Matricula: 55557
Ecologia é o estudo das interações dos organismos com o meio ambiente. Como
resultado do estudo da ecologia, as histórias da vida de plantas e animais podem ser
interpretadas e questões relativas às razões pelas quais uma determinada espécie é bem
sucedida em um determinado tipo de habitat são dirigidas.Um entendimento claro da
ecologia das plantas é baseado em efeitos de fatores ambientais –edáficos,bióticos e
climáticos- e na fisiologia e anatomia das plantas,consideradas individualment ou como
membro de uma comunidade.
A anatomia pode prover pistas importantes a respeito dos maiores passos da
irradiação adaptativa dentro de grupos definidos de plantas.
Uma adaptação é algum aspecto da planta que promove seu “bem-estar” no ambiente
em que habita. Adaptações podem se dar na forma de modificações morfológicas
externas, modificações histológicas nos tecidos e células, ou especializações
fisiológicas. Qualquer planta que pode sobreviver e se reproduzir num ambiente é
adaptada de certa forma a esse ambiente. Adaptações são herdáveis e assim são o
resultado de modificação evolutiva. Plantas se tornam adaptadas por resultado da
seleção natural e variações herdáveis. Adaptações permitem às plantas sobreviverem em
condições extremas de intenso sol ou sombra, frio ou calor, microhabitats
fisiologicamente úmidos ou secos, e deficiências minerais do solo. Adaptações a um
habitat particular ou condições ambientais influenciam diretamente a condução de
alimento e água, as taxas de transpiração, a temperatura dos tecidos, e os efeitos do
vento e umidade. Em vários casos, o significado funcional de uma característica
estrutural particular não é conhecido ou só pode ser suspeitada. Adaptações também
podem proteger plantas de dano por insetos e de pastejo por animais maiores e pode
permitir abscisão ou dormência de um órgão em condições desfavoráveis.
As plantas são tradicionalmente agrupadas em grandes categorias de acordo com o
fato de possuírem síndromes comuns de modificações mais ou menos similares em
resposta a fatores ambientais conhecidos ou combinação de fatores. E assim podem ser
classificadas em mesófitas, hidrófitas ou xerófitas.
Algumas plantas exibem adaptações estruturais obvias que ajudam a manter a
espécie num habitat adverso particular. Mas também existem outras adaptações menos
obvias, envolvendo diversidade na estrutura da parede da célula ou na forma da célula,
que só podem ser visualizadas olhando ao microscópio. Vários fatores podem afetar
uma planta, mas os mais freqüentes são o déficit hídrico e a temperatura. Na verdade,
existe uma ação combinada entre o ambiente e as influências internas, e um fator pode
ser alterado pelo efeito do outro. Geralmente, o que acontece na planta é uma
combinação de características. E, por isso, relacionar adaptações específicas a uma
única variável pode ser não justificável apesar de conveniente.
As variações na estrutura da planta são afetadas por fatores ambientais que são
particularmente expressos na morfologia e a na anatomia da folha. A folha é considerada
o órgão mais anatomicamente variável da planta e as modificações nessas folhas é que
historicamente são usadas como indicadoras das condições ambientais.
O significado ecológico da forma da superfície da folha ou a ornamentação cuticular
da superfície epidermal externa é evidenciada pelo fato das espécies lenhosas de
ambientes tropicais úmidos e subtropicais tenderem a possuir uma forma da superfície
menos conspícua. Plantas herbáceas com folhas finas e efêmeras possuem tipicamente
escultura elaborada. Suculentas possuem cutículas grossas que são muito encrustadas
por ceras e que exibem ornamentação de ceras epicuticulares proeminentes. Hidrófitas
pouca ou nenhuma esculturação na superfície. Estômatos tipicamente ocorrem na face
abaxial da folha, porque assim eles não ficam expostos diretamente ao sol diminuindo
assim as taxas de transpiração e a perda de água. Depósitos de cera e superfície foliar
com alta pubescência podem também refletir a luz solar e diminuir as taxas de
transpiração. Essas adaptações demonstram a freqüente relação próxima entre anatomia
e a eficiência dos processos fisiológicos.
Folhas xeromórficas
Plantas que vivem em locais onde o suprimento de água disponível é deficiente tem
sido classificadas em categorias que tem como base as estratégias adaptativas que elas
desenvolveram:
1) Espécies que escapam da seca. São plantas que possuem um ciclo de vida curto
e que completam seu crescimento vegetativo e reprodução com base no curto
período de tempo em que as condições estão favoráveis.
2) Espécies que evitam a seca. São plantas que são capazes de reduzir a perda de
água ou compensar a perda de água , por possuírem algumas estruturas
especializadas, como um extensivo sistema radicular.
3) Espécies que toleram a seca. São plantas que são capazes de sobreviver mesmo
quando a captação de água não acontece ou é severamente reduzida. Elas
possuem adaptações como a perda temporária das folhas dentre outras
características. Elas podem possuir também células buliformes na sua epiderme
que em condições de déficit hídrico elas perdem se turgor e se contraem sobre si
próprias, causando o dobramento da lâmina ou enrolamento.
Folhas ericoidais
As folhas ericoidais são assim chamadas pela sua ocorrência em vários gêneros de
Ericaceae e famílias relacionadas. Essas folhas mostram uma especialização ecológica
extrema e frequentemente tem estômatos em depressões que se estendem em todo o
comprimento da face abaxial. Tricomas podem preencher completamente os sulcos ou
estar localizados somente ao longo das bordas. Em várias espécies, a lâmina possui
margens proeminentemente enroladas ou a folha se tornou cilíndrica. Essas folhas
podem exibir modificações paralelas na anatomia interna, como esclerificação foliar.
Folhas esclerófilas
Folhas suculentas
Plantas poikilohídricas
As células, tecidos e órgão desse tipo de planta são capazes de continuar viáveis
seguindo ciclos de desidratação e reidratação. Essas plantas são comumente referidas
como plantas de ressurreição. Em adição a adaptações fisiológicas complexas, elas
possuem um número de características estruturais distintivas. Quando dessecadas, suas
folhas encolhem de tamanho e frequentemente se espiralam. Isso é usualmente
acompanhado por severo enrugamento da epiderme da folha. Uma estreita união entre a
membrana plasmática e a parede da célula resulta no dobramento da célula inteira após
dessecação, mas as conexões plasmodesmais continuam mantidas. Algumas plantas
poikilohidricas, possuem as paredes celulares dos elementos traqueais com
espessamento em espiral. O encolhimento da folha é associado com a contratibilidade
dos elementos do xilema, os quais têm mostrado se dobrar como uma acordeo durante a
seca. A colapsabilidade das células reforçadas do xilema é considerada como uma
adaptação a mudanças extremas no ambiente durante a vida da planta.
Plantas halofíticas
Plantas halófitas são aquelas que são capazes de tolerar ambientes salinos. Essa
adaptação é muitas vezes considerada um tipo de xeromorfismo. Elas possuem varias
adaptações como folhas suculentas com células armazenadoras sem cor ou “células
janela” que aumentam a capacidade das plantas de acumular sal. Algumas espécies
possuem células ou tecidos secretores, estruturas como glândulas de sal e pêlos de sal e
hipoderme. Plantas halófitas concentram sal nos seus tecidos, movendo-o do solo para
dentro da planta. Graças ao fato de o sal não poder sem acumulado sem limites, muitas
halófitas tem glândulas e pêlos especiais na superfície para remover NaCl das células
mesofilicas subjacentes e depois ativamente secretá-los na superfície da folha. O sal é
depositado na cavidade subcuticular da glândula e depois alcança a superfície da folha
pelos poros da cutícula.
Outras halófitas possuem pêlos de sal na sua superfície. O sal que muitas vezes é
depositado na superfície da folha graças a essas glândulas, reflete os raios solares que
incidem na folha e também diminuem a palatabilidade da planta a herbívoros.
Plantas alpinas
As plantas alpinas estão expostas a muita luz e muito vento. E elas possuem
especializações xéricas. As folhas de um número de espécies montanas são cobertas
com pêlos abundantes. Um revestimento denso de pêlos nas folhas e caules serve para
uma combinação das seguintes funções: (1) redução da absorção da luz durante períodos
de alta temperatura, alta luminosidade, ou seca; (2) redução da difusão de gases através
da folha e interface do ar; e (3) redução da predação por insetos e grandes herbívoros. A
pubescência da folha pode também funcionar na regulação da temperatura interna da
folha e evitar temperaturas altas potencialmente letais. Folhas de plantas alpinas
também podem frequentemente possuir uma cutícula de média a espessa e paredes
celulares epidermais espessas. O mesofilo tende a ser compacto e frequentemente
contem múltiplas camadas de palisádico.
Plantas epífitas
Folhas hidromórficas