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CAMINHOS PARA A INTEGRAÇÃO E O CONHECIMENTO: UM ESTUDO

SOBRE A ADEQUAÇÃO DE CENTROS DE ENSINO PARA GARANTIAS


DE ACESSIBILIDADE INTEGRAL

WAIHRICH, Lorena Postal (1);


PINTO, Ana Claudia Gaicoski (2);
BATISTA, Geovani Rafael (3);
MARAFON, Jordana (4);
MILIORANÇA, Regina (5);
SOUZA, Donizete de (6);

(1) Mestrado em Teoria, História e Crítica da Arquitetura pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
e-mail: waihrich@upf.br
(2) Universidade do Oeste de Santa Catarina. Mestranda em Projeto e Processos de
Fabricação pela Universidade de Passo Fundo – Unoesc Campus de Xanxerê.
e-mail:anapinto29@yahoo.com.br
(3) Universidade do Oeste de Santa Catarina. Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo –
Unoesc Campus de Xanxerê.
e-mail: geovanirafaelbatista@gmail.com
(4) Universidade do Oeste de Santa Catarina. Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo – Unoesc
Campus de Xanxerê.
e-mail: jordana.marafon@gmail.com
(5) Universidade do Oeste de Santa Catarina. Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo – Unoesc
Campus de Xanxerê.
e-mail: regina.milioranca@gmail.com
(6) Universidade do Oeste de Santa Catarina. Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo – Unoesc
Campus de Xanxerê.
e-mail: geovanirafaelbatista@gmail.com

RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar e diagnosticar as condições de circulação de um Centro
Educacional do Oeste do Estado de Santa Catarina, na cidade de Xanxerê, bem como avaliar as suas
condições em relação à acessibilidade, mobilidade urbana e comunicação visual, buscando promover a
inclusão social de todos os indivíduos. Ainda, a aplicação do conhecimento teórico das normas técnicas e
suas exigências de mobilidade, aplicadas de modo eficiente e prático no dia a dia dos usuários deste
centro educacional, buscando contribuir com acessibilidade integral dos indivíduos. Para nortear esse
trabalho foi utilizado o Método de Intervenção Ergonomizadora de Moraes e Mont’Alvão (2003), buscando
mapear os problemas encontrados, descrevê-los e por fim propor adequações. Os resultados alcançados
nesse projeto tem com o intuito fornecer subsídios e propostas de adequações que atendam os padrões
de acessibilidade urbana, sendo assim, visando o acesso pleno de todas as pessoas.

ABSTRACT

This study aims to analyze and diagnose the conditions of service of a West Educational Center of the
State of Santa Catarina in the city of Xanxerê and assess their conditions in relation to accessibility, urban
mobility and visual communication, seeking to promote inclusion social all subjects. Still, the application of
theoretical knowledge of technical standards and their mobility requirements, applied in a practical and
efficient day to day users of this educational center, seeking help with full accessibility of individuals. To
guide this work we used the method of intervention and Mont'Alvão Ergonomizadora de Moraes (2003),
seeking to map the problems encountered, describe them and finally propose adjustments. The results
achieved in this project has aimed to provide subsidies and proposed adjustments that meet accessibility
standards urban, so seeking full access by all people.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasil está sofrendo grandes transformações, a economia apresenta-se em ascensão e a


educação está tomando novos rumos e grandes oportunidades de escolhas e caminhos para serem
seguidos estão surgindo. Com a abertura de programas educacionais para o ensino superior, como
disponibilidade de bolsas de graduação e pós-graduação, novas camadas sociais e indivíduos com
grandes diversidades de necessidades especiais estão procurando oportunidades para a realização de
sonhos e desejos, antes somente almejados, com poucas chances de serem realizados, agora um sonho
possível de concretizar-se.
Analisando esse contexto, pessoas com necessidades especiais também estão buscando formas de
aperfeiçoamento para ingressar no mercado de trabalho. Infelizmente o atual cenário físico -estrutural
educacional – na maioria dos casos - não está preparado para receber todas as diferenças ou todos os
casos de mobilidades reduzidas de seus atuais e futuros acadêmicos, sendo um motivo de grande
desolação e frustração para toda a sociedade, não somente alunos, mas também professores, demais
funcionários, visitantes e a comunidade em geral que pretende ingressar ao mundo universitário e/ou,
sendo o Centro Educacional, objeto desse estudo, uma instituição filantrópica, a qual está aberta para a
comunidade que deseja utilizar alguns de seus espaços, como por exemplo a biblioteca, causa frustração
à comunidade que necessita utilizar deste local.
O “mundo universitário” é conhecido como um local de democracia e diversidade, portanto, entende-se
que o planejamento de seus espaços deve permitir livre acesso, incluindo todos os segmentos da
sociedade, em todos os setores e níveis de ensino, pesquisa e abrangência do conhecimento. Sendo a
universidade um ambiente democrático é preciso garantir o acesso pleno de toda a sociedade, de modo
que isso não interfira negativamente no desempenho de suas funções, para que possa servir de modelo
a outros espaços. O ensino é um direito de todos os cidadãos, no entanto para garanti-lo, ao longo do
tempo, pessoas com necessidades especiais (PNE), têm travado inúmeras batalhas com diversos
fatores, dentre eles o acesso à educação básica, a serviços de reabilitação, a equipamentos e aparelhos
especiais, transporte coletivo, dificuldades financeiras e o desconhecimento dos direitos pertinentes à sua
necessidade especial.
Com o desenvolvimento deste estudo busca-se uma maior aproximação dos acadêmicos com o campo
de atuação do designer e do arquiteto e urbanista na área de projeto e aplicação de normas que
garantam e/ ou facilitem o acesso de todos os indivíduos ao cenário educacional. O presente trabalho
também visa conhecer, comentar e propor adequações à atual situação do Centro Educacional, fruto
dessa pesquisa, no que diz respeito a acessibilidade e adequação em relação à aplicação prática da
norma ABNT NBR 9050, em referências bibliográficas sobre os conceitos de acessibilidade, desenho
universal, cidadania e estudos in loco com levantamento de dados escritos e fotográficos das atuais
condições físicas do conjunto universitário.

2. MÉTODOS DE ABORDAGEM

Para a realização dessa pesquisa e extensão universitária, formou-se uma parceria entre os cursos de
graduação de Arquitetura e Urbanismo, Design, Núcleo de Projetos Arquitetônicos Urbanísticos e
Paisagísticos, Centro de Pesquisa, Extensão e Coordenação universitária, a fim de conhecer todas as
peculiaridades e necessidades de adequação do Campus Universitário do Centro Educacional desse
estudo, para que as mesmas possam ser adequadas as necessidades e particularidades de cada
indivíduo de acordo com as normas técnicas.
Na primeira fase da pesquisa foram exploradas referências bibliográficas e informações sobre índices de
pessoas com necessidades especiais no Brasil, dados sobre o conceito de acessibilidade e espaço
urbano, visando compreender os conceitos que nortearão para adequação de cada ambiente edificado
no campus universitário.
Com a primeira fase do projeto finalizado, realizou-se um percurso pelo centro educacional, onde foram
registrados os pontos onde precisavam ser adequados às exigências das normas que regem o cenário
físico de integração de indivíduos e do Ministério da Educação (MEC). Após a segunda fase de buscas,
percebeu-se a necessidade de “sentir na pele” ou ter uma leve concepção dos dramas sofridos
diariamente pelas pessoas com necessidades especiais ou indivíduos com deficiência vitalícia. Para a
realização do percurso no campus, foram utilizadas cadeiras de rodas não motorizadas, bengalas,
muletas, equipamentos para vedação da visão e protetores auriculares, os equipamentos utilizados no
percurso foram emprestados pela Associação de Pais e Amigos Excepcionais de Xanxerê/SC (Apae).
Como fase final da pesquisa foram elaboradas propostas para adequação dos edifícios que compõe o
conjunto universitário, sendo cada bloco presente no campus tratado como parte integrante de um todo,
voltado ao principal objetivo de todos os envolvidos no desenvolvimento do projeto, a abertura para
possibilidades de integração de todos os indivíduos, sendo eles “especiais” ou não. A proposta iniciou
pelo bloco “C”, sendo este composto pelos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Como ponto de partida da revisão bibliográfica do presente artigo, convém compreender sobre os dados
estatísticos referentes as pessoas com mobilidade reduzida, buscando esclarecer as quantificações de
pessoas que possuem alguma necessidade especial. Ainda, buscou-se referenciar a cerca dos conceitos
de acessibilidade e mobilidade urbana, normas e especificações, que irão contribuir para as adequações
e proposta de projeto para o centro educacional.

3.1 Pessoas com Necessidade Especiais no Brasil

Cambiaghi (2007), afirma que no Brasil ainda não existem estudos aprofundados que quantifiquem o
número de pessoas com mobilidade reduzida e, mais especificamente, aquelas que têm algum tipo de
deficiência. Para dimensionamento sobre o número de habitantes do Brasil que apresentam alguma
qualidade de deficiência, trabalha-se com percentuais fornecidos pela OMS (Organização Mundial da
Saúde), onde em países desenvolvidos, 10% da população tem algum tipo de deficiência, sendo possível
acessar dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o qual em suas
pesquisas referente ao Censo de 2010, revelou um aumento no índice de pessoas que declaram ter
alguma deficiência. O percentual de pessoas que declararam possuir alguma deficiência foi de 23,9% (no
ano 2000, a mesma pesquisa apontava um índice de 14,3%, onde percebe-se um aumento de
aproximadamente 10% em 10 anos).
O número de pessoas que declararam ter alguma deficiência “severa”, relacionado a declarações como
“grande dificuldade” ou “não consegue de jeito nenhum” é de aproximadamente 17,7 milhões,
correspondente a 6,7% da população. Os dados revelam ainda que também aumentou a porcentagem
de pessoas que declaram ter deficiência visual severa, sendo um percentual de 1,5% em 2000, e 3,5%
em 2010, sendo inclusive a de maior incidência. Em seguida apresenta-se a deficiência motora severa,
com índices apresentados de 1,4% saltando para 2,3% na recente pesquisa. Já o índice de pessoas que
declaram ter deficiência auditiva severa, subiu de 0,6% para 1,1% (IBGE, 2010.)
Nesse contexto, vale ressaltar que o envelhecimento da população pode explicar parte do aumento dos
índices, porém, o intervalo de tempo é curto podendo-se afirmar que não seria a principal causa destes
aumentos. Tais ocorrências evidência a necessidade de tornar o ambiente acadêmico acessível à toda
população.

3.2 Conceitos de Acessibilidade e Espaço Urbano

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 9050 em sua edição de 2004, traz a definição
de acessibilidade como possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização
com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos,
além de definir desenho universal como aquele que visa atender à maior gama de variações possíveis
das características antropométricas e sensoriais da população. Para tornar ou conceber um espaço
totalmente acessível é preciso levar em consideração vários aspectos de mobiliário, circulações e
comunicação em suas diferentes variações.
Para Dischinger et al. (2005 apud CARDOSO; KOLTERMANN, 2010), a definição de acessibilidade
abrange também questões políticas, culturais e sociais, como o preço do transporte público, o
analfabetismo e a compreensão de uma informação por um turista estrangeiro. Os autores sugerem,
ainda, que quando se tratam de pessoas com deficiências, a acessibilidade se torna um fator ainda mais
difícil, pois afeta o acesso aos lugares e a realização de atividades.
A relação da acessibilidade com os espaços urbanos vem sendo denominada por alguns autores como
acessibilidade espacial. Para Bins Ely e Dorneles (2006) este termo, que vem se tornando cada vez mais
popular, diz respeito à possibilidade de integração entre as pessoas e o ambientes, permitindo que todos
os tipos de usuários possam realizar atividades com o mesmo êxito.
Alves e Raia Jr. (2009, p.4) definem a acessibilidade dentro do contexto urbano como “o acesso da
população para realizar suas atividades e deslocamentos”. Ainda, a NBR 9050 usa a definição de
“possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e
autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos” (ABNT, 2004).
As conceituações apresentadas demonstram que o principal objetivo da acessibilidade espacial é fazer
com que qualquer tipo de usuário utilize o espaço sem restrições ou limitações, tirando o maior proveito
possível de cada ambiente.

4. AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE E PERCUSSO IN LOCO

O levantamento in loco realizado no Campus I do Centro Educacional adotou a metodologia de


observação assistemática e discussão sobre os estudos realizados acerca das normas técnicas e
referências buscadas no decorrer da pesquisa, para tanto cada “bloco” foi fotografado para levantamento
e registro de necessidades de adaptação do mesmo referente às condições de acessibilidade e
integração universal.
No campus I, os blocos destinados a fins distintos, são identificados por letras, em sequência
cronológica de construção. Na figura 1 percebe-se a disposição de cada bloco locado nas dependências
do centro educacional.

Figura 1 – Locação esquemática dos blocos de ensino, pesquisa e extensão


Fonte: os autores (2012)

O bloco “A” abriga as funções administrativas da universidade (protocolo, recepção, vice-reitoria,


secretaria acadêmica, coordenação de projetos, pesquisas e extensões universitárias, tesouraria, Serviço
de Apoio ao Estudante (SAE), atendimento psicológico, coordenações dos cursos de licenciatura,
cantina, central de cópias, esse é o centro da vida acadêmica do campus ). O bloco “B” abriga cursos de
licenciatura, graduação e algumas coordenações de cursos (agronomia, zootecnia, artes visuais, línguas
dentre outros). O bloco “C” abriga os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Design, suas respectivas
coordenações além de abrigar a coordenação do curso de Psicologia. O bloco “D” abriga cursos de
Engenharia Bioenergética, Educação Física, Biologia, e suas coordenações. O bloco “E” abriga os cursos
de Ciências Contábeis, Administração, Psicologia, Direito, Engenharia Florestal dentre outros, sendo o
bloco com maior movimentação e circulação de pessoas. O bloco “F” abriga o centro de estudos e
desenvolvimentos prático das artes (pinturas, maquetes, módulos e modelos etc.). O bloco “G” abriga o
Anfiteatro e a Biblioteca universitária. O bloco “H” abriga o centro de estudos e pesquisas das áreas
exatas e científicas da terra (laboratórios).
Abaixo segue a Tabela 1 com a cronologia das construções dos blocos acima descritos.
Tabela 1 - Data das Aquisições e Construções de cada bloco

Descrição Datas
CAMPUS I SEDE
Bloco A 28/01/1998 Doado pela Prefeitura Municipal
Bloco B 01/09/1998 à 30/12/2000
Bloco C 26/07/1999 à 31/03/2000
Bloco D 05/04/2000 à 11/05/2001
Bloco E 19/04/2001 à 30/06/2003
Bloco F 24/10/2002 à 28/02/2003
Bloco G 19/07/2006 à 01/02/2007
BLOCO G AMPLIAÇÃO 04/07/2009 à 30/11/2009
CONSTRUÇÃO ACADEMIA
BLOCO H 09/10/2008 à 30/11/2009
Fonte: os autores (2012)

O primeiro bloco analisado foi o do curso de Arquitetura e Urbanismo e Design (bloco “C”), que abriga
funções de ensino e administrativas, sendo extremamente importante garantir o acesso pleno as
instalações. O acesso principal do bloco ocorre por uma escada e por uma rampa conforme figura 2,
onde é possível destacar a falta de corrimão e piso tátil em ambos, já na rampa de acesso ao pavimento
superior, parte é externa dificultando o acesso em dias de chuva, e seu corrimão não atende as alturas
especificadas pela norma.

Figura 2 – Rampa bloco “C”


Fonte: os autores (2012)

Os compartimentos de sanitários masculinos e femininos do bloco “C”, construídos em 1999 anteriores à


NBR 9050 apresentam dificuldade de acesso aos lavatórios em função da altura não acessível, embora
haja bacias sanitárias acessíveis. O acesso aos Laboratórios de Conforto, Elétrica e Hidráulica
apresentam aspectos desfavoráveis para um cadeirante, por exemplo, devido às alturas e
posicionamento das mesas que dificultam a movimentação de pessoas e são inacessíveis a cadeirantes.
No laboratório de Hidráulica e Elétrica ainda existe a dificuldade de acesso devido ao piso irregular.
O bloco “A”, que abriga as funções administrativas e de apoio aos acadêmicos como vice-reitoria,
tesouraria, secretaria acadêmica, Central de Cópias, Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e Cantina, é o
“coração da vida acadêmica” e deve ser acessível aos usuários merecendo atenção especial na
adequação dos espaços físicos.
Entre os principais problemas destaca-se a circulação vertical que se dá por uma rampa cuja inclinação é
superior aos 8,33% e em casos excepcionais em que a inclinação é de 12% exigido em norma. As
rampas também não possuem corrimãos acessíveis, onde a NBR 9050 (1994) especifica que para
degraus isolados e escadas, a altura dos corrimãos deve ser de 0,92 m do piso, medidos de sua geratriz
superior. Para rampas e opcionalmente para escadas, os corrimãos laterais devem ser instalados a duas
alturas: 0,92 m e 0,70 m do piso, medidos da geratriz superior, porém para uma pessoa de baixa estatura
ou com alguma disfunção no crescimento a presença de corrimãos nas duas alturas se torna
indispensável em escadas também.
Outra questão que preocupa é a dificuldade existente no acesso à central de cópias principalmente para
cadeirantes que precisam realizar uma extensa volta por dentro do bloco “A”, devido ao acesso mais
curto tem problemas como piso irregular, calha para escoamento de águas pluviais e também a ausência
de coberturas de proteção, conforme Figuras 3 e 4.

Figura 3 e 4 – Acesso a central de cópias.


Fonte: os autores (2012)
É importante resaltar a falta de banheiros acessíveis no bloco, sendo o mais próximo no bloco “D”,
também a ausência de corrimãos em algumas rampas e os degraus existentes em frente a porta da
reitoria, dificultando ainda mais o acesso de um cadeirante, por exemplo.
No bloco “B”, que abriga atividades de ensino, faz-se necessário a adequação dos sanitários para torná-
los acessíveis.
No bloco “D” que abriga atividades de ensino, pesquisa e extensão, se destaca por ser o único que
possui sanitários acessíveis, com lavatórios nas alturas adequadas, porém a rampa de acesso ao
pavimento superior não possui corrimões, é descoberta e há um patamar fechado com portas. O acesso
no pavimento superior também é fechado, fazendo com que o cadeirante dependa de auxilio para
abertura das portas, que também não possuem barra vertical nem proteção contra batidas.
No bloco “F” (figuras 5 e 6), bloco esse utilizado pelos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Design e Artes
Visuais, o acesso se dá por rampa com inclinação adequada, porém é descoberta e sem corrimão,
possui sanitário dentro da norma, mas não tem lavatórios adequados, são todos altos. O bloco possui
dois pisos e no piso superior há um laboratório de fotografia e um espaço destinado às telas para pintura,
usado pelo curso de artes visuais. Não existe acesso para pessoas portadoras de necessidades
especiais, nem através de rampas, nem elevador, há um espaço que possivelmente seja destinado para
um elevador.
Figura 05 e 06 – Acesso Bloco “F” e Acesso do Segundo Pavimento do Bloco
Fonte: os autores (2012)

No caso do bloco “H”, o qual abriga os laboratórios, seu acesso tem rampas cobertas, mas sua inclinação
não é adequada e não há corrimão. Os sanitários são adequados, porém os lavatórios repetem o mesmo
problema da maioria que é a altura muito elevada, o porta papel e o porta sabonete também ficam
inacessíveis.
A rampa de acesso para o pavimento superior é externa, não coberta, sua inclinação é superior a 8,33%,
apresenta corrimão, na chegada depara-se com uma porta com raio de abertura externo, fato esse que
dificulta a entrada.
O bloco “E” abriga funções administrativas e de ensino é o maior de todos os blocos, tendo um subsolo,
o pavimento térreo e mais dois pavimentos, fator esse que dificulta um acesso confortável. O acesso para
o térreo não há necessidade de rampas, para o segundo e o terceiro há rampas com patamar
intermediário de descanso com corrimão. O acesso para o subsolo, onde tem algumas salas de aula e o
auditório é dificultado por esta ser externa. Na chegada ao subsolo tem uma sala com porta para a
entrada ao auditório, o acesso às salas de aula são somente através do auditório ou em uma das salas
tem uma porta que o acesso se da na parte externa, porém para chegar até essa porta não há rampa. Os
sanitários, femininos e masculinos, apresentam dificuldade de acesso aos lavatórios em função da altura
não ser acessível, mas há sanitários acessíveis em todos os banheiros.
O bloco correspondente ao “Anfiteatro e Biblioteca” também abriga uma academia para funcionários e
terceira idade. A biblioteca e o anfiteatro são usados por todos os acadêmicos, além do anfiteatro ser
usado pela comunidade não acadêmica e/ ou professores, em formaturas e demais eventos, por esses
motivos deve ser acessível a todos os usuários.
A rampa de acesso a biblioteca não possui cobertura, possui guarda corpo, inclinação adequada e
patamar intermediário de descanso. O acesso para o anfiteatro é dificultado pela inclinação da rampa
(fora de norma), não apresenta corrimão, na entrada há uma porta com abertura suficiente para acesso
de cadeirantes, o acesso por ser feito pelas duas laterais. No final da rampa, início do patamar de acesso
há uma grade (esta grade funciona como sistema de escoamento de águas pluviais) que aumenta a
dificuldade de acesso e na parte interna do anfiteatro as rampas não seguem as normas técnicas. Na
biblioteca as prateleiras não apresentam espaços adequados para cadeirantes e circulação para duas
pessoas, que segundo a norma NBR 9050 é de no mínimo 1,20m a 1,50m.

5. PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO

O percurso interno realizado no centro educacional, em Xanxerê/SC, com os alunos utilizando


equipamentos como muletas, cadeiras de rodas, vendas nos olhos possibilitou uma vivencia das diversas
situações de falta de mobilidade e falsa acessibilidade universal ou mesmo de inadequação do design de
mobiliário com as funções propostas nos ambientes em estudo nos blocos “A’, “C”, “E”, “F” e biblioteca. A
proposta então se inicia pelos blocos que serão mais utilizados pelos alunos dos cursos de Arquitetura e
Urbanismo e Design em função da afinidade com o tema e a necessidade de mensurar as possibilidades
de adaptação dos ambientes internos e externos aos edifícios para atender a NBR 9050. Na busca de
uma visualização rápida dos dados apreendidos nos diversos ambientes visitados foram produzidas
tabelas para as situações mais críticas como as rampas de acesso aos edifícios, os sanitários em geral e
design de mobiliário inadequados nas recepções das diversas funções como os setores de cópias,
protocolo, cantina, recepções administrativas.

Tabela 2 – Proposta de adequação do Bloco “C”

OCORRÊNCIAS ESTADO ATUAL Sugestão/ Adaptar a NBR 9050


Corrimão MUITO ALTO/ SÓ DE UM LADO Reduzir altura e colocar corrimão dos
dois lados da rampa
Inclinação da rampa Muito inclinada em desacordo
com a NBR 9050 Não atende deverá ser demolida
Patamar Não possui Fazer patamar
Portas de acesso ao edifício Possui diferença de nível entre o Abrir para fora com patamar.
interno e externo. Permanecer aberta durante o expediente
Porta sanfonada e trancada acadêmico
possui trinco interno
Cobertura da rampa Não possui Fazer a extensão da cobertura nas
rampas de acesso
Iluminação externa ao edifício Próximo do piso da rampa é uma Manter esta estratégia de iluminar a
boa iniciativa para segurança do rampa a noite e dias nublados.
usuário a noite.
Piso Em bom estado de conservação, Manter esta estratégia dos pisos e seu
anti-derrapante, sem elevações e acabamento. Modificar ou retirar a
estragos ao longo da rampa. diferença de altura entre o piso interno e
Na entrada do prédio possui troca externo no acesso principal do bloco “C”.
de piso e desnível maior que um
centímetro e meio.
Fonte: os autores (2012)

Tabela 3 – Sanitários Femininos e Masculinos do Bloco “C”

Ocorrências Estado Atual Masculino/Feminino Adaptar a NBR 9050 - Sugestões


Acesso aos sanitários M/F Acesso visível do saguão de entrada do Manter e preservar
prédio.
Sinalização adequada possui
privacidade.
Ventilação Maior que o previsto no código de Manter os espaços ventilados.
posturas municipal
Iluminação Boa no Masculino e Feminino Manter os espaços iluminados com
a luz do dia sempre que possível.
Limpeza e higienização dos O Masculino apresentou odor no final da Manter os ambientes higienizados.
boxes dos sanitários tarde.
O feminino apresentou-se higienizado
(durante o período de observação nos
meses de novembro e dezembro de
2012).
Boxes dos sanitários Altura para cadeirante inadequada no Acessório sobre o acento do vaso
acessíveis. vaso sanitário e não atende ao nanismo sanitário para aumentar a altura do
vaso para o cadeirante.
Atender em um dos boxes ao
nanismo.
Barras de apoio ao cadeirante Estas não estão presentes na maioria Adequar as barras de apoio para o
dos casos e quando estão são de cadeirante.
alturas e posições que não atendem a
função.
Porta dos boxes para Os boxes para cadeirante possuem Manter as portas e facilidade de
cadeirante abre para fora portas com abertura para fora e bom movimento no sanitário evitando
espaço de manobra dentro e fora do volumes como baldes de papel
compartimento. soltos pelo caminho traçado para o
cadeirante percorrer.
Bancadas das pias Tampos altos com barras na frente Adequar a bancada a altura e
dificultando a aproximação e uso das proximidade da pia.
cubas, sabonete e papel para secar as Adequar os equipamentos como a
mãos. saboneteira e papeleira na altura a
acesso do cadeirante.
Fonte: os autores (2012)

Tabela 4 – Design de Mobiliário do Bloco “C”

OCORRÊNCIAS ESTADO ATUAL ADAPTAR A NBR 9050

Possuem na sua maioria alturas Retirada das barras abaixo dos tampos,
Balcões de recepções de 1,00 m a 0.90 cm ou de 0.78 diminuir alturas dos balcões em parte da
centímetros nas recepções das sua extensão. Permitir a aproximação de
secretarias sem a possibilidade pessoas em cadeiras de rodas ou nanismo.
de aproximação de cadeiras de
rodas.
Há barreiras nos corredores Adaptar a NBR 9050. Buscar rotas de
Salas de reuniões internos dos prédios como, acesso as funções do edifício que sejam
degraus, corredores estreitos pertinentes as necessidades dos
para a mobilidade da cadeira ou acadêmicos.
rampas internas muito
inclinadas, a mobilidade nas
salas é boa assim como a
aproximação das cadeiras a
mesa.
Mesas grandes e cadeiras As mesas e cadeiras não são fixadas no
Circulações internas e nas estofadas com espaço reduzido chão o que possibilita uma reorganização
salas nas fileiras entre as mesas espacial sem custo adaptando as
de aula dificulta a mobilidade. Há um exigências da NBR 9050.
número exagerado de mesas e
cadeiras com corredores
estreitos.
Difícil acesso pela circulação Buscar uma distribuição espacial inclusiva
Design de mobiliário das salas estreita, mobiliário pouco e acessível a todos nas salas de
de recepção receptivo ao cadeirante. Tampo coordenações dos dos cursos de
com pouco recuo não permite a Arquitetura e Urbanismo e Design.
aproximação, pés de madeira
maciça na frente afasta o Adaptar a NBR 9050.
visitante, cadeiras da recepção e
espera impede o acesso interno
à sala de reuniões. O acesso às
coordenações de área é livre de
barreiras.
Fonte: os autores (2012)
A busca pelo acesso pleno aos espaços dos blocos e prédios das IEs, neste caso, do bloco “C” que
abriga as instalações dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design é antes de tudo uma postura ética,
social e cidadã que busca promover o bem estar acadêmico aliando a técnica, bom senso e o
acolhimento dos acadêmicos num exercício diário e pleno de acessibilidade universal difundindo o
conhecimento para os demais usuários e visitantes do edifício.
Atendendo ao objetivo de analisar a acessibilidade presente na universidade contando com a percepção
relatada pelos usuários que vivenciam os espaços diariamente e encontram-se em situações especiais
de mobilidade onde permite-se comentar que os espaços analisados apresentam uma relação de
aparência de acessibilidade que na realidade não condiz com a prática e vivência dos usuários e que
está na maioria das vezes necessitando de adaptações físicas para a plena realização das atividades
básicas, diárias e comuns no uso das instalações dos equipamentos como sanitários e na busca de
informações administrativas pelos acadêmicos.
O objetivo do presente trabalho é fornecer subsídios para um estudo mais aprofundado e implantação de
melhorias no campus, visando o acesso pleno de todas as pessoas aos serviços acadêmicos, bem como
auxiliar na concepção de novos projetos caso haja necessidade de ampliação do campus. É de extrema
importância resaltar que este estudo visa uma promoção de melhorias não só para a universidade, mas
sim para toda a comunidade onde o maior objetivo é promover a integração sem qualquer forma de
distinção, apenas aplicando ajustes para melhor atender a todos, de forma alguma apresenta-se a
pretensão em denegrir a imagem da universidade, mas sim alavancar um ponto de partida para todos os
centros educacionais e culturais, que inseridos no atual cenário nacional tem a obrigação de cumprir leis
e normas para atender e suprir todos os desafios propostos para o presente garantindo a qualidade do
futuro.
O ambiente acadêmico como principal meio para as pessoas adquirirem cultura, conhecimento,
satisfação, prestígio da sociedade, precisa dar o mínimo de independência para acadêmicos,
professores, funcionários e comunidade em geral PNE´s para que eles possam ter acesso ao ensino e
solução de situações cotidianas e indispensáveis à vida acadêmica.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração o levantamento realizado in loco e as pesquisas bibliográficas pode-se


perceber que o Centro Educacional, objeto dessa pesquisa, ainda possui muito a melhorar em se
tratando de acessibilidade para promoção de integração universal. Os blocos mais antigos são os locais
que mais necessitam de intervenção, principalmente a parte administrativa onde estão localizados os
setores de apoio aos estudantes. Porém por serem antigos e não ter sido levado em consideração
qualquer conceito de acessibilidade na fase de projeto e execução desses blocos, os faz os mais difíceis
de serem adequados as normas, principalmente as rampas do bloco “A”, demasiadamente inclinadas.
Em todo o campus nota-se a ausência de sinalização tátil e sonora, bem como rotas de fuga. Tratando-se
de veículos, os principais problemas são a falta de sinalização adequada como faixas de segurança.
Levando em consideração o presente estudo, se faz necessária a definição de uma rota acessível aos
principais órgãos de administração e aos blocos de ensino e também a adequação de rampas e escadas
existentes e banheiros completamente acessíveis em todos os espaços.
Como salientado acima, esse estudo pretende apontar soluções cabíveis e possíveis de serem aplicadas
para adequar, num primeiro momento, os espaços cuja situação de acessibilidade é mais necessária,
isso com o propósito de alavancar a imagem da Universidade e tê-la como exemplo para vários centros
educacionais, jamais para denegri-la.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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gestão da mobilidade no Brasil. In: Congresso de Meio Ambiente da AUGM, 6, 2009, São Carlos (SP).
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