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Instituto Federal do Sul de Minas Poços de Caldas

Licenciatura Geografia 5º período


Disciplina: GEOGRAFIA REGIONAL
Professor: Dr. Sérgio Henrique de Oliveira Teixeira
Aluno: Marcelo Silva Vieira
Nº. de matrícula: 14171000205

Fichamento 2: SANTOS, Milton. Sociedade e Espaço: Formação Espacial como Teoria e como
Método. In SANTOS, Milton. Espaço e sociedade: Ensaios. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1982. 156p.

Referenciando Aristóteles e sua frase “O que não está em nenhum ligar não existe”,
obviamente acerca da relevância da questão espacial Santos (1982) nos coloca a refletir sobre a
importância necessária que se faz o espaço quando da análise social, para além disso ainda ressalta
que a ciência geográfica deveria diante a todas as outras ser a mais dedicada à questão do espaço e
no entanto tem reduzido a proporção de importância do espaço em sua relação com a sociedade,
incumbindo o espaço de ser apenas o reflexo ou arena das ações humanas.
O desdobramento dessa consideração de papel secundário do espaço segundo Santos
(1982) levou a geografia a aplicar seus esforços mais pelo interesse da forma das coisas em
detrimento da atenção a que se dedique à formação das coisas, sendo um equívoco no que toca a
devida compreensão do objeto de estudo dessa ciência, o espaço geográfico é confundido com a
análise da paisagem e não permite a percepção da dinâmica da sociedade.
Em seu texto Santos (1982) apresenta a possibilidade de se raciocinar o espaço geográfico
de uma forma mais abrangente que englobe a problemática social, para tal o autor apropria-se do
conceito de Formulação Econômica Social elaborado por Karl Marx e Engels acrescentando a ele
mais uma dimensão, a espacial, que é em sua essência social e que por sua participação permite
uma análise mais precisa na interpretação da realidade das relações homem-natureza.

A categoria de formação social

Segundo Santos (1982) a categoria apesar de ser importante para o estudo das sociedades e
para as análises municiadas do método marxista, esteve estagnada por anos quanto ao seu
aperfeiçoamento conceitual, ocorrendo somente em 1974 a retomada da discussão.
Sereni (1974, p. 15 19-24-25) afirma a categoria Formação Econômico Social como
expressão da unidade e da totalidade de diversas esferas econômicas, sociais, políticas e culturais
da estrutura de formação de uma sociedade em específico. Santos (1982) conota que o conceito
apresentado por Sereni (1974) é diferente do conceito de Sistema Social por sua vez apresentado
por Boukharine (1921, 1979, p. 235), já que este por sua vez diz respeito à sociedade geral e, Santos
(1982) afirma que, se a premissa dos estudos sobre as formações econômicas e sociais é a
possibilidade de compreensão de uma sociedade em sua totalidade, frações e sempre em evolução,
o que lhe falta é a captação das especificidades, da particularidade, do momento, que a distingue
como uma parte do todo, bem como o todo sendo reproduzido por uma de suas partes, pois
considera o autor que a sociedade não possui suas funções como imutáveis, sendo compreendidas
em um quadro de movimento totalizador cujos elementos são variáveis, interagem e evoluem juntas,
sob à lei do todo. (apud SANTOS, 1982, P. 2).
Assim preocupou-se metodologicamente Marx em caracterizar a noção de F.E.S como etapas
de um processo histórico em que modo de produção e formação social são distintas, sendo o modo
de produção o equivalente ao gênero com possibilidade de realização e as formações sociais suas
espécies já realizadas. (SANTOS,1982, P. 3)
Godelier (1971, P. 107; 1972, P. 81) conota que a noção de F.E.S é indissociável do concreto
representado por uma sociedade determinada sob preceitos históricos e que sua definição engloba
sintetizar a natureza exata da diversidade e da especificidade das relações econômicas e sociais que
a caracterizam em um dado momento. E esta obrigatoriedade de realização concreta segundo Sereni
(1974, p. 44-45) não é a afirmação de que se possa compreender isoladamente elementos como a
concretude de uma coisa em si própria. (apud SANTOS,1982, P. 3).

Marcelo Silva Vieira – Geografia IFSULDEMINAS 1


Formação sócio-econômica ou formação espacial?

Pontua La Grassa (1972, p. 93-103) que sendo interdependentes, as categorias modo


de produção, formação social e a de espaço são processos que, juntos formam a produção
(circulação, distribuição, consumo) em um momento histórico espacial determinados num movimento
conjunto que ocorre pela formação social, sendo esta composta por uma estrutura técnico-produtiva
que se expressa geograficamente por certa distribuição de atividade produtiva. Nesse entendimento
a formação espacial exige a presença do complexo de diferentes formas do processo produtivo
(técnicas e organização) manifestadas em uma diversidade de relações de produção, portanto só se
concebe com a noção de espaço. (apud SANTOS,1982, P. 4).
Segundo Santos (1974, p. 8), lugares apresentam diferenças entre si, são o resultado de um
arranjo espacial de modos de produção particulares, o valor de um local se dá a partir de
combinações de seus níveis qualitativos e quantitativos acerca do modo de produção, logo a
organização local da sociedade e do espaço são uma reprodução da ordem internacional. (apud
SANTOS,1982, P. 4).
Define Santos (1982) que formas espaciais são a linguagem dos modos de produção em um
espaço seletivo que, dá a especificidade dos lugares. A distribuição espacial de homens, atividades e
das coisas se dá a partir de necessidades externas, oriundas do modo de produção, ou internas,
oriundas da demanda e estrutura de classes, logo entende-se que a formação social é expressa pelo
confronto e interação entre o modo de produção mais atual, dominante que se impõe sem uma
realização completa, e o modo de produção anterior de certa forma ainda engendrado no atual.
Sintetiza o autor com base nesses argumentos que:

As relações entre espaço e formação social são de outra ordem, pois elas se
fazem num espaço particular e não num espaço geral, tal como para os modos
de produção. Os modos de produção escrevem a História no tempo, as
formações sócias escrevem-na no espaço. [...]. [...]. De fato, a formação social,
totalidade abstrata, não se realiza na totalidade concreta senão por uma
metamorfose onde o espaço representa o primeiro papel. (SANTOS, 1982, P.
4-5)

O papel das formas

Segundo Santos (1982) formas espaciais sob o ponto de vista de determinações específicas
tornando-as concretas, seriam essas determinações especificas apenas vocações. Formas espaciais
são realidades através do espaço (um dado local) e no tempo (um dado momento de uma totalidade)
sendo dependente das necessidades concretas da realização da formação social e de características
próprias do local. Portanto o espaço não é um elemento neutro e evolui, é efeito e condição da
evolução de uma sociedade global e, são as formas espaciais que ao mesmo tempo possibilitam ao
conteúdo novo tornar-se real bem como tornam-se o efeito deste. Assim a organização do espaço é
a condicionante da evolução histórica da formação social.

Espaço e totalidade

Santos (1982) afirma que, o espaço possui papel de reproduzir a totalidade social em
proporção das transformações demandadas de necessidades sociais, econômicas ou políticas, ao
mesmo tempo em que reproduz a si próprio dentro dessa totalidade no momento em que evolui em
função do modo de produção em momentos que se sucedem, influenciando assim a evolução de
outras estruturas, portanto é fundamental na composição da totalidade e de sua evolução, não
podendo esse papel de múltipla e suma importância dinâmica passar desapercebido aos olhos das
teorias sociais, pois, economia, política e cultura necessariamente dependem de estarem inseridas
no espaço para que possam existir, logo não há a existência de formação econômica social e sim de
formações sócio-espaciais conclui o autor.

Marcelo Silva Vieira – Geografia IFSULDEMINAS 2

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