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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS

Disciplina: Cartografia Professor: Vlamir Soares Fonseca Curso: Engª Sanitária e Ambiental

UNIDADE 01 FUNDAMENTOS DE CARTOGRAFIA

1. INTRODUÇÃO

Os mapas ocupam um importante lugar entre os recursos de que a civilização moderna pode lançar mão. A produção de mapas
cresce proporcionalmente ao crescimento da população, de forma a atender seus interesses nos mais variados ramos de atividade.

A história dos mapas é mais antiga que a própria história, isto se pensarmos na história como a documentação escrita sobre fatos
passados. A elaboração de mapas precede a escrita.

Isto pode ser concluído do fato comprovado por muitos exploradores dos vários povos primitivos que embora eles não houvessem
alcançado a fase de escrita, desenvolveram a habilidade para traçar mapas. A base do sistema cartográfico atual é atribuída por
todos aos gregos. Admitiram a forma esférica da Terra, com seus pólos, equador e trópicos.

Desenvolveram o sistema de coordenadas geográficas, desenharam as primeiras projeções e calcularam o tamanho do nosso
planeta.

Para elaborar um mapa deve-se conhecer muito bem o modelo, a Terra, e ter-se o discernimento científico para se suprimir
detalhes de menor importância de acordo com a escala e o objetivo do mesmo. O técnico deve ter, também, o discernimento
artístico na escolha de símbolos e cores para representar os diversos elementos que irão compor o mapa.

Este técnico deve ser ao mesmo tempo um homem de ciência e um artista. Deverá conhecer perfeitamente o assunto e o modelo
que vai representar, isto é, a Terra. Deverá discernir para suprimir mais ou menos detalhes, segundo o sistema de projeção, a
escala, e a finalidade de seu mapa. A representação dos elementos é feita mediante linhas, símbolos e cores, cujo uso acertado
depende do conhecimento científico e do sentido artístico.

Logo a cartografia é considerada como a ciência e a arte de expressar (representar), por meio de mapas e cartas, o conhecimento
da superfície terrestre. É ciência porque, para alcançar exatidão, depende basicamente da astronomia, geodesia e matemática e é
arte porque é subordinada as leis da estética, simplicidade, clareza e harmonia.

Uma intensa discussão tem ocorrido, internacionalmente, a respeito de definições básicas em Cartografia, em 1964, visando
estudar a padronização de termos técnicos, a Associação Cartográfica Internacional (ACI) estabeleceu uma Comissão, o que levou
à constituição de Grupos de Trabalhos nos diversos países-membros, resultando, assim, na publicação do Dicionário Multilíngue
de Termos Técnicos em Cartografia .

São várias as definições de Cartografia encontradas na literatura ao longo do tempo e é interessante observar que o avanço
tecnológico vem provocando constantes evoluções em tal conceito.

Assim como ocorreu com a Cartografia, o conceito de produtos cartográficos também tem evoluído para o de produtos de
informação, em parte em função dos avanços tecnológicos, mas principalmente, devido a uma maior preocupação do cartógrafo
com seu papel social e político no atual cenário mundial. Tradicionalmente, e em particular no nosso país, a definição e
classificação de produtos cartográficos têm se prendido ao aspecto quantitativo, considerando características tais como escala e

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precisão; entretanto, o aspecto qualitativo tem grande relevância e não pode ser desprezado, uma vez que leva em conta o tipo de
informação que se quer transmitir, qual o seu propósito, por quem é produzida e a quem é dirigida.

O conteúdo informativo dos mapas topográficos é geralmente similar em todo o mundo, embora o conteúdo, confiabilidade e a
exatidão dos mapas publicados possam variar consideravelmente mesmo de folha para folha dentro da mesma série de mapas,
refletindo assim as variações na qualidade do material-fonte.

Atualmente, outros produtos são considerados valiosos em Cartografia, tais como:

Globo - representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma
figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa.

Mapa - representação no plano, geralmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma
área tomada na superfície de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais
variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos.

Carta - representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma
superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais (paralelos e meridianos) com a finalidade de
possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala.

Planta - é um caso particular de carta. A representação se restringe a uma área muito limitada e a escala é grande,
consequentemente o número de detalhes é bem maior.

Fotografia Aérea - são produtos obtidos ao nível suborbital, muito utilizados para a elaboração e ou atualização de documentos
cartográficos de média a grande escala.

Mosaico - é o conjunto de fotos de uma determinada área, recortadas e montadas técnica e artisticamente, de forma a dar a
impressão que todo o conjunto é uma única fotografia.

Ortofotocarta - é uma fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é uma perspectiva central do terreno, em
uma projeção ortogonal sobre um plano, complementada por símbolos, linhas e quadriculagem, com ou sem legenda, podendo
conter informações planimétricas.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. Normalmente a escala do fotoíndice é
reduzida de 3 a 4 vezes em relação a escala de vôo.

Imagem de Satélite - são produtos obtidos ao nível orbital, muito utilizados para elaboração e ou atualização de documentos
cartográficos em escalas variadas.

Carta-Imagem - são imagens de satélite montadas no formato de folhas de carta, onde informações de coordenadas e toponímia é
acrescentada sobre a imagem.

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Atlas - Uma coleção de mapas comumente publicados em uma linguagem com as mesmas convenções e projeções, mas não
necessariamente na mesma escala é chamada de "atlas". Um tipo de atlas que merece destaque é o escolar. Estes atlas apresentam
uma grande diversidade de mapas; aspectos geológicos, geomorfológicos, solos, climáticos, políticos, estrutura viária e
econômicos, etc. Este tipo de atlas tem três funções básicas: fonte de informação, fornecer as configurações geográficas e
estimular o interesse dos alunos.

O produto mapa é uma representação convencional da superfície da Terra, trata-se de um meio de comunicação, e sua leitura
requer o conhecimento da linguagem utilizada na sua elaboração. Os mapas podem ser de diversos tipos, transmitindo
informações de natureza variada. Grande parte da simbologia empregada nos mapas obedece a convenções aceitas
universalmente. Os diferentes profissionais procuram compreender a linguagem empregada nos mapas, a fim de obter muitas
informações para seus estudos. Estes profissionais podem apenas interpretar os mapas elaborados pelos cartógrafos, bem como
criarem seus próprios mapas, para ilustrar seus estudos e pesquisa.

Em geral, os mapas tem as seguintes finalidades:

• Obter informações sobre a distribuição espacial dos fenômenos, como solos, precipitação, uso da terra, densidade
demográfica, etc.;
• Discernir relações espaciais entre os vários fenômenos;
• Coletar, através de medições, dados necessários às análises geográficas, propiciando informações para a descrição e
análises estatísticas.

A maioria dos mapas elaborados hoje, apresentam muita exatidão e muito rigor em relação a áreas, limites, distâncias, etc. Mas,
para elaborar um mapa, é preciso antes de tudo fazer um levantamento. Levantamento é o estudo preparatório para mapear uma
região. É um trabalho muito minucioso, envolve a aplicação de diversos tipos de produtos e recursos tecnológicos, especialmente
as técnicas de sensoriamento remoto, cartografia digital e geoprocessamento. As fotografias aéreas e as imagens obtidas por
satélite, hoje em dia, são excelentes fontes de informação para a elaboração de mapas.

Atualmente, a cartografia entra na era da informática. Com o auxílio de satélites e de computadores, a cartografia torna -se um
verdadeiro sistema de informações geográficas, visando a coleta, o armazenamento, a recuperação, a análise e a apresentação de
informações sobre lugares ao longo do tempo, além de proporcionar simulações de eventos e situações complexas da realidade,
tendo em vista a tomada de decisões. Assim, não basta que os mapas respondam apenas à pergunta "onde?". Hoje, eles precisam
responder também a outras questões, como "por quê?", "quando?", "por quem?", "para que finalidade?" e "para quem?".

2. DIVISÃO DA CARTOGRAFIA

A distinção da Cartografia a partir da sua função continua a ser dominantemente referida e reconhecida, dividindo-se
tradicionalmente a atividade cartográfica em três ramos: Cartografia Sistemática e Cartografia Temática. A primeira também pode
ser denominada de Cartografia geral, de base ou de referência, por vezes também identificada como Cartografia Topográfica, no
seu sentido mais global. Na Cartografia Temática, também se utilizaram as expressões de “mapas especiais” ou “mapas
singulares”.

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Cartografia Sistemática Cartografia Temática


Baseada em normas técnicas e convenções internacionais Baseada em normas metodológicas. O termo cartografia
temática passou a designar todos os mapas que tratam de outro
assunto além da simples representação do terreno.
Serve de apoio à produção do conhecimento geográfico Serve de apoio á produção do conhecimento geográfico
notadamente na elaboração de base para mapeamento temático principalmente na compreensão da espacialidade de fenômenos
e trabalho de campo. geográficos e na representação de resultados de pesquisas.
Base Científica
Geodésia Teoria da Informação e Comunicação
Topografia Sensoriamento Remoto
Sensoriamento Remoto Semiologia
Astronomia Estatística

Fonte: Apostila de Elementos da Cartografia , Alexandre Rosa dos Santos

3. O PROCESSO CARTOGRÁFICO

O processo cartográfico implica nas transformações da informação e conseqüentemente na concepção, elaboração do mapa, logo
a produção cartográfica implica em:

• Coleta de dados (sensor remoto, trabalho de campo, censos, etc.);


• Seleção e classificação (escolha e tratamento da informação);
• Simplificação ( generalização cartográfica);
• Simbolização (codificação dos dados que passam a símbolos gráficos);
• Reprodução (impressão ou outro tipo de multiplicação e difusão do original).

4. ELEMENTOS BÁSICOS DE UM MAPA

4.1. Formato

Para a apresentação de desenhos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, estabelece formatos de papel, os quais
devem ser sempre utilizados em trabalhos oficiais. O formato básico é o A0, do qual derivam os demais formatos. Neste formato,

considera-se a linha de corte, isto é, a linha da margem externa que é a indicação do corte do papel. Da linha de corte para a linha
da margem interna, deve -se conservar 25 mm no lado vertical esquerdo e 10 mm nos demais lados. Muitas vezes o formato
considerado ideal pode fugir aos padrões estabelecidos pela ABNT.

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4.2. Layout

Um layout significa a disposição dos elementos cartográficos na prancha de trabalho, o que deve sempre ser elaborado antes do
desenho definitivo. Isto evita perda de tempo e trabalho, prevendo-se alternativas possíveis e correções a priori.

A NBR – 10068 fixa características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos
técnicos. Apresenta também, lay out da folha do desenho técnico com vistas a posição e a dimensão da legenda; margem e quadro;
marcas de centro; escala métrica de referência; sistema de referencia por malhas; marcas de corte.

O título deve estar sempre em situação dominante, enquanto que os demais componentes deverão se equilibrados em distribuição
ao longo de toda a área do papel.

As figuras abaixo mostram algumas alternativas possíveis de disposição de título, legendas e inscrições marginais.

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Erros Comuns na Produção Cartográfica

a - uma borda grande tendo a fazer o mapa parecer


menor do que é;

b - bordas irregulares são antiestéticas;

c - a área do mapa foi posicionado abaixo de


centro visual do papel. Eles devem (centro do
mapa e centro da folha) estar mais próximo
possível e acima;

d - a continuidade do mapa é perturbada por


desenho de gratícula ou valores de grid;

e - área vazia não utilizada; h - espaços irregulares entre linhas do texto;

f - título arbitrariamente posicionado; I - texto muito próximo da borda do mapa.

g - legendas e texto não alinhados pela borda;

Produção Cartográfica Ordenada

a - a borda está próxima e suas proporções são


controladas;

b - geometria regular do mapa;

c - centro de gravidade do mapa acima do centro da


folha;

d - desenho de gratícula dentro da área do mapa;

e - texto e legendas distribuídos regularmente nos


espaços vazios;

f - título em posição dominante;

g - disposição da legenda em blocos ordenados; I - a borda não afeta o texto que foi posicionado próximo a
ele.
h - espaços entre letras sempre que possível o mesmo;

4.3. Escala

A escala é uma proporção matemática, ou seja, uma relação numérica entre o mapa e a realidade que ele representa.

O milímetro, o centímetro, o metro e o quilômetro são medidas de distância. Uma régua por exemplo, é dividida em três unidades:
milímetros (mm), centímetros (cm) e decímetros (dm). Um milímetro corresponde, mais ou menos, à largura de um alfinete, um

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centímetro a 10 mm, um decímetro a 10 cm , um metro a 10 dm ou 100 cm e, um quilômetro 100.000 cm ou 1000 m. Dominar


essas noções é importante para se trabalhar com mapas, pois eles normalmente são feitos em centímetros ou milímetros, que na
realidade mapeada correspondem a quilômetros ou metros.

A proporção entre a terra e seu mapa chama-se escala. A escala pode ser expressa de diferentes modos, pode também ser numérica
e/ou gráfica. Por exemplo, uma escala de 1/25.000 significa que 1 centímetro ou qualquer outra unidade de comprimento, no
mapa, está representado 25.000 vezes menor do que no terreno. Este número pode parecer estranho, mas um metro tem 100
centímetros; assim, cada centímetro neste mapa representa exatamente 250 metros no terreno. A escala pode ser numérica ou
gráfica.

a) Escala numérica - é representada por uma fração na qual o numerador representa uma distância no mapa, e o denominador, a
distância correspondente no terreno. Assim, escala (E) é:

E = d / D,

onde: d é a distância entre dois pontos no mapa e D a distância entre esses mesmos dois pontos no terreno.

Em uma escala 1/100.000, por exemplo, qualquer medida linear no mapa (d) é, no terreno (D), 100.000 vezes maior. A escala
numérica pode ser representada por qualquer uma das seguintes formas: 1:100.000 ou 1/100.000.

b) Escala gráfica - é a que representa as distâncias no terreno sobre uma linha graduada. Normalmente, uma das porções da escala
está dividida em décimos, para que se possa medir as distâncias com maior precisão. É mais indicada para se visualizar a escala e
para medir distâncias. Podemos tomar qualquer comprimento no mapa e lê -lo na escala gráfica em quilômetros, metros, etc.
(Figura 9). Necessitando-se medir ao longo de uma estrada curva, usa-se um compasso ou instrumento chamado curvímetro.

A escala é a primeira coisa que se procura em um mapa. Se ela é superior a 2 quilômetros por centímetro ou aproximadamente
1:250.000 diz-se ser um mapa de grande escala. As folhas topográficas, mapas básicos que os serviços de levantamento do
governo publicam (IBGE, DSG), e dos quais são feitas reduções para todos os mapas de pequena escala, constituem um bom
exemplo. Os mapas de escala média vão de 1:250.000 a 1:1.000.000. O mapa deve ser bastante seletivo, convencionado e
generalizado.

4.3.1. Precisão Gráfica

É a menor grandeza medida no terreno, capaz de ser representada em desenho por meio da escala mencionada. A experiência tem
demonstrado que o menor comprimento gráfico que se pode representar em um desenho varia entre 0,2 e 0,5 mm, sendo portanto,
este erro admissível. Portanto, o erro pode ser determinado por:

Erro admissível no terreno = erro máximo desejável no papel x denominador da escala x fator de conversão

Exemplo: Para um mapa na escala de 1:100.000, admitindo-se um erro no papel de 0,5 mm, temos:
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Erro admissível no terreno = 0,5 mm x 100.000 x 0,001 m/mm = 50 m O erro tolerável, portanto, varia na razão direta do
denominador da escala e inversa da escala, ou seja, quando menor for a escala, maior será o erro admissível.

Os elementos cujas dimensões forem menores que os valores


valo dos erros de tolerância, não serão representados graficamente. Em
muitos casos é necessário utilizar-se
se convenções cartográficas, cujos símbolos irão ocupar no desenho, dimensões independentes
da escala.

O erro máximo aceitável, conforme a classe de precisão


pr e a escala, estão representados no quadro a seguir.

Precisão Exigida para Mapas em função da Escala

4.3.2. A Escolha da Escala

A escolha da escala depende da menor feição no terreno que deseja -se representar. Portanto:

Denominador da Escala = menor feição (m) / erro máximo desejável no papel x fator de conversão

Exemplo: Considerando uma região da superfície da Terra que se queira mapear e que possua muitas feições de 10 m de extensão,
a menor escala que se deve adotar para que essas feições tenham representação será:

Denominador da Escala = 10 m / (0,5 mm x 0,001 m/mm) = 20.000

Não existe um melhor tipo de escala. A escolha da escala é determinada em função da finalidade do mapa e da conveniência da
escala. Assim, pode-se
se dizer que o primeiro item
i determina a escala e o segundo, a construção do mapa.

É sempre bom lembrar que o tamanho da escala varia de acordo com a área a ser representada no mapa. Uma área pequena, como
um bairro, por exemplo, exige uma escala grande, com denominador pequeno. Uma área grande, como o Brasil, por exemplo,
exige uma escala pequena, com denominador grande. Quanto maior for a escala maiores serão os detalhes sobre o espaço
mapeado. Por exemplo, um mapa urbano possui muito mais detalhes do que um mapa político do mundo.
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4.4. Convenções Cartográficas e legenda

Um mapa é um desenho que retrata um lugar ou uma determinada porção do espaço, em um certo momento. A finalidade dos
mapas é facilitar a orientação no espaço e aumentar nosso conhecimento sobre ele. Ou seja, os mapas nos permitem conhecer
melhor uma área, uma cidade, uma região, um país.

Os elementos ou fenômenos ou objetos, são representados em um mapa através de símbolos ou desenhos especiais chamados de
convenções cartográficas. Precisamos criar as convenções cartográficas porque não podemos desenhar as coisas exatamente como
elas são na realidade. Os objetos são representados de um único ângulo, ou seja, como se fossem vistos de cima. A explicação das
convenções cartográficas utilizadas se encontra na legenda do mapa.

Um mapa é um meio de informação, é como se fosse um livro, feito de figuras e palavras, que podemos "ler", interpretando sua
legenda. E, a partir das informações que ele nos fornece, conseguimos descobrir alguns fatos da área mapeada.

Os mapas fornecem uma visão gráfica da distribuição e das relações espaciais. Mais precisa do que um relato verbal, a linguagem
dos mapas baseia-se no uso de símbolos. Cada símbolo precisa satisfazer quatro requisitos fundamentais:

• ser uniforme em um mapa ou em uma série de mapas; • ser legível;

• ser compreensível, sem dar margens a suposições; • ser suficientemente preciso.

Preenchendo tais requisitos, os símbolos possibilitam o estudo adequado da localização e da distribuição dos fenômenos
representados nos mapas, permitindo sua identificação e classificação. Por exemplo, quanto aos aspectos hidrográficos, os
símbolos devem permitir ao leitor distinguir os diferentes tamanhos dos rios, sua perenidade ou não, se existem cursos que
sofreram canalização e distingui-los dos naturais, etc. Em relação aos transportes, deve -se observar os diferentes tipos de estradas,
se existem obras arquitetônicas, o tipo de piso, etc.

É importante observar a maneira como estão escritas as palavras e os nomes das localidades nos mapas. O tamanho das letras
empregadas (maiúsculas ou minúsculas) indica, muitas vezes, diferença em uma mesma categoria de fenômenos, como, por
exemplo, entre vilas, cidades e capitais. A área representada no mapa deve ter localização em relação as coordenadas geográficas,
escala, título e outros elementos.

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4.4. Selo

É o elemento informativo da planta, nele deve conter as informações como: proprietário, título do mapa, local, localização da área
de estudo, escala, nome da empresa, nome dos profissionais que atuaram no trabalho (cartográfico, cálculos e atividades de
campo) e nome do responsável técnico que irá assinar o mapa. O selo deve ser localizado na parte inferior direita da planta
ocupando uma largura de no máximo180 mm à partir da linha de corte.

4.5. Grade de Coordenadas

Para poder localizar qualquer elemento representado em uma mapa é necessário utilizar pontos de referência, quando possuímos
diversos pontos damos origem à um sistema de pontos referenciais ou sistemas de coordenadas. Eles resultam do desenvolvimento
de técnicas cartográficas para a elaboração de mapas, e são linhas neles traçadas com o objetivo de determinar a posição absoluta
dos diversos lugares da Terra.

O Sistema de coordenadas da Terra baseia -se na rede de coordenadas cartesianas. Este sistema foi traçado considerando a Terra
como uma esfera perfeita. Assim, os pólos foram definidos como os pontos de interseção do eixo de rotação da Terra com a sua
superfície e o equador é o raio máximo do planeta.

Para que cada ponto da superfície terrestre possa ser localizado, existe um sistema de coordenadas (linhas imaginárias), que são
representadas em um mapa ou carta. Um objeto geográfico qualquer somente poderá ser localizado se pudermos descrevê-lo em
relação a outro objeto cuja posição seja previamente conhecida.

a) Sistema de coordenadas geográficas (latitude e longitude)

Neste sistema de coordenadas, cada ponto é referido por dois ângulos, expresso em graus, minutos e segundos:

- Latitude de um lugar: no modelo esférico da Terra, valor do ângulo entre o plano do Equador e o raio que passa por esse lugar ou
o arco do meridiano entre o Equador e o lugar; varia de 0º (no Equador) a 90º (nos pólos), Norte ou Sul (no caso do modelo
elipsóide da Terra, chama-se latitude geodésica e é o ângulo formado entre a normal ao elipsóide nesse lugar e o plano do
Equador).

- Longitude de um lugar: valor do ângulo entre o plano do meridiano desse lugar e um meridiano de referência (atualmente e
desde 1884, o semi-meridiano de Greenwich) ou o arco do Equador entre esses meridianos; varia entre 0º e 180º, E ou W.

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b) Sistema de coordenadas planas

O sistema de coordenadas planas, também conhecido por sistema de coordenadas cartesianas, baseia-se na escolha de dois eixos
perpendiculares cuja interseção é denominada origem, que é estabelecida como base para a localização de qualquer ponto do
plano. Nesse sistema de coordenadas um ponto é representado por dois números reais: um correspondente à projeção sobre o eixo
x (horizontal) e outro correspondente à projeção sobre o eixo y (vertical). Logo, o sistema de coordenadas planas é naturalmente
usado para a representação da superfície terrestre num plano.

c) Sistema de coordenadas polares

Apesar de não aparecer de forma explícita para o usuário de SIG, o sistema de coordenadas polares merece menção por causa de
sua utilização no desenvolvimento das projeções cônicas. Trata-se de um sistema simples, de relação direta com o sistema de
coordenadas cartesianas, que substitui o uso de um par de coordenadas (x,y) por uma direção e uma distância para posicionar cada
ponto no plano de coordenadas. Por isso ele é tão conveniente para o estudo das projeções que se desenvolvem sobre cones. A
relação com coordenadas cartesianas é apresentada a seguir (r e q denotam, respectivamente, a distância do ponto à origem e o
ângulo formado com o eixo x):

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UNIDADE 02 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

1. INTRODUÇÃO

Apesar de se assumir que a forma da Terra é redonda, em estudos onde se exige precisão de posicionamento, como é o caso da
maioria das representações da superfície terrestre em mapas e cartas, deve-se considerar mais cuidadosamente as pequenas
diferenciações da sua forma.

No século XVII, Isaac Newton demonstrou que não sendo a Terra um corpo rígido e estando animada de um movimento de
rotação, ela não deveria possuir uma forma esférica e sim, a de um elipsóide de revolução, sendo achatada nos pólos.

Por meio de triangulações geodésicas, pôde-se verificar que a Terra não possuía uma forma elipsoidal perfeita, mas sim a de um
geóide, que não pode ser descrita de forma matemática simples, mas que pode ser determinada a partir de medidas da aceleração
da gravidade nos mais diversos pontos da superfície da Terra. Numa primeira aproximação, o geóide seria a forma que a Terra
teria se sua superfície fosse completamente coberta com água, pois esta se amolda de acordo com a aceleração da gravidade em
cada ponto.

Com o lançamento de satélites artificiais foi possível determinar com melhor precisão o geóide, através das anomalias observadas
no movimento destes satélites e provocadas pela distribuição não uniforme da massa terrestre. O geóide difere muito pouco das
formas elipsoidal e esférica, quando se considera que o valor do raio terrestre é muito maior do que a diferença entre o geóide e
estas duas formas. Por isto, pode-se sem muito erro dizer que a Terra é praticamente esférica.

A forma da Terra, girando em torno de seu eixo e movendo-se dentro do Sistema Solar do qual faz parte, é resultado da interação
de forças internas e externas tais como: gravidade, força centrífuga, constituição diferente dos materiais que a formam, etc.

As forças tectônicas por exemplo, são forças internas que provocam modificações na superfície do globo terrestre tais como:
dobramentos, falhamentos, terremotos, surgimento de vulcões. A ação dessas forças produz sobre a superfície terrestre uma série
de irregularidades como: montanhas, vales, planaltos, etc. que formam a superfície topográfica da Terra. Essas irregularidades são
muito pequenas se comparadas ao tamanho e volume total da Terra, entretanto, essa superfície aparente é de grande importância
para o topógrafo, geodesista, etc., pois é sobre essa superfície que são realizadas as medições e os estudos para as diversas
finalidades.

Devido a esses acidentes e irregularidades, a superfície da Terra não tem uma forma simples que possa ser expressa em termos
matemáticos. A fim de simplificar o cálculo de coordenadas da superfície terrestre, foram adotadas algumas superfícies
matemáticas simples que se aproximam em maior ou menor grau do real. Uma primeira aproximação seria uma esfera. Porém, a
esfera seria suficientemente aproximada para solucionar com a precisão requerida, alguns problemas como por exemplo: cálculos
astronômicos, navegação e solução de cálculos geodésicos usando a trigonometria esférica. Entretanto, a Terra não é exatamente
uma esfera, sendo achatada nos pólos e abaloada próximo ao Equador.

Segundo GAUSS (1777-1855), a forma do planeta, em uma definição mais rudimentar, é representada pela superfície delimitada
pelo nível médio dos mares, não perturbados por ventos e correntezas, já que estes, ocupam aproximadamente 72% da superfície

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do planeta. Esta superfície é denominada GEÓIDE. GEÓIDE é definido como o sólido formado pelo nível médio dos mares
supostamente prolongado por sob os continentes.

As diferentes matérias que compõem a superfície possuem diferentes densidades, fazendo com que, em função disso, a força
gravitacional atue com maior ou menor intensidade em locais diferentes. As águas do oceano procuram uma situação de
equilíbrio, ajustando-se às forças que atuam sobre elas, inclusive no seu suposto prolongamento. A interação de forças buscando
equilíbrio faz com que o geóide tenha o mesmo potencial gravimétrico em todos os pontos de sua superfície, resultando em
ondulações e depressões.

Considerando a necessidade de se definir matematicamente a forma do planeta, para as diferentes aplicações das atividades
humanas, surge como problema o alto grau de complexidade da representação matemática do geóide, assim, por não ser uma
superfície perfeitamente lisa, que possa ser definida matematicamente, o geóide também não serve para que se defina a forma do
planeta, sendo utilizado apenas para nivelamento geodésico.

É preciso então buscar um modelo mais simples para representar o nosso planeta. Para contornar o problema lançou-se mão de
uma figura geométrica chamada elipse que ao girar em torno do seu eixo menor forma um volume, o elipsóide de revolução.
Assim, o elipsóde é a superfície de referência utilizada em todos os cálculos básicos que fornecem subsídios para a elaboração de
uma representação cartográfica. Essa é então a superfície matemática que mais se aproxima da superfície real da Terra.

O geóide é, então, a forma adotada para a Terra e é sobre esta superfície que são realizados todas as medições. Como o geóide é
uma superfície irregular, de difícil tratamento matemático, foi necessário adotar, para efeito de cálculos, uma superfície regular
que possa ser matematicamente definida. A forma matemática assumida para cálculos sobre o geóide é o elipsóide de revolução,
gerado por uma elipse rotacionada em torno do eixo menor do geóide.

Como vimos, medições e levantamentos feitos na superfície terrestre (geóide) são matematicamente solucionados no elipsóide. Os
sistemas geodésicos buscam uma melhor correlação entre o geóide e o elipsóide, elegendo um elipsóide de revolução que melhor
se ajuste ao geóide local, estabelecendo a origem para as coordenadas geodésicas referenciadas a este elipsóide, através dos datum
horizontal e vertical.

Em geral, cada país ou grupo de países adotou um elipsóide como referência para os trabalhos geodésicos e topográficos. São
usados elipsóides que mais se adaptem às necessidades de representação das regiões ou continentes.

Como vimos, medições e levantamentos feitos na superfície terrestre (geóide) são matematicamente solucionados no elipsóide. Os
sistemas geodésicos buscam uma melhor correlação entre o geóide e o elipsóide, elegendo um elipsóide de revolução que melhor
se ajuste ao geóide local, estabelecendo a origem para as coordenadas geodésicas referenciadas a este elipsóide, através dos datum
horizontal e vertical.

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Em geral, cada país ou grupo de países adotou um elipsóide como referência para os trabalhos geodésicos e topográficos. São
usados elipsóides que mais se adaptem às necessidades de representação das regiões ou continentes.

Há um número grande de diferentes projeções cartográficas, uma vez que há vários modos de se projetar os objetos geográficos
que caracterizam a superfície terrestre sobre um plano. Conseqüentemente, torna-se necessário classificá-las de acordo com
diversos aspectos com a finalidade de melhor estudá-las.

2. Classificação das projeções

Analisam-se os sistemas de projeções cartográficas pelo tipo de superfície de projeção adotada e pelas propriedades de
deformação que as caracterizam.

Quanto ao tipo de superfície de projeção adotada, classificam-se as projeções em: planas ou azimutais, cilíndricas, cônicas e
poliédricas, segundo se represente a superfície curva da Terra sobre um plano, um cilindro, um cone ou um poliedro tangente ou
secante à Terra. Seguem algumas descrições.

a) Projeção plana ou azimutal

Constrói-se o mapa utilizando-se uma superfície de projeção plana tangente ou secante a um ponto na superfície da Terra.

b) Projeção Cônica

A superfície de projeção usada é um cone que envolve a Terra e que, em seguida, é desenvolvido num plano. As projeções cônicas
podem ser tangentes ou secantes. A figura abaixo apresenta um exemplo de projeção cônica. Em todas as projeções cônicas
formais (eixo do cone coincidente com o eixo de rotação da Terra) os meridianos são retas que convergem para um ponto (que
representa o vértice do cone) e todos os paralelos são circunferências concêntricas a esse ponto.

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c) Projeção cilíndrica

Usa-se um cilindro tangente ou secante à superfície da Terra como superfície de projeção. Em seguida, desenvolve-se o cilindro
num plano. Em todas as projeções cilíndricas normais (eixo do cilindro coincidente com o eixo de rotação da Terra), os
meridianos e os paralelos são representados por retas perpendiculares. A projeção de Mercator, uma das mais antigas e
importantes, é um exemplo de projeção cilíndrica. Na figura 5 apresenta-se uma comparação da representação de um quarto de
hemisfério segundo diferentes sistemas de projeção.

Como já foi colocado anteriormente é impossível representar a superfície curva da Terra sobre uma superfície plana (ou
desenvolvível num plano) sem que haja deformações.

Por isso deve-se escolher que características devem ser conservadas e quais podem ser alteradas. Por exemplo, pode-se pensar
numa possível conservação dos ângulos ou numa manutenção de áreas, sempre levando em conta a que se destina o mapa. Quanto
ao grau de deformação das superfícies representadas, as projeções podem ser classificadas em conformes ou isogonais,
equivalentes ou isométricas e eqüidistantes.

3. Grau de Deformação da Superfície

Quanto ao grau de deformação das superfícies representadas, são classificadas em: conformes ou isogonais, equivalentes ou
isométricas e eqüidistantes.

a) Projeções Conformes ou Isogonais

Possuem a propriedade de não deformar os ângulos de pequenas áreas. Nestas projeções os paralelos e o meridianos se cruzam em

ângulos retos, e a escala em torno de um ponto se mantém para qualquer direção. Porém, ao se manter a precisão dos ângulos,
distorce-se a forma dos objetos no mapa. Ex. Mercator

b) Projeções Equivalentes ou Isométricas

Não deformam áreas, conservando uma relação constante, em termos de área, com a superfície terrestre. Devido a suas
deformações não são adequadas a cartografia de base, porém são muito utilizadas para a cartografia temática. Ex. Azimutal de
Lambert

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c) Projeções Eqüidistantes

São as projeções que não apresentam deformações lineares, ou seja, os comprimentos são representados em escala uniforme. Esta
condição só é conseguida em determinada direção. Estas projeções são menos empregadas que as projeções conformes e
equivalentes, porque raramente é desejável um mapa com distâncias corretas apenas em uma direção. Ex. Cilíndrica Eqüidistante.

d) Projeções Afiláticas

Não possui nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto é, equivalência, conformidade e equidistância, ou seja, as projeções
em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.

Todos os sistemas de projeções apresentam deformações, já que não é possível "achatar" uma superfície esférica em uma
superfície plana sem a deformar. Estas deformações podem ser lineares, angulares, superficiais ou, uma combinação destas três.

O importante é ter-se capacidade de decidir a melhor projeção para a aplicação que se deseja, analisando-se as propriedades
geométricas oferecidas por cada projeção, de modo a preservar as características mais importantes para cada tipo de uso, pois,
frequentemente, precisamos conhecer a distância entre lugares, a área de cidades, estados, países, ou outras parcelas de terra.

Todo o mapa apresenta algum tipo de distorção, que depende da natureza do processo de projeção. Dependendo do objetivo do
mapa, estas distorções podem ser minimizadas quanto à forma, área, distância ou direção. Portanto, quando utilizamos mapas,
devemos procurar escolher as projeções que preservem as características mais importantes para o nosso estudo e que minimizem
as outras distorções.

Normalmente em um país, é utilizado um conjunto padrão de projeções, previamente definido, para atender às demandas
específicas de utilização e à representação em escala. No Brasil, para o mapeamento sistemático, utiliza-se o seguinte padrão para
projeções:

· Escala 1:25.000 a 1:250.000 - Projeção UTM

· Escala 1:500.000 a 1:1.000.000 - Projeção Conforme de Lambert

· Escala 1:5.000.000 - Projeção Policônica.

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UNIDADE 03 FUNDAMENTOS DE ALTIMETRIA

1. Introdução

Altimetria é a parte da topografia onde são estudados os processos de determinação das cotas ou altitudes de pontos da superfície
terrestre. Os mapas topográficos tem como objetivo a representação do relevo tanto através de perfil como através de curvas de
nível.

Conceitos básicos

• Cota = é a distância vertical do ponto à superfície de nível de referencia adotada.


• Altitude = é a distância vertical do ponto á superfície de nível médio dos mares. Neste caso o plano horizontal adotado
como referencia é a superfície do nível médio dos mares.

• Diferença de nível = a diferença de nível entre dois pontos quaisquer da superfície terrestre é a diferença entre as
altitudes ou cotas dos pontos considerados.
• Referencia de nível = é um ponto de cota conhecida ou arbitrada. São de extrema importância nos trabalhos
topográficos. São encontrados em toadas as estações das estradas de ferro, sempre referenciados a superfície de nível
médio dos mares. Alem deste pontos existem outros espalhados pelo país, levantados pelas companhias de eletricidade,
pelas empresas de aviação, pelo serviço geográfico do exercito, pelo IBGE, etc. Normalmente são marcos fixados de
cimento que são locados nos principais mapas do país.

OBS.: qualquer trabalho altimetrico de grande precisão devem ser iniciado tendo como base uma referencia de nível.

2. Curvas de Nível

A curva de nível é uma maneira de se representar graficamente as irregularidades, ou o relevo, de um terreno.


Imagine uma montanha de 800 metros vista de cima. Seu formato é irregular, logo se traçarmos uma linha contornando-a a 700
metros o desenho do contorno (uma curva) será diferente, e menor, daquele que fizermos contornando-a a 100 metros, mais
próximo da base. Esse desenho do contorno a uma dada altitude, que deve ser a mesma em todos os pontos da linha, é a chamada
curva de nível e serve para representar o relevo de algum local nas plantas topográficas.

Geralmente, em uma planta topográfica, usa-se como referência a altura média do mar para se traçar as curvas de nível chamadas
de “mestras” que são representadas por traços mais grossos. Podemos usar também, as linhas chamadas de auxiliares ou
intermediárias para facilitar a leitura da planta topográfica. Todas as curvas possuem também a altura em que se situam.

As curvas de nível são sempre paralelas entre si. Uma linha mestra jamais se cruzará com uma linha intermediária, por exemplo,
mesmo que elas às vezes, cheguem bastante perto disso, e elas sempre se fecham sobre si mesmas (como um “O”, mas, na maioria
das vezes, irregular). O que pode acontecer é de no papel, por causa de um efeito visual, as linhas se cruzarem, mas, na verdade,
elas nunca se cruzam, uma vez que na realidade uma está embaixo da outra visto que cada curva de nível representa uma altitude.
Nestes casos, costuma-se representar a linha ou curva, debaixo com um tracejado.

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Pela proximidade das linhas pode-se


se verificar se o terreno tem um declive muito acentuado ou não. Se as linhas estiverem muito
próximas entre si, significa que o declive é bastante acentuado (um pico, por exemplo), já se elas estiverem muito distantes entre
si, significa que o declive é suave (uma planície com pequenas elevações, por exemplo).

Mas, as curvas de nível não servem apenas para representar montanhas ou elevações no terreno. Se em uma planta topográfica
com curvas de nível os valores da altitude referentes às curvas centrais forem menores do que os valores de altitude das curvas
externas, significa que ali está representada uma depressão.

Quando se vai fazer uma planta topográfica com curvas de nível, costuma-se
costuma se primeiro, antes de desenhar as curvas,
cur fazer o
traçado da rede de drenagem do terreno com o fim de facilitar o desenho das curvas. Afinal, é a rede de drenagem (rios, ribeirões,
ribei
riachos, cachoeiras...) que determina, de forma geral, a topografia do terreno.

Outro conceito associado às curvas


vas de nível (mas que não deve ser confundido) é o “plantio em curvas de nível”. Trata-se
Trata de uma
técnica para plantio em terrenos acidentados que segue o traçado das curvas.

Lembrando que a legislação ambiental brasileira proíbe o desmate e plantio em terrenos


terrenos com declividade maior que 45° por se
tratar de Áreas de Preservação Permanente (APP) devido a alta tendência a erosão, o plantio em curvas de nível é uma técnica
quer visa diminuir a velocidade da enxurrada (arraste) e aumentar a infiltração da água no
no solo para, com isso, evitar que
aconteçam erosões.

2.1. Geração de Curvas de Nível

Como ilustrado na figura a seguir, as curvas de nível ou isolinhas são linhas curvas fechadas formadas a partir da interseção de
vários planos horizontais com a superfície do terreno.

Cada uma destas linhas, pertencendo a um mesmo plano horizontal tem, evidentemente, todos os seus pontos situados na mesma
cota altimétrica, ou seja, todos os pontos estão no mesmo nível.

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Os planos horizontais de interseção são sempre paralelos


paralelos e equidistantes c a distância entre um plano e outro denomina-se
denomina
Eqüidistância Vertical.

Segundo DOMINGUES (1979), a eqüidistância vertical das curvas de nível varia com a escala da planta e recomendam-se
recomendam os
valores da tabela abaixo.

Escala Eqüidistân
Eqüidistância Escala Eqüidistância
:500 0,5m 1:100000 50,0m
:1000 l,0m 1:200000 100,0m
:2000 2,0m 1:250000 100,0m
:10000 10,0m 1:500000 200,0m
-.25000 10,0m 1:1000000 200,0m
:50000 25, Om 1:10000000 500,0m

2.2. Características das Curvas de Nível

As curvas de nível, segundo o seu traçado, são classificadas em:

• mestras', todas as curvas múltiplas de 5 ou 10 metros.

• intermediárias: todas as curvas múltiplas da eqüidistância vertical, excluindo-se


excluindo as mestras.

• meia-eqüidisíância: utilizadas na densificação de terrenos muito planos.

A figura a seguir (DOMINGUES, 1979) ilustra parte de uma planta altimétrica com curvas de nível mestras e intermediárias.

• Todas as curvas são representadas em tons de marrom ou sépia (plantas coloridas)


coloridas) e preto (plantas monocromáticas).

• As curvas mestras são representadas por traços mais espessos e são todas cotadas.

• Como mostra a figura a seguir (GARCIA, 1984), curvas muito afastadas representam terrenos planos.

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• Da mesma forma, a figura a seguir (GARCIA, 1984) mostra que curvas muito próximas representam terrenos
acidentados.

• Como indicado na figura a seguir, a maior declividade (d%) do terreno ocorre no local onde as curvas de nível são mais
próximas e vice-versa.

• Para o traçado das curvas de nível os pontos notáveis do terreno (aqueles que melhor caracterizam o relevo) devem ser
levantados altimetricamente. É a partir destes pontos que se interpolam, gráfica ou numericamente, os pontos definidores das
curvas.

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• Em terrenos naturais
rais (não modificados pelo homem) as curvas tendem a um paralelismo e são isentas de ângulos vivos e
quebras.

2.3. Normas para o Desenho das Curvas de Nível

• Duas curvas de nível jamais devem se cruzar. Figura de GARCIA e PIEDADE (l984).

• Duas ou mais
is curvas de nível jamais poderão convergir para formar uma curva única, com exceção das paredes verticais de
rocha. Figura de GARCIA e PIEDADE (l 984).

• Uma curva de nível inicia e termina no mesmo ponto, portanto, ela não pode surgir do nada e desaparecer repentinamente.
Figura de GARCIA e PIEDADE (l 984).

• Uma curva pode compreender outra, mas nunca ela mesma.

• Nos cumes e nas depressões o relevo é representado por pontos cotados.

• Uma curva de nível inicia e termina no mesmo ponto, portanto,


portanto, ela não pode surgir do nada e desaparecer repentinamente.
Figura de GARCIA e PIEDADE (l 984).

• Uma curva pode compreender outra, mas nunca ela mesma.

• Nos cumes e nas depressões o relevo é representado por pontos cotados.

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2.4. Interpolação Gráfica

Consiste em determinar, entre dois pontos de cotas fracionárias, o ponto de cota cheia ou inteira e múltiplo da eqüidistância
vertical. Sejam, portanto, dois pontos A e B de cotas conhecidas e cuja distância horizontal também se conhece. O método
consiste em traçar perpendiculares ao alinhamento AB, pelo ponto A e pelo ponto B respectivamente. Sobre estas perpendiculares
lançam-se: o valor que excede a cota inteira (sentido positivo do eixo, pelo ponto A ou B, aquele de maior cota); e o valor que
falta para completar a cota inteira (sentido negativo do eixo, pelo ponto A ou B, aquele de menor cota). Este lançamento pode ser
feito em qualquer escala. •Os valores lançados sobre as perpendiculares por A e B resultam nos pontos C e D, que determinam
uma linha. A interseção desta linha (CD) com o alinhamento (AB) é o ponto de cota inteira procurado.

3. Perfis Topográficos

O perfil topográfico é a projeção vertical do terreno como ele se apresenta ao longo dos alinhamentos de uma poligonal, podendo
ser definido ainda como a interseção com o terreno, de verticais que contém os alinhamentos de uma poligonal. No desenho
topográfico, os perfis são traçados com obediência à norma. Embora seja na realidade, uma linha curva irregular são sempre
representados por segmentos retilíneos entre as estacas. Os elementos de que o desenhista dispõe para o traçado de superfície,
provém do trabalho de campo chamado nivelamento, cujos resultados vêm consignados na respectiva caderneta sob a forma de
interdistâncias e estacas com estações e de suas respectivas cotas e altitudes.

Na engenharia, a utilidade dos perfis é grande pois permite o estudo e o lançamento de estradas, canais, linhas de transmissão etc;
Para o desenhista, sua importância não é menor permitindo a localização dos pontos do terreno que possuem cotas inteiras, ou de
valores pré determinados, cujo o conhecimento é indispensável na representação da altimetria.

Os perfis classificam-se, como as poligonais, em principais e secundários, sendo que o perfil principal é executado em um
alinhamento pré determinado ou eixo secundário ou secção transverssal, que é um perfil auxiliar feito ao longo de direções
perpendiculares, ou sob ângulo pré determinado a este alinhamento ou eixo.

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3.1. Traçado de um Perfil Longitudinal

O elemento básico para este traçado é a caderneta de nivelamento a qual pode ser feita ou apresentada de diversas maneiras mas
todas devendo conter as cotas que são obtidas de um referência de nível qualquer ou as altitudes que são mantidas em relação ao
nível do mar.

Devem ser levantados todos os pontos notáveis do terreno isso é, pontos em que o terreno muda de declínio, além dessas cotas, as
cadernetas devem mencionar com exatidão as distâncias de cada ponto ou estaca da poligonal, em fim deve conter elementos que
permitam marcar com precisão as abcissas e ordenadas do perfil.

3.1.2. Escalas

No desenho dos perfis devem ser empregadas, as escalas mais simples possíveis isto porém, não dispensa certas providências a
tomar. Se adotarmos uma escala para ser usada tanto nas cotas como nas distâncias horizontais, o perfil virá a ser constituído de
retas que fazem entre si ângulos muito pequenos, principalmente se o terreno é pouco acidentado, tais circunstâncias devem ser
evitadas. É de desejar que os perfis sejam bem nítidos, salientados e até mesmo exagerando o relevo do solo, pois assim, pode se
tirar deles dados mais precisos e com maior facilidade.

Em conseqüências, no traçado destes elementos, é recomendável o emprego de duas escalas uma para a medida das distâncias
horizontais que é chamada escala H e outra, na qual serão medidas as distâncias verticais ou cotas, chamada escala V sendo que
esta deve ser de 5 a 10 vezes menor que a primeira.

4. Cartas Hipsométricas

Considera-se zona hipsométrica (hypsos / altura + métron / medida) a que se encontra compreendida entre duas curvas de nível.
Este método preconiza o uso de tons de cores ou grafismos mais escuros ou mais claros, de forma a serem consideradas as cotas
mais escuras as mais altas e mais claras as de menor valor de altitude. É um método que indica intuitiva e rapidamente as
diferenças de nível absolutas e relativas, incluindo se uma altura é mais elevada que outra, o que nos pode fornecer se
determinadas variações são depressões ou elevações, uma vez que, sem necessidade de consulta de cotas se pode reconhecer se
um declive é ascendente ou descendente.

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Nos mapas em escalas pequenas, além das curvas de nível, adotam-se para facilitar o conhecimento geral do relevo, faixas de
determinadas altitudes em diferentes cores, como o verde, amarelo, laranja, sépia, rosa e branco. Para as cores batimétricas usa-
se o azul, cujas tonalidades crescem no sentido da profundidade.

Tais características permitem uma maior facilidade de representação do terreno, já que a altimetria não interfere demasiado na
representação planimétrica. A informática tem permitido melhorar a velocidade destas representações, criando-se graficamente a
terceira, especialmente Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Com eles, e através da altimetria, automaticamente se poderão
obter Cartas de Exposição da Encosta, Cartas de Declives, Recursos Hídricos, etc.

Mapa Hipsométrico - Atlas SocioEconômico do RGS Escala de Cores Hipsométricas e batimétricas - IBGE

5. Relevo Sombreado

O sombreado também é uma modalidade de representação do relevo e é executado diretamente em função das curvas de nível,
geralmente usando uma pistola ou nanquim constituindo-se de sombras contínuas sobre certas vertentes dando a impressão de
saliências iluminadas e reentrâncias não iluminadas.

Para executar-se o relevo sombreado, imagina-se uma fonte luminosa a noroeste, fazendo um ângulo de 45º com o plano da
carta, de forma que as sombras sobre as vertentes fiquem voltadas para sudeste.

Representação do Relevo Sombreado - IBGE

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UNIDADE 04 CARTOGRAFIA TEMÁTICA

Os mapas temáticos, ou especiais, apareceram mais tardiamente que os mapas gerais e apenas o desenvolvimento destes tornou
possível o incremento da quantidade e diversidade daqueles. Na França, por exemplo, apesar da origem Setecentista, a elaboração
de mapas temáticos para a representação de dados quantitativos atingiu a “idade do entusiasmo” na segunda metade do século
XIX.

É enorme a diversidade de mapas temáticos existentes, podendo referirem-se várias discriminações, conforme o critério que se
adotar:

a) Em função da natureza da informação:

Mapas qualitativos (representando informação de tipo nominal) e mapas quantitativos (representando informação de tipo de
intervalo, ou de razão, e de índice.

b) Em função do tipo de implantação dos símbolos utilizados:

São linearmente relacionados com as características da informação e com as técnicas cartográficas utilizadas, classificam-se em
mapas de:

• Símbolos pontuais: mapas de pontos, mapas de círculos proporcionais, mapas de esferas, mapas de cubos, etc; nos
• Símbolos lineares: mapas de isolinhas, mapas de isopletas, mapas de isométricas, mapas de fluxos; nos símbolos em
mancha: mapas coropletos, os mais conhecidos e utilizados (durante muito tempo designados como mapas “estatísticos”).
• Símbolos Zonais: mapas de polígonos, figuras geométricas em geral que representam a área de um determinado local.

c) Em função da natureza da informação

São Mapas qualitativos (representando informação de tipo nominal) e mapas quantitativos (representando informação de tipo de
intervalo, ou de razão, e de índice.

d) Em função da natureza da informação

São Mapas qualitativos (representando informação de tipo nominal) e mapas quantitativos (representando informação de tipo de
intervalo, ou de razão, e de índice.

e) Em função das características dos símbolos utilizados

A partir da classificação baseada na discriminação dos símbolos a partir do tipo de implantação, pode-se identificar grande
variedade de mapas temáticos, decorrente da identificação de cada símbolo.

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f) Em função da distorção ou não da base espacial

A maioria dos mapas temáticos, convencionais, assenta numa base cartográfica mais ou menos simplificada, que pretensamente
corresponde à realidade, sobre a qual são vertidos os símbolos pontuais, lineares ou em zonas. Outros mapas, fazem corresponder
a variação da informação temática a representar à variação do próprio suporte espacial, distorcendo-o ou transformando-o
(fazendo variar as áreas ou as distâncias entre os lugares), por isso se denominando mapas distorcidos ou transformações
cartográficas.

Nesta jovem área da Cartografia, agora facilitada pelas novas tecnologias e em clara expansão, algumas das transformações
cartográficas têm designações específicas, como:

• Anamorfoses (que ao fazer variar as distâncias relativas, implicam a alteração das formas ou dos contornos da base
espacial)
• Cartogramas (transformação em que a área das unidades espaciais é proporcional aos valores temáticos).

g) Em função do número de temas representados

Mapas unitemáticos e mapas pluritemáticos, sendo possível, neste caso a utilização da justaposição gráfica ou a combinação dos
temas a partir do prévio tratamento da informação.

2. Definições Gerais na Produção Cartográfica a partir de Símbolos

Algumas normas devem ser seguidas para a elaboração de mapas temáticos baseado em símbolos, abaixo segue os tipos de
símbolo e sua aplicação.

2.1. Mapas Temáticos de Implantação Pontual

Os mapas de símbolos de implantação pontual são mapas que representam fenômenos espacialmente descontínuos, localizáveis
em pontos e representados por símbolos com implantação mais ou menos correspondente à verificação do fenômeno. A
informação pode ser qualitativa, utilizando-se símbolos geométricos, figurativos ou letras (mapas de inventário) ou quantitativa,
sendo usual, neste caso, a utilização de dois tipos de mapa: o mapa de pontos (de expressão gráfica e valor numérico constante) e
os mapas de símbolos proporcionais.

a) Mapa de Pontos: o mapa de pontos é um “mapa temático que representa um fenômeno de natureza quantitativa por intermédio
de pontos de valor constante (ou pontos de valor unitário) e de igual tamanho, repartidos uniformemente ou não (implantação
gráfica pontual ou em mancha)”. No entanto, os mapas de pontos também podem ser pluri- temáticos, apresentando duas ou mais
distribuições em simultâneo, destrinçadas pelas variáveis visuais.

Tratando-se normalmente da representação de fenômenos descontínuos, a designação “mapas de pontos” é propriamente adequada
para os mapas em que a distribuição dos pontos se aproxima da distribuição real da informação, quer utilizando apenas pontos,
quer optando por uma representação “estratificada”, que utiliza pontos e símbolos proporcionais (vejam-se os exemplos de

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simbolização adaptados por geógrafos portugueses, conjugando pontos com círculos e/ou quadrados, quer com tamanhos
arbitrários, quer proporcionais).

a elaboração de mapas de pontos coloca o cartógrafo face a duas decisões essenciais: o valor a que corresponde um ponto e o
tamanho gráfico do ponto. o tamanho gráfico deve ser o maior possível, significando isso que o ponto não deve ser tão pequeno
que se torne ilegível ou de dimensão insuficiente para mostrar a configuração da distribuição, não devendo, no entanto, ser tão
grande que torne a coalescência dos pontos inevitável ou o mapa visualmente pouco equilibrado.

Mapa Temático de Implantação Pontual referente à localização de áreas de cultivo de batata

Dimensionamento do Ponto insuficiente Dimensionamento do Ponto exagerado Dimensionamento do Ponto satisfatório


impossibilitando a leitura da informação Criando falsa impressão de adensamento representando a realidade do local.

Finalmente, os mapas de pontos apresentam algumas limitações, nomeadamente, por apenas permitirem a apreciação visual das
densidades em escala ordinal, por existir subestimação visual das diferenças do número e da densidade de pontos e por as relações
representado/observado não serem lineares. Além disso, a sua produção manual é morosa e a produção automática ainda apresenta
limitações. Como vantagens, os mapas de pontos apresentam a clareza e expressividade e o fato de não exigirem particular
preparação do utilizador.

b) Mapa de Símbolos Proporcionais:

De entre os mapas de símbolos proporcionais, ou seja, aqueles que representam fenômenos de natureza quantitativa por
intermédio de símbolos cujo tamanho (superfície ou volume) é proporcional aos dados, os mapas de círculos proporcionais, cuja
primeira aparição cartográfica aconteceu na década de 1830, são o tipo de mapa temático mais utilizado, sendo a facilidade de
construção responsável pela manutenção da sua grande popularidade.

No entanto, pode utilizar-se uma grande variedade de símbolos, que podem ser figurativos (ou pictográficos) ou geométricos e
bidimensionais ou volumétricos. Com a facilidade de produção automática proporcionada pelos vários “softwares” e porque, por
vezes, são considerados mais atrativos, a utilização dos símbolos figurativos tem aumentado, no entanto, por vezes, apresentam
problemas de justaposição gráfica e, pela maior irregularidade da sua forma, implicam grandes limitações em relação à estimação
visual dos seus tamanhos. No mesmo sentido, são também as dificuldades de estimação visual que tornam a utilização dos

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símbolos volumétricos de valor discutível, de tudo decorrendo a tradicional maior utilização dos símbolos geométricos
bidimensionais e, entre eles, dos círculos proporcionais.

De fato, a decisão prévia do tamanho de um dos símbolos tem implicações na justaposição gráfica dos símbolos e na aparência
visual final do mapa, correndo-se o risco de pecar por excesso ou por defeito e originar mapas visualmente desequilibrados,
demasiado preenchidos ou demasiado vazios

Exemplo de Dimensionamento de Círculos, quadrados e cubos proporcionais

1.Dimensionamento do Ponto insuficiente 2.Dimensionamento do Ponto satisfatório 3.Dimensionamento do Ponto exagerado


impossibilitando a leitura da informação representando a realidade do local. Criando falsa impressão de adensamento

Caso se pretenda uma maior generalização da informação, através da classificação prévia dos dados, agregando-os em classes e
estabelecendo uma graduação de classes de símbolos, em que cada tamanho de símbolo não corresponde a um dado, mas antes à
classe em que está inserido esse dado, os procedimentos de construção do mapa serão os mesmos.

É importante lembrar da importância essencial da relação figura-fundo, sublinhando-se que a perda de informações da base
cartográfica pode ser claramente compensada pelo realce da configuração da imagem relativa à informação temática, sendo
possível, ainda, minimizar aquela perda com a construção de “janelas” ou pela consulta de mapas complementares.

Neste sentido, apesar de os símbolos transparentes facilitarem a estimação visual comparada com seus tamanhos, devem,
tendencialmente, ser evitados, devendo ainda evitar-se os símbolos não preenchidos, mesmo se desenhados como se fossem
opacos, pois também não contribuem para o contraste do tema em relação ao fundo de mapa.

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A. Solução vantajosa se não existir B. Solução desvantajosa C e D. Solução vantajosa pelo destaque do tema, no entanto sendo
inúmeras intersecções e informações a pela falta de contraste necessário o desenho de auréolas de separação para não ocultar
não ocultar. entre o tema e o fundo informações.

Igualmente para a produção da legenda devemos seguir normas que facilitem a compreensão do mapa,genericamente existem duas
soluções gráficas:

• Legenda com símbolos embutidos: é a mais utilizada, porque diminui o espaço necessário para a legenda (apesar de
dificultar a comparação entre os símbolos da legenda e os do mapa), é a que apresenta os símbolos embutidos, que devem
ser sempre mutuamente tangentes na parte inferior (quer no caso de se apresentarem os símbolos completos ou
incompletos, como os semicírculos).

Legenda com Símbolos Embutidos

• Legenda com símbolos dispostos linearmente: é a menos utilizada e dispõe os círculos linearmente, sendo preferível
que o seu espaçamento seja proporcional à diferença de valores e podendo ser organizada horizontalmente
(preferencialmente com os maiores à direita) ou verticalmente (com os maiores no topo).

Legenda com Símbolos Dispostos linearmente na horizontal

2.2. Mapas Temáticos de Implantação Linear

Os mapas de implantação linear utiliza símbolos para representar temas com significado como: rede hidrográfica, fluxo de
caudais, rede de estradas, fluxos viários e até mesmo altimetria ou seja o relevo representado por isolinhas.

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A informação pode ser qualitativa (como a informação ordinal das diferentes classes de estradas: municipais, distritais e
nacionais) ou quantitativa, sendo os dados, neste caso, normalmente recolhidos em pontos ou a eles atribuídos e com eles se
construindo, geralmente, dois tipos de mapas: os mapas de fluxos e os mapas de isolinhas.

a) Mapas de Fluxos

O mapa de fluxos é um “mapa temático que representa, através de linhas com largura variável (geralmente em relação com os
valores numéricos ou classes de valores), características de fenômenos lineares e em movimento”. Ou seja, representam dados
que, apesar de serem referidos a pontos (postos de contagem de veículos, estações ferroviárias) ou a áreas como pontos (país de
origem ou de destino, residência, trabalho ou de estudo, etc.), pressupõem movimentos (por exemplo, número de veículos nas
estradas, número de combóios ou de passageiros, número de emigrantes, de número de turistas, número de movimentos casa-
trabalho ou casa-escola, etc).

O fluxo, ou movimento, pode ser representado com a indicação do traçado real do percurso (no caso das redes de estradas, das
ferroviárias ou das hidrográficas, por exemplo) ou, condicionados pelas características dos dados ou por opção do cartógrafo,
ligando apenas a origem e o destino do movimento (mapas de fluxos origem-destino). Os símbolos são linhas, curvas ou
quebradas, que, normalmente, representam as diferentes grandezas do fluxo através da variável visual tamanho (“largura” ou
espessura da linha), sendo a proporcionalidade estabelecida, caso a caso, a partir de uma unidade convencional (x unidades que se
movimentam, correspondem a y mm de largura do traço).

É ainda possível, como nos símbolos proporcionais de implantação pontual, simplificar os dados originais estabelecendo classes
de fluxos, caso em que a proporcionalidade da espessura da linha é estabelecida em relação ao centro ou ponto médio da classe.
Nestes casos, também se utiliza, por vezes, a variável visual valor, mantendo as linhas de largura constante e tornando-as mais
escuras ou mais claras. Finalmente, o sentido dos movimentos pode ser explicitado através do desenho de setas na extremidade do
fluxo ou ao longo do percurso, embora, geralmente, essa indicação não seja necessária, visto o sentido estar implícito, quer pelo
tipo de tema representado, quer porque o próprio desenho do conjunto dos fluxos sugere o sentido do movimento.

Mapa de Fluxos
Na produção da legenda, como nas legendas de mapas de círculos proporcionais, os fluxos podem aparecer justapostos na
horizontal (ou em escada), embora a individualização de cada fluxo torne a leitura mais fácil. De qualquer forma, se os fluxos
forem proporcionais a cada valor, devem constar, pelo menos, os fluxos de largura máxima e mínima e um ou mais de larguras
intermédias, enquanto no caso de utilização de classes terão que constar todas as espessuras de linhas existentes no mapa.

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b) Mapas de Isolinhas

Sendo o mapa de isolinhas um “mapa temático que representa um fenômeno considerado contínuo e de variação regular, a partir
de dados coletados em pontos ou atribuídos a pontos”, pressupõe-se que o fenômeno se verifica em toda a área e varia de forma
gradual entre os pontos, pelo que, a distribuição da informação se concebe como um volume, definido por uma superfície
estatística estabelecida, por inferência, a partir da informação registrada ou atribuída aos pontos. Daí que se define isolinha como
o “traçado resultante da intersecção de um plano horizontal com uma superfície estatística”, ou seja, a isolinha será uma linha que
une pontos de igual valor.

Os pontos de referência, cujos dados constituem uma amostra da superfície estatística a inferir por interpolação, designam-se por
“pontos de controle”. Logo podemos dividir as isolinhas em:

• Isométricas: quando construídas a partir de dados produzidos em pontos de controle, geralmente são dados como
altitudes, temperaturas médias, precipitação,etc.
• Isopletas: elaboradas a partir de dados que não se podem produzir em pontos mas lhes é associada para efeitos de
representação cartográfica (por exemplo,densidades populacionais).

Frequentemente, apesar de não ter qualquer fim prático, atribuem-se nomes às isolinhas e aos mapas em função do fenômeno
cartografado, um exemplo são as curvas de nível (altitudes), outros são os mapas de isotérmicas (temperaturas), mapas de isóbaras
(pressões atmosféricas), mapas de isoietas (precipitações), mapas de isócronas (distâncias tempo), etc.

Algumas considerações devem ser seguidas para a produção destes mapas:

• Localização dos pontos: no caso dos pontos para produção isométrica utiliza-se valores de localização no caso
coordenadas, no entanto para produção das isopletas, a forma da área e o tipo de distribuição do fenômeno afetaram a
produção cartográfica, portando localizam-se os pontos da seguinte maneira:
1. Para Áreas Regulares: localizando-se os pontos no seu interior
2. Para Áreas Irregulares: os pontos podem localizar-se fora da área a que se referem.
3. Para Fenômenos de Distribuição Regular: os pontos deverão coincidir com o centro de
gravidade do fenômeno e o centro geométrico da área.
4. Para Fenômenos de distribuição irregular: situação em que o centro geométrico da área não
coincide com o centro de gravidade do fenômeno, o ponto será representado pelo centro de
gravidade do fenômeno.

• Número e distribuição de pontos: em geral, quanto maior for o número de pontos de controle maior será o rigor da
representação. Contudo não podemos extrapolar e nem reduzir, a não ser que seja necessário.
• Número e intervalo das Isolinhas: O número de isolinhas a traçar depende do intervalo de valores decidido
(eqüidistância), devendo este ser maior para número reduzido de pontos de controlo (traçando-se poucas isolinhas) e
podendo ser um intervalo menor para maior número de pontos de controlo (traçando-se mais isolinhas).

• Interpolação: é o processo de estimação de valores intermediários a partir dos valores de 2 pontos de controle vizinhos.
No entanto quando são conhecidas as formas de distribuição do fenômeno podem fazer-se interpolações interpretativas
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(como em mapas de isotérmicas), no entanto, por vezes a distribuição é desconhecida, pelo que se supõe que o gradiente
de variação dos valores entre dois pontos de controlo é o mais simples, ou seja, é uma pendente linear, sendo a
interpolação uma estimação de distâncias lineares.

• Traçado das Isolinhas: no traçado das isolinhas é essencial a posse de conhecimentos geográficos em relação ao
fenômeno a cartografar para se conseguir discernir o traçado adequado das isolinhas.
Finalmente, a apresentação final do mapa pode resultar apenas do desenho das isolinhas, destas e dos pontos de controle
(particularmente importantes no caso das redes de pontos com distribuição irregular), podendo ainda acrescentarem-se
manchas de gradação de cinzentos ou de cor (como nos mapas hipsométricos).

2.3. Mapas Temáticos de Implantação em Zonas

Os tipos de representação cartográfica que utilizam símbolos de implantação em área ou em mancha diferenciam-se,
essencialmente, em função das escalas da informação apresentada e discriminadas em dois grupos:

• Mapas de informação qualitativa: representada como informação nominal, independentemente de a informação original
ter ou não características quantitativas. Utilização de variáveis visuais:cor, orientação ou a textura;

• Mapas de informação quantitativa: representada como ordinal, de intervalo ou de razão. Utilização de variáveis visuais:
valor, embora também se possa utilizar, mas com menor eficácia visual, as diferentes intensidades da cor.

Quando se cartografam dados quantitativos ponderados, referidos a áreas, através de símbolos zonas visualmente ordenáveis, está
a elaborar-se um de dois tipos de mapas possíveis:

a) Mapas Densimétricos

Supõe-se a existência de áreas de homogeneidade relativa, supostamente separadas por zonas de mudança brusca, pelo que se
tentam definir essas áreas através da subdivisão das unidades espaciais originais, baseando-se o detalhe na experiência e
conhecimento do cartógrafo, quer a partir do trabalho de campo, que de outras informações complementares.

Assim, nada nos dados originais indicará ao cartógrafo os tipos de divisões que deverá fazer, devendo essa informação vir do
conhecimento acerca das relações geográficas entre os dados originais e outras variáveis com eles correlacionados, podendo estas
variáveis serem de dois tipos:

• As variáveis limitativas: são as que estabelecem um limite superior absoluto sobre a quantidade do fenômeno
cartografado que pode produzir-se numa área (por exemplo, a superfície ocupada por áreas urbanas é uma variável
limitativa à cartografia da percentagem de solos agrícolas).
• As variáveis relacionadas: são os fenômenos geográficos que apresentam variações previsíveis em associação com o
fenômeno cartografado (por exemplo, os tipos de solo ou as características das regiões agrícolas são relacionáveis com a
cartografia da percentagem de solos agrícolas, podendo prever-se diferentes importâncias dessa relação).

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Compreensivelmente, as variáveis relacionadas são de mais complexa utilização do que as variáveis limitativas, embora, em
qualquer caso, o mapa densimétrico exija grande conhecimento e experiência do cartógrafo, além de ser muito mais difícil
programar e automatizar a sua elaboração, pelo que é muito menos utilizado do que o mapa coropleto simples.

b) Mapas Coropletos

O mapa coropleto é, então, um mapa temático que representa dados numéricos, referidos a unidades espaciais de contagem,
através de sequências de símbolos em zonas, que expressam a variação dos dados ou das classes em que os mesmos forem
agrupados e cuja implantação respeita os limites daquelas unidades espaciais.

Pode construir-se um mapa coropleto sem classes, no entanto este processo dá origem a mapas com complexidades de leitura,
devido ao grande número de símbolos (tantos quantos os diferentes dados), no entanto, a simplificação e “regionalização” da
imagem pode ser feita posteriormente, de forma visual, pelo utilizador, apresentando-se ainda, como argumento a seu favor, o fato
de não haver distorção dos dados decorrente do tratamento prévio, podendo ser uma solução interessante para leitores treinados e
para a investigação, servindo ainda como base de apoio à construção de mapas coropletos tradicionais, visualmente mais simples.
Os argumentos contra referem, precisamente, a complexidade da imagem resultante e o perigo de deixar ao sistema visual do
utilizador a tarefa de “regionalizar” a imagem, acrescentando-se, ainda, os problemas de elaboração da legenda pela
impossibilidade de identificação de todos os símbolos presentes no mapa.

O mapa coropleto clássico ou tradicional, é aquele em que a informação representada é previamente classificada ou dividida em
classes, operação que simplifica a imagem resultante e que implica a tomada de decisões em relação à escolha do número de
classes e à dos intervalos de classe (sob o ponto de vista cartográfico).

Representação cartográfica:

Tratados os dados, definidas as classes (número e limites), é chegada a fase da simbolização que depende das características dos
dados e das classes definidas, de onde decorrerá a escolha entre os diferentes tipos de sequências de valor (genericamente
classificadas como monocromáticas ou policromáticas), cuidando-se de assegurar suficiente contraste para a descriminação visual
das classes e devendo, principalmente, como princípio essencial da aplicação das sequências de valor, adequar a regularidade ou
irregularidade dos intervalos visuais dos símbolos à regularidade ou irregularidade das classes de agrupamento dos dados,
existindo métodos para a conversão das características percebidas dos símbolos de valor em percentagens de preto a utilizar na
representação (curvas de cinzentos), úteis para a construção de sequências adequadas às classes definidas em cada caso concreto.

Finalmente, importa estar consciente de que a maior ou menor complexidade das imagens resultantes dependem das próprias
características geográficas da informação de base, dos métodos escolhidos para a classificação das classes, do número de classes e
das características das unidades espaciais a que se referem os dados, sendo os mapas, independentemente do método de
classificação, tanto mais complexos quanto maior for o número de unidades espaciais e quanto maior for à irregularidade das suas
formas.

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Exemplos de mapa coropleto simples (A), mapa densimétrico (B) e mapa de isopletas (C)

2. Natureza e Fontes de Informação Cartográfica

A informação para os mapas temáticos deve ser vista em dois planos: o(s) tema(s) a representar e o fundo do mapa. O tema é o
conteúdo propriamente dito, ou seja, os fatos representados que constituem o assunto do mapa. O fundo do mapa é o conjunto de
informações representadas que servem de suporte e apoio ao conteúdo (por exemplo, os limites administrativos, a rede
hidrográfica, as curvas de nível principais, etc.), podendo ser simples referências espaciais ou importantes elementos para a
compreensão do conteúdo temático.

A natureza da informação cartográfica decorre da sua implantação geométrica (determinando a implantação gráfica: pontual,
linear e em área), da sua continuidade ou descontinuidade espacial, das escalas de medição dos dados (nominal, ordinal, de
intervalo e de razão, que condicionam a escolha das variáveis visuais a utilizar) e da forma dos dados (dados absolutos ou
relativos; de variáveis simples ou compósitas; com dados considerados individualmente ou agregadamente).

As fontes de informação para os mapas temáticos são inúmeras, podendo ser globalmente classificadas como fontes primárias
(como estudos de campo) e fontes secundárias (como as medições efetuadas sobre outros mapas). De qualquer forma a única
condicionante de partida é a sua relação com um espaço cartografável, sendo as suas origens mais comuns as seguintes:

a) Informação Cartográfica:

Informação retirada de outros mapas (gerais e temáticos), essencial para a construção da base ou fundo do mapa temático, por
vezes importante como complemento para a representação do conteúdo e a sua compreensão;

b) Imagens:

Muito variadas e ricas de informação (imagens fotográficas – do solo, de avião, verticais e oblíquas, de satélite), a exigirem algum
cuidado na adequação, principalmente pela necessidade de resolução de problemas de distorção na transposição cartográfica;

c) Dados Numéricos:

Consiste em medições efetuadas diretamente sobre a superfície terrestre (dados meteorológicos, caudais, tráfego de veículos, etc.),
medições indiretas sobre mapas ou imagens (declives, classes hipsométricas, tipos de exposição solar, etc.), dados de estatísticas
diversas (inquéritos, censos, etc.);

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d) Publicações

Levantamento de documentos, manuscritos, livros, revistas, jornais, etc.

3. Funções e níveis de leitura

Os mapas temáticos são documentos que, quer no âmbito pedagógico, quer no âmbito científico, têm como funções mais
importantes fornecer informação específica sobre determinadas localizações, fornecer informação global sobre a repartição de
fenômenos geográficos e possibilitar a comparação de distribuições entre mapas.

Alguns mapas temáticos são “mapas para ler”, ou seja, mapas que representam, exaustivamente, vários tipos de informação,
utilizando várias variáveis visuais, com justaposição gráfica num só mapa, tornando-se, assim, mapas de referenciação ou
armazenamento de informação, que, não sendo inúteis, apenas permitem a leitura de nível elementar. Outros mapas temáticos, são
“mapas para ver”, permitindo todos os níveis de leitura: a leitura de nível de conjunto (ou global), que avalia globalmente a
distribuição do tema, “regionalizando” a imagem e individualizando subconjuntos visualizados como homogêneos; a leitura de
nível médio (intermédia ou de subconjunto) que destrinça, por exemplo, a estrutura interna de cada “região” ou subconjunto; a
leitura de nível elementar (ou de pormenor), que responde a questões do tipo onde (em que lugar?) e o quê (que atributo?).

A leitura global e de nível médio permitem distinguir e identificar o padrão, ou padrões, da distribuição espacial e implicam,
sempre, a possibilidade de leitura elementar, embora, por vezes, o seu grau de simplificação possa ser excessivo, mas é o preço a
pagar para alcançar os níveis superiores de compreensão. O problema coloca-se, freqüentemente, quando se pretende representar
informação partível em vários atributos e se visa assegurar os três níveis de leitura em simultâneo, sendo necessário, então,
ponderar a opção entre vários mapas simples, que J. BERTIN denomina de “mapas de tratamento”, ou um só mapa (“mapa de
comunicação”), elaborado a partir da classificação e simplificação da informação e cuja utilidade se relaciona com a didática e a
facilitação da memorização, embora, neste caso, o nível de leitura elementar seja discutível.

4. Concepção e Elaboração do Mapa Temático

Seguindo Terry A. SLOCUM, os passos básicos para comunicar informação cartográfica são os seguintes:

• considerar o aspecto da real distribuição do fenômeno (ponderando o grau de generalização adequado);


• determinar o propósito ou os objetivos da elaboração do mapa;
• recolher informação apropriada ao propósito do mapa;
• construir o mapa;
• avaliar se os utilizadores consideram o mapa útil e informativo e, caso não o considerem, refazer o mapa.

Naturalmente, construir o mapa é um passo complexo, que envolve a consideração de inúmeros critérios, nomeadamente:

1 - Como será usado o mapa: será usado para fornecer informação específica ou geral?

2 - A dimensão espacial dos dados: está a informação relacionada com pontos, linhas ou áreas?

3 - O nível ou escala de medição dos dados: nominal, ordinal, de intervalo ou de razão?


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4 - Que estandardização ou normalização dos dados é necessária: se os dados estão sob a forma de contagens necessitam de ser
ajustados?

5 - Quantas variáveis ou atributos serão para cartografados.

6 – Existe componente temporal nos dados?

7 – Que limitações técnicas: por exemplo, uma revista pode não estar disposta a reproduzir mapas a cor.

8 – Características da audiência ou utilizadores prováveis: o mapa é dirigido ao público em geral ou a profissionais, como os
geógrafos?

9 – Constrangimentos de tempo e custo: por exemplo, criar um mapa de pontos de grande qualidade custa mais do que um mapa
coropleto, sem ter em conta as capacidades técnicas disponíveis.

10 – Estética: alguns símbolos são mais atraentes do que outros.

Em termos práticos, a concepção de um mapa, que envolve quer algumas etapas prévias, quer a construção propriamente dita,
deve obedecer, segundo M. Helena DIAS, à seguinte seqüência:

• Avaliar como será reproduzido ou divulgado o mapa e por quem será utilizado;
• Seleccionar a projecção (se for o caso) e a escala adequadas;
• Seleccionar a informação da base cartográfica;
• Decidir os métodos de tratamento dos dados e o modo da sua simbolização;
• Seleccionar os elementos do mapa e avaliar como serão integrados;
• Estabelecer a hierarquia visual correspondente à importância relativa dos símbolos e dos elementos do mapa, clarificando
todas as componentes do desenho cartográfico;
• Construir um esboço gráfico (ou minuta) que traduza das opções tomadas;
• Concretizar o mapa com base no esboço gráfico;
• Avaliar o resultado e reponderar as opções tomadas.

5. Componentes do desenho cartográfico

Para que a concepção do mapa temático tenha uma tradução eficaz na representação, importa ter em atenção algumas
componentes gráficas do desenho cartográfico, sendo estes “os atributos dos símbolos utilizados para a representação que, por si
mesmos ou numa disposição organizada, possuem um significado visual em relação à representação gráfica total”. Os mais
importantes são a legibilidade, o contraste visual, a relação figura-fundo, a hierarquia visual e o equilíbrio visual.

a) Legibilidade:

A legibilidade, que significa mais do que a visibilidade (não basta que qualquer símbolo seja visto, é necessário que seja
reconhecido) depende essencialmente do tamanho e, apesar de não existir acordo em relação ao tamanho mínimo dos símbolos, a
prática fixa o limite mínimo absoluto (independente da distância do observador mas supondo uma visão perfeita e perfeitas
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condições de observação) em um ângulo de cerca de 1 minuto em relação ao olho humano. Para condições de visão e de
observação médias ou normais, é aconselhável que o cartógrafo considere como tamanho mínimo um ângulo de 2 minutos, a
partir dos quais se podem estabelecer valores mínimos de visibilidade.

b) Contraste visual:

Apesar de os símbolos terem uma dimensão adequada, importa assegurar um bom contraste visual, que é o elemento mais
importante. Admitindo que um símbolo tem a dimensão suficiente para ser visto, a forma como se distingue dos símbolos
adjacentes e do fundo sobre o qual está implantado afeta a sua visibilidade. Assim, devem-se assegurar os contrastes visuais entre
símbolos, por exemplo, através da manipulação das variáveis visuais (por vezes com o reforço mútuo), da diferenciação de
dimensões e da destrinça entre o fundo e os símbolos.

c) Relação figura-fundo:

Trata-se de um fenômeno complexo, já que olho e mente se conjugam, reagindo espontaneamente a qualquer imagem e tendendo
para a sua organização, de forma imediata, automática e inconsciente, em figura (aquilo que sobressai visualmente) e fundo (a
superfície com menor importância visual que rodeia a figura). Assim, a relação figura-fundo é uma componente essencial para o
desenho cartográfico, existindo alguns princípios que apontam soluções: contraste visual assegurado pela adequada manipulação
das variáveis visuais; as formas fechadas e as superfícies menores tendem a sobressair como figura; as superfícies escuras tendem
a sobressair como figura; na questão do contraste “terra-água”, pode fazer-se a terra “emergir” com a aplicação da rede de
paralelos e meridianos no mar e a sua interrupção em terra; com o preenchimento da terra por uma leve “sombra”; com a própria
implantação dos símbolos cartográficos relativos ao conteúdo do mapa.

d) Hierarquia visual:

Ordenação visual da importância relativa de toda a informação do mapa, quer do fundo do mapa, dos símbolos que representam a
distribuição do tema, bem como dos elementos do mapa. No fundo, trata-se de, pela utilização de contrastes visuais, facilitar a
tarefa do leitor do mapa em organizar visualmente a informação, tentando que a hierarquia que o utilizador constrói se adeque à
hierarquia pretendida na concepção do mapa, dando mais importância visual ao tema representado do que às informações de
fundo do mapa e ao título e à legenda do que a outros elementos do mapa

e) Equilíbrio visual:

Colocação e organização das várias componentes do mapa de forma que tudo pareça visualmente lógico, e nada aparente estar no
sítio errado. A área representada deve estar visualmente centrada, mas pode ter os ajustamentos necessários à adequada inserção
dos elementos do mapa, cuja localização deve ter em conta o seu próprio “peso” e o da simbologia presente na área representada.

6. A Base Cartográfica

Para se elaborar qualquer mapa temático, deve-se ter primeiramente um documento cartográfico que contenha informações
concernentes à superfície do terreno que esta sendo estudado. É o que se chama de mapa-base ou base cartográfica.

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Esta base não deve ser encarada como uma informação isolada do tema a ser representado, mas como parte dele, sendo o pano de
fundo sobre o qual se passa o fenômeno ou fato analisado. Deve fornecer, assim, indicações precisas sobre os elementos do
terreno, tanto geográficos como antrópicos, sendo que estes últimos devem ser os mais atualizados possíveis.

Normalmente o técnico não tem a possibilidade financeira de estabelecer para base uma carta executada especialmente para seu
projeto. Deve então aproveitar cartas e/ou mapas já existentes, com a possibilidade de modificá-los de acordo com o tema que
esteja sendo estudado.

A quantidade e os detalhes das indicações da base irão variar de acordo com a escala de trabalho, além do tema a ser representado.
Deve haver um equilíbrio entre a representação das informações do terreno e a das informações temáticas, pois a base não deve
diminuir a legibilidade do mapa e mascarar os dados temáticos, o que comprometeria o seu objetivo. De acordo com o tema e o
objetivo do mapa, a base pode ser planimétrica, planialtimétrica, hidrográfica, administrativa, etc.

a) Diretrizes Gerais para a Elaboração de Documentos Cartográficos

É relativamente fácil visualizar os mapas como modelos representativos do mundo real, mas é importante compreender que eles
são também modelos conceituais que contêm a essência de generalizações da realidade. Nessa perspectiva, mapas são
instrumentos analíticos úteis que ajudam os investigadores a verem o mundo real sob nova luz ou até a proporcionar-lhes uma
visão inteiramente nova da realidade.Há duas fase principais no ciclo de construção de mapas. Primeiro, o mundo real é
concentrado sob a forma de modelo; segundo, o modelo é testado em relação à realidade.

A elaboração de um documento cartográfico constitui um processo complexo. Nem sempre, quem pretende elaborar este
documento percebe as várias etapas do caminho para chegar ao seu fim.

As informações com as quais trabalhamos podem provir de duas fontes principais:

• Documentos Cartográficos: fotografias aéreas, imagens de satélite, radar, etc.);


• Estatísticas - fontes secundárias, levantamentos de campo - fontes primárias.

Frequentemente, o autor, após a escolha do tema, a seleção da fonte e dos dados, elabora um rascunho do mapa, desenhando
diretamente o fundo do mapa e/ou simbologia sem fazer uma análise prévia do que se pretende mostrar e ainda muito menos uma
análise da representação final. Estando o documento pronto, ele se lembra de desenhar legenda, escolher ou reconsiderar a escolha
do título, por a escala, as coordenadas e eventualmente a fonte.

Desse procedimento decorre a maior parte dos problemas relativos a estes documentos: o título não introduz a informação de
modo completo, ou é inadequado; os dados escolhidos não são os melhores ou os mais relevantes para o tema; o sistema de
coordenadas usado não é o mais indicado; a simbologia escolhida não traduz o significado da informação, dificultando a análise
do mapa

b) Etapas da Construção de um Documento Cartográfico

1. Escolha do Tema - É o ponto de partida, esta etapa depende do contexto no qual será inserido o documento que pode ser um
artigo, uma aula, uma palestra, um capítulo de livro didático, etc.. Portanto, a escolha depende da finalidade. Por exemplo, o tema
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Disciplina: Cartografia Professor: Vlamir Soares Fonseca Curso: Engª Sanitária e Ambiental

"População de Minas Gerais" pode ser tratado de vários modos, a critério do autor, como também em função das fontes existentes,
de suas pertinências e atualização. Os aspectos de quantidade absoluta, relativa, densidade, crescimento, migração, estrutura etária
e outros, são os modos de tratar o tema "População". Porém, o pesquisador deve escolher o (s) aspecto (s) mais relevante (s) para
ser (em) cartografado (s) a fim de completar o texto pretendido. A escolha do tema também é dependente das informações
disponíveis, portanto, das fontes.

2. Tratamento das Informações - Antes de serem utilizadas ou cartografadas, as informações devem ser trabalhadas no espaço
estatístico. Pode -se calcular percentagens, agrupamentos de classes, coeficientes, índices, etc. Neste caso os da dos passam a
serem derivados. Para que os dados sejam transcritos graficamente é feita uma classificação. É a generalização ou perda de
detalhes, pois não é possível representar tudo. A idéia básica a ser transmitida deve ser de maneira prática e simples.

3. Definição do Formato da Apresentação Definitiva - Esta etapa deve ser pensada paralelamente à escolha da escala. Esse
cuidado evita problemas inerentes a reduções que podem dificultar a leitura da nomenclatura e/ou simbologia. A falta de contraste
entre as informações, ou ainda, a forte concentração ou dispersão, conforme o caso, também pode acarretar o mesmo problema. O
formato definitivo deverá incluir a identificação completa do documento, a saber, o título (e sub-título, se necessário), local, a
legenda, a escala, a orientação, as coordenadas, a data dos dados, a fonte, o autor, o órgão divulgador e data de publicação.
Eventualmente um encarte.

4. Escolha do Fundo do Mapa - Esta etapa é sempre delicada. O fundo do mapa é o conjunto de traços, específicos ou não, que
servem de suporte para as informações que compõem a legenda. Podem ser: limites (políticos, administrativos, naturais), rios,
estradas, etc.

5. Elaboração do Rascunho do Mapa - É de grande utilidade para se testar a escolha da legenda. Os principais problemas que
podem ser encontrados no momento da análise do rascunho são:

• Escolha inadequada do fundo do mapa. Este fundo por demais complexo, formando a chamada imagem parasita (ou imagem
inútil), ou inadequada à informação;

• Desajuste entre o fundo do mapa e o tamanho dos símbolos utilizados. Os símbolos devem ser proporcionais às subdivisões do
fundo do mapa. Sendo pequenos ou grandes demais, estes dificultam a leitura e por conseqüência a interpretação do documento;

• Superposição de símbolos, tor na a leitura difícil ou mesmo impede -a de ser realizada. Neste caso deve ser feito um encarte
ampliando a região crítica;

6. Análise Crítica da Qualidade da Representação - É a última etapa na elaboração de um documento cartográfico, onde é feita a
avaliação do nível de leitura do documento em relação à informação a ser transmitida. A leitura da (s) informação (s) mais
importante (s) deve ser imediata e global. As informações secundárias serão lidas no nível secundário, ou seja, na leitura detalhada
do documento. Se o documento for acompanhado de um texto, uma análise do conteúdo de ambos poderá verificar eventuais
desajustes. Se o documento foi concebido apenas para ilustrar o texto, é o documento que deverá ser corrigido. Porém, se o texto
for um comentário do documento cartográfico, é o texto que deverá ser modificado.

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No processo produção cartográfica, a análise da informação é o primeiro passo necessário à transcrição gráfica de um tema. As
relações entre os dados tabulares precisam ser reconhecidas, para que sejam visualmente representadas por relações de mesma
natureza. O quadro variáveis visuais apresentado a seguir expressa como deve ser essa transcrição.

È importante lembrar que a variável visual cor deve criar no intérprete cartográfico uma sensação psicofisiológica que
conseqüentemente resulta numa visão de uma superfície colorida.

Finalmente, existem alguns aspectos da aplicação da cor que importa sublinhar. Um deles, é o denominado contraste simultâneo
que é a mudança aparente da cor por influência do fundo ou de cores vizinhas, mudança essa que se verifica quer em relação à
percepção das tonalidades, quer quanto ao valor da cor (o mesmo cinzento aparece mais escuro em fundo branco e mais claro em
fundo preto), podendo minimizar-se pela diminuição dos atributos a representar e, simultaneamente, pela rejeição de tonalidades
ou de valores muito semelhantes.

Outro aspecto, é a inaceitável utilização de diferentes cores (na sua dimensão tonalidade) visando a construção de uma ordenação
visual, pois, como vimos, diferentes cores, se tiverem o mesmo valor, não são visualmente ordenáveis. Como exceção, em
Cartografia, aceitam-se as sequências hipsométricas, que utilizam a sequência espectral, a qual, apesar de não ser uma sequência
ordenada para a percepção humana, é utilizada, por tradição e convenção, para ordenar as classes de altitude nos mapas
hipsométricos.

De fato, por se tratar de classes de altitude, os problemas de leitura são mitigados porque as duas extremidades do espectro nunca
se podem juntar; além disso, as características conotativas que as cores possuem permitem a associação da sequência espectral à
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Disciplina: Cartografia Professor: Vlamir Soares Fonseca Curso: Engª Sanitária e Ambiental

sequência hipsométrica, numa lógica que começa na relação azul/água. Aliás, algumas das características conotativas das cores
refletiram-se na prática cartográfica ao longo dos séculos, daí derivando várias das convenções ainda hoje utilizadas.

Características conotativas da cor e uso convencional nos mapas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDERSON, Paul S. Et al. PRINCÍPIOS DE CARTOGRAFÍA BÁSICA. Illinois State University Volume No. 1, 1982.

ROSA, Roberto. CARTOGRAFIA BÁSICA. Laboratório de Geoprocessamento do Instituo de Geografia da Universidade


Federal de Uberlãndia, Fev 2014.

SAMPAIO, Elza. NOÇÕES DE CARTOGRAFIA. Departamento de Geociências da Universidade de Évora, 2005.

FERNANDES, Mário Gonçalves. CARTOGRAFIA. Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do


Porto, 2008.

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