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AULA 2 - ETANOL

O tipo de bebida influencia, se você toma uma cerveja convencional ou


champanhe, existem algumas bebidas como champanhe e vinhos frizantes que
possuem componentes (CO2) que precipitam o esvaziamento gástrico
(estômago vazio mais rapidamente, passa o etanol do estômago para o intestino,
absorvendo 70%), são absorvidos mais rapidamente das convencionais quando
o mesmo teor e volume.

A composição da bebida, o tipo e o volume interferem na absorção do


etanol, além do tempo de ingestão, alguns demoram uma noite inteira para
tomar uma dose, outros tomam de uma vez só, alguns medicamentos como
AAS alteram a absorção do etanol, por isso quem toma remédio não deve beber.

Em 1935 Bob Smith e Bill Wilson fundaram o AA, já em 1951 a OMS


admitiu que o alcoolismo é uma doença. O beber do jovem brasileiro é
tipicamente em binges, onde após passar a semana sem ingerir álcool, as sextas
e sábados 18% das pessoas bebem de forma pesada.

O etanol deprime os mecanismos inibitórios e os outros sistemas tem suas


atividades em evidência.

 Absorção: molécula de etanol é pequena e com isso atravessa a


membrana hidrossolúvel.
 Plenitude estomacal: 30 no estômago e 70% no intestino.
 Tipo de bebida e volume ingerido: concentração ideal é de 10-15%
e componentes precipitados esvaziamento gástrico
 Tempo de ingestão
 Presença de medicamentos, onde alguns medicamentos propiciam
a irritação da mucosa ou que alteram a motilidade gástrica também
podem alterar a concentração de etanol. O AAS e eritromicina
aumentam a absorção de álcool no intestino delgado.

Para exemplificar temos a cerveja contendo de 5-7% de concentração de


etanol, e em bebidas artesanais esse percentual é muito maior, podendo chegar
até 14%. O vinho contém em torno de 12-16% de concentração de etanol, a
aguardente, ou cachaça, possui até 60%, o rum de 45-55%, a vodka em torno
de 45-65% de concentração de etanol, e nestes casos de percentual elevado, a
absorção do etanol não é facilitada, e assim começa a ter alguns danos inclusive
na mucosa que se desidratam e lesionam algumas áreas. O uísque contém em
torno de 45-58% e o conhaque de 40-60% de etanol.

Distribuição

Em termos de distribuição do etanol após ser consumido, absorvido e


como será distribuído no organismo, o local com maior quantidade de água e
mais vascularizado terá uma maior concentração de etanol, já que ele é uma
substância hidrossolúvel. Depende da concentração de etanol presente na
bebida, e de uma maneira geral a distribuição é homogênea para todo o
organismo, pois por ser uma molécula pequena ultrapassa as membranas,
embora seja hidrossolúvel, assim, compartimentos com conteúdo maior de água
e mais vascularizado tende a ter uma distribuição maior/preferencial do etanol.

O etanol atravessa a barreira hematoencefálica e a placenta,


apresentando um efeito interessante, pois para o feto não é a mesma coisa para
a gestante, por exemplo, se a gestante toma uma dose de uísque, para o feto é
como se ele tivesse tomado 10 doses de uísque, a placenta funciona como uma
entidade concentradora, e no caso do etanol os estudos mostram que esse fator
de concentração é em torno de 10 vezes mais. Portanto, a fase gestacional é
muito diferenciada para a mulher que pode afetar definitivamente a vida da
criança que irá nascer, tendo a possibilidade de se a gestante consumir bebida
alcoólica durante o período gestacional (a depender da frequência, do tipo de
bebida e do volume ingerido) da criança nascer com síndrome alcoólica fetal
(SAF). A literatura mostra que gestante etilista ou com uma frequência de uso,
principalmente nos três primeiros meses, de bebidas alcoólicas e que bebem
constantemente, aumentam a incidência de SAF, e a criança irá nascer com
disfunção do sistema nervoso central, retardo do crescimento e rosto
desfigurado. Então, de fato, no período gestacional não se dever fazer nenhum
consumo de drogas, dentre elas o etanol, por mais que esse seja uma substância
lícita e culturalmente vista positivamente na nossa sociedade.

Síndrome alcoólica fetal (SAF)


Dentre as alterações em relação às características físicas da criança com
SAF tem-se a microcefalia onde hoje está mais fácil de internalizar essa
imagem, devido ao aparecimento do zika, e no caso da SAF não tem uma
microcefalia tão severa comparando com a do zika, além da prega epicântica
que ocorre no canto do olho, a cabeça é menor, a face é um pouco mais plana
e achatada, sendo parecido com a face dos orientais, além disso as crianças que
nascem com SAF não tem o sulco nasolabial, o nariz é um pouco mais curto.
Existe uma Lei de 2007 que institui uma campanha de prevenção à SAF, hoje
tem-se contra beber, dirigir, tabagismo, câncer de mama e de próstata, como
inúmeras outras patologias que nos afetam, mas SAF não se costuma ver na TV
ou não é divulgado apesar de existir o decreto.

E assim a criança com SAF apresenta retardo do crescimento corporal


microcefalia, coordenação motora inadequada, desenvolvimento deficiente da
região facial média, anomalias articulares de menor gravidade tendo dificuldade
nas articulações de movimentos sem dores possuindo algumas dores e alguns
movimentos que não são inteiros e defeitos cardíacos e retardo mental.

Outras consequências que podem ocorrer é das crianças nascerem


hiperativas que é uma das principais formas de abstinência porque a mãe bebe
ao longo da gravidez podendo ter essa crise de abstinência e assim a criança
nasce com hiperatividade, déficit de atenção, aprendizado e memória. Existem
fatores que podem contribuir para que essas consequências sejam de maior
gravidade ou de menor gravidade, por exemplo:

 Padrão de consumo, onde o nível de consumo da mãe e sua frequência


de consumo em que quanto mais usa, mais frequentemente, maior
quantidade de bebidas que tiverem uma concentração de etanol maior,
maior o risco das consequências serem mais graves e maior o risco de
acontecerem já no início da gestação.
 Metabolismo materno, porque vai influenciar, e a mulher já possui
algumas deficiências enzimáticas do próprio etanol, a susceptibilidade
genética onde todos nós estamos susceptíveis a variações genéticas.
 Período gestacional, se a mulher começa a beber logo no início da
gestação, tem 9 meses para continuar bebendo, e os três primeiros meses
são os mais críticos para o desenvolvimento do feto, onde pode-se ter
alterações ainda mais pronunciadas e evidentes. Se essa mulher começar
a beber no oitavo ou nono mês as consequências serão menores pois o
feto já estará formado, e as consequências irão depender do volume de
uso.

Nesse caso do período gestacional é interessante, pois quando a mulher


não sabe que está grávida e bebe é uma coisa, mas quando a mulher bebe
sabendo que está grávida e acontece uma consequência há um sentimento de
culpa dela e dos outros. E esse comportamento de culpabilidade pessoal e
externa muitas vezes ao nascimento, quando se detecta não só a SAF mas
alguma alteração que não tem a síndrome propriamente dita mas algumas
sequelas, ao perguntar se a mãe bebeu durante a gestação ela responde que
não porque tem medo do julgamento externo e da família, e muitas dessas mães
começam a ter depressão depois pois se julgam, tendo a culpa interna.

 Vulnerabilidade das regiões cerebrais, que tem diferença em homens


e mulheres, os homens têm capacidade de neurônios menores que as
mulheres, e isso depende porque cada um de nós tem uma densidade de
neurônios diferentes, em áreas diferentes, o que faz com que sejamos
indivíduos com maturidade distintas, pois cada um guarda informações
diferentes dos outros, a forma de aprender de cada um é diferente, e isso
acontece devido a forma com que acessamos nossas caixas cerebrais.

Acessamos muito pouco nossas atividades cerebrais, e hoje temos a


possibilidade de perceber que isso acontece inclusive com drogas de abuso,
como, quando e que níveis que elas afetam, e hoje temos atividades metabólicas
cerebrais realizadas em indivíduos vivos, em que se percebe através de
estímulos (droga, palavra, sentimento, cheiro, toque) onde as áreas cerebrais
estão sendo estimuladas, ou seja, onde está acendendo ou apagando, e isso
também pode ser feito quando o indivíduo está sob efeito da droga. E assim, a
depender da vulnerabilidade dessas regiões cerebrais vai ter uma
vulnerabilidade maior ou menor, porque temos densidade diferentes, onde uma
pessoa pode ter mais neurônios que a outra, mas a sinapse é mais lenta.
O consumo pesado de etanol, relacionado ao etilismo ou alcoolismo
promove perdas, sendo a principal delas a perda da sociabilidade, em que a
pessoa não quer ficar com cara de que está para baixo, deprimido, e não
consegue por conta de todas as sequelas que o etanol traz para o indivíduo, e
hoje falamos que o mundo é conectado, feito de redes sociais e isso também
propicia a perda da sociabilidade. Temos algumas inibições, porque tem a
perda da atenção onde a pessoa não consegue ficar focada, perda de
julgamento, do que é certo ou errado porque os centros inibitórios estão sendo
sugados, então a capacidade de julgamento fica prejudicada. E a perda de
eficiência para testes, e por conta dessa perda temos na nossa legislação que
fala que se a pessoa não quer fazer bafômetro até pode, mas o policial pode
requerer que se realize testes, e por isso tem a possibilidade de fazer o
bafômetro ou esses testes que estão na legislação.

Em relação ao bafômetro, é importante lembrar do tempo de coleta, em


que chupar uma bala ou gelo não adianta nada, porque não estamos falando do
ar da boca e sim do ar do pulmão, sendo esse ar dos alvéolos que tem uma
correlação direta com o teor de álcool no sangue, e por isso não adianta querer
modificar o hálito, porque o tempo de coleta vai fazer com que seja o ar de dentro
não sendo o ar da boca que será submetido a análise. Tem um cálculo do volume
de amostra necessário para que se tenha esse ar de dentro, para que se tenha
uma representatividade para análise.

Concentração em mL de álcool litro Diagnóstico


de sangue
0,1 a 0,5 Não justifica embriaguez
0,6 a 1,5 Embriaguez com ressalva (fase do
macaco)
1,6 a 3,0 Embriaguez (fase do leão)
3,1 a 5,0 Embriaguez completa (Fase do
porco)
5,1 a 5,5 Coma alcoólico
+5,5 Intoxicação fatal
Foi realizado um trabalho com a imagem da pessoa correlacionando-a
com a concentração de etanol. Também fazendo uma correlação com a
concentração de etanol no sangue com um diagnóstico e isso ocorre porque
regiões cerebrais vão ser afetadas, e a depender de cada uma dessas regiões
vai tendo esses efeitos acontecendo:

 De 0,1 a 0,5 mL de álcool não justiça embriaguez que é quando se toma


um golinho de cerveja, não excedendo esse limite.
 De 0,6 a 1,5 é a embriagues com ressalva, sendo a fase do macaco, ou
seja, o indivíduo está alegrinho fazendo suas macaquices, chamando a
atenção.
 De 1,6 a 3,0 começa a fase de embriaguez, chamada fase do leão, onde
o indivíduo fica bravo com qualquer coisa sendo o “rei da floresta”, e aqui
começam as brigas e os problemas relacionados ao etanol.
 De 3,1 a 5,0 é a embriaguez completa, indo para a fase do porco, onde
começa a urinar, vomitar, defecar, cair na rua.
 De 5,1 a 5,5 tem-se o coma alcoólico.
 E acima de 5,5 tem a intoxicação fatal, raramente o indivíduo sobrevive.

Existem alguns programas que mimetizam a condição de um indivíduo


sob efeito de etanol, por exemplo, se a pessoa está fazendo o uso de etanol, de
barriga vazia, e quer pegar o carro e ver qual o nível de alcoolemia entra no site
coloca o peso, sexo, bebda, quantidade, se está de estomago chegou ou não e
terá qual o nível de alcoolemia que está. Se a pessoa for o motorista dará qual
a sua incapacidade para direção, mostra a capacidade de turvação da visão,
como a pessoa enxerga, mimetiza a condição da pessoa sob efeito do etanol.

Biotransformação

O etanol é biotransformado em 98% no nosso organismo especificamente


pelo fígado (via hepática) e o restante por via extra-hepática, tendo inicialmente
a ação de duas enzimas:

 Álcool Desidrogenase (ADH)


 Aldeído Desidrogenase (ALDH).
O álcool será biotransformado através do álcool desidrogenase em
acetaldeído, que irá sofrer biotransformação através da enzima aldeído
desidrogenase em acetato. Nesse processo de biotransformação de etanol à
acetato tem a ação de NAD, que vai a NADH e gera hidrogênio, portanto essa
primeira parte de biotransformação que é a oxidação do etanol gera hidrogênio,
e o etanol vai a acetaldeído através da ADH e à acetato pela ALDH, tendo-se a
produção de NADH e íons hidrogênio. E isso acontece quando estamos fazendo
o uso moderadamente de etanol, mas quando usamos além da conta só essas
enzimas não dão conta de biotransformar o etanol, e assim o sistema
microssomal entra em ação para poder biotransformar o excesso de etanol que
está entrando em nosso organismo.

Álcool e Aldeído Desidrogenase

Essas enzimas são NAD dependentes, mas não são especificas


(exclusivas) para biotransformação de etanol, servindo para outras coisas do
nosso organismo. E não são eficientemente induzidas pelo organismo, então ao
beber de modo agudo, onde não se é etilista e bebe a mais aciona-se o sistema
microssomal (MEOS) porque Álcool e Aldeído Desidrogenase não dão conta
de biotransformar tudo que foi ingerido em excesso, assim a biotransfomação
seguida pela cinética de primeira ordem passam para a ordem zero, ou seja, há
um limite de capacidade de biotransformação do etanol utilizando o ADH e
ALDH, por isso que o sistema microssomal entra em ação, porque se
conseguíssemos aumentar a quantidade de ADH e ALDH conseguiríamos
biotranformar esse etanol, mas não conseguimos fazer isso porque elas são
NAD dependentes.

Álcool Desidrogenase

É a primeira enzima que vai biotransformar etanol em acetaldeído, tem-


se uma variedade de isoenzimas que irão oxidar esse álcool de diferentes
tamanhos de cadeia, e essas isoenzimas são consideradas de Classe 1 a Classe
5, onde as de Classe 1 são as que mais eficientemente transformam esse etanol
e são as que estão em maior abundância em nosso sistema, já as de Classe 4
estão presentes na mucosa gástrica, e as mulheres tem 60% dessa isoenzima
diminuída em seu organismo, ou seja, as mulheres estarão prejudicas em
relação a biotransformação, com isso tem uma maior chance de alcoolemia e
susceptibilidade aos efeitos do etanol.

Aldeído Desidrogenase

Sua deficiência é considerada “fator anti-alcoolismo”, onde os orientais


têm uma elevada incidência, por isso tem um efeito do etanol maior sobre eles,
o tratamento do alcoolismo envolve a inibição da ALDH, que é o dissulfiram, ou
seja, isso significa que se a pessoa tem o efeito anti-alcoolismo, quando bebe
fica inicialmente mais eufórico e não tem rush ou eritema em relação ao etanol.
Mas se tiver deficiência enzimático isso vai acontecer, assim, além da
alcoolinemia ser maior os danos também serão, e normalmente as pessoas
apresentam rush, tipo ondas de calor e eritema na pele, sendo essa uma
sensação de desconforto, então essas pessoas não bebem ou bebem muito
pouco, porque um pouco a mais que ela beber vai apresentar esses efeitos. E
quando a Aldeído Desidrogenase é utilizada produz-se NADH que vai entrar na
cadeia respiratória e produzir o acetato.

Destino do acetato

O acetato vai estar em grande quantidade em nosso organismo, pois todo


acetaldeído é convertido em acetato que será convertido em Acetil-CoA através
da acetil-CoA sintase, tendo-se a conversão desse acetato em ácidos graxos
(lípides) e isso significa material gorduroso, e assim tem-se isso em maior
quantidade e esses ácidos graxos e colesterol aumentam, tendo-se a
possibilidade de formação de placa de ateroma e dislipidemia. Tem a formação
de corpos cetônicos que pode ter como consequência cetoacidose metabólica.
E tem-se ainda esse acetato sendo convertido em AMP, que é a
adenosinamonofosfato, que gera como produto final ácido úrico, que em excesso
gera a gota, podendo perceber algumas consequências do etilismo.

OBS: Então para relembrar: o etanol vai ser biotransformado em acetaldeído


através da ADH, e através da ALDH esse acetaldeido vai ser convertido em
acetato, esse acetato será convertido em acetil-CoA, que vai ter como destino a
formação de ácidos graxos, triglicerídeos que irão ficar no fígado, e gerar um
fígado gorduroso, mas esses triglicerídeos também são fontes de energia. E tem-
se outra coisa, vamos ver uma alteração de gliconeogênese que ao invés de
piruvato e glicose vai ter uma conversão em lactato, e se isso acontece há uma
tendência de levar a hipoglicemia, e o piruvato vai a lactato e tem-se a
possibilidade de que o AMP na hora que quebra, formar ácido úrico e levar a
hiperuricemia, só que essa é outra via, não sendo mais a do álcool e aldeído
desidrogenase, utilizando o gliceraldeído-3-fosfato envolvido nesse mecanismo.

Sistema microssomal de oxidação do etanol (MEOS)

Quando o indivíduo bebe muito o sistema microssomal é acionado, e o


etanol segue a mesma via de biotransformação, independente de ser álcool
desidrogenase ou sistema microssomal vai a acetaldeído, e depois à acetato. Só
que nesse caso terá um aumento na produção de enzimas, não essas enzimas
de álcool e aldeído desidrogenase mas sim as enzimas do sistema microssolmal,
para dar conta da biotransformação da quantidade de etanol em excesso,
aumentando a biotransformação que pode chegar até 25%, isso em um
primeiro momento de grandes volumes de etanol, ou seja, em um momento
agudo, porque em momentos mais crônicos dessa doença tem-se uma
diminuição da síntese de proteínas e como consequência da síntese dessas
enzimas e da eficiência delas. Esse aumento das enzimas é também
responsável pela tolerância metabólica cruzada e farmacodinâmica que existe.

Quando tem o sistema microssomal envolvido significa que já teve uma


geração muito grande de íons hidrogênio, e nesse mecanismo também terá
uma geração adicional de íons hidrogênio. Esse sistema é NADP dependente,
enquanto o ADH e ALDH era NAD dependente, envolvendo proteínas do
citocromo P450, em especial a CYP2E1 que inativa a ação de alguns grupos
de medicamentos, tais como analgésicos, barbitúricos, entre outros, ou seja, no
primeiro momento da doença que está tendo um consumo agudo e excessivo
tem-se o aumento da capacidade de biotransformação, tendo uma alteração da
mesma, e dessa forma tem que alterar a dose do medicamento.

Além disso, esse sistema, como ele tem que trabalhar muito rapidamente
na biotransformação do etanol em grande quantidade, gera espécies reativas
de oxigênio em grande quantidade, onde essas espécies reativas não são boas
para o organismo, sendo a causa de algumas doenças, sendo um aspecto
negativo de acionamento do sistema microssomal de oxidação do etanol.
Consequências da Ingestão Excessiva

As consequências do consumo excessivo de etanol é a ressaca, onde


75% dos consumidores que fazem uso de etanol de maneira excessiva tem esse
principal fenômeno, mas na realidade esse fenômeno não é o principal ele é o
que você percebe no dia seguinte, mas o dano ao organismo é contínuo, não
sendo apenas pelo acetaldeído mas por toda a cadeia metabólica que vai
acontecendo. Então a gente coloca o principal sendo o acetaldeído, que é o
responsável pela ressaca, mas tem uma alteração na cascata metabólica que
promove essa ressaca ou evidencia esse sintoma.

E a ressaca é a causa de um percentual elevado de absenteísmo, pois é


muito difícil trabalhar com ressaca e assim o indivíduo falta ao trabalho por conta
dessa ressaca, assim diminui a produtividade, aumenta a ocorrência de
acidentes de trabalho porque o indivíduo não pensa direito e não está focado no
que está fazendo, e gera conflito interpessoais.

E como consequências desse consumo excessivo de etanol tem-se:

 Alterações do sono, sendo importante pois compromete a produtividade


e qualidade de vida do indivíduo, além de alterar a atividade hormonal.
 Boca seca e sede, devido a desidratação que pode acontecer.
 Dor de cabeça, tendo vasodilatação e aumento da secreção de
prostaglandinas e citocinas.
 Hipoglicemia, tendo aumento de ácidos graxos livres e lactato no fígado
 Problemas de concentração, perda de memória e alterações do humor.
 Fraqueza e cansaço, devido a hipoglicemia e à própria alteração do sono
 Distúrbios gastrintestinais, que as vezes ocorre no próprio dia em que
a pessoa bebeu demais.

Enfim, ocorrem sequelas ou consequências ao longo do organismo por


conta do excesso de etanol que não estamos apropriados a ele.

Aumento da relação NADH/NAD+

O aumento dessa relação meche com quase todas as vias metabólicas,


onde:
 Não há regulação efetiva da oxidação de etanol, nosso organismo, nossas
enzimas e nossa vias metabólicas não ficam ligados especificamente para
essa ingesta excessiva.
 Altera quase todas vias metabólicas do fígado, onde cerca de 90% da
biotransformação do etanol é hepática
 Diminui a via glicolítica e ciclo de Krebs
 Inibe a beta-oxidação
 Aumenta a síntese de triglicerídeos, fazendo com que se tenha uma
esteatose
 Aumenta concentração de lactato, podendo ocorrer acidose lática
 Diminui excreção de ácido úrico, podendo ter uma hiperuricemia que pode
evoluir para gota
 Inibe a gliconeogênese, e assim tem uma diminuição da produção de
glicose tendo hipoglicemia que pode causar dano cerebral irreversível,
tendo um acometimento geral

E aí eu separei nosso organismo em três compartimentos para que


possamos entender como metabolicamente isso acontece (esquema bioquímico
slide). Nosso organismo está dividido em fígado, sangue e outros órgãos,
começando pela via de geração de íons hidrogênio:

Fígado: quando ingerimos etanol ele será oxidado e vai gerar íons hidrogênio,
esses íons hidrogênio e essa via metabólica de NADH vai fazer com que a
gliconeogênese seja inibida. Para os indivíduos que consomem o etanol em
grande quantidade há uma diminuição da ingesta de alimentos, inclusive a dieta
de aminoácidos e carboidratos, assim ingerimos como fonte de glicose o
glicogênio que está armazenado como fonte de energia, ou carboidratos da
dieta, ou a gliconeogênese, e o piruvato e a glicose. Como a via da
gliconeogênese está inibida o piruvato não vai a glicose, sendo convertido em
lactato.

Sangue: como o piruvato não vai a glicose devido a inibição da gliconeogênese,


aqui percebe-se uma hipoglicemia, e devido ao aumento de lactato no fígado no
sangue percebe-se uma acidose láctica, e quando temos acetato em grande
quantidade tem-se AMP que vai se dissociar em ácido úrico tendo hiperuricemia.
Outros órgãos: E quando tem acidose láctica, ela por si só, pode causar dano
renal, se houver esse dano renal e tiver hiperuricemia tem-se uma dificuldade de
eliminar ácido úrico, ficando concentrado e assim tem a capacidade de
desenvolver a gota. E a hipoglicemia por si só pode causar dano cerebral.

Se o indivíduo continuar bebendo, ou seja, se o consumo de etanol


aumentar, tem descargas hormonais, sendo um outro fenômeno. Tem-se o
acetaldeído, em que no sangue ele estará em elevadas concentrações, e
existem alguns trabalhos que demonstram que ele pode causar dano cerebral.
Voltando para via de geração de íons hidrogênio:

Fígado: são várias vias metabólicas que geram o hidrogênio, onde ele irá se
somar tendo uma concentração de íons hidrogênio. Ele começa a ser utilizado
como substrato no lugar de gordura, o que leva a formação de alfa glicerolfosfato
e ácidos graxos, e esse aumento de ácidos graxos vai gerar fígado gorduroso,
que é a esteratose.

Sangue: Mas essa quantidade de ácidos graxos, que vão ser esterificados e
formar triglicerídeos, não vai ficar restrito ao fígado, então percebe-se esse
aumento da quantidade de triglicerídeos no sangue através da hiperlipemia.
Ainda essa formação de alfa glicerolfosfato vai gerar corpos cetônicos, que serão
percebidos no exame de sangue como uma cetose. Quando tem níveis elevados
de acetaldeído no sangue e tem uma hiperlipemia tem-se risco aumentado de
danos cardíacos.

Outros órgãos: Quando se tem a produção de cetose, hiperlipemia e


acetaldeído tem um momento em que há a inibição da síntese de proteínas, e
isso justificaria um ajuste de dose de medicamentos porque o fígado está
sobrecarregado, e aqueles 25% a mais de enzimas não existe mais, não
consegue nem sintetizar as enzimas de forma basal, tendo uma diminuição na
síntese de enzimas e algumas proteínas. E precisamos de proteínas para fazer
o transporte dos vários compostos que são importantes para nosso organismo.
Os lípides também podem se depositar em torno dos órgãos, tendo a deposição
no músculo e no tecido adiposo, e assim começa a aparecer as gordurinhas
indesejáveis, então nesse quadro tem uma alteração na capacidade de
biotransformação dos fármacos.
Agora vamos falar da via do acetaldeído

Fígado: o acetaldeído em nível cerebral, alguns estudos já começam a


demostrar seu potencial tóxico, mas em células hepáticas ele pode causar a
morte dessas células promovendo efeitos tóxicos sobre os hepatócitos, além de
poder causar reação inflamatória. Se começa a gerar uma reação inflamatória
em um fígado que já está gorduroso, a chance de ter uma hepatite alcoólica é
maior, e de essa hepatite evoluir para uma cirrose que é o caso mais grave.
Quando essa cirrose de instala no fígado tem um decréscimo da função celular
e pode ter uma obstrução do fluxo sanguíneo.

Sangue: decorrente da obstrução do fluxo sanguíneo pode ter uma hipertensão


portal, e isso é percebido através dos exames de sangue. Quando se fala de
decréscimo da função celular, no sangue vai começar a perceber isso pelo
aumento dos níveis de compostos amoniacais e quando se tem uma
concentração elevada de compostos nitrogenados, principalmente pela ação
bacteriana, e tem também uma diminuição da síntese de proteína porque vai ter
uma atividade metabólica bem diminuída.

Outros órgãos: a hipertensão portal pode ser responsável pela ruptura de


varizes e provável hemorragias na região do trato gastrointestinal, então não é
raro ouvir falar que o indivíduo etilista tem que fazer uma cirurgia para conter
essas varizes e colocar anéis, sendo justamente por conta dessa hipertensão
portal. E essa hipertensão portal também pode levar a ocorrência de ascite, que
é a barriga d’água. Pelo aumento da quantidade de amônia e compostos
nitrogenados, que são danosos para nosso organismo, o indivíduo pode ter
encefalopatia, o que também não é raro de se ouvir, podendo entrar em coma
hepático e morrer por conta de todas essas alterações metabólicas.

Então os riscos e consequências do uso de etanol são: fígado gorduroso


(esteratose), cirrose, obesidade, síndrome alcoólica fetal, alteração de
comportamento (agressividade), fibrose do fígado que dificulta sua atividade,
visão turva, alteração de memória, depressão, entre outras consequências que
o etanol causa. E todas essas alterações acontecem porque nosso cérebro vai
ser acessado de maneira diferente a depender do conteúdo de etanol que
estamos expostos.
Lobo frontal

Quando o indivíduo bebe 2 drinques, tem-se de 0,3 – 1,2g/litro de etanol


no sangue, e assim leva a alteração do lobo frontal, e quando ele é atingido vai
ter uma sensação de euforia, inibição dos neurônios inibitórios, ou seja, inibe
aquilo que nos deixa inibido. Dessa forma, começa a ter as perdas, como a perda
da sociabilidade, das inibições, da atenção, do julgamento e da eficiência para
testes. Então quando está nessa fase vê-se o lobo frontal sendo impactado pelo
etanol, mas isso é uma coisa dinâmica, vai passando por diversas regiões, mas
o lobo frontal é o mais acometido.

Lobo parietal

Neste caso o indivíduo fez o uso de 4 – 7 drinques, tendo de 0,9 – 2,5


g/litro de etanol no sangue, levando a alteração do lobo parietal apresentando
uma fase de excitação, só que nessa excitação começa uma instabilidade
emocional, que é chamado de labilidade emocional, e também começa a perder
a coordenação motora, enfim, a pessoa começa a ficar inconveniente.

Lobo temporal

Há alteração do lobo temporal quando se bebe de 7 – 10 drinques, tendo


1,8 – 3,0 g/litro de etanol no sangue, e assim começa a confusão mental que
leva a alterações da visão, que fica prejudicada e turva, há uma perda de
equilíbrio porque já tem o lobo parietal acometido, a fala fica arrastada, e o andar
fica prejudicado e a pessoa começa a cambalear.

Cerebelo

O cerebelo é alterado quando se bebe um pouco mais, de 9 – 10 drinques,


tendo de 2,7 – 4,0 g/litro de etanol no sangue, e aqui começa a ter uma inércia
geral, onde o braço, cabeça e pernas não respondem, e gera vômitos e
incontinências.

Sistema reticular ativador

É alterado quando bebe 12 ou mais drinques, tendo de 3,5 – 5,0 g/litro de


etanol no sangue, e quando esse sistema é alterado leva o indivíduo a coma.

Medula
É alterada quando bebe 12 - 15 drinques, tendo mais de 4,5 g/litro de
etanol no sangue, e sua alteração leva a pessoa a morte.

Etanol e neuroquímica

Se o etanol não fosse bom e não trouxesse nenhuma sensação de prazer


as pessoas não beberiam, e o que faz isso ser bom é porque ele ativa o sistema
de recompensa, e assim vai atuar em canais gabanérgicos, sistemas
serotoninérgicos, sistemas dopaminérgicos, receptores NMDA e canais de cálcio
com voltagens sensíveis. Dessa forma, o etanol é uma molécula pequena,
hidrossolúvel e que atinge mecanismos de recompensa, que possui
neurotransmissores relacionados à sensação de prazer.

O sistema dopaminérgico é responsável para o reforço positivo, porque


dopamina leva a sensação de prazer, fazendo com que a pessoa se sinta feliz.

O sistema serotoninérgico está relacionado com alterações psicológicas


e comportamentais, e existem trabalhos mostrando alterações genéticas de
sistema serotoninérgico que gera agressividade e depressão, e também
predisposição genética à dependência, onde fizeram esses estudos com
indivíduos encarcerados e mostraram a relação da agressividade desses
indivíduos com o sistema serotoninérgico e correlacionaram com o consumo de
etanol, e da mesma forma a dependência, em que algumas alterações genéticas
predispõem que se o indivíduo tomar bebida alcoólica a chance de se tornar
adicto e etilista é maior, sendo em torno de 3 a 5 vezes maior a dependendo do
fator genético avaliado

Os efeitos do álcool em receptores GABA, NMDA e canais de cálcio estão


relacionados a mecanismos de tolerância, dependência e abstinência
provocados pelo etanol.

Alcoolismo

O alcoolismo é considerado pela OMS um transtorno crônico, cuja


abstinência permanente é rara, e sabemos que se não tiver um programa de
autoajuda tem-se um percentual de o indivíduo se manter abistênio, ao longo de
toda vida, de no máximo 5%, e cujo tratamento é demorado que dura vários
anos, que pode ser cognitivo comportamental ou farmacológico, mas a terapia e
a tentativa de se manter abistênio é para o resto da vida.

Estratégias de tratamento

As estratégias de tratamento que se tem são para tratar a síndrome de


abstinência, que é muito difícil pois a pessoa só pensa em beber e parece sentir
uma dor física e quando bebe isso cessa, e trata isso para não ter uma recaída.
Decréscimo do consumo, então bebe hoje e pode passar a beber gradativamente
e a abstinência será mais suave. Prevenir a recaída e tratar a co-morbidade
psiquiátrica, que as vezes a pessoa procura ajuda já no momento em que ela
apresenta alterações psiquiátricas, precisando tratar isso.

No passado, a uns 10 anos atrás, não se falava em pegar o indivíduo que


era usuário de droga ou etilista e de colocá-lo em um local de recuperação, isso
não era admitido, e hoje em dia isso já é admitido porque como é uma doença,
e sob efeito da doença perde-se o padrão de julgamento sobre o que é bom ou
ruim e certo ou errado para a pessoa.

Tratamentos do alcoolismo

 Psicossociais, que é cognitivo-comportamental, psicodinâmico


interpessoal com participação de grupos ou família ou grupos de
autoajuda (exemplo AA), onde a maioria desses encontros ocorrem a
noite e em locais mais separados por uma questão de estigma.
 Farmacológicos, onde tem que prevenir ou tratar a intoxicação e crises de
abstinência como bloqueadores do efeito reforçador das drogas, então se
tem um efeito positivo vai ter que inibir receptor serotoninérgico ou vai ter
que inibir a liberação de dopamina. Também pode-se fazer um tratamento
aversivo, terapia agonista substitutiva ou tratamento da co-morbidade,
então dependendo do que o indivíduo apresentar pode-se fazer o uso de
grupos farmacológicos mais específicos.

Para o tratamento da abstinência são utilizados Diazepam, Clordiazepóxido,


Lorazepam, Haloperidol, Beta bloqueador ou Tiamina.

No caso da dependência são utilizados Naltrexona, Acamprosato, Inibidores


seletivos da recaptura de serotonina e Carbamazepina. Mas nesse caso, a
Naltrexona é uma das poucas substâncias utilizadas para o tratamento de
dependência de alcoolismo pois diminui o desejo de consumir e suprime a
hiperatividade orgânica que ocorre após a retirada do etanol, quando o indivíduo
se torna abistênio, e isso é muito interessante pois um dos pontos de recaída é
essa hiperatividade e a vontade louca de consumir a substância, principalmente
porque no nosso meio é culturalmente aceito.

O REFORÇO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO DO ETANOL SÃO POSITIVOS,


POSSUINDO UM ALTO POTENCIAL DE ABUSO, porque ele é uma molécula
pequena e hidrossolúvel e com isso chega rápido ao sítio de ação, e a alcoolemia
vai depender se está com o estomago cheio, volume, tempo, dentre outros
fatores que já foram discutidos.

Síndrome de abstinência

Possui alterações transitórias que começa a passa em torno de uma


semana, onde dentro de 3-7 dias é difícil do indivíduo se manter abistênio, mas
depois disso ela começa a melhorar, e é marcada por tremores leves, podendo
estar acompanhados de alucinações e convulsões, onde essa sintomatologia de
convulsões depende do indivíduo, sendo uma convulsão mais simples e leve
quando

Pode ser tratada com benzodiazepínicos e vitaminas do complexo B.


ocasionalmente pode ocorrer Delirium Tremens, caracterizada por confusão
acentuada, desorientação, perturbação da memória e alucinações.

Em relação as novas regras de trânsito, as infrações, aspectos


regulatórios e aspectos analíticos iremos ver na aula prática.

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