, como
3 3 3 3 raiz quadrada, um número positivo, os números inteiros
1 1 negativos não têm raiz quadrada no conjunto Z dos nú-
meros inteiros.
2 2
12 = 2 . 3 18 = 2 . 3
2 2
Resposta: M.M.C (12, 18) = 2 . 3 = 36 RADICIAÇÃO

Observação: Esse processo prático costuma ser sim- A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que
n
plificado fazendo-se uma decomposição simultânea dos a = b.
números. Para isso, escrevem-se os números, um ao
lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da n
b = a ⇒ an = b
barra vertical, colocada após o último número, escrevem-
se os fatores primos comuns e não-comuns. 0 calculo 5
32 = 2
estará terminado quando a última linha do dispositivo for
composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números 5 índice
apresentados será o produto dos fatores. 32 radicando pois 2 = 32
5

Exemplo: raiz
Calcular o M.M.C (36, 48, 60) 2 radical
36, 48, 60 2
18, 24, 30 2
9, 12, 15 2
Outros exemplos : 3
8 = 2 pois 2 3 = 8
9, 6, 15 2 3
− 8 = - 2 pois ( -2 )3 = -8
9, 3, 15 3
3, 1, 5 3 PROPRIEDADES (para a ≥ 0, b ≥ 0)
1, 1 5 5 m: p
m
1, 1, 1 1ª) a n = a n: p 15
310 = 3 3 2
n
4 2
Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 2 . 3 . 5 = 720
2ª) a⋅b = n a ⋅n b 6 = 2⋅ 3
4
n 5 5
RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS 3ª) a:b = n a :n b 4 =
16 4
16
n
CONCEITO
Consideremos o seguinte problema:
4ª) ( a)
m
= m an ( x)
3
5
= 3 x5
Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25. 5ª)
m n
a = m⋅n a 6
3 = 12 3
2 2
Solução: (+5 ) = +25 e ( -5 ) =+25
Resposta: +5 e -5 EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS IN-
TEIROS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES
Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de Para calcular o valor de uma expressão numérica com
+25. números inteiros, procedemos por etapas.
Outros exemplos: 1ª ETAPA:
Número Raízes quadradas a) efetuamos o que está entre parênteses ( )
+9 + 3 e -3 b) eliminamos os parênteses
+16 + 4 e -4
+1 + 1 e -1 2ª ETAPA:
+64 + 8 e -8 a) efetuamos o que está entre colchetes [ ]
+81 + 9 e -9 b) eliminamos os colchetes
+49 + 7 e -7
+36 +6 e -6 3º ETAPA:
O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto a) efetuamos o que está entre chaves { }
b) eliminamos as chaves
é 25 = +5
Como 25 = +5 , então: − 25 = −5 Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na
Agora, consideremos este problema. seguinte ordem:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que apa-
Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é - recem.
25? 2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que apare-

Matemática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cem. a) O número representado por uma fração não mu-
3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem. da de valor quando multiplicamos ou dividimos
tanto o numerador como o denominador por um
Exemplos: mesmo número natural, diferente de zero.
1) 2 + 7 . (-3 + 4) = Exemplos: usando um novo símbolo: ≈
2 + 7 . (+1) = 2 + 7 = 9 ≈ é o símbolo de equivalência para frações
3 2
2 2 × 5 10 10 × 2 20
2) (-1 ) + (-2 ) : (+2 ) = ≈ ≈ ≈ ≈ ≈ ⋅⋅⋅
-1+ (+4) : (+2 ) = 3 3 × 5 15 15 × 2 30
-1 + (+2 ) = b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as
-1 + 2 = +1 frações equivalentes a uma fração dada.
3 6 9 12
3) -(-4 +1) – [-(3 +1)] =
, , , ,⋅ ⋅ ⋅ (classe de equivalência da fra-
1 2 3 4
-(-3) - [-4 ] =
+3 + 4 = 7 3
ção: )
2 3
1
4) –2( -3 –1) +3 . ( -1 – 3) + 4
2 3
-2 . ( -4 ) + 3 . ( - 4 ) + 4 = Agora já podemos definir número racional : número
-2 . (+16) + 3 . (- 64) + 4 = racional é aquele definido por uma classe de equiva-
-32 – 192 + 4 = lência da qual cada fração é um representante.
-212 + 4 = - 208
NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO
2 2
5) (-288) : (-12) - (-125) : ( -5 ) = NATURAL:
(-288) : (+144) - (-125) : (+25) = 0 0
(-2 ) - (- 5 ) = -2 + 5 = +3 0= = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva-
1 2
6) (-10 - 8) : (+6 ) - (-25) : (-2 + 7 ) = lência que representa o mesmo
(-18) : (+6 ) - (-25) : (+5 ) = número racional 0)
-3 - (- 5) = 1 2
1 = = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva-
- 3 + 5 = +2 1 2
2 2 4 2 lência que representa o mesmo
7) –5 : (+25) - (-4 ) : 2 - 1 = número racional 1)
-25 : (+25) - (+16) : 16 - 1 = e assim por diante.
-1 - (+1) –1 = -1 -1 –1 = -3
2 3 2
NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚME-
8) 2 . ( -3 ) + (-40) : (+2) - 2 =
RO FRACIONÁRIO:
2 . (+9 ) + (-40) : (+8 ) - 4 =
+18 + (-5) - 4 = 1 2 3
= = = ⋅ ⋅ ⋅ (definido pela classe de equivalên-
+ 18 - 9 = +9 2 4 6
cia que representa o mesmo
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q) número racional 1/2).

Os números racionais são representados por um NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS


a Decimais: quando têm como denominador 10 ou
numeral em forma de fração ou razão, , sendo a e b uma potência de 10
b
números naturais, com a condição de b ser diferente de
5 7
, ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
zero. 10 100
1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado
(a, b) de números naturais, sendo b ≠ 0, corresponde b) próprias: aquelas que representam quantidades
a menores do que 1.
um número fracionário .O termo a chama-se nume- 1 3 2
b , , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
rador e o termo b denominador. 2 4 7
2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser represen- c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou
tado por uma fração de denominador 1. Logo, é possí- maiores que 1.
vel reunir tanto os números naturais como os fracioná- 5 8 9
rios num único conjunto, denominado conjunto dos , , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
números racionais absolutos, ou simplesmente conjun- 5 1 5
to dos números racionais Q.
d) aparentes: todas as que simbolizam um número
Qual seria a definição de um número racional abso- natural.
luto ou simplesmente racional? A definição depende 20 8
= 5, = 4 , etc.
das seguintes considerações: 4 2

Matemática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3 2 5
e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as fra- Indicamos por: + =
ções, com exceção daquelas que possuem como de- 6 6 6
2 3
nominador 10, 10 , 10 ...

f) frações iguais: são as que possuem os termos i-


3 3 8 8
guais = , = , etc.
4 4 5 5 2
g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao 6
numeral formado por uma parte natural e uma parte
5
 4
fracionária;  2  A parte natural é 2 e a parte fracio- 6
 7
nária
4
.
3
7 6
5 2 3
h) irredutível: é aquela que não pode ser mais sim- Indicamos por: − =
plificada, por ter seus termos primos entre si. 6 6 6
3 5 3
, , , etc. Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo
4 12 7 denominador, procedemos do seguinte modo:
 adicionamos ou subtraímos os numeradores e
4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que mantemos o denominador comum.
não possua termos primos entre si, basta dividir os dois  simplificamos o resultado, sempre que possível.
ternos pelo seu divisor comum.
8 8:4 2 Exemplos:
= =
12 12 : 4 3 3 1 3 +1 4
+ = =
5 5 5 5
5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES. 4 8 4 + 8 12 4
Para comparar duas ou mais frações quaisquer pri- + = = =
meiramente convertemos em frações equivalentes de 9 9 9 9 3
mesmo denominador. De duas frações que têm o 7 3 7−3 4 2
mesmo denominador, a maior é a que tem maior nume- − = = =
rador. Logo:
6 6 6 6 3
2 2 2−2 0
6
<
8
<
9 1 2 3
⇔ < < − = = =0
12 12 12 2 3 4 7 7 7 7
(ordem crescente)
Observação: A subtração só pode ser efetuada
De duas frações que têm o mesmo numerador, a quando o minuendo é maior que o subtraendo, ou igual
maior é a que tem menor denominador. a ele.

Exemplo:
7 7
> 2º CASO: Frações com denominadores diferentes:
2 5 Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com
denominadores diferentes, procedemos do seguinte
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES modo:
• Reduzimos as frações ao mesmo denominador.
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO • Efetuamos a operação indicada, de acordo com o
A soma ou a diferença de duas frações é uma outra caso anterior.
fração, cujo calculo recai em um dos dois casos seguin- • Simplificamos o resultado (quando possível).
tes:
Exemplos:
1º CASO: Frações com mesmo denominador. Ob-
servemos as figuras seguintes:

3 2
6 6
5
6
Matemática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 2 5 3
1) + = 2) + =   3 1   2 3 
3 4 8 6 2)5 −  −  − 1 +  =
4 6 15 12   2 3   3 4 
= + = = + =
24 24   9 2   5 3 
12 12 = 5 −  −  −  +  =
4+6 =
15 + 12
=   6 6   3 4 
= = 24  7   20 9 
12 = 5 −  −  +  =
 6   12 12 
27 9
10 5 = =
= = 24 8
 30 7  29
12 6 = − − =
 6 6  12
Observações: 23 29
= − =
Para adicionar mais de duas frações, reduzimos to- 6 12
das ao mesmo denominador e, em seguida, efetuamos 46 29
a operação. = −
12 12
=

Exemplos.
17
=
2 7 3 3 5 1 1 12
a) + + = b) + + + =
15 15 15 4 6 8 2
2+7+3 NÚMEROS RACIONAIS
18 20 3 12
= = = + + + =
15 24 24 24 24
12 4
= = 18+ 20+ 3 +12
= =
15 5 24
53
=
24
Havendo número misto, devemos transformá-lo em
fração imprópria: Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dize-
mos que uma unidade dividida em duas partes iguais e
Exemplo: indicamos 1/2.
1 5 1 onde: 1 = numerador e 2 = denominador
2 + +3 =
3 12 6
7 5 19
+ + =
3 12 6
28 5 38
+ + =
12 12 12
28 + 5 + 38 71
=
12 12 Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos
(das três partes hachuramos 2).
Se a expressão apresenta os sinais de parênteses (
), colchetes [ ] e chaves { }, observamos a mesma Quando o numerador é menor que o denominador
ordem : temos uma fração própria. Observe:
1º) efetuamos as operações no interior dos parênte-
ses; Observe:
2º) as operações no interior dos colchetes;
3º) as operações no interior das chaves.

Exemplos:
2 3 5 4
1) +  −  −  =
3 4 2 2
 8 9  1
= + − =
 12 12  2 Quando o numerador é maior que o denominador
temos uma fração imprópria.
17 1
= − =
12 2 FRAÇÕES EQUIVALENTES
17 6
= − = Duas ou mais frações são equivalentes, quando re-
12 12
presentam a mesma quantidade.
11
=
12
Matemática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 1 1 3
Ex.: > ou <
4 4 4 4

b) Frações com numeradores iguais


Se duas frações tiverem numeradores iguais, a me-
nor será aquela que tiver maior denominador.
7 7 7 7
Ex.: > ou <
4 5 5 4

c) Frações com numeradores e denominadores


receptivamente diferentes.
1 2 3 Reduzimos ao mesmo denominador e depois com-
Dizemos que: = = paramos. Exemplos:
2 4 6
2 1
> denominadores iguais (ordem decrescente)
- Para obter frações equivalentes, devemos multi- 3 3
plicar ou dividir o numerador por mesmo número dife- 4 4
> numeradores iguais (ordem crescente)
rente de zero. 5 3
1 2 2 1 3 3
Ex: ⋅ = ou . =
2 2 4 2 3 6 SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES

Para simplificar frações devemos dividir o numera- Para simplificar frações devemos dividir o numera-
dor e o denominador, por um mesmo número diferente dor e o denominador por um número diferente de zero.
de zero.
Quando não for mais possível efetuar as divisões,
Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração é irredutível. Exemplo:
dizemos que a fração é irredutível. 18 : 2 9 : 3 3
= =
12 : 2 6 : 3 2
Exemplo:
18 2 9 3
: = = ⇒ Fração Irredutível ou Sim- Fração irredutível ou simplificada.
12 2 6 6 9 36
plificada Exercícios: Simplificar 1) 2)
12 45
3 4
1 3 Respostas: 1) 2)
Exemplo: e 4 5
3 4
REDUÇÃO DE FRAÇÕES AO MENOR DENOMINA-
Calcular o M.M.C. (3,4): M.M.C.(3,4) = 12
DOR COMUM
1
e
3 (12 : 3 ) ⋅ 1
= e
(12 : 4 ) ⋅ 3 temos: 4 e 9
3 4 12 12 12 12 1 3
Ex.: e
3 4
1 4
A fração é equivalente a .
3 12 Calcular o M.M.C. (3,4) = 12
1
e
3
=
(12 : 3 ) ⋅ 1 e (12 : 4 ) ⋅ 3 temos:
3 9 3 4 12 12
A fração equivalente .
4 12 4 9
e
12 12
Exercícios:
1 4 3
1) Achar três frações equivalentes às seguintes fra- A fração é equivalente a . A fração equiva-
ções: 3 12 4
1 2 9
1) 2) lente .
4 3 12
2 3 4 4 6 8
Respostas: 1) , , 2) , , Exemplo:
8 12 16 6 9 12
2 4
? ⇒ numeradores diferentes e denomina-
COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES 3 5
dores diferentes m.m.c.(3, 5) = 15
a) Frações de denominadores iguais.
Se duas frações tem denominadores iguais a maior (15 : 3).2 (15.5).4 10 12
? = < (ordem
será aquela: que tiver maior numerador. 15 15 15 15
crescente)

Matemática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exercícios: Colocar em ordem crescente: 4 2 4 3 12 6
Exemplo: : = . = =
2 2 5 4 5 2 4 5 3 5 2 10 5
1) e 2) e 3) , e
5 3 3 3 6 3 5
Exercícios. Calcular:
2 2 4 5 4 2 8 6  2 3  4 1
Respostas: 1) < 2) < 1) : 2) : 3)  +  :  − 
5 3 3 3 3 9 15 25 5 5 3 3
4 5 3
3) < <
3 6 2 20
Respostas: 1) 6 2) 3) 1
9
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES
1) Adição e Subtração
a) Com denominadores iguais somam-se ou subtra- Eleva o numerador e o denominador ao expoente
em-se os numeradores e conserva-se o denominador dado. Exemplo:
comum. 3
2 23 8
2 5 1 2 + 5 +1 8   = 3 =
Ex: + + = = 3
  3 27
3 3 3 3 3
4 3 4−3 1
− = = Exercícios. Efetuar:
5 5 5 5 2 4 2 3
3  1  4   1
1)   2)   3)   −  
b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo 4 2 3 2
denominador depois soma ou subtrai.
Ex: 9 1 119
1 3 2 Respostas: 1) 2) 3)
1) + + = M.M.C.. (2, 4, 3) = 12 16 16 72
2 4 3
RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES
(12 : 2).1 + (12 : 4).3 + (12.3).2 6 + 9 + 8 23
= =
12 12 12 Extrai raiz do numerador e do denominador.
4 2 4 4 2
2) − = M.M.C.. (3,9) = 9 Exemplo: = =
3 9 9 9 3
(9 : 3).4 - (9 : 9).2 12 - 2 10
= =
9 9 9 Exercícios. Efetuar:
2
1 16 9  1
Exercícios. Calcular: 1) 2) 3) + 
9 25 16  2 
2 5 1 5 1 2 1 1
1) + + 2) − 3) + −
7 7 7 6 6 3 4 3
1 4
8 4 2 7 Respostas: 1) 2) 3) 1
Respostas: 1) 2) = 3) 3 5
7 6 3 12
NÚMEROS DECIMAIS
MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc,
Para multiplicar duas ou mais frações devemos mul-
chama-se fração decimal.
tiplicar os numeradores das frações entre si, assim
como os seus denominadores. 3 4 7
Ex: , , , etc
Exemplo: 10 100 100
2 3 2 3 6 3
. = x = = Escrevendo estas frações na forma decimal temos:
5 4 5 4 20 10
3
= três décimos,
Exercícios: Calcular: 10
2 5 2 3 4  1 3  2 1 4
1) ⋅ 2) ⋅ ⋅ 3)  +  ⋅  −  = quatro centésimos
5 4 5 2 3 5 5 3 3 100
10 5 24 4 4 7
Respostas: 1) 2) 3) = sete milésimos
=
12 6 30 5
=
15 1000

Escrevendo estas frações na forma decimal temos:


DIVISÃO DE FRAÇÕES
3 4 7
=0,3 = 0,04 = 0,007
Para dividir duas frações conserva-se a primeira e 10 100 1000
multiplica-se pelo inverso da Segunda.
Matemática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Outros exemplos: direita, tantas casas decimais quantos forem os alga-
34 635 2187 rismos decimais dos números dados.
1) = 3,4 2) = 6,35 3) =218,7
10 100 10
Exemplo: 5,32 x 3,8
Note que a vírgula “caminha” da direita para a es- 5,32 → 2 casas,
querda, a quantidade de casas deslocadas é a mesma x 3,8→ 1 casa após a virgula
quantidade de zeros do denominador. ______
4256
Exercícios. Representar em números decimais: 1596 +
35 473 430 ______
1) 2) 3) 20,216 → 3 casas após a vírgula
10 100 1000
Exercícios. Efetuar as operações:
Respostas: 1) 3,5 2) 4,73 3) 0,430 1) 2,41 . 6,3 2) 173,4 . 3,5 + 5 . 4,6
3) 31,2 . 0,753
LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
Respostas: 1) 15,183 2) 629,9
Ex.: 3) 23,4936

DIVISÃO DE NÚMEROS DECIMAIS

Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o


divisor e quando o dividendo for menor que o divisor
acrescentamos um zero antes da vírgula no quociente.

Ex.:
a) 3:4
3 |_4_
30 0,75
20
0
b) 4,6:2
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3
OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS 0
Obs.: Para transformar qualquer fração em número
Adição e Subtração decimal basta dividir o numerador pelo denominador.
Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou sub- Ex.: 2/5 = 2 |5 , então 2/5=0,4
traem-se unidades de mesma ordem. Exemplo 1: 20 0,4

10 + 0,453 + 2,832 Exercícios


10,000 1) Transformar as frações em números decimais.
+ 0,453 1 4 1
2,832 1) 2) 3)
5 5 4
_______
Respostas: 1) 0,2 2) 0,8 3) 0,25
13,285
2) Efetuar as operações:
Exemplo 2:
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2
47,3 - 9,35
3) 45,6 : 1,23 4) 178 : 4,5-3,4.1/2
47,30
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4
9,35
______
Respostas: 1) 4 2) 129 3) 35,07
37,95
4) 37,855 5) 200,0833....
Exercícios. Efetuar as operações:
1) 0,357 + 4,321 + 31,45 Multiplicação de um número decimal por 10, 100,
2) 114,37 - 93,4 1000
3) 83,7 + 0,53 - 15, 3
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000.....
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 3) 68,93 vezes maior, desloca-se a vírgula para a direita, res-
pectivamente, uma, duas, três, . . . casas decimais.
MULTIPLICAÇÃO COM NÚMEROS DECIMAIS 2,75 x 10 = 27,5 6,50 x 100 = 650
0,125 x 100 = 12,5 2,780 x 1.000 = 2.780
Multiplicam-se dois números decimais como se fos- 0,060 x 1.000 = 60 0,825 x 1.000 = 825
sem inteiros e separam-se os resultados a partir da

Matemática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
DIVISÃO dois décimos".
Para dividir os números decimais, procede-se as-
sim: 2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros
1) iguala-se o número de casas decimais; e setenta e cinco
2) suprimem-se as vírgulas; centésimos".
3) efetua-se a divisão como se fossem números in-
teiros. 3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e
trezentos e nove
Exemplos: milésimos''.
♦ 6 : 0,15 = 6,00 0,15
Observações:
000 40 1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte de-
Igualam – se as casas decimais. cimal é lida.
Cortam-se as vírgulas. Exemplos:
 7,85 : 5 = 7,85 : 5,00 785 : 500 = 1,57
a) 0,5 - Lê-se: "cinco
Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto décimos".
285
b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito
Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma centésimos".
vírgula ao quociente e zeros ao resto
♦ 2 : 4 0,5 c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos
e vinte e um
Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vír- milésimos".
gula no quociente e zero no dividendo
♦ 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 = 2) Um número decimal não muda o seu valor se a-
0,05 crescentarmos ou suprimirmos zeros â direita do
último algarismo.
Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vír- Exemplo: 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " .......
gula no quociente e um zero no dividendo. Como 350
não é divisível por 700, acrescenta-se outro zero ao 3) Todo número natural pode ser escrito na forma
quociente e outro ao dividendo de número decimal, colocando-se a vírgula após
o último algarismo e zero (ou zeros) a sua direita.
Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00...
Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000

Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, .... CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)
vezes menor, desloca-se a vírgula para a esquerda,
respectivamente, uma, duas, três, ... casas decimais. CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E
PONTOS DA RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO
Exemplos: Há números que não admitem representação
25,6 : 10 = 2,56 decimal finita nem representação decimal infinita e
04 : 10 = 0,4 periódico, como, por exemplo:
315,2 : 100 = 3,152 π = 3,14159265...
018 : 100 = 0,18 2 = 1,4142135...
0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015 3 = 1,7320508...
5 = 2,2360679...
milhar centena dezena Unidade décimo centésimo milésimo
simples

1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001 Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2
∈ Q, 3 ∈ Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são
chamados de irracionais.
LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
Procedemos do seguinte modo: Podemos então definir os irracionais como sendo
1º) Lemos a parte inteira (como um número natural). aqueles números que possuem uma representação
2º) Lemos a parte decimal (como um número natu- decimal infinita e não periódico.
ral), acompanhada de uma das palavras:
- décimos, se houver uma ordem (ou casa) deci- Chamamos então de conjunto dos números reais, e
mal indicamos com R, o seguinte conjunto:
- centésimos, se houver duas ordens decimais;
- milésimos, se houver três ordens decimais. R= { x | x é racional ou x é irracional}
Exemplos: Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto
1) 1,2 Lê-se: "um inteiro e dos números racionais com o conjunto dos números

Matemática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
irracionais. positivos foram excluídos de Q− .

Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos j) ∈ , pois 2 é real.


indicar que o número zero foi excluído de um conjunto. k) ∉ , pois 4 = 2 é positivo, e os positivos foram
excluídos de R−
Exemplo: N* = { 1; 2; 3; 4; ... }; o zero foi excluído de
N.
2. Completar com ⊂ ou ⊄ :
Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos a) N Z* d) Q Z
indicar que os números negativos foram excluídos de
b) N Z+ *
e) Q + *
R+
um conjunto.
c) N Q
Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram
excluídos de Z. Resolução:
a) ⊄ , pois 0 ∈ N e 0 ∉ Z * .
Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos
b) ⊂, pois N = Z +
indicar que os números positivos foram excluídos de
um conjunto. c) ⊂ , pois todo número natural é também
racional.
d) ⊄ , pois há números racionais que não são
Exemplo: Z − = { . .. ; - 2; - 1; 0 } ; os positivos foram
2
excluídos de Z. inteiros como por exemplo, .
3
Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o e) ⊂ , pois todo racional positivo é também real
símbolo (+) ou com o símbolo (-). positivo.

Exemplos Exercícios propostos:


1. Completar com ∈ ou ∉
a) Z *− = ( 1; 2; 3; ... ) ; o zero e os negativos foram a) 0 N 7
excluídos de Z. g) Q +*
b) 0 N* 1
b) Z *+ = { ... ; - 3; - 2; - 1 } ; o zero e os positivos c) 7 Z h) 7 Q
foram excluídos de Z. d) - 7 Z+
i) 7 2 Q
e) – 7 Q−
R*
Exercícios resolvidos
1 j) 7
1. Completar com ∈ ou ∉ :
f) Q
a) 5 Z g) 3 Q* 7
b) 5 *
Z− h) 4 Q
* 2. Completar com ∈ ou ∉
c) 3,2 Z+ 2 a) 3 Q d) π Q
i) ( − 2) Q-
1 b) 3,1 Q e) 3,141414... Q
d) Z j) 2 R c) 3,14 Q
4
4 k) 4 R- 3. Completar com ⊂ ou ⊄ :
e) Z
1 *
a) Z + N* *
d) Z − R
f) 2 Q
b) Z − N e) Z − R+
Resolução
a) ∈ , pois 5 é positivo. c) R+ Q
b) ∉ , pois 5 é positivo e os positivos foram
*
excluídos de Z − 4. Usando diagramas de Euler-Venn, represente os
conjuntos N, Z, Q e R .
c) ∉ 3,2 não é inteiro. Respostas:
1 1.
d) ∉ , poisnão é inteiro.
4 a) ∈ e) ∈ i) ∈
4 b) ∉ f) ∈ j) ∈
e) ∈ , pois = 4 é inteiro. c) ∈ g) ∈
1 d) ∉ h) ∉
f) ∉ , pois 2 não é racional.
2.
g) ∉ , pois 3 não é racional
a) ∈ c) ∈ e) ∈
h) ∈ , pois 4 = 2 é racional b) ∈ d) ∉

i) ∉ , pois ( − 2)2 = 4 = 2 é positivo, e os 3.

Matemática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) ⊂ c) ⊄ e) ⊄ a) Os números decimais periódicos são irracionais
b) ⊄ d) ⊂ b) Existe uma correspondência biunívoca entre os
pontos da reta numerada, e o conjunto Q.
4. c) Entre dois números racional existem infinitos nú-
meros racionais.
d) O conjunto dos números irracionais é finito

6) Podemos afirmar que:


a) todo real é racional.
Reta numérica b) todo real é irracional.
Uma maneira prática de representar os números re- c) nenhum irracional é racional.
ais é através da reta real. Para construí-la, desenha- d) algum racional é irracional.
mos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a nosso gosto,
um ponto origem que representará o número zero; a 7) Podemos afirmar que:
seguir escolhemos, também a nosso gosto, porém à a) entre dois inteiros existe um inteiro.
direita da origem, um ponto para representar a unidade, b) entre dois racionais existe sempre um racional.
ou seja, o número um. Então, a distância entre os pon- c) entre dois inteiros existe um único inteiro.
tos mencionados será a unidade de medida e, com d) entre dois racionais existe apenas um racional.
base nela, marcamos, ordenadamente, os números
positivos à direita da origem e os números negativos à 8) Podemos afirmar que:
sua esquerda. a) ∀a, ∀b ∈ N⇒a-b∈N
b) ∀a, ∀b ∈ N⇒a:b∈N
c) ∀a, ∀b ∈ R⇒a+b∈R
d) ∀a, ∀b ∈ Z⇒a:b∈Z

EXERCÍCIOS 9) Considere as seguintes sentenças:


1) Dos conjuntos a seguir, o único cujos elementos I) 7 é irracional.
são todos números racionais é: II) 0,777... é irracional.
 1  III) 2 2 é racional.
a)  , 2, 3, 5, 4 2 
 2  Podemos afirmar que:
a) l é falsa e II e III são verdadeiros.
 2 
c)  − 1, , 0, 2, 3  b) I é verdadeiro e II e III são falsas.
 7  c) I e II são verdadeiras e III é falsa.
b) { − 3, − 2, − 2, 0 } d) I e II são falsas e III é verdadeira.

d) { 0, 9, 4 , 5, 7 } 10) Considere as seguintes sentenças:


I) A soma de dois números naturais é sempre um
número natural.
2) Se 5 é irracional, então:
II) O produto de dois números inteiros é sempre um
m número inteiro.
a) 5 escreve-se na forma , com n ≠0 e m, n ∈ N.
n III) O quociente de dois números inteiros é sempre
b) 5 pode ser racional um número inteiro.
Podemos afirmar que:
m
c) 5 jamais se escreve sob a forma , com n ≠0 e a) apenas I é verdadeiro.
n b) apenas II é verdadeira.
m, n ∈ N. c) apenas III é falsa.
d) 2 5 é racional d) todas são verdadeiras.

3) Sendo N, Z, Q e R, respectivamente, os conjuntos 11) Assinale a alternativa correta:


dos naturais, inteiros, racionais e reais, podemos a) R ⊂ N c) Q ⊃ N
escrever: b) Z ⊃ R d) N ⊂ { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 }
a) ∀x ∈ N⇒x∈R c) Z ⊃ Q
b) ∀x ∈Q⇒x∈Z d) R ⊂ Z 12) Assinale a alternativa correto:
a) O quociente de dois número, racionais é sempre
4) Dado o conjunto A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, podemos um número inteiro.
afirmar que: b) Existem números Inteiros que não são números
a) ∀ x ∈ A ⇒ x é primo reais.
c) A soma de dois números naturais é sempre um
b) ∃ x ∈ A | x é maior que 7
número inteiro.
c) ∀ x ∈ A ⇒ x é múltiplo de 3
d) A diferença entre dois números naturais é sempre
d) ∃ x ∈ A | x é par um número natural.
e) nenhuma das anteriores
13) O seguinte subconjunto dos números reais
5) Assinale a alternativa correta:
Matemática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4
b) 1 d) 169

escrito em linguagem simbólica é:


24) é a representação
a) { x ∈ R | 3< x < 15 } c) { x ∈ R | 3 ≤ x ≤ 15 }
gráfica de:
b) { x ∈ R | 3 ≤ x < 15 } d) { x ∈ R | 3< x ≤ 15 }
a) { x ∈ R | x ≥ 15 } b) { x ∈ R | -2≤ x < 4 }
14) Assinale a alternativa falsa: c) { x ∈ R | x < -2 } d) { x ∈ R | -2< x ≤ 4 }
a) R* = { x ∈ R | x < 0 ou x >0}
RESPOSTAS
b) 3∈ Q
c) Existem números inteiros que não são números 1) d 5) b 9) b 13) b 17) c 21) b
naturais. 2) c 6) c 10) c 14) d 18) b 22) b
3) a 7) b 11) b 15) d 19) a 23) c
4) e 8) c 12) c 16) b 20) b 24) d
d) é a repre-
sentação de { x ∈ R | x ≥ 7 }
SISTEMA DE MEDIDAS LEGAIS
15) O número irracional é:
4 A) Unidades de Comprimento
a) 0,3333... e) B) Unidades de ÁREA
5 C) Áreas Planas
b) 345,777... d) 7 D) Unidades de Volume e de Capacidade
E) Volumes dos principais sólidos geométricos
F) Unidades de Massa
16) O símbolo R − representa o conjunto dos núme-
ros: A) UNIDADES DE COMPRIMENTO
a) reais não positivos c) irracional.
b) reais negativos d) reais positivos. Medidas de comprimento:

Medir significa comparar. Quando se mede um


17) Os possíveis valores de a e de b para que a nú-
determinado comprimento, estamos comparando este
mero a + b 5 seja irracional, são: comprimento com outro tomado como unidade de medida.
Portanto, notamos que existe um número seguido de um
a) a = 0 e b=0 c) a = 0 e b = 2 nome: 4 metros — o número será a medida e o nome será a
c) a=1eb= 5 d) a = 16 e b = 0 unidade de medida.

Podemos medir a página deste livro utilizando um


18) Uma representação decimal do número 5 é: lápis; nesse caso o lápis foi tomado como unidade de medida
a) 0,326... c) 1.236... ou seja, ao utilizarmos o lápis para medirmos o comprimento
b) 2.236... d) 3,1415... do livro, estamos verificando quantas vezes o lápis (tomado
como medida padrão) caberá nesta página.
19) Assinale o número irracional: Para haver uma uniformidade nas relações humanas
a) 3,01001000100001... e) 3,464646... estabeleceu-se o metro como unidade fundamental de
b) 0,4000... d) 3,45 medida de comprimento; que deu origem ao sistema métrico
decimal, adotado oficialmente no Brasil.
20) O conjunto dos números reais negativos é repre-
sentado por: Múltiplos e sub-múltiplos do sistema métrico: Para
a) R* c) R escrevermos os múltiplos e sub-múltiplos do sistema métrico
b) R_ d) R* decimal, utilizamos os seguintes prefixos gregos:

KILO significa 1.000 vezes


21) Assinale a alternativo falso:
a) 5 ∈ Z b) 5,1961... ∈ Q HECTA significa 100 vezes
5 DECA significa 10 vezes
c) − ∈Q DECI significa décima parte
3
CENTI significa centésima parte
22) Um número racional compreendido entre 3 e MILI significa milésima parte.
6 é: 1km = 1.000m 1 m = 10 dm
3. 6 1hm = 100m e 1 m = 100 cm
a) 3,6 c) 1dam = 10m 1 m = 1000 mm
2
6 3+ 6
b) d)
3 2

23) Qual dos seguintes números é irracional?


3
a) 125 c) 27

Matemática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Transformações de unidades: Cada unidade de
comprimento é dez (10) vezes maior que a unidade B) UNIDADES DE ÁREA: a ideia de superfície já é
imediatamente. inferior. Na prática cada mudança de vírgula nossa conhecida, é uma noção intuitiva. Ex.: superfície da
para a direita (ou multiplicação por dez) transforma uma mesa, do assoalho que são exemplos de superfícies planas
unidade imediatamente inferior a unidade dada; e cada enquanto que a superfície de uma bola de futebol, é uma
mudança de vírgula para a esquerda (ou divisão por dez) superfície esférica.
transforma uma unidade na imediatamente superior.
Damos o nome de área ao número que mede uma
Ex.: 45 Km ⇒ 45 . 1.000 = 45.000 m superfície numa determinada unidade.
500 cm ⇒ 500 ÷ 100 = 5 m
8 Km e 25 m ⇒ 8.000m + 25m = 8.025 m Metro quadrado: é a unidade fundamental de medida
ou 8,025 Km. de superfície (superfície de um quadrado que tem 1 m de
lado).
Resumo

Propriedade: Toda unidade de medida de superfície é


100 vezes maior do que a imediatamente inferior.

Múltiplos e submúltiplos do metro quadrado:

Múltiplos Submúltiplos
2 2 2 2 2
km : 1.000.000 m m cm : 0,0001 m
2 2 2 2
hm : 10.000 m dm : 0,01 m
Permitido de um polígono: o perímetro de um polígono 2 2 2 2
dam : 100 m mm : 0,000001m
é a soma do comprimento de seus lados.
2 2
1km = 1000000 (= 1000 x 1000)m
2 2
1 hm = 10000 (= 100 x 100)m
2 2
1dam =100 (=10x10) m

Regras Práticas:

• para se converter um número medido numa unidade


para a unidade imediatamente superior deve-se
dividi-lo por 100.
• para se converter um número medido numa unidade,
para uma unidade imediatamente inferior, deve-se
multiplicá-lo por 100.

Perímetro de uma circunferência: Como a abertura do Medidas Agrárias:


compasso não se modifica durante o traçado vê-se logo que centiare (ca) — é o m
2

os pontos da circunferência distam igualmente do ponto zero


(0). 2
are (a) —é o dam (100 m )
2

2 2
hectare (ha) — é o hm (10000 m ).

C) ÁREAS PLANAS

Retângulo: a área do retângulo é dada pelo produto da


medida de comprimento pela medida da largura, ou, medida
da base pela medida da altura.

Elementos de uma circunferência:

Perímetro: a + a + b + b

Quadrado: a área do quadrado é dada pelo produto


“lado por lado, pois sendo um retângulo de lados iguais, base
= altura = lado.

O perímetro da circunferência é calculado multiplican-


do-se 3,14 pela medida do diâmetro.

3,14 . medida do diâmetro = perímetro.

Matemática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Chama-se metro cúbico ao volume de um cubo cuja
aresta mede 1 m.

Perímetro: é a soma dos quatro lados. Propriedade: cada unidade de volume é 1.000 vezes
maior que a unidade imediatamente inferior.
Triângulo: a área do triângulo é dada pelo produto da
base pela altura dividido por dois. Múltiplos e sub-múltiplos do metro cúbico:

MÚLTIPIOS SUB-MÚLTIPLOS
3 3 3 3
km ( 1 000 000 000m ) dm (0,001 m )
3 3 3 3
hm ( 1 000 000 m ) cm (0,000001m )
3 3 3 3
dam (1 000 m ) mm (0,000 000 001m )

Perímetro – é a soma dos três lados. Como se vê:


3
1 km3 = 1 000 000 000 (1000x1000x1000)m
3 3
Trapézio: a área do trapézio é igual ao produto da 1 hm = 1000000 (100 x 100 x 100) m
3 3
semi-soma das bases, pela altura. 1dam = 1000 (10x10x10)m
3 3
1m =1000 (= 10 x 10 x 10) dm
3 3
1m =1000 000 (=100 x 100 x 100) cm
3 3
1m = 1000000000 ( 1000x 1000x 1000) mm

Perímetro – é a soma dos quatro lados.


Unidades de capacidade: litro é a unidade
Losango: a área do losango é igual ao semi-produto fundamental de capacidade. Abrevia-se o litro por l.
das suas diagonais.
O litro é o volume equivalente a um decímetro cúbico.

Múltiplos Submúltiplos

hl ( 100 l) dl (0,1 l)
dal ( 10 l) litro l cl (0,01 l)
ml (0,001 l)

Perímetro – á a soma dos quatro lados. Como se vê:

Área de polígono regular: a área do polígono regular é 1 hl = 100 l 1 l = 10 dl


igual ao produto da medida do perímetro (p) pela medida do 1 dal = 10 l 1 l = 100 cl
apotema (a) sobre 2. 1 l = 1000 ml

VOLUMES DOS PRINCIPAIS SÓLIDOS


GEOMÉTRICOS

Volume do paralelepípedo retângulo: é o mais comum


dos sólidos geométricos. Seu volume é dado pelo produto de
Perímetro – soma de seus lados. suas três dimensões.

DUNIDADES DE VOLUME E CAPACIDADE

Unidades de volume: volume de um sólido é a medida


deste sólido.

Matemática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
— Múltiplos e sub-múltiplos do kilograma:

Múltiplos Submúltiplos
kg (1000g) dg (0,1 g)
hg ( 100g) cg (0,01 g)
dag ( 10 g) mg (0,001 g)

Como se vê:

1kg = 1000g 1g = 10 dg
Volume do cubo: o cubo é um paralelepipedo 1 hg = 100 g e 1g= 100 cg
retângulo de faces quadradas. Um exemplo comum de cubo, 1 dag = 10g 1g = 1000 mg
é o dado.

Para a água destilada, 1.º acima de zero.


O volume do cubo é dado pelo produto das medidas volume capacidade massa
2
de suas três arestas que são iguais. 1dm 1l 1kg
3
V = a. a . a = a cubo Medidas de tempo:
Não esquecer:
Volume do prisma reto: o volume do prisma reto é 1dia = 24 horas
dado pelo produto da área da base pela medida da altura. 1 hora = sessenta minutos
1 minuto = sessenta segundos
1 ano = 365 dias
1 mês = 30 dias

Média geométrica

Numa proporção contínua, o meio comum é


denominado média proporcional ou média geométrica dos
extremos. Portanto no exemplo acima 8 é a média
proporcional entre 4 e 16. O quarto termo de uma proporção
contínua é chamado terceira proporcional. Assim, no nosso
exemplo, 16 é a terceira proporcional depois de 4 e 8.

Para se calcular a média proporcional ou geométrica


de dois números, teremos que calcular o valor do meio
comum de uma proporção continua. Ex.:
4 X
=
Volume do cilindro: o volume do cilindro é dado pelo
X 16
produto da área da base pela altura.
4 . 16 x . x
2
x = 64 x
64 =8

4.º proporcional: é o nome dado ao quarto termo de


uma proporção não continua. Ex.:

4 12
= , 4 . x = 8 . 12
8 F
96
x= =24.
4

Nota: Esse cálculo é idêntico ao cálculo do elemento


F) UNIDADES DE MASSA desconhecido de uma proporção).

— A unidade fundamental para se medir massa de um Média Aritmética Simples: (ma)


corpo (ou a quantidade de matéria que esse corpo possui), é
o kilograma (kg). A média aritmética simples de dois números é dada
3
— o kg é a massa aproximada de 1 dm de água a 4 pelo quociente da soma de seus valores e pela quantidade
graus de temperatura. das parcelas consideradas.
Ex.: determinar a ma de: 4, 8, 12, 20

Matemática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Teremos, pois:
4 + 8 + 12 + 20 44
ma = = = 11 De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos.
4 4
5
Média Aritmética Ponderada (mv): Razão =
20
A média aritmética ponderada de vários números aos
quais são atribuídos pesos (que indicam o número de vezes De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática.
que tais números figuraram) consiste no quociente da soma 2
dos produtos — que se obtém multiplicando cada número Razão =
pelo peso correspondente, pela soma dos pesos.
10

Ex.: No cálculo da média final obtida por um aluno c. Um dia de sol, para cada dois de chuva.
durante o ano letivo, usamos a média aritmética ponderada. 1
A resolução é a seguinte: Razão =
2
Matéria Notas Peso
Português 60,0 5 A razão entre dois números a e b, com b ≠ 0, é o
Matemática 40,0 3 a
História 70,0 2 quociente , ou a : b.
b
60 . 5 + 40 3 + 70 . 2
mp =
5+3+2 Nessa expressão, a chama-se antecedente e b,
consequente. Outros exemplos de razão:
300 + 120 + 140
= = 56
10 Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor.
1
Razão =
10
RAZÕES E PROPORÇÕES
Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou
1. INTRODUÇÃO todas.
Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um rea- 6
juste de R$ 80,00, como você reagiria? Acharia caro, Razão =
normal, ou abaixo da expectativa? Esse mesmo valor,
6
que pode parecer caro no reajuste da mensalidade,
3. Uma liga de metal é feita de 2 partes de ferro e 3
seria considerado insignificante, se tratasse de um
partes de zinco.
acréscimo no seu salário.
2 3
Razão = (ferro) Razão = (zinco).
Naturalmente, você já percebeu que os R$ 80,00 5 5
nada representam, se não forem comparados com um
valor base e se não forem avaliados de acordo com a 3. PROPORÇÃO
natureza da comparação. Por exemplo, se a mensali- Há situações em que as grandezas que estão sendo
dade escolar fosse de R$ 90,00, o reajuste poderia ser comparadas podem ser expressas por razões de ante-
considerado alto; afinal, o valor da mensalidade teria cedentes e consequentes diferentes, porém com o
quase dobrado. Já no caso do salário, mesmo conside- mesmo quociente. Dessa maneira, quando uma pes-
rando o salário mínimo, R$ 80,00 seriam uma parte quisa escolar nos revelar que, de 40 alunos entrevista-
mínima. . dos, 10 gostam de Matemática, poderemos supor que,
se forem entrevistados 80 alunos da mesma escola, 20
A fim de esclarecer melhor este tipo de problema, deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos
vamos estabelecer regras para comparação entre afirmando que 10 estão representando em 40 o mesmo
grandezas. que 20 em 80.
10 20
2. RAZÃO Escrevemos: =
Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada 40 80
20 habitantes, 5 são analfabetos", "De cada 10 alunos,
2 gostam de Matemática", "Um dia de sol, para cada A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o
dois de chuva". nome de proporção.

Em cada uma dessas. frases está sempre clara uma c a


Dadas duas razões , com b e d ≠ 0,
e
comparação entre dois números. Assim, no primeiro d b
caso, destacamos 5 entre 20; no segundo, 2 entre 10, e a c
no terceiro, 1 para cada 2. teremos uma proporção se = .
b d
Todas as comparações serão matematicamente
expressas por um quociente chamado razão. Na expressão acima, a e c são chamados de
antecedentes e b e d de consequentes. .

Matemática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ações mensuráveis como uma grandeza. Você sabe
A proporção também pode ser representada como a que cada grandeza não é independente, mas vinculada
: b = c : d. Qualquer uma dessas expressões é lida a outra conveniente. O salário, por exemplo, está rela-
assim: a está para b assim como c está para d. E im- cionado a dias de trabalho. Há pesos que dependem
portante notar que b e c são denominados meios e a e de idade, velocidade, tempo etc. Vamos analisar dois
d, extremos. tipos básicos de dependência entre grandezas propor-
cionais.
Exemplo:
3 9 2. PROPORÇÃO DIRETA
A proporção = , ou 3 : 7 : : 9 : 21, é Grandezas como trabalho produzido e remuneração
7 21 obtida são, quase sempre, diretamente proporcionais.
lida da seguinte forma: 3 está para 7 assim como 9 De fato, se você receber R$ 2,00 para cada folha que
está para 21. Temos ainda: datilografar, sabe que deverá receber R$ 40,00 por 20
3 e 9 como antecedentes, folhas datilografadas.
7 e 21 como consequentes,
7 e 9 como meios e Podemos destacar outros exemplos de grandezas
3 e 21 como extremos. diretamente proporcionais:

3.1 PROPRIEDADE FUNDAMENTAL Velocidade média e distância percorrida, pois, se


O produto dos extremos é igual ao produto dos você dobrar a velocidade com que anda, deverá, num
meios: mesmo tempo, dobrar a distância percorrida.

a c Área e preço de terrenos.


= ⇔ ad = bc ; b, d ≠ 0
b d
Altura de um objeto e comprimento da sombra pro-
jetada por ele.
Exemplo:
Se 6 24 , então 6 . 96 = 24 . 24 = 576. Assim:
=
24 96
Duas grandezas São diretamente proporcionais
quando, aumentando (ou diminuindo) uma delas
3.2 ADIÇÃO (OU SUBTRAÇÃO) DOS numa determinada razão, a outra diminui (ou
ANTECEDENTES E CONSEQUENTES aumenta) nessa mesma razão.
Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos an-
tecedentes está para a soma (ou diferença) dos conse- 3. PROPORÇÃO INVERSA
quentes assim como cada antecedente está para seu Grandezas como tempo de trabalho e número de
consequente. Ou seja: operários para a mesma tarefa são, em geral, inver-
samente proporcionais. Veja: Para uma tarefa que 10
a c a + c a c
Se = , entao = = , operários executam em 20 dias, devemos esperar que
b d b + d b d 5 operários a realizem em 40 dias.
a - c a c
ou = =
b - d b d Podemos destacar outros exemplos de grandezas
inversamente proporcionais:
Essa propriedade é válida desde que nenhum
denominador seja nulo. Velocidade média e tempo de viagem, pois, se você
dobrar a velocidade com que anda, mantendo fixa a
Exemplo: distância a ser percorrida, reduzirá o tempo do percur-
so pela metade.
21 + 7 28 7
= =
12 + 4 16 4 Número de torneiras de mesma vazão e tempo para
21 7 encher um tanque, pois, quanto mais torneiras estive-
= rem abertas, menor o tempo para completar o tanque.
12 4
21 - 7 14 7 Podemos concluir que :
= =
12 - 4 8 4
Duas grandezas são inversamente proporcionais
quando, aumentando (ou diminuindo) uma delas
GRANDEZAS PROPORCIONAIS E DIVISÃO
numa determinada razão, a outra diminui (ou
PROPORCIONAL aumenta) na mesma razão.

1. INTRODUÇÃO:
Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de
No dia-a-dia, você lida com situações que envolvem
reconhecer a natureza da proporção, e destacar a
números, tais como: preço, peso, salário, dias de traba-
razão. Considere a situação de um grupo de pessoas
lho, índice de inflação, velocidade, tempo, idade e ou-
que, em férias, se instale num acampamento que cobra
tros. Passaremos a nos referir a cada uma dessas situ-

Matemática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
R$100,00 a diária individual. Esse sistema pode ser resolvido, usando as
propriedades de proporção. Assim:
Observe na tabela a relação entre o número de X + Y
pessoas e a despesa diária: = Substituindo X + Y por 660,
6 + 5
660 X 6 ⋅ 660
Número de vem = ⇒ X = = 360
pessoas 1 2 4 5 10 11 6 11
Como X + Y = 660, então Y = 300
Concluindo, A deve receber R$ 360,00 enquanto B,
Despesa
diária (R$ ) 100 200 400 500 1.000 R$ 300,00.

4.2 INVERSAMENTE PROPORCIONAL


Você pode perceber na tabela que a razão de au- E se nosso problema não fosse efetuar divisão em
mento do número de pessoas é a mesma para o au- partes diretamente proporcionais, mas sim inversamen-
mento da despesa. Assim, se dobrarmos o número de te? Por exemplo: suponha que as duas pessoas, A e B,
pessoas, dobraremos ao mesmo tempo a despesa. trabalharam durante um mesmo período para fabricar e
Esta é portanto, uma proporção direta, ou melhor, as vender por R$ 160,00 um certo artigo. Se A chegou
grandezas número de pessoas e despesa diária são atrasado ao trabalho 3 dias e B, 5 dias, como efetuar
diretamente proporcionais. com justiça a divisão? O problema agora é dividir R$
160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5,
Suponha também que, nesse mesmo exemplo, a pois deve ser levado em consideração que aquele que
quantia a ser gasta pelo grupo seja sempre de se atrasa mais deve receber menos.
R$2.000,00. Perceba, então, que o tempo de perma-
nência do grupo dependerá do número de pessoas.

Analise agora a tabela abaixo : Dividir um número em partes inversamente propor-


cionais a outros números dados é encontrar partes
Número de
pessoas
1 2 4 5 10 desse número que sejam diretamente proporcio-
nais aos inversos dos números dados e cuja soma
Tempo de
reproduza o próprio número.
permanência
(dias) 20 10 5 4 2 No nosso problema, temos de dividir 160 em partes
inversamente proporcionais a 3 e a 5, que são os nú-
Note que, se dobrarmos o número de pessoas, o
meros de atraso de A e B. Vamos formalizar a divisão,
tempo de permanência se reduzirá à metade. Esta é,
chamando de x o que A tem a receber e de y o que B
portanto, uma proporção inversa, ou melhor, as gran-
tem a receber.
dezas número de pessoas e número de dias são inver-
samente proporcionais. x + y = 160
4. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS
4. 1 Diretamente proporcional x y
Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de Teremos: =
1 1
um mesmo objeto, sendo que A o fez durante 6 horas e
B durante 5 horas. Como, agora, elas deverão dividir 3 5
com justiça os R$ 660,00 apurados com sua venda?
Na verdade, o que cada um tem a receber deve ser Resolvendo o sistema, temos:
diretamente proporcional ao tempo gasto na confecção x + y x x + y x
= ⇒ =
Dividir um número em partes diretamente 1 1 1 8 1
proporcionais a outros números dados é +
3 5 3 15 3
encontrar partes desse número que sejam
diretamente proporcionais aos números dados e Mas, como x + y = 160, então
cuja soma reproduza o próprio número. 160 x 160 1
= ⇒ x = ⋅ ⇒
do objeto. 8 1 8 3
No nosso problema, temos de dividir 660 em partes
diretamente proporcionais a 6 e 5, que são as horas 15 3 15
que A e B trabalharam.
Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A 15 1
tem a receber, e de y o que B tem a receber. ⇒ x = 160 ⋅ ⋅ ⇒ x = 100
8 3
Teremos então:
X + Y = 660 Como x + y = 160, então y = 60. Concluindo, A
deve receber R$ 100,00 e B, R$ 60,00.
X Y
= 4.3 DIVISÃO PROPORCIONAL COMPOSTA
6 5
Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreitei-

Matemática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ra foi contratada para pavimentar uma rua. Ela dividiu o REGRA DE TRÊS SIMPLES
trabalho em duas turmas, prometendo pagá-las propor-
cionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira: REGRA DE TRÊS SIMPLES
na primeira turma, 10 homens trabalharam durante 5 Retomando o problema do automóvel, vamos
dias; na segunda turma, 12 homens trabalharam duran- resolvê-lo com o uso da regra de três de maneira
te 4 dias. Estamos considerando que os homens ti- prática.
nham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira
tinha R$ 29.400,00 para dividir com justiça entre as Devemos dispor as grandezas, bem como os valo-
duas turmas de trabalho. Como fazê-lo? res envolvidos, de modo que possamos reconhecer a
natureza da proporção e escrevê-la.
Essa divisão não é de mesma natureza das anterio- Assim:
res. Trata-se aqui de uma divisão composta em partes
proporcionais, já que os números obtidos deverão ser Grandeza 1: tempo Grandeza 2: distância
proporcionais a dois números e também a dois outros. (horas) percorrida
(km)
Na primeira turma, 10 homens trabalharam 5 dias,
produzindo o mesmo resultado de 50 homens, traba- 6 900
lhando por um dia. Do mesmo modo, na segunda tur-
ma, 12 homens trabalharam 4 dias, o que seria equiva- 8 x
lente a 48 homens trabalhando um dia.

Para a empreiteira, o problema passaria a ser, Observe que colocamos na mesma linha valores
portanto, de divisão diretamente proporcional a 50 (que que se correspondem: 6 horas e 900 km; 8 horas e o
é 10 . 5), e 48 (que é 12 . 4). valor desconhecido.

Vamos usar setas indicativas, como fizemos antes,


Para dividir um número em partes de tal forma que
para indicar a natureza da proporção. Se elas estive-
uma delas seja proporcional a m e n e a outra a p
rem no mesmo sentido, as grandezas são diretamente
e q, basta divida esse número em partes
proporcionais; se em sentidos contrários, são inversa-
proporcionais a m . n e p . q.
mente proporcionais.

Convém lembrar que efetuar uma divisão em partes Nesse problema, para estabelecer se as setas têm
inversamente proporcionais a certos números é o o mesmo sentido, foi necessário responder à pergunta:
mesmo que fazer a divisão em partes diretamente pro- "Considerando a mesma velocidade, se aumentarmos
porcionais ao inverso dos números dados. o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a
resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são
Resolvendo nosso problema, temos: diretamente proporcionais.
Chamamos de x: a quantia que deve receber a
primeira turma; y: a quantia que deve receber a Já que a proporção é direta, podemos escrever:
segunda turma. Assim:
6 900
x y x y =
= ou = 8 x
10 ⋅ 5 12 ⋅ 4 50 48
x + y x 7200
⇒ = Então: 6 . x = 8 . 900 ⇒ x = = 1 200
50 + 48 50 6

29400 x Concluindo, o automóvel percorrerá 1 200 km em 8


Como x + y = 29400, então
98
=
50 horas.

⇒x=
29400 ⋅ 50
⇒ 15.000 Vamos analisar outra situação em que usamos a
98 regra de três.

Portanto y = 14 400. Um automóvel, com velocidade média de 90 km/h,


percorre um certo espaço durante 8 horas. Qual será o
Concluindo, a primeira turma deve receber R$ tempo necessário para percorrer o mesmo espaço com
15.000,00 da empreiteira, e a segunda, R$ 14.400,00. uma velocidade de 60 km/h?

Observação: Firmas de projetos costumam cobrar Grandeza 1: tempo Grandeza 2: velocidade


cada trabalho usando como unidade o homem-hora. O (horas) (km/h)
nosso problema é um exemplo em que esse critério
poderia ser usado, ou seja, a unidade nesse caso seria 8 90
homem-dia. Seria obtido o valor de R$ 300,00 que é o
resultado de 15 000 : 50, ou de 14 400 : 48.
x 60

Matemática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A resposta à pergunta "Mantendo o mesmo espaço
percorrido, se aumentarmos a velocidade, o tempo Para se escrever corretamente a proporção, deve-
aumentará?" é negativa. Vemos, então, que as grande- mos fazer com que as setas fiquem no mesmo sentido,
zas envolvidas são inversamente proporcionais. invertendo os termos das colunas convenientes. Natu-
Como a proporção é inversa, será necessário inver- ralmente, no nosso exemplo, fica mais fácil inverter a
termos a ordem dos termos de uma das colunas, tor- coluna da grandeza 2.
nando a proporção direta. Assim:
10 6 2000
8 60

x 90 x 20 1680

Escrevendo a proporção, temos: Agora, vamos escrever a proporção:


8 60 8 ⋅ 90 10 6 2000
= ⇒ x= = 12 = ⋅
x 90 60 x 20 1680
Concluindo, o automóvel percorrerá a mesma (Lembre-se de que uma grandeza proporcional a
distância em 12 horas. duas outras é proporcional ao produto delas.)
10 12000 10 ⋅ 33600
= ⇒ x= = 28
Regra de três simples é um processo prático utilizado x 33600 12000
para resolver problemas que envolvam pares de
grandezas direta ou inversamente proporcionais. Concluindo, serão necessárias 28 máquinas.
Essas grandezas formam uma proporção em que se
conhece três termos e o quarto termo é procurado.

REGRA DE TRÊS COMPOSTA


Vamos agora utilizar a regra de três para resolver PORCENTAGEM
problemas em que estão envolvidas mais de duas
grandezas proporcionais. Como exemplo, vamos anali- 1. INTRODUÇÃO
sar o seguinte problema. Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha
vitrinas, frequentemente se vê às voltas com
Numa fábrica, 10 máquinas trabalhando 20 dias expressões do tipo:
produzem 2 000 peças. Quantas máquinas serão ne-  "O índice de reajuste salarial de março é de
cessárias para se produzir 1 680 peças em 6 dias? 16,19%."
 "O rendimento da caderneta de poupança em
Como nos problemas anteriores, você deve verificar fevereiro foi de 18,55%."
a natureza da proporção entre as grandezas e escrever  "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi
essa proporção. Vamos usar o mesmo modo de dispor de 381,1351%.
as grandezas e os valores envolvidos.  "Os preços foram reduzidos em até 0,5%."

Grandeza 1: Grandeza 2: Grandeza 3: Mesmo supondo que essas expressões não sejam
número de máquinas dias número de peças completamente desconhecidas para uma pessoa, é
importante fazermos um estudo organizado do assunto
porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é fer-
10 20 2000 ramenta indispensável para a maioria dos problemas
relativos à Matemática Comercial.
x 6 1680
2. PORCENTAGEM
Natureza da proporção: para estabelecer o sentido O estudo da porcentagem é ainda um modo de
das setas é necessário fixar uma das grandezas e comparar números usando a proporção direta. Só que
relacioná-la com as outras. uma das razões da proporção é um fração de denomi-
nador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situa-
Supondo fixo o número de dias, responda à ques- ção em que você tiver de calcular 40% de R$ 300,00, o
tão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o seu trabalho será determinar um valor que represente,
número de peças fabricadas?" A resposta a essa ques- em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resu-
tão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são direta- mido na proporção:
mente proporcionais. 40 x
=
Agora, supondo fixo o número de peças, responda à 100 300
questão: "Aumentando o número de máquinas, aumen-
tará o número de dias necessários para o trabalho?" Então, o valor de x será de R$ 120,00.
Nesse caso, a resposta é negativa. Logo, as grandezas Sabendo que em cálculos de porcentagem será
1 e 2 são inversamente proporcionais. necessário utilizar sempre proporções diretas, fica

Matemática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
claro, então, que qualquer problema dessa natureza prestações, vou pagar por ela R$ 4.750,00. Por-
poderá ser resolvido com regra de três simples. tanto, vou pagar R$750,00 de juros.
No 1.° fato, R$ 24 000,00 é uma compensação em
3. TAXA PORCENTUAL dinheiro que se recebe por emprestar uma quantia por
O uso de regra de três simples no cálculo de por- determinado tempo.
centagens é um recurso que torna fácil o entendimento
do assunto, mas não é o único caminho possível e nem No 2.° fato, R$ 750,00 é uma compensação em di-
sequer o mais prático. nheiro que se paga quando se compra uma mercadoria
a prazo.
Para simplificar os cálculos numéricos, é
necessário, inicialmente, dar nomes a alguns termos. Assim:
Veremos isso a partir de um exemplo.  Quando depositamos ou emprestamos certa
quantia por determinado tempo, recebemos uma
Exemplo: compensação em dinheiro.
Calcular 20% de 800.  Quando pedimos emprestada certa quantia por
20 determinado tempo, pagamos uma compensa-
Calcular 20%, ou de 800 é dividir 800 em ção em dinheiro.
100  Quando compramos uma mercadoria a prazo,
100 partes e tomar 20 dessas partes. Como a pagamos uma compensação em dinheiro.
centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas partes
será 160. Pelas considerações feitas na introdução, podemos
dizer que :
Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de Juro é uma compensação em dinheiro que se
principal; 160 de porcentagem. recebe ou que se paga.
Temos, portanto:
 Principal: número sobre o qual se vai calcular a Nos problemas de juros simples, usaremos a se-
porcentagem. guinte nomenclatura: dinheiro depositado ou empresta-
 Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 do denomina-se capital.
partes do principal.
 Porcentagem: número que se obtém somando O porcentual denomina-se taxa e representa o juro
cada uma das 100 partes do principal até recebido ou pago a cada R$100,00, em 1 ano.
conseguir a taxa.
O período de depósito ou de empréstimo denomina-
A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao se tempo.
calcularmos uma porcentagem de um principal conhe-
cido, não é necessário utilizar a montagem de uma A compensação em dinheiro denomina-se juro.
regra de três. Basta dividir o principal por 100 e to-
marmos tantas destas partes quanto for a taxa. Veja- RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE JUROS SIMPLES
mos outro exemplo.
Vejamos alguns exemplos:
Exemplo:
Calcular 32% de 4.000. 1.° exemplo: Calcular os juros produzidos por um
Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que capital de R$ 720 000,00, empregado a 25% ao a-
é a centésima parte de 4 000. Agora, somando 32 par- no, durante 5 anos.
tes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1 280 que é a res- De acordo com os dados do problema, temos:
posta para o problema. 25% em 1ano ⇒ 125% (25 . 5) em 5 anos
125
Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar 125% = = 1,25
100
o resultado dessa divisão por 32 é o mesmo que multi-
32 Nessas condições, devemos resolver o seguinte
plicar o principal por ou 0,32. Vamos usar esse
100 problema:
raciocínio de agora em diante: 125 x 720 = 900,00

Porcentagem = taxa X principal 2.° exemplo: Apliquei um capital de R$ 10.000,00 a


uma taxa de 1,8% ao mês, durante 6 meses. Quan-
to esse capital me renderá de juros?
JUROS SIMPLES 1,8% em 1 mês ⇒ 6 . 1,8% = 10,8% em 6 meses
Consideremos os seguintes fatos: 10,8
10,8% = = 0,108
• Emprestei R$ 100 000,00 para um amigo pelo 100
prazo de 6 meses e recebi, ao fim desse tempo, Dai:
R$ 24 000,00 de juros. x = 0,108 . 10 000 = 1080
• O preço de uma televisão, a vista, é R$ 4.000,00. Resposta: Renderá juros de R$ 1 080,00.
Se eu comprar essa mesma televisão em 10
Matemática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ram de R$ 160,00. Qual foi a taxa (%) mensal
3.° exemplo: Tomei emprestada certa quantia du- dos juros cobrados?
rante 6 meses, a uma taxa de 1,2% ao mês, e devo
pagar R$ 3 600,00 de juros. Qual foi a quantia em- Respostas
prestada? R$ 4 400,00
De acordo com os dados do problema: R$ 70 000,00
1,2% em 1 mês ⇒ 6 . 1,2% = 7,2% em 6 meses R$ 48 000,00 e R$ 248 000,00
7,2 R$ 5 220,00
7,2% = = 0,072 1,1%
100 R$ 1 075,00 e R$ 215,00
Nessas condições, devemos resolver o seguinte 2,5%
problema:
3 600 representam 7,2% de uma quantia x. Calcule
JUROS COMPOSTOS
x.
1. Introdução
Dai:
O dinheiro e o tempo são dois fatores que se
3600 = 0,072 . x ⇒ 0,072x = 3 600 ⇒
encontram estreitamente ligados com a vida das
3600 pessoas e dos negócios. Quando são gerados ex-
x=
0,072 cedentes de fundos, as pessoas ou as empresas,
x = 50 000 aplicam-no a fim de ganhar juros que aumentem o
Resposta: A quantia emprestada foi de R$ capital original disponível; em outras ocasiões, pelo
50.000,00. contrário, tem-se a necessidade de recursos
financeiros durante um período de tempo e deve-se
4.° exemplo: Um capital de R$ 80 000,00, aplicado pagar juros pelo seu uso.
durante 6 meses, rendeu juros de R$ 4 800,00.
Qual foi a taxa (em %) ao mês? Em período de curto-prazo utiliza-se, geralmente,
De acordo com os dados do problema: como já se viu, os juros simples. Já em períodos de
x% em 1 mês ⇒ (6x)% em 6 meses longo-prazo, utiliza-se, quase que exclusivamente, os
Devemos, então, resolver o seguinte problema: juros compostos.
4 800 representam quantos % de 80 000?
Dai: 2. Conceitos Básicos
4 800 = 6x . 80 000 ⇒ 480 000 x = 4 800 No regime dos juros simples, o capital inicial sobre o
4 800 48 qual calculam-se os juros, permanece sem variação
x= ⇒ x= ⇒ x = 0,01 alguma durante todo o tempo que dura a operação. No
480 000 4 800 regime dos juros compostos, por sua vez, os juros que
1 vão sendo gerados, vão sendo acrescentados ao
0,01 = =1%
100 capital inicial, em períodos determinados e, que por sua
Resposta: A taxa foi de 1% ao mês. vez, irão gerar um novo juro adicional para o período
seguinte.
Resolva os problemas:
- Emprestando R$ 50 000,00 à taxa de 1,1% ao Diz-se, então, que os juros capitalizam-se e que se
mês, durante 8 meses, quanto deverei receber está na presença de uma operação de juros
de juros? compostos.
- Uma pessoa aplica certa quantia durante 2 anos,
à taxa de 15% ao ano, e recebe R$ 21 000,00 de Nestas operações, o capital não é constante através
juros. Qual foi a quantia aplicada? do tempo; pois aumenta ao final de cada período pela
- Um capital de R$ 200 000,00 foi aplicado durante adição dos juros ganhos de acordo com a taxa
1 ano e 4 meses à taxa de 18% ao ano. No final acordada.
desse tempo, quanto receberei de juros e qual o
capital acumulado (capital aplicado + juros)? Esta diferença pode ser observada através do
- Um aparelho de televisão custa R$ 4 500,00. seguinte exemplo:
Como vou comprá-lo no prazo de 10 meses, a lo-
ja cobrará juros simples de 1,6% ao mês. Quanto Exemplo 1: Suponha um capital inicial de R$
vou pagar por esse aparelho. 1.000,00 aplicado à taxa de 30.0 % a.a. por um período
- A quantia de R$ 500 000,00, aplicada durante 6 de 3 anos a juros simples e compostos. Qual será o
meses, rendeu juros de R$ 33 000,00. Qual foi total de juros ao final dos 3 anos sob cada um dos
a taxa (%) mensal da aplicação rearmes de juros?
- Uma geladeira custa R$ 1 000,00. Como vou
compra-la no prazo de 5 meses, a loja vendedo- Pelo regime de juros simples:
ra cobrara juros simples de 1,5% ao mês. Quan- J = c . i . t = R$ 1.000,00 (0,3) (3) = R$ 900,00
to pagarei por essa geladeira e qual o valor de
cada prestação mensal, se todas elas são iguais. Pelo regime de juros compostos:
- Comprei um aparelho de som no prazo de 8 me- n
J = Co  1 + i − 1 =
( )
ses. O preço original do aparelho era de R$ 
 
800,00 e os juros simples cobrados pela firma fo-
Matemática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5
[ ]
J = R$1.000,00 (1,3) − 1 = R$1.197,00
3 –3x ybz 3 coeficiente numérico ou parte numérica
5
x ybz parte literal
Demonstrando agora, em detalhes, o que se passou Obs.:
com os cálculos, temos: 1) As letras x, y, z (final do alfabeto) são usadas co-
mo variáveis (valor variável)
Ano Juros simples Juros Compostos 2) quando o termo algébrico não vier expresso o co-
1 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00
2 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.300,00(0,3) = R$ 390,00 eficiente ou parte numérica fica subentendido que
3 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.690,00(0,3) = R$ 507,00 este coeficiente é igual a 1.
R$ 900,00 R$ 1.197,00
3 4 3 4
Exemplo: 1) a bx = 1.a bx 2) –abc = –1.a.b.c
Vamos dar outro exemplo de juros compostos: Termos semelhantes: Dois ou mais termos são se-
melhantes se possuem as mesmas letras elevadas aos
Suponhamos que você coloque na poupança R$ mesmos expoentes e sujeitas às mesmas operações.
100,00 e os juros são de 10% ao mês.
Exemplos:
Decorrido o primeiro mês você terá em sua 3 3 3
1) a bx, –4a bx e 2a bx são termos semelhantes.
poupança: 100,00 + 10,00 = 110,00 3 3 3
2) –x y, +3x y e 8x y são termos semelhantes.

No segundo mês você terá:110,00 + 11,00 =111,00 Grau de um monômio ou termo algébrico: E a so-
ma dos expoentes da parte literal.
No terceiro mês você terá: 111,00 + 11,10 = 111,10
Exemplos:
4 3 4 3 1
E assim por diante. 1) 2 x y z = 2.x .y .z (somando os expoentes da
Para se fazer o cálculo é fácil: basta calcular os parte literal temos, 4 + 3 + 1 = 8) grau 8.
juros de cada mês e adicionar ao montante do mês
anterior. Expressão polinômio: É toda expressão literal
EQUAÇÕES constituída por uma soma algébrica de termos ou mo-
EXPRESSÕES LITERAIS OU ALGÉBRICAS nômios.
2 2
IGUALDADES E PROPRIEDADES Exemplos: 1)2a b – 5x 2)3x + 2b+ 1
São expressões constituídas por números e letras,
unidos por sinais de operações. Polinômios na variável x são expressões polinomiais
com uma só variável x, sem termos semelhantes.
2 2
Exemplo: 3a ; –2axy + 4x ; xyz; x + 2 , é o mesmo
3 Exemplo:
2 2 2
que 3.a ; –2.a.x.y + 4.x ; x.y.z; x : 3 + 2, as letras a, x, y 5x + 2x – 3 denominada polinômio na variável x cuja
2 3 n
e z representam um número qualquer. forma geral é a0 + a1x + a2x + a3x + ... + anx , onde a0,
a1, a2, a3, ..., an são os coeficientes.
Chama-se valor numérico de uma expressão algé-
brica quando substituímos as letras pelos respectivos Grau de um polinômio não nulo, é o grau do monô-
valores dados: mio de maior grau.
2 2 4 2
Exemplo: 3x + 2y para x = –1 e y = 2, substituindo Exemplo: 5a x – 3a x y + 2xy
2
os respectivos valores temos, 3.(–1) + 2.2 → 3 . 1+ 4
→ 3 + 4 = 7 é o valor numérico da expressão. Grau 2+1 = 3, grau 4+2+1= 7, grau 1+1= 2, 7 é o
maior grau, logo o grau do polinômio é 7.
Exercícios
Calcular os valores numéricos das expressões: Exercícios
1) 3x – 3y para x = 1 e y =3 1) Dar os graus e os coeficientes dos monômios:
2
2) x + 2a para x =–2 e a = 0 a)–3x y z grau coefciente__________
7 2 2
2
3) 5x – 2y + a para x =1, y =2 e a =3 b)–a x z grau coeficiente__________
Respostas: 1) –6 2) –2 3) 4 c) xyz grau coeficiente__________

Termo algébrico ou monômio: é qualquer número 2) Dar o grau dos polinômios:


4 2
real, ou produto de números, ou ainda uma expressão a) 2x y – 3xy + 2x grau __________
5 2
na qual figuram multiplicações de fatores numéricos e b) –2+xyz+2x y grau __________
literais.
4 Respostas:
Exemplo: 5x , –2y, 3 x , –4a , 3,–x
1) a) grau 4, coeficiente –3
b) grau 11, coeficiente –1
Partes do termo algébrico ou monômio. c) grau 3, coeficiente 1
2) a) grau 5 b) grau 7
Exemplo:
sinal (–)

Matemática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CÁLCULO COM EXPRESSÕES LITERAIS gualdade para outro, sua operação deverá ser invertida.
Exemplo: 2x + 3 = 8 + x
Adição e Subtração de monômios e expressões poli- fica assim: 2x – x = 8 – 3 = 5 ⇒ x = 5
nômios: eliminam-se os sinais de associações, e redu-
zem os termos semelhantes. Note que o x foi para o 1.º membro e o 3 foi para o
2.º membro com as operações invertidas.
Exemplo: Dizemos que 5 é a solução ou a raiz da equação, di-
2 2
3x + (2x – 1) – (–3a) + (x – 2x + 2) – (4a) zemos ainda que é o conjunto verdade (V).
2 2
3x + 2x – 1 + 3a + x – 2x + 2 – 4a =
2 2 Exercícios
3x + 1.x + 2x – 2x + 3a – 4a – 1 + 2 =
2
(3+1)x + (2–2)x + (3–4)a – 1+2 = Resolva as equações :
2
4x + 0x – 1.a + 1 = 1) 3x + 7 = 19 2) 4x +20=0
2
4x – a + 1 3) 7x – 26 = 3x – 6

Obs.: As regras de eliminação de parênteses são as Respostas: 1) x = 4 ou V = {4}


mesmas usadas para expressões numéricas no conjunto 2) x = –5 ou V = {–5} 3) x = 5 ou V = {5}
Z.
Exercícios. Efetuar as operações: EQUAÇÕES DO 1.º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS
1) 4x + (5a) + (a –3x) + ( x –3a) OU SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES
2 2 2
2) 4x – 7x + 6x + 2 + 4x – x + 1
Resolução por adição.
2
Respostas: 1) 2x +3a 2) 9x – 3x + 3  x+ y=7 -I
Exemplo 1: 
MULTIPLICAÇÃO DE EXPRESSÕES ALGÉBRICAS  x − y = 1 - II

Soma-se membro a membro.


Multiplicação de dois monômios: Multiplicam-se os
2x +0 =8
coeficientes e após o produto dos coeficientes escre-
2x = 8
vem-se as letras em ordem alfabética, dando a cada
letra o novo expoente igual à soma de todos os expoen- 8
x=
tes dessa letra e repetem-se em forma de produto as 2
letras que não são comuns aos dois monômios. x=4

Exemplos: Sabendo que o valor de x é igual 4 substitua este va-


4 3 2 3 4+1 3+2 1+3
1) 2x y z . 3xy z ab = 2.3 .x . y . z .a.b = lor em qualquer uma das equações ( I ou II ),
5 5 4
6abx y z Substitui em I fica:
2 2+1 1 +1
2) –3a bx . 5ab= –3.5. a .b . x = –15a b x
3 2
4+y=7 ⇒ y=7–4 ⇒ y=3

Exercícios: Efetuar as multiplicações. Se quisermos verificar se está correto, devemos


2 3 3
1) 2x yz . 4x y z = substituir os valores encontrados x e y nas equações
3 2 2 2
2) –5abx . 2a b x = x+y=7 x–y=1
4 +3 = 7 4–3=1
5 4 2 3 3 5
Respostas: 1) 8x y z 2) –10a b x
Dizemos que o conjunto verdade: V = {(4, 3)}
EQUAÇÕES DO 1.º GRAU 2x + y = 11 - I
Exemplo 2 : 
 x + y = 8 - II
Equação: É o nome dado a toda sentença algébrica
que exprime uma relação de igualdade. Note que temos apenas a operação +, portanto de-
vemos multiplicar qualquer uma ( I ou II) por –1, esco-
Ou ainda: É uma igualdade algébrica que se verifica lhendo a II, temos:
somente para determinado valor numérico atribuído à
2x + y = 11 2x + y = 11
variável. Logo, equação é uma igualdade condicional.  →
 x + y = 8 . ( - 1) - x − y = − 8
Exemplo: 5 + x = 11
↓ ↓ soma-se membro a membro
0 0
1 .membro 2 .membro 2x + y = 11
 +
onde x é a incógnita, variável ou oculta.  - x- y =-8
x+0 = 3
Resolução de equações x=3

Para resolver uma equação (achar a raiz) seguire- Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fica
mos os princípios gerais que podem ser aplicados numa 3 + y = 8, portanto y = 5
igualdade. Exemplo 3:
Ao transportar um termo de um membro de uma i-
Matemática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5x + 2y = 18 -Ι 1.º Caso: Quadrado da Soma
2 2 2
 (a + b) = (a+b). (a+b)= a + ab + ab + b
3x - y = 2 - ΙΙ
↓ ↓
2 2
1.º 2.º ⇒ a + 2ab +b
neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por
2 (para “desaparecer” a variável y). Resumindo: “O quadrado da soma é igual ao qua-
5x + 2y = 18 5 x + 2 y = 18 drado do primeiro mais duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o
 ⇒
3x - y = 2 .(2) 6 x − 2 y = 4 quadrado do 2.º.
soma-se membro a membro:
5x + 2y = 18 Exercícios. Resolver os produtos notáveis
2 2 2 2
6x – 2y = 4 1)(a+2) 2) (3+2a) 3) (x +3a)
22
11x+ 0=22 ⇒ 11x = 22 ⇒ x = ⇒x=2 Respostas: 1.º caso
11 2
1) a + 4a + 4 2) 9 + 12a + 4a
2
Substituindo x = 2 na equação I: 4 2
3) x + 6x a + 9a
2
5x + 2y = 18
5 . 2 + 2y = 18 2.º Caso : Quadrado da diferença
10 + 2y = 18 2 2
(a – b) = (a – b). (a – b) = a – ab – ab - b
2
2y = 18 – 10
↓ ↓
2y = 8 2 2
1.º 2.º ⇒ a – 2ab + b
y=
8
2 Resumindo: “O quadrado da diferença é igual ao
y =4 quadrado do 1.º menos duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o
então V = {(2,4)} quadrado do 2.º.

Exercícios. Resolver os sistemas de Equação Linear: Exercícios. Resolver os produtos notáveis:


2 2 2 2
7 x − y = 20 5 x + y = 7 8 x − 4 y = 28 1) (a – 2) 2) (4 – 3a) 3) (y – 2b)
1)  2)  3) 
5 x + y = 16 8 x − 3 y = 2 2x − 2y = 10
Respostas: 2.º caso
2 2
1) a – 4a +4 2) 16 – 24a + 9a
Respostas: 1) V = {(3,1)} 2) V = {(1,2)} 3) V {(–3,2 )} 4 2 2
3) y – 4y b + 4b
INEQUAÇÕES DO 1.º GRAU 3.º Caso: Produto da soma pela diferença
2 2 2 2
(a – b) (a + b) = a – ab + ab +b = a – b
Distinguimos as equações das inequações pelo sinal, ↓ ↓ ↓ ↓
na equação temos sinal de igualdade (=) nas inequa- 1.º 2.º 1.º 2.º
ções são sinais de desigualdade.
> maior que, ≥ maior ou igual, < menor que , Resumindo: “O produto da soma pela diferença é
≤ menor ou igual igual ao quadrado do 1.º menos o quadrado do 2.º.

Exemplo 1: Determine os números naturais de modo Exercícios. Efetuar os produtos da soma pela dife-
que 4 + 2x > 12. rença:
4 + 2x > 12 1) (a – 2) (a + 2) 2) (2a – 3) (2a + 3)
2 2
2x > 12 – 4 3) (a – 1) (a + 1)
2x > 8 ⇒ x > ⇒ x>4
8
2 Respostas: 3.º caso
2 2
1) a – 4 2) 4a – 9
4
Exemplo 2: Determine os números inteiros de modo 3) a – 1
que 4 + 2x ≤ 5x + 13
4+2x ≤ 5x + 13 FATORAÇÃO ALGÉBRICA
2x – 5x ≤ 13 – 4
–3x ≤ 9 . (–1) ⇒ 3x ≥ – 9, quando multiplicamos por 1.º Caso: Fator Comum
(-1), invertemos o sinal dê desigualdade ≤ para ≥, fica:
−9 Exemplo 1:
3x ≥ – 9, onde x ≥ ou x ≥ – 3 2a + 2b: fator comum é o coeficiente 2, fica:
3 2 .(a+b). Note que se fizermos a distributiva voltamos
no início (Fator comum e distributiva são “operações
Exercícios. Resolva: inversas”)
1) x – 3 ≥ 1 – x,
2) 2x + 1 ≤ 6 x –2 Exercícios. Fatorar:
3) 3 – x ≤ –1 + x 1) 5 a + 5 b 2) ab + ax 3) 4ac + 4ab
Respostas: 1) x ≥ 2 2) x ≥ 3/4 3) x ≥ 2
PRODUTOS NOTÁVEIS Respostas: 1.º caso
1) 5 .(a +b ) 2) a. (b + x)

Matemática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3) 4a. (c + b)
b2 = b, então fica: a – b = (a + b) . (a – b)
2 2

Exemplo 2:
2
3a + 6a: Fator comum dos coeficientes (3, 6) é 3, Exemplo 2:
porque MDC (3, 6) = 3. 2
4 – a , extrair as raízes dos extremos 4 = 2, a2
2
2 = a, fica: (4 – a ) = (2 – a). (2+ a)
O m.d.c. entre: “a e a é “a” (menor expoente), então
2
o fator comum da expressão 3a + 6a é 3a. Dividindo
2 Exercícios. Fatorar:
3a : 3a = a e 6 a : 3 a = 2, fica: 3a. (a + 2). 2 2 2 2
1) x – y 2) 9 – b 3) 16x – 1
Exercícios. Fatorar:
2 2 3 2 Respostas: 3.º caso 1) (x + y) (x – y)
1) 4a + 2a 2) 3ax + 6a y 3) 4a + 2a
2) (3 + b) (3 – b) 3) (4x + 1) (4x – 1)
Respostas: 1.º caso 1) 2a .(2a + 1)
2) 3a .(x + 2ay)
2
3) 2a (2a + 1) EQUAÇÕES FRACIONÁRIAS

2.º Caso: Trinômio quadrado perfeito (É a “ope- São Equações cujas variáveis estão no denominador
ração inversa” dos produtos notáveis caso 1) 4 1 3
Ex: = 2, + = 8, note que nos dois exem-
x x 2x
Exemplo 1
2 2 plos x ≠ 0, pois o denominador deverá ser sempre dife-
a + 2ab + b ⇒ extrair as raízes quadradas do ex-
rente de zero.
tremo a2 + 2ab + b2 ⇒ a 2 = a e b2 = b e o
2 2 2 Para resolver uma equação fracionária, devemos a-
termo do meio é 2.a.b, então a + 2ab + b = (a + b)
char o m.m.c. dos denominadores e multiplicamos os
(quadrado da soma).
dois membros por este m.m.c. e simplificamos, temos
então uma equação do 1.º grau.
Exemplo 2:
2 1 7
4a + 4a + 1 ⇒ extrair as raízes dos extremos Ex: + 3 = , x ≠ 0, m.m.c. = 2x
x 2
4a2 + 4a + 1 ⇒ 4a2 = 2a , 1 = 1 e o termo cen- 1 7
2
tral é 2.2a.1 = 4a, então 4a + 4a + 1 = (2a + 1)
2 2x . +3 = . 2x
x 2
2x 14 x
Exercícios + 6x = , simplificando
Fatorar os trinômios (soma) x 2
2 2 2
1) x + 2xy + y 2) 9a + 6a + 1
3) 16 + 8a + a
2 2 + 6x = 7x ⇒ equação do 1.º grau.

Respostas: 2.º caso 1) (x + y)


2 Resolvendo temos: 2 = 7x – 6x
2) (3a + 1)
2
3) (4 + a)
2 2 = x ou x = 2 ou V = { 2 }

Fazendo com trinômio (quadrado da diferença) Exercícios


2 2 Resolver as equações fracionárias:
x – 2xy + y , extrair as raízes dos extremos
3 1 3
x2 = x e y 2 = y, o termo central é –2.x.y, então: 1) + = x≠0
2 2 2
x 2 2x
x – 2xy + y = (x – y) 1 5
2) + 1 = x≠0
Exemplo 3: x 2x
2
16 – 8a + a , extrair as raízes dos extremos Respostas: Equações: 1) V = {–3} 2) V = { 3 }
2
16 = 4 e a2 = a, termo central –2.4.a = –8a,
2 2 RADICAIS
então: 16 – 8a + a = (4 – a)

Exercícios 4 = 2, 1 = 1, 9 = 3, 16 = 4 , etc., são raízes exa-


Fatorar:
2 2 2 2 tas são números inteiros, portanto são racionais: 2=
1) x – 2xy + y 2) 4 – 4a + a 3) 4a – 8a + 4
1,41421356..., 3 = 1,73205807..., 5 =
2
Respostas: 2.º caso 1) (x – y) 2,2360679775..., etc. não são raízes exatas, não são
2 2
2) (2 – a) 3) (2a – 2) números inteiros. São números irracionais. Do mesmo
modo 3 1 = 1, 3 8 = 2 , 3 27 = 3 , 3 64 = 4 ,etc., são
3.º Caso: (Diferença de dois quadrados) (note que
é um binômio) racionais, já 3 9 = 2,080083823052.., 3
20 =
2,714417616595... são irracionais.
Exemplo 1
2 2
a – b , extrair as raízes dos extremos a2 = a e Nomes: n a = b : n = índice; a = radicando = sinal
da raiz e b = raiz. Dois radicais são semelhantes se o
Matemática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
índice e o radicando forem iguais. n n
zes exatas usando a propriedade a simplificar índice
Exemplos: com expoente do radicando.
Exemplos:
1) 2, 3 2 , - 2 são semelhantes observe o n = 2
1)Simplificar 12
“raiz quadrada” pode omitir o índice, ou seja, 2 5 = 5 decompor 12 em fatores primos:
2) 53 7 , 3 7 , 23 7 são semelhantes 12 2
2
6 2 12 = 22 ⋅ 3 = 22 ⋅ 3 = 2 3
Operações: Adição e Subtração
3 3
Só podemos adicionar e subtrair radicais semelhan-
1
tes.
2) Simplificar 32 , decompondo 32 fica:
Exemplos: 32 2
1) 3 2 − 2 2 + 5 2 = (3 − 2 + 5 ) 2 = 6 2 16 2
8 2
2) 53 6 − 33 6 + 73 6 = (5 − 3 + 7 )3 6 = 93 6 4 2
2 2
Multiplicação e Divisão de Radicais 32 = 22 ⋅ 22 ⋅ 2 = 2 2 2 ⋅ 2 22 ⋅ 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 4 2
Só podemos multiplicar radicais com mesmo índice e
usamos a propriedade: n a ⋅ n b = n ab
3) Simplificar 3 128 , decompondo fica:
128 2
Exemplos
64 2
1) 2 ⋅ 2 = 2.2 = 4 = 2 32 2
2) 3 ⋅ 4 = 3 . 4 = 12 16 2
3 8 2
3) 3 ⋅ 3 9 = 3 3 . 9 = 3 27 = 3 4 2
3
4) 5 ⋅ 3 4 = 3 5 . 4 = 3 20 2 2
1
5) 3 ⋅ 5 ⋅ 6 = 3 . 5 . 6 = 90 fica
3 3 3
Exercícios
3
128 = 23 ⋅ 23 ⋅ 2 = 23 ⋅ 23 ⋅ 3 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 2 = 43 2

Efetuar as multiplicações Exercícios


3 3 3 Simplificar os radicais:
1) 3⋅ 8 2) 5⋅ 5 3) 6⋅ 4⋅ 5
3 1) 20 2) 50 3) 3 40
Respostas: 1) 24 2) 5 3) 120
Respostas: 1) 2 5 2) 5 2 3) 2. 3 5
Para a divisão de radicais usamos a propriedade
a Racionalização de Radiciação
também com índices iguais = a : b = a:b Em uma fração quando o denominador for um radical
b 2
devemos racionalizá-lo. Exemplo: devemos multipli-
Exemplos: 3
car o numerador e o denominador pelo mesmo radical
do denominador.
18
1) = 18 : 2 = 18 : 2 = 9 = 3 2 3 2 3 2 3 2 3
2 ⋅ = = =
3 3 3⋅3 9 3
20
2) = 20 : 10 = 20 : 10 = 2 2 2 3
10 e são frações equivalentes. Dizemos que
3 3
3
15
3) = 3 15 : 3 5 = 3 15 : 5 = 3 3 3 é o fator racionalizante.
3
5
Exercícios
Exercícios. Efetuar as divisões Racionalizar:
3
6 16 24 1 2 3
1) 2) 3) 1) 2) 3)
3
3 2 6 5 2 2
Respostas: 1) 2 2) 2 3) 2
Respostas: 1) 2) 2 3)
5 6
5 2
Simplificação de Radicais

Podemos simplificar radicais, extraindo parte de raí-

Matemática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 ao redor da tendência central de um conjunto de observa-
Outros exemplos: devemos fazer: ções. Incluem a amplitude, o desvio médio, a variância, o
3
2 desvio padrão, o erro padrão e o coeficiente de variação,
2 3 2
2⋅ 2 3 2
23 4 23 4 3 cada um expressando diferentes formas de se quantificar a
tendência que os resultados de um experimento aleatório tem
2
⋅ = = = = 4
3
21 3
22
3
21 ⋅ 22
3
23 2 de se concentrarem ou não em determinados valores (quanto
maior a dispersao, menor a concentração e vice-versa).
Exercícios.
Racionalizar: A idéia básica é a de se estabelecer uma descrição dos da-
dos relativos a cada uma das variáveis, dados esses levanta-
3
1 3 2 dos através de uma amostra.
1) 2) 3)
3 3 3
4 22 3 Fonte: http://www.vademecum.com.br/iatros/estdiscritiva.htm
3
33 2 3
DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA
Respostas: 1) 2) 3)
16 18
4 2 3 A primeira tarefa do estatístico é a coleta de dados. Tor-
na-se então necessário um pequeno planejamento, no qual
se irá decidir:
ESTATÍSTICA
Quais são os dados a coletar?
ESTATÍSTICA DESCRITIVA
A coleta de dados será feita utilizando toda a população
Estatística Descritiva é o nome dado ao conjunto de técnicas ou recorrendo a amostragem?
analíticas utilizado para resumir o conjunto de todos os dados
coletados numa dada investigação a relativamente poucos Onde serão coletados os dados? Que tipo de fonte será
números e gráficos. Ela envolve basicamente: utilizada?
Distribuição de Freqüência: É o conjunto das freqüências
Como organizar os dados?
relativas observadas para um dado fenômeno estudado,
sendo a sua representação gráfica o Histograma (diagrama
Vejamos como essas questões são resolvidas numa situ-
onde o eixo horizontal representa faixas de valores da variá-
ação prática:
vel aleatória e o eixo vertical representa a freqüência relati-
va). Por uma conseqüência da Lei dos Grandes Números,
Exemplo 1: Um repórter do jornal A Voz da Terra foi des-
quanto maior o tamanho da amostra, mais a distribuição de
tacado para acompanhar a apuração de votos da eleição da
freqüência tende para a distribuição de probabilidade.
diretoria do clube da cidade, à qual concorrem os candidatos
A, B, C e D. O objetivo da pesquisa é a publicação da porcen-
Testes de Aderência: São procedimentos para a identificação tagem de votos obtidos pelos candidatos.
de uma distribuição de probabilidade a partir de um conjunto
de freqüências usando a Lei dos Grandes Números. Essenci- O repórter já tem explícitas na proposta de trabalho que
almente, calcula-se a chance da diferença entre uma distribu- recebeu algumas respostas para seu planejamento:
ição de freqüência observada e aquela que seria de se espe-
rar a partir de uma determinada distribuição de probabilidade os dados a coletar são os votos apurados;
(geralmente a Curva Normal). Uma distribuição de freqüência
pode ser tida como pertencente a um dado tipo de distribui- a população envolvida é o conjunto de todos os eleitores
ção se o teste de aderência mostrar uma probabilidade de (não será utilizada amostragem, pois os eleitores se-
mais de 5% da diferença entre as duas ser devida ao acaso rão consultados, através da votação);

Medidas da Tendência Central: São indicadores que permi- a coleta será direta, no local da apuração.
tem que se tenha uma primeira idéia, um resumo, de como se
distribuem os dados de um experimento, informando o valor Falta resolver o último item do planejamento: como orga-
(ou faixa de valores) da variável aleatória que ocorre mais nizar os dados?
tipicamente. Ao todo, são os seguintes três parâmetros:
Os dados obtidos constituem os dados brutos. O repórter
A idéia básica é a de se estabelecer uma descrição dos da-
poderá recorrer a uma organização numérica simples, regis-
dos relativos a cada uma das variáveis, dados esses levanta-
trada através de símbolos de fácil visualização:
dos através de uma amostra.
Média: É a soma de todos os resultados dividida pelo número
total de casos, podendo ser considerada como um resumo da
distribuição como um todo.

Moda: É o evento ou categoria de eventos que ocorreu com


maior freqüência, indicando o valor ou categoria mais prová-
vel.

Mediana: É o valor da variável aleatória a partir do qual me- Agora, ele poderá fazer o rol desses dados, organizando-
tade dos casos se encontra acima dele e metade se encontra os em ordem crescente (ou decrescente):
abaixo
Candidatos Votos
Medidas de Dispersão: São medidas da variação de um con- D 9
junto de dados em torno da média, ou seja, da maior ou me- B 11
nor variabilidade dos resultados obtidos. Elas permitem se A 14
identificar até que ponto os resultados se concentram ou não C 16

Matemática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo 2: Dada a tabela abaixo, observe qual a variável
Deste modo, ele terá iniciado o trabalho de tabulação dos e qual a freqüência absoluta e calcule as freqüências relati-
dados. vas.

Apesar de as anotações do repórter trazerem todas as in- DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL — 1971
formações sobre os cinqüenta votos, provavelmente o jornal Faixa de renda Habitações
não irá publicá-los dessa forma. Ë mais provável que seja Até 1 salário mínimo 224 740
publicada uma tabela, com o número de votos de cada can- De 1 a 3 salários mínimos 363 860
didato e a respectiva porcentagem de votos: De 4 a 8 salários mínimos 155 700
Mais de 8 salários mínimos 47 500
Candidatos Numero % de votos Total 791 800
de Votos Fonte: Brasil em dados. Apud: COUTINHO, M. 1. C. e CU-
D 9 18 NHA,
B 11 22 S. E. Iniciação à Estatística. Belo Horizonte, Lê,
A 14 28 1979, p. 40.
C 16 32
Total 50 100 Solução: A variável é a renda, em salários mínimos por
habitação. As freqüências absolutas são os dados da tabela:
Este é um exemplo de distribuição por freqüência.
em 224 740 moradias a renda é de até 1 salário mínimo;
VARIÁVEIS E FREQÜÊNCIAS em 363 860 é de 1 a 3 salários;
em 155 700 está entre 4 e 8 salários;
No caso que estamos estudando, cada voto apurado pode em 47 800 é maior que 8 salários mínimos.
ser do candidato A, do B, do C ou do D. Como são cinqüenta
os votantes, o número de votos de cada um pode assumir Para obter as freqüências relativas, devemos calcular as
valores de 1 a 50. O número de votos varia. Ë uma variável. porcentagens de cada faixa salarial, em relação ao total de
dados:
O valor que representa um elemento qualquer de um con- 224740
junto chama-se variável. até 1 salário mínimo = 0,28 = 28%
791800
No caso dos votos, a variável assume valores resultantes
de uma contagem de O a 50. Quando se tomam, nesse con- 363860
junto de valores, dois números consecutivos quaisquer, não é de 1 a 3 salários = 0,46 = 46%
791800
possível encontrar entre um e outro nenhum valor que a vari-
ável possa assumir. Por exemplo, entre 20 e 21 não existe
nenhum valor possível para a variável. Estamos, portanto, 155700
de 4 a 8 salários = 0,20 = 20%
diante de uma variável discreta. 791800

Uma tabela associa a cada observação do fenômeno es- 47500


tudado o número de vezes que ele ocorre. Este número cha- mais de 8 salários = 0,06 = 6%
ma-se freqüência. 791800

Na tabela do exemplo dado, a freqüência de votos do Organizando os dados numa tabela:


candidato A é 9, a do candidato B é 11, a do C é 14 e a do D
é 16. Estas freqüências, representadas na segunda coluna, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL — 1971
são as freqüências absolutas (F). Sua soma é igual a 50 que Faixa de renda F Fr(F%)
é o número total de observações. Na coluna “% de votos”, Até 1 salário mínimo 224 740 28
obtida a partir do cálculo de porcentagem de votos de cada De 1 a 3 salários mínimos 363 860 46
candidato, estão representadas as freqüências relativas (Fr). De 4 a 8 salários mínimos 155 700 20
Mais de 8 salários mínimos 47 500 6
9 Total 791 800 100
Candidato A = 0,18 = 18%
50
Observe que, nesse exemplo, a variável é uma medida:
quantos salários mínimos por habitação. Podemos encontrar
11 salários correspondentes a qualquer fração do salário míni-
Candidato B = 0,22 = 22%
50 mo. Entre dois valores quaisquer sempre poderá existir um
outro valor da variável. Por exemplo, entre 1 e 2 salários
poderá existir a renda de 1 salário e meio (1,5 salário); entre
14
Candidato C = 0,28 = 28% 1,5 e 2 poderá existir 1,7 salário etc. Trata-se então de uma
50 variável contínua. Para representá-la na tabela houve neces-
sidade de organizar as faixas de renda em classes.
16
Candidato D = 0,32 = 32% Portanto, uma variável que pode teoricamente assumir
50 qualquer valor entre dois valores quaisquer é uma variável
contínua. Caso contrário ela é discreta, como no exemplo 1.
A freqüência relativa (Fr) ou freqüência porcentual (F%) é Em geral, medições dão origem a variável contínua, e conta-
a relação entre a freqüência absoluta e o número total de gens a variável discreta.
observações. Sua soma é 1 ou 100%:
AGRUPAMENTO EM CLASSES
0.18 + 0,22 + 0,28 + 0,32 = 1,00

18% + 22% + 28% + 32% = 100%

Matemática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como vimos no exemplo 2, para representar a variável Idade F
contínua “renda” foi necessário organizar os dados em clas- 5 1
ses. 6 4
7 4
O agrupamento em classes acarreta uma perda de infor- 8 5
mações, uma vez que não é possível a volta aos dados origi- 9 5
nais, a partir da tabela. Quando isso se torna necessário, 10 3
uma maneira de obter resultados aproximados é usar os 11 3
pontos médios das classes. 12 2
13 1
Ponto médio de uma classe é a diferença entre o maior e 14 -
o menor valor que a variável pode assumir nessa classe. 15 1
Esses valores chamam-se, respectivamente, limite superior e
limite inferior da classe. Total 29

No exemplo que acabamos de estudar, na classe de 4 a 8


salários temos: Estando os dados organizados nessa disposição, é fácil
agrupá-los em classes.
limite inferior: 4 salários — Li = 4
Como a amplitude total é 10 e o número de observações
limite superior: 8 salários — Ls = 8 é pequeno, nossa melhor opção é amplitude h = 2, que nos
dará cinco classes com amplitudes iguais a 2.
8+6
ponto médio: =6 h=2 Classes F
2
5 7 5
7 9 9
Li + Ls 8
Pm = 9 11
2 11 13 5
2
13 15
O ponto médio da classe entre 4 e 8 salários é 6 salários
mínimos. Total 29

A diferença entre os limites superior e inferior chama-se


amplitude da classe:
A representação 5 7 significa que 5 pertence à classe
e 7 não pertence; 7 está Incluído na classe seguinte.
h = Ls − Li
Poderíamos também pensar em dez classes com ampli-
Nem sempre a amplitude é um número constante para to- tude h = 1 ou em duas classes com h = 5. Mas com li = 1 os
das as classes. Há casos em que a desigualdade das ampli- dados não seriam agrupados, e a tabela continuaria a mes-
tudes de classe não prejudica, mas favorece a disposição do ma, e com h —= 5 teríamos apenas duas classes, perdendo
quadro de freqüência. Ë o que ocorre no exemplo 2, em que muitas informações.
os salários acima de 8 mínimos foram agrupados em uma
única classe, impedindo o aparecimento de freqüências muito h=5 Classes F
baixas. 5 10 19
10 15 10
Exemplo 3: A partir das idades dos alunos de uma escola,
fazer uma distribuição por freqüência, agrupando os dados Total 29
em classes.
Para amplitudes 3, 4, 6 ou 7 não conseguiríamos classes
Idades (dados brutos):
com amplitudes iguais. Observemos como ficariam os qua-
dros:
8 8 7 6 9 9 7 8 10 10 12 15 13 12
Classes F
11 11 9 7 8 6 5 10 6 9 8 6 7 11 9
5 8 9
8 9 13
Organizando o rol, temos:
11 14 6
14 15 1
5 6 6 6 6 7 7 7 7 8 8 8 8 8 9 9 9

9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 13 15 Total 29

São 29 observações. As idades variam de 5 a 15 anos;


logo, o limite inferior da primeira classe é 5 e o limite superior Com h = 3 temos quatro classes, mas a última tem ampli-
da última classe é 15. tude (h = 1) diferente das demais.

A diferença entre o Ls da última classe o Li da primeira Classes F


classe chama-se amplitude total da distribuição. 5 9 14
9 13 14
A amplitude total é: 15 — 5 = 10 13 15 1

Organizando os dados, por freqüência, temos: Total 29

Matemática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
n = 1 + 3,3 logN
Com h = 4 ficamos com três classes, sendo a última com
amplitude (h = 2) diferente das demais. N é o número de observações, derivado do desenvolvi-
mento do Binômio de Newton. Waugh resumiu as indicações
Classes F na seguinte tabela:
5 11 22
11 15 7
Número de classes a
Total 29 Casos observados usar
(De acordo com a
regra de Sturges)
Temos agora duas classes com amplitudes 6 e 4. 1 1
2 2
Classes F 3—5 3
5 12 25 6—11 4
12 15 4 12—22 5
23—45 6
Total 29 46—90 7
91—181 8
Ficamos, neste caso, com duas classes com amplitudes 7 182—362 9
e 3. 363—724 10
725—1448 11
Podemos notar que, quanto maior a amplitude, menor é o 1 449—2 896 12
número de classes. 2 897—5 792 13
5 793—11 585 14
É regra geral considerarmos amplitudes iguais para todas 11586—23171 15
as classes, mas há casos em que a desigualdade, em vez de 23 172—46 341 16
prejudicar, favorece a disposição dos dados no quadro. 46 342—92 681 17
92 682—185 363 18
Quando, por exemplo, estamos estudando determinado 185 364—3 70 727 19
assunto, muitas vezes surgem dados desnecessários; pode- 370 726—741 455 20
mos desprezá-los ou então reduzir a tabela, agrupando-os 741 456—1 482 910 21
numa classe.

Exemplo 4: Levantamento, segundo faixas etárias, do Nem sempre, porém, temos à mão essa tabela. Devemos,
número de casamentos realizados na cidade X, durante de- então, procurar a amplitude total da distribuição. Com este
terminado ano. dividendo fixado, consideraremos como divisor um número de
classes razoável, e o quociente nos indicará qual amplitude
Classes F escolher.
de 1 a 15 anos
(3 classes) - Exemplo 5: Suponhamos uma distribuição onde o menor
15 20 15 valor da variável é 3 e o maior é 80. Temos:
20 26 530
26 31 325 Li (primeira classe) = 3
Ls (última classe) = 80
31 36 120
36 41 115
H (amplitude total) = 80 - 3 = 77
41 46 13
46 51 12 Dois números razoáveis de classes seriam 7 ou 11 (divi-
51 56 6 sores de 77).
56 61 3
61 100 16 Se desejarmos 11 classes, a amplitude de cada uma será:

80 − 3
De 1 a 15 anos foram agrupadas três classes, e ainda as- h = 77 : 11 ou h= ⇒ h=7
sim a freqüência é zero. De 61 a 100 anos os casamentos 11
não costumam ser freqüentes: foram agrupadas oito classes,
sendo registrada a freqüência de 16 casamentos. h = (Ls -Li) : n

Estabelecimento do número de classes e da amplitu- Onde: h = amplitude de classe


de Ls — Li = amplitude total
n = número de classes
Devemos escolher o número de classes, e consequente-
mente a amplitude, de modo que. possamos verificar as ca- Exemplo 6: Em uma escola, tomou-se a medida da altura
racterísticas da distribuição. Ë lógico que, se temos um nú- de cada um de quarenta estudantes, obtendo-se os seguintes
mero reduzido de observações, não podemos utilizar grandes dados (em centímetros):
amplitudes; e também que, se o número de observações é
muito grande, as amplitudes não devem ser pequenas. 160 152 155 154 161 162 162 161 150 160
163 156 162 161 161 171 160 170 156 164
Para o estabelecimento do número de classes, o matemá- 155 151 158 166 169 170 158 160 168 164
tico Sturges desenvolveu a seguinte fórmula: 163 167 157 152 178 165 156 155 153 155

Matemática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Fazer a distribuição por freqüência. Que porcentagem de estudantes tem estatura igual ou
Solução: Podemos organizar o rol de medidas a partir dos superior a 175 cm?
dados brutos, dispondo-os em ordem crescente (ou decres-
cente). Quantos são os estudantes com estatura maior ou igual a
150 153 155 156 160 161 162 163 166 170 160 cm e menor que 175 cm?
151 154 155 157 160 161 162 164 167 170
152 155 156 158 160 161 162 164 168 171 Qual a porcentagem de estudantes com estatura abaixo
152 155 156 158 160 161 163 165 169 178 de 170 cm?

A menor estatura é 150 cm e a maior 178 cm. A amplitude Respostas: a)16 b)2% c)23 d)90%
total é 28 cm. Poderíamos pensar em 4 ou 7 classes. O pri-
meiro é um número pequeno para quarenta observações. Finalizando, uma observação: o agrupamento em classes
Com 7 classes, as duas últimas teriam freqüência 1. Para muito grandes poderá levar a uma perda de pormenores;
agrupá-las, podemos reduzir o número de classes para 6, e, podemos, então, optar pelo agrupamento em classes meno-
para facilitar o cálculo, arredondar 178 cm para 180 cm. As- res e, conseqüentemente, por um maior número delas, desde
sim, a amplitude total a considerar será: que isso não prejudique o estudo. Com a possibilidade do
uso de computadores, esta alternativa torna-se bastante
180 — 150 = 30 viável.

Logo: PRINCIPAIS TIPOS DE GRÁFICOS :

h = 30 : 6 = 5 1. GRÁFICOS LINEARES OU DE CURVAS


São gráficos em duas dimensões, baseados na repre-
Organizando os dados em 6 classes de amplitude 5, te- sentação cartesiana dos pontos no plano. Servem para re-
remos: presentar séries cronológicas ou de localização (os dados
são observados segundo a localidade de ocorrência), sendo
Classes Alturas (cm) que o tempo é colocado no eixo das abscissas (x) e os valo-
150 155 150 151 152 153 154 res observados no eixo das ordenadas (y).
155 160 155 155 155 155 156 156 156 157 158 Vendas da Companhia Delta
160 165 158 1971 a 1977
160 160 160 160 161 161 161 161 162
165 170 162 162 Ano Vendas (Cr$ 1.000,00)
170 175 163 163 164 164
175 180 165 166 167 168 169 230
170 170 171 260
178 380
300
Representando as classes por intervalos fechados à es- 350
querda, não teremos dúvidas quanto a seus limites inferiores 400
e superiores. 450
Podemos agora fazer a tabulação dos dados, registrando Fonte: Departamento de Marketing da Companhia
na tabela as classes e seus pontos médios, e as freqüências.
Além da freqüência absoluta (F) e da relativa (Fr), pode-
mos representar a freqüência acumulada (Fa). Acumular Vendas da Companhia Delta
freqüências, na distribuição, significa adicionar a cada fre-
qüência as que lhe são anteriores.
500
(Cr$1.000,00)

ALTURAS (CM) DE ESTUDANTES DA ESCOLA X 450


400 380 400
350
Vendas

300 300
Classes Pm F Fa Fr 200 230 260
150 15 152,5 6 6 15 100
5 0
155 16 157,5 - 10 16 25 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977
0
160 16 162,5 15 31 38 Anos
5
165 17 167,5 5 36 12 2. GRÁFICO EM COLUNAS OU BARRAS
0
170 17 172,5 3 39 8 São representados por retângulos de base comum e
5 altura proporcional à magnitude dos dados. Quando dispos-
175 18 177,5 1 40 2 tos em posição vertical, dizemos colunas; quando colocados
0 na posição horizontal, são denominados barras. Embora
Total 40 100 possam representar qualquer série estatística, geralmente
são empregados para representar as séries específicas ( os
dados são agrupados segundo a modalidade de ocorrência).
Observando a tabela podemos responder a questões co-
mo: A) Gráfico em Colunas

Quantos são os estudantes com estatura inferior a 160 População Brasileira ( 1940 – 1970)
cm?
Ano População
1940 41.236.315

Matemática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1950 51.944.398
1960 70.119.071 BALANÇA COMERCIAL
1970 93.139.037 BRASIL - 1984-88
Fonte: Anuário Estatístico - 1974

40.000
População do Brasil 30.000

MILHÃO
US$
20.000
100000000 10.000
80000000 0
População

exportação

1984
1985
1986
60000000

1987
1988
40000000
20000000 ANOS
0
1940 1950 1960 1970
4. GRÁFICO EM SETORES
ANOS
É a representação gráfica de uma série estatística, em
um círculo, por meio de setores circulares. É emprega-
do sempre que se pretende comparar cada valor da série
B) Gráfico em Barras com o total.
O total é representado pelo círculo, que fica dividido em
Produção de Alho – Brasil (1988) tantos setores quantas são as partes. Para construí-lo,
divide-se o círculo em setores, cujas áreas serão proporcio-
nais aos valores da série. Essa divisão poderá ser obtida por
ESTADOS QUANTIDADES (t) meio de uma regra de três simples e direta.
Santa Catarina 13.973 Total ___________ 360º
Minas Gerais 13.389 Parte___________ x º
Rio Grande do Sul 6.892
Goiás 6.130 REBANHOS BRASILEIROS
São Paulo 4.179 1988
Fonte: IBGE ES- QUANTIDADE
PÉCIE (milhões de cabeças)
BOVINOS 140
Suínos 32
PRODUÇÃO DE ALHO - BRASIL- 1988
Ovinos 20
Caprinos 11
São Paulo Total 203
Fonte: IBGE
Estados

Rio Grande do Sul


Temos:

Santa Catarina Para Bovinos:


203 -------------360º
0 5.000 10.00 15.00
0 0 140 ------------- x
toneladas
x = 248,2º x = 248º

3. GRÁFICO EM COLUNAS OU BARRAS MÚLTIPLAS Para Suínos:


203 ------------360º
ESTE TIPO DE GRÁFICO É GERALMENTE EMPREGA-
DO QUANDO QUEREMOS REPRESENTAR, SIMULTÂNEA 32 ----------- y
MENTE, DOIS OU MAIS FENÔMENOS ESTUDADOS COM
O PROPÓSITO DE COMPARAÇÃO. y = 56,7º y = 57º

Para Ovinos:
BALANÇA COMERCIAL 203 -----------360º
BRASIL – 1984 - 1988
ESPECIFI- VALOR (US$ 1.000.000) 20 ---------- z
CAÇÃO 1984 1985 1986 1987 1988 z = 35,4º z = 35º
27.0 25.6 26.2 22.3 33.789
05 39 24 48 14.605 Para Caprinos:
13.9 13.1 14.0 15.0 203 ----------360º
16 53 44 52
Fonte: Ministério das Economia 11 ---------- w
w = 19,5º w = 20º

Matemática 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

REBANHOS BRASILEIROS - 1988 x = 124,5);


2. construímos uma semi-reta ( de preferência na horizontal)
partindo de O (pólo) e com uma escala (eixo polar);
5% 3. dividimos a circunferência em tantos arcos quantas
10% Bovinos forem as unidades temporais;
Suínos 4. traçamos, a partir do centro O (pólo), semi-retas passan-
16%
Ovinos do pelos pontos de divisão;
69% 5. marcamos os valores correspondentes da variável, inician-
Caprinos do pela semi-reta horizontal (eixo polar);
6. ligamos os pontos encontrados com segmentos de reta;
7. se pretendemos fechar a poligonal obtida, empregamos
uma linha interrompida.

5. GRÁFICO POLAR
6. CARTOGRAMA
É a representação de uma série por meio de um polígono.
É o gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas, O cartograma é a representação sobre uma carta geo-
isto é, séries temporais que apresentam em seu desenvolvi- gráfica.
mento determinada periodicidade, como, por exemplo, a Este gráfico é empregado quando o objetivo é o de figurar
variação da precipitação pluviométrica ao longo do ano ou os dados estatísticos diretamente relacionados com áreas
da temperatura ao longo do dia, a arrecadação da Zona geográficas ou políticas.
Azul durante a semana, o consumo de energia elétrica du-
rante o mês ou o ano, o número de passageiros de uma Distinguimos duas aplicações:
linha de ônibus ao longo da semana, etc.
Representar dados absolutos (população) – neste caso,
O gráfico polar faz uso do sistema de coordenadas lançamos mão, em geral, dos pontos, em número
polares. proporcional aos dados.
Representar dados relativos (densidade) – neste caso,
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA lançamos mão, em geral, de Hachuras.

POPULAÇÃO PROJETADA DA
MUNICÍPIO DE RECIFE – 1989 REGIÃO SUL DO BRASIL – 1990
ME- PRECIPITAÇÃO (mm) ES- POPULAÇÃO Á D
2
SES TADO (hab.) REA (km ) ENSIDA-
Janeiro 174,8 DE
Fevereiro 36,9 Paraná 9.137.700 199.324 45,8
Março 83,9 Santa Catarina 4.461.400 95.318 46,8
Abril 462,7 Rio Grande do 9.163.200 280.674 32,6
Maio 418,1 Sul
Junho 418,4 Fonte: IBGE
Julho 538,7
Agosto 323,8
Setembro 39,7
Outubro 66,1
Novembro 83,3
Dezembro 201,2
Fonte: IBGE

PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
MUNICÍPIO DE RECIFE - 1989

Janeiro
600
Dezembro Fevereiro
400
Novembro Março
200
Outubro 0 Abril 7. GRÁFICOS PICTÓRICOS

SÃO GRÁFICOS ATRAVÉS DE FIGURAS QUE SIMBO-


Setembro Maio
LIZAM FATOS ESTATÍSTICOS, AO MESMO TEMPO QUE
Agosto Junho INDICAM AS PROPORCIONALIDADES.
Julho Por serem representados por figuras, tornam-se atraentes
e sugestivos, por isso, são largamente utilizados em publici-
dades.
1. traçamos uma circunferência de raio arbitrário (em particu- Regras fundamentais para a sua construção:
lar, damos preferência ao raio de comprimento proporcional
à média dos valores da série; neste caso, Os símbolos devem explicar-se por si próprios;

Matemática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As quantidades maiores são indicadas por meio de um
número de símbolos, mas não
por um símbolo maior;
Os símbolos comparam quantidades aproximadas, mas
detalhes minunciosos;
Os gráficos pictóricos só devem ser usados para compa-
rações, nunca para afirma-
ções isoladas.

PRODUÇÃO BRASILEIRA DE VEÍCULOS


1972 – 1975 (dados fictícios)

A PRODU-
NO ÇÃO
1972 9.974
1973 19.814
1974 22.117
1975 24.786
OBSERVAÇÕES:
ANOS
a) O HISTOGRAMA e o POLÍGONO DE FREQÜÊNCIAS, em
1975 termos de fi , fr e f% têm exatamente o mesmo aspecto, mu-
dando apenas a escala vertical;

1974 b) Observe que, como o primeiro valor da tabela é bem maior


que zero, adotamos aproxima-lo do zero através da conven-
ção:
1973

30
1972
PRODUÇÃO 3. POLÍGONO DE FREQÜÊNCIAS ACUMULADAS OU
= 5.000 unidades OGIVA DE GALTON

GRÁFICOS ANALÍTICOS É a representação gráfica que tem no eixo das abscissas


os limites das classes e no eixo das ordenadas as freqüên-
Os gráficos analíticos são usados tipicamente na cias acumuladas (fa ou f%a )
representação de distribuições de freqüências simples e
acumuladas. NOTA: Para obtermos o valor da mediana de uma série de
valores em dados agrupados usamos uma fórmula, porém,
1. HISTOGRAMA através do gráfico de freqüências acumuladas (OGIVA DE
GALTON) podemos obter esse valor.
É a representação gráfica de uma distribuição de fre-
qüências por meio de retângulos justapostos , onde no eixo EXEMPLO: Seja a distribuição:
das abscissas temos os limites das classes e no eixo das Classes fi fa
ordenadas os valores das freqüências absolutas (fi) 02 |---- 04 3 3
04 |---- 06 5 8
2. POLÍGONO DE FREQÜÊNCIAS 06 |---- 08 10 18
08 |---- 10 6 24
É um gráfico de linhas que se obtém unindo-se os pontos 10 |---- 12 2 26
médios dos patamares dos retângulos do HISTOGRAMA .
CONSTRUIR A OGIVA DE GALTON E, A PARTIR DOS
Classes PM fi fr f% fa fra f%a DADOS, DETERMINE O VALOR DA MEDIANA DA SÉRIE.
30 |--- 40 35 4 0,08 8 4 0,08 8
40 |--- 50 45 6 0,12 12 10 0,20 20
50 |--- 60 55 8 0,16 16 18 0,36 36
60 |--- 70 65 13 0,26 26 31 0,62 62
70 |--- 80 75 9 0,18 18 40 0,80 80
80 |--- 90 85 6 0,12 12 46 0,92 92
90 |--- 100 95 4 0,08 8 50 1,00 100
Σ 50 1,00 10
0

Matemática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) Md = Li + (P - ' fa ) . h = 6 + (13 - 8) . 2 = 6 + 1
fi 10

Md = 7

III) Cálculo da moda pela fórmula de CZUBER:

Classe modal = Classe de freqüência máxima = 3ª classe


(6 |--- 8)

Li = 6 , ∆1 = 10 – 5 = 5 ,

∆2 = 10 – 6 = 4 , h=8–6=2

∆1
Mo = Li + .h =
∆1 + ∆ 2
5
6 + . 2 = 6 + 1,11... ≅ 7,11
Para obtermos a mediana, a partir da OGIVA DE GALTON, 5+4
tomamos em fa = 26 a freqüência percentual que irá corres-
ponder à 100% ou seja, f%a = 100. Mo ≅ 7,11
Como a mediana corresponde ao termo central, localizamos
o valor da fa que corresponde à 50% da f%a, que neste caso, IV) Cálculo da moda pela fórmula de PEARSON:
é fa = 13. A mediana será o valor da variável associada a
esse valor no eixo das abscissas ou seja, Md = 7 M o ≅ 3.Md – 2. x
M o = 3 . 7 – 2 . 6,92 = 21 – 13,84 = 7,16
CÁLCULO DA MODA PELA FÓRMULA DE PEARSON
Mo ≅ 7,16
M o ≅ 3 . Md – 2. x MEDIDAS DE UMA DISTRIBUIÇÃO
Segundo PEARSON, a moda é aproximadamente igual à Há certas medidas que são típicas numa distribuição: as
diferença entre o triplo da mediana e o dobro da média. Esta de tendência central (médias), as separatrizes e as de dis-
fórmula dá uma boa aproximação quando a distribuição persão.
apresenta razoável simetria em relação à média.
MÉDIAS
Exemplo: Seja a distribuição:
Consideremos, em ordem crescente, um rol de notas ob-
Classes PM fi fa PM . fi tidas por alunos de duas turmas (A e B):
02 |---- 04 3 3 3 9
04 |---- 06 5 5 8 25 Turma A: 2 3 4 4 5 6 7 7 7 7 8
06 |---- 08 7 10 18 70 Turma B: 2 3 4 4 4 5 6 7 7 8 9
08 |---- 10 9 6 24 54
10 |---- 12 11 2 26 22 Observemos para cada turma:
∑ 26 180
valor que ocupa a posição central:

Classe Modal e Classe Mediana


06 |---- 08

Determine a Moda pela fórmula de CZUBER e pela fórmula


de PEARSON.

I) Cálculo da média :

x=
∑ PM . fi =
180
≅ 6,92 x = 6,92
n 26
II) Cálculo da mediana: O valor que aparece com maior freqüência:

a) posição da mediana : P = n/2 = 26/2

P = 13ª posição obtida na coluna fa que corresponde


à 3ª classe;
O quociente da somatória ( ∑ ) dos dados (x) pela

b) Li = 6 , ‘fa = 8 ,
quantidade de dados (n):
∑X
fi = 10 , h=8–6=2 n

Matemática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Turma A: Exemplo 2: Consideremos os mesmos dados do exemplo
2+3+4+4+5+6+7+7+7+7+8 60 1 dispostos em uma distribuição por freqüência:
= = 5,45
11 11 x F
Turma B:
18 1
2+3+4+4+4+5+6+7+7+8+9 59 17 2
= = 5,36
11 11 16 2
15 3
14 2
Colocando estes três valores lado a lado, temos: 13 5
12 3
Turma Posição Maior freqüência 11 2
central ∑X Total 20
n
A 6 7 5,45
B 5 4 5,36
Veja que o número de observações é igual ao da soma
Observando os resultados, podemos afirmar que a turma das freqüências: n = F = 20.
A teve melhor desempenho que a turma B. Esses três valores
caracterizam as distribuições. São chamados valores típicos. ∑ x =18 + 17 + 17 + 16 + 16 + 15 + 15 + 15 +
Eles tendem a se localizar em um ponto central de um con- + 14 + 14 + 13 + 13 + 13 + 13 + 13 + 12 +
junto de dados ordenados segundo suas grandezas, o que =12 + 12 + 11 + 11
justifica a denominação medidas de tendência central ou
médias. ∑ x = 1 .18 + 2.17 + 2.16 + 3.15 + 2.14 +
+5.13 + 3.12 + 2.11
O valor que ocupa a posição central chama-se mediana
(Md): Os fatores que multiplicam os dados são as freqüências
Para a turma A, a mediana é 6: Md = 6. que aparecem na tabela da distribuição. Logo:
Para a turma B, a mediana é 5: Md = 5
Ma =
∑ X = ∑ Fx
O valor que aparece com maior freqüência chama-se mo- n ∑F
da (Mo):
Para a turma A, a moda é 7: Mc = 7. As relações se eqüivalem:
Para a turma B, a moda é 4: Mc = 4.
Ma =
∑X e Ma =
∑ Fx
O quociente da soma dos valores pela quantidade chama-
se média aritmética (Ma):
n ∑F
Para a turma A, a média aritmética é Ma =5,45 Na prática, quando temos a distribuição por freqüência,
Para a turma B, a média aritmética é Ma =5,36. acrescentamos à tabela uma coluna com os produtos Fx de
cada valor pela sua freqüência:
Portanto, mediana, moda e média aritmética são medidas
de tendência central ou médias da distribuição. x F Fx
18 1 18
Existem outros tipos de média, como a média geométrica 17 2 34
e a harmônica, que não constarão deste capítulo por não 16 2 32
serem muito utilizadas neste nível de ensino. 15 3 45
14 2 28
Média aritmética 13 5 65
12 3 36
A média aritmética (Ma) é a medida de tendência central 11 2 22
mais conhecida. Já sabemos que ela é o quociente da soma Total 20 280
dos valores (∑ x) pela quantidade deles (n).

Exemplo 1: Consideremos os dados abaixo: 280


18 17 17 16 16 15 15 15 14 14 Ma = ⇒ Ma = 14
20
13 13 13 13 13 12 12 12 11 11

A quantidade de dados é: Muitas vezes, são associados aos dados certos fatores de
ponderação (pesos), que dependem do significado ou da
n = 20 importância que se atribui ao valor. No exemplo acima, a
cada dado está associada sua freqüência. Ë comum nas
A soma dos dados é: escolas obter-se a média do aluno pela ponderação das no-
tas das provas.
∑ x = 18 + 17 + 17 + 16 + 16 + 15 + 15 + 15 + 14 +
Exemplo 3: Numa determinada escola, no primeiro se-
+ 14 + 13 + 13 + 13 + 13 + 13 + 12 + 12 +12 +
mestre, o prol’ ‘~sor de Matemática aplicou a seus alunos três
+ 11 + 11 = 280
provas: a primeira de álgebra, a segunda de geometria e a
terceira exigindo toda a matéria. Considerou peso 2 para a
A média aritmética é:
última prova e peso 1 para as duas primeiras.
Ma =
∑ X = 280 ⇒ Ma = 14
n 20 Um aluno obteve as seguintes notas:
primeira prova ____ 8,0

Matemática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
segunda prova ____ 5,0 6465
terceira prova ____ 7,0 Ma =
40
Qual é a média do aluno?
Ma = 161,625 cm
Solução:
Este é o cálculo da média aritmética pelo chamado pro-
(8,0.1) + (5,0.1) + (7,0.2) 27
média é: = = 6,75 cesso longo.
1+ 1+ 2 4
Podemos, no entanto, calcular a Ma, sem cálculos demo-
Temos então um exemplo de média aritmética ponderada rados, utilizando o processo breve. Para isso, devemos com-
(Mp). preender o conceito de desvio (d), que é a diferença entre
cada dado e a Ma. O desvio também pode ser chamado de
No exemplo 2, os fatores de ponderação são as freqüên- afastamento.
cias dos dados. No exemplo 3, são os pesos atribuídos às
provas. No exemplo que acabamos de ver, os dados estão agru-
pados em classes; são, portanto, considerados coincidentes
A média ponderada é usada quando já temos os dados com os pontos médios das classes às quais pertencem. Os
dispostos em tabelas de freqüência ou quando a ponderação desvios são:
dos dados já é determinada.
d = α. F, onde α = Pm — Ma.
Cálculo da média aritmética para dados agrupados em
classes Neste exemplo:
(α) (α.F)
Quando, numa distribuição por freqüência, os dados estão 152,5 — 161,625 = —9,125 —54,75
agrupados cm classes, são considerados coincidentes com 157,5 — 161,625 = —4,125 —37,125
os pontos médios das classes às quais pertencem. Para o 162,5 — 161,625 = 0,875 14,0
cálculo da Ma, usaremos os produtos dos pontos médios 167,5 — 161,625 = 5,875 29,375
pelas freqüências de cada classe (Pm . F). Acrescentamos, 172,5 — 161,625 = 10,875 32,625
então, à tabela dada a coluna Pm . F. 177,5 — 161,625 = 15,875 15,875

Exemplo 4: Seja a tabela que nos dá a altura (x) dos es- A soma algébrica dos desvios é:
tudantes de uma classe de primeiro grau:
∑αF= —91,875 + 91,875=0
h=5 x (cm) Pm F
150 155 152,5 6 Esta propriedade pode ser usada para o cálculo da Ma
155 160 157,5 9 pelo processo breve: A soma algébrica dos desvios dos valo-
160 165 162,5 16 res de uma série em relação à Ma é nula.
165 170 167,5 5
170 175 172,5 3 Podemos, então, calcular a média aritmética sem recorrer
175 180 177,5 1 a cálculos demorados. Primeiro, indicamos o ponto médio de
Total 40 uma das classes como uma suposta média aritmética (Ms).
Em geral, escolhemos o da classe que apresenta a maior
Queremos, a partir da tabela, calcular a média aritmética. freqüência, para que o desvio (Ma — Ms) seja o menor pos-
sível. Calculamos, a seguir, esse fator de correção (C = Ma
Solução: Completando a tabela, com a coluna Pm . — Ms).
F. temos:
Se C = 0 ⇒ Ma = Ms. Caso contrário, estaremos depen-
h=5 x (cm) Pm F Pm.F dendo de um fator de correção para mais ou para menos.
150 15 152,5 6 915,0
5 Se os intervalos de classe têm a mesma amplitude h, to-
155 16 157,5 9 1417,5 dos os desvios Pm — Ms podem ser expressos por c .h, onde
0 h é a amplitude e c pode ser um número inteiro negativo (se o
160 16 162,5 16 2600,0 Pm considerado está abaixo da Ms) ou um inteiro positivo (se
5 o Pm está acima da Ms).
165 17 167,5 5 837,5
0 Consideremos a tabela do exemplo 4, e calculemos a Ma
170 17 172,5 3 517,5 pelo processo breve. Vamos escolher o Pm da classe de
5 maior freqüência como a suposta média:
175 18 177,5 1 177,5
0 Ms = 162,5
Total ∑F=40 ∑Pm.F=6465,
Os desvios em relação à Ms são:
0

152,5- 162,5= -10 = -2.5 = -2. h ⇒ c = -2


Ma =
∑ Pm ⋅ F 157,5- 162,5= -5 = -1.5 = -1. h ⇒ c = -1
∑F 162,5- 162,5=
167,5- 162,5=
0=
5=
0.5=
1.5=
0.h⇒c=0
1.h⇒c=1
172,5- 162,5= 10= 2.5= 2.h⇒c=2
177,5- 162,5= 15= 3.5= 3.h⇒c=3

Matemática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Podemos notar aqui que a discrepância entre os dados,
levou a uma media aritmética maior do que os seis primeiros
Os valores obtidos para c são: - 2, - 1, 0, 1, 2, 3. Esses valores; maior, portanto, do que a maioria deles.
números seriam iguais a α se Ms fosse a média aritmética.
Mediana
Acrescentando à tabela os valores de c e de c . F:
Mediana é o valor que divide a distribuição ao meio de tal
x Pm F c c.F modo que 50% dos dados estejam acima desse valor e os
150 15 152,5 6 -2 -12 outros 50% abaixo dele.
5
155 16 157,5 9 -1 -9 Exemplo 6: Sejam as nove observações:
0
160 16 162,5 16 0 0
5
165 17 167,5 5 1 5
0
170 17 172,5 3 2 6
5
175 18 177,5 1 3 3 Mediana é o número que tem antes e depois de si a
0 mesma quantidade de valores. Quando a quantidade de
Total ∑F=40 ∑cF=-7 observações é um número par, a mediana é a média aritméti-
ca dos valores centrais.

Considerando-se os quarenta dados, o erro verificado é Exemplo 7: Sejam as seis observações:


—7. A soma algébrica dos desvios deveria ser nula se Ms = 10 11 15 17 18 20
−7
Ma. Logo, o fator de correção é C = ou seja, C = — Nesse caso, a mediana e:
40
0,175.
15 + 17
= 16 ⇒ Md = 16
Se: 2

Ma — Ms = 0 ⇒ Ma — 162,5 = —0,175 ou Você já sabe encontrar a mediana pelo processo gráfico,


pela construção da ogiva porcentual. Agora veremos outro
Ma = 162,5 + (—0,175) ∴ Ma = 161,625 modo de obtê-la. A mediana é o valor central; sua posição é
definida por:
Vamos construir o histograma da distribuição e traçar uma
perpendicular ao eixo das abscissas passando pelo ponto n +1
correspondente à Ma. P=
2

Nessa expressão n é o número de observações.

No exemplo 6, n = 9; portanto, a posição da mediana é P


9 +1
=
2

ou P = 5: a mediana é o quinto termo.

6 +1
No exemplo 7, n = 6 ⇒ P = = 3,5. A mediana está,
2
assim, entre o terceiro e o quarto termos.
Em geral, a média aritmética de uma distribuição não co-
incide com a mediana. A mediana é um valor que não sofre
A linha obtida equilibra o histograma, dividindo-o em duas influência dos valores extremos e a média aritmética envolve
partes de áreas iguais. todos os dados.

Todos os histogramas de distribuições normais são mais Cálculo da mediana de uma distribuição por freqüên-
ou menos simétricos em relação à Ma. Os dados de maior cia
freqüência se aproximam da Ma.
Exemplo 8: Consideremos a seguinte distribuição:
Você deve ter notado que a média aritmética é um valor
que engloba todos os dados. Se houver dados discrepantes, Diária (Cz$) Número de operá- Fa
eles influirão no valor da Ma. rios
200,00 5 5
Exemplo 5: A média aritmética de : 2, 2, 3, 3, 3, 4, 15 é: 250,00 8 13
300,00 4 17
2 + 2 + 3 + 3 + 3 + 4 + 15 32 350,00 1 18
= = 4,57
7 7

Matemática 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Determinar a mediana dessa distribuição, em que temos
as diárias dos operários de uma fábrica. Logo:

Solução: Procuremos a posição da mediana pela fórmula: Md = 20 + 3,5


n +1 Md = 23,5
P=
2 Se os dados estão agrupados em classes, podemos veri-
ficar a que classe pertence a mediana calculando o valor P =
São 18 operários: n = 5 + 8 + 4 + 1; logo:
n +1
. A mediana pertence à classe cuja Fa é imediatamente
18 + 1 2
P= ⇒ P = 9,5 superior a P.
2
Se Fa = P, a mediana é o limite superior da classe com
A mediana está entre o nono e o décimo dado (operários). essa freqüência acumulada.
Observemos que a Fa imediatamente superior a 9,5 é 13, e
corresponde à diária de R$250,00. A mediana está entre os
Se P ≠ Fa, calculamos d P — Fa (Fa imediatamente supe-
oito operários que recebem essa diária. A diária mediana é:
rior à P).
Md = R$250,00
Armamos então a proporção:
De fato, se colocássemos os operários em fila, por ordem
de diária, teríamos: x h
=
d F
5 operários com diárias de R$200,00
8, com diárias de R$250,00 F é a freqüência da classe à qual pertence a mediana;

h é a amplitude da classe;
x é o número que somado ao limite inferior da classe em
questão nos dará a mediana.

Exemplo 9: Consideremos a distribuição: d⋅h


x=
F
h=5 Classe F Fa
10 15 2 2 d⋅h
15 20 4 6 Md = Li +
20 25 10 49 F
25 30 6 22
30 35 3 25 Essa é a fórmula usada para o cálculo da mediana de
Total 25 uma distribuição por freqüência com dados acumulados em
classes.

Exemplo 10: Consideremos a tabela do exemplo 4, deste


25 + 1 capítulo, e calculemos a mediana.
Calculando a mediana, P = ⇒ P = 13, verifica-
2
mos que ela é o 13.0 termo. Está, portanto, na terceira clas- n +1 41
se. Solução: P= ⇒ P= ⇒ P = 20,5
2 2
A freqüência acumulada imediatamente superior a 13 é
A mediana está entre o 20.º e o 21.º termos. A freqüência
16, que corresponde à terceira classe, em que a freqüência é
acumulada imediatamente superior a 20,5 é a da terceira
10. O 13.º termo está entre os 10 da terceira classe. Logo, a
classe. A Md é um valor entre 160 e 165 cm.
mediana está entre 20 e 25. Os 10 elementos estão na ampli-
tude 5 (h = 25 — 20). A diferença (a) entre P e a Fa da
A Md está entre os 16 dados:
classe imediatamente anterior à terceira é
A Fa está entre 15 e 31: d = 20,5 — 15 ⇒ d = 5,5
13 — 6 = 7 ⇒ a = 7.
A amplitude da classe é h = 5
Veja o esquema:

d⋅h
Md = 160 +
F

5,5 ⋅ 5
Md = 160 +
16
Md = 160+1,71
À distância entre 20 e a mediana chamaremos x. Na dis-
tância x, temos 7 elementos. Na amplitude 5, temos 10 ele- Md = 161,71 cm
mentos. Podemos armar a proporção:
Vamos construir o histograma da distribuição, localizando
x 5 a Ma e a Md:
= ⇒ x = 3,5
7 10

Matemática 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplo 15: Seja a distribuição do exemplo 4, deste capí-


tulo, que nos dá a altura dos estudantes de uma classe de
primeiro grau. Calculamos Ma = 161,625 cm (no exemplo 4),
Md = 161,71 cm (no exemplo 10) e encontramos a Mo pelo
processo gráfico (exemplo 14). Representemos os três valo-
res no mesmo gráfico:
Moda

A moda de um conjunto de números é o valor que ocorre


com maior freqüência. A moda pode não existir, e se existir
pode não ser única.

Exemplo 11: O conjunto de números 2, 2, 5, 7, 9, 9, 9, 10,


11, 12, 18 tem moda 9.

Exemplo 12: No conjunto 3, 5, 7, 9, 10, li, todos os dados


têm a mesma freqüência. Não existe nenhum valor que apre-
sente maior freqüência do que os outros. Ë um caso em que
a moda não existe.

Exemplo 13: Seja o rol de dados: 3, 3, 4, 4, 4, 5, 6, 7, 7, 7,


8, 9. Os números 4 e 7 apresentam freqüência 3, maior que a
dos demais. Nessa distribuição há, portanto, duas modas: 4 e
7.

Uma distribuição com duas modas é denominada bimo- As medidas que acabamos de estudar (Ma, Md e Mo) têm
dal. a tendência de se localizar no centro da distribuição. Em
distribuições em que as curvas são simétricas, as três são
A rigor, a moda não é uma medida empregada para um coincidentes (distribuição normal). Para curvas assimétricas,
pequeno número de observações. Existem fórmulas para o o matemático Pearson verificou que a distância entre a Ma e
cálculo da moda, mas, na prática, ela é determinada pelo a Mo é três vezes maior que a distância entre a Ma e a Md:
valor ou pela classe que apresenta maior freqüência. Neste
último caso, ela é chamada classe modal, e seu ponto médio Ma — Mo = 3 (Ma — Md)
é a moda bruta, que representa uma aproximação da moda.
Isolando Mo:
Pode-se obter a moda de uma distribuição a partir de seu
histograma. Mo = 3 Md — 2 Ma
Exemplo 14: Considerando os dados do exemplo 4, va- Essa é a fórmula empírica de Pearson.
mos encontrar a moda:
Exemplo 16: Na distribuição do exemplo anterior, Ma =
Solução: 161,625 e Md = 161,71. Calcular o valor da Mo.

Mo = 3 Md — 2 Ma

Mo = 3.161,71 — 2.161,625 = 161,88 ⇒ Mo = 161,88

DESVIO PADRÃO

O desvio padrão é a medida mais usada na comparação


de diferenças entre grupos, por ser a mais precisa. Ele de-
termina a dispersão dos valores em relação à média.

Exemplo 7: Consideremos os pesos de 20 crianças re-


cém-nascidas, numa cidade X: 10 meninos e 10 meninas.

Considera-se a abscissa do ponto de intersecção dos Meninos Peso (g) Meninas Peso (g)
segmentos CA e BD. 1 3 750 1 3 000
2 3 750 2 3 300
Numa distribuição com dados agrupados, para a qual se 3 3 350 3 3 200
construiu uma curva de freqüência, a moda é o valor (ou os 4 3 250 4 3 250
valores) que corresponde ao ponto de ordenada máxima 5 3 250 5 3 100
(ponto mais alto da curva). 6 3100 6 3100
7 3 150 7 3 300
8 3 100 8 3 000

Matemática 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
9 3 350 9 3 100 da zona de normalidade. Processos matemáticos indicam
10 3 350 10 3 150 que 68,26% dos casos se situam nessa amplitude.

As médias aritméticas dos pesos são: Exemplo 8: Considerando os resultados do exemplo 7 a


respeito do peso das meninas: Ma = 3 150 g e s = 104,9 g,
meninas: 3150g meninos: 3340g calcular a zona de normalidade.

Podemos observar que o peso dos meninos é em média Solução: Devemos encontrar um intervalo de amplitude
maior que o das meninas. 2s, em torno da Ma:

Calculemos os desvios e seus quadrados: Ma + s = 3 150 + 104,9 = 3254,9 g


2
Meninos Peso d d Ma - s = 3 150 - 104,9 = 3005,1 g
1 3 750 410 168 100
2 3 750 410 168 100 Serão consideradas dentro da normalidade todas as me-
3 3 350 10 100 ninas com pesos entre 3 005,1 g e 3 254,9 g.
4 3 250 —90 8 100
5 3 250 —90 8 100 Exemplo 9: Consideremos a seguinte tabela:
6 3 100 —240 57 600
7 3 150 —190 36 100 NOTAS DE MATEMÁTICA DE UMA CLASSE X
8 3 100 —240 57 600 Notas Pm F
9 3 350 10 100
10 3 350 10 100 0 2,0 1,0 3
2,0 4,0 3,0 9
2
Meninas Peso d d 4,0 6,0 5,0 16
1 3 000 —150 22 500 6,0 8,0 7,0 8
2 3 300 150 22 500 8,0 10,0 9,0 4
3 3 200 50 2 500 ∑ F = 40
4 3 250 100 10 000
5 3 100 —50 2500 Calcular:
6 3 100 —50 2 500
7 3 300 150 22 500 a média aritmética;
8 3 000 —150 22 500 o desvio padrão;
9 3 100 —50 2 500 a zona de normalidade (e representá-la em um polígono de
10 3 150 0 0 freqüência).

Solução:
A média aritmética dos quadrados dos desvios chama-se
variância. Calculemos as variâncias das duas distribuições. a) Para o cálculo da Ma, vamos construir uma tabela
que nos auxilie:
Para os meninos:
h = 2 Notas Pm F α α.F
168100.2+ 100.3+ 8 100. 2 + 57 600.2 + 36 100 0 2,0 1,0 3 -2 -6
= 50400 2,0 4,0 3,0 9 -1 -9
10
4,0 6,0 5,0 16 0 0
Para as meninas: 6,0 8,0 7,0 8 1 8
8,0 10,0 9,0 4 2 8
22500.4 + 2500.4 + 10000 110000 ∑F=40 ∑αF=1
= = 11000
10 10
Ma = Pm + h.
∑α ⋅F
A raiz quadrada da variância é o desvio padrão.
∑F
Calculemos os desvios padrões de cada uma das distribu- 1
Ma = 5,0 + 2 .
ições: 40

para os meninos _____ s1 = 50400 = 224,5 g Ma = 5,0 + 0,050


para as meninas _____ s2 = 11000 = 104,9g Ma = 5,05

Comparando os dois valores, notamos que a variabilidade Para o cálculo do desvio padrão, vamos calcular os desvios
no peso dos meninos é maior que no das meninas (s1 > s2). (d = Pm — Ma) e acrescentar à tabela dada as colunas
2 2
d, d , d F:
O desvio padrão é a medida de dispersão mais utilizada
em casos de distribuições simétricas. Lembramos que, grafi- 2 2
h = 2 notas Pm F d d dF Ma =
camente, distribuições desse tipo se aproximam de uma 5,05
curva conhecida como curva nórmal ou curva de Gauss: 01 2,0 1.0 3 - 16,40 49,2
2,01 4,0 3,0 9 4,05 4,20 0
O desvio padrão tomado com os sinais - e + ( - s e +s) de- 4.01 6.0 5,0 16 - 0,0025 37,8
fine em torno da média aritmética uma amplitude (2s) chama- 6,01 8,0 7,0 8 2,05 3,80 0
8,0 9.0 4 - 15,60 0,04

Matemática 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10,0 0,05 30,4 mento melhor da natureza e com isso nos legaram contribui-
1,95 0 ções pequenas ou grandes ao desenvolvimento da ciência.
3,95 62,4 http://wwwracimate.blogspot.com.br/
0
2
∑F=40 ∑d F= 179,84 Em lógica, pode-se distinguir três tipos de raciocínio ló-
gico: dedução, indução e abdução. Dada uma premissa,
uma conclusão, e uma regra segundo a qual apremis-
sa implica a conclusão, eles podem ser explicados da seguin-
s=
∑ d2F te forma:
∑F Dedução corresponde a determinar a conclusão. Utiliza-
179,84 se da regra e sua premissa para chegar a uma conclusão.
s= Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. Choveu
40 hoje. Portanto, a grama está molhada." É comum associar
s = 4,50 os matemáticos com este tipo de raciocínio.

s = 2,12 Indução é determinar a regra. É aprender a regra a partir


de diversos exemplos de como a conclusão segue
Cálculo da zona de normalidade: da premissa. Exemplo: "A grama ficou molhada todas as
vezes em que choveu. Então, se chover amanhã, a grama
Ma - s = 5,05 - 2,12 ⇒ Ma - s = 2,93 ficará molhada." É comum associar os cientistas com este
estilo de raciocínio.
Ma + s = 5,05 + 2,12 ⇒ Ma + s = 7,17
Abdução significa determinar a premissa. Usa-se
A zona de normalidade inclui, portanto, notas de 2,93 a a conclusão e a regra para defender que a premissa poderia
7,17. explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica
molhada. A grama está molhada, então pode ter chovido."
BIBLIOGRAFIA Associa-se este tipo de raciocínio
Estatística Fácil –Editora Ática aos diagnosticistas e detetives.
Introdução à Estatística – Editora Saraiva
Introdução à Estatística – Editora Ática
Lógica Matemática
Imagine que você foi convocado a participar de um júri em
um processo criminal e o advogado de defesa apresenta os
Conceito de raciocínio lógico seguintes argumentos:
“Se meu cliente fosse culpado, a faca estaria na gaveta.
Raciocínio Lógico Ou a faca não estava na gaveta ou José da Silva viu a faca.
Se a faca não estava lá no dia 10 de outubro, segue que José
Ao procurarmos a solução de um problema quando dis- da Silva não viu a faca. Além disso, se a faca estava lá no dia
pomos de dados como um ponto de partida e temos um obje- 10 de outubro, então a faca estava na gaveta e o martelo
tivo a estimularmos, mas não sabemos como chegar a esse estava no celeiro. Mas todos sabemos que o martelo não
objetivo temos um problema. Se soubéssemos não haveria estava no celeiro. Portanto, senhoras e senhores do júri, meu
problema. cliente é inocente.
Pergunta: O argumento do advogado esta correto? Como
É necessário, portanto, que comece por explorar as pos- você deveria votar o destino do réu?
sibilidades, por experimentar hipóteses, voltar atrás num
caminho e tentar outro. É preciso buscar idéias que se con- E mais fácil responder a essa pergunta reescrevendo o
formem à natureza do problema, rejeitar aqueles que não se argumento com a notação de lógica formal, que retira todo o
ajustam a estrutura total da questão e organizar-se. palavrório que causa confusão e permite que nos concentre-
mos na argumentação subjacente.
Mesmo assim, é impossível ter certeza de que escolheu o A lógica formal fornece as bases para o método de pensar
melhor caminho. O pensamento tende a ir e vir quando se organizado e cuidadoso que caracteriza qualquer atividade
trata de resolver problemas difíceis. racional.
"Lógica: Coerência de raciocínio, de ideias. Modo de ra-
Mas se depois de examinarmos os dados chegamos a ciocinar peculiar a alguém, ou a um grupo. Sequencia coe-
uma conclusão que aceitamos como certa concluímos que rente, regular e necessária de acontecimentos, de coisas."
estivemos raciocinando. (dicionário Aurélio), portanto podemos dizer que a Lógica e a
ciência do raciocínio.
Se a conclusão decorre dos dados, o raciocínio é dito ló- 1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS EM LÓGICA MATE-
gico. MÁTICA
1.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Nova teoria científica
Partindo-se do contexto histórico, a lógica enquanto ciên-
A ciência é bàsicamente a combinação do raciocínio lógi- cia do raciocínio pode ser subdividida em duas grandes cor-
co bom com o conhecimento prático bom de fenômenos natu- rentes, quais sejam: Lógica Clássica e Lógica Formal.
rais reais. Todos os seres humanos fazem algum raciocínio Enquanto Lógica Clássica esta fundamentada em proces-
lógico e têm algum conhecimento prático de alguns fenôme- sos não matemáticos, processos não analíticos, sendo que
nos naturais reais, mas na maior parte têm que combinar suas verdades advêm de entidades filosóficas. Pode-se dizer
ciência com sobrevivência. Alguns povos puderam devotar que a Lógica Clássica tem um caráter intuitivo.
muito de seu tempo ao raciocínio e/ou a ganhar o conheci-
Matemática 55 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Enquanto Lógica Formal, a qual encerra dentre outras 2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA DICOTÔ-
tendências a Lógica Matemática, esta baseada em métodos e MICO OU BIVALENTE:
técnicas matemáticas. A Lógica Matemática constitui em termos gerais um sis-
A Lógica matemática, ou a Lógica Simbólica ou Lógica tema científico de raciocínio, que se baseia em estados biva-
Algorítmica é caracterizada pela axiomatização, pelo simbo- lentes, ou seja, é um sistema dicotômico onde a quaisquer de
lismo e pelo formalismo. Tem seu desenvolvimento na ins- suas entidades pode-se predicar a “verdade” ou a “falsidade”,
tância dos símbolos e passam a analisar o raciocínio segun- sendo estados mutuamente excludentes. Desta forma a partir
do operações e ralações de cálculo específico. de seus axiomas fundamentais e do sistema bivalente esta-
1.2 CÁLCULO PROPOSICIONAL E CÁLCULO DOS belecido desenvolver-se-á um método analítico de raciocínio
PREDICADOS: que objetiva analisar a validade do processo informal a partir
das denominadas primeiras verdades, “primícias”.
A Lógica Matemática é fundamentada pelo cálculo propo-
sicional (ou cálculo dos enunciados, ou cálculo sentencial) e 2.2 DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO DE PROPOSIÇÕES NO
pelo cálculo dos predicados. No cálculo sentencial têm-se as CÁLCULO PROPOSICIONAL:
entidades mínimas de análise (proposições ou enunciados) Na linguagem falada ou escrita quatro são os tipos fun-
como elementos geradores. No cálculo dos predicados os damentais de sentenças; quais sejam as imperativas, as
elementos de análise correspondem às chamadas funções exclamativas, interrogativas e as declarativas (afirmativas ou
proposicionais. negativas); tendo em vista que em lógica matemática tem-se
No primeiro caso não se analisa a relação íntima entre o apenas dois estados de verdade, esta tem por objeto de
nome e o predicado da estrutura em análise. Sendo oposto análise as denominadas sentenças declarativas, afirmativas,
no segundo caso. de sentido completo e não elípticas (não ambíguas).

Os símbolos têm significado e usos específicos no cálculo Desta forma toda sentença declarativa, afirmativa de sen-
proposicional. tido completo que expressão um determinado pensamento
são denominado predicados ou enunciados, as quais de
1.2.1 PROPOSIÇÃO, DECLARAÇÃO acordo com o universo relacional onde se encontram é sem-
É todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem pre possível predicar-se “verdade” ou a “falsidade”.
um pensamento de sentido completo para a qual se associa São exemplos de proposições em lógica:
apenas um dos dois atributos verdadeiro ou falso.
“A filosofia é a lógica dos contrários”
São exemplos de proposições:
“Bananas solitárias são aves volares se e somente se, um
Quatro e maior que cinco. logaritmo vermelho é um abacate feliz”.
Ana e inteligente. “Se todo homem inteligente é uma flor, então flores racio-
São Paulo e uma cidade da região sudeste. nais são homens solitários”.
Existe vida humana em Marte. No cálculo proposicional o que dever ser considerado é a
forma do enunciado e não o significado que esta alcança no
A lua é um satélite da Terra
mundo real.
Recife é capital de Pernambuco
Portanto os exemplos acima permitem afirmar que o nú-
mero de nomes e/ou predicados que constituem as senten-
Exemplos de não proposições: ças declarativas, afirmativas de sentido completo dão origem
às denominadas proposições simples ou proposições com-
Como vai você? postas.
Como isso pode acontecer! 2.3 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO DAS
1.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: PROPOSIÇÕES SIMPLES:
A Lógica Matemática constitui um sistema científico regido Uma proposição simples ou um átomo ou ainda uma pro-
por três leis principais, consideradas princípios fundamentais: posição atômica, constituem a unidade mínima de análise do
cálculo sentencial e corresponde a uma estrutura tal em que
 Princípio da não-contradição: uma proposição não
não existe nenhuma outra proposição como parte integrante
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
de si próprio. Tais estruturas serão designadas pelas letras
 Princípio do terceiro excluído: toda preposição ou é latinas minúsculas tais como:
verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes
p, q, r, s, u, v, w, p1, p2. . . ¸pn...
casos e nunca um terceiro.
As quais são denominadas letras proposicionais ou variá-
veis enunciativas. Desta forma, pra se indicar que a letra
Neste sistema de raciocínio tem-se estabelecido tão so- proposicional p designa a sentença: “A Matemática é atributo
mente dois “estados de verdade”, isto é, a “verdade” e a “não da lógica”, adota-se a seguinte notação:
verdade”. Portanto a Lógica Matemática é um sistema biva-
p: A matemática é atributo da lógica.
lente ou dicotômico, onde os dois estados de verdade servem
para caracterizar todas as situações possíveis sendo mutua- Observe que a estrutura: “A matemática não é atributo da
mente excludentes (isto é, a ocorrência da primeira exclui a lógica” não corresponde a uma proposição simples, pois
existência da segunda). possui como parte integrante de si outra proposição.
Portanto de uma forma geral pode-se dizer que qualquer 2.4 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO E NOTAÇÃO DE
entidade (proposição ou enunciado) em Lógica Matemática PROPOSIÇÒES COMPOSTAS:
apresenta apenas dois “estados de verdade” ou será corres- Uma proposição composta, ou uma fórmula proposicional
pondente a “verdade” ou correspondente a “falsidade” não ou uma molécula ou ainda uma proposição molecular é uma
admitindo quaisquer outras hipóteses e nem tão pouco a sentença declarativa, afirmativa, de sentido completo consti-
ocorrência dos dois estados de verdade simultaneamente. tuída de pelo menos um nome ou pelo menos um predicado
2. PROPOSIÇÕES OU ENUNCIADOS - FUNDAMENTA- ou ainda negativa, isto é, são todas as sentenças que possu-
ÇÃO DO CÁLCULO PROPOSICIONAL em como parte integrante de si própria pelo menos uma outra
proposição.

Matemática 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As proposições compostas serão designadas pelas letras indicar o valor lógico ou valor verdadeiro desta fórmula pro-
latinas maiúsculas tais como: posicional adotar-se-á as notações:
P, Q, R, S, U, V, W, P1, P2. . . Pn... V [ P ( p, q, r,..., p1,..., pn)] = V ou V [ P ( p, q, r,..., p1,...,
Considere as proposições simples: pn)] = F

p: A filosofia é arte É oportuno salientar-se que a lógica matemática não cabe


a obrigação de decidir se uma dada proposição é verdade ou
q: A dialética é ciência. falsidade, isto é, compete aos respectivos especialistas das
Seja, portanto, a proposição composta “A filosofia é arte correspondentes áreas de conhecimento. Contudo a lógica
embora a dialética é a ciência”. tem por obrigação estruturar métodos ou procedimentos de
decisão que permita, num tempo finito, a decisão sobre os
Para se indicar que a dada sentença é designada pela le- valores lógicos de fórmulas proposicionais constituídas de n
tra proposicional P, sendo constituída de p e q componentes
proposições e m raciocínios (sobre o ponto de vista da anali-
adota-se a notação P (p, q): A filosofia é arte embora a dialé-
ticidade de tais processos). A de se observar também, que
tica é a ciência.
validade em lógica matemática corresponde, tão somente a
Observe que uma fórmula proposicional pode ser constitu- avaliação de argumentos dedutivos ou de inferência de ar-
ída de outras fórmulas proposicionais. Além do mais uma gumentos, não tendo sentido associar validade ou legitimida-
letra proposicional pode designar uma única proposição, quer de a proposições ou enunciados.
seja simples ou composta, contudo uma dada proposição
De forma resumida, a validade esta associada à coerên-
pode ser qualificada por quaisquer das letras proposicionais
cia ou a consistência do raciocínio analítico.
num dado universo.
2.6 CARACTERIZAÇÃO, DEFINIÇÃO, NOTAÇÃO DE
Sejam as proposições:
CONECTIVOS LÓGICOS:
p: A lógica condiciona a Matemática
(ou conectivos proposicionais)
q: A dialética fundamenta o pensamento ambíguo.
Vejam os exemplos:
P (p, q): A lógica condiciona a Matemática, mas a dialéti-
“A matemática é a juventude da lógica e a lógica é a ma-
ca fundamenta o pensamento ambíguo.
turidade da matemática”
Q (p, q): A lógica condiciona a Matemática e/ou a dialéti-
“A matemática é a juventude da lógica ou a lógica é a ma-
ca fundamenta o pensamento ambíguo.
turidade da matemática”
Sejam ainda proposições compostas: “A matemática é a juventude da lógica ou a lógica é a ma-
S (P, Q): Se a lógica condiciona a Matemática mas a dia- turidade da matemática e não ambos”
lética fundamente o pensamento ambíguo, então a Lógica “Se a matemática é a juventude da lógica, então a lógica
condiciona a matemática e/ou a dialética fundamente o pen-
é a maturidade da matemática”.
samento ambíguo.
“A matemática é a juventude da lógica se, e somente se,
De forma simbólica tem-se que;
a lógica é a maturidade da matemática”.
P (p, q): p mas q
“Não é fato que a matemática é a juventude da lógica”
Q (p, q): p e/ou q
Designamos as proposições simples:
S (P, Q):Se p mas q, então p e/ou q
p: A matemática é a juventude da lógica
Observe que: S (P, Q) é análoga a S (p, q).
q: A lógica é a maturidade da matemática
2.5 VERDADE E VALIDADE:
Tem-se que:
(Valor lógico ou valor verdade das proposições)
P (p, q): p e q.
Partindo-se do fato de que a lógica matemática é um sis- Q (p, q): p ou q.
tema científico de raciocínios, bivalentes e dicotômicos, em
que existem apenas dois “estados de verdade” capazes de R (p, q): p ou q, e não ambos.
gerar todos os resultados possíveis, a “verdade” corresponde S (p, q): Se p, então q.
a afirmações do fato enquanto tal, sendo a “falsidade” a con-
tradição ou a negação do fato enquanto tal. Assim a verdade W (p, q): p se, e somente se q.
ou a falsidade, corresponde respectivamente ao “verdadeiro” P1 (p): não p
ou “falso”, segundo o referencial teórico que institui as deter- Observe que as fórmulas proposicionais ou proposições
minadas entidades “proposições” ou “enunciados”, de um compostas anteriormente apresentadas foram obtidas a partir
dado universo relacional. de duas proposições simples quaisquer, unidas pelo conjunto
Em resumo, a verdade é a afirmação do fato e a falsidade de palavras, quando utilizadas para estabelecer a conexão
é a negação do fato estabelecido. entre duas ou mais proposições (simples ou compostas), são
denominadas conectivos lógicos ou conectivos proposicio-
nais, os quais definem classes de fórmulas proposicionais
Dada uma proposição simples qualquer, designar, por e- específicas.
xemplo, pela letra proposicional p, tem-se pelos princípios
Prof.a Paula Francis Benevides
fundamentais que tal proposição será a verdade (V) ou a
falsidade (F) não se admitindo outra hipótese, e, nem tão Símbolos
pouco a ocorrência dos dois estados simultaneamente, por-
tanto, para denotar tais situações, adotar-se-á a simboliza-
ção: ∼ não
V ( p ) = V (valor lógico de p é igual à verdade) ou V ( p )
=F. ∧ e
Considere uma proposição composta P, constituída das
proposições simples p, q, r,...., p1,...., pn componentes. Para

Matemática 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
são válidos e outros não e ensina-nos a argumentar correc-
∨ ou tamente. E isto é fundamental para a filosofia.
O que é um argumento?
→ se ... então Um argumento é um conjunto de proposições que utiliza-
mos para justificar (provar, dar razão, suportar) algo. A pro-
↔ se e somente se posição que queremos justificar tem o nome de conclusão; as
proposições que pretendem apoiar a conclusão ou a justifi-
cam têm o nome de premissas.
| tal que
Supõe que queres pedir aos teus pais um aumento da
"mesada". Como justificas este aumento? Recorrendo a ra-
⇒ implica zões, não é? Dirás qualquer coisa como:

⇔ equivalente Os preços no bar da escola subiram;


como eu lancho no bar da escola, o lanche
fica me mais caro. Portanto, preciso de um
∃ existe aumento da "mesada".

existe um e somente Temos aqui um argumento, cuja conclusão é: "preciso de


∃| um aumento da 'mesada'". E como justificas esta conclusão?
um Com a subida dos preços no bar da escola e com o facto de
lanchares no bar. Então, estas são as premissas do teu ar-
qualquer que seja gumento, são as razões que utilizas para defender a conclu-
∀ são.

Este exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos


Valor lógi- argumentos, que é o seguinte: embora um argumento seja
Símbolo Expressão
co um conjunto de proposições, nem todos os conjuntos de
proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte con-
Negação ,¬,~ não, é falso, não é verdade que junto de proposições não é um argumento:
ou '
Conjunção e, mas , também, além disso Eu lancho no bar da escola, mas o João não.
A Joana come pipocas no cinema.
Disjunção ou O Rui foi ao museu.
Condicional se...então, implica, logo, somente se
Neste caso, não temos um argumento, porque não há ne-
Bi- ...se, e somente se...; ...é condição nhuma pretensão de justificar uma proposição com base nas
condicional necessária que ... outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um con-
junto de proposições com alguma relação entre si. Há apenas
uma sequência de afirmações. E um argumento é, como já
ALGUMAS NOÇÕES DE LÓGICA vimos, um conjunto de proposições em que se pretende que
uma delas seja sustentada ou justificada pelas outras — o
António Aníbal Padrão
que não acontece no exemplo anterior.
Introdução
Todas as disciplinas têm um objecto de estudo. O objeto Um argumento pode ter uma ou mais premissas, mas só
de estudo de uma disciplina é aquilo que essa disciplina es- pode ter uma conclusão.
tuda. Então, qual é o objecto de estudo da lógica? O que é
que a lógica estuda? A lógica estuda e sistematiza a validade Exemplos de argumentos com uma só premissa:
ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda
inferências ou raciocínios. Podes considerar que argumentos, Exemplo 1
inferências e raciocínios são termos equivalentes.
Premissa: Todos os portugueses são europeus.
Muito bem, a lógica estuda argumentos. Mas qual é o in-
Conclusão: Logo, alguns europeus são portugueses.
teresse disso para a filosofia? Bem, tenho de te lembrar que
a argumentação é o coração da filosofia. Em filosofia temos a
liberdade de defender as nossas ideias, mas temos de sus- Exemplo 2
tentar o que defendemos com bons argumentos e, é claro,
também temos de aceitar discutir os nossos argumentos. Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.
Os argumentos constituem um dos três elementos cen-
trais da filosofia. Os outros dois são os problemas e as teori- Exemplos de argumentos com duas premissas:
as. Com efeito, ao longo dos séculos, os filósofos têm procu-
rado resolver problemas, criando teorias que se apoiam em Exemplo 1
argumentos.
Premissa 1: Se o João é um aluno do 11.º ano, então es-
Estás a ver por que é que o estudo dos argumentos é im- tuda filosofia.
portante, isto é, por que é que a lógica é importante. É impor- Premissa 2: O João é um aluno do 11.º ano.
tante, porque nos ajuda a distinguir os argumentos válidos Conclusão: Logo, o João estuda filosofia.
dos inválidos, permite-nos compreender por que razão uns

Matemática 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo 2 jam premissas ou conclusões de argumentos. Por exemplo,
se eu disser:
Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte,
então a vida não faria sentido. Depois de se separar do dono, o cão nunca mais foi o
Premissa 2: Mas a vida faz sentido. mesmo. Então, um dia ele partiu e nunca mais foi visto.
Conclusão: Logo, há vida para além da morte. Admitindo que não morreu, onde estará?

Exemplo 3: O que se segue à palavra "Então" não é conclusão de ne-


nhum argumento, e o que segue a "Admitindo que" não é
Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses. premissa, pois nem sequer tenho aqui um argumento. Por
Premissa 2: Todos os portugueses são europeus. isso, embora seja útil, deves usar a informação do quadro de
Conclusão: Todos os minhotos são europeus. indicadores de premissa e de conclusão criticamente e não
de forma automática.
É claro que a maior parte das vezes os argumentos Proposições e frases
não se apresentam nesta forma. Repara, por exemplo, no
argumento de Kant a favor do valor objectivo da felicida- Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as
de, tal como é apresentado por Aires Almeida et al. premissas quer a conclusão de um argumento são proposi-
(2003b) no site de apoio ao manual A Arte de Pensar: ções. Mas o que é uma proposição?

"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um fim Uma proposição é o pensamento que uma frase
em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicidade de declarativa exprime literalmente.
cada pessoa tem valor de um ponto de vista imparcial e
não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Dado que Não deves confundir proposições com frases. Uma frase
cada pessoa é realmente um fim em si, podemos concluir é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de
que a felicidade tem valor de um ponto de vista imparcial." sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma"
não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica- cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido grama-
da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte- tical.
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce-
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis- Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa quando o que ela afirma tem valor de verdade.
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois
dos mais utilizados são "logo" e "portanto". Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra dadeiras nem falsas:
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta 1. Que horas são?
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 2. Traz o livro.
3. Prometo ir contigo ao cinema.
4. Quem me dera gostar de Matemática.
Indicadores de premis- Indicadores de conclu-
sa são Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
pois por isso são verdadeiras ou falsas:
porque por conseguinte
dado que implica que 1. Braga é a capital de Portugal.
como foi dito logo 2. Braga é uma cidade minhota.
visto que portanto 3. A neve é branca.
devido a então 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
a razão é que daí que
admitindo que segue-se que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
sabendo-se que pode-se inferir que não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
assumindo que consequentemente é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verdadei-
ra ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.

É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa-
precedidas por indicadores. Por exemplo, no argumento: mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora,
um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por
euros por mês. Portanto, há treinadores de futebol que ga- diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
nham mais de 100000 euros por mês. o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido
pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
premissas não têm nenhum indicador. branca" e "Snow is white".

Por outro lado, aqueles indicadores (palavras e expres-


sões) podem aparecer em frases sem que essas frases se-

Matemática 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ambiguidade e vagueza Este argumento é válido, pois é impossível que a pre-
missa seja verdadeira e a conclusão falsa. Ao contrário do
Para além de podermos ter a mesma proposição expres- argumento que envolve o Mourinho, neste não podemos
sa por diferentes frases, também pode acontecer que a imaginar nenhuma circunstância em que a premissa seja
mesma frase exprima mais do que uma proposição. Neste verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o caso em
caso dizemos que a frase é ambígua. A frase "Em cada dez que o João não é aluno do 11.º ano. Bem, isto significa
minutos, um homem português pega numa mulher ao colo" é que a conclusão é falsa, mas a premissa também é falsa.
ambígua, porque exprime mais do que uma proposição: tanto
pode querer dizer que existe um homem português (sempre o
mesmo) que, em cada dez minutos, pega numa mulher ao Repara, agora, no seguinte argumento:
colo, como pode querer dizer que, em cada dez minutos, um
homem português (diferente) pega numa mulher ao colo (a Premissa 1: Todos os números primos são pares.
sua). Premissa 2: Nove é um número primo.
Conclusão: Logo, nove é um número par.
Por vezes, deparamo-nos com frases que não sabemos
com exactidão o que significam. São as frases vagas. Uma Este argumento é válido, apesar de quer as premissas
frase vaga é uma frase que dá origem a casos de fronteira quer a conclusão serem falsas. Continua a aplicar-se a noção
indecidíveis. Por exemplo, "O professor de Filosofia é calvo" é de validade dedutiva anteriormente apresentada: é impossí-
uma frase vaga, porque não sabemos a partir de quantos vel que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa.
cabelos é que podemos considerar que alguém é calvo. Qui- A validade de um argumento dedutivo depende da conexão
nhentos? Cem? Dez? Outro exemplo de frase vaga é o se- lógica entre as premissas e a conclusão do argumento e não
guinte: "Muitos alunos tiveram negativa no teste de Filosofia". do valor de verdade das proposições que constituem o argu-
Muitos, mas quantos? Dez? Vinte? Em filosofia devemos mento. Como vês, a validade é uma propriedade diferente da
evitar as frases vagas, pois, se não comunicarmos com exac- verdade. A verdade é uma propriedade das proposições que
tidão o nosso pensamento, como é que podemos esperar que constituem os argumentos (mas não dos argumentos) e a
os outros nos compreendam? validade é uma propriedade dos argumentos (mas não das
proposições).
Validade e verdade
A verdade é uma propriedade das proposições. A valida- Então, repara que podemos ter:
de é uma propriedade dos argumentos. É incorrecto falar em
proposições válidas. As proposições não são válidas nem Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou fal- são verdadeira;
sas. Também é incorrecto dizer que os argumentos são ver-
dadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verda- Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão fal-
deiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou inváli- sa;
dos.
Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
Quando é que um argumento é válido? Por agora, referirei verdadeira;
apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento dedu-
tivo é válido quando é impossível que as suas premissas Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para um clusão verdadeira;
argumento ser válido, não basta que as premissas e a con-
clusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível que Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa. clusão falsa;

Considera o seguinte argumento: Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão


falsa; e
Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais
de 100000 euros por mês. Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol. verdadeira.
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100000
euros por mês.
Mas não podemos ter:
Neste momento (Julho de 2004), em que o Mourinho é
Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
treinador do Chelsea e os jornais nos informam que ganha
são falsa.
muito acima de 100000 euros por mês, este argumento tem
premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo,
não é válido. Não é válido, porque não é impossível que as Como podes determinar se um argumento dedutivo é vá-
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Podemos lido? Podes seguir esta regra:
perfeitamente imaginar uma circunstância em que o Mourinho
ganhasse menos de 100000 euros por mês (por exemplo, o Mesmo que as premissas do argumento não sejam verda-
Mourinho como treinador de um clube do campeonato regio- deiras, imagina que são verdadeiras. Consegues imaginar
nal de futebol, a ganhar 1000 euros por mês), e, neste caso, alguma circunstância em que, considerando as premissas
a conclusão já seria falsa, apesar de as premissas serem verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o argumento
verdadeiras. Portanto, o argumento é inválido. não é válido. Se não, então o argumento é válido.

Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
apresentado: verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.

Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.


Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.

Matemática 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Argumentos sólidos e argumentos bons O que temos aqui? O seguinte argumento:
Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos,
pois, como viste, podemos ter argumentos válidos com con- Preciso de um aumento da "mesada".
clusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa). Logo, preciso de um aumento da "mesada".
Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras.
Por isso, precisamos de argumentos sólidos. Afinal, querias justificar o aumento da "mesada" (conclu-
são) e não conseguiste dar nenhuma razão plausível para
Um argumento sólido é um argumento válido esse aumento. Limitaste-te a dizer "Porque sim", ou seja,
com premissas verdadeiras. "Preciso de um aumento da 'mesada', porque preciso de um
aumento da 'mesada'". Como vês, trata-se de um argumento
muito mau, pois com um argumento deste tipo não conse-
Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois, gues persuadir ninguém.
por definição, é válido e tem premissas verdadeiras; ora, a
validade exclui a possibilidade de se ter premissas verdadei-
ras e conclusão falsa. Mas não penses que só os argumentos em que a conclu-
são repete a premissa é que são maus. Um argumento é mau
(ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do que
O seguinte argumento é válido, mas não é sólido: a conclusão. É o que acontece com o seguinte argumento:
Todos os minhotos são alentejanos. Se a vida não faz sentido, então Deus não
Todos os bracarenses são minhotos. existe.
Logo, todos os bracarenses são alenteja- Mas Deus existe.
nos. Logo, a vida faz sentido.
Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa Este argumento é válido, mas não é um bom argumento,
é falsa (os minhotos não são alentejanos). E é porque tem porque as premissas não são menos discutíveis do que a
uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o conclusão.
argumento ser válido.
Para que um argumento seja bom (ou forte), as premissas
O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas têm de ser mais plausíveis do que a conclusão, como acon-
verdadeiras): tece no seguinte exemplo:
Todos os minhotos são portugueses. Se não se aumentarem os níveis de exigência de estudo e de
Todos os bracarenses são minhotos. trabalho dos alunos no ensino básico, então os alunos conti-
Logo, todos os bracarenses são portugue- nuarão a enfrentar dificuldades quando chegarem ao ensino
ses. secundário.
Também podemos ter argumentos sólidos deste tipo: Ora, não se aumentaram os níveis de exigência de estudo e
de trabalho dos alunos no ensino básico.
Sócrates era grego.
Logo, Sócrates era grego. Logo, os alunos continuarão a enfrentar dificuldades quando
chegarem ao ensino secundário.
(É claro que me estou a referir ao Sócrates, filósofo grego
e mestre de Platão, e não ao Sócrates, candidato a secretário Este argumento pode ser considerado bom (ou forte),
geral do Partido Socialista. Por isso, a premissa e a conclu- porque, além de ser válido, tem premissas menos discutíveis
são são verdadeiras.) do que a conclusão.
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira As noções de lógica que acabei de apresentar são ele-
e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu- mentares, é certo, mas, se as dominares, ajudar-te-ão a fazer
são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por- um melhor trabalho na disciplina de Filosofia e, porventura,
que a conclusão se limita a repetir a premissa. noutras.
Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per-
Proposições simples e compostas
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional).
As proposições simples ou atômicas são assim caracteri-
Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era
zadas por apresentarem apenas uma idéia. São indicadas
grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um
pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con-
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
argumento não é persuasivo. As proposições compostas ou moleculares são assim ca-
racterizadas por apresentarem mais de uma proposição co-
nectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas letras
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen-
maiúsculas: P, Q, R, S, T...
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a
esta: Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que
a proposição composta Q é formada pelas proposições sim-
ples r, s e t.
— Pai, preciso de um aumento da "mesa-
da". Exemplo:
— Porquê? Proposições simples:
— Porque sim. p: O número 24 é múltiplo de 3.
q: Brasília é a capital do Brasil.

Matemática 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
r: 8 + 1 = 3 . 3 Silogismo é o raciocínio composto de três proposições,
s: O número 7 é ímpar dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão,
t: O número 17 é primo deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premissas.
Proposições compostas
P: O número 24 é divisível por 3 e 12 é o dobro de 24. Todo silogismo regular contém, portanto, três proposi-
Q: A raiz quadrada de 16 é 4 e 24 é múltiplo de 3. ções nas quais três termos são comparados, dois a dois.
R(s, t): O número 7 é ímpar e o número 17 é primo. Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma
virtude; logo, a caridade é louvável (1).
Noções de Lógica
Sérgio Biagi Gregório 5. SOFISMA

1. CONCEITO DE LÓGICA Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com apa-


rência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte ilegítimo, portanto, de um sofisma.
de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
O erro pode derivar de duas espécies de causas:
Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um das palavras que o exprimem ou das idéias que o constitu-
sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios em. No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no
universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica segundo, os sofismas de idéias ou intelectuais.
se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu obje-
to não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é, Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com
as normas do pensamento correto. duplo sentido; tomar a figura pela realidade.

A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o
que define os princípios universais do pensamento, estabele- que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante-
ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1). cedente ou mera circunstância acidental (3).

2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS


LÓGICA
Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, deve-
mos considerar a sua extensão e a sua compreensão. Lógica - do grego logos significa “palavra”, “expressão”,
“pensamento”, “conceito”, “discurso”, “razão”. Para Aristóte-
Vejamos, por exemplo, o conceito homem. les, a lógica é a “ciência da demonstração”; Maritain a define
como a “arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e
A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de sem erro, no ato próprio da razão”; para Liard é “a ciência das
indivíduos aos quais se possa aplicar a designação homem. formas do pensamento”. Poderíamos ainda acrescentar: “É a
ciência das leis do pensamento e a arte de aplicá-las corre-
A compreensão do conceito homem refere-se ao conjun- tamente na procura e demonstração da verdade.
to de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser
designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou
bípede, racional. com o conhecimento, formulando a esse respeito várias
questões: Qual a origem do conhecimento? Qual a sua es-
Esta última qualidade é aquela que efetivamente distingue sência? Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da
o homem dentre os demais seres vivos (2). verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa
nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regrasdo
3. JUÍZO E O RACIOCÍNIO pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina
propedêutica.
Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou nega-
ção entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, por Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógi-
exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de for- ca. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamente,
mular um juízo. as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reuni-
das, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As leis
O enunciado verbal de um juízo é denomina- do pensamento formuladas por Aristóteles se caracterizam
do proposição ou premissa. pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas pelos
pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são admitidas
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coor- por muitos filósofos.
denar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um
juízo novo, denominado conclusão ou inferência. O objetivo primacial da lógica é, portanto, o estudo da in-
teligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento.
Vejamos um exemplo típico de raciocínio: É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica ne-
1ª) premissa - o ser humano é racional; cessária para a investigação segura da verdade. Mas, para
2ª) premissa - você é um ser humano; atingir a verdade, precisamos partir de dados exatos e racio-
conclusão - logo, você é racional. cinar corretamente, a fim de que o espírito não caia em con-
tradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os
O enunciado de um raciocínio através da linguagem fala- diferentes do que, na realidade, são. Daí as várias divisões
da ou escrita é chamado de argumento. Argumentar signifi- da lógica.
ca, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2).
Assim sendo, a extensão e compreensão do conceito, o
4. SILOGISMO juízo e o raciocínio, o argumento, o silogismo e o sofisma são
estudados dentro do tema lógica. O silogismo, que é um
raciocínio composto de três proposições, dispostos de tal
maneira que a terceira, chamada conclusão, deriva logica-

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mente das duas primeiras chamadas premissas, tem lugar de A origem do termo vem de do grego tautó, que significa "o
destaque. É que todos os argumentos começam com uma mesmo", mais logos, que significa "assunto".Portanto, tauto-
afirmação caminhando depois por etapas até chegar à con- logia é dizer sempre a mesma coisa em termos diferentes.
clusão. Sérgio Biagi Gregório
Em filosofia diz-se que um argumento é tautológico quan-
PROPOSIÇÃO do se explica por ele próprio, às vezes redundante
ou falaciosamente.
Denomina-se proposição a toda frase declarativa, expressa
em palavras ou símbolos, que exprima um juízo ao qual se Por exemplo, dizer que "o mar é azul porque reflete a
possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois cor do céu e o céu é azul por causa do mar" é uma afirma-
valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso. tiva tautológica.
São exemplos de proposições as seguintes sentenças Um exemplo de dito popular tautológico é "tudo o que é
declarativas: demais sobra".
A capital do Brasil é Brasília.
23 > 10 Ela é uma palavra usada na terminologia própria da Lógica e
Existe um número ímpar menor que dois. da Retórica.
João foi ao cinema ou ao teatro. Tautologia é uma proposição dada como explicação ou
como prova, mas que, na realidade, apenas repete o que foi
Não são proposições: dito.
1) frases interrogativas: “Qual é o seu nome?”
2) frases exclamativas: “Que linda é essa mulher!” Exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou
3) frases imperativas: “Estude mais.” o 'descer para baixo' (dizem que devemos evitar uso das
4) frases optativas: “Deus te acompanhe.” repetições desnecessárias).
5) frases sem verbo: “O caderno de Maria.”
6) sentenças abertas (o valor lógico da sentença depende do
valor (do nome) atribuído a variável): ARGUMENTO
“x é maior que 2”; “x+y = 10”; “Z é a capital do Chile”. Um argumento pode ser definido como uma afirmação
acompanhada de justificativa (argumento retórico) ou como
PROPOSIÇÃO CATEGÓRICA uma justaposição de duas afirmações opostas, argumento e
contra-argumento (argumento dialógico)1 .
Proposição categórica faz uma afirmação da qual não fi-
caremos com duvidas. Na lógica, um argumento é um conjunto de uma ou mais
sentenças declarativas, também conhecidas como
Por exemplo: “O produto será entregue hoje”. Temos proposições, ou ainda, premissas, acompanhadas de uma
certeza de que o produto será entregue hoje. outra frase declarativa conhecida comoconclusão.
Mas, se a frase fosse: “Talvez o produto seja entregue
hoje” ou “O produto poderá ser entregue hoje”, toda a
Um argumento dedutivo afirma que a verdade de uma
certeza se esvai.
conclusão é uma consequência lógica daspremissas que a
antecedem.
Essas não são proposições categóricas, e somos deixa-
dos na dúvida sobre quando o produto realmente será entre-
gue. Um argumento indutivo afirma que a verdade da
Um argumento categórico (formado por proposições cate- conclusão é apenas apoiada pelas premissas.
góricas) é, então, o mais efetivo dos argumentos porque nos
fornece certo conhecimento. Toda premissa, assim como toda conclusão, pode ser
apenas verdadeira ou falsa; nunca pode ser ambígua.
- PROPOSIÇÃO HIPOTÉTICA.
A Hipótese (do gr. Hypóthesis) é uma proposição que se Em funçao disso, as frases que apresentam um
admite de modo provisório como verdadeira e como ponto de argumento são referidas como sendo verdadeiras ou falsas, e
partida a partir do qual se pode deduzir, pelas regras da lógi- em consequência, são válidas ou são inválidas.
ca, um conjunto secundário de proposições, que têm por
objetivo elucidar o mecanismo associado às evidências e Alguns autores referem-se à conclusão das premissas
dados experimentais a se explicar. usando os termos declaração, frase, afirmação ou
proposição.
Literalmente pode ser compreendida como uma suposi-
ção ou proposição na forma de pergunta, uma conjetura que A razão para a preocupação com a verdade
orienta uma investigação por antecipar características prová- é ontológica quanto ao significado dos termos (proposições)
veis do objeto investigado e que vale quer pela concordância em particular. Seja qual termo for utilizado, toda premissa,
com os fatos conhecidos quer pela confirmação através de bem como a conclusão, deve ser capaz de ser apenas
deduções lógicas dessas características, quer pelo confronto verdadeira ou falsa e nada mais: elas devem
com os resultados obtidos via novos caminhos de investiga- ser truthbearers ("portadores de verdade", em português).
ção (novas hipóteses e novos experimentos).
Não é possível provar ou refutar uma hipótese, mas confir- Argumentos formais e argumentos informais
má-la ou invalidá-la: provar e confirmar são coisas diferentes
embora divisadas por uma linha tênue. Entretanto, para as
questões mais complexas, lembre-se, podem existir muitas Argumentos informais são estudados na lógica informal.
explicações possíveis, uma ou duas experiências talvez não São apresentados em linguagem comum e se destinam a ser
provem ou refutar uma hipótese. o nosso discurso diário. Argumentos Formais são estudados
na lógica formal (historicamente chamada lógica simbólica,
- TAUTOLOGIA mais comumente referida como lógica matemática) e são
expressos em uma linguagem formal. Lógica informal pode

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chamar a atenção para o estudo da argumentação, que demonstrado como inválido, mostrando que a sua forma é
enfatiza implicação, lógica formal e de inferência. inválida, e isso pode ser feito, dando um outro argumento da
mesma forma que tenha premissas verdadeiras mas uma
Argumentos dedutivos falsa conclusão. Na lógica informal este argumento é
chamado de contador.
O argumento dedutivo é uma forma de raciocínio que
geralmente parte de uma verdade universal e chega a uma A forma de argumento pode ser demonstrada através da
verdade menos universal ou singular. Esta forma de utilização de símbolos. Para cada forma de argumento, existe
raciocínio é válida quando suas premissas, sendo um forma de declaração correspondente, chamado
verdadeiras, fornecem provas evidentes para sua conclusão. de Correspondente Condicional. Uma forma de argumento é
Sua característica principal é a necessidade, uma vez que válida Se e somente se o seu correspondente condicional é
nós admitimos como verdadeira as premissas teremos que uma verdade lógica. A declaração é uma forma lógica de
admitir a conclusão como verdadeira, pois a conclusão verdade, se é verdade sob todas as interpretações. Uma
decorre necessariamente das premissas. Dessa forma, o forma de declaração pode ser mostrada como sendo uma
argumento deve ser considerado válido. “Um raciocínio lógica de verdade por um ou outro argumento, que mostra se
dedutivo é válido quando suas premissas, se verdadeiras, tratar de uma tautologia por meio de uma prova.
fornecem provas convincentes para sua conclusão, isto é,
quando as premissas e a conclusão estão de tal modo O correspondente condicional de um argumento válido é
relacionados que é absolutamente impossível as premissas necessariamente uma verdade (verdadeiro em todos os
serem verdadeiras se a conclusão tampouco for verdadeira” mundos possíveis) e, por isso, se poderia dizer que a
(COPI, 1978, p.35). Geralmente os argumentos dedutivos são conclusão decorre necessariamente das premissas, ou
estéreis, uma vez que eles não apresentam nenhum resulta de uma necessidade lógica. A conclusão de um
conhecimento novo. Como dissemos, a conclusão já está argumento válido não precisa ser verdadeira, pois depende
contida nas premissas. A conclusão nunca vai além das de saber se suas premissas são verdadeiras.Tal conclusão
premissas. Mesmo que a ciência não faça tanto uso da não precisa ser uma verdade: se fosse assim, seria
dedução em suas descobertas, exceto a matemática, ela independente das premissas. Exemplo: Todos os gregos são
continua sendo o modelo de rigor dentro da lógica. Note que humanos e todos os seres humanos são mortais, portanto,
em todos os argumentos dedutivos a conclusão já está todos os gregos são mortais. Argumento válido, pois se as
contida nas premissas. premissas são verdadeiras a conclusão deve ser verdadeira.

Exemplos
1) Só há movimento no carro se houver combustível.
O carro está em movimento.
Alguns gregos são lógicos e alguns lógicos são chatos,
Logo, há combustível no carro.
por isso, alguns gregos são chatos. Este argumento é
inválido porque todos os chatos lógicos poderiam ser
2) Tudo que respira é um ser vivo.
romanos!
A planta respira.
Logo, a planta é um ser vivo.
Ou estamos todos condenados ou todos nós somos
3) O som não se propaga no vácuo. salvos, não somos todos salvos por isso estamos todos
Na lua tem vácuo. condenados. Argumento válido,pois as premissas implicam a
Logo, não há som na lua. conclusão. (Lembre-se que não significa que a conclusão tem
de ser verdadeira, apenas se as premissas são verdadeiras
4) Só há fogo se houver oxigênio e, talvez, eles não são, talvez algumas pessoas são salvas e
Na lua não há oxigênio. algumas pessoas são condenadas, e talvez alguns nem
Logo, na lua não pode haver fogo. salvos nem condenados!)

5) P=Q Argumentos podem ser invalidados por uma variedade de


Q=R razões. Existem padrões bem estabelecidos de raciocínio que
Logo, P=R tornam argumentos que os seguem inválidos; esses padrões
são conhecidos como falácias lógicas.

Validade Solidez de um argumento

Argumentos tanto podem ser válidos ou inválidos. Se um Um argumento sólido é um argumento válido com as
argumento é válido, e a sua premissa é verdadeira, a premissas verdadeiras. Um argumento sólido pode ser válido
conclusão deve ser verdadeira: um argumento válido não e, tendo ambas as premissas verdadeiras, deve seguir uma
pode ter premissa verdadeira e uma conclusão falsa. conclusão verdadeira.

A validade de um argumento depende, porém, da real Argumentos indutivos


veracidade ou falsidade das suas premissas e e de sua
conclusões. No entanto, apenas o argumento possui uma Lógica indutiva é o processo de raciocínio em que as
forma lógica. A validade de um argumento não é uma premissas de um argumento se baseiam na conclusão, mas
garantia da verdade da sua conclusão. Um argumento válido não implicam nela. Indução é uma forma de raciocínio que
pode ter premissas falsas e uma conclusão falsa. faz generalizações baseadas em casos individuais.

A Lógica visa descobrir as formas válidas, ou seja, as Indução matemática não deve ser incorretamente
formas que fazer argumentos válidos. Uma Forma de interpretada como uma forma de raciocínio indutivo, que é
Argumento é válida se e somente se todos os seus considerado não-rigoroso em matemática. Apesar do nome, a
argumentos são válidos. Uma vez que a validade de um indução matemática é uma forma de raciocínio dedutivo e é
argumento depende da sua forma, um argumento pode ser totalmente rigorosa.

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Nos argumentos indutivos as premissas dão alguma A retórica é a técnica de convencer o interlocutor através
evidência para a conclusão. Um bom argumento indutivo terá da oratória, ou outros meios de comunicação. Classicamente,
uma conclusão altamente provável. Neste caso, é bem o discurso no qual se aplica a retórica é verbal, mas há
provável que a conclusão realizar-se-á ou será válida. Diz-se também — e com muita relevância — o discurso escrito e o
então que as premissas poderão ser falsas ou verdadeiras e discurso visual.
as conclusões poderão ser válidas ou não válidas. Segundo
John Stuart Mill, existem algumas regras que se aplicam aos Dialética significa controvérsia, ou seja, a troca de
argumentos indutivos, que são: O método da concordância, o argumentos e contra-argumentos defendendo proposições. O
método da diferença, e o método das variações resultado do exercício poderá não ser pura e simplesmente
concomitantes. a refutação de um dos tópicos relevantes do ponto de vista,
mas uma síntese ou combinação das afirmações opostas ou,
Argumentação convincente pelo menos, uma transformação qualitativa na direção do
diálogo.
Um argumento é convincente se e somente se a
veracidade das premissas tornar verdade a provável Argumentos em várias disciplinas
conclusão (isto é, o argumento é forte), e as premissas do
argumento são, de fato, verdadeiras. Exemplo: As declarações são apresentadas como argumentos em
todas as disciplinas e em todas as esferas da vida. A Lógica
está preocupada com o que consititui um argumento e quais
Nada Saberei se nada tentar. são as formas de argumentos válidos em todas as
interpretações e, portanto, em todas as disciplinas. Não
existem diferentes formas válidas de argumento, em
disciplinas diferentes.
Falácias e não argumentos
Argumentos matemáticos
Uma falácia é um argumento inválido que parece válido,
ou um argumento válido com premissas "disfarçadas". Em
A base de verdade matemática tem sido objeto de um
primeiro Lugar, as conclusões devem ser declarações,
longo debate. Frege procurou demonstrar, em particular, que
capazes de serem verdadeiras ou falsas. Em segundo lugar
as verdades aritméticas podem ser obtidas a partir de lógicas
não é necessário afirmar que a conclusão resulta das
puramente axiomáticas e, por conseguinte, são, no final,
premissas. As palavras, “por isso”, “porque”, “normalmente” e
lógicas de verdades. Se um argumento pode ser expresso
“consequentemente” separam as premissas a partir da
sob a forma de frases em Lógica Simbólica, então ele pode
conclusão de um argumento, mas isto não é
ser testado através da aplicação de provas. Este tem sido
necessariamente assim. Exemplo: “Sócrates é um homem e
realizado usando Axioma de Peano. Seja como for, um
todos os homens são mortais, logo, Sócrates é mortal”. Isso é
argumento em Matemática, como em qualquer outra
claramente um argumento, já que é evidente que a afirmação
disciplina, pode ser considerado válido apenas no caso de
de que Sócrates é mortal decorre das declarações anteriores.
poder ser demonstrado que é de uma forma tal que não
No entanto: “eu estava com sede e, por isso, eu bebi” não é
possa ter verdadeiras premissas e uma falsa conclusão.
um argumento, apesar de sua aparência. Ele não está
reivindicando que eu bebi por causa da sede, eu poderia ter
bebido por algum outro motivo. Argumentos políticos

Argumentos elípticos Um argumento político é um exemplo de uma


argumentação lógica aplicada a política. Argumentos
Políticos são utilizados por acadêmicos, meios de
Muitas vezes um argumento não é válido, porque existe
comunicação social, candidatos a cargos políticos e
uma premissa que necessita de algo mais para torná-lo
funcionários públicos. Argumentos políticos também são
válido. Alguns escritores, muitas vezes, deixam de fora uma
utilizados por cidadãos comuns em interações de comentar e
premissa estritamente necessária no seu conjunto de
compreender sobre os acontecimentos políticos.
premissas se ela é amplamente aceita e o escritor não
pretende indicar o óbvio. Exemplo: Ferro é um metal, por
isso, ele irá expandir quando aquecido. (premissa FORMA DE UM ARGUMENTO
descartada: todos os metais se expandem quando
aquecidos). Por outro lado, um argumento aparentemente Os argumentos lógicos, em geral, possuem uma
válido pode ser encontrado pela falta de uma premissa - um certa forma (estrutura). Uma estrutura pode ser criada a
"pressuposto oculto" - o que se descartou pode mostrar uma partir da substituição de palavras diferentes ou sentenças,
falha no raciocínio. Exemplo: Uma testemunha fundamentada que geram uma substituição de letras (variáveis lógicas) ao
diz “Ninguém saiu pela porta da frente, exceto o pastor, por logo das linhas da álgebra.
isso, o assassino deve ter saído pela porta dos fundos”.
(hipótese que o pastor não era o assassino). Um exemplo de um argumento:

Retórica, dialética e diálogos argumentativos (1) Todos os humanos são mentirosos. João é humano.
Logo, João é mentiroso.
Considerando que os argumentos são formais (como se
encontram em um livro ou em um artigo de investigação), os Podemos reescrever o argumento separando cada
diálogos argumentativos são dinâmicos. Servem como um sentença em sua determinada linha:
registro publicado de justificação para uma afirmação.
Argumentos podem também ser interativos tendo como (2) Todo humano é mentiroso.
interlocutor a relação simétrica. As premissas são discutidas,
bem como a validade das inferências intermediárias. (3) João é humano.

(4) Logo, João é mentiroso.


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Substituimos os termos similares de (2-4) por letras, para correta , incorreta, correta dentro de um certo grau de
mostrar a importância da noção de forma de argumento a precisão, ou correta em certas situações. Conclusões
seguir: inferidas a partir de observações múltiplas podem ser
testadas por observações adicionais.
(5) Todo H é M.
Exemplos de Inferência
(6) J é H.
Filósofos gregos definiram uma série de silogismos,
(7) Logo, J é M. corrigir três inferências de peças, que podem ser usados
como blocos de construção para o raciocínio mais complexo.
O que fizemos em C foi substituir "humano" por "H", Começamos com o mais famoso de todos eles:
"João" por "J" e "mentiroso" por "M", como resultado dessas
alterações temos que (5-7) é uma forma do argumento Todos os homens são mortais
original (1), ou seja (5-7) é a forma de argumento de (1).
Além disso, cada sentença individual de (5-7) é a forma de Sócrates é um homem
sentença de uma respectiva sentença em (1).
Portanto, Sócrates é mortal.
Vale enfatizar que quando dois ou mais argumentos têm a
mesma forma, se um deles é válido, todos os outros também Processo acima é chamado de dedutivo.
são, e se um deles é inválido, todos os outros também são.
O leitor pode verificar que as premissas e a conclusão são
verdadeiras, mas a lógica segue junto com inferência: a
A CONTRARIO verdade da conclusão segue da verdade das premissas? A
validade de uma inferência depende da forma da inferência.
A contrario (ou a contrario sensu1 ) é uma locução Isto é, a palavra "válido" não se refere à verdade das
latina que qualifica um processo de argumentação em que a premissas ou a conclusão, mas sim a forma da inferência.
forma é idêntica a outro processo de argumentação, mas em Uma inferência pode ser válida, mesmo se as partes são
que a hipótese e, por consequência, a conclusão são as falsos, e pode ser nulo, mesmo se as peças são verdadeiras.
inversas deste último.2 Tal como na locução "a pari", usava- Mas uma forma válida e com premissas verdadeiras sempre
se originalmente, em linguagem jurídica, para se referir a um terá uma conclusão verdadeira.
argumento que, usado a respeito de uma dada espécie,
considere o seguinte exemplo:
poderia ser aplicado a outra espécie do mesmo género.
Tornou-se posteriormente um tipo de raciocínio aplicável a
Todos os frutos são doces.
outros campos do conhecimento em que a oposição existente
A banana é uma fruta.
numa hipótese se reencontra também como oposição nas
Portanto, a banana é doce.
consequências dessa hipótese.3
Para a conclusão ser necessariamente verdadeira, as
Muito utilizado em Direito, o argumento "a contrario" tem premissas precisam ser verdadeiras.
de ser fundamentado nas leis lógicas de oposição por
contrários, para que não se caia num Agora nos voltamos para um forma inválida.
argumentofalacioso.4 Assim, se duas proposições contrárias
não podem ser simultaneamente verdadeiras, podem ser Todo A é B.
simultaneamente falsas, já que podem admitir a particular C é um B.
intermédia. Por exemplo, à proposição verdadeira "todos os Portanto, C é um A.
portugueses têm direito à segurança social" opõe-se a Para mostrar que esta forma é inválida, buscamos
proposição falsa "nenhum português tem direito à segurança demonstrar como ela pode levar a partir de premissas
social"; contudo, o contrário da proposição falsa "todos os verdadeiras para uma conclusão falsa.
portugueses têm direito de voto" continua a ser falsa a
proposição "nenhum português tem direito de voto", já que Todas as maçãs são frutas. (Correto)
existe um meio termo verdadeiro: "alguns portugueses têm Bananas são frutas. (Correto)
direito de voto". Da mesma forma, ao estar consignado na Portanto, as bananas são maçãs. (Errado)
Constituição Portuguesa que "a lei estabelecerá garantias Um argumento válido com premissas falsas podem levar
efectivas contra a obtenção e utilização abusivas, ou a uma falsa conclusão:
contrárias à dignidade humana, de informações relativas às
pessoas e famílias", pode-se inferir que "A lei poderá não Todas as pessoas gordas são gregas.
estabelecerá garantias efectivas contra a obtenção e John Lennon era gordo.
utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana, de Portanto, John Lennon era grego.
informações relativas às pessoas e famílias".
Quando um argumento válido é usado para derivar uma
Inferência conclusão falsa de premissas falsas, a inferência é válida,
pois segue a forma de uma inferência correta. Um argumento
Inferência, em Lógica, é o ato ou processo de derivar válido pode também ser usado para derivar uma conclusão
conclusões lógicas de premissas conhecida ou verdadeira a partir de premissas falsas:
decididamente verdadeiras. A conclusão também é chamada
de idiomática. Todas as pessoas gordas são músicos
John Lennon era gordo
Definição Portanto, John Lennon era um músico
Neste caso, temos duas falsas premissas que implicam
O processo pelo qual uma conclusão é inferida a partir de uma conclusão verdadeira.
múltiplas observações é chamado processo dedutivo ou
indutivo, dependendo do contexto. A conclusão pode ser

Matemática 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Inferência incorreta como "e", "mas", "ou", "não", "se-então", "se e somente se", e
"nem-ou". Frege expandiu a lógica para incluir palavras como
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia. "todos", "alguns", e "nenhum". Ele mostrou como podemos
Os filósofos que estudam lógica informal compilaram grandes introduzir variáveis e quantificadores para reorganizar
listas deles, e os psicólogos cognitivos têm documentado sentenças.
muitas vieses de raciocínio humano que favorecem o "Todos os humanos são mortais" se torna "Para todo
raciocínio incorreto. x, se x é humano, então x é mortal.".

Inferência logica automática


"Alguns humanos são vegetarianos" se torna "Existe
Os sistemas de IA primeiro providenciaram "inferência algum (ao menos um) x tal que x é humano e x é
logica automática". Uma vez que estes já foram temas de vegetariano".
investigação extremamente popular, levaram a aplicações
industriais sob a forma de sistemas especialistas e depois
"business rule engines".
Frege trata sentenças simples sem substantivos como
O trabalho de um sistema de inferência é a de estender predicados e aplica a eles to "dummy objects" (x). A estrutura
uma base de conhecimento automaticamente. A base de lógica na discussão sobre objetos pode ser operada de
conhecimento (KB) é um conjunto de proposições que acordo com as regras da lógica sentencial, com alguns
representam o que o sistema sabe sobre o mundo. Várias detalhes adicionais para adicionar e remover quantificadores.
técnicas podem ser utilizadas pelo sistema para estender KB O trabalho de Frege foi um dos que deu início à lógica formal
por meio de inferências válidas. contemporânea.

RACIOCÍNIO Frege adiciona à lógica sentencial:


o vocabulário de quantificadores (o A de ponta-
O Raciocínio (ou raciocinar) é uma cabeça, e o E invertido) e variáveis;
operação lógica discursiva e mental. Neste, o intelecto e uma semântica que explica que as variáveis
humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir, denotam objetos individuais e que os
através de mecanismos de comparações e abstrações, quais quantificadores têm algo como a força de "todos"
são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou ou "alguns" em relação a esse objetos;
prováveis. Das premissas chegamos a conclusões. métodos para usá-los numa linguagem.

Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o Para introduzir um quantificador "todos", você assume
desenvolvimento do método matemático, este considerado uma variável arbitrária, prova algo que deva ser verdadeira, e
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de então prova que não importa que variável você escolha, que
dados empíricos. aquilo deve ser sempre verdade. Um quantificador "todos"
pode ser removido aplicando-se a sentença para um objeto
em particular. Um quantificador "algum" (existe) pode ser
Através da aplicação do raciocínio, as ciências como um
adicionado a uma sentença verdadeira de qualquer objeto;
todo evoluíram para uma crescente capacidade do intelecto pode ser removida em favor de um temo sobre o qual você
em alavancar o conhecimento. Este é utilizado para isolar ainda não esteja pressupondo qualquer informação.
questões e desenvolver métodos e resoluções nas mais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
diversas questões relacionadas à existência e sobrevivência
humana.
Lógica De Primeira Ordem
O raciocínio, um mecanismo da inteligência, gerou a A linguagem da lógica proposicional não é adequada para
convicção nos humanos de que a razão unida representar relações entre objetos. Por exemplo, se fôsse-
à imaginação constituem os instrumentos fundamentais para mos usar uma linguagem proposicional para representar
a compreensão do universo, cuja ordem interna, aliás, tem "João é pai de Maria e José é pai de João" usaríamos duas
um caráter racional, portanto, segundo alguns, este processo letras sentenciais diferentes para expressar idéias semelhan-
é a base do racionalismo. tes (por exemplo, P para simbolizar "João é pai de Maria "e Q
Logo, resumidamente, o raciocínio pode ser considerado para simbolizar "José é pai de João" ) e não estaríamos cap-
também um dos integrantes dos mecanismos dos tando com esta representação o fato de que as duas frases
processos cognitivos superiores da formação de conceitos e falam sobre a mesma relação de parentesco entre João e
da solução de problemas, sendo parte do pensamento. Maria e entre José e João. Outro exemplo do limite do poder
de expressão da linguagem proposicional, é sua incapacida-
Lógica De Predicados de de representar instâncias de um propriedade geral. Por
exemplo, se quiséssemos representar em linguagem proposi-
Gottlob Frege, em sua Conceitografia (Begriffsschrift), cional "Qualquer objeto é igual a si mesmo " e "3 é igual a 3",
descobriu uma maneira de reordenar várias sentenças para usaríamos letras sentenciais distintas para representar cada
tornar sua forma lógica clara, com a intenção de mostrar uma das frases, sem captar que a segunda frase é uma ins-
como as sentenças se relacionam em certos aspectos. Antes tância particular da primeira. Da mesma forma, se por algum
de Frege, a lógica formal não obteve sucesso além do nível processo de dedução chegássemos à conclusão que um
da lógica de sentenças: ela podia representar a estrutura de indivíduo arbitrário de um universo tem uma certa proprieda-
sentenças compostas de outras sentenças, usando palavras de, seria razoável querermos concluir que esta propriedade
como "e", "ou" e "não", mas não podia quebrar sentenças em vale para qualquer indivíduo do universo. Porém, usando
partes menores. Não era possível mostrar como "Vacas são uma linguagem proposicional para expressar "um indivíduo
animais" leva a concluir que "Partes de vacas são partes de arbitrário de um universo tem uma certa propriedade " e "esta
animais". propriedade vale para qualquer indivíduo do universo" usarí-
amos dois símbolos proposicionais distintos e não teríamos
A lógica sentencial explica como funcionam palavras como concluir o segundo do primeiro.

Matemática 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A linguagem de primeira ordem vai captar relações entre Por exemplo podemos representar os números naturais
indivíduos de um mesmo universo de discurso e a lógica de "1", "2", "3", etc através do uso de símbolo de função, diga-
primeira ordem vai permitir concluir particularizações de uma mos, suc, que vai gerar nomes para os números naturais "1",
propriedade geral dos indivíduos de um universo de discurso, "2", "3", etc. a partir da constante 0, e. g., "1" vai ser denotado
assim como derivar generalizações a partir de fatos que va- por suc(0), "3" vai ser denotado por suc(suc(suc(0))), etc.
lem para um indivíduo arbitrário do universo de discurso. Seqüências de símbolos tais como suc(0) e suc(suc(suc(0)))
Para ter tal poder de expressão, a linguagem de primeira são chamadas termos.
ordem vai usar um arsenal de símbolos mais sofisticado do
que o da linguagem proposicional. Assim, a frase "Todo número natural diferente de zero é
sucessor de um número natural" pode ser simbolizada por
Considere a sentença "Todo objeto é igual a si mesmo". ∀x(¬x≈0 →∃ysuc(y)≈x). Fonte: UFRJ

Esta sentença fala de uma propriedade (a de ser igual a si Lógica De Vários Valores
mesmo) que vale para todos os indivíduos de um universo de
discurso, sem identificar os objetos deste universo. Sistemas que vão além dessas duas distinções
(verdadeiro e falso) são conhecidos como lógicas não-
Considere agora a sentença "Existem números naturais aristotélicas, ou lógica de vários valores (ou então lógicas
que são pares". polivaluadas, ou ainda polivalentes).
Esta sentença fala de um propriedade (a de ser par) que No início do século 20, Jan Łukasiewicz investigou a
vale para alguns (pelo menos um dos) indivíduos do universo extensão dos tradicionais valores verdadeiro/falso para incluir
dos números naturais, sem, no entanto, falar no número" 0" um terceiro valor, "possível".
ou "2" ou "4",etc em particular.
Lógicas como a lógica difusa foram então desenvolvidas
Para expressar propriedades gerais (que valem para to- com um número infinito de "graus de verdade",
dos os indivíduos) ou existenciais (que valem para alguns representados, por exemplo, por um número real entre 0 e 1.
indivíduos) de um universo são utilizados os quantificadores Probabilidade bayesiana pode ser interpretada como um
∀ (universal) e ∃ (existencial), respectivamente. Estes quanti- sistema de lógica onde probabilidade é o valor verdade
ficadores virão sempre seguidos de um símbolo de variável, subjetivo.
captando, desta forma, a idéia de estarem simbolizando as
palavras "para qualquer" e "para algum". O principal objetivo será a investigação da validade de
ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a
Considere as sentenças: CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS. Os argumentos
"Sócrates é homem" estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e INDUTI-
"Todo aluno do departamento de Ciência da Computação VOS.
estuda lógica"
ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas premis-
A primeira frase fala de uma propriedade (ser homem) de sas, se verdadeiras, a conclusão é também verdadeira.
um indivíduo distinguido ("Sócrates") de um domínio de dis- Premissa : "Todo homem é mortal."
curso. A segunda frase fala sobre objetos distiguidos "depar- Premissa : "João é homem."
tamento de Ciência da Computação" e "lógica". Tais objetos Conclusão : "João é mortal."
poderão ser representados usando os símbolos , soc para
"Sócrates", cc para "departamento de Ciência da Computa- ARGUMENTO INDUTIVO: a verdade das premissas não
ção", lg para "lógica".Tais símbolos são chamados de símbo- basta para assegurar a verdade da conclusão.
los de constantes. Premissa : "É comum após a chuva ficar nublado."
Premissa : "Está chovendo."
As propriedades "ser aluno de ", "estuda" relacionam ob- Conclusão: "Ficará nublado."
jetos do universo de discurso considerado, isto é, "ser aluno
de " relaciona os indivíduos de uma universidade com os As premissas e a conclusão de um argumento, formula-
seus departamentos, "estuda" relaciona os indivíduos de das em uma linguagem estruturada, permitem que o argu-
uma universidade com as matérias. Para representar tais mento possa ter uma análise lógica apropriada para a verifi-
relações serão usados símbolos de predicados (ou relações). cação de sua validade. Tais técnicas de análise serão trata-
Nos exemplos citados podemos usar Estuda e Aluno que das no decorrer deste roteiro.
são símbolos de relação binária. As relações unárias expres-
sam propriedades dos indivíduos do universo (por exemplo OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PRO-
"ser par","ser homem"). A relação "ser igual a" é tratata de POSICIONAL
forma especial, sendo representada pelo símbolo de igualda- • VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minús-
de ≈. culas p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas
atômicas) .
Desta forma podemos simbolizar as sentenças considera-
das nos exemplos da seguinte forma: Exemplos: A lua é quadrada: p
- "Todo mundo é igual a si mesmo " por ∀x x≈x; A neve é branca : q
- "Existem números naturais que são pares" por
∃xPar(x); • CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas po-
- "Sócrates é homem" por Homem(soc); dem ser combinadas entre si e, para representar tais
- "Todo aluno do departamento de Ciência da Computa- combinações usaremos os conectivos lógicos:
ção estuda lógica" por∀x(Aluno(x,cc) →Estuda (x,lg)). ∧: e , ∨: ou , → : se...então , ↔ : se e somente se , ∼: não

Já vimos como representar objetos do domínio através de Exemplos:


constantes.Uma outra maneira de representá-los é atravez do • A lua é quadrada e a neve é branca. : p ∧ q (p e q são cha-
uso de símbolos de função. mados conjuntos)
Matemática 68 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• A lua é quadrada ou a neve é branca. : p ∨ q ( p e q são paradoxais podem ser observados (o princípio da incerteza
chamados disjuntos) de Heisenberg, por exemplo) e alguns já foram atribuídos
• Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p → q (p é o ocasionalmente às limitações inerentes da linguagem e dos
antecedente e q o conseqüente) modelos científicos. Alfred Korzybski, que fundou o estudo da
• A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p ↔ q Semântica Geral, resume o conceito simplesmente
• A lua não é quadrada. : ∼p declarando que, "O mapa não é o território". Um exemplo
comum das limitações da linguagem são algumas formas do
• SÍMBOLOS AUXILIARES: ( ), parênteses que servem verbo "ser". "Ser" não é definido claramente (a área de
para denotar o "alcance" dos conectivos; estudos filosóficos chamada ontologia ainda não produziu um
significado concreto) e assim se uma declaração incluir "ser"
Exemplos: com um elemento essencial, ela pode estar sujeita a
• Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua paradoxos.
não é quadrada.: ((p ∧ q) → ∼ p)
• A lua não é quadrada se e somente se a neve é Tipos de paradoxos
branca.: ((∼
∼ p) ↔q)) Temas comuns em paradoxos incluem auto-referências
diretas e indiretas, infinitudes, definições circulares e
• DEFINIÇÃO DE FÓRMULA : confusão nos níveis de raciocínio.
1. Toda fórmula atômica é uma fórmula.
2. Se A e B são fórmulas então (A ∨ B), (A ∧ B), (A → B), W. V. Quine (1962) distingüe três classes de paradoxos:
Os paradoxos verídicos produzem um resultado que
(A ↔ B) e (∼
∼ A) também são fórmulas.
parece absurdo embora seja demonstravelmente
verdadeiro. Assim, o paradoxo do aniversário de
3. São fórmulas apenas as obtidas por 1. e 2. .
Frederic na opereta The Pirates of Penzance
Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela
estabelece o fato surpreendente de que uma pessoa
direita.
pode ter mais do que N anos em seu N-ésimo
aniversário. Da mesma forma, o teorema da
Exemplo: a fórmula p ∨ q ∧ ∼ r → p → ∼ q deve ser entendida
impossibilidade de Arrow envolve o comportamento de
como (((p ∨ q) ∧ (∼
∼ r)) → ( p → (∼
∼ q))) sistemas de votação que é surpreendente mas, ainda
assim, verdadeiro.
Paradoxo Os paradoxos falsídicos estabelecem um resultado que
O frasco com auto-fluxo de Robert Boyle preenche a si não somente parece falso como também o é
próprio neste diagrama, mas máquinas de moto contínuo não demonstravelmente – há uma falácia da demonstração
existem. pretendida. As várias provas inválidas (e.g., que 1 = 2)
são exemplos clássicos, geralmente dependendo de
Um paradoxo é uma declaração aparentemente uma divisão por zero despercebida. Outro exemplo é o
verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma paradoxo do cavalo.
situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, Um paradoxo que não pertence a nenhuma das classes
um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a acima pode ser uma antinomia, uma declaração que
verdade". A identificação de um paradoxo baseado em chega a um resultado auto-contraditório aplicando
conceitos aparentemente simples e racionais tem, por vezes, apropriadamente meios aceitáveis de raciocínio. Por
auxiliado significativamente o progresso da ciência, filosofia e exemplo, o paradoxo de Grelling-Nelson aponta
matemática. problemas genuínos na nossa compreensão das
idéias de verdade e descrição.
A etimologia da palavra paradoxo pode ser traçada a
textos que remontam à aurora da Renascença, um período Proposição
de acelerado pensamento científico na Europa e Ásia que
começou por volta do ano de 1500. As primeiras formas da Segundo Quine, toda proposição é uma frase mas nem
palavra tiveram por base a palavra latina paradoxum, mas toda frase é uma proposição; uma frase é uma proposição
também são encontradas em textos em grego como apenas quando admite um dos dois valores lógicos: Falso
paradoxon (entretanto, o Latim é fortemente derivado do (F)ou Verdadeiro (V). Exemplos:
alfabeto grego e, além do mais, o Português é também Frases que não são proposições
derivado do Latim romano, com a adição das letras "J" e "U"). Pare!
A palavra é composta do prefixo para-, que quer dizer Quer uma xícara de café?
"contrário a", "alterado" ou "oposto de", conjungada com o Eu não estou bem certo se esta cor me agrada
sufixo nominal doxa, que quer dizer "opinião". Compare com Frases que são proposições
ortodoxia e heterodoxo. A lua é o único satélite do planeta terra (V)
A cidade de Salvador é a capital do estado do Amazonas
Na filosofia moral, o paradoxo tem um papel central nos (F)
debates sobre ética. Por exemplo, a admoestação ética para O numero 712 é ímpar (F)
"amar o seu próximo" não apenas contrasta, mas está em Raiz quadrada de dois é um número irracional (V)
contradição com um "próximo" armado tentando ativamente
matar você: se ele é bem sucedido, você não será capaz de Composição de Proposições
amá-lo. Mas atacá-lo preemptivamente ou restringi-lo não é É possível construir proposições a partir de proposições já
usualmente entendido como algo amoroso. Isso pode ser existentes. Este processo é conhecido por Composição de
considerado um dilema ético. Outro exemplo é o conflito entre Proposições. Suponha que tenhamos duas proposições,
a injunção contra roubar e o cuidado para com a família que A = "Maria tem 23 anos"
depende do roubo para sobreviver. B = "Maria é menor"
Deve ser notado que muitos paradoxos dependem de Pela legislação corrente de um país fictício, uma pessoa é
uma suposição essencial: que a linguagem (falada, visual ou considerada de menor idade caso tenha menos que 18 anos,
matemática) modela de forma acurada a realidade que o que faz com que a proposição B seja F, na interpretação da
descreve. Em física quântica, muitos comportamentos proposição A ser V. Vamos a alguns exemplos:

Matemática 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"Maria não tem 23 anos" (nãoA) b) o sol gira em torno da Terra; valor lógico da proposi-
"Maria não é menor"(não(B)) ção: falsidade (F)
"Maria tem 23 anos" e "Maria é menor" (A e B)
"Maria tem 23 anos" ou "Maria é menor" (A ou B) TIPOS DE PROPOSIÇÃO
"Maria não tem 23 anos" e "Maria é menor" (não(A) e B) Simples ou Atômicas - é a proposição que não contém
"Maria não tem 23 anos" ou "Maria é menor" (não(A) ou nenhuma outra proposição como parte integrante de si mes-
B) ma. As proposições simples são geralmente designadas por
"Maria tem 23 anos" ou "Maria não é menor" (A ou letras minúsculas p, q, r, s ..., chamadas letras proposicio-
não(B)) nais.
"Maria tem 23 anos" e "Maria não é menor" (A e não(B))
Se "Maria tem 23 anos" então "Maria é menor" (A => B) Observação: Pode ser usada qualquer letra do alfabeto
Se "Maria não tem 23 anos" então "Maria é menor" minúsculo para representar uma proposição simples.
(não(A) => B)
"Maria não tem 23 anos" e "Maria é menor" (não(A) e B) Exemplo:
"Maria tem 18 anos" é equivalente a "Maria não é menor" p: Oscar é prudente;
(C <=> não(B)) q: Mário é engenheiro;
r: Maria é morena.
Note que, para compor proposições usou-se os símbolos
não (negação), e (conjunção), ou (disjunção), => (implica- Composta ou Molecular - é a proposição formada pela
ção) e, finalmente, <=> (equivalência). São os chamados combinação de duas ou mais proposições. São habitualmen-
conectivos lógicos. Note, também, que usou-se um símbolo te designadas por letras maiúsculas P, Q, R, S ..., também
para representar uma proposição: C representa a proposição denominadas letras proposicionais.
Maria tem 18 anos. Assim, não(B) representa Maria não é
menor, uma vez que B representa Maria é menor. Exemplo:
p : Walter é engenheiro E Pedro é estudante;
Algumas Leis Fundamentais q : Mauro é dedicado OU Pedro é trabalhador;
r : SE Flávio é estudioso ENTÃO será aprovado.
Um proposição é falsa (F) ou
Lei do Meio Excluido verdadeira (V): não há meio Observação: As proposições compostas são também
termo. denominadas fórmulas proposicionais ou apenas fórmulas.
Quando interessa destacar que uma proposição composta P
Uma proposição não pode ser, é formada pela combinação de proposições simples, escreve-
Lei da Contradição
simultaneamente, V e F. se: P ( p, q, r ...);
O valor lógico (V ou F) de uma Conectivos - são palavras que se usam para formar no-
proposição composta é unica- vas proposições a partir de outras.
Lei da Funcionalidade mente determinada pelos valo-
res lógicos de suas proposições Exemplo:
constituintes. P: 6 é par E 8 é cubo perfeito;
Q: NÃO vai chover;
PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS R: SE Mauro é médico, ENTÃO sabe biologia;
Proposição - é todo o conjunto de palavras ou símbolos S: o triângulo ABC é isósceles OU equilátero;
que exprimem um pensamento de sentido completo, isto é, T: o triângulo ABC é equilátero SE E SOMENTE SE é e-
afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito quilátero.
de determinados entes.
São conectivos usuais em lógica Matemática as palavras
Exemplo: que estão grifadas, isto é "e", "ou", "não", "se ... então", "... se
a) a lua é um satélite da Terra; e somente se ..."
b) O sol é amarelo;
c) Brasília é a capital do Brasil. VERDADES E MENTIRAS
Este item trata de questões em que algumas personagens
Princípios Adotados como Regras Fundamentais do mentem e outras falam a verdade. Trata-se de descobrir qual
Pensamento, na Lógica Matemática é o fato correto a partir das afirmações que forem feitas por
• Princípio da não contradição - uma proposição não eles, evidentemente, sem conhecer quem fala verdade ou
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. quem fala mentira.
• Princípio do terceiro excluído - toda proposição ou é Também não há uma teoria a respeito. A aprendizagem das
verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um soluções de questões desse tipo depende apenas de treina-
destes casos e nunca um terceiro. mento.
Um dos métodos para resolver questões desse tipo consiste
Valores Lógicos das Proposições em considerar uma das afirmações verdadeira e, em segui-
Chama-se valor lógico de uma proposição a verdade se a da, verificar se as demais são ou não consistentes com ela.
proposição é verdadeira e a falsidade se a proposição é falsa. Isto significa verificar se há ou não contradição nas demais
Valor Lógico Símbolo de Designação afirmações.
Verdade V
Exemplo 1 - (Fiscal Trabalho 98 ESAF) - Um crime foi
Falsidade F cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo de
cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Per-
Toda proposição tem um e um só dos valores V, F (de guntados
acordo os dois princípios supracitados). sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu:
Armando: "Sou inocente"
Exemplo: Celso: "Edu é o culpado"
a) o mercúrio é mais pesado que a água; valor lógico da Edu: "Tarso é o culpado"
proposição: verdade (V) Juarez: "Armando disse a verdade"

Matemática 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Tarso: "Celso mentiu"
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que Exemplo 3 - (Fiscal Trabalho 98) Três amigos – Luís, Mar-
todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o cos e Nestor – são casados com Teresa, Regina e Sandra
culpado é: (não necessariamente nesta ordem). Perguntados sobre os
a) Armando b) Celso c) Edu d) Juarez e) nomes das respectivas esposas, os três fizeram as seguintes
Tarso declarações:
Nestor: "Marcos é casado com Teresa"
Vamos considerar que Armando foi quem mentiu. Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é
Neste caso ele é o culpado. Isto contradiz às palavras de Regina"
Celso, pois se Armando mente, Celso teria dito uma verdade. Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é
Teríamos então dois culpados: Armando e Tarso. Portanto, Sandra"
Armando não mente. Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido
Passemos agora a considerar Celso o mentiroso. de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de
Isto é consistente. Pois, como já foi dito, Armando diz a ver- Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente:
dade . Edu é inocente (Celso mente). Edu diz a verdade. a) Sandra, Teresa, Regina.
Juarez também disse uma verdade. Tarso também foi verda- b) Sandra, Regina, Teresa.
deiro. Portanto, o culpado é Tarso. Resposta: letra (e) c) Regina, Sandra, Teresa.
d) Teresa, Regina, Sandra.
Exemplo 2 - (CVM 2000 ESAF) - Cinco colegas foram a um e) Teresa, Sandra, Regina.
parque de diversões e um deles entrou sem pagar. Apanha- Solução:
dos por um funcionário do parque, que queria saber qual Temos dois fatos a considerar:
deles entrou sem pagar, ao serem interpelados: 1 – O marido de Teresa disse a verdade.
– “Não fui eu, nem o Manuel”, disse Marcos. 2 – O marido de Sandra mentiu.
– “Foi o Manuel ou a Maria”, disse Mário.
– “Foi a Mara”, disse Manuel. Todos os três fazem afirmações sobre a esposa de Marcos.
– “O Mário está mentindo”, disse Mara. Ora, somente um estará dizendo a verdade.
– “Foi a Mara ou o Marcos”, disse Maria. Temos então:
Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas mentiu,
conclui-se logicamente que quem entrou sem pagar foi: 1ª hipótese: Nestor fala a verdade. A esposa de Marcos é
a) Mário b) Marcos c) Mara d) Manuel e) Maria Teresa. Mas como o único a falar a verdade é Nestor, sua
esposa deveria ser Tereza.
Façamos como no item anterior. Portanto, Nestor não fala a verdade.
Hipótese 1: Marcos é o mentiroso. Se Marcos é o mentiro-
2ª hipótese: Luís fala a verdade. A esposa dele seria a
so, então um dos dois entrou sem pagar. Mas como Manuel
Teresa, pois o marido de Teresa fala a verdade. Marcos es-
deve dizer a verdade (só um mente), Mara entrou sem pagar.
tando mentindo, a esposa de Marcos, não é Sandra e nem
Assim, seriam dois a entrar sem pagar Mara e Marcos ou
Teresa. É Regina. O que confirma a veracidade da afirmação
Mara e Manuel. Conclusão Marcos fala a verdade.
de Luís. A esposa de Nestor será então Sandra. A esposa de
Hipótese 2: Mário é o mentiroso. Nesse caso, nem Maria e
Luís é Teresa. A esposa de Marcos é Regina. A esposa de
nem Manuel teria entrado sem pagar. Pois quando se usa o
Nestor é Sandra.
ou, será verdade desde que um deles seja verdadeiro. Estão
Isto permite afirmar que a opção (d) está correta.
eliminados Marcos, Manuel e Maria, de acordo com a verda-
de de Marcos. Seria então Mara pois Manuel não seria menti- Mas, vejamos se existe outra possibilidade, tentando a tercei-
roso. Mara teria dito a verdade pois, de acordo com a hipóte- ra hipótese.
se somente Mário é o mentiroso. Como Maria também não 3ª hipótese: Marcos fala a verdade. Isto é impossível, pois,
seria a mentirosa, nem Mara nem Marcos teria entrado sem se ele estivesse falando a verdade, sua esposa seria Teresa
pagar. e não Sandra.
Portanto: Marcos, Manuel, Mario e Maria são os que pagaram A única hipótese possível é a segunda. O que confirma a
a entrada e Mara a que não pagou. resposta. Letra (d).
Mas e se houver outra possibilidade? Devemos então tentar
outras hipóteses. Exemplo 4 - (MPU 2004/ESAF) Uma empresa produz an-
Hipótese 3: Manuel é o mentiroso. Como Marcos fala a dróides de dois tipos: os de tipo V, que sempre dizem a ver-
verdade, não foi ele (Marcos) e nem o Manuel. Como Mário dade, e os de tipo M, que sempre mentem. Dr. Turing, um
também fala a verdade, um dos dois Manuel ou Maria entrou especialista em Inteligência Artificial, está examinando um
sem pagar. Mas Marcos pagou. Então Maria entrou sem grupo de cinco andróides – rotulados de Alfa, Beta, Gama,
pagar. Maria também diz a verdade, Não teria pago a entra- Delta e Épsilon –, fabricados por essa empresa, para deter-
da, Marcos ou Mara. Mas, outra vez, Marcos pagou. Então minar quantos entre os cinco são do tipo V.
Mara não pagou a entrada. Ele pergunta a Alfa: “Você é do tipo M?” Alfa responde, mas
Temos duas pessoas que entraram sem pagar: Maria e Mara. Dr. Turing, distraído, não ouve a resposta.
Isto é falso, pois somente uma pessoa não pagou a entrada. Os andróides restantes fazem, então, as seguintes declara-
Hipótese 4: Mara é a mentirosa. Não foi Marcos e nem ções:
Manuel, segundo a afirmação de Marcos que é verdadeiro. Beta: “Alfa respondeu que sim”.
Como não pode ter sido o Manuel, pela fala de Mário, teria Gama: “Beta está mentindo”.
sido Maria. Mas segundo Manuel, teria sido Mara. Novamen- Delta: “Gama está mentindo”.
te dois mentirosos. Hipótese que não pode ser aceita pois Épsilon: “Alfa é do tipo M”.
teriam duas pessoas entrado sem pagar. Mesmo sem ter prestado atenção à resposta de Alfa, Dr.
Hipótese 5: Maria é a mentirosa. Se Maria é mentirosa, Turing pôde, então, concluir corretamente que o número de
Mário não poderia estar mentido. Então Mara estaria falando andróides do tipo V, naquele grupo, era igual a
mentira. Seriam então, pelo menos, duas mentirosas. Maria e a) 1. b) 2. c) 3. d) 4.
Mara. e) 5.
A única hipótese que satisfaz as condições do problema é a
de número dois, da qual se conclui que Mara é a pessoa que Solução:
não pagou a entrada. Assim, a resposta é: letra (c). Vejamos as informações:

Matemática 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(1) Os andróides do tipo M sempre mentem. Normalmente os operadores modais básicos unários são
(2) Os andróides do tipo V sempre falam a verdade.
escritos como (ou L) para Necessário e (ou M)
Sendo feita a pergunta, “você mente”, a resposta só poderia
para Possível. Nas lógicas modais clássicas, cada um pode
ser uma: NÃO. Pois, o mentiroso iria negar dizendo NÃO e o
ser expresso em função do outro e da negação:
verdadeiro também iria negar dizendo NÃO.
Como a resposta tinha que ser NÃO e Beta disse que alfa
respondeu SIM, Beta está mentindo.
Como Gama disse Beta está mentindo, então Gama disse a
verdade.
Como Delta disse que Gama está mentindo, Delta é um
mentiroso.
Restam agora Alfa e Épsilon. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Épsilon disse que Alfa é do tipo M. Isto é Alfa é mentiroso.
Das duas uma: (1) se Épsilon fala a verdade, ele é do tipo V e SENTENÇAS ABERTAS
Alfa é do tipo M; (2) se Épsilon é do tipo M ele mente. Então
Alfa é do tipo V. Assim, um dos dois é do tipo V. Sentenças Abertas
Portanto, além do andróide Gama tem mais um andróide do
tipo V. São então, dois andróides do tipo V. Resposta: letra No capítulo um, comentamos sobre as sentenças aber-
(b) Aula 8 - internet tas, que são sentenças do tipo:
a) x + 3 = 10
CONTINGÊNCIA b) x > 5
c) (x+1)2 – 5 = x2
Em filosofia e lógica, contingência é o status de d) x – y = 20
proposições que não são necessariamente verdadeiras nem e) Em 2004 foram registradas 800+z acidentes de
necessariamente falsas. Há quatro classes de proposições, trânsito em São Paulo.
algumas das quais se sobrepõem: f) Ele é o juiz do TRT da 5ª Região.
Tais sentenças não são consideradas proposições porque
proposições necessariamente seu valor lógico (V ou F) depende do valor atribuído à variá-
verdadeiras ou Tautologias, que devem ser verdadeiras, não vel (x, y, z,...). O pronome ele que aparece na última senten-
importa quais são ou poderiam ser as circunstâncias ça acima, funciona como uma variável, a qual se pode atribuir
(exemplos: 2 + 2 = 4; Nenhum solteiro é casado).Geralmente nomes de pessoas.
o que se entende por "proposição necessária" é a proposição
necessariamente verdadeira.
Há, entretanto, duas maneiras de transformar sentenças
abertas em proposições:
proposições necessariamente falsas ou Contradições,
que devem ser falsas, não importa quais são ou poderiam ser
1ª) atribuir valor às variáveis;
as circunstâncias (exemplos: 2 + 2 = 5; Ana é mais alta e é
mais baixa que Beto).
2ª) utilizar quantificadores.
proposições contingentes, que não são necessariamente
verdadeiras nem necessariamente falsas (exemplos: Há A primeira maneira foi mostrada no capítulo um, mas ve-
apenas três planetas; Há mais que três planetas). jamos outros exemplos:

proposições possíveis, que são verdadeiras ou poderiam Ao atribuir a x o valor 5 na sentença aberta x + 3 = 10, es-
ter sido verdadeiras sob certas circunstâncias (exemplos: 2 + ta transforma-se na proposição 5 + 3 = 10, cujo valor lógico é
2 = 4; Há apenas três planetas; Há mais que três planetas). F.

Todas as proposições necessariamente verdadeiras e Ao atribuir a x o valor 2 na sentença aberta (x+1)2 – 5 =


todas as proposições contingentes também são proposições x2, esta transforma-se na proposição (2+1)2 – 5 = 22, que
possíveis. resulta em 4 = 4, tendo, portanto, valor lógico V.

LÓGICA MODAL A seguir, veremos a transformação de uma sentença a-


berta numa proposição por meio de quantificadores.
Lógica modal se refere a qualquer sistema
de lógica formal que procure lidar com modalidades (tratar de Quantificadores
modos quanto a tempo, possibilidade, probabilidade, etc.).
Tradicionalmente, as modalidades mais comuns Consideremos as afirmações:
são possibilidade e necessidade. Lógicas para lidar com
outros termos relacionados, a) Todo sangue é vermelho.
como probabilidade,eventualidade, padronização, poder, pod b) Cada um dos alunos participará da excursão.
eria, deve, são por extensão também chamadas de lógicas c) Algum animal é selvagem.
modais, já que elas podem ser tratadas de maneira similar. d) Pelo menos um professor não é rico.
e) Existe uma pessoa que é poliglota.
f) Nenhum crime é perfeito.
Uma lógica modal formal representa modalidades
usando operadores modais. Por exemplo, "Era possível o Expressões como “todo”, “cada um”, "algum", "pelo menos
assassinato de Arnaldo" e "Arnaldo foi possivelmente um", “existe”, “nenhum” são quantificadores.
assassinado" são exemplos que contêm a noção de
possibilidade. Formalmente, essa noção é tratada como o Há fundamentalmente dois tipos de quantificadores: Uni-
operador modal Possível, aplicado à sentença "Arnaldo foi versal e Existencial.
assassinado".

Matemática 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


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São quantificadores: “A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento).
outro(s)
pouco(s)
quantos “A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
tanto(s) sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
qualquer / quaisquer bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como o
certo(s) fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
todo(s) ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
ambos ler).
algum / alguns
vário(s) / vária(s) 1.1. Lógica formal e Lógica material

Na lógica de predicados, a quantificação universal é Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
uma formalização da noção de que algumas coisas são ver- tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
dadeiras para todas as coisas, ou para todas as coisas rele- da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da
vantes. O resultado é uma afirmação universalmente quantifi- lógica material, também conhecida como “lógica maior”.
cada. Em símbolos lógicos, o quantificador universal (usual-
mente ∀ ) é o símbolo usado para denotar o universo de A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
quantificação, informalmente lido como "para todo". pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
Na lógica de predicados, um quantificador existencial é va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
a predicação de uma propriedade ou relação para, pelo me- respeitada quando se preenchem as exigências de coerência
nos, umel emento do domínio. interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí-
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO de realidade dos fatos.

1. Introdução No entanto, o erro não está no seu aspecto formal e, sim,


na sua matéria. Por exemplo, partindo das premissas que
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um (1) todos os brasileiros são europeus
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular- e que
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas (2) Pedro é brasileiro,
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom (3) Pedro é europeu.
raciocínio. Materialmente, este é um raciocínio falso porque a experi-
ência nos diz que a premissa é falsa.
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se
o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria
sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo dos casos, processaformalmente informações nele previa-
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o
prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos- valor empírico de tais informações.
sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das o-
psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico perações do pensamento à realidade, de acordo com a natu-
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do reza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, interessa
raciocínio”. que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas que
também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdocor-
Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque- responda à natureza do objeto a que se refere. Neste caso,
la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ- trata-se da correspondência entrepensamento e realidade.
ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar de
embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi- dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade material.
derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o
formulado etc. conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri-
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, tem-
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini- se a verdade.
ções e outras referências à lógica:
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas à
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos per- produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se à
mite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio ato consecução da verdade, seja ela formal ou material. Relacio-
da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain). nando a lógica com a prática, pode-se dizer que é importante
que se obtenha não somente uma verdade formal, mas, tam-
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para bém, uma verdade que corresponda à experiência. Que seja,
distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi). portanto, materialmente válida. A conexão entre os princípios
formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios pode ser

Matemática 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


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denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma lógica Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana. ciocínio válido, visando à verdade.

1.2. Raciocínio e Argumentação Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade


quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo,
Três são as principais operações do intelecto humano: a emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
simples apreensão, os juízos e o raciocínio. de frases: as assertivas e as não assertivas, que também
podem ser chamadas de proposições ou juízos.
A simples apreensão consiste na captação direta (através
dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de uma Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos:
realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito (p. ex., “a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas
de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que, por sua frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda-
vez, recebe uma denominação (as palavras ou termos, p. deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso
das interrogações ou das frases que expressam estados
ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”). emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou
ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo).
O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
(falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposições As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina-
orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre a das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, constitu-
mesa da sala” indo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo:

O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos (1) Não há crime sem uma lei que o defina;
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas (2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime;
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos (3) logo, não é crime matar ET’s.
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda” conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi- sas) deve levar a conclusões óbvias.
dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte 1.4. Termo e Conceito
de convencer mediante o discurso.
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aquilo fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá ficações de significado. Observe-se o exemplo:
atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer Os jaguares são quadrúpedes;
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui- Meu carro é um Jaguar
tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu- logo, meu carro é um quadrúpede.
mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei- O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-
mentar, associada à desatenção ou à ignorância de quem
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen-
ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”,
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
forte etc. conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.

De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria- Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
mente, manter-se num plano distante da existência humana, “mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo- nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En- Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten- cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade,
do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático. virtude, afetividade e equilíbrio.

1.3. Inferência Lógica Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma

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manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
empregados no discurso. quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
1.5. Princípios lógicos como argumento contra a existência da alma o fato de esta
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do corpo
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua non humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa ocor- que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon-
rer. Podem ser entendidos como princípios que se referem trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto ao vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequado
pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de
devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento ordem metafísica, não física.
deve respeitá-los. São eles:
2.1. Raciocínio analógico
a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é
identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma vez partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a
conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-se ao analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um
longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de um dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No ra-
homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a ciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida
Antônio. com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida,
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando
b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é, da vivência direta ou indireta da situação-referência.
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora, Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto de
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se, apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia é
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são; c) um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, é
Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o falso e o fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também tem
verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verdadeiro. Ou servido de inspiração para muitos gênios das ciências e das
está chovendo ou não está, não é possível um terceiro termo: artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do
está meio chovendo ou coisa parecida. empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou
de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come-
princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve- lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído, grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro, cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou
como também ao indeterminado. não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba-
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314).
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
A força de uma analogia depende, basicamente, de três
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex- aspectos:
posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e im-
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso portantes;
de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados b) o número de elementos semelhantes entre uma situa-
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras ção e outra deve ser significativo;
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos c) não devem existir divergências marcantes na compara-
sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí- ção.
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o
No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, ca-
efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
sos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões ade-
persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
quadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor é
lógico do raciocínio empregado na argumentação.
um meio de transporte que necessita de um condutor. Este,
tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente
dotado de duas características fundamentais: ter premissas seu papel.
aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria-
das. Dos raciocínios mais empregados na argumentação,
Aplicação das regras acima a exemplos:
merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos levantes, não imaginários ou insignificantes.tc
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por "a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re-
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio levantes, não imaginários ou insignificantes."
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
formal. Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de roupas de sua filha.
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento. fume francês e é um bom advogado;

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Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; lo- com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para
go, deve ser um bom advogado. resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos
b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá-
e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem
semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati- mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera-
vo." ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o
descendente que mais se adapta à questão. É, portanto,
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera, semelhante ao processo de seleção natural, em que só so-
com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra, brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad.,
houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida, p. 12).
logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
de vida. Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi-
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra-
Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não.
noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
por noite e, por isso, também serei um gênio inventor. 2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral

c) Não devem existir divergências marcantes na compara- Ainda que alguns autores considerem a analogia como
ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com- uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
paração.." base mais ampla de sustentação. A indução consiste em
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili-
ocasião de tormentas e tempestades; dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e,
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis,
a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja
acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
muito.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá-
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
como os operários suíços, também recebe um salário míni-
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão
mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
bem, como os suíços.
sejam indicadores da validade das generalizações contidas
nas conclusões.
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a B é A e é X;
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente, C é A e também é X;
isto caso cumpram-se as exigências acima. D é A e também é X;
E é A e também é X;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do logo, todos os A são X
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos par-
que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces- ticulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
sariamente válida. Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa;
O esquema básico do raciocínio analógico é: A caninana é uma cobra e também não voa;
A urutu é uma cobra e também não voa;
A é N, L, Y, X; A cascavel é uma cobra e também não voa;
B, tal como A, é N, L, Y, X; logo, as cobras não voam.
A é, também, Z
logo, B, tal como A, é também Z. Contudo,

Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó- Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
gico é precário, ele é muito importante na formulação de caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con- minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana- gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro- ver um gato preto traz azar.
cedimentos indutivos ou dedutivos.
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do valor
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e pro- lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
fessor de ciência da computação da Universidade de Michi- forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um
gan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo da caso particular discorde da generalização obtida das premis-
computação, uma situação semelhante à que ocorre no da sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida-
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po- de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené- haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá- coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir há casos em que
para montar um programa mais adequado para resolver um
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais
uma simples análise das premissas é suficiente para de-
bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma
tectar a sua fraqueza.
Matemática 76 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí-
aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de fica.
um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
mento de alguns de seus componentes: O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado nos
1. Adriana é mulher e dirige mal; moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso pela
Ana Maria é mulher e dirige mal; maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou orde-
Mônica é mulher e dirige mal; nada. Observem-se os exemplos:
Carla é mulher e dirige mal;
logo, todas as mulheres dirigem mal. - Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a
2. Antônio Carlos é político e é corrupto; corrupção do cenário político brasileiro.
Fernando é político e é corrupto;
Paulo é político e é corrupto; Depois da série de protestos realizados pela população,
Estevão é político e é corrupto; depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
logo, todos os políticos são corruptos. me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta- e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe- moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução. apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a
para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. Um nação.
exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da descoberta
da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos, acredita-
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo,
va-se que todos os cisnes fossem brancos porque todos os
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
até então observados eram brancos. Ao ser visto o primeiro
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto
cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra.
alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de sua
inocência.
2.2.1. Procedimentos indutivos
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen- fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien- vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
te e o da indução por enumeração completa. duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
a. Indução por enumeração incompleta suficiente portamento do amigo infere-se sua inocência.

Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos Analogia, indução e probabilidade


como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso
particular, os que foram enumerados são representativos do ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”) não são sinônimas de certezas.

b. Indução por enumeração completa Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a


moral e a natural.
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
baseado na enumeração completa. a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin-
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma
Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela ocor- de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
re quando: nominador representa os casos possíveis e o numerador o
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
b.a. todos os casos são verificados e contabilizados; sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Exemplos correspondentes às duas formas de indução por destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
enumeração completa: de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
em cada uma delas foi constatada uma característica própria Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve- provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
cabeça é um dos sintomas da dengue. receba bem, mas...

b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu-
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças. rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. A
previsão meteorológica é um exemplo particular de probali-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, poden- dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi-
do-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo

Matemática 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio
eventos naturais. perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às
relações entre os termos e as demais dizem respeito às rela-
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia ções entre as premissas. São elas:
são passíveis de conclusões inexatas. 2.3.1.1.1. Regras dos Termos

Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas 1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior,
conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu- médio e menor.
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas, Exemplo de formulação correta:
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos.
respeito à construção do conhecimento. Termo Médio: Mimi é um gato.
Termo Menor: Mimi é um mamífero.
2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede.
O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es- Termo Médio: Maria é uma gata(2).
tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici- Termo Menor: Maria é quadrúpede.
ências da analogia e da indução. O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
termos ao invés de três.
No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir 2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para sos que os termos das premissas.
se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre- Exemplo de formulação correta:
missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí- Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
nio: Termo Médio: Nikita é uma onça.
Termo Menor: Nikita é feroz.
Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer- Exemplo de formulação incorreta:
sal Termo Maior: Antônio e José são poetas.
Premissa menor: Pedro é homem. Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral “Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os
podem-se tirar conclusões de cunho particular. surfistas”.
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na qual,
colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue neces- 3) O predicado do termo médio não pode entrar na conclu-
sariamente, somente pelo fato de terem sido postas”. Uma são.
vez posto que todos os homens são mamíferos e que Pedro Exemplo de formulação correta:
é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pedro é um Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
mamífero. De certo modo, a conclusão já está presente nas Termo Médio: Pedro é homem.
premissas, basta observar algumas regras e inferir a conclu- Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
são. Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
2.3.1. Construção do Silogismo
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
lei.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão) A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é ino-
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de portuna.
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras 4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride sua extensão universal.
através da premissa menor e infere, necessariamente, uma Exemplo de formulação correta:
conclusão adequada. Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida-
des.
Eis um exemplo de silogismo: Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Maior
A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Alguns homens são sábios.
Logo, a concussão é punível Conclusão
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da lógi- Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
ca, as premissas são chamadas de proposições que, por sua O predicado “homens” do termo médio não é universal,
vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas ou mas particular.
juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são 2.3.1.1.2. Regras das Premissas
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior 5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado Exemplo de formulação incorreta:
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na Premissa Menor: Lulu não é um gato.
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (normal- Conclusão: (?).
mente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, punível 6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu-
é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e concus- são negativa.
são é o menor. Exemplo de formulação incorreta:
Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser deseja-
2.3.1.1. As Regras do Silogismo dos.

Matemática 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral. - Antônio: "Não é verdade que vou às terças, quartas ou
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado. quintas-feiras."
7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A - Bento: "Não é verdade que vou às quartas ou sextas-feiras."
premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo. - Carlos: "Não é verdade que vou às segundas ou terças-
Exemplo de formulação incorreta: feiras."
Premissa Maior: As aves são animais que voam. Se somente um deles está mentindo, então o dia da semana
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. em que os três costumam almoçar nesse restaurante é:
Conclusão: Alguns animais não voam. a) sexta-feira.
Exemplo de formulação incorreta: b) quinta-feira.
Premissa Maior: As aves são animais que voam. c) quarta-feira.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves. d) terça-feira.
Conclusão: Alguns animais voam.
8) De duas premissas particulares nada se conclui. 5) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Há cinco objetos
Exemplo de formulação incorreta: alinhados numa estante: um violino, um grampeador, um
Premissa Maior: Mimi é um gato. vaso, um relógio e um tinteiro. Conhecemos as seguintes
Premissa Menor: Um gato foi covarde. informações quanto à ordem dos objetos:
Conclusão: (?) - O grampeador está entre o tinteiro e o relógio.
http://www.guiadoconcursopublico.com.br/apostilas/24_12 - O violino não é o primeiro objeto e o relógio não é o último.
0.pdf - O vaso está separado do relógio por dois outros objetos.
Qual é a posição do violino?
QUESTÕES RACIOCÍNIO LÓGICO a) Segunda posição.
b) Terceira posição.
1) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) De seu salário de c) Quarta posição.
R$ 408,00 você gastou 2/6 com alimentação, 1/6 com a far- d) Quinta posição.
mácia e 1/6 com material escolar dos filhos. Nesse mês so-
braram __________ para as demais despesas. 6) Dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é
a) R$ 166,00 alto, é logicamente equivalente a dizer que é verdade que:
b) R$ 146,00 a) Pedro não é pobre ou Alberto não é alto.
c) R$ 156,00 b) Pedro não é pobre e Alberto não é alto.
d) R$ 136,00 c) Pedro é pobre ou Alberto não é alto.
d) se Pedro não é pobre, então Alberto é alto.
2) Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro, a governanta
e o mordomo. Sabe-se que o crime foi efetivamente cometido 7) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Considere ver-
por um ou por mais de um deles, já que podem ter agido dadeira a declaração: “Se x é par, então y é ímpar”. Com
individualmente ou não. Sabe-se, ainda, que: base na declaração, é correto concluir que, se:
A) se o cozinheiro é inocente, então a governanta é culpada; a) x é ímpar, então y é par.
B) ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada, mas b) x é ímpar, então y é ímpar.
não os dois; c) y é ímpar, então x é par.
C) o mordomo não é inocente. d) y é par, então x é ímpar.
Logo:
a) o cozinheiro e o mordomo são os culpados 8) Se de um ponto P qualquer forem traçados dois segmen-
b) somente o cozinheiro é inocente tos tangentes a uma circunferência, então as medidas dos
c) somente a governanta é culpada segmentos determinados pelo ponto P e os respectivos pon-
d) somente o mordomo é culpado tos de tangência serão iguais. Sabe-se que o raio de um
círculo inscrito em um triângulo retângulo mede 1 cm. Se a
3) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Um professor de hipotenusa desse triângulo for igual a 20 cm, então seu perí-
lógica encontra-se em viajem em um país distante, habitado metro será igual a:
pelos verdamanos e pelos mentimanos. O que os distingue é a) 40 cm
que os verdamanos sempre dizem a verdade, enquanto os b) 35 cm
mentimanos sempre mentem. Certo dia, o professor depara- c) 23 cm
se com um grupo de cinco habitantes locais. Chamemo-los d) 42 cm
de Alfa, Beta, Gama, Delta e Épsilon. O professor sabe que
um e apenas um no grupo é verdamano, mas não sabe qual 9) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Para cada pes-
deles o é. Pergunta, então, a cada um do grupo quem entre soa x, sejam f(x) o pai de x e g(x) a mãe de x. A esse respei-
eles é verdamano e obtém as seguintes respostas: to, assinale a afirmativa FALSA.
Alfa: "Beta é mentimano" a) f[f(x)] = avô paterno de x
Beta: "Gama é mentimano" b) g[g(x)] = avó materna de x
Gama: "Delta é verdamano" c) f[g(x)] = avô materno de x
Delta: "Épsilon é verdamano" d) f[g(x)] = g[f(x)]
Épsilon, afônico, fala tão baixo que o professor não consegue
ouvir sua resposta. Mesmo assim, o professor de lógica con- 10) Numa avenida reta há cinco pontos comerciais, todos do
clui corretamente que o verdamano é: mesmo lado da rua. A farmácia fica entre a padaria e o res-
a) Delta taurante, a padaria fica entre o supermercado e a lotérica e o
b) Alfa supermercado fica entre o restaurante e a farmácia. Nessas
c) Gama condições, qual das proposições abaixo é verdadeira?
d) Beta a) O supermercado fica entre a padaria e a lotérica.
b) A lotérica fica entre a padaria e o supermercado.
4) Três amigos têm o hábito de almoçar em um certo restau- c) Para ir do supermercado à lotérica, passa-se em frente ao
rante no período de segunda à sexta-feira e, em cada um restaurante.
destes dias, pelo menos um deles almoça nesse local. Con- d) A farmácia fica entre o supermercado e a padaria.
sultados sobre tal hábito, eles fizeram as seguintes afirma-
ções: 11) André é inocente ou Beto é inocente. Se Beto é inocente,

Matemática 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


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então Caio é culpado. Caio é inocente se e somente se Dênis c) Ilma não está entre duas irmãs.
é culpado. Ora, Dênis é culpado. Logo: d) Ilma está imediatamente ao lado de Ilda.
a) Caio e Beto são inocentes
b) André e Caio são inocentes 17) Se 0,036³ , 0 m de óleo tem a massa de 28,8 Kg, pode-
c) André e Beto são inocentes mos concluir que 1 litro desse mesmo óleo tem a massa no
d) Caio e Dênis são culpados valor de:
a) 4,0 Kg
12) Qual das alternativas a seguir melhor representa a afir- b) 9,0 Kg
mação: “Para todo fato é necessário um ato gerador”? c) 8,0 Kg
a) É possível que algum fato não tenha ato gerador. d) 1,1 Kg
b) Não é possível que algum fato não tenha ato gerador.
c) É necessário que algum fato não tenha ato gerador. 18) A negação de "Se A é par e B é ímpar, então A + B é
d) Não é necessário que todo fato tenha um ato gerador. ímpar" é:
a) Se A é ímpar e B é par, então A + B é par.
13) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Marcos que b) Se A é par e B é ímpar, então A + B é par.
pesar três maçãs numa balança de dois pratos, mas ele dis- c) Se A + B é par, então A é ímpar ou B é par.
pões apenas de um bloco de 200 gramas. Observando o d) A é par, B é ímpar e A + B é par.
equilíbrio na balança, ele percebe que a maçã maior tem o
mesmo peso que as outras duas maçãs; o bloco e a maçã 19) Hoje, a diferença entre as idades de Roberto Carlos e
menor pesam tanto quanto as outras duas maçãs; a maçã Carlos Roberto é de 15 anos. Qual será a diferença entre as
maior junto com a menor pesam tanto quanto o bloco. Qual é idades quando Roberto Carlos tiver o dobro da idade de Car-
o peso total das três maçãs? los Roberto?
a) 300 gramas. a) 15 anos;
b) 150 gramas. b) 30 anos;
c) 100 gramas. c) 45 anos;
d) 50 gramas. d) 20 anos;

14) Se João toca piano, então Lucas acorda cedo e Cristina 20) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Cinco moças,
não consegue estudar. Mas Cristina consegue estudar. Se- Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda, estão vestindo
gue-se logicamente que: blusas vermelhas ou amarelas. Sabe-se que as moças que
a) Lucas acorda cedo. vestem blusas vermelhas sempre contam a verdade e as que
b) Lucas não acorda cedo. vestem blusas amarelas sempre mentem. Ana diz que Beatriz
c) João toca piano. veste blusa vermelha. Beatriz diz que Carolina veste blusa
d) João não toca piano. amarela. Carolina, por sua vez, diz que Denise veste blusa
amarela. Por fim, Denise diz que Beatriz e Eduarda vestem
15) Alice entra em uma sala onde há apenas duas saídas, blusas de cores diferentes. Por fim, Eduarda diz que Ana
uma que fica a Leste e outra a Oeste. Uma das saídas leva veste blusa vermelha. Desse modo, as cores das blusas de
ao Paraíso, a outra ao Inferno. Na sala, também há dois ho- Ana, Beatriz, Carolina, Denise e Eduarda são, respectiva-
mens, um alto e outro baixo. Um dos homens apenas fala a mente:
verdade, o outro apenas diz o falso. Então, Alice mantém o
seguinte diálogo com um deles: a) amarela, amarela, vermelha, vermelha e amarela.
- O homem baixo diria que é a saída do Leste que leva ao b) vermelha, vermelha, vermelha, amarela e amarela.
Paraíso? - questiona Alice. c) vermelha, amarela, amarela, amarela e amarela.
- Sim, o homem baixo diria que é a saída do Leste que levaria d) amarela, amarela, vermelha, amarela e amarela.
ao Paraíso - diz o homem alto.
Considerando essa situação, pode-se afirmar que: 21) Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é,
a) o homem alto necessariamente disse algo falso, mas a do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
porta Leste leva ao Paraíso. a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista
b) o homem alto necessariamente disse a verdade e a porta b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro
Leste leva ao Inferno. c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista
c) a porta Leste necessariamente leva ao Paraíso, mas não d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista
se pode dizer se o homem alto disse a verdade ou não.
d) a porta Leste necessariamente leva ao Inferno, mas não se 22) A negação lógica da proposição "O pai de Marcos é per-
pode dizer se o homem alto disse a verdade ou não. nambucano, e a mãe de Marcos é gaúcha" é:
a) "O pai de Marcos não é pernambucano, e a mãe de Mar-
16) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) As irmãs Ilda, cos não é gaúcha".
Ilma, Isabela e Isadora iriam ser fotografadas juntas por Flá- b) "O pai de Marcos não é pernambucano, ou a mãe de Mar-
vio. O fotógrafo pediu para que elas se posicionassem lado a cos não é gaúcha".
lado da seguinte maneira: c) "O pai de Marcos não é pernambucano, ou a mãe de Mar-
- do ponto de vista do fotógrafo, Ilda deveria estar mais à cos é gaúcha".
direita do que Isabela; d) "O pai de Marcos é pernambucano, e a mãe de Marcos
- Isadora não deveria ficar entre duas irmãs; não é gaúcha".
- Ilda não deveria ficar imediatamente ao lado de Isabela, isto
é, pelo menos uma irmã deveria estar entre Ilda e Isabela; 23) Em um orçamento foram acrescidos juros no valor de R$
- Isabela não deveria ficar imediatamente ao lado de Isadora, 73,80 a fim de que o mesmo pudesse ser financiado em 5
isto é, pelo menos uma irmã deveria estar entre Isabela e prestações de R$ 278,50. O valor real (inicial) do serviço é
Isadora. de:
As irmãs se posicionaram conforme as orientações de Flávio, a) R$ 1.318,70
a fotografia foi batida e revelada com sucesso. Assim, na b) R$ 1.329,70
foto, é possível ver que: c) R$ 976,70
a) Isabela está entre duas irmãs. d) R$ 1.087,70
b) Ilda não está entre duas irmãs.

Matemática 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


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24) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) De uma chapa Elementos de Lógica sentencial
que mede 2 m por 1,5 m o serralheiro separou 2/6 dela para 1. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de pre-
cortar quadrados que medem 0,25 m de lado. Com esse dicados
pedaço de chapa ele cortou exatamente:
a) 12 quadrados A lógica divide-se em lógica sentencial e lógica de predi-
b) 10 quadrados cados. A lógica sentencial estuda argumentos que não de-
c) 20 quadrados pendem da estrutura interna das sentenças. Por exemplo:
d) 16 quadrados
(1)
25) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Esta sequência Se Deus existe, então a felicidade eterna é possível.
de palavras segue uma lógica: Deus existe.
- Pá Logo, a felicidade eterna é possível.
- Xale
- Japeri A validade do argumento (1) depende do modo pelo qual
Uma quarta palavra que daria continuidade lógica à sequên- as sentenças são conectadas, mas não depende da estrutura
cia poderia ser: interna das sentenças. A forma lógica de (1) deixa isso claro:
a) Casa. (1a)
b) Anseio. Se A, então B.
c) Urubu. A.
d) Café. Logo, B.

26) A negação da sentença “Todas as mulheres são elegan- Diferentemente, a lógica de predicados estuda argumen-
tes” está na alternativa: tos cuja validade depende da estrutura interna das senten-
a) Nenhuma mulher é elegante. ças. Por exemplo:
b) Todas as mulheres são deselegantes. (2)
c) Algumas mulheres são deselegantes. Todos os cariocas são brasileiros.
d) Nenhuma mulher é deselegante. Alguns cariocas são flamenguistas.
Logo, alguns brasileiros são flamenguistas.
27) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Pedro e Paulo A forma lógica de (2) é a seguinte:
estão em uma sala que possui 10 cadeiras dispostas em uma (2a)
fila. O número de diferentes formas pelas quais Pedro e Pau- Todo A é B.
lo podem escolher seus lugares para sentar, de modo que Algum A é C.
fique ao menos uma cadeira vazia entre eles, é igual a: Logo, algum B é A.
a) 80
b) 72 A primeira premissa do argumento (2) diz que o conjunto
c) 90 dos indivíduos que são cariocas está contido no conjunto dos
d) 18 brasileiros. A segunda, diz que ‘dentro’ do conjunto dos cario-
cas, há alguns indivíduos que são flamenguistas. É fácil con-
28) MMMNVVNM está para 936 assim como MMNNVMNV cluir então que existem alguns brasileiros que são flamen-
está para: guistas, pois esses flamenguistas que são cariocas serão
a) 369 também brasileiros. Essa conclusão se segue das premissas.
b) 693
c) 963 Note, entretanto, que as sentenças ‘todos os cariocas são
d) 639 brasileiros’ e ‘alguns cariocas são flamenguistas’ têm uma
estrutura diferente da sentença ‘se Deus existe, a felicidade
29) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Uma colher de eterna é possível’. Esta última é formada a partir de duas
sopa corresponde a três colheres de chá. Uma pessoa que outras sentenças ‘Deus existe’ e ‘a felicidade eterna é possí-
está doente tem que tomar três colheres de sopa de um re- vel’, conectadas pelo operador lógico se...então. Já para
médio por dia. No final de uma semana, a quantidade de analisar o argumento (2) precisamos analisar a estrutura
colheres de chá desse remédio que ela terá tomado é de: interna das sentenças, e não apenas o modo pelo qual sen-
a) 63; tenças são conectadas umas às outras. O que caracteriza a
b) 56; lógica de predicados é o uso dos quantificadores todo, algum
c) 28; e nenhum. É por esse motivo que a validade de um argumen-
d) 21; to como o (2) depende da estrutura interna das sentenças. A
diferença entre a lógica sentencial e a lógica de predicados
30) (QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO) Para cada pes- ficará mais clara no decorrer desta e da próxima unidade.
soa x, sejam f(x) o pai de x e g(x) a mãe de x. A esse respei-
to, assinale a afirmativa FALSA. Usualmente o estudo da lógica começa pela lógica sen-
a) f[f(x)] = avô paterno de x tencial, e seguiremos esse caminho aqui. Nesta unidade
b) g[g(x)] = avó materna de x vamos estudar alguns elementos da lógica sentencial. Na
c) f[g(x)] = avô materno de x próxima unidade, estudaremos elementos da lógica de predi-
d) f[g(x)] = g[f(x)] cados.

Gabarito 2. Sentenças atômicas e moleculares


1.D 2.A 3.D 4.B 5.B 6.A 7.D 8.D 9.D 10.D 11.B 12.B 13.A Considere-se a sentença
14.D 15.D 16.D 17.C 18.B 19.D 20.D 21.A 22.B 23.A 24.D (1) Lula é brasileiro.
25.B 26.C 27.B 28.D 29.A 30.D
Postado por cleiton silva A sentença (1) é composta por um nome próprio, ‘Lula’, e
um predicado, ‘... é brasileiro’. Em lógica, para evitar o uso de
LÓGICA SENTENCIAL E DE PRIMEIRA ORDEM ‘...’, usamos uma variável para marcar o(s) lugar(es) em que
podemos completar um predicado. Aqui, expressões do tipo x
é brasileiro designam predicados. Considere agora a senten-

Matemática 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ça (2) Xuxa é mãe de Sasha. FV

A sentença (2) pode ser analisada de três maneiras dife- A negação simplesmente troca o valor de verdade da sen-
rentes, que correspondem a três predicados diferentes que tença. Uma sentença verdadeira, quando negada, produz
podem ser formados a partir de (2): uma sentença falsa, e vice-versa.
(2a) x é mãe de Sasha;
(2b) Xuxa é mãe de x; Há diferentes maneiras de negar uma sentença atômica
(2c) x é mãe de y. em português. Considere a sentença verdadeira
(5) Lula é brasileiro.
Do ponto de vista lógico, em (2c) temos o que é chamado
de um predicado binário, isto é, um predicado que, diferente- As sentenças
mente de x é brasileiro, deve completado por dois nomes (6) Não é o caso que Lula é brasileiro,
próprios para formar uma sentença. (7) Não é verdade que Lula é brasileiro
e
As sentenças (1) e (2) acima são denominadas sentenças (8) É falso que Lula é brasileiro
atômicas. Uma sentença atômica é uma sentença formada são diferentes maneiras de negar (5). Como (5) é uma
por um predicado com um ou mais espaços vazios, sendo sentença atômica, podemos também negar (5) por meio da
todos os espaços vazios completados por nomes próprios. sentença
Sentenças atômicas não contêm nenhum dos operadores (9) Lula não é brasileiro.
lógicos e, ou, se...então etc., nem os quantificadores todo,
nenhum, algum etc. A negação em (9) é denominada negação predicativa,
pois nega o predicado, ao passo que em (6) há uma negação
Sentenças moleculares são sentenças formadas com o sentencial porque toda a sentença é negada. No caso de
auxílio dos operadores sentenciais. Exemplos de sentenças sentenças atômicas, a negação predicativa é equivalente à
moleculares são negação sentencial, mas veremos que isso não ocorre com
(3) Lula é brasileiro e Zidane é francês, sentenças moleculares e sentenças com quantificadores.
(4) Se você beber, não dirija, Note que negar duas vezes uma sentença equivale a a-
(5) João vai à praia ou vai ao clube. firmar a própria sentença. A negação de
(5) Lula é brasileiro
3. A interpretação vero-funcional dos operadores senten- é
ciais (9) Lula não é brasileiro,
Os operadores sentenciais que estudaremos aqui são as e a negação de (9),
partículas do português não, ou, e, se...então, se, e somente (10) Não é o caso que Lula não é brasileiro, é a negação
se. A lógica sentencial interpreta esses operadores como da negação de (5), que é equivalente à própria sentença (5).
funções de verdade ou vero-funcionalmente. Isso significa
que eles operam apenas com os valores de verdade dos 5. A conjunção
seus operandos, ou em outras palavras, o valor de verdade Uma sentença do tipo A e B é denominada uma conjun-
de uma sentença formada com um dos operadores é deter- ção. Considere-se a sentença
minado somente pelos valores de verdade das sentenças que (11) João foi à praia e Pedro foi ao futebol.
a constituem. A sentença (1) é composta por duas sentenças,
(12) João foi à praia
Os operadores sentenciais se comportam de uma manei- e
ra análoga às funções matemáticas. Estas recebem números (13) Pedro foi ao futebol
como argumentos e produzem números como valores. Os conectadas pelo operador lógico e. Na interpretação vero-
operadores sentenciais são funções porque recebem valores funcional do operador e, o valor de verdade de (11) depende
de verdade como argumentos e produzem valores de verda- apenas dos valores de verdade das sentenças (12) e (13). É
de. Considere-se a seguinte função matemática: fácil perceber que (11) é verdadeira somente em uma situa-
(4) y =x + 1. ção: quando (12) e (13) são ambas verdadeiras. A tabela de
verdade de uma conjunção A e B é a seguinte:
Dizemos que y =f(x), isto é, ‘y é função de x’, o que sig- ABAeB
nifica que o valor de y depende do valor atribuído a x. VVV
Quando x =1, y =2; VFF
x =2, y =3; FVF
x = 3, y =4, FFF
e assim por diante. Analogamente a uma função matemá-
tica, uma função de verdade recebe valores de verdade como Note que, na interpretação vero-funcional da conjunção, A
argumentos e produz valores de verdade como valores. e B é equivalente a B e A. Não faz diferença alguma afirmar-
mos (11) ou (14) Pedro foi ao futebol e João foi à praia.
As chamadas tabelas de verdade mostram como os ope-
radores da lógica sentencial funcionam. É importante observar que a interpretação vero-funcional
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em
No lado esquerdo da tabela de verdade temos as senten- português. A sentença
ças a partir das quais a sentença composta foi formada – no (15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
caso da negação, uma única sentença. O valor produzido quivalente a
pela função de verdade está na coluna da direita. As letras V (16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho.
e F representam os valores de verdade verdadeiro e falso.
Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é
4. A negação uma função de verdade.
Comecemos pelo operador sentencial mais simples, a ne-
gação. A tabela de verdade da negação de uma sentença A é 6. A disjunção
A não A Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun-
VF ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.

Matemática 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ambas tomam dois valores de verdade como argumentos e Em (23) a verdade tanto de A quanto de B é afirmada. No-
produzem um valor de verdade como resultado. Começarei te que o que vem depois do ‘logo’ é afirmado como verdadei-
pela disjunção inclusiva. Considere-se a sentença ro e é a conclusão do argumento. Já em (24), nada se diz
(17) Ou João vai à praia ou João vai ao clube, que é for- acerca da verdade de A, nem de B. (24) diz apenas que se A
mada pela sentenças é verdadeira, B também será verdadeira. Note que apesar de
(18) João vai à praia uma condicional e um argumento serem coisas diferentes
e usamos uma terminologia similar para falar de ambos. Em
(19) João vai ao clube combinadas pelo operador ou. A (23) dizemos que A é o antecedente do argumento, e B é o
sentença (17) é verdadeira em três situações: conseqüente do argumento. Em (24), dizemos que A é o
(i) João vai à praia e também vai ao clube; antecedente da condicional, e B é o conseqüente da condi-
(ii) João vai à praia mas não vai ao clube e cional.
(iii) João não vai à praia mas vai ao clube.
Da mesma forma que analisamos o e e o ou como fun-
A tabela de verdade da disjunção inclusiva é a seguinte: ções de verdade, faremos o mesmo com a condicional. Anali-
A B A ou B sada vero-funcionalmente, a condicional é denominada con-
VVV dicional material.
VFV
FVV Quando analisamos a conjunção, vimos que a interpreta-
FFF ção vero-funcional do operador sentencial e não corresponde
exatamente ao uso que dela fazemos na linguagem natural.
No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é verda- Isso ocorre de modo até mais acentuado com o operador
deira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou se...então. Na linguagem natural, geralmente usamos
quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva se...então para expressar uma relação entre os conteúdos de
admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente A e B, isto é, queremos dizer que A é uma causa ou uma
verdadeiras. explicação de B. Isso não ocorre na interpretação do
se...então como uma função de verdade. A tabela de verdade
No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- da condicional material é a seguinte:
dadeira apenas em duas situações: A B se A, então B
(i) A é verdadeira e B é falsa; VVV
(ii) B é verdadeira e A e falsa. VFF
FVV
Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem FFV
ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
disjunção exclusiva é Uma condicional material é falsa apenas em um caso:
A B A ou B quando o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso.
VVF
VFV A terceira e a quarta linhas da tabela de verdade da con-
FVV dicional material costumam causar problemas para estudan-
FFF tes iniciantes de lógica. Parece estranho que uma condicional
seja verdadeira sempre que o antecedente é falso, mas ve-
Um exemplo de disjunção exnclusiva é remos que isso é menos estranho do que parece.
(20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
que é formada a partir das sentenças: Suponha que você não conhece Victor, mas sabe que
(21) o PMDB receberá o ministério da saúde; Victor é um parente do seu vizinho que acabou de chegar da
(22) o PP receberá o ministério da saúde. França. Você não sabe mais nada sobre Victor. Agora consi-
dere a sentença:
Quando se diz que um determinado partido receberá um (25) Se Victor é carioca, então Victor é brasileiro.
ministério, isso significa que um membro de tal partido será
nomeado ministro. Posto que há somente um ministro da O antecedente de (25) é (26) Victor é carioca e o conse-
saúde, não é possível que (21) e (22) sejam simultaneamente qüente é (27) Victor é brasileiro.
verdadeiras. O ou da sentença (20), portanto, é exclusivo.
A sentença (25) é verdadeira, pois sabemos que todo ca-
Na lógica simbólica, são usados símbolos diferentes para rioca é brasileiro. Em outras palavras, é impossível que al-
designar o ou inclusivo e o exclusivo. No latim, há duas pala- guém simultaneamente seja carioca e não seja brasileiro. Por
vras diferentes, vel para a disjunção inclusiva e aut para a esse motivo, a terceira linha da tabela de verdade, que torna-
exclusiva. No português isso não ocorre. Na maioria das ria a condicional falsa, nunca ocorre.
vezes é apenas o contexto que deixa claro se se trata de uma
disjunção inclusiva ou exclusiva. Descartada a terceira linha, ainda há três possibilidades,
que correspondem às seguintes situações:
Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e (a) Victor é carioca.
B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo (b) Victor é paulista.
quanto para o exclusivo. (c) Victor é francês.

7. A condicional Suponha que Victor é carioca. Nesse caso, o antecedente


Uma condicional é uma sentença da forma se A, então B. e o conseqüente da condicional são verdadeiros.
A é denominado o antecedente e B o conseqüente da condi-
cional. Temos a primeira linha da tabela de verdade. Até aqui
não há problema algum.
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a diferença
entre um argumento (23) A, logo B e uma condicional (24) se Suponha agora que Victor é paulista. Nesse caso, o ante-
A, então B. cedente da condicional (26) Victor é carioca é falso, mas o
conseqüente (27) Victor é brasileiro é verdadeiro.

Matemática 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(33) Se não A, então não B e sua contrapositiva (34) Se
Temos nesse caso a terceira linha da tabela de verdade não B, então não A.
da condicional. Note que a condicional (25) continua sendo
verdadeira mesmo que Victor seja paulista, isto é, quando o Há dois pontos importantes sobre as sentenças acima
antecedente é falso. que precisam ser observados. Vimos que A e B e B e A,
assim como A ou B e B ou A são equivalentes. Entretanto, se
Por fim, suponha que Victor é francês. Nesse caso, tanto A, então B e se B então A NÃO SÃO EQUIVALENTES!!!
(26) Victor é carioca quanto (27) Victor é brasileiro são falsas.
Temos aqui a quarta linha da tabela de verdade da condicio- Isso pode ser constatado facilmente pela construção das
nal material. Mas, ainda assim, a sentença (25) é verdadeira. respectivas tabelas de verdade, que fica como exercício para
o leitor. Mas pode ser também intuitivamente percebido. Con-
Vejamos outro exemplo. Considere a condicional sidere as sentenças: (35) Se João é carioca, João é brasileiro
(28) Se Pedro não jogar na loteria, não ganhará o prêmio. e
(36) Se João é brasileiro, João é carioca.
Essa é uma condicional verdadeira. Por quê? Porque é
impossível (em uma situação normal) o antecedente ser ver- Enquanto a sentença (35) é verdadeira, é evidente que
dadeiro e o conseqüente falso. Isto é, não é possível Pedro (36) pode ser falsa, pois João pode perfeitamente ser brasilei-
não jogar e ganhar na loteria. Fica como exercício para o ro sem ser carioca.
leitor a construção da tabela de verdade de (28).
Uma condicional se A, então B e sua contrapositiva se
Não é difícil perceber, em casos como (25) e (28) acima, não B, então não A são equivalentes. Isso pode ser constata-
por que uma condicional é verdadeira quando o antecedente do pela construção da tabela de verdade, que fica como um
é falso. O problema é que, sendo a condicional material uma exercício para o leitor. Mas note que a contrapositiva de (35),
função de verdade, coisas como (29) se 2 + 2 = 5, então a (37) Se João não é brasileiro, não é carioca, é verdadeira nas
Lua é de queijo são verdadeiras. Sem dúvida, esse é um mesmas circunstâncias em que (35) é verdadeira. A diferença
resultado contra-intuitivo. Note que toda condicional material entre (35) e (37) é que (35) enfatiza que ser carioca é condi-
com antecedente falso será verdadeira. Mas no uso corrente ção suficiente para ser brasileiro, enquanto (37) enfatiza que
da linguagem normalmente não formulamos condicionais com ser brasileiro é condição necessária para ser carioca. Isso
o antecedente falso. ficará mais claro na seção sobre condições necessárias e
suficientes.
Mas cabe perguntar: se a condicional material de fato não
expressa todos os usos do se...então em português e, além 9. Negações
disso, produz resultados contra-intuitivos como a sentença Agora nós vamos aprender a negar sentenças construí-
(29), por que ela é útil para o estudo de argumentos construí- das com os operadores sentenciais.
dos com a linguagem natural? A resposta é muito simples. O
caso em que a condicional material é falsa, a segunda linha Negar uma sentença é o mesmo afirmar que a sentença é
da tabela de verdade, corresponde exatamente ao caso em falsa. Por esse motivo, para negar uma sentença construída
que, no uso corrente da linguagem, uma sentença se A, en- com os operadores sentenciais e, ou e se...então, basta afir-
tão B é falsa. Considere-se a sentença (30) Se Lula conse- mar a(s) linha(s) da tabela de verdade em que a sentença é
guir o apoio do PMDB, então fará um bom governo. falsa.

Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque 9a. Negação da disjunção
tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu-
causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, entre- siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
tanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o seu que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis-
mandato, mas ainda assim faz um mau governo. Nesse caso, junção, nós precisamos dizer que A é falsa e também que B é
em que o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso, falsa, isto é, não A e não B. Fica como exercício para o leitor
(30) é falsa. a construção das tabelas de verdade de A ou B e não A e
não B para constatar que são idênticas.
Abaixo, você encontra diferentes maneiras de expressar, (1) João comprou um carro ou uma moto.
na linguagem natural, uma condicional se A, então B, todas
equivalentes. A negação de (1) é:
Se A, B (2) João não comprou um carro e não comprou uma moto,
B, se A ou
Caso A, B (3) João nem comprou um carro, nem comprou uma moto.
B, caso A
Na linguagem natural, freqüentemente formulamos a ne-
As expressões abaixo também são equivalentes a se A, gação de uma disjunção com a expressão nem...nem. Nem
então B: A, nem B significa o mesmo que não A e não B.
A, somente se B (4) O PMDB receberá o ministério da saúde ou o PP re-
Somente se B, A ceberá o ministério da cultura.
A é condição suficiente para B A negação de (4) é:
B é condição necessária para A,mas elas serão vistas (5) Nem o PMDB receberá o ministério da saúde, nem o
com mais atenção na seção sobre condições necessárias e PP receberá o ministério da cultura.
suficientes.
Exercício: complete a coluna da direita da tabela abaixo
8. Variantes da condicional material com a negação das sentenças do lado esquerdo.
Partindo de uma condicional DISJUNÇÃO NEGAÇÃO
(31) Se A, então B A ou B não A e não B
podemos construir sua conversa, A ou não B
(32) Se B, então A não A ou B
sua inversa não A ou não B

Matemática 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d) x < 2
9b. Negação da conjunção e) x #2
Por um raciocínio análogo ao utilizado na negação da dis-
junção, para negar uma conjunção precisamos afirmar os 07. (ABC) A negação de todos os gatos são pardos é:
casos em que a conjunção é falsa. Esses casos são a se- a) nenhum gato é pardo;
gunda, a terceira e a quarta linhas da tabela de verdade. Isto b) existe gato pardo;
é, A e B é falsa quando: c) existe gato não pardo;
(i) A é falsa, d) existe um e um só gato pardo;
(ii) B é falsa ou e) nenhum gato não é pardo.
(iii) A e B são ambas falsas.
08. (ABC) Se A negação de o gato mia e o rato chia é:
É fácil perceber que basta uma das sentenças ligadas pe- a) o gato não mia e o rato não chia;
lo e ser falsa para a conjunção ser falsa. A negação de A e B, b) o gato mia ou o rato chia;
portanto, é não A ou não B. Fica como exercício para o leitor c) o gato não mia ou o rato não chia;
a construção das tabelas de verdade de A e B e não A ou d) o gato e o rato não chiam nem miam;
não B para constatar que são idênticas. e) o gato chia e o rato mia.

Exemplos de negações de conjunções: 09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B =
(6) O PMDB receberá o ministério da saúde e o ministério 5". Pode-se concluir que:
da cultura. a) se A 2 antão B 5
A negação de (6) é b) se A = 5 então B = 2
(6a) Ou PMDB não receberá o ministério da saúde, ou c) se B 5 então A 2
não receberá o ministério da cultura. d) se A = 2 então B = 2
(7) Beba e dirija. e) se A = 5 então B 2
A negação de (7) é
(7a) não beba ou não dirija. 10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma
família. Das afirmações a seguir, referentes às pessoas reu-
Fonte: http://abilioazambuja.sites.uol.com.br/1d.pdf
nidas, a única necessariamente verdadeira é:
QUESTÕES I a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
01. Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição b) pelo menos duas delas são do sexo feminino;
Ronaldo é carioca, traduzir para a linguagem corrente as c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês;
seguintes proposições: d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
a) ~q e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro.
b) p ^ q
c) p v q Resolução:
d) p " q
e) p " (~q) 01. a) Paulo não é paulista.
b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca.
02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposi- c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca.
ção Ricardo fala italiano traduzir para a linguagem simbólica d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
as seguintes proposições: e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano. 02. a) p ^ q
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano. b) (~p) v p
c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês.
c) q " p
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano.
d) (~p) ^ (~q)
03. (UFB) Se p é uma proposição verdadeira, então: 03. B 04. C 05. A 06. C
a) p ^ q é verdadeira, qualquer que seja q;
b) p v q é verdadeira, qualquer que seja q; 07. C 08. C 09. C 10. C
c) p ^ q é verdadeira só se q for falsa; http://www.coladaweb.com/matematica/logica
d) p =>q é falsa, qualquer que seja q
e) n.d.a. JULGUE SE É PROPOSIÇÃO E JUSTIFIQUE:
1. Paulo é alto.
04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3 2. Ele foi o melhor jogador da copa.
então y = 7". Pode-se concluir que: 3. x > y
a) se x 3 antão y 7 4. Rossana é mais velha que Marcela?
b) se y = 7 então x = 3 5. Mário é pintor
c) se y 7 então x 3 6. x + 2 = 5
d) se x = 5 então y = 5 7. 3 + 4 = 9
e) se x = 7 então y = 3 8. É um péssimo livro de geografia
9. Se x é um número primo então x é um número real
05. (ABC) Assinale a proposição composta logicamente ver- 10. x é um número primo.
dadeira:
a) (2 = 3) => (2 . 3 = 5) GABARITO
b) (2 = 2) => (2 . 3 = 5) 1.proposição
c) (2 = 3) e (2 . 3 = 5) 2. vaga ou sentença aberta
d) (2 = 3) ou (2 . 3 = 5) 3.sentença aberta
e) (2 = 3) e (~ ( 2= 2)) 4. interrogativa
06. (UGF) A negação de x > -2 é: 5. proposição
a) x > 2 6. sentença aberta
b) x #-2 7. proposição
c) x < -2 8. proposição

Matemática 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


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9. proposição ( variável não livre ) ESTRUTURAS LÓGICAS
10. sentença aberta ou imperativa

TESTES As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser com-


1. Julgue se a afirmação a seguir é CERTA ou postas por proposições que provam, dão suporte, dão razão
ERRADA. a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensa-
Há duas proposições no seguinte conjunto de mento de sentindo completo. Essas proposições podem ter
sentenças: um sentindo positivo ou negativo.
I – O BB foi criado em 1980.
II – Faça seu trabalho corretamente. Exemplo 1: João anda de bicicleta.
III – Manuela tem mais de 40 anos de idade.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.
2. Julgue com CERTO ou ERRADO:
Na lista de frases apresentadas a seguir, há
Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirma-
exatamente três proposições.
ção/proposição.
“a frase dentro destas aspas é uma mentira”
A expressão x + y é positiva
O valor de + 3 = 7 A base das estruturas lógicas é saber o que é verdade
Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira. ou mentira (verdadeiro/falso).
O que é isto?
Os resultados das proposições SEMPRE tem que dar
3. Agente Fiscal de Rendas – Nível I / SP 2006 verdadeiro.
– FCC
Considere as seguintes frases: Há alguns princípios básicos:
I – Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005.
II – (x + y) / 5 é um número inteiro Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e
III – João da Silva foi o Secretário da Fazenda do falsa ao mesmo tempo.
Estado de São Paulo em 2000.
É verdade que APENAS Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas con-
a) I e II são sentenças abertas traditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição
b) I e III são sentenças abertas ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico
c) II e III são sentenças abertas (“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira).
d) I é uma sentença aberta
e) II é uma sentença aberta Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”.
Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil).
4. Das cinco frases abaixo, quatro delas têm
uma mesma característica lógica em comum,
enquanto uma delas não tem essa Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se
característica. os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam a
I – Que belo dia! veracidade das informações e unem as proposições uma a
II – Um excelente livro de raciocínio lógico. outra ou as transformam numa terceira proposição.
III – O jogo terminou empatado? Veja abaixo:
IV – Existe vida em outros planetas do universo. (~) “não”: negação
V – Escreva uma poesia. (Λ) “e”: conjunção
A frase que não possui essa característica (V) “ou”: disjunção
comum é a (→) “se...então”: condicional
a) I (↔) “se e somente se”: bicondicional
b) II Agora, vejamos na prática como funcionam estes conecti-
c) III vos:
d) IV Temos as seguintes proposições:
e) V O Pão é barato. O Queijo não é bom.
A letra P, representa a primeira proposição e a letra Q, a
5. CESPE (Adaptado) – JULGUE COM CERTO segunda. Assim, temos:
OU ERRADO: P: O Pão é barato.
Das cinco (5) afirmações abaixo, três delas Q: O Queijo não é bom.
são proposições. NEGAÇÃO (símbolo ~):
I – Mariana mora em Piúma.
II – Em Vila Velha, visite o Convento da Penha. Quando usamos a negação de uma proposição inverte-
III – A expressão algébrica x + y é positiva. mos a afirmação que está sendo dada. Veja os exemplos:
IV – Se Joana é economista, então ela não
entende de políticas públicas. Ex1. : ~P (não P): O Pão não é barato. (É a negação lógi-
V – A SEGER oferece 220 vagas em concurso ca de P)
público.
~Q (não Q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de Q)
GABARITO
1. certa Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a nega-
2. errada ção vira falsa.
3.A
4.D Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vi-
5. certa ra verdadeira.

Matemática 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Regrinha para o conectivo de negação (~): BICONDICIONAL (símbolo ↔)

P ~P O resultado dessas proposições será verdadeiro se e so-


V F mente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as
duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para
F V “Q”
CONJUNÇÃO (símbolo Λ):
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo
não é bom.) ↔ = “se e somente se”
Este conectivo é utilizado para unir duas proposições for-
mando uma terceira. O resultado dessa união somente será
Regrinha para o conectivo bicondicional (↔):
verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem verdadei-
ras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será
P Q P↔Q
FALSO.
V V V
Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ = V F F
“e”
F V F
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ): F F V

P Q PΛQ Fonte: http://www.concursospublicosonline.com/


V V V
TABELA VERDADE
V F F
Tabela-verdade, tabela de verdade ou tabela veritativa
é um tipo de tabela matemática usada em Lógica para
F V F determinar se uma fórmula é válida ou se um sequente é
correto.
F F F
As tabelas-verdade derivam do trabalho de Gottlob Frege,
Charles Peirce e outros da década de 1880, e tomaram a
DISJUNÇÃO (símbolo V):
forma atual em 1922 através dos trabalhos de Emil Post e
Ludwig Wittgenstein. A publicação do Tractatus Logico-
Este conectivo também serve para unir duas proposições. Philosophicus, de Wittgenstein, utilizava as mesmas para
O resultado será verdadeiro se pelo menos uma das proposi- classificar funções veritativas em uma série. A vasta
ções for verdadeira. influência de seu trabalho levou, então, à difusão do uso de
tabelas-verdade.
Ex3.: P V Q. (Ou o Pão é barato ou o Queijo não é bom.)
V = “ou” Como construir uma Tabela Verdade
Uma tabela de verdade consiste em:
Regrinha para o conectivo de disjunção (V):
1º) Uma linha em que estão contidos todas as
P Q PVQ
subfórmulas de uma fórmula. Por exemplo, a fórmula
V V V ¬((A∧ B)→C) tem o seguinte conjuntos de subfórmulas:
V F V
{ ¬((A∋B)→C) , (A∧ B)→C , A∧ B , A , B , C}
F V V
F F F 2º) l linhas em que estão todos possíveis valores que os
termos podem receber e os valores cujas as fórmulas
moleculares tem dados os valores destes termos.

CONDICIONAL (símbolo →) O número destas linhas é l = nt , sendo n o número de


valores que o sistema permite (sempre 2 no caso do Cálculo
Este conectivo dá a ideia de condição para que a outra Proposicional Clássico) e t o número de termos que a fórmula
proposição exista. “P” será condição suficiente para “Q” e “Q” contém. Assim, se uma fórmula contém 2 termos, o número
é condição necessária para “P”. de linhas que expressam a permutações entre estes será 4:
um caso de ambos termos serem verdadeiros (V V), dois
Ex4.: P → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F , F V) e
bom.) → = “se...então” um caso no qual ambos termos são falsos (F F). Se a fórmula
contiver 3 termos, o número de linhas que expressam a
Regrinha para o conectivo condicional (→): permutações entre estes será 8: um caso de todos termos
serem verdadeiros (V V V), três casos de apenas dois termos
P Q P→Q serem verdadeiros (V V F , V F V , F V V), três casos de
apenas um dos termos ser verdadeiro (V F F , F V F , F F V)
V V V e um caso no qual todos termos são falsos (F F F).
V F F
F V V
F F V

Matemática 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Tabelas das Principais Operações do Cálculo A B A((B
Proposicional Dei
V V F
Negação
V F V
F V V
A ~A
F F F
V F
Adaga de Quine (NOR)
F V
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos
A negação da proposição "A" é a proposição "~A", de são falsos
maneira que se "A" é verdade então "~A" é falsa, e vice-
versa. A B A((B A↓B
V V V F
Conjunção (E) V F V F
F V V F
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos
são verdadeiros F F F V
Como usar tabelas para verificar a validade de
A B A^B argumentos
V V V
Verifique se a conclusão nunca é falsa quando
V F F as premissas são verdadeiros. Em caso positivo, o
F V F argumento é válido. Em caso negativo, é inválido.
F F F
Alguns argumentos válidos
Disjunção (OU)
Modus ponens
A disjunção é falsa se, e somente se ambos os operandos
forem falsos

A B A→B

A B AvB V V V
V F F
V V V
F V V
V F V
F F V
F V V
F F F Modus tollens

Condicional (Se... Então) [Implicação]

A conjunção é falsa se, e somente se, o primeiro


operando é verdadeiro e o segundo operando é falso A B ¬A ¬B A→B
V V F F V
A B A→B V F F V F
V V V F V V F V
V F F F F V V V
F V V
F F V

Bicondicional (Se e somente se) [Equivalência] Silogismo Hipotético

A conjunção é verdadeira se, e somente se, ambos


operandos forem falsos ou ambos verdadeiros
A B C A→B B→C A→C
A B A↔B
V V V V V V
V V V
V V F V F F
V F F
V F V F V V
F V F
V F F F V F
F F V
F V V V V V
DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (OU... OU XOR) F V F V F V
F F V V V V
A conjunção é verdadeira se, e somente se, apenas um F F F V V V
dos operandos for verdadeiro

Matemática 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Algumas falácias
Indica que os dois
Afirmação do conseqüente conjuntos tem alguns
elementos em co-
Se A, então B. (A→B) mum, mas não todos.

B.
Indica que não exis-
Logo, A. tem elementos co-
muns entre os con-
A B A→B juntos.
V V V
V F F
F V V
OBS: CONSIDERE QUE O TAMANHO DOS CÍRCULOS
F F V NÃO INDICA O TAMANHO RELATIVO DOS CONJUNTOS.

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,


Comutação dos Condicionais INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.

A implica B. (A→B) 1. Introdução

Logo, B implica A. (B→A) Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de


Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
A B A→B B→A
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
V V V V mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
V F F V modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
F V V F seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
raciocínio.
F F V V
Fonte: Wikipédia Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
DIAGRAMAS LÓGICOS ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estudar
o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
História sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi- prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
da passada em sua origem. sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770, no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
diagramas ao explicar o significado das quatro proposições ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
categóricas: raciocínio”.
Todo A é B.
Algum A é B. Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
Nenhum A é B. la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
Algum A não é B. ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
Venn (1834 – 1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas, derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
utilizando sempre círculos. Desta forma, hoje conhecemos relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua
como diagramas de Euler/Venn. obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi
formulado etc.
Tipos
Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini-
Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois ções e outras referências à lógica:
diferentes conjuntos:
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos
Indica que um con- permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio
junto está ompleta- ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain).
mente contido no
outro, mas o inverso “A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados pa-
não é verdadeiro. ra distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi).

“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas


como deve ser” (Edmundo D. Nascimento).

“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,


sua história demonstra o poder que a mesma possui quando

Matemática 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como o Três são as principais operações do intelecto humano: a
fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico simples apreensão, os juízos e o raciocínio.
ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
ler). A simples apreensão consiste na captação direta (atra-
vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de
1.1. Lógica formal e Lógica material uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que,
Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter-
estudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: mos, p. ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”).
a da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a
da lógica material, também conhecida como “lógica maior”. O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do (falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposições
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con- orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre a
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati- mesa da sala”
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
de realidade dos fatos. No entanto, o erro não está no seu Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
aspecto formal e, sim, na sua matéria. Por exemplo, partindo e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
das premissas que tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
(1) todos os brasileiros são europeus sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
e que
(2) Pedro é brasileiro,
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que Quando os raciocínios são organizados com técnica e ar-
(3) Pedro é europeu. te e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a expe- dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
riência nos diz que a premissa é falsa. gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
de convencer mediante o discurso.
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aqui-
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria lo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
dos casos, processa formalmente informações nele previa- decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
valor empírico de tais informações. propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
com as convicções daquele a quem se tenta convencer. Mui-
Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das tas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom argu-
operações do pensamento à realidade, de acordo com a mento opiniões que, na verdade, não passam de preconcei-
natureza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, inte- tos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras formas
ressa que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no argu-
que também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdo mentar, associada à desatenção ou à ignorância de quem
corresponda à natureza do objeto a que se refere. Neste ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.
caso, trata-se da correspondência entre pensamento e reali-
dade. Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou
de dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade mate- forte etc.
rial. A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria-
forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o mente, manter-se num plano distante da existência humana,
conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri- desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, tem- argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo-
se a verdade. ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En-
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten-
à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela- tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização
cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor- do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático.
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas,
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que 1.3. Inferência Lógica
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma ciocínio válido, visando à verdade.
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade
1.2. Raciocínio e Argumentação quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo,
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos

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de frases: as assertivas e as não assertivas, que também Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua
podem ser chamadas de proposições ou juízos. non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa
ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe-
Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos: rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto
“a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral
frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda- devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento
deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso deve respeitá-los. São eles:
das interrogações ou das frases que expressam estados
emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo). identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma vez
conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-se ao
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina- longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de um
das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, constitu- homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
indo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo: Antônio.

(1) Não há crime sem uma lei que o defina; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são;
(3) logo, não é crime matar ET’s.
c) Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o fal-
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
so e o verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verda-
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
deiro. Ou está chovendo ou não está, não é possível um
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
terceiro termo: está meio chovendo ou coisa parecida.
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis- A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
sas) deve levar a conclusões óbvias. princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
1.4. Termo e Conceito
admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
como também ao indeterminado.
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala-
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi-
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
Os jaguares são quadrúpedes; posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
Meu carro é um Jaguar alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
logo, meu carro é um quadrúpede. de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
longo do raciocínio, por isso, não tem validade.
sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí-
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen- efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”, persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de lógico do raciocínio empregado na argumentação.
vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo,
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um
dotado de duas características fundamentais: ter premissas
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo.
aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria-
das.
Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo
“mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às
Dos raciocínios mais empregados na argumentação, me-
quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma
recem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
nota característica comum a todos os elementos do conjunto,
três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental.
tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada
pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino
discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou
pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
aquela cuja trajetóriaexistencial destaca-se pela bondade,
fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
virtude, afetividade e equilíbrio.
autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
formal.
Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre-
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
manifestação de quem emite o juízo, o significado dos termos
raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
empregados no discurso.
como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
1.5. Princípios lógicos

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Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade- Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per-
quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o fume francês e é um bom advogado;
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
como argumento contra a existência da alma o fato de esta Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês;
nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do corpo logo, deve ser um bom advogado.
humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon- b) O número de aspectos semelhantes entre uma situa-
trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti- ção e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos
vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequado semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati-
para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de vo."
ordem metafísica, não física.
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
2.1. Raciocínio analógico com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a de vida.
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No ra- Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
ciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando
da vivência direta ou indireta da situação-referência.
c) Não devem existir divergências marcantes na compa-
ração.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto comparação.."
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado,
Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também
ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria marinha não
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e
está tendo sucesso porque troveja muito.
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do
empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou
de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o sa-
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come- lário mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros,
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer- tal como os operários suíços, também recebe um salário
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi- bem, como os suíços.
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun- Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba- derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314). o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
A força de uma analogia depende, basicamente, de três conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
aspectos: isto caso cumpram-se as exigências acima.

a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral
importantes; do raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
b) o número de elementos semelhantes entre uma situa- que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces-
ção e outra deve ser significativo; sariamente válida.
c) não devem existir divergências marcantes na compara-
ção. O esquema básico do raciocínio analógico é:
No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, A é N, L, Y, X;
casos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões B, tal como A, é N, L, Y, X;
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a motor A é, também, Z
é um meio de transporte que necessita de um condutor. Este, logo, B, tal como A, é também Z.
tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom
senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
seu papel. gico é precário, ele é muito importante na formulação de
hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con-
Aplicação das regras acima a exemplos: tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante pro-
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re- cedimentos indutivos ou dedutivos.
levantes, não imaginários ou insignificantes.tc
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e professor de ciência da computação da Universidade de
relevantes, não imaginários ou insignificantes." Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no da
genética. Assim como na natureza espécies diferentes po-
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
dem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento gené-
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
tico - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na informá-
roupas de sua filha.
tica, também o cruzamento de programas pode contribuir
para montar um programa mais adequado para resolver um
determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa mais

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bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies: uma Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser
com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland. “Para aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de
resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos um pro- um grupo ou de uma classe tendo como modelo o comporta-
grama que dê conta de uma parte do problema e cruzamos mento de alguns de seus componentes:
com outro programa que solucione outra parte. Entre as vá-
rias soluções possíveis, selecionam-se aquelas que parecem 1. Adriana é mulher e dirige mal;
mais adequadas. Esse processo se repete por várias gera- Ana Maria é mulher e dirige mal;
ções - sempre selecionando o melhor programa - até obter o Mônica é mulher e dirige mal;
descendente que mais se adapta à questão. É, portanto, Carla é mulher e dirige mal;
semelhante ao processo de seleção natural, em que só so- logo, todas as mulheres dirigem mal.
brevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, 19/10/95, 1º cad., 2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
p. 12). Fernando é político e é corrupto;
Paulo é político e é corrupto;
Estevão é político e é corrupto;
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- logo, todos os políticos são corruptos.
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de ra-
ciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta-
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe-
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução.
Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos
Ainda que alguns autores considerem a analogia como para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada. Um
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da descoberta
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos, acredita-
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma va-se que todos os cisnes fossem brancos porque todos os
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibili- até então observados eram brancos. Ao ser visto o primeiro
dade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos e, cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra.
na maioria dos casos, também da verificação experimental.
Como dificilmente são investigados todos os casos possíveis, 2.2.1. Procedimentos indutivos
acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen- indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen-
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien-
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que te e o da indução por enumeração completa.
sejam indicadores da validade das generalizações contidas
nas conclusões. a. Indução por enumeração incompleta suficiente
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
B é A e é X; Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
C é A e também é X; como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
D é A e também é X; sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
E é A e também é X; não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em
logo, todos os A são X particular, os que foram enumerados são representativos do
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”)
particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
Aplicando o modelo: b. Indução por enumeração completa
A jararaca é uma cobra e não voa;
A caninana é uma cobra e também não voa; Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
A urutu é uma cobra e também não voa; baseado na enumeração completa.
A cascavel é uma cobra e também não voa;
logo, as cobras não voam. Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o-
corre quando:
Contudo,
b.a. todos os casos são verificados e contabilizados;
Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo,
ver um gato preto traz azar. Exemplos correspondentes às duas formas de indução
por enumeração completa:
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va-
lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um em cada uma delas foi constatada uma característica própria
caso particular discorde da generalização obtida das premis- desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probalida- se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
de de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece cabeça é um dos sintomas da dengue.
haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera
coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso, b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
há casos em que uma simples análise das premissas é sufi- xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
ciente para detectar a sua fraqueza.
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mesmo

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que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa cientí- sibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
fica. eventos naturais.

O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso são passíveis de conclusões inexatas.
pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou
ordenada. Observem-se os exemplos: Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
corrupção do cenário político brasileiro. contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
respeito à construção do conhecimento.
Depois da série de protestos realizados pela população,
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa- 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa,
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es-
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici-
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer, ências da analogia e da indução.
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
nação. do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral, para
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo, se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a pre-
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo missa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de raciocí-
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquanto nio:
alguns insinuavam a sua culpa, eu continuava seguro de sua
inocência. Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. uni-
versal
Premissa menor: Pedro é homem.
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen-
do empregando o método indutivo porque o argumento prin- Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu- podem-se tirar conclusões de cunho particular.
são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati- Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con- qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação, necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com- Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
portamento do amigo infere-se sua inocência. Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
Analogia, indução e probabilidade sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
a conclusão.
Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas
chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso 2.3.1. Construção do Silogismo
ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas. A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão)
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
moral e a natural. conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras
palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin- através da premissa menor e infere, necessariamente, uma
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma conclusão adequada.
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de-
nominador representa os casos possíveis e o numerador o Eis um exemplo de silogismo:
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai-
50% e a de dar coroa também é de 50%. or A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor

b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos Logo, a concussão é punível Conclusão


destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló-
alegre ou triste etc. gica, as premissas são chamadas de proposições que, por
sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo... que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior
receba bem, mas... é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na- ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na
turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (normal-
A previsão meteorológica é um exemplo particular de probali- mente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, punível
dade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da imprevi- é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e concus-
são é o menor.

Matemática 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2.3.1.1. As Regras do Silogismo Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser dese-
jados.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
relações entre os termos e as demais dizem respeito às rela- 7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A
ções entre as premissas. São elas: premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1.1.1. Regras dos Termos Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior, Conclusão: Alguns animais não voam.
médio e menor. Exemplo de formulação incorreta:
Exemplo de formulação correta: Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos. Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Termo Médio: Mimi é um gato. Conclusão: Alguns animais voam.
Termo Menor: Mimi é um mamífero. 8) De duas premissas particulares nada se conclui.
Exemplo de formulação incorreta: Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede. Premissa Maior: Mimi é um gato.
Termo Médio: Maria é uma gata(2). Premissa Menor: Um gato foi covarde.
Termo Menor: Maria é quadrúpede. Conclusão: (?)
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro Fonte: estudaki.files.wordpress.com/2009/03/logica-
termos ao invés de três. argumentacao.pdf

2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-


sos que os termos das premissas. A FUNDAÇÃO DA LÓGICA
Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todas as onças são ferozes. Anthony Kenny
Termo Médio: Nikita é uma onça. Universidade de Oxford
Termo Menor: Nikita é feroz.
Exemplo de formulação incorreta:
Muitas das ciências para as quais Aristóteles contribuiu
Termo Maior: Antônio e José são poetas.
foram disciplinas que ele próprio fundou. Afirma-o explicita-
Termo Médio: Antônio e José são surfistas.
mente em apenas um caso: o da lógica. No fim de uma das
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas.
suas obras de lógica, escreveu:
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos
os surfistas”.
No caso da retórica existiam muito es-
3) O predicado do termo médio não pode entrar na con- critos antigos para nos apoiarmos, mas no
clusão. caso da lógica nada tínhamos absoluta-
Exemplo de formulação correta: mente a referir até termos passado muito
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. tempo em laboriosa investigação.
Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei. As principais investigações lógicas de Aristóteles incidiam
Exemplo de formulação incorreta: sobre as relações entre as frases que fazem afirmações.
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. Quais delas são consistentes ou inconsistentes com as ou-
Termo Médio: Pedro é homem. tras? Quando temos uma ou mais afirmações verdadeiras,
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a que outras verdades podemos inferir delas unicamente por
lei. meio do raciocínio? Estas questões são respondidas na sua
A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i- obra Analíticos Posteriores.
noportuna.
4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em Ao contrário de Platão, Aristóteles não toma como ele-
sua extensão universal. mentos básicos da estrutura lógica as frases simples com-
Exemplo de formulação correta: postas por substantivo e verbo, como "Teeteto está sentado".
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida- Está muito mais interessado em classificar frases que come-
des. çam por "todos", "nenhum" e "alguns", e em avaliar as infe-
Termo Médio: Pedro é homem. rências entre elas. Consideremos as duas inferências seguin-
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades. tes:
Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Alguns homens são sábios. 1) Todos os gregos são europeus.
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens Alguns gregos são do sexo masculino.
Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios Logo, alguns europeus são do sexo masculino.
O predicado “homens” do termo médio não é universal,
mas particular. 2) Todas as vacas são mamíferos.
Alguns mamíferos são quadrúpedes.
2.3.1.1.2. Regras das Premissas Logo, todas as vacas são quadrúpedes.
5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
Exemplo de formulação incorreta:
As duas inferências têm muitas coisas em comum. São
Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
ambas inferências que retiram uma conclusão a partir de
Premissa Menor: Lulu não é um gato.
duas premissas. Em cada inferência há uma palavra-chave
Conclusão: (?).
que surge no sujeito gramatical da conclusão e numa das
6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu-
premissas, e uma outra palavra-chave que surge no predica-
são negativa.
do gramatical da conclusão e na outra premissa. Aristóteles
Exemplo de formulação incorreta:
dedicou muita atenção às inferências que apresentam esta
característica, hoje chamadas "silogismos", a partir da palavra

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grega que ele usou para as designar. Ao ramo da lógica que interligam as frases. Só alguns séculos mais tarde se pôde
estuda a validade de inferências deste tipo, iniciado por Aris- formalizar padrões de inferência como este: "Se não é de dia,
tóteles, chamamos "silogística". é de noite; mas não é de dia; portanto é de noite". Em segun-
do lugar, mesmo no seu próprio campo de acção, a lógica de
Uma inferência válida é uma inferência que nunca conduz Aristóteles não é capaz de lidar com inferências nas quais
de premissas verdadeiras a uma conclusão falsa. Das duas palavras como "todos" e "alguns" (ou "cada um" e "nenhum")
inferências apresentadas acima, a primeira é válida, e a se- surjam não na posição do sujeito, mas algures no predicado
gunda inválida. É verdade que, em ambos os casos, tanto as gramatical. As regras de Aristóteles não nos permitem deter-
premissas como a conclusão são verdadeiras. Não podemos minar, por exemplo, a validade de inferências que contenham
rejeitar a segunda inferência com base na falsidade das fra- premissas como "Todos os estudantes conhecem algumas
ses que a constituem. Mas podemos rejeitá-la com base no datas" ou "Algumas pessoas detestam os polícias todos". Só
"portanto": a conclusão pode ser verdadeira, mas não se 22 séculos após a morte de Aristóteles esta lacuna seria
segue das premissas. colmatada.

Podemos esclarecer melhor este assunto se conceber- A lógica é utilizada em todas as diversas ciências que A-
mos uma inferência paralela que, partindo de premissas ver- ristóteles estudou; talvez não seja tanto uma ciência em si
dadeiras, conduza a uma conclusão falsa. Por exemplo: mesma, mas mais um instrumento ou ferramenta das ciên-
cias. Foi essa a ideia que os sucessores de Aristóteles retira-
3)Todas as baleias são mamíferos. ram das suas obras de lógica, denominadas "Organon" a
Alguns mamíferos são animais terrestres. partir da palavra grega para instrumento.
Logo, todas as baleias são animais terrestres.
A obra Analíticos Anteriores mostra-nos de que modo a
Esta inferência tem a mesma forma que a inferência 2), lógica funciona nas ciências. Quem estudou geometria eucli-
como poderemos verificar se mostrarmos a sua estrutura por diana na escola recorda-se certamente das muitas verdades
meio de letras esquemáticas: geométricas, ou teoremas, alcançadas por raciocínio dedutivo
a partir de um pequeno conjunto de outras verdades chama-
das "axiomas". Embora o próprio Euclides tivesse nascido
4) Todo o A é B.
numa altura tardia da vida de Aristóteles, este método axio-
Algum B é C.
mático era já familiar aos geómetras, e Aristóteles pensava
Logo, todo o A é C.
que podia ser amplamente aplicado. A lógica forneceria as
regras para a derivação de teoremas a partir de axiomas, e
Uma vez que a inferência 3) conduz a uma falsa conclu- cada ciência teria o seu próprio conjunto especial de axio-
são a partir de premissas verdadeiras, podemos ver que a mas. As ciências poderiam ser ordenadas hierarquicamente,
forma do argumento 4) não é de confiança. Daí a não valida- com as ciências inferiores tratando como axiomas proposi-
de da inferência 2), não obstante a sua conclusão ser de ções que poderiam ser teoremas de uma ciência superior.
facto verdadeira.
Se tomarmos o termo "ciência" numa acepção ampla, a-
A lógica não teria conseguido avançar além dos seus pri- firma Aristóteles, é possível distinguir três tipos de ciências:
meiros passos sem as letras esquemáticas, e a sua utilização as produtivas, as práticas e as teóricas. As ciências produti-
é hoje entendida como um dado adquirido; mas foi Aristóteles vas incluem a engenharia e a arquitectura, e disciplinas como
quem primeiro começou a utilizá-las, e a sua invenção foi tão a retórica e a dramaturgia, cujos produtos são menos concre-
importante para a lógica quanto a invenção da álgebra para a tos. As ciências práticas são aquelas que guiam os compor-
matemática. tamentos, destacando-se entre elas a política e a ética. As
ciências teóricas são aquelas que não possuem um objectivo
Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina produtivo nem prático, mas que procuram a verdade pela
que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles verdade.
estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e
estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir Por sua vez, a ciência teórica é tripartida. Aristóteles no-
os bons silogismos dos maus. Começa por classificar indivi- meia as suas três divisões: "física, matemática, teologia"; mas
dualmente as frases ou proposições das premissas. Aquelas nesta classificação só a matemática é aquilo que parece ser.
que começam pela palavra "todos" são proposições univer- O termo "física" designa a filosofia natural ou o estudo da
sais; aquelas que começam com "alguns" são proposições natureza (physis); inclui, além das disciplinas que hoje inte-
particulares. Aquelas que contêm a palavra "não" são propo- graríamos no campo da física, a química, a biologia e a psico-
sições negativas; as outras são afirmativas. Aristóteles ser- logia humana e animal. A "teologia" é, para Aristóteles, o
viu-se então destas classificações para estabelecer regras estudo de entidades superiores e acima do ser humano, ou
para avaliar as inferências. Por exemplo, para que um silo- seja, os céus estrelados, bem como todas as divindades que
gismo seja válido é necessário que pelo menos uma premis- poderão habitá-los. Aristóteles não se refere à "metafísica";
sa seja afirmativa e que pelo menos uma seja universal; se de facto, a palavra significa apenas "depois da física" e foi
ambas as premissas forem negativas, a conclusão tem de ser utilizada para referenciar as obras de Aristóteles catalogadas
negativa. Na sua totalidade, as regras de Aristóteles bastam a seguir à sua Física. Mas muito daquilo que Aristóteles es-
para validar os silogismos válidos e para eliminar os inváli- creveu seria hoje naturalmente descrito como "metafísica"; e
dos. São suficientes, por exemplo, para que aceitemos a ele tinha de facto a sua própria designação para essa disci-
inferência 1) e rejeitemos a inferência 2). plina, como veremos mais à frente. Anthony Kenny

Aristóteles pensava que a sua silogística era suficiente


para lidar com todas as inferências válidas possíveis. Estava ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS
enganado. De facto, o sistema, ainda que completo em si
mesmo, corresponde apenas a uma fracção da lógica. E Desidério Murcho
apresenta dois pontos fracos. Em primeiro lugar, só lida com
as inferências que dependem de palavras como "todos" e É comum falar em argumentos dedutivos, opondo-os aos
"alguns", que se ligam a substantivos, mas não com as infe- indutivos. Este artigo procura mostrar que há um conjunto de
rências que dependem de palavras como "se…, então ", que
Matemática 96 A Opção Certa Para a Sua Realização
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aspectos subtis que devem ser tidos em linha de conta, caso não há, de acordo com esta opção, deduções inválidas. Se é
contrário será tudo muito confuso. uma dedução, é válida; se é uma demostração, é válida. Uma
"demonstração" inválida nada demonstra; uma "dedução"
Antes de mais: a expressão "argumento indutivo" ou "in- inválida nada deduz.
dução" dá origem a confusões porque se pode ter dois tipos
muito diferentes de argumentos: as generalizações e as pre- O primeiro problema desta opção é exigir a reforma do
visões. Uma generalização é um argumento como modo como geralmente se fala e escreve sobre argumentos
dedutivos — pois é comum falar de argumentos dedutivos
Todos os corvos observados até hoje são pretos. inválidos, como as falácias formais (por oposição às infor-
Logo, todos os corvos são pretos. mais). Este problema não é decisivo, caso não se levantasse
outro problema: o segundo.
Numa generalização parte-se de algumas verdades
acerca de alguns membros de um dado domínio e genera- O segundo problema é o seguinte: Dado que todos os ar-
liza-se essas verdades para todos os membros desse gumentos são dedutivos ou não dedutivos (ou indutivos, se
domínio, ou pelo menos para mais. quisermos reduzir todo o campo da não dedução à indução),
e dado que não faz muito sentido usar o termo "dedução"
Uma previsão é um argumento como factivamente e o termo "indução" não factivamente, o resulta-
do bizarro é que deixa de haver argumentos inválidos. O
termo "argumento" torna-se factivo tal como os termos "dedu-
Todos os corvos observados até hoje são pretos.
ção" e "indução". E isto já é demasiado rebuscado; as pesso-
Logo, o próximo corvo que observarmos será preto.
as não usam mesmo o termo deste modo, nunca; passamos
a vida a falar de argumentos inválidos. E faz todo o sentido
Uma pessoa imaginativa e com vontade de reduzir que o façamos, pois se adoptarmos o entendimento factivo
coisas — uma síndrome comum em filosofia — pode que- do termo um "argumento" inválido não é de todo em todo um
rer afirmar que podemos reduzir as previsões às generali- argumento: é apenas um conjunto de proposições.
zações via dedução: a conclusão da previsão acima se-
gue-se dedutivamente da conclusão da generalização an-
É sem dúvida possível aceitar o resultado bizarro, e pas-
terior. Não acho que isto capta de modo algum a natureza
sar a usar o termo "argumento" factivamente. Mas se tiver-
lógica ou conceptual da previsão, mas isso não é relevan-
mos a possibilidade de o evitar, de forma fundamentada e
te neste artigo. O que conta é que, mesmo que a previsão
reflectida, estaremos a facilitar as coisas — sobretudo ao
seja redutível à generalização mais dedução, continua a
nível do ensino.
ser um modo comum de falar e uma parte importante do
nosso pensamento.
E temos possibilidade de evitar este resultado bizarro, e
manter o uso de "argumento" de tal modo que faça sentido
Numa veia ainda reducionista, algumas pessoas pode-
falar de argumentos inválidos, de deduções inválidas e de
rão querer dizer que todos os outros tipos de argumentos
induções inválidas. Para o fazer temos de distinguir cuidado-
não dedutivos se reduzem à generalização e à previsão.
samente a noção de argumento (dedutivo ou não) da noção
Assim, não valeria a pena falar de argumentos de autori-
de validade (dedutiva ou não). Podemos, claro, usar um ter-
dade, por exemplo, que são argumentos como o seguinte:
mo diferente para a validade não dedutiva, e reservar o termo
"validade" para a validade dedutiva, mas esta é uma mera
Einstein afirmou que não se pode viajar mais depressa do opção terminológica: tanto faz. O que é crucial é poder dizer
que a luz. que um argumento é dedutivo, apesar de inválido, ou induti-
Logo, não se pode viajar mais depressa do que a luz. vo, apesar de inválido. E como se faz isso?

Uma vez mais: pode ser que este tipo de argumentos seja Apresentando os argumentos dedutivos como argumentos
redutível à generalização e à previsão. Mas é útil compreen- cuja validade ou invalidade depende exclusivamente da sua
der que este tipo de argumentos tem exigências próprias e forma lógica; e os argumentos não dedutivos como argumen-
portanto é útil falar deles explicitamente, ainda que se trate tos cuja validade ou invalidade não depende exclusivamente
de um tipo de inferência redutível a qualquer outro tipo ou da sua forma lógica. Evidentemente, isto não se aplica a
tipos. todos os argumentos dedutivos, mas esta é uma complicação
que esclareceremos dentro de momentos. Para já, vejamos
Dados estes esclarecimentos, importa agora esclarecer o alguns exemplos:
seguinte: O que é um argumento dedutivo? E como se distin-
gue tal coisa de um argumento indutivo? Se Sócrates era ateniense, era grego.
Sócrates era grego.
Vou começar por dizer o modo como não se deve enten- Logo, era ateniense.
der estas noções. A primeira coisa a não fazer é pensar que
um argumento dedutivo se caracteriza por ser impossível a Se Sócrates era ateniense, era grego.
sua conclusão ser falsa se as suas premissas forem verda- Sócrates era ateniense.
deiras. Pensar isto provoca confusão porque significaria que Logo, era grego.
não há argumentos dedutivos inválidos. Porquê? Porque só
nos argumentos dedutivos válidos é impossível a conclusão
O primeiro argumento é inválido. Mas qualquer argumento
ser falsa se as suas premissas forem verdadeiras; nos argu-
indutivo, ainda que válido, sofre deste tipo de invalidade de-
mentos dedutivos inválidos, nas falácias (como a afirmação
dutiva. Devemos então dizer que os argumentos dedutiva-
da antecedente, por exemplo) é perfeitamente possível as
mente inválidos não se distinguem dos argumentos indutivos
premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.
válidos? Claro que não, dado que eles se distinguem muito
claramente uns dos outros.
Em termos rigorosos, não há problem algum com esta op-
ção; significa apenas que estamos a dar ao termo "dedução"
O primeiro argumento é dedutivamente inválido porque a
força factiva, como damos ao termo "demonstração". Do
sua invalidade pode ser explicada recorrendo unicamente à
mesmo modo que não há demonstrações inválidas, também
sua forma lógica. Mas seria uma enorme falta de sensibilida-
Matemática 97 A Opção Certa Para a Sua Realização
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de lógica abandonar uma indução boa com base no facto de
a sua forma lógica e a verdade das suas premissas não ga- Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18
rantir a verdade da sua conclusão. que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-
se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber:
Assim, um argumento é dedutivo ou indutivo em função
da explicação mais adequada que tivermos para a sua vali- Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente
dade ou invalidade. Um argumento dedutivo inválido explica- carro ou ainda quantas dirigem somente motos.
se adequadamente recorrendo unicamente à sua forma lógi- Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que
ca, no sentido em que a sua forma lógica é suficiente para representam os motoristas de motos e motoristas de carros.
distinguir os argumentos dedutivos inválidos dos válidos; o
mesmo não acontece com os argumentos indutivos, pois a Começaremos marcando quantos elementos tem a intersec-
sua validade ou invalidade não depende exclusivamente da ção e depois completaremos os outros espaços.
sua forma lógica.

Deste modo, podemos manter a tradição de falar de ar-


gumentos dedutivos e indutivos; e podemos dizer que há
argumentos dedutivos inválidos; e não somos forçados a
aceitar que todo o argumento indutivo, por melhor que seja, é
sempre um argumento dedutivo inválido. Isto não acontece
porque os argumentos dedutivos nunca são indutivos, ainda
que sejam inválidos. Porque o que conta é o tipo de explica-
ção adequada para a sua validade ou invalidade.

Em termos primitivos, pois, o que conta é a validade e in-


validade; há diferentes tipos de validade e invalidade: a dedu- Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo
tiva e a indutiva. E os argumentos são dedutivos ou indutivos esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B.
consoante a sua validade ou invalidade for dedutiva ou indu-
tiva. A partir dos valores reais, é que poderemos responder as
perguntas feitas.
É agora tempo de esclarecer que nem todos os argumen-
tos dedutivos dependem exclusivamente da sua forma lógica;
há argumentos dedutivos de carácter conceptual, como "O
João é casado; logo, não é solteiro". Não é difícil acomodar
estas variedades de dedução não formal no esquema aqui
proposto: tudo depende da melhor explicação disponível para
a validade ou invalidade em causa.

Podemos assim continuar a falar de argumentos deduti-


vos e indutivos, validos ou inválidos. E os argumentos deduti-
vos inválidos nunca são uma subclasse dos argumentos
indutivos.

DIAGRAMAS LÓGICOS a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência
quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a
Introdução seguinte tabela:

Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários


problemas.

Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é na


determinação da quantidade de elementos que apresentam
uma determinada característica.

Matemática 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas


lêem apenas o jornal A.
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES
Verificamos que 500 pessoas não lêem o jornal C, pois é a
Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmente soma 205 + 30 + 115 + 150.
montar os diagramas que representam cada conjunto. Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que é
a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 +
A colocação dos valores começará pela intersecção dos três 150.
conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por
último às regiões que representam cada conjunto individual-
mente. EXERCÍCIOS DE CONCURSOS
Diagramas Lógicos
Representaremos esses conjuntos dentro de um retângulo
que indicará o conjunto universo da pesquisa. 1. De um total de 30 agentes administrativos sabe-se que:
I. 18 gostam de cinema
II. 14 gostam de teatro
III. 2 não gostam de cinema, nem de teatro
O número de agentes que gostam de cinema e de teatro
corresponde a:
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8

2. De um grupo de N auxiliares técnicos de produção, 44


lêem jornal A, 42 o jornal B e 18 lêem ambos os jornais. sa-
bendo que todo auxiliar deste grupo é leitor de pelo menos
um dos jornais, o número N de auxiliares é: R: c) 68

3. Em uma turma, 45% dos alunos falam inglês e 33% falam


francês. Se 25% dos alunos não falam nenhuma duas lín-
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são guas, a porcentagem de alunos que falam francês, mas não
leitores de nenhum dos três jornais. falam inglês é de:
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos. a) 3%
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos. b) 15%
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos. c) 27%
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos. d) 30%
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos. e) 33%
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes 4. Realizou-se uma pesquisa e verificou-se que, das pessoas
elementos: consultadas, 200 ouviam a rádio A, 300 ouviam a rádio B, 20
ouviam as duas rádios (A e B) e 220 não ouviam nenhuma
das duas rádios.
Quantas pessoas foram consultadas?
a) 520
b) 560
c) 640
d) 680
e) 700

Matemática 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


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5. Em uma pesquisa, foram entrevistados 100 telespectado- e) 510
res. 60 assistiam à televisão à noite e 50 assistiam à televi-
são de dia. Quantos assistiam à televisão de dia e de noite? 11. No problema anterior, calcular quantas pessoas compram
a) 5 apenas o produto A; apenas o produto B; apenas o produto
b) 10 C.
c) 15 a) 210;210;250
d) 20 b) 150;150;180
e) 25 c) 100;120;150
d) 120;140;170
6. Em uma pesquisa, foram entrevistadas 200 pessoas. 100 e) n.d.a.
delas iam regularmente ao cinema, 60 iam regularmente ao
teatro e 50 não iam regularmente nem ao cinema nem ao 12. (A_MPU_ESAF_04) Um colégio oferece a seus alunos à
teatro. Quantas prática de um ou mais de um dos seguintes esportes: futebol,
dessas pessoas iam regularmente a ambos? basquete e vôlei. Sabe-se que, no atual semestre,  20 alu-
a) 10 nos praticam vôlei e basquete;
b) 20  60 alunos praticam futebol e 65 praticam basquete;
c) 30  21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei;
d) 40  o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
e) 50 número dos alunos que praticam só vôlei;
 17 alunos praticam futebol e vôlei;
7. (NCNB_02) Uma professora levou alguns alunos ao par-  45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não
que de diversões chamado Sonho. Desses alunos: praticam vôlei;
 16 já haviam ido ao parque Sonho, mas nunca andaram de O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
montanha russa. igual a:
 6 já andaram de montanha russa, mas nunca haviam ido a) 93
ao parque Sonho. b) 114
 Ao todo, 20 já andaram de montanha russa. c) 103
 Ao todo, 18 nunca haviam ido ao parque Sonho. d) 110
Pode-se afirmar que a professora levou ao parque Sonho: e) 99
a) 60 alunos
b) 48 alunos 13. (ESAF_97) Uma pesquisa entre 800 consumidores -
c) 42 alunos sendo 400 homens e 400 mulheres- mostrou os seguintes
d) 366alunos resultados:
e) 32 alunos Do total de pessoas entrevistadas:
 500 assinam o jornal X
8. (ICMS_97_VUNESP) Em uma classe, há 20 alunos que  350 têm curso superior
praticam futebol mas não praticam vôlei e há 8 alunos que  250 assinam o jornal X e têm nível superior
praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que Do total de mulheres entrevistadas:
praticam vôlei é 15.  200 assinam o jornal X
Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O nú-  150 têm curso superior
mero de alunos da classe é:  50 assinam o jornal X e têm nível superior
a) 30
b) 35 O número de homens entrevistados que não assinam o jornal
c) 37 X e não têm curso superior é, portanto, igual a:
d) 42 a) 100
e) 44 b) 200
c) 0
9. Suponhamos que numa equipe de 10 estudantes, 6 usam d) 50
óculos e 8 usam relógio. O numero de estudantes que usa ao e) 25
mesmo tempo, óculos e relógio é:
a) exatamente 6 14. No diagrama abaixo, considere os conjuntos A, B, C e U (
b) exatamente 2 universo ).
c) no mínimo 6
d) no máximo 5
e) no mínimo 4

10. Numa pesquisa de mercado, foram entrevistadas várias


pessoas acerca de suas preferências em relação a 3 produ-
tos: A, B e C. Os resultados da pesquisa indicaram que:
 210 pessoas compram o produto A.
 210 pessoas compram o produto N.
 250 pessoas compram o produto C.
 20 pessoas compram os três produtos.
 100 pessoas não compram nenhum dos 3 produtos.
 60 pessoas compram o produto A e B.
 70 pessoas compram os produtos A eC.
 50 pessoas compram os produtos B e C.
Quantas pessoas foram entrevistadas:
a) 670
b) 970
c) 870
d) 610 A região sombreada corresponde à seguinte operação:  

Matemática 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) A ∪ B ∪ C EQUIVALÊNCIA LÓGICA
b) (A ∪ B) ∩ C
c) A ∩ B∩ C Na lógica, as asserções p e q são ditas logicamente
d) (A ∩ B) ∪ C equivalentes ou simplesmente equivalentes, se p = q e q =
p.
QUESTÕES CERTO / ERRADO (CESPE / UNB)
Em termos intuitivos, duas sentenças são logicamente
15. (UNB) Numa entrevista realizada pelo Departamento de equivalentes se possuem o mesmo "conteúdo lógico".
Ciências Econômicas da UCG com 50 pessoas, da classe
média de Goiânia, acerca de suas preferências por aplica- Do ponto de vista da teoria da demonstração, p e q são
ções de seus excedentes financeiros, obteve-se o seguinte equivalentes se cada uma delas pode ser derivada a partir da
resultado: 21 pessoas disseram que aplicam em fundos de outra. Semanticamente, p e q são equivalentes se elas têm
renda fixa; 34 em cadernetas de poupança e 50 não aplicam os mesmos valores para qualquer interpretação.
em nenhuma dasmodalidades. Deste modo, 10 pessoas
aplicam nas duas modalidades (obs.: uma mesma pessoa EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
pode aplicar em mais de uma modalidade).
Negação da Negação (Dupla Negação)
16. (MPU_99UNB) Em exames de sangue realizados em 500
moradores de uma região com péssimas condições sanitárias ~(~p) ⇔ p
foi constatada a presença de três tipos de vírus: A, B, C . O
resultado dos exames revelou que o vírus A estava presente p ~q ~(p)
em 210 moradores; o vírus B, em 230; os vírus A e B, em 80;
os vírus A e C, em 90; e os vírus B e C, em 70. Além disso, F V F
em 5 moradores não foi detectado nenhum dos três vírus e o V F V
numero de moradores infectados pelo vírus C era igual ao
dobro dos infectados apenas pelo vírus B.
Com base nessa situação, julgues os itens abaixo: Como as tabelas-verdade são idênticas podemos dizer
I. O número de pessoas contaminadas pelo três vírus simul- que ~(~p)⇔
⇔ p.
taneamente representa 9% do total de
pessoas examinadas. Exemplo: "Não é verdade que Mario não é estudioso" é
II. O número de moradores que apresentam o vírus C é igual logicamente equivalente a "Mario é estudioso".
a 230. Exemplos:
III. 345 moradores apresentam somente um dos vírus. a)
IV. Mais de 140 moradores apresentaram pelo menos, dois p: Não tem ninguém aqui.
vírus. ~p: Tem ninguém aqui.
V. O número de moradores que não foram contaminados ~(~p): Tem alguém aqui.
pelos vírus B e C representa menos de 16% do total de pes-
soas examinadas. Logicamente falando, "Não tem ninguém aqui" é equiva-
lente à "Tem alguém aqui".
17. Pedro, candidato ao cargo de Escrivão de Polícia Federal, b)
necessitando adquirir livros para se preparar para o concurso, p: Não dá para não ler.
utilizou um site de busca da Internet e pesquisou em uma ~p: Dá para não ler.
livraria virtual, especializada nas áreas de direito, administra- ~(~p): Dá para ler.
ção e economia, que vende livros nacionais e importados.
Nessa livraria, alguns livros de direito e todos os de adminis- Logicamente falando, "Não dá para não ler" é equivalente
tração fazem parte dos produtos nacionais. Alem disso, não à "Dá para ler".
há livro nacional disponível de capa dura. Com base nas
informações acima é possível que Pedro, em sua pesquisa,
tenha: ARGUMENTOS VÁLIDOS E INVÁLIDOS
I. Encontrado um livro de administração de capa dura. Eduardo O C Chaves
II. Adquirido dessa livraria um livro de economia de capa
flexível. Conceituação de Argumento
III. Selecionado para compra um livro nacional de direito de Um argumento é um conjunto de enunciados -- mas não
capa dura. um conjunto qualquer de enunciados. Num argumento os
IV. Comprado um livro importado de direito de capa flexível. enunciados têm que ter uma certa relação entre si e é neces-
sário que um deles seja apresentado como uma tese, ou uma
Respostas exercícios: 1-C 2-A 3-A 4-B 5-B conclusão, e os demais como justificativa da tese, ou premis-
sas para a conclusão. Normalmente argumentos são utiliza-
RESPOSTAS dos para provar ou disprovar algum enunciado ou para con-
1.B 11.C vencer alguém da verdade ou da falsidade de um enunciado.
2.C 12.E
3.D 13.A Assim sendo, o seguinte conjunto de enunciados não é,
4.E 14.C na realidade, um argumento:
5.B 15.C (certo) 1. Todos os metais se dilatam com o calor
6.A 16.C,E,C,C,E 2. Todas os meses há pelo menos quatro domingos
7.B 17.E,C,E,C 3. Logo, a UNICAMP é uma boa universidade.
8.E
9.E Neste caso, embora todos os enunciados sejam (pelo
10.D menos à primeira vista) verdadeiros, e embora eles se dispo-
nham numa forma geralmente associada com a de um argu-
mento (premissa 1, premissa 2, e conclusão, precedida por

Matemática 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"logo"), não temos um argumento porque os enunciados não 19. Se p, q
têm a menor relação entre si. Não devemos sequer afirmar 20. p
que temos um argumento inválido aqui, porque mesmo num 21. Logo, q
argumento inválido as premissas e a conclusão precisam ter A forma do segundo é:
uma certa relação entre si. 22. Se p, q
23. não-p
Por outro lado, o seguinte é um argumento: 24. Logo, não-q
4. Todos os homens são mortais
5. Sócrates é homem O primeiro argumento é válido porque se as duas premis-
6. Logo, Sócrates é mortal. sas forem verdadeiras a conclusão tem que, necessariamen-
te, ser verdadeira. Se eu argumentar com 13 e 14, e concluir
Neste caso, temos um argumento válido, em que todas as que não fiquei milionário, estou me contradizendo.
premissas são verdadeiras e a conclusão também -- ou pelo
menos assim parecem à primeira vista. O segundo argumento é inválido porque mesmo que as
duas premissas sejam verdadeiras a conclusão pode ser
A Forma de um Argumento falsa (na hipótese, por exemplo, de eu herdar uma fortuna
Argumentos têm uma certa forma ou estrutura. O argu- enorme de uma tia rica).
mento constituído pelo conjunto de enunciados (2) tem a
seguinte forma: Falácias e Argumentos Sólidos ou Cogentes
7. Todos os x são y Argumentos da forma representada pelos enunciados 22-
8. z é x 24 são todos inválidos. Dá-se o nome de falácia a um argu-
9. Logo, z é y. mento inválido, mas não, geralmente, a um argumento válido
que possua premissas falsas.
Imaginemos o seguinte argumento, que tem a mesma
forma do argumento constituído pelo conjunto de enunciados A um argumento válido cujas premissas são todas verda-
4-6: deiras (e, portanto, cuja conclusão também é verdadeira) dá-
10. Todos os homens são analfabetos se o nome de um argumento cogente ou sólido.
11. Raquel de Queiroz é homem
12. Logo, Raquel de Queiroz é analfabeta. Argumentos, Convicção e Persuasão
Este argumento, diferentemente do argumento constituído Um argumento cogente ou sólido deveria convencer a to-
pelos enunciados 4-6, tem premissas e conclusão todas fal- dos, pois é válido e suas premissas são verdadeiras. Sua
sas. No entanto, tem exatamente a mesma forma ou estrutu- conclusão, portanto, segue das premissas. Contudo, nem
ra do argumento anterior (forma explicitada nos enunciados sempre isso acontece.
7-9). Se o argumento anterior (4-6) é válido (e é), este (10-12)
também é. Em primeiro lugar, muitas pessoas podem não admitir que
o argumento é cogente ou sólido. Podem admitir a verdade
Quando dois ou mais argumentos têm a mesma forma, se de suas premissas e negar sua validade. Ou podem admitir
um deles é válido, todos os outros também são, e se um sua validade e negar a verdade de uma ou mais de suas
deles é inválido, todos os outros também são. Como o argu- premissas.
mento constituído pelos enunciados 4-6 é válido, e o argu-
mento constituído pelos enunciados 10-12 tem a mesma Em segundo lugar, algumas pessoas podem estar certas
forma (7-9), este (1012) também é válido. da validade de um argumento e estar absolutamente convic-
tas de que a conclusão é inaceitável, ou falsa. Neste caso,
A Forma de um Argumento e a Verdade das Premissas podem usar o mesmo argumento para mostrar que pelo me-
O último exemplo mostra que um argumento pode ser vá- nos uma de suas premissas tem que ser falsa.
lido apesar de todas as suas premissas e a sua conclusão
serem falsas. Isso é indicativo do fato de que a validade de Um argumento inválido (falácia), ou um argumento válido
um argumento não depende de serem suas premissas e sua com premissas falsas, não deveria convencer ninguém. No
conclusão efetivamente verdadeiras. entanto, muitas pessoas são persuadidas por argumentos
desse tipo.
Mas se esse é o caso, quando é um argumento válido?
A questão da validade ou não de um argumento é intei-
Argumentos Válidos e Inválidos ramente lógica.
Um argumento é válido quando, se todas as suas premis-
sas forem verdadeiras, a sua conclusão tiver que, necessari- A questão da cogência ou solidez de um argumento é ao
amente, ser verdadeira (sob pena de auto-contradição). mesmo tempo lógica (porque depende da sua validade) e
epistemológica (porque depende de suas premissas serem
Considere os dois argumentos seguintes, constituídos, verdadeiras).
respectivamente, pelos enunciados 13-15 e 16-18
A questão da força persuasiva de um argumento é uma
Primeiro: questão psicológica, ou psicossocial.
13. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário
14. Ganhei sozinho na Sena Contradição
15. Logo, fiquei milionário Diz-se que há contradição quando se afirma e se nega
simultaneamente algo sobre a mesma coisa. O princípio da
Segundo: contradição informa que duas proposições contraditórias
16. Se eu ganhar sozinho na Sena, fico milionário não podem ser ambas falsas ou ambas verdadeiras ao
17. Não ganhei sozinho na Sena mesmo tempo.Existe relação de simetria, não podem ter o
18. Logo, não fiquei milionário mesmo valor de verdade.

Esses dois argumentos são muito parecidos. A forma do Por exemplo, imaginando-se que se tem um conjunto de
primeiro é: bolas, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a afirmação

Matemática 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"Alguma Bola não é Vermelha" formam uma contradição, ontológico, trata-se sobretudo de afirmar o princípio como
visto que: expressão da estrutura constitutiva do real, ou de o negar
se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Alguma Bola supondo que a própria realidade é contraditória (Hereclito) ou
não é Vermelha" tem que ser falsa que, no processo dialético da sua evolução, a realidade
se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Alguma Bola não é supera, transcende ou vai mais além do princípio de
Vermelha" tem que ser verdadeira contradição (Hegel). Quando predomina o lado lógico e
se "Alguma Bola não é Vermelha" for verdadeira, "Toda metalógico, trata-se então de saber se o princípio deve ser
Bola é Vermelha" tem que ser falsa considerado como um axioma evidente por si mesmo ou
e como uma convenção da nossa linguagem que nos permite
se "Alguma Bola não é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é falar acerca da realidade.
Vermelha" tem que ser verdadeira
LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN
Por outro lado, a afirmação "Toda Bola é Vermelha" e a 1. O complementar da reunião de dois conjuntos A e B é
afirmação "Nenhuma Bola é Vermelha", não formam uma a interseção dos complementares desses conjuntos.
contradição, visto que (A B)c = Ac Bc
se "Toda Bola é Vermelha" for verdadeira, "Nenhuma Bola 2. O complementar da reunião de uma coleção finita de
é Vermelha" tem que ser falsa conjuntos é a interseção dos complementares desses
mas conjuntos.
se "Toda Bola é Vermelha" for falsa, "Nenhuma Bola é (A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc
Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa 3. O complementar da interseção de dois conjuntos A e
e B é a reunião dos complementares desses conjuntos.
se "Nenhuma Bola é Vermelha" for verdadeira, "Toda Bola (A B)c = Ac Bc
é Vermelha" tem que ser falsa 4. O complementar da interseção de uma coleção finita
mas de conjuntos é a reunião dos complementares desses
se "Nenhuma Bola é Vermelha" for falsa, "Toda Bola é conjuntos.
Vermelha" pode tanto ser verdadeira quanto falsa (A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc

E sendo uma negação total (ao nível da quantidade e da


qualidade) a contraditória da afirmação "As contraditórias das
grandes verdades são grandes verdades" seria: Algumas
contraditórias das grandes verdades não são grandes Tautologia
verdades.

A noção de contradição é, geralmente estudada sob a Na lógica proposicional, uma tautologia (do grego
forma de um princípio: o «princípio de contradição» ou «prin- ταυτολογία) é uma fórmula proposicional que é verdadeira
cípio de não contradição». Com frequência, tal princípio é para todas as possíveis valorações de suas variáveis
considerado um princípio ontológico e, neste sentido, enunci- proposicionais. A negação de uma tautologia é uma
a-se do seguinte modo: contradição ou antilogia, uma fórmula proposicional que é
«É impossível que uma coisa seja e não seja ao mesmo falsa independentemente dos valores de verdade de suas
tempo, a mesma coisa». Outras vezes, é considerado como variáveis. Tais proposições são ditas insatísfatíveis.
um princípio lógico, e então enunciado do modo seguinte: Reciprocamente, a negação de uma contradição é uma
«não se pode ter p e não p», onde p é símbolo de um enun- tautologia. Uma fórmula que não é nem uma tautologia nem
ciado declarativo. uma contradição é dita logicamente contingente. Tal
fórmula pode ser verdadeira ou falsa dependendo dos valores
O primeiro pensador que apresentou este princípio de atribuídos para suas variáveis proposicionais.
forma suficientemente ampla foi Aristóteles. Várias partes da
sua obra estão consagradas a este tema, mas nem sempre o Uma propriedade fundamental das tautologias é que
princípio é formulado do mesmo modo. Às vezes apresenta-o existe um procedimento efetivo para testar se uma dada
como uma das «noções comuns» ou «axiomas» que servem fórmula é sempre satisfeita (ou, equivalentemente, se seu
de premissa para a demonstração, sem poderem ser de- complemento é insatisfatível). Um método deste tipo usa as
monstradas. Noutras ocasiões, apresenta-o como uma «no- tabelas-verdade. O problema de decisão de determinar se
ção comum», usada para a prova de algumas conclusões. uma fórmula é satisfatível é o problema de satisfabilidade
Apresenta ainda este princípio como uma tese segundo a booleano, um exemplo importante de um problema NP-
qual se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa completo na teoria da complexidade computacional.
e se uma proposição é falsa, a sua negação é verdadeira,
Tautologias e Contradições
quer dizer, como a tese segundo a qual, duas proposições
contraditórias não podem ser ambas verdadeiras ou ambas ∧ ∧
Considere a proposição composta s: (p q) → (p q) on-
falsas. de p e q são proposições simples lógicas quaisquer. Vamos
construir a tabela verdade da proposição s :
Estas formulações podem reduzir-se a três interpretações Considerando-se o que já foi visto até aqui, teremos:
do mesmo princípio: ontológica, lógica e metalógica. No pri-
meiro caso o princípio refere-se à realidade; no segundo,
converte-se numa formula lógica ou numa tautologia de lógi-
ca sequencial, que se enuncia do seguinte modo:
¬(p Ù ¬p)
e que se chama geralmente de lei de contradição. No ter-
ceiro caso, o princípio é uma regra que permite realizar infe-
rências lógicas.

As discussões em torno do princípio de contradição têm Observe que quaisquer que sejam os valores lógicos das
diferido consoante se acentua o lado ontológico ou o lado proposições simples p e q, a proposição composta s é sem-
lógico e metalógico. Quando se dá mais relevância ao lado

Matemática 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pre logicamente verdadeira. Dizemos então que s é uma b) como uma tautologia é sempre verdadeira, podemos
TAUTOLOGIA. concluir que a negação de uma tautologia é sempre falsa, ou
Trazendo isto para a linguagem comum, considere as seja, uma contradição.
proposições: p: O Sol é um planeta Álgebra das proposições
(valor lógico falso - F) e q: A Terra é um planeta plano Sejam p , q e r três proposições simples quaisquer, v
(valor lógico falso - F), podemos concluir que a proposição uma proposição verdadeira e f uma proposição falsa. São
composta “Se o Sol é um planeta e a Terra é um planeta válidas as seguintes propriedades:
plano então o Sol é um planeta ou a Terra é um planeta pla-
no” é uma proposição logicamente verdadeira.
Opostamente, se ao construirmos uma tabela verdade
para uma proposição composta, verificarmos que ela é sem-
pre falsa, diremos que ela é uma CONTRADIÇÃO.

Ex.: A proposição composta t: p ~p é uma contradição,
senão vejamos:

NOTA: Se uma proposição composta é formada por n


proposições simples, a sua tabela verdade possuirá 2n li-
nhas.
Ex.: Construa a tabela verdade da proposição composta
∧ ∧
t: (p q) r
Teremos:

Observe que a proposição acima não é Tautologia nem


Contradição.
Apresentaremos a seguir, exemplos de TAUTOLOGIAS,
as quais você poderá verificá-las, simplesmente construindo
as respectivas tabelas verdades:
Sendo p e q duas proposições simples quaisquer, pode-
mos dizer que as seguintes proposições compostas, são
TAUTOLOGIAS:

1) (p q) → p

2) p → (p q)

3) [p (p→ q)] → q (esta tautologia recebe o nome parti-
cular de “modus ponens”)
4) [(p→ q)∧ ~q] → ~p (esta tautologia recebe o nome
particular de “modus tollens”)
Você deverá construir as tabelas verdades para as pro-
posições compostas acima e comprovar que elas realmente
são tautologias, ou seja, na última coluna da tabela verdade
teremos V V V V.
Todas as propriedades acima podem ser verificadas com
NOTAS: a construção das tabelas verdades.
a) as tautologias acima são também conhecidas como http://www.g5ofertas.com.br/
regras de inferência.

Matemática 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3. O termo médio não pode entrar na conclusão.
O SILOGISMO
4. Pelo menos uma vez o termo médio deve possuir
uma extensão universal: "Se os britânicos são homens e
O silogismo é uma forma de inferência mediata, ou racio-
alguns homens são sábios, então os britânicos são sábios."
cínio dedutivo. São duas as espécies de silogismos que estu-
Como é que podemos saber se todos os britânicos perten-
daremos aqui, que recebem a sua designação do tipo de
cem à mesma sub-classe que os homens sábios? É preciso
juízo ou proposição que forma a primeira premissa:
notar que na primeira premissa "homens" é predicado e tem
uma extensão particular.
O silogismo categórico
Regras das premissas
A natureza do silogismo, o elo de necessidade lógica que
liga as premissas à conclusão, está bem patente no exemplo
5. De duas premissas negativas, nada se pode conclu-
que daremos a seguir, e que servirá de ponto de partida para
ir: "Se o homem não é réptil e o réptil não é peixe, então..."
o nosso estudo desta forma de dedução:
Que conclusão se pode tirar daqui acerca do "homem" e do
"peixe"?
Se todos os homens são mortais e todos os franceses são
homens, então todos os franceses são mortais.
6. De duas premissas afirmativas não se pode tirar
conclusão negativa.
Em primeiro lugar, notemos que o silogismo categórico é
composto de três proposições ou juízos: duas premissas –
7. A conclusão segue sempre a premissa mais fraca.
"Todos os homens são mortais" e "Todos os franceses são
A particular é mais fraca do que a universal e a negativa mais
homens" – e uma conclusão – "Todos os franceses são mor-
fraca do que a afirmativa. Isto significa que se uma das pre-
tais". Neste caso as premissas e a conclusão são todas pro-
missas for particular, a conclusão sê-lo-á igualmente; o mes-
posições universais afirmativas (A), mas cada uma poderia
mo acontecendo se uma das premissas for negativa: "Se os
em princípio ser de qualquer outro tipo: universal negativa
europeus não são brasileiros e os franceses são europeus,
(E), particular afirmativa (I) ou particular negativa (O).
então os franceses não são brasileiros." Que outra conclusão
se poderia tirar?
Em segundo lugar, nas três proposições entram unica-
mente três termos: "mortais", "homens" e "franceses". Um
8. Nada se pode concluir de duas premissas particula-
destes termos entra nas premissas mas não na conclusão: é
res. De "Alguns homens são ricos" e "Alguns homens são
o chamado termo médio, que simbolizaremos pela letra M.
sábios" nada se pode concluir, pois não se sabe que relação
Os outros dois termos são o termo maior, que figura na
existe entre os dois grupos de homens considerados. Aliás,
primeira premissa, que por isso é também designada de
um silogismo com estas premissas violaria também a regra 4.
premissa maior; e o termo menor, que figura na segunda
premissa ou premissa menor. Estes dois termos são simbo-
Modo e figura do silogismo
lizados respectivamente pelas letras P e S. Assimilaremos
Consideremos os três silogismos seguintes, com os res-
melhor este simbolismo se tivermos em conta que, na con-
pectivos esquemas:
clusão, o termo maior, P, é predicado e o termo menor, S, é
sujeito.
Nenhum asiático é europeu. (Nenhum M é P.)
Todos os coreanos são asiáti-
Finalmente, embora a forma que utilizamos para apresen- (Todo o S é M.)
cos.
tar o silogismo seja a melhor para dar conta da ligação lógica
Portanto nenhum coreano é (Portanto nenhum S é
entre as premissas e a conclusão e esteja mais de acordo
europeu. P.)
com a formulação original de Aristóteles, existem outras duas
Ý
formas mais vulgarizadas, uma das quais será aquela que
Nenhum ladrão é sábio. (Nenhum P é M.)
utilizaremos com mais frequência.
Alguns políticos são sábios. (Algum S é M.)
Portanto alguns políticos não são (Portanto algum S não
Todo o M é P. Todo o M é P.
ladrões. é P.)
Todo o S é M. Todo o S é M.
Todos os jovens são alegres. (Todo o M é P.)
Logo todo o S é P. Todo o S é P.
Todos os jovens são travessos. (Todo o M é S.)
Portanto alguns travessos são (Portanto algum S é
Regras do silogismo
alegres. P.)
São em número de oito. Quatro referem-se aos termos e
as outras quatro às premissas.
Estes silogismos são, evidentemente, diferentes, não
apenas em relação às proposições concretas que os formam,
Regras dos termos
mas igualmente em relação à quantidade e qualidade dessas
1. Apenas existem três termos num silogismo: maior,
proposições e à maneira como o termo médio nelas se apre-
médio e menor. Esta regra pode ser violada facilmente
senta, como no-lo indicam os esquemas que os acompa-
quando se usa um termo com mais de um significado: "Se o
nham. Assim, no primeiro silogismo temos uma proposição
cão é pai e o cão é teu, então é teu pai." Aqui o termo "teu"
universal negativa (E), uma universal afirmativa (A) e mais
tem dois significados, posse na segunda premissa e paren-
uma universal negativa (E); no segundo, temos a sequência
tesco na conclusão, o que faz com que este silogismo apre-
E, I, O; no terceiro, A, A, I. Quanto à posição do termo médio,
sente na realidade quatro termos.
verificamos que no primeiro silogismo ele é sujeito na premis-
sa maior e predicado na premissa menor; no segundo, é
2. Nenhum termo deve ter maior extensão na conclu-
predicado em ambas as premissas; e no terceiro silogismo é
são do que nas premissas: "Se as orcas são ferozes e
sujeito também tanto na maior como na menor. Fazendo
algumas baleias são orcas, então as baleias são ferozes." O
variar todos estes factores de todas as maneiras possíveis
termo "baleias" é particular na premissa e universal na con-
obteremos provavelmente uma soma assustadora de silogis-
clusão, o que invalida o raciocínio, pois nada é dito nas pre-
mos diferentes.
missas acerca das baleias que não são orcas, e que podem
muito bem não ser ferozes.
Modo do silogismo
Assim, se considerarmos o modo do silogismo, que é a

Matemática 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
forma como os diferentes tipos de proposição – A, E, I, O – O silogismo hipotético
nele se dispõem, teremos 64 (sessenta e quatro) silogismos No silogismo categórico, estão em causa dois termos, o
possíveis, número que é obtido quando fazemos todas as maior e o menor, que são comparados com um terceiro ter-
combinações possíveis das quatro letras em grupos de três, mo, o médio, daí se chegando a uma conclusão acerca da
que é o número de proposições num silogismo categórico. relação existente entre os dois primeiros: "Se todos os lagar-
tos são répteis e alguns animais não são lagartos, então
Figura do silogismo alguns animais não são répteis." No silogismo hipotético
Todavia, para além do modo, temos de ter em considera- lidaremos, não com os termos, mas com as proposições em
ção a figura, que é definida pelo papel, sujeito ou predicado, si. Vejamos um exemplo:
que o termo médio desempenha nas duas premissas. Exis-
tem quatro figuras possíveis: 1) sujeito-predicado, 2) predica- Se João estuda então passa no exame;
do-predicado, 3) sujeito-sujeito e 4) predicado-sujeito, corres- João estuda,
pondendo as três primeiras aos exemplos dados. Se combi- Portanto passa no exame.
narmos estas quatro figuras com os sessenta e quatro modos
encontrados acima, obtemos o bonito produto de 256 silo- Neste caso, a primeira premissa, ou premissa maior, é
gismos. Felizmente para nós muitos desses silogismos são constituída por uma proposição composta por duas outras
repetições – por exemplo, o modo AEE equivale a EAE –, ou proposições: "João estuda" e "João passa no exame", ligadas
infringem diversas das regras do silogismo – por exemplo, o entre si pelas partículas "se... então...", ou outras equivalen-
modo IIO compõe-se de duas premissas particulares, pelo tes; poder-se-ia dizer também, com o mesmo sentido: "Estu-
que, pela regra 8, não é válido –, de maneira que não se dar implica, para João, passar no exame", ou "João passa no
conseguem mais do que dezanove silogismos concludentes. exame desde que estude". O importante é notarmos que uma
das proposições surge como consequência da outra, constitu-
Modos válidos indo aquilo que designamos por juízo hipotético ou condicio-
Assim, na primeira figura, em que o termo médio é sujeito nal: daí designarmos uma delas como antecedente – neste
na premissa maior e predicado na menor, apenas são válidos caso, "João estuda" – e a outra como consequente – "João
os modos seguintes: AAA, EAE, AII, EIO. Para memorizar passa no exame." A premissa menor limita-se a repetir, a
melhor estes modos, os lógicos medievais associaram-nos a afirmar, uma das proposições que compõem a primeira pre-
determinadas palavras, que se tornaram uma espécie de missa – neste caso, o antecedente –, mas é precisamente
designação para os mesmos: são elas, respectivamente, dessa afirmação que decorre logicamente a conclusão – que
Barbara, Celarent, Darii, Ferio. O primeiro exemplo que não é outra coisa senão o consequente.
demos neste ponto, sobre os asiáticos e os coreanos, é um
exemplo de silogismo na primeira figura, modo Celarent. Os Se simbolizássemos a primeira proposição por "p" e a se-
modos válidos das outras figuras teriam também as suas gunda por "q", poderíamos reduzir o silogismo anterior a este
designações mnemónicas próprias: esquema:
2.ª figura: Cesare, Camestres, Festino, Baroco. Se p, então q;
3.ª figura: Darapti, Felapton, Disamis, Bocardo, Ferison. ora p;
4.ª figura: Bamalip, Calemes, Dimatis, Fesapo, Fresison. logo q.

Existe uma particularidade importante em relação às di- Numa formulação mais intuitiva, o que isto quer dizer é
versas figuras. Através de diversos procedimentos, dos quais que, face a uma condição como a que é estabelecida na
o mais importante é a conversão, é possível reduzir silogis- premissa maior, afirmar a verdade do antecedente é afirmar
mos de uma figura a outra figura, ou seja, pegar, por exem- simultaneamente a verdade do consequente. Poderíamos
plo, num silogismo na segunda figura e transformá-lo num substituir as letras "p" e "q" por outras proposições verdadei-
silogismo na primeira figura. ras que o raciocínio continuaria válido.

Nenhum ladrão é sábio. O silogismo hipotético possui duas figuras válidas ou mo-
Alguns políticos são sábios. dos:
Portanto alguns políticos não são ladrões.
Modus ponens
Nenhum sábio é ladrão. Modus ponens, que corresponde ao exemplo dado, e que
Alguns políticos são sábios. poderíamos sintetizar nas seguintes regras:
Portanto alguns políticos não são ladrões. 1. Num juízo hipotético, a afirmação do antecedente o-
briga à afirmação do consequente.
Aqui o primeiro silogismo tem o termo médio na posição 2. Da afirmação do consequente nada se pode concluir.
de predicado das duas premissas. Trata-se portanto de um
silogismo da segunda figura, modo Festino. Através da con- Modus tollens
versão da premissa maior – um processo simples neste caso, Modus tollens, que corresponde ao seguinte esquema:
mas convém rever o que dissemos anteriormente sobre o "se p, então q; ora não q; logo não p", e cuja mecânica pode-
assunto (cf. Inferência imediata ) –, transformámo-lo num ríamos sintetizar nas seguintes regras:
silogismo categórico da primeira figura, em que o termo mé- 1. Num juízo hipotético, a negação do consequente torna
dio desempenha o papel de sujeito na premissa maior e pre- necessária a negação do antecedente.
dicado na menor. O modo do novo silogismo é Ferio. 2. Da negação do antecedente nada se pode concluir.

Tradicionalmente, a primeira figura tem sido considerada Formas muito vulgarizadas, mas não válidas, de si-
como a mais importante, aquela em que a evidência da de- logismo hipotético, são aquelas que quebram as regras atrás
dução é mais forte. Reduzir os silogismos nas outras figuras expostas. Por exemplo, afirmar o consequente para afirmar o
a silogismos equivalentes na primeira figura seria uma manei- antecedente, como em: "Se chovesse, o chão estaria molha-
ra de demonstrar a validade dos mesmos. A utilidade de do; ora o chão está molhado, logo choveu." Evidentemente, é
decorar os diversos modos válidos é relativa, uma vez que a provável que o chão esteja molhado por causa da chuva, mas
aplicação das regras do silogismo permitem perfeitamente também o pode estar outros motivos, como o facto de alguém
definir se um qualquer silogismo é ou não válido. o ter regado, etc. Outro exemplo: "Se Roberto tomasse vene-
no ficaria doente; ora Roberto não tomou veneno, portanto

Matemática 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
não ficou doente". Quem nos garante isso? Podia ter apa- de a parte dos algarismos formem um número par.
nhado uma gripe.
PRINCÍPIO DA ADIÇÃO
PRINCIPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM Suponhamos um procedimento executado em k fases. A
fase 1 tem n1 maneiras de ser executada, a fase 2 possui n2
maneiras de ser executada e a fase k tem nk modos de ser
Por meio do princípio fundamental da contagem, podemos
executada. As fases são excludentes entre si, ou seja, não é
determinar quantas vezes, de modo diferente, um
possível que duas ou mais das fases sejam realizadas em
acontecimento pode ocorrer.
conjunto. Logo, todo o procedimento tem n1 + n2 + ... + nk
maneiras de ser realizado.
Se um evento (ou fato) ocorre em n etapas consecutivas e
independentes, de maneira que o número de possibilidades:
Exemplo
Na 1a etapa é k1,
Deseja-se fazer uma viagem para a cidade A ou para a
Na 2a etapa é k2,
cidade B. Existem 5 caminhos possíveis para a cidade A e 3
Na 33 etapa é k3,
possíveis caminhos para a cidade B. Logo, para esta viagem,
..........................
existem no total 5 + 3 = 8 caminhos possíveis.
Na enésima etapa é kn, então o número total de
PRINCÍPIO DA MULTIPLICAÇÃO
possibilidades de ocorrer o referido evento é o produto k1, k2,
Suponhamos um procedimento executado em k fases,
k3 ... kn.
concomitantes entre si. A fase 1 tem n1 maneiras de ser
executada, a fase 2 possui n2 maneiras de ser executada e a
O princípio fundamental da contagem nos diz que sempre
fase k tem nk modos de ser executada. A fase 1 poderá ser
devemos multiplicar os números de opções entre as escolhas
seguida da fase 2 até a fase k, uma vez que são
que podemos fazer. Por exemplo, para montar um computa-
concomitantes. Logo, há n1 . n2 . ... . nk maneiras de
dor, temos 3 diferentes tipos de monitores, 4 tipos de tecla-
executar o procedimento.
dos, 2 tipos de impressora e 3 tipos de "CPU". Para saber o
numero de diferentes possibilidades de computadores que
Exemplo
podem ser montados com essas peças, somente multiplica-
Supondo uma viagem para a cidade C, mas para chegar
mos as opções:
até lá você deve passar pelas cidades A e B. Da sua cidade
3 x 4 x 2 x 3 = 72
até a cidade A existem 2 caminhos possíveis; da cidade A até
a B existem 4 caminhos disponíveis e da cidade B até a C há
Então, têm-se 72 possibilidades de configurações diferen-
3 rotas possíveis. Portanto, há 2 x 4 x 3 = 24 diferentes
tes.
caminhos possíveis de ida da sua cidade até a cidade C.
Um problema que ocorre é quando aparece a palavra
Os princípios enunciados acima são bastante intuitivos.
"ou", como na questão:
Contudo, apresentaremos ainda alguns exemplos um pouco
Quantos pratos diferentes podem ser solicitados por um
mais complexos de aplicação.
cliente de restaurante, tendo disponível 3 tipos de arroz, 2 de
feijão, 3 de macarrão, 2 tipos de cervejas e 3 tipos de refrige-
Quantos números naturais pares de três algarismos
rante, sendo que o cliente não pode pedir cerveja e refrige-
distintos podemos formar?
rante ao mesmo tempo, e que ele obrigatoriamente tenha de
Inicialmente, devemos observar que não podemos colocar
escolher uma opção de cada alimento?
o zero como primeiro algarismo do número. Como os
números devem ser pares, existem apenas 5 formas de
A resolução é simples: 3 x 2 x 3 = 18 , somente pela co-
escrever o último algarismo (0, 2, 4, 6, 8). Contudo, se
mida. Como o cliente não pode pedir cerveja e refrigerantes
colocamos o zero como último algarismo do número, nossas
juntos, não podemos multiplicar as opções de refrigerante
escolhas para distribuição dos algarismos mudam. Portanto,
pelas opções de cerveja. O que devemos fazer aqui é apenas
podemos pensar na construção desse número como um
somar essas possibilidades:
processo composto de 2 fases excludentes entre si.
(3 x 2 x 3) x (2 + 3) = 90
Fixando o zero como último algarismo do número, temos
Resposta para o problema: existem 90 possibilidades de
as seguintes possibilidades de escrever os demais
pratos que podem ser montados com as comidas e bebidas
algarismos:
disponíveis.
1º algarismo: 9 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9)
2º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9), porém
Outro exemplo:
excluímos a escolha feita para o 1º algarismo;
No sistema brasileiro de placas de carro, cada placa é
3º algarismo: 1 possibilidade (fixamos o zero).
formada por três letras e quatro algarismos. Quantas placas
onde o número formado pelos algarismos seja par, podem
Logo, há 9 x 8 x 1 = 72 formas de escrever um número de
ser formadas?
três algarismos distintos tendo o zero como último algarismo.
Primeiro, temos de saber que existem 26 letras. Segundo,
Sem fixar o zero, temos:
para que o numero formado seja par, teremos de limitar o
3º algarismo: 4 possibilidades (2,4,6,8)
ultimo algarismo à um numero par. Depois, basta multiplicar.
1º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9),
26 x 26 x 26 = 17.567 -> parte das letras
excluindo a escolha feita para o último algarismo;
10 x 10 x 10 x 5 = 5.000 -> parte dos algarismos, note que
2º algarismo: 8 possibilidades (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9) , porém
na última casa temos apenas 5 possibilidades, pois queremos
excluindo as escolhas feitas para o primeiro e último
um número par (0, 2 , 4 , 6 , 8).
algarismos.
Agora é só multiplicar as partes: 17.567 x 5.000 =
Portanto, temos 8 x 8 x 4 = 256 maneiras de escrever um
87.835.000
número de três algarismos distintos sem zero no último
algarismo.
Resposta para a questão: existem 87.835.000 placas on-

Matemática 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao todo, temos 72 + 256 = 328 formas de escrever o
número.

Exercícios
Princípio Fundamental da Contagem
Professores: Jorge e Lauro
1) (FGV/2005) Em uma gaveta de armário de um quarto es-
curo há 6 camisetas vermelhas, 10 camisetas brancas e 7
camisetas pretas. Qual é o número mínimo de camisetas que
se deve retirar da gaveta, sem que se vejam suas cores, para
que:

a) Se tenha certeza de ter retirado duas camisetas


de cores diferentes. O valor de N é
b) Se tenha certeza de ter retirado duas camisetas de mesma
cor. a) 27 b) 216 c) 512 d) 729 e) 1.331
c) Se tenha certeza de ter retirado pelo menos uma camiseta
de cada cor.
4) (UFC/2002) A quantidade de números inteiros, positivos e
2) (Enem/2004)No Nordeste brasileiro, é comum encontrar- ímpares, formados por três algarismos distintos, escolhidos
mos peças de artesanato constituídas por garrafas preenchi- dentre os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, é igual a:
das com areia de diferentes cores, formando desenhos. Um
artesão deseja fazer peças com areia de cores cinza, azul, a) 320 b) 332 c) 348 d) 360 e) 384
verde e amarela, mantendo o mesmo desenho, mas variando
as cores da paisagem (casa, palmeira e fundo), conforme a 5)(UFAL/200) Quantos números pares de quatro algarismos
figura. distintos podem ser formados com os elementos do conjunto
A={0,1,2,3,4}?

a) 60 b) 48 c) 36 d) 24 e) 18

6)(UFPI/2000) Escrevendo-se em ordem decrescente todos


os números de cinco algarismos distintos formados pelos
algarismos 3, 5, 7, 8 e 9, a ordem do número 75389 é:

a) 54 b) 67 c) 66 d) 55 e) 56

7)(UFAL/99) Com os elementos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6,


7} formam-se números de 4 algarismos distintos. Quantos
dos números formados NÃO são divisíveis por 5?

a) 15 b) 120 c) 343 d) 720 e) 840

8)(ITA/2001) Considere os números de 2 a 6 algarismos


distintos formados utilizando-se apenas 1, 2, 4, 5, 7 e 8.
O fundo pode ser representado nas cores azul ou cinza; a Quantos destes números são ímpares e começam com um
casa, nas cores azul, verde ou amarela; e a palmeira, nas dígito par?
cores cinza ou verde. Se o fundo não pode ter a mesma cor
nem da casa nem da palmeira, por uma questão de contras- a) 375 b) 465 c) 545 d) 585 e) 625
te, então o número de variações que podem ser obtidas para
a paisagem é
9)(UNESP/2000) Um turista, em viagem de férias pela Euro-
pa, observou pelo mapa que, para ir da cidade A à cidade B,
a) 6. b) 7. c) 8. d) 9. e) 10. havia três rodovias e duas ferrovias e que, para ir de B até
uma outra cidade, C, havia duas rodovias e duas ferrovias. O
3) (UFES/2002) Num aparelho telefônico, as dez teclas nu- número de percursos diferentes que o turista pode fazer para
meradas estão dispostas em fileiras horizontais, conforme ir de A até C, passando pela cidade B e utilizando rodovia e
indica a figura a seguir. Seja N a quantidade de números de trem obrigatoriamente, mas em qualquer ordem, é:
telefone com 8 dígitos, que começam pelo dígito 3 e termi-
nam pelo dígito zero, e, além disso, o 2o e o 3o dígitos são a) 9. b) 10. c) 12. d) 15. e) 20.
da primeira fileira do teclado, o 4o e o 5o dígitos são da se-
gunda fileira, e o 6o e o 7o são da terceira fileira. 10)(UECE/99) Quantos números ímpares, cada um com três
algarismos, podem ser formados com os algarismos 2,3,4,6 e
7, se a repetição de algarismos é permitida?
a) 60 b) 50 c) 40 d) 30

GABARITO:

1) a)11 b)4 c)18 2)B 3)D 4)A 5)A 6)C 7)D 8)D 9)B 10)B

Matemática 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 Notação
TEORIA DOS CONJUNTOS
Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a
seguinte notação:
CONJUNTO
os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C,
... ;
Em matemática, um conjunto é uma coleção de
os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c,
elementos. Não interessa a ordem e quantas vezes os
x, y, ... ;
elementos estão listados na coleção. Em contraste, uma
o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é
coleção de elementos na qual a multiplicidade, mas não a
ordem, é relevante, é chamada multiconjunto. indicado com x ∈ C;
o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto C é
indicado y ∉ C.
Conjuntos são um dos conceitos básicos da matemática.
Um conjunto é apenas uma coleção de entidades, chamadas
3. Representação dos conjuntos
de elementos. A notação padrão lista os elementos
separados por vírgulas entre chaves (o uso de "parênteses"
Um conjunto pode ser representado de três maneiras:
ou "colchetes" é incomum) como os seguintes exemplos:
por enumeração de seus elementos;
{1, 2, 3} por descrição de uma propriedade característica do
conjunto;
{1, 2, 2, 1, 3, 2} através de uma representação gráfica.
Um conjunto é representado por enumeração quando
{x : x é um número inteiro tal que 0<x<4} todos os seus elementos são indicados e colocados dentro
de um par de chaves.
Os três exemplos acima são maneiras diferentes de
representar o mesmo conjunto. Exemplo:

É possível descrever o mesmo conjunto de diferentes A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto formado


maneiras: listando os seus elementos (ideal para conjuntos pelos algarismos do nosso sistema de numeração.
pequenos e finitos) ou definindo uma propriedade de seus B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z
elementos. Dizemos que dois conjuntos são iguais se e ) indica o conjunto formado pelas letras do nosso alfabeto.
somente se cada elemento de um é também elemento do Quando um conjunto possui número elevado de
outro, não importando a quantidade e nem a ordem das elementos, porém apresenta lei de formação bem clara,
ocorrências dos elementos. podemos representa-lo, por enumeração, indicando os
primeiros e os últimos elementos, intercalados por
reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto
Conceitos essenciais
dos números pares positivos, menores do que100.
Ainda usando reticências, podemos representar, por
Conjunto: representa uma coleção de objetos, enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham
geralmente representado por letras maiúsculas; uma lei de formação bem clara, como os seguintes:

Elemento: qualquer um dos componentes de um D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números


conjunto, geralmente representado por letras minúsculas; inteiros não negativos;
E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos números
Pertinência: é a característica associada a um elemento inteiros;
que faz parte de um conjunto; F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números
ímpares positivos.
Pertence ou não pertence
A representação de um conjunto por meio da descrição de
uma propriedade característica é mais sintética que sua re-
Se é um elemento de , nós podemos dizer que o presentação por enumeração. Neste caso, um conjunto C, de
elemento pertence ao conjunto e podemos escrever elementos x, será representado da seguinte maneira:
. Se não é um elemento de , nós podemos
C = { x | x possui uma determinada propriedade }
dizer que o elemento não pertence ao conjunto e
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui
podemos escrever . uma determinada propriedade:

1. Conceitos primitivos Exemplos

Antes de mais nada devemos saber que conceitos O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser
primitivos são noções que adotamos sem definição. representado por descrição da seguinte maneira: A = { x | x
é algarismo do nosso sistema de numeração }
Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto,
o de elemento e o de pertinência de um elemento a um con- O conjunto G = { a; e; i; o, u } pode ser representado por
junto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: de- descrição da seguinte maneira G = { x | x é vogal do nosso
terminado elemento pertence a um conjunto, sem que te- alfabeto }
nhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que
significa dizer que um elemento pertence ou não a um con- O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado
junto. por descrição da seguinte maneira:

Matemática 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
H = { x | x é par positivo }

A representação gráfica de um conjunto é bastante cômo-


da. Através dela, os elementos de um conjunto são represen-
tados por pontos interiores a uma linha fechada que não se
entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha representam os
elementos que não pertencem ao conjunto.
Resolução
Exemplo
n(A) = 4
n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir dote
letras, possui apenas seis letras distintas entre si.
n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a C: c e
CedeC
observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo
8 = 2 . 4 é o 4º par positivo
. .
. .
. .
98 = 2 . 49 é o 49º par positivo

Por esse tipo de representação gráfica, chamada logo: n(D) = 49


diagrama de Euler-Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈ C, z
∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C. As duas retas, esquematizadas na figura, possuem
apenas um ponto comum.
4 Número de elementos de um conjunto Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário.

Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de 6 igualdade de conjuntos


elementos deste conjunto, e indicamos com n(C), ao número
de elementos diferentes entre si, que pertencem ao conjunto. Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indica-
Exemplos remos com A = 8, se ambos possuírem os mesmos elemen-
tos. Quando isto não ocorrer, diremos que os conjuntos são
O conjunto A = { a; e; i; o; u } diferentes e indicaremos com A ≠ B. Exemplos .
é tal que n(A) = 5.
O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que n(B) = a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
10. b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a}
O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = 99. c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o}
5 Conjunto unitário e conjunto vazio 2
e) { x | x = 100} = {10; -10}
2
f) { x | x = 400} ≠ {20}
Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que
n (C) = 1.
7 Subconjuntos de um conjunto
Exemplo: C = ( 3 )
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um
E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, também
n(C) = 0. pertencer a B.

2
Exemplo: M = { x | x = -25} Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o
conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B :
O conjunto vazio é representado por { } ou por ∅.
Exercício resolvido

Determine o número de elementos dos seguintes com


juntos :
Indicamos que A é um subconjunto de B de duas
A = { x | x é letra da palavra amor } maneiras:
B = { x | x é letra da palavra alegria }
c é o conjunto esquematizado a seguir A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou A está
D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 ) contido em B ou A é parte de B;
E é o conjunto dos pontos comuns às relas r e s, B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A.
esquematizadas a seguir :
Exemplo

Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = { x | x é


brasileiro} ; temos então que A ⊂ B e que B ⊃ A.

Matemática 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Observações:

Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A ⊄


B ou B A.
Admitiremos que o conjunto vazio está contido em
qualquer conjunto.

8 Número de subconjuntos de um conjunto dado


Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n elementos, Exemplos
n
então este conjunto terá 2 subconjuntos. Exemplo a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}
2
terá 2 = 4 subconjuntos.

Exercício resolvido: Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no


exemplo a, dizemos que os conjuntos são disjuntos.
1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C =
(a; e; i; o; u ) . Exercícios resolvidos
Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t ),
5
número dos seus subconjuntos será 2 = 32. determinar os seguintes conjuntos:
a) A ∪ B f) B ∩ C
Exercícios propostas: b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C
2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C)
e) B ∪ C
Resposta: 1024
Resolução
3. Determine o número de subconjuntos do conjunto A ∪ B = {x; y; z; w; v }
A ∩ B = {x }
1 1 1 2 3 3 A ∪ C = {x; y;z; u; t }
C=  ; ; ; ; ; 
2 3 4 4 4 5  A ∩ C = {y }
B ∪ C={x;w;v;y;u;t}
Resposta: 32 B ∩ C= ∅
A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t}
B) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS A ∩ B ∩ C= ∅
(A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y}
1 União de conjuntos
2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras
Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião
os conjuntos: :
de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído
por todos os elementos que pertencem a A ou a B.
a) A ∩ B ∩ C
b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando
com hachuras a interseção dos conjuntos, temos:

Exemplos

{a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e}


{a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d}
{a;b;c} U {a;c}={a;b;c} .Resolução

2 Intersecção de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de


A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído
por todos os elementos que pertencem a A e a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando


com hachuras a intersecção dos conjuntos, temos:

Matemática 111 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A–C C–B

Resolução

A - B = { y; z }
B - A= {w;v}
A - C= {x;z}
C – A = {u;t}
B – C = {x;w;v}
C – B = {y;u;t}
3. No diagrama seguinte temos:
n(A) = 20
n(B) = 30 PROBABILIDADES
n(A ∩ B) = 5
Introdução

Determine n(A ∪ B). Quando usamos probabilidades?


Resolução
Ouvimos falar desse assunto em situações como: a pro-
babilidade de ser sorteado, de acertar numa aposta, de um
candidato vencer uma eleição, de acertar o resultado de um
jogo etc. Portanto, usamos probabilidades em situações em
que dois ou mais resultados diferentes podem ocorrer e não é
possível saber, prever, qual deles realmente vai ocorrer em
cada situação.
Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos de
B, estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas
Ao lançarmos para o alto uma moeda e quisermos saber
vezes; o que, evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este
se o resultado é cara ou coroa, não podemos prever o resul-
erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B;
tado mas podemos calcular as chances de ocorrência de
teremos então:
cada um. Este cálculo é a probabilidade de ocorrência de um
resultado.
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja:
Por meio dos exemplos desta aula, você aprenderá o cál-
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então:
culo de probabilidades.
n(A ∪ B) = 45.
EXEMPLO 1
4 Conjunto complementar
Qual a chance de dar cara no lançamento de uma moe-
Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A, chamamos da?
de conjunto complementar de B em relação a A, e indicamos
com CA B, ao conjunto A - B.
Observação: O complementar é um caso particular de
diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do
primeiro.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando


com hachuras o complementar de B em relação a A, temos:

coroa cara
Solução:

Raciocinando matematicamente, os resultados cara e co-


roa têm as mesmas chances de ocorrer. Como são duas
possibilidades (cara ou coroa) podemos dizer que as chances
de dar cara é de 1 para 2. Isto é o mesmo que dizer que a
probabilidade de o resultado ser cara é ou 0,5 ou 50%.
Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f}
Neste exemplo calculamos intuitivamente a probabilidade
Observação: O conjunto complementar de B em
de o resultado ser cara e você deve ter percebido que a pro-
relação a A é formado pelos elementos que faltam para
babilidade de dar coroa é a mesma, 50%.
"B chegar a A"; isto é, para B se igualar a A.

Exercícios resolvidos: No entanto, quando dizemos que a probabilidade é ½ ou


50% isso não significa que a cada 2 lançamentos um vai ser
4. Sendo A = { x; y; z } , B = { x; w; v } e C = { y; u; t cara e o outro vai ser coroa. O fato de a probabilidade ser ½
}, determinar os seguintes conjuntos: ou 50% quer dizer apenas que as chances são iguais e que,
se fizermos muitos lançamentos, é provável que aproxima-
A–B C-A damente metade deles dê cara como resultado.
B–A B–C

Matemática 112 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O conceito de probabilidade a probabilidade de um freguês desavisado escolher uma das
opções mais caras?
EXEMPLO 2
Solução:
O chefe de uma seção com 5 funcionários deu a eles 1
ingresso da final de um campeonato para que fosse sorteado. Já sabemos que a probabilidade de escolher os mais ca-
Após escreverem seus nomes em papéis idênticos, coloca- ros será:
ram tudo num saco para fazer o sorteio. Qual a chance que
cada um tem de ser sorteado? nº de cardápios mais
p(mais caro) caros
= nº de cardápios possí-
Solução:
veis
Os 5 funcionários têm todos a mesma chance de serem Se temos 6 opções econômicas num total de 24, temos
sorteados. No caso de Paulo, por exemplo, as chances de 24 - 6 = 18 opções mais caras. Como o número de cardápios
ser sorteado são de 1 para 5, ou 1/5. Então, podemos dizer possíveis é 24, então:
que a chance, ou a probabilidade, de cada um deles ser sor-
teado é de 1/5 , ou 0,2, ou ainda 20%. 18 3
p(mais caro) = = = 0,75 = 75%
54 4
EXEMPLO 3

No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o re- As chances de esse freguês escolher um dos cardápios
sultado ser um número par? mais caros é de 75%.

Solução: EXEMPLO 5

Para que o resultado seja par devemos conseguir: Numa urna estão 10 bolas de mesmo tamanho e de
mesmo material, sendo 8 pretas e 2 brancas. Pegando-se
uma bola qualquer dessa urna, qual a probabilidade de ela
ser branca?

Solução:
nº de bolas bran-
2 1
p(branca) = cas = = = 20%
nº total de bolas 10 5
Assim, temos 3 resultados favoráveis (2, 4 ou 6) em um
total de 6 resultados possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6). EXEMPLO 6

As chances de dar um resultado par são 3 num total de 6. De um baralho normal de 52 cartas e mais 2 coringas reti-
Então, podemos dizer que a probabilidade de isso acontecer ramos uma das cartas ao acaso. Qual a probabilidade de:
é 3/6 ou 1/2 .
a) ser um ás?
Generalizando essa solução:
nº de resultados favoráveis a b) ser um coringa, em jogos que também consideram o 2
3 1 como coringa?
P (par) E = = =
= nº total de resultados possí- 6 2
veis 50% Solução:

Onde P (par) significa probabilidade de o resultado ser O número total de cartas é 54 sendo que há 13 cartas (ás,
par. 2 a 10, valete, dama, rei) de cada um dos 4 naipes (copas,
ouro, paus e espadas) e 2 coringas.
Nos três exemplos que acabamos de ver há dois ou mais
resultados possíveis, todos com a mesma chance de ocorrer. nº de ases existen- 4
A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um con- p (ás) tes = = 0,07 =
a) 54
junto de resultados que satisfaçam uma condição ou exigên- =
nº total de cartas 7%
cia E, é representado por p (E) e calculado por:
nº de resultados favoráveis a
E
p (E) = b) Como as 4 cartas com nº 2 também são consideradas
nº total de resultados possí-
veis coringas, a probabilidade de tirar um coringa será:

EXEMPLO 4 nº de coringas 6
= = 0,11 =
p(coringa) = 54
nº total de cartas
No Exemplo 2 da Aula 48 vimos que, num restaurante que 11%
prepara 4 pratos quentes, 2 saladas e 3 sobremesas diferen-
tes, existem 24 maneiras diferentes de um freguês se servir EXEMPLO 7
de um prato quente, uma salada e uma sobremesa.
Em análise combinatoria, vimos que, com 6 homens e 3
No Exemplo 3 daquela aula descobrimos que havia, den- mulheres, podemos formar C 59 = 126 grupos de 5 pessoas e
tre os 24 cardápios possíveis, 6 cardápios econômicos. Qual

Matemática 113 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
C 56 = 6 grupos de 5 pessoas nos quais só escolhemos ho- a) Como a soma dos algarismos 1 + 3 + 5 é igual a 9, que
é um múltiplo de 3, qualquer um dos números formados será
mens. Supondo que as chances de cada um dos grupos é a múltiplo de 3. Assim, a probabilidade de isso ocorrer será:
mesma, qual a probabilidade de escolher:

a) um grupo onde não há mulheres; 6


P (múltiplo de 3) = =1
6
b) um grupo onde haja pelo menos uma mulher.
b) Como qualquer dos algarismos 1, 3 e 5 colocados no
Solução: final do número formado gera um número ímpar, não forma-
remos nenhum número par.
6
a) p (não mulher) = = 0,05 = 5% Assim, como a quantidade de casos favoráveis é zero,
126 temos:

120 0
b) p (pelo menos 1 mulher) = = 0,95 = 95% p (par) = =0
126 6

Os valores possíveis para as probabilidades Um pouco de história

No Exemplo 7 os grupos contados em a) e em b) comple- Os primeiros estudos envolvendo probabilidades foram


tam todos os grupos possíveis (6 + 120 = 126). Portanto as motivados pela análise de jogos de azar. Sabe-se que um
6 120 126 dos primeiros matemáticos que se ocupou com o cálculo das
possibilidades somadas darão + = ou 100% probabilidades foi Cardano (1501-1576). Data dessa época a
126 126 126
expressão que utilizamos até hoje para o cálculo da probabi-
(5% + 95%).
lidade de um evento (número de casos favoráveis dividido
pelo número de casos possíveis).
Já sabemos que:

nº de resultados favoráveis a E Com Fermat (1601-1665) e Pascal (1623-1662), a teoria


p (E) = das probabilidades começou a evoluir e ganhar mais consis-
nº total de resultados possíveis tência, passando a ser utilizada em outros aspectos da vida
A quantidade m será escolhida dentre as n existentes, por social, como, por exemplo, auxiliando na descoberta da vaci-
isso m deverá ser menor ou igual a n (m ≤ n) e a fração na contra a varíola no século XVIII.
m
será menor ou igual a 1: p (E) ≤1. Atualmente, a teoria das probabilidades é muito utilizada
n em outros ramos da Matemática (como o Cálculo e a Estatís-
tica), da Biologia (especialmente nos estudos da Genética),
Caso a condição E exigida não possa ser cumprida, ou da Física (como na Física Nuclear), da Economia, da Socio-
seja, se não houver nenhum resultado favorável a E, o núme- logia etc.
m
ro m será zero e p (E) = =0 Exercícios
n
Exercício 1
m
Percebemos ainda que a fração será sempre positiva
n De um baralho de 52 cartas é retirada uma carta ao aca-
pois m e n são números naturais. so.

Assim, podemos concluir que: a) Qual a probabilidade de a carta retirada ser um rei?

m b) Qual a probabilidade de a carta retirada ser uma figura


0≤ ≤1 ou 0 ≤ p (E) ≤ 1
n (valete, dama ou rei)?
EXEMPLO 8
Exercício 2
Com os algarismos 1, 3 e 5 formamos todos os números
No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o
de 3 algarismos possíveis. Dentre eles escolhemos um nú-
número obtido ser menor ou igual a 4?
mero, ao acaso.
Exercício 3
a) Qual a probabilidade de escolher um número que seja
múltiplo de 3?
No lançamento de dois dados, um verde e outro verme-
lho, qual é a probabilidade de que a soma dos pontos obtidos
b) Qual a probabilidade de o número escolhido ser par?
seja:
Solução:
a) 7
O total de números formados por 3 algarismos é igual ao
b) 1
número de permutações possíveis com os algarismos 1, 3 e 5
em três posições, ou seja, 3! = 6.
c) maior que 12

Matemática 114 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d) um número par nº de resultados favoráveis a
E
p (E) =
Exercício 4 nº total de resultados possí-
veis
Na Aula 48 vimos que na SENA existem 11.441.304.000
maneiras de escolher 6 números de 01 a 50. Se você apostar
em 6 números, qual a probabilidade de sua aposta ser a
Iremos calcular a probabilidade de ocorrência de um e-
sorteada?
vento e outro, bem como a ocorrência de um ou outro evento.
Em muitas situações a ocorrência de um fato qualquer de-
Exercício 5 pende da ocorrência de um outro fato; nesse caso dizemos
que são ocorrências dependentes. Em situações onde não há
O que acontece se você apostar em 5 números de 01 a essa dependência, precisamos calcular probabilidades de
100? Qual a probabilidade de você acertar a quina de núme- duas situações ocorrerem ao mesmo tempo.
ros sorteada?
Para abordarmos situações como as que acabamos de
Exercício 6 descrever, utilizaremos vários exemplos durante esta aula.
Leia-os com bastante atenção e procure refazer as soluções
Suponha que sejam iguais as chances de qualquer uma apresentadas.
das placas novas para automóveis (3 letras e 4 números) ser
escolhida para o seu automóvel. Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento e de
outro
Qual a probabilidade de você receber uma placa com as
iniciais de seu nome em qualquer ordem? EXEMPLO 1

Respostas: Num grupo de jovens estudantes a probabilidade de que


um jovem, escolhido ao acaso, tenha média acima de 7,0 é
4 1 1
1. a) = = 7,69% . Nesse mesmo grupo, a probabilidade de que um jovem
52 13 5
5
saiba jogar futebol é . Qual a probabilidade de escolher-
12 2 6
b) = = 23%
52 3 mos um jovem (ao acaso) que tenha média maior que 7,0 e
saiba jogar futebol?
4 1
2. = = 67% Solução:
6 13
O fato de ter média maior que 7,0 não depende do
fato de saber jogar futebol, e vice-versa. Quando
6 1 isso ocorre, dizemos que os eventos são inde-
3. a) = = 17%
36 6 pendentes.
Considere então os eventos:
b) 0
A: ter média acima de 7,0.
c) 0
B: saber jogar futebol.
24
d) = 67%
36 A e B: ter média acima de 7,0 e saber jogar futebol.

Como queremos calcular P (A e B), pense o seguinte: de


1
4. = 0,000 000 000 087 = 1 5
1144130400 0 todos os jovens, têm média acima de 7,0 e sabem jogar
5 6
0,000 000 0087% 5 1 5 1 1
futebol. Ora, de , ou seja, x = , sabem jogar
6 5 6 5 6
1 1
5. = 0,000 000 000 11 = futebol e têm média acima de 7,0. Portanto, P (A e B) = .
9034502400 6

0,000 000 011% Repare que para encontrarmos P (A e B) efetuamos P (A)


· P (B). Então, concluímos que, quando A e B são eventos
3! 6 independentes (não têm “nada a ver” um com o outro):
6. = = 0,000 000 034 =
3 4 175760000
26 10 P (A e B) = P (A) · P (B)

0,000 003 4%
EXEMPLO 2
Calculando probabilidades
Dos 30 funcionários de uma empresa, 10 são canhotos e
Você já aprendeu que a probabilidade de um evento E é: 25 vão de ônibus para o trabalho. Escolhendo ao acaso um

Matemática 115 A Opção Certa Para a Sua Realização


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desses empregados, qual a probabilidade de que ele seja E agora? Como calcular P (A e B)?
canhoto e vá de ônibus para o trabalho?
É simples: no lugar de usarmos P(B) na fórmula P(A e B)
Solução: = P(A) · P(B), usaremos P(B/A) já que a ocorrência de B
depende da ocorrência de A.
Considere os eventos:
O enunciado deste problema nos diz que P(A)
A : ser canhoto 4 3
= P(B/A)= ; assim,
7 4
B : ir de ônibus para o trabalho
4 3 3
É claro que A e B são eventos independentes, portanto P(A e B) = P(A) · P(B/A)= x =
um não depende em nada do outro. A probabilidade de os 7 4 7
dois eventos (A e B) ocorrerem simultaneamente é calculada
por P (A e B) = P (A) · P (B). A probabilidade de que um atleta, escolhido ao acaso,
3
Calculando: termine a 1ª e a 2ª etapas é .
7
10 1 Quando A e B não são eventos independentes a probabi-
P (A) = =
30 3 lidade de ocorrência de A e B é calculada por:

25 5 P (A e B) = P (A) · P (B/A)
P (B) = =
30 6 onde P (B/A) é a probabilidade de B, dado que A já ocor-
reu.
1 5 5
P (A e B) = P (A) · P (B) = x = EXEMPLO 4
3 6 18
No exame para tirar a carteira de motorista, a probabilida-
A probabilidade de que ele seja canhoto e vá de ônibus
5 9
de de aprovação na prova escrita é . Depois de ser apro-
para o trabalho é de . 10
18
vado na parte teórica, há uma prova prática de direção. Para
os que já passaram no exame escrito, a probabilidade de
EXEMPLO 3
2
passar nessa prova prática é .
Alguns atletas participam de um triathlon (prova formada 3
por 3 etapas consecutivas: natação, corrida e ciclismo). A
probabilidade de que um atleta escolhido ao acaso termine a Qual a probabilidade de que, escolhido um candidato ao
4 acaso, ele seja aprovado em ambas as provas escrita e práti-
primeira etapa (natação) é . Para continuar na competição ca e tire a carteira de motorista?
7
com a segunda etapa (corrida) o atleta precisa ter terminado
a natação. Dos atletas que terminam a primeira etapa, a Solução:
probabilidade de que um deles, escolhido ao acaso, termine a
3 Considere os eventos:
segunda é . Qual a probabilidade de que um atleta que
4 A: aprovação na prova escrita.
iniciou a prova, e seja escolhido ao acaso, termine a primeira
e a segunda etapas?
B: aprovação na prova prática de direção.
Solução:
Os eventos A e B não são independentes, pois é preciso
ter aprovação na prova escrita e para fazer a prova prática de
A : terminar a 1ª etapa da prova (natação). direção. Como a ocorrência de B está condicionada à ocor-
rência de A, criamos o evento:
B : terminar a 2ª etapa da prova (corrida), tendo terminado
a 1ª. B/A: ter aprovação na prova prática de direção, sabendo
que o candidato foi aprovado na prova escrita.
Note que A e B não são eventos independentes pois, para
começar a 2ª etapa é necessário, antes, terminar a 1ª. Para calcular P(A e B), usamos: P(A e B) = P(A) · P(B/A)

Nesse caso dizemos que a ocorrência do evento B de- Calculando:


pende (está condicionada) à ocorrência do evento A.

Utilizamos então a notação B/A, que significa a depen-


9
P(A) =
dência dos eventos, ou melhor, que o evento B/A denota a 10
ocorrência do evento B, sabendo que A já ocorreu. No caso
deste exemplo, temos: B/A terminar a 2ª etapa (corrida),
2
sabendo que o atleta terminou a 1ª etapa (natação). P(B/A) =
3

Matemática 116 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
9 2 3 te SUMOBOM. A pesquisa concluiu que dos 500 entrevista-
P(A e B) = x = dos, 300 preferiam o SUMOBOM, 100 consumiam os dois,
10 3 5 250 preferiam SOSUMO e 50

A probabilidade de passar na prova escrita e na prova de nenhum dos dois. Um dos entrevistados foi escolhido ao
3 acaso. Qual a probabilidade de que ele seja:
direção é .
5
a) consumidor de SOSUMO e SUMOBOM;
Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento
ou outro b) consumidor de SOSUMO ou SUMOBOM.

EXEMPLO 5 Solução:

Na Copa América de 1995, o Brasil jogou com a Colôm- a) De acordo com a pesquisa dos 500 entrevistados, 100
bia. No primeiro tempo, a seleção brasileira cometeu 10 fal- consomem os dois sucos. Logo, a probabilidade de que um
tas, sendo que 3 foram cometidas por Leonardo e outras 3 entrevistado, escolhido ao acaso, consuma os dois sucos é:
por André Cruz. No intervalo, os melhores lances foram repri- 100 1
sados, dentre os quais uma falta cometida pelo Brasil, esco- = .
500 5
lhida ao acaso. Qual a probabilidade de que a falta escolhida
seja de Leonardo ou de André Cruz?
b) Usando o raciocínio do Exemplo 5, para saber a proba-
bilidade da ocorrência de um evento ou outro, somamos as
Solução:
probabilidades de os dois eventos ocorrerem separadamente.
Mas, neste exemplo, devemos tomar cuidado com o seguinte:
Das 10 faltas, 3 foram de Leonardo e 3 de André Cruz. existem pessoas que consomem os dois sucos indiferente-
Portanto, os dois juntos cometeram 6 das 10 faltas do Brasil. mente, compram o que estiver mais barato, por exemplo.
Assim, a probabilidade de que uma das faltas seja a escolhi- Assim, não podemos contar essas pessoas (que consomem
6 3 um e outro) duas vezes.
da dentre as 10 é = .
10 5 Observe que a soma dos resultados é maior que o
Também podemos resolver este problema da se- número de entrevistados (300 + 100 + 200 + 50 =
guinte maneira: 650), ou seja, há pessoas que, apesar de preferi-
rem um dos sucos, consomem os dois. Para faci-
probabilidade de ser escolhida uma falta do Leonar- litar daremos nomes aos eventos:
3 A : preferir o SOSUMO
do = .
10
B: preferir o SUMOBOM
probabilidade de ser escolhida uma falta do André
3 A e B: consumir SOSUMO e SUMOBOM
Cruz = .
10
A ou B: consumir SOSUMO ou SUMOBOM
probabilidade de ser escolhida uma falta de um des-
Repare que este ou quer dizer: apenas o SOSUMO ou
3 3 6 3 apenas o SUMOBOM.
tes dois jogadores= + = =
10 10 10 5
Fazendo P(A ou B) = P(A) + P(B) estamos contando duas
. vezes as pessoas que apesar de preferirem um dos sucos,
consomem os dois. Logo, devemos
Lembre-se de que qualquer uma das duas escolhas terá
um resultado favorável. subtrair de P(A) + P(B) o resultado de P(A e B) para retirar
a “contagem dobrada”.
Se A e B são os eventos (escolher uma falta de Leonardo
ou escolher uma falta de André Cruz), estamos interessados Temos então:
na probabilidade do evento A ou B.
P (A ou B) = P (A) + P (B) P (A e B)
Temos então:
Calculando:
P(A ou B) = P(A) + P(B)

Note que isso vale porque uma falta não pode ser cometi- 250 1
P(A) = =
da pelos dois jogadores ao mesmo tempo, ou seja, o evento 500 2
A e B é impossível.
300 3
EXEMPLO 6 P(B) = =
500 5
Uma empresa que fabrica suco de laranja fez uma pes-
quisa para saber como está a preferência do consumidor em 100 1
relação ao seu suco e ao fabricado por seu principal concor- P(A e B) = =
500 5
rente. Essa empresa é chamada SOSUMO, e seu concorren-

Matemática 117 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1 3 1 1 2 5+4 9 das 500 casas, ao acaso, qual a probabilidade de que a
P(A ou B) = + - = + = = TV esteja sintonizada no canal VER-DE-PERTO ou no canal
2 5 5 2 5 10 10 VER-MELHOR?

A probabilidade de que o escolhido consuma um suco ou Exercício 4


9
outro é .
10 Dos 140 funcionários de uma fábrica, 70 preferem a mar-
ca de cigarros FUMAÇA, 80 preferem TOBACO e 30 fumam
Observação ambas sem preferência.

Em exemplos como o que acabamos de ver há outras so- Sabendo que 20 funcionários não fumam, calcule a pro-
luções possíveis. babilidade de que um funcionário, escolhido ao acaso:

Observe que o evento A ou B (consumir um suco ou ou- a) fume FUMAÇA e TOBACO


tro) deve incluir como casos favoráveis todas as pessoas que
não fazem parte do grupo dos que não consomem esses dois b) fume FUMAÇA ou TOBACO
sucos.
Exercício 5
Sabíamos que dos 500 entrevistados, 50 pessoas consu-
miam nenhum dos dois e a probabilidade de escolhermos Com as mesmas informações do exercício anterior, calcu-
50 1 le a probabilidade de que um funcionário, escolhido ao acaso:
uma dessas pessoas ao acaso era , ou seja, . As-
500 10
a) fume só FUMAÇA
sim, podíamos concluir que a probabilidade de não fazer
1 9 b) fume só TOBACO
parte desse grupo era 1 - = , raciocinando por exclu-
10 10
são. c) fume só FUMAÇA ou só TOBACO

Exercícios propostos. d) não fume nenhuma das duas marcas de cigarro

Exercício 1 e) não fume FUMAÇA

Em uma cidade do interior do Brasil, a probabilidade de f) não fume TOBACO


que um habitante escolhido ao acaso tenha televisão em
11 Respostas
casa é . Já a probabilidade de esse habitante ser um
12
1 1
comerciante é . Escolhendo um habitante dessa cidade 1. Eventos independentes:
11 12
ao acaso, qual a probabilidade de que ele tenha televisão em
casa e seja comerciante? 1
2. Eventos dependentes:
6
Exercício 2

Alguns professores estão prestando concurso para dar 300 100 400 4
3. + = =
aulas em uma escola. 500 500 500 5

Inicialmente, eles farão uma prova escrita e, depois de se- 30 3


rem aprovados nessa prova, farão uma prova prática. Aquele 4. a) P (A e B) = =
que for aprovado na prova prática será contratado. Sabendo 140 14
1
que a probabilidade de aprovação na prova escrita é e de
4
aprovação na prova prática (depois de ser aprovado na escri-
2
ta) é , calcule a probabilidade de que um professor, esco-
3
lhido ao acaso, seja contratado.

Exercício 3

Em uma noite de sexta-feira, pesquisadores percorreram 40 + 30 + 50 120 6


500 casas perguntando em que canal estava ligada a televi- b) P (A ou B) = = =
são. Desse modo, descobriram que em 300 casas assistiam 140 140 7
ao canal VER-DE-PERTO, 100 viam o canal VERMELHOR e
outras 100 casas não estavam com a TV ligada. Escolhida 40 2
uma 5. a) =
140 7

Matemática 118 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
50 5 De acordo com a definição dada, é correto afirmar que, dos
b) = itens da relação acima, são sentenças APENAS os de núme-
140 14 ros
A) 1, 3 e 5. D) 4 e 6.
40 + 50 9 B) 2, 3 e 5. E) 5 e 6.
c) = C) 3, 5 e 6.
140 14
04. (ICMS/SP 2006 FCC) Das cinco frases abaixo, quatro
20 1 delas têm uma mesma característica lógica em comum, en-
d) =
140 7 quanto uma delas não tem essa característica.
I. Que belo dia!
II. Um excelente livro de raciocínio lógico.
50 + 20 70 1 III. O jogo terminou empatado?
e) = =
140 140 2 IV. Existe vida em outros planetas do universo.
V. Escreva uma poesia.
A frase que não possui essa característica comum é a
40 + 20 60 3 (A) I. (C) III. (E) V.
f) = =
140 140 7 (B) II. (D) IV.

Fonte: http://www.bibvirt.futuro.usp.br 05. (ICMS/SP 2006 FCC) Considere as seguintes frases:


I. Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005.
PROVA SIMULADA I II. (x + y)/5 é um número inteiro.
III. João da Silva foi o Secretário da Fazenda do Estado de
EXERCÍCIOS São Paulo em 2000.
PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS É verdade que APENAS
(A) I e II são sentenças abertas.
Prof. Weber Campos
(B) I e III são sentenças abertas.
(C) II e III são sentenças abertas.
01. (TCE/PB 2006 FCC) Sabe-se que sentenças são orações
(D) I é uma sentença aberta.
com sujeito (o termo a respeito do qual se declara algo) e
(E) II é uma sentença aberta.
predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na relação se-
guinte há expressões e sentenças:
06. (MRE 2008 CESPE) Julgue os itens a seguir.
1. Três mais nove é igual a doze.
1. Considere a seguinte lista de sentenças:
2. Pelé é brasileiro.
I. Qual é o nome pelo qual é conhecido o Ministério das Rela-
3. O jogador de futebol.
ções Exteriores?
4. A idade de Maria.
II. O Palácio Itamaraty em Brasília é uma bela construção do
5. A metade de um número.
século XIX.
6. O triplo de 15 é maior do que 10.
III. As quantidades de embaixadas e consulados gerais que o
É correto afirmar que, na relação dada, são sentenças ape-
Itamaraty possui são, respectivamente, x e y.
nas os itens de números
IV. O barão do Rio Branco foi um diplomata notável.
(A) 1, 2 e 6. (D) 1, 2, 5 e 6.
V. Indivíduo com 50 anos de idade ou mais não poderá se
(B) 2, 3 e 4. (E) 2, 3, 4 e 5.
inscrever no concurso do TRT/ES.
(C) 3, 4 e 5.
Nessa situação, é correto afirmar que entre as sentenças
acima, apenas uma delas não é uma proposição.
02. (TRF 2ª Região 2007 FCC) Sabe-se que sentenças são
orações com sujeito (o termo a respeito do qual se declara
07. (SEBRAE-2008/CESPE) Uma proposição é uma senten-
algo) e predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na rela-
ça afirmativa ou negativa que pode ser julgada como verda-
ção seguinte há expressões e sentenças:
deira (V) ou falsa (F), mas não como ambas. Nesse sentido,
1. A terça parte de um número.
considere o seguinte diálogo:
2. Jasão é elegante.
(1) Você sabe dividir? — perguntou Ana.
3. Mente sã em corpo são.
(2) Claro que sei! — respondeu Mauro.
4. Dois mais dois são 5.
(3) Então, qual é o resto da divisão de onze milhares, onze
5. Evite o fumo.
centenas e onze por três? — perguntou Ana.
6. Trinta e dois centésimos.
(4) O resto é dois. — respondeu Mauro, após fazer a conta.
É correto afirmar que, na relação dada, são sentenças APE-
A partir das informações e do diálogo acima, julgue os itens
NAS os itens de números
que se seguem.
(A) 1, 4 e 6. (D) 3 e 5.
1. A frase indicada por (3) não é uma proposição.
(B) 2, 4 e 5. (E) 2 e 4.
2. A frase (2) é uma proposição.
(C) 2, 3 e 5.
08. (ICMS/SP 2006 FCC) Considere a proposição
03. (PM-Bahia 2009 FCC) Define-se sentença como qualquer
“Paula estuda, mas não passa no concurso”.
oração que tem sujeito (o termo a respeito do qual se declara
Nessa proposição, o conectivo lógico é
alguma coisa) e predicado (o que se declara sobre o sujeito).
(A) disjunção inclusiva.
Na relação que segue há expressões e sentenças :
(B) conjunção.
1. Tomara que chova.
(C) disjunção exclusiva.
2. Que horas são?
(D) condicional.
3. Três vezes dois são cinco.
(E) bicondicional.
4. Quarenta e dois detentos.
5. Policiais são confiáveis.
09. (TRT 9ª Região 2004 FCC) Leia atentamente as proposi-
6. Exercícios físicos são saudáveis.
ções simples P e Q:
P: João foi aprovado no concurso do Tribunal.
Q: João foi aprovado em um concurso.

Matemática 119 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Do ponto de vista lógico, uma proposição condicional correta c) Todos os nossos atos têm causa se e somente se não há
em relação a P e Q é: atos livres.
(A) Se não Q, então P. d) Todos os nossos atos não têm causa se e somente se não
(B) Se não P, então não Q. há atos livres.
(C) Se P, então Q. e) Alguns atos são livres se e somente se todos os nossos
(D) Se Q, então P. atos têm causa
(E) Se P, então não Q.
15. (TRT-SP Anal Jud 2008 FCC) Considere as seguintes
10. (BACEN 2006 FCC) Sejam as proposições: premissas:
p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Cen- "Se todos os homens são sábios, então não há justiça para
tral; todos."
q: fazer frente ao fluxo positivo. "Se não há justiça para todos, então todos os homens são
Se p implica em q, então sábios."
(A) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Para que se tenha um argumento válido, é correto concluir
Central é condição necessária para fazer frente ao fluxo posi- que:
tivo. (A) Todos os homens são sábios se, e somente se, há justiça
(B) fazer frente ao fluxo positivo é condição suficiente para a para todos.
atuação compradora de dólares por parte do Banco Central. (B) Todos os homens são sábios se, e somente se, não há
(C) a atuação compradora de dólares por parte do Banco justiça para todos.
Central é condição suficiente para fazer frente ao fluxo positi- (C) Todos os homens são sábios e há justiça para todos.
vo. (D) Todos os homens são sábios e não há justiça para todos.
(D) fazer frente ao fluxo positivo é condição necessária e (E) Todos os homens são sábios se há justiça para todos.
suficiente para a atuação compradora de dólares por parte do
Banco Central. 16. (TRT-SP Téc. Jud. Área Administrativa 2008 FCC) Dadas
(E) a atuação compradora de dólares por parte do Banco as proposições simples p e q, tais que p é verdadeira e q é
Central não é condição suficiente e nem necessária para falsa, considere as seguintes proposições compostas:
fazer frente ao fluxo positivo.

11. (TRT-SP Anal Jud 2008 FCC) São dadas as seguintes


proposições:
- p: Computadores são capazes de processar quaisquer tipos
de dados.
- q: É possível provar que ∞ + 1 = ∞. Quantas dessas proposições compostas são verdadeiras?
Se p implica em q, então o fato de (A) Nenhuma. (D) Apenas três.
(B) Apenas uma. (E) Quatro.
(A) ser possível provar que ∞ + 1 = ∞ é uma condição neces-
(C) Apenas duas.
sária e suficiente para que os computadores sejam capazes
de processar quaisquer tipos de dados.
17. (TRT 9ª Região 2004 FCC) Leia atentamente as proposi-
(B) computadores serem capazes de processar quaisquer
ções P e Q:
tipos de dados não é condição necessária e nem suficiente
P: o computador é uma máquina.
para que seja possível provar que ∞ + 1 = ∞.
Q: compete ao cargo de técnico judiciário a construção de
(C) ser possível provar que ∞ + 1 = ∞ é uma condição sufici- computadores.
ente para que os computadores sejam capazes de processar Em relação às duas proposições, é correto afirmar que
quaisquer tipos de dados. (A) a proposição composta “P ou Q" é verdadeira.
(D) computadores serem capazes de processar quaisquer (B) a proposição composta “P e Q” é verdadeira.
tipos de dados é condição necessária para que seja possível (C) a negação de P é equivalente à negação de Q.
provar que ∞ + 1 = ∞. (D) P é equivalente a Q.
(E) ser possível provar que ∞ + 1 = ∞ é condição necessária (E) P implica Q
para que os computadores sejam capazes de processar
quaisquer tipos de dados. 18. (Petrobrás 2006 Cesgranrio) Sabendo que as proposi-
ções p e q são verdadeiras e que as proposições r e s são
12. (MRE 2008 CESPE) Julgue o seguinte item: falsas, assinale a opção que apresenta valor lógico falso nas
Item 1. Considerando que A e B simbolizem, respectivamen- proposições abaixo.
te, as proposições “A publicação usa e cita documentos do
Itamaraty” e “O autor envia duas cópias de sua publicação de
pesquisa para a Biblioteca do Itamaraty”, então a proposição
BA é uma simbolização correta para a proposição “Uma
condição necessária para que o autor envie duas cópias de
sua publicação de pesquisa para a Biblioteca do Itamaraty é
que a publicação use e cite documentos do Itamaraty”.

13. (PETROBRAS 2007 CESPE) Julgue o seguinte item:


Item 1. A proposição “O piloto vencerá a corrida somente se
o carro estiver bem preparado” pode ser corretamente lida 19. (Téc Controle Interno RJ 99 ESAF) Dadas as proposições
como “O carro estar bem preparado é condição necessária
para que o piloto vença a corrida”.

14. (TRF 1ª Região Técnico Jud 2006 FCC) Se todos os


nossos atos têm causa, então não há atos livres. Se não há
atos livres, então todos os nossos atos têm causa. Logo:
a) alguns atos não têm causa se não há atos livres.
b) Todos os nossos atos têm causa se e somente se há atos
livres.
Matemática 120 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
– “Se Benivaldo ou Corifeu participaram, então Amarilis não
participou”;
– “Esmeralda não participou da reunião”.
Considerando que as afirmações contidas nos quatro comen-
tários eram verdadeiras, pode-se concluir com certeza que,
além de Esmeralda, não participaram de tal reunião
(A) Amarilis e Benivaldo.
(B) Amarilis e Divino.
(C) Benivaldo e Corifeu.
(D) Benivaldo e Divino.
(E) Corifeu e Divino.

24. (Metrô-SP 2009 FCC) Entre outros, três enfermeiros −


A que tem valor lógico FALSO é a
(A) IV (B) V (C) III (D) II (E) I Abigail, Benício e Clóvis − foram incumbidos de acompanhar
um Programa de Vacinação contra o vírus da dengue, a ser
20. (ICMS/SP 2006 FCC) Na tabela-verdade abaixo, p e q executado em uma mesma estação de trens metropolitanos
são proposições da cidade de São Paulo. Sabedor de que, no dia estipulado
para a execução do programa, pelo menos um desses três
enfermeiros não havia comparecido ao local designado, o
Coordenador do Programa convocou-os a prestar esclareci-
mentos, ouvindo deles as seguintes declarações:
Abigail: Benício faltou e Clóvis faltou.
Benício: Clóvis compareceu ou Abigail faltou.
Clóvis: Se Benício compareceu, então Abigail faltou.
Considerando que as três declarações são falsas, é correto
afirmar que, apenas,
(A) Abigail faltou.
(B) Benício faltou.
A proposição composta que substitui corretamente o ponto de (C) Clóvis faltou.
interrogação é (D) Abigail e Benício faltaram.
(E) Benício e Clóvis faltaram.

25. (Analista BACEN 2005 FCC) Aldo, Benê e Caio recebe-


ram uma proposta para executar um projeto. A seguir são
registradas as declarações dadas pelos três, após a conclu-
são do projeto:
- Aldo: Não é verdade que Benê e Caio executaram o projeto.
21. (Tec da Fazenda Estadual de SP 2010 FCC) Considere - Benê: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o execu-
as seguintes premissas: tou.
p: Estudar é fundamental para crescer profissionalmente. - Caio: Eu não executei o projeto, mas Aldo ou Benê o execu-
q: O trabalho enobrece. taram.
A afirmação “Se o trabalho não enobrece, então estudar não Se somente a afirmação de Benê é falsa, então o projeto foi
é fundamental para crescer profissionalmente” é, com certe- executado APENAS por
za, FALSA quando: (A) Aldo. (C) Caio. (E) Aldo e Caio.
(A) p é falsa e q é verdadeira. (D) p é falsa e q é falsa. (B) Benê. (D) Aldo e Benê.
(B) p é verdadeira e q é falsa. (E) p é verdadeira e q é verda-
deira. 26. (Câmara dos deputados 2007 FCC) Relativamente a uma
(C) p é falsa ou q é falsa. mesma prova de um concurso a que se submeteram, três
amigos fizeram as seguintes declarações:
22. (TRT-SP Tec Jud 2008 FCC) Considere que são verda- Ariovaldo: Benício foi reprovado no concurso e Corifeu foi
deiras as seguintes premissas: aprovado.
“Se o professor adiar a prova, Lulu irá ao cinema.” Benício: Se Ariovaldo foi reprovado no concurso, então Cori-
“Se o professor não adiar a prova, Lenine irá à Biblioteca.” feu também o foi.
Considerando que, com certeza, o professor adiará a prova, é Corifeu: Eu fui aprovado no concurso, mas pelo menos um
correto afirmar que dos outros dois não o foi.
a) Lulu e Lenine não irão à Biblioteca Admitindo-se que as três declarações são verdadeiras, então
b) Lulu e Lenine não irão ao cinema. (A) Ariovaldo foi o único dos três que foi aprovado no concur-
c) Lulu irá ao cinema. so.
d) Lenine irá à Biblioteca. (B) Benício foi o único dos três que foi aprovado no concurso.
e) Lulu irá ao cinema e Lenine não irá à Biblioteca. (C) Corifeu foi o único dos três que foi aprovado no concurso.
(D) Benício foi o único dos três que foi reprovado no concur-
23. (TCE-SP 2010 FCC) Certo dia, cinco Agentes de um so.
mesmo setor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (E) Ariovaldo foi o único dos três que foi reprovado no con-
− Amarilis, Benivaldo, Corifeu, Divino e Esmeralda − foram curso.
convocados para uma reunião em que se discutiria a implan-
tação de um novo serviço de telefonia. Após a reunião, al- NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES
guns funcionários fizeram os seguintes comentários: 27. Dê a negação de cada uma das proposições abaixo.
– “Se Divino participou da reunião, então Esmeralda também a) Todos os corvos não são negros. Algum corvo é negro.
participou”; b) Nenhum gato não sabe pular. Algum gato não sabe pular.
– “Se Divino não participou da reunião, então Corifeu partici- c) Algum sapo é príncipe. Nenhum sapo é príncipe.
pou”; d) Alguma planta não é venenosa. Toda planta é venenosa.

Matemática 121 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
28. (TRT 9ª Região 2004 FCC) A correta negação da propo- (B) não foi a lugar algum, comprou alguma coisa do vendedor
sição "todos os cargos deste concurso são de analista judiciá- e tem coisas a declarar sobre o crime.
rio” é: (C) foi a algum lugar, comprou alguma coisa do vendedor e
(A) alguns cargos deste concurso são de analista judiciário. tem coisas a declarar sobre o crime.
(B) existem cargos deste concurso que não são de analista (D) foi a algum lugar, não comprou coisa alguma do vendedor
judiciário. e não tem coisas a declarar sobre o crime.
(C) existem cargos deste concurso que são de analista judici- (E) foi a algum lugar, comprou alguma coisa do vendedor e
ário. não tem coisas a declarar sobre o crime.
(D) nenhum dos cargos deste concurso não é de analista
judiciário. 34. (Fiscal Recife 2003 ESAF) Pedro, após visitar uma aldeia
(E) os cargos deste concurso são ou de analista, ou no judi- distante, afirmou: “Não é verdade que todos os aldeões da-
ciário. quela aldeia não dormem a sesta”. A condição necessária e
suficiente para que a afirmação de Pedro seja verdadeira é
29. (Escriturário Banco do Brasil 2011 FCC) Um jornal publi- que seja verdadeira a seguinte proposição:
cou a seguinte manchete: a) No máximo um aldeão daquela aldeia não dorme a sesta.
“Toda Agência do Banco do Brasil tem déficit de funcioná- b) Todos os aldeões daquela aldeia dormem a sesta.
rios.” c) Pelo menos um aldeão daquela aldeia dorme a sesta.
Diante de tal inverdade, o jornal se viu obrigado a retratar-se, d) Nenhum aldeão daquela aldeia não dorme a sesta.
publicando uma negação de tal manchete. Das sentenças e) Nenhum aldeão daquela aldeia dorme a sesta.
seguintes, aquela que expressaria de maneira correta a ne-
gação da manchete publicada é: 35. (Especialista em Políticas Públicas SP 2009 FCC) A sen-
(A) Qualquer Agência do Banco do Brasil não têm déficit de tença a seguir foi dita pelo chefe da manutenção de determi-
funcionários. nada indústria durante uma reunião: “Não é verdade que
(B) Nenhuma Agência do Banco do Brasil tem déficit de fun- todos os funcionários do meu setor deixaram de cumprir a
cionários. meta de atender a 100% das chamadas dentro do prazo
(C) Alguma Agência do Banco do Brasil não tem déficit de recomendado.”
funcionários. Mais tarde, na mesma reunião, os dados apresentados pelos
(D) Existem Agências com deficit de funcionários que não outros setores da indústria mostraram que o chefe da manu-
pertencem ao Banco do Brasil. tenção se equivocara, sendo falsa sua sentença. Nessas
(E) O quadro de funcionários do Banco do Brasil está comple- condições, é necessário concluir que
to. (A) nenhum funcionário da manutenção conseguiu atende a
qualquer chamada dentro do prazo recomendado.
30. (Prominp 2009 Cesgranrio) A negação de “Todos os filhos (B) pelo menos um funcionário da manutenção não conse-
de Maria gostam de quiabo” é guiu atender nenhuma chamada dentro do prazo recomenda-
(A) nenhum dos filhos de Maria gosta de quiabo. do.
(B) nenhum dos filhos de Maria desgosta de quiabo. (C) todos os funcionários da manutenção tiveram pelo menos
(C) pelo menos um dos filhos de Maria gosta de quiabo. uma chamada que não foi atendida dentro do prazo reco-
(D) pelo menos um dos filhos de Maria desgosta de quiabo. mendado.
(E) alguns filhos de Maria não gostam de quiabo. (D) apenas um funcionário da manutenção teve pelo menos
uma chamada que não foi atendida dentro do prazo reco-
31. (Metrô-SP 2010 FCC) A negação da proposição “Existem mendado.
Linhas do Metrô de São Paulo que são ociosas.” é: (E) 100% das chamadas feitas a funcionários da manutenção
(A) Nenhuma Linha do Metrô de São Paulo é ociosa. deixaram de ser atendidas dentro do prazo recomendado.
(B) Nenhuma Linha ociosa é do Metrô de São Paulo.
(C) Nem toda Linha do Metrô de São Paulo é ociosa. 36. Dê uma negação para cada uma das proposições abaixo.
(D) Algumas Linhas do Metrô de São Paulo não são ociosas. a) X > Y e Z = W.
(E) Toda Linha do Metrô de São Paulo é não ociosa. b) X ≤ Y ou Z < W.
c) Se o tempo está chuvoso, então não faz calor.
32. (Oficial de Justiça TJ-PE 2006 FCC) Considere a afirma- d) João é bom médico se e só se estudou muito.
ção abaixo.
Existem funcionários públicos que não são eficientes. 37. (Metrô-SP 2010 FCC) Considere as proposições simples:
Se essa afirmação é FALSA, então é verdade que: p: Maly é usuária do Metrô e q: Maly gosta de dirigir automó-
(A) nenhum funcionário público é eficiente. vel
(B) nenhuma pessoa eficiente é funcionário público. A negação da proposição composta p ∧ ~q é:
(C) todo funcionário público é eficiente. (A) Maly não é usuária do Metrô ou gosta de dirigir automó-
(D) nem todos os funcionários públicos são eficientes. vel.
(E) todas as pessoas eficientes são funcionários públicos. (B) Maly não é usuária do Metrô e não gosta de dirigir auto-
móvel.
33. (TRT 9ª Região 2004 FCC) Em uma declaração ao tribu- (C) Não é verdade que Maly não é usuária do Metrô e não
nal, o acusado de um crime diz: gosta de dirigir automóvel.
"No dia do crime, não fui a lugar nenhum. Quando ouvi a (D) Não é verdade que, se Maly não é usuária do Metrô,
campainha e percebi que era o vendedor, eu disse a ele: então ela gosta de dirigir automóvel.
- hoje não compro nada. Isso posto, não tenho nada a decla- (E) Se Maly não é usuária do Metrô, então ela não gosta de
rar sobre o crime.” dirigir automóvel.
Embora a dupla negação seja utilizada com certa freqüência
na língua portuguesa como um reforço da negação, do ponto 38. (ANEEL Analista 2006 ESAF) A negação da afirmação
de vista puramente lógico, ela equivale a uma afirmação. condicional “se Ana viajar, Paulo vai viajar” é:
Então, do ponto de vista lógico, o acusado afirmou, em rela- a) Ana não está viajando e Paulo vai viajar.
ção ao dia do crime, que b) se Ana não viajar, Paulo vai viajar.
(A) não foi a lugar algum, não comprou coisa alguma do ven- c) Ana está viajando e Paulo não vai viajar.
dedor e não tem coisas a declarar sobre o crime. d) Ana não está viajando e Paulo não vai viajar.
e) se Ana estiver viajando, Paulo não vai viajar.

Matemática 122 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) Não é verdade que, ou um Auditor-Fiscal Tributário não
39. (Prominp 2008 Cesgranrio) Sejam p, q e r proposições progride na carreira ou ele participa de projetos de aperfeiço-
simples e ~p, ~q e ~r as suas respectivas negações. A nega- amento.
ção de (B) Se um Auditor-Fiscal Tributário participa de projetos de
aperfeiçoamento, então ele progride na carreira.
(C) Não é verdade que, um Auditor-Fiscal Tributário não
é participa de projetos de aperfeiçoamento e não progride na
carreira.
(D) Ou um Auditor-Fiscal Tributário não progride na carreira
ou ele participa de projetos de aperfeiçoamento.
(E) Um Auditor-Fiscal Tributário participa de projetos de aper-
feiçoamento e progride na carreira.

EQUIVALÊNCIA ENTRE PROPOSIÇÕES 45. (TRE-PI – Téc Jud 2009 FCC) Um dos novos funcionários
40. (ICMS/SP 2006 FCC) Das proposições abaixo, a única de um cartório, responsável por orientar o público, recebeu a
que é logicamente equivalente a p → q é seguinte instrução:
“Se uma pessoa precisar autenticar documentos, encaminhe-
a ao setor verde.”
Considerando que essa instrução é sempre cumprida corre-
tamente, pode-se concluir que, necessariamente,
(A) uma pessoa que não precise autenticar documentos nun-
ca é encaminhada ao setor verde.
(B) toda pessoa encaminhada ao setor verde precisa autenti-
41. (TRF 3ª Região 2007 FCC) Se Lucia é pintora, então ela car documentos.
é feliz. Portanto: (C) somente as pessoas que precisam autenticar documentos
(A) Se Lucia não é feliz, então ela não é pintora. são encaminhadas ao setor verde.
(B) Se Lucia é feliz, então ela é pintora. (D) a única função das pessoas que trabalham no setor verde
(C) Se Lucia é feliz, então ela não é pintora. é autenticar documentos.
(D) Se Lucia não é pintora, então ela é feliz. (E) toda pessoa que não é encaminhada ao setor verde não
(E) Se Lucia é pintora, então ela não é feliz. precisa autenticar documentos.
42. (Assembléia Legislativa/SP 2010 FCC) Durante uma 46. (TRF 3ª Região Analista Judiciário 2007 FCC) Considere
sessão no plenário da Assembléia Legislativa, o presidente que as sentenças abaixo são verdadeiras.
da mesa fez a seguinte declaração, dirigindo- se às galerias Se a temperatura está abaixo de 5°C, há nevoeiro.
da casa: Se há nevoeiro, os aviões não decolam.
“Se as manifestações desrespeitosas não forem interrompi- Assim sendo, também é verdadeira a sentença:
das, então eu não darei início à votação”. (A) Se não há nevoeiro, os aviões decolam.
Esta declaração é logicamente equivalente à afirmação (B) Se não há nevoeiro, a temperatura está igual a ou acima
(A) se as manifestações desrespeitosas continuarem, então o de 5°C.
presidente da mesa começará a votação. (C) Se os aviões não decolam, então há nevoeiro.
(B) se as manifestações desrespeitosas não continuarem, (D) Se há nevoeiro, então a temperatura está abaixo de 5°C.
então o presidente da mesa não começará a votação. (E) Se a temperatura está igual a ou acima de 5°C os aviões
(C) se o presidente da mesa deu início à votação, então as decolam.
manifestações desrespeitosas foram interrompidas.
(D) se o presidente da mesa não deu início à votação, então 47. (ICMS/SP 2006 FCC) Se p e q são proposições, então a
as manifestações desrespeitosas não foram interrompidas. proposição p ∧ (~q) é equivalente a
(E) se as manifestações desrespeitosas forem interrompidas,
então o presidente da mesa dará início à votação.

43. (TCE MG 2007 FCC) São dadas as seguintes proposi-


ções:
(1) Se Jaime trabalha no Tribunal de Contas, então ele é
eficiente.
(2) Se Jaime não trabalha no Tribunal de Contas, então ele
não é eficiente.
(3) Não é verdade que, Jaime trabalha no Tribunal de Contas
e não é eficiente.
48. (ICMS/SP 2006 FCC) Dentre as alternativas abaixo, assi-
(4) Jaime é eficiente ou não trabalha no Tribunal de Contas.
nale a correta.
É correto afirmar que são logicamente equivalentes apenas
(A) As proposições ~(p ∧ q) e (~p ∨ ~q) não são logicamente
as proposições de números
equivalentes.
(A) 2 e 4
(B) A negação da proposição “Ele faz caminhada se, e so-
(B) 2 e 3
mente se, o tempo está bom”, é a proposição “Ele não faz
(C) 2, 3 e 4
caminhada se, e somente se, o tempo não está bom”.
(D) 1, 2 e 3
(E) 1, 3 e 4 (C) A proposição ~[ p ∨ ~(p ∧ q)] é logicamente falsa.
(D) A proposição “Se está quente, ele usa camiseta”, é logi-
44. (ISS São Paulo 2007 FCC) Considere a seguinte proposi- camente equivalente à proposição “Não está quente e ele usa
ção: camiseta”.
“Se um Auditor-Fiscal Tributário não participa de projetos de (E) A proposição “Se a Terra é quadrada, então a Lua é tri-
aperfeiçoamento, então ele não progride na carreira.” angular” é falsa.
Essa proposição é tautologicamente equivalente à proposi-
ção: 49. (Especialista em Políticas Públicas SP 2009 FCC) Um
fornecedor do governo apresentou, no mês de abril, um con-

Matemática 123 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
trato para realização de um serviço que seria pago somente falas, o garçom, que ouvira atentamente o que fora dito e
em maio. O contrato trazia a seguinte cláusula: conhecia todos do grupo, dirigiu-se exatamente àquele que
“Se o IPCA de abril for menor do que 2%, então os valores ainda não havia contribuído para a despesa e disse: O se-
constantes no contrato não sofrerão qualquer correção.” nhor pretende usar seu cartão e ficar com o troco em espé-
De acordo com essa cláusula, é correto concluir que, neces- cie? Com base nas informações do texto, o garçom fez a
sariamente, se pergunta a:
(A) os valores constantes no contrato sofreram uma correção a) Antônio
de 2%, então o IPCA de abril foi, no mínimo, 2%. b) Basílio
(B) os valores constantes no contrato sofreram uma correção c) Carlos
de 1%, então o IPCA de abril ficou entre 1% e 2%. d) Danton
(C) o IPCA de abril foi 3%, então os valores do contrato sofre- e) Eduardo
ram algum tipo de correção.
(D) o IPCA de abril foi 1%, então os valores do contrato sofre- Questão 2: ESAF/2012 - Concurso Auditor Fiscal da Receita
ram correção de, no mínimo, 1%. Federal
(E) os valores constantes no contrato não sofreram qualquer Pergunta: Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso.
correção, então o IPCA de abril foi, no máximo, 1% Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. Ora,
não vou morar em Pasárgada. Assim,
TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTINGÊNCIA a) não viajo e caso.
50. (TRT9 2004 FCC) Considere a seguinte proposição: "na b) viajo e caso.
eleição para a prefeitura, o candidato A será eleito ou não c) não vou morar em Pasárgada e não viajo.
será eleito”. Do ponto de vista lógico, a afirmação da proposi- d) compro uma bicicleta e não viajo.
ção caracteriza: e) compro uma bicicleta e viajo.
(A) um silogismo. (D) uma contingência.
(B) uma tautologia. (E) uma contradição. Questão 3: Vunesp 2012 - Concurso TJM-SP Analista de
(C) uma equivalência. Sistemas
Pergunta: Se afino as cordas, então o instrumento soa bem.
RESPOSTAS Se o instrumento soa bem, então toco muito bem. Ou não
01. A 11. E 21. B 31. - 41. A toco muito bem ou sonho acordado. Afirmo ser verdadeira a
02. E 12. C 22. C 32. C 42. C frase: não sonho acordado. Dessa forma, conclui-se que
03. C 13. C 23. B 33. C 43. E a) sonho dormindo.
04. D 14. C 24. C 34. C 44. D b) o instrumento afinado não soa bem.
05. A 15. B 25. B 35. C 45. E c) as cordas não foram afinadas.
06. E 16. C 26. D 36. - 46. B d) mesmo afinado o instrumento não soa bem.
07. CC 17. A 27. - 37. A 47. B e) toco bem acordado e dormindo.
08. B 18. D 28. B 38. C 48. C
09. C 19. B 29. C 39. A 49. A Questão 4: Cesgranrio/2012 - Concurso Petrobrás – Técnico
10. C 20. C 30. D 40. A 50. B de Exploração de Petróleo Júnior – Informática
Pergunta: O turista perdeu o voo ou a agência de viagens se
27. enganou. Se o turista perdeu o voo, então a agência de via-
a) Algum corvo é negro. gens não se enganou. Se a agência de viagens não se enga-
b) Algum gato não sabe pular. nou, então o turista não foi para o hotel. Se o turista não foi
c) Nenhum sapo é príncipe. (Todo sapo não é príncipe.) para o hotel, então o avião atrasou. Se o turista não perdeu o
d) Toda planta é venenosa. (Nenhuma planta não é veneno- voo, então foi para o hotel. O avião não atrasou. Logo,
sa.) a) o turista foi para o hotel e a agência de viagens se enga-
36. nou.
a) X ≤ Y ou Z ≠ W. b) o turista perdeu o voo e a agência de viagens se enganou.
b) X > Y e Z ≥ W. c) o turista perdeu o voo e a agência de viagens não se en-
c) O tempo está chuvoso e não faz calor. ganou.
d) Ou João é bom médico ou estudou muito, mas não ambos. d) o turista não foi para o hotel e não perdeu o voo.
e) o turista não foi para o hotel e perdeu o voo.
QUESTÕES RESOLVIDAS Questão 5: FCC/2012 - Concurso TJ/RJ para Analista Judici-
ário/Análise de Sistemas
Questão 1: FUNIVERSA/2012 - Concurso PC-DF Perito Cri- Pergunta: Considere a seguinte análise, feita por um comen-
minal – Odontologia tarista esportivo durante um torneio de futebol. Se o Brasil
Pergunta: Cinco amigos encontraram-se em um bar e, depois vencer ou empatar o jogo contra o Equador, então estará
de algumas horas de muita conversa, dividiram igualmente a classificado para a semifinal, independentemente de outros
conta, a qual fora de, exatos, R$ 200,00, já com a gorjeta resultados. Classificando-se para a semifinal, a equipe brasi-
incluída. Como se encontravam ligeiramente alterados pelo leira vai enfrentar o Uruguai. De acordo com essa análise,
álcool ingerido, ocorreu uma dificuldade no fechamento da conclui-se que se o Brasil
conta. Depois que todos julgaram ter contribuído com sua a) não enfrentar o Uruguai, necessariamente terá perdido o
parte na despesa, o total colocado sobre a mesa era de R$ jogo para o Equador.
160,00, apenas, formados por uma nota de R$ 100,00, uma b) não se classificar para a semifinal, terá necessariamente
de R$ 20,00 e quatro de R$ 10,00. Seguiram-se, então, as empatado o jogo com o Equador.
seguintes declarações, todas verdadeiras: Antônio: — Basílio c) enfrentar o Uruguai, necessariamente terá vencido ou
pagou. Eu vi quando ele pagou. Danton: — Carlos também empatado seu jogo contra o Equador.
pagou, mas do Basílio não sei dizer. Eduardo: — Só sei que d) perder seu jogo contra o Equador, necessariamente não se
alguém pagou com quatro notas de R$ 10,00. Basílio: — classificará para a semifinal.
Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio quem colocou, eu e) se classificar para a semifinal, então necessariamente não
vi quando ele pegou seus R$ 60,00 de troco. Carlos: — Sim, terá sido derrotado pelo Equador.
e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota de R$ 50,00
que o Eduardo colocou na mesa. Imediatamente após essas

Matemática 124 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
~A (Verdadeira) -->> C (Verdadeira)
Questão 6: FCC/2012 - TCE – SP Agente de Fiscalização ~D (Verdadeira)
Financeira – Administração O avião não se atrasou, portanto o turista foi para o hotel.
Pergunta: Se a tinta é de boa qualidade então a pintura me- A agência de viagens se enganou, ou seja o turista foi para o
lhora a aparência do ambiente. Se o pintor é um bom pintor hotel.
até usando tinta ruim a aparência do ambiente melhora. O Resposta certa: O turista foi para o hotel e a agência de via-
ambiente foi pintado. A aparência do ambiente melhorou. gens se enganou.
Então, a partir dessas afirmações, é verdade que:
a) O pintor era um bom pintor ou a tinta era de boa qualidade. Questão 5
b) O pintor era um bom pintor e a tinta era ruim. A: Vencer o jogo contra o Equador
c) A tinta não era de boa qualidade. B: Empatar o jogo
d) A tinta era de boa qualidade e o pintor não era bom pintor. C: Ir para a semifinal
e) Bons pintores não usam tinta ruim. D: Enfrentar o Uruguai
Não se fala na questão que se o Brasil perder ele não vai
Questão 7: FCC/2012 - Concurso TCE- AP Técnico de Con- para a semifinal;
trole Externo A letra B está incorreta porque o fato de empatar o Equador
Pergunta: O responsável por um ambulatório médico afirmou: classifica o Brasil.
“Todo paciente é atendido com certeza, a menos que tenha A letra C está errada porque o termo necessariamente gene-
chegado atrasado.” De acordo com essa afirmação, conclui- raliza a informação;
se que, necessariamente, A questão D também está incorreta porque o Brasil pode
a) nenhum paciente terá chegado atrasado se todos tiverem perder o jogo e mesmo assim se classificar;
sido atendidos. A classificação pode acontecer de 3 formas: ganhando, per-
b) nenhum paciente será atendido se todos tiverem chegado dendo ou empatando fazendo com a questão e fique incorre-
atrasados. ta.
c) se um paciente não for atendido, então ele terá chegado
atrasado. Questão 6
d) se um paciente chegar atrasado, então ele não será aten- Premissas:
dido. Tinta boa: pintura melhora a aparência;
e) se um paciente for atendido, então ele não terá chegado Pintor bom: pintura melhora a aparência;
atrasado. Sabendo que o ambiente foi pintado e aparência melhorou.
Mas, o ambiente pode ter sido melhorado por outros motivos;
Respostas A pintura só pode melhorar a aparência se usar tinta boa ou
Questão 1 se for um pintor bom.
O enunciado informa que todas as informações dadas são
verdadeiras, portanto: Questão 7
Basílio pagou; Com a afirmação dada no exercício pode-se concluir que:
Carlos pagou; -Se você chegar na hora será sempre atendido;
Antônio pagou com R$ 100,00 reais e retirou da mesa o troco -Se chegar atrasado talvez possa ser atendido, ou seja, che-
de R$ 60,00 reais. Incluíndo a nota de R$ 50,00 que havia gar atrasado não é sinônimo de chegar atrasado.
sido dada por Eduardo.
Eduardo pagou, portanto sobra danton.
Gabarito das Questões Resposta Certa
Questão 2 Questão 1 Letra D
Afirmação: Não vou morar em Parságada. Para ser verdadei- Questão 2 Letra B
ro deve ter pelo menos uma proposição verdadeira. Questão 3 Letra C
Caso (V) v Compro a Bicicleta (F) Questão 4 Letra A
Viajo (V) v Não caso (F)
Questão 5 Letra A
Morar em Parságada (F) v Não compro bicicleta (V)
Conclusão: Questão 6 Letra A
-Viajo, Caso e Não compro a bicicleta. Questão 7 Letra C
Okconcursos
Questão 3
Afirmação: Não sonho acordado. Isso nos leva a pensar na
frase: "Ou não toco muito bem ou sonho acordado". Porque
se ele não sonha acordado também não toca muito bem. PROVA SIMULADA II
Se o instrumento soa bem, então toco muito bem.
Se afino as cordas, então o instrumento soa bem. 1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sendo,
Ou seja, como já se sabe que ele não toca bem, consequen-
temente o instrumento não soa bem e as cordas não estão (A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos
afinadas. republicanos.
(B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto
Questão 4 dos marinheiros.
A: o turista perdeu o voo (C) todos os republicanos são marinheiros.
B: a agência de viagens se enganou (D) algum marinheiro não é republicano.
C: o turista foi para o hotel (E) nenhum marinheiro é republicano.
D: o avião atrasou
Afirmação: O avião não atrasou. 2. Assinale a alternativa que apresenta uma contra-
Proposições: dição.
A (Falsa) v B (Verdadeira)
A (Falsa) -->> ~B (Falsa) (A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetari-
~B (Falsa) -->> ~C (Falsa) ano é espião.
~C (Falsa) -->> D (Falsa)

Matemática 125 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano 8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para
não é espião. se ir de Y a Z. O número de caminhos de X a Z que
(C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião passam por Y é
não é vegetariano.
(D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não (A) 10.
é vegetariano. (B) 12.
(E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é (C) 18.
vegetariano. (D) 24.
(E) 32.
3. Todos os que conhecem João e Maria admiram
Maria. Alguns que conhecem Maria não a admi- 9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plan-
ram. Logo, tas que tem clorofila são comestíveis. Logo,

(A) todos os que conhecem Maria a admiram. (A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) ninguém admira Maria. (B) algumas plantas verdes não são comestíveis.
(C) alguns que conhecem Maria não conhecem João. (C) algumas plantas comestíveis têm clorofila.
(D) quem conhece João admira Maria. (D) todas as plantas que têm clorofila são comestí-
(E) só quem conhece João e Maria conhece Maria. veis.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis.
4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Ge-
raldo não é mais rico do que quem o inveja. Logo, 10. A proposição 'É necessário que todo aconteci-
mento tenha causa' é equivalente a
(A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre
do que Válter. (A) É possível que algum acontecimento não tenha
(B) Geraldo é mais rico do que Válter. causa.
(C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do (B) Não é possível que algum acontecimento não te-
que ele. nha causa.
(D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele. (C) É necessário que algum acontecimento não tenha
(E) Geraldo não é mais rico do que Válter. causa.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de causa.
gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasolina (E) É impossível que algum acontecimento tenha
fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo, causa.

(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a pada- 11. Continuando a seqüência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... ,
ria. temos
(B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e
a padaria. (A) 21.
(C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca (B) 22.
de jornal. (C) 23.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de gaso- (D) 24.
lina. (E) 25.
(E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a pa-
daria. 12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e
até predileção por estados cognitivos de conflito,
6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obti- em que o problema ainda não é totalmente com-
das pela sua equipe nos últimos quatro jogos, de- preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a
cide apostar que essa equipe também vencerá o resposta correta', essa ansiedade pode impedir a
próximo jogo. Indique a Informação adicional que exploração mais completa do problema.' (David
tornaria menos provável a vitória esperada. Canaher, Senso Crítico).
O AUTOR QUER DIZER QUE O PENSADOR CRÍTI-
(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez CO
de apenas quatro. (A) precisa tolerar respostas corretas.
(B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de (B) nunca sabe a resposta correta.
que não choverá no próximo jogo. (C) precisa gostar dos estados em que não sabe a
(C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por resposta correta.
uma diferença de mais de um gol. (D) que não fica aflito explora com mais dificuldades
(D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do esti- os problemas.
ramento muscular. (E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito.
(E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados em
seu campo e os outros dois, em campo adversá- 13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não tenho
rio. dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de ro-
sas. Logo,
7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana.
Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo, (A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
de rosas.
(A) Fátima corre menos do que Rita. (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma
(B) Fátima corre mais do que Marta. dúzia de rosas.
(C) Juliana corre menos do que Rita. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia
(D) Marta corre mais do que Juliana. dúzia de lírios.
(E) Juliana corre menos do que Marta. (D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas
dúzias de lírios.

Matemática 126 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
de lírios. (A) Deve Ocorrer Apenas No Primeiro Grau.
(B) deve ser diferente do ensino de matérias como
14. Se você se esforçar, então irá vencer. Assim sen- neurocirurgia e diagnóstico médico.
do, (C) será afetado pelo desenvolvimento da informática.
(D) não deverá se modificar, nas próximas décadas.
(A) seu esforço é condição suficiente para vencer. (E) deve se dar através de meras repetições e exercí-
(B) seu esforço é condição necessária para vencer. cios.
(C) se você não se esforçar, então não irá vencer.
(D) você vencerá só se se esforçar. 18. Para o autor, neste novo cenário, o computador
(E) mesmo que se esforce, você não vencerá.
(A) terá maior eficácia educacional quanto mais jovem
15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então for o estudante.
(B) tende a substituir totalmente o professor em sala
(A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos. de aula.
(B) os sobrinhos de não músicos sempre são músi- (C) será a ferramenta de aprendizado para os profes-
cos. sores.
(C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos. (D) tende a ser mais utilizado por médicos.
(D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos. (E) será uma ferramenta acessória na educação.
(E) os sobrinhos de músicos quase sempre são músi-
cos. 19. Assinale a alternativa em que se chega a uma
conclusão por um processo de dedução.
16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre.
O paciente está bem. Logo, o paciente (A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro
(A) TEM FEBRE E NÃO ESTÁ BEM. cisne branco ... então todos os cisnes são bran-
(B) TEM FEBRE OU NÃO ESTÁ BEM. cos.
(C) TEM FEBRE. (B) Vi um cisne, então ele é branco.
(D) NÃO TEM FEBRE. (C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes devem
(E) NÃO ESTÁ BEM. ser brancos.
(D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é
INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder branco.
às questões de nº 17 e 18. (E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne
pode ser branco.
"O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendiza-
do será sobre a educação universal. Através dos tempos, as 20. Cátia é mais gorda do que Bruna. Vera é menos
escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis ten- gorda do que Bruna. Logo,
tando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que
ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma com- (A) Vera é mais gorda do que Bruna.
portamental e através de exercícios, repetição e feedback. (B) Cátia é menos gorda do que Bruna.
Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no (C) Bruna é mais gorda do que Cátia.
primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em (D) Vera é menos gorda do que Cátia.
estágios posteriores do processo educacional. Essas maté- (E) Bruna é menos gorda do que Vera.
rias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, bio-
logia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia, 21. Todo cavalo é um animal. Logo,
diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são
melhor aprendidas através de programas de computador. O (A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a (B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
ser um líder e um recurso. (C) todo animal é cavalo.
(D) nem todo cavalo é animal.
Na escola de amanhã os estudantes serão seus pró- (E) nenhum animal é cavalo.
prios instrutores, com programas de computador como fer-
ramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estu- 22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol
dantes, maior o apelo do computador para eles e maior o mas não praticam vôlei e há 8 alunos que prati-
seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente, cam vôlei mas não praticam futebol. O total dos
a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 alu-
mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será nos que não praticam futebol. O número de alu-
fortemente intensiva de capital. nos da classe é

Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educa- (A) 30.


ção universal apresenta tremendos desafios. Os conceitos (B) 35.
tradicionais de educação não são mais suficientes. Ler, es- (C) 37.
crever e aritmética continuarão a ser necessários como hoje, (D) 42.
mas a educação precisará ir muito além desses itens bási- (E) 44.
cos. Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos; uma
compreensão básica de ciência e da dinâmica da tecnologia; INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder
conhecimento de línguas estrangeiras. Também será neces- às questões de nº 23 e 24.
sário aprender a ser eficaz como membro de uma organiza-
ção, como empregado." (Peter Drucker, A sociedade pós- “Os homens atribuem autoridade a comunicações de
capitalista). posições superiores, com a condição de que estas comuni-
cações sejam razoavelmente consistentes com as vantagens
17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como
de escopo e perspectiva que são creditadas a estas posi-
aritmética, ortografia, história e biologia
ções. Esta autoridade é, até um grau considerável, indepen-

Matemática 127 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dente da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a posição.
E muitas vezes reconhecido que, embora este sujeito possa 28. Continuando a seqüência de letras F, N, G, M, H . .
ter habilidade pessoal limitada, sua recomendação deve ser ..., ..., temos, respectivamente,
superior pela simples razão da vantagem de posição. Esta é
a autoridade de posição”. (A) O, P.
(B) I, O.
Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade supe- (C) E, P.
rior. O seu conhecimento e a sua compreensão, independen- (D) L, I.
temente da posição, geram respeito. Os homens atribuem (E) D, L.
autoridade ao que eles dizem, em uma organização, apenas
por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.' (Chester 29. Continuando a seqüência 4, 10, 28, 82, ..., temos
Barnard, The Functions of the Executive).
(A) 236.
23. Para o autor, (B) 244.
(C) 246.
(A) autoridade de posição e autoridade de liderança (D) 254.
são sinônimos. (E) 256.
(B) autoridade de posição é uma autoridade superior
à autoridade de liderança. 30. Assinale a alternativa em que ocorre uma conclu-
(C) a autoridade de liderança se estabelece por ca- são verdadeira (que corresponde à realidade) e o
racterísticas individuais de alguns homens. argumento inválido (do ponto de vista lógico).
(D) a autoridade de posição se estabelece por habili-
dades pessoais superiores de alguns líderes. (A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, por-
(E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade tanto Sócrates é mortal.
de liderança são ineficazes. (B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é um
ser, e todo ser é homem.
24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as (C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto
pessoas cachorros não são gatos.
(D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo
(A) não costumam respeitar a autoridade de posição. pensamento é um movimento, visto que todos os
(B) também respeitam autoridade que não esteja liga- raciocínios são movimentos.
da a posições hierárquicas superiores. (E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco
(C) respeitam mais a autoridade de liderança do que pés, portanto algumas cadeiras tem quatro pés.
de posição.
(D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade. 31 - Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se,
(E) confundem autoridade de posição e liderança. também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessaria-
mente que
25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um a) todo C é B
cientista deduz uma predição sobre a ocorrência b) todo C é A
de um certo eclipse solar. Todavia, sua predição c) algum A é C
mostra-se falsa. O cientista deve logicamente d) nada que não seja C é A
concluir que e) algum A não é C

(A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas. 32- Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são
(B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa. conjuntos não vazios):
(C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa. Premissa 1: "X está contido em Y e em Z, ou X está contido
(D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é ver- em P"
dadeira. Premissa 2: "X não está contido em P"
(E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verda- Pode-se, então, concluir que, necessariamente
deira. a) Y está contido em Z
b) X está contido em Z
26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha as- c) Y está contido em Z ou em P
sistencial, então ele cometeu um grave delito. Mas d) X não está contido nem em P nem em Y
Francisco não desviou dinheiro da campanha as- e) X não está contido nem em Y e nem em Z
sistencial. Logo,
33- A operação Å x é definida como o dobro do quadrado de
(A) Francisco desviou dinheiro da campanha assis- x. Assim, o valor da expressão Å 21/2 - Å [ 1Å 2 ] é igual a
tencial. a) 0
(B) Francisco não cometeu um grave delito. b) 1
(C) Francisco cometeu um grave delito. c) 2
(D) alguém desviou dinheiro da campanha assistenci- d) 4
al. e) 6
(E) alguém não desviou dinheiro da campanha assis-
tencial. 34- Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de
um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e
27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo, Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um
deles respondeu:
(A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu. Armando: "Sou inocente"
(B) Rodrigo é culpado. Celso: "Edu é o culpado"
(C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado. Edu: "Tarso é o culpado"
(D) Rodrigo mentiu. Juarez: "Armando disse a verdade"
(E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu. Tarso: "Celso mentiu"

Matemática 128 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que d) C = D
todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o e) D ¹ A
culpado é:
a) Armando 41- De três irmãos – José, Adriano e Caio –, sabe-se que ou
b) Celso José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. Sabe-se,
c) Edu também, que ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais
d) Juarez velho. Então, o mais velho e o mais moço dos três irmãos
e) Tarso são, respectivamente:
a) Caio e José
35- Três rapazes e duas moças vão ao cinema e desejam b) Caio e Adriano
sentar-se, os cinco, lado a lado, na mesma fila. O número de c) Adriano e Caio
maneiras pelas quais eles podem distribuir-se nos assentos d) Adriano e José
de modo que as duas moças fiquem juntas, uma ao lado da e) José e Adriano
outra, é igual a
a) 2 42- Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é
b) 4 florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho
c) 24 canta. Logo:
d) 48 a) o jardim é florido e o gato mia
e) 120 b) o jardim é florido e o gato não mia
c) o jardim não é florido e o gato mia
36- De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados d) o jardim não é florido e o gato não mia
em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão matriculados nem e) se o passarinho canta, então o gato não mia
em Inglês nem em Francês. Seleciona-se, ao acaso, um dos
200 estudantes. A probabilidade de que o estudante selecio- 43- Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados com
nado esteja matriculado em pelo menos uma dessas discipli- Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente nesta or-
nas (isto é, em Inglês ou em Francês) é igual a dem). Perguntados sobre os nomes das respectivas esposas,
a) 30/200 os três fizeram as seguintes declarações:
b) 130/200 Nestor: "Marcos é casado com Teresa"
c) 150/200 Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é Re-
d) 160/200 gina"
e) 190/200 Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é
Sandra"
37- Uma herança constituída de barras de ouro foi totalmente Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido
dividida entre três irmãs: Ana, Beatriz e Camile. Ana, por ser de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de
a mais velha, recebeu a metade das barras de ouro, e mais Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente:
meia barra. Após Ana ter recebido sua parte, Beatriz recebeu a) Sandra, Teresa, Regina
a metade do que sobrou, e mais meia barra. Coube a Camile b) Sandra, Regina, Teresa
o restante da herança, igual a uma barra e meia. Assim, o c) Regina, Sandra, Teresa
número de barras de ouro que Ana recebeu foi: d) Teresa, Regina, Sandra
a) 1 e) Teresa, Sandra, Regina
b) 2
c) 3 44- A negação da afirmação condicional "se estiver choven-
d) 4 do, eu levo o guarda-chuva" é:
e) 5 a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva
38- Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva
verdadeira, independentemente da verdade dos termos que a d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva
compõem. Um exemplo de tautologia é: e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo 45- Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é,
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
gordo a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro
Guilherme é gordo c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista
e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista
39- Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária
para a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrên- 46- Se Frederico é francês, então Alberto não é alemão. Ou
cia de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condi- Alberto é alemão, ou Egídio é espanhol. Se Pedro não é
ção necessária e suficiente para a ocorrência de A. Assim, português, então Frederico é francês. Ora, nem Egídio é
quando C ocorre, espanhol nem Isaura é italiana. Logo:
a) D ocorre e B não ocorre a) Pedro é português e Frederico é francês
b) D não ocorre ou A não ocorre b) Pedro é português e Alberto é alemão
c) B e A ocorrem c) Pedro não é português e Alberto é alemão
d) nem B nem D ocorrem d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês
e) B não ocorre ou A não ocorre e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês

40- Ou A=B, ou B=C, mas não ambos. Se B=D, então A=D. 47- Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática.
Ora, B=D. Logo: Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina.
a) B ¹ C Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo,
b) B ¹ A segue-se necessariamente que:
c) C = A a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina

Matemática 129 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
c) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medi-
cina
d) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
e) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia

48- Se Pedro é inocente, então Lauro é inocente. Se Roberto


é inocente, então Sônia é inocente. Ora, Pedro é culpado ou
Sônia é culpada. Segue-se logicamente, portanto, que:
a) Lauro é culpado e Sônia é culpada
b) Sônia é culpada e Roberto é inocente
c) Pedro é culpado ou Roberto é culpado 3. Escreva o número que falta.
d) Se Roberto é culpado, então Lauro é culpado 212 179 146 113 ?
e) Roberto é inocente se e somente se Lauro é inocente
4. Escreva o número que falta.
49- Maria tem três carros: um Gol, um Corsa e um Fiesta. Um
dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul. Sabe-
se que: 1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco, 2) ou o
Gol é preto, ou o Corsa é azul, 3) ou o Fiesta é azul, ou o
Corsa é azul, 4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto. Por-
tanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são, respectiva-
mente,
a) branco, preto, azul
b) preto, azul, branco
c) azul, branco, preto
d) preto, branco, azul
e) branco, azul, preto
5. Escreva o número que falta.
50- Um rei diz a um jovem sábio: "dizei-me uma frase e se ela
6 8 10 11 14 14
for verdadeira prometo que vos darei ou um cavalo veloz, ou
?
uma linda espada, ou a mão da princesa; se ela for falsa, não
vos darei nada". O jovem sábio disse, então: "Vossa Majesta-
6. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
de não me dará nem o cavalo veloz, nem a linda espada".
17 (112) 39
Para manter a promessa feita, o rei:
28 ( . . . ) 49
a) deve dar o cavalo veloz e a linda espada
b) deve dar a mão da princesa, mas não o cavalo veloz nem
7 Escreva o número que falta.
a linda espada
7 13 24 45 ?
c) deve dar a mão da princesa e o cavalo veloz ou a linda
espada
8. Escreva o número que falta.
d) deve dar o cavalo veloz ou a linda espada, mas não a mão
3 9 3
da princesa
5 7 1
e) não deve dar nem o cavalo veloz, nem a linda espada,
7 1 ?
nem a mão da princesa
9. Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
RESPOSTAS
234 (333) 567
01. B 11. C 21. B 31. C 41. B 345 (. . .) 678
02. A 12. C 22. E 32. B 42. C
03. C 13. D 23. C 33. C 43. D 10 Escreva o número que falta.
04. E 14. A 24. B 34. E 44. E
05. E 15. A 25. C 35. D 45. A
06. B 16. D 26. E 36. D 46. B
07. B 17. C 27. A 37. E 47. A
08. D 18. A 28. D 38. A 48. C
09. C 19. D 29. B 39. C 49. E
10. B 20. D 30. E 40. A 50. B

TESTE DE HABILIDADE NUMÉRICA

1. Escreva o número que falta. 11- Escreva o número que falta.


18 20 24 32 ? 4 5 7 11 19 ?
2. Escreva o número que falta. 12. Escreva o número que falta.
6 7 9 13 21 ?

13. Escreva o número que falta.


4 8 6
6 2 4
8 6 ?

Matemática 130 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
14. Escreva o número que falta.
64 48 40 36 34 ? 25 Escreva o número que falta.
4 7 6
15 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 8 4 8
718 (26) 582 6 5 ?
474 (. . .) 226
RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE
16. Escreva o número que falta.
NUMËRICA

1 48. (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16).

2 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os


números aumentam em 2, 3, 4, 5 e 6).

3 80. (Subtraia 33 de cada número).

4 5. (Os braços para cima se somam e os para baixo se


17 Escreva o número que falta.
subtraem, para obter o número da cabeça).
15 13 12 11 9 9
?
5 18. (Existem duas séries alternadas, uma que aumen-
ta de 4 em 4 e a outra de 3 em 3).
18. Escreva o número que falta.
9 4 1
6 154. (Some os números de fora do parêntese e multi-
6 6 2
plique por 2).
1 9 ?
7 86. (Multiplique o número por dois e subtraia 1, 2, 3 e
19 Escreva o número que falta.
4).
11 12 14 ? 26 42
8 3. (Subtraia os números das duas primeiras colunas e
20. Escreva o número que falta.
divida por 2).
8 5 2
4 2 0
9 333. (Subtraia o número da esquerda do número da
9 6 ?
direita para obter o número inserto no parêntese).
21 Escreva o número que falta.
10 5. (O número da cabeça é igual a semi--soma dos
números dos pés).

11 35. (A série aumenta em 1, 2, 4, 8 e 16 unidades su-


cessivamente).

12 37. (Multiplique cada termo por 2 e subtraia 5 para


obter o seguinte).

13 7. (Os números da terceira coluna são a semi-soma


dos números das outras duas colunas).

14 33. (A série diminui em 16, 8, 4, 2 e 1 sucessivamen-


te).
22 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
341 (250) 466 15 14. (Some os números de fora do parêntese e divida
282 (. . .) 398 por 50 para obter o número inserto no mesmo).

23 Escreva o número que falta. 16 3. (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por
3).

17 6. (Existem duas séries alternadas: uma diminui de 3


em 3; a outra de 2 em 2).

18 4. (Cada fileira soma 14).


19 18. (Dobre cada termo e subtraia 10 para obter o se-
guinte).

20 3. (Os números diminuem em saltos iguais, 3 na pri-


meira fileira, 2 na segunda e 3 na terceira).

21 18. (Os números são o dobro de seus opostos diame-


tralmente).

24 Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 22 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e mul-
12 (336) 14 tiplique o resultado por dois).
15 (. . .) 16

Matemática 131 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
23 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e 6 Assinale a figura que não tem relação com as de-
8). mais.

24 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do


produto dos números de fora do mesmo).
25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a pri-
meira e a segunda).

TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL

1 Assinale a figura que não tem relação com as de- 7 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. mais.

8 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.
2 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

9 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.
3 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

* Não ter relação no sentido de não conservar as


mesmas relações com as demais, por questão de detalhe,
posição etc.
4 Escolha, dentre as numeradas, a figura que corres-
ponde à incógnita. 10 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais.

11 Assinale a figura que não tem relação com as de-


5 Assinale a figura que não tem relação com as de- mais.
mais.

Matemática 132 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

12 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

18 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

13 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

19. Assinale a figura que não tem relação com as demais.

14 Assinale a figura que não tem relação com as de- 20 Assinale a figura que não tem relação com as de-
mais. mais.

21 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

15 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

16 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

22 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

17 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

Matemática 133 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

23 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

24 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

29 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

25 Assinale afigura que não tem relação com es de-


mais.
30 Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corres-
ponde à incógnita.

26 Assinale a figura que não tem relação com as de-


mais.

RESPOSTAS - TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL

1 4. (Todas as outras figuras podem inverterem-se sem


qualquer diferença).

2 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

3 4 . (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

27 Assinale a figura que não tem relação com as de- 4 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa
mais. para o outro lado).

5 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem).

6. 4. (A figura gira 90° cada vez, em sentido contrario aos


ponteiros do relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos
mencionados ponteiros).

7 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


28 Assinale a figura que não tem relação com as de- rem).
mais.
8 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos
ponteiros do relógio, exceto o 4 que gira no mesmo senti-
do dos mencionados ponteiros).

9 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


rem no plano do papel).

Matemática 134 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
BIBLIOGRAFIA
10 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). Os testes acima foram extraídos da coleção “FAÇA SEU
TESTE”, da EDITORA MESTRE JOU – SÃO PAULO – SP.
11 3. (As outras três figuras são esquemas de urna mão
esquerda; a de n.° 3 é o esquema de urna mão direita). ___________________________________

12 3. (A figura gira 45° cada vez em sentido contrario aos ___________________________________


ponteiros do relógio, porém o sombreado preto avança ___________________________________
urna posição a mais, exceto em 3, que é, portanto, a figu-
ra que não corresponde as demais). ___________________________________
___________________________________
13 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). _______________________________________________________

14 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________


rem). _______________________________________________________
15 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________
rem). _______________________________________________________
16 5. (O conjunto completo de 4 círculos gira num ângulo de _______________________________________________________
90° cada vez. Em 5 os círculos com + e o com x trocaram
_______________________________________________________
suas posições. Em todas as demais figuras o + está na
mesma fileira que o círculo preto). _______________________________________________________

17 6. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________


rem). _______________________________________________________
18 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________
rem). _______________________________________________________
19 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________
rem).
_______________________________________________________
20 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo- _______________________________________________________
rem).
_______________________________________________________
21 5. (1 e 3, e 2 e 4 são duplas que podem se sobreporem _______________________________________________________
girando 45°. A figura 5 não pode sobrepor-se porque a
cruz e o circulo interiores ficariam em posição dife- _______________________________________________________
rente).
_______________________________________________________
22 4. (Os setores preto, branco ou hachur giram em sentido _______________________________________________________
contrario aos ponteiros do relógio; na figura 4 os setores
branco e hachur estão em posição diferente). _______________________________________________________
_______________________________________________________
23 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). _______________________________________________________
_______________________________________________________
24 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). _______________________________________________________

25 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-


_______________________________________________________
rem). _______________________________________________________

26 3. (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5. _______________________________________________________


Em cada dupla os retângulos preto e hachur alternam _______________________________________________________
sua posição; a figura 3 tem o sombreado em posição dife-
rente). ______________________________________________________
_______________________________________________________
27 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). _______________________________________________________

28 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). _______________________________________________________


_______________________________________________________
29 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobrepo-
rem). _______________________________________________________
_______________________________________________________
30. (A figura principal gira no sentido dos ponteiros do relógio;
a seta, no sentido contrario). _______________________________________________________

Matemática 135 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ ______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________

Matemática 136 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONHECIMENTOS monarquia e proclama a República, em 15 de novembro de 1889. Assume
GERAIS a chefia do governo provisório. Mantém acirrada luta contra os civis e
resiste à convocação de uma Assembleia Constituinte. Depois, pressões
dos militares sobre o Congresso, inclusive com ameaças de golpe, garan-
HISTÓRIA DO BRASIL tem sua eleição como presidente constitucional do país em 25 de fevereiro
REPÚBLICA VELHA (1889-1930): de 1891, um dia depois de promulgada a Constituição. Permanece nove
Estruturas políticas, econômicas e meses no posto. Tenta vencer a oposição articulando um golpe de Estado.
sociais Enfrenta resistência dentro do Exército, chefiada por seu vice-presidente, o
marechal Floriano Peixoto. Renuncia em 23 de novembro de 1891.
O período republicano começa com a derrubada do Império e a
Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, e se estende até ASSEMBLEIA CONSTITUINTE
hoje. Costuma ser dividido em cinco fases distintas: Primeira República ou
República Velha, Era Vargas, Segunda República, Regime Militar e Rede- As eleições para a Assembleia Constituinte, em 15 de setembro de
mocratização. 1890, são consideradas fraudulentas e manipuladas pelos militares alinha-
PRIMEIRA REPÚBLICA dos com Deodoro da Fonseca. Abertas as urnas, em muitos Estados os
eleitos são completamente desconhecidos dos eleitores. Mesmo assim, o
governo provisório fica em minoria. Sua bancada reúne militares, monar-
Chama-se de Primeira República o período que vai do fim do Im- quistas adesistas e positivistas. A maioria é formada pelos chamados
pério até a Revolução de 30. Tem dois momentos distintos: a República da "republicanos objetivos", representantes da oligarquia cafeeira.
Espada, até 1894, momento de consolidação do regime marcado pela
presença dos militares no poder, e República das Oligarquias, até 1930,
período em que os civis ocupam o poder. Constituição de 1891

República da Espada – A cena política logo após a Proclamação Promulgada em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição define os
da República é dominada por uma acirrada luta pelo poder entre centralis- poderes Executivo, Legislativo e Judiciário como independentes, separa o
tas e federalistas. Os centralistas, em geral militares, têm a liderança do Estado e a Igreja e permite a liberdade de culto. Institui o federalismo, o
marechal Deodoro da Fonseca. Identificados com as ideias positivistas de presidencialismo e o regime representativo. Nas disposições transitórias,
um Estado forte, são apoiados pelas antigas elites agrárias. Os federalistas determina que a própria Assembleia Constituinte se transforme em Con-
reúnem uma maioria de civis que representam as forças políticas e econô- gresso, com poder para eleger o primeiro presidente de forma indireta.
micas dominantes nos Estados, principalmente São Paulo e Minas, os mais
ricos do país. Defendem a descentralização do poder sob a forma de repú- Federalismo
blica federativa e o controle do governo pelo Congresso, onde as oligarqui-
as regionais estariam representadas. Os dois primeiros presidentes são
O presidente é o chefe da nação e tem poderes para intervir nos
militares.
Estados em caso de movimentos separatistas, invasão estrangeira ou
conflitos com outras unidades da Federação. Os 20 Estados têm autonomia
República das Oligarquias – Passado os primeiros momentos de para elaborar sua Constituição, eleger governadores, realizar empréstimos
afirmação da República, os cafeicultores paulistas, que já detêm a hege- no exterior, decretar impostos e formar suas próprias forças militares.
monia econômica, conseguem também a hegemonia política. A chamada
República das Oligarquias consolida-se a partir do governo de Prudente de
Representação restrita – Os chefes do Executivo e os membros
Morais. Os Estados de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente os
do Legislativo são eleitos diretamente. O voto não é secreto. Analfabetos,
maiores produtores de café e de leite do país, passam a dominar o governo
mulheres, soldados e menores de 18 anos não têm direito a voto – restri-
central na chamada "política do café-com-leite". A Presidência da República
ções que reduzem o eleitorado a cerca de 6% da população do país.
é ocupada alternadamente por representantes do Partido Republicano
Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM). No governo Cam-
pos Sales, acordos políticos feitos com as oligarquias locais dão origem a GOVERNO DEODORO DA FONSECA
um outro apelido do período, o de "política dos governadores".
O novo Congresso elege Deodoro da Fonseca - para a Presidência
GOVERNO PROVISÓRIO sob pressão militar, em 25 de fevereiro de 1891. Para demonstrar sua
insatisfação, os congressistas escolhem para vice-presidente o candidato
da oposição, Floriano Peixoto, inimigo de Deodoro. Hostilizado pelo Con-
Instalado na noite de 15 de novembro de 1889, o governo provisó-
gresso e sem o apoio de São Paulo e do PRP, Deodoro procura aproximar-
rio é dirigido pelo marechal Deodoro da Fonseca. Instaura o regime republi-
se dos demais governos estaduais, sem resultado. Isolado, tenta um golpe
cano federalista, transforma as Províncias em Estados da Federação e o
de estado e a dissolução do Congresso, em 3 de novembro. Floriano Peixo-
país passa a chamar-se Estados Unidos do Brasil. Os estrangeiros residen-
to desencadeia um movimento legalista, apoiado pelo PRP, pela Marinha e
tes no Brasil têm a opção de se naturalizar e adquirir a cidadania brasileira.
Exército, obrigando Deodoro a renunciar ao cargo.

Civis x militares – O governo provisório é uma composição entre


militares, que ficam com a Presidência, e civis, a maioria nos ministérios. As
GOVERNO FLORIANO PEIXOTO
crises entre centralistas e federalistas expressam-se dentro do próprio
governo, pelo enfrentamento entre o presidente e seu ministério. Autoritário
e centralista, Deodoro desperta nos civis o temor de uma ditadura militar. O
governo provisório termina em 25 de fevereiro de 1891, com a promulgação As primeiras medidas de Floriano Peixoto ao assumir o governo,
da primeira Constituição. em 23 de novembro de 1891, são anular o decreto de dissolução do Con-
gresso, assinado por Deodoro, e derrubar os governos estaduais que
apoiaram a tentativa de golpe. Preocupado em garantir suas bases de
Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892) nasce em Alagoas e
sustentação, toma decisões de grande apelo popular: controla a especula-
faz carreira no Exército. Combate a Rebelião Praieira em Pernambuco, em
ção financeira, que vem provocando alta generalizada do custo de vida, e
1848, e participa das guerras do Prata e do Paraguai. Chega ao posto de
inaugura o tabelamento de preços no Brasil; fixa valores máximos para os
marechal-de-campo em 1884. Nomeado comandante de armas do Rio
gêneros alimentícios; e congela os preços dos aluguéis. Ao mesmo tempo,
Grande do Sul em 1885, volta ao Rio de Janeiro no ano seguinte, quando
estimula a economia e apóia os interesses dos cafeicultores paulistas.
assume a liderança da facção do Exército favorável à abolição da escrava-
tura. Seu prestígio o coloca à frente do movimento militar que derruba a

História do Brasil 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Oposição no Congresso – A oposição a Floriano reivindica a 1902. Encontra as finanças públicas depauperadas: as despesas do gover-
convocação de nova eleição presidencial. A Constituição prevê a realização no são exatamente o dobro da receita e a inflação é galopante – situação
de eleições para o caso de vacância dos cargos de presidente ou vice agravada pela queda dos preços do café no mercado internacional no início
antes de decorridos dois anos de mandato. Ele argumenta que esse dispo- do século XX. Tenta combater a inflação e estabelece a primeira moratória
sitivo só se aplicaria aos casos de eleitos por voto direto e não por eleição da história da República.
indireta, como ocorrera com o marechal Deodoro. Apoiado por setores
populares e cafeicultores paulistas, consegue terminar seu mandato, mas Política dos governadores – Para evitar a forte oposição do Le-
enfrenta motins e rebeliões militares e civis em vários pontos do país. As gislativo, Campos Sales dá início à chamada política dos governadores.
mais importantes são a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, e a Faz uma aliança com as oligarquias dominantes em São Paulo e Minas
Revolta da Armada, no Rio de Janeiro. Trata seus opositores com grande Gerais, compromete-se a apoiá-las em troca da garantia da eleição dos
violência e ganha o apelido de Marechal de Ferro. candidatos indicados pelo governo para o Congresso Nacional.

Floriano Vieira Peixoto (1839-1895) nasce em Vila de Ipioca, A- Manipulação de eleições – As denúncias de manipulação de elei-
lagoas. Militar de carreira, chega ao posto de marechal-de-campo em 1888. çõessão constantes durante toda a Primeira República. Não existe Justiça
Nomeado para a presidência da Província do Mato Grosso em 1884, exer- Eleitoral na época. O voto não é secreto e os resultados das eleições
ce o cargo por um ano. Na Proclamação da República, ocupa o posto de estaduais são validados por uma "comissão de verificação" escolhida pelo
ajudante-geral do Exército do gabinete de Ouro Preto. Não chega a partici- Legislativo e, depois, ratificados pelo presidente da República. Nos Esta-
par diretamente da conspiração para derrubar a monarquia, mas recusa-se dos, as oligarquias mantêm o controle das eleições através do chamado
a enfrentar as tropas republicanas lideradas por Deodoro. Durante o gover- "voto de cabresto" ou "voto de curral".
no Provisório, ocupa o Ministério da Guerra em substituição a Benjamin
Constant. Em 1890 é eleito senador constituinte por Alagoas. Inimigo
político de Deodoro, é eleito seu vice pela oposição no Congresso, em Voto de curral – A expressão é usada para designar o sistema de
1891. Também lidera a oposição ao presidente no momento da dissolução poder político onde as eleições são controladas ou manipuladas por quem
do Congresso e ocupa a chefia da nação após a renúncia do titular, em 23 detém o poderio econômico e social. Tem sua origem no Império, quando
de novembro de 1891. Autoritário e centralista, governa com mão-de-ferro e os comandantes da Guarda Nacional, os chamados coronéis, grandes
trata a oposição com violência. No final do mandato, em 15 de novembro proprietários de terra ou mineradores, decidem em quem a população local
de 1894, retira-se da vida pública. Morre no dia 29 de junho de 1895. deve votar. O "coronel" de cada região arranja empregos e distribui os mais
variados benefícios à sua clientela. Os protegidos do "coronel" lhe devem
fidelidade, principalmente política, manifestada no momento das eleições. A
É o primeiro presidente civil e também o primeiro eleito pelo voto força dos coronéis é base de sustentação política dos governos estaduais e
direto. Assume em 15 de novembro de 1894 e governa até o final do man- da própria República das Oligarquias.
dato, em 15 de novembro de 1898. Dá início à chamada República das
Oligarquias ou "política do café-com-leite" e enfrenta acirrada oposição dos
"florianistas", partidários do ex-presidente. Consegue derrotar a Revolução Manuel Ferraz de Campos Sales (1841-1913) nasce em Campi-
Federalista no Rio Grande do Sul, mas enfrenta uma nova guerra no sertão nas, São Paulo, reduto dos cafeicultores tradicionais. Bacharel em direito,
baiano: a Guerra dos Canudos, na época considerada uma rebelião mo- elege-se deputado provincial em 1867. Um dos fundadores do Partido
narquista. Prudente de Morais - ver foto ao lado - faz seu sucessor, o Republicano Paulista, representa-o na Câmara Imperial a partir de 1885.
também paulista e cafeicultor Campos Sales. Com a República, é nomeado ministro da Justiça do governo Provisório e
governador de São Paulo. Companheiro político de Prudente de Morais,
tem seu apoio na candidatura à Presidência. Eleito em 15 de novembro de
GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS 1898, desenvolve uma política de apoio à agricultura e dá início à estratégia
de valorização do café. Recusa-se a implantar medidas protecionistas que
Estado de sítio – Em 5 de novembro de 1897 o presidente sofre beneficiem a nascente indústria brasileira. Termina o mandato em 15 de
um atentado no cais do porto do Rio de Janeiro. Um soldado florianista, novembro de 1902 e volta à política em 1909 como senador por São Paulo.
Marcelino Bispo, tenta atingi-lo, e acaba matando o ministro da Guerra, Morre em Santos, São Paulo, em 28 de junho de 1913.
marechal Carlos Bittencourt. O incidente dá pretexto para o Congresso
decretar estado de sítio. Com poderes excepcionais, Prudente de Morais
prende seus opositores, fecha jornais e acaba com qualquer manifestação
política. Consolida assim a presença de civis no poder federal.
GOVERNO RODRIGUES ALVES
Prudente José de Morais e Barros (1841-1902) nasce em Itu,
São Paulo, numa família de grandes cafeicultores. Bacharel em direito,
adere ao Partido Republicano Paulista em 1876 e, depois da Proclamação Conservador e ex-monarquista, Rodrigues Alves derrota Quintino
da República, exerce o governo de São Paulo. Eleito senador constituinte Bocaiúva, um republicano histórico, nas eleições de 1902. Assume dia 15
em 1890, chega à presidência do Senado, onde encabeça a oposição a de novembro e governa até o final do mandato, em 1906. Dá continuidade
Deodoro da Fonseca e é derrotado nas eleições indiretas para a Presidên- à política de valorização do café. Propõe-se a reurbanizar e sanear o Rio
cia. Sua eleição em 1894 marca o início da hegemonia dos grandes propri- de Janeiro. Conduzidas de forma autoritária e sem o esclarecimento da
etários rurais da região Sudeste na política. Governa até 15 de novembro opinião pública, essas campanhas provocam uma grande rebelião popular,
de 1898. Enfrenta a oposição política dos florianistas, partidários do ex- a chamada Revolta do Mosquito ou da Vacina – argumento para uma
presidente Floriano Peixoto e de seu próprio vice, Manuel Vitorino Pereira, tentativa de golpe militar. Durante seu governo, eclode também a chamada
que tenta impedi-lo de voltar ao cargo quando se afasta por motivo de Questão do Acre, área de litígio entre o Brasil e a Bolívia.
doença. É o primeiro presidente a governar sob estado de sítio. Passa para
a história como "o pacificador", apesar da violenta repressão praticada Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-1919) nasce em
contra Canudos, e das arbitrariedades cometidas sob a proteção do estado Guaratinguetá, São Paulo, numa família de latifundiários. Bacharel em
de sítio. Ao deixar a Presidência, retira-se para Piracicaba, onde morre em direito, inicia sua vida política em 1872, como deputado provincial pelo
3 de dezembro de 1902. Partido Conservador. Em 1887, chega à Presidência da Província de São
Paulo. Adere à República na última hora. Elege-se deputado constituinte
GOVERNO CAMPOS SALES em 1890 e ocupa o Ministério da Fazenda nos governos de Floriano Peixo-
to e Prudente de Morais. Em 1900 é eleito novamente presidente de São
Paulo. Apesar de seu passado monarquista e tendências conservadoras
Representante da oligarquia cafeeira paulista e destacado membro derrota Quintino Bocaiúva, um republicano histórico, nas eleições para
do Partido Republicano Paulista (PRP), Campos Sales assume em 15 de Presidência em 15 de novembro de 1902. Depois de cumprir seu mandato
novembro de 1898 e governa até o fim do mandato, em 15 de novembro de

História do Brasil 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de presidente, volta a ocupar o governo paulista e, em seguida, uma vaga panha dos paulistas, em oposição a um candidato militar. A maior parcela
no Senado. Eleito novamente para a Presidência em 1918, não chega a do eleitorado – Minas, Rio Grande do Sul e parte de São Paulo – é contro-
tomar posse. Contaminado pelo vírus da gripe espanhola, morre no Rio de lada por Hermes da Fonseca. Os civilistas tentam conseguir apoio popular,
Janeiro em janeiro de 1919. Assume em seu lugar o vice, Delfim Moreira. sem resultado, e perdem as eleições.

O mineiro Afonso Pena - ver foto ao lado é o candidato das elites Rui Barbosa de Oliveira (1849-1923), jurista e estadista, nasce
paulistas em aliança com José Gomes Pinheiro Machado, senador gaúcho em Salvador, Bahia, forma-se em direito e cedo ingressa no jornalismo.
que articula as bancadas dos pequenos Estados. Assume a Presidência em Abolicionista, fica famoso em 1877 ao traduzir a obra O papa e o concílio,
15 de novembro de 1906 e morre antes de concluir o mandato, em 14 de de Doelinger, contra o dogma da infalibilidade do papa. Faz da introdução
junho de 1909. A base da aliança que o leva ao poder é a política de valori- do livro um libelo contra a chamada questão religiosa. Eleito deputado pela
zação do café. Em seu governo, é criada a Comissão do Café do Estado de Bahia, participa da reforma eleitoral de 1881 e da reforma do ensino, em
São Paulo com o objetivo de controlar estoques e negociar preços. Ampli- 1882 e 1883. Destaca-se na defesa da abolição, mas não se mostra um
am-se as comunicações no país. Em 1907, a Amazônia é ligada por telé- batalhador da República, embora critique as falhas da monarquia e ajude
grafo ao Rio de Janeiro, graças ao trabalho desenvolvido pelo marechal em sua derrocada. Ministro da Fazenda no primeiro governo provisório,
Cândido Rondon. Em 1908 é aprovada a lei do serviço militar obrigatório. recorre à inflação para financiar o crescimento econômico. Liberal, ajuda a
redigir a Constituição de 1891. Opsicionista no governo de Floriano Peixoto,
GOVERNO AFONSO PENA é obrigado a exilar-se em 1894. Volta ao Brasil e ocupa uma cadeira no
Senado. Ganha fama internacional ao defender os direitos das pequenas
nações na 2a Conferência de Haia, em 1907. Propõe a igualdade entre as
Afonso Augusto Moreira Pena (1847-1909) nasce em Santa Bár- nações e sua interferência lhe vale o epíteto de "Águia de Haia". Em 1910,
bara, Minas Gerais. Bacharel em direito, inicia sua vida política em 1874 candidato civil à Presidência em oposição ao marechal Hermes da Fonse-
como deputado provincial. Durante o Império ocupa os ministérios da ca, lidera a Campanha Civilista. Perde e volta a disputar a Presidência em
Guerra (1882), da Agricultura (1883) e da Justiça (1885). Elege-se deputa- 1919, numa campanha radical nas questões sociais. Novamente é derrota-
do constituinte em 1890 e presidente de Minas Gerais em 1892, quando a do, desta vez por Epitácio Pessoa. Deixa uma obra vasta, que inclui escri-
capital é transferida de Ouro Preto para Belo Horizonte. Ocupa a presidên- tos e discursos sobre todas as questões da época.
cia do Banco da República e volta a representar seu Estado em 1899,
como senador. Eleito para a Presidência da República, assume em 15 de
novembro de 1906. Morre antes do fim do mandato e é substituído pelo Nilo Procópio Peçanha (1867-1924) nasce em Campos, Rio de
vice, Nilo Peçanha. Janeiro. Advogado, participa das campanhas abolicionistas e republicanas.
Em 1890 é eleito deputado constituinte e, mais tarde, vice-presidente da
República. Com a morte de Afonso Pena em 14 de junho de 1909 assume
José Gomes Pinheiro Machado (1852-1915) nasce em Cruz Alta, a Presidência aos 41 anos. Conclui o mandato de presidente em 1910 e,
Rio Grande do Sul. Bacharel em direito, participa como voluntário do Exér- depois, elege-se senador por duas vezes e presidente do Estado do Rio de
cito brasileiro na Guerra do Paraguai. Em 1891, é eleito senador e participa Janeiro. Em 1917 ocupa o Ministério das Relações Exteriores no governo
da primeira Constituinte republicana. Em 1893 combate a Revolução Fede- Venceslau Brás. É derrotado nas eleições para a Presidência em 1921,
ralista e torna-se general honorário do Exército por sua atuação contra os como candidato da chapa Reação Republicana, de oposição às oligarquias
rebeldes gaúchos. Figura carismática e de grande poder pessoal, domina a estaduais. Morre no Rio de Janeiro em 31 de março de 1924.
máquina política do Rio Grande do Sul e conquista liderança sobre o Sena-
do, onde forma um bloco majoritário muito mais seu que do governo. Con-
quista também a maioria na Câmara dos Deputados e alcança um poder GOVERNO HERMES DA FONSECA
político dificilmente experimentado por outro parlamentar na história da
política brasileira. Com a morte do presidente Afonso Pena e a posse do Assume a Presidência em 15 de novembro de 1910 e governa até
vice-presidente Nilo Peçanha, seu amigo e colaborador, aumenta ainda o final do mandato, em 1914. Gaúcho, num cenário político dominado por
mais seu prestígio e influência. Coordena a campanha de Hermes da paulistas e mineiros, o marechal Hermes da Fonseca - ver foto ao lado -
Fonseca à Presidência, articulando as lideranças dos Estados do Norte e distancia-se um pouco da política "café-com-leite". Dá início à chamada
Nordeste, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, contra o candidato dos "política salvacionista", que recupera a importância direta dos militares na
paulistas, Rui Barbosa. Pinheiro Machado também lança a candidatura e política: apóia intervenções militares nos governos estaduais. Seu objetivo
garante a eleição de Venceslau Brás à Presidência – que mais tarde tenta é reduzir o domínio das oligarquias e moralizar a política. Na prática, po-
reduzir sua influência sobre o governo. Autoritário e impulsivo, durante sua rém, os militares apenas participam do jogo de poder local: aliam-se às
vida pública trava vários duelos à pistola e revólver. Morre apunhalado facções oligárquicas que estão na oposição e as colocam no poder, em
pelas costas, no Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro, por Francisco substituição às oligarquias situacionistas. Seu governo é marcado por
Manso de Paiva, em circunstâncias não suficientemente esclarecidas. revoltas militares, como a Revolta da Chibata, e por graves conflitos sociais,
como a Guerra do Contestado e o Conflito de Juazeiro, encabeçado pelo
GOVERNO NILO PEÇANHA Padre Cícero.

Vice-presidente na gestão de Afonso Pena, assume a Presidência Hermes Rodrigues da Fonseca (1855-1923) nasce em São Ga-
em 14 de junho de 1909 após a morte do titular. Governa até 15 de novem- briel, no Rio Grande do Sul. Sobrinho do marechal Deodoro da Fonseca, é
bro de 1910. Seu curto governo é ocupado por grandes disputas de poder militar de carreira e um dos fundadores do Clube Republicano do Círculo
entre as oligarquias mineira e paulista – a Campanha Civilista –, que, em Militar, de 1878. Após a Proclamação da República, mantém-se em funções
alguns casos, chegam a enfrentamentos armados. A acelerada dizimação militares. Alcança o posto de marechal em 1906, quando é nomeado minis-
de tribos indígenas leva à criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), tro da Guerra do governo de Afonso Pena. Nesse cargo, reorganiza o
em 20 de julho de 1910, sob a direção do marechal Cândido Rondon. Exército e, em 1908, institui o serviço militar obrigatório. Sua candidatura à
Presidência tem o apoio dos conservadores e dos militares, das elites
mineiras, gaúchas e dos pequenos Estados coordenadas pelo senador
Campanha Civilista – A disputa pela Presidência da República José Gomes Pinheiro Machado. Eleito em 1910, depois de agitada campa-
abre uma brecha na aliança entre as oligarquias paulista e mineira. O nha, governa até 1914. Depois de deixar a Presidência, envolve-se em
ministro da Fazenda do governo Afonso Pena, Davi Campista, é indicado diversos incidentes políticos e, inclusive, na Revolta do Forte de Copaca-
pelos paulistas para a sucessão de Nilo Peçanha. A maioria do Partido bana, em 1922. Preso por seis meses, retira-se para Petrópolis ao ser
Republicano Mineiro, no entanto, com a adesão da oligarquia gaúcha, libertado e morre poucos meses depois, em 9 de setembro de 1923.
escolhe como candidato o marechal Hermes da Fonseca, ministro da
Guerra. Os paulistas desistem da candidatura de Campista, aliam-se aos
coronéis baianos e lançam Rui Barbosa para a Presidência. Começa assim GOVERNO VENCESLAU BRÁS
a Campanha Civilista: "O mais inteligente dos brasileiros", slogan da cam-

História do Brasil 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Venceslau Brás - ver foto ao lado - assume a Presidência em 15 políticos se intensificam. Em janeiro de 1923 explode uma rebelião no Rio
de novembro de 1914 e governa até o fim do mandato, em 1918. Seu Grande do Sul que contrapõe as oligarquias da região. No ano seguinte os
governo é marcado por grande agitação política interna e externa. A 1a tenentes rebelam-se em São Paulo e começa a Coluna Prestes, no Rio
Guerra Mundial convulsiona a Europa, explode a primeira grande revolução Grande do Sul. No plano social, o governo Artur Bernardes - ver foto ao
socialista na Rússia e, no Brasil, o movimento operário surge como uma lado - inaugura algumas vantagens trabalhistas, como as férias anuais
força organizada. O Código Civil Brasileiro é promulgado em 1916. No obrigatórias, de 15 dias (lei 4.982), para empregados do comércio, indús-
terreno da saúde pública, a gripe espanhola atinge a população de forma trias e bancos, instituída em dezembro de 1925.
violenta. Em 1918, só em São Paulo, morrem 8 mil pessoas em apenas
quatro dias. Rodrigues Alves, o presidente da República recém-eleito, é Artur da Silva Bernardes (1875-1955) nasce em Viçosa, Minas
uma das vítimas da gripe. Na economia, dá continuidade à política de Gerais. Advogado, inicia sua vida política como vereador em sua cidade.
valorização do café. A guerra provoca queda das exportações e Venceslau Depois elege-se deputado estadual e federal, assume a Secretaria das
Brás manda queimar 3 milhões de sacas de café, em junho de 1917, para Finanças e a presidência de seu Estado. Presidente da República de 1922
evitar a baixa dos preços. a 1926, é eleito senador em 1926. Participa da Aliança Liberal e lidera a
Revolução de 30 em seu Estado. Em 1932, durante a Revolução Constitu-
Venceslau Brás Pereira Gomes (1868-1966) nasce em São Cae- cionalista tenta organizar em Minas um movimento de apoio à rebelião
tano da Vargem Grande, atual Brasópolis, Minas Gerais. Bacharel em paulista. Derrotado, é obrigado a exilar-se. Volta ao Brasil em 1934 e é
direito, é promotor público em seu Estado e inicia carreira política em 1892, eleito deputado federal, cargo que exerce até 1937, quando o Congresso é
como deputado provincial. Ocupa a Secretaria do Interior de Minas Gerais, fechado por Getúlio Vargas. Em 1943 participa do movimento pela redemo-
elege-se deputado federal e vice-presidente do Estado. De 1909 a 1910, cratização do país. É eleito deputado constituinte pelo Partido Republicano
assume o governo de Minas devido à morte do presidente do Estado, João em 1946, e reeleito em 1954. Participa da campanha pela criação da Pe-
Pinheiro. Vice-presidente da República no mandato de Hermes da Fonseca, trobrás e preside a Comissão Nacional do Petróleo até sua morte, em 1955.
é lançado para a sucessão do marechal como uma solução conciliatória
para as forças estaduais em disputa. Concorre como candidato único e GOVERNO WASHINGTON LUÍS
governa de 1914 a 1918. Depois, retira-se da vida pública.
Washington Luís - ver foto ao lado - assume em 15 de novembro
GOVERNO DELFIM MOREIRA de 1926 e é deposto pela Revolução de 30. Governa num período em que
as divisões internas das antigas oligarquias e a crise econômica de 1929
Eleito vice-presidente em 1o de março de 1918 na chapa encabe- levam ao fim da Primeira República. A cisão da oligarquia paulista em
çada por Rodrigues Alves, toma posse como interino, em 15 de novembro, liberais e republicanos conservadores consolida-se em 1926: uma dissidên-
por causa do impedimento do presidente, contaminado pelo vírus da gripe cia do antigo PRP funda o Partido Democrático, de tendência liberal, com o
espanhola. Com a morte de Rodrigues Alves em janeiro de 1919, assume a apoio do jornal O Estado de S. Paulo. No mesmo ano, Getúlio Vargas,
Presidência até a eleição de um novo presidente, em 28 de julho do mesmo deputado federal pelo Rio Grande do Sul, é nomeado ministro da Fazenda
ano. Em seu curto governo envia uma delegação para a Conferência de e dá início à sua rápida ascensão ao poder. O mandato de Washington Luís
Paz em Versalhes e enfrenta greves operárias em Porto Alegre, Recife, também é marcado pela repressão aos movimentos populares e à crescen-
Salvador, Curitiba e Niterói. te organização dos trabalhadores. Em 1927, promulga a chamada Lei
Celerada, que permite a repressão a atividades políticas e sindicais. Em 1o
GOVERNO EPITÁCIO PESSOA de maio de 1929 é fundada a Confederação Geral dos Trabalhadores
(CGT).
Assume a Presidência em 28 de julho de 1919 e governa até 15 de
novembro de 1922. Seu governo é marcado por graves conflitos sociais e Washington Luís Pereira de Souza (1869-1957) nasce em Ma-
políticos que já antecipam a crise da Primeira República. Em outubro de caé, Rio de Janeiro, e ainda jovem muda-se para São Paulo. Bacharel em
1919 enfrenta amplo movimento grevista em São Paulo. A polícia fecha o direito, é promotor público em Batatais e prefeito da cidade em 1898. Depu-
jornal operário A Plebe e expulsa do país seus redatores e mais cem mili- tado estadual em 1904, ocupa o cargo de secretário da Justiça e Seguran-
tantes operários, todos imigrantes. Em 1929, decreta intervenção federal na ça Pública de São Paulo de 1906 a 1912. Eleito prefeito da capital paulista
Bahia devido aos choques entre os coronéis locais e políticos de oposição. em 1914 e presidente do Estado em 1920, é dele a frase "governar é abrir
Tropas federais ocupam Recife para conter conflitos entre as oligarquias estradas". Em seus governos, investe na modernização da infra-estrutura
durante eleições de 1922. Nomeia o historiador Pandiá Calógeras, um civil, de transportes, saneamento e demais serviços públicos. Historiador e
para ocupar o Ministério da Guerra. Os militares se rebelam e, em julho de membro da Academia Paulista de Letras, publica sua produção historiográ-
1922, Epitácio Pessoa - ver foto ao lado - fecha o Clube Militar do Rio de fica em livros e artigos de jornais e revistas. Eleito presidente da República
Janeiro. Seu ato provoca o protesto de oficiais jovens e inaugura a partici- em 1926, é deposto pela Revolução de 30. Vai para o exílio na Europa e
pação dos tenentes na política do país. volta ao país em 1947.

Epitácio da Silva Pessoa (1865-1942) nasce em Umbuzeiro, Pa- REBELIÕES DA PRIMEIRA REPÚBLICA
raíba. Formado em direito, é eleito deputado constituinte por Pernambuco
em 1890. Ministro da Justiça no governo Campos Sales, em 1898, é nome- Motins militares, rebeliões armadas, guerras civis e levantes popu-
ado ministro do Supremo Tribunal em 1901. Chefia a delegação brasileira à lares são constantes em toda a Primeira República. Na fase de consolida-
Conferência de Paz de Versalhes, em 1919, e é eleito presidente da Repú- ção do novo regime explodem motins e levantes populares em vários
blica quando ainda está no exterior. Governa de 1919 a 1922. Depois, é pontos do país. A oposição congrega desde liberais radicais, que exigem
nomeado juiz da Corte Internacional de Haia, cargo que exerce de 1923 a maior democratização do Estado, até monarquistas – presentes na Revolta
1930. Nesse ano, apóia a candidatura de Getúlio Vargas e João Pessoa, da Armada e na Revolução Federalista. Consolidado o regime, as rebeliões
seu sobrinho, pela Aliança Liberal. Abatido pelo assassinato de João Pes- surgem das disputas entre as oligarquias regionais pelo controle do poder.
soa, não se identifica com os novos rumos da política brasileira e deixa a Há levantes de setores populares marginalizados e fanatizados, como na
vida pública. Guerra dos Canudos e na do Contestado, ou, ainda, contra a violação de
direitos civis e humanos, como a Revolta da Vacina. Nos anos 20, o movi-
GOVERNO ARTUR BERNARDES mento tenentista põe em cheque a própria estrutura do poder montada
pelas oligarquias.
Presidente da República entre 1922 e 1926, Artur Bernardes go-
verna sob estado de sítio, interrompido apenas entre dezembro de 1923 e REVOLTA DA ARMADA
julho de 1924, como defesa contra o Tenentismo. Os conflitos sociais e

História do Brasil 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A cúpula da Marinha rebela-se em 6 de setembro de 1893 e exige 1896 e março de 1897, tropas federais fazem três investidas contra o
a deposição de Floriano Peixoto. A revolta é liderada pelo contra-almirante arraial e são derrotadas. O fracasso assusta o governo e uma nova expedi-
Custódio José de Melo e tem o apoio do almirante monarquista Luís Felipe ção é organizada em meados de 1897 com 8 mil soldados, algumas metra-
Saldanha da Gama. Em 9 de fevereiro de 1894 as tropas rebeldes desem- lhadoras e dois canhões, sob o comando do general Artur Oscar Andrade
barcam em Niterói e tentam cercar a Capital. São derrotadas pelas forças Guimarães. Os combates começam em 25 de junho de 1897 e prolongam-
legalistas. Saldanha da Gama e mais 525 revoltosos buscam asilo nos se até 1o de outubro. As tropas do governo ocupam o povoado e matam
navios portugueses Mindelo e Afonso de Albuquerque, atracados na baía Antônio Conselheiro. A luta continua até 5 de outubro, quando morrem os
de Guanabara. O incidente provoca o rompimento das relações diplomáti- quatro últimos combatentes.
cas entre Brasil e Portugal, reatadas apenas em 16 de março de 1895, já
no governo de Prudente de Morais.
REVOLTA DA VACINA
REVOLUÇÃO FEDERALISTA

Em 15 de dezembro de 1893, durante o governo de Floriano Pei- As políticas de saneamento e de reforma urbana promovidas no
xoto, eclode uma guerra civil no Rio Grande do Sul. É provocada pelo governo de Rodrigues Alves e conduzidas com violência revoltam a popu-
autoritarismo e excesso de centralização do presidente do Estado, Júlio de lação pobre do Rio de Janeiro. Cortiços e casas populares são derrubados
Castilhos, um republicano histórico que tem o apoio de Floriano e governa para permitir o alargamento das ruas e a construção de avenidas. A popu-
com mão-de-ferro. lação é expulsa de suas casas e os aluguéis sobem absurdamente. A
campanha de saneamento também é violenta: as casas da população
Maragatos e pica-paus – Os aliados de Castilhos são chamados pobre são invadidas e vasculhadas, os utensílios em condições precárias
de "pica-paus" ou "chimangos", herdeiros políticos dos liberais moderados, são inutilizados. A revolta explode em 9 de outubro de 1904, quando é
como o senador Pinheiro Machado que, desde o Império, comanda a aprovada a lei que torna a vacinação obrigatória. Repartições públicas são
política no Rio Grande do Sul. A oposição, os maragatos, é formada pelos depredadas, lojas saqueadas e bondes incendiados. A população levanta
federalistas adeptos do sistema parlamentar. São liderados por Gaspar da barricadas em diversas ruas do Rio. A oposição procura usar a revolta para
Silveira Martins, um ex-monarquista, por Gumercindo Saraiva e pelo gene- derrubar o governo: dia 13 de outubro a Escola Militar rebela-se. A reação
ral João Nunes da Silva Tavares. Os revoltosos têm o apoio da Marinha, do governo é imediata. Controla a rebelião popular e, no dia 16, forças
rebelada contra Floriano e o movimento tem nítido caráter antigovernista. legalistas ocupam a Escola Militar.
Os enfrentamentos armados duram dois anos. Em 10 de julho de 1895, no
governo de Prudente de Morais, é feito um acordo de paz: o governo cen- Osvaldo Gonçalves Cruz (1872-1917), cientista, médico e sanita-
tral garante o poder a Júlio de Castilhos e o Congresso anistia os partici- rista, é o pioneiro da medicina experimental no Brasil. Em 1896 faz estágio
pantes do movimento revolucionário. no Instituto Pasteur, em Paris. Volta ao Brasil três anos depois e organiza o
combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos, São Paulo, e
GUERRA DE CANUDOS em outras cidades portuárias. Participa da fundação do Instituto Soroterápi-
co, no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, mais tarde Instituto Osval-
do Cruz e, atualmente, um órgão da Fundação Osvaldo Cruz. Escolhido
Em 1893, no final do governo Floriano Peixoto, surge no sertão da pelo governo para o cargo de diretor-geral da Saúde Pública, em 26 de
Bahia um movimento messiânico, na época considerado monarquista, que março de 1903, planeja e coordena a campanha pela erradicação da febre
se transforma em uma guerra civil. É liderado por um beato, figura comum amarela e da varíola do Rio de Janeiro. Organiza as brigadas "mata-
no sertão nordestino na segunda metade do século XVIII. Os beatos apare- mosquitos" e é o principal pivô da chamada Revolta da Vacina e da rebelião
cem em torno das várias casas de caridade fundadas pelo padre José da Escola Militar contra a lei da vacinação obrigatória. Osvaldo Cruz refor-
Maria Ibiapina e administradas por ordens leigas. Antônio Vicente Mendes ma o código sanitário do país e remodela os órgãos de saúde. Dirige a
Maciel, o beato Antônio Conselheiro, começa a formar seu grupo de adep- campanha pela erradicação da febre amarela em Belém do Pará e na zona
tos na casa de caridade de Bom Conselho, no sertão de Pernambuco. Mais da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, divisa do Acre com a
tarde, funda a cidade de Belo Monte, no Arraial de Canudos, palco de um Bolívia, e na calha do rio Amazonas. Deixa a direção da Saúde Pública em
dos conflitos sociais mais sangrentos da Primeira República. 1909 e, em 26 de junho de 1913, ingressa na Academia Brasileira de
Letras. Em 18 de agosto de 1916 assume a Prefeitura de Petrópolis, Esta-
Antônio Conselheiro (1830-1897) é o apelido de Antônio Vicente do do Rio de Janeiro, e dirige um plano de reurbanização da cidade. Doen-
Mendes Maciel, beato que dirige o Arraial e a Guerra de Canudos. Nasce te, não conclui o mandato. Morre em 1917.
em Quixeramobim, Ceará, e fica conhecido em 1893, quando entra em
choque com as autoridades de Bom Conselho, Pernambuco. O motivo é a REVOLTA DA CHIBATA
autorização do governo federal para que os municípios cobrem impostos.
Conselheiro faz sermões contra a República e diz que o novo regime piora
as condições de vida da população pobre – daí sua fama de monarquista. Em 22 de novembro de 1910, no início do governo Hermes da
Com seu grupo, arranca e queima os editais que anunciam a cobrança de Fonseca, estoura a Revolta da Chibata no Rio de Janeiro. O estopim é o
impostos. Daí em diante, mantém conflitos constantes com as autoridades castigo de 250 chibatadas imposto ao marinheiro Marcelino Rodrigues
civis e religiosas. Proibido pela Igreja de fazer pregações e perseguido pela Menezes. Os couraçados São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Deodoro,
polícia, Antônio Conselheiro e seus seguidores internam-se no sertão. ancorados na baía da Guanabara, se amotinam sob o comando do mari-
Fundam no Arraial de Canudos um misto de comunidade primitiva e acam- nheiro João Cândido. O comandante do navio Minas Gerais, Batista Neves,
pamento militar. A fama de que o arraial é santo espalha-se, atraindo e outros oficiais são mortos. Os revoltosos apontam os canhões dos navios
milhares de devotos. Conselheiro dirige a guerra contra as forças legalistas para o Palácio do Catete, sede do governo, e fazem suas exigências: fim
até sua morte, em 1897. dos castigos corporais na Marinha e melhor alimentação. Ameaçado, o
governo aceita as reivindicações dos marinheiros. Rui Barbosa, senador da
República, apresenta no Congresso um projeto com esses pontos e mais a
anistia para os revoltosos, desde que estes deponham as armas. Os mari-
nheiros cumprem sua parte. O governo, no entanto, volta atrás e manda
Arraial de Canudos – À margem do rio Vaza-barris, no sertão bai- prender João Cândido e seus companheiros. Dois anos depois, eles são
ano, o Arraial de Canudos reúne quase 30 mil habitantes. Os romeiros julgados e absolvidos.
plantam e criam rebanhos para consumo próprio e comércio com as cida-
des vizinhas. A comunidade prospera e começa a inquietar os grandes GUERRA DO CONTESTADO
proprietários rurais da região e a Igreja. Para se defender, os fiéis de Antô-
nio Conselheiro organizam-se em grupos armados. Entre novembro de

História do Brasil 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Revolta de camponeses do planalto catarinense, a Guerra do Con- Rebelião Paulista de 1924 – Em 5 de julho de 1924, a capital pau-
testado, entre 1912 e 1916, chega a envolver cerca de 50 mil pessoas. A lista é tomada por militares rebeldes chefiados pelos generais Isidoro Dias
região do Contestado, rica em erva-mate e madeira, é uma área de litígio Lopes e Miguel Costa e pelos tenentes Joaquim e Juarez Távora e Eduardo
entre os Estados do Paraná e Santa Catarina. Tal como no Nordeste brasi- Gomes. Os revoltosos forçam a fuga do presidente do Estado e ocupam a
leiro, desenvolve-se ali um fanatismo religioso alimentado pelos "monges", cidade por 22 dias. Exigem a derrubada do presidente da República Artur
os beatos locais. Os conflitos começam quando duas empresas norte- Bernardes, eleição de uma Assembleia Constituinte e voto secreto. Tropas
americanas, a Brazil Railway, construtora de estradas de ferro, e a Sou- federais bombardeiam São Paulo e forçam a retirada dos rebeldes. No final
thern Brazil Lumber & Colonization, exploradora de madeira, se instalam na de julho, eles seguem em direção ao Rio Grande do Sul, para se juntar ao
região, trazem para o Contestado uma mão-de-obra marginal e barata e movimento militar que começa a ser organizado pelo líder tenentista Luís
começam a expulsar os posseiros e a especular com a terra. Em 1912 o Carlos Prestes.
"monge" José Maria torna-se uma liderança na região. Seus seguidores são
romeiros de diversas localidades, a maioria expulsa de suas terras. Coluna Prestes – Movimento militar desencadeado em outubro de
1924, no Rio Grande do Sul, liderado por Luís Carlos Prestes, do Batalhão
Rebeldes romeiros – José Maria e seus seguidores instalam-se de Engenharia de Santo Ângelo. No início são 900 rebeldes e parte deles é
primeiro em Curitibanos, Santa Catarina. O monge prega o fim da Repúbli- contida pelo governo federal. Uma Coluna consegue fugir ao cerco gover-
ca, chamando-a de "lei do diabo". São expulsos e vão deslocando-se pelo nista e ruma para São Paulo. Em abril de 1925 unem-se às tropas rebeldes
interior de Santa Catarina e Paraná, em combates constantes com as paulistas derrotadas no ano anterior. Luís Carlos Prestes adota a ideia de
tropas do governo. José Maria morre em 1913. Os rebeldes montam uma uma guerra de movimento contra o governo, procurando desgastá-lo.
nova cidade santa – Santa Maria –, palco da guerra. Em setembro de 1914, Ocupam posições e cidades para, em seguida, abandoná-las. Mantêm,
sob comando do general Setembrino de Carvalho, 7 mil soldados armados assim, a ideia de invencibilidade. Os rebeldes pregam reformas sociais e
com modernos equipamentos militares, inclusive aviões, marcham para a econômicas e repudiam qualquer acordo com as oligarquias.
região. Santa Maria cai em 3 de março de 1915 e a resistência só é aniqui-
lada no ano seguinte. Em outubro de 1916 os Estados envolvidos fazem A rota da Coluna – A Coluna Prestes reúne cerca de 1.500 ho-
um acordo, fundam na região o município de Concórdia e o Contestado é mens, dura 29 meses e percorre mais de 25 mil km. Sai do Rio Grande do
reintegrado à ordem republicana. Sul, vai para São Paulo, entra no Paraguai e volta ao país. Atravessa Mato
Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do
CONFLITO DE JUAZEIRO Norte, Paraíba e Pernambuco. Em fevereiro de 1927, com metade de seus
componentes dizimados pela cólera e sem condições materiais de continu-
Padre Cícero Romão Batista , líder religioso venerado por milhares ar, embrenha-se pela Bolívia e Paraguai. Mais tarde, Prestes aproxima-se
de camponeses do sertão do Cariri, é o pivô desse conflito. Aliado dos do marxismo e transforma-se no principal líder comunista do país.
coronéis cearenses, é eleito prefeito de Juazeiro em 1911. Organiza, então,
o Pacto dos Coronéis: 17 chefes políticos da região fazem uma aliança Luís Carlos Prestes (1898-1990) nasce em Porto Alegre e cursa a
para garantir a permanência da família Acioli no poder estadual. O presi- Escola Militar do Rio de Janeiro. Como tenente-engenheiro na Companhia
dente da República, Hermes da Fonseca, reage e nomeia o coronel Franco Ferroviária de Deodoro é transferido para o Rio Grande do Sul, onde come-
Rabelo para dirigir o Estado. A Assembleia Legislativa cearense não aceita ça a participar de movimentos políticos tenentistas. Em 1924 dá baixa do
a indicação e elege Floro Bartolomeu, mentor político do padre Cícero, para Exército, já como capitão, e transforma-se num dos principais líderes do
o governo. Os dois armam os sertanejos para garantir a decisão dos depu- movimento tenentista. Em 1924 subleva o Batalhão Ferroviário de Santo
tados. Hermes da Fonseca indica o general Setembrino de Carvalho como Ângelo, interior do Rio Grande do Sul. Dirige-se à Foz do Iguaçu ao encon-
interventor do Ceará e força a renúncia do padre. Excomungado pela Igreja tro dos revolucionários paulistas comandados por Miguel Costa – fato que
no final dos anos 20, padre Cícero permanece como eminência parda da dá início à Coluna Prestes. A prolongada marcha da Coluna pelo interior do
política cearense por mais de uma década e até hoje é considerado um país assume caráter lendário, e Prestes ganha o apelido de Cavaleiro da
santo pelos sertanejos. Esperança. No final de 1926 exila-se na Bolívia e aproxima-se do marxis-
mo. Em 1931 vai para a União Soviética e retorna três anos depois para
MOVIMENTOS TENENTISTAS assumir a liderança da Aliança Nacional Libertadora. Em 1935, com a
Intentona Comunista, Prestes é preso junto com sua mulher, a alemã Olga
Benário, em adiantado estado de gravidez. Olga é entregue pelo chefe da
O chamado Tenentismo nasce em 1922 entre a jovem oficialidade polícia de Getúlio Vargas, Filinto Muller, ao governo nazista. A filha do
das Forças Armadas – capitães e tenentes – e estende-se até 1934. Tem a casal, Anita Leocádia, nasce no mesmo campo de concentração onde Olga
adesão de militares de patente superior e de civis das classes médias Benário é assassinada. Prestes sai da prisão com a anistia decretada em
urbanas, insatisfeitos com um sistema que privilegia apenas as oligarquias 1945, assume a direção do Partido Comunistae faz uma aliança com Getú-
estaduais, principalmente a do café. Propõe maior centralização do Estado, lio. Elege-se senador pelo Distrito Federal, é cassado e entra para a clan-
moralização dos costumes políticos e voto secreto. Os chamados tenentes destinidade em 1947, quando o governo Dutra decreta a ilegalidade do
não procuram incorporar as massas populares ao seu movimento. Reali- PCB. Em 1957 volta a circular com liberdade. Em 1964 é pego de surpresa
zam ações militares diretas , como o levante dos 18 do Forte de Copaca- pelo golpe militar. Foge apressadamente e deixa inúmeros documentos,
bana, a Revolução Paulista de 1924 e a Coluna Prestes. Com a Revolução usados mais tarde pelo governo militar para prender muitos militantes
de 30, a maioria dos tenentes adere ao liberalismo político e uma minoria comunistas. Seus direitos políticos são cassados por dez anos. Em 1978,
ingressa no Partido Comunista do Brasil (PCB). Em 1934 alguns líderes por divergências internas, é afastado da secretaria-geral do PCB e, depois,
incorporam-se à Ação Integralista Brasileira e outros à Aliança Nacional do próprio partido. Anistiado em 1979, retorna à vida pública em 1980 e
Libertadora (ANL). participa da Campanha das Diretas-Já, em 1984.

Os 18 do Forte – Em julho de 1922, o presidente Epitácio Pessoa POLÍTICA EXTERNA


nomeia um civil, Pandiá Calógeras, para o Ministério da Guerra. A decisão
provoca protestos dos militares. Epitácio fecha o Clube Militar e prende seu
presidente. Na madrugada de 5 de julho há uma rebelião de jovens oficiais: Passado o período de reconhecimento da República, o Brasil en-
sob o comando do capitão Euclides da Fonseca, 17 oficiais tomam o Forte frenta vários litígios de fronteira. O mais grave é a disputa pelo Acre com a
de Copacabana. Enfrentam forte resistência das forças legalistas. O com- Bolívia. Com sua economia centrada em produtos agrícolas de exportação,
bate continua na rua e os oficiais dissidentes ganham o apoio de um grupo o país depende do mercado externo e sua política internacional tende a
civil. A luta é desigual e termina com a morte de praticamente todos os alinhar-se com a de seus principais compradores. Durante a 1a Guerra
revoltosos. Sobrevivem apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Mundial alinha-se com os Estados Unidos e é o único país da América do
Gomes. Como resultado, é decretado estado de sítio no país, mantido Sul a participar do conflito.
durante quase todo o governo Epitácio Pessoa.

História do Brasil 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONFLITOS DE FRONTEIRA de moeda, um problema que surge com a abolição da escravatura e com a
imigração, torna-se aguda com o crescimento do trabalho assalariado no
Os principais conflitos de fronteiras ocorrem no governo de Pru- campo e na cidade. Em janeiro de 1890, Rui Barbosa, ministro da Fazenda
dente de Morais. Desde o Império, o Brasil disputa com a Argentina o do governo provisório de Deodoro da Fonseca, tenta resolver o problema
território das Missões, hoje integrado ao Rio Grande do Sul. Em 1895, o adotando uma política emissionista, a primeira do país, chamada de enci-
litígio é submetido ao presidente Cleveland, dos EUA, que dá parecer lhamento. Mais tarde, no governo de Campos Sales, a superprodução do
favorável ao Brasil. Em 1896, Brasil e Inglaterra entram em litígio pela café dá início à política de desvalorização da moeda nacional, num proces-
posse da ilha de Trindade, no litoral do Espírito Santo, ocupada pelos so de socialização das perdas dos cafeicultores.
ingleses em 1890. A arbitragem é feita por Portugal e o Brasil ganha a
disputa. Em 1895, os franceses ocupam o Amapá e tentam anexá-lo. A Encilhamento – A política monetária de Rui Barbosa fica conheci-
questão é julgada pelo governo suíço, que dá a posse do território ao da como encilhamento, uma alusão ao lugar do hipódromo onde são feitas
Brasil, em 1o de dezembro de 1900. as apostas nos cavalos. O país é dividido em quatro zonas – Bahia, Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul – e um banco emissor é instalado
A QUESTÃO DO ACRE em cada uma. Seu objetivo é atender às novas necessidades financeiras,
expandir o crédito e estimular a criação de novas empresas nessas regiões.
O resultado, porém, é desastroso. A emissão de moedas sem controle
A exploração e prosperidade do comércio da borracha levam mui- acelera a inflação, que chega aos 115%. Proliferam também as atividades
tos brasileiros, principalmente nordestinos, à região do Acre, área que especulativas: empresas fantasmas com grandes planos irrealizáveis
pertence à Bolíviadesde 1867. Os brasileiros recusam-se a obedecer as supervalorizam suas ações na Bolsa de Valores em uma orgia especulativa
autoridades bolivianas, criam um território independente e exigem sua que faz surgir grandes fortunas da noite para o dia.
anexação ao Brasil. Em 14 de julho de 1899, com apoio dos seringalistas e
do governo do Amazonas, Luís Galvez Rodrigues de Arias proclama a
República do Acre. Enfrenta as próprias forças armadas brasileiras, que Desvalorização da moeda – No final do século XIX, a alta do pre-
ajudam os bolivianos a recuperar a região. Em 1901 a Bolívia arrenda o ço do caféno mercado internacional estimula a expansão da lavoura no
Acre ao The Bolivian Sindicate of New York City in North America. país. O resultado é uma superprodução e, em consequência, a queda dos
preços nos mercados consumidores. Em 1893 uma saca de 60 quilos vale
4,09 libras-ouro. Seis anos depois, em 1899, o preço cai para 1,48 libra-
Anexação do Acre – Em 6 de agosto de 1902, no final do governo ouro. O governo intervém e desvaloriza seguidamente a moeda brasileira:
de Campos Sales, os brasileiros instalados no Acre se rebelam sob o embora o café renda menos em moeda estrangeira, esta pode comprar
comando de José Plácido de Castro: as forças bolivianas são expulsas em mais moeda nacional, garantindo os ingressos dos grandes produtores. O
24 de janeiro de 1903 e Castro é aclamado governador do Estado Indepen- restante da nação, porém, precisa pagar mais pelas importações, há um
dente do Acre. Em 17 de novembro de 1903, já no governo Rodrigues aumento geral nos preços internos e no custo de vida.
Alves, Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Petrópolis: o Brasil compra a
região por 2 milhões de libras esterlinas, compromete-se a construir a
estrada de ferro Madeira-Mamoré - ver foto ao lado - e a indenizar o Dívida externa – Com a desvalorização da moeda, o governo fica
Bolivian Syndicate com 110 mil libras esterlinas. No ano seguinte o Acre é sem condições de pagar os juros da dívida externa e é obrigado a contrair
incorporado ao Brasil como território federal. novos empréstimos para honrar os anteriores. O governo Campos Sales
decreta a primeira moratória da dívida externa, o funding loan: os banquei-
ros avalizam um novo empréstimo de 10 milhões de libras, dão um prazo
PRESENÇA NA 1ª GUERRA de 13 anos para o Brasil começar a saldar o grosso de suas dívidas e de 3
anos para pagar os juros devidos. Como garantia aos credores, o governo
O Brasil permanece neutro na 1a Guerra Mundial até 1917. Os Es- hipoteca a Central do Brasil e o serviço de água do Rio de Janeiro. Assume
tados Unidos pressionam o governo brasileiro para entrar no conflito e também uma política de deflação: corta despesas públicas, interrompe
ameaçam suspender as importações do país. Em outubro de 1917, durante obras, demite funcionários, restringe o crédito e aumenta impostos.
o governo de Venceslau Brás, submarinos alemães atacam navios brasilei-
ros na costa de Santa Catarina. O episódio deflagra no país uma campanha Valorização do café – A superprodução do café atinge seu pico
pela participação na guerra comandada por Rui Barbosa. O governo brasi- na safra de 1905 e 1906: são produzidos 22 milhões de sacas frente a uma
leiro declara estado de beligerância contra a Alemanha e envia uma unida- demanda que não ultrapassa 6 milhões de sacas. Para contornar a situa-
de médica e aviadores para cooperar com os ingleses no patrulhamento do ção, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro firmam
Atlântico Sul. O Brasil é a única nação sul-americana a participar do confli- o Convênio de Taubaté, em 27 de fevereiro de 1906, e dão início à chama-
to. da política de valorização do café: contraem novos empréstimos no exteri-
or, compram toda a produção excedente e regulam a oferta de forma a
ECONOMIA NA PRIMEIRA REPÚBLICA evitar a queda dos preços do produto. De 1906 a 1909 retiram do mercado
8,5 milhões de sacas de café. Os empréstimos para pagá-las chegam a 15
Durante a Primeira República, a economia brasileira permanece milhões de libras esterlinas. A longo prazo, os efeitos dessa política são
centrada na produção cafeeira, mas avança o processo de modernização e desastrosos: a dívida externa e a inflação crescem ainda mais e a manu-
diversificação das atividades econômicas. No final do século XIX, os enge- tenção artificial dos preços estimula a produção nos países concorrentes do
nhos nordestinos modernizam-se com a instalação de usinas mecanizadas. Brasil.
No sul do país, as pequenas propriedades de colonização estrangeira
aumentam sua participação no mercado interno e externo, com núcleos DIVERSIFICAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES
econômicos exportadores de charque e erva-mate. Na região Amazônica
intensifica-se a exploração da borracha, valorizada pela nascente indústria Em seus melhores momentos, o café representa 70% do total das
automobilística. A indústria brasileira também cresce com capitais vindos da exportaçõesdo país, mas outros produtos agrícolas ganham importância na
cafeicultura ou estrangeiros, e expandem-se os organismos de crédito. No pauta de exportações a partir do final do século XIX. Os principais são a
início do século, empresas estrangeiras instaladas no país, como a anglo- borracha - ver foto ao lado -, nativa da Amazônia, e o cacau, plantado na
canadense Light & Power e a norte-americana Bond and Share, ampliam Bahia. A explosão das vendas desses produtos promove um surto de
os serviços urbanos de água, luz e transportes. progresso nessas regiões.

POLÍTICA ECONÔMICA Apogeu da borracha – Os preços do látex extraído das seringuei-


ras da Amazônia (Hevea brasilienses) explodem com a invenção do pneu-
A valorização do café, a emissão de moedas e a inflação são as mático e a expansão da indústria automobilística nos Estados Unidos. A
questões centrais da política econômica da Primeira República. A escassez produção brasileira cresce rapidamente e, em 1907, a borracha já é res-

História do Brasil 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ponsável por 23% do valor das exportações brasileiras. O recorde ocorre Presença do imigrante – Entre 1889 e 1928 entram no país
em 1912, quando são exportadas 42 mil toneladas de borracha. A partir de 3.523.591 imigrantes. Mais de um terço são italianos, seguidos pelos portu-
1910, no entanto, holandeses e ingleses desenvolvem plantações planeja- gueses, espanhóis, alemães e japoneses. A maior parte vai para a lavoura
das e com grande produtividade na Indonésia, Ceilão e Malásia. Em 1919 a do café. Muitos, porém, de origem urbana, abandonam o campo e dedicam-
borracha asiática já inunda o mercado internacional: das 423 mil toneladas se ao comércio ou à indústria, como assalariados ou donos de seus pró-
comercializadas, apenas 34 mil toneladas são brasileiras. A produção da prios negócios.
Amazônia definha e toda a região entra em decadência.
MOVIMENTO OPERÁRIO
Cultivo do cacau – No final do século XIX a demanda europeia e
norte-americana pelo cacau torna seu plantio lucrativo. O cultivo desenvol- Em uma sociedade que acabara de sair da escravidão, a nascente
ve-se na região de Ilhéus, no sul da Bahia, onde o solo e o clima são ideais, classe operária enfrenta condições de trabalho adversas. Os salários são
há terras virgens em abundância e mão-de-obra barata. A produção atinge muito baixos, não existe legislação trabalhista e os sindicatos recém-
seu pico em 1900, quando o Brasil vende 13 mil toneladas de cacau e formados não são reconhecidos. Os trabalhadoresnão contam com aviso
firma-se como o maior exportador mundial. Nos anos seguintes, os ingleses prévio em casos de demissão, não têm direito a férias, a aposentadoria ou
instalados na Costa do Ouro, África, passam a dominar o mercado. a qualquer tipo de seguro contra acidentes. A jornada de trabalho diária
chega a 15 horas. A greve é encarada como crime e caso de polícia. Em
INDUSTRIALIZAÇÃO 1889 há 54 mil operários no país, localizados principalmente em São Paulo
e no Rio de Janeiro. Em 1920 eles já são 275.512, a maioria imigrantes
A riqueza acumulada com o café dinamiza o mercado consumidor italianos e espanhóis, responsáveis pela difusão das ideias anarquistas e
e estimula o desenvolvimento industrial. Em 1910 o Brasil possui cerca de socialistas no país.
3.500 indústrias. Dez anos mais tarde já são 13 mil estabelecimentos
industriais. Destes, 5.936 surgem entre 1915 e 1919, em consequência das Anarquismo – O anarquismo chega ao Brasil com os imigrantes
dificuldades de importação durante a 1a Guerra e da política de incentivo à europeus e, durante boa parte da Primeira República, é a ideologia predo-
industrialização dos governos republicanos. Em 1924, o país produz 99% minante no movimento operário. Os anarquistas defendem a organização
dos sapatos consumidos internamente, 90% dos móveis e 86% dos têxteis. sindical autônoma para todas as categorias profissionais como forma de os
A indústria de alimentação é a que mais cresce nas primeiras décadas da operários reunirem forças para negociar com os patrões. Eles se opõem
República e chega a representar 40% dos estabelecimentos industriais do radicalmente ao Estado, à Igreja e à propriedade privada e pregam a com-
país. pleta extinção dessas instituições. Também são contrários a qualquer
atuação político-partidária e aí reside sua principal diferença com os socia-
Presença do capital estrangeiro – No início do século XX o capi- listas e comunistas. A influência anarquista sobre o movimento operário
tal estrangeiro amplia sua presença no Brasil, principalmente o norte- brasileiro diminui quando o Estado começa a criar mecanismos legais de
americano. A indústria da carne é dominada pelos frigoríficos Wilson, proteção ao trabalhador.
Armour, Swift e Anglo; os vagões ferroviários são feitos pela fábrica norte-
americana Pullman e os automóveis que circulam no país são da Ford ou Primeiras organizações – Sem mecanismos formais de participa-
da General Motors. Na siderurgia, os franceses e belgas tomam a dianteira ção política, a classe operária começa a se organizar para ampliar seus
com a Companhia Belgo-Mineira. Dos 14 bancos existentes em 1910, sete direitos trabalhistas. No final do século XIX surgem as primeiras ligas
são estrangeiros. operárias que, mais tarde, transformam-se em sindicatos. Em 1890 é
fundado o Partido Operário e, em 1902, o Partido Socialista Brasileiro e o
CRISE DE 1929 jornal operário Avanti. A primeira associação de caráter nacional é a Confe-
deração Operária, fundada em 1908. Dois anos mais tarde a Confederação
realiza o primeiro Congresso Operário no país. Entre 1908 e 1909 e de
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, tem refle- 1913 a 1915 a Confederação Operária edita o jornal A Voz do Trabalhador.
xos desastrosos sobre a economia brasileira. Os preços internacionais do No dia 1o de maio de 1929 é fundada a Confederação Geral dos Trabalha-
café despencam e os créditos para o país são cortados. O governo fica dores (CGT).
sem condições de manter a política de valorização do café e a situação é
agravada pela produção recorde do ano: 30 milhões de sacas. Inúmeros
fazendeiros vão à ruína e multiplicam-se as falências no comércio e na Greve Geral de 1917 – O ano de 1917 é marcado por uma série
indústria. O governo faz crescentes emissões de moeda, política que agra- de pequenas greves que culminam com uma greve geral, realizada em São
va ainda mais a crise do país e enfraquece a hegemonia das burguesias Paulo, entre os dias 12 e 15 de julho. Participam 45 mil trabalhadores e é a
paulista e mineira. maior paralisação operária realizada no país até 1930. Exigem um reajuste
salarial de 20% e forçam o governo paulista a atender a algumas de suas
reivindicações: fiscalização dos preços no varejo, liberdade para os operá-
SOCIEDADE NA PRIMEIRA REPÚBLICA rios presos e não punição aos grevistas. O acordo é feito por meio de um
comitê de conciliação integrado por jornalistas da grande imprensa da
No final do Império e Primeira República, a sociedade brasileira fi- época. Greves por melhores salários e garantias trabalhistas proliferam
ca mais diversificada. Além da elite dominante, representada pela burgue- durante toda a década de 20.
sia rural e urbana, as classes médias aparecem com força no cenário
político. Surge também um proletariado urbano influenciado pelas tradições Conquistas operárias – Em 1918 a Câmara dos Deputados cria a
políticas anarquistas e socialistas trazidas pelos imigrantes europeus. Comissão de Legislação Social com o objetivo de propor leis de proteção
aos trabalhadores. Em 24 de dezembro de 1925 entra em vigor a lei 4.982
Classes sociais – A burguesia é formada pelos representantes da que institui 15 dias de férias anuais para trabalhadores do comércio, da
lavoura tradicional e ex-escravocrata, como os do Vale do Paraíba; pelos indústria e dos bancos.
cafeicultores modernos que empregam trabalho assalariado, como os do
oeste de São Paulo; por banqueiros e grandes comerciantes ligados à Fundação do PCB – Em 1922 é formado o Partido Comunista do
exportação e à importação, e pelos grandes e pequenos industriais. As Brasil(PCB), uma influência direta da Revolução Socialista Soviética de
classes médias urbanas incluem os imigrantes que se dedicam ao pequeno 1917. Nos dois anos iniciais, as ideias anarquistas são preponderantes
comércio e ao artesanato; os militares, os profissionais liberais e os altos entre seus militantes. O partido só é aceito na 3a Internacional – organiza-
funcionários públicos. O proletariado inclui funcionários públicos do baixo ção internacional dos comunistas – em 1923, com a expulsão dos anarquis-
escalão, trabalhadores assalariados rurais e urbanos, e uma grande maioria tas. Essa filiação dá pretexto para o governo brasileiro perseguir os comu-
de ex-escravos desempregados ou que trabalham como biscateiros. nistas: a sede do partido é invadida e destruída e, em 1924, o governo
decreta sua ilegalidade.

História do Brasil 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Bloco Operário-camponês – Os militantes comunistas, os anar- Contexto internacional, industrialização e processo de modernização.
quistas, os socialistas e ativistas independentes fundam o Bloco Operário- Segunda Guerra Mundial e suas influências no país.
camponês (BOC), uma frente política de atuação pública. O BOC defende
bandeiras como o voto secreto, redução do custo de vida, anistia para João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio
presos políticos e o combate às oligarquias e ao imperialismo. Nas eleições Vargas, é assassinado em 26 de julho de 1930. O crime precipita a Revolu-
de 1928 elege alguns deputados e vereadores e, em 1930, lança candidato ção. No dia 3 de outubro, o movimento estoura em Porto Alegre, sob a
próprio à Presidência: o marmorista e vereador Minervino de Oliveira. Seu liderança civil de Getúlio Vargas. O comando militar fica com o coronel Góis
desempenho eleitoral é inexpressivo. Monteiro, o mesmo que em 1922 e 1924 lutara contra o Tenentismo. Os
revolucionários dominam rapidamente o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
CULTURA NA PRIMIRA REPÚBLICA o Nordeste. Os legalistas tentam organizar a resistência em São Paulo,
Bahia, Pará e Rio de Janeiro, sem resultados. Na madrugada de 24 de
Obras literárias inspiradas na realidade brasileira, como as de Eu- outubro os chefes militares rebeldes intimam Washington Luís a deixar a
clides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato, surgem nos primeiros Presidência e o poder é assumido por uma junta militar. Dez dias depois,
anos da República. Mas é a partir da 1a Guerra Mundial que a produção em 3 de novembro de 1930, a junta transfere o poder para Vargas.
cultural do país adquire maior pujança e originalidade. Na Europa, o pós-
guerra é acompanhado por um movimento de renovação artística. Surge Getúlio Dornelles Vargas (1883-1954) nasce em São Borja, Rio
uma nova estética e as chamadas "vanguardas" ganham espaço na literatu- Grande do Sul, e torna-se um dos políticos e estadistas mais marcantes do
ra, na música e nas artes plásticas. Os artistas brasileiros, principalmente século. Inicia carreira militar e a abandona em 1902. Ingressa na faculdade
os mais jovens, também são tocados pelo espírito renovador. Acompanham de direito, em Porto Alegre, e é eleito deputado estadual em 1909, 1913 e
o que acontece fora do país mas querem produzir uma arte original, oposta 1917. Integra a Câmara Federal de 1922 a 1926. Procura conciliar o presi-
aos padrões europeus – tendência que desemboca na Semana de Arte dente eleito Artur Bernardes com o situacionismo gaúcho representado por
Moderna, realizada em São Paulo, em fevereiro de 1922. Borges de Medeiros, que apoiara o candidato da oposição, Nilo Peçanha.
Assume o Ministério da Fazenda no governo Washington Luís de 1926 até
MODERNISMO BRASILEIRO 1928, ano em que elege-se presidente do Rio Grande do Sul. Candidato
pela Aliança Liberal à Presidência é derrotado, lidera a Revolução de 30 e
assume o poder por 15 anos. Derrubado pelos militares em outubro de
Em 1917 a pintora Anita Malfatti promove em São Pauloa primeira 1945, em dezembro elege-se senador por São Paulo e Rio Grande do Sul,
exposição de arte moderna do país. Sua pintura provoca verdadeiro escân- e consegue fazer seu sucessor, o general Eurico Gaspar Dutra. Em 1950
dalo e choca a intelectualidade da época. Monteiro Lobato, por exemplo, vence as eleições para a Presidência pelo PTB. Seu mandato é marcado
escritor e crítico literário respeitado, critica a exposição perguntando se a pela criação da Petrobrás, pela nacionalização da produção de energia
obra da artista é mistificação ou manifestação de paranóia. No mesmo ano, elétrica e criação da Eletrobrás, além de uma inflação galopante, escânda-
Oswald de Andrade escreve o romance Memórias sentimentais de João los administrativos e acirrada oposição conservadora de civis e militares.
Miramar, só publicado em 1924. Ambos estarão entre os fundadores do Em 24 de agosto de 1954, diante da opção de renunciar ou ser deposto,
modernismo, movimento que revela uma geração de novos artistas. Nas suicida-se com um tiro no peito.
artes plásticas, destacam-se Lasar Segall , Tarsila do Amaral, Di Cavalcan-
ti, Ismael Néri e Cândido Portinari. Na escultura, Vitor Brecheret. Na músi-
ca, Villa-Lobos - ver foto ao lado - e, na literatura, Mário de Andrade e ERA VARGAS
Manuel Bandeira.
A chamada "Era Vargas" começa com a Revolução de 30 e termi-
Literatura modernista – A produção modernista inova na forma, na com a deposição de Getúlio Vargas em 1945. É marcada pelo aumento
na linguagem e na temática escolhida. Os poetas e prosadores deixam de gradual da intervenção do Estado na economia e na organização da socie-
"macaquear a sintaxe lusíada", como afirma Manuel Bandeira, e procuram dade e também pelo crescente autoritarismo e centralização do poder.
se expressar como brasileiros. Retomam os temas do indianismo, mas Divide-se em três fases distintas: governo provisório, governo constitucional
renegam todas as idealizações românticas. É assim com Macunaíma, "o e Estado Novo.
herói sem nenhum caráter" de Mário de Andrade. No movimento da Antro-
pofagia lançado por Oswald de Andrade, o escritor propõe a deglutição de GOVERNO PROVISÓRIO
todas as influências estrangeiras para que se possa criar uma arte verda-
deiramente brasileira. Getúlio Vargas é conduzido ao poder em 3 de novembro de 1930
pela Junta Militar que depôs o presidente Washington Luís. Governa como
CRISE NA PRIMEIRA REPÚBLICA chefe revolucionário até julho de 1934, quando é eleito presidente pela
Assembleia Constituinte. O governo provisório é marcado por conflitos entre
A superprodução cafeeira e a política de valorização do café levam os grupos oligárquicos e os chamados tenentes que apóiam a Revolução
a uma crise econômica. A queda da Bolsa de Valores de Nova York, em de 30. Getúlio Vargas equilibra as duas forças: atende a algumas reivindi-
1929, acentua a crise. Surgem brechas nos acordos políticos entre as cações das oligarquias regionais e nomeia representantes dos tenentes
oligarquias que controlam o Estado desde o início da República. Nas elei- para as interventorias estaduais. O interventor em São Paulo é um veterano
ções de 1930 os paulistas desafiam a tradicional política do café-com-leite. do movimento tenentista, João Alberto. Para o Rio Grande do Sul, nomeia
Decidem permanecer no controle do governo central, quando a vez seria Flores da Cunha e para os Estados do Norte-Nordeste e Espírito Santo é
dos mineiros. O presidente Washington Luís, um paulista, indica outro escolhido um supervisor, Juarez Távora, que fica conhecido como "vice-rei
paulista, Júlio Prestes, como candidato à sua sucessão. do Norte".

Aliança Liberal – Minas Gerais passa para a oposição e alia-se ao Agitações sociais – Em 1931 o PCB organiza no Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul e à Paraíba. Os três Estados formam a Aliança Liberal uma manifestação contra a carestia, a Marcha contra a Fome, violentamen-
que, além das elites agrárias, também aglutina militares e setores das te reprimida. Em vários Estados também pipocam greves e manifestações
classes médias urbanas. O gaúcho Getúlio Vargas é escolhido para concor- de oposição. Os setores oligárquicos afastados do poder se reorganizam,
rer à Presidência, tendo como vice o paraibano João Pessoa. A campanha exigem a convocação de uma Assembleia Constituinte e o fim do governo
eleitoral mobiliza todo o país. Júlio Prestes é eleito presidente em 1o de provisório. São Paulo, principal centro econômico do país, lidera a oposição
março de 1930, mas não chega a assumir o cargo. Em outubro, estoura a a Vargas.
Revolução de 1930, que leva Getúlio Vargas ao poder.
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
REVOLUÇÃO DE 1930 E A ERA VARGAS (1930-1945):

História do Brasil 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em 1932 as elites paulistas deflagram a Revolução Constituciona- poder. O capitão da Marinha Hercolino Cascardo, líder da revolta do coura-
lista contra o governo federal. Uma frente entre o Partido Republicano çado São Paulo na Revolução Paulista de 1924, é escolhido para dirigi-la.
Paulista, derrotado pela Revolução de 30, e o Partido Democrático lança a Luís Carlos Prestes, ex-chefe da Coluna Prestes e já militante do Partido
campanha pela imediata convocação de uma Assembleia Constituinte e o Comunista, é indicado seu presidente de honra. A ANL defende a suspen-
fim das intervenções nos Estados. O movimento tem o apoio das classes são definitiva do pagamento da dívida externa, ampliação das liberdades
médias. Manifestações e comícios multiplicam-se na capital. Em um deles, civis, proteção aos pequenos e médios proprietários de terra, reforma
dia 23 de maio de 1932, os manifestantes entram em conflito com o chefe agrária nos latifúndios improdutivos, nacionalização das empresas estran-
de polícia Miguel Costa e quatro estudantes são mortos: Euclides Bueno geiras e instauração de um governo popular.
Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza e Antô-
nio Américo Camargo de Andrade. Com as iniciais de seus nomes é com- Movimento nacional – Formada à semelhança das frentes popu-
posta a sigla MMDC (Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo), assumida lares antifascistas e antiimperialistas da Europa, a ANL é o primeiro movi-
como emblema do movimento rebelde. Em 9 de julho de 1932 estoura a mento de massas de caráter nacional. Em apenas 3 meses forma 1.600
rebelião armada. As forças paulistas comandadas pelo general Isidoro Dias núcleos, principalmente nas grandes cidades. Só no Rio de Janeiro inscre-
Lopes ficam isoladas: não recebem ajuda dos outros Estados e a Marinha vem-se mais de 50 mil pessoas. Congrega operários, estudantes, militares
bloqueia o porto de Santos impedindo-as de comprar armas no exterior. Os de baixa patente e membros da classe média. Seu rápido crescimento
paulistas se rendem em 3 de outubro, depois de quase três meses de luta. assusta as classes dominantes. Surgem campanhas contra a "ameaça
comunista". Getúlio Vargas começa a reprimir os militantes e, em 11 de
Constituição de 1934 – As eleições são realizadas dia 3 de maio julho de 1935, decreta a ilegalidade da ANL e manda fechar suas sedes.
de 1933 e a Assembleia Constituinte é instalada em 15 de novembro. Pela
primeira vez uma mulher é eleita deputada no país, a médica Carlota Perei- INTENTONA COMUNISTA
ra de Queiroz. Promulgada em 15 de julho de 1934, a Constituição mantém
a república federativa, o presidencialismo, o regime representativo e institui
o voto secreto. Amplia os poderes do Estado, que passa a ter autonomia Após o fechamento da ANL, o Partido Comunista começa a prepa-
para estabelecer monopólios e promover estatizações. Limita a atuação rar uma insurreição armada. Em 23 de novembro de 1935 estoura em Natal
política do Senado, incumbindo-o da coordenação interna dos três poderes um levante de militares ligados ao partido. No dia seguinte, o mesmo ocorre
federais. Institui o Conselho de Segurança Nacional e prevê a criação das no Recife e, no dia 27, no Rio de Janeiro. A rebelião fica restrita aos muros
justiças Eleitoral e do Trabalho. Nas disposições transitórias, transforma a dos quartéis, mas serve de argumento para o Congresso decretar estado
Assembleia Constituinte em Congresso e determina que o próximo presi- de sítio. A polícia, dirigida por Filinto Muller, desencadeia violenta repressão
dente seja eleito indiretamente por um período de 4 anos. aos comunistas.

GOVERNO CONSTITUCIONAL GOLPE DE ESTADO

Getúlio Vargas é eleito presidente pelo Congresso em julho de O estado de sítio aumenta o poder de Vargas e de alguns altos ofi-
1934 e exerce o mandato constitucional até o golpe do Estado Novo, em 10 ciais do Exército e da própria polícia. Crescem a repressão aos movimentos
de novembro de 1937. Os três anos de legalidade são marcados por inten- sociais e a conspiração para instaurar uma ditadura no país. É nesse clima
sa agitação política, greves e o aprofundamento da crise econômica. Nesse que se inicia a campanha para as eleições presidenciais, previstas para
quadro, ganham importância movimentos como a Ação Integralista Brasilei- janeiro de 1938.
ra (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL).
Campanha eleitoral – Três candidatos são lançados à Presidên-
Ação Integralista Brasileira – As ideias fascistas chegam ao Bra- cia. O paulista Armando de Sales Oliveira é apoiado pelos partidos Consti-
sil nos anos 20, propagam-se a partir do sul do país e dão origem a peque- tucionalista (sucessor do Partido Democrático) e Republicano Mineiro, pelo
nos núcleos de militantes. Em 1928 é fundado o Partido Fascista Brasileiro. governador gaúcho, José Antônio Flores da Cunha, e por facções liberais
A organização mais representativa dos fascistas, porém, é a Ação Integra- de outros Estados. O paraibano José Américo de Almeida é apoiado pelo
lista Brasileira (AIB), fundada em 1932 pelo escritores Plínio Salgado e Partido Libertador do Rio Grande do Sul, pelo governo de Minas e pela
Gustavo Barroso. O movimento é apoiado por setores direitistas das clas- maioria das oligarquias nordestinas. O terceiro candidato é o integralista
ses médias, dos latifundiários e dos industriais. Recebe a adesão de repre- Plínio Salgado. Vargas declara seu apoio a José Américo, mas, ao mesmo
sentantes do clero católico, da polícia e das Forças Armadas. Defende um tempo, encomenda secretamente ao jurista Francisco Campos, simpatizan-
Estado autoritário e nacionalista que promova a "regeneração nacional", te do fascismo e futuro Ministro da Justiça, uma nova Constituição para o
com base no lema "Deus, Pátria e Família". Estado autoritário que pretende estabelecer.

Plínio Salgado (1895-1975) nasce em São Bento do Sapucaí, São Plano Cohen – Em 30 de setembro de 1937 o general Góis Mon-
Paulo, e estuda ciências humanas em Minas Gerais. Desde jovem dedica- teiro, chefe do Estado-maior do Exército, divulga à nação o "tenebroso"
se ao jornalismo. Elege-se deputado estadual em 1928 e, em 1932, funda a Plano Cohen: uma suposta manobra comunista para a tomada do poder
Ação Integralista Brasileira (AIB). Em menos de quatro anos, o movimento através da luta armada, assassinatos e invasão de lares. O Plano não
reúne mais de 300 mil adeptos em todo o país. De inspiração nazi-fascista, passa de uma fraude forjada por membros da Ação Integralista para justifi-
adota uma simbologia nacionalista, uma camisa verde como uniforme e, car o golpe de estado. Frente à "ameaça vermelha", o governo pede ao
como saudação, a palavra anauê, uma interjeição da língua tupi. Apontado Congresso a decretação de estado de guerra, concedido em 1o de outubro
como líder do levante integralista de 1938, Plínio Salgado é preso na forta- de 1937. É o início do golpe.
leza de Santa Cruz, e depois exilado em Portugal. Volta ao Brasil em 1945,
com o fim do Estado Novo, e funda o Partido da Representação Popular O golpe – Com o golpe já em andamento, Getúlio reforça suas ali-
(PRP). Em 1955, concorre à Presidência da República e chega em último anças com o governador de Minas, Benedito Valadares, e de vários Esta-
lugar. Elege-se deputado federal em 1958 e 1962 pelo PRP, e em 1966 e dos do Nordeste. Em 10 de novembro de 1937 as Forças Armadas cercam
1970 pela Arena. Membro da Academia Paulista de Letras, escreve roman- o Congresso Nacional e, à noite, Vargas anuncia em cadeia de rádio a
ces, ensaios e obras políticas. outorga da nova Constituição da República, elaborada pelo jurista Francis-
co Campos. A quarta Constituição do país e terceira da República, conhe-
Aliança Nacional Libertadora – O agravamento das condições de cida como "a polaca" por inspirar-se na Constituição fascista da Polônia,
vida das massas urbanas e rurais, e as tendências autoritárias de Vargas institui a ditadura do Estado Novo.
fornecem os ingredientes para formar a Aliança Nacional Libertadora (ANL),
em março de 1935. A ANL é uma grande frente política formada por ex- Constituição de 1937 – A Constituição outorgada acaba com o
tenentes, comunistas, socialistas, líderes sindicais e liberais alijados do princípio de harmonia e independência entre os três poderes. O Executivo é

História do Brasil 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
considerado "órgão supremo do Estado" e o presidente é a "autoridade Rompimento com o Eixo – Com o ataque japonês à base ameri-
suprema" do país: controla todos os poderes, os Estados da Federação e cana de Pearl Harbour , no Havaí, em dezembro de 1941, aumentam as
nomeia interventores para governá-los. Os partidos políticos são extintos e pressões para que o governo brasileiro rompa com o Eixo. Em fevereiro de
instala-se o regime corporativista, sob autoridade direta do presidente. A 1942 Vargas permite que os EUA usem as bases militares de Belém, Natal,
"polaca" institui a pena de morte e o estado de emergência, que permite ao Salvador e Recife. Como retaliação, forças do Eixo atacam navios mercan-
presidente suspender as imunidades parlamentares, invadir domicílios, tes brasileiros ao longo da costa. Nos dias 18 e 19 de agosto de 1942,
prender e exilar opositores. cinco deles – Araraquara, Baependi, Aníbal Benévolo, Itagiba e Arará – são
torpedeados por submarinos alemães. Morrem 652 pessoas e Vargas
ESTADO NOVO declara guerra contra a Alemanha e a Itália.

A ditadura Vargas, ou Estado Novo, dura oito anos. Começa com o Brasil na 2a Guerra
golpe de 10 de novembro de 1937 e se estende até 29 de outubro de 1945,
quando Getúlio é deposto pelos militares. O poder é centralizado no Execu- A Força Expedicionária Brasileira (FEB) é criada em 23 de novem-
tivo e cresce a ação intervencionista do Estado. As Forças Armadas pas- bro de 1943. Em 6 de dezembro, a Comissão Militar Brasileira vai à Itália
sam a controlar as forças públicas estaduais, apoiadas pela polícia política acertar a participação do Brasil ao lado dos aliados. O primeiro contingente
de Filinto Muller. Prisões arbitrárias, tortura e assassinato de presos políti- de soldados segue para Nápoles em 2 de julho de 1944 e entra em comba-
cos e deportação de estrangeiros são constantes. Em 27 de dezembro de te em 18 de setembro. Os pracinhas brasileiros atuam em várias batalhas
1939 é criado o Departamento de Imprensa e Propaganda(DIP), responsá- no vale do rio Pó: tomam Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945, ven-
vel pela censura aos meios de comunicação, pela propaganda do governo cem em Castelnuovo em 5 de março e participam da tomada de Montese
e pela produção do programa Hora do Brasil. em 14 de abril. Ao todo são enviados cerca de 25 mil homens à guerra.
Morrem 430 pracinhas, 13 oficiais do Exército e oito da Aeronáutica.
As bases do regime – O Estado Novo é apoiado pelas classes
médias e por amplos setores das burguesias agrária e industrial. Rapida- Força Aérea Brasileira
mente Vargas amplia suas bases populares recorrendo à repressão e
cooptação dos trabalhadores urbanos: intervém nos sindicatos, sistematiza Os primórdios da aviação militar no Brasil pertencem à história da
e amplia a legislação trabalhista. Sua principal sustentação, porém, são as Marinha, depois à do Exército, uma vez que desde 1913 o país contou com
Forças Armadas. Durante o Estado Novo elas são reaparelhadas com uma escola de aviação naval e em 1919 criou-se o Serviço Aéreo do Exér-
modernos armamentos comprados no Exterior e começam a intervir em cito. Só em 1941 foi criada a Força Aérea Brasileira.
setores considerados fundamentais para a segurança nacional, como a
siderurgia e o petróleo. A burocracia estatal é outro ponto de apoio: cresce
rapidamente a abre empregos para a classe média. Em 1938, Vargas cria o A Força Aérea Brasileira (FAB) é uma das três forças armadas que
Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp), encarregado de constituem o poder militar do Brasil e a ela compete, especificamente,
unificar e racionalizar o aparelho burocrático e organizar concursos para realizar as missões típicas de uma força aérea: conquista e manutenção do
recrutar novos funcionários. controle do ar, operações aerotáticas e aeroestratégicas, defesa aérea,
proteção das linhas de navegação marítima etc. A FAB coopera ainda com
as demais forças armadas na garantia dos poderes constitucionais, da
Propaganda – No início dos anos 40 o Estado Novo alcança certa ordem legal e da integridade das fronteiras; assegura a busca e salvamen-
estabilidade. Os inimigos políticos já estão calados e as ações conciliatórias tos aéreos; e executa os serviços do Correio Aéreo Nacional.
com os diversos setores da burguesia evitam oposições. Na época, o jornal
O Estado de S. Paulo, sob controle direto do DIP, não cansa de publicar
editoriais exaltando o espírito conciliador do ditador. Um deles, por exem- O Ministério da Aeronáutica foi criado em 20 de janeiro de 1941,
plo, diz que Vargas é um "homem sem ódio e sem vaidade, dominado pela em meio à segunda guerra mundial, e assumiu a responsabilidade por
preocupação de fazer o bem e servido por um espírito de tolerância exem- todos os assuntos referentes à aeronáutica militar e civil, cabendo-lhe,
plar, sistematicamente devotado ao serviço da Pátria". Inúmeros folhetos de basicamente, organizar, adestrar e aparelhar a FAB; cooperar com os
propaganda enaltecendo o caráter conciliador de Vargas e sua faceta de demais órgãos do governo para garantir a ordem legal e assegurar a defe-
"pai dos pobres" são produzidos pelo DIP e distribuídos nos sindicatos, sa nacional; orientar, desenvolver e coordenar a aviação civil e comercial; e
escolas e clubes. ainda incentivar as indústrias aeronáuticas do país.

REVOLTA INTEGRALISTA Histórico. Em 1913, a Marinha fundou a primeira escola de aviação


naval brasileira e dois anos depois ocorreu a primeira ação bélica da avia-
ção no Brasil, na campanha do Contestado. Em 1916 estabeleceu-se a
Os integralistas apóiam o golpe de estado desde a primeira hora base aeronaval da ilha das Enxadas, e dois anos depois uma missão militar
mas não conseguem participar do governo. Sentem-se logrados quando francesa foi enviada ao Rio de Janeiro com o objetivo de orientar a criação
Vargas extingue a Ação Integralista Brasileira junto com os demais partidos. do Serviço Aéreo do Exército, transformado em 1927 na arma da aviação,
Formam então a Associação Brasileira de Cultura e passam a conspirar enquanto se fundava a Escola de Aviação Militar.
contra o ditador. Tentam um primeiro golpe em março de 1938, mas são
prontamente reprimidos. Dois meses depois organizam a invasão do Palá-
cio Guanabara, no Rio de Janeiro, com o objetivo de assassinar Vargas. A No final da década de 1920 e início da década de 1930, a aviação
guarda do Palácio resiste ao ataque até chegarem tropas do Exército. naval e a do Exército passaram por grande desenvolvimento. Em 1931 foi
Vários integralistas são presos e alguns executados no próprio Palácio. inaugurado o Serviço Postal Aéreo Militar, mais tarde Correio Aéreo Militar
e, em 1934, Correio Aéreo Nacional.
POLÍTICA EXTERNA NO ESTADO NOVO
Com a criação do Ministério da Aeronáutica, a aviação militar e na-
val foram reunidas numa força autônoma que, pelo decreto nº 3.302, de 22
Dois anos depois de instalada a ditadura Vargas começa a 2a de maio de 1941, recebeu o nome de Força Aérea Brasileira. Nesse mesmo
Guerra Mundial. Apesar das afinidades do Estado Novo com o fascismo, o ano a FAB instituiu um sistema de patrulhamento anti-submarino ao longo
Brasil se mantém neutro nos três primeiros anos da guerra. Vargas aprovei- das costas brasileiras e a Escola de Aviação do Campo dos Afonsos foi
ta-se das vantagens oferecidas pelas potências antagônicas e, sem romper transformada na Escola de Aeronáutica. Em 18 de novembro de 1943 foi
relações diplomáticas com os países do Eixo – Alemanha, Itália, Japão –, criado o 1º Grupo de Aviação de Caça, que participou da segunda guerra
consegue, por exemplo, que os Estados Unidos financiem a siderúrgica de mundial equipado com 48 aparelhos Thunderbolt P-47 americanos, dos
Volta Redonda. quais 16 foram derrubados em combate e quatro perdidos em acidentes,
com a morte de cinco pilotos.

História do Brasil 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Com o fim do conflito, a Comissão Militar Mista Brasil-Estados Uni- das divisas e da capacidade de importar favorecem o desenvolvimento da
dos propiciou à FAB grande quantidade de material e aviões excedentes da indústria.
guerra. Em 1953 foram adquiridos no Reino Unido caças Gloster Meteor, os
primeiros aviões a jato da FAB, substituídos em 1973 por aparelhos france- DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
ses Mirage III, a que se acrescentaram a partir de 1975 os americanos F-5E
Tiger II. No começo da década de 1970 foi criada a Empresa Brasileira de
Aeronáutica S/A (Embraer), que produziu os aparelhos militares Xavante, Entre 1930 e 1945 o país passa por um surto de desenvolvimento
AMX e Tucano. industrial. Na década de 30 o crescimento da indústria é de 125% ao ano,
em média, enquanto a agricultura cresce a uma taxa de 20%. Durante a 2a
Guerra o crescimento industrial cai para 5,4% ao ano, mas o setor conse-
Organização. A unidade básica da FAB é o esquadrão, constituído gue avançar pela superutilização dos equipamentos já instalados. Nesse
por duas ou mais esquadrilhas de aviões do mesmo tipo. A FAB conta com período, o Brasil chega a exportar tecidos para a América Latina, África do
esquadrões de instrução, de caça, de patrulha, transporte de tropas, trans- Sul e Estados Unidos. A expansão industrial continua no pós-guerra e, em
porte aéreo, busca e salvamento, reconhecimento fotográfico, busca e meados da década de 50, a indústria supera a agricultura na composição
distribuição de submarinos, e de paraquedistas, entre outros. As unidades do Produto Nacional Bruto.
aéreas têm por sede a base aérea, que lhes fornece apoio pessoal e mate-
rial necessário.
Intervencionismo estatal – O governo getulista tem papel funda-
mental na expansão do parque industrial do país. Ele institui tarifas prote-
A proteção ao vôo no Brasil obedece a um sistema integrado que cionistas, dá incentivos fiscais às indústrias, amplia o sistema de crédito,
compreende o controle de tráfego aéreo e a defesa aérea. O Ministério da controla os preços e estabelece uma política de contenção salarial. O
Aeronáutica é responsável pela instalação, operação e manutenção de Estado também faz investimentos diretos na ampliação dos setores de
extensa rede de equipamentos, que funcionam 24 horas por dia, no auxílio energia, transportes e na indústria de base, como a siderúrgica – áreas que
à navegação e ao pouso, tanto da FAB quanto da aviação civil. não interessam aos capitalistas nacionais porque têm um retorno lento e
exigem grandes capitais. Em 1941, com dinheiro público e financiamento
Ensino. Para a formação e aperfeiçoamento do pessoal, a FAB do Eximbank norte-americano, Vargas monta a Companhia Siderúrgica
conta com diversos estabelecimentos de ensino. A Escola Preparatória de Nacional, que só começa a operar em 1946 com a inauguração da usina de
Cadetes do Ar, com sede em Barbacena MG, prepara alunos para o oficia- Volta Redonda - ver foto acima -, no Rio de Janeiro. Em 1942 cria a Com-
lato. A Academia da Força Aérea, em Piraçununga SP, forma os oficiais da panhia Vale do Rio Doce para explorar minério de ferro. No mesmo ano
ativa, aviadores e intendentes, enquanto a Escola de Especialistas da baixa um plano de saneamento econômico, desvaloriza a moeda e substitui
Aeronáutica, em Guaratinguetá SP, forma sargentos especialistas. A Esco- o mil-réis pelo cruzeiro.
la de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda, em Curitiba PR,
destina-se ao aproveitamento em nível superior dos sargentos especialis- Dependência externa – A expansão das atividades industriais não
tas. A Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em São Paulo SP, tem por diminui a dependência da economia brasileira em relação ao exterior. A
fim atualizar os conhecimentos técnicos dos oficiais. A Escola de Comando maior produção de bens de consumo exige mais importações de bens de
e Estado-Maior da Aeronáutica prepara, no Rio de Janeiro, oficiais superio- capital, matérias-primas e combustíveis. Mantém-se o desequilíbrio do
res que aspiram ao generalato. O Centro Técnico Aeroespacial, em São balanço de pagamentos. As emissões de moeda e os empréstimos exter-
José dos Campos SP, de nível superior, compreende várias entidades de nos são frequentes. O resultado é uma inflação constante durante todo o
pesquisa e desenvolvimento, entre as quais o Instituto Tecnológico da governo Vargas.
Aeronáutica (ITA).
SOCIEDADE NA ERA VARGAS
ECONOMIA NA ERA VARGAS
Com o aprofundamento da crise do café a partir de 1930 e a políti-
Em agosto de 1931, durante o governo provisório, Vargas suspen- ca industrializante de Vargas, a burguesia cafeeira passa a dividir o poder
de o pagamento da dívida externa. No mesmo ano, reinicia a política de com a burguesia industrial em ascensão. As classes médias ampliam sua
valorização do café e cria o Conselho Nacional do Café. Em 1o de junho de participação na vida política do país, inclusive com o surgimento do movi-
1933 cria também o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) para coordenar a mento estudantil. A classe operária cresce consideravelmente, mas é
agricultura canavieira, controlar a produção, comércio, exportação e preços controlada pelo Estado por meio dos sindicatos, da legislação trabalhista e
do açúcar e do álcool de cana. Vargas desenvolve uma intensa política de da repressão direta. Em 1930 é criado o Ministério da Educação e Saúde. A
promoção da indústria e intervém fortemente na economia. Constituição de 1934 torna o ensino primário obrigatório e propõe a expan-
são gradativa dessa obrigatoriedade aos outros níveis de ensino.
CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA
CONTROLE DOS SINDICATOS
A política de valorização do café é mantida durante toda a Era
Vargas. Entre 1930 e 1945, o governo chega a comprar e destruir cerca de Em 26 de novembro de 1930 é criado o Ministério do Trabalho, In-
80 milhões de sacas de café. A medida, no entanto, alimenta um círculo dústria e Comércio. No ano seguinte o Estado amplia o controle sobre os
vicioso pois as repetidas supersafras continuam forçando a queda dos trabalhadores com a lei da sindicalização: a participação de estrangeiros na
preços do produto no mercado internacional. A crise da cafeicultura estimu- diretoria dos sindicatos é limitada, o mandato dos diretores sindicais é de
la a exploração de novos produtos, como frutas, algodão, óleos vegetais e apenas um ano, sem direito à reeleição. As entidades são proibidas de
minérios, mas seus rendimentos não conseguem equilibrar o balanço de desenvolver qualquer atividade política e seus estatutos e contabilidade
pagamentos do país. A 2a Guerra Mundial interrompe as vendas de algodão precisam ser aprovados pelo Ministério do Trabalho. Mesmo com essas
para o Japão e Alemanha, feitas em grandes volumes até 1939. restrições, o período é marcado por um grande número de greves lideradas
por comunistas e socialistas.
Crise no balanço de pagamentos – A redução das receitas com
as exportações e o menor afluxo de capitais para o país devido à crise Corporativismo – Em 1939, uma nova lei sindical inspirada na
econômica que precede a guerra desequilibram o balanço de pagamentos Carta del Lavoro da Itália fascista implanta o corporativismo nas entidades
entre 1931 e 1939. Para contornar o problema, Vargas promove sucessivas de trabalhadores. As organizações sindicais são entendidas como órgãos
desvalorizações da moeda e adota medidas que desagradam aos investi- de colaboração de classe e base do poder do Estado. O governo cancela o
dores internacionais: reduz a margem de remessa de lucros, suspende os registro dos sindicatos, dissolve as antigas diretorias e indica homens de
pagamentos dos juros da dívida externa e recusa-se a pagar parte subs- sua confiança para as novas funções – os chamados "pelegos". Proíbe as
tancial da dívida pública negociada com os bancos estrangeiros. A redução greves e quaisquer atividades de protesto. Institui também o imposto sindi-

História do Brasil 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cal: cada trabalhador deve pagar por ano o valor correspondente a um dia 1938. Em 8 de julho são surpreendidos e cercados por uma tropa volante
de trabalho. Do total recolhido, 20% ficam com o governo e 80% com os na fazenda de Angicos, no sertão de Sergipe. Morrem 11 cangaceiros,
sindicatos, sob controle do Ministério do Trabalho. inclusive Lampião e Maria Bonita. Suas cabeças são cortadas e, durante
anos, conservadas no Museu da Faculdade de Medicina da Bahia. O ciclo
Conquistas trabalhistas – O governo Vargas atende a várias rei- do cangaço encerra-se definitivamente em 1940, com a morte de Corisco,
vindicações operárias. Em 1932 a jornada de trabalho passa a ser oficial- último sobrevivente do grupo de Lampião.
mente de oito horas e o trabalho da mulher e do menor é regulamentado. É
estabelecido o princípio de salário igual para trabalho igual e as mulheres CULTURA NA ERA VARGAS
ganham o direito à licença-maternidade de dois meses. A lei de férias,
criada em 1926, é regulamentada em 1933, mas apenas algumas categori- A revolução estética proposta pelo movimento modernista de 1922
as de trabalhadores urbanos gozam de tal direito. Ainda em 1933, a previ- consolida-se a partir da Revolução de 30. A tensão ideológica de toda a Era
dência social começa a ser organizada sob o controle do Estado e são Vargas se faz presente na produção cultural. A literatura, por exemplo, é
criados os institutos de aposentadorias e pensões (IAPs). Eles praticamen- considerada um instrumento privilegiado de conhecimento do ser humano e
te eliminam as antigas entidades assistenciais dos trabalhadores e colabo- de modificação da realidade.
ram para aumentar a força do Estado com os imensos recursos recolhidos
dos assalariados e das empresas.
Literatura – Poetas como Manuel Bandeira e Carlos Drummond
de Andrade e romancistas como José Lins do Rego atingem a maturidade.
CLT – Em 1940 é instituído o salário mínimo com o objetivo de re- Surgem novos escritores, como Érico Veríssimo, Jorge Amado e Graciliano
duzir a pauperização dos trabalhadores urbanos e ampliar o mercado para Ramos. Na poesia, de linha intimista, sobressaem Cecília Meireles e Viníci-
as indústrias de bens de consumo leve. Em 10 de novembro de 1943 entra us de Moraes. Mais para o final do Estado Novo destacam-se João Cabral
em vigor a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que reúne todas as de Melo Neto na poesia de temas regionais, Clarice Lispector, na prosa de
resoluções tomadas desde 1930 na área trabalhista, sempre apresentadas ficção, e Guimarães Rosa, um dos mais importantes romancistas brasilei-
como uma "doação" do Estado e do próprio Getúlio. ros.

MOVIMENTO ESTUDANTIL Arquitetura e artes plásticas – Na arquitetura destacam-se Lúcio


Costa, que projeta o prédio modernista do Ministério da Educação e Cultura
Em 1932 estudantes secundaristas e universitários paulistas parti- (MEC) no Rio de Janeiro, e Oscar Niemeyer que, em 1942, planeja em Belo
cipam ativamente da Revolução Constitucionalista. Em 1939 é fundada Horizonte o Conjunto da Pampulha. A obra inova nas linhas arquitetônicas
aUnião Nacional dos Estudantes (UNE) que, em 4 de julho de 1942, co- e na decoração, feita com azulejos e painéis do pintor Cândido Portinari .
manda uma grande manifestação popular antifascista no Rio de Janeiro.
Em 1o de dezembro de 1943, Hélio Mota, presidente do Diretório Acadêmi- Música e teatro – No teatro, surge o dramaturgo Nélson Rodri-
co 11 de Agosto, da faculdade de direito da USP, é preso em São Paulo. gues. Em 1943 ele estreia no Rio de Janeiro a peça Vestido de noiva, que
Dez dias depois, uma passeata estudantil por sua libertação é reprimida. A incorpora padrões teatrais revolucionários para a época. A música popular
polícia atira na multidão e dois estudantes morrem. O fato intensifica as dá um salto de qualidade com o trabalho de compositores como Pixingui-
manifestações estudantis pelo fim do Estado Novo. nha, Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo, Ismael Silva e Ataulfo Alves.
Na música erudita, Villa-Lobos compõe as Bachianas brasileiras, unindo
BANDITISMO SOCIAL Bach e a música folclórica nacional.

O banditismo social é um fenômeno presente em vários países as- Brasil na Segunda Guerra Mundial
sociado a um quadro de intensa miséria e injustiça social. No Brasil, desen-
volve-se no sertão nordestino e é conhecido como cangaço. Suas origens Durante o Estado Novo (1937 – 1945), o governo brasileiro viveu a ins-
remontam ao Império. Entre 1877 e 1879 grupos armados começam a talação de um regime ditatorial comandado por Getúlio Vargas. Nesse
assaltar fazendas e armazéns e a distribuir víveres aos flagelados da seca. mesmo período, as grandes potências mundiais entraram em confronto na
O cangaço cresce alimentado pelas lutas de família no interior do Nordeste. Segunda Guerra, onde observamos a cisão entre os países totalitários
Muitos "coronéis" contratam bandos de cangaceiros para eliminar seus (Alemanha, Japão e Itália) e as nações democráticas (Estados Unidos,
inimigos ou defender suas propriedades. Entre os principais líderes desta- França e Inglaterra). Ao longo do conflito, cada um desses grupos em con-
ca-se Antônio Silvino, que chega a ser conhecido como "governador do fronto buscou apoio político-militar de outras nações aliadas.
sertão". Até sua captura, em 1914, Silvino mobilizou as polícias do Ceará, Com relação à Segunda Guerra Mundial, a situação do Brasil se mos-
Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, atacando cidades, fazendas trava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía
e tropas do governo. O mais conhecido, porém, é Virgulino Ferreira, o empréstimos com os Estados Unidos, comandava um governo próximo aos
Lampião, chamado de "o rei do cangaço", famoso mais pela truculência de ditames experimentados pelo totalitarismo nazi-fascista. Dessa maneira, as
seu bando do que por sua generosidade. autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o
Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos que poderiam, por
Virgulino Ferreira Lampião (1900-1938), o rei do cangaço, exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano.
nasce em Vila Bela, atual Serra Talhada, em Pernambuco. Começa a atuar
em 1916, quando seus pais são mortos por um "coronel". Com os irmãos, A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Ge-
foge para o interior e junta-se a um grupo de "bandidos". Ganha o apelido túlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a
de Lampião entre 1918 e 1919: nos enfrentamentos com a polícia – os construção da Usina de Volta Redonda. No ano seguinte, os Estados Unidos
"macacos" –, gaba-se que sua espingarda não pára de ter clarão, "tal qual entraram nos campos de batalha da Segunda Guerra e, com isso, pressio-
um lampião". O grupo de Lampião é um dos mais violentos: cercam e nou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado.
invadem cidades, vilarejos e fazendas e seus assaltos são marcados por Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por subma-
estupros, saques, incêndios e execuções sumárias. Na época da Coluna rinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas.
Prestes, é convidado por Floro Bartolomeu, chefe político ligado ao padre Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e a-
Cícero, para ajudar o governo no combate aos tenentes. Lampião teria lemães em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu
aceito e com isso armado melhor seu bando. Seu quartel-general é o sertão prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No
de Sergipe e Bahia, mas o bando atua também de Alagoas ao Ceará. Em ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), desta-
1929 conhece Maria Bonita em Paulo Afonso, cidade baiana nas margens camento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um
do rio São Francisco. Ela abandona o marido, um sapateiro, integra-se ao ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da
bando e tem uma filha com Lampião, Maria Expedita. Apesar de persegui- Força Aérea Brasileira (FAB).
dos e das várias tentativas de liquidá-los, os cangaceiros resistem até

História do Brasil 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A principal ação militar brasileira aconteceu principalmente na organiza- Eurico Gaspar Dutra (1889-1974) nasce em Cuiabá e faz carreira
ção da campanha da Itália, onde os brasileiros foram para o combate ao militar. Em 1908 é desligado junto com toda sua turma da Escola Militar de
lado das forças estadunidenses. Nesse breve período de tempo, mais de 25 Porto Alegre pelo apoio à Revolta da Vacina. Anistiado, ingressa na Escola
mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Atinge o posto de general em 1932,
em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e depois de comandar um destacamento contra a Revolução Constitucionalis-
da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens. ta em São Paulo. Em 1933 comanda a repressão à Intentona Comunista.
No ano seguinte assume o Ministério da Guerra e garante o apoio das
Por Rainer Sousa Forças Armadas ao golpe de Getúlio Vargas, em 1937, e ao Estado Novo.
No cargo de ministro é responsável pela construção da Escola Militar de
REPÚBLICA LIBERAL-CONSERVADORA (1946-1964): Resende (atual Aman), da Escola do Estado Maior, da Escola Técnica do
Exército e também pela organização da Força Expedicionária Brasileira
(FEB). Ao final da guerra, em 1945, sai do ministério, passa para a oposi-
Nacional-desenvolvimentismo em dois momentos distintos:
ção e participa do movimento militar que depõe Getúlio Vargas. Candidato
Vargas (1951-1954) e Juscelino Kubitscheck (1956-1961)
pelo PSD à Presidência em 1946, elege-se com o apoio do ex-presidente
que ajudara a derrubar. Em 1954 participa da conspiração militar-udenista
Brasília e o processo de interiorização do desenvolvimento; a para derrubar o governo constitucional de Getúlio. No ano seguinte opõe-se
crise do regime – Jânio Quadros (1961) e João Goulart (1961-1964) à candidatura de João Goulart para a vice-presidência. Em 1964, apóia o
golpe militar que depõe Goulart e chega a ser cogitado para a Presidência,
O Brasil na Guerra Fria; política externa independente depois ocupada por Castelo Branco.

SEGUNDA REPÚBLICA GOVERNO VARGAS

Com a queda de Vargas e a realização de eleições para a Assem- Getúlio Vargas vence as eleições presidenciais de 1950 e assume
bleia Constituinte e para presidente começa a Redemocratização do país. A o poder em 31 de janeiro de 1951. Governa até 24 de agosto de 1954.
Segunda República estende-se de 1945 até o golpe militar de 1964. Carac- Apoiado pela coligação PTB/PSP/PSD, retoma as plataformas populistas e
teriza-se pela consolidação do populismo nacionalista, fortalecimento dos nacionalistas, mantém a intervenção do Estado na economia e favorece a
partidos políticos de caráter nacional e grande efervescência social. A implantação de grandes empresas públicas, como a Petrobrás, que mono-
indústria expande-se rapidamente. polizam a exploração dos recursos naturais. Com uma imagem de adversá-
rio do imperialismo, é apoiado por setores do empresariado nacional, por
grupos nacionalistas do Congresso e das Forças Armadas, pela União
Populismo – O conceito de populismo é usado para designar um Nacional dos Estudantes e pelas massas populares urbanas. Em 1952 cria
tipo particular de relação entre o Estado e as classes sociais. Presente em o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), com o objetivo
vários países latino-americanos no pós-guerra, o populismo caracteriza-se de fomentar o desenvolvimento industrial, e também o Instituto Brasileiro do
pela crescente incorporação das massas populares ao processo político Café (IBC).
sob controle e direção do Estado. A intervenção estatal na economia com o
objetivo de promover a industrialização também cria vínculos de dependên-
cia entre a burguesia e o Estado. No Brasil, o populismo começa a ser Monopólio do petróleo – A campanha pela nacionalização do pe-
gestado após a Revolução de 30 e se constitui em uma derivação do regi- tróleo começa em 1949 e divide a opinião pública. Sob o lema "O petróleo é
me autoritário criado por Getúlio Vargas. nosso", reúnem-se sindicatos, organizações estudantis, militares nacionalis-
tas, alguns empresários, grupos de intelectuais e militantes comunistas. Os
setores contrários ao monopólio e favoráveis à abertura ao capital estran-
GOVERNO JOSÉ LINHARES geiro incluem parte do empresariado, políticos da UDN e do PSD e a gran-
de imprensa. O debate toma conta do país e a solução nacionalista sai
Com a deposição de Vargas em 29 de outubro de 1945, José Li- vitoriosa: em 3 de outubro de 1953 é criada a Petrobrás (lei 2.004), empre-
nhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, assume interinamente a sa estatal que monopoliza a exploração e refino do petróleo. A decisão
Presidência e governa até 31 de janeiro de 1946. Entrega o poder ao desagrada aos Estados Unidos que, em represália, cancelam acordos de
general Eurico Gaspar Dutra, eleito pelo voto direto pelo PSD e PTB em 2 transferência de tecnologia estabelecidos com o Brasil. Empresas norte-
de dezembro de 1945. americanas derrubam os preços do café no mercado internacional.

GOVERNO DUTRA Trabalhismo – O nacionalismo varguista faz crescer a oposição e


o presidente aproxima-se do trabalhismo. Em dezembro de 1951 assina
Eurico Gaspar Dutra governa de 1946 até o final de seu mandato, nova lei do salário mínimo. No ano seguinte cria a Carteira de Acidentes do
em 31 de janeiro de 1951. O início de seu governo é marcado por mais de Trabalho e outros benefícios, como o adicional de insalubridade. Em junho
60 greves e intensa repressão ao movimento operário. Dutra congela o de 1953 nomeia João Goulart, conhecido como Jango, para ministro do
salário mínimo, fecha a Confederação Geral dos Trabalhadores e intervém Trabalho com a missão de reorganizar a estrutura sindical, tornando-a
em 143 sindicatos. Conservador, proíbe o jogo e ordena o fechamento dos ainda mais ligada à máquina do governo. Em 1o de maio de 1954 aumenta
cassinos. No plano internacional alinha-se com a política norte-americana em 100% o salário mínimo, que mantinha o mesmo valor desde 1943.
da Guerra Fria. Rompe relações diplomáticas com a União Soviética,
decreta novamente a ilegalidade do PCB e cassa o mandato de seus Conspiração contra Vargas – Em 1954 políticos da UDN, boa
representantes. Em 6 de agosto de 1947 é fundado o Partido Socialista parte dos militares e da grande imprensa conspiram abertamente pela
Brasileiro (PSB) a partir de uma dissidência da UDN, a Esquerda Democrá- deposição do presidente. A crise se agrava com a tentativa de assassinato
tica. do jornalista da UDN Carlos Lacerda, dono do jornal Tribuna da Imprensa e
um dos mais ácidos opositores ao governo. Lacerda fica apenas ferido,
Constituição de 1946 – A Assembleia Constituinte é instalada em mas o major da Aeronáutica Rubens Vaz morre. Gregório Fortunato, chefe
5 de fevereiro de 1946 e encerra seus trabalhos em 18 de agosto de 1946. da segurança pessoal de Vargas, é acusado e preso como mandante do
A nova Constituição devolve a autonomia dos Estados e municípios e crime (e depois assassinado na prisão). Em 23 de agosto, 27 generais
restabelece a independência dos três poderes. Permite a liberdade de exigem a renúncia do presidente em um manifesto à nação.
organização e expressão, estende o direito de voto às mulheres, restabele-
ce os direitos individuais e extingue a pena de morte. Mantém a estrutura Atentado a Carlos Lacerda
sindical atrelada ao Estado e as restrições ao direito de greve.

História do Brasil 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Suicídio – Na manhã de 24 de agosto de 1954 Vargassuicida-se. vimento. Apesar do crescimento econômico, os empréstimos externos e os
Seu último ato político é uma carta-testamento : "Eu vos dei a minha vida. acordos com o FMI resultam em aumento da inflação e arrocho salarial. O
Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primei- mandato de Juscelino chega ao fim em meio a várias manifestações de
ro passo no caminho da eternidade. Saio da vida para entrar na História". descontentamento popular. Cresce o número de greves no campo e nos
No Rio de Janeiro a reação popular é violenta: chorando, populares saem principais centros industriais. Nas eleições de 1960, vence o candidato da
às ruas, empastelam vários jornais de oposição, atacam a embaixada dos oposição, Jânio Quadros.
EUA e muitos políticos udenistas, entre eles Lacerda, têm de se esconder.
Os conflitos são contidos pelas Forças Armadas. Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976) nasce em Dia-
mantina, Minas Gerais. Formado em medicina, começa sua carreira política
Carlos Frederico Werneck de Lacerda - ver foto ao lado - em 1931, no posto de capitão-médico da polícia militar mineira. Eleito
(1914-1977) ingressa na política como militante da juventude comunista e, deputado federal em 1934, exerce o mandato até o fechamento do Con-
mais tarde, torna-se um dos mais combativos e polêmicos líderes conser- gresso pelo golpe de 1937. É nomeado prefeito de Belo Horizonte em 1940
vadores do país. Conquista projeção política através da coluna Tribuna da e realiza obras urbanísticas na cidade planejadas por Oscar Niemeyer - ver
Imprensa no jornal Correio da Manhã. Em 1947, elege-se vereador do foto ao lado, construção de Brasília. Elege-se deputado constituinte em
Distrito Federal e funda o jornal Tribuna da Imprensa. Faz oposição perma- 1946 e governador de Minas Gerais em 1950. Em seu mandato, constrói
nente e violenta contra Getúlio Vargas e está no centro dos acontecimentos cinco usinas hidrelétricas e abre mais de 3 mil km de rodovias. É eleito
que levam ao suicídio do presidente, em agosto de 1954. Nesse mesmo presidente pela aliança PSD-PTB com 36% dos votos, fato que serve de
ano, Lacerda elege-se deputado federal. Em dezembro de 1960, com a argumento para a oposição tentar impugnar sua posse e a de seu vice,
mudança da capital para Brasília, é o primeiro governador eleito do Estado João Goulart. Assume a Presidência em 31 de janeiro de 1956 e cumpre o
da Guanabara. Sua gestão é marcada por grande número de obras públi- mandato até o fim. Político habilidoso e dinâmico, consegue governar sem
cas e intensa agitação política. Faz oposição a Jânio Quadros, participa da grandes movimentos de oposição e deflagra um processo de crescimento e
tentativa de golpe para impedir a posse do vice, João Goulart, em 1961, e modernização da economia brasileira. Ao sair da Presidência, elege-se
do golpe militar de 1964. Alijado do poder pelos militares, em 1967 procura senador por Goiás. Seus direitos políticos são cassados pelo golpe militar
o apoio de Juscelino Kubitschek, João Goulart e do PCB para formar a de 1964. Em 1967, junto com Carlos Lacerda, seu ex-inimigo político, e
Frente Ampla de oposição. No ano seguinte, tem seus direitos políticos João Goulart tenta articular um movimento de oposição, a Frente Ampla.
cassados. Dedica-se então apenas ao jornalismo e à sua editora, a Nova Morre em acidente automobilístico na via Dutra, no município de Resende,
Fronteira. no dia 22 de agosto de 1976.

De Café Filho a Nereu Ramos – Nos 16 meses seguintes à morte Eleições de 1960 – Os dois principais candidatos às eleições pre-
de Getúlio Vargas, três presidentes cumprem mandatos-relâmpagos. Café sidenciais de 1960 são Jânio Quadros , apoiado pela UDN, e o marechal
Filho , vice-presidente, assume o governo em 24 de agosto de 1954 e Henrique Teixeira Lott, da coligação PSD-PTB. Jânio Quadros, carismático,
afasta-se por problemas de saúde em 3 de novembro de 1955. Tenta voltar com discurso e comportamento populistas, apresenta-se como um candida-
em novembro mas é impedido pelo Congresso. Em seu lugar, assume to acima dos partidos. Obtém 5.636.623 votos, o equivalente a 48% dos
interinamente o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz. Efetiva- votos válidos, a maior votação até então atingida por um político brasileiro.
do em 9 de novembro, ocupa a Presidência por apenas dois dias e é inter- O marechal Lott obtém 3.846.825 votos. João Goulart, vice na chapa do
ditado pelo Congresso por tentar impedir a posse do presidente eleito em marechal e herdeiro político de Getúlio Vargas, é eleito vice-presidente da
outubro de 1955, Juscelino Kubitschek. Nereu Ramos, vice-presidente do República. Isso ocorre porque, na época, o voto para presidente e vice-
Senado, assume a Presidência até 31 de janeiro de 1956, quando entrega presidente era desvinculado, ou seja, o eleitor podia votar em candidatos
o cargo a Juscelino. de chapas diferentes para cada um dos cargos.

GOVERNO JUSCELINO Cacareco – Os eleitores da capital paulista, num protesto bem-


humorado contra os políticos, lançam informalmente a candidatura do
Juscelino Kubitschek assume em 31 de janeiro de 1956 e governa rinoceronte Cacareco à Câmara Municipal. O morador do zoológico paulis-
até o final de seu mandato, em 31 de janeiro de 1961. Sua candidatura e a tano recebe mais de 100 mil votos e torna-se o "vereador" mais votado da
do vice João Goulart são apoiadas pelo PSD e pelo PTB. Obtêm 36% dos cidade.
votos, 500 mil a mais que o candidato da UDN, Juarez Távora, e 700 mil a
mais que o terceiro colocado, Ademar de Barros – fato considerado uma GOVERNO JÂNIO QUADROS
vitória das forças getulistas. A UDN alia-se a uma organização de direita, a
Cruzada Brasileira Anticomunista, e tenta impedir a posse dos eleitos Jânio assume em 31 de janeiro de 1961 e renuncia sete meses
alegando que eles não obtiveram maioria absoluta nas eleições. A posse é depois, em 25 de agosto. Herda de JK um país em acelerado processo de
garantida pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott. concentração de renda e inflação galopante. Adota uma política de austeri-
dade econômica ditada pelo FMI: restringe o crédito e congela salários.
Plano de Metas – Com o slogan "Cinquenta anos em cinco", o Com isso, obtém novos empréstimos, mas desagrada ao movimento popu-
Plano Nacional de Desenvolvimento, conhecido como Plano de Metas, lar e aos empresários. No plano externo, exerce uma política não-alinhada.
estimula o crescimento e diversificação da economia. Juscelino investe na Apóia Fidel Castro diante da tentativa fracassada de invasão da baía dos
indústria de base, na agricultura, melhora a educação, os transportes, o Porcos pelos norte-americanos. Em 18 de agosto de 1961 condecora o
fornecimento de energia e transfere a capital do país para o Planalto Cen- ministro da Indústria de Cuba, Ernesto "Che" Guevara, com a Ordem Na-
tral. Projetada pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, a construção cional do Cruzeiro do Sul, a mais alta comenda brasileira.
de Brasíliacomeça em fevereiro de 1957. É inaugurada em 21 de abril de
1960 . Renúncia – Dia 24 de agosto de 1961, Carlos Lacerda, governa-
dor da Guanabara, denuncia pela TV que Jânio Quadros estaria articulando
Estabilidade política – Durante o governo JK o país vive um clima um golpe de estado. No dia seguinte, o presidente surpreende a nação: em
de confiança e otimismo. Juscelino consegue conciliar os interesses de uma carta ao Congresso afirma que está sofrendo pressões de "forças
diferentes setores da sociedade. Os levantes militares, poucos e inexpres- terríveis" e renuncia à Presidência da República.
sivos, são contornados com habilidade pelo presidente. Em 19 de fevereiro
de 1956 oficiais da Aeronáutica rebelam-se em Jacareacanga, no Pará. Jânio da Silva Quadros (1917-1992) nasce em Campo Grande,
Fato semelhante ocorre em 3 de dezembro de 1959 em Aragarças, Goiás. atual capital do Mato Grosso do Sul. Advogado e professor de português,
Nos dois casos, as rebeliões são rapidamente sufocadas e os rebeldes faz uma carreira política vertiginosa em São Paulo: elege-se vereador da
anistiados. No plano internacional, estreita as relações com os EUA e cria a capital em 1947, deputado estadual em 1950, prefeito de São Paulo em
Operação Pan-americana(OPA), uma aliança para superar o subdesenvol- 1953 e governador do Estado em 1954. Fica conhecido por sua política de

História do Brasil 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
moralização administrativa e por seu comportamento populista. Ao sair do Reformas de base – O Plano Trienal também determina a realiza-
governo do Estado, elege-se deputado federal pelo Paraná. Em 1960 ção das chamadas reformas de base – reforma agrária, educacional, ban-
chega à Presidência da República com o apoio da UDN. Obtém 48% dos cária etc. –, necessárias ao desenvolvimento de um "capitalismo nacional e
votos, resultado recorde no Brasil. Renuncia sete meses depois e, em progressista". O anúncio dessas reformas aumenta a oposição ao governo
1962, é derrotado nas eleições para o governo de São Paulo. Seus direitos e acentua a polarização da sociedade brasileira. Jango perde rapidamente
políticos são cassados pelo golpe militar de 1964. Em 1968 é confinado por suas bases na burguesia. Para evitar o isolamento, reforça as alianças com
quatro meses em Corumbá, Mato Grosso, por criticar o governo. Volta à as correntes reformistas: aproxima–se de Leonel Brizola, então deputado
vida pública no final dos anos 70. Em 1982 é derrotado para o governo federal pela Guanabara; de Miguel Arraes, governador de Pernambuco; da
paulista, mas elege-se prefeito da capital pelo PTB, em 15 de novembro de União Nacional dos Estudantes e do Partido Comunista que, embora na
1985. Morre em São Paulo em 16 de fevereiro de 1992. ilegalidade, mantém forte atuação no movimento popular e sindical. O
Plano Trienal é abandonado em meados de 1963, mas o presidente conti-
CRISE POLÍTICA nua implementando medidas de caráter nacionalista: limita a remessa de
lucros para o exterior, nacionaliza empresas de comunicações e decide
rever as concessões para exploração de minérios. As retaliações estrangei-
Quando Jânio renuncia, o vice-presidente João Goulart está fora ras são rápidas: governo e empresas privadas norte–americanas cortam
do país, em visita oficial à China. O presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, créditos para o Brasil e interrompem a renegociação da dívida externa.
assume a Presidência como interino, em 25 de agosto de 1961. A UDN e a
cúpula das Forças Armadas tentam impedir a posse de Goulart, considera-
do perigoso por sua ligação com o movimento trabalhista. Os ministros da Radicalização no Parlamento – O Congresso reflete a crescente
Guerra, Odílio Denys, o da Marinha, vice-almirante Sílvio Heck, e o da polarização da sociedade. Forma-se a Frente Parlamentar Nacionalista em
Aeronáutica, brigadeiro Gabriel Grun Moss, pressionam o Congresso para apoio ao presidente, reunindo a maioria dos parlamentares do PTB e PSB,
que considere vago o cargo de presidente e convoque novas eleições. O e setores dissidentes do PSD e da UDN. A oposição aglutina-se na Ação
jornal O Estado de S. Paulo, porta-voz dos udenistas, afirma em editorial de Democrática Parlamentar, que reúne boa parte dos parlamentares do PSD,
29 de agosto de 1961 que só há uma saída para a crise: "a desistência a maioria da UDN e de outros partidos conservadores.
espontânea do Sr. João Goulart ou a reforma da Constituição que retire do
vice-presidente o direito de suceder ao presidente". Financiamento da oposição – A Ação Democrática Parlamentar
recebe ajuda financeira do Instituto Brasileiro de Ação Democrática(Ibad),
Campanha da Legalidade – O governador do Rio Grande do Sul, instituição mantida pela Embaixada dos Estados Unidos. Setores do em-
Leonel Brizola , encabeça a resistência legalista. Apoiado pela milícia presariado paulista formam o Instituto de Pesquisas e Estudos Soci-
estadual, afirma que garantirá a posse de Jango "a bala, se for preciso". Em ais(Ipes), com o objetivo de disseminar a luta contra o governo entre os
seguida, cria a Cadeia da Legalidade: encampa a Rádio Guaíba, de Porto empresários e na opinião pública. A grande imprensa pede a deposição de
Alegre, e, transmitindo em tempo integral, mobiliza a população e as forças João Goulart em seus editoriais.
políticas leais ao governo a resistirem ao golpe e defender a Constituição.
As principais emissoras do país aderem à rede e a opinião pública respalda João Belchior Marques Goulart (1918-1976) nasce em São Bor-
a posição legalista. Em 28 de agosto de 1961 o general Machado Lopes, ja, Rio Grande do Sul, numa família de estancieiros. Advogado, ingressa no
comandante do 3o Exército, sediado no Rio Grande do Sul, também decla- PTB em 1945. É eleito deputado federal em 1946 e 1950, e nesse ano
ra seu apoio a João Goulart. Em 2 de setembro o problema é contornado: o coordena a campanha presidencial de Getúlio Vargas, de quem é conside-
Congresso aprova uma emenda à Constituição que institui o regime parla- rado herdeiro político. Nomeado ministro do Trabalho em 1953, deixa o
mentarista. Jango toma posse mas perde os poderes do presidencialismo. cargo um ano depois diante das pressões para não aumentar o salário
mínimo. Eleito vice-presidente de Juscelino Kubitschek, em 1955, e de
GOVERNO JOÃO GOULART Jânio Quadros em 1960, enfrenta forte oposição política. Com a renúncia
de Jânio, uma conspiração militar tenta evitar sua posse na Presidência.
Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, seu cunhado e aliado,
João Goulart assume a Presidência em 7 de setembro de 1961, encabeça uma grande mobilização popular para garantir-lhe a posse, a
sob regime parlamentarista, e governa até o golpe de estado de 1o de abril Campanha da Legalidade. Assume a Presidência depois da aprovação de
de 1964. Seu mandato é marcado pelo confronto entre diferentes projetos uma emenda constitucional que institui o parlamentarismo no país, em 2 de
políticos e econômicos para o Brasil, conflitos sociais, greves urbanas e setembro de 1961. Um plebiscito realizado em janeiro de 1963 derruba o
rurais e um rápido processo de organização popular. O parlamentarismo, parlamentarismo. Em troca do apoio popular, Jango compromete-se a
estratégia da oposição para manter o presidente sob controle, é derrubado realizar as reformas de base, que intimidam as classes dominantes. É
em janeiro de 1963: em um plebiscito nacional 80% dos eleitores optam destituído da Presidência pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Exila-
pela volta ao presidencialismo. do no Uruguai, participa da articulação da Frente Ampla, um movimento
pela redemocratização do país, junto com Juscelino Kubitschek e seu ex-
Primeiros-ministros – Tancredo Neves, do PSD mineiro, é eleito inimigo político, Carlos Lacerda. A frente não decola, Jango retira-se da
primeiro-ministro pelo Congresso logo após a posse de Jango. Renuncia ao vida pública e dedica-se à administração de suas propriedades na Argenti-
cargo em junho de 1962 para candidatar-se ao governo de Minas Gerais. É na, Paraguai, Uruguai e Brasil. Morre na Argentina em 6 de dezembro de
substituído pelo jurista gaúcho Francisco de Paula Brochado da Rocha, 1976. É o único ex-presidente a morrer no exílio.
também do PSD, derrubado três meses depois por pressões político-
militares. Hermes Lima, do PSB paulista, assume o cargo até o fim do CRISE DO POPULISMO
parlamentarismo.
No início de 1964 o país chega a um impasse. O governo já não
Plano Trienal – João Goulart realiza um governo contraditório. tem o apoio da quase totalidade das classes dominantes e os próprios
Procura estreitar alianças com o movimento sindical e setores nacional- integrantes da cúpula governamental divergem quanto aos rumos a serem
reformistas. Paralelamente, tenta implementar uma política de estabilização seguidos. A crise se precipita no dia 13 de março, com a realização de um
baseada na contenção salarial para satisfazer a oposição udenista, o grande comício em frente à Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
empresariado associado ao capital estrangeiro e às Forças Armadas. Seu Perante 300 mil pessoas Jango decreta a nacionalização das refinarias
Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado por privadas de petróleo e desapropria para fins de reforma agrária proprieda-
Celso Furtado, ministro do Planejamento, tem por objetivos manter as taxas des às margens de ferrovias, rodovias e zonas de irrigação dos açudes
de crescimento da economia e reduzir a inflação. Essas condições, impos- públicos. Tais decisões provocam a reação das classes proprietárias, de
tas pelo FMI, são indispensáveis para a obtenção de novos empréstimos, setores conservadores da Igreja e de amplos segmentos das classes
renegociação da dívida externa e elevação do nível de investimentos. médias. A grande imprensa afirma que as reformas levarão à "cubanização"
do país.

História do Brasil 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Mobilização contra o governo – Em 19 de março é realizada em o Desenvolvimento do Nordeste) para integrar a região ao mercado nacio-
São Paulo a maior mobilização contra o governo, a "Marcha da Família com nal. Em 1960 obtém do FMI um empréstimo de US$ 47,7 milhões e cria o
Deus pela Liberdade" - -ver foto ao lado. Organizada por empresários, Grupo de Estudos da Indústria Automobilística (Geia), primeiro passo para
setores conservadores das classes médias e do clero, reúne cerca de 400 a instalação das grandes montadoras de automóveis no Brasil .
mil participantes. A manifestação fornece o apoio político e social que
faltava aos grupos que já conspiram para derrubar o presidente. Um desses Desnacionalização – Em 1961, das 66 empresas com maior con-
grupos é liderado pelo general Olímpio Mourão Filho. Outro, formado por centração de capital, 32 são estrangeiras e apenas 19 pertencem a grupos
civis e militares, tem a direção do almirante Sílvio Heck. Um terceiro, com- privados nacionais. O capital estrangeiro controla 99,8% da indústria de
posto por coronéis e generais, conta com a participação dos coronéis João tratores, 98% da indústria automobilística, 85% do setor de cigarros, 88%
Batista Figueiredo e Costa Cavalcanti e dos generais Ernesto Geisele das indústrias farmacêuticas, 82% do setor de eletricidade, 70% das indús-
Bizarria Mamede. trias de máquinas e 76% das indústrias químicas.

Golpe de 1964 – No dia 30 de março o governador de Minas , Ma- INFLAÇÃO E DÍVIDA EXTERNA
galhães Pinto, lança um manifesto em que conclama o povo à "restauração
da ordem constitucional comprometida". No dia 31 tropas mineiras sob o
comando do general Mourão Filho marcham em direção ao Rio de Janeiro Os índices de inflação crescem durante a Segunda República. E-
e Brasília. Depois de muita expectativa, os golpistas conseguem a adesão les resultam das constantes emissões de moedas para sustentar os inves-
do comandante do 2o Exército, general Amaury Kruel. Jango está no Rio de timentos estatais e pagar os empréstimos externos. Em 1960 a inflação
Janeiro quando recebe o manifesto do general Mourão Filho exigindo sua chega a 25% ao ano, sobe para 43% em 1961, a 55% em 1962 e a 81%
renúncia. No dia 1o de abril pela manhã, parte para Brasília na tentativa de em 1963. O FMI passa a condicionar a concessão de novos empréstimos a
controlar a situação. Ao perceber que não conta com nenhum dispositivo uma política austera de estabilidade da moeda.
militar e nem com o apoio armado dos grupos que o sustentavam, abando-
na a capital e segue para Porto Alegre. Recusa a oferta de Leonel Brizola Evasão de divisas – Entre 1945 e 1960 entram no país US$ 315
para organizar uma resistência armada. Nesse mesmo dia, ainda com João milhões e saem US$ 542 milhões. No governo JK, a dívida externa aumen-
Goulart no país, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade , declara ta US$ 1,5 bilhão, chegando a um total de US$ 3,8 bilhões. A situação é
vaga a Presidência da República. Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara agravada pelo crescente desequilíbrio do balanço de pagamentos. A queda
dos Deputados, ocupa a Presidência interinamente. das exportações de produtos agrícolas, o pagamento de elevados fretes e
seguros para os produtos importados e as remessas de lucros das empre-
ECONOMIA NA SEGUNDA sas internacionais são os principais fatores de desequilíbrio. No governo
João Goulart a dívida externa do país corresponde a 43% da renda obtida
REPÚBLICA
com as exportações.

Nos 18 anos da Segunda República o país passa por um acelera-


CULTURA NA SEGUNDA REPÚBLICA
do processo de industrialização por substituição de importações. Em mea-
dos dos anos 50 a indústria ultrapassa a agricultura na composição do
Produto Nacional Bruto. A política econômica do governo Juscelino Kubits- A euforia desenvolvimentista aberta com o governo JK reflete-se na
che kestimula a indústria nacional e, ao mesmo tempo, abre o mercado vida cultural brasileira. Surgem as chamadas "vanguardas" artísticas e
brasileiro para o capital estrangeiro sob a forma de empréstimos ou de a"arte engajada": a produção cultural transforma-se em um meio de forma-
investimentos diretos. ção de opinião e instrumento de politização .

No final dos anos 50 os rumos a serem impressos à economia Cinema Novo – Em 1955 o cineasta Nelson Pereira dos Santos
brasileira são o grande divisor de águas da sociedade civil. Os setores lançaRio 40 graus. O filme marca o início do Cinema Novo, movimento que
nacionalistas defendem um desenvolvimento autônomo, centrado no cres- se caracteriza pelos temas sociais e pela busca das raízes brasileiras. Essa
cimento do mercado interno. A oposição quer ampliar a industrialização tendência aprofunda-se nos anos seguintes com Deus e o diabo na terra do
pela maior abertura do mercado aos capitais internacionais. Sol, de Glauber Rocha, Os fuzis, de Rui Guerra, e Menino de engenho, de
Walter Lima Jr., entre outros.
Queima de divisas – Durante a 2a Guerra as exportações brasilei-
ras superam as importações e o país acumula boa quantidade de divisas, a Teatro engajado – A temática social também chega ao teatro. Au-
maioria paga após o final do conflito. A moeda brasileira também está tores como Jorge Andradee Dias Gomes trazem para o palco temas até
valorizada. O governo Dutra promove uma verdadeira queima de divisas. então inusitados, como o drama dos trabalhadores rurais expulsos do
Libera as importações de produtos totalmente supérfluos: de casacos de campo. A efervescência política dos grandes centros é trabalhada pelos
peles a ioiôs, de comida para cachorro a aparelhos de televisão, numa dramaturgos Gianfrancesco Guarnieri , em Eles não usam black-tie, e
época em que não havia emissoras no Brasil. Oduvaldo Viana Filho , nas peças Chapetuba Futebol Clube e A mais-valia
vai acabar, seu Edgar.
CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA
Bossa nova e protesto – Na passagem da década de 50 para a
de 60 surge a bossa nova, movimento musical liderado por João Gilberto e
Para Juscelino Kubitschek e os ideólogos do desenvolvimentismo,
Tom Jobim. Mais suave e intimista que o samba, a bossa nova revoluciona
as profundas desigualdades do país só serão superadas com o predomínio
a música popular brasileira. Na mesma época ganha força a chamada
da indústria sobre a agricultura. O governo JK empenha-se em baratear o
música engajada, ou de protesto, como Opinião, de Zé Kéti, e Carcará, de
custo da mão-de-obra e das matérias-primas, subsidia a implantação de
João do Vale e José Cândido. Na música erudita, os compositores se
novas fábricas e facilita a entrada de capitais estrangeiros. Entre 1955 e
dividem em torno do nacionalista Camargo Guarnieri e das propostas
1959 os lucros na indústria crescem 76% e a produtividade, 35%. Os salá-
dodecafônicas do vanguardista Hans-Joachim Koellreuter.
rios sobem apenas 15%.

CENTRO POPULAR DE CULTURA


Desenvolvimentismo – Juscelino isenta de impostos as importa-
ções de máquinas, equipamentos e todo capital estrangeiro que aqui se
estabeleça, desde que em associação com o capital nacional. Financia a Grande parte dessa efervescência cultural tem como ponto de par-
ampliação da indústria pesada. Investe na construção de siderúrgicas e tida e veículo de divulgação o Centro Popular de Cultura da União Nacional
hidrelétricas, amplia a capacidade produtiva da Petrobrás, abre novas dos Estudantes, criado em 1960. Com a concepção de que a arte é um
estradas e levanta Brasília. Em 1959 cria a Sudene (Superintendência para poderoso instrumento de conscientização política, o CPC da UNE atua em

História do Brasil 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
várias partes do país. Realiza atividades teatrais, literárias, plásticas, musi- Na década de 1950 intensificou-se o conflito político entre as for-
cais e cinematográficas. ças tradicionalistas, os grupos nacionalistas e modernizadores, o movi-
mento operário e a juventude estudantil que se politizava. A divisão ideoló-
Ruptura institucional de 1964: gica se exarcebou. Comunistas e esquerdistas apoiavam os movimentos
progressistas, mas exigiam um aprofundamento das reformas que os
Os governos militares, crescimento econômico e crise do “milagre industriais não desejavam. As forças conservadoras defendiam um modelo
brasileiro”; político e econômico vinculado aos interesses do capital internacional.
Colapso do regime e redemocratização
A ascensão do reformistas João Goulart à presidência da repúbli-
GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967), GOVERNO COSTA E ca e seu prestígio, confirmado em plebiscito e pelo aumento da bancada
SILVA (1967-1969), GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969- parlamentar que o apoiava, agravaram a crise e mostraram aos adversá-
30/10/1969), GOVERNO MEDICI (1969-1974), GOVERNO GEISEL (1974- rios das reformas a necessidade de ação enérgica e urgente, que admitia
1979), GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985), Redemocratização a ruptura da normalidade democrática como alternativa para a derrota nas
urnas.

Movimento militar de 1964 Situação internacional. As décadas de 1950 e 1960 marcaram o


auge da guerra fria entre os blocos soviético e americano. A América
Mais da metade dos países do mundo, no início da década de Latina, região de predomínio exclusivo dos Estados Unidos desde a elabo-
1970, tinha governos saídos de processos de ruptura da normalidade ração da doutrina Monroe no século XIX, não podia ficar neutra. A vitória
constitucional. No Brasil, que fez parte desse conjunto, a ação do regime da revolução cubana, a definição de Fidel Castro pelo socialismo e a crise
militar sobre as instituições sociais, a representatividade democrática e as dos mísseis soviéticos em Cuba intensificaram os esforços anticomunistas
relações econômicas e trabalhistas contribuiu notavelmente para sua na região. O assassinato de John Kennedy em 1963 reforçou os conser-
degenerescência. vadores em política externa e ampliou sua atuação no quadro interno
brasileiro. No começo de março de 1964, a imprensa americana divulgou a
Movimento militar de 1964 é a designação genérica da interven-
base da nova política para a América Latina: os Estados Unidos "não mais
ção das forças armadas no sistema político-institucional brasileiro que
procurariam punir as juntas militares por derrubarem regimes democráti-
resultou no rompimento da normalidade constitucional, com a derrubada
cos". No último dia do mesmo mês o movimento militar foi deflagrado no
do presidente João Goulart, e na tomada do poder pelos militares. O
Brasil.
movimento teve três fases: a preparação, em que grupos civis e militares
envolvidos conspiraram; a ação militar, com o deslocamento de tropas Preparação do movimento. As forças políticas nacionais das mais
prontas para um possível conflito armado; e a instauração do regime variadas tendências estavam profundamente divididas entre si. Os pro-
militar, no qual cinco generais se sucederam no poder pelo período de 21 gressistas divergiam em relação às reformas de base: reforma agrária,
anos. sindicalização rural, limitação de remessa de lucros ao exterior, distribui-
ção de renda e nacionalização de empresas. A esquerda radical conside-
O movimento marcou o abandono, pelo segmento militar brasilei-
rou-as insuficientes e os moderados temeram sua amplitude. Para os
ro, de sua tradicional posição de respeito às normas constitucionais e
conservadores, o programa era ameaça grave aos interesses do capital
determinou sua intervenção direta no ordenamento jurídico e econômico
nacional e internacional. Ao contrário da esquerda, a direita percebeu a
da nação e nas questões administrativas e políticas de governo.
necessidade de união de seus diversos segmentos para combatê-lo e
Antecedentes. Para compreender a abrangência, causas, conse- impedir sua implantação.
quências e pressupostos ideológicos do movimento militar de 1964, é
A conspiração contra o governo contou com a participação coor-
necessário situá-lo nas condições nacionais e internacionais do momento
denada de setores militares e civis. Entre os militares, destacou-se o
histórico em que ocorreu.
chamado "grupo da Sorbonne", como era conhecida a Escola Superior de
Situação interna. O fim da ditadura Vargas revelou as profundas Guerra (ESG). Com a atuação decisiva do general Golbery do Couto e
contradições políticas, sociais e econômicas do país e mostrou a necessi- Silva, o grupo elaborou a doutrina da "segurança nacional e desenvolvi-
dade premente de amplas reformas estruturais que contemplassem seg- mento", que mais tarde forneceria os fundamentos teóricos para os instru-
mentos da população que viviam em total desamparo. O predomínio mentos jurídicos do regime militar.
político de oligarquias regionais chocava-se com a atuação das forças
As figuras públicas, entidades e organizações civis envolvidas no
nacionalistas e progressistas. Um setor agrário retrógrado, dependente
movimento foram numerosas. Destacaram-se os setores conservadores da
das políticas protecionistas do governo e apegado a atividades agrícolas
Igreja Católica; a Ação Democrática Parlamentar (ADP), de parlamentares
tradicionais e relações trabalhistas que se aproximavam da servidão
de diversos partidos, como o Partido Social Democrático (PSD) e a União
medieval, convivia mal com a industrialização modernizadora e a massa
Democrática Nacional (UDN); líderes políticos como os governadores
operária urbana que se afirmava como força política.
Carlos Lacerda, do extinto estado da Guanabara, José de Magalhães
Disparidades imensas separavam a população em segmentos Pinto, de Minas Gerais e Ademar de Barros, de São Paulo; organizações
bem definidos: uma burguesia rica e relativamente pouco numerosa, uma de classe, como o Conselho Superior das Classes Produtoras (Conclap); e
classe média emergente e conservadora e vastos contingentes populacio- entidades como o Instituto de pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e o
nais em estado de grande pobreza. Essas disparidades tinham também Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), organizadas pro empresá-
uma dimensão geográfica: as regiões Sul e Sudeste apresentavam altos rios nacionais e estrangeiros que formularam um projeto político e econô-
índices de crescimento econômico e industrialização acelerada; Norte, mico nacional de caráter capitalista. Também apoiaram o movimento
Nordeste e Centro-Oeste, de predominância agrícola, caracterizavam-se organizações direitistas para militares, como o Movimento Anticomunista
pelo fraco desempenho da economia. (MAC), e associações como a Campanha da Mulher pela Democracia
(CAMDE) e Tradição Família e Propriedade (TFP).
Os indicativos sociais do país mostravam um quadro alarmante:
altas taxas de analfabetismo, incidência elevada de doenças provenientes A coordenação geral da mobilização coube ao IPES, que elaborou
de desnutrição, deficiências graves nas áreas de saúde e saneamento sua ação ideológica, política e militar. Com o uso da maciça propaganda
básico, índices altos de mortalidade infantil e materna e precariedade da anticomunista, convenceu amplos segmentos da opinião pública que o
infra-estrutura de transportes, comunicações e armazenamento de grãos. governo pretendia instaurar no país uma ditadura "anarco-comunista" ou
uma "república sindicalista". A classe média reagiu à "ameaça comunista"
A política econômica dominante era a chamada "substituição de com manifestações de rua, como as marchas da família com Deus pela
importações", em que a atividade industrial se encontrava fortemente liberdade, que em São Paulo reuniu centenas de milhares de pessoas.
protegida para a formação de um parque fabril atuante, diversificado e
capaz de promover a acumulação de capital nacional, vinculado ou asso- O governo tinha base de apoio precárias nos sindicatos de traba-
ciado ao capital internacional. lhadores urbanos, como o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), e
rurais, como as Ligas Camponesas; nos segmentos nacionalistas das

História do Brasil 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
forças armadas e associações de seus oficiais subalternos; na Frente nista, com a participação do presidente. Além disso, responsabilizam-no
Parlamentar Nacionalista (FPN), formada por representantes de diversos pela carestia e pelo desabastecimento. No dia 13 de março de 1964, o
partidos; e em governadores como Miguel Arraes, de Pernambuco. Lide- governo promove grande comício em frente da estação ferroviária Central
ranças populistas, como o deputado federal Leonel Brizola, radicalizaram o do Brasil, no Rio de Janeiro, em favor das reformas de base. Os conserva-
discurso reformista e mostraram-se mais preocupados com a disputa pela dores reagem com uma manifestação em São Paulo, a Marcha da Família
presidência. Grupos organizados, como a União Nacional dos Estudantes com Deus pela Liberdade, em 19 de março. A tensão cresce. No dia 31 de
(UNE), deram apoio condicional ao governo e exigiram mudanças estrutu- março, tropas saídas de Minas Gerais e São Paulo avançam sobre o Rio,
rais mais profundas. onde o governo federal conta com o apoio de setores importantes da
oficialidade e das Forças Armadas. Para evitar a guerra civil, Goulart
Deflagração do movimento. A radicalização das posições nos pri- abandona o país e refugia-se no Uruguai.
meiros três meses de 1964 levou à movimentação de tropas, que se
iniciou em Minas Gerais, no dia 31 de março, sob o comando do general No dia 1º de abril, o Congresso Nacional declara a vacância da
Olímpio Mourão Filho. As tropas não encontraram oposição e os coman- Presidência. Os comandantes militares assumem o poder. Em 9 de abril é
dos militares regionais aderiram aos rebeldes. João Goulart foi derrubado decretado o Ato Institucional Nº 1 (AI-1), que cassa mandatos e suspende
no dia 1º de abril; no dia 2, os Estados Unidos reconheceram o novo a imunidade parlamentar, a vitaliciedade dos magistrados, a estabilidade
governo brasileiro. dos funcionários públicos e outros direitos constitucionais.
Poder militar. Os militares, que detiveram o poder político até
1985, puseram em prática as teses doutrinárias e o modelo econômico de GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967) – O general Cas-
desenvolvimento industrial e de modernização da infra-estrutura de servi- tello Branco é eleito pelo Congresso Nacional presidente da República em
ços elaborados basicamente pela ESG e pelo IPES. 15 de abril de 1964. Declara-se comprometido com a defesa da democra-
No campo político, o regime caracterizou-se pelo autoritarismo. Houve cia, mas logo adota posição autoritária. Decreta três atos institucionais,
cassação dos mandatos e de direitos políticos, censura aos meios de dissolve os partidos políticos e estabelece eleições indiretas para presiden-
comunicação e repressão policial e militar. Opositores e grupos profissio- te e governadores. Cassa mandatos de parlamentares federais e estadu-
nais, como os jornalistas, foram perseguidos. Métodos de intimidação, ais, suspende os direitos políticos de centenas de cidadãos, intervém em
como a tortura e o sequestro de suspeitos, foram adotados. Nesse setor, quase 70% de sindicatos e federações de trabalhadores e demite funcio-
desempenhou papel essencial o Serviço Nacional de Informação (SNI), nários. Institui o bipartidarismo com a Aliança Renovadora Nacional (Are-
criado pelo general Golbery a partir dos dados do arquivo do IPES. Uma na), de situação, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposi-
nova constituição foi outorgada e diversas vezes emendada, e o governo ção. Cria o Serviço Nacional de Informações (SNI), que funciona como
recorreu ainda a atos jurídicos de exceção. O Congresso, muitas vezes polícia política. Em janeiro de 1967, o governo impõe ao Congresso a
fechado, perdeu autonomia e transformou-se em órgão avalizador das aprovação da nova Constituição que incorpora a legislação excepcional e
decisões do executivo. institucionaliza a ditadura.
Na economia, os governos militares adotaram o planejamento GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969) – Ministro do Exército
centralizado, que transformou o estado em tutor da atividade produtiva e de Castello Branco, o general Arthur da Costa e Silva assume a Presidên-
incrementou a formação de uma tecnoburocracia com amplos poderes de cia em 1967, também eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Em
intervenção. Usaram o endividamento externo para seu programa de seu governo cresce a oposição à ditadura. Em meados de 1968, a União
diversificação de produção de bens e serviços, modernização dos produtos Nacional dos Estudantes (UNE) promove no Rio de Janeiro a Passeata
industriais, ampliação da infra-estrutura de transportes e comunicações, dos Cem Mil. Ao mesmo tempo ocorrem greves operárias em Contagem
proteção a setores industriais emergentes e incentivo às exportações. (MG) e Osasco (SP). Grupos radicais de esquerda começam a organizar-
Mecanismos institucionais de correção monetária transformaram a inflação se para a guerrilha urbana e promovem os primeiros assaltos a bancos
crescente em fonte de financiamento do estado. Acelerou-se o processo para obter fundos.
de estatização da economia e o estado tornou-se parceiro da iniciativa
privada em numerosos empreendimentos. Com a crise da economia O governo é pressionado pelos militares da linha dura, que defen-
mundial da década de 1970, adotou-se uma política recessiva que agravou dem a retomada das ações repressivas no plano político, institucional e
a concentração de renda e aumentou a miséria dos setores desvalidos da policial. Em 17 de abril de 1968, 68 municípios (incluindo todas as capitais)
população. são transformados em zonas de segurança nacional, e seus prefeitos
Além das sequelas econômicas do regime, o enxovalhamento da passam a ser nomeados pelo presidente. O deputado Márcio Moreira
lei e a corrupção de parlamentares contribuiu, no plano ideológico, para o Alves (MDB/Guanabara), em discurso na Câmara, convoca a população a
descrédito da população na justiça e nas instituições. A repressão ao boicotar a parada militar de 7 de setembro, e o governo pede licença ao
movimento estudantil, o afastamento compulsório de professores dissiden- Congresso para processá-lo. O Parlamento nega a licença em 12 de
tes e a concessão indiscriminada de credenciais e universidades despre- dezembro. Na noite de 13 de dezembro, Costa e Silva fecha o Congresso
paradas teve consequências funestas para a educação e para a formação e decreta o Ato Institucional Nº 5 (AI-5). Ao contrário dos anteriores, esse
de profissionais. não tem prazo de vigência e dura até 1979. O AI-5 restabelece o poder
presidencial de cassar mandatos, suspender direitos políticos, demitir e
Ruptura Institucional de 1964 aposentar juízes e funcionários, acaba com a garantia do habeas-corpus,
amplia e endurece a repressão policial e militar. Outros 12 atos institucio-
Regime instaurado pelo golpe de Estado de 31 de março de 1964. nais complementares são decretados e passam a constituir o núcleo da
Estende-se até o final do processo de abertura política, em 1985. É mar- legislação do regime.
cado por autoritarismo, supressão dos direitos constitucionais, perseguição
policial e militar, prisão e tortura dos opositores e pela censura prévia aos GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969) – Gra-
meios de comunicação. vemente doente, o presidente é substituído por uma Junta Militar formada
pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker
O golpe – A crise político-institucional da qual nasce o regime mili- (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica). O vice-presidente, o
tar começa com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961. Agra- civil Pedro Aleixo, é impedido de tomar posse. A Aliança de Libertação
va-se durante a administração João Goulart (1961-1964), com a radicali- Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), gru-
zação populista do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e de várias organi- pos de esquerda, sequestram no Rio o embaixador norte-americano
zações de esquerda e com a reação da direita conservadora. Goulart tenta Charles Elbrick. Ele é trocado por 15 presos políticos mandados para o
mobilizar as massas trabalhadoras em torno das reformas de base, que México. Os militares respondem com a decretação da Lei de Segurança
alterariam as relações econômicas e sociais no país. Isso leva o empresa- Nacional (18 de setembro) e com a Emenda Constitucional No 1 (17 de
riado, parte da Igreja Católica, a oficialidade militar e os partidos de oposi- outubro), que na prática é uma nova Constituição, com a figura do bani-
ção, liderados pela União Democrática Nacional (UDN) e pelo Partido mento do território nacional e a pena de morte nos casos de "guerra psico-
Social Democrático (PSD), a denunciar a preparação de um golpe comu- lógica adversa, ou revolucionária, ou subversiva". Ainda no final de 1969, o

História do Brasil 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
líder da ALN, Carlos Mariguella, é morto em São Paulo pelas forças da fortalecem-se os sindicatos e as entidades de classe. Em 1984, o país
repressão. mobiliza-se na campanha pelas Diretas Já, que pede eleição direta para a
Presidência da República. Mas a emenda é derrotada na Câmara dos
GOVERNO MEDICI (1969-1974) – O general Emílio Garrastazu Deputados em 25 de abril.
Medici, escolhido pela Junta Militar para ser o novo presidente, comanda o
mais duro governo da ditadura, no período conhecido como os anos de Em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolhe o candidato
chumbo. A luta armada intensifica-se e a repressão policial-militar cresce Tancredo Neves como novo presidente da República. Ele integra a Aliança
ainda mais. Ela é acompanhada de severa censura a imprensa, espetácu- Democrática – a frente de oposição formada pelo PMDB e pela Frente
los, livros, músicas etc., atingindo políticos, artistas, editores, professores, Liberal, dissidência do PDS. A eleição marca o fim da ditadura militar, mas
estudantes, advogados, sindicalistas, intelectuais e religiosos. Espalham- o processo de redemocratização só se completa em 1988, no governo
se pelo país os centros de tortura do regime, ligados ao Destacamento de José Sarney, com a promulgação da nova Constituição.
Operações e Informações e ao Centro de Operações de Defesa Interna
(DOI-Codi). A guerrilha urbana cede terreno rapidamente nas capitais,
tenta afirmar-se no interior do país, como no Araguaia, mas acaba enfra- Regime militar (1964-1985)
quecida e derrotada. Num período de 21 anos, desde a deposição de Goulart, em
1964, até 1985, sucederam-se no poder cinco governos militares, todos
O endurecimento político é respaldado pelo milagre econômico, empossados sem eleição popular. Para dar um mínimo de aparência de
que vai de 1969 a 1973. O produto interno bruto (PIB) cresce a quase 12% legalidade, os "candidatos" submetiam-se à aprovação do Congresso, num
ao ano, e a inflação média anual não ultrapassa 18%. O Estado arrecada jogo de resultados prévia e seguramente conhecidos. No entanto, ao tratar
mais, faz grandes empréstimos e atrai investimentos externos para proje- de evitar a ruptura completa com os fundamentos constitucionais da de-
tos de grande porte no setor industrial, agropecuário, mineral e de infra- mocracia representativa, os militares mantiveram a periodicidade dos
estrutura. Alguns desses projetos, por seu custo e impacto, são chamados mandatos e a exigência de um mínimo de legitimidade, por meio das
de faraônicos, como a construção da rodovia Transamazônica e da Ponte eleições indiretas para a presidência e vice-presidência da república e,
Rio-Niterói. posteriormente, para os governos estaduais e principais prefeituras. Manti-
veram as casas legislativas e os calendários eleitorais, embora sujeitos a
GOVERNO GEISEL (1974-1979) – O general Ernesto Geisel en- manipulações e restrições, e o alistamento eleitoral, que entre 1960 e
frenta dificuldades que marcam o fim do milagre econômico e ameaçam a meados da década de 1990 registrou um aumento superior a 500%.
estabilidadeo Regime Militar. A crise internacional do petróleo contribui
para uma recessão mundial e o aumento das taxas de juro, além de redu- Governo Castelo Branco. O primeiro presidente do governo militar
zir muito o crédito, põe a dívida externa brasileira em um patamar crítico. O foi o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que governou até
presidente anuncia então a abertura política lenta, gradual e segura e nos 1967, num regime de absoluta austeridade. O sistema partidário foi reor-
bastidores procura afastar os militares da linha dura, encastelados nos ganizado em dois partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), go-
órgãos de repressão e nos comandos militares. A oposição se fortalece e vernista, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição. Nada
nas eleições de novembro de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para mais artificial que esse esquema político, na verdade necessário apenas
o Senado, 48% para a Câmara dos Deputados e ganha em 79 das 90 para coonestar o regime militar. O governo exercia-se na prática por meio
cidades com mais de 100 mil habitantes. A censura à imprensa é suspen- dos atos institucionais, que foram sendo editados de acordo com as ne-
sa em 1975. A linha dura resiste à liberalização e desencadeia uma onda cessidades do momento: o nº 1 suspendeu parcialmente a constituição de
repressiva contra militantes e simpatizantes do clandestino Partido Comu- 1946 e facultou a cassação de mandatos parlamentares e a suspensão de
nista Brasileiro (PCB). Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog é direitos políticos; o nº 2 renovou esses poderes e extinguiu os partidos
assassinado em uma cela do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo. Em políticos do passado; o nº 3, de 5 de fevereiro de 1966, determinou a
janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho é morto em circunstâncias eleição indireta do presidente e vice-presidente da república. Em janeiro de
semelhantes. 1967 o Congresso aprovou uma constituição previamente preparada pelo
executivo e não submetida a discussão.
O MDB vence novamente as eleições no final de 1976. Em abril Apesar do apoio militar maciço e de muitas das lideranças civis,
de 1977, o governo coloca o Congresso em recesso e baixa o "pacote de Castelo Branco indispôs-se com três governadores que haviam conspirado
abril". As regras eleitorais são modificadas de modo a garantir maioria a favor do golpe militar, na esperança de chegar à presidência, e que se
parlamentar à Arena, o mandato presidencial passa de cinco para seis viram frustrados com a prorrogação do seu mandato, de 31 de janeiro de
anos e é criada a figura do senador biônico, eleito indiretamente pelas 1966 para 15 de março de 1967. Foram eles o governador do estado da
Assembleias Legislativas estaduais. Em 1978, Geisel envia ao Congresso Guanabara, Carlos Lacerda, que teve os direitos políticos cassados, o
emenda constitucional que acaba com o AI-5 e restaura o habeas-corpus. governador de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto, e o governador de
Com isso abre caminho para a normalização do país. No final do ano, o São Paulo, Ademar de Barros, que além dos direitos políticos suspensos,
MDB volta a ganhar as eleições. teve o mandato cassado.
GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985) – O crescimento da oposi- Outro fator de irritação foi a decisão de realizar, com base na nova
ção nas eleições de 1978 acelera a abertura política. O general João lei eleitoral, eleição direta para governador em dez estados, dentre os
Baptista Figueiredo concede a anistia aos acusados ou condenados por quais a Guanabara, onde venceu Francisco Negrão de Lima, e Minas
crimes políticos. O processo, porém, é perturbado pela linha dura. Figuras Gerais, que elegeu Israel Pinheiro, ambos candidatos de oposição. O
ligadas à Igreja Católica são sequestradas e cartas-bomba explodem nas presidente Castelo Branco empreendeu também, por meio do seu ministro
sedes de instituições democráticas, como a Ordem dos Advogados do do Planejamento, Roberto Campos, a renovação do sistema tributário.
Brasil (OAB). O episódio mais grave é um malsucedido atentado terrorista Algumas conquistas dos trabalhadores oriundas do período Vargas, como
promovido por militares no centro de convenções do Riocentro, no Rio, em a estabilidade do trabalhador, foram alteradas, por serem consideradas
30 de abril de 1981. paternalistas e antieconômicas.
Governo Costa e Silva. O general Artur da Costa e Silva assumiu
Em dezembro de 1979, o governo modifica a legislação partidária
o governo em 15 de março de 1967, mas teve de deixá-lo em 31 de agosto
e eleitoral e restabelece o pluripartidarismo. A Arena transforma-se no
de 1969, acometido de grave doença. Em seu curto governo, Costa e Silva
Partido Democrático Social (PDS), e o MDB acrescenta a palavra partido à
tratou de consolidar a ordem constitucional, dando cumprimento à carta de
sigla, tornando-se o PMDB. Outras agremiações são criadas, como o
1967, outorgada no momento de sua posse. Seu ministro da Fazenda,
Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista
Antônio Delfim Neto, executou uma política de dinamização da economia,
(PDT), de esquerda, e o Partido Popular (PP), de centro-direita.
com concessão de créditos e melhoria geral dos níveis salariais. Em seu
governo foi adotado também o plano nacional de comunicações, base da
Redemocratização – A crise econômica se aprofunda e mergulha
modernização do sistema brasileiro de comunicações. No campo dos
o Brasil na inflação e na recessão. Crescem os partidos de oposição,
transportes, intensificou-se a opção pelas rodovias, embora tenham-se

História do Brasil 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
iniciado alguns estudos com vistas ao aproveitamento das vias fluviais. Instituiu também os "contratos de risco", que permitiram a associação com
Foram também iniciados os estudos para a construção da ponte Rio- empresas estrangeiras, dotadas de capital e know-how, para explorar
Niterói. petróleo.
Com Costa e Silva, o Exército passou a controlar mais diretamen- O aumento da receita em divisas, com as exportações de café e
te o aparelho de estado, que sofrera no governo anterior um processo de soja e o sucesso dos manufaturados brasileiros no exterior, aliviaram os
modernização burocrática e centralização administrativa. Ante as pressões problemas econômicos do país no governo Geisel. Contudo, já não era
oposicionistas, o início da resistência armada, a reativação do movimento mais possível sustentar a mística de crescimento acelerado. Na frente
estudantil e o surgimento de greves (numa mobilização das forças popula- política, o sucesso do MDB nas eleições de 1974, que elegeu 16 senado-
res que durou todo o ano de 1968), agiu novamente a oposição interna ao res e 160 deputados federais, de um total de 364, e obteve maioria nas
regime, o que resultou na crise militar de dezembro daquele ano, quando o assembleias legislativas de cinco estados, entre eles São Paulo e Rio de
Congresso recusou o pedido de licença, feito pelo governo, para processar Janeiro, levou o governo a um certo retrocesso na prometida abertura
o deputado Márcio Moreira Alves (MDB-RJ), que, em discurso, concitara o política. Foi instituído o mandato presidencial de seis anos e a nomeação
país a não participar das comemorações pela independência, o que foi de um terço do Senado -- os chamados senadores "biônicos" -- pelo mes-
interpretado como um ataque às forças armadas. mo colégio eleitoral encarregado de escolher os governadores. Mas foram
revogadas as penas de morte e banimento, eliminada a censura prévia à
Seguiu-se a promulgação, em 13 de dezembro de 1968, do ato imprensa e extinta a todo-poderosa Comissão Geral de Investigações
institucional nº 5, que pôs em recesso o Congresso e todas as assemblei- (CGI), que podia confiscar bens após processo sumário. O principal formu-
as legislativas estaduais e renovou por período indefinido os poderes de lador das políticas do governo Geisel foi o general Golbery do Couto e
exceção do presidente (autorização para governar por decreto e, de novo, Silva, chefe do gabinete civil. Com essa abertura, denominada pelo próprio
para cassar mandatos e suspender direitos políticos). Com o Congresso Geisel de "lenta, segura e gradual", foi possível encaminhar a sucessão.
em recesso, Costa e Silva encomendou ao vice-presidente Pedro Aleixo a
elaboração de uma emenda que permitisse reabrir o Congresso e voltar à Governo Figueiredo. O último presidente militar foi o general João
normalidade. Batista Figueiredo, eleito tranquilamente contra a chapa que, apresentada
pelo MDB, tinha como candidato o general Euler Bentes. Na posse, o novo
Entretanto, antes que pudesse assiná-la, o presidente foi vítima presidente jurou "fazer deste país uma democracia", e realmente continuou
de uma trombose cerebral e teve de ser afastado do governo. Imediata- o processo de abertura política e redemocratização. Seu primeiro ato foi a
mente os ministros militares comunicaram a Pedro Aleixo que não lhe anistia política, que permitiu a volta ao país de alguns exilados de peso,
entregariam o governo. Foi então constituída uma junta militar, formada como Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes e Miguel Arraes. Veio depois a
pelos ministros do Exército, general Aurélio de Lira Tavares, da Marinha, reforma partidária, que encerrou o bipartidarismo vigente. A Arena trans-
Augusto Hamann Rademaker Grunewald, e da Aeronáutica, Márcio de formou-se em Partido Democrático Social (PDS) e o MDB, obrigado a
Sousa e Melo. A junta, em seu curto mandato, outorgou a emenda consti- mudar de sigla, optou por Partido do Movimento Democrático Brasileiro
tucional nº 1, na verdade um outro texto, que acentuou ainda mais o cará- (PMDB). A sigla do PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, foi dada à deputa-
ter ditatorial do regime: foi eliminada a soberania do júri e decretada a da Ivete Vargas, sob protesto de Brizola, que fundou então o Partido
pena de morte em tempos de paz, nos casos de "guerra psicológica adver- Democrático Trabalhista (PDT). Tancredo Neves e Magalhães Pinto cria-
sa, revolucionária ou subversiva". Pela emenda constitucional, o ato insti- ram o Partido Popular (PP). E Luís Inácio Lula da Silva, líder sindical dos
tucional nº 5 foi incorporado à constituição. Em 30 de outubro de 1969, a metalúrgicos do ABC paulista, fundou o Partido dos Trabalhadores (PT). O
junta militar passou o poder ao general Emílio Garrastazu Médici, então principal interlocutor e arquiteto da abertura no governo Figueiredo foi seu
comandante do Terceiro Exército, e que fora selecionado pelo alto coman- ministro da Justiça, Petrônio Portela.
do do Exército e referendado pelo Congresso, especialmente reunido para
esse fim. Figueiredo teve de suportar o inconformismo dos extremos: a ex-
trema-direita provocou vários atentados terroristas, o mais grave dos quais
Governo Médici ocorreu em 1981, no Riocentro, centro de exposições no Rio de Janeiro,
O governo do general Emílio Garrastazu Médici notabilizou-se por onde se realizava um show comemorativo do dia do Trabalho. No atentado
obras de grande porte, como as rodovias Transamazônica, Perimetral morreu um sargento e saiu ferido um capitão, que, segundo a versão
Norte e Santarém-Cuiabá, assim como a ponte Rio-Niterói, e concluiu um oficial, estavam em missão de informações. O inquérito instaurado, como
acordo para a construção da hidrelétrica de Itaipu e os pólos petroquímicos era previsto, nada apurou, e o general Golbery pediu demissão em sinal de
da Bahia e São Paulo. Foram os tempos do chamado "milagre brasileiro", protesto.
comandado pelo ministro da Fazenda, Antônio Delfim Neto, quando o país A esquerda procurou pressionar o projeto de anistia, a fim de que
alcançou taxas de crescimento superiores a dez por cento, e taxas infla- os militares acusados de tortura e morte continuassem passíveis de pro-
cionárias de pouco mais de 14% ao ano. Somente com o passar dos anos cesso e punição. Estabeleceu-se, entretanto, um consenso político, aceito
se revelariam os custos do milagre: a inflação reprimida voltou a passos pela opinião pública, segundo o qual a anistia deveria abranger a todos
largos e os empréstimos externos, que haviam financiado o crescimento, indistintamente, de vez que os excessos haviam sido cometidos em ambas
implicaram taxas de juros elevadíssimas e a quase inadimplência do país. as frentes. De setembro a novembro de 1981, Figueiredo teve de subme-
No campo político, o governo Médici caracterizou-se por um com- ter-se a uma cirurgia cardíaca nos Estados Unidos, e foi substituído tempo-
bate cerrado aos movimentos de resistência armada ao regime, que cria- rariamente pelo vice-presidente Aureliano Chaves, primeiro civil a ocupar a
ram focos de guerrilha e promoveram assaltos a bancos e sequestros de presidência da república desde 1964.
embaixadores. Entre 1969 e 1971 foram sequestrados e trocados por No pleito de novembro de 1982 Franco Montoro, Leonel Brizola e
presos políticos os embaixadores dos Estados Unidos, Alemanha e Suíça. Tancredo Neves, todos de oposição, foram eleitos governadores, respecti-
A resposta do governo foi uma escalada da repressão, com uso da tortura vamente, de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O governo Figuei-
como método usual de interrogatório. Em maio de 1972, o sistema de redo assimilou a derrota e garantiu a posse dos eleitos. Todavia, sofreu
arbítrio foi reforçado com o estabelecimento de eleições indiretas para grande desgaste com a denúncia de escândalos financeiros, como os
governadores e vice-governadores dos estados. casos Capemi, Coroa-Brastel e Delfin, que representaram grandes prejuí-
Governo Geisel. Com o general Ernesto Geisel, que governou de zos aos cofres públicos, devido aos financiamentos sem garantias e a
1974 a 1979, foram tomadas as primeiras medidas de suavização do omissões de fiscalização. Além disso, o temperamento explosivo do presi-
regime, entre elas a revogação do ato institucional nº 5. Pela primeira vez, dente criou vários incidentes, que se somaram para desgastar sua ima-
no período militar, a oposição se fez ouvir, ao lançar como "anticandidato" gem, embora ele conduzisse com energia e coerência o processo de
o presidente do MDB, deputado Ulisses Guimarães. Empossado em plena abertura.
crise mundial do petróleo, Geisel, que fora superintendente da refinaria Ao encerrar-se o governo Figueiredo, e com ele o período de 21
Presidente Bernardes, membro do Conselho Nacional de Petróleo e presi- anos de regime militar, o país encontrava-se em situação econômica e
dente da Petrobrás, iniciou imediatamente a exploração da plataforma financeira das mais graves. A dívida externa alcançara tetos astronômicos,
submarina, que a médio e longo prazo mostrou excelentes resultados. por força dos juros exorbitantes. Emissões sucessivas destinadas a cobrir

História do Brasil 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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os déficits do Tesouro aumentaram assustadoramente a dívida interna. Em várias legendas novas, até mesmo de partidos de esquerda, antes na
março de 1985, a taxa de inflação chegou a 234% anuais. No entanto, há clandestinidade. Em novembro de 1985 foram realizadas eleições para as
pontos a creditar aos governos militares, como a redinamização da eco- capitais dos estados e para os municípios considerados áreas de seguran-
nomia, que alcançou altos níveis de crescimento, a modernização do país, ça nacional. Embora vencedor em 16 das 23 capitais, entre elas Belo
principalmente na área dos transportes e comunicações, o incremento das Horizonte, o PMDB perdeu em centros importantes como São Paulo, Rio
exportações, e a política energética, sobretudo a criação do Proálcool e o de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Fortaleza.
aumento dos investimentos na prospecção petrolífera, como resposta à
crise mundial de petróleo de 1973. Os resultados negativos foram a exces- O governo, assediado pelas crescentes taxas de inflação, substi-
siva concentração de renda, o aumento vertiginoso da dívida externa, o tuiu o ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, pelo empresário Dílson
decréscimo substancial do nível do salário real, o excessivo estatismo, a Funaro. Em fevereiro de 1986 foi lançado o Programa de Estabilização
censura absoluta aos meios de comunicação e a falta de representativida- Econômica, que ficou conhecido como "Plano Cruzado", em alusão à nova
de do governo. A tecnoburocracia, encastelada em Brasília, dirigiu a moeda criada, o cruzado. Os preços foram congelados e os salários fixa-
economia do país sem nenhuma consulta aos setores envolvidos, muitas dos pela média dos últimos seis meses. Foi extinta a correção monetária e
vezes com resultados desastrosos. criado o seguro-desemprego. O governo recebeu amplo apoio popular,
sobretudo na fiscalização dos preços. No entanto, a especulação, a co-
No campo da política externa, o Brasil havia adotado, a partir do brança de ágio e as remarcações de preços acabaram por desgastar o
governo Geisel, uma atitude mais crítica em relação às potências ociden- plano, reformulado várias vezes.
tais. A política do "pragmatismo responsável", posta em vigor pelo chance-
ler Antônio Francisco Azeredo da Silveira, significou na prática uma revi- Empossada a Assembleia Nacional Constituinte, Sarney mobili-
são do alinhamento automático e uma aproximação com os países do zou-se para assegurar o sistema presidencialista e garantir o mandato de
Terceiro Mundo. Em 1975 foram estabelecidas relações diplomáticas com cinco anos, que os constituintes queriam reduzir para quatro. As manobras
a China, rompidas em 1964, e o Brasil votou na ONU a favor de uma de bastidores, noticiadas pela imprensa, com trocas de favores por votos,
resolução que condenava o sionismo como forma de racismo e discrimina- desgastaram a imagem presidencial, agravada pelo aumento da inflação,
ção racial, contra o voto das potências ocidentais. que voltou aos patamares do início do governo. Em 5 de outubro de 1988
foi promulgada a nova constituição, que trouxe um notável avanço no
No governo Figueiredo, a política externa foi entregue ao chance- campo dos direitos sociais e trabalhistas: qualificou como crimes inafian-
ler Ramiro Saraiva Guerreiro, que continuou a defender o princípio da não- çáveis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a
intervenção e da autodeterminação dos povos. Durante a guerra das ordem constitucional; determinou a eleição direta do presidente, governa-
Malvinas, em 1982, o Brasil, que voltara a harmonizar suas relações com a dores e prefeitos dos municípios com mais de 200.000 habitantes em dois
Argentina, abaladas desde o projeto da hidrelétrica de Itaipu, manteve o turnos, no caso de nenhum candidato obter maioria absoluta no primeiro; e
apoio às pretensões argentinas de soberania sobre as ilhas. O restabele- ampliou os poderes do Congresso.
cimento da liberdade de imprensa e dos direitos políticos, a anistia e outras
medidas de abertura política melhoraram sensivelmente a imagem externa No final de 1989, o governo Sarney atingiu um desgaste impres-
do país. sionante. A inflação chegou a cinquenta por cento ao mês e foi trazida de
volta a correção monetária. Nesse clima de insatisfação e de temor de um
Normalização institucional processo hiperinflacionário, foi realizada a primeira eleição presidencial
direta em 29 anos. Apresentaram-se 21 candidatos, entre eles Aureliano
Governo Sarney. No final de 1983 iniciou-se o movimento pelas Chaves, Leonel Brizola, Paulo Maluf e Ulisses Guimarães. Mas o segundo
eleições diretas para presidente da república, conhecido como campanha turno foi decidido entre os pólos extremos: Luís Inácio Lula da Silva, do
das "diretas já". No decorrer de 1984 a campanha mobilizou milhões de PT, e o jovem ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo, do
pessoas, em gigantescos comícios e passeatas em todo o Brasil. Mesmo Partido de Reconstrução Nacional (PRN). Collor elegeu-se com uma
assim, a emenda constitucional nesse sentido, apresentada pelo deputado diferença superior a quatro milhões de votos.
Dante de Oliveira, do PMDB de Mato Grosso, não foi aprovada por falta de
quórum. No dia da votação, o governo decretou o estado de emergência Brasil contemporâneo:
no Distrito Federal e em dez municípios de Goiás, inclusive Goiânia, e
impediu a pressão dos manifestantes. Em junho de 1984, o senador José Da eleição indireta de Tancredo Neves/José Sarney ao final do se-
Sarney renunciou à presidência do PDS e formou a Frente Liberal, que gundo mando de FHC
apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência. Em agosto, a Constituinte e Carta de 1988
Frente Liberal e o PMDB uniram-se e Sarney foi escolhido como candidato Planos de estabilização econômica
a vice-presidente. Avolumaram-se as adesões à Frente, que depois trans- Crise do governo Collor
formou-se em Partido da Frente Liberal (PFL). No final do ano, o Colégio
Governo Itamar Franco e o Plano Real
Eleitoral -- composto pelos membros do Congresso Nacional e por repre-
sentantes das assembleias legislativas estaduais -- elegeu a chapa Tan- Governo Sarney. No final de 1983 iniciou-se o movimento pelas
credo Neves-José Sarney, contra Paulo Maluf. eleições diretas para presidente da república, conhecido como campanha
das "diretas já". No decorrer de 1984 a campanha mobilizou milhões de
O presidente eleito empreendeu uma viagem a vários países e ao
pessoas, em gigantescos comícios e passeatas em todo o Brasil. Mesmo
voltar dedicou-se à organização do seu governo. Entretanto, na véspera da
assim, a emenda constitucional nesse sentido, apresentada pelo deputado
data marcada para sua posse, Tancredo foi internado num hospital de
Dante de Oliveira, do PMDB de Mato Grosso, não foi aprovada por falta de
Brasília, para uma cirurgia. Em seu lugar, tomou posse, interinamente, o
quórum. No dia da votação, o governo decretou o estado de emergência
vice José Sarney. Depois de prolongada agonia, Tancredo veio a falecer
no Distrito Federal e em dez municípios de Goiás, inclusive Goiânia, e
em São Paulo, em 21 de abril de 1985, e um sentimento geral de frustra-
impediu a pressão dos manifestantes. Em junho de 1984, o senador José
ção tomou conta do país. Todas as expectativas concentraram-se então
Sarney renunciou à presidência do PDS e formou a Frente Liberal, que
em implementar o plano de governo por ele anunciado. Em linhas gerais, o
apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência. Em agosto, a
seu plano condenava qualquer atitude revanchista, pregava a união nacio-
Frente Liberal e o PMDB uniram-se e Sarney foi escolhido como candidato
nal, a normalização institucional em moldes democráticos e a retomada do
a vice-presidente. Avolumaram-se as adesões à Frente, que depois trans-
desenvolvimento.
formou-se em Partido da Frente Liberal (PFL). No final do ano, o Colégio
Sarney sabiamente escolheu uma posição de modéstia, que atraiu Eleitoral -- composto pelos membros do Congresso Nacional e por repre-
a simpatia popular. Manteve os ministros escolhidos por Tancredo e en- sentantes das assembleias legislativas estaduais -- elegeu a chapa Tan-
campou suas ideias básicas de formar um pacto nacional para a redemo- credo Neves-José Sarney, contra Paulo Maluf.
cratização do país, no período de governo civil que se iniciava, e que ficou
O presidente eleito empreendeu uma viagem a vários países e ao
conhecido como Nova República. Em julho de 1985 o Congresso aprovou
voltar dedicou-se à organização do seu governo. Entretanto, na véspera da
proposta do presidente no sentido de convocar uma Assembleia Nacional
data marcada para sua posse, Tancredo foi internado num hospital de
Constituinte, a ser formada pelos parlamentares que seriam eleitos em
Brasília, para uma cirurgia. Em seu lugar, tomou posse, interinamente, o
novembro de 1986. O sistema partidário ampliou-se e passou a abrigar

História do Brasil 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vice José Sarney. Depois de prolongada agonia, Tancredo veio a falecer ao fim de uma tensa Comissão Parlamentar de Inquérito iniciada em junho,
em São Paulo, em 21 de abril de 1985, e um sentimento geral de frustra- a Câmara dos Deputados autorizou o Senado Federal a processar o
ção tomou conta do país. Todas as expectativas concentraram-se então presidente por crime de responsabilidade; em 2 de outubro, Collor foi
em implementar o plano de governo por ele anunciado. Em linhas gerais, o afastado e o vice-presidente Itamar Franco assumiu interinamente a presi-
seu plano condenava qualquer atitude revanchista, pregava a união nacio- dência. Em 29 de dezembro, pouco depois de iniciado seu julgamento pelo
nal, a normalização institucional em moldes democráticos e a retomada do Senado, Collor renunciou e Itamar foi confirmado em definitivo no cargo.
desenvolvimento.
Governo Itamar Franco. Itamar tornou-se presidente num dos
Sarney sabiamente escolheu uma posição de modéstia, que atraiu momentos mais graves da história brasileira. Além da crise política que
a simpatia popular. Manteve os ministros escolhidos por Tancredo e en- colocou à prova a estabilidade das instituições, o país enfrentava também
campou suas ideias básicas de formar um pacto nacional para a redemo- grandes dificuldades na área econômica, com recessão, desemprego e
cratização do país, no período de governo civil que se iniciava, e que ficou crescente inflação. Logo que assumiu, ainda interino, Itamar nomeou novo
conhecido como Nova República. Em julho de 1985 o Congresso aprovou ministério (de caráter multipartidário, para tentar garantir apoio do Con-
proposta do presidente no sentido de convocar uma Assembleia Nacional gresso) e baixou medida provisória destinada a reverter a centralização
Constituinte, a ser formada pelos parlamentares que seriam eleitos em administrativa estabelecida pelo governo Collor: superministérios como os
novembro de 1986. O sistema partidário ampliou-se e passou a abrigar da Economia, Fazenda e Planejamento e o da Infra-estrutura foram des-
várias legendas novas, até mesmo de partidos de esquerda, antes na membrados. O novo mandatário também tomou iniciativas destinadas a
clandestinidade. Em novembro de 1985 foram realizadas eleições para as moralizar a administração pública, tais como a criação do Centro Federal
capitais dos estados e para os municípios considerados áreas de seguran- de Inteligência (CFI).
ça nacional. Embora vencedor em 16 das 23 capitais, entre elas Belo
Horizonte, o PMDB perdeu em centros importantes como São Paulo, Rio Em outubro e novembro de 1992 realizaram-se em todo o país e-
de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Fortaleza. leições municipais; os partidos de esquerda foram os mais beneficiados.
Em 21 de abril de 1993 os eleitores retornaram às urnas para decidir sobre
O governo, assediado pelas crescentes taxas de inflação, substi- o sistema e a forma de governo, como previra a constituição de 1988:
tuiu o ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, pelo empresário Dílson venceu a república presidencialista. O ano de 1993 foi marcado ainda por
Funaro. Em fevereiro de 1986 foi lançado o Programa de Estabilização denúncias de corrupção e banditismo na Comissão de Orçamento do
Econômica, que ficou conhecido como "Plano Cruzado", em alusão à nova Congresso Nacional, envolvendo aproximadamente duas dezenas de
moeda criada, o cruzado. Os preços foram congelados e os salários fixa- parlamentares. O fato levou à criação de uma Comissão Parlamentar de
dos pela média dos últimos seis meses. Foi extinta a correção monetária e Inquérito que teve como presidente o senador Jarbas Passarinho e como
criado o seguro-desemprego. O governo recebeu amplo apoio popular, relator o deputado Roberto Magalhães.
sobretudo na fiscalização dos preços. No entanto, a especulação, a co-
brança de ágio e as remarcações de preços acabaram por desgastar o Ansioso por mostrar resultados no combate à inflação, Itamar a-
plano, reformulado várias vezes. cabou batendo o recorde de nomear quatro ministros da Fazenda (Gusta-
vo Krause, Paulo Haddad, Eliseu Resende e Fernando Henrique Cardoso)
Empossada a Assembleia Nacional Constituinte, Sarney mobili- em sete meses. Fernando Henrique, sociólogo e senador, que antes
zou-se para assegurar o sistema presidencialista e garantir o mandato de ocupava a pasta das Relações Exteriores, começou por mudar a moeda
cinco anos, que os constituintes queriam reduzir para quatro. As manobras de cruzeiro para cruzeiro real, com o corte de três zeros. Em seguida, o
de bastidores, noticiadas pela imprensa, com trocas de favores por votos, ministro e sua equipe elaboraram um plano de combate gradativo à infla-
desgastaram a imagem presidencial, agravada pelo aumento da inflação, ção que previa o emprego de uma unidade monetária provisória (a Unida-
que voltou aos patamares do início do governo. Em 5 de outubro de 1988 de Real de Valor, urv) em antecipação ao lançamento de uma moeda forte,
foi promulgada a nova constituição, que trouxe um notável avanço no o real. No final de abril de 1994, Cardoso deixou o Ministério da Fazenda
campo dos direitos sociais e trabalhistas: qualificou como crimes inafian- para concorrer à presidência da república nas eleições de outubro.
çáveis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a
ordem constitucional; determinou a eleição direta do presidente, governa-
dores e prefeitos dos municípios com mais de 200.000 habitantes em dois Governo Fernando Henrique Cardoso. Lançado o real em 1º de ju-
turnos, no caso de nenhum candidato obter maioria absoluta no primeiro; e lho e com a estabilidade econômica que se seguiu, a popularidade de
ampliou os poderes do Congresso. Fernando Henrique Cardoso, o que lhe permitiu derrotar Luís Inácio Lula
No final de 1989, o governo Sarney atingiu um desgaste impres- da Silva logo no primeiro turno da eleição, com 54,30% dos votos válidos
sionante. A inflação chegou a cinquenta por cento ao mês e foi trazida de contra 27,97%. No Congresso, a coalizão de Cardoso assegurou 36% das
volta a correção monetária. Nesse clima de insatisfação e de temor de um cadeiras da Câmara e 41% das do Senado. Enquanto isso, o governo
processo hiperinflacionário, foi realizada a primeira eleição presidencial tomava uma série de medidas para proteger a nova moeda, como a restri-
direta em 29 anos. Apresentaram-se 21 candidatos, entre eles Aureliano ção ao crédito (para coibir excesso de consumo) e liberalização das impor-
Chaves, Leonel Brizola, Paulo Maluf e Ulisses Guimarães. Mas o segundo tações (para evitar desabastecimento e estimular a concorrência).
turno foi decidido entre os pólos extremos: Luís Inácio Lula da Silva, do Empossado em 1º de janeiro de 1995, Fernando Henrique Cardo-
PT, e o jovem ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo, do so mobilizou sua base de apoio para aprovar várias reformas constitucio-
Partido de Reconstrução Nacional (PRN). Collor elegeu-se com uma nais. A estabilidade monetária ajudou o governo a quebrar o monopólio da
diferença superior a quatro milhões de votos. Petrobrás na exploração de petróleo e privatizar diversas estatais, incluin-
Governo Collor. Tão logo assumiu o governo, em 15 de março de do a Vale do Rio Doce e o sistema Telebrás. Também foi aprovado o fim
1990, Collor baixou o mais drástico pacote econômico da história do país, da estabilidade dos servidores públicos e alteraram-se as regras para
que bloqueou cerca de dois terços do dinheiro circulante. A inflação, após concessão de aposentadorias.
súbita queda, voltou a subir. A ministra da Economia, Zélia Cardoso de Em 1997, o governo fez aprovar a emenda constitucional que au-
Melo, foi substituída por Marcílio Marques Moreira. Para os Ministérios da torizava a reeleição do presidente da república, governadores e prefeitos.
Justiça e da Saúde, foram convidados, respectivamente, Célio Borja e Adib O último ano do governo Fernando Henrique foi o mais difícil, devido ao
Jatene. Com esses nomes, de excelente reputação moral e competência aumento do desemprego e a uma forte perda de divisas, em decorrência
profissional, Collor tentou reaver credibilidade para seu governo. Nesse da crise financeira mundial. Isso obrigou o governo a anunciar um acordo
momento começaram as denúncias de corrupção em vários ministérios, com o fmi que levaria a um duro conjunto de medidas econômicas. Contu-
que culminaram com as acusações, feitas pelo próprio irmão do presiden- do, o presidente conseguiu se reeleger no primeiro turno do pleito presi-
te, Pedro Collor de Melo, de um gigantesco esquema de corrupção, capi- dencial, em 15 de outubro de 1998, derrotando novamente Luís Inácio Lula
taneado por Paulo César Cavalcanti Farias, tesoureiro da campanha da Silva com 53,06% dos votos válidos contra 31,71% do candidato do pt.
presidencial de Collor. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
O processo avolumou-se rapidamente, e logo multidões saíram
em passeatas pelas ruas para exigir o impeachment. Em 29 de setembro,

História do Brasil 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Quadro atual um quadro histórico. Analise a questão e assinale:
se as proposições I e II forem verdadeiras e a proposição II for causa da
O Presidente Itamar Franco, sucessor de Fernando Collor, contou com proposição I.
vasto apoio parlamentar e popular. Seus objetivos principais eram combater se a proposição I for verdadeira, mas a proposição II for falsa.
a inflação, retomar o crescimento econômico e diminuir a pobreza do povo se a proposição I for falsa, mas a proposição II for verdadeira.
brasileiro. O sucesso das medidas econômicas permitiu a eleição do criador se as proposições I e II forem verdadeiras, mas não existir relação de causali-
do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso, que conquistou a Presidência dade entre elas.
da República, e foi presidente por dois mandatos, de 1995 a 1998 e de I — Com a Segunda Guerra Mundial, os países americanos, menos o
1999 a 2002. Brasil, tiveram que assinar um compromisso de auxílio mútuo de defe-
Em 27 de outubro de 2002, Luiz Inácio Lula da Silva é eleito Presidente sa continental.
da República Federativa do Brasil com quase 53 milhões de votos, e, em II — Em 1942, quando submarinos alemães atacaram nossos navios, o
29 de outubro de 2006 é reeleito com mais de 58 milhões de votos (60,83% Brasil passou'a participar efetivamente da guerra, junto às nações alia-
dos votos válidos). das.

No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita presidente do (F.M.STA. CASA-SP) Durante a Segunda Guerra Mundial, ao lado do café,
Brasil, cargo a ser ocupado pela primeira vez na história do país por uma um outro produto brasileiro foi importante como reforço no equilíbrio
mulher. Dilma Roussef obteve 55.752.529 votos, que contabilizaram da balança comercial, prejudicada pela queda das exportações du-
56,05% do total de votos válidos. Em seu pronunciamento oficial após rante o conflito. Qual era esse produto e para onde era exportado?
vencer as eleições disse: “Vou fazer um governo comprometido com a os têxteis, EUA, África do Sul e América Latina.
erradicação da miséria e dar oportunidades para todos os brasileiros e os motores; EUA.
brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à nação, aos empresá- a carne congelada; Inglaterra, França e Argentina.
rios, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do país para que me aju- a borracha; Alemanha.
dem.” o quartzo e metais raros; EUA e Alemanha.
PROVA SIMULADA HISTÓRIA – Brasil República (UC-MG) A implantação do Estado Novo por Vargas, em 1937, provoca a:
adoção de um excessivo federalismo.
(FATEC-SP) O período da história republicana no Brasil, que vai da queda do ascensão ao poder da Ação Integralista.
Estado Novo de 1945, ao movimento militar de 1964, que depôs João defesa do liberalismo econômico.
Goulart, é comumente conhecido como o período do populismo. Este dissolução de todos os partidos políticos
fenômeno político pode ser caracterizado: organização da justiça eleitoral.
como um estilo de governo sempre sensível às pressões populares, mas com
uma política de massa cujas aspirações procura conduzir e manipular. (CESCEM-SP) "Juscelino Kubitschek ganhou as eleições de 3 de outubro.
como expressão política do deslocamento do pólo dinâmico da economia do Mas ele recebeu pouco mais de um terço do total dos votos. A por-
setor urbano para o agrário, através do desenvolvimento da agricultura centagem de votos recebida por Juscelino, 36%, foi muito mais baixa
de exportação. que a recebida por Vargas nas eleições de 1950. Isto é, 49%, ou por
pela mudança da posição do povo, que sai da condição de espectador, Dutra em 1945, 55%. Mesmo o número absoluto de votos recebidos
chegando ao centro de decisões do Estado, que passa, assim, a ser por Kubitschek (3 077 411) foi inferior ao número de votos recebidos
popular. por Vargas, em 1950 (3 849 040) ou mesmo por Dutra, em 1945 (3
por uma política intervencionista e preocupada em manter as oligarquias 251 507), apesar do eleitorado ter crescido entre 1945 e 1955." O
conservadoras no poder. texto acima permite perceber que Juscelino Kubitschek:
como resultado da insatisfação da massa camponesa, maioria da população ganhou as eleições de 1955 por larga margem de votos
brasileira na época, e da tentativa de melhorar o seu padrão de vida. ganhou as eleições de 1955 por pequena margem de votos
obteve maior número de votos, em 1955, do que Vargas em 1950
(UF-MG) Em virtude da atual recessão da economia brasileira, tem-se utiliza- obteve maior número de votos, em 1955, do que Dutra em 1945
do como mecanismo para evitar o agravamento das tensões sociais, obteve, em 1955, a mesma porcentagem de votos que Vargas em 1950.
decorrentes do alto índice de desemprego:
a liberação maciça, por parte do governo, do seguro-desemprego para os (UnB-DF) A Associação Latino-americana de Livre Comércio funciona:
trabalhadores demitidos. com finalidades sociais
o acordo entre patrões e empregados, no sentido da redução da jornada de para promover a solidariedade entre os Estados americanos
trabalho e dos salários. como um mercado comum
O reinvestimento de parte dos lucros das empresas estrangeiras em novas como defensora da soberania dos Estados-membros
frentes de trabalho.
a participação sistemática da Confederação Geral dos Trabalhadores na (UnB -DF) Dentre as grandes iniciativas no inicio do governo Geisel, encon-
tomada de decisões econômicas. tramos:
a reorientação das diretrizes do modelo econômico brasileiro, tendo em vista a ampliação do mar territorial brasileiro
o crescimento do PIB. a criação da Proterra e do Funrural
a elaboração do I PND
(UC-MG) Na questão seguinte são feitas três afirmativas, cada uma das quais o acordo nuclear firmado com a Alemanha Ocidental
pode estar certa ou errada. Leia-as com atenção e assinale a alternati-
va correta, de acordo com a tabela abaixo: (F.C. CHAGAS-BA) A Constituição de 1937, elaborada por Francisco
se apenas a afirmativa I é correta. Campos, seguiu a orientação de princípios políticos então dominan-
se apenas as afirmativas I e II são corretas. tes na Europa; dessa forma,
se apenas as afirmativas I e III são corretas. criou uma legislação liberal para o pleno exercício das atividades partidá-
se apenas as afirmativas II e III são corretas. rias.
I — Com a criação da Petrobrás, o governo Vargas instituiu o monopólio restringiu acentuadamente a possibilidade do Executivo influir na economia.
estatal do petróleo. ampliou consideravelmente o poder exercido pelo Legislativo.
II — O governo Kubitschek orienta a industrialização brasileira para a fabri- criou normas que favoreceram o exercício do sistema parlamentar de
cação de bens de consumo. governo.
III — O plano SALTE, estabelecido no governo Dutra só é inteiramente estabeleceu um regime que restringiu grandemente o federalismo republi-
aplicado pelo presidente Vargas. cano.
(UnB-DF) A questão seguinte apresenta duas proposições, I e II, referentes a (UNESP) "O II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), entre outros

História do Brasil 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


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objetivos, enfatiza: a substituição de importações, aumento das ex- da Companhia Siderúrgica Nacional.
portações, expansão do mercado interno, além de medidas sociais III — Em 1937, apesar do golpe de Estado, Vargas mantém aberto o
no campo da Educação, Saúde e Habitação." Ele foi elaborado no Congresso e privilegia os partidos políticos que passam a deter
governo de: grande força no governo.
Humberto de Alencar Castelo Branco IV — As realizações no Estado Novo no setor petrolífero foram muito
Artur da Costa e Silva importantes, destacando-se a criação da Petrobrás que instituiu o
Emílio Garrastazu Mediei monopólio estatal na exploração do petróleo no Brasil.
Ernesto Geisel V — O governo passou a ficar, durante o Estado Novo, com poder de
João Baptista de Figueiredo. controlar a propaganda nacional e a censura através do Departamen-
to de Imprensa e Propaganda — DIP — conhecido como a máquina
(FGV-SP) A partir de meados da década de 20, acentua-se a importância de propaganda do governo.
do papel do governo central na condução da economia e da política Assinale:
do país. É expressão significativa desse processo: se apenas as afirmativas II e V estiverem correias.
a reforma financeira realizada por Rui Barbosa. se apenas as afirmativas II, IV e V estiverem corretas.
a reforma constitucional realizada no governo de Artur Bernardes. se apenas as afirmativas IV e V estiverem corretas.
a reforma sindical realizada no governo de Venceslau Brás. se apenas as afirmativas I, II, III e IV estiverem corretas.
a vitória do governo central sobre a Revolução Federalista no Rio Grande se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.
do Sul.
o fortalecimento das oligarquias estaduais e, consequentemente, do gover- (PUC-RJ) O período compreendido entre 1937 e 1945 — o Estado Novo —
no central por elas apoiado na Revolução de 1930. pode ser representado pelas seguintes características:
I — uma política centralizadora que gradualmente assumia um sentido
(UF-MG) Sobre o papel político desempenhado pela classe operária brasi- mais explicitamente nacionalista e industrializante;
leira no movimento revolucionário de 1930, pode-se afirmar que: II — uma alternância no poder das principais oligarquias — paulista e
a instalação de um significativo parque industrial, destinado à produção de mineira —, sustentáculos políticos de todo o período populista;
bens de capital, atuou como pólo dinamizador da ação da classe o- III — a racionalização da máquina administrativa, através da criação do
perária conferindo-lhe papel político decisivo no movimento revolu- Departamento de Administração Serviço Público — o DASP — ins-
cionário de 1930. trumento, na prática, de fortalecimento do Poder Federal;
a intervenção efetiva da classe operária nas rebeliões militares dos anos 20 IV — o saneamento da economia, restabelecendo auxílio às exportações
e no movimento da Aliança Liberal acelerou o processo de mudança de caie, mediante uma política financeira que proibia aos bancos
do modelo político-econômico brasileiro, iniciado nos anos 30. conceder credite e qualquer outra atividade produtiva.
a crise do capitalismo, no final dos anos 20, acelerou o afluxo para o Brasil Assinale:
de trabalhadores europeus que, portadores de maior experiência in- se somente a afirmativa I está correia.
dustrial e política, aluaram no sentido de fortalecer o movimento sin- se somente as afirmativas I e III estão corretas.
dical brasileiro. se somente as afirmativas II e III estão corretas.
a presença difusa da classe operária brasileira nos acontecimentos ligados se somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
à Revolução de 1930 está diretamente relacionada à especificidade somente a afirmativa IV está corretas.
de sua formação histórica, bem como à estrutura político-econômica
do país. 17. (UF-MG) Em relação ao "milagre brasileiro conhecido como uma fase
a inexistência de meios institucionais e de soluções legislativas para a de recuperação da recuperação da economia brasileira (1968-1974)
consideração dos problemas operários resultou no radicalismo do —, quais das afirmações seguir são CERTAS?
movimento operário brasileiro às vésperas da Revolução de 1930. I — Houve, neste período, uma expansão considerável da dívida externa
em consequência de uma política econômica que favoreceu o capital
(FATEC-SP) No dia 9 de abril de 1964 foi edita-lo no Brasil, sob a respon- estrangeiro.
sabilidade do Comando Supremo da Revolução, o Ato Institucional II — Os salários apresentaram um crescimento substancial em relação
n° 1, que tinha vigência prevista até 31 de janeiro de 1966 e dava i- aos períodos anteriores.
nício à estruturação da nova ordem político-administrativa que se im- III — Houve, ao longo do período, o controle absoluto da inflação com a
plantava no país. O Ato Institucional 1° estabelecia, entre outras me- presença de índices inflacionários extremamente baixos.
didas: IV — A indústria automobilística alcançou taxas de crescimento excepcio-
eleições diretas para a escolha de presidente da República a partir de nais favorecendo em grande parte os Índices de expansão da eco-
1982, suspensão das garantias constitucionais e extinção dos parti- nomia nacional.
dos políticos. V — As pequenas e médias indústrias de bens de consumo não-duráveis
a Lei Orgânica dos partidos com base na qual surgiram a ARENA e o MDB, (alimentos, têxteis...) apresentaram um índice de crescimento alta-
o pacote de abril e a mudança no sistema de aposentadoria. mente satisfatório.
recesso do Congresso Nacional, intervenção nos Estados e Municípios e apenas I e IV
eleições diretas só para mandatos parlamentares. apenas III e V
autorização do Executivo para decretar estado de sítio, suspensão de apenas IV e II
direitos políticos e cassação de mandatos eletivos. apenas II e V
reforma do poder judiciário, reforma eleitoral e reforma universitária proibin- apenas I e III
do aos estudantes a participação na vida política.
(FC-BA) A chamada questão social, durante o Estado Novo (1937-45),
(UF-ES) Toma-se impossível estabelecer normas sérias e sistematização caracterizou-se, entre outros aspectos, pela:
eficiente à educação, à defesa e aos próprios empreendimentos de permissão para a livre contratação entre os operários e os empresários.
ordem material, se o espírito que rege a política geral não estiver elaboração de uma legislação de greve considerada permissiva.
conformado em princípios que se ajustem às realidades nacionais. intervenção estatal em todos os setores trabalhistas.
O trecho citado é parte da Proclamação ao Povo Brasileiro lida, em eliminação da figura do dirigente sindical chama do pelego.
10 de novembro de 1937, por Getúlio Vargas, que tentava justificar a liberdade irrestrita nas relações entre o capital e o trabalho.
implantação do chamado Estado Novo. Seguem-se as afirmativas
que caracterizam a fase do Estado Novo: 19. (CESGRANRIO) No processo de industrialização do Brasil, o período
I — O poder passou a ser descentralizado, aumentando a autonomia dos de 1930 é caracterizado:
estados com a nomeação de interventores estaduais. I— Pelas inúmeras falências industriais, como decorrência direta da
II — A política de intervencionismo estatal teve papel destacado no Esta- crise do capitalismo de 1929, não obstante as medidas governamen-
do Novo, principalmente no setor da indústria de base com a criação tais que objetivam a transferência de capitais do setor agrícola para o

História do Brasil 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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industrial.
II — Pelo aproveitamento mais intenso da capacidade produtiva existente, 24. (FCC-BA) O Ato Institucional nº 5, em 1968, no governo do Presiden-
o que permitiu substituir uma série de bens de consumo, até então te Artur da Costa e Silva, mereceu numerosas críticas, pois:
importados, e a ampliação das indústrias de alimentos, de constru- permitiu que apenas o presidente da República tivesse iniciativa de leis que
ção e de equipamentos agrícolas. afetassem o orçamento nacional.
III — Pela expansão das indústrias de bens de capital e de bens interme- restringiu as liberdades individuais dos cidadãos, inclusive cerceando o
diários e pela ampliação do papel do Estado através das tentativas direito de habeas-corpus.
de planejamento econômico com o Plano Salte e o Plano Trienal. colocou em recesso o Congresso Nacional, suprimindo, definitivamente um
IV — Pelo início da ação do Estado, durante o período da Segunda Gran- dos Poderes do Estado.
de Guerra caracterizada pelo investimento no setor siderúrgico atra- alterou a estrutura do Judiciário suprimindo a capacidade do Supremo
vés da Usina de Volta Redonda. Tribunal apreciar o conflito entre as leis.
V — Pela ampliação de participação do governo nos investimentos e pela implantou uma reforma agrária que, em suas linhas gerais seguia orienta-
entrada de capital estrangeiro para o financiamento de setores con- ção idêntica à de João Goulart.
siderados estratégicos para o desenvolvimento, como as indústrias
automobilísticas e naval. Assinale: 25. (SANTA CASA-SP) O Rio Grande do Sul foi contrário ao Golpe de
se apenas as afirmativas I e III estão certas. Estado de 10 de novembro de 1937, que implantou o chamado Esta-
se apenas as afirmativas II e V estão certas. do Novo, inspirado em modelos fascistas, mas a situação foi neutrali-
se apenas as afirmativas I e V estão certas. zada pôr Getúlio Vargas
se apenas as afirmativas III e IV estão certas. pôr intermédio da federalização da Brigada Militar do Estado, o que impe-
se apenas as afirmativas II e IV estão certas. diu a reação armada das forças de oposição.
através de uma composição política com Flores da Cunha, Presidente do
20. (UC-MG) O governo Jânio Quadros é marcado pela: Estado, que passou a influir ' na organização do Ministério de Var-
adoção de uma política externa independente. gas.
ausência de oposição partidária. graças ao fato de obter a adesão e de ter entregue a João Neves da Fon-
consolidação das reformas de base. toura, seu aliado regional, o poder do Estado.
elaboração do Plano de Metas. com o fechamento da Assembleia Legislativa do Estado pôr tempo ilimitado
nacionalização das indústrias. e o exílio de seus membros.
ao enviar Oswaldo Aranha a Porto Alegre, como porta-voz da Aliança
(PUC-RJ)... empenhar-me-ei a fundo em fazer um governo nacionalista. O Liberal, com poderes revolucionários.
Brasil ainda não conquistou a sua independência econômica e, nes-
se sentido, farei tudo para consegui-lo. 26. (UF-GO) Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de
... o povo subirá comigo as escadas do Catete... (Getúlio Vargas — domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros, fiz-me
campanha eleitoral de 1950) A partir dos trechos de dois diferentes chefe de uma revolução e venci. Tive de renunciar. Voltei ao governo
discursos de Getúlio Vargas, podemos afirmar que: nos braços do povo ...) Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei con-
I — O nacionalismo proposto pôr Vargas consistia em preservar, para o tra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as in-
capital estatal e os capitais privados nacionais, os setores estratégi- fâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos minha vida. Ago-
cos da economia brasileira. ra ofereço a minha morte.
II — A força política de Vargas residia, principalmente, nas massas traba- O texto acima é parte de um famoso documento histórico brasileiro.
lhadoras dos centros urbanos, organizadas nos sindicatos controla- Seu autor, um ex-presidente da Republica, é:
dos pelo Estado. Eurico Gaspar Dutra.
III — A independência econômica preconizada pôr Vargas residia na Humberto de Alencar Castelo Branco.
adoção de uma política econômica liberal, capaz de estimular o de- Juscelino Kubitschek de Oliveira.
senvolvimento das potencialidades agrícolas brasileiras. Getúlio Dornelles Vargas.
IV — A força política de Vargas estava assentada, principalmente, no Francisco de Paula Rodrigues Alves.
poder dos grandes proprietários de terras, base do seu prometo na-
cionalista. 27. (SANTA CASA-SP) Não aceitei a indicação do meu nome pelo
V — O nacionalismo de Vargas consistia na promoção de uma política Estado de Minas Gerais como candidato de combate, que não dese-
voltada para o atendimento das reivindicações operárias, sintetizadas jo, que nenhum brasileiro pode desejar, sobretudo nesta hora, quan-
na oposição ao imperialismo dos países capitalistas mais avançados. do tudo recomenda uma política de completo apaziguamento da qual
Assinale: dependerá, última análise, o próprio êxito da propaganda governa-
se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas. mental de V. Excia.
se somente as alternativas III e V estiverem corretas. O texto acima, extraído da carta de Getúlio Vargas, permite depreen-
se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. der que a candidatura de Vargas, proposta pela Aliança Liberal,
se somente as afirmativas III e II estiverem corretas. visava apaziguar os ânimos exaltados de São Paulo.
se somente as afirmativas IV e V estiverem corretas. apresentou-se à revelia do Presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos.
surgiu como uma arma moderada de pressão sobre Washington Luís.
22. (UC-MG) É característica da Constituição de 1934: traduziu uma capitulação das forças aliancistas ante os interesses conser-
a instalação do parlamentarismo. vadores.
o predomínio do unitarismo. pretendia impedir que Júlio Prestes e seus aliados assumissem o poder.
a representação classista.
o estabelecimento das eleições indiretas. 28. (PUC-RJ) O Estatuto do Trabalhador Rural, criado em 1963, é consi-
a união entre a Igreja e o Estado. derado uma extensão dos direitos trabalhistas ao homem do campo.
Podemos considerar como consequência da implantação dessa le-
23. (CESCEM-SP) No dia 22 de agosto de 1942, Getúlio Vargas reuniu o gislação:
ministério para a declaração do estado de guerra com a Alemanha e o aumento do número de trabalhadores permanentes nas áreas rurais
a Itália. Uma das causas imediatas dessa medida foi: brasileiras.
a crise econômica mundial iniciada em 1929. a fixação dos parceiros, arrendatários e posseiros, que se constituíam em
o ataque de submarinos alemães a navios brasileiros em 1942. numerosa mão-de-obra flutuante.
o tratado firmado com a Inglaterra e os Estados Unidos, em janeiro de o fortalecimento das atividades ligadas à lavoura em detrimento daquelas
1942. ligadas à pecuária.
o rompimento, pôr parte da Alemanha, das relações diplomáticas e co- a ampliação do volume de mão-de-obra empregada nas diversas atividades
merciais com o Brasil, em janeiro de 1942. agrárias.

História do Brasil 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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o aumento da mão-de-obra volante, dedicada às atividades agrárias em à união das oposições em torno de um programa de unificação nacional.
caráter intermitente. à dissidência de políticos ligados às esquerdas, que apoiavam a União
Democrática Nacional.
29. (FGV-SP) O chamado milagre econômico brasileiro, da segunda ao seu envolvimento com o movimento operário, através de um amplo
metade dos anos 70, pode ser melhor compreendido quando se programa de reformas sociais.
considera que nesse período, ao apoio que recebeu dos partidos que, paradoxalmente, foram fundados
a redução de interferência do governo na economia permitiu a expansão pôr Getúlio Vargas.
das empresas privadas nacionais e dos investimentos estrangeiros. ao fato de que o seu principal oponente, Eduardo Gomes, não tinha pene-
a redução da proporção dos impostos no produto interno foi o resultado das tração na classe média.
facilidades concedidas pelo governo às empresas que mostravam e-
ficiência em novos investimentos para expansão da produção. 35. (UNESP) O processo histórico brasileiro comporta uma multiformi-
a renda per capita e o produto interno aumentaram consideravelmente, dade de aspirações nacionais, permanentes e momentâneas. A par-
tendo-se deteriorado o valor real dos salários, sobretudo o do salário ticipação da mulher na formação do governo é uma delas. E, a pro-
mínimo. pósito, pode-se afirmar que a capacidade eleitoral no Brasil passou a
a renda per capita diminuiu consideravelmente, o que resultou em concen- ser menos restritiva com a introdução do voto feminino, que se deu:
tração da renda e maior capacidade para novos investimentos pôr no decurso do II reinado
parte das empresas. quando da proclamação da República
a renda per capita aumentou consideravelmente, o que tornou possível o com a Constituição de 1934
aumento do consumo de produtos siderúrgicos nacionais pôr todas com a Constituição de 1824
as camadas da população. com a Constituição de 1889

30. (PUC-SP) A respeito da política de desenvolvimento de Juscelino 36. (SANTA CASA-SP) A Constituição brasileira de 1934 apresenta
Kubitschek, podemos afirmar que: inovações, destacando-se a
I— Levou a um desenvolvimento integrado do território nacional, diminu- inexistência de subvenção oficial a culto ou igreja, nem relação de depen-
indo sensivelmente as disparidades regionais. dência com a União.
II — Contribuiu para uma integração mais profunda da economia brasilei- proibição de o governo federal intervir em negócios peculiares aos Estados,
ra ao sistema capitalista ocidental, na direção de um desenvolvimen- salvo para manter a República.
to industrial acelerado, para cuja realização buscou-se atrair capital e eleição direta do presidente e vice-presidente da Re pública pôr sufrágio
tecnologia estrangeiros. direto da nação e a maioria absoluta de votos.
III — Representou o privilegiamento da indústria alimentícia e de bens de livre manifestação do pensamento pela imprensa ou pela tribuna, sem
consumo populares, dada a preocupação marcante social que carac- dependência de censura.
terizava seu prometo de desenvolvimento. fixação da jornada de oito horas de trabalho, férias remuneradas, assis-
IV — Apesar da modernização a que levou uma parte do País, deixou tência social e sindicalização.
sérios problemas econômicos e sociais de herança para os governos
seguintes, como a maior dependência em relação ao capital estran- 37. (PUC-SP) As propostas de introduzir o sistema parlamentarista no
geiro, índices elevados de inflação e custo de vida, dívida externa Brasil republicano, ocorridas quase sempre em momentos de crise
considerável. Estão correias as alternativas: política, significaram uma
I e IV b) I e III c) II e IV d) II e III e) II. tendência a diminuir os poderes do Executivo.
tentativa de encaminhar as reformas de base de for ma radical.
31 (UF-MG) O governo militar brasileiro pós-64 tinha nos selares avan- disposição de recuperar a força do poder popular.
çados da grande indústria e das finanças a base do novo modelo e- reforma das instituições políticas herdadas do Império.
conômico... (Bernardo Sorj e John Wilkison in Sociedade e política tentativa de restaurar o regime federalista.
no Brasil pós-64) Com relação ao modelo político-econômico pós-
64, não se pode afirmar que: 38. (PUC-SP) A tendência à deterioração do salário mínimo real, sobre-
incrementou a indústria bélica nacional com o objetivo de exportação. tudo após 1964, pode ser encarada como resultado
criou as condições para o fortalecimento do movimento operário, com a do aumento dos preços dos produtos industrializados.
crise do "milagre". da maior exploração da força de trabalho.
intensificou suas relações com o capital internacional, favorecendo a atua- da discrepância entre o poder de venda e de compra do país, no exterior.
ção das multinacionais. das tentativas de pressão pôr parte dos sindicatos.
transformou o setor industrial na nova força dinamizadora da expansão da proposta de introduzir a livre negociação nos acordos salariais.
capitalista.
permitiu a descentralização política em troca da concentração da renda. 39. (PUC-SP) As opções de política econômica, no Brasil, na década de
50, oscilaram entre concepções de nacionalismo e desenvolvimen-
32 (UE-CE) A política econômica do governo Dutra tem como caracte- tismo, o que significa dizer que:
rística: a participação direta do Estado na economia se alterava com propostas de
dirigismo econômico, com forte intervenção do Estado na economia. isolacionismo econômico.
adoção de política protecionista que estimulou a criação da indústria de o favorecido de grupos estrangeiros se alterava com a restrição total à
base no Brasil. remessa de lucros.
liberalismo econômico e facilidades alfandegárias às mercadorias estran- apenas as medidas protetoras da indústria nacional foram uma constante
geiras. no período.
nacionalismo econômico e restrição ao capital estrangeiro. as relações entre empresas e trabalhadores eram diretamente controladas
pelo Congresso.
33. (UE-CE) Graciliano Ramos, em seu livro Memórias do Cárcere, o atendimento das reivindicações operárias dependia das exigências da
recentemente transformado em filme, narra: conjuntura econômica.
as atrocidades da repressão exercida no governo do general Floriano
Peixoto. 40. (FATEC-SP) As reformas de base — reforma agrária, reforma admi-
as prisões e torturas dos oponentes aos governos pós-1964. nistrativa, reforma bancária e reforma fiscal — tinham um nítido cará-
as perseguições de que foram vítimas os adeptos do integralismo. ter ideológico. Tratava-se de um instrumento com o qual o governo
a experiência vivida pelo autor nas prisões do Estado Novo. buscava unir todas as forças populistas mobilizadas e fazer crer à o-
pinião pública a necessidade de mudanças institucionais na ordem
34. (FCC-BA) Eurico Gaspar Dutra, após a queda da ditadura (1945), política, social e econômica, como condição essencial ao desenvol-
consegue eleger-se graças vimento nacional. O texto acima está relacionado:

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com o Programa de Reformas de João Goulart. do surgimento de movimentos reivindicatórios da classe proletária nos
com os propósitos reformistas da Revolução de 1964. grandes centros urbanos.
com os objetivos da Revolução de 1930. da agitação no Brasil Central em face da luta entre latifundiários e possei-
com o Programa de Metas de Juscelino Kubitschek de Oliveira. ros.
com o Plano de Ação Econômica e Social do governo Castelo Branco. do crescente distanciamento das classes políticas dos centros de decisão
no Rio de Janeiro.
41. (FGV-SP) Roberto Campos foi várias vezes ministro no Brasil e da ruptura interna das oligarquias, que deixam deter condições de exercer
destacou-se pôr suas posições: as funções de grupos dirigentes.
populistas
nacionalistas 48. O Constitucionalismo de 1932, uma forma de reação da burguesia
favoráveis ao capital estrangeiro paulista ao governo Vargas pretendia:
liberais retomar o controle político do país pela instauração do processo eleitoral.
contrárias à concentração econômica estabelecer os limites de atuação política dos Estados.
barrar o avanço das reivindicações salariais das classes médias.
42. (CESCEM-SP) O programa compreendia apenas os investimentos bloquear as reformas sociais pretendidas pelos tenentes revolucionários.
públicos e foi o maior passo que deu o Governo Dutra em direção ao organizar, a nível nacional, a oposição sindical ao regime corporativista.
planejamento em .escala nacional. O planejamento a nível regional
estava, entretanto, contemplado no texto da Constituição de 1946: 49. O Governo Castelo Branco (1964-67) caracterizou-se, entre outros
estipulava-se a necessidade de planos para desenvolver os valesios aspectos, por uma:
dos rios São Francisco e Amazonas, bem como de um plano para tentativa de composição com elementos da linha populista representados
combater as secas do Nordeste. por Kubitschek, Quadros e Goulart.
O programa a que se refere o texto acima é conhecido como: rígida política de contenção à inflação e repressão à subvenção.
Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento identificação com os ideais da Frente Ampla organizada pelo governador
Programas de Metas : Carlos Lacerda.
Plano Salte procura de conciliar um governo democrático com os dispositivos ditatoriais
Programa de Ação Econômica do Governo do Ato Institucional n° 5.
Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social promoção do desenvolvimento científico e tecnológico por intermédio do
plano de Metas e Bases para a Ação do Governo.
43. (UF-CE) As principais metas da atual política econômica do Brasil,
para o período de 1975-1979, estão contidas: 50. (MACK) Não pertencem às características do período ocorrido no
no II Plano Nacional de Desenvolvimento Brasil entre 1964 e 1978:
no I Plano Nacional de Desenvolvimento : eleições indiretas para presidente da República e para os governadores
na Constituição Federal dos Estados.
no Plano Nacional de Política Econômica reforma constitucional e adoção da prisão perpétua e da pena de morte.
pluripartidarismo e consolidação do poder político de grupos regionais.
44. (CELSO LISBOA-RJ) O voto secreto, eleições dietas, salário míni- bipartidarismo e suspensão das imunidades parlamentares.
mo, direito de voto às mulheres e deputados classistas foram as aumento do poder tecnocrático e implantação da Lei de Segurança Nacio-
principais características da Constituição de: nal.
a) 1824 b) 1891 c) 1934 d) 1937 e) 1945
51. (FGV) É correto afirmar, com relação aos sindicatos brasileiros, que:
45. (UF-MG) O modelo político implantado no Brasil a partir de 1964 é o Ministério do Trabalho tem o direito de intervir nas entidades, suspenden-
definido pela(o): do ou destituindo direções sindicais eleitas.
expansão da tecnoburocracia, a qual exerce o poder e tem sob seu controle sua ideologia baseia-se no anarquismo, que era predominante no movi-
todos os setores da vida econômica nacional. mento operário brasileiro no final dos anos quarenta, quando foram
aliança entre setores modernos do empresariado e classes médias, os implantados.
quais no exercício do poder estimulam um processo de privatização desde a sua organização observou-se uma plena independência com
crescente da economia. relação ao possível controle por parte do Estado.
fortalecimento do poder executivo, baseado na grande unidade de produ- existe uma grande autonomia financeira dos sindicatos frente ao Ministério
ção pública e privada, visando ao crescimento do produto interno do Trabalho.
bruto nacional. eles foram organizados principalmente pêlos trabalhadores rurais, sendo a
predominância das Forças Armadas como grupo dirigente, que implemen- sindicalização dos trabalha dores urbanos um fenômeno mais re-
tam uma política deliberada de estatização da economia. cente.
hegemonia dos partidos políticos representantes dos interesses agroexpor- 52. (UBERL) O novo modelo político-econômico criado pela Revolução
tadores e industriais, que promovem um projeto de desenvolvimento de 1964 foi responsável:
eminentemente nacionalista. pelo controle dos setores de base da nossa economia pelas multinacionais.
pelo crescimento das pequenas e médias empresas.
46. (FATEC-SP) Assinale a alternativa incorreta. Quanto aos planeja- por um crescimento da participação do Estado na economia.
mentos, após a Revolução de 1964, podemos afirmar que: pelo pequeno desenvolvimento do setor energético de nosso país.
o primeiro plano econômico foi o PAEG — Plano de Ação Econômica pela privatização de um grande número de empresas estatais.
Governamental —, elaborado pelo ministro Roberto Campos.
o Governo Revolucionário apresentava e executava um modelo econômico 53. (UFRGS) Os governos brasileiros de Humberto Castelo Branco e
baseado na redistribuição da renda nacional e maior controle do ca- Ernesto Geisel, no plano econômico, caracterizavam-se por:
pital estrangeiro. uma reformulação do planejamento econômico a fim de permitir maior
preocupava-se o Governo Revolucionário com a racionalidade administrati- expansão da indústria e do comércio nacional e estrangeiro.
va. um rígido controle da entrada de capitais estrangeiros no país através da
os planos econômicos eram elaborados pelo recém-criado Ministério do limitação às multinacionais.
Planejamento. uma melhor distribuição da renda interna, evitando, assim, as tensões
os planos econômicos baseavam-se no binômio "segurança e desenvolvi- sociais.
mento". uma crescente diminuição do endividamento externo, graças ao aumento
das exportações sobre as importações.
47. A Revolução de 1930, no Brasil, resultou, em grande parte: um controle maior das importações, fazendo com que o saldo da balança
da crescente insatisfação dos militares com a política de Washington Luís. comercial fosse quase sem prepositivo.

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índices de produtividade industrial, em atendimento a uma das prin-
54. (RF-RS) A implementação do Programa de Metas do governo Jus- cipais reivindicações dos trabalhadores urbanos.
celino Kubitschek foi de importância para a economia brasileira, pois: Assinale:
diversificou as exportações e abaixou os índices de inflação. se somente a afirmativa I está correta
provocou o crescimento do setor industrial e o ingresso maciço de capital se somente a afirmativa IV está correta
estrangeiro. se somente as afirmativas I e II estão corretas
evitou o deslocamento da força de trabalho do setor agrário para o industri- se somente as afirmativas II e III estão corretas
al. se somente as afirmativas II, III e IV estão corretas
nacionalizou o processo industrial do país, evitando a intervenção das
multinacionais. 59. (FUVEST) Entre as iniciativas de Getúlio Vargas em 1930, destaca-
impediu que a estrutura social das cidades se modificasse pôr influência da se a criação do:
industrialização. Programa de Integração Social.
Departamento Nacional de Telecomunicações.
55. (CESGRANRIO) A vitória dos aliados na II Guerra Mundial favoreceu Mimistério do Trabalho, Indústria e Comércio.
o agrupamento das forças de oposição ao Estado Novo em torno das Instituto Nacional de Previdência Social.
tradições do liberalismo ocidental. O regime constitucional inaugura- Partido Trabalhista Brasileiro.
do em 1946 firmava, como desdobramento desse processo:
a participação de todos os brasileiros maiores de 18 anos no processo 60. (UFRGS) A Ação Integralista Brasileira, organizada na década de 30
eleitoral, em conformidade com as Constituições liberais europeias por Plínio Salgado, caracterizava-se por ser um movimento político
desde a Revolução Francesa. que preconizava a:
a manutenção da organização corporativa dos sindicatos como indicador da unificação com diferentes frentes, inclusive a Aliança Nacional Libertadora,
responsabilidade estatal em sociedades onde as instituições libe- para combater o fascismo.
rais eram frágeis. execução do Plano Cohén, a fim de evitar que o Brasil se inclinasse para o
a recomendação de um sistema de tributação que fixasse obrigações iguais totalitarismo de direita.
para todos os brasileiros, a exemplo dos países liberais europeus insurreição armada para garantia dos princípios revolucionários advogados
que estabeleceram os mesmos direitos para todos os cidadãos. pelo Comintem.
a federalização da Justiça e a consequente redução do poder local, de realização de um amplo plebiscito para verificar se o povo apoiava o
acordo com os princípios constitucionais vigentes na sociedade nor- Estado Novo.
te-americana. instauração de um governo ditatorial ultranacionalista baseado na hegemo-
o enfraquecimento do Executivo federal, como ocorrência da alteração do nia unipartidária.
sistema federalista e presidencialista da República brasileira.
61. (UCBA) O Ato Institucional n° 5, legislação excepcional editada
56. (MACK) O populismo, fenômeno político latino-americano no período durante o governo Costa e Silva, em 1968, resultou entre outros fato-
pós-guerra, inicia-se no Brasil com a queda do "Estado Novo" e es- res:
tende-se até a deposição de João Goulart. Pode ser definido como: da crise econômico-financeira, com acelerado processo inflacionário, no
a manipulação pelo Estado das camadas urbanas e suas reivindicações. após 1964.
a expressão política autônoma da classe operária. da necessidade de reformulação da estrutura administrativa altamente
a ditadura do proletariado que alija do poder a burguesia e a oligarquia burocratizada do país.
agrária. do comportamento do Congresso Nacional, que recusou permissão para
a queda do regime democrático e a instalação de um governo totalitário e processar um de seus membros.
antiindustrial. da possibilidade de surgimento de uma crise externa, em face da anulação
um movimento antinacionalista e de defesa do capital estrangeiro. do Acordo Militar Brasil-Estados Unidos.
de pressões internas, com vistas a modificar o processo eleitoral, estabele-
57. (MACK) São realizações do Governo de Getúlio Vargas (1951-1954): cendo eleições indiretas.
a criação da SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do
Nordeste) e do GEIA (Grupo de Estudos da Indústria Automobilísti- 62. (FGV) Dentre os partidos abaixo, apenas um não foi constituído
ca). recentemente. Trata-se do:
a instituição do monopólio estatal sobre a exploração e refino do petróleo a) PDT b) PP c) PDC d) PT e) PDS
no Brasil e a fundação do BNDE (Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico). 63. (FGV) O "New Deal" norte-americano foi:
abertura para ingresso do capital estrangeiro (em préstimos ou investimen- a nova política externa norte-americana com relacão à América Latina que
tos diretos) e a criação do CMN (Conselho Monetário Nacional). foi inaugurada pelo estreitamento das relações entre os presidentes
a reorganização dos sindicatos e a criação do BNH (Banco Nacional de Roosevelt (EUA) e Cárdenas (México), e pela criação da União
Habitação). Pan-americana.
a criação da OPA (Operação Pan-Americana) e o rompimento de rela- a política econômica adotada pelo Presidente Roosevelt para aumentar o
ções diplomáticas com a URSS. nível de produção e emprego nos EUA.
o acordo celebrado entre os EUA e o Reino Unido para a cessão de
58. (CESGRANRIO) Inspirando-se na "Carta dei Lavoro" do regime equipamento bélico norte-americano à Inglaterra antes da entrada
fascista italiano, o Estado Novo intensificou a regulamentação das re- dos EUA na 2ª Guerra Mundial.
lações mantidas entre as classes patronais e os trabalhadores, no o auxílio econômico prestado pelos EUA às nações europeias após a 2ª
processo de industrialização vivido pelo Brasil no período posterior a Guerra Mundial.
1930. O espírito dessa intervenção estatal se expressa: o conjunto de medidas legais que visava acabar com a segregação racial
I — na busca da harmonia social, caracterizada pelo fortalecimento do em empregos e moradias nos EUA.
Estado que passa a tutelar as divergências e conflitos baseados em
interesses particularistas; 64. (CESGRANRIO) "Ação, e ação agora, nesta hora difícil da vida
II — na tentativa de disciplinar a atuação dos diferentes agentes sociais nacional... A única coisa da qual devemos ter medo é do próprio me-
através da transformação de seus sindicatos em órgãos de colabora- do... Não perdemos a confiança no futuro da democracia. O povo dos
ção de classe; EUA não esmoreceu. Em sua angústia ele confiou-nos um mandato
III — na valorização do elemento nacional que se expressava tanto na que deseja direto e vigoroso em sua ação. Pediram-me disciplina e
expulsão dos judeus quanto na dos demais residentes de origem es- direção, além de liderança. Fizeram-me o instrumento atual de seus
trangeira; desejos. E é no próprio espírito desse dom que eu o assumo". O tex-
IV — no estabelecimento de um salário mínimo calculado com base nos to acima, parte do discurso de Franklin D. Roosevelt como presidente

História do Brasil 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dos EUA, em 4 de março de 1933, situado sobre o pano de fundo da
Grande Depressão da década de 30, permite-nos afirmar que: 68. (UFRGS) O Governo Provisório de Getúlio Vargas (1930-34) sofreu,
1 — Os EUA viviam numa crise econômica e social sem precedentes, desde o seu início, a oposição de São Paulo, entre outros motivos,
desde o "estouro" da Bolsa de Nova York, em outubro de 1929; porque o referido Estado desejava:
2 — A maioria dos cidadãos norte-americanos perdera a confiança na o afastamento do interventor Pedro de Toledo, em face do seu comporta-
democracia e inclinava-se para as tendências totalitárias e repressi- mento com o tenentismo.
vas; a introdução de representações classistas dos sindicatos profissionais, o
3 — A posse de Roosevelt confirmava a fé dos norte-americanos em suas que contrariava a política getulista.
promessas de candidato, resumidas na ideologia do "New Deal"; a extensão do direito de voto às mulheres, soldados e analfabetos, a fim
4 — As propostas de Roosevelt, além de demagógicas, indicavam o de democratizar o sistema eleitoral.
caminho da recessão econômica, provocando fortes resistências en- a indicação de um interventor civil, assim como a imediata constitucionali-
tre os democratas. zação do país.
Assinale: a implantação de um governo forte, centralizado, que dominasse a vida
se apenas a afirmação 1 estiver certa; econômica, para garantia dos preços do café.
se apenas a afirmação 3 estiver certa;
se apenas a afirmação 4 estiver certa; 69. (UC-BA) O golpe de Estado de Getúlio Vargas, que instituiu o Esta-
se apenas as afirmações 1 e 3 estiverem certas; do Novo (1937-45), usou, como pretexto para a sua realização,
se apenas as afirmações 2 e 4 estiverem certas. o perigo que representava para a nação a penetração da direita nas Forças
Armadas.
65. (MACK) A ascensão de Hitler ao governo alemão foi marcada por o desejo de conter a ideologia da direita apresenta da pela Ação Integralis-
uma implacável perseguição a socialistas e judeus; tal fato era justifi- ta Brasileira.
cado pela ideologia nazista porque: a inquietação social que existia no Nordeste em virtude da alta do custo de
para os nazistas o judaísmo e o marxismo se identificavam e haviam cola- vida.
borado para o declínio da Ale manha desde ala Guerra. a possibilidade de uma revolução comunista, conforme constava de um
Hitler não era apoiado em suas pretensões expansionistas pelos socialistas documento em poder do governo — o Plano Cohén.
e judeus; a necessidade de conter a agitação política pela Aliança Liberal nos gran-
os nazistas temiam a influência política dos judeus na Alemanha; des centros urbanos.
os socialistas e judeus, com auxílio da alta burguesia alemã, ameaçavam
tomar o poder; RESPOSTAS
tanto os judeus quanto os socialistas eram a favor de um governo totalitá- 1. a; 36. e;
rio, contrário à formação liberal dos nazistas alemães. 2. b; 37. a;
3. b; 38. c;
66. (UFMG) Em relação ao surgimento e à implantação do fascismo na 4. c; 39. a;
Itália e na Alemanha, no período inter-guerras, é CERTO afirmar 5. a; 40. a;
que: 6. b; 41. c;
o modelo econômico fascista procurou sanear as estruturas capitalistas, 7. b; 42. c;
abaladas pela crise de 1929, através do intervencionismo e da regu- 8. c; 43. a.
lamentação estatais. 9. d; 44. c;
a Itália fascista conseguiu implantar uma área de influência política na 10. e; 45. a;
Europa Oriental, no período compreendido entre as duas guerras 11. d; 46. b;
mundiais. 12. b; 47. e;
tanto a ascensão do Partido Fascista, na Itália, quanto a do Partido Nacio- 13. d; 48. a;
nal-Socialista, na Alemanha, foram consequências diretas da crise de 14. d; 49. a;
1929. 15. a; 50. c;
tanto na Itália quanto na Alemanha, o processo de ascensão dos partidos 16. b; 51.a;
fascista e nacional-socialista foi favorecido pelo apoio dos partidos 17. a; 52.c;
políticos de esquerda. 18. c; 53.a;
A conquista do poder pêlos líderes fascistas Benito Mussolini e Adolf Hitler 19. e; 54.b;
só se tornou possível após o desmantelamento dos sistemas consti- 20. a; 55.b;
tucionais vigentes na Itália e na Alemanha. 21. c; 56.a;
22. c; 57.b;
67. (CESGRANRIO) A crise do Estado liberal, evidenciada ao término 23. b; 58. c;
da Primeira Guerra Mundial, assinalou a falência da sociedade liberal 24. b; 59.c;
clássica, aparecendo, nessa conjuntura, o fascismo. As principais ca- 25. a; 60.e;
racterísticas dos movimentos, partidos e regimes fascistas foram as 26. d; 61. c;
seguintes: 27. c; 62. c;
1 — A ideologia nacionalista, anticomunista e anticapitalista, típica das 28. e; 63. b;
camadas médias duplamente ameaçadas — pelo bolchevismo e pe- 29. c; 64. d;
la proletarização; 30. a; 65. a;
2 — A formação de grupos paramilitares voltados para o esmagamento 31. e; 66. a;
das organizações e movimentos do proletariado urbano e rural; 32. c; 67. d;
3 — A mobilização de grandes massas urbanas contra as ameaças às 33. d; 68. d;
liberdades públicas e às instituições parlamentares; 34. d; 69. d.
4 — A associação entre os grupos ou partidos fascistas e os porta-vozes 35. c;
do grande capital contra os liberais tradicionais e os socialistas;
5 — O combate à violência como forma de atuação política contra os
adversários das ideias fascistas. Assinale:
se apenas a proposição 1 estiver correta;
se apenas a proposição 5 estiver correta;
se apenas as proposições 2 e 3 estiverem corretas;
se apenas as proposições 1, 2 e 4 estiverem corretas;
se apenas as proposições 3, 4 e 5 estiverem corretas.

História do Brasil 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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GEOGRAFIA DO BRASIL

A Geografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre todas as características geográficas do território brasileiro. O Brasil é o quinto
maior país do mundo em área descontínua: tem 1,7% das terras emersas e ocupa 47% da América do Sul . Se forem consideradas apenas as áreas
contínuas, ele passa a ocupar a 4a posição, já que os Estados Unidos (7 824 535 km²) possuem dois territórios externos: Havaí e Alasca. Está localizado na
porção centro-oriental do continente sul-americano (entre os paralelos de 5º16' de latitude norte e 33º44' de latitude sul, e entre os meridianos de 34º47' e
73º59' de longitude oeste), com seu litoral banhado pelo oceano Atlântico. O Brasil tem uma área total de mais de 8 515 767 km² que inclui 8 460 415 km² de
terra e 55 352 km² de água. O ponto culminante do Brasil é o Pico da Neblina, com 2994 m;5 o ponto mais baixo é o nível do mar. O Brasil faz fronteira com
dez repúblicas sul-americanas: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname,Uruguai e Venezuela.
A maior parte de seu clima é tropical, embora algumas zonas possam ser classificadas como temperadas. O maior rio do Brasil, e também o mais
extenso do mundo, é o Amazonas. A floresta que cobre a bacia do rio Amazonas constitui quase a metade das florestas equatoriais da Terra.
O relevo do Brasil é formado por planaltos e planícies. Os planaltos ocupam a maior parte do território brasileiro. Os principais planaltos são o Planalto
das Guianas no extremo norte e o Planalto Brasileiro no centro-oeste, no nordeste, no sudeste e no sul. As principais planícies são: a Planície Amazônica no
norte, a Planície do Pantanal no sudoeste e a Planície Costeira ou Litorânea banhada pelo Oceano Atlântico.
Os principais climas do Brasil são: equatorial no norte, semi-árido no nordeste, tropical na maior parte do país, tropical de altitude no sudeste
e subtropical no sul.

Geografia do Brasil 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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As principais bacias hidrográficas do Brasil são: a Bacia do rio Amazonas no norte, a Bacia do Tocantins-Araguaia no centro, a Bacia do São
Francisco no leste, a Bacia do rio Paraná no centro-sul, a Bacia do Paraguai no sudoeste, aBacia do Uruguai no extremo sul, a Bacia do Atlântico Sul no
litoral sul, a Bacia do Atlântico Sudeste no litoral sudeste, a Bacia do Atlântico Leste no litoral leste, a Bacia do Atlântico Nordeste Oriental no nordeste e as
Bacias do Parnaíba e a do Atlântico Nordeste Ocidental no meio-norte.
O Brasil tem diferentes tipos de vegetação. Os principais são: a Floresta Amazônica no norte, a Mata dos Cocais no meio-norte, a Mata Atlântica desde o
nordeste até o sul, a Mata das Araucárias no sul, a Caatinga no nordeste, o Cerrado no centro, o Complexo do Pantanal no sudoeste, os campos no extremo
sul com manchas esparsas em alguns estados do país e a vegetação litorânea desde o Amapá até o Rio Grande do Sul.
Localização
Área
Ocupando uma área territorial de pouco mais de 8.514.767 km² (incluindo as águas internas), o Brasil é o país mais extenso da América do Sul. É ainda o
terceiro das Américas e o quinto do mundo: apenas a Rússia (com 17.075,400 km²), o Canadá (com 9.984.670 km²), a República Popular da China (com
9.596.960 km²) e os Estados Unidos (com Alasca e Havaí, 9.371.175 km²) têm maior extensão.
O Brasil é tão vasto que em seu território caberiam nações imensas, como a Índia e a Austrália.
Devido ao fato de apresentar tão grande extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental, ou seja, um país cujas dimensões físicas
atingem a proporção de um verdadeiro continente, sendo que seu território ocupa 1,7% da superfície do globo terrestre, 5,7% das terras emersas do planeta
Terra, 20,8% da superfície do continente americano e 47,3% da superfície da América do Sul.
A condição de país continental, no caso do Brasil, pode ser encarado tanto positiva como negativamente. Por um lado, temos uma imensa área física,
com grande diversidade de solos, climas e potencialidades produtivas - algo que pode ser potencialmente vantajoso. Por outro lado, enfrentamos
sérias dificuldades para integrar as populações, que habitam todo esse território, e atender às suas necessidades, o que, socialmente, pode ser encarado
como uma desvantagem.
Como o Brasil tem o formato aproximado de um gigantesco triângulo, mais precisamente de um coração, é mais extenso no sentido leste-oeste do que
no sentido norte-sul. Entretanto, como essas distâncias são quase iguais, costuma-se dizer que o Brasil é um país equidistante.
Distância Leste-Oeste: (em linha reta) 4.328 km.
Distância Norte-Sul: (em linha reta) 4.320 km.
Coordenadas geográficas
O Brasil está situado entre os paralelos 5°16'19" de latitude norte e 33°45'09" de latitude sul e entre os meridianos 34°45'54" de longitude oeste e
73°59'32" de longitudeoeste.
O país é cortado simultaneamente ao norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio; por isso, possui a maior parte do seu território
situado no hemisfério sul (93%), na zona tropical (92%), a menor parte no hemisfério norte (7%) e a outra na zona temperada do sul (8%).
Fronteiras
O Brasil tem 23.086 km de fronteira, sendo 15.791 km terrestres e 7.367 km marítimas.18 15
O litoral estende-se da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, ao norte, até o arroio Chuí, no sul.19 A linha costeira do Brasil tem uma extensão de
7.491 km, constituída principalmente de praias de mar aberto.18
Com exceção de Equador e Chile, todos os outros países da América do Sul fazem fronteiras com o Brasil, sendo a mais extensa com a Bolívia.20 As
extensões da fronteira com cada país vizinho são:18
Posição estratégica
O Brasil se encontra nos hemisférios sul e norte e inteiramente no hemisfério ocidental do planeta Terra. Está localizado no continente americano,
situando-se na porção centro-oriental da América do Sul, entre as latitudes 5º16'20" N e 33º44'32" S e entre as longitudes 34º45'54"O e 73º59'32" O.
É cortado ao norte pela Linha do Equador, que atravessa os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, e pelo Trópico de Capricórnio, que passa
pelos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, aos 23º27'30" de latitude sul (sendo assim 93% possui do seu território no hemisfério sul e 92%
na zona intertropical).
Estando na porção centro-oriental da América do Sul, limita-se com todos os países sul-americanos, exceto com o Equador e o Chile. Ao norte faz
fronteira com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e a Venezuela; a noroeste com a Colômbia; a oeste com o Peru e a Bolívia; a sudoeste com
o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai. Toda a sua extensão nordeste, leste e sudeste é banhada pelo Oceano Atlântico.
O espaço geográfico do Brasil é considerado excepcionalmente privilegiado, já que é quase inteiramente aproveitável, não
apresentando desertos, geleiras ou cordilheiras - as chamadas áreas anecúmenas, que impossibilitam a plena ocupação do território, como ocorre com a
maior parte dos países muito extensos da Terra. No Canadá, por exemplo, aparecem algumas áreas desse tipo, como a Ilha de Baffin e a Ilha Ellesmere,
ocupadas por geleiras. Na China, aparecem os desertos da Mongólia e Turquestão; nos Estados Unidos, os desertos do Arizona e do Colorado.
As florestas equatoriais também são consideradas áreas anecúmenas por geógrafos, uma vez que todas adversidades naturais dificultam a implantação
economicamente vantajosa da agricultura e da pecuária, devido ao baixo índice de fertilidade dos solos e à enorme incidência de pragas e moléstias. No caso
do Brasil, apenas a Amazônia é uma região em que o aproveitamento ocupacional é limitado, devido às condições adversas da floresta equatorial amazônica.

Geografia do Brasil 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pontos extremos

Pontos extremos do Brasil.


Os pontos extremos do território brasileiro são:
Ao norte, a nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, Estado de Roraima (5º 16' de latitude norte), na fronteira com aGuiana;
Ao sul, o Arroio Chuí no Rio Grande do Sul (33º 45' de latitude sul), fronteira com o Uruguai;
O extremo leste da parte continental do Brasil é a Ponta do Seixas, em João Pessoa, na Paraíba (34º 47' de longitude oeste); porém, os arquipélagos
de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, São Pedro e São Paulo e Trindade e Martim Vaz ficam ainda mais a leste, sendo o extremo leste absoluto do
território brasileiro uma ponta sem nome na Ilha do Sul do arquipélago de Martim Vaz, a cerca de 28° 50' de longitude oeste;
A oeste, a serra da Contamana ou do Divisor, no Acre (73º 59' de longitude oeste), na fronteira com o Peru.
A partir de junho de 2008, o território brasileiro, incluindo as ilhas oceânicas, passou a estender-se por apenas três fusos horários, todos a oeste
do meridiano de Greenwich (longitude 0º). Em cada faixa de 15º entre pares de meridianos ocorre a variação de uma hora. Isso significa que horário oficial
no Brasil varia de 2 a 4 horas a menos em relação à hora de Greenwich (GMT). O primeiro fluxo engloba as ilhas oceânicas (longitude 30º O) e tem 2 horas a
menos que a GMT. O segundo (45º O) tem 3 horas a menos e é a hora oficial do Brasil. Abrange Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e todos os
estados brasileiros banhados pelo oceano Atlântico. No terceiro (60º O), que tem quatro horas a menos, estão inclusos todos os demais estados: Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Amazonas e Acre. O fuso que tinha 5 horas a menos em relação à GMT deixou de existir.
Horário de verão
Desde 1985 o Brasil adota o horário de verão, no qual os relógios de parte dos estados são adiantados em uma hora num determinado período do ano.
No período de outubro a fevereiro, é estabelecido o horário de verão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, e no estado do Tocantins. Nesses lugares,
durante o verão, a duração do dia é significativamente maior do que a duração da noite, pois a mudança de horário retarda a entrada elétrica, quanto ao pico
de consumo de energia elétrica, quando as luzes das casas são acesas. Com isso o governo espera diminuir em 1% o consumo nacional de energia. Nos
outros estados a pequena diferença de duração entre o dia e noite em todas as estações do ano não favorece a adoção do novo horário.
"País do futuro", "terra dos contrastes", "nação da cordialidade" e "gigante adormecido", são alguns dos qualificativos com que se tenta resumidamente
explicar a complexa e multifacetada realidade brasileira, onde a abundância de terras férteis convive com multidões de desempregados, prodigiosos recursos
naturais não conseguem impedir bolsões de miséria e se vêem cidades tão modernas quanto as do primeiro mundo ou tribos indígenas que vivem ainda como
seus antepassados de 1500, ao tempo do descobrimento.
Único país de colonização portuguesa em todo o continente americano, o Brasil difere muito de seus vizinhos tanto na língua quanto na cultura, na manei-
ra de ser de seu povo como nas preferências de sua elite intelectual e econômica, no relevo do solo como na configuração do litoral. E ele mesmo é uma
grande colcha de retalhos, com regiões completamente diferentes entre si, tanto no aspecto físico como na organização urbana, na história como na cultura,
embora exista latente e sempre pronto a manifestar-se com vigor um sentimento geral de brasilidade.
Uma das nações-continente do mundo, com área de 8.547.404km2, o Brasil ocupa quase a metade da América do Sul e é o quinto país do mundo em ex-
tensão territorial, apenas sobrepujado pela Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Ao longo de cerca de 16.000km de fronteiras, limita-se ao norte com a
Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Venezuela; a oeste com a Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai; ao sul, com a Argentina e o Uruguai; e a leste com o
oceano Atlântico. Portanto, apenas dois países sul-americanos não têm fronteira com o Brasil: Equador e Chile. Com a forma aproximada de um imenso
triângulo, o território brasileiro tem largura e altura praticamente iguais: no sentido norte-sul, estende-se por 4.320km, desde o monte Caburaí, na fronteira com
a Guiana, até o arroio Chuí, na fronteira com o Uruguai; e no sentido oeste-leste, por 4.328km, da serra de Contamana, no Peru, até a ponta do Seixas, no
litoral da Paraíba.
O nome Brasil deriva da árvore Caesalpinia echinata, chamada pelos índios de ibirapitanga e pelos portugueses de pau-brasil, pela cor de brasa do seu
cerne, comerciado como corante. Já um ato notarial de 1503 arrolava um carregamento de "paus do brasil", trazidos da terra recém-descoberta. Até o século
XVII, "brasileiros" eram inicialmente os que comerciavam com pau-brasil; depois os que vinham para o Brasil ganhar a vida; e finalmente os filhos da terra,
nativos ou descendentes de europeus.
Geografia física
Geologia
O território brasileiro, juntamente com o das Guianas, distingue-se nitidamente do resto da América do Sul. Seu embasamento abriga as maiores áreas de
afloramento de rochas pré-cambrianas, os chamados escudos: o escudo ou complexo Brasileiro, também designado como embasamento Cristalino, ou sim-
plesmente Cristalino; e o escudo das Guianas. Os terrenos mais antigos, constituídos de rochas de intenso metamorfismo, formam o complexo Brasileiro. O
escudo das Guianas abarca, além das Guianas, parte da Venezuela e do Brasil, ao norte do rio Amazonas. Entre ambos situa-se a bacia sedimentar do Ama-
zonas, cuja superfície está em grande parte coberta por depósitos cenozóicos, em continuação aos da faixa adjacente aos Andes.

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As rochas mais antigas do escudo das Guianas datam de mais de dois bilhões de anos. É portanto uma área estável de longa data. Na faixa costeira do
Maranhão e do Pará ocorrem rochas pré-cambrianas, que constituem um núcleo muito antigo, com cerca de dois bilhões de anos. A região pré-cambriana de
Guaporé é coberta pela floresta amazônica. A do rio São Francisco estende-se pelos estados da Bahia, Minas Gerais e Goiás. Há dentro dessa região uma
unidade tectônica muito antiga, o geossinclíneo do Espinhaço, que vai de Ouro Preto MG até a borda meridional da bacia sedimentar do Parnaíba. As rochas
mais antigas dessa área constituem o grupo do rio das Velhas, com idades que atingem cerca de 2,5 bilhões de anos.

As rochas do grupo Minas assentam-se em discordância sobre elas, e são constituídas de metassedimentos que em geral exibem metamorfismo de fácies
xisto verde, com idade aproximada de 1,5 bilhão de anos. Pertence a esse grupo a formação Itabira, com grandes jazidas de ferro e manganês. Sobre as
rochas do grupo Minas colocam-se em discordância as do grupo Lavras, constituídas de metassedimentos de baixo metamorfismo, com metaconglomerados
devidos talvez a uma glaciação pré-cambriana.
Grande parte da área pré-cambriana do São Francisco é coberta por rochas sedimentares quase sem metamorfismo e só ligeiramente dobradas, constitu-
ídas em boa parte de calcários. Essa sequência é conhecida como grupo Bambuí, com idade em torno de 600 milhões de anos, época em que provavelmente
a região do São Francisco já havia atingido relativa estabilidade.
Ao que parece, um grande ciclo orogenético, denominado Transamazônico, ocorrido há cerca de dois bilhões de anos, perturbou as rochas mais antigas
dessa faixa pré-cambriana. Ao final do pré-cambriano, as regiões do São Francisco e do Guaporé eram separadas por dois geossinclíneos -- o Paraguai-
Araguaia, que margeava as terras antigas do Guaporé pelo lado oriental; e o de Brasília, que margeava as terras antigas do São Francisco pelo lado ocidental.
As estruturas das rochas parametamórficas do geossinclíneo Paraguai-Araguaia orientam-se na direção norte-sul no Paraguai e sul do Mato Grosso, cur-
vam-se para o nordeste e novamente para norte-sul no norte de Mato Grosso e Goiás e atingem o Pará através do baixo vale do Tocantins, numa extensão de
mais de 2.500km. Iniciam-se por uma espessa sequência de metassedimentos que constituem, no sul, o grupo Cuiabá, e no norte, o grupo Tocantins. Essa
sequência é recoberta pelas rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como representantes do episódio glacial.
O geossinclíneo Brasília desenvolveu-se em parte dos estados de Goiás e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste e depois cur-
vam-se para o norte. A intensidade do metamorfismo decresce de oeste para leste e varia de fácies anfibolito a fácies xisto verde. A região central de Goiás,
que separa os geossinclíneos Paraguai-Araguaia e Brasília, é constituída de rochas que exibem fácies de metamorfismo de anfibolito.
Uma longa faixa metamórfica, chamada de geossinclíneo Paraíba, estende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul
e Uruguai. Suas rochas de metamorfismo mais intenso estão na serra do Mar. As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) são grupadas sob diferentes

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nomes geográficos: grupo Porongos, no Rio Grande do Sul, grupo Brusque, em Santa Catarina, grupo Açungui, no Paraná e sul de São Paulo, e grupo São
Roque, na área de São Roque-Jundiaí-Mairiporã, no estado de São Paulo. Gnaisses e migmatitos da área pré-cambriana do norte, em São Paulo e partes
adjacentes de Minas Gerais, constituem a serra da Mantiqueira.
A faixa orogenética do Cariri, no Nordeste, possui direções estruturais muito perturbadas por falhamentos. Um grande acidente tectônico, o lineamento de
Pernambuco, separa a faixa do Cariri do geossinclíneo de Propriá. O grupo Ceará, importante unidade da faixa tectônica do Cariri, apresenta metassedimen-
tos com metamorfismos que variam da fácies xisto verde à de anfibolito, recobertos em discordância pelas rochas do grupo Jaibara.
A fase de sedimentação intensa de todos esses geossinclíneos ocorreu no pré-cambriano superior, e seu fim foi marcado por um ciclo orogenético, o ciclo
Brasileiro, ocorrido há cerca de 600 milhões de anos. Suas fases tardias atingiram os períodos cambriano e ordoviciano, e produziram depósitos que sofreram
perturbações tectônicas, não acompanhadas de metamorfismo. Em Mato Grosso, extensos depósitos calcários dessa época constituem os grupos Corumbá,
ao sul, e Araras, ao norte. Em discordância sobre o Corumbá, assentam as rochas do grupo Jacadigo, constituídas de arcósios, conglomerados arcosianos,
siltitos, arenitos e camadas e lâminas de hematita, jaspe e óxidos de manganês.
Na faixa atlântica há indícios de manifestações vulcânicas riolíticas e andesíticas associadas aos metassedimentos cambro-ordovicianos, e também grani-
tos intrusivos, tardios e pós-tectônicos. Os sedimentos cambro-ordovicianos, que marcam os estertores da fase geossinclinal no Brasil, não possuem fósseis,
por se terem formado em ambiente não-marinho. Ocupam áreas restritas, cobertas discordantemente pelos sedimentos devonianos ou carboníferos da bacia
do Paraná. A maior área encontra-se no estado do Rio Grande do Sul.
A sequência da base é chamada de grupo Maricá, à qual sucede o grupo Bom Jardim, que consiste em sequências sedimentares semelhantes às do gru-
po Maricá, mas caracterizadas por um vulcanismo andesítico muito intenso. Segue-se o grupo Camaquã, cujas rochas exibem perturbações mais suaves que
as dos grupos sotopostos. Nas fases iniciais de deposição desse grupo, ocorreu intenso vulcanismo riolítico, mas há evidências de fases vulcânicas riolíticas
anteriores: os conglomerados do grupo Bom Jardim contêm seixos de riólitos. Também durante as fases de sedimentação das rochas do grupo Camaquã,
ocorreu vulcanismo andesítico intermitente.
O grupo Itajaí, em Santa Catarina, é outra grande área de rochas formadas em ambiente tectônico. O grupo Castro, no Paraná, constituído de arcósios,
siltitos e conglomerados, parece ter-se formado na mesma época desses grupos. Riólitos, tufos e aglomerados ocorrem em diversos níveis dessa sequência, e
rochas vulcânicas andesíticas marcam as fases finais. Sobre as rochas do grupo Castro descansa uma sequência de conglomerados, a formação Iapó.
Bacias sedimentares. Distinguem-se, por sua estrutura, três grandes bacias sedimentares intracratônicas no Brasil: Amazonas, Parnaíba (ou Maranhão) e
Paraná. A bacia do Amazonas propriamente dita ocupa apenas a região oriental do estado do Amazonas e o estado do Pará, com exceção da foz do Amazo-
nas, que pertence à bacia de Marajó. Os terrenos mais antigos datam da era paleozóica e alinham-se em faixas paralelas ao curso do rio Amazonas. As
rochas do período devoniano ocorrem tanto na bacia do Amazonas como nas do Parnaíba e do Paraná. Outros datam da era mesozóica e são cretáceos
(séries Acre e Itauajuri, formação Nova Olinda), e constituem, com os anteriores, zonas com possibilidades de jazidas petrolíferas. Mas as maiores extensões
correspondem aos terrenos recentes, particularmente pliocênicos (série Barreiras), mas também pleistocênicos (formação Pará) e holocênicos ou atuais, todos
de origem continental.
A bacia sedimentar do Parnaíba situa-se em terras do Maranhão e do Piauí. Os terrenos mais antigos remontam à era paleozóica e em geral são de ori-
gem marinha; os devonianos subdividem-se em três formações: Picos, Cabeças e Longá. Distinguem-se na bacia do Parnaíba três ciclos de sedimentação
separados por discordâncias: (1) siluriano; (2) devoniano-carbonífero inferior; (3) carbonífero superior-permiano. Durante o intervalo siluriano-carbonífero
inferior, a área de maior subsidência situava-se no limite sudeste da atual bacia, o que lhe conferia grande assimetria em relação aos atuais limites da bacia.
Isso significa que a borda oriental atual é erosiva e não corresponde à borda original. A história da bacia durante o permiano acha-se documentada pelos
depósitos das formações Pedra de Fogo e Motuca.
A bacia do Paraná é uma das maiores do mundo. Mais de sessenta por cento de sua área de 1.600.000km2 ficam no Brasil; cerca de 25% na Argentina e
o restante no Paraguai e Uruguai. É definida como unidade autônoma a partir do devoniano, embora ocorram sedimentos marinhos silurianos fossilíferos no
Paraguai, de extensão limitada. Distinguem-se na bacia do Paraná três ciclos de sedimentação paleozóica (siluriano, devoniano, permocarbonífero), separa-
dos entre si por discordâncias. Os sedimentos marinhos do fim do paleozóico são bem menos importantes que nas duas outras bacias, mas ao contrário delas,
essa bacia possui sedimentos marinhos permianos.
Relevo
O Brasil é um país de relevo modesto: seus picos mais altos elevam-se a cotas da ordem dos três mil metros. Em grandes números, o relevo brasileiro se
reparte em menos de quarenta por cento de planícies e pouco mais de sessenta por cento de planaltos. A altitude média é de 500m. As elevações agrupam-se
em dois sistemas principais: o sistema Brasileiro e o sistema Parima ou Guiano. Ambos são constituídos de velhos escudos cristalinos, de rochas pré-
cambrianas -- granito, gnaisse, micaxisto, quartzito -- fortemente dobrados e falhados pelas orogenias laurenciana e huroniana.
Trabalhados por longo tempo pelos agentes erosivos, os dois escudos foram aplainados até formarem planaltos muito regulares. Na periferia, a orogenia
andina refletiu-se por meio de falhas, flexuras e fraturas que promoveram uma retomada da erosão, que deu origem a formas mais enérgicas de relevo: escar-
pas, vales profundos, serras e morros arredondados.
O sistema Parima ou Guiano fica ao norte da bacia amazônica e sua linha divisória serve de fronteira entre o Brasil, de um lado, e a Venezuela, Guiana,
Suriname e Guiana Francesa de outro. A superfície aplainada do alto rio Branco (vales do Tacutu e do Rupununi) divide o sistema em dois maciços: o Oriental,
com as serras de Tumucumaque e Acaraí, mais baixo, com altitudes quase sempre inferiores a 600m; e o Ocidental, mais elevado, que recebe denominações
como serra de Pacaraima, Parima, Urucuzeiro, Tapirapecó e Imeri, onde se encontram os pontos culminantes do relevo brasileiro: o pico da Neblina, com
3.014m, e o Trinta e Um de Março, com 2.992m. Mais para oeste, no alto rio Negro, ocorrem apenas bossas graníticas isoladas (cerro Caparro, pedra de
Cucaí), com menos de 500m, que emergem do peneplano coberto de florestas.
O sistema Brasileiro ocupa área muito maior que o Parima. Está subdividido em províncias fisiográficas ou geomórficas. O maciço Atlântico abrange as
serras cristalinas que ficam a leste das escarpas sedimentares do planalto Meridional, e tomam as denominações gerais de serra do Mar e serra da Mantiquei-
ra. A primeira acompanha a costa brasileira desde o baixo Paraíba, perto do município de Campos dos Goitacases RJ até o sul de Santa Catarina; a serra da
Mantiqueira fica um pouco mais para o interior, e estende-se de São Paulo até à Bahia.
A serra do Mar mostra um conjunto de cristas paralelas entre o litoral sul do estado do Rio de Janeiro e o médio Paraíba: Gávea, Pão de Açúcar, Corco-
vado, Tijuca, Pedra Branca, Jericinó-Marapicu, garganta Viúva da Graça, até o alinhamento principal da serra, que descamba suavemente para o leito do
Paraíba. Longitudinalmente, mostra o bloco levantado da serra dos Órgãos, ao norte da baía de Guanabara, com culminâncias na pedra do Sino (2.245m) e
na pedra Açu (2.232m) entre Petrópolis e Teresópolis, pendente para o interior. A serra da Bocaina, no estado de São Paulo, ao contrário, é basculada em
direção à costa. Entre São Paulo e Santos, a serra de Cubatão, com 700m de altitude, é meramente a borda de um planalto.

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No Paraná, a serra do Mar toma os nomes de Ibiteraquire, ou Verde, Negra e Graciosa, e é uma verdadeira serra marginal. Em Santa Catarina, foi rebai-
xada e cortada de falhas, de modo que a erosão isolou morros com formato de pirâmide truncada. Avança para o sul até Tubarão, onde desaparece sob
sedimentos paleozóicos e possantes derrames basálticos. As serras de Tapes e Erval, no sudeste do Rio Grande do Sul, com cerca de 400m de altitude, são
consideradas como parte da serra do Mar apenas por suas rochas, pois há entre elas uma solução de continuidade.
A serra da Mantiqueira é composta por rochas de idade algonquiana, na maioria de origem metamórfica: gnaisse xistoso, micaxisto, quartzito, filito, itabiri-
to, mármore, itacolomito etc. Enquanto no interior paulista toma os nomes locais de serra de Paranapiacaba e Cantareira, nas divisas de Minas, onde alcança
as cotas mais elevadas, é chamada de Mantiqueira mesmo.

Durante o período terciário, massas de rochas plutônicas alcalinas penetraram pelas falhas que criaram esse escarpamento e geraram os blocos elevados
de Itatiaia (pico das Agulhas Negras: 2.787m) e Poços de Caldas. Águas e vapores em altas temperaturas intrometeram-se também pelas fendas e formaram
as fontes de águas termais dessa região. A leste do maciço de Itatiaia, as cristas da Mantiqueira formam alinhamentos divergentes. O mais ocidental se dirige
para o centro do estado e forma uma escarpa voltada para leste, que eleva as cotas a mais de mil metros. O ramo mais oriental forma a divisa entre Minas
Gerais e Espírito Santo até o vale do rio Doce, elevando-se na serra da Chibata ou Caparaó, até 2.890m, no pico da Bandeira.
No centro de Minas Gerais, outro bloco elevado assume forma quadrangular, constituído de rochas ricas em ferro, de alto teor. Toma nomes locais de ser-
ra do Curral, ao norte; do Ouro Branco, ao sul; de Itabirito, a leste, e da Moeda, a oeste. O ramo oriental se prolonga para o norte do estado, com o nome de
serra do Espinhaço, que divide as águas da bacia do São Francisco das que vertem diretamente no Atlântico. Com a mesma função e direção geral e estrutura
semelhantes, a Mantiqueira estende-se até o norte da Bahia, onde recebe as denominações de chapada Diamantina, serra do Tombador e serra da Jacobina.
Planaltos e escarpas. No sul do Brasil, o relevo de planaltos e escarpas começa do primeiro planalto, de Curitiba, com cerca de 800m, até uma escarpa de
1.100m, constituída de arenito Furnas. O segundo planalto é o de Ponta Grossa. A escarpa oriental é denominada Serrinha, e tem nomes locais como os de
serra do Purunã e Itaiacoca. A oeste do planalto ergue-se nova escarpa, com cota de 1.300m, que vai do sul de Goiás e Mato Grosso até a Patagônia. A
superfície desse derrame é de cerca de um milhão de quilômetros quadrados. O planalto descamba novamente para oeste, até cotas de 200 e 300m na bar-
ranca do rio Paraná. Este é o terceiro planalto, chamado de planalto basáltico ou planalto de Guarapuava. A escarpa que o limita a leste chama-se serra da
Esperança.
No Rio Grande do Sul, a única escarpa conspícua é a da serra Geral, que abrange desde 1.200m, nos Aparados da Serra, até cotas entre 50 e 200m, no
vale médio do Uruguai. Em São Paulo, os sedimentos paleozóicos não formam uma escarpa, mas uma depressão periférica, na base da cuesta basáltica: a
serra de Botucatu. Mato Grosso apresenta três frentes de cuesta: a devoniana, de arenito Furnas (serras de São Jerônimo e Coroados ou São Lourenço); a
carbonífera, de arenito Aquidauana (serra dos Alcantilados); e a eojurássica (serras de Maracaju e Amambaí).
O relevo do Nordeste, ao norte da grande curva do rio São Francisco, é constituído essencialmente por dois vastos pediplanos em níveis diferentes. O
mais elevado corresponde ao planalto da Borborema, de 500 a 600m, que se estende do Rio Grande do Norte a Pernambuco. Em Alagoas e no brejo paraiba-

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no, sua superfície é cortada por vales profundos. O pediplano mais baixo, com menos de 400m, difunde-se por quase todo o Ceará, oeste do Rio Grande do
Norte e Paraíba e norte da Bahia. Dele se erguem elevações isoladas de dois tipos:(1) chapadas areníticas de topo plano, como a do Araripe, (600-700m)
entre Ceará e Pernambuco e a do Apodi (100-200m), entre Ceará e Rio Grande do Norte; e (2) serras cristalinas de rocha dura, como as de Baturité, Urubure-
tama e Meruoca, no Ceará.
Nos planaltos e chapadas do centro-oeste predominam as linhas horizontais, que alcançam cotas de 1.100 a 1.300m no sudeste, desde a serra da Canas-
tra, em Minas Gerais, até a chapada dos Veadeiros, em Goiás, passando pelo Distrito Federal. Seus vales são largos, com vertentes suaves; só os rios de
grande caudal, como o Paranã (bacia Amazônica), Paranaíba (bacia do Prata) e Abaeté (bacia do São Francisco), cavam neles vales profundos. No sudeste
do planalto central, a uniformidade do relevo resulta de longo trabalho de erosão em rochas proterozóicas. As altitudes dos planaltos vão baixando para o
norte e noroeste à medida que descem em degraus para a planície amazônica: 800-900m na serra Geral de Goiás; 700-800m nas serras dos Parecis e Paca-
ás Novos, em Rondônia; 500m e pouco mais na serra do Cachimbo.
Planícies. Existem três planícies no Brasil, em volta do sistema Brasileiro: a planície Amazônica, que o separa do sistema Guiano, a planície litorânea e a
planície do Prata, ou Platina. A Amazônica, em quase toda sua área, é formada de tabuleiros regulares, que descem em degraus em direção à calha do Ama-
zonas. A planície litorânea estende-se como uma fímbria estreita e contínua da costa do Piauí ao Rio de Janeiro, constituída de tabuleiros e da planície holo-
cênica.
Apenas dois prolongamentos da planície do Prata atingem o Brasil: no extremo sul, a campanha gaúcha, e no sudoeste, o pantanal mato-grossense. Ao
sul da depressão transversal do Rio Grande do Sul, a campanha é uma baixada com dois níveis de erosão: o mais alto forma um platô com cerca de 400m de
altitude na região de Lavras e Caçapava do Sul; o mais baixo aplainou o escudo cristalino com ondulações suaves -- as coxilhas. O pantanal mato-grossense
é uma fossa tectônica, aproveitada pelo rio Paraguai e seus afluentes, que a inundam em parte durante as enchentes, para atingir o rio da Prata.
Clima
O Brasil é um país essencialmente tropical: a linha do equador passa ao norte, junto a Macapá AP e a Grande São Paulo fica na linha de Capricórnio. A
zona temperada do sul compreende apenas o vértice meridional do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, a maior parte do Paraná e o extremo-sul de São
Paulo e do Mato Grosso do Sul. Os climas do país se enquadram nos três primeiros grupos da classificação de Köppen (grupo dos megatérmicos, dos xerófi-
tos e dos mesotérmicos úmidos), cada um dos quais corresponde a um tipo de vegetação e se subdivide com base nas temperaturas e nos índices pluviomé-
tricos.
A região Norte do Brasil apresenta climas megatérmicos (ou tropicais chuvosos), em que os tipos predominantes são o Af (clima das florestas pluviais,
com chuvas abundantes e bem distribuídas) e o Am (clima das florestas pluviais, com pequena estação seca). Caracterizam-se por temperaturas médias
anuais elevadas, acima de 24o C, e pelo fato de que a diferença entre as médias térmicas do mês mais quente e do mais frio se mantém inferior a 2,5o C.
Entretanto, a variação diurna da temperatura é muito maior: 9,6o C em Belém PA, 8,7o C em Manaus AM e 13,5o C em Sena Madureira AC.
No sudoeste da Amazônia, as amplitudes térmicas são mais expressivas devido ao fenômeno da friagem, que ocorre no inverno e provém da invasão da
massa polar atlântica nessa área e acarreta uma temperatura mínima, em Sena Madureira, de 7,9o C. O total de precipitações na Amazônia é geralmente
superior a 1.500mm ao ano. A região tem três tipos de regime de chuvas: sem estação seca e com precipitações superiores a 3.000mm ao ano, no alto rio
Negro; com curta estação seca (menos de 100mm mensais) durante três meses, a qual ocorre no inverno austral e desloca-se para a primavera à medida que
se vai para leste; e com estiagem pronunciada, de cerca de cinco meses, numa faixa transversal desde Roraima até Altamira, no centro do Pará.
A região Centro-Oeste do país apresenta alternância bem marcada entre as estações seca e chuvosa, geralmente no verão, o que configura o tipo climáti-
co Aw. A área submetida a esse tipo de clima engloba o planalto Central e algumas zonas entre o Norte e o Nordeste. O total anual de precipitações é de
cerca de 1.500mm, mas pode elevar-se a 2.000mm. No planalto Central, mais de oitenta por cento das chuvas caem de outubro a março, quase sempre sob a
forma de aguaceiros, enquanto o inverno tem dois a três meses praticamente sem chuvas.
A temperatura média anual varia entre 19 e 26o C, mas a amplitude térmica anual eleva-se até 5o C. O mês mais frio é geralmente julho; o mais quente,
janeiro ou dezembro. A insolação é forte de dia, mas à noite a irradiação se faz livremente, trazendo madrugadas frias. No oeste (Mato Grosso do Sul) verifi-
cam-se também invasões de friagem, com temperaturas inferiores a 0o C em certos lugares.
No sertão do Nordeste ocorre o clima semi-árido, equivalente à variedade Bsh do grupo dos climas secos ou xerófitos. Abrange o médio São Francisco,
mas na direção oposta chega ao litoral pelo Ceará e pelo Rio Grande do Norte. Caem aí menos de 700mm de chuva por ano. O período chuvoso, localmente
chamado inverno, embora geralmente corresponda ao verão, é curto e irregular. As precipitações são rápidas mas violentas. A estiagem dura geralmente mais
de seis meses e às vezes se prolonga por um ano ou mais, nas secas periódicas, causando problemas sociais graves. As temperaturas médias anuais são
elevadas: acima de 23o C, exceto nos lugares altos. Em partes do Ceará e Rio Grande do Norte, a média vai a 28o C. A evaporação é intensa.
Nas regiões Sudeste e Sul do Brasil predominam climas mais amenos -- mesotérmicos úmidos -- enquadrados nas variedades Cfa, Cfb, Cwa e Cwb. As
temperaturas médias mais baixas ocorrem geralmente em julho (menos de 18o C), época em que pode haver geadas. No Sudeste, conservam-se as caracte-
rísticas tropicais modificadas pela altitude. A amplitude térmica permanece por volta de 5o C e as chuvas mantêm o regime estival, concentradas no semestre
de outubro a março.
O Sul apresenta invernos brandos, geralmente com geadas; verões quentes nas áreas baixas e frescos no planalto; chuvas em geral bem distribuídas. As
temperaturas médias anuais são inferiores a 18o C. A amplitude térmica anual cresce à medida que se vai para o sul. Neves esporádicas caem sobretudo nos
pontos mais elevados do planalto: São Francisco de Paula RS, Caxias do Sul RS, São Joaquim SC, Lajes SC e Palmas PR. No oeste do Rio Grande do Sul,
no entanto, ocorrem os veranicos de fevereiro, secos e quentíssimos, com temperaturas das mais altas do Brasil.
Hidrografia
De acordo com o perfil longitudinal, os rios do Brasil classificam-se em dois grupos: rios de planalto, a maioria; e rios de planície, cujos principais repre-
sentantes são o Amazonas, o Paraguai e o Parnaíba. O Amazonas tem a mais vasta bacia hidrográfica do mundo, em sua maior parte situada em território
brasileiro. É também o rio de maior caudal do planeta. Os três principais coletores da bacia do Prata -- Paraná, Paraguai e Uruguai -- nascem no Brasil.
O Paraná, constituído pela junção dos rios Paranaíba e Grande, é um típico rio de planalto, que desce em saltos: cachoeira Dourada, no Paranaíba; Ma-
rimbondo, no Grande; Iguaçu, no rio homônimo; Urubupungá, no próprio Paraná (Sete Quedas, nesse rio, desapareceu com a construção da represa de
Itaipu). Os principais afluentes da margem esquerda são o Tietê, o Paranapanema, o Ivaí e o Iguaçu; da margem direita, o Verde, o Pardo e o Invinheima.
O Uruguai é formado pelos rios Pelotas e Canoas, que nascem perto da escarpa da serra Geral. Separa o Rio Grande do Sul de Santa Catarina e da Ar-
gentina e confronta depois esse país com o Uruguai. Seu regime constitui exceção no Brasil: tem enchentes na primavera. O rio Paraguai nasce em Mato
Grosso, no planalto central, perto de Diamantino. Após curto trecho, penetra no pantanal, ao qual inunda parcialmente nas cheias, que ocorrem no outono.

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Seus principais afluentes são: pela margem esquerda, o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Apa; pela direita, o Jauru. Em certos trechos, separa o Brasil
da Bolívia e do Paraguai, até que se interna nesse país.
O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, e corre nas direções gerais sul-norte e oeste-leste. É chamado "rio da unidade nacio-
nal", porque liga as duas regiões de mais alta densidade demográfica e mais antigo povoamento do país: o Sudeste e a zona da Mata nordestina. É um rio de
planalto, que forma várias cachoeiras: Paulo Afonso, Itaparica, Sobradinho, Pirapora. Seus principais afluentes são: na margem esquerda, o Indaiá, o Abaeté,
o Paracatu, o Pardo, o Carinhanha, o Corrente e o Grande; pela direita, o Pará, o Paraopeba, o das Velhas e o Verde Grande, todos perenes. Tem enchentes
de verão.
Vertentes. Os demais rios têm cursos menos extensos, e por isso são agrupados em vertentes:
(1) Rios da vertente setentrional, perenes, de vazão relativamente grande e enchentes de outono. Os principais são: o Oiapoque e o Araguari (em que o-
correm as famosas "pororocas"), no Amapá; o Gurupi, o Turiaçu, o Pindaré, o Mearim, o Itapicuru e o Parnaíba, no Maranhão; este último, na divisa com o
Piauí, tem em seu delta a mais perfeita embocadura desse gênero no Brasil.
(2) Rios da vertente norte-oriental, periódicos, com enchentes de outono-inverno. Os principais são: o Acaraú e o Jaguaribe, no Ceará; o Apodi ou Moçoró,
o Piranhas ou Açu, o Ceará-Mirim e o Potenji, no Rio Grande do Norte; o Paraíba do Norte, na Paraíba; o Capibaribe, o Ipojuca e o Una, em Pernambuco. Nos
leitos desses rios são comuns as barragens, destinadas à construção de açudes.
(3) Rios da vertente oriental, a maioria dos rios genuinamente baianos é constituída também de rios periódicos, com o máximo das enchentes no verão --
o Itapicuru, o Paraguaçu e o Contas -- além do Vaza-Barris, na Bahia e Sergipe.
(4) Rios da vertente sul-oriental, perenes, com perfil longitudinal de rios de planalto e com enchentes de verão. Os principais são: o Pardo, o Jequitinhonha
(Minas Gerais e Bahia), este último famoso pela mineração de diamantes e pedras semipreciosas; o Doce (Minas Gerais e Espírito Santo), por cujo vale se
exporta minério de ferro; o Paraíba do Sul, com bacia leiteira no vale médio e região açucareira no inferior; e a Ribeira do Iguape (Paraná e São Paulo).
(5) Rios da vertente meridional, também com enchentes de verão: o Itajaí e o Tubarão, em Santa Catarina; o Guaíba, o Camaquã e o Jaguarão, no Rio
Grande do Sul. Os rios de baixada não desempenham papel relevante no sistema de transporte porque seus cursos estão afastados das áreas mais povoadas
e também em virtude da política de priorização do transporte rodoviário. Os rios de planalto oferecem grande potencial hidrelétrico.
Em vista do tamanho de seu território, o Brasil é um país de pequenos lagos. Podem ser classificados geneticamente em três categorias: (1) lagos costei-
ros ou de barragem, formados pelo fechamento total da costa, por uma restinga ou cordão de areia, como as lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira, no Rio
Grande do Sul; Araruama, Saquarema, Maricá, Rodrigo de Freitas e Jacarepaguá, no estado do Rio de Janeiro. (2) Lagos fluviais ou de transbordamento,
formados pela acumulação de excedentes de água da enchente de um rio, típicos dos rios de planície. Os principais são: no vale do Amazonas, Piorini, Sara-
cá, Manacapuru, no Amazonas; Grande de Maicuru e Itandeua, no Pará. No rio Paraguai, Uberaba, Guaíba, Mandioré e Cáceres, no Mato Grosso. No baixo
rio Doce, a lagoa Juparanã, no Espírito Santo. (3) Lagos mistos, combinados dos dois tipos, como a lagoa Feia, no estado do Rio de Janeiro, a do Norte,
Manguaba ou do Sul e Jequiá, em Alagoas.
Fauna
A fauna brasileira não conta com espécies de grande porte, semelhantes às que se encontram nas savanas e selvas da África. Na selva amazônica existe
uma abundante fauna de peixes e mamíferos aquáticos que habitam os rios e igapós. As espécies mais conhecidas são o pirarucu e o peixe-boi (este em vias
de extinção). Nas várzeas há jacarés e tartarugas (também ameaçados de desaparecimento), bem como algumas espécies anfíbias, notadamente a lontra e a
capivara e certas serpentes, como a sucuriju. Nas florestas em geral predominam a anta, a onça, os macacos, a preguiça, o caititu, a jibóia, a sucuri, os papa-
gaios, araras e tucanos e uma imensa variedade de insetos e aracnídeos.
Nas caatingas, cerrados e campos são mais comuns a raposa, o tamanduá, o tatu, o veado, o lobo guará, o guaxinim, a ema, a siriema, perdizes e codor-
nas, e os batráquios (rãs, sapos e pererecas) e répteis (cascavel, surucucu e jararaca). Há abundância de térmitas, que constroem montículos duros como
habitação. De maneira geral, a fauna ornitológica brasileira não encontra rival em variedade, com muitas espécies inexistentes em outras partes do mundo.
São inúmeras as aves de rapina, como os gaviões, as aves noturnas, como as corujas e mochos, as trepadoras, os galináceos, as pernaltas, os columbídeos
e os palmípedes.
Flora
A diversidade do clima brasileiro reflete-se claramente em sua cobertura vegetal. A vegetação natural do Brasil pode ser grupada em três domínios princi-
pais: as florestas, as formações de transição e os campos ou regiões abertas. As florestas se subdividem em outras três classes, de acordo com a localização
e a fisionomia: a selva amazônica, a mata atlântica e a mata de araucárias. A primeira, denominada hileia pelo naturalista alemão Alexander von Humboldt (do
grego, hilayos, "da floresta", "selvagem") é a maior mata equatorial do mundo. Reveste uma área de cinco milhões de quilômetros quadrados, equivalente a
quase o dobro do território da Argentina.
Florestas. A hileia, do ponto de vista de sua ecologia, divide-se em: mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme. A primeira fica inundada durante
cerca de dez meses no ano e é rica em palmeiras, como o açaí (Euterpe oleracea); os solos são arenosos e não cultiváveis nas condições em que se encon-
tram. A mata de várzea é inundada somente nas enchentes dos rios; tem muitas essências de valor comercial e de madeiras brancas, como a seringueira
(Hevea brasiliensis), o cacaueiro (Theobroma cacao), a copaíba (Copaifera officinalis), a sumaúma (Ceiba pentandra) e o gigantesco açacu (Hura crepitans).
Amata de igapó e a mata de várzea, as duas primeiras divisões da hileia, têm árvores de folhas perenes. Os solos das várzeas são intrazonais, argilosos ou
limosos.
A mata de terra firme, que corresponde a cerca de noventa por cento da floresta amazônica, nunca fica inundada. É uma mata plenamente desenvolvida,
composta de quatro andares de vegetação: as árvores emergentes, que chegam a cinquenta metros ou mais; a abóbada foliar, geralmente entre 20 e 35m,
onde as copas das árvores disputam a luz solar; o andar arbóreo inferior, entre cinco e vinte metros, com árvores adultas de troncos finos ou espécimes jo-
vens, adaptados à vida na penumbra; e o sub-bosque, com samambaias e plantas de folhas largas. Cipós pendentes das árvores entrelaçam os diferentes
andares. Epífitas, como as orquídeas, e vegetais inferiores, como os cogumelos, liquens, fungos e musgos, convivem com a vegetação e aumentam sua
complexidade.
A mata de terra firme é geralmente semidecídua: dez por cento ou mais de suas árvores perdem as folhas na estiagem. Árvores típicas da terra firme são
a castanheira (Bertholettia excelsa), a balata (Mimusops bidentata), o mogno (Swietenia macrophylla) e o pau-rosa (Aniba duckei). A heterogeneidade da
floresta dificulta sua exploração econômica, salvo onde ocorrem concentrações. O tipo de solo predominante na hileia é o latossolo.

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A mata da encosta atlântica estende-se como uma faixa costeira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Suas árvores mais altas chegam geral-
mente a 25 ou trinta metros. No sul da Bahia e na vertente marítima da serra do Mar, é perenifólia; mais para o interior e em lugares menos úmidos, é semide-
cídua. Do Paraná para o sul, toma um caráter subtropical: é de menor altura (10 a 15m), perenifólia, mais pobre em cipós e mais rica em epífitas. A peroba
(Aspidosperma sp.), o cedro (Cedrella, spp.), o jacarandá (Machaerium villosum), o palmito (Euterpe edulis) e o pau-brasil foram espécies exploradas na mata
atlântica.

Além de madeira, a mata atlântica contribuiu muito com seus solos para o desenvolvimento econômico do Brasil. A maior parte deles pertence ao grande
grupo dos latossolos vermelho-amarelos, entre os quais se inclui a terra roxa, e nos quais se instalaram várias culturas, como café, cana-de-açúcar, milho e
cacau.
O terceiro tipo de floresta é a mata de araucárias. Fisionomicamente, é uma floresta mista de coníferas e latifoliadas perenifólias. Ocorre no planalto meri-
dional, em terras submetidas a geadas anuais. Das matas brasileiras, é a de menor área, porém de maior valor econômico, por ser a mais homogênea. Suas
árvores úteis mais típicas são: o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), produtor de madeira branca; a imbuia (Phoebe porosa), madeira de lei, escura,
utilizada em marcenaria; e a erva-mate (Ilex paraguariensis), com cujas folhas tostadas se faz uma infusão semelhante ao chá, muito apreciada nos países do
Prata.
Formações de transição. A caatinga, o cerrado e o manguezal são os tipos mais característicos da vegetação de transição. As caatingas predominam nas
áreas semi-áridas da região Nordeste e envolvem grande variedade de formações, desde a mata decídua (caatinga alta) até a estepe de arbustos espinhen-
tos. Suas árvores e arbustos são em geral providos de folhas miúdas, que caem na estiagem, e armados de espinhos. São a jurema (Mimosa sp.), a faveleira
(Jatropha phyllancantha), o pereiro (Aspidosperma pirifolium), a catingueira (Caesalpinia sp), o marmeleiro (Combretum sp). São também típicas as cactáceas,
como o xiquexique (Pilocereus gounellei), o facheiro (Cereus squamosus), o mandacaru (Cereus jamacaru) e outras do gênero Opuntia. Nos vales planos são
frequentes os carnaubais (Copernicia cerifera).
Os cerrados, ou campos cerrados, predominam no planalto central, desde o oeste de Minas Gerais até o sul do Maranhão. São formações constituídas de
tufos de pequenas árvores, até dez ou 12m de altura, retorcidas, de casca grossa e folhas coriáceas, dispersos num tapete de gramíneas até um metro de
altura, que na estiagem se transforma em um manto de palha. Os cerrados penetram no pantanal mato-grossense, onde se misturam a savanas e formações
florestais e formam um conjunto complexo. Os manguezais ocorrem em formações de quatro a cinco metros de altura, na costa tropical, e são compostos
sobretudo de Rhizophora mangle, Avicennia spp. e Laguncularia racemosa.
Regiões abertas. As áreas de vegetação aberta, no Brasil, se agrupam em tipos variados. Os campos de terra firme da Amazônia, como os campos do rio
Branco (Roraima), os de Puciari-Humaitá (Amazonas) e os do Ererê (Pará), são savanas de gramíneas baixas, com diversas árvores isoladas típicas do
cerrado, como o caimbé (Curatella americana), a carobeira (Tecoma caraíba) e a mangabeira (Hancornia speciosa). Os campos de várzea do médio e baixo
Amazonas e do pantanal (rio Paraguai) são savanas sem árvores, com gramíneas de um metro ou mais de altura.

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Os campos limpos são estepes úmidas que ocorrem na campanha gaúcha, em partes do planalto meridional (campos de Vacaria RS, campos de Lajes e
Curitibanos SC; campos gerais, campos de Curitiba e de Guarapuava PR) e no extremo oeste baiano (os gerais). Têm solos geralmente pobres, salvo na
campanha, onde se enquadram no tipo prairie degradado.
A VEGETAÇÃO ORIGINAL
O calor constante e a abundância de chuvas na Região permitiram o desenvolvimento de uma mata densa e sempre verde (perenifólia), que originalmente
ocupava quase toda a superfície do Norte do Brasil. Essa mata, a mais extensa do mundo em região de clima quente, é a Floresta Amazônica.
População
As três raças básicas formadoras da população brasileira são o negro, o europeu e o índio, em graus muito variáveis de mestiçagem e pureza. É difícil a-
firmar até que ponto cada elemento étnico era ou não previamente mestiçado. Os portugueses trouxeram um complicado caldeamento de lusitanos, romanos,
árabes e negros, que habitaram em Portugal. Os demais grupos, vindos em grande número para o Brasil em diversas épocas -- italianos, espanhóis, alemães,
eslavos, sírios -- também tiveram mestiçagem semelhante. O Brasil é o país de maior população branca do mundo tropical.
Os negros, trazidos para o Brasil como escravos, do século XVI até 1850, destinados à lavoura canavieira, à mineração e à lavoura cafeeira, pertenciam a
dois grandes grupos: os sudaneses e os bantos. Os primeiros, geralmente altos e de cultura mais elaborada, foram sobretudo para a Bahia. Os bantos, origi-
nários de Angola e Moçambique, predominaram na zona da mata nordestina, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Os indígenas brasileiros pertencem aos grupos chamados paleoameríndios, que provavelmente migraram em primeiro lugar para o Novo Mundo. Estavam
no estádio cultural neolítico (pedra polida). Agrupam-se em quatro troncos linguísticos principais: o tupi ou tupi-guarani, o jê ou tapuia, o caraíba ou karib e o
aruaque ou nu-aruaque. Há além disso pequenos grupos linguísticos, dispersos entre esses maiores, como os pano, tucano, bororo e nhambiquara. Atualmen-
te os índios acham-se reduzidos a uma população de algumas dezenas de milhares, instalados sobretudo nas reservas indígenas da Amazônia, Centro-Oeste
e Nordeste.
A esses três elementos fundamentais vieram inicialmente acrescentar-se os mestiços, surgidos do cruzamento dos três tipos étnicos anteriores, e cujo
número observou tendência sempre crescente. Ocupam portanto lugar de grande destaque na composição étnica da população brasileira, representados
pelos caboclos (descendentes de brancos e ameríndios), mulatos (de brancos e negros) e cafuzos (de negros e ameríndios).
O Brasil é o sexto país do mundo em população. Embora não seja densamente povoado, sua enorme extensão territorial faz com que cerca da metade da
população da América do Sul seja brasileira. Em pouco mais de um século -- entre 1872 e 1990 -- a população brasileira viu-se multiplicada quase por quinze.
Entre 1900 e final do século XX, aumentou também a participação da população brasileira no quadro mundial -- de 1,1% para 2,8% -- e na América Latina --
de 27,6% para 35%.
A distribuição de habitantes é muito desigual: quase 58% da população vive nas regiões Sudeste e Sul, que correspondem a 18% do território, enquanto a
região Norte, que compreende 45% do território, tem apenas 5,9% da população. Além disso, há grandes concentrações urbanas, como São Paulo SP, Rio de
Janeiro RJ, Belo Horizonte MG e Recife PE; e áreas escassamente ocupadas no interior, principalmente na Amazônia e no Centro-Oeste. A tendência migra-
tória do campo para a cidade acarretou um inchamento do meio urbano, com grandes contingentes de população marginal. Corresponde a uma estrutura
agrária de grandes propriedades e à adoção de um modelo econômico concentrador de capital e voltado para a exportação, com altos índices de mecanização
da lavoura e pecuária. A inexistência de uma política cooperativa eficiente e a própria distribuição fundiária impedem a proliferação da pequena propriedade e,
portanto, a fixação das populações rurais.
A elevada taxa de natalidade e a progressiva redução da mortalidade transformaram o Brasil em um país jovem e de crescimento demográfico acelerado.
Esse aumento da população ocorre em taxas mais elevadas nas regiões mais pobres. Por volta do final do século XX, cerca da metade da população tinha
menos de vinte anos. Tal característica constitui a curto prazo um inconveniente para o desenvolvimento econômico, uma vez que a elevada proporção de
crianças e jovens acarreta uma maior carga para a população ativa e para o estado e impõe a necessidade de manter um alto nível de crescimento, a fim de
gerar empregos que permitam a incorporação desses novos efetivos à estrutura produtiva.
É característica a grande mobilidade da população brasileira, o que tende a modificar sua distribuição. Na segunda metade do século XX, registrou-se um
avanço em direção ao oeste dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, e para o sul de Mato Grosso e Goiás. A criação de Brasília e a construção
de rodovias no interior do país atraíram contingentes numerosos, mas os principais fluxos migratórios, tanto do interior quanto do exterior do país, dirigiram-se
para a região Sul e para o estado de São Paulo. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília atraem imigrantes de todo o país; as demais recebem
sobretudo a população rural das regiões vizinhas, onde são obrigados a viver em condições precárias dada a pouca oferta de emprego.
A capital econômica do Brasil é São Paulo, maior parque industrial da América Latina. Sua influência se estende por todo o Brasil e seu mercado exerce
atração até sobre as regiões ocidentais do Paraguai e Bolívia. O Rio de Janeiro, com sua área metropolitana, constitui o segundo pólo industrial do país, mas
tem maior importância cultural e turística. As outras cidades mais populosas são Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza e Belém.
População brasileira ultrapassa marca de 200 milhões, diz IBGE
De acordo com o instituto, país tem 201.032.714 habitantes.
Dado se refere a 1º de julho e foi publicado no 'Diário Oficial da União'.

O Brasil tem uma população estimada em 201.032.714 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado, referente a 1º de
julho deste ano, foi publicado no "Diário Oficial da União" desta quinta-feira (29).
Na resolução, assinada pela presidente do instituto, Wasmália Socorro Barata Bivar, estão as estimativas populacionais de todos os municípios do país. Segundo o
IBGE, o Brasil tem 7.085.828 habitantes a mais que o registrado em 1º de julho de 2012, quando a população era de 193.946.886.

Entre as unidades da federação, o estado mais populoso continua sendo São Paulo, que conta com 43,6 milhões de residentes.
O estado de Minas Gerais tem 20,5 milhões de habitantes. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição, com 16,3 milhões de habitantes. Bahia tem 15 milhões de pes-
soas e o Rio Grande do Sul, 11,1 milhões. O estado menos populoso é Roraima, com 488 mil habitantes.
A cidade de São Paulo é a que possui a maior população do país: 11,8 milhões (número que é maior que o de 22 estados e do Distrito Federal).
No posto de cidade menos populosa do Brasil está Serra da Saudade (MG), com 825 habitantes. Borá (SP), que aparecia empatada com o município mineiro até o
ano passado, tem hoje 834 residentes.

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A projeção das populações é feita anualmente a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU) e serve de base para o repasse de recursos do orçamento aos muni-
cípios.

Economia
http://www.suapesquisa.com/geografia/economia_brasileira.htm

O Brasil possui atualmente uma economia forte e sólida. O país é um grande produtor e exportador de mercadorias de diversos tipos, principalmente
commodities minerais, agrícolas e manufaturados. As áreas de agricultura, indústria e serviços são bem desenvolvidas e encontram-se, atualmente, em bom
momento de expansão. Considerado um país emergente, o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking das maiores economias do mundo (dados de 2012). O Brasil
possui uma economia aberta e inserida no processo de globalização.

Informações, índices e dados da economia brasileira

Moeda: Real (símbolo R$)


PIB de 2013 (Produto Interno Bruto): R$ 4,84 trilhões ou US$ 2,07 trilhões* taxa de câmbio usada US$ 1,00 = R$ 2,33 (em 27/02/2014)
Renda per Capita de 2013 (PIB per capita): R$ 24.065 ou US$ 10.328 * taxa de câmbio usada US$ 1,00 = R$ 2,33 (em 27/02/2014)
Coeficiente de Gini: 49,3 (2008) alto
Evolução do PIB nos últimos anos: 2,7% (2002); 1,1% (2003); 5,7% (2004); 3,2% (2005); 4% (2006); 6,1% (2007); 5,2% (2008); - 0,3% (2009); 7,5% (2010);
2,7% (2011); 0,9% (2012); 2,3% (2013).
Crescimento do PIB no 4º trimestre de 2013: 0,7% (entre outubro e dezembro) em relação ao 3º trimestre de 2013. Em relação ao 4º trimestre de 2012,
cresceu 1,9%.
Taxa de investimentos: 18,7% do PIB (3º trimestre de 2012)
Taxa de poupança: 15,6% do PIB (3º trimestre de 2012)
Força de trabalho: 106,9 milhões (estimativa 2013)
Inflação: 5,91% (IPCA de 2013)
Taxa de desemprego: 4,3% da população economicamente ativa (em dezembro de 2013) e 5,4% (taxa média anual de 2013).
Taxa básica de Juros do Banco Central (SELIC): 10,75% ao ano (referência: 26 de fevereiro de 2014).
Salário Mínimo Nacional: R$ 724,00 (a partir de 1º de janeiro de 2014).
Dívida Externa: US$ 318 bilhões (US$ 83 bilhões do setor público e US$ 235 bilhões do setor privado) - dados relativos a março de 2013.

Comércio Exterior:

Exportações: US$ 240,15 bilhões (2013) - queda de 1% em relação ao ano anterior.


Importações: US$ 237,64 bilhões (2013) - aumento de 6,5% em relação ao ano anterior.
Saldo da balança comercial (2013): US$ 2,51 bilhões (superávit) - Queda em relação ao ano de 2012: 87%
Países que o Brasil mais importou (2013): Estados Unidos , China, Argentina e Alemanha
Países que o Brasil mais exportou (2013): China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Japão
Principais produtos exportados pelo Brasil (2013): minério de ferro, ferro fundido e aço; óleos brutos de petróleo; soja e derivados; automóveis; açúcar de
cana; aviões; carne bovina; café e carne de frango.
Principais produtos importados pelo Brasil (2013): petróleo bruto; circuitos eletrônicos; transmissores/receptores; peças para veículos, medicamentos;
automóveis, óleos combustíveis; gás natural, equipamentos elétricos e motores para aviação.
Organizações comerciais que o Brasil pertence: Mercosul, Unasul e OMC (Organização Mundial de Comércio)

Tipos de energia consumida no Brasil (dados de 2011):

- Petróleo e derivados: 37,7%


- Hidráulica: 14,1%
- Gás natural: 10,3%
- Carvão Mineral: 5,2%
- Biomassa: 21,2%
- Lenha: 9,5%
- Nuclear: 1,4%
- Eólica: 0,5%

Principais produtos agrícolas produzidos: café, laranja, cana-de-açúcar (produção de açúcar e álcool), soja, tabaco, milho, mate.

Principais produtos da pecuária: carne bovina, carne de frango, carne suína

Principais minérios produzidos: ferro, alumínio, manganês, magnesita e estanho.

Principais setores de serviços: telecomunicações, transporte rodoviário, técnico-profissionais prestados à empresas, transporte de cargas, limpeza predial e
domiciliar, informática, transportes aéreos e alimentação.

Principais setores industriais: alimentos e bebidas, produtos químicos, veículos, combustíveis, produtos metalúrgicos básicos, máquinas e equipamentos,
produtos de plástico e borracha, eletrônicos e produtos de papel e celulose.
Fontes: IBGE, Ministério de Minas e Energias, Banco Mundial, CIA The World Factbook.
Agricultura, pecuária e pesca. Há uma enorme desproporção entre as áreas cultiváveis do Brasil -- cerca de oitenta por cento da superfície -- e o volume
produzido e exportado. Como a agricultura e a pecuária brasileira são, de maneira geral, de tecnologia ainda incipiente, os aumentos registrados na produção
agrícola se devem mais a uma ampliação da superfície cultivada do que a ganhos na produtividade. O emprego de fertilizantes, sementes selecionadas e
maquinaria agrícola é ainda muito pequeno em proporção às necessidades e potencialidades do país.

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Um dos entraves à produção de alimentos para o mercado interno é a monocultura -- cana-de-açúcar, soja, cacau e café, principalmente. Essas culturas,
junto com o algodão, arroz, milho, feijão, banana e laranja, são as mais importantes, e permitem chegar próximo à auto-suficiência em produtos básicos. Além
disso, há uma rede deficiente de armazenagem e distribuição. A excessiva dependência ao transporte rodoviário acrescenta custos adicionais aos produtos
até sua chegada ao mercado.

O rebanho bovino brasileiro é um dos maiores do mundo e concentra-se em duas grandes áreas pastoris. A mais importante é formada pelo oeste de Mi-
nas Gerais e São Paulo, o sul de Goiás e Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Corresponde à metade do rebanho, com predomínio absoluto do gado zebu. No
Sudeste, predomina o gado leiteiro, geralmente mestiço de holandês e zebu, criado na zona da mata e sul de Minas Gerais, nas zonas Mojiana e Paulista, no
estado de São Paulo, e no curso médio do Paraíba do Sul, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O gado de corte sulino é criado principalmente na
Campanha gaúcha, onde prevalece a raça hereford. Concentra-se também nessa região o rebanho ovino. Minas Gerais, São Paulo e Goiás têm as maiores
criações de suínos. Minas Gerais e Rio Grande do Sul apresentam os maiores rebanhos equinos. Caprinos, muares e asininos adaptam-se melhor às condi-
ções semi-áridas da Bahia.
A pesca no Brasil ainda sofre de relativo atraso técnico. A maior produção pesqueira é a dos estados da costa sulina. No Nordeste, desenvolveu-se a pes-
ca em bases industriais, sobretudo de lagosta e camarão, destinada à exportação para os mercados do Sudeste e Sul e do exterior. Mas a longa extensão de
costas e os inúmeros rios que compõem a rede fluvial brasileira, além de lagoas e lagos, permitem ao Brasil ocupar o primeiro lugar na produção de pescado
na América Latina, em torno de um milhão de toneladas anuais.
Energia. Como país de clima tropical temperado, o Brasil apresenta certas particularidades na disponibilidade e utilização de seus recursos energéticos. O
crescimento econômico acarreta sucessivos aumentos da demanda de energia, a taxas correspondentes. A orientação geral da política energética brasileira,
desde a crise mundial de petróleo ocorrida na década de 1970, é a de buscar diminuir a importação de petróleo, utilizando outras fontes disponíveis no país --
petróleo, energia hidrelétrica, gás natural, carvão mineral e álcool carburante. Nesse sentido, ao final do século XX o Brasil conseguia suprir quase a metade
de suas necessidades de petróleo, percentagem que tende a crescer com a confirmação das reservas provadas da bacia do litoral fluminense.
A pesquisa, lavra, refino, importação e exportação de petróleo são realizadas pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás), empresa controlada pelo estado;
as atividades de energia elétrica são coordenadas pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás). Os demais segmentos energéticos e a distribuição de
derivados de petróleo são abertos à iniciativa particular. A produção offshore de petróleo angariou para o Brasil uma posição de vanguarda nessa tecnologia --
a Petrobrás é uma das poucas empresas no mundo capaz de produzir em lâminas d'água de até mil metros de profundidade.
Mais de noventa por cento da produção brasileira de energia elétrica é de origem hidráulica. O setor hidrelétrico contribui com mais de trinta por cento no
total da energia primária. O maior projeto brasileiro nessa área é a usina de Itaipu, empresa estatal binacional do Brasil e Paraguai, com capacidade total
prevista de 12.600mw. A principal fonte alternativa de energia para o combustível automotivo é o álcool carburante, produzido desde a criação do Programa
Nacional do Álcool (Proálcool) em 1975. No final do século XX o consumo brasileiro de álcool correspondia aproximadamente ao de gasolina. Paralelamente o
Brasil tratou de criar usinas de energia nuclear para fins civis, sobretudo tendo em vista as reservas estimadas de urânio, da ordem de 200.000 toneladas. A

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energia é produzida e fornecida aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro pela usina de Angra dos Reis RJ, com capacidade nominal de 657MW. O país
possui também grandes reservas de carvão mineral, mas de baixa qualidade, e produz carvão vegetal, destinado sobretudo à siderurgia.
Mineração. O subsolo brasileiro é extremamente rico. Nos antigos maciços cristalinos há abundância de ouro, pedras preciosas e diversos metais. O Bra-
sil é um dos maiores produtores mundiais de diamante e cristal de quartzo para uso industrial. Os minérios de maior relevância econômica são os de ferro,
extraído sobretudo do chamado quadrilátero ferrífero, em Minas Gerais, e de Carajás, no Pará; e o manganês, extraído no Amapá. O país conta ainda com a
terça parte das reservas mundiais conhecidas de tório e dispõe de consideráveis reservas de fosfatos, cal, bauxita, granito, argila, magnésio, cristal de rocha,
níquel e estanho.
Indústria. Alguns indicadores ligados à indústria de transformação mostram que o setor industrial brasileiro no final do século XX apresentava tendência
para aumento na participação da renda interna. O país ocupa o sétimo lugar entre os produtores de aço; a produção de alumínio, graças à disponibilidade de
energia elétrica e às grandes reservas de bauxita, coloca o Brasil como sexto produtor mundial; o setor petroquímico apresentava na década de 1990 um
parque diversificado, com três pólos já implantados e mais um em implantação, que exportam eteno e etileno para o mercado mundial.
O setor industrial brasileiro mostra também com nitidez os graves desequilíbrios regionais do país. O estado de São Paulo responde por cerca de quatro
quintos da produção industrial, principalmente nos setores têxtil, de alimentos, metalúrgico, químico e automobilístico. Na década de 1960, os prognósticos
para a industrialização brasileira eram muito otimistas: acreditava-se num processo permanente de modernização, expansão do parque industrial e substitui-
ção das importações. No entanto, o endividamento externo, a deterioração das relações de troca e o estrangulamento da capacidade de importar bloquearam
a expansão industrial. A estagnação econômica coincidiu com a instalação de um estado autoritário, que contribuiu, no plano social, para agravar a desigual-
dade de renda pessoal e aumentar os desequilíbrios regionais. O sistema econômico foi redirecionado para investir prioritariamente em obras de infra-
estrutura, em detrimento das áreas tradicionais de ação governamental. O processo de modernização, embora jamais tenha deixado de atuar, evoluiu através
de outras vias e métodos não previstos.
A importação de capital e de tecnologia incorporada foi o caminho que a industrialização brasileira percorreu nas quatro últimas décadas do século XX,
processo que levou à implantação de bolsões modernos na estrutura produtiva tradicional, com a consequente alteração dos padrões de produção e consumo,
nos métodos de organização e gerência, na automação e na economia de escalas. A história industrial de São Paulo e do Rio de Janeiro, nesse período,
assenta-se num processo de difusão de know-how importado, inicialmente na indústria de bens duráveis de consumo e depois em outros segmentos industri-
ais, com reflexos evidentes e marcantes no setor terciário, quer na reorientação das técnicas de distribuição e comercialização, quer na sofisticação dos pro-
cessos administrativos com a participação da informática.
A concentração da atividade industrial no eixo Rio-São Paulo começou a diminuir na década de 1970, com a difusão para outros centros urbanos -- cida-
des nordestinas, Manaus, Belém, Belo Horizonte e cidades do Sul -- dos métodos fabris de produção, da organização do trabalho, dos métodos de gerência e
dos padrões de consumo. Ao mesmo tempo, ampliou-se extraordinariamente o alcance da industrialização, que envolveu os setores de infra-estrutura (energi-
a, transportes e comunicações), de insumos básicos (aço, petroquímicos, alumínio, cobre, cimento, celulose, fertilizantes), de bens de capital e de setores de
tecnologia de ponta, como a indústria aeronáutica, de armas, informática e nuclear. Entretanto, os níveis de produtividade foram baixos, em face da política
protecionista, que isolou a indústria brasileira da concorrência internacional e inibiu as exportações.
Na passagem para o século XXI, o Brasil atravessava sua primeira crise industrial-urbana, no momento em que o processo de modernização e a melhoria
da qualidade de vida atingiu apenas setores isolados da economia e da sociedade. A inflação acompanhada da estagnação econômica produziu uma sensa-
ção geral de frustração na sociedade, pela ameaça de exclusão do mercado de trabalho e das perspectivas de ascensão social. Malgrado o desenvolvimento
de alguns setores, ficaram evidentes as disparidades entre uma economia e uma sociedade já detentoras de altos níveis de complexidade e um estado institu-
cionalmente atrasado, dispendioso e lento.
Finanças e comércio. O sistema financeiro nacional compreende o Banco Central e as demais instituições financeiras públicas e privadas. A estrutura bá-
sica do sistema financeiro acompanha os padrões dos países desenvolvidos de economia de mercado. A estrutura do sistema compreende os bancos comer-
ciais privados e estatais, nacionais e estrangeiros, as sociedades de crédito imobiliário nacionais, privadas ou estatais, os bancos múltiplos e as corretoras e
distribuidoras de títulos e valores. As principais bolsas de valores estão localizadas no Rio de Janeiro e São Paulo.
O governo brasileiro, em uma longa série histórica, é o responsável pelo suprimento de crédito de longo prazo necessário à realização de investimentos
no setor industrial e na infra-estrutura básica, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras instituições. A principal
fonte de financiamento, ao longo desse período, foi a mobilização da poupança nacional e a captação de recursos externos. No entanto, o processo inflacioná-
rio, que se agravou na década de l980, agravou as distorções do sistema financeiro privado, que privilegiou o financiamento do capital a curto prazo. Na área
cambial, as instituições financeiras pertencentes ao sistema bancário tiveram permissão para realizar operações com divisas, desde que previamente autori-
zadas pelo Banco Central.
A estrutura do sistema financeiro brasileiro foi montada a partir da reforma financeira de 1964, que ampliou consideravelmente o sistema de intermediação
do país, até então adstrito aos bancos comerciais. Tratou-se de dotar o país de uma estrutura moderna e eficiente de intermediação financeira, capaz de
viabilizar principalmente os segmentos de médio e longo prazo do mercado. A criação da correção monetária foi um instrumento de grande importância nesse
particular, pois permitiu que os contratos financeiros se fizessem em termos reais.
Essa estrutura tem no topo o Conselho Monetário Nacional (CMN), cujas funções normativas estendem-se a todas as instituições financeiras. Além des-
sas funções normativas, o CMN estabelece as diretrizes e metas das políticas monetária, creditícia e financeira do país. O Banco Central e o Banco do Brasil
são as autoridades monetárias que executam tais políticas. O Banco Central está prioritariamente voltado para a administração monetária e de balanço de
pagamentos: controla o meio circulante, regula e controla as atividades do sistema financeiro, acompanha e fiscaliza o movimento de entrada e saída de
capitais e as demais operações monetárias, de acordo com as diretrizes governamentais de política econômica. O Banco do Brasil está voltado para o crédito
aos setores público e privado.
Os dois braços executivos do CMN que atuam como bancos de segunda linha, ou seja, por meio de uma rede de agentes espalhada pelo país, sob a for-
ma de repasses, são o BNDES e a Caixa Econômica Federal. Os principais agentes do BNDES são os bancos de desenvolvimento; a Caixa Econômica
Federal herdou as atribuições do extinto Banco Nacional da Habitação (BNH) e atua juntamente com as sociedades imobiliárias e os bancos privados. O
principal fundo de poupança compulsória que gera recursos para essas instituições é o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), criado em 1966, sob
a forma de uma contribuição incidente sobre a folha de salários das empresas. Outro fundo de igual teor, criado em 1971, é o Programa de Integração Social
(PIS), formado por contribuições das empresas sobre seu faturamento. O decreto-lei nº 1940/82 criou o Fundo de Investimento Social (Finsocial). A lei com-
plementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, deu nova disciplina ao Finsocial e elevou em oito pontos percentuais a alíquota da contribuição social sobre o
lucro das instituições financeiras, que assim passou de 15% para 23%.

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Algumas distorções prejudicaram a atuação da estrutura financeira. Uma delas foi a aplicação generalizada da correção monetária, criada como expedien-
te temporário para restaurar o mercado de capitais. Sua aplicação aos ativos de curto e curtíssimo prazo gerou uma situação inédita, em que os poupadores
passaram a contar com ativos absolutamente líquidos, de retorno real garantido e praticamente sem risco. Tal distorção acarretou um deslocamento substan-
cial dos ativos reais para os ativos financeiros e, consequentemente, uma hipertrofia financeira, fundada em última análise na crescente necessidade de
financiamento governamental. As outras distorções ficam por conta do crescente endividamento público interno, inflação, indexação generalizada -- além da
correção monetária foram criados diversos índices ao longo do tempo -- e as altas taxas de juros reais.
Transportes. Num país de dimensões continentais, os transportes e as comunicações estão entre as variáveis estratégicas do desenvolvimento que de-
sempenham papel mais crítico, sobretudo se consideradas as condições de abastecimento rápido numa complexa e distanciada rede de mercados, as neces-
sidades de troca rápida e segura de informações e os parâmetros de eficiência impostos pela exportação. No caso brasileiro, esse quadro se agrava pela
existência de algumas distorções estruturais que se acumularam e se agravaram ao longo da segunda metade do século XX.
A mais séria dessas distorções é a opção por dar prioridade ao transporte rodoviário, seguramente o mais dispendioso e problemático de todos os meios
de transporte. Aos custos permanentes e crescentes de manutenção e fiscalização das rodovias, somam-se os dos combustíveis e os relativos à ampliação e
conservação das frotas. Isso em detrimento de transportes de custos de conservação e operação muito mais baratos, como o ferroviário e o aquaviário, este
último facilitado pela extensa rede hidrográfica brasileira, sobretudo na região Norte, e pela facilidade do transporte marítimo de cabotagem, numa costa
recortada por enseadas e golfos.
Essa distorção afeta tanto o transporte de cargas como o de passageiros e cria graves desequilíbrios: mais de noventa por cento dos passageiros trans-
portados por quilômetro e cerca de sessenta por cento da tonelagem transportada por quilômetro no sistema viário brasileiro competem ao transporte rodoviá-
rio. O aquaviário responde por apenas 17% e o ferroviário por 23% da tonelagem total por quilômetro. Distorção semelhante afeta o transporte urbano de
massa: apenas três cidades brasileiras possuem metrô -- Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília -- mesmo assim em condições muito limitadas em relação ao
transporte rodoviário. O transporte aéreo, mais uma vez consideradas as distâncias continentais do país, tem papel estratégico e possui uma boa infra-
estrutura de aeroportos e frotas.
O Ministério dos Transportes, órgão encarregado de formular as diretrizes gerais de transporte, atua por meio do Departamento Nacional de Transportes
Rodoviários (DNTR), do Departamento Nacional de Transportes Ferroviários (DNTF), do Departamento Nacional de Transportes Aquaviários (DNTA) e do
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Para o transporte de petróleo bruto e derivados, a Petrobrás opera a Frota Nacional de Petroleiros
(Fronape); e para o transporte de minério de ferro, a Companhia Vale do Rio Doce mantém a Docenave.
Comunicações. A rede de comunicações brasileira foi uma das áreas que mais se beneficiaram com a política governamental de modernização e chegou
ao final do século XX com níveis elevados de eficiência administrativa e tecnológica. Em 1998, o governo privatizou as empresas do Sistema Telebrás, que
dominavam o setor de telecomunicações, e abriu a telefonia fixa aos investidores privados. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) continuou
sob controle do estado.
As comunicações domésticas via satélite e a rede nacional de telex ligam as mais distantes regiões do país entre si e com o exterior. A telemetria também
é um setor avançado, graças ao crescimento da capacidade de computação, processamento e transmissão de dados. O Centro Internacional de Comunicação
de Dados oferece os serviços de Interdata, que permitem aos usuários ter acesso a bancos de dados locais e terminais de informação no exterior.
No campo da comunicação de massa, o Brasil conta com jornais diários de padrão internacional nos principais centros, dispõe de emissoras de rádio em
AM e FM em todas as cidades com alguma importância econômica e de uma rede de televisão de alto nível. Desde a década de 1970 a TV brasileira opera
em rede nacional. As emissoras de rádio e televisão constituem uma concessão do poder público, e em sua quase totalidade pertencem a grupos privados. O
governo federal dispõe de um serviço de televisão educativa em rede nacional e todas as emissoras de rádio do país transmitem obrigatoriamente todos os
dias o programa "Hora do Brasil", com notícias do poder executivo e legislativo federal.
Turismo. O desenvolvimento do turismo no Brasil sempre enfrentou alguns obstáculos de natureza estrutural e conjuntural. Entre os principais, estão a
grande distância que separa o país dos principais mercados consumidores: Estados Unidos, Europa e Japão; a falta de profissionalismo nas instalações e
serviços prestados ao turista; a pouca disponibilidade de atrações capazes de atender os desejos e necessidades do mercado exterior; a precariedade dos
transportes domésticos, necessários para vencer as imensas distâncias que separam cada uma das áreas de interesse turístico; a falta de segurança e a
poluição. Numa atividade extremamente competitiva como o turismo, esses entraves, somados à ausência de formação profissional e de mentalidade voltada
para o turista constituem uma desvantagem que se mantém há muitas décadas.
Até a década de 1970, o turismo no Brasil restringia-se praticamente ao Rio de Janeiro e Salvador, que se apoiavam nas belezas naturais e no exotismo.
Os demais centros turísticos brasileiros, como as cidades históricas mineiras (Ouro Preto, Congonhas, Mariana, Tiradentes e São João del Rei) ou as esta-
ções de água (Caxambu, Lindóia etc.) atraíam apenas o turismo interno. A consciência da necessidade de incentivar e disciplinar o turismo levou à criação da
Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), responsável pelos critérios de classificação da rede hoteleira e pela promoção do turismo brasileiro no exterior. Em
nível estadual, o turismo é coordenado pelos órgãos estaduais e municipais.
As festas tradicionais brasileiras de maior atração são o carnaval, com o desfile das escolas de samba, no Rio de Janeiro RJ, e o carnaval de rua em Sal-
vador BA, Recife e Olinda PE; o São João, na segunda quinzena de junho, no Nordeste, com danças e comidas típicas; as festas locais, como a da uva, em
Caxias do Sul RS; a Oktoberfest, festa da cerveja, em Blumenau SC; o festival de cinema de Gramado RS; festa das flores, em Joinville SC; exposição agro-
pecuária, em Goiânia GO; folia do Divino, em Pirenópolis GO; e a procissão do Círio de Nazaré, em Belém PA. Todos os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico brasileiros são, pela constituição, patrimônio cultural e estão protegidos
pela lei.
Parques nacionais. Embora correspondam a menos de dois por cento do território brasileiro, os parques nacionais e as reservas biológicas são de grande
interesse não apenas ecológico e científico, mas também turístico, por representarem uma amostragem completa e curiosa dos diversos ecossistemas do
país. Os parques nacionais brasileiros totalizam uma área superior a 11 milhões de hectares. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
O Espaço Urbano Brasileiro
26/07/2013 - Grupo Escolar
O espaço urbano brasileiro passou por muitas mudanças ao longo dos anos. A urbanização efetiva do país começou a acontecer a partir
do desenvolvimento industrial.
A criação de grandes áreas urbanas, metrópoles e pólos tecnológicos é fruto da migração, da imigração, da expansão do sistema de transportes, do êxo-
do rural e do desenvolvimento econômico e social do país.

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Hoje, o que vemos é um predomínio da cidade sobre o campo. As áreas urbanas são consideradas de maior interesse econômico.
As maiores metrópoles nacionais são: São Paulo e Rio de Janeiro. Essas duas cidades comandam a vida econômica do país e são ligadas pela maior
estrada brasileira: a Rodovia Presidente Dutra.
Algumas cidades dessa região são amplamente urbanizadas e economicamente importantes, como São José dos Campos, Taubaté, Volta Re-
donda, Campinas, Ribeirão Preto e Bauru.
O Brasil também conta com sete metrópoles regionais: Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém.
A urbanização brasileira esteve relacionada com o aumento da pobreza e o surgimento de grandes favelas e áreas periféricas do país. Essas áreas não
contam com serviços de infraestrutura, como saneamento básico, escolas e sistema de transporte coletivos. Isso acaba levando essa população a uma
condição de vulnerabilidade social.
Hoje, o espaço urbano brasileiro é dominado pelo grande tráfego de veículos, e a carência por fontes de energia e investimentos sociais. Conforme, a
população brasileira cresce nas áreas urbanas, os governos encaram mais desafios para promover o desenvolvimento do país.
Vamos entender melhor a estrutura do espaço urbano brasileiro a partir de alguns conceitos:
Distritos - São unidades administrativo-territoriais que compõe o município. São criados para garantir a descentralização e a melhor distribuição dos ser-
viços públicos. São comandados pelo sub-prefeito.
Município – É uma divisão territorial-administrativa, governada pelo prefeito.
Cidades turísticas – Têm no setor de turismo sua principal fonte de renda.
Cidades industriais – São importantes pólos industriais e de tecnologia. Economia baseada no setor industrial.
Cidades portuárias - São cidades próximas a portos, como São Sebastião e Santos.
O processo de urbanização brasileira começou a partir de 1940, como resultado da modernização econômica e do grande desenvolvimento industrial
graças a entradas de capital estrangeiro no país.
As empresas transnacionais preferiram se instalar nas cidades em que a concentração populacional fosse maior e de melhor infra-estrutura, dando ori-
gem às grandes metrópoles.
A industrialização gerou empregos para os profissionais qualificados, expandiu a classe média e o nível de consumo urbano. A cidade transformou-se
num padrão de modernidade, gerando êxodo rural.
A tecnologia e o nível de modernização econômica não estavam adaptados à realidade brasileira.
A migração campo-cidade gerou desemprego e aumento das atividades do setor terciário informal.
O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado no Brasil a partir dos anos 50 levou a um processo de metropolização.
Ocorrência do fenômeno da conurbação, que constituem as regiões metropolitanas (criadas em 1974 e 1975).
A partir da década de 80 houve o que se chama de desmetropolização, com os índices de crescimento econômico maiores nas cidades médias, havendo
assim um processo de desconcentração econômica.
Outras regiões passaram a atrair mais que as regiões metropolitanas, havendo também desconcentração populacional.
Está ocorrendo um declínio da importância das metrópoles na dinâmica social e econômica do país.
Um número crescente de cidades passou a pertencer ao conjunto das cidades médias e grandes.
Podemos dizer que o Brasil se modernizou e que a grande maioria da população brasileira, já está de alguma forma integrada aos sistemas de consumo,
produção e informação.
Existe hoje uma integração entre o Brasil urbano e o agrário, um absolvendo aspectos do outro. A produção rural incorporou inovações tecnológicas pro-
duzidas nas cidades. O Brasil rural tradicional está desaparecendo e sobrevive apenas nas regiões mais pobres.
A produção comercial está cada vez mais voltada para a cidade.
A produtividade aumentou e o meio rural integrou-se aos principais mercados nacionais e internacionais.
A implantação de modernos sistemas de transportes e de comunicações reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração das atividades econômi-
cas, que se difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a partir de diretrizes produzidas nos grandes centros nacionais e internacionais.
Segundo o modelo informacional, São Paulo é a metrópole mundial brasileira que exerce controle sobre os principais sistemas de comunicação que di-
fundem as inovações por todo o país, através dos meios de comunicação.
Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formulação de um novo modelo de relações, muito mais complexo e adequado ao qua-
dro social e econômico do Brasil contemporâneo. Autoria: Elton Santiago
O espaço industrial no Brasil
Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu espaço no Brasil, tornando-se um dos elementos mais básicos de uma determinada região .Trazendo
consigo, sempre uma característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, tanto na cultura como na economia ou até mesmo no espaço que ela ocupa e
no impacto que ela causará em seu ambiente.
A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indústrias, como e porque, que um lugar que comporta uma ou várias indústrias se modifica, e modifica a
vida de sua população;como os meios de transporte e comunicação podem influenciar para a industrialização de uma determinada região.

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Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em uma determinada região?Como fica o desenvolvimento de uma região pouco industrializa-
da?Essas e outras questões, serão abordadas a seguir,tendo como principal objetivo,fazer que se entenda melhor, o papel desta gigante, chamada INDÚS-
TRIA !
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL
A atividade industrial, muito concentrada no Sudeste brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se distribuindo melhor entre as diversas regiões do país. Atu-
almente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindus-
trialização, que vem ocorrendo intra - regionalmente e também entre as regiões.
Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba
ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra,
transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos.
A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros forma-
dores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-
obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.
A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE
A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento
do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias a saber: capital, mercado con-
sumidor, mão-de-obra e transportes.
Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando
novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado,
tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do
trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.
A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande concentração espacial da indústria no Sudeste.A concentração
industrial no Sudeste é maior no Estado de São Paulo, por motivos históricos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu toda a região Sudeste, o
que produziu espaços geográficos diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD(Santo André,São Ber-
nardo do Campo, São Caetano e Diadema)e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos possuem uma superconcentração industri-
al, elaborando espaços geográficos integrados à região metropolitana de São Paulo.Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se expandiu nas
seguintes direções: par a Baixada Santista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São
José do Rio Preto.
AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL
Sudeste:
Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do país.
Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica,de produtos químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de
vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado pela variedade e volume de produção.
Várias empresas multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos, petroquímicos, etc.As empresas gover-
namentais atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas.
O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mercado consumidor e pela exportação dos
produtos industriais a preços mais baixos.Quem observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar quantos
produtos industriais saem do Brasil para outros países. E aí vem a pergunta:com quem fica o lucro dessas operações?Será que fica para os trabalhadores
que as produziram?
A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de Brasília, possui também um grande
parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de alta produção e concentração de São Paulo.Constitui-se também,de empresas de vários
tipos, destacando-se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimen-
tos, etc.
Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir principalmente
aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte tornou-se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o
extrativismo ao setor automobilístico.
Além do triângulo São Paulo,Rio de Janeiro,Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a maioria apresentando ligação direta com al-
gum produto ou com a ocorrência de matéria-prima . É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre outras, ligadas à
siderurgia.Outros centros industriais estão ligados à produção local, como Campos e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna(leite e
derivados), Franca e Nova Serrana(calçados), Araguari e Uberlândia(cereais),etc.
O estado do Espírito Santo é o menos industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como:Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemi-
rim
Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de
Tubarão.
No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial:comércio, serviço público, profissionais liberais, educação, serviços bancá-
rios, de comunicação, de transporte , etc.Quanto maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados às atividades urbanas.
Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na
região.Milhares de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte e distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo interno ou
à exportação.Considerada também o centro cultural do país, a região possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capa-
cidade de expansão, graças ao crescimento de suas cidades.

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Sul:
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional do trabalho visa o abastecimento do mercado interno
e as exportações.
O imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no processo industrial de produtos agrícolas,
muitas vezes em estrutura familiar e artesanal.
A industrialização de São Paulo implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima,Implicou também na incapacidade de concor-
rência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o exterior.Com as transforma-
ções espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas.
A indústria passou a se diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo.Nesse sentido o sul passou a complementar a pro-
dução do Sudeste.Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.
Objetivando a integração brasileira com os países do Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor petroquímico, carboquímico, siderúrgico
e em indústrias de ponta (informática e química fina).
A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional que possibilite o aproveitamento das possibilidades de
integração da agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da produção de bens de capital( máquinas, equipamentos), de indústrias de ponta em
condições de concorrência com as indústrias de São Paulo.
Nordeste:
A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias do Centro-Sul, principalmente de São
Paulo, que utilizam um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.
A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool.
As indústrias continuam a tendência de intensificar a produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, quí-
micas, mecânicas e outras.
A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção refino e utilização de derivados do petróleo.
Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na área de serviços ou fica desem-
pregada.
As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretando o empobrecimento da população
operária.
O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente em alguns pontos dispersos e con-
centra-se sobretudo nas regiões metropolitanas:Recife, Salvador e Fortaleza .
Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no final da década de 70 para atender ao escoamen-
to da produção destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.
A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodovia , ligando o Nordeste(Zona da Ma-
ta) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em
direção a este.
Centro-Oeste:
Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tive-
ram mercado consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas.
A partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando a exportação .Para atender às necessidades econômicas
brasileiras e a sua participação dentro da divisão internacional do trabalho, caberia ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes para exportação.
Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos do País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-
região. Sua produção de carne visa o mercado interno e externo.
Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os produtos de exportação. O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte
médio e matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.
Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que contribui para o maior valor de sua produ-
ção industrial . As outras atividades industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como :alimentos, móveis etc. A indústria de alimentos, a
partir de 1990, passou a se instalar nos pólos produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada
em Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na própria área.
No estado de Goiás por exemplo ,existem indústrias em Goiânia, Anápolis,Itumbiara, Pires do rio,Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, locali-
zadas na área de maior desenvolvimento econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao seu mercado consumidor, que estimu-
la o desenvolvimento industrial.
Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira, esta área possui certa diversificação
industrial.Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção industrial.
Norte:
A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas
últimas décadas, na área dos transportes, comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor industrial , visando à exportação.
Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento
dos produtos.

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A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas diversas, destacando-se a produção de laticínios;o processamen-
to de carne, ossos e couro; a preservação do pescado, por congelação, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o esmagamento de
sementes para fabricação de óleos; a destilação de essências florestais; prensagem de juta, etc.Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-
prima, geram empregos.
As principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a criação de áreas industriais de grandes
dimensões.
Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca de Manaus.
COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IM-
PLANTADA
Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em determinada região, várias mudanças acontecem, dentre elas, mudan-
ças no espaço geográfico, mudanças culturais,e principalmente, mudanças na economia.
A implantação de uma indústria, modifica a cultura, pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo povo, e tido como tradição, cede seu lugar,
muitas vezes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em pouco tempo, o serviço que muitas vezes, era desempenhado por várias pessoas e em um
período de tempo muito maior.Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam,fazendo-se aumentar o número de empregos informais surgidos nessa
região.
Além de mudanças na cultura e economia , surgem também, mudanças no espaço geográfico:em alguns casos, as industrias são implantadas, sem mai-
or avaliação dos danos que ela poderá causar, acarretando consequências gravíssimas posteriormente.

A ZONA FRANCA DE MANAUS


A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um entreposto destinado ao beneficiamento de
produtos para posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA (pelo Decreto-Lei nº 288).
O decreto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997.
Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e estrangeiras anteriormente instaladas no sul do
Brasil, bem como investimentos de novas ET, principalmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que
a produção de computadores e periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve apenas o segmento de
consumo da indústria eletrônica.
A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas com a abertura da economia, nos anos 90,
esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar a concorrência com produtos importados no
mercado doméstico brasileiro. As empresas estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e aumento do conteúdo impor-
tado dos produtos finais.

A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGI-
ÃO
Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma indústria em uma determinada região.
Para ser determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local tem que ter fácil acesso à rodovias, que escoem a sua produção para
as diversas regiões do país e os portos, visando a exportação.
Os meios de comunicação, também são vitais, para que sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes negócios, visando a obtenção de
lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade de comunicação.
O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa , é necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o
papel de intermediário entre o produtor e o consumidor final.
OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA
As economias capitalistas tiveram, do pós guerra até meados da década de 70, uma das fases de maior expansão e transformações da estrutura produti-
va, sob a égide do setor industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores, bens de capital e do
consumo duráveis) e a química (especialmente a petroquímica).
A rápida implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indús-
tria de material de transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de minerais não-metálicos todos com uma forte carga de impacto sobre o meio
ambiente.
De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial sobre o meio ambiente depende de três grandes fa-
tores: da natureza da estrutura da indústria em distintas relações com o meio natural; da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos industriais; e
o padrão tecnológico do processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos.
A industrialização maciça e tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassados no que se refere ao meio ambien-
te, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e reprocessamento.
Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a economia mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao
contrário da industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias - primas, "commodities" e energéticos, o novo padrão de
crescimento tende a uma demanda elevada de informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de "produção" de
efluentes poluidores.
CONCLUSÃO
Uma indústria em uma certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao mesmo tempo que contribui para o crescimento, ela pode estar
executando a massificação da cultura de um povo.

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Muitas vezes, o prejuízo natural causado por um acidente ambiental, tendo como protagonista uma indústria, pode não ser revisto nunca mais, matando
ecossistemas inteiros,um prejuízo sem recuperação.
Uma indústria, também pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da população, gerando inúmeros empregos diretos e indiretos.
Será que hoje em dia a humanidade conseguiria viver sem comodidade e tecnologia?Sem um celular ou um computador, ou mesmo uma televisão ou um
rádio?
E se não existisse o carro?Ou mesmo você não pudesse nem sonhar em ir de ônibus para o trabalho, tivesse que ir de carro de boi?Enfim, o mundo não
seria o mesmo, sem seus produtos industrializados!
http://www.coladaweb.com/geografia-do-brasil/o-espaco-industrial-no-brasil
Distribuição da População Brasileira
Assim como no mundo, a população brasileira também se distribui de maneira irregular pelo território, resguardadas as peculiaridades naturais, históricas
e econômicas que cada região possui.
Os maiores adensamentos demográficos brasileiros estão localizados na fachada litorânea, principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. O fato
pode ser explicado principalmente por razões históricas, econômicas e políticas.
A Região Nordeste foi a que primeiro recebeu do colonizador europeu o impacto do povoamento. Este procurou aliar fatores estratégicos, como
a proximidade geográfica com a metrópole e a topografia mais acessível daquela região, especialmente da fachada litorânea, aos interesses econômicos
da época, ou seja, a atividade açucareira.
Com a competitividade do açúcar antilhano e do estimulante período minerador que se instalou em Minas Gerais, o eixo de interesse se deslocou para
o Sudeste. Isso provocou não apenas focos importantes de povoamento nesta região, como também incentivou o povoamento em outros lugares, mais
periféricos, em função da necessidade de produção de alimentos para o abastecimento da zona aurífera.
Mais tarde, com a atividade cafeeira, o interesse econômico se fixou de forma determinante no Sudeste, criando forte infraestrutura para o futuro desen-
volvimento industrial.
Enfim, a região, provida de acumulação de capital e de demanda populacional, passou a ser o polo de desenvolvimento do país.
A Região Sul, das três, foi a que recebeu povoamento mais recente. Ainda no período colonial, as zonas de fronteira do Brasil meridional eram palco de
confronto entre espanhóis e portugueses, tornando indefinido o domínio de certas porções do território.
Foi no Brasil Império que se incentivou o povoamento da região, através de política imigratória. Tal estratégia, além de definir a posse da terra, tornou-a
produtiva, pois apesar das grandes dificuldades enfrentadas pelos imigrantes europeus, foram eles os principais responsáveis pelo desenvolvimento da
região, através das atividades pastoris e, posteriormente, da indústria.
O conhecimento técnico do imigrante, aliado ao sistema familiar de produção artesanal, transformou pequenasunidades agropastoris em verdadeiros
embriões de industrialização verticalizada, aproveitando o núcleo produtivo local para transformá-lo em indústrias bastante representativas na atualidade.
Exemplos típicos são os frigoríficos da região, as vinícolas, as metalúrgicas e as indústrias de móveis e de calçados, na maioria ligadas à presença dos
imigrantes alemães, italianos e eslavos.
As regiões Centro-Oeste e Norte são as que apresentam os maiores vazios demográficos. Distantes dos eixos de interesse econômico, num país de
extensão continental, com uma política exportadora de matérias-primas e uma estrutura de transporte voltada para o setor rodoviário, portanto caro, é expli-
cável o menor povoamento das mesmas.
Se as condições naturais da Amazônia já foram consideradas, erroneamente, barreiras ao povoamento, hoje, o movimento ambientalista se mobiliza para
não permitir que ocorra no domínio da Floresta Amazônica o que aconteceu com a Mata Atlântica, ou seja, o seu extermínio.
Idealiza-se, para a região, o desenvolvimento sustentado, o que cientificamente seria capaz de dar suporte econômico às populações locais, sem causar
prejuízo às fontes naturais que as provêm. O maior interesse econômico na região reside nas atividades extrativas e agropastoris.
Já a Região Centro-Oeste, tanto pela proximidade em relação ao Sudeste como pela topografia tabular de grande parte dos seus domínios tem atraído
investimentos para as atividades agropastoris, principalmente para a agricultura mecanizada. Tal situação tem colocado em risco um importante ecossistema
brasileiro: o cerrado. Porém, tem gerado divisas para o país, num impasse que historicamente se repete.
Conclusão
O que se vê, portanto, é um Brasil com um visível contraste, fruto das dimensões históricas de seu povoamento.
Na fachada litorânea temos adensamentos humanos que preocupam, principalmente pelos problemas de diversas ordens deles decorrentes. Na região
central, um grande vazio, com sérios desafios para o futuro, principalmente se o seu povoamento se der de maneira desorganizada, em função de se tratar
de dois dos mais representativos ecossistemas terrestres: Floresta Amazônica e cerrado.
Por: Renan Bardine
Correntes Demográficas
A existência de um problema demográfico é quase unanimidade nos dias de hoje. Mas as divergências sobre o sentido dos dados estatísticos, e, sobre-
tudo sobre os caminhos para um equacionamento, são acentuadas.
Há três grandes linhas de interpretação: uma, neomalthusiana; outra, que acredita na auto-regulação; e outra, de cunho católico, que conjuga auto-
regulação e intervenção sábia do ser humano. Esta última corrente não só apresenta uma originalidade em sua gênese, como também na análise dos fatos e
na proposta de soluções. Ao mesmo tempo em que apregoa a necessidade de um planejamento familiar e de uma política demográfica, ela o faz com pres-
supostos antropológicos e teológicos surpreendentes, conjugando o respeito absoluto à vida em todas as suas formas e a intervenção sábia do ser humano.
Para esta última corrente só há solução do problema demográfico se economia e política trilharem outros caminhos, fundados na distribuição mais justa dos
recursos da terra e na solidariedade.

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Explosão Demográfica
De acordo com os números da ONU, a Terra já se aproxima dos 6 bilhões de habitantes, provavelmente este habitante de número 6 bilhões nascerá num
país pobre, com altas taxas de natalidade. E em 2050 esse número poderá chegar a 9 bilhões e 400 milhões. Por volta do ano 8.000 a.C. (antes de Cristo),
calcula-se, por meios estatísticos e científicos, que a população mundial girava em torno de 5 milhões de pessoas.
No ano de 1650 d.C. (depois de Cristo), a população mundial atingia a cifra de 500 milhões. Indicando que a população do planeta dobrava a cada 1500
anos. Passado mais 200 anos, isto é 1850, a população dobrou chegando a 1 bilhão de pessoas. Passaram mais 80 anos, dobrou novamente, em 1930, a
população chegava aos 2 bilhões. Em 1975, isto é, 45 anos depois dobrava de novo, chegando a 4 bilhões de pessoas, chegando ao ano 2000 com 6 bilhões
de pessoas. É o que se pode chamar de crescimento exponencial, ou explosão demográfica.
Este crescimento populacional dos últimos séculos colocou em evidência Thomas Robert Malthus (1766-1834), economista e sacerdote da igreja angli-
cana do século XVIII, que ganhou celebridade com a teoria (teoria malthusiana) exposta em "Um Ensaio Sobre o Princípio da População", onde faz uma
análise profunda a respeito da explosão demográfica do Planeta, afirmando que jamais teríamos uma sociedade feliz devido à tendência (estatística) de que
as populações sempre cresceriam mais que os meios de sua subsistência. Segundo Malthus, a produção de alimentos cresce em progressão aritmética e a
população em progressão geométrica, gerando fome e miséria das grandes massas. A natureza corrige essa desproporção por meio das guerras e epidemi-
as, que reduzem a população. Malthus recomenda ao governo antecipar-se à natureza negando assistência social às populações.
Resumo da teoria Malthusiana
Foi estabelecida por Thomas Robert Malthus (1766-1834); estabelece que: a população cresce geometricamente (2, 4, 8, 16, 32, 64, 128,…); a produção
de alimentos cresce aritmeticamente (2, 4, 6, 8, 10,...);
Consequência: morte por fome;
Solução: só procriam os mais aptos (os mais abastados economicamente), que corresponde à teoria segregacionista (ponto de vista socioeconômico).
No final do século XIX, as teorias Malthusianas começaram a ser esquecidas. O desenvolvimento da tecnologia agrícola aumentou o índice de produção
de alimentos, o avanço da medicina, as condições econômicas e sociais dos países foram melhorando e as taxas de natalidade foram caindo. Atualmente,
todos os países desenvolvidos apresentam níveis baixos de crescimento vegetativo.
A Explosão Demográfica Nos Países Subdesenvolvidos
O que contribuiu para a explosão demográfica nos países subdesenvolvidos a partir da década de 50?
Até o fim da Segunda Guerra Mundial, os países subdesenvolvidos apresentavam uma dinâmica populacional equilibrada, similar a da Europa antes da
Revolução Industrial (século XVIII). As taxas de natalidade eram elevadas (muitos nascimentos), mas as taxas de mortalidade também eram elevadas (muitas
mortes), que resultava num crescimento vegetativo moderado (equilibrado). Contudo, a partir de 1950(após a Segunda Guerra Mundial), esses países subde-
senvolvidos começaram a ser beneficiados, por novos produtos e procedimentos obtidos nos países desenvolvidos, com novos medicamentos, vacinas,
programas de prevenção de doenças, controle de doenças epidêmicas, etc, fato este que colaborou para a redução das taxas de mortalidade, logo resultando
no crescimento da população, que em 45 anos "pulou" de 2 bilhões para 4 bilhões.
Surgindo neste período a preocupação com o crescimento populacional, fez surgir uma nova teoria sobre o crescimento populacional. Essa nova teoria
defendida principalmente pelos países desenvolvidos ficou conhecida como Teoria Neomalthusiana.
A Teoria Neomalthusiana defendia a implantação de políticas de controle de natalidade nos países subdesenvolvidos a partir da utilização dos diversos
métodos anticoncepcionais. Para os neomalthusianos, o crescimento da população provocava o atraso do crescimento econômico.
Os Reformistas
Em oposição aos neomalthusianos surge a Teoria Reformista, que afirmam: não é o crescimento da população que provoca o atraso econômico, e sim o
atraso econômico que provoca o crescimento populacional. A situação social precária, a miséria e a má distribuição de renda é que provocariam o atraso
econômico.
A única possibilidade de controlar o crescimento populacional seria realizar reformas sociais e econômicas que possibilitassem uma melhor distribuição
de recursos e a consequente elevação do nível de vida da população. Com melhor nível de vida as populações estariam mais instruídas para o controle da
natalidade. Uma família deve, por si própria, decidir o número de filhos de acordo com seus desejos e suas possibilidades financeiras.
A favor da teoria dos reformistas está o fato de que na maioria dos países desenvolvidos não houve a aplicação de nenhuma lei para o controle de nata-
lidade - as taxas diminuíram naturalmente à medida que o padrão econômico e social da população melhorou.
A política demográfica no Brasil
Desde a década de 30 até a década de 60, o governo brasileiro desenvolveu uma política demográfica nitidamente populacionista.
A Constituição de 1934 foi a primeira a explicitar essa política populacionista. Ela atribuía ao Estado a incumbência de socorrer as famílias de prole nu-
merosa[1]. A Constituição de 1937 avançou ainda mais, ao afirmar que "às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus encar-
gos".
Em 1941, no governo Getúlio Vargas, foi criado um decreto-lei que obrigava as pessoas solteiras ou viúvas, maiores de 25 anos, a pagar um adicional de
1% sobre o imposto de renda devido.
Na Constituição de 1946, o artigo 164 assegurava o amparo às famílias de prole numerosa. Os pais que tivessem mais de 6 filhos tinham direito a um
abono especial.
A crescente necessidade de mão-de-obra (numerosa e barata), para sustentar o desenvolvimento industrial, e a preocupação do governo em povoar os
vazios demográficos do interior do país (Centro-Oeste e Amazônia) serviram de estímulo permanente à política natalista ou populacionista. Nos anos 60,
foram criados o auxílio-natalidade (1960) e o salário-família (1963)[2].
Auxílio-natalidade: pagamento de um salário mínimo, aos pais, quando do nascimento de um filho.
Salário-família: pagamento mensal de 5% do salário mínimo local, para cada filho, até os 14 anos de idade.

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Foi essa política demográfica natalista que, somada à situação de pobreza e ignorância da população e ajudada pela redução das taxas de mortalidade,
produziu a maior explosão demográfica do mundo.
Família de prole numerosa: que possui muitos filhos.
Esses dois benefícios continuam em vigor, porém com seus valores originais alterados. No caso, por exemplo, do salário-família: em 1995 quem ganhava
até 249,80 reais por mês, recebia 6,66 reais de salário-família por filho; mas quem ganhava mais de 249,80 reais ficava com 83 centavos por filho.
Políticas demográficas, planejamento familiar, Igreja Católica
A preocupação com o crescimento populacional não é de hoje. Está presente desde os primórdios da humanidade. Só que, enquanto num passado não
muito distante ela se configurava no sentido de se obter uma aceleração, em períodos mais recentes ela aponta exatamente no sentido inverso. Quando
Malthus, em 1789, publicou seu conhecido Essay on the Principles of Population já se podia detectar uma fundada inquietação, mas em setores relativamente
pequenos da sociedade, e ainda assim menos dramática. A preocupação generalizada e mais aguda, contudo, só se faz presente nos últimos cinquenta
anos. Hoje, a ruptura do equilíbrio natural, conhecido em outras épocas, carrega consigo muitas e graves inquietações para todos. Assim mesmo, porém,
esta consciência quase unânime sobre o fato esconde acentuadas divergências. Estas já despontam no próprio diagnóstico; acentuam-se na hora da inter-
pretação; atingem seu ápice no momento em que pedem um equacionamento.
1. Fato reconhecido por todos:
existe um problema
O reconhecimento da existência de um grave problema demográfico vem fundamentado por números e índices inquestionáveis: a população cresce ace-
leradamente, trazendo em seu bojo inúmeros problemas relacionados com a alimentação, habitação, educação, saúde, ecologia, qualidade de vida, etc. A
questão se torna mais angustiante nas grandes concentrações urbanas, principalmente nas denominadas megalópoles, por sinal já bem numerosas: elas se
encontram diante de impasses estruturais praticamente insolúveis, mesmo quando situadas em nações desenvolvidas. O problema se torna evidente em
termos de regiões e camadas pobres: é nelas que a aceleração se torna inegável e os problemas são detectáveis a olho nu.
Entretanto, um olhar mais cuidadoso faz perceber que o problema não é regionalizado, mas sim que nos encontramos diante de um desafio planetário:
vivemos cada vez mais num mundo sem fronteiras, caracterizado por grande mobilidade populacional e pela repercussão imediata sobre todos, mesmo no
caso de desafios aparentemente regionais. A globalização é um fato em todos os sentidos, sobretudo no que se refere aos aspectos negativos: tudo hoje é
gigantesco para todos.
Se é compreensível a sensibilidade de organismos internacionais, quase sempre originários e sediados no Primeiro Mundo, a assertiva de uma sensibili-
dade manifesta pelas religiões, mormente a Católica, pode parecer surpreendente. Com frequência, a Igreja Católica e a concepção ética por ela veiculada
parecem andar na contramão: elas pareceriam ignorar o problema demográfico e se oporiam, sistematicamente, a qualquer tipo de planejamento familiar e,
mais ainda, a qualquer política demográfica. É o que teria ficado, uma vez mais, claro na recente Conferência Mundial sobre "População e Desenvolvimento",
realizada no Cairo. Ao menos à primeira vista, estaríamos diante de uma falta de consciência da gravidade dos problemas demográficos e de uma recusa
sistemática na busca de soluções.
Contudo, pelo menos a partir da década de 60, sucessivos documentos oficiais oriundos das mais altas instâncias hierárquicas da Igreja Católica, como a
Mater et Magistra, Gaudium et Spes, Populorum Progressio, não deixam margem para dúvidas: por um lado, reconhecem claramente a existência de um
problema; por outro, se negam a compartilhar tanto dos diagnósticos quanto dos caminhos de solução normalmente pleiteados. Assim se percebe que as
verdadeiras questões éticas se localizam mais na interpretação de dados aparentemente objetivos e, consequentemente, nos caminhos tidos como naturais
de equacionamento.
2. Dificuldade:
em que consiste o problema?
Nesta altura ninguém ousaria negar a qualidade científica da demografia. Como qualquer outra ciência, ela merece credibilidade. Contudo, paradoxal-
mente, os dados científicos geram uma série de questões que vão levar a diagnósticos e a buscas de equacionamento bem diferente.
2.1. Os senões inerentes à demografia como ciência
A demografia é uma ciência humana, e não uma ciência exata. Se é verdade que nem mesmo as ciências denominadas de "exatas" conseguem escapar
totalmente das coordenadas ideológicas, isto vale muito mais para as ciências humanas. Elas nunca são totalmente objetivas, seja por passarem, forçosa-
mente, por um sujeito, individual ou social, seja pelo seu próprio objeto, que é o ser humano em suas diversificadas concretizações históricas e culturais.
Reconhecidamente, até em países desenvolvidos, a coleta de dados tem sempre implícita uma certa precariedade: quem garante que os entrevistados este-
jam fornecendo respostas objetivas? A desconfiança de uma significativa parcela da população no que se refere a enquetes é bem conhecida já desde os
recenseamentos do Império Romano.
Mas existem ao menos três outros ângulos a serem considerados e que relativizam a objetividade de dados demográficos: as inerentes projeções para o
futuro, a diversidade de situações e a hermenêutica dos eventuais fatos. No que se refere a projeções, elas só podem contar com as constantes, enquanto a
realidade humana se caracteriza por uma série de variáveis de ordem histórico-cultural que, de alguma forma, constituem algo de "imponderável". Para
verificar esta assertiva basta pensar numa tendência, relativamente recente, de retardar o nascimento dos filhos. Enquanto num passado não muito distante
ter logo filhos, e preferivelmente uma família numerosa, era motivo de orgulho, atualmente, em muitos setores isto é considerado como manifestação de
irresponsabilidade. E, de qualquer forma, as estatísticas não podem apreender as "ondas" de cunho mais ou menos ideológico que emergem e desaparecem
rapidamente, mas que influem decisivamente no comportamento humano: o que é moderno hoje torna-se facilmente antiquado amanhã. Acrescentem-se a
isto conjunturas sócio-econômicas e políticas, que também mudam com frequência, e se perceberá que fazer projeções demográficas, ainda que seja algo
necessário, comporta sempre um risco.
Ao se falar genericamente de problema demográfico, pode-se oferecer a impressão de que ele se concretiza mais ou menos da mesma forma, em toda
parte. Se é verdade que ele desponta em toda parte, não é menos verdade que ele aponta para realidades diferentes, e por vezes até opostas. Com efeito,
no contexto do Terceiro Mundo e das regiões mais pobres, ele aponta tanto para o excesso de população quanto para o acelerado índice de crescimento; já
no contexto do Primeiro Mundo ele aponta para o envelhecimento da população resultante do significativo aumento da média de vida e os reduzidos índices
de nascimento. Por aí já se percebe que a verdadeira questão se localiza no nível hermenêutico.

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2.2. As diversas interpretações possíveis
Poderíamos dizer que existem ao menos três grandes correntes hermenêuticas que tentam interpretar os dados demográficos: as de cunho malthusiano
e neomalthusiano; as que acentuam mecanismos auto-reguladores e as que conjugam auto-regulação e exigência de uma redefinição histórica no modo de
se entender e de se estruturar as sociedades humanas.
Sabidamente, as hermenêuticas alarmistas, que só falam em termos de "explosão demográfica", não remontam ao próprio Malthus, mas aos neomalthu-
sianos. Malthus foi um fervoroso pastor protestante, pai de prole numerosa e de concepção ética que hoje seria denominada como moralizante. Apesar de
sua conhecida tese de progressão geométrica da população, contraposta à progressão aritmética da alimentação, nunca propugnou métodos que hoje se
alinhariam entre os contraceptivos: suas teses apontam muito mais para o autocontrole das pessoas e do casal. Já os neomalthusianos, liderados por Marga-
reth Sanger, desde o início se caracterizaram por diagnósticos alarmistas e por apregoar medidas restritivas drásticas, que pouco levam em consideração o
prisma ético.
Os partidários da auto-regulação, entre os quais se destacou Josué de Castro, partem do desmentido histórico da tese de Malthus, bem como de uma
concepção histórico-antropológica, para garantir diagnósticos menos dramáticos e equacionamentos menos drásticos. Para eles, com a demografia sucede
algo parecido ao que ocorre em relação ao crescimento da pessoa humana: há momentos de aceleração, desaceleração e estabilização. Os fatores mais
determinantes são os alimentares e os socioculturais. Esta intuição talvez pudesse ser hoje traduzida como "desenvolvimento integral". Este seria o melhor
contraceptivo e o melhor caminho para o equacionamento do problema demográfico. Particularmente no que se refere à reprodução das populações pobres,
é necessário tomar como ponto de partida outro postulado: os pobres não são pobres porque se multiplicam tanto e tão rapidamente, mas se multiplicam
tanto e tão rapidamente porque são pobres.
Desta forma, a terceira corrente hermenêutica, sintonizada com a concepção ética da Igreja Católica, mostra certa semelhança com a anterior, mas o-
põe-se totalmente ao neomalthusianismo. Entretanto, esta terceira hermenêutica apresenta traços bem originais e um pouco mais complexos. Ela se funda
em pressupostos ao mesmo tempo antropológicos e teológicos, pouco conhecidos do grande público. Daí a conveniência de se proceder a uma análise mais
cuidadosa.
3. Leitura e solução originais
Não por acaso existem leituras e posturas diferentes de uma mesma realidade. Elas se originam de pressupostos antropológicos e éticos diferentes. É na
linha dos pressupostos que se configura a originalidade intrigante da ética de cunho católico.
3.1. Três pressupostos que geram uma concepção diferente
Três são os pressupostos que sustentam o posicionamento ético da Igreja Católica no que tange à transmissão da vida e, consequentemente, à questão
demográfica: o da origem divina de todas as coisas; o do ser humano constituído à imagem e semelhança de Deus; e o da administração de todas as coisas,
a ser sabiamente efetuada pelo ser humano, em consonância com planos divinos.
De uma forma ou outra, todas as correntes éticas acenam, mais ou menos explicitamente, para Alguém, ou algo, que transcende a razão humana na sua
imediatez. Isto se evidencia desde as primeiras elaborações éticas, oriundas do mundo grego. O próprio termo ethos já se reveste de um sabor transcenden-
te: é uma reverência que, embora escondida, sustenta toda normatividade, ao mesmo tempo que ultrapassa toda norma concreta. A crença numa origem
divina aponta para uma sabedoria que norteia todas as coisas. Nada surgiu por acaso, nem sem destino. Por isso mesmo não cabe à ética criar o que não
existe, mas desvelar o criado e as normas a ela subjacentes. Isto vale sobretudo quando se aborda a transmissão da vida humana e a construção da socie-
dade. Trata-se de tarefa difícil, uma vez que ninguém pode falar de Deus e de seus planos senão por meio de mediações humanas. Mas se estes existem,
então é somente por meio do seu penoso desvelamento que poderemos trilhar um caminho verdadeiramente humano.
Da crença de que tudo revela uma face de Deus decorre o respeito à vida em todas as suas expressões e em todos os momentos. Para a ética cristã a
capacidade de transmitir a vida humana é algo que se coloca na linha de um dom extraordinário. Daí a consequente e inegociável atitude de reverência
diante do milagre da vida, em todas as suas múltiplas formas, que se renova constantemente.
A convicção de que cabe ao ser humano administrar sabiamente tudo o que existe nos distancia de concepções deterministas e providencialistas na
construção do mundo e da história. O que se pressupõe é uma criatividade quase divina, na qual o ser humano é o primeiro protagonista. Só que para admi-
nistrar sabiamente todo o criado pressupõe-se que este ser humano assuma sua condição criatural, não se considerando senhor ou senhora, mas irmão e
irmã; não dono, mas exatamente apenas administrador. Está claro que a administração sábia não exclui, mas pressupõe as ciências e a tecnologia, pois é
por meio delas que se consegue penetrar mais profundamente nos segredos da Criação e administrá-la com sabedoria.
3.2. "Sim" ao planejamento e "sim" à política demográfica
Entretanto, os grandes desafios nesta tarefa não se encontram fora, e sim dentro do ser humano. Pois nele se concentram todas as potencialidades, co-
mo também todas as contradições encontradas no mundo circunstante. Conhecer-se a si mesmo, descobrir os segredos da existência, desentranhar os
caminhos da realização pessoal e social é uma tarefa primeira, pois a administração sábia do universo está a ela intimamente vinculada. E aqui emerge mais
claramente o porquê das preocupações éticas da Igreja com referência à transmissão da vida humana e à demografia: é neste nível que ocorre o teste mais
decisivo de atitude de busca humilde para desvendar e administrar sabiamente os mistérios da vida, ou atitude de prepotência, que leva à desumanização.
Infelizmente, quando se trata de planejamento familiar, além de não se ter presente este amplo quadro de pressupostos antropológicos e éticos, em geral
se tem uma compreensão empobrecida do posicionamento teológico católico. Sem mais rodeios, é preciso deixar claro que o que caracteriza este posiciona-
mento não é o "não", mas o "sim": "sim" ao amor profundo e humanizante; "sim" à vida a dois assumida com senso de responsabilidade; "sim" à política
demográfica; "sim" ao planejamento familiar. Os últimos dois "sim" podem parecer surpreendentes, mas nem por isso são menos claros e menos categóricos.
Entretanto, a bem da verdade, é preciso deixar claro que não é qualquer tipo de controle da natalidade em nível pessoal que merece o nome de planeja-
mento familiar. Este não se coloca simplesmente em nível dos métodos, mas de posturas de vida. O centro das preocupações neste particular aponta muito
mais para uma concepção de vida, de sexualidade, de relacionamento humano, de produção e distribuição dos recursos humanos. E é a partir de uma inego-
ciável atitude de reverência diante do mistério da vida, particularmente da vida humana e do estreito vínculo entre amor e transmissão da vida, que se com-
preende este posicionamento aparentemente contraditório: "sim" ao planejamento familiar e "não" à contracepção. O ser "contra" é decorrência lógica de um
ser "a favor" de uma atitude básica, sem a qual se esvai a dignidade humana e a nitidez de sua grandiosa tarefa. Uma coisa é planejar, por meio de um mais
profundo conhecimento dos mecanismos da vida; outra é guiar-se por uma mentalidade contraceptiva, onde a transmissão da vida emerge como uma amea-
ça às pessoas e à sociedade.
Também não é qualquer tipo de controle populacional que merece o nome de política demográfica. Assim, não estamos diante de uma verdadeira política
demográfica quando, por medidas arbitrariamente restritivas, se consagra o status quo de gritantes desigualdades em todos os níveis. Igualmente, não se

Geografia do Brasil 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
trata de política demográfica quando as nações e as camadas mais privilegiadas impõem ideologicamente um controle sobre as multidões empobrecidas,
controle que se constitui no carro-chefe da dominação nos níveis político, econômico e cultural. A verdadeira política demográfica consiste no que se denomi-
na de promoção humana integral, com os consequentes desdobramentos nos níveis alimentar, habitacional e educacional, decorrentes de uma distribuição
mais adequada de todos os recursos humanos. Assim, a política demográfica tem tudo a ver com a justiça, e muito a ver com o "holismo" apregoado para
outros campos.
3.3. O equacionamento exige mudanças radicais
Neste contexto é necessário acentuar, com todas as letras, que nem a ética nem a Igreja Católica têm métodos de planejamento familiar. Estes são cien-
tíficos. Como também não têm soluções mágicas para o problema demográfico. Mas, certamente, elas pressupõem mudanças de concepções de vida e outra
rota para a construção de uma sociedade mais humana. A insistência sobre atitudes de vida é uma decorrência lógica do já anteriormente explicitado. Além
disso, por mais estranho que este posicionamento possa parecer, o que mais surpreende é que grande parte da sociedade não perceba a contradição na
qual ela mesma se envolve: adere, com entusiasmo, à nova consciência ecológica; adere, com o mesmo entusiasmo, à pró-biótica, à alimentação natural, à
medicina alternativa, e ao mesmo tempo se nega a admitir sequer uma hipótese semelhante quando se trata da transmissão da vida. Afirmar que a natureza
é detentora de recursos surpreendentes, que devem ser administrados, não contradiz em nada a seriedade científica.
Pelo contrário, as ciências sempre avançaram na exata medida em que ousaram ultrapassar as evidências de uma época. Já bem diziam os gregos anti-
gos que a identidade profunda dos seres se esconde por trás das aparências. E só atinge a sabedoria da vida quem é capaz de romper as barreiras das
aparências e evidências, particularmente quando estas são trabalhadas ideologicamente.
Distanciada do providencialismo simplista, contudo, esta corrente vai acentuar a necessidade de uma intervenção humana, no sentido de uma reestrutu-
ração histórica da sociedade e de alguns de seus pressupostos correntes, seja em termos econômicos seja em termos políticos. Se é verdade que a terra é
suficientemente generosa para suprir as necessidades básicas de todos, certamente ela é incapaz de corresponder à voracidade do consumismo das cha-
madas sociedades avançadas. Da mesma forma, é evidente que, na medida em que a maior parte dos recursos forem canalizados para a fabricação de
armamentos, eles serão insuficientes para responder a um padrão de vida digno para todos. Assim, o desperdício, o luxo e o armamentismo são os fatores
mais determinantes para inviabilizar qualquer solução humana do problema demográfico.
Conclusão
É muito difícil chegar a uma conclusão quando a questão é demografia. Ninguém é tão ingênuo para não perceber que estamos diante de uma questão
muito complexa, com inúmeros ângulos diferentes. Afinal, tanto o problema demográfico como o ecológico não são meramente setoriais. São expressões
setoriais do problema global da humanização dos seres humanos e de todo o universo. Com certeza a ética, sozinha, não conseguirá viabilizar um equacio-
namento adequado. Mas, também, com certeza sem a ética não iremos muito longe. Pelo contrário, estaremos trilhando o caminho de uma ainda maior
desumanização. Alguns pressupostos éticos básicos, assumidos por todos, independentemente de crenças religiosas, são o único ponto de partida que nos
acena para um futuro melhor para todos. Autoria: Hugo Leonardo C. Ferreira
O papel do Brasil no MERCOSUL
Vagner Rangel Moreira, Gabriel Vinicius Mamed de Miranda
1 – INTRODUÇÃO
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é a união aduaneira composta por quatro países-membros - Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil - e um país
em processo de adesão, a Venezuela.
O embrião do processo integrador na América Latina remonta aos anos 60 do século XX, quando foi criada a ALALC (Associação Latino Americana de
Livre Comércio) e aos anos 80, quando surgiu a ALADI (Associação Latino Americana de Integração). Nesta década, Brasil e Argentina iniciam conversações
e assinam acordos bilaterais (Declaração de Iguaçu – 1985 e o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento – 1988) visando incrementar o comér-
cio entre si e criar um mercado maior, aberto aos países que quisessem dele participar.
Diante disso, Paraguai e Uruguai passam a integrar o grupo em 1991 a partir da assinatura do Tratado de Assunção, criando assim o MERCOSUL (Mer-
cado Comum do Sul).
Alguns outros países participam do bloco na qualidade de estados associados como Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador. O “status” de estados as-
sociados confere aos mesmos o direito de participarem de reuniões do MERCOSUL como convidados e de assinarem tratados onde haja interesses comuns.
Para ser considerado um associado, o país deverá assinar acordos de complementação econômica e obedecer a um cronograma para redução de tarifas e
criação de uma zona de livre comércio com o bloco econômico.
2- ESTRUTURA E OBJETIVOS DO MERCOSUL
A estrutura funcional do MERCOSUL é formada por diversos órgãos como:
- Conselho de Mercado Comum, responsável pela política de integração do bloco e representada pelos chanceleres e ministros da fazenda dos estados-
membros.
- Grupo de Mercado Comum, responsável pelos acordos e tratados para implementação das políticas econômicas e comerciais entre os países.
- Comissão de Comércio, órgão técnico que assessora o Grupo de Mercado Comum nas suas decisões.
Além disso, possui uma secretaria geral, sediada em Montevidéu e uma Comissão Parlamentar Conjunta.
Os objetivos do MERCOSUL são bastante ambiciosos, abrangendo áreas relacionadas não somente à economia, mas também à cultura, educação, des-
locamentos populacionais, trabalhista, entre outros.
3- O MERCOSUL NO CENÁRIO MUNDIAL
Economicamente o bloco se situa como o terceiro maior, atrás do NAFTA e da UE, sendo o seu Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$
3,0 trilhões, mensurados a partir da paridade do poder compra. Desses, o Brasil se apresenta como a maior economia, sendo responsável por 70% do PIB
gerado.
Essa supremacia pode resultar em problemas, uma vez que as economias mais fortes geralmente acabam por ter maiores vantagens no relacionamento
comercial e se impõem naturalmente no mercado de outros países.

Geografia do Brasil 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os problemas intrabloco acabam acontecendo por conta das assimetrias econômicas e de desenvolvimento. Para que se tenha uma ideia, o comércio
entre Brasil e Argentina, as duas maiores economias do bloco é cerca de 15 vezes maior que o comércio entre Paraguai e Uruguai, as economias mais
fracas. Além disso, o valor agregado das mercadorias exportadas por Brasil e Argentina é maior, auxiliando, assim, na geração de crescentes superávits em
favor desses países.
No confronto Brasil e Uruguai ou Brasil e Paraguai, assim como a Argentina com os mesmos países, os dois maiores integrantes do bloco têm registrado
superávits crescentes em suas balanças comerciais, gerando desequilíbrios. O poder que Uruguai e Paraguai possuem de colocar suas mercadorias nos
mercados brasileiro e argentino é muito menor do que o poder que Brasil e Argentina têm de atingir os mercados uruguaio e paraguaio.
Pelo lado brasileiro, algumas políticas são realizadas com a finalidade de reduzir essas assimetrias, tais como investimentos em outros países do bloco e
empréstimos e financiamentos de bancos de desenvolvimento (BNDES) a atividades produtivas nos países menos favorecidos. Isso pode parecer, à primeira
vista, um benefício de mão-única, mas na verdade rende frutos como:
- Juros dos empréstimos e financiamentos realizados;
- Fornecimento de equipamentos e matérias-primas para equipar o novo parque produtivo;
- Geração de renda nos países, o que estimulará a demanda por produtos brasileiros;
- Possibilidade da venda de novos bens compatíveis com o novo padrão de produção no Uruguai e no Paraguai.
4- O BRASIL NO MERCOSUL
O papel do Brasil no MERCOSUL é, portanto, cada vez mais integrador. Contudo, é incontestável sua posição de líder, em função de suas características
econômicas, populacionais, geográficas etc. É importante perceber que a posição de líder aumenta a responsabilidade do Brasil na condução e na sobrevi-
vência do MERCOSUL.
Aliado à característica integradora, o Brasil, a partir do MERCOSUL, demarca definitivamente a América do Sul como sua área de influência político-
econômica. Reforça, ainda, a posição a favor do multilateralismo para fazer frente à posição norte-americana e à tentativa de implementação da ALCA (ÁREA
DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS).
CONCLUSÃO
Por todo o exposto, não há dúvidas de que o Brasil acaba por exercer grande influência e possui muito poder nas decisões tomadas no âmbito do MER-
COSUL. http://www.ambito-juridico.com.br/site/
TESTES DE GEOGRAFIA
http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-geografia/agricultura

PROVA SIMULADA I

Exercícios sobre agricultura


Questões:

01. De acordo com o mapa a seguir, assinale a alternativa cuja seqüência numérica apresente a respectiva correspondência com os produtos de destaque
em sua economia:

a) I – petróleo; II – algodão; III – cana-de-açúcar; IV – fumo.


b) I – babaçu; II – cana-de-açúcar; III – fumo; IV – tungstênio.
c) I – carnaúba; II – sal; III – petróleo; IV – cana-de-açúcar.
d) I – cana-de-açúcar; II – petróleo; III – algodão; IV – cacau.
e) I – sal; II – cana-de-açúcar; III petróleo; IV – cacau.

02. (UNIFENAS) O meeiro constitui, no Brasil, um tipo característico de trabalhador rural:

a) de cuja terra é co-proprietário.


b) que recebe em pagamento metade do salário pago na região.
c) que recebe em pagamento metade dos lucros do proprietário.
d) que paga ao proprietário metade do aluguel da terra ocupada.
e) que entrega ao proprietário metade do que produziu.

03. (PUC) O maior parcelamento das propriedades, a presença de culturas diversificadas em áreas de brejos constituem características no Nordeste, nota-
Geografia do Brasil 24 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
damente:

a) no Meio-Norte.
b) no Agreste.
c) na Zona da Mata.
d) no Sertão
e) no Recôncavo.

04. (PUC) Entre as explorações tradicionais do Nordeste, aquela tem sido melhor aproveitada pela indústria moderna é a:

a) de algodão mocó.
b) da cana-de-açúcar.
c) do couro.
d) do agrave.
e) da mandioca.

05. (FGV) O litoral sul da Bahia caracteriza-se pela presença da monocultura de:

a) cana-de-açúcar
b) algodão
c) amendoim
d) cacau
e) sisal

06. O produto que acusou uma rápida expansão nos últimos anos, estando entre os quatro mais importantes atualmente exportados pelo Brasil é:

a) o arroz, cultivado principalmente no Rio Grande do Sul e Goiás;


b) o fumo, cultivado principalmente em Santa Catarina e Bahia;
c) o amendoim, cultivado principalmente em São Paulo, Paraná e Mato Grosso;
d) o milho, cultivado principalmente em São Paulo, Paraná e Minas Gerais;
e) a soja, cultivada principalmente no Rio Grande do Sul e Paraná.

07. (OSEC) "Nas encostas montanhosas, onde a erosão é mais intensa devem-se cultivar (de preferência em cima de terraços) produtos permanentes, como
a arboricultura; os vales e as planícies ficam reservados para as culturas temporárias."

A principal idéia contida no texto é o fato de que:

a) As técnicas agrícolas variam de acordo com os tipos de cultivo.


b) As culturas, para defesa dos solos, devem-se distribuir de acordo com o relevo.
c) As técnicas agrícolas estão na dependência dos tipos de relevo.
d) O relevo não pode interferir na escolha dos cultivos.
e) A erosão é mais intensa nas áreas montanhosas do que nas planas.

08. As primeiras áreas de cultivo do café em São Paulo e Paraná foram respectivamente:

a) a Mogiana e o Planalto de Curitiba;


b) a Alta Paulista e o norte do Paraná;
c) o Vale do Paraíba e o norte do Paraná;
d) o Vale do Paraíba e o sul do Paraná;
e) o noroeste de São Paulo e do Paraná.

09. (STA. CECÍLIA - Santos) Os maiores produtores brasileiros de cana-de-açúcar e cacau são, respectivamente:

a) Pernambuco e Bahia
b) Pernambuco e Ceará
c) Ceará e Bahia
d) Paraná e Ceará
e) São Paulo e Bahia

10. (UNISA) Chamamos de sistemas agrícolas:

a) As formas de divisão de glebas, em relação às culturas desenvolvidas.


b) O sistema de distribuição dos cultivos, em relação ao solo e todos produtos agrícolas.
c) As formas de financiamento da produção e da comercialização dos produtos agrícolas.
d) Aos sistemas planejados de produção agrícola.

Geografia do Brasil 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) Ao conjunto de técnicas empregadas para obtenção da produção agropastoril.

Resolução:
01. E
02. E
03. B
04. A
05. D
06. E
07. B
08. C
09. E
10. E

PROVA SIMULADA II

Exercícios sobre comércio externo

Questões:
01. (CESGRANRIO) No 1º aniversário do Plano Real, festejou-se a queda das taxas de inflação de 50% para 2% ao mês. Para muitos analistas, no entanto,
o desempenho do Real, no início de 1995, esteve ameaçado, tendo em vista repercussões das dificuldades experimentadas pelos planos da estabilização
econômica dos governos do México e da Argentina, que rediriam na manutenção prolongada de políticas de:

a) substituição de importações por similares nacionais.


b) transferência de tecnologias avançadas dos países desenvolvidos.
c) criação de empresas estatais em setores estratégicos.
d) sobrevalorização da moeda nacional frente ao dólar norte-americano.
e) atração de investimentos estrangeiros de longo prazo.

02. (FEMM/FIO/VEST) As exportações de manufaturas destacam-se no corredor de exportação de:

a) São Paulo
b) Minas Gerais – Espírito Santo
c) Rio de Janeiro
d) Paraná
e) n.d.a.

03. (UNIFENAS) Sobre o comércio exterior brasileiro seria errado afirmar que:

a) Houve grande aumento das exportações de manufaturados e semi-industrializados superando exportações de produtos primários.

b) Menor dependência em relação ao mercado norte-americano.

c) Grande diversificação quanto aos tipos de produtos exportados e quanto aos parceiros comerciais.

d) Apresenta diminuição gradativa do volume de mercadorias exportadas e do valor de exportações.

e) A balança comercial apresenta um superávit, desde 82, apesar de não poder ser considerado como lucro.

04. (UFPA) As regiões brasileiras exercem diferentes papéis no que diz respeito a “divisão inter-regional do trabalho” ressaltando-se que:

a) a Região Sudeste coordenando o mercado nacional, caracteriza-se por ser exportadora unicamente de produtos provenientes do setor primário.

b) A Região Sul desempenha um papel eminentemente industrial, como fornecedora de produtos do setor secundário.

c) A Região Norte, caracteriza-se pela exportação de matéria-prima de origem diversa, com destaque para os minérios.

d) A Região Nordeste, mesmo com seus problemas endêmicos consegue ser fornecedora de alimentos para a força de trabalho de outras regiões.

e) A Região Centro-Oeste caracteriza-se principalmente pela exportação de produtos agrícolas com destaque para o cacau e o fumo.

05. (UNIFENAS) São características do comércio exterior brasileiro na década de 80, exceto:

a) Aumento das exportações e diminuição das importações.


b) Grande aumento nas exportações de produtos industrializados.

Geografia do Brasil 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) Saldos comerciais positivos a partir de 83.
d) Diversificação dos mercados compradores.
e) Diminuição significativa do comércio com a Argentina.

06. (UFMG) Com a abertura das fronteiras brasileiras aos produtos manufaturados estrangeiros, evidenciou-se a fraca competitividade da maioria dos setores
industriais do país. Sobre esse aspecto da nossa indústria, todas as alternativas estão corretas, exceto:

a) A competitividade da indústria está comprometida pelas recentes e generalizadas restrições à entrada de tecnologia estrangeira a à penetração de bens de
capital.

b) A falta de competitividade da indústria brasileira resulta da fraca produtividade de determinados setores e da baixa qualidade dos produtos colocados no
mercado.

c) A indústria brasileira adotou, até bem recentemente, a estratégia de aumentar receitas por meio de aplicações financeiras em detrimento de investimentos
produtivos na modernização do setor.

d) A maior parte dos setores dessa atividade é voltada apenas para o mercado interno que, embora se situe entre os maiores do mundo, é pouco exigente e
não estimula a competitividade.

e) N. d. a.

07. (BRAGANÇA PAULISTA) Para facilitar o aumento da produção brasileira destinada à exportação, o governo federal criou os "corredores de exportação",
que podem ser assim definidos:

a) sistema de conjugação de transportes, portos, silos e frigoríficos para receber, conservar e exportar os produtos para o mercado externo;

b) conjunto de rodovias que alcançam os mais distantes e interiorizados centros de produção para conectá-los com os grandes eixos viários;

c) tratamento preferencial que, enfatiza os principais produtos locais, como a soja em Paranaguá, o café em Santos, o minério de ferro em Vitória e outros;

d) conjunto de normas e processos fiscais e financeiros que desburocratizaram e agilizaram as exportações;

e) sistema de empresas de produção, transporte e armazenamento - as trading companies - para escoamento e exportação de produção.

08. O acordo com os europeus

"O acordo de cooperação entre a União Européia e o Mercosul, assinado nos dias 15 e 20 de dezembro de 1995, prevê o fomento do intercâmbio em diver-
sos setores. Por este acordo, ficou acertado que os Estados-partes da União Européia e os países-membros do Mercosul envidarão esforços a fim de promo-
ver a cooperação empresarial com o propósito de criar um marco favorável de desenvolvimento econômico que tenha em conta seus interesses mútuos. Para
reafirmar as bases de tal acordo, particularmente o presidente francês Chirac empenhou-se em convencer o Brasil das vantagens de atrelar os negócios
nacionais preferencialmente à Europa em lugar de fazê-lo com os Estados Unidos. Chirac ofereceu a França como porta de entrada para ampliar o comércio
brasileiro com a União Européia."
(adaptado da Revista Mercosul, maio de 1996 e Revista Veja, março de 1997)

De acordo com o conteúdo do texto podemos afirmar que, exceto:

a) Os EUA vêem com maus olhos a concorrência que o Mercosul faz à ALCA (Área de Livre Comércio das Américas.

b) O texto não corresponde à realidade, não há grande interesse em integrar o Mercosul à U.E. (União Européia).

c) O esforço de ampliar os contatos com as economias emergentes, entre outros o Brasil, e a preferência de negociações entre blocos.

d) Dentro da Nova Ordem Mundial a idéia é ampliar cada vez mais os blocos econômicos.

e) O Mercosul já mantém relações amplas com a U.E.

09. (USP) Com base nas informações do gráfico abaixo, podemos afirmar que, no período de 1966 e 1975:

a) o valor das exportações brasileiras foi sempre inferior ao valor das importações;
b) o valor das exportações brasileiras atingiu seu ponto mais baixo no ano de 1966;
c) o valor das importações brasileiras atingiu seu ponto mais alto no ano de 1975;
d) sempre houve equilíbrio entre o valor das exportações e o valor das importações brasileiras;
e) a maior diferença entre o valor das exportações e o valor das importações brasileiras ocorreu em 1974.

Resolução:
01. D

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
02. A
03. D
04. C
05. E
06. A
07. A
08. B
09. E

PROVA SIMULADA III

Exercícios sobre fontes de energia

Questões:
01. As jazidas brasileiras de carvão mineral localizam-se em terrenos, datando geologicamente:

a) do proterozóico
b) do triássico
c) do plioceno
d) do cambriano
e) do permocarbonífero

02. (CEFET-PR) dentre as citadas assinale a alternativa que contenha apenas as fontes de energia renováveis mais utilizadas no Brasil:

a) Solar, hidrelétrica e eólica.


b) Hidráulica, lenha e biomassa.
c) Hidráulica, xisto e solar.
d) Petróleo, solar e lenha.
e) Álcool, eólica e solar.

03. (PUC) A Usina de Itaipu é um empreendimento conjunto:

a) Brasil – Paraguai;
b) Brasil – Argentina;
c) Brasil – Paraguai – Argentina;
d) Argentina – Paraguai;
e) Brasil – Uruguai.

04. (PUC) A área carbonífera de Santa Catarina compreende os municípios de:

a) Brusque, Jaraguá do Sul e Lages;


b) Campos Novos, Chapecó e Aranguá;
c) Joinville, Blumenau e Rio do Texto;
d) Criciúma, Lauro Müller e Urussanga;
e) Itajaí, Florianópolis e Laguna.

05. A bacia sedimentar do Brasil, que responde pela maior produção de petróleo é:

a) Bacia de Carmópolis.
b) Bacia de Tabuleiro do Martins.
c) Bacia do Meio-Norte.
d) Bacia do Recôncavo Baiano.
e) Bacia de Campos.

06. (FGV) Sobre o consumo de energia no Brasil é correto afirmar que:

a) a Região Sudeste não consegue consumir toda a energia que produz;


b) o setor residencial e de comércio representam 80% do consumo total de energia;
c) mais da metade da energia consumida no país provém de fontes renováveis, como a hidráulica e a biomassa;
d) nesta década, devido às sucessivas crises econômicas, não tem havido aumento do consumo de energia;
e) o petróleo e o carvão mineral representam mais de 70% de energia produzida para consumo no país.

07. (TAUBATÉ) Usina brasileira que se revelou um verdadeiro fracasso em todos os aspectos: técnico, financeiro, social e ecológico. Inundou 2.360 metros
quadrados de floresta, sem qualquer aproveitamento, e vai gerar uma energia muito cara em relação ao investimento, sem atender à demanda da região:

Geografia do Brasil 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) Tucuruí
b) Balbina
c) Xingó
d) Orocó
e) Paratinga

08. A energia elétrica, no Brasil, contribui de maneira significativa para atender às necessidades do país em fontes de energia. O setor que mais utiliza ou
consome energia elétrica no Brasil é:

a) a indústria
b) os domicílios
c) o comércio
d) a iluminação pública
e) os transportes

09. O levantamento do potencial hidráulico das principais bacias hidrográficas brasileiras demonstra a grande supremacia dos rios da bacia:

a) Amazônica
b) do São Francisco
c) do Paraná
d) do Tocantins-Araguaia
e) do Leste

10. (OSEC) O conjunto hidroelétrico de Urubupungá, situado na divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul, é constituído pelas usinas:

a) Furnas e Mascarenhas de Morais


b) Volta Grande e Estreito
c) Três Marias e Furnas
d) Jupiá e Ilha Solteira
e) Presidente Bernardes e Manguinhos

Resolução:
01. E
02. B
03. A
04. D
05. E
06. C
07. B
08. A
09. A
10. A

PROVA SIMULADA IV

Exercícios sobre indústria de transformação

Questões:
01. (UNOPAR) As cidades de Volta Redonda (RJ) e Camaçari (BA) destacam-se, respectivamente, na concentração de indústrias:

a) siderúrgicas e alimentícias.
b) alimentícias e petroquímicas.
c) eletroeletrônicas e de calçados.
d) siderúrgicas e petroquímicas.
e) eletroeletrônicas e têxteis.

02. (UNIFOR) Ao processo contemporâneo de produção de bens industriais, simultaneamente em vários países, através da padronização de modelos tecno-
lógicos e de consumo, suplantando as fronteiras nacionais pela escala mundial, dá-se o nome de:

a) internacionalização do capital.
b) globalização.
c) terceirização.
d) monopólio transnacional.
e) neoliberalismo.

03. (UEMA) São indústrias de ponta na terceira Revolução Industrial:

Geografia do Brasil 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

a) metalúrgica – construção civil – naval.


b) petroquímica – automobilística – siderúrgica.
c) elétrica – eletrônica – têxtil.
d) informática – microeletrônica – biotecnológica.
e) alimentícia – de bebidas finas – de cosméticos.

04. (UESPI) A respeito da indústria moderna, é correto afirmar:

a) com as inovações tecnológicas atuais, eliminou-se a divisão técnica do trabalho.


b) seus trabalhadores, chamados de artesãos, possuem uma clara idéia de como ocorre todo o processo de produção, trocando freqüentemente de função
dentro da empresa.
c) não mais se baseia no assalariamento, mas no regime de parceria.
d) tende a absorver maior capacidade técnica e científica, deslocando tarefas para a terceirização.
e) não se preocupa com a produtividade, passando a intensificar a competitividade.

05. (ESCCAI) “No mundo capitalista a preocupação primordial é obtenção de lucros cada vez maiores. É dessa busca incessante de lucros máximos que
resultam as estratégias de localização geográfica das empresas industriais, que em inúmeros fatores têm de ser considerados isoladamente e em conjunto.”

A partir do texto acima conclui-se que os fatores mais importantes são, exceto:

a) Mercado consumidor.
b) Energia.
c) Matéria-prima.
d) Legislação ambiental.
e) Mão-de-obra.

06. (UFF) O interesse dos governos estaduais em instalar indústrias em suas áreas por meio de incentivos fiscais levou-os a travar uma "guerra fiscal". Um
dos Estados que há pouco se valeu desse recurso foi o Rio de Janeiro. Assinale a opção que indica corretamente a região do Estado do Rio de Janeiro que
mereceu, recentemente, destaque no noticiário dos jornais pela instalação de grande indústria atraída por essa política da "guerra fiscal":

a) Turística da costa sul.


b) Campos, no norte fluminense.
c) Serrana norte.
d) Vale médio d rio Paraíba do Sul.
e) Suburbana do Grande Rio.

07. (UNIFOR) Os novos investimentos em regiões mais distantes do eixo Rio-São Paulo estão permitindo a algumas cidades nordestinas, um crescimento
industrial maior do que alguns pólos econômicos do Centro-Sul. Essa expansão se deve, basicamente:

a) ao esgotamento do mercado consumidor no eixo Rio-São Paulo;


b) à resposta dos problemas sociais que até a década de 80 impediram a entrada de capital;
c) ao aquecimento recente da indústria do turismo, exigindo maior tecnologia para a Região;
d) à estabilidade da moeda que permitiu operar o significativo parque industrial nordestino;
e) ao crescimento do mercado consumidor nordestino associado às vantagens fiscais e ao baixo custo da mão-de-obra.

08. (UNIMEP) Em relação à privatização da Vale do Rio Doce, existiu argumentos pró e argumentos contra. Para os defensores da desestatização:

I. A Vale não tinha importância estratégica para o desenvolvimento econômico-social do país.


II. O Estado deveria deixar a função de empresário.
III. O financiamento da Vale seria um mau negócio para o Estado.
IV. Privatizar a Vale não seria privatizar o solo brasileiro.
V. A própria empresa, livre de burocracia, poderia produzir mais, pagar mais impostos e gerar mais empregos.

Da relação anterior, são, particularmente, eram argumentos neoliberais:

a) I e IV
b) II e IV
c) III e IV
d) V e IV
e) Todas

09. (UNIMEP) A crise econômica por que passou o Brasil na década de 80 - a "década perdida", como ficou conhecida - pôs fim ao período de extraordinário
crescimento econômico ocorrido nas três décadas anteriores. Da década de 50 até a de 70, impulsionado por um processo de industrialização da sociedade,
o Brasil apresentou bom desenvolvimento econômico tanto em nível regional quanto mundial. Nesse período, os ingredientes básicos do grande crescimento
econômico industrial do país foram:

Geografia do Brasil 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

a) a forte participação de capital estatal e estrangeiro na economia;


b) o fácil endividamento externo;
c) a abundância de mão-de-obra;
d) a grande disponibilidade de recursos naturais;
e) a crescente presença estrangeira na indústria de bens não-duráveis.

10. (UNIFENAS) A organização do espaço geográfico brasileiro após a industrialização sofreu mudanças profundas. Seria errado afirmar:

a) grande concentração de atividades e decisões no Sudeste, tendo São Paulo como centro polarizador;

b) orientação da economia nacional com aplicação do modelo econômico centro-periferia;

c) maior integração do espaço brasileiro com desenvolvimento da rede de transporte e comunicações interligando o Sudeste ao resto do país;

d) maior interdependência entre as regiões com a divisão inter-regional do trabalho;

e) produção industrial se desenvolve em função das exportações, devido à inexistência de mercado interno.

Resolução:
01. D
02. B
03. D
04. D
05. D
06. D
07. E
08. E
09. E
10. E

PROVA SIMULADA V

Exercícios sobre pecuária

Questões:

01. (PUC) A Região Sul se destaca em termos de atividade criatória e entre as regiões brasileiras é a que dispõe do maior rebanho de:

a) bovinos e eqüinos
b) eqüinos e asininos
c) asininos e muares
d) suínos e ovinos
e) ovinos e caprinos

02. (MACKENZIE) O Pantanal mato-grossense possui características singulares que o individualizam e tornam uma unidade fisiográfica e morfoestrutural
única no território brasileiro, com uma economia caracterizada pela:

a) criação extensiva de gado bovino.


b) criação intensiva de gado bovino.
c) extração mineral.
d) elevada densidade de produção agrícola.
e) policultura comercial.

03. (CESGRANRIO) Que atividade econômica foi desenvolvida no Vale do Paraíba do Sul, como fase intermediária entre a cultura cafeeira e a indústria?

a) plantação de milho
b) cultivo de videira
c) plantação de algodão
d) pecuária leiteira
e) rizicultura

04. O rebanho ovino do Brasil, em razão das condições climáticas mais favoráveis, concentra-se principalmente no Estado de:

a) São Paulo
b) Mato Grosso
c) Rio Grande do Sul

Geografia do Brasil 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d) Rio de Janeiro
e) Pará

05. O Vale do Itajaí (SC) destaca-se por apresentar expressivo rebanho:

a) caprino
b) bubalino
c) ovino
d) eqüino
e) bovino de leite

06. (SANTA CECÍLIA - Santos) A maior parte do rebanho bovino brasileiro está concentrada na região:

a) Sudeste
b) Sul
c) Centro-Oeste
d) Nordeste
e) Norte

As questões 07 e 08 estão ligadas ao texto a seguir:

"O homem está destruindo, em poucas décadas, o que a natureza levou milhões de anos para construir. A enorme capa de basalto, encobrindo o arenito, já
está totalmente desaparecida, em virtude da erosão. A prática da queima e o pisoteio dos campos pelo gado bovino e principalmente ovino, não permitem
uma margem de tempo para que a terra recupere suas qualidades naturais."

07. O texto acima aplica-se melhor às áreas agropecuárias do:

a) sul de Goiás
b) oeste de Mato Grosso
c) oeste de Mato Grosso do Sul
d) norte do Paraná
e) oeste do Rio Grande do Sul

08. Qual das seguintes alternativas apresenta o tema mais abrangente do texto?

a) Degradação dos recursos naturais.


b) Empobrecimento de áreas agrícolas.
c) Erosão em solos de campos.
d) Conseqüências de atividades pecuárias.
e) Conseqüências do desmatamento.

09. (UNISA) Na região Sudeste, dois Estados se destacam na criação de gado:

a) Espírito Santo e Rio de Janeiro;


b) Minas Gerais e Espírito Santo;
c) São Paulo e Rio de Janeiro;
d) Minas Gerais e São Paulo;
e) Rio de Janeiro e Minas Gerais.

10. (FUVEST) "Até hoje, a produção leiteira é das mais importantes do vale que se tornou uma das mais fortes áreas da zona de laticínios da Região." O vale
e a Região a que se refere o texto são, respectivamente:

a) Vale do Paraíba e Região Sudeste;


b) Vale do Ribeira e Região Sudeste;
c) Vale do Rio Doce e Região Sudeste;
d) Vale do São Francisco e Região Nordeste;
e) Vale do Itajaí e Região Sul.

Resolução:
01. D
02. A
03. D
04. C
05. E
06. C
07. E

Geografia do Brasil 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
08. A
09. D
10. A

PROVA SIMULADA VI
Exercícios sobre transportes

Questões:
01. (OSEC) Qual é o maior corredor de exportação do Brasil?

02. (MACKENZIE) O Projeto Radam, entre outras coisas, tem mostrado a grande riqueza florestal da Amazônia. O seu aproveitamento econômico pela
indústria madeireira é principalmente dificultado:

a) pela heterogeneidade e dispersão das espécies arbóreas;


b) pelas inundações das várzeas;
c) pelas dificuldades de circulação;
d) pela má qualidade das madeiras.
e) n.d.a.

03. (UNIMEP) Segundo o valor das exportações, os principais portos do Brasil são, respectivamente:

a) Santos, Rio de Janeiro e Porto Alegre.


b) Rio de Janeiro, Santos e Recife.
c) Santos, Rio de Janeiro e Salvador.
d) Rio de Janeiro, Santos e Vitória.
e) Santos, Paranaguá e Vitória.

04. (PUCC) A linha principal da Ferrovia do Aço destina-se a ligar:

a) Belo Horizonte ao Rio de Janeiro.


b) São Paulo ao Rio de Janeiro.
c) Belo Horizonte ao Espírito Santo.
d) Belo Horizonte a São Paulo.
e) Brasília a Belo Horizonte.

Mapa para as questões 5 e 6

05. As setas I, II e III indicam, respectivamente, importações brasileiras de:

a) laticínios, cobre e estanho.


b) cobre, trigo e petróleo.
c) estanho, petróleo e laticínios.

Geografia do Brasil 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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d) petróleo, cobre e trigo.
e) trigo, laticínio e cobre.

06. Os principais portos de exportação de minérios no Brasil são:

a) São Luis – Itaqui e Vitória – Tubarão.


b) Paranaguá e Santos.
c) São Luis – Itaqui e Rio Grande.
d) Santos e Rio Grande.
e) Vitória – Tubarão e Paranaguá.

07. A grande importância da Estrada de Ferro Vitória - Minas está ligada:

a) ao transporte de minério de ferro extraído do Quadrilátero Ferrífero;


b) ao escoamento da maior parte da produção agrícola de Minas Gerais;
c) à grande extensão de sua linha, permitindo a penetração ao interior de Minas Gerais;
d) ao transporte de gado proveniente do Triângulo Mineiro até os frigoríficos localizados nos grandes centros consumidores;
e) ao escoamento dos produtos oriundos do parque industrial mineiro.

08. (UNIMEP) A partir de 1860 e até 1879, houve a chamada expansão e evolução do sistema paulista de transportes. Tal evolução se deve à expansão
cafeeira. Nesse sentido, os transportes que ganharam primazia foram, naturalmente:

a) os marítimos
b) os rodoviários
c) as ferrovias
d) os transportes aéreos
e) os transportes fluviais

09. (PUC) Relacione os portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande, Tubarão e Areia Branca, respectivamente, com os principais produtos exportados:

a) café, algodão, soja, manganês e sal;


b) manufaturados, soja, carne, ferro e sal;
c) café, manufaturados, soja, ferro e sisal;
d) manufaturados, madeira, fumo, ferro e açúcar;
e) banana, carne, manganês, manufaturados e sal.

10. (MED. - Santos) O desenvolvimento da malha ferroviária no estado de São Paulo, voltada para o litoral, com marcante afunilamento deve-se:

a) à boa situação geográfica de Santos, que atraiu as ferrovias;


b) ao tipo de produção agrícola voltada para a exportação implantada no Estado;
c) à situação geográfica da capital paulista, próxima ao litoral;
d) aos problemas geográficos representados pela movimentação orogênica do planalto;
e) aos incentivos estatais.

Resolução:

01. Porto de Santos.


02. A
03. E
04. D
05. D
06. A
07. A
08. C
09. B
10. B

PROVA SIMULADA VII

Exercícios sobre indústria de extração mineral

Questões:

01. (PUC) O levantamento das potencialidades do meio natural constitui toda a estratégia dos programas de desenvolvimento regional. Nesse campo, a maior
contribuição para o conhecimento da Amazônia tem sido:

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a) da SUDAM
b) da BASA
c) do Projeto RADAM
d) do INCRA
e) do MINTER

02. (CESGRANRIO) Porto salineiro mais importante, situado no Nordeste do País:

a) Areia Branca
b) Aracati
c) Mucuripe
d) Camocim
e) Luiz Correia

03. (CESGRANRIO) mais importante área de extração de sal no Brasil:

a) região salineira de Cabo Frio (RJ)


b) região salineira potiguar (RN)
c) região salineira do Ceará (CE)
d) região salineira do Rio Grande do Sul (RS)
e) n.d.a.

04. (PUC) A exploração de reservas de ferro e de manganês do Brasil Sudeste se desenvolve em Minas Gerais e, mais precisamente:

a) no vale do Jequitinhonha.
b) no vale do São Francisco.
c) nos vales superiores dos rios das Velhas, Doce e Paraopeba.
d) no Triângulo Mineiro.
e) no alto vale do Rio Grande.

05. (UnB) As jazidas de manganês no maciço de urucum, ao sul de Corumbá, tem importância reduzida quando comparadas com as jazidas do Amapá, em
decorrência:

a) do teor mais baixo do minério.


b) da pequena quantidade de minério.
c) das dificuldades de transporte.
d) do grande consumo das proximidades.
e) n.d.a.

06. (UNIRIO) Muitos fatores geográficos favorecem a extração de sal marinho na fachada litorânea do Rio Grande do Norte:

a) o clima tropical de altitude;


b) as fortes marés, cuja altura oscila entre 3 e 4m;
c) as baixas temperaturas ali reinantes (18º - 36º em média);
d) o clima equatorial superúmido.
e) n.d.a.

07. (FAAP) A Companhia Vale do Rio Doce é uma empresa:

a) de exploração madeireira
b) hidrelétrica
c) siderúrgica
d) exportadora de minério de ferro
e) de navegação fluvial

08. (PUCC) Em Geologia, o movimento tectônico responsável pela formação de montanhas é:

a) epirogênse
b) diagênese
c) epigênese
d) morfogênese
e) orogênese

09. (PUCC) Pode-se relacionar manganês, carvão e sal com as seguintes unidades político-administrativas do Brasil:

Geografia do Brasil 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Norte;


b) Amazonas, Pará e Acre;
c) Amapá, Rio Grande do Sul e Goiás;
d) Rondônia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul;
e) n.d.a.

10. A exploração das salinas no Brasil está mais desenvolvida nos Estados do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro. Qual a combinação correta dos dois
maiores centros produtores desses dois Estados?

a) Macau - Macaé
b) Açu - Cabo Frio
c) Macaé - Açu
d) Macau - Cabo Frio
e) Areia Branca - Cabo Frio

Resolução:
01. C
02. A
03. B
04. C
05. C
06. B
07. D
08. E
09. A
10. E

PROVA SIMULADA VIII

Exercícios sobre clima


Questões:

01. (SANTA CASA) Para apoiar a regra de que “a temperatura diminui com o aumento da latitude”, deveríamos tomar como exemplo os dados referentes às
cidades de:

a) Manaus, Cuiabá e Porto Alegre.


b) Recife, Cuiabá e Rio de Janeiro.
c) Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
d) Manaus, Recife e Cuiabá.
e) Manaus, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

02. Leia os textos:

I. Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado um crescimento do teor de gás carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14% entre 1830
e 1930, aumentando hoje em dia de 0,3% ao ano. Os desmatamentos contribuem bastante para isso, pois a queimada das florestas produz grande quantida-
de de gás carbônico tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado “efeito estufa”, um aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar
um aquecimento de superfícies terrestres.

II. Inversão térmica é período em que o ar fica estagnado sobre um local, sem a formação de ventos ou correntes ascendentes na atmosfera. Sabe-se que o
ar mais elevado é mais que o que se encontra embaixo; esse fato dá origem a correntes ascendentes na atmosfera, pois o ar quente é mais leve que o ar
mais frio. Mas sobre o efeito de uma inversão térmica ocorre o inverso: o ar mais quente está acima do ar mais frio, impendido-o de subir. O ar fica estagnado
e carregado de poluentes. As inversões térmicas ocorrem bastante no Sul do país, principalmente em São Paulo, no período do inverno.

As afirmações I e II estão:

a) totalmente corretas.
b) totalmente erradas.
c) a I correta e a II errada.
d) a I errada e a II correta.
e) as duas parcialmente corretas.

03. (FUVEST) Explique as características e as causas da ocorrência do clima subtropical no Brasil.

04. Observe as afirmações e coloque V verdadeiro ou F falso:

( ) I. Domínio é o conjunto natural onde há uma interação entre os elementos da natureza com um deles predominando.

Geografia do Brasil 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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( ) II. Faixa de transição é a área de terra onde há uma certa homogeneidade dos elementos naturais.

( ) III. O domínio morfoclimático inclui, além do clima e do relevo, elementos da vegetação, hidrografia e pedologia.

( ) IV. Clima e relevo são os elementos mais importantes do domínio por se constituírem na causa dos demais.

( ) V. A vegetação não é considerada um dos elementos definidos da paisagem, pois é o elemento mais resistente da paisagem.

05. “La Niña se adianta e deve atingir o Brasil em 1998”.O CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), localizado em Cachoeira Paulista,
no Vale do Paraíba, acredita que ainda este ano os efeitos do fenômeno La Niña que resfria a temperatura média das águas do Oceano Pacífico Equatorial,
atingirão o Brasil. Este dado faz parte do relatório divulgado pelo órgão, em junho de 1998. Se isto efetivamente acontecer, as conseqüências poderão ser
notadas no Brasil, com efeitos contrários aos do “El Niño”.

Assinale a alternativa que caracteriza essa situação no Sul e Nordeste do país respectivamente:

a) Secas prolongadas com posteriores nevascas; aumentará a aridez do Sertão.


b) Deficiência de chuvas no Sul e excesso de precipitação no Nordeste.
c) Geadas nas “Serras Gaúchas” e intensas chuvas na Zona da Mata.
d) Fortes ventos com chuvas no Sul e ventos secos em todo Nordeste.
e) Estiagem no Sul seguida de estação chuvosa e aumento da seca em todo o Nordeste.

06. (PUC) As porções orientais do território brasileiro, em termos de clima, sofrem maior intervenção da massa de ar:

a) Equatorial Continental (Ec)


b) Equatorial Atlântica (Ea)
c) Tropical Continental (Tc)
d) Tropical Atlântica (Ta)
e) Polar Atlântica (Pa)

07. (MACK) Dominam no inverno austral as massas de ar procedentes de áreas anticicloniais localizadas no Atlântico Sul e na Argentina, as quais invadem o
Planalto Brasileiro e implicam na formação:

a) das brisas
b) dos ventos contra-alísios do Nordeste
c) do terral
d) dos ventos alísios do Sudeste
e) dos ventos do Noroeste

08. (OSEC) O deslocamento das massas de ar, que dão origem aos ventos, se fazem sempre:

a) das áreas mais elevadas para as mais baixas;


b) das áreas de temperaturas mais altas para as de temperatura mais baixa;
c) das áreas de alta pressão para as de baixa pressão;
d) das áreas mais úmidas para as mais secas;
e) de oeste para leste.

09. (OSEC) (...) "Ventos periódicos beneficiam toda a extensa orla litorânea: são... que, como alhures se apresentam sob a forma da "viração" ... e do "ter-
ral"... (Areldo de Azevedo)

a) os ventos alísios do Sudeste;


b) os ventos alísios do Nordeste;
c) os ventos variáveis, "Pampeiro e Noroeste";
d) as brisas marítimas e terrestres;
e) as frentes frias do Sul.

10. (OSEC) A "friagem" consiste na queda brusca da temperatura, na região amazônica. Sobre ela pode-se afirmar que:

I. O relevo baixo, de planície, facilita a incursão de massas de ar frio que atingem a Amazônia.
II. A massa de ar responsável pela ocorrência de friagem é a Tropical Atlântica.
III. A friagem ocorre no inverno.

De acordo com as afirmativas acima, assinale:

a) se apenas I estiver correta;


b) se I e II estiverem corretas;

Geografia do Brasil 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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c) se II e III estiverem corretas;
d) se I e III estiverem corretas;
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Resolução:

01. E

02. A

03. As características do clima subtropical no Brasil são:


1. Temperatura média anual baixa, entre 16°C e 20°C.
2. Amplitude térmica relativamente acentuada.
3. Chuvas regularmente distribuídas nas quatro estações.
4. Índices pluviométricos entre 1000 - 1500 mm / anuais. A existência desse clima no sul do país está ligada à posição geográfica (região situada abaixo
do Trópico de Capricórnio) e à maior penetração da massa de ar Polar Atlântica (mPa).

04. I – V, II – F, III – V, IV – V, V – F
05. B
06. D
07. D
08. C
09. D
10. D

PROVA SIMULADA IX

Exercícios sobre formações vegetais

Questões:

01. (FUVEST) Mandacaru, xiquexique e facheiro são algumas das espécies vegetais que aparecem:

a) no cerrado
b) na caatinga
c) no manguezal
d) na floresta tropical
e) n.d.a.

02. (FUVEST) O primeiro e segundo produtores de borracha natural são, respectivamente:

a) Ceilão e Malásia.
b) Indonésia e Birmânia.
c) Malásia e Indonésia.
d) Malásia e Tailândia.
e) Malásia e Brasil.

03. (FUVEST) A Cia. Ford racionalizou o plantio da seringueira no Brasil. Para isso, fundou Fordlândia e Belterra. Atualmente, essas áreas não mais perten-
cem a Ford. Tal tentativa foi desenvolvida no baixo rio:

a) Tocantins
b) Araguaia
c) Amazonas
d) Xingu
e) Tapajós

04. (FUVEST) O Brasil dominou o mercado mundial de borracha natural no período compreendido pelos anos:

a) 1860 a 1912
b) 1900 a 1940
c) 1910 a 1950
d) 1870 a 1930
e) 1890 a 1950

05. (PUC-SP) O maior produtor mundial de borracha sintética é:

Geografia do Brasil 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) Rússia
b) Canadá
c) Inglaterra
d) França
e) EUA

06. Os estados brasileiros que se destacam (1º lugar) na produção de babaçu e carnaúba são, respectivamente:

a) Piauí
b) Maranhão e Ceará
c) Maranhão e Piauí
d) Piauí e Ceará
e) Maranhão e Rio Grande do Norte

07. O vale dos rios Maerim, Itapecuru, Parnaíba e Pindaré destacam-se na produção de:

a) carnaúba
b) caroá
c) oiticica
d) piaçava
e) babaçu

08. (PUC - SP) A exploração da seringueira é importante atividade da Região Amazônica; todavia, a sua atuação se restringe atualmente às porções:

a) setentrionais
b) orientais
c) norocidentais
d) sudocidentais
e) meridionais

09. (UNIMEP) O castanheiro, nativo da Amazônia e que tem seu principal reduto na Região de Marabá, no Pará, ocorre principalmente:

a) na mata de Igapó
b) na mata de Várzeas
c) na Mata de Terra Firme
d) nas manchas de campos inundáveis
e) nas ilhas fluviais

10. A Bahia destaca-se na produção de piaçava (Attalea), mas existem outras áreas produtoras, como é o caso do:

a) alto e médio rio Negro


b) baixo Amazonas
c) alto e médio Tocantins
d) alto Amazonas
e) baixo e médio Tapajós

Resolução:
01. B
02. C
03. E
04. A
05. E
06. B
07. E
08. D
09. C
10. A

PROVA SIMULADA X

Exercícios sobre hidrografia

Questões:

01. (UFPA) Define-se “LAGOS DE VÁRZEA” como sendo aqueles oriundos da acumulação de aluviões fluviais. Deduz-se que tais formações devem ser
encontradas:

Geografia do Brasil 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) de modo abundante no país.


b) no Rio Grande do Sul (como as Lagoas dos Patos e Mirim).
c) na Amazônia.
d) no baixo Paraná.
e) no alto São Francisco.

02. (UFRJ) A bacia hidrográfica brasileira com maior possibilidade de navegação é:

a) Bacia do São Francisco;


b) Bacia do Paraná;
c) Bacia do Uruguai;
d) Bacia Amazônica;
e) Bacia do Paraíba do Sul.

03. (FGV) “Em virtude da existência de inúmeros fatores históricos e econômicos, os baixos cursos dos rios geralmente apresentam elevadas densidades
demográficas”. Comprovam a afirmação os rios:

a) Mackenzie e Volga.
b) Yukon e Reno.
c) Nilo e Ganges.
d) Ob e Mississipi.
e) Ienissei e São Francisco.

04. (UNOPAR) A expressão “Bacia Hidrográfica” pode ser entendida como:

a) o conjunto das terras drenadas ou percorridas por um rio principal e seus afluentes.
b) a área ocupada pelas águas de um rio principal e seus afluentes no período normal de chuvas.
c) o conjunto de lagoas isoladas que se formam no leito dos rios quando o nível de água da água baixa.
d) o aumento exagerado do volume de água de um rio principal e seus afluentes quando chove acima do normal.
e) o lago formado pelo represamento das águas de um rio principal e seus afluentes.

05. (FUND. OSWALDO CRUZ) A rede hidrográfica brasileira apresenta, dentre outras, as seguintes características:

a) grande potencial hidráulico, predomínio de rios perenes e predomínio de foz do tipo delta.
b) drenagem exorréica, predomínio de rios de planalto e predomínio de foz do tipo estuário.
c) predomínio de rios temporários, drenagem endorréica e grande potencial hidráulico.
d) regime de alimentação pluvial, baixo potencial hidráulico e predomínio de rios de planície.
e) drenagem endorréica, predomínio de rios perenes e regime de alimentação pluvial.

06. (ENG. - Santos) Aponte a afirmativa correta:

a) No rio Paraná, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, está localizado o Complexo Hidrelétrico de Urubupungá.

b) O rio Paraguai nasce na serra de Araporé, em Mato Grosso, com o nome de rio das Pedras, de Amolar.

c) Durante as cheias do rio Paraguai, no início de outono, todo o Pantanal vê-se invadido pela águas do rio, constituindo, então, a lagoa Xarajes.

d) O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e Pelotas.

e) O rio Uruguai é o principal rio da Bacia Platina em potencial hidrelétrico.

07. (PUCC) Assinale a alternativa correta:

a) Barra Bonita e Armando Laydner são hidrelétricas no Paranapanema.


b) O Salto de Urubupungá localiza-se no rio Grade, assim como o de Marimbondo.
c) A hidrelétrica Lucas Nogueira Garcez faz parte do conjunto de hidrelétricas do rio Paraná.
d) Estreito e Salto Grande são hidrelétricas da Bacia do Paraná.
e) Tucuruí e Itaparica são hidrelétricas do rio São Francisco.

08. (UNIV. CATÓLICA - Pelotas) A Bacia Platina é formada por grandes bacias secundárias, possuindo o maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil, e a
maior usina hidrelétrica construída até hoje. Esse potencial é localizado na bacia do rio:

a) Piratini
b) Uruguai

Geografia do Brasil 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) Paraguai
d) Paraná
e) São Francisco

09. (UNIV. ESTÁCIO DE SÁ) Aponte a afirmativa incorreta:

a) O regime dos rios brasileiros depende das chuvas de verão.


b) Talvegue é a linha de maior profundidade do leito do rio.
c) Os rios brasileiros possuem um regime pluvial, excetuando-se o Amazonas que é complexo.
d) Todos os rios do Brasil podem ser caracterizados como perenes.
e) A foz de um rio pode ser de dois tipos: o estuário, livre de obstáculos, e o delta, com ilhas de luvião separadas por uma rede de canais.

10. (FAC. AGRONOMIA E ZOOTECNIA de Uberaba) Leia as afirmativas abaixo sobre a hidrografia brasileira:

I. É a maior das três bacias que formam a Bacia Platina, pois possui 891.309 km2, o que corresponde a 10,4% da área do território brasileiro.

II. Possui a maior potência instalada de energia elétrica, destacando-se algumas grandes usinas.

III. Em virtude de suas quedas d'água, a navegação é difícil. Entretanto, com a instalação de usinas hidrelétricas, muitas delas já possuem eclusas para
permitir a navegação.

Estas características referem-se à bacia do:

a) Uruguai
b) São Francisco
c) Paraná
d) Paraguai
e) Amazonas

Resolução:
01. C
02. D
03. C
04. A
05. B
06. E
07. D
08. D
09. D
10. C
PROVA SIMULADA XI

Exercícios sobre condição sócio-econômica

Questões:
01. A partir de 1990, a ONU passou a classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento através do _________ ou seja, o Indicador de Desenvolvimento
Humano.

02. Passou-se a utilizar essa fórmula de cálculo, pois o ________________________, Produto Interno Bruto, não servia para diferenciar corretamente o nível
de desenvolvimento dos países. No antigo cálculo, um país como a Arábia Saudita, com uma renda per capita de U$$ 7.040, não possuía o mesmo nível de
um país europeu, não se considerando diversos outros fatores, como nível de desenvolvimento, taxas de natalidade, de mortalidade etc.

03. No cálculo do _____________________, contabilizam-se três indicadores: nível de instrução, representado pela taxa de __________________ dos
adultos e pela média dos anos de estudo; nível de saúde, representado pela ___________________ de vida; e a renda, representada pelo PIB por habitante,
levando em conta o poder de compra de um país para outro.

04. Os países são classificados de 0 a 1, após analisados todos os fatores de ponderação, sendo que, quanto mais próximo de 1, mais
____________________ é o país e, conseqüentemente, quanto mais próximo de 0, mais _______________________ é o país.

05. Observe a tabela a seguir com dados de 2001

Geografia do Brasil 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Comente a posição do Brasil em relação a sua localização na tabela.

06. O que causa surpresa em relação a essa classificação?

Resolução:
01. IDH
02. PIB
03. IDH/ alfabetização/ expectativa.
04. desenvolvido/ atrasado.
05. Devido aos indicadores sociais apenas razoáveis, o Brasil mantém uma posição modesta, apesar de contar com um dos maiores PIBs do mundo.
06. A ausência de países importantes como a Alemanha e a Itália que são, reconhecidamente, algumas das maiores economias mundiais; a 8ª posição
ocupada pelos EUA, que é maior economia do mundo.

PROVA SIMULADA XII

Exercícios sobre urbanização


Questões:

01. Quais alternativas estão corretas?

(1) As maiores e mais bem equipadas metrópoles das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul são, respectivamente, Manaus, Salvador, São Paulo e Porto
Alegre.

(2) Caxias (RS), Blumenau (SC), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Campos (RJ) e Feira de Santana (BA) são exemplos decapitais regionais.

(3) Dentre as características de uma metrópole, podemos citar a função de polarização e de organização de espaço ao seu redor.

(4) Comparando-se as redes urbanas das regiões Norte e Sudeste, podemos dizer que a primeira não apresenta uma nítida hierarquia urbana ao passo que a
segunda é bem caracterizada hierarquicamente.

02. (PUC) Os “mocambos” e os “alagados” constituem áreas de habitações precárias que abrigam partes consideráveis das populações pobres das cidades
de:

a) São Paulo e Rio de Janeiro


b) Vitória e Salvador
c) Recife e São Paulo
d) Manaus e Rio de Janeiro
e) Recife e Salvador

03. (FUVEST) Imaginando um percurso de São Luis à Curitiba, encontraremos, quanto ao uso do solo, a predominância das seguintes atividades:

a) lavoura de subsistência, lavoura comercial e extrativa vegetal.


b) extrativa vegetal, agricultura comercial e lavoura de subsistência.
c) extrativa vegetal, pecuária e agricultura comercial.
d) extrativa mineral, pecuária intensiva e agropecuária comercial.
e) pecuária, lavoura comercial e extrativa vegetal.

04. (PUC) O conceito de “hábitat” em Geografia compreende:

a) as formas de moradia nas diferentes regiões do globo.


b) as relações que se estabelecem entre as coletividades humanas e o meio natural.
c) os tipos de habitações nas faixas intertropicais.
d) as relações entre os seres vivos e o meio ambiente.
e) a organização do espaço urbano.

Geografia do Brasil 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

05. (PUC) Nos países industrializados, a migração campo-cidade tem como causa fundamental:

a) carência de melhores condições sociais no campo.


b) baixa produtividade agrícola.
c) pressão demográfica no campo.
d) dificuldade de aquisição de terras.
e) liberação de mão-de-obra pela mecanização.

06. (ULBRA) "O município está assentado sobre a borda da bacia sedimentar do Paraná, tendo como embasamento rochas antigas tais como xisto e gnais-
ses do Grupo Araxá (Pré-Cambriano)."
Sociedade & Natureza, Uberlância, dez./1989

O trecho acima define:

a) o sítio urbano do município;


b) o sítio urbano e a situação urbana do município;
c) a situação urbana e a origem do município;
d) a posição geográfica do município;
e) a situação no contexto regional do município.

07. (VUNESP) Segundo a hierarquia urbana, as cidades mais importantes de um país, que comandam a rede urbana nacional, estabelecendo áreas de
influência, correspondem aos (às):

a) centros regionais
b) cidades-dormitórios
c) metrópoles nacionais
d) capitais regionais
e) metrópoles regionais

08. Em relação às cidades, é correto afirmar:

a) A cidade de São Paulo corresponde a uma metrópole nacional, situada nas margens do Rio Paraíba do Sul.
b) A cidade de Washington corresponde a uma metrópole nacional.
c) O êxodo rural é um dos fatores que mais têm contribuído para o inchaço das metrópoles brasileiras.
d) No Brasil, verifica-se o predomínio de população rural.
e) A partir da década de 1980, o êxodo rural deixou de ocorrer devido ao assentamento dos sem-terra pelo Incra.

09. (CEFET - PR) Um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infra-estrutura
comuns, define a:

a) metropolização
b) área metropolitana
c) rede urbana
d) megalópole
e) hierarquia urbana

10. Sobre o surto de urbanização que se verifica no mundo, é correto afirmar que:

a) é verificado com a mesma intensidade nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos;


b) é provocado em todo o mundo pelos altos índices de natalidade;
c) é um fenômeno característico dos países industrializados europeus;
d) é mais intenso nos países subdesenvolvidos, tendo como causa o êxodo rural;
e) é mais intenso nos países desenvolvidos, devido ao desenvolvimento industrial.

Resolução:

01. 1-F; 2-V; 3-V; 4-V


02. E
03. C
04. B
05. E
06. A
07. C
08. C

Geografia do Brasil 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
09. B
10. D

PROVA SIMULADA XIII

Exercícios sobre movimentos migratórios


Questões:
01. Escolha as alternativas corretas e que justificam a diminuição acentuada na imigração do Brasil a partir da década de 1930.

(0) A crise da Bolsa de Valores de Nova York e a conseqüente crise econômica do Brasil.
(1) As medidas constitucionais de 1934 e 1937 regulamentando e restringindo a imigração.
(2) A cota dos 2%, medida segundo a qual a partir de 1934 só poderia entrar no Brasil 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados nos últimos
50 anos.
(3) Dificuldades impostas pelos países de emigração para evitar a saída de indivíduos.
(4) A Lei Eusébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravos.

02. Sobre a imigração alemã (1850 – 1870) não é certo afirmarmos:

a) Radicou-se principalmente em Santa Catarina, no Vale do Itajaí e no Rio Grande do Sul, no Vale do Jacuí e Vale dos Sinos.

b) Praticaram a policultura, introduziram no país os minifúndios, ou pequenas propriedades.

c) São Leopoldo (RS), Novo Hamburgo (RS), Itajaí (SC), Brusque (SC), Joinville (SC), Colatina (ES) e Santo Amaro (SP) são localidades em que se fixaram
um grande número de alemães.

d) Integrou-se facilmente na comunidade brasileira, especialmente nos estados sulinos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

e) Influenciaram a alimentação, as construções e costumes, notadamente em Santa Catarina.

03. (MED. ABC) “Muitos colonos gaúchos e catarinenses estão ajudando na conquista de uma nova fronteira agrícola: a região de Dourados, responsável por
50% da produção de soja de Mato Grosso do Sul. Rondônia, nossa última fronteira, recebeu, nos últimos três anos, cerca de 200.000 migrantes. Só 10% de
sua população economicamente ativa nasceu ali.” (Jornal da Tarde,de 16/5/81)

Identifique, no mapa abaixo, a seta que corresponde à direção do fluxo populacional descrito no texto anterior.

a) 5
b) 3
c) 3
d) 1
e) 4

04. (UNIFOR) A região que forneceu o maior contingente de colonos-migrantes para a ocupação da fronteira agrícola, no Mato Grosso, Rondônia e Acre,
durante os anos 70 e 80, foi a:

a) Norte
b) Nordeste
c) Centro-Oeste
d) Sul
e) Sudeste

05. (UNOPAR) Dos imigrantes que vieram para o Brasil, a maior contribuição populacional populacional foi dada pelos:

a) portugueses e japoneses

Geografia do Brasil 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) italianos e alemães
c) alemães e espanhóis
d) japoneses e espanhóis
e) portugueses e italianos

06. (PUC) Entre os fatores que impulsionaram a migração européia para o Brasil entre 1870 - 1930, podemos excluir:

a) o desenvolvimento da cafeicultura;
b) as iniciativas dos fazendeiros de auxiliar colonos;
c) a abolição da escravatura e a conseqüente liberação da mão-de-obra;
d) a unificação política e industrialização tardia da Itália;
e) a Primeira Guerra Mundial.

07. (UFPA) A reduzida entrada de imigrantes no primeiro período pode ser melhor explicada:

a) devido à abundância de mão-de-obra escrava no período;

b) pela suspensão de financiamentos para o imigrante em 1830 e a exigência de que 25% deles se destinassem à agricultura;

c) pelo estabelecimento de cotas de imigração em 2%, segundo a nacionalidade, a partir de 1910;

d) pela tropicalidade do país;

e) devido à estabilidade política da Europa, que estimulava a fixação do homem ao solo europeu, pois este não iria se aventurar em novas terras.

08. (FEI) Migrações pendulares são:

a) movimentos ligados a atividades pastoris;


b) movimentos da população rural em direção aos grandes centros urbanos;
c) troca de imigrantes entre as grandes regiões;
d) deslocamento maciço de populações urbanas em direção ao campo;
e) movimentos diários de trabalhadores entre o local de residência e o local de trabalho.

09. (UNIUBE) Na história da imigração para o Brasil, no século XX, há de se destacar a Lei de Cotas, de 1934. Por essa lei, só poderiam ingressar, anual-
mente, até 2% do total de imigrantes de uma mesma nacionalidade já estabelecidos no país nos 50 anos anteriores. Com isso, o Governo Federal visava a
diminuir a importância política da mão-de-obra operária de origem:

a) italiana
b) portuguesa
c) japonesa
d) sírio-libanesa
e) coreana

10. (UNIUBE) Na segunda metade do século XIX, o Brasil recebeu um grande contingente imigratório. Um dos grupos de imigrantes se destaca por ter parti-
cipado da fundação de várias cidades, tais como: Blumenau, Joinville, São Leopoldo e Novo Hamburgo. O texto refere-se aos imigrantes:

a) italianos
b) franceses
c) alemães
d) espanhóis
e) portugueses

Resolução:

01. 0-V;1-V; 2-V; 3-V; 4-V


02. D
03. A
04. D
05. E
06. E
07. A
08. E
09. A
10. C

PROVA SIMULADA XIV

Geografia do Brasil 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exercícios sobre movimentos migratórios

Questões:
01. Escolha as alternativas corretas e que justificam a diminuição acentuada na imigração do Brasil a partir da década de 1930.

(0) A crise da Bolsa de Valores de Nova York e a conseqüente crise econômica do Brasil.
(1) As medidas constitucionais de 1934 e 1937 regulamentando e restringindo a imigração.
(2) A cota dos 2%, medida segundo a qual a partir de 1934 só poderia entrar no Brasil 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados nos últimos
50 anos.
(3) Dificuldades impostas pelos países de emigração para evitar a saída de indivíduos.
(4) A Lei Eusébio de Queiroz, proibindo o tráfico de escravos.

02. Sobre a imigração alemã (1850 – 1870) não é certo afirmarmos:

a) Radicou-se principalmente em Santa Catarina, no Vale do Itajaí e no Rio Grande do Sul, no Vale do Jacuí e Vale dos Sinos.

b) Praticaram a policultura, introduziram no país os minifúndios, ou pequenas propriedades.

c) São Leopoldo (RS), Novo Hamburgo (RS), Itajaí (SC), Brusque (SC), Joinville (SC), Colatina (ES) e Santo Amaro (SP) são localidades em que se fixaram
um grande número de alemães.

d) Integrou-se facilmente na comunidade brasileira, especialmente nos estados sulinos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

e) Influenciaram a alimentação, as construções e costumes, notadamente em Santa Catarina.

03. (MED. ABC) “Muitos colonos gaúchos e catarinenses estão ajudando na conquista de uma nova fronteira agrícola: a região de Dourados, responsável por
50% da produção de soja de Mato Grosso do Sul. Rondônia, nossa última fronteira, recebeu, nos últimos três anos, cerca de 200.000 migrantes. Só 10% de
sua população economicamente ativa nasceu ali.” (Jornal da Tarde,de 16/5/81)

Identifique, no mapa abaixo, a seta que corresponde à direção do fluxo populacional descrito no texto anterior.

a) 5
b) 3
c) 3
d) 1
e) 4

04. (UNIFOR) A região que forneceu o maior contingente de colonos-migrantes para a ocupação da fronteira agrícola, no Mato Grosso, Rondônia e Acre,
durante os anos 70 e 80, foi a:

a) Norte
b) Nordeste
c) Centro-Oeste
d) Sul
e) Sudeste

05. (UNOPAR) Dos imigrantes que vieram para o Brasil, a maior contribuição populacional populacional foi dada pelos:

a) portugueses e japoneses
b) italianos e alemães
c) alemães e espanhóis
d) japoneses e espanhóis
e) portugueses e italianos

Geografia do Brasil 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

06. (PUC) Entre os fatores que impulsionaram a migração européia para o Brasil entre 1870 - 1930, podemos excluir:

a) o desenvolvimento da cafeicultura;
b) as iniciativas dos fazendeiros de auxiliar colonos;
c) a abolição da escravatura e a conseqüente liberação da mão-de-obra;
d) a unificação política e industrialização tardia da Itália;
e) a Primeira Guerra Mundial.

07. (UFPA) A reduzida entrada de imigrantes no primeiro período pode ser melhor explicada:

a) devido à abundância de mão-de-obra escrava no período;

b) pela suspensão de financiamentos para o imigrante em 1830 e a exigência de que 25% deles se destinassem à agricultura;

c) pelo estabelecimento de cotas de imigração em 2%, segundo a nacionalidade, a partir de 1910;

d) pela tropicalidade do país;

e) devido à estabilidade política da Europa, que estimulava a fixação do homem ao solo europeu, pois este não iria se aventurar em novas terras.

08. (FEI) Migrações pendulares são:

a) movimentos ligados a atividades pastoris;


b) movimentos da população rural em direção aos grandes centros urbanos;
c) troca de imigrantes entre as grandes regiões;
d) deslocamento maciço de populações urbanas em direção ao campo;
e) movimentos diários de trabalhadores entre o local de residência e o local de trabalho.

09. (UNIUBE) Na história da imigração para o Brasil, no século XX, há de se destacar a Lei de Cotas, de 1934. Por essa lei, só poderiam ingressar, anual-
mente, até 2% do total de imigrantes de uma mesma nacionalidade já estabelecidos no país nos 50 anos anteriores. Com isso, o Governo Federal visava a
diminuir a importância política da mão-de-obra operária de origem:

a) italiana
b) portuguesa
c) japonesa
d) sírio-libanesa
e) coreana

10. (UNIUBE) Na segunda metade do século XIX, o Brasil recebeu um grande contingente imigratório. Um dos grupos de imigrantes se destaca por ter parti-
cipado da fundação de várias cidades, tais como: Blumenau, Joinville, São Leopoldo e Novo Hamburgo. O texto refere-se aos imigrantes:

a) italianos
b) franceses
c) alemães
d) espanhóis
e) portugueses

Resolução:

01. 0-V;1-V; 2-V; 3-V; 4-V


02. D
03. A
04. D
05. E
06. E
07. A
08. E
09. A
10. C

PROVA SIMULADA XV

Exercícios sobre relevo

Geografia do Brasil 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Questões:
01. Sobre o domínio amazônico, assinale a alternativa falsa:

a) Compõe-se em sua maior parte por baixos planaltos e planícies.


b) A hidrografia é riquíssima, com furos, igarapés, paranás-mirins e lagos da várzea.
c) Devido a riqueza mineral orgânica das águas dos rios é grande a piscosidade.
d) Devido à exportação de peixes a matança tem-se descontrolado, colocando em risco várias espécies.
e) O solo amazônico tem-se mostrado fertilíssimo, prestando-se a grande monocultura exportadora.

02. (FUVEST) Da ação de solapamento realizado pelas ondas do mar na costa brasileira resulta uma forma de relevo escarpado, que se apresenta, geral-
mente, mais vertical nas formações sedimentares que nas cristalinas. São:

a) os tômbolos.
b) os pães-de-açúcar.
c) as falésias.
d) os canyons.
e) os fiords.

03. Geomorfologicamente a Serra do Mar é classificada como:

a) uma escarpa de planalto.


b) um altiplano.
c) uma sucessão de montanhas.
d) uma bacia de sedimentação.
e) um dobramento terciário.

04. (FEI) No Sudeste Ocidental do Brasil, a decomposição de rocha vulcânica do tipo basáltico originou um solo típico de regiões onde se cultiva café, conhe-
cido como:

a) látex;
b) arenoso;
c) pantanal;
d) terra roxa;
e) calcário.

05. (UNIFENAS) Podemos considerar agentes internos e externos do Globo Terrestre respectivamente:

a) Tectonismo e intemperismo.
b) Vento e vulcanismo.
c) Águas correntes e intemperismo.
d) Vento e águas correntes.
e) N.d.a.

06. (UNIVEST) Os escudos ou maciços antigos brasileiros formaram-se na era:

a) cenozóica
b) terciária
c) pré-cambriana
d) mesozóica
e) quaternária

07. (UEMA) Entres os três tipos principais de estruturas geológicas é correto afirmar que NÃO existe no território:

a) bacias sedimentares;
b) escudos cristalinos;
c) dobramentos modernos;
d) terrenos pré-cambrianos;
e) jazidas petrolíferas.

08. (VUNESP) Assinale a alternativa que apresenta o que têm em comum as seguintes cadeias montanhosas: Andes, Himalaia, Alpes e Rochosas.

a) Geologicamente recentes e resultantes de desdobramentos.


b) Geologicamente antigas e resultantes de desdobramentos.
c) Localizam-se nas porções orientais dos continentes por onde ocorrem.

Geografia do Brasil 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d) Geologicamente constituídas por terrenos cristalinos antigos.
e) Os grandes desníveis foram provocados por falhamentos em terrenos cristalinos.

09. (ESAN) Área localizada entre as serras do Mar e Mantiqueira. Ocupada por extensos cafezais no século passado, atualmente se caracteriza por ativida-
des pecuárias e grande desenvolvimento urbano industrial. O texto se refere ao Vale do Rio

a) Ribeira.
b) Paranapanema.
c) Paraíba do Sul.
d) Piracicaba.
e) Jundiaí.

10. (ANÁPOLIS) Os terrenos cristalinos de origem proterozóica do Brasil caracterizam-se:

a) por formarem extensas planícies aluvionais.


b) pela grande riqueza em minerais metálicos.
c) pelas altitudes superiores a 3000m.
d) pela ocorrência de combustíveis fósseis.
e) pelo solo tipo terra roxa.

Resolução:
01. E
02. C
03. A
04. D
05. A
06. C
07. C
08. A
09. C
10. B

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Geografia do Brasil 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Geografia do Brasil 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e Venezuela(164°). O Brasil ainda está em situação melhor que todos os
ATUALIDADES outros países do BRIC. A China se encontra 78° lugar, a Índia em 87° e
** Aconselhamos aos senhores concursandos a se atuali- a Rússia em 154°.
zarem sempre, lendo jornais, revistas, assistindo jornais, Ideologia
revistas, assistindo e ouvindo noticiários nas áreas de política, Segundo pesquisa do instituto Datafolha sobre as inclinações
economia, sociedade, ou seja: tudo o que acontece dentro e ideológicas da população brasileira, o brasileiro médio possui valores
fora do país.** comportamentais de direita, mas manifesta acentuadas tendências
de esquerda no campo econômico. Os entrevistados responderam a
perguntas sobre 16 temas; 41% deles deram respostas identificadas às
Política do Brasil ideias de esquerda, enquanto 39% deles deram respostas identificadas
com os valores da direita. Quase 70% dos brasileiros defendem que o
O Brasil é uma república federal presidencialista, de governo deve ser o principal responsável pelo crescimento econômico do
regime democrático-representativo. Em nível federal, o poder executivo é país; 58% entendem que as instituições governamentais precisam atuar
exercido pelo Presidente. É uma república porque o chefe de estado é com força na economia para evitar abusos das empresas; 57% dizem que o
eletivo e temporário. O Estado brasileiro é uma federação pois é composto governo tem obrigação de salvar as empresas nacionais que enfrentam
de estados dotados de autonomia política garantida pela Constituição risco de falência e 54% associam a CLT mais à defesa dos trabalhadores
Federal e do poder de promulgar suas próprias Constituições. É uma do que à ideia de empecilho ao crescimento das empresas. Todas essas
república presidencial porque as funções de chefe de Estado e chefe de visões coincidem com a política econômica defendida por partidos
governo estão reunidas em um único órgão: o Presidente da República. É historicamente ligados à esquerda, como o PT. Nas questões de
uma democracia representativa porque o povo exerce sua soberania, comportamento, no entanto, o brasileiro mostra-se mais à direita do que à
elegendo o chefe do poder executivo e os seus representantes nos órgãos esquerda (numa proporção de 49% à direita e 29% à esquerda): quase
legislativos e, às vezes, diretamente via plebiscitos, referendos e iniciativas 90% acham que acreditar em Deus torna alguém melhor e 83% são a favor
populares. da proibição das drogas, ideias essas historicamente defendidas por
partidários da direita.
Ainda segundo a pesquisa, 31% dos brasileiros são de centro-
esquerda, 29% são de centro-direita, 20% são de centro, 10% são de
esquerda e 10% são de direita. O percentual de pessoas identificadas com
a esquerda aumentou significativamente em dois meses – de 4% para 10%
na esquerda e de 26% para 31% na centro-esquerda – devido à inclusão
de temas econômicos na sondagem. Entre os 10% que são identificados
com a esquerda a média de idade é de 35 anos. A idade aumenta conforme
a ideologia se distancia da esquerda; os de centro-esquerda têm média de
38 anos, os de centro têm média de 39, os de centro-direita têm média de
41 e os de direita têm média de 46. No quesito escolaridade, o grupo da
esquerda é o único onde mais de 20% das pessoas possui formação
superior e o que possui o menor número de pessoas com formação
fundamental (30%). Na direita, por sua vez, 52% tem formação
fundamental.7 Por outro lado, este grupo reúne a maior parcela de pessoas
com renda familiar mensal acima de R$ 6.780 na comparação com os
outros quatro grupos. Ao mesmo tempo, reúne a maior parcela de pessoas
com renda de até R$ 1.365. A esquerda é um pouco mais intensa
640 × 652 - rcjoinville.blogspot.com no Nordeste e um pouco menos intensa no Sul; com a direita ocorre o
oposto. Segundo pesquisa anterior do mesmo instituto, a inclinação
ideológica da população tem pouca influência na hora do voto, visto que a
presidente Dilma Rousseff do PT, de centro-esquerda, lidera a intenção de
Indicadores
voto entre eleitores identificados com a direita e a centro-direita.
De acordo com o Índice de Democracia, compilado pela revista
Organização estatal
britânica The Economist, o Brasil possui desempenho elevado nos quesitos
pluralismo no processo eleitoral (nota 9,5) e liberdades civis (nota 9,1). O Líderes partidários da Câmara dos Deputados em reunião.
país possui nota acima da média em funcionalidade do governo (nota
7,5). No entanto, possui desempenho inferior nos quesitos participação
política (nota 5,0) e cultura política (nota 4,3). De acordo com dados de
2010 , o desempenho do Brasil em participação política é comparável ao
de Malauí e Uganda, considerados "regimes híbridos", enquanto o
desempenho em cultura política é comparável ao de Cuba, considerado
um regime autoritário. No entanto, a média geral do país (nota 7,1) é inferior
somente à do Uruguai (nota 8,1) e do Chile (nota 7,6) na América do
Sul. Dentre os BRIC, apenas a Índia (nota 7,2) possui desempenho melhor.
De fato, em relação aos BRIC, a revista já havia elogiado a democracia do
país anteriormente, afirmando que "em alguns aspectos, o Brasil é o mais
estável dos BRIC. Diferentemente da China e da Rússia, é uma democracia
genuína; diferentemente da Índia, não possui nenhum conflito sério com
seus vizinhos".
O Brasil é percebido como um país extremamente corrupto, ocupando
o 69° lugar no índice de percepção, sendo o 1° e menor, a Dinamarca.
Perde para países africanos como Botsuana (33°), Namíbia (56°) e Ruanda O Estado brasileiro é dividido primordialmente em três esferas de
poder: o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O chefe do Poder
(66°) e está relativamente distante do Chile (21°), o mais bem colocado na
Executivo é o presidente da República, eleito pelo voto direto para um
América do Sul. Porém encontra-se em posição melhor que alguns outros
mandato de quatro anos, renovável por mais quatro. Na esfera estadual o
países sul-americanos
Executivo é exercido pelos governadores dos estados; e na esfera
como Colômbia (78°), Argentina (105°), Bolívia (110°)

Atualidades 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
municipal pelos prefeitos. O Poder Legislativo é composto, em âmbito maiores partidos do país são o Partido do Movimento Democrático
federal, pelo Congresso Nacional, sendo este bicameral: dividido entre a Brasileiro (PMDB) – a antiga oposição permitida pelo regime militar, que
Câmara dos Deputados e o Senado. Para a Câmara, são eleitos desde o fim dessa era participou de todos os governos (à exceção da breve
os deputados federais para dividirem as cadeiras em uma razão de modo a presidência de Fernando Collor de Mello entre 1990 e 1992) e vem sendo a
respeitar ao máximo as diferenças entre as vinte e sete Unidades da força dominante no Congresso Nacional desde então –, o Partido dos
Federação, para um período de quatro anos. Já no Senado, cada estado é Trabalhadores (PT) – legenda da atual presidente Dilma Rousseff (2011–) e
representado por 3 senadores para um mandato de oito anos cada. Em do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010) –, o Partido
âmbito estadual, o Legislativo é exercido pelas Assembleias Legislativas Progressista (PP), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) – do
Estaduais; e em âmbito municipal, pelas Câmaras Municipais. ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994–2002) –, o Partido
Democrático Trabalhista (PDT), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e
Sistema federativo o Democratas (DEM). Todos possuem mais de um milhão de filiados.
O Brasil possui vinte e seis estados e um Distrito Federal, indissolúveis, Apesar de 61% dos brasileiros declararem não ter preferência partidária,
cada qual com um Governador eleito pelo voto direto para um mandato de 20% indicam preferência ao PT, 5% ao PSDB, 4% ao PMDB e 11% a
quatro anos renovável por mais quatro, assim como acontece com outros partidos (PV, PTB, PSB, PDT, PSOL e DEM).
os Prefeitos. Tanto os estados quanto os municípios têm apenas uma casa
parlamentar: no nível estadual os deputados estaduais são eleitos para 4 A atual equação problemática da economia brasileira
anos na Assembleia Legislativa e no nível municipal, os vereadores são “É hora de as forças oposicionistas concentrarem seus esforços na dis-
eleitos para a Câmara Municipal para igual período. cussão de um ousado projeto para o país, que passe pelo corajoso enfren-
tamento de nossos atuais gargalos e pelas reformas necessárias”
MARCUS PESTANA
O Brasil patina num quadro econômico que, se não é dramático como
os da Venezuela e da Argentina, deixa um horizonte nebuloso e povoa de
interrogações o futuro do país.
Baixo crescimento, produtividade insuficiente, empregos de baixa qua-
lidade, competitividade ladeira abaixo, taxa de investimento raquítica,
inflação alta, desindustrialização clara, alta taxa de juros, deterioração do
equilíbrio fiscal e do setor externo, ambiente regulatório instável, baixa
credibilidade da política econômica, tudo isto resultando em ambiente
adverso junto aos investidores.
Esse cenário, nem o mais otimista pronunciamento da presidente Dil-
ma, nas abusivas redes nacionais de rádio e TV, podem negar.
O sintoma mais claro e recente foi o fracasso do leilão da maior reserva
brasileira de petróleo do pré-sal, o Campo de Libra, onde apenas um con-
Sistema judiciário sórcio, induzido pela Petrobras, participou sem oferecer nenhum ágio.

Finalmente, há o Poder Judiciário, cuja instância máxima é o Supremo O intervencionismo desorganizador de Dilma e seu governo está pre-
Tribunal Federal (STF) , responsável por interpretar a Constituição Federal sente no setor elétrico, no setor de açúcar e álcool, na penúria de estados e
e composto por onze ministros indicados pelo Presidente sob referendo do municípios, na frustrada aventura de diversos “campeões globais”, especi-
Senado, dentre indivíduos de renomado saber jurídico. A composição dos almente Eike Batista, que com sua falência contribuiu para alimentar ainda
ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato mais as expectativas negativas em relação ao Brasil. Enquanto isso, seto-
presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um res importantes como o café clamam por uma política nacional que os
deles se aposenta ou vem a falecer. A idade para a aposentadoria fortaleça.
compulsória é de 70 anos. No entanto, os ministros podem se aposentar Nenhuma das reformas estruturais necessárias foi adiante. A falta de
antes disso, caso queiram. O salário recebido pelos membros da corte traquejo de nossa presidente para liderar um ousado programa de reformas
(28.059,29 reais em 2013) é o mais alto do funcionalismo público. deixa um vácuo insuportável. O Brasil vem perdendo oportunidades e
deixou de usufruir do melhor momento do cenário internacional. Quando a
liquidez internacional for enxugada, a China desacelerar e o fluxo de capi-
tais voltar-se para os EUA e a Europa, poderemos viver graves problemas.
Foi esse quadro que levou as intenções de voto da presidente Dilma
despencar de 58% para 30%, após as manifestações de junho. Os fatores
preponderantes foram a inflação, principalmente nos alimentos, o alto
endividamento das famílias pressionando o padrão de vida conquistado e a
falta de empregos de melhor qualidade, que ofereçam às pessoas a pers-
pectiva do próximo passo.
A pequena melhoria das intenções de voto de Dilma para o patamar de
38% a 40% se deve ao confronto com Obama na questão da espionagem e
ao Mais Médicos. É pouco para quem tem uma poderosa máquina de
comunicação em ação, quase 100% de conhecimento e enfrenta adversá-
rios experientes, habilidosos e pouco conhecidos.
Estamos longe ainda das eleições de 2014. A maioria da população
não está preocupada com isso. É hora de as forças oposicionistas concen-
Sistema eleitoral-partidário trarem seus esforços na discussão de um ousado projeto para o país, que
Em 1980, voltou a existir o pluripartidarismo no país, sendo inicialmente passe pelo corajoso enfrentamento de nossos atuais gargalos e pelas
criados 5 partidos políticos. Atualmente, há mais de 30 partidos políticos reformas necessárias.
registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido mais antigo O Brasil não está condenado a viver eternamente este voo de galinha,
ainda em atividade é o Partido Comunista Brasileiro (PBC), fundado em com crescimento médio de 2%. Mas é preciso mudar o rumo.
1922 e colocado na ilegalidade diversas vezes. Segundo dados do TSE, os

Atualidades 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Economia brasileira crescerá 2,1% em 2014, aponta CNI No Brasil, a melhoria das condições de vida em geral trouxe maior lon-
gevidade à população. O número de idosos aumentou 107%, entre 1980 e
A economia brasileira crescerá 2,1% no próximo ano, menos do que os 2000, e já chega a 21 milhões. As projeções apontam para a duplicação
2,4% estimados para 2013. A indústria deverá ter uma expansão de 2,0% desse contingente nos próximos 20 anos, chegando a 15% da população.
em 2014, superior ao 1,4% previstos para 2013. As estimativas estão na Por outro lado, o percentual de crianças e jovens está em queda. Uma das
edição especial do Informe Especial, divulgado nesta quinta-feira (19) pela explicações para esse fato é a diminuição do índice de fecundidade por
Confederação Nacional da Indústria (CNI). casal, o qual, em 2008, caiu para 1,8 filho, o que aproxima o Brasil dos
Conforme o estudo, a queda no ritmo de crescimento do Produto Inter- países com as menores taxas de fecundidade. Portanto, uma impactante
no Bruto (PIB) será resultado da desaceleração dos investimentos, que transição demográfica está em curso no país.
devem ter expansão de apenas 5% no próximo ano, frente aos 7,1% previs- Transição epidemiológica – Esta também se faz presente como fator in-
tos para 2013. A desaceleração dos investimentos, de um lado, será terveniente na saúde. Em passado recente, doenças infectoparasitárias,
resultado do aumento da taxa de juros e do baixo patamar de confiança dos com desfecho rápido, eram as principais causas de morte na população
empresários. "De outro lado, não teremos em 2014 a contribuição excep- brasileira, chegando a 26% do total de mortes (IBGE, 7 jun. 2011). Nas
cional do investimento em equipamentos de transporte que marcou 2013", últimas décadas, porém, esse cenário modificou-se, e as doenças crônico-
diz a CNI. degenerativas (como diabetes, hipertensão, demências), os cânceres
O aumento dos juros também afetará o consumo das famílias, que de- (neoplasias) e fatores externos (mortes violentas) assumiram o papel de
verá crescer 1,7% em 2014, menos que os 2,1% estimados para este ano. principais causas de mortalidade. O tratamento e a reabilitação dos pacien-
A diminuição do ritmo do consumo, que foi o motor da economia nos últi- tes acometidos por essas doenças figuram entre os responsáveis pelos
mos anos, também será motivada pelo menor reajuste do salários mínimo e altos custos do sistema de saúde.
pelas dificuldades de acesso ao crédito. Transição tecnológica – Na medicina atual, a tecnologia assume papel
Inflação e câmbio cada vez mais significativo. A incorporação de novos artefatos é sempre
bem-vinda, pois adiciona qualidade aos tratamentos curativos ou paliativos,
A CNI estima ainda que a inflação alcançará 6% em 2014, acima da porém levanta algumas discussões, por implicar altos custos e por trazer o
meta de 4,5% fixada para o ano e maior que os 5,7%, previstos para 2013. perigo de relegar a plano secundário a necessária humanização no trata-
"Alguns fatores justificam essa situação: o fim do efeito da desoneração da mento dos pacientes.
energia elétrica elevará o acumulado em 12 meses dos preços administra-
dos e o câmbio mais desvalorizado deverá ter efeito mais perceptível no Transição nutricional – Proporcionou mudança no padrão físico do bra-
ano que vem", avalia o estudo. sileiro. O excesso de peso ou sobrepeso e a obesidade (índice de massa
corpórea entre 25 e 30 e acima de 30, respectivamente) explodiram. Se-
Com a previsão de inflação acima do centro da meta, a CNI estima gundo o IBGE, em 2009, o sobrepeso atingiu mais de 30% das crianças
uma nova alta nos juros básicos da economia no início de 2014. Assim, a entre 5 e 9 anos de idade; cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos;
taxa Selic alcançará 10,50% e se manterá nesse patamar até o fim de 48% das mulheres; 50,1% dos homens acima de 20 anos (IBGE, 7 jun.
2014. 2011). Segundo dados do Ministério da Saúde (Vigitel, 2011), 48,1% da
De acordo com as previsões da CNI, o dólar continuará se valorizando população brasileira está acima do peso, 15% são obesos.
e valerá em média R$ 2,35 em 2014, acima dos R$ 2,15 deste ano. O 2. Grandes preocupações na saúde pública no Brasil
superávit comercial brasileiro, na avaliação da CNI, será de US$ 740 mi-
lhões, o menor desde 2000. As exportações fecharão o ano em US$ 239,4 Conforme o contexto delineado, é possível extrair cinco temas preocu-
bilhões, valor 1,3% inferior ao registrado em 2012. As importações somarão pantes para a saúde atualmente: doenças crônicas não transmissí-
US$ 238,7 bilhões. veis ou doenças não transmissíveis(doenças cardiovasculares, hipertensão,
http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2013/12/economia-brasileira- diabetes, cânceres, doenças renais crônicas e ou-
crescera-21-em-2014-aponta-cni tras); doenças transmissíveis (aids, tuberculose, hanseníase, influenza ou
gripe, dengue e outras); fatores comportamentais de risco modificá-
veis (tabagismo, dislipidemias por consumo excessivo de gorduras satura-
das de origem animal, obesidade, ingestão insuficiente de frutas e hortali-
ças, inatividade física e sedentarismo); dependência química e uso cres-
cente e disseminado de drogas lícitas e ilícitas (álcool, crack, oxi e ou-
tras); causas externas (acidentes e violências).
Doenças não transmissíveis (DNT) – Estimativas da Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) mostram que as DNT são responsáveis por 58,5%
das mortes ocorridas no mundo e por 45,9% das enfermidades que acome-
tem as populações. Em 2007, as DNT respondiam por aproximadamente
67,3% das causas de óbitos no Brasil e representavam cerca de 75% dos
gastos com a atenção à saúde. As doenças cardiovasculares correspondi-
am às principais causas, com 29,4%, de todos os óbitos declarados (Minis-
tério da Saúde, 7 jun. 2011a).
400 × 282 - haiti-asduasfaces.no.comunidades.net Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que a hipertensão atinja
23,3% dos brasileiros, ou seja, 44,7 milhões de pessoas. Deste montante,
Saúde no Brasil – realidades e perspectivas
apenas 33 milhões têm ciência de seu diagnóstico ou de diagnóstico autor-
Por André Luiz de Oliveira referido. Apenas 19% têm a pressão sob controle entre aqueles que estão
em tratamento. O diagnóstico de hipertensão arterial torna-se mais comum
1. Panorama atual da saúde no Brasil com o avanço da idade, atingindo em torno de 50% das pessoas acima de
Nas últimas décadas, o setor da saúde passou por impressionantes 55 anos (Machado, 2011).
transformações em importantes aspectos: demográfico, epidemiológico, Em relação ao diabetes, estimativas atuais apontam para 11 milhões
nutricional e tecnológico. A seguir, há uma exposição mais detalhada sobre de portadores; desses, somente 7,5 milhões têm ciência de sua condição e
essas mudanças. nem todos se tratam adequadamente (Vigitel, 2011).
Transição demográfica – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Em 2008, segundo a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer
Estatística (IBGE), em 2008, a esperança de vida dos brasileiros, ao nas- (Iarc) e a OMS, surgiram 12 milhões de novos casos de câncer em todo o
cer, chegou a 72 anos, 10 meses e 10 dias. A média atual entre os homens mundo, com 7 milhões de óbitos por esse motivo (Oliveira, 6 jul. 2011). No
é de 69,11 anos e entre as mulheres, 76,71 anos (IBGE, 2008). Brasil, para o ano de 2011, as estimativas apontam para a ocorrência de

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489.270 novos casos de câncer (Inca, 7 jun. 2011). Os tipos mais inciden- entre as quais, por exemplo, derrame cerebral, ataque cardíaco, doenças
tes, excluindo o câncer de pele, não melanoma (113 mil novos casos), pulmonares crônicas, problemas de circulação, úlceras, diabetes, infertili-
devem ser, nos homens, o câncer de próstata (52 mil), pulmão (18 mil), dade, bebês abaixo do peso, osteoporose, infecções no ouvido. Segundo a
estômago (14 mil), cólon e reto (13 mil) e, nas mulheres, o câncer de mama Opas (IBGE, 23 set. 2011), 90% dos casos de câncer de pulmão estão
(49 mil), colo de útero (18 mil), cólon e reto (15 mil), pulmão (10 mil) (Inca, 7 associados ao tabagismo.
jun. 2011). Segundo o Ministério da Saúde (7 jun. 2011a), desde 2003, as
neoplasias malignas constituem a segunda causa de morte na população. O percentual de fumantes no país teve redução nas últimas décadas.
Em 1989, representava um terço da população (Vigitel, 2011) e, em 2010,
Conforme dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (7 jun. 2011), foi reduzido para 15,1% da população adulta (Inca, 7 jun. 2011). A OMS
quase 1 milhão de brasileiros têm problemas renais, no entanto 70% ainda afirma que o tabagismo (dependência física e psicológica do cigarro), no
não o sabem. A doença renal crônica caracteriza-se por um quadro de Brasil, ainda mata cerca de 200 mil pessoas por ano. Segundo o Instituto
evolução lenta, progressiva, até a perda irreversível da função renal (quan- Nacional de Câncer (Inca), pelo menos 2,7 mil não fumantes morrem no
do os rins deixam de filtrar o sangue). As doenças renais matam pelo Brasil por ano devido a doenças provocadas pelo tabagismo passivo (Vigi-
menos 15 mil brasileiros por ano. Dos 150 mil pacientes que deveriam estar tel, 2011).
em diálise, apenas 70 mil conseguem receber tal tratamento (Sociedade
Brasileira de Nefrologia, 7 jun. 2011). A prática regular de exercícios físicos está longe de fazer parte da roti-
na dos brasileiros. Em 2008, somente 10,2% da população com 14 anos ou
Doenças transmissíveis – Os números da aids (doença já manifesta) mais tinha uma atividade física regular (Vigitel, 2011). [f1] E 14,2% da
no Brasil, atualizados até junho de 2010, contabilizam 592.914 casos população adulta não pratica nenhuma atividade física, nem durante o
registrados desde 1980. A taxa de incidência oscila em torno de 20 casos tempo de lazer nem para ir ao trabalho.
de aids por 100 mil habitantes. Em 2009, foram notificados 38.538 novos
casos da doença, e, em 87,5% deste montante, a transmissão ocorreu por O crescimento, em curto período de tempo, do número de pessoas
via heterossexual. com sobrepeso e obesas é uma tendência e constitui um desafio mundial a
ser enfrentado. A OMS projetou que, em 2005, o mundo tinha 1,6 bilhão de
Atualmente, ainda há mais casos da doença entre os homens do que pessoas acima de 15 anos com excesso de peso e 400 milhões de obesos
entre as mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. (IMC acima ou igual a 30). A projeção para 2015 é ainda mais pessimista:
Em 1989, a razão era de seis casos de aids nos homens para cada um 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos,
caso em mulher. Em 2009, a proporção chegou a 1,6 (homem) para cada indicando aumento de 75% nos casos de obesidade em dez anos (Vigitel,
uma mulher infectada (Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, 7 2011). No Brasil há 48,1% de pessoas com excesso de peso, sendo 15%
jun. 2011). de obesos. Além das dificuldades naturais causadas pelo excesso de peso,
a obesidade pode, ao longo do tempo, acarretar problemas à saúde, como
Com relação à tuberculose, o Brasil, entre 2008 e 2010, reduziu de hipertensão arterial e diabetes.
73.673 para 70.601 o número de novos casos, o que representa cerca de 3
mil novos casos a menos no período. Com a redução, a taxa de incidência Dependência química – As Nações Unidas contra Drogas e Crimes (U-
(número de pacientes por 100 mil habitantes) baixou de 38,82 para 37,99 nodc, em inglês United Nations Office on Drugs and Crime), no Relatório
(Pastoral da Criança, 7 jun. 2011). Contudo, a tuberculose ainda é a tercei- Mundial sobre Drogas (Ministério da Saúde, 7 jun. 2011a) de 2008, mostra
ra causa de óbitos por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes que cerca de 5% da população mundial (208 milhões de pessoas) já fez
com aids. uso de drogas ao menos uma vez. Essa pesquisa aponta que o Brasil é o
segundo maior mercado de cocaína das Américas, com cerca de 870 mil
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 47 mil novos casos usuários adultos (entre 15 e 64 anos), atrás apenas dos Estados Unidos,
de hanseníase são detectados a cada ano, sendo 8% deles em menores de que têm cerca de 6 milhões de consumidores da droga.
15 anos (Ministério da Saúde, 7 jun. 2001b). A hanseníase apresenta
tendência de estabilização dos coeficientes de detecção no país, mas eles O Brasil é o responsável pela maior quantidade de maconha apreendi-
ainda estão em patamares muito altos nas regiões Norte, Centro-Oeste e da na América do Sul, tendo apreendido 167 toneladas em 2008. O consu-
Nordeste, com 17,5% da população brasileira concentrando 53,5% dos mo da maconha e do haxixe no Brasil aumentou duas vezes e meia: em
casos detectados (Ibid.). 2001, 1% dos brasileiros consumia a droga. Em 2005, o número chegou a
2,6% da população. Segundo o Ministério da Saúde, o crackpoderá tirar a
É facilmente perceptível o temor às pandemias que rapidamente se es- vida de pelo menos 25 mil jovens por ano no Brasil. A estimativa é que
palham pelo mundo devido à globalização. Chega a ser curioso o homem mais de 1,2 milhão de pessoas sejam usuárias de crack no país e cerca de
se vangloriar de muitas conquistas e descobertas científicas, mas, ao 600 mil pessoas façam uso frequente de droga. A média de idade do início
mesmo tempo, ficar impotente ante a ação desconhecida e letal de um do uso é 13 anos (Ibid.).
imperceptível e microscópico germe. Recentemente, enorme pânico as-
sombrou o planeta, por causa do surto de uma gripe denominada gripe A Ultimamente, há notícias que indicam a rápida difusão de nova e de-
ou sorotipo H1N1. O vírus da influenza acomete, anualmente, no Brasil, vastadora droga, apreendida em todas as regiões do país. Trata-se do oxi,
cerca de 400 a 500 mil pessoas e mata de 3 a 4 mil indivíduos, e 95% uma droga mais barata e de consequências ainda mais danosas para os
desses óbitos são de idosos (OMS, 7 jun. 2011b). usuários que o temível crack. O oxi é produzido pela mistura de cocaína,
combustível, cal virgem, cimento, acetona, ácido sulfúrico, soda cáustica e
A OMS estima que entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas se in- amônia. Pesquisas iniciais do Ministério da Saúde apontam que cerca de
fectam anualmente com as doenças tropicais em mais de cem países um terço dos usuários de oxi morrem no primeiro ano (Vigitel, 2011).
(Ministério da Saúde, 10 jul. 2011), exceto os da Europa. No Brasil, somen-
te nos primeiros nove meses do ano de 2010, 936 mil casos de dengue A dependência do álcool é um dos graves problemas de saúde pública
foram notificados ao Ministério da Saúde, dos quais 14,3 mil eram graves, brasileira. De acordo com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
tendo ocorrido 592 mortes pela doença no período (OMS, 7 jun. 2011a). Psicotrópicas (Cebrid), atualmente 18% da população adulta consome
álcool em excesso, em contraposição a 16,2% em 2006. A população
Do mesmo modo, não se pode descuidar da doença de Chagas. Em masculina ainda é a maioria entre os que bebem em excesso – 26,8% em
algumas regiões do Brasil, ainda há grande número de infectados. Não 2010. O uso do álcool, além de causar sérios e irreversíveis danos a vários
obstante o Brasil ter recebido, em 2006, da Organização Pan-Americana da órgãos do corpo, está também relacionado a 60% dos acidentes de trânsito
Saúde (Opas) a Certificação Internacional de Eliminação da Transmissão e 70% das mortes violentas. Seu consumo vem crescendo em todos os
dessa doença, a erradicação definitiva da transmissão requer a manuten- setores da sociedade, independentemente de cor, raça, religião e condi-
ção contínua de ações de controle e vigilância. ções financeiras de seus usuários, tanto em grandes centros urbanos como
Fatores de risco modificáveis – O tabagismo é a principal causa evitá- nas mais distantes áreas rurais.
vel de morte no mundo. É incontestável a associação entre o cigarro, com Causas externas (acidentes e violências) – No Brasil, as mortes por
suas mais de 4 mil substâncias tóxicas, e os vários tipos de câncer (de causas externas (mortes violentas) já ocupam o terceiro lugar entre os
pulmão, boca, lábio, língua, laringe, garganta, esôfago, pâncreas, estôma- óbitos da população em geral, só perdendo para as mortes por doenças
go, intestino delgado, bexiga, rins, colo de útero etc.) e diversas moléstias,

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cardiovasculares e neoplasias (cânceres), e detêm o primeiro lugar na faixa dade da saúde brasileira, podem ser agrupados em quatro áreas críticas, a
etária de 15 a 39 anos. Segundo um estudo sobre saúde no Brasil, houve saber: acesso, gestão, fatores externos e financiamento.
no país, em 2007, 47.707 homicídios (36,4%) e 38.419 óbitos (29,3%)
relacionados ao trânsito, constituindo juntos 67% do total de 131.032 óbitos 3.2. Perspectivas do SUS
por causas externas. Contudo, como qualquer outro processo de relevância social, o SUS
É assustador o alto número de acidentes de trânsito que acontecem necessita de constante monitoramento por parte do cidadão, missionário da
pelo país, ceifando milhares de vidas. Eles também deixam inúmeros boa vontade, e de um empenho prioritário das autoridades governamentais,
sobreviventes, entre os quais muitos jovens, com sequelas irreversíveis, lembrando que os direitos de acesso a qualquer garantia social devem ser
que passam a depender muito do sistema de saúde e da família devido ao sempre respeitados e que o senso crítico e responsável de todos, na mes-
constante cuidado de que precisam. ma proporção, deve ser estimulado.

É igualmente preocupante a escalada dos números de vítimas da vio- A preocupação com a informação em saúde e com o bem-estar de to-
lência doméstica. Mesmo com a existência da Lei Maria da Penha (Lei n. dos também deve ser lembrada, reforçando o conceito de educação em
11.340/2006), só em 2010 foram feitos 734.416 registros, sendo 108.026 saúde e práticas saudáveis de vida. Enfim, a luta por políticas públicas de
com relatos de violência e 63.831 especificamente referentes à violência saúde responsáveis e isentas de interesses colaterais e o resgate à prática
física (Guia da Previdência Social, n. 422). da solidariedade e da humanização no mundo da saúde significam manifes-
tações responsáveis e cristãs de verdadeira fraternidade com todos os
Afora esses cinco fatores de grande preocupação para a saúde no nossos irmãos, em busca de um mundo mais justo, fraterno, solidário e, por
Brasil atualmente, existe a problemática do financiamento da saúde no que não, saudável.
país. O Sistema Único de Saúde (SUS) teve de disputar recursos financei-
ros com outros ramos da seguridade social (assistência social e previdência Educação no Brasil
social) desde o primeiro momento, quando as formas de sua implementa-
ção ainda estavam sendo elaboradas. Na época, foi garantido no Ato das Espera-se que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas so-
Disposições Transitórias que, enquanto não fosse regulamentada a lei de ciais do país. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos do-
custeio da seguridade social, pelo menos 30% do total de seus recursos centes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvi-
deveria ser destinado para a saúde. Os anos que se seguiram à Constitui- mento dos alunos e da escola.
ção de 1988 são caracterizados pela tensão permanente entre dois princí-
pios: a construção da universalidade e a contenção de gastos na saúde.
Desde 1999 há no Congresso Nacional uma proposta de regulamenta-
ção desses repasses por meio da Emenda Constitucional n. 29 (EC 29).
Além de definir um repasse mínimo do governo federal (corrigido pelo PIB),
dos governos estaduais (de 12%) e dos municípios (de 15%), a EC 29
define ações e serviços em saúde, caracterizando o que realmente pode
ser gasto em saúde, e propõe medidas de sanção ou punição aos gestores
que descumprirem esses investimentos mínimos. É preocupante o não
cumprimento sistemático, por muitos governantes, do mínimo de investi-
mento na saúde, ocasionando arriscado e perigoso subfinanciamento na
saúde pública.
3. Avanços no SUS
O Programa Saúde da Família atinge atualmente cem milhões de brasi- O processo de expansão da escolarização básica no Brasil só começou
leiros, segundo o Ministério da Saúde. O país reduziu em mais de 70% a em meados do século XX
mortalidade infantil nos últimos 30 anos, ampliou o número de consultas de
pré-natal, diminuiu a desnutrição, alcançou uma das maiores coberturas de Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que
vacinação para crianças, gestantes e idosos do mundo. Segundo o Ministé- só em meados do século XX o processo de expansão da escolarização
rio da Saúde, a transmissão do cólera foi interrompida em 2005. Eliminou- básica no país começou, e que o seu crescimento, em termos de rede
se a paralisia infantil e o sarampo em 2007 e a rubéola em 2009. Mortes pública de ensino, se deu no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980.
por doenças transmissíveis, como tuberculose, hanseníase, malária e aids, Com isso posto, podemos nos voltar aos dados nacionais:
foram reduzidas (Ministério da Saúde, 7 jun. 2011a).
O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PI-
Os dados do Datasus (7 jun. 2011) mostram que no SUS, em 2010, fo- SA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de
ram disponibilizados 634 milhões de medicamentos e realizados 535 mi- crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola
lhões de ações de prevenção e promoção, 495 milhões de exames, 239 (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi regis-
milhões de atendimentos de saúde bucal, 40 milhões de fisioterapias, 11,1 trado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º
milhões de internações. Todos os anos, registram-se 3,5 milhões de órte- ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20%
ses e próteses e mais de 20 mil transplantes. dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes
3.1. Desafios do SUS cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação).
Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na mídia).
O SUS tem desafios de curto, médio e longo prazo, sobretudo por pre-
cisar de mais recursos e da otimização do uso do dinheiro público. Hoje é Frente aos dados, muitos podem se tornar críticos e até se indagar com
investido o dobro de recursos na doença (internações, cirurgias, transplan- questões a respeito dos avanços, concluindo que “se a sociedade muda, a
tes) do que nas ações básicas de saúde (vacinas e consultas) que previ- escola só poderia evoluir com ela!”. Talvez o bom senso sugerisse pensar-
nem a doença. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica- mos dessa forma. Entretanto, podemos notar que a evolução da sociedade,
da (Ipea), os problemas mais frequentes são a falta de médicos (58,1%), a de certo modo, faz com que a escola se adapte para uma vida moderna,
demora para atendimento em postos, centros de saúde ou hospitais mas de maneira defensiva, tardia, sem garantir a elevação do nível da
(35,4%) e a demora para conseguir uma consulta com especialistas educação.
(33,8%). Logo, agora não mais pelo bom senso e sim pelo costume, a “culpa”
Com base em relatos, divulgações nos meios de comunicação e situa- tenderia a cair sobre o profissional docente. Dessa forma, os professores se
ções vivenciadas pelos usuários do SUS, alguns desafios ou oportunidades tornam alvos ou ficam no fogo cruzado de muitas esperanças sociais e
de melhora na prestação de serviços, que ajudam a compor a difícil reali- políticas em crise nos dias atuais. As críticas externas ao sistema educacio-
nal cobram dos professores cada vez mais trabalho, como se a educação,
sozinha, tivesse que resolver todos os problemas sociais.

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Já sabemos que não basta, como se pensou nos anos 1950 e 1960, do- Energia
tar professores de livros e novos materiais pedagógicos. O fato é que a
qualidade da educação está fortemente aliada à qualidade da formação dos
professores. Outro fato é que o que o professor pensa sobre o ensino de-
termina o que o professor faz quando ensina.
O desenvolvimento dos professores é uma precondição para o desen-
volvimento da escola e, em geral, a experiência demonstra que os docentes
são maus executores das ideias dos outros. Nenhuma reforma, inovação ou
transformação – como queira chamar – perdura sem o docente.
É preciso abandonar a crença de que as atitudes dos professores só se
modificam na medida em que os docentes percebem resultados positivos na
aprendizagem dos alunos. Para uma mudança efetiva de crença e de atitu-
de, caberia considerar os professores como sujeitos. Sujeitos que, em
atividade profissional, são levados a se envolver em situações formais de
aprendizagem.
Mudanças profundas só acontecerão quando a formação dos professo-
res deixar de ser um processo de atualização, feita de cima para baixo, e se Plataforma petrolífera P-51 da estatalbrasileira Petrobras. Desde 2006
converter em um verdadeiro processo de aprendizagem, como um ganho o país equilibra sua balança de petróleo.
individual e coletivo, e não como uma agressão.
O Brasil é o décimo maior consumidor da energia do planeta e o tercei-
Certamente, os professores não podem ser tomados como atores úni- ro maior do hemisfério ocidental, atrás dos Estados Unidos e Canadá. A
cos nesse cenário. Podemos concordar que tal situação também é resultado matriz energética brasileira é baseada em fontes renováveis, sobretudo
de pouco engajamento e pressão por parte da população como um todo, a energia hidrelétrica e oetanol, além de fontes não-renováveis de energia,
que contribui à lentidão. Ainda sem citar o corporativismo das instâncias como o petróleo e o gás natural. A Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Paraná,
responsáveis pela gestão – não só do sistema de ensino, mas também das é a maior usina hidrelétrica do planeta por produção de energia.
unidades escolares – e também os muitos de nossos contemporâneos que
pensam, sem ousar dizer em voz alta, “que se todos fossem instruídos, Ao longo das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar
quem varreria as ruas?”; ou que não veem problema “em dispensar a todos uma alternativa viável à gasolina. Com o seu combustível à base de cana-
das formações de alto nível, quando os empregos disponíveis não as exi- de-açúcar, a nação pode se tornar energicamente independente neste
gem”. momento. O Pró-álcool, que teve origem na década de 1970, em resposta
às incertezas do mercado do petróleo, aproveitou sucesso intermitente.
Enquanto isso, nós continuamos longe de atingir a meta de alfabetizar Ainda assim, grande parte dos brasileiros utilizam os chamados "veículos
todas as crianças até os 8 anos de idade e carregando o fardo de um baixo flex", que funcionam com etanol ou gasolina, permitindo que o consumi-
desempenho no IDEB. Com o índice de aprovação na média de 0 a 10, os dor possa abastecer com a opção mais barata no momento, muitas vezes o
estudantes brasileiros tiveram a pontuação de 4,6 em 2009. A meta do país etanol. Os países com grande consumo de combustível, como a Índia e
é de chegar a 6 em 2022. Eliane da Costa Bruini a China, estão seguindo o progresso do Brasil nessa área. Além disso,
países como o Japão e Suécia estão importando etanol brasileiro para
Meio ambiente e biodiversidade ajudar a cumprir as suas obrigações ambientais estipuladas no Protocolo
A grande extensão territorial do Brasil abrange diferen- de Quioto.
tes ecossistemas, como a floresta Amazônica, reconhecida como tendo a O Brasil possui a segunda maior reserva de petróleo bruto na América
maior diversidade biológica do mundo, a mata Atlântica e o Cerrado, que do Sul e é um dos produtores de petróleo que mais aumentaram sua pro-
sustentam também grande biodiversidade, sendo o Brasil reconhecido dução nos últimos anos. O país é um dos mais importantes do mundo na
como um país megadiverso. No sul, a floresta de araucárias cresce sob produção de energia hidrelétrica. Da sua capacidade total de geração
condições de clima temperado. de eletricidade, que corresponde a 90 mil megawatts (MW), a energia
A rica vida selvagem do Brasil reflete a variedade de habitats naturais. hídrica é responsável por 66.000 MW (74%). A energia nuclear representa
Os cientistas estimam que o número total de espécies vegetais e animais cerca de 3% da matriz energética do Brasil. O Brasil pode se tornar uma
no Brasil seja de aproximadamente de quatro mi- potência mundial na produção de petróleo, com grandes descobertas desse
lhões. Grandes mamíferos incluem pumas, onças, jaguatiricas, ra- recurso nos últimos tempos na Bacia de Santos.
ros cachorros-
vina-
Transportes
gre, raposas, queixadas, antas, tamanduás, preguiças, gambás e tatus. Ve
ados são abundantes no sul e muitas espécies de platyrrhini são encontra-
das nas florestas tropicais do norte.A preocupação com o meio ambiente
tem crescido em resposta ao interesse mundial nas questões ambientais.
O patrimônio natural do Brasil está seriamente ameaçado pela pecuária
e agricultura, exploração madeireira, mineração, reassentamen-
to, desmatamento, extração de petróleo e gás, a sobrepesca, comércio de
espécies selvagens, barragens e infraestrutura, contaminação da água,
fogo, espécies invasoras e pelos efeitos do aquecimento global. Em muitas
áreas do país, o ambiente natural está ameaçado pelo desenvolvimento. A
construção de estradas em áreas de floresta, tais como a BR-230 e a BR-
163, abriu áreas anteriormente remotas para a agricultura e para o comér-
cio; barragens inundaram vales e habitats selvagens; e minas criaram
cicatrizes na terra e poluíram a paisagem.

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Terminal do Aeroporto Internacional dos Guararapes, O Brasil também tem um grande número de notáveis personalidades
em Recife, Pernambuco. científicas. Entre os inventores brasileiros mais reconhecidos estão os
padres Bartolomeu de Gusmão, Roberto Landell de Moura e Francisco
João de Azevedo, além de Alberto Santos Dumont, Evaristo Conrado
Engelberg, Manuel Dias de Abreu, Andreas Pavel e Nélio José Nicolai. A
ciência brasileira é representada por nomes como César Lattes, Mário
Schenberg,José Leite Lopes e Fritz Muller. Entre os profissionais e pesqui-
sadores da área demedicina, destacam-se os brasileiros Ivo Pitan-
guy, Mayana Zatz, Adib Jatene, Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Vital Brasil,
Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Henrique da Rocha Lima, Mauricio Rocha e
Silva e Euryclides Zerbini.
A produção científica brasileira começou, efetivamente, nas primeiras
décadas do século XIX, quando a família real e a nobreza portuguesa,
chefiadas pelo Príncipe-regente Dom João de Bragança (futuro Rei Dom
João VI), chegaram no Rio de Janeiro, fugindo da invasão do exército
de Napoleão Bonaparte em Portugal, em 1807. Até então, o Brasil era
uma colônia portuguesa (ver colônia do Brasil), sem universidades e orga-
nizações científicas, em contraste com as ex-colônias americanas
do império espanhol, que apesar de terem uma grande parte da popula-
Trecho da BR-060 entre Goiânia e Brasília. ção analfabeta, tinham um número considerável de universidades desde o
Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros, sen- século XVI.
do 96 353 km de rodovias pavimentadas (2004), asestradas são as princi- A pesquisa tecnológica no Brasil é em grande parte realizada em uni-
pais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro. versidades públicas e institutos de pesquisa. Alguns dos mais notáveis
Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na polos tecnológicos do Brasil são os institutos Oswaldo Cruz e Butantã,
década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos no o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, a Empresa Brasileira de
governo Vargas e Gaspar Dutra. O presidente Juscelino Kubitschek (1956– Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e o Instituto Nacional de Pesquisas
61), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro incentivador de Espaciais (INPE).
rodovias. Kubitschek foi responsável pela instalação de grandes fabricantes
de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General Motors chegaram ao
Brasil durante seu governo) e um dos pontos utilizados para atraí-los era,
evidentemente, o apoio à construção de rodovias.
Hoje, o país tem instalados em seu território outros grandes fabricantes
de automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroën,Chrysler, Mercedes-
Benz, BMW, Hyundai e Toyota. O Brasil é o sétimo mais importante país
da indústria automobilística.
Existem cerca de quatro mil aeroportos e aeródromos no Brasil, sendo
721 com pistas pavimentadas, incluindo as áreas de desembarque.O país Fotografia panorâmica do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron,
tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás ape- em Campinas, estado de São Paulo, o únicoacelerador de partícu-
nas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, localiza- las da América Latina.
do na Região Metropolitana de São Paulo, é o maior e mais movimentado-
aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego O Brasil tem o mais avançado programa espacial da América Latina,
comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a com recursos significativos para veículos de lançamento, e fabricação
praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem 34 de satélites. Em 14 de outubro de 1997, a Agência Espacial Brasilei-
aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais. ra assinou um acordo com a NASA para fornecer peças para
a ISS.329 Este acordo possibilitou ao Brasil treinar seu primeiroastronauta.
O país possui uma extensa rede ferroviária de 28 857 km de extensão, Em 30 de março de 2006 o Cel. Marcos Pontes a bordo do veícu-
a décima maior rede do mundo. Atualmente, o governo brasileiro, diferen- lo Soyuz se transformou no primeiro astronauta brasileiro e o terceiro latino-
temente do passado, procura incentivar esse meio de transporte; um e- americano a orbitar nosso planeta.
xemplo desse incentivo é o projeto do Trem de Alta Velocidade Rio-São
Paulo, um trem-bala que vai ligar as duas principais metrópoles do país. Há O urânio enriquecido na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN),
37 grandes portos no Brasil, dentre os quais o maior é o Porto de Santos. O de Resende, no estado do Rio de Janeiro, atende a demanda energética do
país também possui 50 000 km de hidrovias. país. Existem planos para a construção do primeiro submarino nuclear do
país. O Brasil também é um dos três países da América Latina com um
Ciência e tecnologia laboratório Síncrotron em operação, um mecanismo de pesquisa da física,
da química, das ciências dos materiais e da biologia. Segundo o Relatório
Global de Tecnologia da Informação 2009–2010 do Fórum Econômico
Mundial, o Brasil é o 61º maior desenvolvedor mundial de tecnologia da
informação.

César Lattes, físicobrasileiro codescobridor doméson pi.

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Preservação ambiental e o controle populacional. O estudo da influência do comportamento sobre
as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da
territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e
agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen,
enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento social
no controle das populações.
No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na
Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de
dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em
estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades
vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas
comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se
desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram
ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo
biótico.
Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e
populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia.
Área de preservação ambiental Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de
níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é
Segundo a União Mundial para a Natureza (IUCN), cerca de 12% das transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras)
terras do mundo estão atualmente protegidas, o dobro do que havia no aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton,
início da década de 1990. Boa parte dessa proteção, porém, nunca saiu do ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem
papel. com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois
biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a
Ultimamente com os problemas provocados pelo homem, o tema de
reserva energética de lagos, desenvolveram a ideia da produção primária,
preservação vem sendo mais pensado e discutido. Assiste-se a uma
isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.
evolução no foco das atividades ambientalistas, principalmente o
Greenpeace. Se no início elas se concentravam na defesa de algumas A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o
espécies ameaçadas, agora consideram que a conservação dos desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-
ecossistemas, aliada ao desenvolvimento sustentável, é vital para a dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do
manutenção e a evolução da biodiversidade. ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos
americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo
Em 2003, instituições ambientais, cientistas e políticos reunidos no 5º -
dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.
Congresso Mundial de Parques, em Durban, na África do Sul, definiram
novas políticas e critérios para a ampliação e a multiplicação de áreas de O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado
conservação e de corredores ecológicos ligando as áreas já existentes e pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria,
para o envolvimento das comunidades locais com as áreas protegidas. computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas
Essas propostas originaram o Acordo de Durban, cujo principal objetivo é a rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas
criação de um sistema global de áreas protegidas na próxima década. através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um
novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas,
Ecologia que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a Conceito unificador. Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma
segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no
um dos mais populares aspectos da biologia. Isto porque tornou-se conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos
evidente que a maioria dos problemas que o homem vem enfrentando, integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área
como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os
problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos. vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos
A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas
pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e
com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.
inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia
relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações
diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma
e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por
ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter- menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que
relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser
da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas". complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras,
Histórico. A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas,
seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente herbívoros e carnívoros.
em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la
relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa
a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é
fisiologistas sobre plantas e animais. utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.
O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela
impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de
chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade
capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma
Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números
para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em
interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies

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consequência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras denomina-se geografia ecológica animal e vegetal. Crescimento
reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio populacional, mortalidade, natalidade, competição e relação predador-presa
ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve são abordados na ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia
se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está das raças locais e espécies distintas é a ecologia genética. As reações
relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o comportamentais dos animais a seu ambiente, e as interações sociais que
ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a afetam a dinâmica das populações são estudadas pela ecologia
dinâmica, o comportamento e a evolução das populações. comportamental. As investigações de interações entre o meio ambiente
físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica.
Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve
biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos
meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, ecossistemas pelo uso da matemática aplicada, modelos matemáticos e
matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de dados e
entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido
sobre ela. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na desenvolvimento da ecologia aplicada, que se ocupa da aplicação de
compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais, produção agrícola, e
organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica problemas de poluição ambiental.
populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e
genética, e ecologia animal de ecologia vegetal. Movimento ecológico. A intervenção do homem no meio ambiente ao
longo da história, principalmente após a revolução industrial, foi sempre no
A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro com
plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das consequências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca
plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente o desequilíbrio da fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de
descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente animais foram extintas ou se encontram em risco de extinção em
ignora a influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve decorrência das atividades do homem.
o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das
inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais Já no século XIX se podia detectar a existência de graves problemas
dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal ambientais, como mostram os relatos sobre poluição e insalubridade nas
não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente
de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da que mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas
ecologia, como manejo da vida selvagem. como Thomas Malthus, Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como
Friedrich Ratzel e George P. Marsh. Mesmo entre os socialistas, porém,
A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das predominava a crença nas possibilidades do industrialismo e a ausência de
inter-relações de um organismo individual com seu ambiente (auto- preocupação com os limites naturais. Também contribuiu o fato de a
ecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia). economia industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas
inerentes a seu funcionamento, evidenciadas no século XX.
A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e
indutiva. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um
organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas
pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são
tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-
ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a
constância da interação entre um organismo e seu ambiente, e a
adaptabilidade genética de populações às condições ambientais do local
onde vivem.
A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é
facilmente quantificável e contém uma terminologia muito vasta. Apenas
recentemente, com o advento da era eletrônica e atômica, a sinecologia
desenvolveu os instrumentos para estudar sistemas complexos e dar início
a sua fase experimental. Os conceitos importantes desenvolvidos pela
sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes, reservas
energéticas, e desenvolvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem
ligações estreitas com a pedologia, a geologia, a meteorologia e a
antropologia cultural. De fato, a maioria das teorias econômicas recentes traduz essa atitude
A sinecologia pode ser subdividida de acordo com os tipos de e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza. A economia,
ambiente, como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém no entanto, pode até mesmo ser considerada apenas um capítulo da
subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange ecologia, uma vez que se refere somente à ação material e à demanda de
aspectos dos ecossistemas terrestres como microclimas, química dos uma espécie, o homem, enquanto a ecologia examina a ação de todas as
solos, fauna dos solos, ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade. espécies, seus relacionamentos e interdependências.
A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza,
Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e
provocada pelo desenvolvimento do industrialismo, inspirou, especialmente
sujeitos a flutuações ambientais muito mais amplas do que os
ao longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais antiga delas é o
ecossistemas aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condições
conservacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural ou
da água e possuem resistência a variáveis ambientais como temperatura.
de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades
Por ser o ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas
humanas. Denúncias feitas em congressos internacionais geraram uma
aquáticos, dá-se muita atenção às características físicas do ecossistema
campanha em favor da criação de reservas de vida selvagem, que
como as correntes e a composição química da água. Por convenção, a
ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.
ecologia aquática, denominada limnologia, limita-se à ecologia de cursos
d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que Existem basicamente três tipos de recursos naturais: os renováveis,
se detém sobre a vida em águas relativamente estáveis. A vida em mar como os animais e vegetais; os não-renováveis, como os minerais e
aberto e estuários é objeto da ecologia marinha. fósseis; e os recursos livres, como o ar, a água, a luz solar e outros
Outras abordagens ecológicas se concentram em áreas elementos que existem em grande abundância. O movimento ecológico
especializadas. O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais reconhece os recursos naturais como a base da sobrevivência das

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espécies e defende garantias de reprodução dos recursos renováveis e de radioativa e a provocada por certas substâncias lançadas ao ar pelas
preservação das reservas de recursos não-renováveis. chaminés de fábricas, podem disseminar-se amplamente, mas em geral a
poluição só ocorre em limites intoleráveis onde se concentram as atividades
No Brasil, o movimento conservacionista está razoavelmente humanas.
estabelecido. Em 1934, foi realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, Desde a antiguidade há sinais de luta contra a poluição, mas esta só se
a I Conferência Brasileira de Proteção à Natureza. Três anos mais tarde tornou realmente um problema com o advento da revolução industrial. Já
criou-se o primeiro parque nacional brasileiro, na região de Itatiaia RJ. no início do século XIX registraram-se queixas, no Reino Unido, contra o
Além dos grupos conservacionistas, surgiu no movimento ecológico um ruído ensurdecedor de máquinas e motores. As chaminés das fábricas
novo tipo de grupo, o dos chamados ecologistas. A linha divisória entre eles lançavam no ar quantidades cada vez maiores de cloro, amônia, monóxido
nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes os dois tipos de de carbono e metano, aumentando a incidência de doenças pulmonares.
grupos se confundem em alguma luta específica comum. Os ecologistas, Os rios foram contaminados com a descarga de grande volume de dejetos,
porém, apesar de mais recentes, têm peso político cada vez maior. o que provocou epidemias de cólera e febre tifóide. No século XX surgiram
Vertente do movimento ecológico que propõe mudanças globais nas novas fontes de poluição, como a radioativa e, sobretudo, a decorrente dos
estruturas sociais, econômicas e culturais, esse grupo nasceu da gases lançados por veículos automotores.
percepção de que a atual crise ecológica é consequência direta de um A poluição e seu controle são em geral tratados em três categorias
modelo de civilização insustentável. Embora seja também conservacionista, naturais: poluição da água, poluição do ar e poluição do solo. Estes três
o ecologismo caracteriza-se por defender não só a sobrevivência da elementos também interagem e em consequência têm surgido divisões
espécie humana, como também a construção de formas sociais e culturais inadequadas de responsabilidades, com resultados negativos para o
que garantam essa sobrevivência. controle da poluição. Os depósitos de lixo poluem a terra, mas sua
Um marco nessa tendência foi a realização, em Estocolmo, da incineração contribui para a poluição do ar. Carregados pela chuva, os
Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, que poluentes que estão no solo ou em suspensão no ar vão poluir a água e
oficializou o surgimento da preocupação ecológica internacional. Seguiram- substâncias sedimentadas na água acabam por poluir a terra.
se relatórios sobre esgotamento das reservas minerais, aumento da Poluição da água
população etc., que tiveram grande impacto na opinião pública, nos meios
acadêmicos e nas agências governamentais. Considera-se que a água está poluída quando não é adequada ao
consumo humano, quando os animais aquáticos não podem viver nela,
Em 1992, 178 países participaram da Conferência das Nações Unidas quando as impurezas nela contidas tornam desagradável ou nocivo seu uso
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. recreativo ou quando não pode ser usada em nenhuma aplicação industrial.
Embora com resultados muito aquém das expectativas dos ecologistas, foi
mais um passo para a ampliação da consciência ecológica mundial. Os rios, os mares, os lagos e os lençóis subterrâneos de água são o
Aprovou documentos importantes para a conservação da natureza, como a destino final de todo poluente solúvel lançado no ar ou no solo. O esgoto
Convenção da Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das doméstico é o poluente orgânico mais comum da água doce e das águas
Florestas e a Agenda 21. costeiras, quando em alta concentração. A matéria orgânica transportada
pelos esgotos faz proliferar os microrganismos, entre os quais bactérias e
A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos. Tenta unir protozoários, que utilizam o oxigênio existente na água para oxidar seu
ecologia e progresso num ambicioso modelo de desenvolvimento alimento, e em alguns casos o reduzem a zero. Os detergentes sintéticos,
sustentável, ou seja, compatível com a capacidade de sustentação do nem sempre biodegradáveis, impregnam a água de fosfatos, reduzem ao
crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais. Prega a mínimo a taxa de oxigênio e são objeto de proibição em vários países,
união de todos os países com vistas à melhoria global da qualidade de entre eles o Brasil.
vida. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Ao serem carregados pela água da chuva ou pela erosão do solo, os
Poluição fertilizantes químicos usados na agricultura provocam a proliferação dos
Fenômeno estreitamente vinculado ao progresso industrial, a microrganismos e a consequente redução da taxa de oxigênio nos rios,
degradação das condições ambientais tem aumentado de maneira lagos e oceanos. Os pesticidas empregados na agricultura são produtos
considerável e preocupante nas regiões mais desenvolvidas do mundo, sintéticos de origem mineral, extremamente recalcitrantes, que se
sobretudo a partir de meados do século XX. incorporam à cadeia alimentar, inclusive a humana. Entre eles, um dos
mais conhecidos é o inseticida DDT. Mercúrio, cádmio e chumbo lançados
Poluição é o termo empregado para designar a deterioração das à água são elementos tóxicos, de comprovado perigo para a vida animal.
condições físicas, químicas e biológicas de um ecossistema, que afeta
negativamente a vida humana e de espécies animais e vegetais. A poluição Os casos mais dramáticos de poluição marinha têm sido originados por
modifica o meio ambiente, ou seja, o sistema de relações no qual a derramamentos de petróleo, seja em acidentes com petroleiros ou em
existência de uma espécie depende do mecanismo de equilíbrio entre vazamentos de poços petrolíferos submarinos. Uma vez no mar, a mancha
processos naturais destruidores e regeneradores. de óleo, às vezes de dezenas de quilômetros, se espalha, levada por
ventos e marés, e afasta ou mata a fauna marinha e as aves aquáticas. O
Do meio ambiente depende a sobrevivência biológica. A atividade maior perigo do despejo de resíduos industriais no mar reside na
clorofiliana produz o oxigênio necessário a animais e vegetais; a ação de incorporação de substâncias tóxicas aos peixes, moluscos e crustáceos
animais, plantas e microrganismos garante a pureza das águas nos rios, que servem de alimento ao homem. Exemplo desse tipo de intoxicação foi
lagos e mares; os processos biológicos que ocorrem no solo possibilitam as o ocorrido na cidade de Minamata, Japão, em 1973, devido ao lançamento
colheitas. A vida no planeta está ligada ao conjunto desses fenômenos, de mercúrio no mar por uma indústria, fato que causou envenenamento em
cuja inter-relação é denominada ecossistema. Processo natural massa e levou o governo japonês a proibir a venda de peixe. A poluição
recuperável, a poluição resulta da presença de uma quantidade inusitada marinha tem sido objeto de preocupação dos governos, que tentam, no
de matéria ou energia (gases, substâncias químicas ou radioativas, rejeitos âmbito da Organização das Nações Unidas, estabelecer controles por meio
etc) em determinado local. É, por isso, principalmente obra do homem em de organismos jurídicos internacionais.
sua atividade industrial.
A poluição da água tem causado sérios problemas ecológicos no
Mesmo antes da existência do homem, a própria natureza já produzia Brasil, em especial em rios como o Tietê, no estado de São Paulo, e o
materiais nocivos ao meio ambiente, como os produtos da erupção de Paraíba do Sul, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A maior
vulcões e das tempestades de poeira. Na verdade, materiais sólidos no ar, responsabilidade pela devastação da fauna e pela deterioração da água
como poeira ou partículas de sal, são essenciais como núcleos para a nessas vias fluviais cabe às indústrias químicas instaladas em suas
formação de chuvas. Quando, porém, as emanações das cidades margens.
aumentam desmedidamente tais núcleos, o excesso pode prejudicar o
regime pluvial, porque as gotas que se formam são demasiado pequenas Poluição do ar
para cair como chuva. Alguns tipos de poluição, sobretudo a precipitação

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Embora a poluição do ar sempre tenha existido -- como nos casos das regiões com elevado índice de industrialização e exerce uma ação nefasta
erupções vulcânicas ou da morte de homens asfixiados por fumaça dentro sobre as áreas cultivadas e os campos em geral.
de cavernas -- foi só na era industrial que se tornou problema mais grave.
Ela ocorre a partir da presença de substâncias estranhas na atmosfera, ou Poluição radioativa, calor e ruído
de uma alteração importante dos constituintes desta, sendo facilmente Um tipo extremamente grave de poluição, que afeta tanto o meio aéreo
observável, pois provoca a formação de partículas sólidas de poeira e quanto o aquático e o terrestre, é o nuclear. Trata-se do conjunto de ações
fumaça. contaminadoras derivadas do emprego da energia nuclear, e se deve à
Em 1967, o Conselho da Europa definiu a poluição do ar nos seguintes radioatividade dos materiais necessários à obtenção dessa energia. A
termos: "Existe poluição do ar quando a presença de uma substância poluição nuclear é causada por explosões atômicas, por despejos
estranha ou a variação importante na proporção de seus constituintes pode radioativos de hospitais, centros de pesquisa, laboratórios e centrais
provocar efeitos prejudiciais ou criar doenças." Essas substâncias nucleares, e, ocasionalmente, por vazamentos ocorridos nesses locais.
estranhas são os chamados agentes poluentes, classificados em cinco
grupos principais: monóxido de carbono, partículas, óxidos de enxofre,
hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. Encontram-se suspensos na
atmosfera, em estado sólido ou gasoso.
As causas mais comuns de poluição do ar são as atividades industriais,
combustões de todo tipo, emissão de resíduos de combustíveis por
veículos automotivos e a emissão de rejeitos químicos, muitas vezes
tóxicos, por fábricas e laboratórios.
O principal poluente atmosférico produzido pelo homem (o dióxido de
carbono e o vapor d'água são elementos constitutivos do ar) é o dióxido
sulfúrico, formado pela oxidação do enxofre no carvão e no petróleo, como
ocorre nas fundições e nas refinarias. Lançado no ar, ele dá origem a
perigosas dispersões de ácido sulfúrico. Às vezes, à poluição se acrescenta
o mau cheiro, produzido por emanações de certas indústrias, como
curtumes, fábricas de papel, celulose e outras.
O dióxido de carbono, ou gás carbônico, importante regulador da
atmosfera, pode causar modificações climáticas consideráveis se tiver
alterada a sua concentração. É o que ocorre no chamado efeito estufa, em
que a concentração excessiva desse gás pode provocar, entre outros
danos, o degelo das calotas polares, o que resulta na inundação das
regiões costeiras de todos os continentes. O monóxido de carbono, por sua
vez, é produzido sobretudo pelos automóveis, pela indústria siderúrgica e
pelas refinarias de petróleo. Outros poluentes atmosféricos são:
hidrocarbonetos, aldeídos, óxidos de azoto, óxidos de ferro, chumbo e
derivados, silicatos, flúor e derivados, entre outros. Também podem ser incluídos no conceito de poluição o calor (poluição
No final da década de 1970, descobriu-se nova e perigosa térmica) e o ruído (poluição sonora), na medida em que têm efeitos nocivos
consequência da poluição: a redução da camada de ozônio que protege a sobre o homem e a natureza. O calor que emana das fábricas e residências
superfície da Terra da incidência de raios ultravioleta. Embora não esteja contribui para aquecer o ar das cidades. Grandes usinas utilizam águas dos
definitivamente comprovado, atribuiu-se o fenômeno à emissão de gases rios para o resfriamento de suas turbinas e as devolvem aquecidas; muitas
industriais conhecidos pelo nome genérico de clorofluorcarbonos (CFC). fábricas com máquinas movidas a vapor também lançam água quente nos
Quando atingem a atmosfera e são bombardeados pela radiação rios, o que chega a provocar o aparecimento de fauna e flora de latitudes
ultravioleta, os CFC, muito usados em aparelhos de refrigeração e em mais altas, com consequências prejudiciais para determinadas espécies de
sprays, liberam cloro, elemento que destrói o ozônio. Além de prejudicar a peixes.
visão e o aparelho respiratório, a concentração de poluentes na atmosfera O som também se revela poluente, sobretudo no caso do trânsito
provoca alergias e afeta o sangue e os tecidos ósseo, nervoso e muscular. urbano. O ruído máximo tolerável pelo homem, sem efeitos nocivos, é de
Poluição do solo noventa decibéis (dB).Diversos problemas de saúde, inclusive a perda
permanente da audição, podem ser provocados pela exposição prolongada
A poluição pode afetar também o solo e dificultar seu cultivo. Nas a barulhos acima desse limite, excedido por muitos dos ruídos comumente
grandes aglomerações urbanas, o principal foco de poluição do solo são os registrados nos centros urbanos, tais como o som das turbinas dos aviões a
resíduos industriais e domésticos. O lixo das cidades brasileiras, por jato ou de música excessivamente alta.
exemplo, contém de setenta e a oitenta por cento de matéria orgânica em
decomposição e constitui uma permanente ameaça de surtos epidêmicos. No Brasil, além dos despejos industriais, o problema da poluição é
O esgoto tem sido usado em alguns países para mineralizar a matéria agravado pela rápida urbanização (três quartos da população do país vivem
orgânica e irrigar o solo, mas esse processo apresenta o inconveniente de nas cidades), que pressiona a infra-estrutura urbana com quantidades
veicular microrganismos patogênicos. Excrementos humanos podem crescentes de lixo, esgotos, gases e ruídos de automóveis, entre outros
provocar a contaminação de poços e mananciais de superfície. Os resíduos fatores, com a consequente degradação das águas, do ar e do solo. Já no
radioativos, juntamente com nutrientes, são absorvidos pelas plantas. Os campo, os dois principais agentes poluidores são as queimadas, para fins
fertilizantes e pesticidas sintéticos são suscetíveis de incorporar-se à de cultivo, pecuária ou mineração, e o uso indiscriminado de agrotóxicos
cadeia alimentar. nas plantações. Tais práticas, além de provocarem desequilíbrios
ecológicos, acarretam riscos de erosão e desertificação. ©Encyclopaedia
Fator principal de poluição do solo é o desmatamento, causa de Britannica do Brasil Publicações Ltda.
desequilíbrios hidrogeológicos, pois em consequência de tal prática a terra
deixa de reter as águas pluviais. Calcula-se que no Brasil sejam abatidos Desenvolvimento sustentável
anualmente trinta mil quilômetros quadrados de florestas, com o objetivo de
obter madeira ou áreas para cultivo. SUSTENTABILIDADE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Outra grande ameaça à agricultura é o fenômeno conhecido como
Desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração entre
chuva ácida. Trata-se de gases tóxicos em suspensão na atmosfera que
economia, sociedade e meio ambiente. Em outras palavras, é a noção de
são arrastados para a terra pelas precipitações. A chuva ácida afeta

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que o crescimento econômico deve levar em consideração a inclusão social Bom relacionamento com os organismos ambientais;
e a proteção ambiental
Estabelecimento de uma política ambiental;
Gestão do Lixo Eficiente sistema de gestão ambiental;

O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de ges- Garantia de segurança dos empregados e das comunidades vizinhas;
tão sustentável. No entanto, na última década, o Brasil deu um salto impor- Uso de tecnologia limpa;
tante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos. Segundo
dados do Ministério do Meio Ambiente, em 2000, apenas 35% dos resíduos Elevados investimentos em proteção ambiental;
eram destinados aos aterros.
Definição de um compromisso ambiental;
Em 2008, esse número subiu para 58%. Além disso, o número de pro- Associação das ações ambientais com os princípios estabelecidos na
gramas de coleta seletiva saltou de 451, em 2000, para 994, em 2008. carta para o desenvolvimento sustentável;

Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigo- A questão ambiental como valor do negócio;
sos e industriais, além de determinar o destino final correto do lixo, o Go- Atuação ambiental com base na agenda 21 local;
verno brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n°
12.305/10), aprovada em agosto de 2010. Contribuição para o desenvolvimento sustentável
dos municípios circunvizinhos.
Para saber mais sobre a gestão do lixo no Brasil, visite a página do Mi- Adesão
nistério do Meio Ambiente.
Atualmente, muitas empresas enxergam a responsabilidade
Créditos de Carbono socioambiental como um grande negócio, são duas vertentes que se
destacam neste meio:
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser
Primeiramente, as empresas que investem em responsabilidade sócio-
emitida é transformada em crédito, que pode ser negociado livremente
ambiental com intuito de motivar seus colaboradores e principalmente
entre países ou empresas.
ao nicho de mercado que preferem pagar mais por um produto que não
viola o meio ambiente e investe em ações sociais;
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de
compra e venda serem mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de A segunda vertente corresponde a empresas que investem em
carbono. responsabilidade sócio-ambiental com o objetivo de ter materiais para
poderem investir em marketing e passar a imagem que a empresa é
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que responsável sócio-ambientalmente. Esta atitude não é
prevê a redução certificada das emissões de gases de efeito estufa. Uma considerada ética por muito autores que condenam empresas que tentam
vez conquistada essa certificação, quem promove a redução dos gases passar a imagem de serem éticas, porém na realidade estão preocupadas
poluentes tem direito a comercializar os créditos. apenas com sua imagem perante aos consumidores.

Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos Apesar de ser um tema relativamente novo, o número de empresas
créditos pode vender este excedente para outro que esteja emitindo muitos que estão aderindo a responsabilidade sócio-ambiental é grande e a
poluentes e precise compensar suas emissões. tendência é que este número aumente cada dia mais.
História
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que partici-
pam desse mercado, com cerca de 5% do total mundial e 268 projetos. Em 1998, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável (World Business Council for Sustainable Development -
Responsabilidade socioambiental WBCSD), primeiro organismo internacional puramente empresarial com
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. ações voltadas à sustentabilidade, definiu Responsabilidade
socioambiental como "o compromisso permanente dos empresários de
Responsabilidade socioambiental é a responsabilidade que adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento
a empresa tem com a sociedade e com o meio ambiente além econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus
dasobrigações legais e econômicas. empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como
um todo". Pode ser entendida também como um sistema de gestão adotado
Conceito
por empresas públicas e privadas que tem por objetivo providenciar
Apesar de ser um termo bastante utilizado, é comum observarmos a inclusão social (Responsabilidade Social) e o cuidado ou conservação
erros na conceituação de responsabilidade socioambiental, ou seja, se ambiental (Responsabilidade Ambiental).
uma empresa apenas segue as normas e leis de seu setor no que tange ao
É adotado por empresas e escolas. As principais ações realizadas são:
meio ambiente e a sociedade esta ação não pode ser considerada
inclusão social, inclusão digital, coleta seletiva de lixo, educação ambiental,
responsabilidade socioambiental, neste caso ela estaria apenas exercendo
dentre outras.
seu papel de pessoa jurídica cumprindo as leis que lhe são impostas.
Este tipo de prática ou política tem sido adotado desde a década de
O movimento em prol da responsabilidade socioambiental ganhou forte
1990, entretanto a luta pela sociedade e principalmente pela natureza é
impulso e organização no início da década de 1990, em decorrência dos
mais antiga, por volta dadécada de 1920.
resultados da Primeira e Segunda Conferências Mundiais da Indústria
sobre gerenciamento ambiental, ocorridas em1984 e 1991. O ápice da luta ambiental se deu por volta dos anos
70 quando organizações não governamentais ganharam força e influência
Parâmetros
no mundo.
Nos anos subsequentes às conferências surgiram movimentos
Com a internacionalização do capital (globalização), o uso dos recursos
cobrando por mudanças socias, científicas e tecnológicas. Muitas empresas
naturais pelas empresas de maneira intensa e quase predatória, ou seja,
iniciaram uma nova postura em relação ao meio ambiente refletidas em
sem a devida preocupação com os possíveis danos, foi fortemente
importantes decisões e estratégias práticas, segundo o autor Melo Neto
combatida desde a década de 1970 pelos movimentos ambientalistas. As
(2001) tal postura fundamentou-se nos seguintes parâmetros:
empresas, no intuito de ganhar a confiança do novo público mundial
Bom relacionamento com a comunidade; (preocupado com a preservação e o possível esgotamento dos recursos
naturais), procuraram se adaptar a essa nova tendência com programas

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de preservação ambiental - utilização consciente dos recursos naturais. Sustentabilidade começa a ser vista como algo presente no dia a dia
Muitas buscam seguir as regras de qualidade idealizadas pelo da empresa, pois além das atividades produtivas, envolve o tratamento
programa ISO 14000 e pelo Instituto Ethos. dado ao meio ambiente e sua influência e relacionamento com
fornecedores, público interno e externo e com a sociedade, práticas de
A partir da Revolução Industrial ocorrida na Europa no século XIX, a governança corporativa, transparência no relacionamento interno e externo,
utilização de materiais, dos recursos naturais e a emissão de gases postura obrigatória para as empresas de âmbito mundial, cuja imagem deve
poluentes foram desenfreados. Em contrapartida, no inicio do séc. XX agregar o mais baixo risco ético possível.
alguns estudiosos e observadores já se preocupavam com a velocidade da
destruição dos recursos naturais e com a quantidade de lixo que a Não é correto confundir responsabilidade socioambiental
humanidade estava produzindo. O movimento ambientalista começou a com filantropia, pois esta se realiza de forma aleatória e não sistematizada
engatinhar na década de 1920. Passados os anos, este movimento ganhou ao contrario da RSA ou do DRS que busca contribuir de forma acertiva em
destaque na década de 1970 e tornou-se obrigatório na vida de cada seus projetos.
cidadão no momento atual. Conceitos como Gestão Ambiental,
Desenvolvimento Regional Sustentável, Biodiversidade, Ecossistema, Algumas Agressões ao Meio Ambiente e a
Responsabilidade Socioambiental ganharam força e a devida importância. Legislação para combatê-las
Responsabilidade socioambiental (RSA) é um conceito empregado por Esta parte do trabalho tem a finalidade de levantar alguns dos proble-
empresas e companhias que expressa o quão responsáveis são as mas mais comuns relativos à degradação e poluição ambientais. Dois as-
mesmas para com as questões sociais e ambientais que envolvem a pectos merecem ser destacados para entender esta parte: o primeiro é o de
produção de sua mercadoria ou a realização de serviços, para com a que dividimos os ataques por ambiente, mas isso é feito para melhor com-
sociedade e o meio ambiente, buscando reduzir ou evitar possíveis riscos e preensão, pois como já dissemos, o conceito de meio ambiente ou de ambi-
danos sem redução nos lucros. ente é totalizador e sistêmico; o segundo é o de que não temos qualquer
pretensão de esgotar o problema, seja pelos limites deste trabalho , seja
A Responsabilidade Socioambiental corresponde a um compromisso
pela sua complexidade, seja pela constante emergência de novas agres-
das empresas em atender à crescente conscientização da sociedade,
sões. Por outro lado, é preciso que tenhamos uma visão sistêmica das
principalmente nos mercados mais maduros. Diz respeito à necessidade de
consequências legais de atos poluidores ou degradadores do meio ambien-
revisar os modos de produção e padrões de consumo vigentes de tal forma
te.
que o sucesso empresarial não seja alcançado a qualquer preço, mas
ponderando-se os impactos sociais e ambientais consequentes da atuação No âmbito do Poder Público, as primeiras consequências que podem ser
administrativa da empresa. visualizadas são as de ordem administrativa. A administração pública, como
tem a obrigação de obedecer os princípios de legalidade, impessoalidade,
São exemplos de programas e projetos de Responsabilidade
moralidade e publicidade em seus atos (art. 37 da Constituição Federal), guar-
Socioambiental: inclusão social, inclusão digital, programas de
da, no âmbito executivo, o poder de multar, embargar, suspender e interditar.
alfabetização, ou seja, assistencialismo social, coleta de lixo, reciclagem,
Assim, a cidadania ambiental pode ser exercida no sentido de obrigar os órgãos
programas de coleta de esgotos e dejetos, e questões que envolvem: lixo
federais, estaduais e municipais competentes a tomar medidas no sentido de
industrial, reflorestamento X desmatamento, utilização
coibir agressões ambientais. Essa competência administrativa deve ser exerci-
deagrotóxicos, poluição, entre outros.
da com vigor, e isso só acontecerá se a sociedade mobilizada forçar esses
Em 1987, o documento Our Common Future (Nosso Futuro Comum), órgãos a tomar atitudes que estão legalmente previstas. A eficácia e a legitimi-
também conhecido como Relatório Brundtland, apresentou um novo dade dos órgãos administrativos são diretamente proporcionais à pressão,
conceito sobre desenvolvimento definindo-o como o processo que “satisfaz fiscalização e exigência da cidadania.
as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações
Na esfera penal, as Delegacias e o Ministério Público têm o dever de
futuras de suprir suas próprias necessidades”. Assim fica conhecido o
atender à população, seja lavrando ocorrências, seja movendo ação penal,
conceito de desenvolvimento sustentável.
já que a Segunda instituição citada tem missão de titular da ação penal do
Linha do Tempo - Crescimento do Conceito de Responsabilidade Estado.
Social e Responsabilidade Ambiental
Do lado privado ou civil, a cidadania ambiental pode encaminhar acor-
1929- Constituição de Weimar (Alemanha) – Função Social da dos e compromissos, que poderão ser homologados pelo Poder Judiciário
Propriedade; ou, em casos mais complexos, pedir em juízo a reparação ou a indenização
pelos danos sofridos.
1960- Movimentos pela Responsabilidade Social (EUA);
Por último, nesta introdução, é preciso relembrar a importância do Mi-
1971- Encontro de Founex (Suíça) nistério Público nas lutas jurídicas, aspecto que será tratado mais adiante.
1972- Singer publica o que foi reconhecido como o primeiro balanço Para atingir o objetivo desta parte, trataremos de algumas agressões à
social do mundo; água, à atmosfera, à vegetação e solo, à fauna e ao contexto urbano,
1972- ONU – resolução 1721 do Conselho Econômico e Social – citando a legislação pertinente a estas questões.
estudos sobre o papel das grandes empresas nas relações internacionais; 1. As Agressões à Água
1973- PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Genebra)
1977- determinação da publicação do balanço social - relações do
trabalho (França);
1992- ECO 92 ou CNUMAD (Conferencia das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento) – Criação do Projeto Agenda 21;
1997- Betinho de Souza e IBASE incentivam publicação do balanço
social;
1999- Criação do Selo “Empresa Cidadã”;
1999- 1ª Conferência Internacional do Instituto Ethos;
2000- ONU e o Pacto Global;

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nos grandes aterros sanitários e é formado por água de chuva e detritos
orgânicos decompostos. O chorume é carregado pelo processo de lixivia-
ção que nada mais é que o arrastamento vertical de partículas pela infiltra-
ção da água para as partes mais profundas do solo.
A água, desse modo, é suja, envenenada, degradada e reduzida pela
mentalidade de produção predatória da sociedade contemporânea, ligada à
pobreza, à desigualdade social, à falta de condições mínimas de higiene e
saúde das populações dos países periféricos. O binômio produção-pobreza
é o grande degradador do meio ambiente, em especial a água, elemento
que condiciona a produção e a vida.
Para o enfrentamento das agressões às águas, as comunidades, den-
tre outras normas, podem se valer do Decreto nº 24.643, de 10 de junho de
1934, o Código de Águas; do Decreto nº 79.367, de 9 de março de 1977,
que estabelece normas sobre potabilidade da água; da Resolução CONA-
MA nº 20, de 18 de julho de 1986, que classifica as águas em doces, salo-
bras e salinas; da Portaria SEMA nº 03, de 11 de abril de 1975, que dispõe
sobre a concentração de mercúrio por litro de água; da Portaria GM 013, de
500 × 375 - adjorisc.com.br 15 de janeiro de 1976, que classifica as águas interiores do Território Na-
cional; da Portaria SEMA 157, de 26 de outubro de 1982, que estabelece
A água, elemento essencial para a vida, é poluída por vários agentes. normas para o lançamento de efluentes líquidos tóxicos decorrentes de
Pode ser considerada: natural ou bruta, quando não recebe qualquer trata- atividades industriais; da Portaria nº 36, do Ministério da Saúde, de 19 de
mento; potável, quando pode ser consumida; ou industrial, quando só pode janeiro de 1990, que estabelece normas e padrão de potabilidade de água
ser utilizada nesse procedimento. Recebe, também, a denominação de destinada ao consumo humano.
água doce quando sua salinidade é igual ou inferior 0,5%, ou salgada
(salina) quando sua salinidade é igual ou superior a 30%. Encontramos, A Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o novo Código
ainda, a chamada água salobra cuja salinidade está entre 0,5% e 30%. Florestal, com a alteração de redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de
Denomina-se água poluída aquela que é degradada por substâncias quími- julho de 1989, considera de preservação permanente as florestas e demais
cas e detritos orgânicos, sendo imprópria para o consumo. A água também formas de vegetação situado ao longo de rios, cursos d’água, segundo os
pode ser considerada para consumo ou para insumo, isto é, quando serve parâmetros de seu art. 2º, c, deste documento legal.
para uso industrial, para mover hidrelétricas, por exemplo.
O Decreto nº 50.877, de 29 de junho de 1961, dispõe sobre o lança-
As cidades sempre foram criadas em locais onde a água doce é, no mento de resíduos tóxicos ou oleosos nas águas interiores ou litorâneas do
mínimo, suficiente. Somente 0,7% do total da água existente no planeta, é País. A Lei nº 7.754, de 14 de abril de 1989, estabelece a proteção de
doce, isto é, com baixa salinidade e disponível nos rios, lagos e lençóis florestas existentes nas nascentes dos rios. O Decreto-Lei nº 3.438, de 17
freáticos; 2,25% das águas doces estão nas calotas polares e o resto é de julho de 1941, esclarecendo e ampliando o Decreto-Lei nº 2.490, de 16
água oceânica salgada. Logo, a água é um recurso desigualmente distribu- de agosto de 1940, estabelece normas para o aforamento de terrenos
ído e pouco abundante, podendo ser comprometida por resíduos químicos, marinhos e a Lei nº 2.419, de 10 de fevereiro de 1955, institui a Patrulha
esgotos rejeitos de garimpagem, detritos industriais e material orgânico Costeira.
putrefato.
2. As Agressões à Atmosfera
As águas de rios, lagos e marinhas podem ser degradadas por afluen-
A atmosfera é formada pelos gases que envolvem a terra. Ela tem
tes, que são águas poluídas descarregadas por cidades ou indústrias.
uma função essencial de dar condições à vida, ao mesmo tempo em que
Podem também receber a carga poluente de emissários utilizados princi-
exerce sua função climática, propiciando uma temperatura favorável à vida,
palmente nas cidades litorâneas, que é um sistema tubular que lança os
filtrando os raios solares.
detritos urbanos no mar não somente poluindo a água, mas também dizi-
mando a fauna e flora marinha.
A atividade agrícola, quando utiliza agrotóxicos, biocidas em geral,
possibilita que esses elementos atinjam os lençóis freáticos, comprometen-
do as águas mais profundas.
A queda do ecossistema hídrico ou o não tratamento da água facilita a
disseminação de doenças como a cólera, a malária, o dengue e a febre
amarela, atacando a saúde das populações que consomem essa água.
A erosão, oriunda do trato inadequado da terra, leva os detritos agrotó-
xicos para o curso d’água, envenenando os animais e desequilibrando o
ecossistema.
A garimpagem ou a mineração do ouro, quando usam o mercúrio para
separá-lo, lançam esse metal pesado nas águas, que se transforma em
metil – mercúrio orgânico, onde é absorvido por algas e peixes e pelo
homem que está no final da cadeia alimentar, gerando efeitos brutais como
lesões no sistema nervoso, cegueira e deformação dos membros, quando
não leva à morte. O uso do mercúrio é controlado pelo Decreto nº
97.634/89.
Nas regiões portuárias, os terminais petrolíferos apresentam o fenôme-
no da maré negra que nada mais é que o derramamento do petróleo no
mar ocasionando a morte da fauna ictiológica, das aves e mamíferos da
região, além da poluição da água, por via de uma capa de óleo que se
deposita na superfície da água.
1986 × 1644 - amarnatureza.org.br
O chorume, resíduo líquido do lixo urbano penetra no solo poluindo es-
te e às águas que vierem a ter contato com ele. Aparece significativamente

Atualidades 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Esse envoltório gasoso é formado por 78% de nitrogênio, 21% de oxi- A guerra e a fabricação de armas atingem a atmosfera e todos os seres
gênio e 0,03 de gás carbônico e outros gases em mínima quantidade. vivos quando a radioatividade é levada pela ar para regiões distantes do
impacto da bomba ou do acidente nuclear ocorrido. Os gases de combate
A atmosfera vem sendo agredida pelo sensível aumento do gás carbô- têm no ar o veículo de dispersão de seus efeitos destrutivos, asfixiando,
nico (CO), oriundo da queima de combustíveis fósseis e de madeiras pelas como o cloro e o fosgênio; causando lesões na pele, nos olhos e nas vias
queimadas. O gás carbônico, que é um outro gás asfixiante e mortal, pro- respiratórias, como o gás mostarda, e paralisando, como o ácido cianídrino.
duzido quando se queima algum combustível que tenha carbono. Na cidade
de São Paulo há uma liberação diária de 1.000 toneladas de gás carbônico Há fenômenos e são compostos em sua origem, como a chuva ácida
e as queimadas de 1988 na Amazônia liberaram um volume de gás carbô- que envolve a atmosfera e a água. Essa chuva constitui-se de precipitação
nico equivalente a dezenas de anos de sua liberação na capital de São de água, em estado sólido, líquido ou sob forma de vapor, poluídas por
Paulo. gases liberados pela queima de carvão e derivados de petróleo. Tais chu-
vas, que se tornam cada vez mais frequentes no Brasil, poluem as águas,
A própria atmosfera vem sendo destruída pela emissão de clorofluor- penetram nos ecossistemas e destróem a vida aquática.
carbono que devasta o ozônio da estratosfera causando o buraco na ca-
mada desse gás. Essa falha encontrada na Antártida, em 1989, tem o efeito Sobre essas agressões, cabe citar a Resolução CONAMA nº 3, de 28
de não mais filtrar os raios ultravioletas do sol, gerando consequências de junho de 1990, que estabelece padrões de qualidade do ar, concentra-
mortíferas às células, estendendo-se tal região lesada já para o sul da ções de poluentes atmosféricos que ultrapassados, afetam a saúde; a
América do Sul. O clorofluorcarbono (CFC), também denominado freon, é Portaria Normativa do IBAMA nº 348, de 14 de março de 1990, que fixa
um gás volátil usado em aerossóis, circuitos de refrigeração em aparelhos novos padrões de qualidade do ar e concentração de poluentes atmosféri-
de ar condicionado, geladeira e em embalagens de ovos e sanduíches. A cos visando a saúde e o bem-estar da população, da flora e da fauna. A
liberação do freon, se não for devidamente controlada, pode resultar no Portaria nº 534, do IBAMA, de 19 de setembro de 1988, proibiu a fabricação
extermínio crescente da vida no planeta. de propelentes à base de CFC. A Resolução CONAMA nº 5, de 5 de junho
de 1989, instituiu o Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar.
A atmosfera também é poluída por gases como o aldeído que é tóxico
e irritante, resultado principalmente da queima do álcool nos veículos A resolução nº 7 do CONAMA, de 16 de setembro de 1987, normaliza
automotores e do uso maciço do tabaco. a comercialização e uso de produtos que contenham amianto/asbestos.
Podem ser encontradas referências ao ar na Lei nº 6.938, de 31 de agosto
O amianto, também liberado pelos automóveis e utilizado na vedação de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e na
térmica de construções, é um irritante pulmonar e cancerígeno que polui a Resolução nº 18, de 6 de maio de 1986, que institui o Programa de Contro-
atmosfera, além de gerar problemas no aparelho digestivo, quando alguém le da Poluição do Ar por veículos automotores – PROCONVE.
bebe a água depositada em caixas d’água feitas desse material.
.3. As Agressões à Vegetação e ao Solo
A fuligem das indústrias, dos automóveis, além das toxinas que a com-
põem, obscurecem, refletem ou refratam a luz, propiciando modificações do O Brasil enlaça a visão da natureza com o uso de técnicas primitivas
ambiente como um todo. de extração das matérias-primas do solo e da vegetação. Essa equação só
pode resultar num poder destrutivo devastador. É o caso da Amazônia que
Os óxidos de nitrogênio “produzidos por motores de combustão interna, vem sendo desfigurada pelo desmatamento irracional, pela invasão de
aviões, fornos, mineradoras, uso excessivo de fertilizantes, incêndios de práticas agrícolas e pecuárias inadequadas e pelo uso alucinado de quei-
bosques e instalações industriais formam o smog das grandes cidades e madas incontroláveis, o que resulta em dissolução do ecossistema e apa-
podem ocasionar infecções respiratórias, entre elas a bronquite dos recém- recimento de grandes extensões desérticas.
nascidos.
Logo, pelos exemplos trazidos percebe-se que a forma escolhida pelo
ser humano de se apropriar do mundo encerra uma relação de dominação
com relação à natureza, não mais atendendo suas necessidades, mas
criando necessidades no interior de um mundo falsamente autônomo, com
uma lógica própria que, a cada momento, mais se distancia da totalidade
que o sustenta e dá condições para que ele exista enquanto espécie. No
lugar de potenciar as práticas de pertinência, o ser humano se encasula
numa pseudo-independência do meio ambiente que o circunda, cortando as
raízes que dão sua própria razão de ser.
É na atmosfera que se dão outros fenômenos não mais oriundos dire-
tamente de sua poluição, mas que atingem aspectos climáticos do planeta.
Os mais conhecidos são os chamados efeito estufa e efeito ilha de calor. O
dióxido de carbono (CO) e outros gases agem como se fossem uma parede
de vidro de uma estufa, permitindo que o calor solar penetre em dado
ecossistema, mas impedindo sua dissipação. Assim, funciona como se
fosse um automóvel ao sol, ou uma estufa aprisionando calor. Isso pode
1575 × 1050 - atribunamt.com.br
gerar crescente aumento da temperatura planetária, podendo promover o
degelo parcial das calotas polares com a consequente elevação dos níveis Calcula-se que hoje, no Brasil, desaparecem cerca de cem espécies
das marés, levando a inundações litorâneas. O efeito ilha de calor também vegetais e animais, por dia, em virtude dessas práticas devastadoras.
é artificialmente provocado em áreas urbanas, modificando as condições
meteorológicas em seus aspectos térmicos, de umidade, nebulosidade, Os ecossistemas são desequilibrados pela erosão advinda do desnu-
pluviosidade e velocidade dos ventos, diferenciando umas áreas das da damento da terra; pelo uso de agrotóxicos, fungicidas, herbicidas e insetici-
vizinhança. das; pelo cansaço do solo oriundo de métodos de fertilização impróprios e
pela quebra das cadeias alimentares.
Às vezes, fenômenos naturais, que acontecem em regiões industriali-
zadas, geram problemas ambientais graves, como no caso da inversão Enquanto o extrativismo não for racionalizado de modo a possibilitar a
térmica. Nas épocas mais frias do ano, pode haver uma inversão na circu- renovação dos recursos, a recuperação dos ciclos da vida e a irrigação não
lação do ar quente. Nessas épocas, pode acontecer do solo estar muito for feita de forma a respeitar a topografia e o equilíbrio do ambiente, o
frio, tornando as camadas inferiores de ar mais frias que as superiores, não destino dos ecossistemas será o seu desaparecimento, como já aconteceu
havendo a circulação de ar entre as camadas baixas e altas. Isso gera a em outros continentes.
retenção de poluentes que ficam concentrados na camada inferior, causan- Alia-se a isso a miserabilidade das populações rurais no Brasil, que
do expressivos danos para os seres vivos. não têm acesso a uma vida digna e nem aos mínimos recursos educacio-
nais e de saúde que possibilitem torná-las agentes de defesa do ambiente.
Atualidades 15 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O Relatório do Brasil para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio superação desse entendimento deve ser implantada em níveis teórico e
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) intitulado O Desafio do Desenvolvi- prático, a fim de que não aconteça, pela primeira vez na história biológica
mento Sustentável diagnostica: do planeta, o suicídio de um grupo zoológico.
“É relevante assinalar que, em situações de extrema pobreza, o indiví- A vegetação é protegida pela já citada lei nº 4.771, de 15 de setembro
duo marginalizado da sociedade e da economia nacional não tem nenhum de 1965, que institui o Código Florestal; o Decreto nº 58.054 de 23 de
compromisso para evitar a degradação ambiental, uma vez que a socieda- março de 1966, promulgou a Convenção sobre Flora, Fauna e Belezas
de não impede sua própria degradação como pessoa”. Cênicas dos países da América; o Decreto nº 76.623, de 17 de novembro
de 1975, promulgou a Convenção de comércio de fauna e flora selvagens
Esse texto traz uma importante contribuição para reafirmar a concep- em perigo de extinção; o Decreto nº 318, de 31 de outubro de 1991, pro-
ção sobre a necessária indissolubilidade entre os problemas ambientais e mulgou o nosso texto da Convenção Internacional para a proteção dos
os humanos. A luta pela promoção de um meio ambiente harmônico passa vegetais.
pela luta que promova a dignidade das pessoas. A luta ambiental não pode
cair no perigo da coisificação do homem e da humanização da natureza, Também são importantes na defesa da vegetação a Lei nº 6.902, de 27
fenômeno já denunciado por Marx na introdução de O Capital. de abril de 1981, que dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e
Áreas de Proteção Ambiental (APA’S); o Decreto nº 99.274, de 6 de junho
Logo, a luta pela preservação e o uso racional do meio ambiente de- de 1990, que regulamenta a citada lei; o Decreto nº 99.355, de 27 de junho
pende também do estabelecimento de novas relações entre os seres hu- de 1990, que dá nova redação ao Decreto acima. O CONAMA, por sua
manos. As questões do meio ambiente lançam as reflexões e ações sobre Resolução nº 10, de 14 de dezembro de 1988, estabeleceu os objetivos e
a dignidade, as contradições, as opressões e as desigualdades num novo competência das APA’S.
patamar mais amplo e abrangente que impõe a revisão dos paradigmas do
conhecimento e das práticas de relações entre os seres humanos. As Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs), de alta importân-
cia para a preservação ambiental, foram regulamentadas pelo Decreto nº
A vegetação sofre com a guerra e com a paz. Na guerra, como no caso 89.336, de 31 de janeiro de 1988, limitou as atividades que podem ser
do Vietnã, são usados elementos químicos como a dioxina (agente laranja), exercidas nas ARIE’s.
com efeitos brutais sobre o meio ambiente, já que é um desfolhante que
tem a finalidade de tornar o inimigo mais visível nos locais de cobertura Na intersecção entre a produção e a preservação aparecem as Reso-
vegetal mais densa, facilitando, assim, as operações de extermínio de vidas luções Extrativistas definidas pelo Decreto nº 98.897, de 30 de janeiro de
humanas. Na paz, substâncias como esse são usadas para facilitar o 1990, documento legal que deve ser estudado e acionado pelos ambienta-
desmatamento e a busca de madeiras úteis, causando efeitos deletérios no listas, já que sua significação invade os campos econômico, social e cultu-
meio ambiente e nas pessoas que têm contato com esses tóxicos, mesmo ral.
com a concentração de dioxina reduzida de 30% para 0,5%.
Por último, quanto a esse tema, é preciso ressaltar que as Unidades de
A destruição ambiental no Brasil é assustadora, conforme o mesmo Conservação, ainda que criadas por decreto, só poderão ser alteradas ou
documento citado: em 1940, o Estado do Paraná, em sua região norte era suprimidas por lei, conforme comando do art. 225, 1º, III da Constituição
coberta em 90% por matas nativas, restando hoje tão somente 2% dessa Federal.
cobertura; os cerrados ocupam 1.700.000 quilômetros quadrados, isto é,
20% do território nacional, sendo 46% aptos para a produção agrícola, 34% O solo e o subsolo agredidos recebem, também, proteção legal. Os
para a exploração limitada com base em pecuária extensiva e 20% devem agentes que agridem o solo, como já lembramos, atingem as águas, dizima
ser preservados. O Pantanal mato-grossense, tão desfigurado, representa, a fauna e flora e atingem o ser humano. Os agrotóxicos são um exemplo. A
com seus 170.000 quilômetros quadrados, 2% do território nacional. Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, dispõe sobre a pesquisa, experimen-
tação, produção, embalagem e rotulagem, transporte, armazenamento,
Os garimpos são outros agressores do meio ambiente, constituindo-se comercialização e propaganda comercial de agrotóxicos. Essa lei foi regu-
também num problema social, econômico e antropológico. O garimpo é lamentada pelos Decretos nº 98.062, de 17 de agosto de 1989; 98.816, de
uma atividade precária e móvel, que se desloca na medida em que os veios 11 de janeiro de 1990 e 99.657, de 16 de outubro de 1990. A Portaria nº
minerais se esgotam ou se tornam pouco lucrativos ou inviáveis para as 349, de 14 de março de 1990, estabeleceu os procedimentos de registro,
técnicas atrasadas que são utilizadas. O garimpo apresenta grave proble- renovação e uso de agrotóxicos. A Portaria nº 329, de 2 de setembro de
ma social por envolver em sua operação direta (fora os exploradores da 1985, fixou proibições com relação aos organoclorados.
mão-de-obra) cerca de 300.000 pessoas, em 1.854 locais de extração de
ouro, pedras preciosas e outros minérios. Constituem um problema econô- O mercúrio, que atinge as águas, assim como o cianeto, muito usados
mico por se configurarem como locais de economia própria, onde os preços na garimpagem do ouro, foram tratados pelas normas vigentes; a Portaria
são sobrevalorizados, onde o meio de transporte mais comum é o pequeno SEMA, nº 3, de 11 de abril de 1975, dispõe sobre a concentração de mer-
avião, onde a mão-de-obra é explorada com desigualdade e violência; e, cúrio por litro de água e o Decreto nº 97.507, de 13 de fevereiro de 1989,
onde se instala um mercado paralelo de minerais, à margem de qualquer que dispõe sobre o licenciamento de atividade mineral, e uso do mercúrio
controle, o que significa evasão de dívidas. É um problema antropológico metálico e do cianeto em áreas de extração de ouro.
por ser uma atividade que não respeita as reservas indígenas, sendo A Lei nº 6.225, de 14 de julho de 1975, dispõe da discriminação de re-
veículo facilitador do genocídio e etnocídio. giões pelo Ministério da Agricultura, onde são obrigatórias a execução de
Ao lado desses problemas, o garimpo, em termos de meio ambiente, planos de proteção ao solo e combate à erosão e a Lei nº 6.662, de 25 de
polui os rios com mercúrio, promove a erosão de grandes regiões e dese- junho de 1979, institui o Plano Nacional de Irrigação.
quilibra os ecossistemas. Mas, é preciso lembrar que não somente o garim- O sobsolo e suas riquezas minerais são formados pelo Código de Mi-
po pode causar esses danos ao meio ambiente, também as grandes mine- neração; pelo Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967; pela Lei nº
radoras e processadoras de minérios, quando usam, por exemplo, a madei- 7.808, de 18 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.812, de 9
ra como combustível (carvão vegetal) potenciam essa destruição, que é de janeiro de 1990, que estabelece o regime de permissão de lavra garim-
promovida a varejo pelos garimpos. O mesmo deve ser dito das empresas peira.
que lançam suas águas industriais servidas e seus rejeitos nos rios e lagos
ocasionando graves lesões ao meio ambiente. O solo pode ser degradado pelo parcelamento e por distribuição injus-
ta, por isso relembramos o Estatuto da Terra já citado, os dispositivos
A vegetação, o solo, o subsolo, água e a fauna são depredados pelo institucionais relativos à Reforma Agrária, a competência dos municípios
ser humano, que se torna vítima de seus próprios procedimentos. As práti- nesse campo e aditamos a isso a Lei nº 4.778, de 22 de setembro de 1965,
cas que têm por base o entendimento segundo o qual a natureza é inesgo- que obrigou a consulta às autoridades florestais na aprovação de plantas e
tável, o ser humano é um mero instrumento (um objeto), o lucro imediato é planos de loteamento, e a Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que
o objetivo da produção e a preservação dos ecossistemas um assunto de dispõe do parcelamento do solo urbano.
minorias situa o ser humano em uma situação paradoxal: ele é, ao mesmo
tempo, autor e vítima, sendo assassino potencial de sua própria espécie. A Além do Código Florestal (Lei nº 4.771/64, já citada), dada a significa-
ção desse ecossistema para o Brasil e as agressões que sofre diuturna-

Atualidades 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mente, existem uma grande quantidade de normas esparsas sobre o tema. uma pequena amostra, pois várias espécies nem foram tocadas por esta
Destacamos algumas: Decreto nº 97.635, de 10 de abril de 1989, que lista.
regula a art. 27 do Código Florestal e dispõe sobre a preservação e comba-
te a incêndio florestal; Decreto nº 99.547, de 25 de setembro de 1990, que A caça, o manejo inadequado dos ecossistemas, o comércio de couros,
dispõe sobre a vedação do corte e exploração e comercialização de produ- peles e dos próprios animais, como os pássaros e peixes que são vendidos
tos e subprodutos florestais,; Decreto nº 96.944, de 12 de outubro de 1988, ao exterior, ao lado dos envenenamentos químicos, contribuem para o
que cria o programa de Defesa do Complexo de Ecossistemas da Amazô- desaparecimento diário das espécies, às vezes nem conhecidas pelos
nia; Lei nº 7.754, de 14 de abril de 1989, que prevê medidas para a prote- seres humanos.
ção das florestas existentes nas nascentes dos livros. As biotas são destruídas, não permitindo a sobrevivência dos seres vi-
4. As Agressões à Fauna vos que lá habitam em estreita dependência recíproca, e os nichos ecológi-
cos são desfeitos.
os animais vivem graças a uma cadeia alimentar que se constitui na
“transferência da energia alimentar que existe no ambiente natural, numa O urbano invade o rural, trazendo práticas que, se de um lado, podem
sequência na qual alguns organismos consomem e outros são consumidos. ser fatores de aumento de produção e até mesmo de uso racional da terra,
O equilíbrio da vida depende de um relacionamento equilibrado entre as de outro, introduzem práticas agressivas de apropriação e comércio, que
comunidades. Sua quebra pode gerar efeitos incontroláveis, como pragas, atingem, em cheio, a fauna.
por exemplo, no caso de pássaros, que se alimentam de insetos, serem Chega a ser descabido dizermos que devemos encarar e tratar os ani-
exterminados pela caça ou por agrotóxicos. mais como nossos companheiros de jornada, como nossos fraternos ami-
A antropia gera essa quebra, não somente diminuindo a frequência de gos que habitam a mesma morada cósmica. Se dissermos isso, logo have-
certos animais em determinada região, como também contribuindo para a rá alguém nos acusando de que nos tornamos místicos. O problema é de
extinção de espécies. Hoje, o Brasil sofre o problema de ter várias espécies outra ordem: temos de admitir que vivemos numa comunidade de seres
em fase de extinção. vivos, que exercem os mais variados papéis no sentido de manter a nature-
za, estrutura e equilíbrio desse todo dinâmico e instável que chamamos
biosfera. Ninguém é desprezível. Todos têm funções nessa teia interde-
pendente. É o óbvio observável. A erradicação de uma espécie significa a
supressão de um conjunto de funções, a retirada de um protagonista da
cena cósmica, o avanço das forças da morte sobre as da vida.
Além dos documentos legais, protetores da fauna, já citados no texto
sobre flora, podemos, ainda, destacar como significativos a Lei nº 5.197, de
3 de janeiro de 1967, que estabeleceu as normas básicas para a proteção
da fauna, a Portaria do IBAMA nº 2.114, de 24 de outubro de 1990, que
determinou a proibição do comércio de animais silvestres; a Portaria nº 79-
P, de 3 de março de 1975, do IBDF, que estabeleceu as normas para a
caça amadorística; a Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que dispõe
615 × 300 - mahwelin.blogspot.com sobre a proteção à fauna; a Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1989,
que publicou a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçadas de
Para aviventar nossa memória, citemos alguns nomes populares de a- extinção; a Lei nº 7.679, de 22 de novembro de 1988, que tratou da proibi-
nimais de nossa fauna que estão em via de desaparecer: o guariba da ção da pesca em período de reprodução.
Região Norte e Nordeste; o macaco-aranha da Região Norte; o monocar-
voeiro da Região Sudeste; o uacari do Amazonas; o sagui do Pará; o 5. A Cidade – Agressora e Agredida
macaco-prego-de-peito-amarelo da Bahia, o cuxiú do Pará; o barrigudo da as cidades vão se constituindo na história por necessidades comerci-
Região Norte e Centro-Oeste; o mico-leão-preto de São Paulo; o mico-de- ais, de produção, de defesa militar, tornando-se centros de decisão regio-
cheiro do Amazonas; o lobo-guará das Regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste nais e nacionais. A marca fundamental das cidades é o adensamento
e parte da caatinga do Nordeste; o gato-palheiro do Mato-Grosso; o gato- populacional. Como cidades são fenômenos sociais mutáveis, elas tendem
do-mato da Região Sul; a onça-parda ou sussuarana de todo o território do a crescer desordenadamente, a partir das desmandas produtivas e das
Brasil; a jaguatirica de todo o território do Brasil; a doninha-amazônica da migrações que as atingem. Esta característica de desordenamento alcança
Bacia Amazônica; o gato-do-mato de todo o território do Brasil; a onça até mesmo as cidades planejadas. Como ela é uma entidade aberta para
pintada de todo o território do Brasil; o tamanduá-bandeira de todo o territó- as conjunturas, torna-se difícil prever os percalços de seu itinerário, com-
rio do Brasil; o tatu-bola da caatinga nordestina; o peixe-boi da Bacia Ama- prometendo, assim, o planejamento que lhe deu origem.
zônica; a baleia-branca do litoral do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul; o
rato-do-mato do Rio Grande do Sul; o cervo-do-pantanal do Centro-Oeste e
Sul do Brasil; o veado-campeiro de todo o território do Brasil; a codorna-
mineira de Minas Gerais a São Paulo e Mato Grosso; o macuco de Per-
nambuco ao Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso; o
gavião-real da Região Amazônica, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul; o mutum-cavalo de Alagoas; a jacutinga da
Bahia ao Rio Grande do Sul; a rolinha-do-planalto de Mato Grosso, Goiás e
São Paulo; o papagaio-de-cara-roxa de São Paulo e Paraná; o papagaio-
de-peito-roxo da Bahia ao Rio Grande do Sul; a aranha-azul-grande do
Maranhão, Pará, Amapá, Piauí, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e To-
cantins; a aranha-azul-de-lear da Bahia; a tiriba da Bahia a São Paulo; o
jacu-estalo do sul da Região Amazônica; o beija-flor-de-dohn da Bahia e do
Espírito Santo ao Paraná; o pintassilgo-do-nordeste do Ceará, Pernambu-
co, Alagoas e Bahia; o pichochó do Espírito Santo, Rio de Janeiro, e de
Minas Gerais ao Rio Grande do Sul; a tartaruga-verde de todo litoral brasi-
leiro; o jacaré-de-papo-amarelo das Bacias dos rios São Francisco, Doce,
Paraíba, no Baixo Paraná e, ainda, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande
do Sul, para citar alguns.
Deliberadamente cotamos todos esses animais apenas para mostrar 960 × 720 - folhavitoria.com.br
quão grande é a devastação em nossa fauna, já que os citados são apenas

Atualidades 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nas cidades, quanto mais se adensa a população, mais se intensificam Convenção Internacional sobre responsabilidade civil em danos causados
os problemas sociais, econômicos, políticos e pessoais. As cidades, em por poluição por óleo. O Decreto nº 83.540, de 4 de junho de 1979, regula-
suas relações com o meio ambiente inaugura uma nova relação, pois ela, mentou a aplicação da convenção sobre responsabilidade civil em danos
necessariamente, vai interferir no meio natural onde se situa e, até mesmo, causados por óleo.
vai negá-lo. Ela é a representação máxima do distanciamento entre o
homem e a natureza. É nas cidades, principalmente nas maiores, que os A indústria bélica foi nomeada pelo Decreto Legislativo nº 50, de 28 de
problemas de degradação ambiental se tornam mais agudos e é a partir junho, que aprovou o texto da Convenção sobre proibição do uso militar ou
das cidades que muitos problemas de poluição são espalhados para outras hostil de técnicas de modificação ambiental.
regiões. Além disso, é nas cidades onde os conhecimentos oficiais são Os detergentes não biodegradáveis, presença constante na vida urba-
gerados, reproduzindo-se nos centros menores e nas áreas rurais. na, teve sua fabricação regulamentada pela Lei nº 7.635, de 13 de setem-
A cidade, por sua compressão demográfica, torna mais grave as desi- bro de 1985.
gualdades, as explorações e as opressões. A distância sócio-econômica As concessionárias de exploração, geração e distribuição de energia
entre os mais abastados e os mais miseráveis se torna evidente, havendo elétrica tiveram seus empreendimentos condicionados ao licenciamento
risco de tensões, que podem até desembocar numa fragmentação do ambiental, pela Resolução do CONAMA nº 6, de 16 de setembro de 1987.
poder, como o exemplo do Rio de Janeiro.
O impacto ambiental foi definido pela Resolução do CONAMA nº 1, de
O efeito concreto dessas características traduz-se pela poluição decor- 23 de janeiro de 1986. O mesmo Órgão, em 1988, pela Resolução nº 6, de
rente dos processos produtivos, como a emissão de gases tóxicos nos 15 de junho de 1988, dispôs sobre o controle específico de resíduos gera-
períodos de inversão térmica. Pela poluição dos cursos d’água por dejetos dos e/ou existentes no processo de licenciamento de atividades industriais.
industriais, pelo lixo doméstico e pelos esgotos. Pelo consumo de alimentos
com aditivos químicos, que se acumulam no organismo humano, causando O d nº 97.634, de 10 de abril de 1989, regulamentou a produção e co-
doenças das menos às mais graves. Pelo uso do CFC, que contribui para o mercialização de substância que, comporte risco para a vida, a qualidade
esgarçamento da camada de ozônio, com os consequentes efeitos destruti- de vida e o meio ambiente.
vos dos raios ultravioletas do sol. Pelo consumo de produtos químicos A Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, dispôs sobre o controle da
mutagênicos que modificam o código genético, gerando efeitos imprevisí- poluição do meio ambiente, provocada por atividades industriais.
veis. Pelo risco dos efeitos radioativos de usinas termoelétricas construídas
sem a segurança devida. Pela ação dos depósitos de lixo, que degradam O Decreto nº 76.389, de 3 de outubro de 1975, regulamentando o De-
as partes mais profundas do solo e poluem as águas. Pela chuva ácida creto-Lei nº 1.413/75, estabeleceu medidas de preservação e controle da
oriunda da emissão de gases que poluem lagos, rios e florestas. Pelo lixo poluição industrial.
atômico, que submete as populações ao constante risco da radioatividade.
A Portaria do Ministério do Interior nº 124, de 20 de agosto de 1980,
Pela perda ou vazamento de elétrons dos cinturões de Van Allen, que
impôs,, para evitar poluição hídrica, distância mínima de 220 metros dos
defendem a Terra do bombardeio de raios cósmicos e outras radiações
cursos d’água mais próximos, para instalação de empresas industriais. O
causados pelo impacto de ondas de rádio de baixa frequência.
Decreto nº 97.626, de 10 de abril de 1989, impôs a realização de estudos
Mas a questão preponderante do meio ambiente é representada pelas sobre controle de produção, comercialização, métodos e técnicas, que
condições infra-humanas em que vivem a maioria de suas populações, comprometem risco de vida e o Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988,
principalmente nas megalópoles. O referido Relatório para a Conferência do aprovou a regulamentação dos serviços de transporte rodoviário de cargas
Rio de Janeiro diagnostica que o perfil das indústrias brasileiras contém, um ou produtos perigosos.
elevado potencial de impacto sobre os recursos ambientais e que no Brasil
Os sons e barulhos da vida urbana e industrial devem respeitar os limi-
urbano, cerca de 20.000.000 de pessoas não têm acesso à água tratada,
tes de audição dos seres humanos. A ultrapassagem desses limites gera
75.000.000 não dispõem de serviços de esgoto e 60.000.000 não são
efeitos graves para a saúde.
atendidos por coleta de lixo. Informa, também, que apenas 3% do lixo
urbano tem deposição final adequada, 63% são lançados em cursos d’água O CONAMA tem se preocupado com esse problema como na Resolu-
e 34% a céu aberto. Identifica que a distância entre o trabalho e a moradia ção nº 1, de 8 de março de 1990, que fixou normas quanto à emissão de
e o tempo gasto para percorrê-la, nas metrópoles, só tem aumentado, sons e ruídos e na Resolução nº 2, de 8 de março de 1990, que institui o
penalizando os trabalhadores. Programa Silêncio.
Mas a cidade é também o lugar das decisões políticas, econômicas e O dano nuclear é a potenciação da agressão ambiental, por isso o Bra-
científicas. É o lugar do poder. É nela que se travam as lutas formais e sil promulgou o Tratado de Proscrição de Experiências com Armas Nuclea-
informais para a consignação de direitos. é o lugar do conforto. É a “praça” res na Atmosfera, no Espaço Cósmico e sob a água, pelo Decreto nº
onde se dão as discussões e onde são urdidos os acordos e radicalizados 58.256, de 8 de abril de 1966. A tentação dessas experiências continua e
os confrontos, mesmo as lutas do campo acabam por ser decididas na há necessidade de uma constante vigilância da cidadania. O Decreto nº 9,
cidade. de 15 de janeiro de 1991, promulgou a Convenção sobre pronta notificação
de acidente nuclear. Internamente, o Brasil, com a Lei nº 6.453, de 17 de
É na cidade, por sua estrutura polimorfa, que aparecem os movimentos
outubro de 1977, já havia estabelecido normas sobre a responsabilidade
sociais mais diferenciados. As lutas nas regiões rurais têm grande força em
civil por danos nucleares e responsabilidade criminal por atos relacionados
seus locais, principalmente no Norte do País, onde os conflitos são mais
com atividades nucleares. O estabelecimento de normas para as atividades
agudos e onde a posse tem de ser defendida com a presença ativa, mas
nucleares, no Brasil, já tem vinte anos. A Lei nº 4.118, de 27 de agosto de
tais movimentos, para se manterem a sobreviverem, têm de se articular
1962, dispôs sobre a política nacional de energia nuclear e criou a Comis-
com o urbano até mesmo para garantir conquistas suas.
são Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Em 1980, pelo Decreto-Lei nº
Desse modo, a cidade que tem seu lado opressor e indigno, também 1.809, de 7 de outubro, foi instituído o Sistema de Proteção ao Programa
propicia oportunidades de fortalecimento dos movimentos sociais de todos Nuclear Brasileiro, documento regulamentado pelo Decreto nº 85.565, de
os tipos. 18 de dezembro de 1980. O Decreto nº 96.620, de 31 de agosto de 1988,
instituiu o Conselho Superior de Política Nuclear. Já em 1986, pela Resolu-
A produção industrial pode vir a causar danos ambientais, pela monta- ção do CONAMA nº 28, de 3 de dezembro, foram editadas normas de
gem de suas unidades energéticas e produtivas, pelo processo de indus- licenciamento dos estabelecimentos destinados a produzir materiais nuclea-
trialização e pelos produtos que lança no mercado. Por isso, várias são as res e, no mesmo dia o referido Conselho traz a lume a Resolução nº 29,
normas que regulam, direta ou indiretamente, essa atividade. que torna obrigatório o Estudo de Impacto Ambiental para instalação nucle-
Em 1980, a Lei nº 6.803, de 2 de julho, já estabelecia diretrizes para o ar. http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/ecologia/robertoaguiar/
zoneamento industrial, tendo em vista as áreas críticas de poluição. Em
1976, os danos de poluição por óleo eram preocupação do legislador. O
Decreto Legislativo nº 74, de 30 de setembro de 1976, aprovou o texto da

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Os portugueses

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Cavalhadas de Pirenópolis (Pirenópolis,Goiás) de origem
Cultura do Brasil portuguesa - Mascarados durante a execução do Hino do Divino.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus
"A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira,
da versão lusitana da tradição civilizatória europeia ocidental, diferenciadas principalmente os de origem portuguesa.
por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos. O Durante 322 anos o território foi colonizado por Portugal, o que implicou
Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de característi- a transplantação tanto de pessoas quanto da cultura da metrópole para as
cas próprias, mas atado geneticamente à matriz portuguesa, cujas potenci- terras sul-americanas. O número de colonos portugueses aumentou muito
alidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se realizariam plena- no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro. Em 1808, a própria corte de D.
mente. O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro, , pag 16 João VI mudou-se para o Brasil, um evento com grandes implicações
A cultura brasileira é uma síntese da influência dos vários povos políticas, econômicas e culturais. A imigração portuguesa não parou com
e etnias que formaram o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira a Independência do Brasil: Portugal continuou sendo uma das fontes mais
perfeitamente homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes importantes de imigrantes para o Brasil até meados do século XX.
culturais que formam, juntas, a cultura do Brasil. Naturalmente, após mais A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua
de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do Brasil é, portuguesa, atualmente falada por virtualmente todos os habitantes do país.
majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa A religião católica, crença da maioria da população, é também decorrência
que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo brasileiro ser um mosaico da colonização. O catolicismo, profundamente arraigado em Portugal, legou
étnico, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, ao Brasil as tradições do calendário religioso, com suas festas e procissões.
são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval e as festas juninas,
e religiosa é um fato raro para um país de grande tamanho como o Brasil, foram introduzidas pelos portugueses. Além destas,
especialmente em comparação com os países do Velho Mundo. vários folguedos regionalistas como as cavalhadas, o bumba-meu-boi,
Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos o fandango e a farra do boi denotam grande influência portuguesa.
deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os No folclore brasileiro, são de origem portuguesa a crença em seres
povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, além de muitas
indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, lendas e jogos infantis como as cantigas de roda.
do folclore, do artesanato, dos caracteres emocionais e das festas Na culinária, muitos dos pratos típicos brasileiros são o resultado da
populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos à língua adaptação de pratos portugueses às condições da colônia. Um exemplo é
portuguesa. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição a feijoada brasileira, resultado da adaptação dos cozidos portugueses.
desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas Também a cachaça foi criada nos engenhos como substituto para
indígenas, enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura a bagaceira portuguesa, aguardente derivada do bagaço da uva. Alguns
bastante africanizada, sendo que, em outras, principalmente no sertão, há pratos portugueses também se incorporaram aos hábitos brasileiros, como
uma intensa e antiga mescla de caracteres lusitanos e indígenas, com as bacalhoadas e outros pratos baseados no bacalhau. Os portugueses
menor participação africana. introduziram muitas espécies novas de plantas na colônia, atualmente
No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são muito identificadas com o Brasil, como a jaca e a manga.
evidentes, seja na língua, culinária, música e outros aspectos. Outras De maneira geral, a cultura portuguesa foi responsável pela introdução
etnias, como os árabes,espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram no Brasil colônia dos grandes movimentos artísticos
também para a cultura do Brasil, porém, de forma mais limitada. europeus: renascimento, maneirismo, barroco,rococó e neoclassicismo.
Formação da cultura brasileira Assim, a literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes
decorativas no Brasil colônia denotam forte influência da arte portuguesa,
O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos por exemplo nos escritos do jesuíta luso-brasileiro Padre Antônio Vieira ou
de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos na decoração exuberante de talha dourada e pinturas de muitas igrejas
indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos coloniais. Essa influência seguiu após a Independência, tanto na arte
trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a imigração de popular como na arte erudita.
europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e
asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também Os indígenas
foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como A colonização do território brasileiro pelos europeus representou em
a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e
que exportam hábitos e produtos culturais para o resto do globo. escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações
indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada
pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias.

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Atualmente, apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de
conseguem manter parte da sua cultura original. Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é
particularmente destacada em virtude da migração dos escravos.
Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé,
religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em
todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião
sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e
o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás.
A influência da cultura africana é também evidente na culinária
regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma
palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é
utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e
o acarajé.
Indígena brasileiro, representando sua rica arte plumária e de pintura
corporal. Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base
de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de
Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica
foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais.
culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau,
descanso. Um dos aspectos mais notáveis da influência indígena foi a o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento
chamada língua geral (Língua geral paulista, Nheengatu), uma língua utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura
derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colonial.
de língua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII,
principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. Os imigrantes
O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem
indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral,
nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e
plantas nativos (jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc), além de serem muito
frequentes na toponímia por todo o território.
A influência indígena é também forte no folclore do interior brasileiro,
povoado de seres fantásticos como o curupira, o saci-pererê, o boitatá e
a iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí,
a jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos
como os pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena.
Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses
grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora,
principalmente em porções da Região Norte do Brasil. O imigrante germânico e suas tradições:Oktoberfest em Igrejinha.

Os africanos A maior parte da população brasileira no século XIX era composta


por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da mão-de-obra
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos escrava mas também para "branquear" a população e cultura brasileiras, foi
da África durante o longo período em que durou o tráfico incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os séculos XIX e
negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no Brasil,
diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que foram os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a
falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos faixa de tempo entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul de
trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região
deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de de São Paulo. A estes se seguiram os portugueses, com quase o mesmo
religião islâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a número que os italianos. Destacaram-se também os alemães, que
cultura africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram
os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram
portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo. influências germânicas desses colonos.
Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional,
vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e
italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando
no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados
fundados por colonos europeus mantiveram a língua dos seus
antepassados durante muito tempo. Em contrapartida, os imigrantes que se
fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos
do Sudeste(portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se
integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança
cultural do país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração
japonesa, porém de forma mais limitada.
De maneira geral, as vagas de imigração europeia e de outras regiões
do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na
culinária, por exemplo, foi notável a influência italiana, que transformou os
pratos de massas e a pizza em comida popular em quase todo o Brasil.
Capoeira, a arte-marcial afro-brasileira. Também houve influência na língua portuguesa em certas regiões,
Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade especialmente no sul do território. Nas artes eruditas a influência europeia
de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Essa influência se imigrante foi fundamental, através da chegada de imigrantes capacitados
faz notar em grande parte do país; em certos estados em seus países de origem na pintura, arquitetura e outras artes.

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Aspectos Warchavchik, Lucio Costa e sobretudo Oscar Niemeyer, projetou a
arquitetura brasileira internacionalmente. O movimento moderno culminou
Arquitetura e patrimônio histórico na realização de Brasília, o único conjunto urbanístico moderno do mundo
reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Parque Nacional Serra da Capivara


Também há diversidade em sítios arqueológicos, como o encontrado
no sul do estado do Piauí: serra da Capivara. Os problemas enfrentados
pela maioria dos sítios arqueológicos brasileiros não afetam os mais de 600
sítios que estão no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí.
Localizado em uma área de 130 mil hectares o Parque Nacional da Serra
da Capivara é um exemplo de conservação do patrimônio histórico e
Obra de Mestre Ataíde na abóbada da Igreja de São Francisco de
artístico nacional. Em 1991, foi consagrado patrimônio mundial pela
Assis, em Ouro Preto, símbolo do Barroco brasileiro.
Unesco.
O interesse oficial pela preservação do patrimônio histórico e artístico
A serra da Capivara é uma das áreas mais protegidas do Brasil, pois
no Brasil começou com a instituição em 1934 da Inspetoria de Monumentos
está sob a guarda do Iphan, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundahm
Nacionais. O órgão foi sucedido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e
e do Ibama local, que tem poder de polícia. Nesta mesma área se localiza o
Artístico Nacional e hoje o setor é administrado nacionalmente pelo Instituto Museu do Homem Americano, onde se encontra o mais
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que já possui mais de velho crânio humano encontrado na América.
20 mil edifícios tombados, 83 sítios e conjuntos urbanos, 12.517 sítios
arqueológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos arrolados, Culinária
incluindo o acervo museológico, cerca de 250 mil volumes bibliográficos e
vasta documentação arquivística. Tradições imateriais como o samba de A culinária brasileira é fruto de uma mistura de
roda do Recôncavo Baiano e a arte gráfica e pintura corporal dos ingredientes europeus, indígenas e africanos. A refeição básica do
índios Wajapi do Amapá também já foram reconhecidas como Patrimônio brasileiro médio consiste em arroz, feijão e carne. O prato
da Humanidade pela UNESCO. Também os estados e alguns municípios já internacionalmente mais representativo do país é a feijoada. Os hábitos
possuem instâncias próprias de preservação e o interesse nesta área tem alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência
crescido nos últimos anos. africana na culinária, com destaque para o acarajé,vatapá e molho de
pimenta. No Norte há a influência indígena, no uso da mandioca e
Mesmo com a intensa atividade dos órgãos oficiais, o patrimônio de peixes de água doce. No Sudeste há pratos diversos como o feijão
nacional ainda sofre frequente depredação e tem sua proteção e tropeiro e angu, em Minas Gerais, e a pizza em São Paulo. No Sul do país
sustentabilidade limitadas pela escassez de verbas e pela falta de há forte influência da culinária italiana, em pratos como a polenta, e
consciência da população para com a riqueza de sua herança cultural e também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul, que
artística e para com a necessidade de um compartilhamento de também é uma característica muito forte na cultura brasileira. O Brasil não
responsabilidades para sua salvaguarda efetiva a longo prazo. possui carnes de qualidade tão elevada como a da Argentina e Uruguai que
se destaca nessa área pelo seu terreno geográfico. No entanto, o brasileiro
é um amante do bom churrasco acompanhado de bebidas como a cerveja,
o chopp deixando o vinho para outras ocasiões.

O Palácio da Alvorada em Brasília, obra deOscar Niemeyer.


O patrimônio histórico brasileiro é um dos mais antigos da América,
sendo especialmente rico em relíquias de arte e arquitetura barrocas,
concentradas sobretudo no estado de Minas Gerais (Ouro
Preto,Mariana, Diamantina, São João del-Rei, Sabará, Congonhas, etc) e
em centros históricos de Recife, São
Luis,Salvador, Olinda, Santos, Paraty, Goiana, Pirenópolis, Goiás, entre
outras cidades. Também possui nas grandes capitais numerosos e
importantes edifícios dearquitetura eclética, da transição entre
os séculos XIX e XX.
A partir de meados do século XX a construção de uma série de
obras modernistas, criadas por um grupo liderado por Gregori

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Literatura Artes visuais

"A descoberta da terra" (1941), pintura mural de Portinari no edifício


da Biblioteca do Congresso, Washington, DC.
O Brasil tem uma grande herança no campo das artes visuais.
Na pintura, desde o barroco se desenvolveu uma riquíssima tradição de
decoração de igrejas que deixou exemplos na maior parte dos templos
Machado de Assis, um dos maiores escritores do Brasil. coloniais, com destaque para os localizados nos centros da Bahia,
O primeiro documento a se considerar literário na história brasileira é a Pernambuco e sobretudo em Minas Gerais, onde a atuação de Mestre
carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I de Portugal, em que o Ataíde foi um dos marcos deste período. No século XIX, com a fundação
Brasil é descrito, em 1500. Nos próximos dois séculos, a literatura brasileira da Escola de Belas Artes, criou-se um núcleo acadêmico de pintura que
ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos. formaria gerações de notáveis artistas, que se encontram até hoje entre os
O barroco desenvolveu-se no Nordeste nos séculos XVI e XVII e melhores da história do Brasil, como Victor Meirelles, Pedro
o arcadismo se expandiu no século XVIII na região das Minas Gerais. Alexandrino, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo e legião de outros. Com o
advento do Modernismo no início do século XX, o Brasil acompanhou o
Aproximadamente em 1836, o Romantismo afetou a Literatura movimento internacional de renovação das artes plásticas e criadores
Brasileira e nesse período, pela primeira vez, a literatura nacional tomou como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral,Vicente do Rego
formas próprias, adquirindo características diferentes da literatura europeia. Monteiro, Guignard, Di Cavalcanti e Portinari determinaram os novos rumos
O Romantismo brasileiro (possuindo uma temática indianista), teve como da pintura nacional, que até os dias de hoje não cessou de se desenvolver
seu maior nome José de Alencar e exaltava as belezas naturais do Brasil e e formar grandes mestres.
os indígenasbrasileiros.8
Após o Romantismo, o Realismo expandiu-se no país, principalmente
pelas obras de Machado de Assis (fundador da Academia Brasileira de
Letras). Entre 1895 e 1922, não houve estilos literários uniformes no Brasil,
seguindo uma inércia mundial. A Semana de Arte Moderna de 1922 abriu
novos caminhos para a literatura do país. Surgiram nomes como Oswald de
Andrade e Jorge Amado. O século XX também assistiu ao surgimento de
nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, os chamados
"romancistas instrumentalistas", elencados entre os maiores escritores
brasileiros de todos os tempos.
Atualmente, o escritor Paulo Coelho (membro da Academia Brasileira
de Letras) é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando a liderança de
vendas no país e recordes pelo mundo. Apesar de seu sucesso comercial,
críticos diversos consideram que produz uma literatura meramente
comercial e de fácil digestão, e chegam a apontar diversos erros de
português em suas obras, principalmente em seus primeiros livros.
Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela
crítica e possuem também sucesso comercial, como Nelson
Rodrigues, Ignácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca, Luís Fernando
Veríssimo e outros. Escultura de Aleijadinho "Cristo no horto das oliveiras",
localizada Congonhas, Minas Gerais.
No campo da escultura, igualmente o barroco foi o momento fundador,
deixando uma imensa produção de trabalhos de talha dourada nas igrejas
e estatuária sacra, cujo coroamento é o ciclo de esculturas das Estações da
Via Sacra e dos 12 profetas no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos,
obra de Aleijadinho. Experimentando um período de retraimento na primeira
metade do século XIX, a escultura nacional só voltaria a brilhar nas últimas
décadas do século, em torno da Academia Imperial de Belas Artes e
através da atuação de Rodolfo Bernardelli. Desde lá o gênero vem
florescendo sem mais interrupções pela mão de mestres do quilate
de Victor Brecheret, um dos precursores da arte moderna brasileira, e
depois dele Alfredo Ceschiatti, Bruno Giorgi, Franz Weissmann, Frans

Atualidades 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Krajcberg, Amilcar de Castro e uma série de outros, que têm levado a Esportes
produção brasileira aos fóruns internacionais da arte.
O futebol é o esporte mais popular no Brasil. A Seleção Brasileira de
Da metade do século XX em diante outras modalidades de artes Futebol foi cinco vezes vitoriosa na Copa do Mundo FIFA,
visuais têm merecido a atenção dos artistas brasileiros, e nota-se um rápido em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Basquetebol, futsal, voleibol, automobili
e grande desenvolvimento na gravura, no desenho, na cerâmica artística, e smo e as artes marciais também têm grande popularidade no país. Embora
nos processos mistos como instalações e performances, com resultados não sejam tão praticados e acompanhados como os esportes citados
que se equiparam à melhor produção internacional. anteriormente,tênis, handebol, natação e ginástica têm encontrado muitos
seguidores brasileiros ao longo das últimas décadas. Alguns esportes têm
Música suas origens no Brasil: futebol de praia, futsal (versão oficial do futebol
A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de indoor), footsack, futetênis efutevôlei emergiram de variações do futebol.
elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por Outros esportes criados no país são a peteca, o acquaride, o frescobol
colonizadores portugueses e escravos. o sandboard, e o biribol. Nas artes marciais, os brasileiros têm desenvolvido
a capoeira, vale-tudo, e o jiu-jitsu brasileiro. No automobilismo, pilotos
brasileiros ganharam o campeonato mundial de Fórmula 1 oito
vezes: Emerson Fittipaldi, em 1972 e 1974; Nelson Piquet,
em 1981, 1983 e 1987; e Ayrton Senna, em 1988, 1990 e 1991.

Instrumentos populares no Brasil.


Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das
influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, Grande Prêmio do Brasil de 2007 no Autódromo de
introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura Interlagos em São Paulo.
musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos
séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem O Brasil já organizou eventos esportivos de grande escala: o país
portuguesa, mas genericamente europeia. O primeiro grande compositor organizou e sediou a Copa do Mundo FIFA de 1950 e foi escolhido para
brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, autor de peças sacras com sediar a Copa do Mundo FIFA de 2014. O circuito localizado em São
notável influência do classicismovienense. A maior contribuição do Paulo, Autódromo José Carlos Pace, organiza anualmente o Grande
elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e Prêmio do Brasil. São Paulo organizou os Jogos Pan-americanos de 1963 e
instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música o Rio de Janeiro organizou os Jogos Pan-americanos de 2007. Além disso,
popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O o país vai sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2016, que serão
indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo realizados na cidade do Rio de Janeiro.
em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante Religião
passivo nas imposições da cultura colonizadora.

Sala São Paulo, em São Paulo, uma das salas de concerto com
melhor acústica no mundo.
Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros
países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros
países se tornariam importantes, como foi o caso da
vogaoperística italiana e francesa e das danças como a zarzuela,
o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas
germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norte- Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.
americano no século XX, que encontraram todos um fértil terreno no Brasil
para enraizamento e transformação. O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência
de tolerância e mobilidade entre as religiões. A população brasileira é
Com grande participação negra, a música popular desde fins do século majoritariamente cristã (89%), sendo sua maior parte católica. Herança da
XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até
caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico.
diversidade de elementos se apresentou até tardiamente numa feição
bastante indiferenciada, acompanhando de perto - dentro das A mão de obra escrava, vinda principalmente da África, trouxe suas
possibilidades técnicas locais, bastante modestas se comparadas com os próprias práticas religiosas, que sobreviveram à opressão dos
grandes centros europeus ou como os do México e do Peru - o que colonizadores, dando origem às religiões afro-brasileiras.
acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em cada Na segunda metade do século XIX, começa a ser divulgado
período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só o espiritismo no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas no
se tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em mundo. Nas últimas décadas, as religiões protestantes têm crescido
meados do século XX. rapidamente em número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela

Atualidades 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
significativa da população. Do mesmo modo, aumenta o percentual O segundo governo Vargas (1951-1954) e o governo Juscelino Kubits-
daqueles que declaram não ter religião, grupo superado em número apenas chek (1956-1960) foram períodos de fixação da mentalidade desenvolvi-
pelos católicos nominais e evangélicos. mentista, de feição nacionalista, intervencionista e estatizante. No entanto,
foram também períodos de intensificação dos investimentos estrangeiros e
Muitos praticantes das religiões afro-brasileiras, assim como alguns de participação do capital internacional. A partir do golpe militar de 1964,
simpatizantes do espiritismo, também se denominam "católicos", e seguem estabeleceu-se uma quebra na tradição populista, embora o governo militar
alguns ritos da Igreja Católica. Esse tipo de tolerância com o sincretismo é tenha continuado e até intensificado as funções centralizadoras já observa-
um traço histórico peculiar da religiosidade no país. das, tanto na formação de capital quanto na intermediação financeira, no
Seguem as descrições das principais correntes religiosas brasileiras, comércio exterior e na regulamentação do funcionamento da iniciativa
ordenadas pela porcentagem de integrantes de acordo com privada. As reformas institucionais no campo tributário, monetário, cambial
o recenseamento demográfico do IBGE em 2000. e administrativo levadas a efeito sobretudo nos primeiros governos milita-
res, ensejaram o ambiente propício ao crescimento e à configuração mo-
Sociedade derna da economia. Mas não se desenvolveu ao mesmo tempo uma vida
política representativa, baseada em instituições estáveis e consensuais.
As bases da moderna sociedade brasileira remontam à revolução de
Ficou assim a sociedade brasileira marcada por um contraste entre uma
1930, marco referencial a partir do qual emerge e implanta-se o processo
economia complexa e uma sociedade à mercê de um estado atrasado e
de modernização. Durante a República Velha (ou primeira república), o
autoritário.
Brasil era ainda o país essencialmente agrícola, em que predominava a
monocultura. O processo de industrialização apenas começava, e o setor Ao aproximar-se o final do século XX a sociedade brasileira apresenta-
de serviços era muito restrito. A chamada "aristocracia rural", formada pelos va um quadro agudo de contrastes e disparidades, que alimentavam fortes
senhores de terras, estava unida à classe dos grandes comerciantes. Como tensões. O longo ciclo inflacionário, agravado pela recessão e pela inefici-
a urbanização era limitada e a industrialização, incipiente, a classe operária ência e corrupção do aparelho estatal, aprofundou as desigualdades soci-
tinha pouca importância na caracterização da estrutura social. A grande ais, o que provocou um substancial aumento do número de miseráveis e
massa de trabalhadores pertencia à classe dos trabalhadores rurais. So- gerou uma escalada sem precedentes da violência urbana e do crime
mente nas grandes cidades, as classes médias, que galgavam postos organizado. O desânimo da sociedade diante dos sucessivos fracassos dos
importantes na administração estatal, passavam a ter um peso social mais planos de combate à inflação e de retomada do crescimento econômico
significativo. criavam um clima de desesperança. O quadro se complicava com a carên-
No plano político, o controle estatal ficava nas mãos da oligarquia rural cia quase absoluta nos setores públicos de educação e saúde, a deteriora-
e comercial, que decidia a sucessão presidencial na base de acordos de ção do equipamento urbano e da malha rodoviária e a situação quase
interesses regionais. A grande maioria do povo tinha uma participação falimentar do estado. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
Ltda.
insignificante no processo eleitoral e político. A essa estrutura social e
política correspondia uma estrutura governamental extremamente descen- Relações internacionais do Brasil
tralizada, típica do modelo de domínio oligárquico.
As relações internacionais do Brasil são fundamentadas no artigo 4º
Durante a década de 1930 esse quadro foi sendo substituído por um da Constituição Federal de 1988, que determina, no relacionamento
modelo centralizador, cujo controle ficava inteiramente nas mãos do presi- do Brasil com outros países e organismos multilaterais, os princípios da
dente da república. Tão logo assumiu o poder, Getúlio Vargas baixou um não-intervenção, da autodeterminação dos povos, da cooperação
decreto que lhe dava amplos poderes governamentais e até mesmo legisla- internacional e da solução pacífica de conflitos. Ainda segundo a
tivos, o que abolia a função do Congresso e das assembleias e câmaras Constituição Federal de 1988, a política externa é de competência privativa
municipais. Ao invés do presidente de província, tinha-se a figura do inter- do Poder Executivo federal, cabendo ao Legislativo federal as tarefas de
ventor, diretamente nomeado pelo chefe do governo e sob suas ordens. aprovação de tratados internacionais e dos embaixadores designados
Essa tendência centralizadora adquiriu novo ímpeto com o golpe de 1937. pelo Presidente da República.
A partir daí, a União passou a dispor de muito mais força e autonomia em
relação aos poderes estaduais e municipais. O governo central ficou com O Ministério das Relações Exteriores (MRE), também conhecido
competência exclusiva sobre vários itens, como a decretação de impostos como Itamaraty, é o órgão do poder executivo responsável pelo
sobre exportações, renda e consumo de qualquer natureza, nomear e assessoramento do Presidente da República na formulação, desempenho e
demitir interventores e, por meio destes, os prefeitos municipais, arrecadar acompanhamento das relações do Brasil com outros países e organismos
taxas postais e telegráficas etc. Firmou-se assim a tendência oposta à internacionais. A atuação do Itamaraty cobre as vertentes política,
estrutura antiga. comercial, econômica, financeira, cultural e consular das relações externas,
áreas nas quais exerce as tarefas clássicas da diplomacia: representar,
Outra característica do processo foi o aumento progressivo da partici- informar e negociar.
pação das massas na atividade política, o que corresponde a uma ideologi-
zação crescente da vida política. No entanto, essa participação era molda- As prioridades da política externa são estabelecidas pelo Presidente da
da por uma atitude populista, que na prática assegurava o controle das República. Anualmente, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas,
massas pelas elites dirigentes. Orientadas pelas manobras personalistas em Nova Iorque, geralmente no mês de setembro, o Presidente da
dos dirigentes políticos, as massas não puderam dispor de autonomia e República, ou o Ministro das Relações Exteriores, faz um discurso onde são
organização suficientes para que sua participação pudesse determinar uma apresentados, ou reiterados, os temas de maior relevância para o governo
reorientação político-administrativa do governo, no sentido do atendimento brasileiro. Ao longo das últimas duas décadas, o Brasil tem dado ênfase
de suas reivindicações. Getúlio Vargas personificou a típica liderança à integração regional (em que se destacam dois processos basilares, o do
populista, seguida em ponto menor por João Goulart e Jânio Quadros. Mercosul e o da ex-Comunidade Sul-Americana de Nações, atual Unasul);
às negociações de comércio exterior em planomultilateral (Rodada de
Sociedade moderna. O processo de modernização iniciou-se de forma Doha, Organização Mundial de Comércio, solução de contenciosos em
mais significativa a partir da década de 1950. Os antecedentes centraliza- áreas específicas, como algodão,açúcar, gasolina, exportação de aviões); à
dores e populistas condicionaram uma modernização pouco espontânea, expansão da presença brasileira na África, Ásia, Caribe e Leste Europeu,
marcadamente tutelada pelo estado. No espaço de três décadas, a fisio- por meio da abertura de novas representações diplomáticas (nos últimos
nomia social brasileira mudou radicalmente. Em 1950, cerca de 55% da seis anos foram instaladas Embaixadas em 18 países); à reforma do
população brasileira vivia no campo, e apenas três cidades tinham mais de Conselho de Segurança das Nações Unidas, cujo formato e composição
500.000 habitantes; na década de 1990, a situação se alterara radicalmen- o governo brasileiro considera anacrônicos e injustos (o Brasil deseja ser
te: 75,5% da população vivia em cidades. A industrialização e o fortaleci- incluído, juntamente com a Índia, Japão e Alemanha, no grupo de países
mento do setor terciário haviam induzido uma crescente marcha migratória com assento permanente no Conselho e com direito a veto em qualquer
em dois sentidos: do campo para a cidade e do norte para o sul. Em termos votação, atualmente limitado a cinco: Estados
de distribuição por setores, verifica-se uma forte queda relativa na força de Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
trabalho empregada no setor primário.

Atualidades 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Segurança pública Assim ficou conhecido e popularizado o esquema de compra de votos
de parlamentares, deflagrado no primeiro mandato do governo de Luís
Segurança Pública é um processo, ou seja, uma sequência contínua Inácio Lula da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores).
de fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que se
reproduzem com certa regularidade, que compartilha uma visão focada em Já havia rumores desta “venda” de votos por parte de deputados, mas
componentes preventivos, repressivos, judiciais, saúde e sociais. É um nada fora comprovado. Até este esquema ser escancarado pelo então
processo sistêmico, pela necessidade da integração de um conjunto de deputado federal Roberto Jefferson (PTB – RJ), em entrevista ao jornal
conhecimentos e ferramentas estatais que devem interagir a mesma visão, Folha de São Paulo, no início de junho de 2005.
compromissos e objetivos. Deve ser também otimizado, pois dependem de Roberto Jefferson era acusado de envolvimento em processos
decisões rápidas, medidas saneadoras e resultados imediatos. Sendo de licitações fraudulentas, praticadas por funcionários da Empresa Brasilei-
a ordem pública um estado de serenidade, apaziguamento e tranquilidade ra de Correios e Telégrafos (ECT), ligados ao PTB, partido do qual ele era
pública, em consonância com as leis, os preceitos e os costumes que presidente. Antes que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) fosse
regulam a convivência em sociedade, a preservação instalada para apurar o caso dos Correios, o deputado decidiu denunciar o
deste direito do cidadão só será amplo se o conceito de segurança pública caso Mensalão.
for aplicado.
Segundo Jefferson, deputados da base aliada do PT recebiam uma
A segurança pública não pode ser tratada apenas como medidas “mesada” de R$ 30 mil para votarem segundo as orientações do governo.
de vigilância e repressiva, mas como um sistema integrado e otimizado Estes parlamentares, os “mensaleiros”, seriam do PL (Partido Liberal), PP
envolvendo instrumento de prevenção, coação, justiça, defesa dos direitos, (Partido Progressista), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasilei-
saúde e social. O processo de segurança pública se inicia pela prevenção e ro) e do próprio PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
finda na reparação do dano, no tratamento das causas e na reinclusão na
sociedade do autor do ilícito. Um núcleo seria responsável pela compra dos votos e também pelo
suborno por meio de cargos em empresas públicas.José Dirceu, Ministro
Conselhos Comunitários de Segurança da Casa Civil na época, foi apontado como o chefe do esquema. Delúbio
Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEG) são Soares, tesoureiro do PT, era quem efetuava o pagamento aos “mensalei-
instituições jurídicas de direito privado sem fins lucrativos com o objetivo ros”. Com o dinheiro em mãos, o grupo também teria saldado dívidas do PT
principal de organizar as comunidades e fazê-las interagir com as polícias e gastos com as campanhas eleitorais.
estaduais (Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Científica), e se vinculam, Marcos Valério Fernandes de Souza, publicitário e dono das agências
por adesão, às diretrizes emanadas da Secretaria da Segurança Pública, que mais detinham contrato de trabalho com órgãos do governo, seria o
por intermédio do Coordenador Estadual e pelo Conselho Permanente para operador do Mensalão. Valério arrecadava o dinheiro junto a empresas
Assuntos dos Conselhos Comunitários de Segurança. estatais e privadas e em bancos, através de empréstimos que nunca foram
Um Conselho Comunitário de Segurança não é um conselho formado pagos. Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário, foi uma
por pessoas que cuidarão da segurança pública como se fossem policiais. das testemunhas que confirmou o esquema, apelidado de “valerioduto”.
Também não se trata de um conselho no qual pessoas irão se reunir para Outras figuras de destaque no governo e no PT também foram aponta-
identificar traficantes e outros criminosos e dedurá-los para a polícia. O das como participantes do mensalão, tais como:José Genoino (presidente
principal objetivo dos CONSEG’s é a prevenção, e para prevenir é preciso do PT), Sílvio Pereira (Secretário do PT), João Paulo Cunha (Presidente
identificar problemas e controlar fatores de risco de múltiplas origens. Para da Câmara dos Deputados), Ministro das Comunicações, Luiz Gushiken,
isso é necessário integrar e organizar as populações das comunidades, Ministro dos Transportes, Anderson Adauto, e até mesmo o Ministro da
desenvolver ações de fortalecimento comunitário e iniciativas de cultura e Fazenda, Antonio Palocci.
formação para a prevenção de maneira a que, através da união e interação
de seus membros (diretoria, membros natos e comunidade), como também Todos os acusados foram afastados do cargo que ocupavam. Embora
com o Estado e a Prefeitura (seus órgãos, departamentos e setores não houvesse provas concretas do esquema de corrupção, os envolvidos
públicos competentes envolvidos direta ou indiretamente com a segurança não conseguiram se defender de forma contundente durante os interrogató-
pública), seja possível a existência (introdução e a manutenção) de rios à CPI dos Correios, instaurada para investigar o caso.
sistemas de segurança comunitários preventivos que contribuam para a
Lula negou que soubesse do Mensalão. O próprio Roberto Jefferson o
melhoria da qualidade de vida das pessoas.
poupou das acusações. Enquanto seus homens fortes caiam, Lula conse-
A participação em um CONSEG compete a todo cidadão que assume a guiu se manter no cargo e ainda se reeleger, em 2006.
sua parcela na responsabilidade de buscar ativamente soluções para os
Em agosto de 2007, mais de dois anos após ser denunciado o esque-
problemas de segurança pública e esteja disposto a colaborar com o bem-
ma, o STF (Supremo Tribunal Federal) acatou a denúncia da Procuradoria
estar da comunidade da qual faz parte.
Geral da República e abriu processo contra quarenta envolvidos no escân-
Objetivos das reuniões mensais do CONSEG dalo do Mensalão. Entre os réus, estão: José Dirceu, Luiz Gushiken, An-
derson Adauto, João Paulo Cunha, Marcos Valério, Roberto Jefferson, os
Discutir e analisar os problemas comunitários identificados, existentes, quais responderão por crime de corrupção passiva e ativa, formação de
relacionados à segurança; quadrilha, lavagem de dinheiro.
Planejar ações e buscar a viabilização de alternativas de solução Entre fatos e farpas, Mais Médicos encerra o ano no
preventiva com vistas ao tratamento dos problemas de segurança azul
detectados;
Polêmico desde o início, envolto por discussões e debates, o programa
Acompanhar e monitorar a evolução das medidas preventivas Mais Médicos, do Governo Federal, encerra o ano de 2013 com mais de
implementadas; 6.600 profissionais atendendo aproximadamente 23 milhões de brasileiros.
Desenvolver campanhas educativas; O balanço foi apresentado na última segunda-feira (23) pela presidente
E estreitar laços de entendimento e cooperação comunitária. Dilma Rousseff em entrevista ao programa de rádio "Café com a Presiden-
ta". Os médicos trabalham na atenção básica de mais 2 mil municípios e em
Bibliografia 28 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). A meta do Ministério da
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Saúde é chegar à março de 2014, com 13 mil médicos e cobertura de 45,5
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. milhões de brasileiros.
Lançado em 8 de julho pelo Governo Federal, o Mais Médicos destina-
Mensalão. se a convocação de médicos para atuar na Rede de Atenção Básica (AB) de
periferias de grandes cidades e municípios do interior do país, com vagas
Lidiane Duarte
oferecidas a médicos brasileiros e estrangeiros.
Atualidades 25 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Amado por uns, odiado por outros, o programa recebeu críticas dos Corcovado, Copacabana, dunas, Lençóis Maranhenses, cataratas e outras
mais diversos segmentos administrativos. O Conselho Federal de Medicina maravilhas naturais. Somos realmente ricos nesse ponto.
(CFM), desde o início travou uma verdadeira batalha com o governo, contra
o programa. Fundamentalistas e partidos de oposição também integraram o Não se pode negar, contudo, que temos aí uma primeira distorção: é
cerco de reacionários. Para a oposição, o programa apresenta-se como raro investirmos em turismo histórico. O visitante não é incentivado a co-
ferramenta de cabide eleitoreiro. O CFM chegou a recorrer à Justiça para nhecer nossos prédios antigos ou nossas igrejas barrocas. Vamos ao Rio
pedir a suspensão do programa. para andar de bondinho e passear por Ipanema, não para ver como era a
vida da antiga capital do país; o sul de Minas é conhecido pelo Carnaval,
Idas e Voltas ninguém mais vai lá ver Aleijadinho; Porto Seguro é famosa pelas praias,
baladas e Passarela do Álcool, e foi lá que nossa história toda começou.
No início de outubro o CFM se disse até "satisfeito" com o texto aprova-
do na Câmara dos Deputados. Na ocasião, a entidade alegou que não Preciso destacar que adoro esses lugares! Temos, todavia, de discutir
pretendia brigar por mais mudanças. Pelo acordo fechado, o relator da e distribuir as responsabilidades. Muita culpa é nossa mesmo, do povo, que
Medida Provisória (MP) que regulamenta o programa, deputado Rogério não valoriza a própria história. No Brasil só se tem olhos para as belezas
Carvalho (PT-SE), aceitou algumas demandas do CFM, mantendo também naturais e para novas obras. São Paulo está recheada de prédios históri-
intacta a maior parte do texto. Porém, dias depois, mesmo mediante acordo cos, Minas de belas igrejas, o Nordeste de áreas quilombolas, Araraquara
com líderes governistas, o órgão voltou a subir o tom contra o programa e o (interior de São Paulo) tem um museu arqueológico a céu aberto! Espaços
governo. que contam trechos interessantíssimos sobre nossos quinhentos e poucos
anos de vida (ou alguns milhões, no caso dos fósseis de Araraquara). Só
Audiência Pública que não achamos isso interessante. Recebemos um amigo turista em casa
Convocada pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal e o levamos à praia.
(STF), o programa foi alvo de audiência pública, com exposição de repre- A outra parte da culpa é do Governo (federal, estadual e municipal,
sentantes de entidades do governo, do Ministério Público e da sociedade porque todos têm atribuições nessa área), que não investe na manutenção
civil, a fim de se elucidar as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) e revitalização desse patrimônio histórico. Em outras palavras, falta deixar
5035 e 5037, que contestam dispositivos da Medida Provisória que instituiu bonito para que todos queiramos ver. Falta acessibilidade. Falta informação
o programa. em outras línguas (pelo menos em inglês, por obrigação universal, e em
O ministro Marco Aurélio, relator das ADIs, afirmou que pretende liberar espanhol, por respeito a toda a América do Sul), placas explicando a histó-
para julgamento, ainda no primeiro semestre de 2014, as ações que questi- ria e significado do lugar. Informação em outras línguas não é placa de
onam o Programa. Quanto ao caso ser julgado nesse período, o ministro trânsito! Para ilustrar: ano passado (2013), o Ministério do Turismo firmou
lembrou que há uma grande fila de processos na pauta para serem analisa- 20 convênios com diversas cidades para repasse de dinheiro público com
dos, reiterado que é preciso se ater a celeridade da justiça. vistas ao investimento no turismo; 13 deles, mais da metade, R$
6.600.000,00, destinam-se a “sinalização turística”. Por aqui eu só vi placas
Farpas de trânsito! Espero que o conceito de “sinalização turística” do Ministério
Em suas exposições em Audiência Pública, o presidente do CFM, Ro- seja um pouco mais amplo.
berto Luiz d'Avila, disse que o Mais Médicos é feito por "profissionais de Gosto de dar um exemplo emblemático: duas vezes por semana passo
calça curta que chegaram agora e pensam que estão construindo o SUS". em frente à igreja de Santa Cecília, em São Paulo. Religiões à parte, é uma
D'Avila disse que o comentário não foi pejorativo e nem direcionado ao belíssima construção, com obras de Bendito Calixto e um majestoso órgão
Ministro da Saúde Alexandre Padilha, mas segundo o presidente, Padilha se ao fundo da nave principal. Sua inauguração data de 1901 e, mesmo tendo
sentiu ofendido e usou de ironia para tirar satisfações. mais de 100 anos, está bem conservada. Nunca vi ninguém visitando; há,
Em um diálogo rápido, Padilha havia lhe agarrado pelo braço e soltado no máximo, alguns fiéis em suas orações. Na Europa, por outro lado, os
que "da próxima vez, iria de bermuda para agradá-lo". A provocação foi o mapas turísticos dão destaque para construções históricas. Quando vamos
suficiente para que d'Avila desse uma resposta à queima-roupa: "não seria ver, perdem de longe para a igreja de Santa Cecília. Guardadas as devidas
necessário fazer isso, apenas bastava adotar ações coerentes, que não proporções, acho o mesmo da Catedral da Sé, também em São Paulo.
desvalorizem o médico brasileiro." O outro critério, público, liga-se ao turismo interno (feito por brasileiros
pelo Brasil) e externo (quando estrangeiros nos visitam). Para nós mesmos,
Os fatos relatados e as opiniões expressas são da responsabilidade do enfrentamos os altíssimos preços cobrados por aqui (tente comprar uma
autor.João Batista Cirilo passagem aérea para o período da Copa, por exemplo). Os estrangeiros
enfrentam a barreira da língua: mesmo em centros turísticos é difícil encon-
trar a população preparada, falando inglês e espanhol – decentemente,
O potencial turístico brasileiro sem macarronice – além da falta de informações já comentada. Aí é mais
por HENRIQUE SUBI fácil levar para a praia mesmo.
Dava para falar de vários outros pontos polêmicos: violência, turismo
Ano de Copa do Mundo, Olimpíadas logo ali. As críticas sobre infraes- sexual etc.. Deixo esses para os comentários, ok?
trutura (ou a falta dela) já são bastante conhecidas. Porém, independente- Que o legado da Copa e das Olimpíadas seja, além de estádios, aero-
mente desses eventos grandiosos, o Brasil tem um potencial turístico que, portos e guias rebaixadas para acesso das pessoas com mobilidade redu-
a meu ver, nunca foi explorado a contento. zida, um povo mais preparado e interessado em explorar o turismo de
Para analisar essa questão, podemos dividir a atividade turística em di- forma profissional e lucrativa, trazendo benefícios para si mesmo e para o
versos critérios. Vamos nos limitar a duas: o objetivo e o público. país.

Por objetivo me refiro àquilo que vai ser visto no local com a aptidão de
atrair turistas: natureza ou história (estou deliberadamente excluindo o Nelson Mandela
turismo de negócios, porque esse é feito por razões profissionais, não
pessoais). Quando qualquer pessoa vai viajar, esse é um critério relevante O líder sul-africano Nelson Mandela foi um dos mais importantes sujei-
para escolher seu destino. E por que as pessoas viajam para (ou pelo) tos políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo
Brasil? Natureza. Absolutamente natureza. Nossos destinos turísticos mais apartheid, na África do Sul, e se tornou um ícone internacional na defesa
famosos e estruturados são Rio de Janeiro, Salvador, Natal e as demais das causas humanitárias. Nascido em 18 de julho de 1918, na cidade de
capitais praianas. Há um investimento interessante também no Pantanal, Transkei, Nelson Rolihlahla Mandela era filho único do casal Henry Mgadla
Chapada Diamantina, algumas áreas da Amazônia e Foz do Iguaçu. O Mandela e Noseki Fanny, que integrava uma antiga família de aristocratas
ponto é: quando se fala em turismo no Brasil esbarramos sempre em da casa real de Thembu.

Atualidades 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
as leis segregacionistas foram finalmente abolidas com o apoio de Mandela
e Willem de Klerk.
No ano seguinte, a vitória política lhe concedeu o prêmio Nobel da Paz
e, em 1994, foram organizadas as primeiras eleições multirraciais da África
do Sul. A vitória eleitoral de Nelson Mandela iniciou o expurgo das práticas
racistas do Estado africano e rendeu grande reconhecimento internacional à
Mandela. Depois de cumprir mandato, em 1999, Mandela atuou em diversas
causas humanitárias. O líder sul-africano exerceu também um grande papel
na luta contra a AIDS.
Nelson Mandela faleceu em 05 de dezembro de 2013, em sua casa, na
cidade de Johannesburgo, em decorrência de uma infecção pulmonar.
Rainer Sousa

Por que a Síria está em guerra?


Mesmo após ter suas posses e privilégios retirados pela ingerência da
Coroa Britânica na região, a família viveu um período de tranquilidade, até
quando Henry Mgadla faleceu inesperadamente, em ano de 1927. Com essa
reviravolta em sua vida familiar, a mãe de Mandela se viu obrigada a deixar
seu unigênito sob os cuidados de Jongintaba Dalindyebo, parente da família
que tinha condições de zelar pela vida e a educação de Nelson Mandela.
Nesse período de sua vida, o jovem Mandela teve oportunidade de ter
uma ampla formação educacional influenciada pelos valores de sua própria
cultura e da cultura europeia. Com isso, o futuro ativista político conseguiu
discernir como o pensamento colonial se ocupava em dizer aos africanos
que eles deveriam se inspirar nos “ditames superiores” da cultura do Velho
Mundo. Após passar pelas melhores instituições de ensino da época, o bem
educado rapaz chegou à Universidade de Fort Hare.
(Imagem: Wikimedia Commons)
No ambiente universitário, Mandela teve oportunidade de tomar conhe-
cimento da luta contra o apartheid promovida pelo Congresso Nacional O que está acontecendo na Síria?
Africano (CNA). Entretanto, antes de lutar contra o problema social que
tomava seu país, Nelson Mandela se voltou contra as tradições de seu Desde 26 de janeiro de 2011 o país está em guerra civil, o que quer di-
próprio povo ao não se sujeitar a um casamento arranjado. Mediante o zer que os próprios sírios estão lutando entre si. Já morreram mais de 70
impasse, o jovem se refugiou na cidade de Johannesburgo, onde trabalhou mil pessoas e um milhão saíram do país, fugindo da guerra.
em uma imobiliária e, logo em seguida, em um escritório de advocacia. Estão brigando por causa do quê?
Vivendo nesta cidade, Mandela aprofundou ainda mais seu envolvimen- Uma parte do povo sírio quer a saída de Bashar Al-Assad, um ditador
to com as atividades do CNA e deu continuidade aos seus estudos no que comanda o país desde 2000, ou seja, há mais de 13 anos. Ele recebeu
campo do Direito. No ano de 1942, com o apoio de companheiros como o cargo de seu pai, que ficou no poder por mais de 30 anos.
Walter Sisulu e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do CNA. Na década de
1950, os ativistas aliados à Mandela resolveram realizar uma grande mani- E por que, assim, de repente, o povo se cansou dele e pediu pra o
festação de desobediência civil onde protestavam com as políticas segrega- homem sair?
cionistas impostas pelo governo do Partido Nacional. Isso aconteceu por causa da chamada Primavera Árabe, que começou
Essa grande manifestação política resultou na elaboração da Carta da no final de 2010, quando o ditador da Tunísia foi derrubado e incentivou
Liberdade, importante documento de luta onde a população negra oficializa- vários outros países a fazer o mesmo – como, por exemplo, o Egito.
va sua indignação. Em 1956, as autoridades prenderam Nelson Mandela e Ah, sei, aquela história de revolução do Facebook, né?
decidiram condená-lo à morte pelo crime de traição. No entanto, a repercus-
são internacional de sua prisão e julgamento serviram para que o líder Hum, não exatamente. Sim, alguns grupos usaram redes sociais para
ficasse em liberdade. Depois disso, Mandela continuou a conduzir os protes- organizar protestos, mas as derrubadas dos ditadores não aconteceram por
tos pacíficos contra a ordem estabelecida. causa da internet: elas foram possíveis porque as pessoas pressionaram os
governos e foram às ruas. No Egito, que a gente já citou, a primavera só
Em março de 1960, um trágico episódio incitou Nelson Mandela a rever ficou forte mesmo quando o governo cortou a internet do país. Aí o povo foi
seus meios de atuação política. Naquele mês, um protesto que tomou conta mesmo pra rua e derrubou o Mubarak.
das ruas da cidade de Sharpeville resultou na morte de vários manifestantes
desarmados. Depois disso, Nelson Mandela decidiu se empenhar na forma- Tá, mas e na Síria, por que o cara está lá ainda?
ção do “Lança da Nação”, um braço armado do CNA. Naturalmente, o
Porque o conflito deixou de ser só político e chegou às vias de fato. O
governo segregacionista logo saiu em busca dos líderes dessa facção e, em
governo reagiu usando o exército. Aí, grupos da oposição também se
5 de agosto de 1962, Mandela foi mais uma vez preso.
armaram e começaram a combater o governo.
Após enfrentar um processo judicial, Mandela foi condenado à prisão
Só na Síria aconteceu isso?
perpétua, pena que cumpriria em uma ilha penitenciária localizada a três
quilômetros da cidade do Cabo. Nos vinte e sete anos seguintes, Mandela, o Não, na Líbia também, lembra? Mas a guerra civil durou menos.
preso “466/64”, ficou alheio ao mundo exterior e vivia o desafio de esperar
pelo tempo em sua cela. Nessa época, consolidou uma inesperada amizade
com James Gregory, carcereiro da prisão que se impressionou com os
valores e a dignidade de seu vigiado.
Nesse meio tempo, após a desarticulação do movimento anti-apartheid,
novos movimentos de luta surgiram e a comunidade internacional se mobili-
zou contra a sua prisão. Somente em 1990 – sob a tutela do governo conci-
liador do presidente Frederik Willem de Klerk – Nelson Mandela foi liberto e
reconduziu o processo que deu fim ao apartheid na África do Sul. Em 1992,

Atualidades 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ONU: crise de refugiados na Síria é a mais grave desde ge-
nocídio em Ruanda
Em dois anos e meio de conflito, mais de 1,8 milhão de pessoas aban-
donaram a Síria em busca de refúgio
REDAÇÃO ÉPOCA

E os outros países do mundo? Não vão fazer nada?


Pois é, isso é um problemão. A ONU (Organização das Nações Uni-
das) está sendo muito criticada por ficar quieta diante da situação. Ela não
fez nada porque os EUA são simpáticos aos rebeldes (os que querem
derrubar o Assad, o ditador) e a Rússia e a China são simpáticas ao gover-
no que está no poder.
Tá, mas outro dia eu vi que Israel bombardeou a Síria. O que eles
têm a ver com isso? Eles entraram na guerra?
É confuso mesmo. Israel disse que não atacou a Síria por causa dessa
guerra toda, foi por outra coisa. Israel diz que esses ataques foram para
impedir que o grupo terrorista libanês Hezbollah recebesse mísseis irania- Vista aérea do campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, onde
nos. Mas fontes dentro da Síria dizem que, na verdade, os mísseis israe- vivem mais de 100 mil refugiados da guerra da Síria (Foto: Mande)
lenses atingiram alvos militares sírios. Em resumo, não se sabe muito bem O alto comissário para refugiados da ONU, António Guterres, disse
o que é verdade ainda. nessa semana que a guerra civil na Síria já é a pior crise humanitária desde
Nossa, que confusão. Quando vai acabar isso? o genocídio em Ruanda, em 1994. Segundo Guterres, o número de refugi-
ados está perto de chegar a 2 milhões, e começa a se tornar um problema,
Ninguém sabe, infelizmente. Provavelmente a guerra só vai ter fim já que muitos países da região não estão abertos para abrigar os refugia-
quando um dos lado perder. Enquanto isso, tem bastante gente morrendo e dos.
tendo que fugir. Vamos torcer para acabar logo. http://explica.tumblr.com/
>> Análise: Voltamos à década de 80
Assustadas, desesperadas e exaustas, famílias fogem da
"Enquanto o exôdo continua e a perspectiva de uma solução política é
violência na Síria. pequena, há vários sinais de desestabilização em países vizinhos. O Líba-
Em apenas 24 horas, cerca de 10 mil mulheres, homens e crianças fu- no continua aberto aos refugiados, mas o acesso a locais seguros está se
giram da Síria devido a escalada da violência em todo o país. Como a tornando mais difícil para os sírios", disse.
situação de segurança continua a piorar, os refugiados estão cruzan-
do as fronteiras da Jordânia e do Líbano. Mais de 100 mil pessoas morreram no conflito desde março de 2011,
No total já são mais de 750 mil pessoas que deixaram o país, sendo quando a forte repressão do regime de Bashar Al-Assad contra as manifes-
que 2/3 delas não estão vivendo nos campos para refugiados. tações da Primavera Árabe levou o país à guerra civil. Em dois anos e meio
As famílias que chegam aos campos encontram locais superlotados e de conflito, mais de 1,8 milhão de pessoas abandonaram a Síria em busca
trazem consigo pouco mais que a roupa do corpo em pequenas malas ou de refúgio, a maioria nos países vizinhos, como a Jordânia. Segundo Gute-
mochilas. res, seis mil pessoas tentam fugir da Síria todos os dias.
Nesta quinta-feira (18), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry,
visitou um dos maiores campos de refugiados sírios. Zaatari, a cerca de 12
quilômetros de distância da fronteira entre Síria e Jordânia, abriga atual-
mente cerca de 115 mil refugiados. Ao lado de autoridades jordanianas,
Kerry conversou com refugiados, que pediram ajuda do governo americano.
Os refugiados pedem uma zona de exclusão aérea na Síria, para evitar
ataques de aeronaves do regime. Segundo Kerry, os Estados Unidos
estudam "várias opções" para ajudar os refugiados. "Nós estamos tentando
ajudar a oposição, mas não é tão simples quanto parece", disse.
Enquanto isso, novos confrontos entre opositores e forças leais ao re-
gime causaram mortes nesta quinta-feira. Também houve confronto entre
grupos diferentes de rebeldes. Opositores de minoria curda e combates
vinculados à Al Qaeda se enfrentaram perto da fronteira da Turquia, dei-
xando 29 pessoas mortas. 18/07/2013 16h03 –
Crianças são as maiores vítimas da guerra civil na Síria
Do UOL, em São Paulo
Parceiros da ActionAid estão trabalhando com jovens da região há al-
16/03/201406h00
gum tempo e já estão se preparando para aumentar o apoio. Itens de
necessidade urgente como cobertores, roupas de inverno, aquecedores e Crianças sírias brincam com armas de plástico no campo de refugiados
kits de higiene estão sendo distribuídos para mulheres e crianças. Zaatari, localizado próximo à cidade de Mafraq, na fronteira da Jordânia
com a Síria. Pelos cálculos da Unicef, mais de 1,2 milhão de crianças
See more at: http://www.actionaid.org.br/stories/crise-dos-refugiados-da-
refugiadas vivem em acampamentos no Líbano, Jordânia, Turquia e Ira-
siria#sthash.ci4ugcgN.dpuf
que Khalil Mazraawi/AFP

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A Síria é hoje um dos lugares mais perigosos em todo o mundo para Presidente russo considera os Jogos de Sochi um dos pilares para me-
uma criança. A conclusão é do relatório do Fundo das Nações Unidas para lhorar a imagem do país e de seu governo no exterior
a Infância (Unicef), que estima em 5,5 milhões o número de crianças afeta-
das pela guerra civil que completa três anos neste domingo (16). Nos Foto: AF
enfrentamentos entre as forças leais ao presidente Bashar al-Assad e as Os dois atentados cometidos em Volgogrado, com a marca dos rebel-
tropas rebeldes, crianças são usadas como soldados, mão de obra na des islamitas do Cáucaso Norte, têm o objetivo de espalhar o terror a
fabricação de bombas e até moeda de troca, aponta o relatório. poucas semanas do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi e
"Em vez de ir à escola ou brincar, as crianças estão sendo forçadas a representam um desafio para o presidente Vladimir Putin.
trabalhar e recrutadas para lutar na guerra", afirma o relatório da Unicef "É evidente que os atentados estão relacionados com os Jogos Olímpi-
divulgado nesta semana. "Milhares de crianças morreram ou perderam cos de Sochi", afirmou à AFP Alexander Konovalov, presidente do Instituto
braços, pernas, juntamente com cada aspecto de sua infância." de Estudos Estratégicos. Os Jogos acontecerão de 7 a 23 de fevereiro
A Unicef afirma que os números de mortes infantis é o mais alto já re- nesta estação balneária entre o Mar Negro e as montanhas do Cáucaso.
gistrado em conflitos recentes na região. A contagem oficial indica que pelo "Esta série de explosões busca criar uma atmosfera de terror antes dos
menos 10.000 crianças foram mortas durante a guerra civil, mas o relatório Jogos Olímpicos", concordou o analista russo independente Pavel Felge-
admite que esse número provavelmente deve ser bem maior. nhauer.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirma que mais de Pelo menos 14 pessoas morreram na explosão nesta segunda-feira em
136.000 crianças já morreram desde o início da revolta contra o governo do um ônibus elétrico em Volgogrado, sudoeste da Rússia, onde um atentado
presidente Bashar al-Assad, em março de 2011. suicida deixou 17 mortos no domingo na estação ferroviária central desta
As que sobrevivem enfrentam uma situação crítica. Há relatos de me- cidade vizinha do instável Cáucaso Norte, a 1.000 km de Moscou.
ninos de 12 anos sendo recrutados para lutar, enquanto outros trabalham Putin considera os Jogos de Sochi um dos pilares para melhorar a i-
como informantes, guardas ou ajudam a contrabandear armas –expondo-se magem do país e de seu governo no exterior e se comprometeu pessoal-
ao risco de serem mortos pelos soldados sírios. mente a fazer do evento uma "experiência segura, agradável e memorável".
Uma em cada dez crianças sírias refugiadas em campos na fronteira Moscou já gastou mais de 50 bilhões de dólares na preparação do e-
com a Jordânia, Turquia e Líbano está trabalhando, enquanto uma em cada vento, o maior orçamento da história dos Jogos Olímpicos, mas os islamitas
cinco meninas na Jordânia é forçada a se casar para tentar melhorar a ameaçam arruinar o desejo de Putin.
situação da família.
O líder da rebelião islamista do Cáucaso, Doku Umarov, afirmou em ju-
O resultado é o que as Nações Unidas chamam de "geração perdida": lho que seus simpatizantes devem "impedir por todos os meios" a celebra-
crianças traumatizadas pela guerra e que terão dificuldade para se adaptar ção dos Jogos de Inverno.
a uma vida normal. A Unicef afirma que mais de 2 milhões de crianças
precisariam hoje de tratamento psicológico. Mesmo aquelas que vivem nos Os dois atentados, executados na véspera do Ano Novo, a festa mais
campos de refugiados, com acesso a escola e próximas de suas famílias, importante celebrada na Rússia, "são um grande tapa para Putin", destacou
poderão apresentar distúrbios futuramente. Alexei Malachenko, analista do Centro Carnegie de Moscou.

A estimativa é que 1,2 milhão de crianças vivem nos acampamentos, "Isto é o que nos espera para os Jogos. Depois das explosões, milha-
um salto sobre os 260.000 no ano passado. E do total, quase meio milhão res de espectadores não virão a Sochi", disse.
têm menos de 5 anos. As operações dos islamitas do Cáucaso fora de sua região são raras,
Segundo o relatório, outras 323.000 crianças menores de 5 anos estão mas são quase cotidianas no Daguestão, na Inguchétia, em Kabardia-
isoladas em áreas de conflito, onde nem a ajuda humanitária consegue Balkaria e na Chechênia.
chegar. Os atentados de Volgogrado são obra de "um grupo organizado que
Os números mostram como o conflito recrudesceu nos últimos 12 me- atacou em um lugar onde ninguém esperava", disse Malachenko.
ses. Em março de 2013, a guerra civil havia registrado um impacto na vida As autoridades concentram esforços de segurança em Sochi, onde fo-
de 2,3 milhões de crianças e adolescentes. O número dobrou e a guerra ram adotadas importantes medidas de segurança para as Olimpíadas,
não dá sinais de que chegará ao fim em curto prazo. deixando de lado outras cidades, o que poderia explicar a escolha de
"Esta guerra precisa acabar para que as crianças possam retornar para Volgogrado, segundo Felgenhauer.
suas casas e reconstruir suas vida em segurança, com sua família e ami- Quase 40.000 policiais foram mobilizados para garantir a segurança
gos", afirmou o diretor da Unicef, Anthony Lake. "Este terceiro ano de em Sochi e o acesso à cidade de carro ficará proibido para não residentes
conflito que foi tão devastador para as crianças sírias tem que ser o último". a partir de 7 de janeiro, um mês antes da cerimônia de abertura dos Jogos.
Pequenos drones devem vigiar a cidade as 24 horas do dia e o serviço
INTERNACIONAL // VOLGOGRADO secreto pretende controlar todas as ligações telefônicas e acesos a internet
Atentados na Rússia geram dúvidas sobre segurança nos Jogos de de todos os participantes no evento, incluindo atletas e jornalistas, segundo
Inverno denúncias de associações de defesa dos direitos humanos.

Publicado em 30.12.2013, às 13h42 "A Rússia fará tudo o que for indispensável para a segurança do even-
to", o mais importante que o país receberá desde a desintegração da União
Soviética em 1991, insistiu nesta segunda-feira (30) o presidente do Comitê
Olímpico Russo, Alexander Joukov, que descartou novas medidas de
segurança.
Fonte: AFP
Egito vive clima de tensão religiosa após atenta-
dos

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Segundo o padre Sanchez, há nove meses no país, os conflitos entre
grupos islâmicos supostamente ligados a Al-Qaeda e cristãos, principal-
mente ortodoxos coptas, acirraram-se após o suposto sequestro de Camel-
lia Shehata e Wafaa Constantine, duas mulheres ortodoxas que se conver-
teram ao Islã para poderem casar-se com muçulmanos.
“De certa forma, pode-se dizer que existem duas grandes causas para
a diminuição do número de cristãos no Egito: o preconceito que dificulta a
ascensão social e o amor, já que muitas pessoas, sobretudo homens,
precisam converter-se para casar-se com cidadãos islâmicos”, contou o
padre.
“No Egito, as autoridades não entendem a religião como um assunto
privado. Ela está estampada nos nossos documentos e na nossa pele”,
disse a professora Nancy Fahman, mostrando a cruz copta tatuada no
pulso direito quando ela ainda era criança. A tatuagem é costume entre os
ortodoxos e foi, inclusive, utilizada pela polícia para identificar e permitir a
Ataque em igreja copta que matou 23 deixou cristãos do país alarma- entrada de fieis nas celebrações do Natal copta, comemorado no dia 7 de
dos. Governo nega motivação religiosa em atentado que matou 3, na terça janeiro, nas igrejas, que tiveram segurança reforçada. Hoje, não há, no
(11). Cairo, uma igreja cristã que esteja sem proteção policial 24 horas por dia.

No Egito, onde a religião é informação que consta de todos os docu- Sobre o suposto sequestro, Nancy, que tornou-se evangélica, conta
mentos oficiais de qualquer cidadão, como carteira de identidade e passa- que as mulheres Camellia e Wafaa teriam se arrependido da conversão ao
porte, qualquer mudança pode ser fatal. Duas histórias de amor e conver- Islã, o que não teria sido aceito pelos noivos e pela comunidade muçulma-
são foram o estopim para a série de incidentes que começou com na. De acordo com o padre Sanchez, elas estariam refugiadas em um
o atentado que matou 23 pessoas em frente a uma igreja ortodoxa mosteiro. Porém, em entrevista a uma emissora de televisão local, o líder
copta em Alexandria, na noite de Ano Novo, e segue desde então. No máximo da Igreja Ortodoxa Copta, Papa Shenouda III, declarou em que
caso mais recente, na tarde da última terça-feira (11), um policial atirou todos os templos e mosteiros coptas estão abertos à visitação pública e
em mulheres que não usavam véu dentro do vagão de um trem e nada têm a esconder.
assassinou o cristão copta Fathi Said Ebeid, de 71 anos. De fato, prédios como a “Igreja Suspensa”, do século IV, e a igreja de
“Aquele louco ia e vinha pelo trem procurando os cristãos. Vendo um São Sérgio e São Baco, construída sobre uma caverna que teria abrigado
grupo de mulheres e meninas que não usavam véu, concluiu que fossem Jesus, Maria e José durante a fuga para o Egito, estão entre as principais
cristãs e atirou”, manifestou-se publicamente o bispo Dom Morcos, da Igreja atrações turísticas do país. “Copta significa egípcio. Era assim que os
copta em Salamut, cidade da região de Minya, a 200 quilômetros ao sul do egípcios eram chamados pelos árabes, antes da conquista islâmica, no
Cairo, onde aconteceu o incidente. O policial Amir Ashur Abdel Zaher, que século VII. Portanto, cristãos ou muçulmanos, a verdade é que todos os
estava fora do horário de trabalho e usou uma pistola da corporação, foi egípcios são coptas”, afirmou a professora Nancy.
preso, mas as autoridades negam motivação religiosa para o ataque. História
“Aquele louco ia e vinha pelo trem procurando os cristãos. Vendo um Historicamente, os cristãos coptas estão no Egito desde o ano 42, quando
grupo de mulheres e meninas que não usavam véu, concluiu que fossem uma primeira igreja foi fundada pelo evangelista São Marcos, em Alexan-
cristãs e atirou”, manifestou-se publicamente o bispo Dom Morcos, da Igreja dria. Apenas no ano 451, os grupos dividiram-se entre católicos coptas –
copta em Salamut, cidade da região de Minya, a 200 quilômetros ao sul do católicos submetidos à jurisdição do Vaticano, mas que celebram suas
Cairo, onde aconteceu o incidente. O policial Amir Ashur Abdel Zaher, que cerimônias em com um rito próprio – e ortodoxos coptas, após um racha
estava fora do horário de trabalho e usou uma pistola da corporação, foi teológico sobre a natureza humana e divina de Cristo, no encontro de
preso, mas as autoridades negam motivação religiosa para o ataque. bispos chamado de Concílio de Calcedônia. Desde então, os ortodoxos
elegem seu próprio papa, como Shenouda III, considerado sucessor de São
“Isso não tem nada a ver com a religião das vítimas, mas com o estado Marcos.
mental dele”, declarou o governador de Minya, Ahmed Diaa Al-Din, para
quem o policial teria demonstrado frustração com o salário de cerca de 600 As estatísticas sobre o número de ortodoxos coptas variam entre 15%
libras egípcias (cerca de R$ 175 reais). e 20% do total população egípcia, que soma 81,7 milhões de habitantes.
Há, ainda, comunidades de emigrantes que reúnem mais de 1 milhão de
Tenha sido religiosa ou não a motivação para este crime, as comuni- adeptos da religião nos Estados Unidos e mais de 500 mil no Sudão. No
dades cristãs no Egito estão alarmadas. “Nós estamos sendo eliminados Brasil, estima-se em 5 mil o número de ortodoxos coptas. No Egito, há
um a um”, gritou a irmã de Ebeid, Yvonne, durante o funeral, realizado na ainda cerca de 800 mil católicos e protestantes, além de mínimas comuni-
quarta-feira, no Cairo. dades judaicas. Segundo o censo oficial, porém, o número de habitantes
não islâmicos no país caiu pela metade, em 100 anos.
Religiosos católicos, que formam um grupo ainda menor no país, tam-
bém têm expressado preocupação. O governo egípcio, laico, chamou de Apesar da reclamação de que sofreriam restrições sociais e políticas
volta ao Cairo sua embaixatriz junto ao Vaticano, após qualificar como uma no país, os ortodoxos estão representados em dois ministérios no governo
“ingerência inaceitável em assuntos internos” um pronunciamento do Papa do presidente Hosni Mubarak: Finanças e Meio Ambiente. O secretário-
Bento XVI que citava os ataques no Egito, além dos ocorridos nos últimos geral da Organização das Nações Unidas de 1992 a 1996, Boutros Bou-
dias também no Iraque e na Nigéria, para pedir que esses governos garan- tros-Ghali, é outro seguidor proeminente da religião. {JFBC-
tam que cristãos possam praticar sua fé sem discriminação ou violência. Fan}{JFBCLike}
“Simplesmente, não converse sobre religião com ninguém aqui. Este é Sudão do Sul
um assunto muito delicado e que costuma trazer problemas”, aconselhou o
padre mexicano Alberto Sanchez, residente em uma paróquia católica de Sudão do Sul ou Sudão Meridional (em inglês: South Sudan), ofici-
rito latino – o mesmo usado na maior parte das celebrações católicas no almente República do Sudão do Sul (em inglês: Republic of South Sudan)
Brasil – no bairro de Zamalek, no Cairo, onde estão concentradas embai- é um país encravado localizado no nordeste da África. Tem esse nome
xadas e moradores estrangeiros. devido à localização geográfica, ao sul do Sudão.
A paróquia, fundada por missionários combonianos emigrados do Su-
dão em 1888, hoje não tem um sacerdote que seja egípcio por nascimento.
Ela atende principalmente a comunidades de “refugiados da fome” da
Eritreia e da Etiópia, mais ao sul do continente africano.

Atualidades 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Imeretinsky, além das infraestruturas na Clareira Vermelha, que também
foram novas.
Além disso, a preparação para os Jogos esteve envolvida em várias
polêmicas, como o alto nível de corrupção por parte das autoridades rus-
sas, os altos níveis de poluição e os conflitos entre a comunidade LGBT e
autoridades russas.
Esses foram também os primeiros Jogos Olímpicos sob a presidência
do alemão Thomas Bach a frente do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Para onde vai a Crimeia?
por HENRIQUE SUBI em 7/mar/2014 • 11:37

A primeira pergunta, na verdade, pode ser: onde fica a Crimeia?


A Crimeia é, oficialmente, parte da Ucrânia. Trata-se da região penin-
sular que é envolta pelo Mar Negro e está bastante próxima do litoral russo,
conforme o mapa abaixo:

O que é hoje o Sudão do Sul era parte do Sudão Anglo-Egípcio e tor-


nou-se parte da República do Sudão, quando ocorreu a independência
deste em 1956. Após a Primeira Guerra Civil Sudanesa, o sul do Sudão
tornou-se uma região autônoma em 1972. Esta autonomia durou até 1983.
A Segunda Guerra Civil Sudanesa desenvolvida anos depois, resultou
novamente na autonomia da região, através do Tratado de Naivasha,
assinado em 9 de janeiro de 2005 no Quênia, com o Exército Popular de
Libertação do Sudão (SPLA/M). Em 9 de julho de 2011, o Sudão do Sul
tornou-se um estado independente. Em 14 de julho de 2011, o Sudão do
Sul tornou-se um Estado membro das Nações Unidas (ONU). O país entrou
para a União Africana em 28 de julho de 2011.
Além da divisa com o Sudão ao norte, o Sudão do Sul faz fronteira a Sua história é bastante conturbada: dada sua posição geográfica es-
leste com a Etiópia, ao sul com o Quênia, Uganda e República Democrática tratégica, a área sempre foi objeto de intensas disputas territoriais – desde
do Congo e a oeste com a República Centro-Africana. o Império Romano até a Segunda Guerra Mundial. Até então, era parte da
União Soviética. Em 1954, foi doada para a Ucrânia. Sua população, toda-
O Sudão do Sul, também chamado de Novo Sudão, possui quase to- via, é composta majoritariamente por pessoas de descendência russa, de
dos os seus órgãos administrativos em Juba, a capital, que é também a forma que, para evitar tentações separatistas, o governo ucraniano conce-
maior cidade, considerando a população estimada. Apesar de ser rico deu-lhe, em 1992, o status de República autônoma. Desde então, possui
em petróleo, o Sudão do Sul é um dos países mais pobres do mundo, com um Presidente e Parlamento próprios, mas mantém-se politicamente vincu-
altas taxas de mortalidade infantil, e um sistema de saúde considerado um lada, em termos constitucionais, a Kiev.
dos piores do mundo. Em termos de educação somente 27% da população
acima dos 15 anos sabe ler e escrever, chegando a 84% o índice de anal- O ponto é que a ideia de evitar pretensões de separação aparentemen-
fabetismo entre as mulheres e boa parte das crianças não frequentam te não deu certo. O parlamento regional da Crimeia aprovou por unanimi-
unidades escolares. dade, na esteira da crise política que envolve a Ucrânia (que comentamos
emoutro post), sua intenção de voltar a pertencer à Federação Russa. A
No Sudão do Sul encontram-se 75% das reservas de petróleo do anti- notícia, inclusive, já chegou ao Kremlin e, certamente, foi vista com bons
go Sudão localizadas sobretudo na região de Abyei, que correspondem a olhos. A Rússia mantém uma base militar na cidade de Sebastopol, ao sul
98% da receita do novo país. No norte também encontram-se da península, sua principal base de monitoramento do Mar Negro.
os oleodutos responsáveis pelo transporte do petróleo até o Mar Vermelho.
A decisão ainda depende de referendo da população local, que irá de-
Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, oficialmente Jogos da XXII O- cidir se concorda em voltar ao território russo ou se permanece na Ucrânia.
limpíada de Inverno, aconteceram entre 6 e 23 de fevereiro e teve como
sede principal Sóchi e como subsede o resort da Clareira Vermelha, locali- A medida, de toda forma, coloca combustível na já explosiva situação
zados no krai de Krasnodar, na Rússia. Os Jogos Paralímpicos estão política da Ucrânia. A Crimeia aparece como uma liderança regional articu-
sendo geridos pelo mesmo comitê organizador (SOGOC). lada definitivamente pró-Rússia (tanto que se recusa a reconhecer a depo-
sição do Presidente ucraniano), de sorte que os defensores da aproxima-
Esta foi a segunda vez que a Rússia sediou as Olimpíadas e a primeira ção do país com a União Europeia terão de lidar com mais esse fator de
vez que sediou os Jogos Olímpicos de Inverno.3 Anteriormente, o país desestabilização. Representantes do Governo já tratam a decisão regional
sediou dos Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, enquanto ainda fazia como inconstitucional, demonstrando que relutarão em reconhecer a auto-
parte da União Soviética. Sóchi foi a primeira cidade subtropical a sediar os nomia política da Crimeia.
Jogos de Inverno, sendo conhecida como destino de verão por causa do
seu clima moderado. No fundo, esse é o resultado de questões políticas mal resolvidas. A
própria condição de “República autônoma” parece conferir à Crimeia o
Os Jogos foram realizados em dois clusters, o costeiro em Sóchi sedi- direito de decidir sua organização administrativa, tanto que possui Poder
ando os esportes de gelo e o das montanhas sediando os eventos de neve Executivo e Legislativo desvinculados do resto do país. De outro lado, ela
na Clareira Vermelha. não é um Estado soberano (porque pertence politicamente à Ucrânia),
A preparação para os Jogos não envolveu apenas os locais de compe- então não poderia tomar decisões de reflexo internacional. Fica criado,
tição, mas também grandes obras nos sistemas de telecomunica- portanto, mais um impasse em um lugar que já não consegue dar conta de
ções, potência elétrica, e transportes na área de Sóchi. Essas melhorias tantos outros que sua história recente foi acumulando com o passar dos
incluíram a construção de várias arenas na costa do Mar Negro, no Vale anos.

Atualidades 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A crise da Ucrânia e a importância estratégica da Cri- Esse movimento desagradou profundamente os governos ocidentais,
meia notadamente a União Europeia e os Estados Unidos, que não vêem com
bons olhos um eventual crescimento do imperialismo russo na região. Por
A invasão da Crimeia, assinada pelo presidente ucraniano Viktor Ianu- esse motivo, o presidente estadunidense Barack Obama vem articulando
kovich pelo valor estratégico, histórico e cultural. uma série de sanções diplomáticas e comerciais contra a Rússia para
A importância estratégica da Crimeia está na sua localização e posição enfraquecer Moscovo e pressionar Putin a recuar, o que vem contribuindo
geográfica, além de oferecer vantagens económicas e comerciais. para elevar a tensão tanto em nível local quanto em escala mundial.
A Crimeia é uma província semiautónoma da Ucrânia localizada na re- Nicolás MaduroOrigem
gião sul do país, em uma península situada às margens do Mar Negro.
Trata-se de uma zona que, apesar de fazer parte do território ucraniano, Nicolás Maduro Moros (Caracas, 23 de novembro de 1962) é
ainda possui fortes relações étnicas e políticas com a Rússia, sendo um um político venezuelano, atual presidente de seu país. Depois de, como
dos principais entraves entre os dois países em âmbito diplomático. vice-presidente constitucional, assumir o cargo com a morte do presidente
reeleito Hugo Chávez, foi eleito em 14 de abril de 2013 para mandato
O principal valor estratégico da Crimeia é, sem dúvida, a sua posição integral como 57º presidente do país.
geográfica. A região representa uma saída importante para o Mar Negro,
que é o único porto de águas quentes da Rússia. Isso significa que essa Carreira
zona possui relevância tanto em nível comercial quanto no plano militar Ex-militante da Liga Socialista da Venezuela, trabalhou desde jovem
para os russos, por facilitar a movimentação de cargas e por garantir o como maquinista no Metropolitano de Caracas. Chegou a dirigir o sindicato
controlo do canal que liga esse mar ao Mar de Azov. dos metroviários da capital nacional.
Outro ponto importante é o valor económico da província, que é uma Em 1998 Maduro passou a compor as fileiras do partido MVR, e se
grande produtora de grãos e vinhos, apresentando também uma avançada envolveu na vitoriosa campanha presidencial de 1998 em que Hugo
indústria alimentícia. Os portos da Crimeia também são responsáveis por Chávez foi pela primeira vez eleito Presidente da Venezuela. Foi eleito
boa parte do escoamento da produção agrícola ucraniana que segue em deputado para a Assembleia Constituinte de 1999, que fez a redação de
direcção à Europa e à própria Rússia, além de ser o ponto onde o país uma nova Constituição neste mesmo ano.
realiza uma considerável parte de suas importações, incluindo o gás russo.
Em 2000 foi eleito deputado da Assembleia Nacional, cargo para qual
Em um acordo firmado em 2010, a Rússia instalou uma base militar foi reeleito nas eleições legislativas de 2005, logrando pouco depois a
em Sebastopol, cidade localizada no sul da Crimeia, com a permanência indicação para a presidência do parlamento.3 No ano de 2006 deixa este
prevista até o ano de 2042. Em troca, o governo de Moscovo cedeu US$ 40 cargo a pedido do presidente Hugo Chávez para ingressar no gabinete
bilhões de dólares em gás natural, fonte de energia da qual a Ucrânia é ministerial como chefe do Ministerio del Poder Popular para los Asuntos
extremamente dependente. Exteriores (Ministério das Relações Exteriores), substituído o então ministro
Alí Rodríguez Araque (atualmente Secretario Geral da UNASUL).
Em 10 de outubro de 2012, passados três dias das eleições
presidenciais, foi nomeado novo vice-presidente executivo ocupando o
posto deixado por Elías Jaua que estava a concorrer como governador do
estado de Miranda.
Com a licença do presidente Chávez em dezembro de 2012 para
tratamento médico, assumiu a presidencia interina da Venezuela. Assumiu
o poder após Hugo Chávez morrer na tarde de 5 de março de 2013.4 Antes
de viajar a Cuba para a última fase do tratamento contra o câncer, Chávez
chegou a pedir unidade da população "em favor da Revolução Bolivariana"
defendida por ele e pediu apoio ao vice-presidente.

Além de todos esses factores, na região concentra-se uma grande


quantidade de povos ligados à Rússia, utilizando o idioma do país vizinho.
Essa população corresponde a 60% dos mais de dois milhões de habitan-
tes da região, que foi cedida à Ucrânia ainda na época da União Soviéti-
ca pelo líder do Partido Comunista, Nikita Khrushchev. Nesse sentido, tanto
o governo russo quanto o governo ucraniano procuram intensificar o senti-
mento nacionalista na região para ambos os lados a fim de ampliarem a
influência ideológica local, actualmente polarizada entre os «pró-Rússia» e
os «pró-Ucrânia», esses últimos mais conhecidos como «pró-Europa», por
serem favoráveis a um estreitamento das relações comerciais com a União
Europeia.
Essa questão, inclusive, está no centro da crise que atingiu o país nos
últimos tempos, resultando em uma série de protestos que derrubou, res-
pectivamente, o primeiro-ministro, Mykola Azarov, e o presidente, Viktor
Yanukovich, com a instituição de um novo governo. Essa mudança de
poder foi uma represália à ação do então presidente que se recusou a Eleição
assinar um tratado que estreitaria as relações comerciais ucranianas com a
União Europeia, preferindo aproximar-se economicamente da Rússia, o que Em 14 de abril de 2013, Maduro foi eleito com 50,66% dos votos contra
desagradou os comandos pró-Europa. 49,07% de seu opositor, Henrique Capriles Radonski – governador do
estado de Miranda e também o candidato da oposição na eleição anterior
O presidente russo, Vladimir Putin, então considerou essa tomada de contra Hugo Chávez, em outubro de 2012 – uma diferença de cerca de 220
poder como uma ação ilegítima. Assim, a região da Crimeia passou a ser mil votos numa eleição com cerca de 19 milhões de eleitores registrados. A
dominada por um comando pró-Rússia, que vem procurando ampliar a participação eleitoral foi de 78,71%.
autonomia da região e consolidar um centro de oposição ao novo governo
instaurado. Deste modo, sob a justificativa de «normalizar» a situação e
estabelecer uma protecção aos cidadãos russos, a Rússia enviou tropas
para a Crimeia, ocupando aeroportos e bases militares na província.

Atualidades 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A posse Maduro desafia Obama antes de mais manifestações na
Venezuela
No dia 19 de abril de 2013 Maduro foi empossado na Assembleia Publicado em 2014-02-22
Nacional Venezuelana tendo a presença de vários líderes estrangeiros, , atualizado em 2014-02-22
entre eles, Dilma Rousseff. No discurso de posse, Nicolás Maduro,
ressaltou que está disposto a conversar com diferentes setores da política
venezuelana pela unidade nacional.
Quero um diálogo direto com o camponês, o trabalhador, a classe mé-
dia. Que demos um abraço. Se têm diferenças, mantenham. Mas se acei-
tam meu convite, venham comigo. Nós garantimos a paz desse país. Só
estou aqui pelas circunstâncias histórias. Estou disposto a conversar até
com o novo Carmona (Henrique Capriles) se for necessário, para que
acabe o ódio contra o povo venezuelano .
— Nicolás Maduro, presidente da Venezuela
O mandato
Principais locais de protesto e zonas onde morreram mani-
Ele propôs ao no final de março de 2013, uma lei sobre o festantes
desarmamento, que entrou em discussão na Assembleia Nacional para
regular e limitar a posse, compra e venda de armas e munições para os O presidente da Venezuela desafiou o seu homólogo norte-americano,
indivíduos. Barack Obama, para um "diálogo de alto nível" entre os dois governos,
enquanto a oposição protesta contra o seu executivo. Para este sábado
Em novembro a embaixada da Venezuela em Lisboa indicou que a estão marcadas duas manifestações em Caracas, a favor e contra Nicolas
imprensa confundiu as "boas-vindas" à época natalícia pelo Presidente do Maduro. Os protestos na Venezuela dos últimos dias já fizeram oito mortos.
país, Nicolás Maduro, como uma antecipação do natal Decretou o dia 8 de
dezembro como dia da Lealdade e do Amor ao Comandante Supremo "Eu peço um diálogo consigo, Presidente Obama... entre a Venezuela
Hugo Cháves. patriótica e revolucionária e os Estados Unidos e o seu Governo. Aceite o
desafio para realizarmos um diálogo de alto nível e colocar a verdade sobre
Durante sua turnê europeia, as relações com Portugal melhorou, fiz um a mesa", disse Maduro, numa conferência de imprensa com jornalistas
pacto de 14 acordos de cooperação bilateral, principalmente em tecnologia, estrangeiros.
alimentação, saúde, esportes e cultura.
O repto de Nicolás Maduro surge depois de o Governo dos Estados U-
Um ano depois de sua inauguração, uma pesquisa mostrou que 61% nidos negar ter ameaçado a Venezuela com represálias caso mantenha
dos venezuelanos aprovam a gestão, e 70% as medidas econômicas. Em preso o líder opositor Leopoldo López, cuja detenção, alertou, pode ter um
fevereiro de 2014, inaugurou o Conjunto Habitacional Cidade Zamora, no "efeito intimidante" em toda a oposição venezuelana.
estado de Miranda, atingindo 600 mil casas construídas durante seu
governo. Na resposta ao desafio de Maduro a Obama, o chefe da diplomacia
norte-americana disse que "a utilização da força e da intimidação judicial
Manifestações e desaprovação do governo pelo Governo contra cidadãos e figuras políticas que exercem o seu legíti-
No inicio de fevereiro, manifestantes estudantis protestaram contra a mo direito de protesto é inaceitável e apenas potencias as probabilidades
baixa segurança em vários estados do país. Inicialmente, estudantes no de violência".
estado de Táchira, que exigiam maiores medidas de segurança, foram Maduro insistiu ainda nas críticas à cobertura noticiosa da estação
presos por desordem pública. O evento gerou outros protestos neste CNN no seu país e pediu aos responsáveis da estação "equilíbrio" e a
estado e em Mérida, que resultaram em distúrbios e mais prisões. Por "retificação" para que se mantenha na programação dos operadores de
conta dos violentos excessos por parte da guarda nacional intensificada e televisão por cabo.
com o problema de segurança decorrente, as manifestações cresceram e a
reprovação do governo aumentou, foram levantados em pauta outros Na quarta-feira, Nicolás Maduro tinha anunciado que iria expulsar do
problemas do país como por exemplo os altos números de inflação do país o representante do canal e acusou a CNN de fazer "propaganda de
governo de Maduro que chegou a 56,2% em 2013, produtos de consumo guerra" contra a Venezuela. Toadavia, a CNN disse ter recebido do Gover-
básico como leite, açúcar e papel higiênico se esgotaram nos no venezuelano uma comunicação em que revoga a autorização de traba-
supermercados. lho do seu correspondente Osmary Hernández. G + 1
Manifestantes pro-Maduro também foram as ruas para dar apoio ao GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL
atual governo e houve enfrentamentos violentos entre os dois lados.
Os números de pessoas detidas, liberadas, presas e feridas nas Crises Políticas pelo Mundo: Procurando pela verdade na Venezu-
manifestações muda a todo momento, na medida em que se resolvem ela
casos individuais, e também muda de acordo com as fontes, até o dia 13 de por ANDRE FIORAVANTI
fevereiro 3 pessoas foram mortas, e 66 foram feridas.
Fonte: CNN – 21/02/2014 – Por Fernando del Rincon, Carlos Mon-
Vida pessoal tero, Adriana Hauser, Gabriela Matute e Katie Hawkins-Gaar
É casado com Cilia Flores, advogada e deputada da Assembleia As imagens vindas da Venezuela nas últimas semanas foram arrasado-
Nacional da Venezuela pelo Distrito Capital. Quando Maduro deixou suas ras: tropas atirando, protestantes lançando pedras, pessoas sangran-
funções de deputado na Assembleia Nacional da Venezuela em agosto de do. Assim como o gás lacrimogêneo que emabaça as cenas das fotos, uma
2006 para assumir a pasta ministerial de relações exteriores, Flores (sua completa image da verdade nos confrontos é também bastante nebulo-
esposa) foi eleita como presidente da Assembleia Nacional, sendo a sa. Alegações de censura, auto-censura e manupulações gráficas tornou
primeira mulher venezuelana a alcançar este cargo. difícil para os espectadores — especialmente venezuelanos — a formar
uma imagem completa daquilo que está ocorrendo.
Um apagão na mídia bloqueou o fluxo de informação durante alguns
dos dias mais intensos dos confrontos entre protestantes contrários ao
governo e as autoridades. Além disso, regulamentações severas pressiona-
ram a imprensa a retratar de forma suave os eventos de violência. Existe
mais liberdade na mídia social, mas várias acusações foram feitas de que

Atualidades 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
estes canais de comunicação foram poluídas por fotos falsas e informações As acusações encontram espaço nos meios de comunicação estatais, e o
incorretas. O governo supostamente bloqueou o acesso ao Twitter durante governo se queixa de que os outros são tendenciosas contra ele. Em
os protestos da última semana. Carlos Acosta, um jornalista de uma em- entrevista à CNN, o embaixador da Venezuela na Organização dos Estados
presa start-up criada especificamente para cobrir os eventos na Venezuela, Americanos, Roy Chaderton, acusou a imprensa internacional de não
disse: promover uma cobertura isenta. Refletindo sobre os protestos, ele disse:
“Estamos esperando a evolução democrática desses eventos, dos quais
As pessoas não sabem o que está acontecendo e dependem das peri- tem havido muito pouca cobertura da posição do governo”.
gosas ou benéficas redes sociais, pois nelas você pode obter informações
confiáveis. Mas lá você também pode encontrar pessoas que irão informar O governo já havia iniciado um diálogo com a oposição, incluindo reu-
erroneamente por interesses pessoais. niões com prefeitos e governadores de oposição. “Mas isso não é notícia”,
disse Chaderton. “O que vende é um carro incendiado, ou uma morte onde
A plataforma iReport da CNN, uma rede de notícias gerada por usuá- se culpa o governo ou a oposição”. As câmeras estão focadas em policiais
rios, recebeu mais de 2.700 contribuições vindas da Venezuela na semana nas ruas, e não sobre os manifestantes que atiram pedras ou coquetéis
passada. Destas, mais de 120 foram verifidos por produtores e publicados molotov, disse Chaderton.
na CNN. Estas contribuições informam, em sua maioria, eventos que não
chegaram aos canais de comunicação tradicionais da Venezuela. Em uma Twitter gera problemas
delas, um video começa por um contraste: o Presidente Nicolas Maduro
informando na televisão que tudo está sob controle enquanto ao mesmo Não apenas o conteúdo, mas também o acesso aos meios de comuni-
tempo em que as tropas da guarda nacional atiram gás lacrimogêneo. cação social tem sido um obstáculo para a coleta de informações. Aqueles
que tomaram o caminho da mídia social acusam o governo de bloquear o
Esta e outras reportagens trazem visões não publicadas, mas qual é a acesso ao Twitter. Centenas de usuários do Twitter na Venezuela relataram
história completa? É de fato um desafio descobrir quando material não dificuldades com o serviço, e um representante do Twitter confirmou que
verificado se viraliza na internet e o governo bloqueia a imprensa. imagens postadas neste serviço foram bloqueadas no país. O regulador de
radiodifusão venezuelano negou que o governo interferiu.
Apagões na Imprensa
A Ministra de Comunicações da Venezuela, Delcy Rodriguez, também
Os protestos atraíram a atenção do mundo neste último 12 de feverei- usou o Twitter para enfrentar os usuários do Twitter. “A mídia social está
ro, quando dois manifestantes contrários e um defensor do governo foram sendo usada por golpistas violentos para criar ansiedade no público em
mortos. No dia anterior, de acordo com a Human Rights Watch, a autorida- uma operação psicológica de grande escala”, disse ela. “Laboratórios de
de de radiodifusão estatal alertou que a cobertura da violência poderia imprensa poderosos estão sendo empregados para desenvolver uma
violar uma lei controversa, que proíbe a difusão de material que “fomenta a guerra psicológica sem precedentes contra a Venezuela.”
ansiedade ” ou “incita ou promovam o ódio e a intolerância por razões
políticas”. O Instituto de Imprensa e Sociedade monitorou 38 estações de Separando o fato da ficção
rádio no dia dos assassinatos e descobriu que apenas cinco destas relata-
vam eventos relacionados à violência letal, enquanto que 30 estações Contar toda a história na Venezuela não é um desafio novo. A repres-
transmitiam programações leves”. As outras três transmitiam a posição do são do governo sobre a imprensa privada deixou pouco espaço para a uma
governo. O silêncio da mídia “negou à cidadania o direito à informação de visão fora da história oficial. Jornalistas venezuelanos na Flórida criaram
interesse público e de relevância para a segurança dos moradores das um novo canal online chamado ElVenezolanoTV. Estava programado para
cidades onde as manifestações se desenrolaram “, disse o instituto em um ir ao ar na próxima semana, mas os protestos causou a antecipação da sua
relatório. estreia. Muitos dos jornalistas deste canal são considerados “da oposição ”
pelo governo venezuelano, mas estes dizem que seu objetivo é apresentar
O comediante Luis Chataing disse à CNN que entende as restrições um jornalismo imparcial. O governo tem um convite para entrar no ar a
sob as quais a mídia está trabalhando, mas “isso não ajuda em nada para o qualquer hora, eles informam.
panorama se tornar mais claro e para que a paz seja alcançada o mais
rápido possível”, e ainda “Ter que nos informar através da imprensa estran- As grandes redes, como a CNN, também passam por grandes dificul-
geira é vergonhoso. “ dades para verificar as informações que são submetidas. Produtores preci-
sam falar com a pessoa que enviou as informações, várias verificações
Manipulação de fotos cruzadas são feitas para confirmar se a imagem é original e todas as ale-
gações são levadas em conta. Em um caso, um vídeo violento que retrata
A mídia social está desempenhando um papel vital como um canal sem manifestantes e autoridades conflitantes levou mais de 10 horas para se
filtros para compartilhar imagens dos protestos e supostos abusos. Os conseguir a verificação do fato e aprovação da matéria. O esforço valeu a
apoiantes do governo estão tentando colocar em dúvida a credibilidade de pena, disse Juan Muñoz , diretor de mídia social para a CNN.
fotos compartilhadas pela oposição, lançando sua própria campanha para
descobrir se o que é mostrado se trata de manipulação de imagens. Websi- Coreia do Norte afirma ter mísseis para atacar os EUA
tes e usuários de mídias sociais que apoiam o governo estão circulando
uma série de exemplos de imagens que a oposição afirma ser a partir dos por Lusa08 março 2013
confrontos Venezuela, mas são, na verdade, arquivar fotos de outros even-
tos.
Uma foto de um estudante sendo enforcado por um soldado no Chile,
em 2011, por exemplo, foi compartilhada por membros da oposição para
retratar de forma falsa a violência atual na Venezuela, partidários do gover-
no dizem. Um usuário do Tweeter, para mostrar o tamanho do apoio ao
movimento anti-governo, compartilhou uma foto de uma longa cadeia
humana que se estende ao longo de uma estrada no estado de Táchira.
Mas a foto parece ter sido originalmente publicado no ano passado em um
jornal espanhol e, na verdade, retrata manifestantes na Espanha.
Os exemplos de fotos manipuladas são apenas uma gota no oceano de
imagens que estão sendo compartilhados em redes sociais, mas às vezes
isso é tudo o que é necessário para semear sementes de dúvida.
A Posição do Governo
O governo de Maduro faz suas próprias afirmações – que os manifes- Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, durante uma visita a um desta-
tantes estão em conluio com os Estados Unidos, que há início de golpe, camento militar localizado próximo da fronteira com a Coreia do SulFotogra-
que a oposição está por trás das mortes – mas raramente oferece provas. fia © Reuters

Atualidades 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Um general do Exército Popular da Coreia do Norte garantiu hoje dente, nunca a um ministro. Restariam ainda 24 ministros. Uma emenda
que mísseis nucleares capazes de alcançar os Estados Unidos, estão constitucional tem de limitar o número de ministros, bem assim, em função
prontos para serem lançados, uma nova ameaça que surge em respos- das respectivas populações, o de secretários de Estados e municípios, nos
ta às novas sanções das Nações Unidas. quais os abusos são intoleráveis.
O general Kang Pyo-yong afirmou que a Coreia do Norte conseguiu re- Além disso, a administração pública federal abrange 303 autarquias,
duzir o tamanho e o peso das suas ogivas atômicas, de forma a instalá-las fundações e empresas estatais - enquanto, nos EUA são apenas 62. A
em mísseis de longo alcance, que transformariam Washington e outros maior parte das 45 autarquias não educacionais e das 14 fundações pode-
centros nevrálgicos dos Estados Unidos e dos seus aliados "num mar de ria ser transformada em superintendências dos ministérios a que estejam
fogo", escreve o jornal Rodong Sinmun. vinculadas, e 100 das 141 empresas estatais poderiam ser extintas ou
privatizadas. Essas medidas importariam, ainda, na cessação de numero-
Além disso, segundo o mesmo responsável, as tropas norte-coreanas sas despesas de custeio, como as relativas a cargos em comissão; gratifi-
estão preparadas para a guerra e que apenas precisam de receber uma cações; locação de imóveis; aquisição de computadores, máquinas, equi-
ordem nesse sentido por parte dos seus líderes. pamentos, mobiliário, automóveis e materiais de escritório; passagens e
Apesar de a Coreia do Norte, na sua habitual retórica belicista, já ter a- diárias; edição de revistas e boletins.
firmado noutras ocasiões que os Estados Unidos estão ao alcance do seu No que concerne à burocracia, levantamento do Instituto Brasileiro de
arsenal atómico, especialistas internacionais mantêm a sua opinião de que Planejamento Tributário concluiu que "a União, os Estados e os municípios
o regime não possui, até hoje, tecnologia suficiente para instalar ogivas editam, em média, 776 normas a cada dia útil, entre leis, medidas provisó-
nucleares nos seus mísseis. rias, decretos e outras", e, no total, "13 milhões de palavras foram escritas
A nova ameaça, conhecida hoje, surge depois de Pyongyang ter pro- desde a Constituição de 1988 para tentar reger o País, publicadas na forma
metido revogar os acordos de não-agressão assinados com Seul, no final de 4,4 milhões de normas". Essa loucura só cessará se as fontes - ministé-
da Guerra da Coreia (1950-53), em resposta à mais recente resolução do rios, secretarias, autarquias, conselhos, departamentos, etc. - forem extin-
Conselho de Segurança das Nações Unidas. tas ou reduzidas.

A ONU endureceu, esta quinta-feira, as sanções contra a Coreia do Além disso, o povo clama pelo "corte" das despesas supérfluas no Or-
Norte devido ao seu programa nuclear e estabeleceu novas restrições, çamento da União. É oportuno lembrar que o orçamento público nasceu
especialmente de caráter financeiro, em reação ao terceiro ensaio nuclear com a Magna Carta de 1215. Ela foi imposta ao rei João sem Terra, da
levado a cabo, em fevereiro, pelo regime de Kim Jong-Un. Inglaterra, para que a despesa real fosse limitada pela receita autorizada.
Foi imposta para fazer cessar o abuso real consistente no aumento arbitrá-
As passeatas e o déficit zero rio da despesa e criação de tributos para custeá-la. O orçamento público
nasceu, portanto, sob o signo do déficit zero.
16 de julho de 2013 | 2h 05
A propósito, uma semana antes das passeatas populares, o eminente
CID HERACLITO DE QUEIROZ * professor Delfim Netto, antevendo, ao que parece, a eclosão do movimento
Estenderam-se por todo o País, com amplo sucesso, as passeatas dos popular, voltou a defender, como em 2005, o "déficit nominal zero", um
estudantes, com a adesão da classe média, o apoio de toda a Nação e, lema substancioso para a necessidade essencial de que as contas públicas
infelizmente, a infiltração de vândalos amadores e profissionais. O objetivo não continuem a apresentar sucessivos déficits anuais, encobertos pela
central era, inicialmente, a anulação do aumento das passagens dos trans- fantasia do superávit primário, aquele que ignora as obrigações relativas
portes públicos - ônibus, metrô, trens etc. -, alcançada em poucos dias. aos juros da dívida pública. Na ocasião, em palestra divulgada pela Carta
Subsistiram, então, os propósitos mais genéricos, como a melhoria na Mensal da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
prestação dos serviços públicos, especialmente o sistema hospitalar e o Turismo) e pela Revista Forense, citamos diversas medidas para ensejar,
ensino público, a eliminação da burocracia, o combate à corrupção e o fim em curto prazo, o ideal do déficit zero.
da despesa pública com finalidades supérfluas, nos três níveis de governo O governo está anunciando "cortes" no Orçamento, mas na própria
e nos três Poderes. semana das primeiras passeatas o Diário Oficial (de 21/6) revelou, espan-
Como solução de urgência, o governo federal cogitou de uma imprati- tosamente, que a erradicação da corrupção no plano federal dependia de
cável Constituinte e propôs um inoportuno e descabido plebiscito que não dinheiro. Tanto assim que o governo obteve autorização do Senado para
importa em nenhuma ação imediata, mas numa consulta complexa para o contrair um empréstimo de US$ 18 milhões no Banco Interamericano de
eleitorado, a respeito de temas que nem sequer foram mencionados nas Desenvolvimento (BID) para "financiamento parcial do Programa de Forta-
passeatas. "O plebiscito feito com poucas opções é golpe e feito com lecimento da Prevenção e Combate à Corrupção da Gestão Pública Brasi-
muitas opções é impraticável", sintetizou, enfaticamente, o consagrado leira"! Quanto à gastança, foi sancionada, na mesma semana, a Lei n.º
senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Ora, o clamor público já indicou as 12.834, que, em plena crise, institui um fundo contábil para o caju, com
ações que o governo tem de desfechar, sem plebiscito, sem demora, sem recursos orçamentários!
consultas, sem reuniões, e que dependem apenas de medidas provisórias, Que Deus ilumine o governo.
decretos e ordens verbais.
CID HERACLITO DE QUEIROZ É ADVOGADO E FOI PROCURADOR-
A administração pública no Brasil rege-se, entre outras, por uma lei i- GERAL DA FAZENDA NACIONAL.
nexorável: quanto maior for o tamanho da administração pública, maior será
a corrupção, maior será a produção de normas legais ou regulamentares, A tática “black bloc”
maior será a burocracia, maior será a lentidão da ação administrativa, maior
por HENRIQUE SUBI
será a despesa pública e menor será a sua força. Poderia ser chamada de
"Lei Golias".
Portanto, a desejada melhoria dos serviços públicos depende primei- Como sói acontecer debaixo da linha do Equador, estamos importando
ramente da redução do tamanho da administração, com a consequente datas festivas, estilos de comédia e ideais políticos dos EUA e da Europa.
redução da corrupção. A presidente não pode continuar cercada por 39 Hoje nossas crianças comemoram o Halloween (pergunto-me quando
ministros (nos EUA são apenas 17). Podem ser imediatamente extintos os começaremos a comer peru no Dia de Ação de Graças), divertimo-nos com
sete ministérios supérfluos - Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, comédia stand up (que Chico Anysio já fazia na década de 1960 sem todo
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Esporte, Turismo, Integração esse alarde) e temos a ação do black bloc em nossas manifestações.
Nacional e Pesca e Aquicultura -, cujos encargos seriam reincorporados às O que chama a atenção em todos esses casos é o fato de copiarmos o
pastas de onde provieram. Os Ministérios das Comunicações, de Minas e jeito alheio de fazer folclore, comédia e política sem entender direito as
Energia e dos Transportes podem ser agrupados num Ministério da Infraes- razões de fundo. Isso é natural (não entender os outros), porque cada qual
trutura. O corte poderia atingir, ainda, sete desnecessárias secretarias da tem sua história, costumes e ideologias predominantes, todas elas ligadas
Presidência. A direção da autarquia Banco Central deve caber a um presi-

Atualidades 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fortemente à identidade de seu povo. O problema é que nossas cópias,
como todas as cópias, não transmitem a mesma mensagem do original. O presidente afirmou que só vai permitir passeatas em Caracas quando a
oposição se reunir com ele e as barricadas ('guarimbas') e o golpe que,
O black bloc tupiniquim vem nessa esteira. Na sua origem, trata-se de afirma, existe contra ele acabarem.
uma tática de manifestações de rua baseada na vestimenta e cobertura da
cabeça pretas, com o propósito de esconder a identidade dos participantes. A deputada de oposição Maria Corina Machado e o líder estudantil Juan
Andando juntos, formam a massa uniforme e escura de pessoas que dá Requesens tentaram dialogar com os policiais para que o grupo marchasse
nome à estratégia (aliás, grafa-se bloc, que significa “agrupamento de pacificamente até a Defensoria Pública, mas as conversas não foram em
pessoas”, e não block, que é um bloco sólido de qualquer material). Não é frente e os agentes da polícia e da Guarda Nacional dispersaram a concen-
uma organização ou grupo fechado, dado que qualquer pessoa pode assim tração com bombas de gás lacrimogêneo e disparos de balas de chumbo.
se vestir e acompanhar a multidão em seus protestos antiglobalização,
anticapitalistas e/ou anarquistas. Repudiam a violência contra pessoas e A passeata que conseguiu chegar até as portas da Defensoria foi a dos
usam armas rudimentares (como pedaços de pau e pedras) para destruí- estudantes que apoiam o governo e que saíram hoje para condenar a
rem o patrimônio daquilo que consideram símbolos do poder econômico violência em alguns protestos da oposição.
explorador: bancos, grandes empresas etc..
E no Brasil? Bem, no Brasil, qualquer manifestante violento é chamado Os jovens foram recebidos pelo presidente, Nicolás Maduro, e pelo vice,
de black bloc, mesmo que não saiba exatamente contra o que ele está se Jorge Arreaza.
manifestando. A imprensa, sempre apressada, insiste que o black blocnão
se organiza, são pessoas infiltradas na multidão que, de repente, tiram as O presidente declarou que sua vontade era realizar uma "conferência pela
suas máscaras (que podem até ser brancas, criando uma irônica contradi- paz com todos os dirigentes estudantis" no dia de hoje, mas os dirigentes
ção em termos) do bolso, cobrem o rosto e começam a depredar o patrimô- estudantis "da direita" supostamente pediram que o encontro fosse dividido
nio público. Em tempos cibernéticos, não custa nada dar uma olhada nas em dois capítulos, o "bolivariano, patriota e socialista" e depois o da "oposi-
fotos dos black blocs na Europa que estão no link ao final deste post e ver ção".
como a coisa funciona de verdade. Não há nada mais fácil de identificar do
que um black bloc. "Está bem então, hoje vamos começar o capitulo bolivariano, patriota e
socialista e convoco para amanhã os estudantes da oposição", disse,
Nossos protestos são contra a corrupção espraiada por todas as esfe- apesar de o encontro não ter sido confirmado pelos universitários que o
ras de poder e o mau uso dos recursos públicos, não contra as grandes criticam.
organizações. Paradoxalmente, nossos manifestantes destroem patrimônio
público, o que demandará recursos públicos para consertar, dinheiro que Enquanto isso, os protestos na cidade de Valência, no estado de Carabobo,
poderia ir para outros programas sociais; as agências bancárias e lojas de deixaram um saldo de três mortos, dois civis e um guarda nacional, de
carro sofrem se aparecerem no caminho por acidente. Falta, infelizmente, acordo com as informações fornecidas pelo governador, o chavista Francis-
uma ideologia para o movimento. co Ameliach, e pelo prefeito, Miguel Cocchiola, da oposição.
Movimento esse, portanto, que de black bloc só tem a vontade de ser-
mos um pouco europeus ou americanos em mais alguma coisa. Assim Ameliach culpou franco-atiradores de serem os responsáveis pelos dispa-
como nossas crianças não sabem quando é o Dia do Folclore, mas sabem ros "contra sua própria gente", que causou a morte de um universitário de
quando é o Dia das Bruxas, e jovens sem qualquer graça se tornam “co- 23 anos e ferimentos em outros em uma localidade de Valência, no mesmo
mediantes stand up” da noite para o dia, falta aos nossos indignados de lugar no qual Cocchiola disse que um homem de 42 anos também morreu.
plantão entender um pouco sobre marxismo, anarquismo, capitalismo ou
qualquer ideologia político-econômica de sua preferência. Creio que falta Maduro lamentou as mortes e disse que os que estão atirando contra as
também à imprensa um pouco de bom senso para parar de tentar glamouri- pessoas são militantes do partido opositor, Voluntad Popular, que tem
zar os fatos sociais que ora vivemos. Afinal, um black bloc é muito como líder "o fascista Leopoldo López", preso há três semanas, e os polici-
mais in (e causa muito mais terror na população) do que o manifestante ais dos municípios governados pela oposição.
político de sempre.
Também criticou que Altamira, uma localidade do município Chacao - no
Em tempo: acho o Dia das Bruxas divertido e sou fã de comédia stand leste de Caracas - e que é governado pelo prefeito da oposição Ramón
up. Acredito que os outros países têm hábitos e culturas muito interessan- Muchacho, seja o cenário de atos de vandalismo e protestos há um mês e
tes e podemos aprender sobre eles. Só não gosto do absoluto esquecimen- chamou o governante municipal de "irresponsável" por não reprimir a
to a que se relegam nossos próprios costumes. violência.
Passeatas, violência e mortes marcam um mês de protestos na O prefeito, por sua vez, "alertou" através do Twitter "sobre uma dinâmica
Venezuela estranha" que acontece no local e afirmou que "grupos pequenos, porém
organizados, aproveitam os protestos para cometer atos de vandalismo"
13/03/201400h50
contra edifícios do Estado, "sem que o governo os impeça".
Nélida Fernández.
Muchacho, assim como os outros três prefeitos da oposição que governam
Caracas, 12 mar (EFE).- Com passeatas da oposição e dos governistas, quatro dos cinco municípios que formam a região metropolitana de Cara-
incidentes de violência e vandalismo em Caracas e em outras cidades do cas, garantiram que as forças policiais municipais não estão capacitadas e
país, além de três novas mortes, a Venezuela completou nesta quarta-feira que também que não está entre suas tarefas a repressão dos protestos.
um mês de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
O prefeito de Chacao disse que essas ações de vandalismo servem como
Estudantes simpáticos à oposição convocaram para hoje uma manifestação "álibi para o governo" desprestigiar as reivindicações do movimento estu-
com o objetivo de protestar em frente à sede da Defensoria Pública pela dantil que convoca os protestos e atacar à polícia municipal. Também
falta de ação dessa instituição em relação às denúncias de violações dos acusou Maduro de permitir a violência para "desviar a atenção das verda-
direitos humanos por parte do governo contra os manifestantes. deiras causas da crise".

A mobilização, no entanto, não prosperou. Em San Cristóbal, capital do estado de Táchira, onde os protestos aconte-
cem há mais de um mês, houve novos enfrentamentos entre as forças de
Como Maduro tinha antecipado na terça-feira, a passeata não teve permis- segurança e os opositores, enquanto novas manifestações ocorreram na
são para entrar em Caracas, algo que pode ocorrer a partir de agora com zona sul da cidade.
todas as manifestações da oposição que tenham a intenção de entrar no
Distrito Capital. A Venezuela vive uma onda de protestos que completou hoje um mês,

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alguns deles violentos, com um saldo, até o momento, de mais de 20
mortes, centenas de feridos e mais de mil de detidos. ___________________________________
Crises Políticas pelo mundo: Tailândia ___________________________________
por ANDRE FIORAVANTI ___________________________________
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Apesar da provável vitória da primeira ministra Yingluck Shinawatra nas ___________________________________
eleições legislativas do último dia 2, sua situação política encontra-se cada
vez mais delicada no poder da Tailândia. Os manifestantes saem às ruas _______________________________________________________
de Bangcoc e desejam a demissão da primeira ministra, a qual dizem ser
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apenas uma marionete nas mãos do seu irmão, e ex-primeiro minis-
tro, Thaksin Shinawatra. _______________________________________________________
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Thaksin, que governou o país entre 2001 e 2006, fugiu para Dubai, nos _______________________________________________________
Emirados Árabes Unidos, para escapar das acusações de ter organizado
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um sistema de corrupção generalizado, O estopim para esta crise atual foi
a tentativa da aprovação, em novembro de 2013, de uma lei de anistia em _______________________________________________________
que beneficiaria Thaksin. Apesar desta lei não ter sido aprovada, sua
proposição deflagrou revolta entre as classes mais altas da capital tailande- _______________________________________________________
sa. _______________________________________________________
A contagem final dos votos deve demorar algumas semanas para se _______________________________________________________
encerrar, devido a problemas técnicos de alguns eleitores que não conse-
guiram votar. Mas mesmo com a conclusão da contagem, parte da eleição _______________________________________________________
deverá ser refeita em algumas províncias mais afetadas pelo boicote das ______________________________________________________
eleições promovido pelo principal partido de oposição, o partido democrata.
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Um dos líderes do partido democrata, Suthep Thaugsuban, ex vice-
primeiro ministro, e que também já fora acusado de corrupção, lidera os _______________________________________________________
manifestantes e exige um governo de transição eleito por um conselho do
povo, ou seja, sem eleições, com o intuito de quebrar o dito sistema de _______________________________________________________
corrupção presente no governo. Para complicar ainda mais a situação, as _______________________________________________________
forças armadas se posicionam contra a atual primeira ministra e seu irmão,
e apesar de nenhum movimento militar ter se inicializado, a possibilidade de _______________________________________________________
um golpe de estado não pode ser desconsiderada. _______________________________________________________
Os dias deste país de mais de 65 milhões de habitantes estão longe de _______________________________________________________
se acalmarem, e com os Estados Unidos começando a se envolver militar-
mente para evitar um possível golpe de estado, as possibilidades de violên- _______________________________________________________
cia crescem. O impasse é de grandes proporções, e a depender dos acon-
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tecimentos dos próximos dias, a Tailândia poderá afundar numa crise
política de longa duração. _______________________________________________________

Atualidades 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
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Atualidades 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como
exceção;
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Consti- II - divulgação de informações de interesse público, independen-
tuição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de temente de solicitações;
1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositi- III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnolo-
vos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras provi- gia da informação;
dências.
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na
Lei de Acesso à Informação administração pública;
A Lei nº 12.527, sancionada pela Presidenta da República em 18 de V - desenvolvimento do controle social da administração pública.
novembro de 2011, tem o propósito de regulamentar o direito constitucional
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
de acesso dos cidadãos às informações públicas e seus dispositivos são
aplicáveis aos três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municí- I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utiliza-
pios. dos para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer
meio, suporte ou formato;
A publicação da Lei de Acesso a Informações significa um importante
passo para a consolidação democrática do Brasil e também para o sucesso II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que
das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível uma seja o suporte ou formato;
maior participação popular e o controle social das ações governamentais, o
acesso da sociedade às informações públicas permite que ocorra uma III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à res-
melhoria na gestão pública. trição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segu-
rança da sociedade e do Estado;
No Brasil, o direito de acesso à informação pública foi previsto na
Constituição Federal, no artigo 5º, inciso XXXIII do Capítulo I - dos Direitos IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural iden-
e Deveres Individuais e Coletivos - que dispõe que: tificada ou identificável;

“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu in- V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à pro-
teresse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no dução, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte,
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação,
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. avaliação, destinação ou controle da informação;

A Constituição também tratou do acesso à informação pública no Art. VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhe-
5º, inciso XIV, Art. 37, § 3º, inciso II e no Art. 216, § 2º. São estes os dispo- cida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
sitivos que a Lei de Acesso a Informações regulamenta, estabelecendo VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produ-
requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedi- zida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipa-
mentos para facilitar e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa. mento ou sistema;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusi-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso ve quanto à origem, trânsito e destino;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com
CAPÍTULO I o máximo de detalhamento possível, sem modificações.

DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informa-


ção, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observa- forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.
dos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garan-
tir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II CAPÍTULO II
do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Po- as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
deres Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a
do Ministério Público; ela e sua divulgação;
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, au-
sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou tenticidade e integridade; e
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, ob-
Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às en- servada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restri-
tidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações ção de acesso.
de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou medi-
ante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende,
acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. entre outros, os direitos de obter:

Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entida- I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de aces-
des citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e so, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a infor-
à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam mação almejada;
legalmente obrigadas. II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou
Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a asse- acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos
gurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executa- públicos;
dos em conformidade com os princípios básicos da administração pública e III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou enti-
com as seguintes diretrizes: dade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entida-
des, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
Lei 12.527/11 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos ele-
trônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto,
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entida- de modo a facilitar a análise das informações;
des, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação
VII - informação relativa: da informação;
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos progra- V - garantir a autenticidade e a integridade das informações dispo-
mas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e níveis para acesso;
indicadores propostos;
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de
contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comu-
prestações de contas relativas a exercícios anteriores. nicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detento-
ra do sítio; e
§ 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as
informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científi- VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade
cos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda- de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei
de e do Estado. no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo
§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por no 186, de 9 de julho de 2008.
ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa
por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. § 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habi-
tantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se
§ 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de
contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato admi- informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e
nistrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo. prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
§ 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formu- 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
lado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não fundamenta- Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado median-
da, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 te:
desta Lei.
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e en-
§ 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o inte- tidades do poder público, em local com condições apropriadas para:
ressado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicân-
cia para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;
§ 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o respon- b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respecti-
sável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) vas unidades;
dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informa-
Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, inde- ções; e
pendentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no
âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à par-
geral por eles produzidas ou custodiadas. ticipação popular ou a outras formas de divulgação.

§ 1o Na divulgação das informações a que se refere o caput, de- CAPÍTULO III


verão constar, no mínimo: DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços Seção I
e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;
Do Pedido de Acesso
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos
financeiros; Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso
a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por
III - registros das despesas; qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do reque-
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusi- rente e a especificação da informação requerida.
ve os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos § 1o Para o acesso a informações de interesse público, a identifi-
celebrados; cação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicita-
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, ção.
projetos e obras de órgãos e entidades; e § 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar al-
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. ternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios
oficiais na internet.
§ 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entida-
des públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de § 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos de-
que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede terminantes da solicitação de informações de interesse público.
mundial de computadores (internet). Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder
§ 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamen- o acesso imediato à informação disponível.
to, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: § 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o aces- disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em
so à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de prazo não superior a 20 (vinte) dias:
fácil compreensão; I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efe-
tuar a reprodução ou obter a certidão;

Lei 12.527/11 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parci- a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
al, do acesso pretendido; ou desclassificação;
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa esta-
conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o belecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da
remessa de seu pedido de informação. IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimen-
tos previstos nesta Lei.
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10
(dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à
requerente. Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo
menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá ofere-
cer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de § 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controla-
que necessitar. doria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as
providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informa-
ção total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre § 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreci- Informações, a que se refere o art. 35.
ação. Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação
5o
§ A informação armazenada em formato digital será fornecida de informação protocolado em órgão da administração pública federal,
nesse formato, caso haja anuência do requerente. poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo
das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso univer-
sal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido
se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimen- às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo
to esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou
fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Co-
para realizar por si mesmo tais procedimentos. mando.

Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratui- § 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto
to, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou enti- a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à
dade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusiva- Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
mente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
materiais utilizados. proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbi-
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei tos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado
no 7.115, de 29 de agosto de 1983. sobre o andamento de seu pedido.

Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em do- Art. 19. (VETADO).
cumento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser § 1o (VETADO).
oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o
original. § 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministé-
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o in- rio Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, nega-
teressado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de rem acesso a informações de interesse público.
servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em
risco a conservação do documento original. Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784,
de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de
negativa de acesso, por certidão ou cópia. CAPÍTULO IV

Seção II DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Dos Recursos Seção I

Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às Disposições Gerais


razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à
a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquica- Parágrafo único. As informações ou documentos que versem so-
mente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifes- bre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por
tar no prazo de 5 (cinco) dias. agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades objeto de restrição de acesso.
do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria- Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses le-
Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: gais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo indus-
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for nega- trial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado
do; ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o
poder público.
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcial-
mente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou Seção II

Lei 12.527/11 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regula-
mento, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- lei.
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações
cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: § 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obri-
gação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade
do território nacional; § 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se-
rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a prote-
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as gê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em não autorizados.
caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências neces-
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; sárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para trata-
monetária do País; mento de informações sigilosas.
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em ra-
das Forças Armadas; zão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de trata-
mento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvol- que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas
vimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações e procedimentos de segurança das informações resultantes da aplicação
ou áreas de interesse estratégico nacional; desta Lei.
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autorida- Seção IV
des nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de inves-
tigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da ad-
repressão de infrações. ministração pública federal é de competência: (Regulamento)
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança a) Presidente da República;
da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta,
secreta ou reservada. b) Vice-Presidente da República;
1o
§ Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogati-
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua vas;
produção e são os seguintes:
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no
II - secreta: 15 (quinze) anos; e exterior;
III - reservada: 5 (cinco) anos. II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos ti-
tulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de
2o
§ As informações que puderem colocar em risco a segurança economia mista; e
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e
filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e
término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reelei- II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS
ção. 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de
hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada
§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser es- órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei.
tabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de deter-
minado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máxi- § 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à
mo de classificação. classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela
autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior,
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento vedada a subdelegação.
que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de
acesso público. § 2o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto
pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser
§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em
sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o regulamento.
critério menos restritivo possível, considerados:
§ 3o A autoridade ou outro agente público que classificar informa-
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do ção como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28
Estado; e à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art.
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina 35, no prazo previsto em regulamento.
seu termo final. Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo
Seção III deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes
elementos:
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas
I - assunto sobre o qual versa a informação;
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de
informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, asseguran- II - fundamento da classificação, observados os critérios estabele-
do a sua proteção. (Regulamento) cidos no art. 24;

§ 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classifi-


cada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de

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III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, III - ao cumprimento de ordem judicial;
ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art.
24; e IV - à defesa de direitos humanos; ou

IV - identificação da autoridade que a classificou. V - à proteção do interesse público e geral preponderante.

Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no § 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
mesmo grau de sigilo da informação classificada. honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de
prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela auto- informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recupe-
ridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante ração de fatos históricos de maior relevância.
provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento,
com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, obser- § 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamen-
vado o disposto no art. 24. (Regulamento) to de informação pessoal.

§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as CAPÍTULO V


peculiaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou DAS RESPONSABILIDADES
agentes públicos.
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilida-
§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exami- de do agente público ou militar:
nadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos
decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta
Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencio-
§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o nalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produ-
ção. II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar,
desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publica- encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em
rá, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública;
de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento:
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últi- informação;
mos 12 (doze) meses;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
identificação para referência futura;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de ter-
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de in- ceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem;
formação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações gené-
ricas sobre os solicitantes. VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informa-
ção sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publica-
ção prevista no caput para consulta pública em suas sedes. VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concer-
nentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do
§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de infor- Estado.
mações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos
fundamentos da classificação. § 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do
devido processo legal, as condutas descritas no caput serão considera-
Seção V das:
Das Informações Pessoais I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles esta-
forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e belecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção
imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. penal; ou

§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
à intimidade, vida privada, honra e imagem: 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apena-
das, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação
de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de § 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente
produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o
se referirem; e disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
de 1992.
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros
diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informa-
se referirem. ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e
deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes san-
§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este ções:
artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
I - advertência;
§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não será exigido
quando as informações forem necessárias: II - multa;

I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver físi- III - rescisão do vínculo com o poder público;
ca ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento
tratamento médico; de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois)
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente anos; e
interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação
da pessoa a que as informações se referirem;

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V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a ad- I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de se-
ministração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria gurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento
autoridade que aplicou a penalidade. de informações sigilosas; e
§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aque-
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do las provenientes de países ou organizações internacionais com os quais a
interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou
qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério
§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes.
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, orga-
base no inciso IV. nização e funcionamento do NSC.
§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novem-
exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a bro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, cons-
defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias tante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de
da abertura de vista. caráter público.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reava-
pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou liação das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no
utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta
cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou Lei.
culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos
ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com nesta Lei.
órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
submeta a tratamento indevido. § 2o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão
CAPÍTULO VI Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da legis-
Art. 35. (VETADO). lação precedente.
§ 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- § 4o As informações classificadas como secretas e ultrassecretas
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automati-
tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência camente, de acesso público.
para:
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultras- Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da administração públi-
secreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da infor- ca federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente
mação; subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, seguintes atribuições:
de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a in-
disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e formação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ul- II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar
trassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à
integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao
do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24. aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto
cumprimento do disposto nesta Lei; e
§ 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renova-
ção. IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumpri-
mento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
3o 1o
§ A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § deverá
ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos. tração pública federal responsável:
§ 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3o implicará a mento à cultura da transparência na administração pública e conscientiza-
desclassificação automática das informações. ção do direito fundamental de acesso à informação;
§ 5o Regulamento disporá sobre a composição, organização e II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao de-
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, obser- senvolvimento de práticas relacionadas à transparência na administração
vado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposi- pública;
ções desta Lei. (Regulamento)
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da adminis-
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de trata- tração pública federal, concentrando e consolidando a publicação de infor-
dos, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações mações estatísticas relacionadas no art. 30;
constantes desses instrumentos.
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório a-
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institu- nual com informações atinentes à implementação desta Lei.
cional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credencia-
mento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento) Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.

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Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro _______________________________________________________
de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
_______________________________________________________
“Art. 116. ...................................................................
_______________________________________________________
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de _______________________________________________________
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente _______________________________________________________
para apuração;
_______________________________________________________
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990,
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: _______________________________________________________
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal _______________________________________________________
ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quan- _______________________________________________________
do houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade compe-
tente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou _______________________________________________________
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do
exercício de cargo, emprego ou função pública.”
______________________________________________________

Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,


_______________________________________________________
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta _______________________________________________________
Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art.
9o e na Seção II do Capítulo III. _______________________________________________________

Art. 46. Revogam-se: _______________________________________________________

I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e _______________________________________________________

II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991. _______________________________________________________

Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a _______________________________________________________
data de sua publicação. _______________________________________________________
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência e _______________________________________________________
o
123 da República.
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