As variáveis hidrológicas chuva e vazão, entre outras, têm
uma grande variabilidade no tempo e no espaço. Portanto, para serem analisadas, torna-se necessário um tratamento estatístico dessas variáveis.
Os fenômenos hidrológicos são aleatórios, associando-se a
eles um caráter probabilístico. Observa-se os eventos e modela-se as frequências de ocorrências. Isto possibilita fazer previsões, assumindo determinado risco. Projetos de estruturas hidráulicas são elaborados admitindo-se probabilidades de falha.
Ex: uma ponte projetada com altura tal que a probabilidade de
ocorrência de uma cheia que atinja a ponte seja de apenas 1% num ano qualquer.
Sendo P a probabilidade de ocorrer um evento igual ou superior
em um ano qualquer (probabilidade de excedência), temos:
TEMPO DE RETORNO: É o intervalo de tempo, em anos, para
que um evento seja igualado ou superado. 2 cheias de TR=100 anos podem ocorrer em 2 anos seguidos. Pode ocorrer 200 anos sem ter cheia de TR=100 anos.
Os valores de TR adotados dependem do tipo de estrutura.
Sendo P a probabilidade de ocorrência e K a probabilidade de
não ocorrência, temos: K=1–P A probabilidade do evento ocorrer em um ano qualquer, num intervalo de n anos dentro do período do Tr é: HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
Os dados hidrológicos são aleatórios e seguem, de
acordo com seu comportamento, a uma determinada distribuição de probabilidade analítica.
As distribuições de probabilidade mostram o
comportamento da amostra com relação à sua simetria e buscam estimar a frequência de eventos que ainda não foram registrados. 1 – DISTRIBUIÇÃO NORMAL:
É uma distribuição caracterizada pela média e desvio padrão.
Os valores se distribuem simetricamente em relação à média.
Gráficos desta função indicam uma maior probabilidade de
ocorrência de valores próximos à média.
A área dos gráficos fornece valores de probabilidade.
Sua função densidade de probabilidade é:
Para facilitar a generalização desta função, utiliza-se a distribuição normal padrão (média = 0 e desvio=1) baseada na variável reduzida Z:
Uma variável x pode ser transformada numa variável z:
Tabelas relacionam valores de Z com probabilidades.
Exemplo: HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
Para uma série de
dados de chuva, temos: chuva média = 1000 mm desvio padrão = 200 mm.
Qual o TR de uma chuva de 1200 mm?
Qual a chuva que
tem TR = 10 anos? 2 – DISTRIBUIÇÃO LOG-NORMAL
Utilizada quando os dados de um evento hidrológico não
seguem uma distribuição normal, mas os logaritmos destes valores seguem.
1 – Calcular o logaritmo das vazões
2 – Calcular média e desvio padrão dos logaritmos 3 – Obter valor de Z 4 – Obter valor de x = logaritmo da vazão 5 – Obter Q através da função inversa do logaritmo. Exemplo: Qual o TR da vazão de 2.500 m³/s?