O crescimento da população e da economia nos últimos dois mil anos foi algo impressionante.
Do ano 1 da Era Cristã até o ano 2000, a população mundial passou de 226 milhões de habitantes
para 6 bilhões de habitantes e a renda per capita global passou de $ 467 para $ 6.055 (dólares
internacionais em poder de paridade de compra – ppp, na sigla em inglês). Isto quer dizer que o
PIB global era de $ 106 bilhões no ano 1 e passou para $ 36,3 trilhões no ano 2000.
O crescimento da população foi de 26,5 vezes em dois mil anos, enquanto o crescimento da
economia foi de 342,7 vezes. Isto quer dizer que a renda per capital mundial cresceu 13 vezes
no período.
Mas o crescimento demoeconômico não foi uniforme ao longo dos dois milênios. Entre o ano 1
e o ano de 1500, a população passou de 226 milhões de habitantes para 438,4 milhões (um
aumento de 1,93 vezes), enquanto a renda per capita passou de $ 467 para $ 566 (uma aumento
de 1,2 vezes). Ou seja, a população cresceu menos de 2 vezes e a renda per capita cresceu
apenas 20% em um milênio e meio.
Entre 1500 e cerca de 1800 a população mundial passou de 438,4 milhões de habitantes para 1
bilhão de habitantes (um crescimento de 2,28 vezes). No mesmo período a renda per capita
global passou de $ 566 para $ 667 (um crescimento de 1,2 vezes). Portanto, houve uma
aceleração da população neste período, mas a renda per capita continuou praticamente
estagnada.
O que os dados do gráfico acima mostram é que a Revolução Industrial, que iniciou por meio de
avanços tecnológico e o uso em larga escala de energia extrassomática (combustíveis fósseis),
acelerou o ritmo de crescimento da população e da economia. A despeito das desigualdades
sociais, o avanço no padrão de vida da humanidade foi muito significativo. A esperança de vida
ao nascer da população mundial que estava em torno de 25 anos em 1800, ultrapassou os 70
anos no início dos anos 2000. Cerca de 94% da população mundial vivia abaixo da linha de
extrema pobreza no início do século XIX e esta percentagem caiu para 10% em 2015.
O crescimento demoeconômico foi tão grande que o volume de atividades produzidos pela
civilização ultrapassou os limites da resiliência do Planeta. O caminho adotado desde a
Revolução Industrial e Energética chegou numa encruzilhada, pois não dá mais para continuar a
insana marcha forçada de crescimento e acumulação de capital, pois, ecologicamente, é
insustentável manter o grau de exploração dos recursos naturais e muito menos manter elevado
nível de descarte de resíduos sólidos, poluição em geral e aumento das emissões de gases de
efeito estufa.