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Dívida Pública e um panorama inicial do debate: da limitação à auditoria

Fabio Pereira da Silva


NUSP 9839461
Núcleo de Estudos da Dívida Pública
Profº Maurício Conti

Resumo: O presente ensaio busca trazer uma recuperação histórica da Divida Pública como
instrumento de Administração pública. Em seguida, traça-se um panorama geral legal das
disposições constitucionais e administrativas que versam sobre o tema, para chegar aos debates
atuais de auditoria cidadã. Em seguida, existem considerações finais acerca do tema.

1. Introdução; 2. O endividamento público; 3. Espécies de Dívida


Pública; 4. Endividamento e Limitação; 5. Auditoria Cidadã; 6.
Considerações Finais.

Introdução

No lançamento de seu livro “Ensaio sobre a lucidez” (Companhia da Letras,


2004), ano em que ganhou o Nobel, José Saramago fez um emblemático discurso: “muito se
discute nesse mundo, mas algo que não se discute é a democracia [...] como se fosse uma
espécie de santa no altar, de quem já não se espera milagres, mas que esta no altar como
referênica. E não se repara que a democracia em que vivemos é uma democracia sequestrada,
amputada e condicionada, pois o poder de cada um está limitado á esfera política, à retirar
governos dos quais não se gosta e instituir governos de que talvez se venha a gostar. As grandes
decisões são tomadas em outras esferas: as grandes instituições financeiras internacionais.
Portanto, como é que podemos falar de democracia?”

É neste debate sobre soberania, participação popular, autonomia federativa e


gestão de recursos financeiros públicos que se insere o debate da dívida pública. Assim, reside
um importante tema a ser trabalhado de maneira interdisciplinar, como será tratado nas páginas
que seguem, no intuito de contribuir de maneira inicial, introduzindo pessoas nessa relevante
temática democrática.

O endividamento público:
Diante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discus são do endividamento público, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo par a a economia interna no país. Sobretud o em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso , muitas vezes não se pode, ainda, nem mesmo manter seus gastos, pois em última medida, tendo em vista o contexto de recessão em tela, isso sign ificaria aumentar gastos. ante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discussão do end ividamento púb lico, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretu do em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso ,

Embora não haja precisão acerca do início da prática da administração pública


efetuar empréstimos, sabe-se que desde a Idade Antiga e da Idade Média essa é prática corrente
com o surgimento do “Estado”, ainda que centrados, à época, na figura de governantes púbicos.
A principal motivação do endividamento público era o financiamento econômico das guerras.1

No contexto Brasileiro, destaca-se que desde sua independência - até para


viabilizá-la, o país esteve imerso em dívidas com Portugal e Inglaterra. Segundo Ricardo
Torres2, com o Estado moderno, embora os tributos tenham se constituído como principal ativo
da receita pública, a utilização de empréstimos passou a ser implementada para realizar
investimentos maiores, e de maior prazo.

Entre 1940 e 1980, com ascensão do modelo keynesianoa de Estado e a alta


intervenção estatal na economia, houve consequente aumento do endividamento como principal
medida de financiamento.

Assim, como os recursos passaram a ser insuficientes para atender às demandas


públicas, os empréstimos tornaram-se um meio viável de entrada nos cofres públicos, passando
a ser fonte comum de recursos, assim como os tributos.

Desde o fim do século XX, com o que se chama no âmbito do direito


administrativo e financeiro de “Estado Social Fiscal”, a Administração passou a notar o
endividamento como uma atividade perniciosa, e visar sua redução, com vistas a equilibrar
receitas e despesas, garantindo a gestão eficiente de recursos.

Nesse contexto, temos como marcos jurídicos relevantes a Lei Federal


4.320/2964 e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que disciplinaram de maneira mais rígida o
endividamento e a gestão pública de recursos.

Espécies de Dívida Pública


Diante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discus são do endividamento público, é importante que se façam algum as considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretud o em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso, m uitas vezes não se pode, ainda, nem mesmo manter seus gastos, pois em última medida, tendo em vista o contexto de recessão em tela, isso s ignificaria aumentar gastos. ante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discussão do end ividamento púb lico, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. So bretudo em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que iss o,

1
ASSONI FILHO, Sérgio. Empréstimos públicos e a sua natureza jurídica. Revista da Faculdade de Direito,
Universidade de São Paulo, v. 99, 2004, p. 801-805.
2
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 18 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2011,
Tem-se que o termo dívida pública possui dois sentidos possíveis: o sentido
estrito, onde a dívida pública é entendida como resultado de operações de crédito realizadas
pelos órgãos do setor público, com vistas a antecipar receita orçamentária ou a sanar
desequilíbrios orçamentários e/ou financiamentos de obras e serviços; e o sentido amplo, que
é aquele que compreende tudo o que o Estado deve, independente de qual é o título, e qual a
origem do débito.

Porém, ao tratar de créditos públicos, somente nos interessa o sentido estrito de


análise da dívida pública. A dívida pública é conceituada como aquela que abrange os
empréstimos feitos no mercado interno ou externo, através de contratos assinados com bancos
ou por meio de oferecimento de títulos ao público em geral, assim como a concessão de
garantias e avais, que podem gerar endividamento da administração.

A dívida pública pode ser entendida, também, como empréstimos públicos feitos
a longo ou em curto prazo. Ou seja, o reembolso pode se dar no mesmo exercício financeiro ao
que foi contraído, ou no exercício financeiro subsequente.

Dessa forma, a dívida pública divide-se em dívida pública flutuante e dívida


pública fundada.

Segundo Kiyoshi Harada, a dívida pública flutuante é aquela “contraída a curtos


prazos para satisfazer necessidades momentâneas do Tesouro, provenientes de despesas
imprevistas e da falta de receitas ainda não cobradas.”3 Podendo ser caracterizada também
como aquela que é levantada para cobrir déficit e para antecipar receitas, e que deve ser
resgatada em curto prazo. Régis Oliveira4 conceitua que é a dívida pública possui “termo de
pagamento curto e destina-se a suprir eventual e momentânea insuficiência de caixa.”

Dívida Pública e limitação:


Diante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discus são do endividamento público, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretud o em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas j urídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso , muitas vezes não se pode, ainda, nem mesmo manter seus gastos, pois em última medida, tendo em vista o contexto de recessão em tela, isso sign ificaria aumentar gastos. ante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discussão do end ividamento púb lico, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretu do em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso ,

O arcabouço jurídico brasileiro fixa diversos preceitos orçamentários em relação


à dívida pública e, ainda, limites de seu endividamento. Segundo Régis Oliveira5:

3
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 19 ed. Atlas: São Paulo, 2010
4
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2010
5
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2010
“toda despesa deve encontrar respaldo constitucional ou legal. Todas
devem gerar benefício ao Poder Público, seja como aumento patrimonial,
seja como retribuição a serviços prestados ou compra de bens ou serviços
etc.”

O controle desse endividamento é importante para estabelecer critérios na


estabilidade econômica do Estado. Essa afirmação merece diversas considerações relevantes,
pois é carregada de sentidos políticos que serão debatidos mais a frente.

De todo modo, o equilíbrio das contas da Administração pública deve ter, a


longo, mas também a curto prazo, estabilidade econômica. Para Cesar Andrade 6, “o
descontrole das contas públicas cria desconfiança no mercado quanto à solvência dos entes,
afugentando investidores estrangeiros.”

O papel da Lei de responsabilidade Fiscal (LRF) foi central nesse debate,


entabulando regras que influenciaram a organização institucional do Estado a se pautar de
maneira séria a gerência dos recursos, destacadamente o recurso do endividamento. De todo
modo, destaca-se que a própria Consituição Federal também estabelece limitações ao
endividamento, de modo que as competências atribuídas à União pela CF corroboram a
afirmação de que compete a este ente, no Brasil, zelar pela macroeconomia e estabelecer as
políticas monetárias e de crédito.

Assim, destaca-se que o controle da dívida pública é matéria de relevância para


toda a federação mas também para a Soberania nacional, pois o endividamento elevado dos
entes subsnacionais casa impacto na estabilidade econômica, assim como a não utilização desse
recurso também pode trazer déficits perigosos para a economia de um país. No caso dos entes
federativos, ainda, é necessário que o governo central intervenha.

Assim, a imposição de limitações ao endividamento não representa uma


violação do pacto federativo, e sim uma leitura crítica do papel dos entes para consigo e com
a federação.

Ante exposto, é interessante apontar que a consolidação desses limites são


positivas para implementar mecanismos de controle para o endividamento, como a atribuição
de lei complementar como lei competente para dispor sobre a divida pública, e ao Senado a

6
ANDRADE, Cesar Augusto Seijas de. O controle do endividamento público e a autonomia dos entes da
federação. 2012. 219 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo- FDUSP,
São Paulo
competência de fixar os limites globais do endividamento – embora, porém, não seja esse o
poder que compreenda a demanda social de serviços públicos e os detalhes do âmbito
econômico do país, essa decisão do constituinte é positiva para dar caráter democrático a essa
delimitação.

No art 167, III CF/88, ainda, temos:

“a realização de operações de créditos que excedam


o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.”

Essa regra tem objetivo, ainda, de evitar o pagamento de despesas correntes


com recursos decorrentes de emissão ou contratação de um novo endividamento.

Podemos afirmar também, que essa regra conduz para o entendimento do


Constituinte de que realização dessas operações de crédito devem ser utilizaads apenas para
fins específicos (no caso, para investimentos e grandes projetos, e não para despesas correntes).
Do contrário, haveria menor “burocracia” constitucionalmente prevista.

No que se refere ao artigo 166, § 3°, II, b CF/88 tem-se o estabelecimento de


uma regra que tem como finalidade assegurar o pagamento dos juros da dívida pelo devedor,
preservando direitos do credor.

Isso porque estabelece que emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
projetos que o modifiquem apenas serão aprovadas se indicarem os recursos necessários,
admitidos somente os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre o
serviço da dívida.

O artigo 165, § 8° proíbe a lei orçamentária anual de conter dispositivo diferente


da previsão de receita e da fixação da despesa. Entretanto, autoriza a abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
mediante lei.

Além disso, o artigo 234 Constituição Fdederal de 1988 desautoriza que a


União, assuma, em decorrência da criação de Estado, encargos referentes a despesas com
pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou externa da administração
pública, inclusive da indireta.
Tratando-se do artigo 29 § 3° da Lei de Responsabildiade Fiscal, é previsto que
integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses
cujas receitas tenham constado do orçamento. Destarte, a partir da Lei de Responsabilidade
Fiscal foi possível impor maior controle jurídico em relação à dívida pública brasileira.

Em ultrapassando a dívida os limites fixados pelo Senado Federal, "deverá


haver recondução a seu valor, até o término dos três quadrimestres subsequentes, reduzindo o
excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro" (art. 31 da LC 101/2000).
A norma é bastante rigorosa e evita que o administrador público assuma dívida acima dos
limites fixados pelo órgão competente. Caso haja excesso, deve haver a recondução7.

Destaca-se que o artigo 52 da Constituição Federal enumera as competências do


Senad, sendo a maioria delas alusiva a dívida pública. Esse artigo confere ao Senado Federal
competência para prescrever limitações globais para o montante da dívida consolidada dos
entes federativos, bem como limites e condições para o montante da dívida mobiliária dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Nessa acepção, reforça-se que o constituinte atribuiu papel de controlador da


dívida ao Senado – que também atua na administração do endividamento mediante a edição de
resoluções, sendo relevantes as Resoluções 40 e 43, as duas de 2001.

Com base no que foi exposto, tem-se os principais pontos da legislação


brasileira que fixa demarcações ao endividamento público, de modo que os limites e condições
do endividamento serão estabelecidos pelo Senado (art. 52, itens V, VI, VII, VIII e IX, CF) ou
pelo orçamento (art. 167, III, CF) – enquanto sua administração á Lei de Responsabilidade
Fiscal e as Normas Gerais de Direito Financeiro.

Auditoria cidadã

Ainda diante de um panorama de forte endividamento, urge no mundo um


fenômeno de auditamento cidadão da dívida, entendendo que há a necessidade de investigar os
processos de endividamento que causaram tantas injustiças sociais em todo o mundo,
beneficiando apenas uma minoria localizada principalmente no setor financeiro.

7
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2010,
O instrumento para realizar esta investigação é seria a Auditoria Cidadã da
Dívida. Através da auditoria da dívida seria possível conhecer a natureza da dívida, sua origem,
fatores que influenciaram seu crescimento, quem se beneficiou do processo e onde os recursos
foram aplicados, identificando dívidas ilegítimas ou ilegais.

A auditoria também serve como um processo de investigação sobre o


cumprimento dos regulamentos administrativos, o cumprimento da legislação vigente, bem
como a legitimidade das operações.

A recente experiência de auditoria da dívida do Equador revelou a relevância


do instrumento de auditoria da dívida. O trabalho foi realizado por uma comissão - Comissão
de Auditoria Integral do Crédito Público (em espanhol, CAIC) - criada pelo presidente Rafael
Correa por decreto, no qual definiu sua composição, atribuições e objetivos. O relatório do
CAIC permitiu a ação soberana de Correa, que resultou na redução de 70% da dívida externa
equatoriana em títulos (Global bonds), possibilitando um aumento dos investimentos em saúde
e educação, entre outros.

Uma das características mais importantes do CAIC foi sua composição aberta
à participação da sociedade civil, que garantiu a mobilização social, o monitoramento público
e o apoio político à atitude soberana do Presidente Correa.

No Brasil, esse movimento também vêm crescendo e se debruçando cada vez


mais dos aspectos constitucionais e administrativo que envolvem a dívida pública brasileira.

Aqui o movimento pela surgiu como resultado do Plebiscito da Dívida Externa


realizado no país em setembro de 2000, por centenas de movimentos sociais, em especial pela
Campanha Jubileu do Sul, na qual 6.030.329 cidadãos, de 3.444 municípios no país, se
manifestaram, com mais de 95 pela NÃO manutenção do Acordo com o FMI, e pela NÃO
continuidade do pagamento da dívida externa sem a realização da auditoria prevista na
Constituição Federal e pelo NÃO destinamento de uma grande parte dos recursos
orçamentários para os órgãos especuladores.

Em relação ao voto daqueles milhões de brasileiros que clamavam pela auditoria


da dívida, e antes da omissão dos poderes constituídos - especialmente o Congresso Nacional,
que nunca convocou a auditoria oficial determinada na Constituição Federal - um grupo de
entidades e cidadãos da sociedade civil foram organizados para iniciar o movimento chamado
"Auditoria Cidadã da Dívida".
O nome foi dado precisamente por estar sendo um movimento constituído por
cidadãos e cidadãs.

O objetivo da auditoria da dívida é examinar cuidadosamente o processo de


endividamento do país, conhecer e documentar a verdadeira natureza da dívida, identificar sua
ilegalidade e ilegitimidade e, a partir daí, promover ações no sentido de rever esse processo
que consumiu a maior parte dos recursos públicos, para que esses recursos sejam destinados à
atenção das necessidades sociais urgentes.

Como estratégia de trabalho, a Auditoria Cidadã se baseia em alguns princípios


fundamentais, a saber:

 Acesso aos documentos e dados que permitam conhecer a verdade dos eventos geradores
de dívida pública;
 Conscientização da sociedade em geral, desde a preparação de materiais didáticos -
folhetos, brochuras, website, eventos - buscando a ampla divulgação de fatos históricos
que levaram nossos países a esse endividamento brutal;
 Fortalecimento da cidadania através da divulgação de nossos direitos fundamentais:
direito à vida, saúde, educação, moradia, emprego, saneamento, segurança, assistência,
etc .;
 Produção de materiais que ilustrem a correlação direta entre o processo de endividamento
e o roubo dos direitos dos cidadãos e as dificuldades enfrentadas no seu dia-a-dia;
 Mobilização social, por meio de eventos públicos e publicação de material didático, para
denunciar suspeitas de crimes contra a sociedade, por meio de contratos nocivos,
cláusulas abusivas, desvios, corrupção;
 Envolvimento de todas as forças vivas da sociedade civil: entidades, associações,
sindicatos, movimentos sociais, igrejas, etc., a fim de pressionar os poderes legislativo,
executivo e judicial a exigir a realização da auditoria da dívida, a investigação completa
dos fatos e indícios de ilegalidade e ilegitimidade, bem como a adoção das devidas
providências deliberadas.

Considerações Finais
Diante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discus são do endividamento público, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretud o em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso , muitas vezes não se pode, ainda, nem mesmo manter seus gastos, pois em última medida, tendo em vista o conte xto de recessão em tela, isso sign ificaria aumentar gastos. ante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discussão do end ividamento púb lico, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretu do em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aum entar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso ,

A ideia de federalismo fiscal é essencial para preservar e instituir a autonomia


dos entes federativos, ainda que submetidos às disposições constitucionais – submetidas,
portanto, à União. Sem a outorga de instituição de tributos dentro da esfera de competência dos
entes federativos (tanto estados quanto municípios), não há a autonomia administrativa a ser
exercida.

A crítica à “cortesia com chapéu alheio” se trata dos benefícios e incentivos


fiscais concedidos de forma indireta, que não necessariamente se baseiam no princípio da
compensação fiscal. Em tese, o dinheiro cedido de forma indireta à um município ou estado
para a conclusão de um projeto, além de ser um problema político (pois muitas vezes o apoio
governamental colocado como contrapartida) , se trata de um problema
orçamentário/financeiro, onde não é se pautando na igualdade que se distribui o dinheiro, dando
a um o que é de outro. A dívida pública também se insere nesse contexto.

Diante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discussão do


endividamento público, é importante que se façam algumas considerações acerca da
importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretudo em momentos de
recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar
o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso, muitas vezes não se pode, ainda, nem
mesmo manter seus gastos, pois em última medida, tendo em vista o contexto de recessão em
tela, isso significaria aumentar gastos.

Assim, num contexto onde ninguém “gasta”, a economia não consegue sair do
ciclo recessivo porque o “gasto” de um é “receita” do outro. Em circunstâncias como essa,
apenas o Estado pode contribuir para que a economia saia da crise, aumentando o gasto público
e mantendo a economia aquecida. Ao mesmo tempo, é certo que, assim como os demais agentes
econômicos, a economia do Estado também tem déficits em contextos recessivos, de modo que
só é viável a ampliação de gastos do seu endividamento.

Nesse contexto, a dívida pública passa a ser analisada como um instrumento


importante de financiamento do Estado – e, por consequência, da economia do Estado, e não
somente da Administração Pública. O manejo do endividamento permite que o governo efetue
o pagamento de servidores, conserve o investimento, arque com as políticas sociais. É
impossível pensar, por exemplo, num Estado que esteja plenamente rendido à flutuação de
arrecadação.

Além disso, a dívida também tem incrementos devido ao acúmulo de reserva em


outras moedas, por exemplo, e também por conta da Política Monetária adotada por cada país.
Por exemplo: Uma vez notada uma taxa preocupante de liquidez de determinada moeda no
mercado – o que é crescentemente preocupante numa economia globalizada – é saudável e
necessário para a manutenção dessa saúde econômica que sejam realizadas operações no
mercado aberto para enxugar essa liquidez, vendendo títulos públicos, por exemplo. Eis mais
um potencial relevante da dívida pública como mecanismo de saúde econômica.

O entendimento de que a dívida pública é um mecanismo problemático per se é


equivocado, embora estejam acertadas as ressalvas de seu manejo indiscriminado. Todavia, os
posicionamentos tendentes a projetos que limitem de maneira pouco técnica seu uso passa por
uma interpretação desenviesada – aqui no sentido de que não tem como ótica o viés público do
Estado, incomparável com a lógica de entes privados (sejam famílias, indivíduos ou empresas),
que não definem taxas de juros e projetos à longo prazo.

É essencial recordar que o gasto público é fundamental para manter a demanda


em uma economia em crise. Portanto, o endividamento não possui como consequência lógica a
quebra econômica, como foi nos anos 80, em que o Brasil se endividou em dólar (moeda
externa). Além disso, são vários os países com altos índices de endividamento e, ao mesmo
tempo, taxas positivas de crescimento, como os Estados Unidos, que têm dívida pública
sistemática desde 1850 e o Japão, de 270% do PIB.

O debate deve, então, tender para a discussão dos juros da dívida, para não cair
no erro de prospectar um estado neoliberal, que não promove de maneira perene serviços
sociais. O problema brasileiro dos juros da dívida, que chega a 45% do orçamento que o
governo paga anualmente é o nervo central do debate. Assim, o que torna a dívida pública um
problema não é o seu tamanho, e sim a taxa de juros que é paga diretamente aos detentores da
dívida, de forma que esta é benéfica somente a bancos e detentores de títulos públicos, e não à
coletividade.

Prevista na Constituição de 1988, a auditoria poderia esclarecer qual a


contrapartida e quem foram os beneficiários da dívida pública brasileira, que consome tantos
recursos e alcança patamares altíssimos sobretudo devido a seus juros. Outros países da
América do Sul já deram o exemplo e estão comprovando a ilegalidade desse endividamento,
e devem ser exemplo às autoridades brasileiras.

Bibliografia
ASSONI FILHO, Sérgio. Empréstimos públicos e a sua natureza jurídica. Revista da Faculdade
de Direito, Universidade de São Paulo, v. 99, 2004, p. 801-805.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 18 ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2011, OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista
dos Tribunais: São Paulo, 2010,
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 19 ed. Atlas: São Paulo, 2010
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais:
São Paulo, 2010
ANDRADE, Cesar Augusto Seijas de. O controle do endividamento público e a autonomia dos
entes da federação. 2012. 219 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo- FDUSP, São Paulo
VIERIRA, Laércio M. Marcos regulatórios e auditoria governamental da dívida pública. In:
SILVA, Anderson Caputo; CARVALHO, Lena Oliveira de; MEDEIROS, Otavio Ladeira de
(organizadores). Dívida Pública: a experiência brasileira. Brasília: Secretaria do Tesouro
Nacional: Banco Mundial, 2009
FATTORELLI, Maria Lucia. AUDIT: an essential tool to prove the origins and causes of the
current “debt” crises in the United States and Europe. Disponível em:
https://www.auditoriacidada.org.br/wp-content/uploads/2012/08/Fattorelli-AUDIT-Nov.2011-
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FATTORELLO, Maria Lucia. AUDITORIA DE LA DEUDA PÚBLICA – UNA
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BRASIL. Lei Complementar 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
BRASIL. Código Tributário Nacional.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm

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