Rio de Janeiro
PORTUGUÊS – GRAMÁTICA
Profª Adriana Figueiredo
01. AOCP – SEJUS – CE – AGENTE PENITENCIÁRIO – 2017
Julgue o item a seguir
A palavra ―guerra‖ possui 6 letras, 4 fonemas e dois dígrafos.
( ) Certo
( ) Errado
Existe uma grande diferença entre oportunidade e oportunismo. Uma é aquela em que as pessoas querem
levar vantagem em tudo, serem espertas, ganhar a qualquer custo, sendo que a outra vai na contramão deste
movimento cada vez mais presente e enraizado na cultura brasileira. [...]
A cultura do Brasil é riquíssima, linda e super diversificada. Porém, esse vício maldito acaba com a beleza. A
necessidade de levar vantagem deixa as pessoas cegas e a feira de Acari, no Rio de Janeiro, é um belo exemplo
deste contraste. O mercadão de produtos roubados é promovido às custas de inúmeras mortes e assaltos por
conta de um comércio que não tem fim. [...]
Não há pagamento de impostos referente à mercadoria e recolhimento de tributos. Só por isso esse produto
chegou até o seu consumidor final. Vidas acabam porque alguém tem a necessidade porca de comprar algo
―baratinho‖. E não é exagero.
Tenho um amigo que hoje reside nos Estados Unidos. A família dele, quando morava no Brasil, possuía uma
transportadora com cinco caminhões. Sempre que se tratava de uma carga valiosa, quem fazia o transporte era
o pai, o dono da empresa. Ele tinha esse cuidado para zelar pelo material do cliente e garantir que o produto
caro chegaria ao seu destino conforme o esperado, sem danos. Até que um dia ele foi roubado e sequestrado. A
quadrilha pediu R$50 mil reais, e a carga era de televisões. Ele ficou quatro dias em cativeiro e não havia
possibilidade de pagar pelo valor exigido. Não avisaram a polícia e as negociações chegaram a R$10 mil. A
quantia foi paga, mas o pai foi encontrado morto, sendo que ele havia falecido muito antes da entrega do
dinheiro.
Ainda me questiono como que as pessoas têm coragem de comprar esses produtos. O detergente mais
barato, o salame, sabão em pó que são vendidos na feira de Acari custaram a vida de alguém. Além disso,
deixou o seguro para todo mundo mais caro, impactando na economia como um todo. Quantas vezes subiu o
seguro do seu carro? Mas na hora de comprar uma peça, muitos não abrem a mão de ir até um desmanche. É
essa consciência que precisa mudar. Quando isso acontecer, o país muda de patamar. [...]
Daniel Toledo. Adaptado de e disponível em: http://envolverde.cartacapital.com.br/insana-mania-de-economizar-
em-coisas-erradas
7. Se, como cidadão, no seu dia-a-dia, um juiz tiver conhecimento de fatos que
caracterizem violações previstas no Estatuto da Pessoa com Deficiência, ele deve:
a) remeter peças informativas da violação ao órgão de defesa dos direitos humanos.
b) remeter peças informativas da violação ao presidente do tribunal, que deliberará a
respeito.
c) remeter peças informativas da violação à Defensoria Pública.
d) remeter peças informativas da violação ao delegado de polícia.
e) comunicar à autoridade competente.
DIREITO DO TRABALHO
Profº Rogério Renzetti
DICA DO RR:
Fontes Materiais: representam o momento que antecede a materialização da norma. Exemplo: Greve,
Flexibilização e Recomendação da OIT.
Fontes Formais: representam a norma já construída.
Fontes Formais Autônomas: elaboradas com a participação direta/indireta de seus destinatários, sem
intervenção do Estado ou de Terceiros. Exemplo: Costumes, Acordos Coletivos de Trabalho etc.
Fontes Formais Heterônomas: são aquelas elaboradas com a participação de um terceiro, em regra, o Estado,
ou seja, sem a participação direta/imediata de seus destinatários principais. Exemplo: leis, atos do Poder
Executivo, Tratados e Convenções Internacionais, Sentenças Normativas, Constituição Federal e Súmulas
Vinculantes.
Fontes Materiais
Fontes do
Direito do Heterônomas
Trabalho
Fontes Formais
Autônomas
DICA DO RR:
Conceito de Empregador: Considera-se empregador a empresa individual ou coletiva, que assumindo os riscos
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação de serviços (art. 2º, CLT).
Conceito de Empregado: Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário (art. 3º, da CLT).
Subordinação
Habitualidade
Onerosidade
Pessoalidade
= DO GRUPO ECONÔMICO =
DICA DO RR: A redação anterior à reforma considerava grupo, para fins de solidariedade, as empresas que
estivessem sob a direção, controle ou administração de outra. O que significa a responsabilidade solidária
apenas para os grupos por subordinação ou verticais, deixando de fora os grupos por coordenação.
A Reforma encerra qualquer discussão no tocante ao grupo econômico horizontal ou por coordenação sobre o
seu cabimento, antes previstos exclusivamente na lei do rural. Nesta modalidade, encontramos empresas
independentes administrativamente entre si.
Por fim, torna-se expressa a previsão de que a identidade de sócios entre sociedades empresariais distintas não
é suficiente para caracterização do grupo econômico. É necessária a demonstração de interesse integrado à
efetiva comunhão de interesses e à atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Basta uma rápida leitura do §2º para percebermos que a caracterização do grupo econômico pressupõe a
existência de pelo menos duas empresas, ficando uma sob a direção, controle ou administração da outra. Ou
seja, a CLT adotou o critério da subordinação para classificar as empresas como pertencentes ao grupo
econômico.
Art. 2º, § 2º, CLT. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas
obrigações decorrentes da relação de emprego (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017).
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração
do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta
das empresas dele integrantes (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
= DO TRABALHO AUTONÔMO =
DICA DO RR: No trabalho autônomo não há subordinação jurídica entre o trabalhador e o tomador.
O prestador de serviços desenvolve o serviço ou obra contratada, de forma autônoma, com profissionalismo e
habitualidade, atuando por conta e risco próprio, assumindo o risco da atividade desenvolvida.
A Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) acrescentou o artigo 442-B ao texto consolidado e passa a dispor:
Art. 442-B, CLT. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem
exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta
Consolidação (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
*MP 808/2017:
A Medida Provisória 808 de 14 de Novembro de 2017 alterou o artigo 442-B da CLT. No tocante ao trabalhador
autônomo, a MP proíbe a cláusula de exclusividade no contrato de prestação de serviços do autônomo, mas não
condena a prestação de serviços a apenas um tomador de serviços. O autônomo poderá prestar serviços para
diversos contratantes e poderá recusar a realização de atividades demandadas pelo contratante.
Art. 442-B, CLT. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de forma
contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.
§ 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a
apenas um tomador de serviços.
§ 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que exerçam
ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive como
autônomo.
§ 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo contratante,
garantida a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato.
§ 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça atividade relacionada ao negócio da
empresa contratante (Medida Provisória nº 808, de 2017).
Caravana TRT 17
Rio de Janeiro
= TELETRABALHO =
Tendo em vista as alterações da CLT pela Lei n° 13.467/2017, está correto o que
consta APENAS em:
a) I e IV.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) I e II.
e) III e IV.
O prefixo tele significa distância, afastamento. Logo, conceituar o teletrabalho como aquele que
preferencialmente ocorre a distância é um conceito equivocado do legislador. O correto seria adotar a técnica
semântica: teletrabalhador é o trabalhador externo, a distância, que trabalha com as novas tecnologias
relacionadas com a informática e a telemática.
Importante!
O fato de o empregado estar trabalhando em regime de teletrabalho não significa que o empregador não possa
controlar a jornada de trabalho dele. Da forma como proposta pelo legislador, a empresa poderá transferir ao
empregado as despesas da manutenção do local de trabalho e, ainda assim, manter de certa forma o controle de
sua jornada de trabalho, inclusive exigindo o comparecimento ao estabelecimento empresarial, sem que tal fato
desconfigure o instituto ou garanta ao empregado o recebimento de horas extras, bastando, para tanto, que o
labor preponderante continue fora das dependências do empregador.
Caravana TRT 18
Rio de Janeiro
Atenção!
Não podemos deixar de citar que o inciso III do artigo 62 da CLT exclui os empregados que trabalham a distância
do capítulo ―Da Duração do Trabalho‖. Isso significa que esses trabalhadores, mesmo que controlados, passam
a não ter direito a hora extra, intervalo interjornada, hora noturna e adicional noturno.
Considera-se como contrato por prazo determinado, o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo
prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda realização de certo acontecimento suscetível de
previsão aproximada.
O contrato por prazo determinado poderá ocorrer, portanto, das seguintes formas:
a) termo prefixado, isto é, o contrato terá uma data certa para o término. Exemplo: contrato de experiência.
As hipóteses de contratação:
c) de contrato de experiência.
Caravana TRT 20
Rio de Janeiro
Obs.: O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos (art.
445, CLT). Já o contrato de experiência não poderá exercer 90 dias.
Cuidado!
O contrato tem o prazo máximo de 90 dias. Portanto, é um erro dizer que contrato de experiência tem três
meses. Três meses podem não perfazer 90 dias.
Contratos por prazo determinado – prorrogação do prazo – uma única vez, desde que respeitado o
prazo máximo legal = válido.
Contratos por prazo determinado – prorrogação do prazo – uma única vez, não respeitado o prazo
máximo legal = indeterminação contratual automática.
Contratos por prazo determinado – prorrogação do prazo – mais uma vez = indeterminação contratual
automática.
= CONTRATO INTERMITENTE =
DICA DO RR: O contrato denominado intermitente permite a prestação de serviços de forma descontínua,
podendo alternar períodos em dia e hora, cabendo ao empregado o pagamento pelas horas efetivamente
trabalhadas.
Caravana TRT 21
Rio de Janeiro
O trabalho prestado nessa modalidade contratual poderá ser descontínuo para que possa atender a demandas
específicas de determinados setores, como, por exemplo, bares e restaurantes.
O contrato de trabalho intermitente está inserido na inclusão do §3º do art. 443 e por meio do acréscimo do artigo
452-A da CLT.
Art. 443, CLT. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente
ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017).
O contrato de trabalho celebrado na modalidade intermitente possui algumas regras que merecem destaque,
quais sejam:
Por escrito;
Conter, especificadamente, o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor-horário do
salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma
função em contrato intermitente ou não;
Com convocação, pelo empregador, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de
serviços, informando qual será a sua jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência;
Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado,
presumindo-se, no silencio, a recusa.
Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à
outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria
devida, permitida a compensação em igual prazo (art. 452-A, §4º, da CLT).
*MP 808/2017:
Afasta-se a possibilidade de aplicação de multa para as partes (revogação do art. 452-A, §4º, da CLT).
Caravana TRT 22
Rio de Janeiro
9) Ana foi contratada como gerente de comércio exterior pela empresa Internacional
Comércio e Exportação Ltda. Após dois anos da contratação, foi eleita para o cargo
de diretora, sendo-lhe informado que se tratava de cargo de confiança a ser ocupado
interinamente. Após ser diretora por doze anos, foi revertida pelo empregador para o
cargo de gerente de comércio exterior, deixando o exercício da função de confiança.
Em relação à situação de Ana,
a) após ocupar cargo de confiança, principalmente o de diretor, o empregado não pode ser
revertido para o cargo anteriormente ocupado, pois isso caracteriza rebaixamento de
função, que é vedado pelo ordenamento jurídico.
b) após ocupar cargo de confiança, o empregado pode ser revertido para o cargo
anteriormente ocupado, com ou sem justo motivo, não lhe sendo assegurado o direito à
manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
c) após ocupar cargo de confiança, o empregado pode ser revertido para o cargo
anteriormente ocupado e, se tal reversão não decorreu de justo motivo e o cargo foi
ocupado por dez ou mais anos, o empregado tem assegurado o direito à manutenção da
gratificação correspondente.
d) trata-se de hipótese de rebaixamento de função que somente pode ser considerada
válida se houver a concordância do empregado, devendo-lhe ser assegurado o direito à
manutenção da gratificação correspondente se ocupou o cargo por dez ou mais anos.
e) trata-se de hipótese de rebaixamento de função que somente pode ser considerada
válida se houver a concordância do empregado, mas, em nenhum caso, lhe é assegurada a
manutenção do direito à gratificação correspondente.
DICA DO RR: A Reforma Trabalhista incluída pela Lei n. 13.467/2017 acresceu ao art. 468 da CLT, o §2º,
impedindo a incorporação da gratificação, mesmo após dez anos de serviço na função de confiança,
contrariando definitivamente o entendimento da Súmula n. 372 do TST. Privilegia-se, desse modo, o poder de
controle do empregador na direção de sua empresa.
Art. 468, § 2º, da CLT. A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura
ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será
incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
X
Caravana TRT 23
Rio de Janeiro
Súmula n. 372 do TST: I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o
empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em
vista o princípio da estabilidade financeira.
II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da
gratificação.
Obs.: Caro aluno, a Súmula n. 372 do TST ainda não sofreu nenhuma alteração pela Corte Superior do
Trabalho, portanto, atente-se na prova, se ele pede conforme a Lei n. 13.467/2017 ou conforme o entendimento
sumulado.
= JUS VARIANDI =
10) A empresa Mitos S/A contratou Perseu para trabalhar como auditor fiscal na filial
do município de São Paulo. Decorridos oito meses, esta filial foi extinta e Perseu foi
transferido para a matriz da empresa em Brasília, mesmo sem sua anuência. Nessa
situação, a transferência será considerada:
a) ilegal porque não houve anuência do empregado, sendo de plano rescindido o contrato
de trabalho.
b) lícita quando ocorrer a extinção do estabelecimento em que trabalha o empregado.
c) regular porque não há previsão legal para esta situação, podendo assim ser exercido o
poder diretivo do empregador com base no jus variandi
d) irregular porque a alteração das respectivas condições de trabalho só é possível por
mútuo consentimento.
e) legal desde que ocorra um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% do salário do
empregado.
DICA DO RR: A doutrina permite que o empregador realize pequenas alterações unilaterais desde que não
cause direta ou indiretamente prejuízo ao empregado. É o chamado jus variandi do empregador.
- No jus variandi ordinário: encontramos a alteração do contrato de trabalho realizada no dia a dia (cotidiano)
da empresa, da forma a organizar a prestação dos serviços independentemente de previsão legal ou
jurisdicional. Exemplos: obrigatoriedade de uso de uniforme, crachás etc.
- No jus variandi extraordinário: a alteração contratual excepcional, que exige previsão legal ou jurisprudencial.
Exemplos: transferência do período noturno para o diurno, transferência de localidade etc.
Caravana TRT 24
Rio de Janeiro
= FÉRIAS =
11) Ana tem 17 anos de idade; Teresa tem 53 anos e Solange, está com 35 anos de
idade. Trabalham na Empresa S como Ajudantes de Produção, cumprindo o horário
de trabalho de 2ª à 5ª feiras, das 7 h às 17 h e, às 6ª feiras, das 7 h às 16 h, com uma
hora de intervalo para refeição. Tendo em vista que todas têm direito a férias
vencidas, de acordo com a CLT, alterada pela Lei n° 13.467/2017, é INCORRETO
afirmar que:
a) somente Solange tem direito ao fracionamento das férias em 3 períodos, sendo
obrigatório que Ana e Teresa usufruam suas férias de uma só vez.
b) todas podem fracionar suas férias em três períodos, desde que um dos períodos não seja
inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias
corridos, cada um.
c) é facultada a todas a conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário, no
valor da remuneração que seria devida nos dias correspondentes, acrescido do terço
constitucional.
d) o pagamento das férias, de cada período, bem como do abono pecuniário será efetuado
até dois dias antes do início do respectivo período.
e) a empregada que contar com dez faltas injustificadas em seu período aquisitivo de férias,
terá direito a férias na proporção de vinte e quatro dias corridos.
DICA DO RR: A CLT determina que a regra é que os empregados usufruam das férias em um único período.
O parcelamento das férias passou a ser permitido com a Reforma Trabalhista em até três períodos. Essa
sistemática é usualmente acordada por iniciativa dos empregados, em instrumentos coletivos de trabalho, pois
permite racionalizar melhor o gozo das férias.
Art. 134, § 1º, CLT. Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até
três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão
ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
Atenção!
Foi revogado o §2º do art. 134, da CLT. Dessa forma, as pessoas com mais de 50 anos e menores de 18 anos
de idade podem, tranquilamente, parcelar suas férias.
Importante!
O início das férias não deve ocorrer no período de 2 (dois) dias que anteceda feriado ou dia de repouso semanal
remunerado.
Caravana TRT 25
Rio de Janeiro
12) Leonardo foi contratado pela Empresa XYZ. como auxiliar de produção, para o
cumprimento de jornada de 8 horas diárias de segunda à sexta-feira, com intervalo de
1 hora para repouso e alimentação. Alegando necessidades da produção, duas vezes
por semana o empregador passou a fracionar o intervalo intrajornada de Leonardo em
três períodos de 20 minutos cada um e, nos outros três dias da semana, passou a
conceder apenas 40 minutos de intervalo. Em relação a essa situação, o
fracionamento do intervalo intrajornada:
a) não é permitido para as atividades exercidas por Leonardo e a redução do intervalo
implica no pagamento pelo empregador dos minutos suprimidos, com um acréscimo de 50%
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza
indenizatória.
b) não é permitido para as atividades exercidas por Leonardo e a redução do intervalo
implica no pagamento pelo empregador do período total do intervalo, com acréscimo de
50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento
natureza salarial.
c) é permitido para as atividades exercidas por Leonardo no caso de necessidade de
produção, mas somente em dois períodos de 30 minutos cada um e a redução do intervalo
implica no pagamento pelo empregador do período total do intervalo, com acréscimo de
50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento
natureza salarial.
d) é permitido para as atividades exercidas por Leonardo no caso de necessidade de
produção e a redução do intervalo implica no pagamento pelo empregador dos minutos
suprimidos, com um acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória.
e) é permitido para as atividades exercidas por Leonardo no caso de necessidade de
produção e a redução do intervalo implica no pagamento pelo empregador do período total
do intervalo, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória.
DICA DO RR: O intervalo não concedido ou concedido parcialmente pelo empregador dá ao empregado o direito
de receber apenas o período não gozado, e não a totalidade do período previsto para o gozo.
Além disso, o novo artigo 71, §4º, da CLT aponta com natureza indenizatória o pagamento do intervalo
suprimido.
Caravana TRT 26
Rio de Janeiro
ANTES DA REFORMA: art. 71, §4º, da CLT. A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza
indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
DEPOIS DA REFORMA: art. 71, §4º, da CLT. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste
artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um
acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
= DISTRATO =
DICA DO RR: A Reforma Trabalhista trouxe nova hipótese de término do contrato de trabalho. O distrato é uma
espécie de resilição que ocorre pelo mútuo consentimento das partes que integram a relação de emprego.
Caravana TRT 27
Rio de Janeiro
Art. 484-A, CLT. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso
em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da Lei
no 8.036, de 11 de maio de 1990;
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do
trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de
11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de
Seguro-Desemprego.
O artigo 484-A da CLT permite que empregador e empregado, de comum acordo, possam extinguir o contrato de
trabalho. Havendo consenso, o contrato será extinto e serão devidos pela metade, o aviso prévio, se indenizado,
e a indenização sobre o saldo do FGTS.
Atenção! O empregado somente poderá movimentar 80% do valor depositado na sua conta vinculada e não fará
jus ao ingresso no Programa do Seguro-Desemprego.
a) I; d) I e III;
b) II; e) I e II.
c) III;
Caravana TRT 28
Rio de Janeiro
DICA DO RR: A Reforma Trabalhista incluiu na CLT o artigo 507-B da CLT, que trata da quitação anual das
obrigações trabalhistas:
Art. 507-B, CLT. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego,
firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da
categoria.
Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará
a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017).
O artigo permite que o empregador firme termo de quitação anual das obrigações trabalhistas, na presença do
sindicato representante da categoria do empregado, no qual deverão constar as obrigações discriminadas, e com
eficiência liberatória das parcelas nele especificadas.
= TRABALHO DA MULHER =
DICA DO RR: A Lei n. 13.287/2016 acrescentou o art. 394-A à CLT, que proíbe o trabalho de gestantes e
lactantes em atividade, operações ou locais insalubres.
Art. 394-A, CLT. A empregada gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação,
de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres, devendo exercer suas atividades em local salubre
(Incluído pela Lei nº 13.287, de 2016).
Quando da sanção da referida lei que acrescentou a redação do art. 394-A da CLT, pensou-se que se estava
adotando uma medida protetiva à mulher, mas que acaba por lhe ser prejudicial.
O dispositivo em comento provocou situações de discriminação ao trabalho da mulher em locais insalubres. Essa
situação é marcante em setores de saúde, como hospitais e clínicas, em que todas as atividades são
consideradas insalubres, o que provoca o desestímulo à contratação de mulheres.
Além disso, ao afastar a empregada gestante ou lactante de quaisquer atividades, operações ou locais
insalubres, há de imediato uma redução salarial, pois ela deixa de receber o respectivo adicional, refletindo,
inclusive, no benefício da licença-maternidade a que fizer jus.
A Reforma Trabalhista propõe, com a nova redação do dispositivo, uma inversão lógica. Ou seja, ao invés e se
restringir, obrigatoriamente, o exercício de atividades em ambientes insalubres, será necessária a apresentação
de um atestado médico comprovando que o ambiente não oferecerá risco à gestante ou à lactante.
Importante!
Art. 394-A, CLT. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a
empregada deverá ser afastada de (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017):
II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde,
emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação;
III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por
médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação.
§ 1º (VETADO)
§ 3º Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça
suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e
ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante
todo o período de afastamento (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
Caravana TRT 30
Rio de Janeiro
* MP 808/2017:
A MP 808/2017 revogou os incisos I, II e III do caput do art. 394-A da CLT e passou a estipular o aumento da
proteção para gestantes.
Elas serão automaticamente afastadas de atividades insalubres, exceto, o caso de insalubridade em grau médio
ou mínimo, quando a empregada voluntariamente, apresentar atestado médico que autorize sua permanência
naquelas atividades.
16) Maria Lúcia ajuizou reclamação trabalhista para pleitear o pagamento de adicional
das horas extras. Na análise dos documentos instrutórios, o juiz notou que no período
em que se baseou o pedido, existia acordo coletivo de trabalho fixando o referido
adicional em 55% sobre a hora normal; convenção coletiva de trabalho da categoria,
indicando adicional de 60% e regulamento da empresa determinando adicional de
65% sobre a hora normal.
a) 50%;
b) 65%;
c) 60%;
d) 55%;
e) 54%
Dica: A nova redação do artigo 620 da CLT RECONHECE QUE AS CONDIÇÕES AJUSTADAS EM ACORDO
COLETIVO DE TRABALHO PREVALECERÃO SOBRE AS ESTIPULADAS EM CONVENÇÃO COLETIVA DE
TRABALHO, partindo-se do pressuposto de que, como o acordo é um ato jurídico celebrado entre sindicatos e
empresas, as cláusulas que vierem a ser por ele avençadas estarão mais próximas da realidades das partes do
que aqueles estabelecidas em convenção, que se destinam a toda uma categoria.
Caravana TRT 31
Rio de Janeiro
DICA DO RR: Dispõe o artigo 486 da CLT sobre o fato do príncipe: ―No caso de paralisação temporária ou
definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei
ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a
cargo do governo responsável‖.
Atenção!
Prevalece o entendimento na doutrina de que a indenização devida pela Administração, mencionada no art. 486,
seria somente a multa indenizatória de 40% do FGTS e o aviso prévio. As demais parcelas, provenientes da
prestação de serviços, serão suportadas pelo empregador.
É certo que o empregado terá o direito de receber do empregador as mesmas verbas rescisórias a que teria
direito no caso da dispensa sem justa causa.
DICA DO RR: A Reforma Trabalhista sancionada pela Lei n. 13.467/2017 acrescentou um novo título à CLT, o
IV-A, para regulamentar o art. 11 da CF, que determina que toda empresa com mais de duzentos empregados
tenha um representante eleito com a finalidade exclusiva de promover o entendimento direto com os
empregados. A ideia é que esse representante atue na conciliação de conflitos trabalhistas no âmbito da
empresa.
Pretendeu o legislador prestigiar o diálogo social e desenvolver as relações de trabalho, reduzindo os conflitos e
o número de ações judiciais. De fato, uma pessoa que tenha credibilidade e liderança junto aos demais
trabalhadores contribuirá para reduzir os desentendimentos internos da empresa.
Atenção
A CF não previu que esse representante dos trabalhadores fosse vinculado à estrutura sindical. Ao contrário, se
essa fosse a intenção, o artigo teria sido incorporado aos dispositivos específicos da organização sindical (art. 8º,
CF). Por essa razão, foi criado um título próprio para tratar unicamente desse representante, apartado dos
dispositivos da organização sindical.
Importante!
Os membros eleitos representantes dos empregados gozam de estabilidade desde o registro da candidatura até
um ano após o fim do mandato, conforme artigo 510-D, §3º da CLT.
Art. 510-D, § 3º, CLT. Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da
comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a
que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Caravana TRT 33
Rio de Janeiro
DICA DO RR: O adicional de insalubridade é um direito concedido a trabalhadores que são expostos a agentes
nocivos à saúde. Há três graus: mínimo, que dá adicional de 10%, médio (20%) e máximo (40%).
O adicional de periculosidade também faz parte dos cálculos da folha de pagamento e o gestor de recursos
humanos precisa discriminar esse pagamento que incide sobre 30% do salário base do empregado.
Caravana TRT 34
Rio de Janeiro
INFORMÁTICA
Profº João Antônio
DIREITO CONSTITUCIONAL
Profº Alexandre Araújo
Caravana TRT 37
Rio de Janeiro
A. Habeas corpus.
B. Mandado de segurança.
C. Habeas Data.
D. Ação Popular.
= JUS POSTULANDI =
1) Considere:
I. Recurso Ordinário ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.
II. Ação rescisória.
III. Homologação de Acordo Extrajudicial.
IV. Agravo de Petição ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.
De acordo com o entendimento Sumulado do TST, o jus postulandi das partes
estabelecido no artigo 791 da CLT, NÃO alcança os indicados APENAS em:
a) I, III e IV.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) I e III.
Mandado de Segurança
Ação Rescisória
Recursos de Competência do TST
Ação Cautelar
Homologação De Acordo Extrajudicial
Ação Rescisória;
Mandado de Segurança;
Súmula n. 425 do TST
Ação Cautelar;
Recursos de Competência do TST;
= ÔNUS DA PROVA =
DICA DO RR: A Reforma Trabalhista trouxe ao artigo 818 da CLT, nova redação que incorporou ao processo do
trabalho as disposições do artigo 373 do CPC, tanto ao ônus estático (incisos I e II) quanto ao ônus dinâmico
(parágrafo 1º), a saber:
ANTES DA REFORMA: art. 818 da CLT. A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.
§ 2º A decisão referida no § 1º deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento
da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito
admitido.
§ 3º A decisão referida no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela
parte seja impossível ou excessivamente difícil.
Atenção!
Quanto ao ônus da prova, o aluno deve ler as recentes Súmulas n. 460 e 461 do TST:
Súmula nº 460 do TST. VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA - Res. 209/2016, DEJT divulgado em
01, 02 e 03.06.2016.
É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para a
concessão do vale-transporte ou não pretenda fazer uso do benefício.
Súmula nº 461 do TST. FGTS. DIFERENÇAS. RECOLHIMENTO. ÔNUS DA PROVA - Res. 209/2016,
DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016.
É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois o pagamento é
fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC de 2015).
= HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS =
DICA DO RR: A Reforma Trabalhista regulamentou os honorários advocatícios no artigo 791-A da CLT:
Art. 791-A, CLT. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência,
fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte
estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro
processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão
sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir
a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado
esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Dessa forma, ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos os honorários advocatícios, fixados
entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
= EMBARGOS DA DECLARAÇÃO =
DICA DO RR: Os Embargos de Declaração estão previstos nos artigos 897-A CLT, mas os dispositivos do
CPC/2015 (arts.1.022-1.026) terão aplicação subsidiária.
No Processo do Trabalho, os Embargos de Declaração representam o meio adequado para impugnar, no prazo de 5 dias,
sentença ou acórdão que apresentarem: (fundamentação VINCULADA)
Omissão
Obscuridade
Contradição
Manifesto equívoco na análise dos pressupostos EXTRÍNSECOS do recurso
Caravana TRT 44
Rio de Janeiro
Atenção!
Em REGRA, os Embargos de Declaração não têm a função de ANULAR ou REFORMAR a decisão impugnada, sendo
destinado a ESCLARECER ou INTEGRAR o julgado. No entanto, em certas situações os Embargos de Declaração poderá
alterar o julgado.
OJ nº 142 SDI I TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. VISTA PRÉVIA À PARTE CONTRÁRIA.
(cancelado o item II em decorrência do CPC de 2015) - Res. 214/2016, DEJT divulgado em 30.11.2016 e 01 e 02.12.2016
É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com efeito modificativo sem que seja concedida
oportunidade de manifestação prévia à parte contrária.
Art. 897-A § 2º CLT. Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção
de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 897-A § 3º CLT. Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das
partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura.
= DA AUDIÊNCIA =
DICA DO RR: Audiência trabalhista é ato SOLENE e FORMAL caracterizado pelo comparecimento das partes,
dos advogados e dos auxiliares do juízo.
Atenção!
§ 1º. Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência.
§ 2º. Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na
forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no
prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
§ 5º. Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os
documentos eventualmente apresentados.
§ 4º. A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
Art. 843, § 3º CLT. O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.
Caravana TRT 46
Rio de Janeiro
= PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO =
DICA DO RR: A Lei n. 9.957/2000 instituiu na CLT os artigos 852-A a 852-I, que tratam do procedimento
sumaríssimo.
a) valor da causa: dissídios individuais cujo valor da causa seja maior que 2 salários mínimos e não exceda a
40 vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação;
b) Fazenda Pública: quando for parte a Fazenda Pública não será admitido o procedimento sumaríssimo;
c) audiência única: as demandas no rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em única audiência. Em regra,
não é admitido o fracionamento das audiências, comum no rito ordinário;
d) saneamento em audiência: serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir
no prosseguimento da audiência e do processo;
f) recursos:
Recurso Ordinário:
Imediatamente distribuído;
Relator deve liberar no prazo máximo de 10 dias;
Secretaria do Tribunal ou Turma deve colocar imediatamente em pauta para julgamento;
Não há revisor;
Parecer do Representante do MPT é oral;
Acórdão consistente apenas na certidão de julgamento, bastando a indicação do processo e da parte
dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente;
Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal
circunstância, servirá de acórdão.
Recurso De Revista:
= RECURSO ORDINÁRIO =
DICA DO RR: O artigo 895 da CLT traz as hipóteses de cabimento do Recurso Ordinário, a saber:
II. das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência
originária, no prazo de 8 dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
Caravana TRT 48
Rio de Janeiro
1ª Hipótese:
2ª Hipótese:
Decisão de TRT em ação de sua competência ORIGINÁRIA cabe recurso ordinário para o TST.
= RECURSO DE REVISTA =
Hipóteses de Cabimento:
Art. 896 CLT. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões
proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho,
quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal
Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do
Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo
Tribunal Federal;
Para Lembrar:
Art. 896 CLT. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões
proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho,
quando:
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença
normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição
do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;
Para lembrar:
Caravana TRT 50
Rio de Janeiro
Atenção!
Recurso de Revista na EXECUÇÃO só cabe quando ofender a CONSTITUIÇÃO!!! (Súmula n. 266 do TST).
OBS: Nas execuções FISCAIS e que envolva CNDT (certidão negativa de débitos trabalhistas) caberá
Recurso de Revista por violação:
Constituição Federal
Lei Federal
Divergência jurisprudencial
Não esqueça:
PREQUESTIONAMENTO
TRANSCENDÊNCIA
=AGRAVO DE PETIÇÃO =
DICA DO RR: No processo civil utilizamos a APELAÇÃO tanto na fase de conhecimento como na execução.
Já o processo do trabalho divide na instância ORDINÁRIA os recursos, dependendo da FASE em que for
prolatada a decisão.
§ 1º. O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os
valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou
por carta de sentença.
Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não
fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no
agravo.
= EMBARGOS À EXECUÇÃO =
Art. 884 CLT. Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar
embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
Caravana TRT 52
Rio de Janeiro
Atenção ao PRAZO!!!
Executado (geral): 5 dias (contados da data da INTIMAÇÃO da penhora que garantiu o juízo).
Fazenda Pública: 30 dias
§ 2º. Se na defesa tiverem sido arrolada testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso,
julgue necessário seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-
se dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º. Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao
exequente igual direito e no mesmo prazo.
§ 5º. Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais
pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição
Federal.
§ 6º. A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem
ou compuseram a diretoria dessas instituições.
= EXECUÇÃO =
c) pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal
apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado e,
elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de quinze
dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão.
d) sempre pelas partes, vedada a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do
Tribunal e, elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum
de dez dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão.
e) pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal
apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado e,
elaborada a conta e tornada líquida, o juízo poderá abrir às partes prazo comum de dez dias
para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância,
sob pena de preclusão.
DICA DO RR: Quanto à legitimidade: a execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício
pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por
advogado (art. 878 CLT).
Obs.: A CLT NÃO prevê a legitimidade PASSIVA na execução trabalhista, por essa razão se aplica o art. 4º da
Lei 6.830/80:
I. o devedor;
II. o fiador;
III. o espólio;
IV. a massa;
V. o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de
direito privado; e
VI. os sucessores a qualquer título.
Atenção!
Quanto aos títulos executáveis: as decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com
efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o
Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia
serão executados pela forma estabelecida neste Capítulo (art. 876, CLT).
Para Lembrar:
Obs.: A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento,
a fim de obter título executivo judicial (art. 785 CPC/2015).
Caravana TRT 55
Rio de Janeiro
DIREITO ADMINISTRATIVO
Profº Leonardo Torres
02. (Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora – MG Prova: Auditor Fiscal)
Sobre o Princípio da Motivação, é lícito afirmar que ele
a) obriga o Estado a proporcionar aos seus agentes públicos condições para que estejam
sempre motivados a atender o interesse público.
b) garante que o Poder Público exerça o controle sobre os próprios atos, podendo anular os
ilegais e revogar os inconvenientes, sem a necessidade de buscar o Poder Judiciário
c) obriga que o administrador público obedeça à lei e ao Direito, o que inclui os princípios
administrativos, sob pena de responder disciplinar, civil e criminalmente
d) determina que o administrador público deve expor os fundamentos de fato e de direito
que embasaram sua decisão ou ato praticado.
e) decorre do próprio Estado de Direito e motiva à autoridade competente a se sentir
obrigada a dar publicidade de seus atos.
Caravana TRT 56
Rio de Janeiro
ATOS ADMINISTRATIVOS.
TIEPA
(ATRIBUTOS)
MCOFF
(requisitos)
FORMAS DE EXTINÇÃO:
ANULAÇÃO – ATOS ILEGAIS – EX TUNC
REVOGAÇÃO – ATOS LEGAIS – EX NUNC
05. (Banca: AOCP Órgão: TRT - 9ª REGIÃO (PR)Prova: Juiz do Trabalho) Marque a
alternativa incorreta sobre ato administrativo:
a) a revogação envolve ato discricionário da Administração
b) pela revogação um ato válido é extinto, por razões de oportunidade e conveniência
c) os efeitos da revogação do ato administrativo operam-se ex tunc
d) a anulação pode ser feita pelo poder Judiciário ou pela Administração
e) a revogação é prerrogativa da Administração
Caravana TRT 57
Rio de Janeiro
LIA
(LEI 8429/92)
10. (Banca: AOCP Órgão: TRE-AC Prova: Técnico Judiciário - Área Administrativa)
É ato de improbidade administrativa que causa enriquecimento ilícito
a) celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei.
b) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou
aceitar garantia insuficiente ou inidônea.
c) conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie.
d) frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente.
e) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública
de qualquer natureza.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO.
12. (Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora – MG Prova: Auditor Fiscal)
O exercício do poder de polícia administrativa, por meio de sua modalidade
repressiva, caracteriza- se através da
a) emissão de alvará de construção.
b) emissão de carteira de motorista.
c) autorização de uso de bem público.
d) expedição do alvará do corpo de bombeiros.
e) imposição de multa.
Caravana TRT 60
Rio de Janeiro
(D) Não figurarão entre os elegíveis, até que se esgotem todos os nomes, na ordem de
antiguidade, aqueles desembargadores que tiverem exercido quaisquer cargos de direção
por quatro anos ou o de Presidente.
(E) Os desembargadores eleitos ficarão vinculados aos processos que lhes foram
distribuídos.
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I, II e IV.
(D) I, III e IV.
(E) II e IV.
05. Nos termos do Regimento Interno do TRT da 1ª Região, justificar as ausências dos
magistrados membros do Tribunal Pleno incumbe
(A) ao Corregedor Regional.
(B) ao Diretor da Secretaria.
(C) ao Vice-Presidente do Tribunal.
(D) ao Ouvidor.
(E) ao Presidente do Tribunal.
Caravana TRT 63
Rio de Janeiro
10. É competente para indicar os juízes titulares de Vara do Trabalho para acesso ao
Tribunal por antiguidade
(A) o Presidente do Tribunal.
(B) o Órgão Especial.
(C) o Corregedor-Regional.
(D) Turma do Tribunal.
(E) o Tribunal Pleno.
ÉTICA
01. É VEDADO ao servidor praticar ou compactuar com ato contrário à ética e ao
interesse público. Tal vedação é caracterizada por conduta
(A) ativa ou passiva, obrigatoriamente direta, e que implique violação expressa à lei, ainda
que o servidor observe as formalidades legais.
(B) obrigatoriamente ativa, direta e que implique violação expressa à lei.
(C) ativa ou passiva, direta ou indireta, mesmo que o servidor observe as formalidades
legais e não cometa violação expressa à lei.
(D) ativa ou passiva, direta ou indireta, e que, necessariamente, implique violação expressa
à lei, independentemente de o servidor observar ou não as formalidades legais.
(E) ativa ou passiva, obrigatoriamente direta, mesmo que o servidor observe as
formalidades legais e não cometa violação expressa à lei.
02. Considere a seguinte situação hipotética: uma editora jurídica, de grande porte,
situa-se em frente ao prédio do TRT-RJ. Em julho de 2016, a citada empresa privada
completou vinte anos de existência, razão pela qual editou livro comemorativo com
farta ilustração gráfica e textos de renomados juristas do Brasil, a ser distribuído a
seus clientes, dentre estes, alguns servidores públicos do TRT-RJ. Os servidores do
TRT-RJ
(A) não poderão aceitar o livro oferecido pela editora, pois o Código de Ética apenas permite
que o servidor aceite prêmios ou bolsas de estudos, o que não é o caso.
(B) não poderão aceitar o livro, tendo em vista que o Código de Ética veda o recebimento de
qualquer valor ou objeto, independentemente da sua natureza.
(C) poderão aceitar o livro, desde que o valor não ultrapasse o correspondente ao valor
estipulado em Ato a ser editado pelo Órgão Especial.
(D) poderão aceitar o livro, independentemente de seu valor, por tratar-se de brinde
oferecido por ocasião de evento especial, expressamente admitido pelo Código de Ética.
(E) poderão aceitar o livro, desde que o valor não ultrapasse o valor estipulado em Ato a ser
editado pela Presidência do Tribunal.
Caravana TRT 67
Rio de Janeiro
PORTUGUÊS – INTERPRETAÇÃO
Profª Adriana Figueiredo
01. AOCP – ITEP – AGNETE DE NECRÓPSIA - 2018
Assinale a alternativa cujo trecho selecionado apresenta uma sequência textual narrativa.
a) ―Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes
fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de
saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências [...]‖.
b) ―Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior
quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da
comunidade ou da própria família.‖.
c) ―[...] já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os
cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).‖.
d) "Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação
de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão
arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos
pontos do corte cirúrgico se rompeu [...]‖.
e) ―A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo
dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas,
contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado
esse grupo etário como o de maior risco.‖.
A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências
nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A
base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.
Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo ponderado é excelente.
Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu. Inexiste ser humano que não possa ser
alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar
(QuandoquebonusdormitatHomerus - ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.
Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um
ataque pessoal. A boa crítica indica aperfeiçoamento. Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da
passionalidade. Refulgem argumentos e dados. Mínguam questões subjetivas. Há mais substantivos e menos
adjetivos. Não digo o que eu faria ou o que eu sou. Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais
critérios. Que argumentos estão bem fundamentados e quais poderiam ser revistos. Objetividade é um campo
complexo em filosofia, mas, certamente, alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil objetivo.
Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro a
títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei.
Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por
causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter
feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz. [...]
Disponível em:<https://jomalggn.com.br/noticia/insulto-logo-existo-por-leandro-karnal> . Acesso em: 11 dez. 2017.
Caravana TRT 69
Rio de Janeiro
Existe uma grande diferença entre oportunidade e oportunismo. Uma é aquela em que as pessoas querem
levar vantagem em tudo, serem espertas, ganhar a qualquer custo, sendo que a outra vai na contramão deste
movimento cada vez mais presente e enraizado na cultura brasileira. [...]
A cultura do Brasil é riquíssima, linda e super diversificada. Porém, esse vício maldito acaba com a beleza. A
necessidade de levar vantagem deixa as pessoas cegas e a feira de Acari, no Rio de Janeiro, é um belo exemplo
deste contraste. O mercadão de produtos roubados é promovido às custas de inúmeras mortes e assaltos por
conta de um comércio que não tem fim. [...]
Não há pagamento de impostos referente à mercadoria e recolhimento de tributos. Só por isso esse produto
chegou até o seu consumidor final. Vidas acabam porque alguém tem a necessidade porca de comprar algo
―baratinho‖. E não é exagero.
Tenho um amigo que hoje reside nos Estados Unidos. A família dele, quando morava no Brasil, possuía uma
transportadora com cinco caminhões. Sempre que se tratava de uma carga valiosa, quem fazia o transporte era
o pai, o dono da empresa. Ele tinha esse cuidado para zelar pelo material do cliente e garantir que o produto
caro chegaria ao seu destino conforme o esperado, sem danos. Até que um dia ele foi roubado e sequestrado. A
quadrilha pediu R$50 mil reais, e a carga era de televisões. Ele ficou quatro dias em cativeiro e não havia
possibilidade de pagar pelo valor exigido. Não avisaram a polícia e as negociações chegaram a R$10 mil. A
quantia foi paga, mas o pai foi encontrado morto, sendo que ele havia falecido muito antes da entrega do
dinheiro.
Ainda me questiono como que as pessoas têm coragem de comprar esses produtos. O detergente mais
barato, o salame, sabão em pó que são vendidos na feira de Acari custaram a vida de alguém. Além disso,
deixou o seguro para todo mundo mais caro, impactando na economia como um todo. Quantas vezes subiu o
seguro do seu carro? Mas na hora de comprar uma peça, muitos não abrem a mão de ir até um desmanche. É
essa consciência que precisa mudar. Quando isso acontecer, o país muda de patamar. [...]
Daniel Toledo. Adaptado de e disponível em: http://envolverde.cartacapital.com.br/insana-mania-de-economizar-em-coisas-erradas
Tenho ouvido essa pergunta com muita frequência, desde o início do ano. Há a noção de que o app, antes
adorado, entrou numa ladeira, em ponto morto
Comecemos com o popular termômetro do Facebook. Há um ano, entrava em meu perfil e via uma penca de
pessoas louvando o Uber. E não exagero com o ―louvar‖. Pois era exagerada a reação da multidão
facebookiana. Ao Uber era atribuída uma, nada mais, nada menos, revolução no transporte urbano. Era o início
dos tempos de motoristas particulares bem-vestidos e com água gelada e balinha no carro. Desde o início do
ano, o cenário mudou. Agora, o exagero é o oposto. Há todo tipo de reclamação contra o Uber.
Nas últimas duas semanas, deparei-me com queixas de mais de dez pessoas, de meu círculo de amigos no
Facebook. Isso sem correr atrás dos lamentos; apenas como observador, um receptor passivo. Fora do ambiente
virtual, outros quatro clientes vieram me perguntar algo como: ―por que o Uber tá tão ruim?‖. Todos haviam
passado por problemas recentes com o aplicativo. A reclamação mais comum, e que reproduz uma situação pela
qual passei três vezes (a última, em maio): motoristas cancelarem a corrida, sem avisar, sem perguntar, por
vezes próximos ao local de partida, aparentemente por 1. Não quererem aquela viagem específica ou 2.
Calcularem que vale mais a pena fazer o usuário pagar uma ―multa‖ pelo cancelamento.
Mas voltemos à pergunta inicial: o que aconteceu com o Uber?
Parece que, quando surgiu, em 2009, e até o ano passado, a empresa americana era encarada como uma
criança talentosa; e, sim, estava em seu início, em sua infância. Todos (ou quase todos) se admiravam com os
talentos dessa jovem (e inovadora) criança. Agora, o Uber entrou na fase da adolescência, cheio de problemas.
É comum que esse amadurecimento venha às companhias, ainda mais às que se autoproclamam inovadoras. O
Google, por exemplo, era criticado na virada dos anos 2000 e, depois, em meados da década passada (chegou a
se ver como protagonista de uma CPI da Pedofilia no Brasil). O Facebook tem sofrido duras repressões da
mídia, e de usuários, pela proliferação de fake news, de vídeos violentos, e de outras coisas, digamos,
duvidosas, pela rede social. Essas duas empresas souberam amadurecer e dar a volta por cima. Reagiram, ao
menos por enquanto, de forma – na lógica que coloquei acima – adulta. Será que o Uber conseguirá o mesmo?
Já era para o Uber?
Sim, a empresa entrou numa ladeira, em ponto morto. Mas ainda dá tempo de frear, dar a volta e engatar a
primeira marcha. Todas as gigantes do Vale do Silício, ou as já mais estabelecidas, tiveram de encarar
momentos-chave para suas histórias, nos quais quaisquer deslizes poderiam levar a uma quebradeira geral. Foi
assim com a Apple, cuja falência era tida como quase certa no fim dos anos 90 (e, veja só, agora é a bola da
vez). E com Twitter, Google, Facebook… todas. Faz parte do processo de amadurecimento. A pergunta que fica:
será que o Uber conseguirá ultrapassar os obstáculos que ele próprio parece ter criado para si e, assim, virará
―adulto‖? Ainda não se sabe qual será o destino final dessa corrida.
Adaptado de http://veja.abril.com.br/blog/a-origem-dos-bytes/deu -ruim-pro-uber/. Publicado em 22 jun 2017, 18h54
Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele disse: "Não entendo muito bem o que você falou,
mas o que menos entendo é o fato de estar indo a uma festa."
— Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de tão difícil de se compreender nisso?
Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma Gaivota sobrevoando o mar, viajar é sentir-se ainda mais
pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de uma ave mirrada de asas partidas numa gaiola
lacrada, sobrevivendo apenas de alpiste da melhor qualidade e água filtrada. Ou ainda, pássaros presos na
ambivalência existencial... fadado ao fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou viver presos em suas próprias
armadilhas...
Caravana TRT 71
Rio de Janeiro
Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos ascendentes; que pássaro quer ser; que
lugares quer sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por mais e mais, qual a serventia dessas
asas enormes, herança genética de seus pais e que lhe confere enorme envergadura? Diga para quê serve? Ao
primeiro sinal de perigo, debique e pouse na cerca mais próxima. Ora, não venha com desculpas esfarrapadas e
vamos dona Gaivota, espante a preguiça, bata as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é
de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um lugar que não existe para quem voa rente ao
céu e viaja léguas e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no horizonte e os pés socados em
terra firme.
Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não deve ser, não; pois as Gaivotas sacodem a poeira
das asas, limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc lá.
Fonte:<http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/6031227> . Acesso em: 21 Jun, 2017
Existe uma grande diferença entre oportunidade e oportunismo. Uma é aquela em que as pessoas querem
levar vantagem em tudo, serem espertas, ganhar a qualquer custo, sendo que a outra vai na contramão deste
movimento cada vez mais presente e enraizado na cultura brasileira. [...]
A cultura do Brasil é riquíssima, linda e super diversificada. Porém, esse vício maldito acaba com a beleza. A
necessidade de levar vantagem deixa as pessoas cegas e a feira de Acari, no Rio de Janeiro, é um belo exemplo
deste contraste. O mercadão de produtos roubados é promovido às custas de inúmeras mortes e assaltos por
conta de um comércio que não tem fim. [...]
Não há pagamento de impostos referente à mercadoria e recolhimento de tributos. Só por isso esse produto
chegou até o seu consumidor final. Vidas acabam porque alguém tem a necessidade porca de comprar algo
―baratinho‖. E não é exagero.
Tenho um amigo que hoje reside nos Estados Unidos. A família dele, quando morava no Brasil, possuía uma
transportadora com cinco caminhões. Sempre que se tratava de uma carga valiosa, quem fazia o transporte era
o pai, o dono da empresa. Ele tinha esse cuidado para zelar pelo material do cliente e garantir que o produto
caro chegaria ao seu destino conforme o esperado, sem danos. Até que um dia ele foi roubado e sequestrado. A
quadrilha pediu R$50 mil reais, e a carga era de televisões. Ele ficou quatro dias em cativeiro e não havia
possibilidade de pagar pelo valor exigido. Não avisaram a polícia e as negociações chegaram a R$10 mil. A
quantia foi paga, mas o pai foi encontrado morto, sendo que ele havia falecido muito antes da entrega do
dinheiro.
Ainda me questiono como que as pessoas têm coragem de comprar esses produtos. O detergente mais
barato, o salame, sabão em pó que são vendidos na feira de Acari custaram a vida de alguém. Além disso,
deixou o seguro para todo mundo mais caro, impactando na economia como um todo. Quantas vezes subiu o
seguro do seu carro? Mas na hora de comprar uma peça, muitos não abrem a mão de ir até um desmanche. É
essa consciência que precisa mudar. Quando isso acontecer, o país muda de patamar. [...]
Daniel Toledo. Adaptado de e disponível em: http://envolverde.cartacapital.com.br/insana-mania-de-economizar-em-coisas-erradas
PORTUGUÊS – REDAÇÃO
Profª Adriana Figueiredo
Fonte:
Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/12/tecnologia/1434103095_932305.html>.
Acesso em: 27 jan. 2017.
Caravana TRT 73
Rio de Janeiro