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SERAFIM - ASSESSORIA & CONSULTORIA JURÍDICA

MARCELO SERAFIM DE SOUZA - OAB/ES 18.472


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE


VITÓRIA/ES

URGENTE – RÉUS PRESOS

Lembrai-vos dos presos,


como se estivésseis presos com eles,
e dos maltratados,
como sendo-o vós mesmos
também no corpo.
(Hebreus 13:3)

Ação Penal nº 0010357-41.2018.8.08.0024

PATRICK GOMES VENTURA e GUILHERME VIEIRA ALVES, devidamente qualificados nos autos
da Ação Penal sub examine, atualmente recolhidos no CTV – Centro de Triagem de Viana, por
seu advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da página, onde recebe as
intimações e notificações de praxe, vêm com todo o acato e respeito à honrada presença de
Vossa Excelência, para manifestar e requerer:

L I B E R D A D E P R O V I S Ó R I A

com supedâneo no inciso III do artigo 310 do Código de Processo Penal e razões adiante
ventiladas.

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As circunstâncias que circundam o fato, pelo qual foram incursos os Acusados, bem como a vida
pregressa e ordeira que este vivem, requerem como medida da mais lídima e cristalina justiça,
a concessão do benefício da liberdade provisória, para que enfim possam o aguardar em
liberdade a tramitação processual, com fundamento no Inciso II do Artigo 310 do Código de
Processo Penal, pelo que expõem e ao final requer o seguinte:

Consta dos autos da Ação Penal suso, que os ora requerentes foram presos em flagrante delito,
pois supostamente teriam infringido o Art. 157, § 2º, II, do CP c/c Art. 244-B, da Lei 8069/90 e
Art. 28, da Lei 11343/06. Haja vista, conforme consta do APFD, os acusados GUILHERME e
PATRICK, juntamente com um menor, teriam roubado a vítima dos autos, que reconheceu o
autuado Guilherme em sede policial, tendo Guilherme utilizado um simulacro de arma de fogo,
salientando ainda que no veículo em que os mesmos foram encontrados, foi localizado 05
aparelhos de celular, possivelmente provenientes de outros roubos. Consta ainda que, o
acusado Patrick tinha ciência dos roubos praticados pelos demais autuados tendo permanecido
em conjunto com os mesmos, durante a prática delituosa. Sendo que por conta disso,
encontram-se os mesmos presos e recolhido no CTV – Centro de Triagem de Viana, à disposição
deste R. Juízo.

Em que pese, neste azo, não trata de mérito, apenas, observa-se técnica e processualmente o
procedimento apurado. Desejam os acusados manifestarem, afirmando que são pessoas
trabalhadoras, humildes, responsáveis, cumpridoras de suas obrigações, possuindo ambos
residência fixa, vivendo de atividade lícita. No caso do PATRICK, motorista de aplicativo e
entregador de marmitex e lanches. No caso do GUILHERME, entregador de marmitex e lanches.

Portanto, ao ver não justifica claramente os elementos ensejadores para a decretação da


medida cautelar preventiva.

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Insta frisar que, os acusados ostentam plenas condições sociais para que sejam agraciados com
o benefício que lhes faculta a Lei Penal1, ou seja, os requisitos necessários para a concessão do
benefício da Liberdade Provisória, ostentando ambos residência fixa com ânimo definitivo,
conforme afirmado alhures.

O festejado artigo 310 do Código de Processo Penal, que dispõe sobre a liberdade provisória,
concedida sob certos pressupostos e condições a presos custodiados, deixa claro que não se
trata de favor que se possa outorgar ao preso que está nessa circunstância como requerente,
mas sim um direito a que este faz jus.

Permissa venia, mm. Juiz, sendo os requerentes ostentadores de plenas condições sociais para
serem agraciados com o benefício que lhes faculta a Lei Penal2, sendo possuidores de residência
fixa, com ânimo definitivo, bem como, cumpre destacar que, não se havendo notícias de
mandado de prisão em aberto contra os acusados, demonstrando serem pessoa que não têm
por costume a prática de atos delituosos, a Liberdade Provisória destes, é medida salutar que se
impõe.

1
Se a prisão não for necessária para a garantia da ordem pública, da instrução criminal ou da aplicação da pena,
não se justificando seja mantida e o juiz deve conceder a liberdade ao acusado. (Hélio Tornachi – Curso de Direito
Penal – pág.43). O subjetivismo do julgador não contribui fundamentação para tirar a liberdade do acusado,
primário e de bons antecedentes, antes da decisão final e definitiva da ação penal em que lhe foi imputada. (rt –
589/411).

2
“Tanto a vítima quanto o acusado representam no processo penal interesses públicos, porque o Estado tem
tanto interesse na punição de um culpado quanto na absolvição de inocente e tutela de igual modo a segurança
pública e a liberdade individual”. (H. B. Tornachi, a Relação Processual Penal, p. 84, Ed. A Noite, 1944). “Outra
teoria afirma que a finalidade da jurisdição é a tutela dos direitos subjetivos (ROCCO) [...], esta, porém, só se
exerce na medida em que o próprio direito objetivo protege e ampara o direito subjetivo”. (LASCANO). PG. 202,
(H.B. Tornachi, p.74 Ed. A Noite, 1944). “Se o Juiz não dá de si, para dizer o direito em face da diversidade de cada
caso, a sua Justiça será a do leito de procusto”, [...].

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Nesta toada, impende ressaltar que, sua liberdade não atentará contra a ordem pública, não
perturbará o rito especial da ação criminal e não prejudicarão a aplicação da Lei Penal não
havendo assim, razão para não continuarem no distrito da culpa, conseguintemente podendo
estes comparecerem perante este douto Juízo, sempre que solicitados.

O contexto probatório contribui para que os Acusados sejam agraciados com o benefício que
lhe faculta o Diploma Legal, tendo ainda em vista, inúmeras provas no mérito e mais que se deve
levar em conta que ostenta o presente pedido, há provas sólidas no sentido de que os
beneficiários ostentam meios de sobrevivência por atividade lícita, tratando-se de pessoas de
bem, não levando à conclusão de que representam risco à sociedade ou que irão se furtar à
aplicação da ação da justiça.

A cautela no processamento judicial é regra e medida extremada, para que se evite causar dano
maior ao seio social, mesmo ao se saber em que a aplicabilidade esteja sob o escudo da
legalidade, a reparação de constrangimento no cerceamento do direito de ir e vir não se repara
na tentativa da marca da prisão cravada na vida do imputado.

Mutatis mutandis, conforme afirmado alhures, não há previsão legal à antecipação da tutela
penal e, in casu, não se vislumbra a ocorrência dos requisitos legais autorizadores da prisão
preventiva (art. 312 do CPP).

Aliás, no Brasil a prisão é a ultima ratio, sendo exceção e não regra. Quiçá pelos malefícios
causados àqueles que adentram o Sistema Prisional.

Neste diapasão a Segunda Turma do Pretório Excelso, ao enfrentar a questão acerca da


excepcionalidade da prisão como ultima ratio em nossa legislação, em sede de HC, assim
brilhantemente decidiu, verbis:
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PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


OPERAÇÃO "LAVA JATO". PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE
INIDONEIDADE DA FUNDAMENTAÇÃO DO DECRETO PRISIONAL.
SEGREGAÇÃO CAUTELAR FUNDAMENTADA NA GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA. RECURSO DESPROVIDO.
[...] A prisão cautelar deve ser considerada exceção, e só se justifica caso
demonstrada sua real indispensabilidade para assegurar a ordem
pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do artigo
312 do Código de Processo Penal.
A prisão preventiva, enquanto medida de natureza cautelar, não pode
ser utilizada como instrumento de punição antecipada do indiciado ou
do réu, nem permite complementação de sua fundamentação pelas
instâncias superiores3... (sem grifos no original)

Perfilhando este mesmo entendimento, o Superior Tribunal de Justiça assim decidiu:


A simples alegação judicial da gravidade genérica do delito, de
natureza hedionda, praticado pelo paciente não é fundamento
suficiente a ensejar a manutenção de sua custódia cautelar, devendo o
juiz discorrer sobre os requisitos previstos no art. 312 do Código de
Processo Penal. Sendo a prisão preventiva uma medida extrema e
excepcional, que implica em sacrifício à liberdade individual, é
imprescindível a demonstração dos elementos objetivos, indicativos
dos motivos concretos autorizadores da medida constritiva4. (grifei)

3
HC 137728. Relator: Min. EDSON FACHIN. Julgado em 21/02/2017. Publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
036 DIVULG 22/02/2017. PUBLIC 23/02/2017
4
STJ - 5.ª T. - HC 33.578 - rel. Laurita Vaz - j. 03.08.2004 - DJU 30.0802004. p. 313; STJ - 5ª T - HC 31.444 - rel.
Laurita Vaz - j. 1612.2003 - DJU 16.02.2004, p. 283
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Quadra registrar que outro não tem sido o entendimento de nosso Egrégio Tribunal de Justiça
Capixaba. Como exemplo citamos o seguinte aresto, de relatoria do eminente desembargador
WILLIAN SILVA verbis:
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. POSSE ILEGAL DE ARMA
DE FOGO. PORTE DE DROGA PARA CONSUMO PESSOAL. PRISÃO
PREVENTIVA. REQUISITOS. AUSÊNCIA. CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM.
A prisão cautelar deve ser considerada exceção, já que, por meio desta
medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do pronunciamento
condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em
julgado.
A custódia cautelar é medida excepcional, reservada para os casos de
absoluta imprescindibilidade e deve respeitar os princípios da
homogeneidade, proporcionalidade e adequação.
[...] Ordem parcialmente concedida para substituir a prisão por medida
cautelar diversa (CPP, art. 319)5

Ademais, os efeitos deletérios das penas só levam para a reincidência. Sobretudo quando se
trata de réu primário que não ostenta maus antecedentes, pois, segundo Baumann, apud, Cezar
Roberto Bitencourt, "a liberdade é um bem extremamente valioso para ser sacrificado
desnecessariamente6",

5
HABEAS CORPUS 0002163-61.2017.8.08.0000. Relator: WILLIAN SILVA. Órgão Julgador: PRIMEIRA CÂMARA
CRIMINAL. Data do Julgamento: 10/05/2017.
6
Baumann, apud, Cezar Roberto Bitencourt. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. Vol. I. 3º ed. São Paulo: Ed.
Saraiva. 2003.
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DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS


Isto posto, provado o “Quantum Satis”, os requisitos e os pressupostos exigidos pela Lei Penal,
na melhor forma de direito, vem requerer a Vossa Excelência que digne-se de acolher ao
presente feito, julgá-lo procedente para que os acusados respondam ao Processo em liberdade.
Determinar a Revogação de qualquer Medida de Prisão Temporária ou Preventiva, caso haja, e
a Concessão da Liberdade Provisória. Que seja expedido o competente Contra Mandado e o
Alvará de Soltura, para defenderem-se soltos da imputação que lhes é atribuída. Desde já
comprometendo-se a comparecerem a todos os atos da Justiça que lhes for determinado. Assim
procedendo este R. Juízo, certamente estará aplicando a lídima Justiça.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Vitória/ ES, 23 de abril de 2018.

_________________________
MARCELO SERAFIM DE SOUZA
ADVOGADO - OAB/ES 18.472

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