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A novA Aquisição do rAncheiro

A nova Aquisição do Rancheiro

Lynda Chance

Revisão Inicial:Soneide
Revisão Final e Formatação:Gigi
Disponibilização: Grupo ARE

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Prologo
Quando a diligência que está levando Emma Martin para seu novo
trabalho, em Denver, é atacada e roubada nos confins do Colorado ela é a
única sobrevivente.
Ficará sozinha e apavorada no meio do nada ate ser resgatada por
Lucas Butler, um fazendeiro da região que conhece apenas um caminho. O
Seu caminho.
Quando Lucas Butler encontra Emma Martin naquela situação não
tem outra escolha a não ser levá-la para a sua fazenda, mas logo a sua vida
será virada de cabeça para baixo por uma mulher que não sabe como
obedecer a suas ordens e nem ficar parada.

A batalha que se seguirá será um choque de vontades, um teste de


temperamento e uma grande lição de amor.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo um

Lucas Butler assim que saiu da loja olhou para o céu e viu que o sol já
começava a sumir no horizonte. Ele sabia que se quisesse estar de volta na
fazenda antes do anoitecer precisava começar a se mexer o mais rápido
possível.
Caminhou até a sua carroça e começou a arrumar os itens que havia
acabado de comprar juntos com os demais que já estavam aguardando no
transporte.
A viagem para a pequena cidade de Burnet que ficava localizada em
Colorado era uma tarefa mensal que tinha de ser feita custe o que custar. Por
mais que quisesse ser autossuficiente em seu rancho, havia alguns confortos
que a cidade oferecia indispensáveis para ele como: café, tabaco e as
mulheres, para citar alguns.
Ele havia ficado aqui por um dia inteiro e quanto mais anoitecia mais
ansiava a sua volta para casa.
Ele teve as suas necessidades mais pessoais atendidas por uma das
garotas do saloon na noite anterior, logo pela manhã havia cuidado
minuciosamente das suas atividades bancária e logo após começou a comprar
todos os suprimentos que precisava para a manutenção do seu rancho, bem
como tudo o que a sua governanta havia solicitado para a sua casa e cozinha.
Olhando para o céu mais uma vez percebeu que talvez não chovesse
ate chegar em casa, porém não queria correr nenhum risco.
Enquanto estava em pé na parte de trás da carroça cobrindo-a com lona
por prevenção, notou os movimentos rápidos do xerife enquanto se aproximava
dele.
Lucas havia vivido nessa parte do Colorado a maior parte de sua vida,
desta forma conhecia a maior parte do povo da cidade de vista, mesmo que
nunca falasse com eles.
O xerife Reed Elgin em sua opinião era a melhor pessoa daquela cidade,
sem falar que era uma das pessoas mais respeitada da região, tudo isso
devido à forma como comandava a lei de uma forma dura mais sempre com
uma abordagem muito honesta.
- A diligência está atrasada. Disse o homem da lei sem preâmbulos
assim que parou ao lado do seu carro.
Lucas terminou de amarrar a correia antes de empurrar o chapéu para
cima e estreitar os olhos para o homem na sua frente pensando no cerne
daquela questão.
- Quanto tempo de atraso?
- Muito tempo, mais ou menos de quatro a cinco horas de atraso.
A voz do outro homem estava dura e Lucas podia ouvir a sua
preocupação sangrando através daquele tom.

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- Você está pensando em algum motivo que não seja um


problema de rotina? Roda quebrada? Estrada ruim?
Lucas procurava em sua mente outras razões que causasse um atraso
tão grande, mas parou instantaneamente ao perceber que o xerife
provavelmente já tinha descoberto algo por si mesmo.
O outro homem olhava sem parar para cima e para baixo da rua
empoeirada enquanto mantinha as mãos nos quadris balançando ao mesmo
tempo a cabeça, naquele momento ele demonstrava uma carranca tão fechada
que marcava ainda mais o seu semblante já escurecido.
- Estou com um pressentimento muito ruim Lucas.
- Você já verificou se ela deixou a cidade na hora certa? Perguntou
Lucas.
- Sim, o telegrama que recebi mais cedo me informou que ela saiu
dentro do horário programado e já que foi desta forma, mesmo com uma roda
presa ou algo parecido já deveria ter chegado aqui há muito tempo.
Lucas estudou por um momento o homem a sua frente fazendo um
exame aprofundado da rua e pode perceber que a irritação escorria por sua
espinha enquanto avaliava o que aquele atraso na diligência lhe custaria.
Deixando de lado a ideia de chegar a casa antes do anoitecer, voltou a
sua mente para as pessoas inocentes que neste momento estariam numa
situação ainda mais difícil do que a dele.
Se ainda restasse alguém vivo.
Saindo para longe do seu carro e esticando toda sua altura, respirou
fundo e fez a pergunta que qualquer homem decente faria diante daquela
situação.
- Você precisa da minha ajuda xerife?
- Eu aprecio muito o seu gesto Lucas, mas ainda assim irei perder o que
sobrou da luz do dia ate reunir o máximo de homens possíveis para levar
comigo amanhã, vamos partir na primeira luz com cavalos descansados e um
novo dia para encontrar e combater aos homens que fizeram isso.
Lucas ficou o avaliando por mais um momento de forma constante.
- Você precisa de mim para ajuda-lo esta noite?
- Eu preciso de você esta noite, quero que você volte para o seu rancho,
mas que siga pela rota da cidade até o entroncamento com a Silver Creek,
tenho certeza que caso isso se trate de uma emboscada, este é com certeza o
lugar mais provável para este tipo de ação. É um desvio que vai lhe custar
muito tempo, mas irei me sentir melhor se encontramos qualquer sobrevivente
ainda esta noite.
Lucas acenou com a cabeça em concordância, mas a sua mente não
conseguia parar de visualizar os possíveis problemas que teria ao concordar
com isso.
- E se me deparar com este jogo sujo ou tiver qualquer tipo de
problemas?

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-Atire primeiro e pergunte depois.


O outro homem respondeu com toda a sua seriedade.
Lucas virou-se para a sua carruagem.
- Se eu encontrar algum sobrevivente levarei comigo para minha casa e
depois enviarei um dos meus homens para lhe comunicar antes do nascer do
sol.
O xerife deu a Lucas um olhar sombrio.
- As chances de alguém ser deixado vivo nestas ocorrências são muito
pequenas.
Os músculos de Lucas se retesaram quando ele reconheceu a verdade
nas palavras do outro homem.
- Se você mudar de ideia e decidir que precisa de mim para ir com você
amanhã pela manhã, você sabe aonde me encontrar.

*****************************

Emma Martin estava amontoada numa pequena ravina abaixo de um


afloramento de rocha com um rifle na mão o qual não tinha a menor ideia de
como usar e também havia o agravante que devido ao frio no local os seus
dedos estavam dormentes há muito tempo.
De poucos em poucos minutos ela colocava a arma de lado apenas pelo
tempo suficiente para esticar os dedos e manter o sangue fluindo, pelo menos
era o que esperava.
Ela estava muito fria devido ao choque, o seu corpo doía como nunca
antes e apesar dela se recusar a se jogar no chão em posição fetal e chorar ate
dormir, ela estava morrendo de medo.
O sol há muito tempo tinha virado uma bola de fogo laranja e se
afundado no horizonte, agora tudo o que restava do dia era um respingo vívido
de roxo com laranja que revestias as poucas nuvens no céu ocidental.
Será que ela já havia assistido o pôr do sol do começo ao fim? E isso
não era para ser uma experiência agradável.
Em qualquer outro momento teria sido uma bela vista, mas agora com a
escuridão se aproximando era só mais uma coisa para temer.
Agora quando mais precisava do sol... Quando mais necessitava da luz
do dia, tinha que se conformar em perceber com que rapidez ele caia no
horizonte e ainda por cima aceitar este fato com mais um trauma a ser
adicionado às suas emoções já dilaceradas.
Seria escuridão completa em breve e teria que se conformar quer, queira
quer, não com apenas uma lua crescente para iluminar a noite escura à frente.
Ela estudou a posição em que se encontrava a diligência, ainda estava
em linha reta no meio do caminho esburacado e com a sua porta polida
arreganhada, logo após os seus olhos rastrearam lentamente para trás e para
frente, seguindo primeiramente partir o sentido oeste em direção à cidade que

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estava se dirigindo e em seguida na direção sul, para


onde os dois homens que tinham assassinado o motorista da diligência haviam
fugido.
Quanto tempo ainda tinha que esperar para a ajuda chegar? Afinal ela
era a única passageira restante, após as duas últimas pessoas que tinham
partido na parada anterior.
Agora ela estava sozinha no meio do nada.
Sua perna ferida doía, o frio da noite aumentava cada vez mais e o
corpo sem vida do motorista era um constante e triste lembrete da destruição
que tinha nesta manhã e das circunstâncias terríveis que ficariam para sempre
dentro dela.
Levou algum tempo para ela vencer os seus medos e acreditar que os
bandidos não iriam mais voltar, desta forma começou a descer sozinha do
ônibus com a determinação que não fraquejaria caso precisasse recorrer a
qualquer medida auxiliar para a sua defesa.
Até o momento em que conseguiu verificar se poderia de alguma forma
ajudar ao pobre motorista, o seu corpo já estava frio. Fechando os olhos fez
uma oração rápida pela sua alma e logo após arrancou o rifle dos seus dedos
frios e úmidos que já estavam duros pelo que havia transcorrido desde a sua
morte.
Ela decidiu que ficaria longe da estrada ate mesmo porque não se sentia
segura naquela área tão exposta e qualquer um poderia encontrá-la lá e se
tornaria um alvo muito fácil para os ladrões poderiam voltar a qualquer
momento ou ate mesmo qualquer pessoa sem lei poderia prendê-la em
qualquer lugar e ela ficaria sem nenhuma proteção.
Apesar de se sentir aberta e exposta na estrada, racionalmente sabia
que estaria bem mais protegia do que nos seus arredores, então durante
alguns segundos travou uma luta interna tentando decidir o que era melhor
para si.
Se sentindo sufocada e muito triste com toda aquela situação tomou o
rifle da mão morta do motorista, afastou-se do local e procurou pelo maior
afloramento de rocha que lhe garantiria um pouco de camuflagem e abrigo,
afinal era o melhor que podia fazer por agora por si mesma.
Ela tinha que encontrar um lugar onde caso fosse necessário pudesse
se levantar e correr a qualquer momento, mesmo quando percebia que jamais
seria capaz de chegar a qualquer lugar rapidamente com aquela perna
danificada.
A lesão que sofreu a mais de 10 anos estava doendo hoje de uma
maneira nova, antes sempre sentia apenas um pequeno e irritante incômodo o
qual carregava consigo todos os dias, sem falar que como tinha que andar
mais devagar que as demais pessoas e ainda mancar um pouco, havia
suportado por todo este tempo os olhares de piedade que via nos rostos tanto
de pessoas conhecidas, como no rosto de um estranho.

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Mas hoje este fato era mais do que uma


inconveniência, pois a impedia de ter alguma escolha de sair dali e também a
lembrava que jamais poderia correr se precisasse salvar a sua vida e que não
poderia começar a pensar em enterrar o corpo do homem inocente que estava
morto a tiros a poucos metros dela.
A dor em sua perna era naquele momento um grande lembrete de suas
limitações e por mais que tentasse negar ou tentar ignorar este fato, agora
ficou completamente óbvio que ela estava prejudicada de uma forma que
outras mulheres da sua idade não estariam.
Como não havia nenhuma forma de mudar aquilo que havia acontecido
há muito tempo preferiu mudar o rumo dos seus pensamentos, até mesmo
porque já tinha muitas coisas com que se lamentar.
Naquele momento sentiu um grande pavor lhe percorrer o corpo ao notar
como seria fácil para aqueles homens mudar de ideia sobre matá-la e voltar
para terminar o seu trabalho e apenas com muita força de vontade conseguiu
empurrar aquele pensamento para longe, ate mesmo porque havia outros
problemas mais imediatos que a preocupava.
Ela precisaria muito de água em breve e já tinha visto uma cascavel
durante o dia e só Deus sabe o que poderia surgir agora que a noite caía.
Começou a ouvir os coiotes que estavam a certa distância, para ela
aqueles uivos lhe parecia completamente diferente agora que estava sozinha e
perdida à noite numa floresta do que quando os ouvia dentro de uma casa
confortável em frente a uma lareira.
Ela fechou os olhos e deixou por um bom tempo a imagem reconfortante
de uma casa com uma chaminé e moveis confortáveis para acalmar aos seus
nervos em frangalhos.
Será que ela teria este tipo de conforto em sua vida novamente?
Seus olhos se abriram quando os sons dos coiotes se tornaram cada
vez mais próximo de onde se encontrava, e por mais que odiasse aquela
situação teria que voltar para a carruagem e esperar a noite toda dentro dela, já
que não podia passar as horas escuras da noite a céu aberto sem nenhum tipo
de abrigo.
Ficou muito desanimada em ter que voltar, além do fato de que toda
aquela situação era muito perigosa, ainda estava com medo de não ser capaz
de subir de volta na carruagem.
Ela estava prestes a começar aquela árdua tarefa de percorrer todo
aquele caminho novamente, quando ouviu um barulho diferente muito distante.
O vento gelado trazia aquele som do lado oeste ou será que
eventualmente vinha do sul?
Devido ao fato de que não conseguia nem mais identificar de onde
vinham os sons uma onda de medo começou a se agitar dentro dela, dando um
nó na sua barriga e fechando completamente a sua garganta.

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Assim que saiu daquele torpor decidiu que não poderia


ficar exposta ate que verificasse do que se tratava aquele barulho, então se
agachou na medida do possível e segurou o rifle tão firme quanto podia.
Fragmentos de rochas afiadas mordiam os joelhos e coxas enquanto ela
estava deitada de bruços e se equilibrando através dos cotovelos.
Ela espiou por cima da pedra e viu quando uma carruagem com um
único ocupante masculino estava parado a uma boa distância de onde se
encontrava e como a luz estava desaparecendo rapidamente não era possível
lhe fazer uma leitura corretamente, mas pode perceber que ele se mantinha
completamente imóvel como se estivesse fazendo um levantamento da cena.
Cautelosamente ele se levantou do seu assento descendo para o chão e
puxou uma pistola de seu cinturão. Lentamente começou a caminhar para mais
perto da carruagem e em consequência mais próximo de onde Emma estava
se escondendo.
Ele era alto e largo nos ombros e segurava a pistola de uma forma tão
suave e dominante o que tornava aquela cena ainda mais assustadora para
ela.
Estava muito escuro e ainda muito longe para que Emma pudesse ver
os seus olhos e descobrir mais sobre ele. Dava para perceber que ele era
muito alto, que o seu cabelo era escuro e até mesmo de tão longe era possível
reconhecer que possuía uma força de aço.
Enquanto ele fazia o seu caminho para mais perto da diligência, ela
sentiu o poder dentro daquela sua figura escura.
Mais sofrimento bateu sobre ela.
Ele era um amigo ou um terrível inimigo?
E se ele decidisse usar essa força contra ela tinha certeza que não teria
a menor chance de lutar.
Ele exalava uma grande virilidade e aquela sua atitude calma de auto
comando parecia não se perturbar com o que estava presenciando naquele
momento e ainda por cima havia uma expressão de isolamento sobre ele,
como se estivesse confortável apenas com o vento e céu para lhe fazer
companhia.
Ele era muito atraente e Emma sabia que independente de ser uma
pessoa boa ou má, a autoridade que transmitia a partir dos seus movimentos
sutis era quase impossível de resistir.
Ela ficou lá em baixo o mais silenciosamente possível enquanto o seu
pulso começava a bater alto e a sua respiração vinha em inalações rápidas que
soava áspera e irregular para seus próprios ouvidos.
Tentando respirar de uma forma mais uniforme continuou a observar o
estranho a fim de obter um sinal definitivo das suas verdadeiras intenções.
Ele mudou de posição depois de um tempo, mas o fez com muita
cautela, iniciando aquele processo com uma varredura do horizonte em busca
de qualquer movimento e depois movendo apenas os seus olhos para a

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diligência, olhando cautelosamente para dentro


antes de ir ate o homem morto, cujo corpo sem vida ainda estava no chão,
aonde tinha caído quando foi baleado.
Agachou-se ao lado do motorista e Emma percebeu que ele estava
procurando por sinais de vida e ao não encontrar nada apenas se levantou
calmamente, guardou a sua arma no coldre, tirou uma pequena bolsa do seu
bolso e começou a enrolar um cigarro bem devagar.
Ela assistiu com horror quando ele não mostrou nenhum sinal de
emoção para com o homem sem vida enquanto calmamente lambia o papel,
torcia as suas extremidades e riscava um fósforo na roda da carruagem para
acender ao seu cigarro.
O medo lhe mantinha totalmente inerte enquanto o observava atravessar
para o outro lado da carruagem, encostar-se a ela e começar a desfrutar do
seu tabaco, como se aquela situação fosse uma ocorrência diária na sua vida.
Ao mudar de local ele acabou ficando mais perto do seu o que permitiu a
Emma ver um pouco mais dele.
Seu rosto era duro como granito, tinha a pele bronzeada pelo sol e um
perfil robusto que não mostrava nenhum sinal de suavidade ou calor a oferecer.
Havia uma grande força no conjunto de seus ombros e na forma
descontraída e confiante com que saboreava o seu tabaco, mesmo em face da
destruição ao seu redor.
Como poderia estar tão indiferente à cena ao seu redor, se era uma
pessoa honesta?
Ela queria desesperadamente que ele fosse uma pessoa boa e honesta
e também que estivesse disposto a ajudá-la a sair daqui, mas ela estava
apavorada demais para confiar que no fato de que ele não iria machucá-la,
desta forma resolveu permanecer escondida e totalmente parada enquanto o
observava secretamente a fumar o cigarro e olhar perdidamente para o
horizonte.
De repente seus olhos se voltaram para onde estava escondida e ficou
apenas parado olhando para lá.
Um terror bateu violentamente contra as suas costelas, mesmo achando
que não era possível vê-la onde se encontrava.
Certamente ele não podia vê-la, não é mesmo?
Ela lambeu os lábios secos e esperou enquanto o seu sangue pulsava
descontroladamente através de suas veias.
Quando ele terminou o cigarro levantou o chapéu da cabeça, alisou o
cabelo com os dedos e logo após o reposicionou novamente com uma
satisfação enganosamente preguiçosa.
Levantando-se de sua posição sem reclinada demonstrou
arrogantemente toda aquela sua altura e a sua força muscular.
Sua garganta fechou-se em histeria quando a sua voz soou alta e
severa.

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- Esta tudo bem agora e a senhora já pode sair do seu


esconderijo.
Emma fechou os olhos com força enquanto uma nova onda de medo
deslizava pela sua espinha e se instalava em seu estômago.
Ele não tinha como saber que ela estava se escondendo naquele lugar,
deveria estar só tentando enganá-la para que ela aparecesse, tinha que ser
isso.
Ela não iria se entregar tão fácil, não confiava nele e não tinha
absolutamente nenhuma razão para confiar apenas com aquele seu
comentário.
- Está ficando tarde e precisamos começar a mexer. Vamos.
Ele ordenou em um tom duro e implacável.
Pânico e confusão batiam contra como córregos penetrantes enquanto
tentava bravamente decidir o que deviria fazer.
A decisão foi tirada totalmente dela quando de repente seus pés
calçados com botas começaram a se mover rapidamente na direção do seu
esconderijo, o que só demonstrava o quanto ele estava impaciente com toda
aquela espera.
Em uma ação rápida da qual não se lembrava de ter refletido antes, ela
levantou-se se confundindo primeiramente com o emaranhado de saias e
saiotes e tentou o seu melhor para se afastar daquele homem.
Apesar de não ter sido capaz de realizar qualquer coisa que se
assemelhava a uma corrida em muito tempo, na verdade um longo tempo, isso
não a impediu de tentar agora.

A necessidade de fugir foi tão grande que perdeu totalmente o controle


sobre os seus movimentos enquanto o seu corpo assumiu a partir dos
comandos do seu cérebro e seu único pensamento era ficar o mais longe
possível dele e o mais rápido possível.

Lucas pegou a mulher facilmente ao estender os seus braços e colocar


as suas mãos em volta da sua cintura fina, quando ela não tinha dado mais do
que três passos desajeitados.
Suas pernas revidaram e ele se protegeu bem a tempo antes que um
pontapé de um pequeno pé mais muito ágil acertá-lo e deixá-lo sem ar por
alguns minutos, mas aquele seu movimento rápido protegeu apenas a sua
virilha, fazendo com que a sua canela tomasse o pequeno e dolorido golpe que
ela havia direcionado para ele.
Ele afundou uma das suas mãos no seu couro cabeludo e apertou um
pouco mais firme o seu cabelo enquanto tentava acalma-la.
- Eu peguei você e agora fique tranquila, pois estará segura comigo.
Ele lhe falava suave para tentar acalma-la.
Sua garantia não foi ouvida e ela começou a lutar imediatamente para
fugir dos seus braços.
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- Deixe-me ir!
Ela gritou com uma voz que era sem dúvida projetada para conseguir o
que quisesse, mas que não conseguia convencê-lo de suas intenções, no
mínimo.
- Fique quieta, não irei machucá-la.
Ele reiterou com mais força enquanto seus braços a seguravam
firmemente.
Então começou a lutar contra ele bravamente se contorcendo, mas à
medida que o tempo passava ela começou a poupar o seu fôlego exigindo sua
libertação novamente, pois pelo que percebeu não iria levá-la a qualquer lugar.
Ele a segurou ainda mais firme e tentou novamente.
- Ninguém vai te machucar.
Ela pisou em seu pé e renovou aquela sua luta perdida.
Lucas rapidamente começou a ficar cansado de toda aquela merda.
Sua bota o protegia de qualquer dor que ela tentava lhe causar, mas
aquele seu pequeno corpo se contorcendo estava começando a jogar fogo
liquido através das suas entranhas.
Ele estava esperando uma mulher maternal bem vestida abandonada no
assento da carruagem que havia fugido com a sua roupa colorida para se
esconder no mato, mas pelo amor de Deus, não era o que ele tinha encontrado
de forma alguma, ao contrario esta mulher era jovem e macia e com varias
curvas que ficavam esfregando nele todas as vezes que ela se remexia em
seus braços e a sua libertação sexual da noite anterior estava cada vez mais
se tornando uma memória muito distante e de repente, ele começou a sentir o
seu pau endurecendo violentamente contra a suavidade tentadora que lutava
em seus braços.
Ele precisava subjugá-la e levá-la para a sua casa antes que se
esquecesse de que deveria agir como um cavalheiro.
- Senhora, é melhor parar com essa merda de luta neste instante e
deixar ajudá-la antes que me decida arrastá-la para o chão e dar-lhe umas
palmadas na bunda, o que provavelmente é o que merece no momento.
Ela se acalmou por um momento como se estivesse ouvindo o seu
conselho e em seguida, retomou a sua luta ainda mais freneticamente tentando
se afastar dele.
Ele se xingou em silêncio por perder a paciência e assustá-la ainda mais
descuidadamente.
- Onde você pensa que irá se lhe soltar?
Ele tentou argumentar com ela.
- Eu já te disse, não vou machucá-la.
Seus braços se apertaram ao redor dela, moldando-a ao seu corpo
novamente.

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Lentamente ela começou a se cansar e pouco a pouco as


suas lutas diminuíram para alguns pequenos empurrões, até que ela ficou
completamente imóvel dentro do círculo de seus braços.
Ele a segurou imóvel por um momento e sem machucá-la deixou que
sentisse a sua força, de modo que entenderia que era inútil gastar ainda mais
as sua energia.
- Assim é bem melhor. Qual é o seu nome?
Ela estremeceu e permaneceu em silêncio.
- Uma mulher tranquila, gosto bastante disso.
Disse ele com apenas um toque de sarcasmo.
Seus braços começaram a se afrouxar um pouco.
- Diga-me o seu nome e prometo que assim que entender que não irei te
machucar irei te soltar.
Ela endureceu contra ele e sua inalação tornou-se muito perceptível
para ele que não conseguia para de olhar o movimento do seu peito subindo e
descendo enquanto ela expulsa o ar severamente.
Uma excitação feroz o tornou ainda mais duro ao se permitir sentir as
sensações dos seus seios pequenos debaixo de seu vestido empurrando
contra seu antebraço.
Sua voz quando chegou era rouca e hesitante.
- Você não vai me fazer mal?
- Já lhe disse que não vou te machucar.
Não tinha a intenção de colocar em palavras o que ele tinha em mente
naquele momento.
- Qual o seu nome?
- Emma Martin.
Ele sentiu a sua voz lavar tudo dentro dele e sem perceber começou a
abaixar a boca para falar diretamente em seu ouvido.
- Prazer em conhecê-la senhorita Martin.
Ela se empurrou ligeiramente contra os seu braço como se estivesse
considerando as suas próximas palavras.
- Sra. Martin.
- Você é casada?
Sua voz endureceu.
Ela fez uma pausa novamente.
- Não... Mais.
- Eu sinto muito em ouvir isso Sra. Martin.
Isso sim era uma mentira deslavada, afinal estava aliviado com o fato,
pois apesar de não ter visto ainda o seu rosto, podia mais que sentir o seu
corpo e ele não queria pensar de forma nenhuma que ela pertencesse a outro
homem e estar fora dos limites para ele, mas tentava se solidarizar para
colocá-la mais à vontade com a sua presença.

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LyndA chAnce
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- Parece que você passou por uma grande tragédia hoje,


era a única passageira quando ocorreu?
Ele lhe perguntou referindo-se ao assalto.
Ela soltou um suspiro muito sofrido ao lhe responder.
- Sim. Quem é você?
Sua voz apesar de estar mais calma ainda revelava um pouco de
suspeita.
- Meu nome é Lucas Butler minha senhora. O xerife em Burnet me pediu
para verificar a situação, agora se a senhora me der qualquer indicação que já
aceitou que não sou uma ameaça para você e que não será mais preciso
persegui-la estrada abaixo irei te soltar neste momento.
Ela hesitou apenas momentaneamente.
- Eu entendo.
Ela disse com uma voz que soava quase resignada, mas ele não
acreditou totalmente na sua declaração.
Lucas a soltou lentamente, deslizando as suas mãos até os quadris
apenas para firmá-la quando ele cautelosamente teve a certeza que ela seria
capaz de ficar em pé sobre o terreno irregular e que não iria sair correndo
novamente.
Seu corpo era magro e suave sob seus dedos e ele teve que se esforçar
muito para parar de tocá-la completamente e dar um passo para trás.
Ela arrastou um dos seus pés sem jeito quando se virou para ele
novamente e ele percebeu que havia algum problema na sua perna direita.
- Você se machucou?
Ele a questionou.
- Torceu seu tornozelo?
A mente de Emma ficou em branco por um momento e então ela
percebeu que ele achava que havia sofrido uma lesão.
Ela não tinha coragem de confiar nele ainda e se perguntou antes de
responder se poderia ganhar qualquer vantagem contra ele afirmando estar
doente.
- Sim.
Ela disse simplesmente uma mentira que lhe causou por alguns
instantes uma pontada de culpa.
- Você não deveria ter tentado fugir de mim, foi uma ideia tola e agora
tornou esta situação ainda pior.
A voz dele era curta aparentando estar completamente sem paciência,
mas pelo menos não estava falando com ela como se fosse uma inválida ou
uma aleijada como tantas pessoas faziam.
Emma ficou surpresa ao perceber que ao pensar que a sua lesão era
nova também pensava que iria se curar e ao mesmo tempo ele achava que ela
era uma mulher como todas as outras mulheres.

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LyndA chAnce
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Seus pensamentos foram interrompidos quando ele se


abaixou e colocou um braço sob as pernas e o outro sob as costas a erguendo
como se não pesasse nada em seus braços e começou a carregá-la para a sua
carruagem.
- Sr. Butler
- Lucas.
Ele emitiu a ordem com uma entonação rápida que parecia ter
concedido seu acordo para a informalidade.
Emma ignorou o comando e continuou.
- Por favor, me coloque no chão senhor, posso caminhar ate a
carruagem.
Ficou tão chocado com aquele comentário, quanto ela ao ser
transportada por ele em seus braços, mas pelo menos agora ela não estava
pensando que ele iria apenas abertamente mata-la ou estuprá-la.
- Obviamente não pode e se não se lembra, você torceu o tornozelo.
Enquanto falava ele a depositou no seu transporte e começou a
balançar-se ao lado dela.
A ideia de que ele estava acreditando que a sua lesão era nova e sem
dúvida iria se curar era muito intrigante e ela precisaria de um tempo para
refletir sobre este assunto, mas interrompeu aquele pensamento, pois tinha
uma preocupação mais urgente no momento. Ele parecia estar pronto levá-la
com ele e deixar os seus pertences para trás.
- Pare.
Ela exigiu.
Ele parou o carro e se voltou para ela ao mesmo tempo.
- Senhora?
Ele olhou diretamente para ela na noite escura e em seguida para a lua
que brilhava no céu escurecido e ela percebeu que ele estava provavelmente
verificando se haveria luz suficiente para ver a viajar ate a sua casa.
- Se nós estamos indo embora, você poderia, por favor, recuperar as
minhas coisas antes de irmos?
Ela hesitou um pouco para fazer a pergunta ou falar com ele mais do
que o estritamente necessário, mas não podia sair sem os seus itens pessoais.
- O xerife irá sair na primeira luz para rastrear os bandidos, depois vão
recolher todos os itens que restaram e enviá-los de volta à cidade, como já está
muito escuro preciso nos levar para casa o mais rápido possível.
Ele voltou a levantar as rédeas e ela quase não teve tempo suficiente
para pegar uma delas antes que ele começasse a se mover para frente
novamente.
Ela estava muito intimidada para discutir sobre o que ele disse, mas
mesmo assim o fez de qualquer maneira.
- Home?
- Sim, a minha casa.

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LyndA chAnce
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Ele confirmou.
- Eu não posso ir para casa com você, senhor.
Ela disse num tom muito tenso.
- Você pode e vai.
Sua voz não admitia argumentos.
- Não, eu simplesmente não posso.
Argumentou ela independentemente.
- Bem, você prefere ficar aqui com os coiotes, o xerife estará aqui na
parte da manhã, se você quiser esperar por ele.
Como se tivessem ouvido a sua sugestão, o uivo alto e lúgubre dos
animais silenciou aquele argumento.
- Nada a dizer sobre isso, Sra. Martin?
Sua voz era quase um sorriso de escárnio e assim como a ameaça de
deixá-la obviamente tinha sido feito para silenciá-la.
- Deve estar claro para você que não posso ficar aqui sozinha, então não
irei continuar a discutir este assunto.
Sua voz era suave, mas repleto de acido.
Ele escolheu ignorar o seu tom e se concentrar em seu acordo.
- Boa menina, não me importo muito com mulheres argumentativas e
provavelmente lhe fará bem se lembrar disso.
- Não tenho nenhum interesse em saber com o que se importa com ou
não Sr. Butler.
Ele levou os cavalos para uma parada abrupta e virou-se para encará-la.
Ela sabia que ele a estava estudando na escuridão e que não podia vê-la
melhor do que ela o via naquele instante.
Mas o seu tom de voz era um grande indicativo do seu humor, sem falar
na mão que agarrou o seu queixo e levantava o rosto para o dele.
- Você parece uma jovem razoavelmente inteligente e tenho certeza que
uma vez que você pensar um pouco vai perceber que precisa se esforçar para
identificar rápido em como não me irritar. Olhe ao seu redor menina, está no
meio de um país de meu Deus, com um tornozelo torcido e agora mesmo
esses coiotes que estamos ouvindo estão farejando em torno pensando na
tentadora ceia que você daria. Eu diria que é melhor você aprender de verdade
e rápida uma forma de não me irritar mais.
Emma engoliu em seco a bola que havia surgido na sua garganta. Seus
dedos no seu rosto beliscavam o seu queixo e a sua voz soava com clara
expectativa da sua submissão, além da sua presença física arrebatadora ao
seu lado e a sua coxa de ferro que naquele momento pressionava a dela.
O ar ao redor deles estava impregnado com a sua masculinidade
agressiva e ela não tinha ideia de como poderia usar de alguma
insubordinação para com ele.
- Eu entendo o seu ponto Sr. Butler.
- Meu nome é Lucas e é melhor aprender a usá-lo.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela estremeceu e fechou os olhos por um instante, mas


sabia que já estava o desafiando com o seu silêncio.
- Você vai me chamar pelo meu nome, mas não irei mais empurrá-la por
esta noite, afinal já passou por muita coisa hoje. Eram apenas dois?
Ele se virou e dando um aperto firme nas rédeas se encontraram em
movimento mais uma vez.
Tentando adaptar-se com a sua mudança de assunto e aliviada com o
indulto que ele havia dado, sua mente voltou relutantemente ao ataque.
- Como você sabe?
- Vi as suas trilhas.
- Oh. Claro que ela sabia que havia homens que poderiam olhar para
algumas pistas e tal e perceber sobre coisas que haviam acontecido, mas
tendo sido criada num orfanato em St. Louis, ela nunca tinha tido a experiência
de realmente conhecer outras pessoas de qualquer maneira com esse tipo de
conhecimento.
- Sim, eram apenas dois.
- E eles não sabiam que você estava dentro do carro?
- Por que você pergunta isso?
- Porque você ainda está viva Emma.
A maneira como ele disse o seu nome de batismo tão intimamente
deslizou pela sua espinha de uma forma completamente imprópria, começando
através de uma corrida aquecida, antes que a implicação das suas palavras a
gelasse.
- Eles sabiam que eu estava lá dentro.
Sua voz deu uma parada súbita quando ele parou os cavalos e se virou
para ela mais uma vez.
Eles nunca iriam chegar a sua casa com este ritmo.
- Eles te machucaram de alguma forma que você não tenha me
mencionado anteriormente minha senhora?
Seus olhos se estreitaram sobre ela e seus lábios se achataram num
rosnado distinto.
Choque deslizou por ela quando percebeu que ele estava perguntando
se ela havia sido violada.
- Não.
Seu corpo relaxou um pouco diante da sua resposta, mas mesmo assim
continuou a estudá-la como se estivesse tentando resolver um quebra-cabeça.
- Então como é que você ainda está viva? Eles com certeza não
pretendiam deixar testemunhas.
- Não, eles não pretendiam, o grande homem que estava no comando
falou para o outro acabar comigo.
Ela fez uma pausa e pigarreou diante daquela memória medonha.
- O grande homem estava carregando os bens roubados e com isso se
distraiu, eu acho. Fiquei no carro o tempo todo, vi quando o outro olhou para

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

mim e levantou o gatilho, mas ele ficou olhando para mim um


longo tempo e depois atirou a esquerda de mim, errando propositadamente.
- Ele tinha segundas intenções.
A voz de Lucas era dura quando compreendeu que ela esteve por um
triz da morte, fato que fez suas entranhas se amarrarem com tensão apenas
com aquele pensamento.
- Evidentemente.
Emma concordou com um pequeno estremecimento.
- Sorte para você.
- Sim.
Lucas a estudou atentamente na escuridão e desejou que pudesse ver
mais do que um esboço tênue do rosto.
Lentamente virou-se para os cavalos e começou a movê-los na direção
da sua fazenda.
- Bem, eles se foram e não podem voltar por um tempo, garanto a você
que está segura agora e que realmente estará em segurança na minha fazenda
até que isso finalize.
- Obrigado, mas possivelmente não posso ficar com você -.
- Como você sabe que não pode ficar comigo? Talvez eu tenha uma
esposa e cinco filhos.
De alguma forma ele sabia que a sua hesitação de permanecer com ele
tinha mais a ver com o seu estado de solteira do que com qualquer fardo que
iria colocar sobre ele e sua família.
Ela limpou a garganta.
- E você realmente tem?
- Não, não tenho.
Suas palavras eram afiadas e cheias de satisfação quando ele
respondeu.
- Sem esposa e sem filhos.
- Como eu suspeitava desta forma não posso -.
- Eu tenho uma empregada, Emma, ela é uma bela mulher que vive na
fazenda e é casada com um dos meus homens, fique tranquila que você estará
perfeitamente segura e terá ela como uma dama de companhia se é isso que
está te deixando toda polvorosa. Cristo, estamos nos confins do Colorado e
não numa sala publica em Boston. - Acredite em mim, senhor, eu sei muito
bem a nossa localização.
- Lá vai você de novo, realmente precisa perder essa atitude.
Ele lhe ralou com um fio de advertência.
- De onde você é?
Emma tentava manter as rédeas sobre suas emoções frágeis. Ela nunca
tinha estado sob o controle de um homem antes e também nunca havia
conhecido um homem como ele em toda a sua vida.
- St. Louis, Missouri.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Pela primeira vez nestas bandas?


- Sim, senhor.
Ela concordou com uma voz que tentou com todas as suas forças
infundir respeito e não insubordinação.
- Não fica me chamando de senhor.
Emma lambeu os lábios e focou a sua atenção na estrada à frente deles
e permaneceu teimosamente em silêncio enquanto se recusava internamente a
reconhecer essa ordem.
- Para onde você estava indo?
Ele continuou a questioná-la.
- Denver.
- Você tem família lá?
- Não.
- Você é uma coisinha bem comunicativa, não é?
Ele a ridicularizou baixinho.
- Eu não estou acostumada a falar sobre a minha vida com estranhos.
Ela respondeu com toda a calma que conseguiu.
- Eu não sou um estranho, Emma.
Ela refutou essa afirmação com veemência.
- Lógico que é.
- Não querida, eu não sou.
Disse ele com uma voz tão suave como uísque.
- O que você é então?
Ela questionou em voz baixa.
Ele adentrava um portão aberto que obviamente o levaria para a sua
casa e virou-se para encará-la na escuridão da noite.
- No momento sou o único amigo que você tem no mundo e é melhor
para você não esquecer este fato.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo dois

Emma desceu da carruagem com Lucas lhe ajudando a descer


segurando-a pelos quadris. Ela estremeceu, pois apesar de estar sentindo os
seus pés no chão ele ainda a matinha segura muito próxima ao seu corpo e
aquela sua ameaça feita através de uma fala mansa momentos atrás ainda
estava martelando no seu cérebro.
- Você está bem?
- Sim, muito obrigada.
- Você pode andar?
- Eu acredito que sim.
Então agora ele a tratava como uma invalida?
É claro que ela podia andar, não perfeitamente, mas definitivamente
poderia andar sozinha.
Hesitante começou a dar um pequeno passo para aquela casa na noite
escura.
- Talvez ainda seja necessário levá-la.
Havia uma nota desafio no seu tom que para ela soava como uma
ameaça.
- Não, sou capaz de andar sozinha, mas muito obrigado.
Sua voz tinha um traço de alarme.
- Então será melhor se apoiar no meu braço.
Ele não esperou pela sua resposta apenas estendeu a sua e a colocou
firmemente na dobra do seu braço e começou a fazer o seu caminho até a
porta da sua casa.
Ela olhava ao redor da área em que se encontravam enquanto tentava
andar sem mancar, embora isso fosse quase impossível, a uma distancia
considerável era possível ver o brilho de uma lâmpada de querosene vindo
provavelmente de um celeiro e vários outros à distância, mas sem uma
iluminação melhor não era possível identificar nada mais a sua frente.
Um arrepio deslizou através dela.
- Está tão escuro.
Afirmou com uma voz que aparentemente era para ser forte, mas saiu
um pouco mais do que um sussurro.
- Isso é porque está muito tarde.
Seu tom de voz era baixo e zombeteiro.
- Onde está a sua governanta?
Ela não queria ser rude e também queria se dirigir a ele como Sr. Butler,
mas se o fizesse, ele iria obriga-la a novamente lhe chamar de Lucas e queria
evitar todas as formas trazer esta conversa em particular à tona novamente.
- Maria está com o seu marido Jesse neste momento.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Mas está completamente escuro lá dentro


e a casa me parece tão vazia.
- Eles não estão aqui.
-Não, eles não estão em casa?
- Não na minha casa, eles vivem numa das casas atrás do celeiro,
naquela direção.
Suas palavras foram interrompidas quando ele casualmente levantou a
sua mão livre e começou a apontar para longe.
O coração de Emma começou a bater num ritmo triplicado dentro do seu
peito. - Mas você havia dito que ela morava com você-.
- Não acredito ter usado em nenhum momento este termo, apenas lhe
falei que tenho uma governanta e isso é um fato, mas isso é tudo.
Ele negava de uma forma bem sucinta.
- Mas-.
- Você é muito arisca para uma mulher que já foi casada e tenha
compartilhado uma vida conjugal com um homem.
Ela engasgou com as palavras dele.
- Mr. Butler!
Ignorando a sua repreensão eles chegaram ao alpendre e a ajudou a
subir os três degraus, logo após abriu a porta e a conduziu para dentro que
estava muito mais escuro do que lá fora.
Assim que entrou esbarrou numa peça de mobiliário identificável e ele
rapidamente estendeu a mão para mantê-la estável.
- Fique quieta enquanto acendo uma luz.
A mão dele subiu e apertou-lhe o queixo na escuridão de uma forma
muito rude.
- E o meu nome é Lucas.
Emma sentiu o calor de seu toque em seu rosto mais uma vez antes de
sair de perto dela e deixá-la completamente sozinha naquele lugar.
Seus nervos assumiram completamente o seu corpo e ela começou a
tremer com aqueles choques que continuavam a lhe percorrer sem parar.
O homem certamente não sabia como manter as suas mãos para si
mesmo.
Ela tentou manter o pânico num nível baixo, mas naquele momento
estava dentro da casa de um desconhecido, com um homem desconhecido o
qual ate o momento não conseguiu ver perfeitamente e para ajudá-la, não
havia um pingo de luz no ambiente. Ela lentamente começou a recitar o
alfabeto em sua mente numa tentativa de acalmar os nervos, este era um
truque que tinha aprendido quando criança e que muitas e muitas vezes, havia
funcionado.
O brilho de uma lâmpada de querosene apareceu e com ela o alívio a
preencheu.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Olhou ao redor da sala, mas apenas após os seus olhos


se ajustarem e que ela começou a identificar as formas e objetos e quando
começou a ouvir um barulho no outro quarto sabia que era ele remexendo lá
dentro.
Outra lâmpada apareceu e em seguida começou a enxergar a casa
muito melhor.
Suas botas soaram contra o chão e de repente ele estava em pé na sua
frente novamente e pela primeira vez ela pode vê-lo mais claramente.
Ela só conseguiu cortar uma pequena lufada de ar que deixou seus
pulmões em um suspiro muito audível.
Ele tinha cabelos castanhos, mas isso ela já sabia, a novidade era que
ele também tinha um bigode escuro e espesso, que lhe dava uma aparência
exótica.
Seus olhos estavam inclinados sob as sobrancelhas marcantes e bem
definidas, podia sentir o seu poder e força no corte bem definido dos seus
lábios e as maçãs do rosto era moldada através de linhas fortes e rígidas de
masculinidade pura.
Ele era extremamente bonito e ela não conseguia se lembrar de algum
dia na vida ter estado sozinha na companhia de um homem e certamente
nunca durante a noite ou na intimidade da sua casa em particular.
Um sentimento pequeno de prazer tornou borracha os seus joelhos e
começou a subir por todo o seu corpo o que a fez tremer um pouco enquanto
borboletas levantavam voo em seu estômago.
Ele parou diante dela estudando-a com a mesma intensidade que ela lhe
olhava ate que finalmente falou.
- Por que tudo isso?
Ela não entendeu a sua pergunta, já que a sua mente havia parado e as
suas emoções estavam descontroladas, sem falar que ainda estava angustiada
com os acontecimentos daquele dia.
- Não entendi a sua pergunta?
- Por que você está tão nervosa? Você é uma viúva, certo? Uma mulher
cujo marido morreu?
Ele soletrou a definição de viúva enquanto esperava a sua resposta
pacientemente.
- Hum, sim.
Ela tentou fazer com que seu cérebro lento voltasse a funcionar.
- Então, o que está te deixando tão nervosa?
Ela parou de vez.
- Mr. Butler, eu-.
- Lucas.
- Eu realmente não consigo lhe chamar pelo seu primeiro nome, me
desculpe Sr. Butler.
- Você pode e eu quero que seja assim.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Seu tom estava atado com uma arrogância que parecia


inata.
- Não, eu não posso.
Argumentou suavemente tentando não irritá-lo, mas agora não sabia o
que fazer para obter o seu caminho.
- O que vai doer?
Sua pergunta era simples.
Oh meu Deus, como responder a isso.
- Bem, nada eu suponho -.
Ele a interrompeu como se fosse caso resolvido.
- Então, se não vai doer nada você pode me chamar de Lucas.
- Mas eu não acho que-.
- Querida você não precisa pensar sobre isso, apenas me chame de
Lucas.
Emma respirou fundo quando as borboletas voltaram a levantar voo em
seu estômago mais uma vez, afinal nunca em toda a sua vida um homem havia
lhe chamado de uma forma tão pessoal.
Ele pegou a sua mão e a levou ate um par de cadeiras de balanço
grandes que ficavam próximas a uma lareira fria.
Ela sentou-se na cadeira, mas em vez dele se sentar na outra apenas se
inclinou e colocou as mãos sobre os braços da sua cadeira de balanço,
praticamente a bloqueando dentro do círculo de seus braços.
Emma ficou chocada ao perceber que estava tão perto dele que ate
podia sentir o seu cheiro, um cheiro de perfume masculino vindo tanto das suas
roupas quanto do seu corpo e isso era uma noção além de provocante, nova,
estar tão perto dele e ser capaz de sentir o cheiro do couro e de cavalos
provenientes de sua pessoa.
- Eu aposto que sei qual é o seu problema. Você deve ter se casado
numa idade tão jovem que nunca teve tempo para se adaptar a toda a atenção
masculina, é isso mesmo Emma?
Oh, onde isso irá parar? E o que será atenção masculina?
- Eu acho que não... Não mesmo.
Ela concordou balançando a cabeça ao mesmo tempo.
Ele agachou-se na sua frente e ergueu a sua mão para pegar uma
mecha do seu cabelo.
Seu pulso tornou-se errático enquanto ele esfregava o seu cabelo entre
os dedos.
- Eu suponho que com esta sua aparência e sem nenhum marido para
acompanha-la mais, manter os homens afastados de você deve lhe dar muito
trabalho.
Sua voz era calma e um pouco rouca quando falava aquelas palavras.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Quando ela processou dentro de si suas palavras, não


conseguiu conter o silvo de ar que deixou os seus pulmões, estava muito
chocada e atordoada demais para falar.
Ele pensava que ela era boa o suficiente para que os homens lhe
incomodasse o tempo todo?
Como ele poderia pensar isso?
E por que ele estava dizendo essas coisas pessoais para ela?
Quais seriam os seus motivos?
E por que ele estava a prendendo dentro dos seus braços?
Será que achava que o fato de lhe salvar dava a ele todo esse direito?
A verdade era que Emma não era uma viúva e nunca havia se casado
antes. Quando saiu do orfanato, as matronas havia lhe convencido que se
usasse este argumento a sua vida aqui fora seria mais fácil, todos ficaram
sensibilizados por causa da sua aflição caso fingisse um casamento, pois ao
perceber o seu defeito sentiram que ela jamais seria capaz de se casar e ter
filhos como as outras mulheres, essa pequena mentira tornaria as coisas mais
fáceis, principalmente a parte de viajar sozinha e tal se as pessoas pensassem
que ela era uma viúva.
Ela nunca gostou muito da ideia de mentir, assim como também não
gostava da ideia de nunca se casar, mas já tinha se acostumado com esta
situação. E de fato a mentira tornou as coisas bem mais fáceis para ela durante
as suas viagens, pois as viúvas e mulheres casadas tinham muito mais
liberdade do que as mulheres solteiras. Mesmo no Ocidente o que até agora
não tinha dado muita atenção ao fato.
Mas estava pensando sobre isso agora e de repente sentiu como essa
mentira era muito pessoal, sentia que ela estava mentindo para alguém real e
desta forma sendo desonesta.
Ela também estava mais do que confusa, seu coração batia
descompassado enquanto tentava encontrar uma razão para ele ter que
questioná-la sobre todas essas coisas. Certamente ele tinha um motivo.
- Responda-me querida.
Disse ele com uma voz firme.
Seus olhos se encontraram com os dela e um calor incendiário passou
entre eles.
Havia apenas uma resposta que ela poderia dar sem revelar a verdade
que ainda não estava preparada para fazer. E só havia uma resposta que
poderia ter passado pelo nó na sua garganta.
- Eu acho que sim.
Um olhar que só poderia ser descrito como desafio puro cruzou o seu
semblante. - Nós vamos começar com você dizendo meu nome.
- Começar?
A voz dela estava trêmula enquanto sua mente percorria todas as
possibilidades. Começar o quê?

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

-Diga o meu nome Emma.


Ele a seduzia com uma voz doce.
Seus olhos não deixavam os dela e o seu interior estremeceu mais uma
vez.
Ela não conseguia mais encontrar forças para negar-lhe qualquer coisa
e ele estava certo, o que doeria em falar o seu nome?
- Lucas.
Sua mão apertou a mecha do seu cabelo que estava entre os seus
dedos e logo após ela sentiu um leve puxão em seu couro cabeludo.
- Por que você estava indo para Denver?
Emma estava muito atordoada e totalmente encantada sob o seu feitiço
até mesmo para perceber que ele havia se expressado como se o fato fosse
uma questão no passado, como se ela não estivesse mais indo para Denver.
- Eu aceitei uma posição como costureira lá.
Respondeu-lhe com uma voz suave.
- Você sabe costurar?
Ela sorriu suavemente quando ele fez essa pergunta como se fosse um
grande feito.
- Sim, eu sei costurar muito bem.
- A mão ou numa máquina?
- Nos dois.
- Sério? Você sabe como operar uma máquina de costura?
- Sim, tínhamos uma no orfanato.
- Você trabalhou num orfanato?
Os olhos dela desviaram dos seus e ela começou a olhar para o seu
colo.
- Não, fui criada num orfanato.
- Sinto muito querida.
- Obrigado, mas isso é passado e agora a minha vida é minha.
Ela não podia deixar de fora a grande quantidade de satisfação na sua
voz com aquela declaração. Ela esperou um longo tempo para que as
restrições tanto do orfanato como logo após a da Sociedade Educadora St.
Louis, onde havia trabalhado nos últimos anos serem tiradas dos seus ombros.
Denver era para ser apenas uma aventura e embora o dia tivesse sido horrível,
ela era muito jovem, muito forte de espírito e resistente, como havia sobrevivido
com alguma sorte a tudo aquilo só podia esperar agora um futuro decente e
feliz.
Lucas poderia dizer que ela estava tentando se mostrar forte, mas ele
podia ouvir o cansaço na sua voz. Ela precisava de descanso e tanto quanto
ele gostava de ficar aqui apenas para vê-la, ele sabia que precisava deixá-la
descansar. Uma boa noite de sono tiraria os círculos escuros sob os seus olhos
e aquelas linhas de preocupação vincando a sua testa.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Eu preciso deixar você descansar, vamos


primeiramente estabelecê-la num quarto. Você está com fome?
Antes de responder lembrou-se que hoje pela manhã ao olhar para o
corpo sem vida do motorista diligência pensou que nunca mais iria conseguir
comer novamente, mas agora com o calor e a relativa segurança que sentia, o
seu estômago escolheu aquele exato momento para tornar-se conhecido
roncando alto de fome.
E pela primeira vez ela viu o sorriso de Lucas enquanto ele brincava com
ela.
- Acho que isso responde muito bem a questão, vou pegar alguma coisa
na cozinha para você.
Emma fez um movimento para se levantar.
- Eu posso ajudar, pois não quero ser um fardo para você.
Ele se levantou de uma forma que mostrava toda a sua altura para ela.
- Quero que fique parada aí e descanse um pouco.
Emma não conseguia se lembrar de uma época em que simplesmente
havia obedecido a uma ordem desta maneira, não sabia se era a forma como
ele havia dado a ordem ou a sensação de conforto que sentia naquela cadeira
de balanço, sendo assim ela fechou os olhos e de fato descansou.
Lucas cortou uma fatia de queijo e duas peças grossas de pão e
rapidamente espalhou manteiga recém-batida em cada parte, aquele
sanduíche que preparava era simples e rudimentar, mas seria o suficiente por
hoje, ao terminar ele percebeu que parecia e cheirava tão bem que acabou
fazendo rapidamente um para ele também.
Colocou em cima da mesa os quatro lanches preparados enquanto se
movia em torno da cozinha a fim de pegar um copo de leite para a Emma.
Ele ainda não havia sido capaz de abafar por completo a flecha de
prazer que sentiu ao ver aquele rosto de forma clara pela primeira vez assim
que acendeu as lâmpadas.
Apesar de não saber ao certo o que esperava exatamente, não tinha
dado muita atenção a este fato, ficou aliviado a principio apenas por encontrá-
la viva e se escondendo depois de ter visto todo aquele material de costura e
outras frivolidades femininas na carruagem, sabia que deveria existir uma
mulher, mas depois de uma olhada rápida e superficial ao redor, via apenas o
corpo do motorista morto pela emboscada, subitamente ficou com medo de
encontrar outro corpo morto e nu não muito longe dali e recebeu com
extraordinário alivio os pequenos ruídos que ela estava fazendo,
inadvertidamente, onde estava escondida no mato.
Ele rapidamente estimou que ela deveria estar com muito medo, mas
não histérica, desta forma, provavelmente não havia sido violada. Mesmo
agora, movendo-se em torno da sua cozinha, sentia uma raiva súbita e
inexplicável por aqueles homens que a tinham olhado para sabe Deus como e
mantido o seu destino em suas mãos durante um tempo.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Era uma coisa boa para eles não a ter tocado, porque se
tivessem, teriam que morrer o mais rápido possível.
Eles largaram de qualquer maneira o assassinato que tinha cometido
agora, o xerife e os seus ajudantes teriam que cuidar disso, desta forma ele
poderia ficar aqui no seu rancho aonde pertencia e proteger a única
sobrevivente daquele massacre que conhecia os rostos dos bandidos.
Agora sentia um pequeno alívio por não ter que ir pessoalmente
persegui-los e garantir que a justiça fosse feita, como faria se a tivessem
tocado.
Por que ele estava com aqueles sentimentos não conseguia explicar e
nem para começo de conversa sequer tentar.
Caminhou de volta para onde ela estava sentada, colocando
primeiramente a bebida e o prato na beira da lareira antes de se virar na sua
direção, ao estudá-la percebeu rapidamente que estava dormindo
profundamente, chegando a está conclusão não apenas porque os seus olhos
estavam mais do que apenas fechado, mas também pelas inalações profundas
que movimentava o seu peito por baixo do tecido de algodão grosso do seu
vestido, o qual estava abotoado firmemente ate a sua garganta e a cobrindo
totalmente dos braços até os seus pulsos.
Suas mãos eram tão pequenas e brancas que ele não conseguiu resistir
e cuidadosamente pegou uma correndo a ponta do seu polegar sobre aquela
palma, mas ficou tão chateado que fez uma careta ao perceber pequenos calos
naquela mão, não conseguia explicar o porquê, mas sabia que não gostava
desta situação, queria que as suas mãos fossem suaves e macias e não
áspera por causa do trabalho.
Ele já tinha sentido o seu pequeno corpo pressionado contra o dele,
através de duas camadas de roupa, uma sua e outra dela, mas ainda se
lembrava de como ela era suave quando teve que colocar o seu peito
pressionado as suas costas quando a impediu que fugisse dele, isso fez com
que a sua virilha vibrasse com muita necessidade ao relembrar aquele corpo
doce se acomodando ao seu.
Seus olhos corriam do seu torso até o seu rosto, avaliando tudo o que
via, e cada vez mais ficava fascinado, com aquela pele de alabastro suave, ou
com aquele cabelo que há muito tempo havia caído do nó de restrição que ela
provavelmente tinha colocado naquela manhã, o seu cabelo não tinha uma cor
sem graça, mas era de um marrom quente e cheio de luzes de cor mel sobre
ele.
Ela era uma baixinha danada de bonita, apesar de que à primeira vista
parecesse uma pessoa simples, tudo mudava quando você a olhasse mais de
perto, onde era possível notar o fogo em seus olhos oblíquos, aquelas maçãs
do rosto altas que definiam as linhas muito femininas de seu rosto, aquelas
bochechas quase gordas, plenas e saudáveis o que era um contraste direto
com as muitas mulheres do oeste que estavam sempre abatidas,

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

desgrenhadas e muito cansadas, devido à luta


cotidiana nesta parte áspera do país.
Ele esperava que ela nunca perdesse esta inocência que pairava ao seu
redor, assim como esperava que ela sempre fosse saudável e tivesse aquele
brilho em seu rosto que via agora.
E por Deus, enquanto estivesse sob seus cuidados ela iria manter esse
brilho saudável e quase inocente, mas agora precisava comer.
Ele colocou a mão em seu braço fino e a balançou suavemente.
- Emma.
Ele não recebeu nenhuma resposta e teve que balançar um pouco mais
forte. - Emma, acorde querida.
Um gemido veio do fundo de sua garganta e o seu eixo que já estava
rígido dentro do seu jeans inchou ainda mais a partir mediante o pequeno som
que ela fez.
O desejo primitivo que o consumia o colocou na borda de vez fazendo
com que a sua voz fosse mais acentuada do que pretendia
- Emma!
Seus olhos se abriram e ela quase caiu da cadeira quando de repente
acordou e viu que ele pairava sobre ela.
O reconhecimento demorou a chegar e ele teve que presenciar o pânico
e o medo que brilhava em seus olhos enquanto choramingava.
- Shh, sou eu, fique calma, está tudo bem e você está segura.
Ele a acalmava, ao mesmo tempo em que tentava conter a excitação
que corria insidiosamente através do seu corpo.
Ele precisava garantir que ela se alimentasse e fosse dormir
confortavelmente numa cama, sozinha.
Emma ficou totalmente acordada quando reconheceu o homem na sua
frente, porém o seu cérebro confuso ainda tentava entender as diferenças que
percebia nele agora, o que não era algo fácil, ate mesmo porque a sua
ansiedade aumentava cada vez mais ao notar o seu olhar aguçado, as cordas
de tensão que delimitavam a sua boca e sem falar naquelas suas fortes pernas
apoiadas em cada lado da cadeira como se estivesse preparado para repelir
um ataque da parte dela, o que fazia pouco sentido.
Enquanto uma onda de apreensão queimava através dela, teve que
buscar internamente a mesma calma que sentia anteriormente, afinal ele era a
mesma pessoa exigente e arrogante de sempre, mas ainda assim a mesma
pessoa, tinha certeza que ele não iria machucá-la, afinal se essa fosse a sua
intenção ele já teria feito isso há muito tempo.
Ela o estudou enquanto tentava entender as mudanças no seu
comportamento.
- O que há de errado?
Ela questionou com a voz rouca devido ao sono interrompido.
- Não há nada de errado.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele cuspiu as palavras enquanto se virava para pegar o


prato e colocá-lo no seu colo.
Emma estendeu a mão para segurar melhor o prato e sem querer a mão
dele roçou na sua coxa o que a fez saltar, apesar de ser ridícula esta atitude,
afinal não estava nua e sim com um vestido e duas anáguas, mas ainda assim,
o roçar de sua mão contra a sua perna era como um raio de fogo correndo
através dela.
Seus olhos voaram para o seu rosto e foram enfeitiçados pelo olhar
aquecido em seus olhos.
Sua respiração era forte quando levantou exibindo toda aquela sua
estatura enorme e se afastou para longe dela.
- Lucas, eu-.
Lucas sentiu a voz dela batendo dentro de si e outra onda de excitação
passou através de todo o seu corpo.
Será que ela tinha que escolher aquele momento para chamá-lo de
forma tão espontânea o seu primeiro nome?
Ele a cortou.
- Coma.
Ela lambeu os lábios e olhou para o que ele tinha colocado na sua
frente. O pão era fermentado e fresco e o queijo era de uma cor amarelo
quente que fez a sua boca começar a salivar, estava mais faminta do que
pensava, principalmente porque não havia comido nada desde o início da
manhã e tinha apenas feito um lanche apressado enquanto esteve na estrada.
Lucas a observava enquanto pegava um dos sanduíches e com
mordidas pequenas e silenciosas devorava toda aquela refeição simples. Ficou
na frente dela até que tinha acabado o lanche e em seguida entregou-lhe o
leite.
Ela bebeu metade do leite de uma vez só, logo após pousou o copo
levemente contra a cadeira e lentamente levantou os olhos para ele.
- Beba tudo.
Um desânimo surgiu dentro dela por causa do seu tom.
- Beber todo esse leite?
- Sim.
Sua resposta foi sucinta.
- Eu não consigo mais.
- Sim, você pode.
Alarmada com aquele comando o pânico tomou conta dela novamente.
Ser obrigada a comer ou beber alguma coisa quando já estava cheia ou
quando absolutamente não podia suportar o gosto era um de seus maiores
medos, apesar de saber que era uma atitude muito ridícula da sua parte, mas
como teve que enfrentar junto com as outras crianças do orfanato, por mais de
dois anos ser aterrorizada por uma matrona controladora que tinha prazer pelo
consumo forçado, isso era demais.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Um nó cheio de pânico surgiu na sua garganta e ela


sabia que não seria capaz de descer mais nenhuma gota, devido ao pânico
começou a tremer ate se lembrar de que hoje ela era uma adulta e ele não
poderia obriga-la a fazer qualquer coisa que não quisesse.
Devido ao seu contínuo silêncio e a sua expressão ele acabou
perguntando.
- Por que você está me olhando desse jeito?
Ela ignorou a pergunta e tentou mover-se após aquele conflito interno.
- Eu vou levá-lo para a cama comigo, pois estou muito cansada agora,
você poderia por gentileza me mostrar aonde vou dormir?
- Beba tudo agora e depois irei levá-la para o seu quarto.
Lucas ficou chocado quando aquele seu pedido razoável foi recebido por
um balançar negativo de sua cabeça e um brilho de lágrimas nos seus olhos.
Lágrimas, mas o que diabos havia feito para magoa-la?
Ele estendeu a mão e pegou o copo quando percebeu que a qualquer
momento acabaria virando sobre ela, ao fazer isso percebeu que a sua mão
tremia incontrolavelmente.
Agora precisava descobrir o que estava fazendo com que entrasse em
pânico novamente. Será que ela achava que o fato de ir para a cama
significava que estava em perigo por sua causa?
Apenas a ideia dela achar que ele não era confiável colocou uma
carranca negra na sua expressão.
No momento em que o leite foi tirado dela e empurrado para o lado, ele
sentiu que o tremor do seu corpo diminuiu um pouco.
- Você está bem?
- Sim.
Quando ela o olhou novamente a cor já estava de volta nas suas
bochechas e o tremor havia diminuído consideravelmente.
Agora que esta etapa havia finalizado a queria o mais longe possível
dele, precisava de um pouco de paz esta noite e não a encontraria enquanto
ela estivesse dentro do seu raio de visão.
- Tem certeza que você já comeu o suficiente?
Houve um vislumbre de lágrimas novamente.
- Por favor, Lucas, não me obrigue a beber mais, estou tão cheia que
não conseguirei.
Sua expressão implorava a ele mais que as suas palavras.
- Obriga-la a beber?
O rugido que saiu dele vinha do seu diafragma e quando ele ponderou
dentro de si a questão empurrou-se automaticamente para trás batendo com o
movimento bruscamente na parte de trás da cadeira de balanço dela.
Ela ficou em silêncio e ele continuou.
- De onde você tirou essa ideia que eu a obrigaria a beber? E por que
iria fazer isso com você?

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela balançou a cabeça para trás e para frente enquanto


buscava a melhor maneira de responder aquela pergunta.
- Você me disse para beber tudo.
Seus olhos caíram para o seu colo.
- Eu pensei que era isso que você queria dizer.
Lucas olhou para a cabeça inclinada e procurou uma resposta ideal para
aquele problema que era real na cabeça dela.
- Eu queria realmente falar aquilo, mas jamais iria forçar a situação
empurrando tudo dentro da sua garganta. Jesus. Estou apenas preocupado
com você e isso é tudo, estava supondo que você não tinha comido nada
durante todo o dia ou até mesmo ingerido algum liquido, apenas não queria
que você ficasse doente.
Emma não podia acreditar que tinha entendido de uma forma tão errada
toda aquela situação, tinha que definitivamente aprender ao mesmo um pouco
a ler este homem. Apesar do seu tom não admitir nenhum tipo de recusa,
evidentemente, ela poderia recusar qualquer coisa e sair ilesa de qualquer
situação. Não podia?
- Eu sinto muito, apenas entendi mal a situação, sei que ainda não nos
conhecemos, mas tenho uma pequena fobia quando alguém me dita o quanto
devo comer ou beber.
Ele a estudava enquanto falava, e ela pode notar que o olhar de raiva no
seu rosto não era de forma alguma dirigido a ela.
- O orfanato?
Ele a questionou num tom ameaçador.
Ela entendeu de imediato o que ele estava lhe perguntando.
- Sim.
Ele acenou com a cabeça numa compreensão rápida e lhe estendeu a
mão para ajuda-la a se levantar, porem assim que ela estava de pé e próxima a
ele, estendeu a sua outra mão e a colocou sobre o seu queixo, o segurando ate
que ela lhe olhasse nos olhos.
- Você está certa, ainda não nos conhecemos muito bem, mas posso lhe
garantir algo sobre mim neste momento, que nunca irei lhe forçar a comer ou
beber qualquer coisa que não queira, alias nunca irei forçá-la a fazer qualquer
coisa que não deseje, sei que sou um homem duro e que na maioria das vezes
as minhas palavras são muito rudes, mas quero que pergunte a Maria amanhã
de manhã quando você a conhecê-la, que não sou nada mais que uma pessoa
simples de se tratar.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo três.

- Ele disse o que para a senhorita?


Maria virou-se e abandonou completamente a sua tarefa de lavar a louça
do café da manhã para olhar diretamente para a Emma.
- Ele me disse que era uma pessoa muito fácil de conviver, isso é
verdade?
Quando Emma viu o olhar atordoado no rosto da outra mulher começou
a olhar sem graça ao redor da cozinha, descobrindo satisfatoriamente que na
luz do dia a sala era muito mais confortável do que poderia esperar de uma
cozinha num rancho do Colorado.
Um grande forno ficava no centro da cozinha, com o sistema de
eliminação da fumaça para o lado de fora, a bomba de água ligada diretamente
na cozinha era uma conveniência que ela não esperava encontrar, sem falar na
mesa que era grande o suficiente para acomodar de dez a doze pessoas
confortavelmente com as suas cadeiras resistentes e fortes.
A porcelana era toda em azul e branco e enfeitava os armários que
tinham portas de vidro de verdade e os talheres como pode perceber eram de
prata.
Era uma bela sala e as cortinas nas janelas junto com as ervas que
cresciam em recipientes no peitoril da janela a tornava ainda mais domestica.
Quando Lucas a acompanhou até o seu quarto na noite anterior não
teve tempo para lhe mostrar o restante da casa, apenas lhe mostrou o lugar
aonde ele dormia no caso dela precisar dele, o lugar para cuidar de suas
necessidades pessoais no meio da noite, então lhe disse uma “boa noite”
rapidamente e fugiu para o seu quarto.
Ela dormiu durante a noite toda, provavelmente por causa da exaustão e
somente hoje pela manhã pode ver o quarto plenamente que ela ficou pela
primeira vez.
Ela havia dormido numa cama de dossel resistente que tinha um
confortável colchão de penas e uma também uma colcha acolchoada colorida.
A mobília restante do quarto acompanhava os padrões do leito, eram
esculpidos a partir de uma madeira de mogno profundo e embelezados com
desenhos detalhados e intrincados. Havia uma cômoda com um espelho
pequeno e feminino e uma cadeira linda correspondente.
O quarto era tão agradável e muito diferente do que qualquer um que já
havia estado antes de ter se hospedado num hotel por alguns dias em St. Louis
e o fato de que tudo isso ser encontrado numa fazenda no meio do Colorado
dizia a ela que Lucas Butler era um homem de grande riqueza.
Numa tentativa de jogar conversa fora e conhecer melhor o dono da
casa começou a questionar a Maria sobre o tamanho do rancho, o que apenas
deixou a outra mulher ainda mais confusa e como resposta apenas recebeu
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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

que ia por toda parte, o que fez a Emma se perguntar o que


exatamente significava em toda parte.
Antes de sair do quarto tinha se lavado tão rapidamente e tão bem
quanto conseguia, porque estava ansiosa para ver o rancho, o lugar que iria
ficar muito provavelmente por uma semana ou algo assim. Como não tinha
acesso as suas coisas, teve que se conformar em dormir com a sua única saia
e vestir o mesmo vestido que usara no dia anterior.
Quando hesitante chegou à cozinha não encontrou Lucas em nenhum
lugar, mas os sinais da sua pessoa estavam por toda parte, havia vários
chapéus idênticos ao que ele usava pendurado nas estacas ao lado da porta,
uma xícara de café situada na cabeceira da mesa onde sem dúvida ele havia
tomado o seu café da manhã.
E foi assim que havia encontrado Maria e tinha timidamente se
apresentado e oferecido a sua ajuda de qualquer maneira que podia.
Maria era muito agradável com uma alma pura e olhos sábios de uma
cor marrom escuro e covinhas gêmeas nas suas duas bochechas, as quais
estavam sempre vincadas de felicidade por um motivo ou outro.
Agora, depois de uma manhã agradável de bate-papo e camaradagem
feminina, Emma estava mais do que agradavelmente surpreendida ao perceber
que havia gostado muito da mulher mais velha e que seus sentimentos
pareciam ser correspondidos.
Mas por que no mundo havia aberto a sua boca e feito àquela pergunta
sobre o Lucas, porque isso tinha escapado dela, agora tinha que mencionar
que Lucas havia preparado uma refeição para ela na noite anterior e fez de
tudo para que se sentisse à vontade na sua casa e que tinha afirmado para ela
que era uma pessoa menos rude do que aparentava.
Agora Maria estava na frente dela com a boca aberta devido ao choque
e aparentemente sem conseguir forma uma única palavra de resposta.
Emma secou a frigideira e as panelas que estavam sobre a mesa, logo
após virou a sua cadeira em direção a Maria enquanto continuavam a trabalhar
juntas e conversar ao mesmo tempo, porem as suas mãos ficaram paralisadas
enquanto tentava interpretar a expressão daquela mulher e tentou mais uma
vez explicar a sua pergunta para ela.
Eu nunca tive contato com homens na minha vida e ele me parece ser
uma pessoa exatamente igual ao que aparenta.
- E como é isso?
Perguntou Maria.
A boca de Emma formou um meio-sorriso.
- Teimoso.
Seus olhos voaram para Maria quando perguntou.
- Mal humorado, talvez?
- Sim, todas essas coisas são verdadeiras sobre Lucas.
- Para mim ele não tem nada de suave como me sugeriu.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

A boca de Maria torceu numa careta.


- Eu não sei exatamente por que ele diria uma coisa dessas a você.
Suave o Lucas? Realmente não.
Elas se estudaram por um momento e quando Emma não respondeu
nada, Maria acabou acrescentando.
- Ele é um bom homem, mas mole? Não.
Ela balançou a cabeça em negação como para confirmar a sua
informação.
- Ele não é mau, não é?
- Mau? Não, com certeza não, ele é apenas como falam por aí rude, mas
um homem que é responsável por um rancho deste tamanho e é responsável
sozinho por vários trabalhadores homens, tem que ter uma mão firme, você
não concorda?
Emma acenou com a cabeça em concordância, mas a sua mente já
estava longe dali.
Aquela descrição soava exatamente com o homem que ela havia
conhecido na noite anterior, embora não tivesse tido muito tempo para
desenvolver uma apreciação ainda quanto à possibilidade dele ser ou não uma
pessoa justa.
Certamente quando havia percebido a sua adversidade com relação a
continuar bebendo o leite ele parou de pressiona-la.
Na verdade, começou a acalmar seus medos de todas as formas
possíveis.
Ela precisava com certeza descobrir mais sobre este homem.
Emma não estava muito feliz com a mentira referente ao seu 'tornozelo
torcido’, pois evidentemente Lucas havia comentado com a Maria que a estava
tratando como uma inválida e naquele momento não queria nada mais do que
ir para fora e explorar, mas não podia devido a sua suposta ‘lesão’.
Em vez disso foi obrigada a ficar sentada numa cadeira confortável com
a perna apoiada numa almofada o dia inteiro lendo um exemplar do
‘Almanaque dos agricultores’, o qual era particularmente chato e apesar de não
saber nada sobre agricultura e particularmente não querer aprender teve que
se conformar com aquela situação, porem os seus olhos continuavam
levantando a cada linha lida sobre a janela a fim de apreciar a vista da horta, o
que era uma completa ironia ler aquele livro que segurava, contra o lugar que
ela realmente queria estar.
As cores do lado de fora eram surpreendentes e Maria orgulhosamente
se gabava que o jardim era sua responsabilidade, e quando Emma sugeriu
com entusiasmo que queria vê-lo de perto, ela havia prometido com grande
deleite que a levaria pessoalmente quando a sua perna estivesse curada,
porem a sua perna jamais iria se curar corretamente e ela estava mais que
ansiosa para ver de perto o jardim o mais rápido possível.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

À esquerda e à direita do jardim havia flores amarelas


brilhantes ao redor da casa como se fosse sentinelas de um castelo muito
amado e logo havia uma explosão de cores variadas como laranja, verde,
vermelho e mais e mais amarelo, mais além era possível a Emma ver tomates,
pepinos, quiabo, pimentão e abóbora.
Ela sempre gostou de trabalhar no jardim do orfanato o que era uma de
suas memórias favoritas e que ela acalentava desde a sua juventude.
Como nunca teve uma família e nem uma mãe para amá-la o jardim
sempre foi o seu refugio ano após ano enquanto crescia e como sempre podia
contar com ele para a sua nutrição era uma forma continuada de exercício.
Vinte minutos mais tarde enquanto Emma ainda estava sentada e
sonhando com o jardim Maria chegou e lhe disse que ficaria fora por uma hora
ou mais para levar ao seu marido o seu almoço, ainda lhe explicou que fazia
isso todos os dias e logo após voltaria para preparar o almoço do Lucas.
Assim que a porta se fechou atrás Maria a Emma não perdeu tempo,
levantou-se e caminhou o mais rápido que pôde pela porta dos fundos
diretamente para jardim. Primeiramente olhou ao redor e quando não viu
ninguém apenas a Maria que estava caminhando na direção oposta com a
casa entre elas, Emma se sentiu segura andando para cima e para baixo nas
linhas bem cuidadas de vegetais.
Ela analisou os rabanetes, nabos, batatas e cenouras, depois pegou um
pequeno tomate cereja e colocou-o na boca.
A sensação do gosto do tomate junto com a luz solar bateu na sua boca
tão forte que fechou os olhos e o gosto de estar num jardim de verdade pela
primeira vez foi arrebatadora.
Ela começou a tirar algumas ervas daninha jogando-as longe, ajoelhou-
se e sentiu que o solo estava bem irrigado e só após terminar aquela tarefa é
que lentamente ficou de pé novamente.
Os produtos estavam a maior parte no ponto de colheita e que
precisavam ser pegos rapidamente ou começariam a estragar.
Certamente Maria teria muito trabalho a fazer e precisaria de ajuda com
a tarefa.
Emma estava determinada a lhe fazer a oferta se pudesse ficar aqui por
algum tempo e mesmo que não ficasse, adoraria ser capaz de passar algumas
horas maravilhosas escolhendo os frutos e preparando os legumes para a
venda.
Ela não conseguiu se conter e reuniu cinco grandes tomates e os levou
para perto do seu peito quando começou a refazer o seu caminho com cuidado
de volta para a casa.
Ela virou muito rápida e teve que rapidamente sufocar um grito, pois
uma dor imensa atravessou a sua perna direita o que a fez cair no chão junto
com os legumes que havia colhido anteriormente. Cerrando os dentes diante

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

da dor latejante que surgia desde a planta do seu pé,


repreendeu-se em silêncio por não ser mais cuidadosa.
Após um instante sentou-se na terra úmida e começou a esfregar o seu
pé tentando aliviar a dor, mais uma vez olhou a sua volta e revirou os olhos
para o seu próprio descuido, pois agora o seu único vestido estava coberto de
terra úmida.
Lentamente se levantou e começou a pegar uma abóbora preciosa que
estava na sua frente, não havia nenhuma chance de deixar aquele legume
apodrecer depois do que tinha acabado de passar, sendo mais cuidado desta
vez começou a caminhar de volta para a casa, como o seu pé ainda estava
dolorido, percebeu com um pouco de humor negro que não estava bem e que
além de tudo agora era obrigada a mancar ainda mais, não só por causa da
sua perna direita defeituosa, mas o seu pé direito também estava machucado.
Ela apenas tinha deixado uma parte do jardim para trás quando viu
Lucas dar passos largos na sua direção, quando chegou bem próximo apenas
parou na sua frente e não disse uma só palavra.
Emma ficou na frente dele tentando esconder a abóbora e naquele
momento se sentiu exatamente como uma criança pequena pega fazendo
travessuras, ele se elevava muito acima dela o que apenas aumentava o seu
nervosismo, mordendo o seu lábio inferior acabou segurando- entre os dentes
enquanto o estudava.
Seus olhos caíram para a sua boca e ficaram lá por um bom tempo
enquanto o seu pulso acelerava, ela foi obrigada a correr a língua para lamber
os seus lábios repentinamente secos ate que os olhos dele lentamente
voltaram para os seus olhos.
- O que você está fazendo aqui fora?
Sua voz soava enganosamente suave.
- Pegando alguns legumes?
Ela respondeu.
- Você está me perguntando ou me respondendo? Parece que não tem
muito certeza do que fala.
Sua voz tornou-se mais forte.
- Sim, eu estava escolhendo alguns legumes.
- E quem disse que você poderia fazer isso?
Uma carranca escura cobriu o seu rosto.
- Ninguém me falou que eu não podia fazer.
Ela respondeu suavemente.
- Eu lhe disse para ficar repousando por causa do seu tornozelo, não
foi?
Seu tom mudou para uma censura.
- Hum, acredito que sim.
- Você está repousando neste momento?
Ele zombou dela.

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LyndA chAnce
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- Não, agora não estou.


Houve um silêncio entre eles.
Ela arrastou os pés de uma forma que aliviasse um pouco a sua dor,
mas Lucas ao perceber a sua dificuldade de se movimentar começou a
amaldiçoar em voz baixa.
Num movimento suave a colocou em seus braços e a levou até a
cozinha, sentando-a numa cadeira da mesa da cozinha sem nenhum esforço.
Ela fugiu para trás até que a sua espinha atingiu a traseira da cadeira.
Ele apenas agarrou os legumes dela e os jogou sobre a mesa, precisava
que ela entendesse de uma vez por todas como era uma vida na fazenda,
então se inclinou, colocando as suas mãos sobre os braços da cadeira e olhou
para aquele rosto virado para cima.
- Você não sabe como se comportar muito bem, não é?
- Como?
- Sim, é isso mesmo, você deveria fazer apenas o que eu mando.
- Eu obedecer a você?
- Sim, claro! Dou uma ordem e você obedece.
- Eu não sou uma criança.
Ele abaixou aquele olhar implacável dos seus olhos e brevemente os
manteve sobre os seus lábios, ficaram pousados lá por três longas batidas do
seu coração, antes de baixar ainda mais e pousar sobre os seus seios.
- Não, com certeza você não é uma criança.
Sua veia pulsava profunda e lenta.
Emma sentiu um formigamento que se iniciou nos seios diante daquele
olhar aquecido e deslizou lentamente através do seu corpo, terminando com
algo fluindo vergonhosamente entre as suas coxas. Respirando fundo ela
percebeu que ele a estava olhando com intenções carnais e o seu corpo estava
respondendo a ele.
Teria qualquer homem olhado para ela antes daquela maneira?
Absolutamente nenhum que conseguia se lembrar.
As poucas vezes que conseguiu prender a atenção de um homem foi por
pouco tempo, pois assim que ele percebia a sua perna manca o seu olhar
mudava rapidamente. Mudava para pena e sempre se arrependia de ter a
olhado como uma mulher normal.
Mas ali estava um homem e meu Deus, que homem, olhando-a de tal
forma que a fez se sentir como uma mulher completa e sem mencionar nas
sensações que nunca tinha experimentado antes.
Oh, mas ela sabia que isso não iria durar muito, é claro, isso jamais seria
possível, mas por enquanto, apenas por este curto período de tempo, Lucas
Butler não estava olhando para ela como se não fosse inteira e não sendo boa
o suficiente, e isso em si já era uma sensação inebriante, a sua intuição
feminina, a qual tinha acabado de descobrir, estava lhe dizendo que enquanto

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

ele pensasse que a sua lesão era temporária, ele iria continuar
a olhá-la desta forma.
Era uma ideia muito tentadora manter essa mentira por um tempo,
mesmo sabendo que isso era errado, mas naquele momento havia um diabinho
vermelho na sua cabeça estava sussurrando que ela jamais teria uma chance
como esta novamente, à chance de um homem vê-la apenas como uma mulher
e não como uma quebrada.
Seu estômago se encheu de borboletas enquanto pensava sobre todas
as possibilidades, afinal não sabia quanto tempo ficaria no seu rancho, na
melhor das hipóteses mais alguns dias apenas, mas a possibilidade que
durante este período ela pudesse experimentar uma coisa que todas as
mulheres esperavam que um dia acontecesse na sua vida era muito tentadora.
O beijo de um homem.
Ela tinha vinte e dois anos e nunca em sua vida esteve tão perto de um
homem, o seu coração batia forte em seus ouvidos apenas por olhar para
aquele homem bonito que pairava sobre ela agora.
A plena luz do dia que se derramava pelas janelas só confirmava o que
ela tinha pensado na noite passada. Ele era incrivelmente bonito.
Só havia um problema nesta definição, se ela estava olhando para ele
apenas como uma experiência e não com algum subterfúgio envolvido, então
porque a sua consciência e o seu coração batia tão alto?
Admitindo que houvesse algo mais, assim que a ideia dele beijá-la
surgiu, ela não deixou escapar, ao contrario os seus olhos se desviaram para
os lábios dele e ela se perguntou qual seria a sensação ao pressiona-los aos
dela. Eles pareciam tão firmes e masculinos, aqueles músculos que apertavam
a sua mandíbula tão forte que acabava os transformando em linhas cortadas
em mármore. No entanto, eles eram tão cheios e parecia incrivelmente macios.
Isso tudo era tão ridículo e ela acabou se repreendendo em
pensamento. Como eles poderiam ser suaves?
Seus olhos caíram para os ombros largos acima daquele peito
esculpido. Não, não havia nada de suave nele.
Emma ficou chocada com a direção dos seus pensamentos quando uma
mão áspera levantou o seu queixo e trouxe um olhar quente sobre os dela.
- Eu sei que você não é uma criança e isso é apenas a metade do
problema.
Ela tentou regular a respiração que entrava e saia dos seus pulmões
depois perguntou.
- Por que isso é um problema?
Ele não respondeu a essa pergunta e voltou ao seu ponto original.
- Você tem que fazer o que eu digo Emma, aqui é um rancho no
Ocidente e não uma sala de estar no Oriente, você não está acostumada com
isso aqui e não tem ideia do que poderia acontecer com você aqui.
Seu polegar esfregou tentadoramente a sua bochecha.

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- E você está ferida, precisa ficar aqui dentro de casa


e dar um tempo para poder se curar adequadamente.
Emma ficou paralisada devido ao seu aperto no seu queixo, aquela
carícia de seus dedos, mas ao mesmo tempo sabia que esse era o momento, o
tempo de lhe dizer a verdade e a sua consciência estava gritando com ela para
dizer a ele.
Diga-lhe já!
Se lhe confessasse tudo poderia passar todos aqueles dias na horta, no
exterior, na luz do sol e talvez ir a pé ate o celeiro e ver os animais da fazenda.
Mas aquele diabinho pequeno na sua cabeça estava encantado com
aquele toque e se ela apenas balançasse a cabeça concordando, ele iria
continuar a olhá-la daquela forma, poderia tocá-la novamente e quem sabe
poderia até mesmo beijá-la.
E ela queria desesperadamente ser beijada antes de morrer.
Ela tentou ser evasiva.
- Eu gosto do jardim e pelo pouco que vi a sua fazenda é tão linda.
Suas palavras foram ditas com o coração e a verdade tocou nele
profundamente. Seus olhos vincaram de prazer e depois lentamente toda a sua
mão abrangeu a sua bochecha.
- Estou feliz que você tenha gostado, mas isso não muda as coisas,
você não pode ficar em pé e isso não vai demorar muito, uma semana no
máximo.
- Mas irei embora em uma semana.
Seu rosto ficou tenso e os seus braços ficou rígidos.
- Talvez não.
Ela não quis continuar por este doloroso caminho, então apenas acenou
com a cabeça em concordância.
- Vou tentar o meu melhor para ficar o maior tempo possível fora dos
meus pés.
- Você vai fazer bem mais do que tentar Emma.
Ela mordeu o lábio com o tom da sua voz e se perguntou se isso era um
caso parecido com o da noite anterior, onde ele emitia uma ordem que não
tinha que ser absolutamente obedecida. Será que ele esperava que ela fizesse
apenas o que ele ordenava?
Ela não conseguia chegar a uma conclusão, ele soava como se
quisesse dizer isso e a autoridade estava muito clara na sua voz.
- Sim senhor.
Ele soltou um grunhido baixo vindo do fundo da sua garganta.
- Eu já lhe disse para não me chamar assim.
Suas mãos se moveram rapidamente para os seus ombros a agarrando
bruscamente e ela pode notar como a sua pele ficou esticada sobre as maçãs
do rosto e suas narinas se dilataram.

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Com essa visão a Emma começou a fazer de tudo o que


era possível para não desmaiar na cadeira.
O rosto dele parecia cortado em linhas de granito, sua figura toda
vestida de preto era enorme e movia-se rapidamente na sua direção como se
quisesse ocupar o mesmo espaço.
As suas mãos lhe agarraram num aperto mortal que transmitia ao
mesmo tempo posse, como se tivesse todo o direito de tocá-la dessa forma, os
músculos de seu pescoço eram visíveis e pulsantes o que só demonstrava as
veias e tendões que eram a imagem da sua própria força. Sua cabeça estava
inclinada para a dela e de repente a sua proximidade acabou fazendo todos os
seus nervos gritar dentro dela.
Ela se afastou um pouco e disse a primeira coisa que conseguiu pensar
para desviar a atenção dele, porque pensar em ser beijada e o fato acabar
acontecendo eram coisas completamente diferentes.
- Você acha que o xerife vai atrás dos homens que roubaram a
diligencia?
Ele pareceu congelar com aquela pergunta, só após um momento é que
a mandíbula dele voltou a se apertar e ele acabou se levantando e andando
para longe da cadeira, ela voltou a se sentar, enquanto ele permanecia em pé
lhe mostrando toda a sua estatura.
- Sim, na primeira luz desta manhã, ele e os seus homens saíram e
tenho plena confiança que irão pegá-los.
- Quanto... Quanto será que ele sabe sobre mim? Quero dizer... Que eu
estava na diligencia e agora estou aqui com você?
- Ele já sabe disso.
- Como?
- Eu mandei um dos meus homens para a cidade com uma mensagem e
neste momento ele sabe que você está aqui comigo, que está ilesa, quer dizer,
exceto pela entorse.
Ele virou-se na direção dela e olhou totalmente para ela, e quando falou
a sua voz estava gelada novamente.
- Ele sabe que você está sob minha proteção.
Emma engoliu com dificuldade e o sangue começou a bater forte nas
suas veias. Um calor ruborizou o seu rosto e as suas palavras enviaram um
tremor de medo e excitação por sua espinha.
Sob a sua proteção.
Parecia tão inocente este pensamento, mas ela não acreditou que o seu
significado pudesse ser inócuo em tudo, pois havia algo no seu tom que ela
nunca tinha ouvido alguém usar antes.
- Quanto tempo terei que ficar aqui?
- Eu não sei ao certo, ainda não posso lhe responder a isso com certeza,
mas Cody estará de volta hoje à noite e irei ter uma ideia melhor do que está
acontecendo lá fora.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- E as minhas coisas? Eu nem tenho comigo nenhuma


troca de roupa.
Ela abaixou os olhos e confessou.
- E acho que o meu vestido precisa ser lavado, pois consegui suja-lo
quando fui à horta.
- Isso não teria acontecido se você tivesse ficado dentro de casa.
- Sim.
Ela concordou suavemente.
- Eu vou pedir para a Maria encontrar algo para você vestir enquanto ela
lava o seu vestido.
- Eu não quero causar nenhum problema e posso lavar muito bem as
minhas próprias roupas.
- Acho que você deveria ter pensado nisso antes de sair por todo o
campo.
Sua voz voltou a ser dura e sarcástica.
- Em todo o campo? Fui apenas ao quintal.
Seu tom de voz era firme com um toque de irritação.
O olhar que ele lhe deu indicou que não estava satisfeito com o seu
argumento. - Mas você poderia ter caído de bunda no chão e voltar toda suja
para a minha cozinha, se não a tivesse encontrado a tempo, não era assim que
estaria agora?
- O que você quer de mim? Já pedi desculpas mais de uma vez, já disse
que sinto muito e que irei tentar ter mais cuidado.
Suas palavras estavam tremulas.
- Eu não quero que você tente fazer melhor Emma, quero que você faça
o seu melhor e que fique parada o tempo todo, pois este é um lugar ainda
muito bruto, já pensou se houvesse uma cobra no seu caminho? Ou um índio?
- Um índio?
Sua voz tremia ainda mais.
Ele estava mentindo sobre isso é claro, uma ameaça de índios no seu
rancho era quase impossível, mas estava tentando assustá-la um pouco,
colocar um pouco de medo nela ate que se curasse corretamente não haveria
lugar para ela fora da sua casa.
- Poderia acontecer.
Respondeu ele tão casualmente como podia.
Lucas e Emma ouviram ao mesmo tempo o estrondo de uma caixa
sendo colocada com força em cima do balcão, ao se virarem viram Maria com
as mãos nos quadris e uma carranca no seu rosto olhando para Lucas como se
ele fosse um intruso, mas a sua voz estava bem irritada quando falou.
- Que tipo de absurdo é este que você está falando?
Lucas balançou a cabeça apenas uma vez para a Maria e Emma pode
perceber que tudo o que a outra mulher queria falar não seria dito na sua

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

frente, ate mesmo porque Lucas estava com aquele olhar e isso
foi o suficiente para silenciar a mulher mais velha.
Colocando o chapéu na cabeça, mas sem dirigir um único olhar na
direção de Emma, olhou para Maria e disse.
- Ela estava no jardim quando caiu e agora precisa de algo para usar
enquanto você lava as suas roupas.
Ele não esperou por uma resposta, apenas saiu batendo a porta dos
fundos sem esperar pelo seu almoço.
Maria olhou para ela e perguntou.
- Por que ele estava tão irritado?
Emma limpou a garganta e disse baixinho.
- Evidentemente eu não obedeci as suas ordens para ficar dentro de
casa e ele está bravo com isso.
- Ahh.
Maria revirou os olhos e a respondeu evasivamente.
Emma mudou de assunto tão graciosamente quanto podia.
- Posso te ajudar com o almoço?
Maria sorriu e respondeu com uma risada quando viu o que estava sobre
a mesa.
- Eu acho que vou ter que usar abobora no nosso menu muito em breve,
certo?
Uma hora mais tarde Emma estava cheia da sopa de tomate cremoso
que ela tinha comido no almoço, também havia tomado um banho e agora
estava usando um dos vestidos de Maria, embora a cobrisse decentemente,
ficava escorregando a todo o momento uma das mangas, enquanto estava
sentada descascando e cortando a abóbora para o jantar.
Ela ouvia enquanto Maria conversava alegremente.
- E a nossa filha tem agora três bebês e mora em outra cidade.
- Onde ela mora?
Perguntou Emma.
- Ela vive em Denver com o seu marido e os pais dele.
- Isso deve agradar muito a você, eles estarem no mesmo estado e não
em outro país.
- Sim, é verdade, mas tenho que lhe confessar que sinto um pouco de
inveja da outra avó, pois ela tem a oportunidade de ver os bebês todos os dias
enquanto eu só consigo vê-los uma vez por ano ou ate menos que isso.
- Deve ser maravilhoso ter uma família tão grande e feliz e você parece
muito orgulhosa deles.
Emma conversava com ela enquanto mergulhava a abóbora numa
caçarola com cebola, manteiga e farinha de rosca, e sonhava com uma família
grande.
- Sim me sinto muito orgulhosa e dou graças as minhas bênçãos todos
os dias.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Eu nunca tive qualquer tipo de família.


Emma não tinha a intenção de transmitir a sua melancolia, mas com
toda a aquela conversa sobre a família isso acabou escapando.
- Nenhuma? Nenhuma família?
Maria parecia surpresa e chateada ao mesmo tempo.
- Nenhuma. Fui criada num orfanato por toda a minha vida em St. Louis
e nunca soube quem eram os meus pais.
- Isso é tão triste Emma.
A mulher mais velha parou o que estava fazendo completamente e ficou
observando Emma com uma expressão indecifrável no rosto.
- O passado é passado e não era tão ruim assim na verdade. Fui criada
com uma garota maravilhosa a Evelyn Turner, e ainda somos amigas até hoje.
Emma tentou soar o mais otimista possível e depois olhou para cima
com um sorriso para a outra mulher a fim de deixa-la à vontade mais uma vez.
Maria inclinou-se sobre o assado com uma colher grande.
- O que você fez quando deixou o orfanato?
- Eu tinha que ficar lá até que completasse dezoito anos, a menos que
fugisse o que não fiz logo após a maior idade eles me ajudaram a garantir uma
posição de dama de companhia para uma viúva na cidade, eu lia e a levava à
igreja aos domingos, ajudava com o trabalho doméstico, além de gerenciar a
sua família e fazer outras coisas desse tipo, ate que ela morreu.
A voz de Emma reduziu-se a um sussurro enquanto pensava sobre a
velha que havia se tornado uma grande amiga para ela.
- Bem e quando no mundo você encontrou tempo para o seu
casamento?
A questão deixou Emma pálida e quando olhou para baixo a fim de se
reagrupar, Maria deve ter pensado que a tinha deixado abalada porque a outra
mulher continuou.
- Talvez seja algo que você não deseja falar?
Emma acenou com a cabeça em concordância.
Maria se animou e continuou.
- E agora você está numa aventura indo para o oeste, mas é uma
grande vergonha o que aconteceu ontem.
- Sim.
Emma se pôs em pé e começou a levar a caçarola para o fogão. Seu
caminhar era mais desajeitado do que o habitual, agora acreditava que
verdadeiramente havia ferido a parte inferior do seu pé.
- Você vai se machucar ainda mais se continuar colocando o seu peso
neste tornozelo e o Lucas vai arrancar a sua cabeça para ele.
Emma concordou e logo se encontrou abrigada na mesma cadeira
tentando ler o mesmo livro que havia lido no início do dia.

43
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela deve ter caído no sono, porque quando acordou


ouviu um som agudo e empurra-se na cadeira olhou para cima e encontrou o
Lucas observando-a em silêncio a alguns metros de distância.
Ela o olhou com cautela enquanto levantava a mão para alisar para trás
o cabelo que tinha caído sobre o rosto.
Seus olhos caíram e de repente ela ficou totalmente desperta quando ao
olhar para baixo encontrou o decote de seu vestido caído completamente do
seu ombro. Ela o puxou rapidamente enquanto aparecia um rubor forte em seu
rosto.
Lucas sentiu-se enrijecer quando o sangue correu para seu pau e se
transformou numa ereção completa, assobiou uma maldição quando
endureceu contra a sua vontade a partir da visão de um ombro macio e branco
e da curva superior do seu seio, apesar da mama não estar completamente
nua, provavelmente estava coberto por uma saia branca ou ate mesmo duas,
mas isso não parecia importar para o seu corpo indisciplinado.
Cerrando os dentes tentou recuperar o controle.
- A ceia já está pronta, irei ajudá-la a chegar à mesa.
- Não, obrigada, eu posso controlar-.
- Você tem que contradizer cada maldita coisa que lhe digo?
Emma sentiu seus olhos se arregalarem quando o seu temperamento
parecia decolar como um tiro sem motivo aparentemente.
- Não, eu não quis perturbá-lo de forma alguma.
Ele se moveu para a sua direção e estendeu a mão.
- Vamos então.
Emma colocou a mão na sua e ele a levantou.
- Obrigado, mas eu posso-.
Suas palavras chegaram foram interrompidas, pois mais uma vez ela se
encontrou sendo levada nos seus braços até a cozinha. Ele girou o braço em
volta de seu pescoço e logo ela se viu arremessada numa cadeira à mesa.
O viu quando ele colocou o assado no meio da mesa e o seu cozido,
mas Maria estava longe de ser encontrada.
Ela não fez nenhuma pergunta enquanto ele se postava ao seu lado e
começou a servir uma grande porção de comida no seu prato.
A comida que ele estava colocando era demais e fez com que Emma
erguesse os olhos para ele, apesar de não querer que ele pensasse que estava
discutindo sobre cada pequena coisa, ela havia sido ensinada a vida inteira a
não desperdiçar comida.
Quando seus olhos se encontraram com os dele falou com uma voz
suave.
- Lucas.
Seus olhos fitaram os dela.
- Tudo bem?
- Sim.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele colocou mais comida no seu prato antes de servir o


seu próprio prato e se sentar ao seu lado.
Emma esperou até que ele pegasse o garfo e começasse a comer,
dando algumas mordidas cuidadosas ficou satisfeita com o seu prato, bem
como assado de Maria que estava se mostrando muito delicioso.
Lucas a estudou enquanto comia, a forma de sua governanta era muito
normal para uma avó de sua idade, mas ao mesmo tempo muito maior do que
a da Emma, o que fez com que aquele vestido a engolisse completamente, ele
também notou que ela comia com uma mão enquanto segurava o vestido na
sua garganta com a outra.
- Esse vestido é muito grande para você.
Afirmou o óbvio com uma voz áspera.
- Suas roupas devem estar aqui amanhã de manhã.
Seus olhos se levantaram do seu prato.
- Obrigada.
Seu olhar fitou com intensidade o dela, o que a fez perceber o momento
exato que o seu rosto ficou da cor de fogo brilhante, o que a fez baixar os olhos
daquele olhar intenso e aquecido.
- Há quanto tempo o seu marido morreu?
Sua voz era áspera quando lhe perguntou.
Ela espiou através de seus cílios e viu que ele a estava estudando com
um olhar profundamente observador.
Ela não queria contar mais mentiras, mas estava tão profundamente
mergulhada nisso tudo que não sabia mais como sair dele.
- Há um tempo.
- Você não gosta de falar sobre isso?
Seus olhos eram duros, escuro e insondável.
- Não é isso, é apenas-.
- Ele significava algo para você?
As nuvens de tempestade haviam se reunido em seu rosto.
Seus olhos voaram para os dele.
- De que maneira?
- Ele era duro com você? Obtinha o seu prazer e deixava você
querendo?
- Querendo o quê?
Ela perguntou num sussurro.
- Você não sabe do que estou falando?
Ele a olhou incrédulo.
- Você não sabe o que isso significa?
- Como você pode me fazer essas perguntas? Nós nem sequer nos
conhecemos.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Emma não estava nada confortável com este tipo de


conversa, apesar de não se sentir nada confortável desde que o conheceu,
esta conversa estava deixando a situação pior.
- Nós não estamos jantando num hotel de luxo qualquer do leste
querida, é apenas você e eu sozinhos na minha casa, no meio do meu reino.
Sua voz era aguda e frisou muito bem a palavra ‘sozinhos’.
- Seu reino?
Ela perguntou um pouco confusa.
- Você vê qualquer outro governante por aqui?
- Não.
Ela respondeu simplesmente.
- Talvez você ainda não tenha percebido, mas sou eu que dito todas as
regras por aqui, sou o único chefe das pessoas que aqui trabalham para mim e
a minha palavra é sempre lei dentro dos meus domínios.
- Mas eu não trabalho para você.
- Não, você não trabalha, mas no momento é uma convidada na minha
fazenda e enquanto estiver aqui acho que pretende ficar de bem comigo.
A ameaça da fala mansa bateu em Emma exatamente onde ele apontou.
- Eu não estou tentando ser de forma alguma uma pessoa desagradável.
Disse ela em voz baixa.
- Então, quero que entenda que estamos apenas conversando para que
possamos conhecer um ao outro um pouco mais, apesar de não termos o
mesmo tipo de formalidade aqui que você está acostumado, mas estou
bastante curioso sobre você e isso é tudo. Você me parece um tipo muito
inocente e acredito já ter mencionado isso anteriormente, uma inocência muito
pura o que não combina muito com uma mulher casada e tudo o mais, no
momento você não me parece nem estar ciente do que sente ou do que gosta
com relação a este assunto.
- Você não deveria estar dizendo essas coisas para mim.
Emma tentou falar com o tom mais agradável que conseguiu reunir em
sua tentativa de não ser desagradável.
- Só você e eu menina Emma, e já lhe disse isso, aqui é a minha casa, a
minha mesa de jantar e tenha certeza de que falarei com você da maneira que
achar melhor.
Emma ficou em silêncio enquanto tentava segurar os seus olhos com os
deles, mas não conseguiu, perdendo completamente o apetite baixou a sua
cabeça e ficou apenas olhando para as suas mãos dobradas no colo.
Um som alto e grande quebrou o silêncio quando ele empurrou a sua
cadeira para trás deslizando pelo chão de madeira, porem Emma não olhou
para cima quando ele se postou ao lado da sua cadeira.
- Terminou?
Ela assentiu com a cabeça.
- Você sabe o que vem em seguida?

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Suas palavras soaram ameaçadoras e seus olhos


voaram para os seus quando ela perdeu toda a sua cor.
Ele balançou a cabeça ao ver a expressão em seu rosto.
- Vou levá-la para o seu quarto.
- Eu posso andar sozinha, você não tem que me levar.
A voz dela estava trêmula devido a sua confusão.
- Não tenho que fazer nada, mas talvez eu queira.
Sua voz era inteiramente sedutora e a sua expressão tinha um senso de
propósito.
Sua mão se estendeu e a levantou. Emma se encontrou muito perto
daquele corpo grande e do sexo masculino. As suas botas com certeza
adicionavam um par extra de centímetros à sua altura já enorme e foi difícil
superar o fato que os seus olhos ficavam apenas no nível do seu peito.
Sua outra mão estendeu e ela sentiu um dedo áspero e calejado de
tanto trabalho lentamente deslizar sobre seu ombro e na parte superior do seu
peito inchado apenas para levantar a gola do vestido a fim de cobri-la.
Emma engasgou com a sensação, estava rendida a ele e
completamente indefesa, mal conseguia se sustentar nos seus próprios pés
naquele momento.
Ela ouviu o som alto da sua respiração que entrava e saia
freneticamente dos seus pulmões, quando o seu dedo áspero moveu para o
seu queixo e o levantou a fim de que os olhos se encontrassem com o fogo que
ardia nos seus olhos.
- Você é linda.
Sua voz era rouca e aquelas palavras foram ditas de uma forma dura
apenas um sussurro alto.
Um prazer a encheu completamente, era a primeira vez que ela
conseguia se lembrar de receber um elogio sobre a sua aparência e aquele
som grave da sua voz causava vários arrepios na sua espinha e ela não
conseguia encontrar a própria voz para agradecer-lhe tal gesto.
Ele continuou em voz baixa a bajulando.
- O seu marido lhe falava como você é bonita? Ele lhe falava isso
quando você estava nua nos seus braços?
Emma balançou com aquelas palavras e ficou totalmente em choque
quando elas se infiltraram no seu sistema, a única coisa que conseguiu fazer
foi colocar a sua mão contra o estômago dele em busca de equilíbrio. Aço na
forma de músculos cobriu os seus dedos enquanto inconscientemente ela
espalhou os seus dedos e começou a lhe tocar tanto quanto poderia alcançar
com a sua pequena mão.
Um calor intenso se espalhou através dela e pela primeira vez sentiu um
formigamento muito estranho entre as suas coxas, o que era agradável e um
pouco incômodo ao mesmo tempo.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Seus olhos eram de um castanho chocolate escuro


quando se via bem de perto e ela apenas podia sentir as suas pálpebras
deslizarem para baixo sobre os seus olhos enquanto vários sentimentos e
sensações surgiam dentro dela.
O seu dedo saiu do seu queixo e voltou para o seu ombro, onde ele
lentamente puxou o vestido para baixo até que descobriu sua carne branca
para seu deleite. O tecido caiu abaixo do seu seio enquanto ele passava
suavemente a ponta do seu dedo na sua pele acompanhando o movimento do
tecido.
Emma suspirou quando sentiu que a ponta do seu mamilo se levantava
e endurecia contra o material branco fino de sua camisa intima ao mesmo
tempo em que ficou fascinada e congelada quando sua respiração saiu alta ao
olhar para o seu ombro nu e sua quase nua mama.
- Se eu tivesse você nua em meus braços ou se você pertencesse a
mim, eu diria o quão bonita você é o tempo todo, o quão doce é o cheiro do seu
corpo, o quão macia é a sua pele e o quanto eu desejo você.
Sentia ele cada vez mais dentro da sua cabeça, como se dependesse
unicamente dele para respirar e viver e isso fez com que uma lágrima
escorresse dos seus olhos enquanto ouvia aquelas palavras encantadoras.
Ele limpou as suas lagrimas apenas com um toque do seu dedo.
- Por que as lágrimas?
Ela balançou a cabeça lentamente porque não conseguia formar uma
resposta coerente.
Ninguém jamais lhe disse coisas tão doces para ela, ninguém jamais
quisera abraçá-la e isso por si só era uma sensação incrível e muito perigosa.
Lucas sentiu o efeito dela na sua cabeça que era igual a um bom vinho
com o estômago vazio. Ela era pequena, delicada e muito bonita, tinha uma
pele de porcelana e provavelmente pertencia a qualquer lugar civilizado no
mundo e não ao seu rancho no meio do Colorado, ela precisava estar numa
cidade em algum lugar onde as pessoas pudessem cuidar bem dela.
Mas apenas aquele pensamento lhe deixava triste, ainda não tinha
certeza se a deixaria passar por aquela porta e sabia que jamais conseguiria
abri-la para ela partir, o grande problema era que internamente sabia que já era
tarde demais para os dois.
Preparando-se contra o seu calor, ele se inclinou e gentilmente levantou-
a nos braços para poder leva-la para o quarto que tinha usado na noite
anterior. Ele adentrou o ambiente e continuou o seu caminho até a cama, onde
cuidadosamente a depositou, dando um passo para trás viu a sua agitação
para se cobrir, e ficou apenas observando enquanto Emma assim que pousou
na cama num emaranhado de braços e pernas, movia-se rapidamente para
encobrir aquele ombro sedoso dele e de repente, estar no mesmo quarto que
ela, lhe parecia ainda mais perigoso do que na noite anterior.
Ela o observava igual a um rato enquanto um gato estava lhe rondando.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele deu-lhe um olhar penetrante e afastou-se na


direção da porta, parou quando chegou ao limiar por um momento antes de
falar.
- Isso não vai lhe ajudar e você sabe disso, não adianta tentar se
encobrir, pois já a vi Emma.
Os olhos fitaram os dela sem falar mais nada pela contagem de três
batimentos cardíacos ate concluir.
- Eu a quero.
Ele se virou fechando a porta com um estalido seco e deixando-a
sozinha.
Emma soltou o ar que estava segurando nos seus pulmões com uma
grande lufada e caiu de costas na cama ao mesmo tempo em que colocava as
mãos sobre o seu rosto.
No que ela tinha se metido? O que no mundo ela deveria fazer agora?
Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus.
Era tudo o que ela poderia esperar na vida de um fazendeiro, ele era
alto, moreno, com um rosto de anjo caído e o corpo de um pecador.
E todo aquele homem afirmou tão corajosamente que a queria.
O que no mundo ela iria fazer?
Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus.

cApítuLo quAtro

No dia seguinte...
Lucas desmontou perto do curral e entregou as rédeas do cavalo
semisselvagem para o Jesse que estava esperando por eles, enquanto seguia
o seu caminho escutava o som que as suas esporas fazia contra a terra ao se
dirigir para o pátio e logo em seguida para a sua casa.
Ele tinha visto o xerife no extremo norte de sua propriedade andando em
direção a sua casa há meia hora, mas como estava no lado sul da fazenda fez
o percurso de volta o mais rápido possível, mas isso não impedia que vários
resmungos de impaciência e frustração com a sua demora saísse de sua boca
enquanto percorria o caminho.
Havia poucas razões para que o maldito do Reed Elgin abrisse mão do
seu tempo para vir até aqui e para ele só haveria uma razão para isso.
O outro homem estava curioso sobre Emma.
Lucas cerrou os dentes diante aquela conclusão.
Ele sabia através da conversa que havia tido com o Cody que a sua
mensagem foi retransmitida para o homem da lei, ele mencionava que havia
um único sobrevivente daquela chacina, que era do sexo feminino e que ela

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

estava a salvo agora na sua casa. Sabia muito bem que o


xerife deveria ser o último homem do mundo a ter tempo sobrando para
preocupar-se com o bem estar de uma mulher solitária, quando havia tanto
trabalho que precisava ser feito o mais urgente possível.
Lucas arrancou as suas luvas de couro das mãos e enfiou-as no bolso
de trás de sua Levi’s enquanto apressava ainda mais o seu passo.
Sua testa estava enrugada de aborrecimento e foi quando percebeu que
a raiva que estava em ponto de ebulição dentro de si não tinha nenhuma razão
justificável. Mesmo assim ao chegar a sua casa, abriu a porta de maneira rude
e entrou com cara de poucos amigos.
Emma olhou para cima de onde estava sentada na mesa da cozinha
quando ouviu o estrondo da porta reverberando pela sala como um tiro.
Seus sentidos estavam todos atolados em confusão. O xerife Elgin tinha
chegado há meia hora e desde então não tinha feito nada além de tentar levá-
la de volta para a cidade com ele.
Quando saiu do quarto naquela manhã ficou aliviada por Lucas já estar
fora da casa, assim que encontrou Maria trabalhando na cozinha, ela lhe disse
que a sua bagagem havia chegado ontem tarde da noite.
Emma não tinha certeza se deveria realmente desembalar as suas
coisas, mas Maria a ajudou levar a bagagem para o seu quarto e acabou lhe
convencendo a desempacotar e arrumar as suas coisas para que aqueles
vincos da viagem saíssem, sendo assim elas haviam passado uma manhã
muito agradável juntas, enquanto faziam aquela tarefa.
Agora, estava sentada tão dura como uma tábua, enquanto o xerife
estava sentado numa cadeira na sua frente, segurando a sua mão num aperto
intimo, tentando fazê-la mudar de ideia, enquanto Maria pairava sobre eles
cacarejando como uma galinha tentando proteger seu filhote.
Os olhos de Emma desembarcaram em Lucas quando ele bateu a porta.
Ele ficou parado por um momento, enquanto observava aquela cena, os olhos
de Emma se arregalaram e a sua respiração falhou quando percebeu que ele
parecia crescer em estatura bem diante de seus olhos, naquele momento os
seus ombros se esticaram e se tornaram mais quadrados, as suas mãos
estavam fechadas em punhos nos seus lados e uma expressão negra e
ameaçadora surgia no seu rosto.
Um zumbido alto começou nos seus ouvidos, enquanto continuava a
observá-lo com seu corpo ainda imobilizado pelo choque e quando uma
estranha sensação de culpa tomou conta dela, tentou sem sucesso puxar a
mão do aperto do xerife.
Sentia-se num momento de desamparo, como se fosse um osso sendo
puxado entre dois cães. Lucas afastou-se da entrada e de uma forma que
falava com descontração que ela sabia que era muito enganosa, deu três
passos para dentro, até que parou no meio da sala e numa voz baixa, mas
mortal, disse apenas uma palavra para o xerife.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Solte-a.
- Lucas.
O xerife reconheceu a presença do outro homem, porém não a soltou.
- Solte-a.
Lucas reiterou a sua ordem com um silvo ameaçador que prometia
retaliação se não fosse imediatamente obedecido.
O outro homem deixou cair a sua mão, levantou-se a fim de exibir a sua
altura e enfrentou Lucas ao questionar com uma voz rouca.
- Será desse jeito?
- Sim.
Respondeu Lucas com uma única sílaba dura que trincou a parte de trás
da sua garganta e em seguida virou-se para Emma.
- Você está bem?
Emma sentiu o pulso no seu pescoço começar a tremer sob o seu olhar
direto.
- Sim.
Ela respondeu-lhe simplesmente.
Seus olhos corriam sobre ela, observando-a de perto e sem dúvida
fazendo com que as suas feições corassem e ficou satisfeito ao notar o vestido
diferente que estava usando e os chinelos de sola macia que estavam nos
seus pés.
Ele apenas ficou muito alto e reto diante dela com uma graça indiferente
que era algo assustadoramente enganosa e o olhar que ele estava lhe dando
era carimbado com uma teimosia muito rígida devido a sua intensidade, como
se ele estivesse olhando para algo que ele possuía... Algo que era dele e só
dele.
Aquele momento foi interrompido quando Maria limpou a garganta, o seu
brilhante e velho rosto estava marcado de tensão, enquanto olhava de Lucas
para o xerife. Ela segurava uma caixa nas mãos e disse simplesmente.
- Estou indo para a minha casa e voltarei apenas no fim do dia.
Ela olhou para Emma uma vez e depois calmamente deixou a sala e os
dois homens que ainda estavam se enfrentando.
Emma estremeceu um pouco e desejou que pudesse ir embora tão
facilmente como Maria, pois a tensão na cozinha era muito espessa no ar
quando Lucas cortou seus olhos para longe dela e enfrentou o xerife
totalmente.
- Você já encontrou os homens?
Sua voz ecoou na sala silenciosa enquanto ele se referia à apreensão
dos assaltantes da diligência.
- Não, ainda não.
O outro homem admitiu.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

O rosto de Lucas era uma máscara que escondia bem as


suas emoções, então foi apenas com os lábios apertados e a pele esticada
sobre as maçãs do rosto que ele questionou com muita acusação na voz.
- Por que você está aqui, então? Parece que o seu tempo será mais
aproveitado em algum lugar que não seja a minha cozinha.
- Eu precisava fazer a Emma algumas perguntas, verificar se ela
conseguia relatar o ocorrido enquanto ainda está tudo fresco.
O xerife rangia os dentes como se não estivesse acostumado a estar
sob interrogatório, enquanto Lucas ficava ainda mais rígido.
- Ela já respondeu as suas perguntas?
- Sim.
- Tudo bem, acho que agora você já pode voltar para a cidade.
A voz de Lucas estava escura.
- Eu acho que ela deveria vir comigo, Lucas.
O outro homem falou de uma forma como se já soubesse que iria
receber um argumento ou se não uma rejeição direta.
- Não.
A resposta de Lucas foi firme e lhe falou com uma voz cheia de
negação, desprezo e autoridade irrefutável.
- Você não pode simplesmente mantê-la aqui.
A voz do outro homem se encheu de consternação e desaprovação.
- Sim, eu posso.
- Isso não está certo.
- Minha terra, minha fazenda e minha decisão.
A voz de Lucas agora era muito sinistra.
- É ela que deve decidir isso, Lucas.
Lucas não lhe respondeu, mas o seu olhar pousou brevemente no rosto
branco de Emma.
Seus olhos devoraram os dela e houve um abrandamento sutil nas suas
características que voltou a ficar dura quando o xerife começou a falar
novamente.
- Você não está pensando nisso direito, cara. Ela precisa ir para a
cidade, onde terá acesso a um médico, além do choque que sofreu ainda tem
um tornozelo que precisa de atenção.
Emma prendeu a respiração enquanto os dois homens discutiam como
se ela não estivesse no mesmo quarto, já tinha ouvido todos os argumentos do
xerife antes, ele não havia feito nada mais desde que chegou além de tentar
convencê-la a voltar para a cidade com ele, mas havia admitido que não sabia
quando seria possível retornar ao seu destino. O telegrama que tinha recebido
do escritório Denver informava que até os ladrões serem apreendidos, a
diligência não retornaria para as áreas do lado sul por algum tempo, faria outra
rota, mais longa, porem mais segura para Denver.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

O xerife lhe deu essa informação e ainda havia lhe


oferecido uma escolta armada até a próxima cidade que faria parte desta nova
rota, mas admitiu a ela que não conseguiria organizar tudo por algumas
semanas.
Ela ficaria presa por um tempo e só tinha que decidir se queria ficar
presa na cidade ou aqui nesta linda fazenda, tinha que levar em consideração
que não conhecia ninguém na cidade, exceto o xerife, e também que não tinha
fundos para uma estadia prolongada num hotel, além disso, ela se sentia
confortável na fazenda com Maria.
Mas no fundo da sua consciência, sabia a razão que queria permanecer
aqui e esta razão era a iminente, grande e ameaçadora e naquele momento
estava a poucos metros dela.
- Ela fica aqui.
Lucas recusou a oferta do xerife bruscamente.
Reed Elgin virou e amaldiçoou em voz baixa.
- Lucas seja razoável, ela não pertence a você, cara. Pense com a
cabeça.
Lucas sugou oxigênio através de seus dentes cerrados com um chiado e
perfurou o outro homem com um olhar que deixou a Emma totalmente
paralisada, ela podia sentir as cordas de tensão enrolada através de seus
músculos férreos e quando o seu queixo se projetou antes de responder.
- Eu nunca disse que ela pertencia a mim, mas tenho certeza que não
precisa ir com você, estou lhe afirmando que o seu tornozelo irá se curar por si
próprio e que ela não precisa de um maldito médico e também lhe garanto que
posso protegê-la melhor aqui do que você pode na cidade.
- Esta não é uma decisão que você deve tomar, afinal ela é uma mulher
adulta e pode pensar por si mesma.
Os olhos de Lucas eram frios sobre o outro homem antes de se virar e
pousar sobre ela.
- Diga a ele que você quer ficar aqui, Emma.
Sua voz estava confiante, lenta e segura, com nem um pouco de dúvida
de que ela concordaria devido ao seu tom.
E Emma não queria de forma alguma discordar, por mais desconfortável
que ele a fazia se sentir, não era um sentimento totalmente ruim, apenas
diferente de qualquer coisa que já havia conhecido e isso era algo que
pretendia explorar ainda mais e caso fosse para a cidade tinha certeza que
nunca mais iria vê-lo e ela não estava disposta a deixar isso acontecer ainda.
E adicionado a todas aquelas emoções que atravessava o seu cérebro
havia a angústia adicional de ir para um lugar desconhecido, com pessoas
desconhecidas e ainda por cima, não ter uma fonte de renda suficiente para
manter-se por lá.

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LyndA chAnce
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É verdade, o pensamento de ir Denver ainda era muito


assustador, mas era algo que teve um tempo para refletir e se acostumar e
agora se sentia mais segura com essa ideia.
Apesar da cidade de Burnet ser uma boa opção ela estava pronta para
aceitar que ficar aqui por mais algum tempo era o que queria fazer.
- Eu quero ficar aqui com você.
Seus olhos ficaram colados em Lucas.
- Eu já havia explicado isso ao xerife.
Ela disse suavemente.
Seus olhos se agarraram aos seus enquanto ele lhe dava um breve
aceno de aprovação, naquele momento um raio de calor incendiário passou
entre eles. Emma saboreou o pequeno momento até que seus olhos deixaram
os dela para se deslocar para o homem que estava nas suas costas.
- Serio Reed? Ela já havia lhe dito que não quer ir com você?
O tique nervoso no seu rosto era um indicativo da raiva que brilhava em
seus olhos.
O xerife não estava preparado para deixá-la ficar sem um pouco mais de
argumento.
- Você não pode esperar que neste momento ela tome uma decisão
sabia, afinal ela está sozinha e ainda em estado de choque e aqui neste fim de
mundo não é um bom lugar para uma única mulher.
- Maria está aqui para lhe fazer companhia durante todo o dia e confie
em mim quando lhe digo que não irei deixar nenhum homem se aproximar
dela.
Os olhos de Lucas estavam duros e planos e mantinha no seu rosto uma
expressão que Emma não conseguia decifrar.
- Eu não estou preocupado com outras mãos, Lucas.
Sua voz fez uma pausa enquanto ele parecia criar coragem para
continuar em face da ira do fazendeiro robusto.
- Estou mais preocupado com você.
- Você não precisa se preocupar com o que eu faço.
Lucas assistiu ao outro homem como uma cobra prestes a dar um bote.
- Não é da sua conta o que se passa aqui nas minhas terras.
Sua voz era tão afiada quanto às unhas de um gato enquanto suas
palavras pareciam adquirir um tom mais conciliador.
- Eu aprecio você ter vindo ate aqui pessoalmente para verificar sobre
seu estado, mas não vai ser necessária uma próxima verificação.
A ameaça foi envolta em palavras de gratidão, mas era apenas uma
fachada para encobrir o seu verdadeiro significado.
O xerife segurou o olhar de Lucas pela contagem de cinco batimentos
cardíacos desconfortáveis até que se virou, pegou o seu chapéu que estava
em cima da mesa e empurrou-o de volta na cabeça. Deu apenas dois passos

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em direção à porta e em seguida, virou-se uma última vez


e falou diretamente com a Emma.
- Você tem certeza sobre isso, minha senhora?
Emma hesitou apenas momentaneamente.
- Sim, tenho certeza e obrigada pela sua preocupação.
O xerife Elgin olhou para os dois uma última vez antes de balançar a
cabeça, abrir a porta e sair.
Lucas olhou para Emma com um olhar aguçado que significava que ela
deveria ficar onde estava e então se virou e seguiu o xerife para fora da sua
casa tanto para se certificar de que ele iria embora e também porque assim
eles poderiam falar sem que a Emma ouvisse. Ele não estava errado, pois
assim que estavam fora da casa começaram a discutir novamente.
- Você não está usando o seu cérebro, cara.
- Isso não é da sua conta.
Lucas respondeu bruscamente.
Ela é muito frágil Lucas e precisa de pessoas ao seu redor, e não
apenas um bando de maltrapilhos caipiras, garanto a você que vou mantê-la
segura e irei fazer com que Emma tenha...
Lucas cortar o outro homem bruscamente.
- Pare de falar.
Ele rosnou num silvo.
- Isso não está em discussão. Você perdeu a sua chance de mantê-la
segura quando me enviou lá para encontrá-la. Você precisa esquecer que ela
está aqui, pois a Emma não existe mais para você e não fale o nome dela para
ninguém e nem mesmo pensar sobre ela.
- Jesus Cristo, Lucas, será que você está são?
- Porra para de me empurrar. Eu sou a única ajuda que você tem desse
lado de Silver Creek, e agora você precisa seguir em frente com os seus
negócios, ate mesmo porque sabe melhor do que ninguém que jamais iria
machucá-la... Acalme esse seu maldito consciente e vá terminar o trabalho que
você precisa fazer, encontre a escória que fez isso o mais breve possível,
porque não gosto da ideia deles estarem vivos depois de ver o seu rosto.
Os dois homens fitaram um ao outro num olhar aquecido e por um
momento Lucas achou que o outro homem não iria recuar, mas graças a Deus
ele fez isso.
Reed Elgin subiu na sua sela e deu Lucas um breve aceno de partida.
- Vou encontrá-los e trazê-los para que possam responder pelos seus
atos, mas não me faça me arrepender por deixa-la aqui.
As palavras forma ditas através de um sorriso de escárnio, mas Lucas
não teve tempo para responder a elas, porque o outro homem saiu em
disparada.
Ele hesitou apenas um momento antes de se virar e caminhou de volta
para a casa ate à cadeira onde Emma ainda estava sentada.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele estendeu uma das suas mãos e ergueu o seu


queixo através de um aperto firme, ficou esperando até que seus olhos
estavam sobre os dele.
- Tem certeza que está tudo bem?
As emoções de Emma estavam todas dilaceradas. Será que ela estava
bem? Fisicamente sim, afinal conseguiu sair viva depois do roubo diligência,
neste então se sentia segura e tinha muitos suprimentos para comer e beber.
Mas e emocionalmente? Seus sentimentos estavam uma confusão, a
sua consciência estava mais alto do que tinha estado por toda a sua vida, mas
isso era devido ela nunca ter contado tantas mentiras antes. Seu coração
estava em frangalhos e errático, nunca havia estado só na companhia de um
homem antes e muito menos um homem como Lucas Butler.
A única resposta que ela poderia dar a ele era um pequeno aceno de
cabeça, portanto fez exatamente isso.
A mão de Lucas deixou o seu queixo deslizando sobre o seu braço
numa carícia suave ate que chegou a sua mão, ele a puxou forte para fora de
sua cadeira o que fez com que ela tropeçasse sobre ele.
Seus braços a enlaçaram a prendendo contra ele.
- Vai demorar ainda meia hora para que Elgin esteja muito longe para
que um dos meus homens possa persegui-lo e trazê-lo de volta. Então você
ainda tem muito tempo para se decidir.
Um braço de aço estava enrolado em torno de suas costas enquanto o
outro traçava linhas na sua coluna numa carícia suave.
- Eu pensei que já tinha me decidido.
- Você precisa de um pouco mais de compreensão da situação antes de
tomar uma decisão adequada.
Emma estava agradavelmente chocada com a intimidade que aquele
toque encantador fazia com ela e como tudo isso era uma grande novidade,
ficou totalmente muda e teve que se concentrar em respirar, pois parecia que
não havia oxigênio o suficiente naquele momento para entrar e sair dos seus
pulmões.
- Isso é um aviso serio menina Emma.
Sua voz era suave e brutal ao mesmo tempo.
- Um aviso?
Ela conseguiu perguntar.
- Eu me sinto inclinado a lhe fazer compreender como será a sua estadia
aqui enquanto você ainda tem a oportunidade de cair fora, como eu disse em
meia hora mais ou menos, essa opção será tirada de você.
- Eu tenho certeza.
Sua voz era hesitante e não parecia muito crente.
- Será?
Seu olhar caiu para a sua boca e os seus olhos se tornaram escuros e
tempestuoso.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Vamos ter que ouvi-la repetir isso em poucos minutos.


Emma não teve outro aviso antes que a sua boca caiu sobre a dela.
Choque e emoção a pegou quando os lábios de Lucas se pressionaram
contra os dela, o seu cérebro deu uma parada súbita e parou totalmente de
funcionar quando a língua de Lucas invadiu a sua boca e lhe roubou o fôlego,
bem como seus pensamentos para longe dela, imediatamente começou a
tremer, quase que violentamente, o que só fez com que ele a puxasse ainda
mais para o seu corpo a segurando com uma força inflexível enquanto pegava
o que queria da sua boca.
Seus batimentos cardíacos fraquejavam e ela podia sentir a sua língua
deslizar dentro e fora de sua boca enquanto ele a agarrava pela cintura e a
puxava cada vez mais na sua direção.
Ela já tinha ouvido falar sobre beijos como este, ouviu quando os
adolescentes do orfanato tinham sussurrado sobre isso tarde da noite, mas
nunca havia experimentado nada parecido antes em sua vida e através de uma
nova nuvem de desejo, ela rapidamente percebeu que ele esperaria que
soubesse sobre este lado da intimidade e com uma nova dedicação tentou
imitar os movimentos de sua língua e dos lábios nele.
Ela timidamente rodou a sua língua com a dele e ouviu quando a sua
respiração se misturou com a dele, fazendo-a gemer no fundo do fundo de sua
garganta, também começou a perceber que a sua pele formigava onde ele a
tocava, e então em outras áreas onde surpreendentemente ela se viu querendo
ser tocada por ele.
Sua respiração era quente contra seu rosto e ela tentou absorver o que
estava acontecendo com ela, tentou memorizar a sensação dele contra ela no
caso de nunca mais acontecer isso.
Lucas mandou uma oração de agradecimento pelo fato dela ser uma
mulher adulta que conhecia os caminhos dos homens e não uma menina
virgem, o qual ele teria que ir com calma, o que seria praticamente impossível
devido ao seu cheiro e o seu gosto que subiu para sua cabeça mais rápido do
que uma bebida alcoólica muito forte com o estômago vazio.
Ele sentia os seus tremores contra ele e o seu braço a segurou mais
firmemente enquanto ele empurrava através de seus lábios mais uma a sua
língua para saborear toda a sua doçura.
Ahhh... E ela era muito doce.
Quando a segurava em seus braços saboreando os seus lábios e língua
surgiu um pensamento dela voltando para a cidade e ficando sozinha com
outro homem durante um longo passeio.
Isso era algo inaceitável para ele.
Ela era tão doce e suave e cheirava a morangos expostos à luz solar e
isso fez com que se empurrasse contra ela mais uma vez e sentisse seu pau
inchando ainda mais, enquanto a sua língua pouco delicada se estendia para

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

brincar com a sua e sugar todo o gosto doce de seus lábios,


naquele instante a sua mente estava completamente em branco.
Ele bravamente endureceu as suas emoções e concentrou-se apenas no
gosto da mulher em seus braços. Feminina. Mulher. E isso era tudo.
Ele nunca teve uma mulher disponível na sua casa antes e era isso com
certeza que estava fazendo com que ficasse mais duro que uma rocha. Era
isso, só poderia ser isso... Ao menos isso era tudo o que ele permitiria que
fosse.
Suas mãos subiam e desciam nas laterais da sua cintura estreita
enquanto a mantinha contra ele, a perfeição que sentia daquelas curvas
suaves ao lado de seu corpo mais duro era um contraste que havia liberado os
seus instintos de posse, o que o fez lhe a segurar com uma ferocidade que não
conhecia em si mesmo.
Ele explorou os recessos de sua boca a fim de conhecer tudo sobre ela,
memorizar cada pedaço dela enquanto a beijava implacavelmente, a
suspendeu um pouco sobre ele tentando alinhar as sua doce parte feminina
com o seu pau.
A sua pele parecia seda ao toque e uma sensação tão deliciosa que ele
não conseguia se lembrar de ter experimentando antes, continuou com a sua
exploração segurando o seu rosto de seda na palma da sua mão áspera e
depois de um momento passou a mão para cima e para baixo através do seu
cabelo que era tão suave e sedosa como sua pele.
Ele estava completamente drogado com aquele beijo e com uma última
gota de sanidade deixou seu cérebro se perguntar se ele realmente possuía
algum tipo de controle sobre ela, porém seus lábios continuaram com aquela
dominação forte ate que ela se desligou dele porque não conseguia mais
respirar, empurrou a sua boca e virou a sua cabeça em busca de uma enorme
lufada de ar.
Sua boca ficou aberta sobre seu rosto enquanto ele a beijava na
bochecha, ao lado de sua boca e então correu os lábios ate a sua orelha,
mesmo respirando com dificuldade agarrou a sua orelha entre os lábios e roçou
os dentes sobre a sua carne macia.
Seu braço forte a laço em volta da cintura mais uma vez e ela teve que
arrastar tanto oxigênio quanto conseguiu antes dele lhe virar o rosto para ele e
tomar a sua boca novamente com seus quentes lábios abertos.
Sua língua começou a empurrar para a sua boca de novo com uma
ferocidade que nunca tinha imaginado em sua vida, ele a beijou de uma forma
selvagem e dentro de poucos instantes ela estava completamente sem ar
novamente.
Ela virou o rosto e ele levantou a cabeça da dela lhe fitando ao mesmo
tempo com aqueles olhos abertos e brilhantes.
A sua respiração era tão desigual quanto à dela e quando ele rugiu um
pouco ela abriu seus olhos e viu a expressão feroz que cobria o seu rosto.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Suas palavras quando falou era gutural.


- Você entende onde isso vai dar?
Ela estudou seu rosto em silêncio enquanto ele lhe dava uma pequena
sacudida e disse o nome dela.
Ela deu-lhe um aceno espasmódico de afirmação e a sua respiração
quebrou quando um pequeno gemido escapou de seus lábios assim que a sua
mão escorregou para o seu seio e infalivelmente o envolveu com a palma da
sua mão.
Ele acariciou o seu mamilo com o seu polegar e relâmpagos riscaram
por sua espinha ao mesmo tempo em que escorria fluidos quente entre as suas
coxas.
- Tem certeza?
Oh meu Deus.
A mente da Emma estava em branco novamente.
O braço que a segurava pela cintura deslizou e ele segurou as suas
nádegas ao mesmo tempo em que pressionava suavemente o seu mamilo.
- Emma.
Ele exigiu uma resposta.
Puxando oxigênio para os seus pulmões, ela se afastou e saiu do círculo
de seus braços. Seus olhos seguiram seus movimentos e ficaram sobre ela
como uma marca quente e ela sabia que ele nunca iria deixá-la sair da sala até
que respondesse a sua pergunta.
- Sim, eu entendo.
Ao olhar novamente para ele agora que tinha um pouco mais de
conhecimento sobre a sua pessoa, jurou que o que ela estava vendo era alívio
no seu rosto.
Ele lhe deu um aceno curto e começou a se mover para a porta.
Ela sabia que ele estava indo embora e iria deixá-la ali de pé sozinha,
mas antes disso tinha uma pergunta ardente que precisava ser respondidas.
- Lucas.
Ela falou para chamar a sua atenção quando a sua mão pousou sobre a
maçaneta.
Ele se virou para ela e esperou.
- O que... O que você faria se eu tivesse dito não.
Ela tentou desesperadamente manter o tremor fora da sua voz.
Ele deu-lhe um olhar abrangente e rangeu os dentes enquanto seu rosto
desenhava claramente suas linhas de teimosia pura.
- Você não faria isso.
Ela não ia deixar isso pra lá.
- Mas e se tivesse feito?
Ele estudou ao seu rosto e em seguida os seus olhos lentamente caíram
para o seu corpo antes de subir e colidir violentamente com os seus olhos
novamente.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele balançou a cabeça lentamente num movimento sem


pressa de negação e em seguida, caminhou para fora da casa.
Emma sabia que havia apenas duas maneiras de interpretar a sua
resposta, ou ele se recusava a dar-lhe uma resposta, ou ele estava dizendo a
ela que não permitiria de forma algo ela ir embora.
Ela soube então no seu coração que teria tido uma luta em suas mãos
se tivesse escolhido a outra opção.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo cinco

Emma estava sozinha, apenas seus pensamentos lhe fazendo


companhia quando Maria voltou para casa.
A governanta apenas lançou um olhar na sua direção e moveu-se
rapidamente ate o fogão para colocar uma chaleira no fogo para ferver.
Emma virou-se e refez o seu caminho de volta para a cadeira, sentou-se
e cruzou as mãos sobre o colo.
Maria veio ate parar na sua frente.
- Foi muito ruim?
Emma não sabia como responder a essa pergunta e mordeu o seu lábio
em vez de responder.
- Será que eles argumentaram muito?
Perguntou a governanta.
- Sim.
- A seu respeito?
- Sim. O xerife queria que eu voltasse para a cidade e Lucas recusou.
As duas mulheres estudaram uma a outra em silêncio por um momento,
até que depois de uma pausa, Maria comentou.
- Eu achei isso o máximo e acho que o Lucas não vai deixar você ir
embora nunca, eu vi o jeito que ele olha para você.
- Como... Como é que ele olha para mim?
- Como se você fosse o último pedaço de um bolo de chocolate e ele
não estivesse disposto a compartilhar.
Emma absorveu essa resposta e um arrepio de excitação a percorreu.
- Você acha?
- Eu o conheço há muito tempo e já vi aquele olhar antes, mas nunca
direcionado para uma mulher e devo avisá-la que quando Lucas põe algo na
sua cabeça não há nada e ninguém que consiga retirar.
- É tão difícil de acreditar nisso, quero dizer, olhe só para ele. Ele é tão -.
Sua voz foi sumindo e em seguida ganhou força novamente.
- E eu sou tão -.
- Você é tão o quê?
Maria a questionou com uma voz muito aguda.
Emma sacudiu a cabeça quando percebeu que não havia maneira fácil
de explicar o que estava sentindo. Lucas era tão bonito, tão macho e de acordo
com as condições da sua casa e fazenda, era extremamente rico, e ela não
tinha nada, era apenas uma órfã aleijada, não tinha família, muito menos
dinheiro e tudo nela era tão monótono e banal.
- Eu estou apenas na média.
- Na média?
Exclamou Maria.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Quem você está tentando enganar, menina? Não


há nada mediano sobre você.
Emma ficou surpresa com aquela resposta sincera.
- O que você quer dizer com isso?
- Você é uma mulher doce, amável e gentil, tudo o que um homem
poderia querer como companheira.
- Mas eu sou muito simples e tenho vários hábitos irritantes -.
- Você não é simples, Emma. Longe disso, garota. Você está em busca
de mais elogios? Você tem um rosto muito agradável e formas bem
arredondadas e se parar para reparar verá que Lucas não consegue manter os
olhos longe de você e devo lhe confessar que só escapei ontem da casa
porque estava com muito medo do que poderia acontecer aqui com o xerife.
- Você sabia que ele queria que eu ficasse aqui?
- Agora não há mais necessidade de segredos entre nós. Nós somos as
duas únicas mulheres neste rancho e é claro que eu sabia! Você honestamente
está me dizendo que não percebeu este fato?
Emma tentou formar uma resposta muito cuidadosa, estava tão feliz
naquele momento por ter encontrado uma amiga em Maria, mas sabia ao
mesmo tempo, que não estava pronta para dizer a outra mulher tudo o que
havia em seu coração, pelo menos por agora.
- Eu suponho que ainda não consiga lê-lo da mesma forma que você faz.
Sei que ele é rude e duro, mas que não é de forma alguma mesquinho. E
posso ver agora, depois da visita do xerife, que verdadeiramente ele me quer
aqui.
- Sim... Bem eu poderia dizer que percebi isso no segundo em que vi
você e ele na mesma sala, mas devo avisa-la que você precisa decidir o que
realmente quer da sua vida, porque ele não é um homem de rodeios e não
serei capaz de protegê-la dele. Lucas faz o seu próprio destino e nada que eu
ou qualquer outra pessoa lhe diga irá impedi-lo de tomar o que ele quer. A
única pessoa que pode detê-lo é você, então você precisa tomar uma decisão.
Algumas horas mais tarde Emma sentou-se na cadeira confortável da
sala de estar com uma costura no colo que ele havia trazido para ela da
diligencia junto com a sua bagagem o que a deixou muito feliz, pois isso era
algo para ocupar os seus dedos e possivelmente a sua mente.
Ela fez vários movimentos rápidos com a agulha ate que bordou uma
pequena rosa na gola de renda de uma das suas blusas, muitas vezes
adicionava este tipo de enfeites nas suas roupas simples, pois gostava de
coisas bonitas e normalmente, a única maneira de tê-los era produzindo com
uma agulha ela mesma.
Ela sentou-se por algumas horas enquanto ponderava a sua situação
até que a noite começou a cair e ela percebeu que o Lucas chegaria para o
jantar em breve.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Emma ficou sentada sozinha na cozinha com Lucas


após a refeição ter terminado, Maria há muito tempo havia limpado a cozinha e
ido embora para a sua casa.
O silêncio pesava entre eles e ela sabia que ele estava olhando para ela,
sem tentar mascarar o fato nem ao mesmo um pouco. Ela permanecia
correndo o olhar pela cozinha como se estivesse memorizando cada detalhe,
mas na verdade estava à procura de algo para ocupar ao seu olhar, enquanto
tentava desesperadamente manter os olhos longe daquele seu olhar.
Um arrepio percorreu a sua espinha devido a toda aquela atenção que
estava recebendo, apesar de ser muito tentador o fato de estar a sós com ele
no casarão sombrio todas as noites quando a noite caia, ela não estava
prepara para ser apenas um pato sentado, facilmente dentro do seu alcance e
pronto para ser derrubado a qualquer momento. Ela revirou os olhos para a sua
própria analogia.
Ela precisava mesmo era de algo para ocupar a sua atenção, algo que
levaria aquele seu olhar aquecido para longe dos seus lábios.
De repente surgiu na sua mente uma ideia.
- Vamos jogar um pouco?
- Um jogo?
Sua voz estava muito aquecida, mas logo em seguida, sua fisionomia
bruscamente foi alterada para incrédula quando processou aquela sua ideia.
- Sim, um jogo, você sabe damas ou algo assim, talvez você tenha um
baralho de cartas?
- Sim, tenho um tabuleiro de xadrez e cartas em algum lugar por aqui.
O olhar em seu rosto era cético, como se não jogasse há anos.
- Eu adoraria jogar damas.
Disse ela melancolicamente e jogou em um olhar de saudade para cima
dele como forma de persuasão.
- Eu acho que um jogo seria interessante.
Sua cadeira raspou para trás da mesa quando se levantou e caminhou
até um armário abaixo do aparador.
- Faz muito anos que não jogo, mas da última vez que os vi eles
estavam aqui.
Ele abriu a porta do armário e pegou o jogo voltando para a mesa em
questão de segundos, colocou-o entre eles e foi se sentar na ponta da mesa,
enquanto ela se sentava na cadeira à sua direita.
- Você quer jogar aqui na cozinha?
Emma lhe perguntou de repente ansiosa para realmente jogar o jogo
quando viu o tabuleiro antigo cheio de cicatriz e as peças de madeira, metade
numa madeira escura de mogno e outro numa madeira muito mais leve pinho.
Ela correu os dedos carinhosamente sobre os marcadores enquanto pensava
em todas as pessoas que deveriam ter jogado neste mesmo tabuleiro à sua
frente.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- É um lugar tão bom quanto qualquer outro, em minha


opinião.
Ele disse isso numa voz lenta e modulada, enquanto observava os
dedos delas deslizarem sobre os marcadores de lugar.
- Este é um jogo muito antigo, sempre foi da sua família?
Lucas viu aquele olhar brilhante de expectativa dela e por um momento
desejou ter uma história para lhe contar sobre aquele tabuleiro, algo digno de
ser transmitido de uma geração para a seguinte, mas não era bem assim.
- Ele veio junto com esta casa.
Suas palavras foram bruscas.
- Veio com a casa?
Ela repetiu a frase como se não compreendesse.
- Estava aqui juntamente com algumas peças mais antigas do mobiliário
quando adquiri a casa e a fazenda.
Suas mãos estavam ocupadas alinhando os marcadores e ela só
conseguiu olhar para ele quando estava tudo pronto para começar o jogo.
- Há quanto tempo você mora aqui?
- Há dez anos, eu ganhei esta casa, os celeiros e em torno de 200.000
hectares através de um jogo de pôquer.
- Um jogo de pôquer!
Exclamou ela numa evidente onda de descrença.
- Sim.
Ele concordou com a uma voz rouca.
- Quantos anos você tinha na época?
Ela imediatamente corou com aquela pergunta tão pessoal.
- Se você não se importar em responder este tipo de pergunta.
Seus olhos acariciavam ternamente o seu rosto.
- Eu não me importo Emma e saiba que pode me perguntar o que quiser.
Seus olhos correram do seu rosto até a sua garganta, onde um botão de
pérola do seu colete estava desabotoado.
- Eu não preciso responder nada, mas você sempre pode me perguntar.
Ele rugiu.
- E eu tinha vinte anos.
- Mas você era tão jovem! E porque no pôquer!
Seus olhos se encheram de consternação e havia um toque de
condenação na sua voz.
- Eu tinha que ser bom em alguma coisa, e para mim ou era o pôquer ou
tiroteio, então escolhi ao pôquer.
Ele deu-lhe um olhar aguçado por sobre a mesa.
- Não que não seja excelente com uma arma.
Emma limpou a garganta, lambeu os lábios e deu o seu primeiro passo
quando ele indicou com um gesto da mão que ela deveria começar o jogo,
desta vez ela lhe perguntou com mais cuidado.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- E por que um menino tão jovem teria a necessidade de


ser bom no pôquer ou com uma arma?
Ele deslizou o seu pedaço de madeira.
- Você acha que eu era um pobre menino aos vinte anos?
Eles continuaram a jogar enquanto falavam.
- Não, acredito que não.
Ela reformulou então a sua pergunta anterior.
- Por que um jovem precisa ser bom em alguma destas coisas?
- Eu era um órfão Emma, assim como você e tudo o que tinha na época
era o meu cavalo, a minha sela e a minha arma, sabia que tinha inteligência e
estava determinado a ter muito mais na vida, e como não queria ser um
assassino, então partir para o jogo, ate mesmo por que o ramo de mineração
de ouro ou prata é apenas um sonho para tolos.
- E você viveu num orfanato também?
- Até que completei onze e fugi do lugar.
O choque apertava a sua garganta. É claro que ela sabia sobre meninos
que fugiam para longe de orfanatos pensando que havia algo melhor para eles
lá fora e às vezes ate mesmo meninas faziam isso, mas sempre teve muito
medo de tentar e mesmo quando atingiu a maioridade e foi forçada a sair ela
ficou completamente amedrontada.
- Como você viveu logo após ter fugido? E como conseguiu um cavalo?
Ela perguntou enquanto pensava sobre o quanto custava um cavalo.
Seus olhos se encontraram e ele os manteve presos ate que as suas
sobrancelhas desceram e seu rosto se transformou numa carranca.
- Lutando por isso.
- Lutando como?
Emma se sentiu como uma idiota repetindo tudo o que ele falava.
- Bem, eu lutei para ganhar cinquenta dólares que era o premio para o
vencedor na época.
- Você participou de lutas com outras pessoas? Fisicamente?
Ela ficou horrorizada e não conseguiu conter a emoção na sua voz.
- Sim, luta livre.
- Você batia em oponentes? Com a idade de apenas vinte anos?
- Sim, mas na verdade tinha apenas dezoito anos naquela época.
Emma ficou paralisada enquanto tentava visualizar aquela cena na sua
mente.
- Você dava ao seu oponente vários socos quando tinha apenas dezoito
anos? Mas você era apenas um menino! Como você conseguiu sobreviver a
isso?
Lucas ouviu o horror na sua voz e percebeu que apesar de ambos ter
tido o mesmo começo da vida provavelmente a sua experiência como um órfão
era muito diferente do que a dela.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Tentando tirar da sua mente a possibilidade de abrir


todos aqueles botões de pérola que percorriam a frente do seu vestido, colocou
um pouco de humor na sua voz quando lhe respondeu.
- Principalmente por ficar me abaixando muito, eu acho.
Os olhos de Emma cresceram ainda mais antes que um lado da sua
boca se inclinasse num pequeno sorriso.
- E então aos vinte anos você ganhou este rancho?
- Apenas a metade e desde então tenho adquirido vários outros pedaços
através do programa de gestão de terras do governo e da compra de pacotes
aqui e ali.
- Mas e sobre o jogo, você não se sentiu mal tomando casa e as terras
dessa pessoa?
- Depois que ele foi estúpido o suficiente para jogar tudo isso fora?
Ele recebeu o seu olhar de acusação por sobre a mesa sem vacilar.
- Se isso a faz se sentir melhor, o homem estava muito velho e tinha
câncer. Até um cego podia ver que ele estava nos seus últimos dias, mas
permiti a ele viver aos seus últimos dias nesta casa e durante este período
fiquei no barracão com os seus homens.
Emma permaneceu muda enquanto a imagem de um menino de apenas
20 anos, sem família e sem ninguém para amá-lo puxava todas as cordas do
seu coração. O fato de que ele tinha sofrido na sua infância era algo que ela
tinha pleno conhecimento, mas associar ele a um jovem com bondade o
suficiente para deixar um moribundo ficar na sua casa, isso sim era algo que
mudava tudo o que pensava sobre ele.
- Não olhe assim para mim e nunca cometa o erro de pensar que sou um
santo ou algo parecido com isso, Emma. Confie em mim, isso está muito longe
da verdade.
Emma abaixou os olhos para o tabuleiro que estava a sua frente, mas
sua mente nunca deixava ir embora à imagem do menino sozinho com nada
além do seu cavalo e da sua inteligência.
Lucas moveu suas mãos sobre o jogo e Emma ouviu vários tap, tap, tap,
e quando reparou no jogo o mesmo havia acabado e ela havia perdido
significativamente.
- Fim de jogo.
Disse ele.
- Nossa.
- O que eu ganho com a vitória?
Sua voz era baixa e sensual.
Os olhos de Emma voaram para o seu rosto em pânico.
- Não podemos jogar outro jogo?
- Hoje não. Tenho que começar a trabalhar amanhã bem cedo, terei um
dia cheio marcando o gado.
Marcando gado? A curiosidade de Emma foi despertada.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Eu gostaria de ver isso.


- Talvez depois de amanhã, assim o seu tornozelo irá descansar um
pouco mais e fique tranquila, pois há muito gado e não é possível fazer tudo
num único dia.
- Mas, Lucas -.
Ele interrompeu.
- Vamos irei levá-la agora para a cama.
Ele ergueu a mão e a puxou da sua cadeira.
- Você consegue andar?
- Você sabe que sim!
Ela falou brava enquanto se afastava dele, mancando apenas um pouco
começou a se mover pelo corredor até seu quarto e para longe dele.
- Que bom que o seu tornozelo está ficando melhor, você só precisa ficar
fora dele por mais alguns dias para que se cure completamente e então irei lhe
mostrar pessoalmente toda a fazenda.
Emma fez uma pausa na porta do seu quarto, a melhora a que ele se
referia era porque estava mancando menos, isso graças ao fato do seu pé não
estar mais doendo por causa do rochedo que havia pisado no jardim.
Um arrepio de culpa a percorreu enquanto se virava para encará-lo.

- Boa noite e obrigada pelo jogo de damas.


Disse ela educadamente e virou em direção ao quarto.
- Não tão rápido.
Ele se aproximou dela colocando uma mão sobre a sua cabeça no
batente da porta e a outra ao redor do seu rosto, depois o levantou na sua
direção.
- Eu acredito que ganhei aquele jogo.
Seus olhos se agarraram aos dela e em seguida, caiu para os seus
lábios e ficou por lá enquanto continuava.
- Mereço um prêmio.
Ele abaixou a cabeça e a sua boca se estabeleceu sobre a dela, a sua
língua separou os seus lábios enquanto ele mergulhava para dentro, a sua
língua era quente e provocativa e mergulhava profundamente na sua boca em
busca da sua doçura.
Todo o corpo de Emma foi trespassado com a mesma excitação quente
que sentiu na primeira vez em que ele a beijou. Suas mãos involuntariamente
pousaram sobre o seu peito e subiram lentamente até que ficaram presas nos
seus ombros. Ela sentiu quando a sua mão saiu do seu rosto e foi para a sua
cintura, onde ele começou a puxa-la até que ficou tão colada a ele que era
possível sentir as suas pernas debaixo das suas saias longas enroladas com
as dele.
Seu coração estava acelerado e ele tentava desesperadamente ajustar a
sua respiração com a dela, mas sua boca era tão macia e tão firme, que soube

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

exatamente o que queria dela, a sua língua seria uma busca


ousada mais mesmo assim ele tomou o que queria dela.
Emma estremecia com o prazer imenso e quente que corria por sua
espinha e terminava no lugar secreto entre as suas pernas.
Ficou totalmente em choque quando sentiu um impulso entre as suas
pernas, o seu joelho se aproximou ainda mais e levantou a sua saia enquanto
ele a pressionava intimamente contra a dureza da sua coxa. Ela engasgou e
ele levantou a cabeça, os seus olhos eram fendas escuras quando abriram e
brilharam na sua direção.
- Você sabe o que eu quero de você.
Sua voz era profunda e retumbante, como a maré quente de paixão que
corria entre eles e com um ato bruto de posse ele a apertou contra sua coxa
aço e a manteve lá enquanto subia a sua mão pela sua lateral e pousava sobre
o seu seio.
A eletricidade chiava entre eles e Emma estava dividida entre uma onda
quente de luxúria e do choque que uma virgem sentia ao experimentar estas
sensações pela primeira vez.
Ela choramingou e tentou se soltar dele, mas isso era impossível até que
ele escolhesse soltá-la.
Lucas sentiu a sua retirada e teve que contrair seu maxilar enquanto
furiosamente tentava manter sobre controle toda aquela luxúria furiosa. Ele
nunca havia ficado tão quente, ou tão excitado, ou tão pronto para tomar uma
mulher como estava agora com Emma em seus braços, e saber que a sua
cama estava apenas a poucos metros deles não facilitava em nada a sua vida
naquele momento, pois sabia que tudo o que precisava fazer para tê-la era
empurrá-la para dentro e fechar a porta, e com apenas algumas palavras
acaloradas e algumas carícias ele conseguiria seduzi-la a retirar todas as suas
roupas para ele.
Ele a queria tanto que podia ate sentir o seu gosto na língua, mas ao
mesmo tempo sabia que ela não era uma mulher solta e a única coisa que
permitiu a ele a oportunidade de seduzi-la, em primeiro lugar era o fato de era
uma viúva e não uma jovem virgem. Ao mesmo tempo em que agradecia a
qualquer entidade que estivesse lhe ouvindo naquele momento, amaldiçoava o
fato de que houve outro homem antes dele, um homem que havia tirado a sua
virgindade e a tocado pela primeira vez.
Sentia uma necessidade forte de eliminar essa memória da sua vida, de
apagar qualquer resíduo de outro homem da sua mente com sua posse do seu
corpo.
Ele queria beijar aquela pele sedosa, desde a sua testa ate os seus
pequenos pés sem deixar de fora nenhum pedacinho daquela pele de cetim.
Mas ela não estava pronta ainda.
Apesar de ser uma viúva era possível notar que ainda era muito
inexperiente, havia um ar de inocência sobre ela e foi isso que o obrigou a

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A novA Aquisição do rAncheiro

deixá-la ir agora para aquele quarto, sozinha para aquela


cama, pelo menos por mais uma noite.
Ele abaixou a sua perna fazendo com que deslizasse para baixo até que
estava em pé, quando ela balançou a sua cabeça, ele colocou as mãos em sua
cintura para estabilizá-la.
Quando ele teve certeza que ela poderia ficar bem por conta própria, ele
a soltou e se afastou para longe dela. Olhando para dentro do quarto percebeu
que as suas coisas femininas estavam enfeitando o topo da cômoda.
Uma satisfação o preencheu ao ver aquela ocupação na sua casa.
- Não se sinta muito a vontade neste quarto, Emma.
Seus olhos correram sobre ela mais uma vez.
- Porque em breve mudará para o meu.
Quando Emma acordou na manhã seguinte estava cheia de lembranças
da noite anterior, começando pelo jogo de damas que haviam jogado na mesa
da cozinha e do tipo de prêmio que ele havia tirado dela por ganhar.
Apenas com aquele pensamento o seu rosto se aqueceu e o seu
estômago ficou cheio de borboletas.
Aquele homem era potente e isso era um fato.
Depois se lembrou da história triste da sua juventude, até mesmo só de
pensar nisso ela sabia que ele tinha todos os motivos para seguir pelo lado
mais fácil e sombrio, mas graças a Deus havia escolhido o lado certo.
Ela saiu daqueles pensamentos negativos e entrou na cozinha para
encontrá-la totalmente vazia. Maria havia lhe deixado uma nota e seu café da
manhã em cima da mesa e enquanto ela bebia o café e comia os biscoitos e
quitutes, pensava sobre o dia à sua frente.
Maria havia escrito que ficaria fora a maior parte do dia, porque
Vermelho, o cozinheiro dos trabalhadores do rancho estava doente e ela ficaria
na cozinha atrás do barracão a maior parte do dia tentando resolver as coisas e
preparar alimentos.
Emma imaginou que os homens estariam com mais fome do que o
normal depois de um dia puxado de trabalho.
Ela desejava ver pessoalmente o que ocorria lá fora e se amaldiçoou por
ter inventado aquela mentira, pois se tivesse confessado a verdade sobre a sua
perna desde o inicio agora estaria junto com a Maria observando e aprendendo
ou ate mesmo ajudando a mulher a preparar a próxima refeição para os
homens famintos.
Mas em vez disso teria que ficar presa aqui dentro e o pior de tudo, por
culpa dela mesma.
Levou apenas um momento para perceber que estava sozinha e não
havia ninguém para impedi-la de fazer o que quisesse e enquanto fosse
cuidadosa e não deixasse ninguém vê-la, não haveria nenhum mal em sair da
casa para dar uma boa olhada, desta forma primeiramente foi até a janela,
porem não viu ninguém.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

O céu estava tão azul e a grama era de um verde tão


exuberante que ela quase podia sentir o cheiro de onde estava.
Não havia absolutamente nenhuma razão do porque ela deveria ficar
enfiada em casa durante todo o dia, afinal não era como se houvesse algo de
muito errado com ela e sobre o seu tornozelo, ele não precisava consertar
como o Lucas achava.
E como Lucas e Maria ficariam longe de casa o dia todo, ela poderia
fazer o que quisesse e o que mais queria era ficar o dia todo do lado de fora.
Com este novo senso de propósito voltou para o seu quarto e calçou um
sapato de caminhada resistente, logo após, discretamente saiu para longe da
casa.

Lucas levou o ferro quente para longe da novilha ao mesmo tempo em


que dava um passo para trás, para que os dois homens prendesse o animal
marcado. Cerrando os dentes olhou em volta não encontrando nada fora do
lugar, mas havia uma coceira em seu cérebro que lhe dizia que algo não
estava certo, o que para ele era irritante e por mais que tentasse se concentrar
no trabalho não conseguia.
Não estava nem na metade do trabalho que precisava ser feito hoje,
mas algo ficava martelando na sua cabeça lhe dizendo que precisava ir para
outro lugar, mais uma vez tentou ignorar aquilo e voltar para aquele trabalho
manual.
Finalmente cedeu aquele pensamento, disse a Jesse que havia algo que
precisava cuidar, montou no seu cavalo e cavalgou para a sua casa.

cApítuLo seis

Emma mudou lentamente de um pé para o outro para aliviar a rigidez da


sua perna e ficou olhando com horror para as cascavéis que quase
completamente a cercavam. Ela se concentrou em tomar respirações lentas e
profundas e descobrir uma maneira de sair dessa bagunça.
Quanto tempo exatamente ela tinha ficado aqui?
Quanto tempo ela poderia continuar aqui?
Ela havia sido criada na cidade e nunca tinha visto uma cascavel antes,
mas não havia absolutamente nenhuma dúvida na sua mente de que aquelas
eram do tipo de cobras venenosas e as teria que lhe enfrentar agora.
Quem diria que elas viviam em grupos?
Ela nunca tinha pensado nisso, mas o que estava vendo só podia ser
uma coisa. A casa grande e a gordura das cascavéis, o livro inconfundível que
tinha lido sobre esse assunto, a forma de diamante daquelas cabeças e a

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

coloração marrom dos seus corpos estavam proclamando


em alto e bom som o que eram.
Problemas... Na verdade, problemas mortais.
Se fosse qualquer outra garota de frente para as cascavéis não seria um
grande problema, pois as três serpentes estavam longe o suficiente para que
se fosse rápida o suficiente poderia fugir pela sua direita para longe delas.
Mas ela não era rápida.
Ela tirou os olhos delas apenas por tempo suficiente para mover
lentamente a sua cabeça e olhar para trás. Não... Nenhuma dúvida sobre isso,
ela não poderia ir para trás porque havia um buraco profundo na terra que
estava coberto de palha que lhe lembrava dum emaranhado e ela só podia
imaginar o que estava dentro daquela cova.
Agora as três cobras estavam espalhadas em torno dela como um arco
que ela teria que passar para chegar à liberdade, mas infelizmente ela não
conseguiria.
Ela se levantou e esperou imóvel o máximo que era possível, tentando
não fazer qualquer ruído ou atrair atenção indesejada das cobras.
Quão rápido seria o veneno cascavel a matá-la?
Seria uma morte longa e terrivelmente lenta?
Uma maneira angustiante e dolorosa de partir da face da Terra?
Ou seria rápida e final?
O sol estava alto no céu e isso era apenas um pequeno problema em
comparação com as cobras, mas ela já podia sentir ao seu nariz e bochechas
queimando. O suor deslizou por sua espinha e ela sentiu a umidade escorrer
através da roupa em lugares que a faziam grudar o vestido na sua pele.
A dor na perna que raramente a incomodava agora estava gritando com
ela em voz alta e foi com muita força de vontade que conseguiu se impedir de
gritar várias vezes, sobrando apenas à opção de morder o seu lábio inferior até
que começou a sentir o gosto de sangue na boca.
Ela estava completamente desconfortável e apenas conseguindo se
segurar em pé devido ao puro terror que sentia.
Ela manteve os olhos sobre as serpentes e começou a pensar que
talvez esta fosse uma boa hora para começar a rezar.
Ela não havia nem terminado a sua primeira oração na mente quando
ouviu o rangido de botas andando sobre pedras, tirou os seus olhos das cobras
apenas o tempo suficiente para ver Lucas deslizando mais perto dela no seu
lado esquerdo.
Ela se apressou e terminou a sua oração e só se lembrou de agradecer
a Deus por sua resposta rápida antes de voltar novamente a sua atenção para
Lucas.
Evidentemente, ele reconheceu a situação em que estava porque não
falou nada para ela, na verdade não fez qualquer ruído extra, apenas olhou
para ela e murmurou as palavras fique quieta.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela obedeceu ao seu comando completamente, afinal


não tinha escolha e estava morrendo de medo.
Lucas avaliou a situação num piscar de olhos, que pena que havia
deixado ao seu cavalo e espingarda alguns metros de distância, pois não havia
nenhuma maneira no inferno de perder tempo voltando para busca-los, porque
poderia ser tarde demais quando retornasse.
Ficou preocupado que algum estilhaço da sua pistola acertasse Emma,
,mas se atirasse de lado e longe dela, com certeza estaria segura, sendo assim
usaria uma rodada completa de munição na sua arma, pois podia ver
claramente três cobras à vista e próximas a ela e uma que estava escondida no
mato, acreditava que ela nem a tinha notado ate aquele momento. Então, teria
seis tiros para quatro cobras, os seus tiros em geral eram precisos, mas Emma
estava em perigo imediato e ele nunca a tinha visto tão assustada assim.
Em segundos ele tomou a decisão de tirar as três cobras mais próximas
a ela, porque se errasse ainda teria mais duas balas reservas e sendo assim
com a cascavel mais longe, só lhe sobraria uma chance.
Ele deslizou a pistola do coldre de couro que ficava na sua cintura e
quando o fez viu a Emma lentamente levantar as mãos, fechar os olhos e cobrir
o seu rosto.
Com rápida sucessão de fogo ele atirou seis vezes enquanto o barulho
ecoava por sua espinha, com os tiros ainda soando em seus ouvidos e o cheiro
de pólvora nas suas narinas ela tirou as mãos de seus olhos e olhou com
admiração para as cobras mortas.
Ela olhou para elas com uma enorme satisfação, e mesmo enquanto
odiava por estar sendo mau, admitiu que preferia apreciar apenas cobras
mortas.
E então seus olhos se levantaram para Lucas e ela de repente estava
mais apavorada do que estivera momentos atrás, quando estava sozinha com
as cobras.
Seu rosto era selvagem e a sua postura terrível, o que imediatamente
fez com que começasse a tremer em seus sapatos.
- Venha aqui.
Seu tom era muito brusco.
Ela deu um passo e quando percebeu a confusão sangrenta das cobras
os seus pés congelaram.
- Mas...
- Mas nada, Emma e estou lhe esperando.
As palavras calmas não fez nada para acalmar aos seus nervos já em
frangalhos e ela começou a contar de um ate cem mentalmente enquanto
cuidadosamente escolhia o seu caminho na sua direção.
Quando estava a apenas três metros de distância dele os seus pés
congelaram novamente e não conseguiu mais se mover nenhum centímetro.
- Venha.

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A novA Aquisição do rAncheiro

Ele ordenou.
- Eu não consigo mais.
- Querida, não quero assustar a você, mas ainda não está totalmente
fora de perigo, tem uma cobra bem atrás de você que está perto demais para o
meu conforto. Agora, ande.
- Uma cobra?
Sua voz era fraca.
- Sim, a uma cascavel atrás de você e se você achava que as quatro
anteriores estavam sozinhas, está muito enganada. Agora se aproxime de mim
e ficará tudo mais fácil para ambos se não me irritar mais.
Quatro? Emma engoliu em seco e prendeu a respiração enquanto dava
aqueles últimos passos até ficar dentro do seu espaço.
Ele deu um passo à frente puxando-a por uma mão forte enrolado no
seu braço e começou a empurra-la para frente por mais alguns metros, até ter
pensado que estava em segurança.
- Você permite que cascavéis vivam em tocas no seu rancho?
Suas palavras foram sussurradas e realmente não sabia o porquê
estava dizendo aquilo, apenas estava com muito medo do olhar em seu rosto e
sentia-se melhor se houvesse alguma conversa entre eles.
Ele soltou uma risada depreciativa.
- Você está brincando, certo? Deixar que eles vivam no meu rancho?
Inferno, eu as mato uma ou duas vezes a cada ano e quer saber uma coisa
engraçada sobre as cascavéis, elas vivem aonde querem viver e não importa
nem um pouco para elas a minha opinião sobre este assunto.
- Oh...
Ela conseguiu expressar com uma voz rouca.
- Você poderia ter se machucado muito Emma.
Seus olhos tinham um brilho feroz quando a fitou.
E não estou muito feliz agora.
Ele respirou fundo e passou os olhos sobre ela com uma raiva gravada
nas suas feições.
Lucas queria ensinar-lhe uma lição tão forte que ele podia ate sentir o
desejo assumindo ao seu corpo, ainda estava tão abalado com o ocorrido que
não havia nenhuma maneira dela ter sido rápido o suficiente para se livrar
daquelas malditas cascavéis, e se ele não tivesse sentido aquela sensação
estranha que não sabia o quê era ate agora.
Ele queria sacudi-la, em seguida coloca-la sobre o joelho e bater na sua
bunda com tanta força que jamais esqueceria e então, ele iria despi-la e aliviar
toda aquela vermelhidão causada por sua mão com longos traços de sua
língua, a qual com certeza passearia nos lugares mais impróprios. Ele sentiu a
sua excitação crescer enquanto o seu pau endurecia contra seus jeans.
Uma emoção primitiva misturada com a sua raiva passeava através da
sua corrente sanguínea e ele sabia que tudo aquilo era uma combinação muito

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LyndA chAnce
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perigosa para ambos, então só restava se controlar com uma


vontade de ferro.
Ele levantou a pistola, abriu e a virou para que os cartuchos vazios
caíssem no chão a sua frente, porem percebeu que ela ficou de pé próxima a
ele apenas o observando em silêncio, mas era perceptível aos seus olhos o
tremor que balançava suavemente o seu corpo. Estava prestes a recarregar a
arma, mas aquele seu perfume e a sua raiva o fez pensar duas vezes.
Com um toque da sua mão fechou a câmara ainda vazia e colocou o
cano da arma quente no ombro dela, movimentou lentamente para baixo
através do material de seu vestido na sua clavícula e depois ainda lentamente
descansou a ponta da sai arma entre os seus seios.
Emma sentiu uma explosão de choque quando a arma a tocou e teve
que fechar os olhos enquanto ele esfregava o aço para cima e para baixo,
entre o vale dos seus seios, ainda estava quente e Emma pode sentir o calor
se infiltrar através de suas roupas e aquecer a sua pele por baixo.
- Você foi uma menina má, Emma.
Sua voz era um uísque suave e sedutor.
Ela tremia da cabeça aos pés e apesar de racionalmente saber que a
arma estava vazia, pois além de ter ouvido os seis tiros o viu retirar todas as
capsulas vazias a pouco tempo, mas mesmo assim, a sensação da fricção
daquela arma contra ela enviava lasca de apreensão através de seu sangue,
naquele momento sentia-se impotente, completamente impotente enquanto ele
monopolizava o seu espaço, a avisando de uma forma quase silenciosa mais
tangível de que ele era o único no controle e apesar das suas palavras serem
poucas e baixas, ela entendeu que eram completamente enganosas.
Ele estava com muita raiva e ela sabia disso.
Ele passou a mão no seu cabelo e os manteve bem presos acima dos
seus ombros ao mesmo tempo em que usava para empurrar a sua cabeça para
trás. O movimento levantou o seu queixo até que ficou a apenas alguns
centímetros de distância do seu rosto virado para baixo, as suas inspirações
vinham através de suspiros irregulares quando ele moveu o cano da arma
sobre um seio e o usou para acariciar ao seu mamilo, numa exibição tão
incivilizada que ela endureceu seu corpo contra o dele.
Ela se desligou de si mesma por um momento enquanto a sua
respiração tornou-se mais rasa e o cheiro dele tomava conta dela
completamente e foi naquele momento que percebeu que não iria escapar
dessa completamente ilesa.
- Eu estou tentando descobrir que tipo de punição você merece.
Sua voz era gutural e a deixou em dúvida do que ele pretendia fazer
para disciplina-la, quando seus olhos abriram de novo ela ficou muda ao vê-lo
de puro terror.
- Eu sei o que quero fazer com você, mas tenho medo de que isso vá
machucá-lo e sei que logo após você irá brigar comigo.

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Seus olhos estavam brilhando e Emma viu excitação


e a raiva pulsar no seu rosto, o que apenas aumentou o seu terror enquanto ele
continuava a falar com ela calmamente, ao mesmo tempo em que esfregava o
cano da arma contra o seu mamilo.
- Eu pediria que você me prometesse que não vai brigar comigo, mas
nós dois sabemos que as suas promessas não significam nada.
Seus olhos se fecharam mais uma vez como a dor daquela declaração,
afinal sempre pensou que era uma pessoa de muita moral, boa e com bons
valores e não uma mentirosa e isso a fez se sentir mal sabendo que havia
trazido isso para si mesma.
Ela ouviu um silvo partir da sua boca quando ele expulsou outra
respiração quente.
- Então, irei avisá-la, Emma, que é melhor não brigar comigo novamente
ou vai piorar a situação para si mesma.
Emma foi sacudida por uma onda de pânico e alarme e ficou mais uma
vez paralisada de medo, mantendo os olhos fechados sentiu o segundo que ele
retirou a arma do seu seio e rapidamente a recarregou antes de guardar mais
uma vez no seu coldre.
Ele estendeu a mão e segurou o seu pulso com uma mão forte e Emma
foi submetida à sua força que sabia muito bem que não estava muito abaixo da
sua superfície quando ele começou a arrastá-la fisicamente de volta para casa.
Ela tropeçou uma vez e ele parou no meio do caminho dando-lhe
apenas um pequeno tempo para se recompor, quando voltou a tropeçar ele a
levantou nos braços sem dizer uma palavra e a levou para a sua casa em seus
braços como se não pesasse nada.
Maria estava saindo da cabana e caminhando em direção a casa,
quando eles atravessaram o pátio, Lucas gritou um comando brusco para ela
ficar onde estava e Emma teve apenas um segundo para olhar por cima do
ombro e ver a expressão de choque no rosto da governanta.
O medo estava congelando a sua garganta e não importa o que ele tinha
avisado antes ela não conseguia ficar parada e começou a lutar, de repente
assustada demais para querer ficar sozinha com ele na casa com o humor que
ele se encontrava.
Seus braços eram como tornos de aço quando apertou ainda mais ao
seu redor. - Fique parada, Emma.
O som áspero de sua voz no ouvido dela só a assustou ainda mais
fazendo com que começasse a lutar igual a um selvagem para se libertar.
Ele segurou-a com tanta força que ela começou a entrar em pânico que
pudesse cortar o seu oxigênio, mas em poucos segundos a porta estava sendo
aberta e ele entrou, fechou e a trancou, logo após deixou-a deslizar para o
chão na frente dele.

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A novA Aquisição do rAncheiro

Ela se virou e começou a se afastar dele o mais rápido


que podia, mas ele agarrou o seu pescoço por trás e virou as suas costas para
ele e manteve as suas mãos segurando o seu cabelo.
- É melhor você ficar quieta, pois já sabe o que virá agora.
Sua voz era dura e decidida a infligir qualquer punição que ele bem
entendesse.
- O quê?
Ela perguntou o mais alto que conseguiu, mas sabia que mal passava de
um sussurro.
- O que está vindo?
Ela nunca tinha apanhado ou batido antes em sua vida, mas pela
aparência dele, era exatamente isso que tinha em mente e ela estava ao
mesmo tempo aterrorizada e debilitada por causa disso.
- Eu te disse uma vez antes que será melhor para você se acostumar a
me obedecer e acho que isso nem é tão ruim assim, não é?
Sua voz rosnou as palavras e ele a puxou contra o seu corpo pelo seu
cabelo e olhou para o rosto dela com os olhos brilhantes.
- Sinto muito!
Ela tentou acalmá-lo com um pedido de desculpas.
- Não, eu não acho que você sente, mas irá mudar de ideia pelo tempo
que irei passar com você.
Emma congelou com a ameaça, podia sentir o seu corpo tremendo,
ouvir seu próprio coração em seus ouvidos e foi obrigada a lamber os lábios
secos numa tentativa de trazer as palavras para fora da sua garganta.
Ele a segurou com força e ela pensou que iria começar a sacudi-la.
Mas não o fez.
Ele lentamente soltou o seu cabelo e moveu as mãos para segurar aos
seus antebraços num aperto brusco, seu rosto ficando a poucos centímetros do
dela e ficou tão perto dele que podia ver suas as narinas dilatarem.
- É melhor você ouvir... E é melhor você ouvir bem. Este é o meu rancho
e enquanto estiver no meu rancho, você faz o que eu digo, sem perguntas e
sem nenhuma explicação da minha parte, que fique claro para você que não
tenho que explicar nada ou qualquer outra coisa que não queira, entendeu?
Ele falou violentamente que começou a se sentir atormentada devido ao
fato dele está com tanta raiva dela.
Ela assentiu com a cabeça, pronta para concordar com tudo o que ele
disse e acabar logo com essa lição de dominação masculina.
Mas ele ainda não tinha terminado e continuou a repreendendo como se
fosse uma criança.
- Eu não estou tentando ser um filho da puta, Emma. Eu não tenho que
tentar, pois já sou um filho da puta e você precisa colocar nessa sua cabeça
dura que esta fazenda tem milhares e milhares de hectares de terrenos
acidentados, que não há nenhuma lei aqui, exceto a minha e a da minha arma

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e que há muito perigo ao seu redor. Esta terra é muito áspera


para uma menina com uma lesão, hoje você poderia ter tropeçado e as cobras
teriam chegado ate você, com toda a certeza.
O fluxo de palavras dele parou por um minuto quando ele levantou o
chapéu da cabeça e o atirou sobre a mesa da cozinha, passou os dedos pelo
seu cabelo escuro e suado até que o mesmo ficou todo bagunçado e depois
começou a balançar a cabeça para trás e para frente, como se estivesse
tentando reter o fluxo das suas emoções fugitivas.
- Eu não deveria ter deixado você ficar, deveria ter enviado você para a
cidade com o xerife, afinal nenhuma mulher com uma lesão igual a sua não
pode ficar aqui e se expor a estes tipos de perigo e isso é tudo minha culpa.
O terror que havia subido na garganta de Emma deu lugar ao desespero
e esse sentimento foi afundando no seu peito cada vez mais, pois ela sabia
com certeza que a única razão que a trouxe ate aqui e lhe olhava daquele jeito
especial e que o fez beija-la com tanta paixão era porque ele pensava que a
sua lesão era temporária e se soubesse que isso era algo que iria levar com
ela para o resto de sua vida, já estaria a muito tempo na cidade.
Seus pensamentos quando ela o conheceu e percebeu o seu interesse
foi muito preciso, ela iria experimentar com ele um beijo ou dois e isso já havia
acontecido e eles acabaram sendo tudo o que ela sonhou e muito mais, mas
isso era tudo o que poderia ter, enquanto aqueles sentimentos insidiosos
rastejavam através de seu cérebro, tentando dizer a ela que ela poderia ter
mais, ela percebeu o quanto eram apenas pensamentos tolos, pois de fato, ela
jamais teria algo mais dele.
A vida que ela conhecia antes do roubo diligência era tudo que ela já
teve neste mundo e não havia nenhuma razão para deixar aqueles sonhos
tolos ou ideias malucas tomar posse dela.
Mas pelo menos havia uma coisa dele a ser guardada no seu coração e
na sua memória pelo resto da sua vida.
Ele não parecia como se ele estivesse vontade de ficar com ela para
sempre e como já havia experimentado o seu beijo e isso era tudo que jamais
sonhara acontecer, então agora era hora de começar a confessar tudo.
Ela respirou fundo e olhou em seus belos olhos angustiados.
- Não é culpa sua, Lucas.
Suas palavras eram suaves, mas firme.
- Inferno.
Emma sacudiu diante daquela palavra de maldição, mas perseverou na
sua decisão de lhe contar a verdade. Um lampejo de apreensão percorreu lhe a
espinha e ela esperava desesperadamente que isso não detonasse a sua raiva
novamente, mas precisava fazer isso e precisava fazer agora.
- Eu menti para você.
Suas mãos mais uma vez agarraram em torno dos seus braços e ela
sentiu a apertar enquanto fazia aquele anúncio.

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Seu rosto ficou nublado com inquietação e ela poderia


dizer que ele estava tentando seguir aquela mudança de assunto.
- Sobre o que você mentiu?
Ela tentou acalmar a sua pulsação irregular, mas isso era impossível.
- Eu não torci o tornozelo.
Seus olhos pareciam os de um falcão quando perfuraram os dela.
- O que quer dizer com isso, você está mancando e tudo bem que está
um pouco melhor do que quando chegou, mas...
Ela não aguentava mais e o interrompeu bruscamente.
- Eu pisei numa pedra naquele dia no jardim e me machuquei isso
acabou deixando o meu modo de caminhar mole mais pronunciado, mas meu
pé não está mais dolorido.
Ele olhou para ela completamente perplexo.
- Seu caminhar mole?
Sua mente ficou perturbada e ela teve que lutar para controlar as suas
emoções turbulentas.
- O que você vê é uma manca de uma lesão antiga, a qual eu tenho há
anos. Seu estômago se apertou e ela se forçou a dizer às palavras que
provavelmente iria acabar a sua estadia naquele lindo rancho.
- Isso nunca irá melhorar.
Ele a estudou em silêncio, o seu rosto era um contraste de emoções que
não podia esconder, ela viu o que parecia confusão, pena e raiva, todas
enroladas numa expressão severa e quando ele voltou a falou com ela a sua
voz era baixa e profunda e chicoteou através do seu frágil estado de espírito.
- Você mentiu para mim.
Ela sabia que a acusação era verdadeira e tudo o que ela podia fazer
era acenar com a cabeça em confirmação quando desviou os seus olhos dos
dele.
- Por que diabo você iria mentir sobre uma coisa dessas?
Suas palavras foram ditas em tom de censura.
Ela não podia dizer-lhe a verdade, que era devido ao jeito que ele olhava
para ela, tudo aquilo tinha sido um enigma e havia gostado tanto que a fez
querer mais do que tudo, este era o motivo principal para ele ter continuado
com essa mentira.
- Eu não sei exatamente, só sei que estava confusa e assustada e não
sabia quem você era ou o que queria de mim. Quando você entrou naquela
cena eu precisava que você fosse um bom rapaz, mas estava com muito medo
que não fosse e tudo o que via de você me apavorava. Vi seus olhos quando
você descobriu o homem morto, eles me pareceram remotos e quase sem vida,
então logo após vi como você calmamente enrolou um cigarro, a sua reação
não combinava com a cena, eu acho, ou seja, eu não tinha nenhuma razão
para confiar em você naquele momento.
Suas palavras vacilaram.

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- Eu não estava pensando direito naquele


momento Lucas.
Lucas sentiu eviscerado em sua explicação. O fato de que ela o tinha
visto como nada mais do que um monstro insensível causou uma dor na boca
do seu estômago que ele não iria mesmo reconhecer. Ele deu-lhe um olhar
mergulhado, preto e a explicação que ele ofereceu foi rasgado com
impaciência de sua garganta.
- Eu vi os seus pertences no carro e ao ver uma agulha no assento
soube de imediato que uma mulher tinha estado lá durante o assalto. Havia
apenas algumas explicações para a sua ausência, então preferi acreditar que
você estava se escondendo nas proximidades, porque se não fosse isso
significava que eles a tinham levado com eles ou que iria encontrar nas
proximidades o seu corpo nu e ferido, e ambos os cenários eram muito
obsceno para eu pensar, então insisti como um inferno na opção de você estar
se escondendo. Essa é a única sensação que me lembro daquele dia, tinha
que colocar o homem morto fora da minha mente e virar todo o meu foco para
você, tentar encontrá-la, porque não havia uma maldita coisa que eu pudesse
fazer para ajudá-lo.
Emma ouviu a sua explicação contundente e tudo ficou bem explicado
na sua cabeça, naquele momento se sentiu duplamente culpada por ter
mentido para ele e não só isso, mas por tudo que estava mentindo para ele.
Com a mente perturbada pensou em dizer-lhe toda a verdade sobre si
mesma, mas sabia que ele faria com que ela fosse levada para a cidade o mais
rápido possível e naquele momento ela precisava do manto de respeitabilidade
que viuvez lhe trazia, não podia correr o risco de que ninguém descobrisse,
pois já havia vivido com essa ilusão por tanto tempo que sabia que era uma
armadura precisa para ficar bem em qualquer lugar.
Seus pensamentos foram interrompidos quando braços voaram ao seu
redor e ele começou a carregá-la através da casa em direção ao quarto que ela
estava usando.
Assumindo o seu caminho através da porta aberta, ele caminhou até a
cama e cuidadosamente a sentou na beira da cama, onde as suas pernas
pendia para fora. O coração de Emma estava pulsando através de batidas
rápidas quando ele se ajoelhou na frente dela.
- Como aconteceu?
Sua voz era áspera e questionadora como se tivesse todo o direito de
ouvir a história.
Emma estava chocada demais para falar enquanto ele ergueu o seu pé
direito e começou a desamarrar aos seus sapatos resistentes e removê-lo do
seu pé. Ela apenas o observou incapaz de se mover, enquanto ele rolava a
meia da sua perna para fora do seu pé.

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Quando ela não respondeu imediatamente, ele


parou os seus movimentos colocando o seu pé descalço nas mãos, olhou
gravemente para o rosto dela e exigiu uma resposta.
- Emma, como isso aconteceu?
Ela balançou a cabeça para trás e para frente com os cabelos voando ao
redor do seu rosto.
- O que... O que você pensa que está fazendo?
- Verificando os fatos por mim mesmo.
Sua voz era rouca e Emma ficou chocada e paralisada quando ele
começou a empurrar suas saias e anáguas gêmeas até o meio da coxa, sua
perna ficou totalmente nua para ele dos dedos dos pés até a sua coxa.
Ela finalmente encontrou a sua voz.
- Pare com isso agora!
Ela gritou.
Ele revidou imediatamente com um pequeno tapa na sua coxa nua que a
chocou mais do que a machucou, logo após sua voz ecoou.
- Fique quieta!
Ela estava tão assustada com os movimentos que parou de oferecer
objeções quando ele começou a correr as mãos para cima e para baixo na sua
perna nua, parecia mais como se estivesse examinando um cavalo em busca
de ferimentos.
Seu toque era rápido e impessoal, mas seus dedos eram fortes e os
calos nas mãos eram ásperas na sua pele enquanto corriam por ambos os
lados de seu tornozelo, seguindo pela canela e depois inspecionando o seu
joelho, mexia nela como se não fosse nada mais do que uma dobradiça numa
porta.
Ela se segurou completamente imóvel enquanto suas mão deslizavam
para baixo da sua tíbia e em seguida sem nenhum tipo de restrição chegava
ate a sua coxa. Ele colocou as duas mãos em torno de sua coxa e com
movimentos firmes esfregou para cima e para baixo, procurando a resposta do
por que a sua perna não estava funcionando corretamente, sentiu que as suas
mãos persistiam nas suas coxas e que a sua saia estava em perigo de ser
empurrada por todo o caminho ate o ‘V’ entre as suas pernas, respirou fundo e
empurrou as mãos para baixo até que ela estava segurando o material
firmemente com as mãos contra as suas coxas superiores.
Quando ele tinha tocado e examinado ate que ficou satisfeito se
ajoelhou e começou a embalar o seu tornozelo em suas mãos, seu pé estava
apoiado contra os duros músculos de seu estômago, fazendo com que a sua
respiração viesse rápida e criasse um bolo na sua garganta.
- Como isso aconteceu, Emma?
Suas mãos acariciavam seu pé distraidamente.
- Posso ter o meu pé de volta, por favor?
Perguntou ela.

80
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Lucas a segurou firmemente pelo seu tornozelo


quando ouviu a sua voz severa. - Não, você não pode.
Ele respondeu na mesma moeda.
- Responda a pergunta.
Sua carne se arrepiou com aquele toque contínuo e uma onda de prazer
começou a percorrer ao longo de suas terminações nervosas. Os sentimentos
eram completamente confusos e ela pensou que poderia ser melhor responder
a sua pergunta e então talvez ele iria soltá-la.
- Eu caí de uma árvore quando era criança.
- Quantos anos?
- Doze.
- Foi ao medico?
Emma entendeu o que ele estava pedindo com apenas uma palavra.
- Sim.
- Coitadinha.
Ele falava enquanto as suas mãos deslizavam mais para cima da perna
dela com cada curso.
- Profissional ruim?
- Não, tive uma segunda e terceira opinião e todos falaram que o médico
que me atendeu primeiramente foi muito competente, apenas fiquei com
sequelas.
Sua voz parou como se estivesse revivendo uma memória terrível.
- O osso se projetava muito para fora a partir da pele, percebe.
- Aqui?
Ele questionou enquanto sua mão corria para uma cicatriz abaixo do
joelho e a direita da sua canela.
- Sim.
Seus olhos seguraram os dela enquanto a sua mão acariciava a área
como se pudesse acalma-la de alguma maneira.
- Será que você ainda sente dor?
Ela viu um tique no seu rosto quando ele fez a pergunta.
- Muito raramente, apenas quando abuso muito dela.
Respondeu ela tentando fazer com que sua voz soasse firme.
Seus olhos se estreitaram e suas sobrancelhas se juntaram numa
carranca. - Como você fez hoje?
Sua voz estava baixa novamente e com uma ameaça inconfundível de
retaliação vinda dele.
Emma sabia que havia cometido um erro com essa resposta assim que
saíram da sua boca e não voltou a responder a sua acusação de fala mansa.
Suas mãos caíram para a sua outra perna e ele começou a tirar o sapato
e meia de seu outro pé com movimentos econômicos.
- O que você está fazendo agora?

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Seus pelos dos braços e pernas se arrepiaram quando


uma reação inusitada tomou conta.
- Levá-la para a cama, quero que descanse esta perna.
- Mas não estou ferida.
Suas palavras eram uma negação.
Ele tinha terminado a sua tarefa, então levantou as suas pernas e girou
o seu corpo até que estava de bruços na cama, logo após pegou o edredom
que estava dobrado ao pé da cama e o sacudiu, em seguida o espalhou sobre
ela.
- Isso não é o ponto, acredito que você precisa descansar e é isso que
vamos fazer.
Emma segurava o cobertor até o queixo e inclinou-se contra os
travesseiros enquanto olhava para ele.
- Você está sendo irracional.
Ele não respondeu a isso, mas trocou de assunto completamente.
- Quantos anos você tem?
Ele perguntou com um toque de perplexidade na sua voz.
- Vinte e dois.
Ela não sabia para onde ele estava indo com essa sua linha de
questionamento.
Levantou-se e empurrou o seu calçado sob a cômoda para logo em
seguida virar-se para ela novamente.
- Quem está tomando conta de você desde que o seu marido morreu?
Suas palavras a fizeram se sentir como uma imbecil e teve que cerrar as
mãos debaixo das cobertas para não soca-lo.
- Eu cuido de mim mesma.
Ele ficou com a mão na porta e seus olhos corriam para cima e para
baixo pelo seu comprimento escondido pela coberta, lhe deu um pequeno
sorriso que mais parecia conter uma advertência em vez de qualquer humor,
logo após a sua voz saiu com uma nova ameaça de fala mansa.
- Você não sabe cuidar de si mesma.
Com aquelas palavras ainda ressoando em seus ouvidos, a porta se
fechou atrás dele.

82
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo sete

Embora parecesse quase impossível para ela dormir devido ao horror


passado com as cobras ainda fresco na sua mente e o cheiro de Lucas como
um lembrete físico de que ele esteve dentro do seu quarto e do que havia
acontecido, Emma acabou caindo num sono pesado e passou uma boa parte
da tarde naquele descanso tão necessário.
Ela não percebeu que era tão tarde, até que se sentou em frente ao
espelho da cômoda para arrumar o seu cabelo quando ouviu uma única e curta
batida na sua porta e sem qualquer outro aviso Lucas adentrou em seu quarto.
Ela abaixou as mãos do seu cabelo e as colocou sobre a cômoda
enquanto observava ele entrar no seu quarto, segurando uma bandeja nas
mãos e a colocando sobre a mesa de cabeceira.
O aroma do guisado de carne e pão fresco ativou ao seu estômago e o
seu apetite subjugado apareceu gritando e exigindo que o ouvisse.
Ele se inclinou para baixo para ajustar o botão da lanterna de querosene
e a luz fraca vindo do sol poente foi reforçada com a adição da lâmpada.
Com apenas um olhar superficial na sua direção ele foi em direção à
porta se preparando para sair tão rápido quanto havia entrado, porem antes da
fuga ele falou.
- Maria está muito cansada por ter que cozinhar para tantos homens e
ficarei fora até amanhã.
Ele começou a sair e Emma teve que gritar para detê-lo.
- Espere.
Ele se virou na sua direção e Emma não conseguiu ler os seus olhos.
- Eu posso ajudá-la.
- Não, você não pode.
- Por quê?
- Você tem ideia da quantidade de homens que tem que ficar entrando e
saindo de lá?
- Muitos e poderia lhe fazer bem ter mais um conjunto extra de mãos.
- Não.
Sua voz era inflexível.
- Por quê?
- Você irá ficar aqui dentro até eu voltar, então, quando estiver com
você, o que será em breve, irei apresentá-la para as demais pessoas da
fazenda.
Emma desistiu por enquanto da ideia de ajudar a Maria e virou o tópico.
- Onde você está indo?
Ele levantou uma sobrancelha escura como se questionasse o seu
direito de fazer aquela pergunta.
- Cody e eu sairemos para uma das barracas de abastecimento na
estrada, porem será noite quando chegarmos lá e teremos que passar a noite.
83
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Sua voz embora uniformemente e modulado,


estava lhe escondendo algo e uma apreensão começou a crescer dentro dela.
- Você acha que há algo errado?
- Talvez. O homem deveria ter voltado há dois dias para o
abastecimento.
Emma tinha percebido até agora que Lucas era um homem de poucas
palavras e apesar daquela explicação concisa, Emma percebeu que ele estava
indo apenas para ter certeza de que o homem estava bem.
- Tenha cuidado.
Quando Emma disse aquelas palavras sentiu uma queimação sobre as
maçãs do seu rosto enquanto o constrangimento rastejava através dela.
Como ele reagiria a aquelas pequenas palavras de preocupação que
não tinha sido capaz de controlar antes que se derramasse da sua boca?
Ela teve sua resposta quando ele mudou de direção caminhando ate ela
e erguendo o seu queixo.
- Você se importa comigo?
Ela lambeu os lábios e os olhos dele caíram sobre a sua boca.
Seu polegar deixou o seu queixo para alisar o seu lábio inferior e ela
pode sentir uma onda de calor quente lhe inundando com aquele toque tão
intimo.
- Serei cuidadoso, Emma.
Disse ele com uma voz profunda e controlada.
Seu polegar continuou indo para frente e para trás no seu lábio.
- Maria virá ate aqui para lhe trazer as suas refeições e se certificar de
que está bem, mas estará muito ocupada até o Vermelho ficar de pé
novamente. Eu não estarei aqui para vigia-la e a Maria não poderá ficar por
perto para cuidar de você criança.
Suas palavras eram suaves, mas ela sabia que o seu significado não
era.
- Você terá que usar o cérebro que existe nesta cabecinha e ficar dentro
de casa. Outro golpe do seu polegar.
- Acha que você pode fazer isso?
Emma estava irritada com aquele tom sutil de sarcasmo na sua voz.
- Mas é claro.
Um relâmpago passou através dela quando ele deixou cair à mão que
estava no seu ombro e a puxou para frente ate ficarem com as testas coladas e
as respirações misturadas, de repente ela achou difícil sair daquele casulo dos
seus braços.
- Eu espero que você consiga, porque quero verdadeiramente voltar
para casa e encontrá-la bem.
Seus lábios caíram e roçaram suavemente sobre os dela, mas apenas
uma vez. - Realmente quero você viva quando voltar menina Emma.

84
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele arrastou o seu dedo indicador ao longo do seu rosto


e ela sentiu um fio de desejo escorrer como mel quente através dela.
Os lábios dela caíram novamente, só que desta vez firme e duro
enquanto pressionava os dela. As suas mãos apertaram os seus ombros e
Emma balançou mais plenamente na direção do seu corpo pensando que ele
estava prestes a tomar a sua boca com a língua, quando de repente, ele se
esticou e a empurrou para longe.
Ele a segurou mais uma vez antes de deixa-la ir completamente e então
se virou e caminhou até a porta novamente.
- Fique em casa.
Ele grunhiu.
Mais uma vez a porta se fechou atrás dele.
Emma ficou dentro de casa por um dia e meio à procura de algo para
fazer, até que encontrou uma caixa de roupas usada e durante uma das visitas
curtas de Maria perguntei a ela sobre isso.
As roupas eram de Lucas e precisavam de conserto, então Emma se
ofereceu para concerta-las e Maria a agradeceu bastante, porque não tinha
tempo para isso tão cedo.
Mas agora, sentado por horas e horas no silêncio da casa, a sós,
apenas com os seus pensamentos e o ato íntimo de reparar as roupas de
Lucas, sua mente começou novamente a tomar um rumo perigoso e enquanto
costurava os botões que faltavam ou fazia pequenos remendos no tecido de
suas camisas, pensou sobre qual seria a sensação de ser a responsável pelo
cuidado do seu vestuário, ter um dever doméstico, um dever de esposa, a sua
mente jogava todo tipo de truques sobre ela enquanto imaginava se a casa
fosse sua, se Lucas fosse o seu marido e sobre o trabalho que teria para cuidar
dele e da sua casa.
Enquanto a pilha de roupa que estava reparando crescia
consideravelmente o crepúsculo começou a cair, ao notar isso começou a se
questionar se ele não voltaria para casa naquela noite quando ouviu a porta da
sala bater.
Ela ficou parada ouvindo o arrastar daqueles pés grandes e então de
repente ele estava em pé na frente da sua cadeira a olhando.
- Você está de volta.
Disse ela simplesmente.
- Sim.
Seus olhos ficaram brilhantes quando reparou na pilha de roupas suas
ao seu redor.
- Está tudo bem com você?
Seus olhos corriam no seu corpo para cima e para baixo
inconscientemente, à procura de uma marca ou algo fora do lugar, mas não viu
nada que indicasse que ele estava ferido.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Sim, o cavalo de Buck caiu no córrego e tivemos que


retira-lo, Cody voltará amanhã para avisar aos demais.
Ele roncou as palavras numa voz muito profunda, até mesmo para ele.
- Oh... Que triste.
- Sim.
Ele concordou com um breve aceno.
- Acho que você encontrou algo para manter a sua mente ocupada.
Ela revirou os olhos diante daquele tom de sua voz.
- Sim senhor, eu encontrei.
Ela respondeu atrevidamente e sabia que ele não queria perder tempo
com o assunto do cavalo perdido.
- Estou morrendo de fome, venha me fazer companhia enquanto como.
Um prazer correu pela sua espinha quando ele apenas se virou de volta
para a cozinha, esperando que ela fizesse exatamente o que ele pediu, mas
ela não tinha a mínima intenção de recusar aquela ordem.
Ela o seguiu até a cozinha e ficou o observou enquanto ele devorava o
prato de comida que a Maria tinha deixado para ele e ao observar naquele
momento uma fita de curiosidade deslizou por sua espinha.
Como seria a sua vida se ele fosse realmente dela?
Como seria o seu toque ao compartilhar a mesma cama?
Ela sabia apenas o básico sobre a reprodução, ou seja, que o homem
levava a semente para o ovo de uma mulher ovo e assim se fazia um bebê.
Mas a única experiência que tinha com o desejo ou excitação havia
aprendido com ele.
- O que você está pensando que ficou tão séria de repente?
Ele bebeu o copo d’água depois que deu a sua última mordida e ficou
parado a estudando atentamente.
Emma sabia que o seu rosto estava vermelho de vergonha.
- Nada.
Esta era absolutamente a única resposta que poderia dar a ele naquele
momento.
Lucas a olhava com tamanho escrutínio que não era possível lhe
esconder nada, mas a menina estava envergonhada agora que havia lhe
perguntando o que ela estava pensando para colocar aquele olhar em seu
rosto.
Ele teria que a levar lentamente, mas tinha o objetivo de descobrir todos
os seus segredos.
- Que tal um jogo?
Ele sugeriu.
Seus olhos voaram para os dele.
- Um jogo?
Sua voz era hesitante.

86
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Seus olhos se estreitaram ainda mais e ele começou a


sentir aquela excitação latejante que era sempre presente quando estava na
sua presença.
- É. Damas, cartas ou algo assim.
- Sim, tudo bem.
Ela concordou prontamente.
Ele levantou foi ate uma gaveta, tirou o baralho de cartas e em seu
caminho de volta se desviou ate a porta de trás e com movimentos seguros a
fechou e deslizou o ferrolho.
O bloqueio fez um clique sólido que martelou pela sala.
Ele caminhou de volta para a mesa e a viu visivelmente engolir enquanto
olhava para a porta fechada e trancada.
Ele ignorou aquele olhar no seu rosto puxando a sua cadeira para mais
perto dela e sentou-se enquanto deixava cair o baralho de cartas entre eles.
Cruzando os braços se inclinou sobre a mesa e em silêncio invadiu todo o
espaço à sua frente.
- Do que você quer brincar hoje?
- Eu não... Eu não sei.
Sua voz saiu num fio, pois sua mente evidentemente, ainda estava na
porta trancada.
- Que tal pôquer?
Ele perguntou a ela.
- Pôquer!
A palavra tinha um pouco se suspeita com relação a sua escolha, a sua
ideia de jogar pôquer era sem dúvida chocante para ela.
- Bem, você escolheu da última vez, não foi?
Suas palavras eram casuais.
- Sim, acho que sim.
- E eu não sei outros jogos de cartas de qualquer maneira, então prefiro
jogar pôquer.
Ele pegou as cartas da mesa.
- Mas o pôquer não é um jogo de azar?
Ela perguntou-lhe com o cenho franzido.
- Sim.
- Mas não é um crime joga-lo.
- É um crime de onde você veio?
Seus olhos fitavam das cartas em suas mãos até o seu rosto.
- É errado em qualquer lugar, acho.
Respondeu ela com a voz cheia de atrevimento.
- Bem, nós não vamos jogar por dinheiro e por este motivo a questão de
certo ou errado não se aplica.

87
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Isso é certo, porque se você acha que eu seria tola o


suficiente para jogar por dinheiro com um homem que conquistou o seu próprio
rancho num jogo de pôquer, você estaria muito enganado ao meu respeito.
Seus braços se cruzaram sobre o seu peito e ela ergueu o queixo
lançando um olhar irritado na sua direção.
- E isso é muito inteligente da sua parte Emma.
Ele admitiu com um sorriso.
- O que vamos apostar então?
Ela perguntou a ele.
- Beijos.
Ele embaralhou as cartas como se não tivesse dito nada demais.
- Beijos!
Ela parecia chocada.
- Sim, beijos.
Emma estava balançando a cabeça de forma negativa.
- Não senhor, não quero apostar beijos, pense em outra coisa.
- Roupa?
Ele disparou de volta.
Emma parecia confusa enquanto o estudava.
- Por que você iria querer as minhas roupas?
Lucas podia ver a sua mente trabalhando enquanto tentava chegar ao
motivo dele querer trajes femininos e como estava perto o suficiente pode ver a
mudança na sua expressão, quando ela descobriu o que ele quis dizer. Seu
rosto ficou branco em primeiro lugar e em seguida um adorável rubor de fogo
cobriu as suas maçãs do rosto, a sua boca formou um 'oh' de choque e depois
fechou com um estalo nos seus lábios.
Ele riu.
- Não se preocupe querida, estava apenas brincando com você, que tal
jogarmos por palitos de fósforo.
- Palitos de fósforo?
- Isso é uma coisa aceitável para apostar?
Ele viu o sangue lentamente diminuir nas suas faces e decidiu irrita-la só
mais uma vez.
- Nós poderíamos voltar para a ideia dos beijos se assim quiser.
Ela olhou para ele.
- Não, palitos tudo bem.
Ele levantou-se outra vez e foi ate uma gaveta de onde tirou uma caixa
quase cheia de palitos de fósforo, sentou-se novamente e dividiu os palitos ao
meio.
- Isso é aceitável ou você prefere conta-los?
Emma cautelosamente olhou para os dois montes de palitos de fósforo,
mas parecia tudo igual, mas como sabia que o jogo estava em suas mãos
apenas seguiu com aquela encenação.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Será que posso escolher a minha pilha


primeiramente?
- Claro.
Sua resposta era casual e antes de escolher o olhou de perto para tentar
identificar algum plano dele para engana-la, mas não conseguiu encontrar
nada.
- Tudo bem.
Ela estudou as duas pilhas enquanto ele esperava sorrindo como um
gato que estava prestes a receber o creme e isso fez com que franzisse o
cenho enquanto puxava uma pilha diretamente na frente dela e empurrava a
outra para ele.
Ele olhou para a maneira dura que ela estava segurando os palitos e
decidiu fazer algo sobre isso, se levantou de novo, abriu a porta de armário e
tirou uma garrafa de uísque e dois copos, ele praticamente arremessou tudo
aquilo em cima da mesa entre eles.
- Eu não posso beber bebidas espirituosas!
Ela lamentou.
- Claro que você pode.
Seu tom era o mesmo enquanto derramava uma pequena quantidade de
uísque em cada copo.
- Sr. Butler...
Ele riu e seus olhos se moveram desde o copo de uísque na sua frente
ate pousar novamente em seu rosto e percebeu que ela o olhava como se ele
não fosse capaz de rir. - Estamos de volta ao Sr. Butler querida?
Ela limpou a garganta.
- Lucas, não posso beber, porque isso é uísque.
Sua voz era inflexível.
- Você quer jogar de acordo com as regras, não é?
- Sim, mas não acredito que uma das regras do jogo é que se deve estar
embriagado.
Seus olhos o observavam com cautela e ele não sentiu nenhuma culpa
apenas diversão e o baixo zumbido da sua excitação.
- Você não acha que eu iria enganá-la, não é?
Seus olhos se estreitaram sobre ele numa carranca.
- Sim eu acho!
Ele começou a rir e levantou o seu copo tomando um gole antes de
empurrar o copo na sua direção.
- Tome apenas um gole e vamos começar o jogo.
Ele viu quando ela olhou para o vidro como se nele tivesse veneno e
isso fez com que continuasse a sorrir o que o fez perceber que ele não tinha
esse tipo de diversão a um longo, longo tempo.
Lentamente ela estendeu a mão e puxou o copo de uísque duramente
sobre a mesa até que ele descansou na sua frente, a sua mão tremia quando

89
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

hesitou por um breve momento e ele quase sentia pena dela.


Quase.
- Não tome um grande gole, tomar uísque deve ser um gosto adquirido,
a princípio apenas o segure próximo ao seu nariz e sinta o seu cheiro.
Ele olhava para ela enquanto ela fazia o que ele falava e quando o seu
nariz inalou o uísque ela retirou rapidamente a sua cara do copo.
- Você nunca bebeu uísque Emma?
- Não, mas é claro que não!
Ela estava de volta ao tom azedo.
- Vinho?
- Sim, já bebi vinho algumas vezes.
Ela concordou com a voz um pouco mais suave.
- É a mesma coisa, apenas um pouco mais forte.
Ele estendeu a mão molhando um dedo no copo e moveu a mão para
perto do rosto dela oferecendo-a.
- Sinta o gosto, Emma.
Emma olhou para aquela mão na sua frente e teve a súbita sensação de
que ele não estava lhe oferecendo conhecimento sobre o sabor do uísque ou
uma lição de pôquer, pois seus olhos estavam quentes nos dela, então
cuidadosamente e lentamente abriu os seus lábios e segurei a sua boca
ligeiramente aberta, viu quando as suas narinas dilataram, mas ele não mexeu
a mão para mais perto dela.
- Prove-o.
Sua voz era mais profunda do que o habitual.
Seus olhos castanhos lhe hipnotizaram e ela se inclinou na sua direção
até que estava perto o suficiente para pegar o seu dedo e ate mesmo tocá-lo
com a língua, ele a esperou pacientemente e ela sabia que por alguma razão,
ele queria que ela viesse todo o caminho até ele.
Ela foi um pouco mais na sua direção e a sua língua saiu quando
delicadamente lambeu o seu dedo. Seus olhos se fecharam com a onda
imensa de prazer que escorreu dentro do seu corpo, assim que a sua língua
molhada tocou-lhe, era demais a sensação do álcool batendo na sua corrente
sanguínea e o gosto ardente daquele dedo, tudo isso causaram vários nós no
seu estômago.
Sua língua se lançou de volta para a sua boca enquanto reabria os seus
olhos, ele manteve o seu dedo sobre o lábio inferior por um segundo antes de
mergulhá-lo de volta no seu copo e em seguida o colocou de volta na sua boca
o mergulhando novamente para uma segunda prova.
Seus olhos a observava de perto.
- É bom, não é mesmo, querida?
Sua voz soava muito rouca.
Suas palavras a levava a pensar que eles estavam falando sobre algo
diferente do que a prova de uísque.

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A novA Aquisição do rAncheiro

- É muito forte.
Ela conseguiu responder quando o som dele chamando-a de querida
lavado tudo dentro dela numa corrida aquecida.
Ele molhou o dedo e levou aos seus lábios novamente.
- Às vezes forte também é bom.
Seus lábios acariciaram seu dedo suavemente e Emma ficou chocada
quando percebeu que estava beijando-o. Ela se afastou e ele ergueu o copo
até a sua boca. - Tome um gole, apenas um pequeno gole.
Advertiu ele.
Emma fez o que lhe foi dito e levantou o copo tomando um pequeno
gole, apenas um pouco mais do que havia recebido no seu dedo.
O álcool continuou a bater na sua corrente sanguínea como ondas de
calor.
- É isso mesmo, querida.
Seus olhos voaram para o seu mais que satisfeitos.
Ele tomou outro gole de uísque e se abaixou, pegando o baralho de
cartas e começou a baralhá-los novamente com uma velocidade que quase lhe
deixou tonto.
- Onde você aprendeu a fazer isso?
Ela estava surpreendida com o rápido movimento dos seus dedos sobre
as cartas.
- Eu não me lembro, fiz isso a maior parte da minha vida, acredito.
- Você pode me ensinar?
Seus olhos levantaram abruptamente das cartas se chocando ao mesmo
tempo com o dela, ele manteve ali por um momento muito longo antes de cair
para os seus seios e lentamente voltar para os seus olhos e lhe responder com
uma voz lenta e rouca. - Irei te ensinar.
Sua cadeira raspou para trás quando ele se levantou, se postou atrás
dela e passou os braços em sua volta.
- O que você está fazendo?
Ela sussurrou enquanto o seu aroma a envolvia, era um aroma quente e
picante totalmente masculino de tabaco e couro em torno dela e tudo isso
misturado com aquela sua sensualidade quente começou a se espalhar por ela
através de um delicioso fluxo de lava derretida que corriam pelo seu sangue.
Suas mãos pousaram nos seus ombros a agarrando, ela sentia os seus
polegares cravados nos seus ombros e os demais dedos quentes afundando
na sua pele acima da clavícula.
- Ensinar você a baralhar, ainda quer aprender, certo?
Emma fechou os olhos e brigou consigo mesma para não virar desmaiar
de tanto prazer aos seus pés, mordendo o seu lábio decidiu que qualquer
forma de tortura sensual que ele a estava impondo, ela faria com que ele
sofresse duas vezes mais.
- Sim ainda quero aprender, Lucas.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela estendeu a mão e tomou outro pequeno gole do


líquido de fogo e por alguma razão, ao enviar aquele calor correndo por suas
veias, dava-lhe uma coragem que nunca tinha tido antes.
Ele pegou o copo dela e o colocou com firmeza para fora do seu
alcance.
Ainda com seus braços em volta dela dividiu o baralho em duas
metades, segurando seus braços duros apenas nos cotovelos usou apenas os
polegares para controlar a metade superior dos dois conjuntos de cartas,
enquanto os demais dedos firmemente ficavam na parte inferior.
- Você tem que ter uma mão firme, Emma.
As palavras foram sussurradas tão perto do seu ouvido que ela sentiu o
seu hálito quente no pescoço, seu corpo começou a tremer, enquanto ele
continuava a lição.
- Esse é o segredo, querida, apenas segurá-lo bem apertado no lugar
certo...
Suas palavras pararam no momento em que ele começou a deixar as
cartas se juntarem numa confusão lenta e ela podia escutar o estalo que cada
carta fazia o acertar a próxima.
- Você percebeu o que quero dizer?
- Sim.
Ela sussurrou, mas seus olhos estavam fechados naquele momento e
ele não tinha como saber disso, todos os seus sentidos estavam em sintonia
com a sua voz, as indicações sussurradas que ele lhe dava e o seu halito
quente que ficava mudando da sua orelha até o pescoço e vice e versa.
- Você quer tentar?
Sua voz era quente e o significado da sua pergunta lhe era totalmente
desconhecido, mas como estava em transe, tudo o que podia fazer era
concordar.
- Sim.
Lucas sentiu a sua coragem se apertar em redemoinhos de pura luxúria
quando Emma sussurrou a palavra "sim" duas vezes em seguidas. Ele sabia
que ela estava em algum lugar do seu passado ao invés de aprender a
baralhar cartas e aquela ereção empurrando contra a sua calça jeans não iria
embora sem não conseguisse algum tipo de alívio urgente.
Ele sabia que tipo de alívio ele queria naquele momento.
O tipo esbelto de corpo da Emma, nua na sua cama.
Ele se afastou da borda sensual saindo de perto daquela delicada linha
suave de sua coluna e caminhando de volta para a sua cadeira.
- Você está pronta para jogar?
Sua voz ainda estava rouca de excitação e ele se concentrou sobre as
cartas para tentar tirar ela da sua mente.
- Eu não sei nada sobre o jogo de pôquer.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Há apenas uma coisa sobre o pôquer e outros jogos de


azar que sempre precisa se lembrar.
Seus olhos se agarraram a ele lhe pedindo para continuar.
- Nunca... Nunca... E repito nunca jogar o que você não pode dar ao luxo
de perder.
Ela deixou um pouco que aquele conselho se afundasse dentro dela.
- Tudo bem.
Ela concordou levemente e viu quando ele contou cinco cartas para
cada um.
- Jogamos cada um com cinco cartas.
Emma tentou se concentrar nas cartas e não nas mãos, mas isso era
quase impossível, aqueles dedos eram longos, magros, bronzeados do sol e
inegavelmente muito masculinos.
- Há muitas variações deste jogo, às vezes as cartas estão em alta, às
vezes oculta e às vezes uma mistura dos dois.
Continuou ele enquanto ela apenas o observava.
- Mas geralmente elas estão escondidas e vamos começar com o
básico, vamos olhar para as mãos um do outro para que eu possa lhe explicar
melhor.
Emma acenou com a cabeça em concordância.
- O objetivo do jogo é ter a melhor mão, portanto, ganhar o premio.
- Eu pensei que era necessária muita habilidade para jogar pôquer e se
sempre a melhor mão garante a vitória, onde é que habilidade entra?
- Pergunte ao Nice, querida. Há habilidade envolvida e você vai aprender
como e os porquês dela na medida em que avançamos.
Ela olhou para ele com desconfiança, como se estivesse escondendo
alguma coisa que ela precisava saber.
- Não olhe para mim desse jeito, não estou tentando jogar areia nos
seus olhos de forma alguma.
- Vá em frente.
Ele virou as cinco cartas na frente dela e as cinco cartas na frente dele,
ela tinha um par de três e mais nada e ele ainda pior não tinha nada.
- Se você não tivesse esse par de três eu iria ganhar com uma única
carta alta, pois o meu Jack é mais alto do que a sua maior carta que é um dez,
mas desde que você tem um par, você ganha. Um par de qualquer coisa bate
qualquer carta alta única.
Ele olhou para cima para ver se ela estava seguindo a sua explicação.

- Entendeu?
- Sim.
Ela respondeu com duvida em seus olhos.
Ele riu e moveu seu copo de uísque para a sua frente, pegando o copo
tomou um gole, saboreando o sabor no seu paladar.

93
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Tome um gole e vamos continuar.


Ela pegou o copo e tomou um pequeno gole.
Ela olhou para ele e o encontrou em silêncio estudando os seus lábios e
cada vez que ele a olhava daquela maneira, Emma sentia a atração entre eles
crescer ainda mais. Ela não sabia se era por causa da sua proximidade,
do uísque, ou ambos, mas seus sentidos estavam em tal rotação e ela estava
quase tonta naquele momento.
Eles assistiram um ao outro em silêncio até que ele se agitou e voltou a
olhar para as cartas.
- Certo. Então dois pares de nada bate um par.
Seus olhos pousaram no seu dedo indicador tocando uma das cartas,
aquele gole de uísque estava aquecendo ao seu interior e ela sorriu para ele.
- Sim, senhor.
Emma ficou chocada ao ouvir a provocação na sua voz.
- Três de um tipo bate dois pares, menina bonita.
Seus olhos voaram para os dele.
- Não olhe assim para mim e você sabe que é muito bonita.
Seu estômago se revirou de emoção e um pequeno brilho de calor
causado pelo seu elogio cauterizou algo dentro dela, mas seus olhos
nervosamente desviaram do seu.
Sua mão voou para o seu rosto e ergueu o queixo de forma que ela lhe
olhasse novamente.
- Você é linda.
Seus olhos corriam pelo seu rosto.
- Dos seus lábios cor de rosa, o seu cabelo sedoso, na verdade tudo em
você é bonito e não consigo acreditar que o seu marido não lhe falava isso o
tempo todo.
Lucas sentiu a sua pele cremosa sob seus dedos e sentiu um momento
de culpa por estar tão feliz que o outro homem estivesse morto, mas se assim
o era, não havia nada que pudesse fazer para mudar este fato. Estava mais
que feliz porque se ele estivesse vivo, Emma não estaria sentada em sua
cozinha, corando como fogo e prestes a perder feio no pôquer.
Seus olhos se fixaram em seus lábios.
- A reta bate três de um tipo.
Ele correu os dedos sobre os seus lábios.
- Você sabe o que é uma reta?
Quando ela balançou a cabeça a sua pele se movimentou sobre os seus
dedos e um calor deslizou por sua espinha, ele se forçou novamente a se
concentrar.
- A reta são cinco cartas seguidas em ordem numérica, não importa a
ordem.
Ele continuou a falar mediante o seu silêncio.

94
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Um rubor bate uma reta. Um rubor são cinco cartas do


mesmo naipe, não importa os números.
Ela tinha um olhar distante nos seus olhos e Lucas tirou a mão do seu
rosto, pegou o copo e tomou um gole grande pela primeira vez.
Ele tentou acelerar as explicações para passar pelas noções básicas o
mais rápido possível.
- Casa cheia vem a seguir. Três de um tipo e um par.
Ela permaneceu em silêncio e ele sabia que o álcool estava queimando
através do seu sistema e ela provavelmente não tinha retido nada desde que
lhe explicou o que era uma trinca.
- Você está seguindo?
Ela assentiu com a cabeça em concordância.
- Quatro de um tipo bate a casa cheia. Straight flush vem em seguida e é
de cinco cartas em sequência, mesmo naipe. O Royal Straight flush é a mais
alta, cinco cartas todas do mesmo naipe.
Ele passou pelas mãos restantes e sabia que não havia uma chance no
inferno dela se lembrar nem da metade de tudo isso.

cApítuLo oito

Emma ficou sentada naquela cadeira sentindo um calor eufórico batendo


nas suas veias enquanto ouvia a cadência lenta da voz profunda de Lucas. O
sabor do uísque era muito ruim, mas aquela sensação inebriante que gerava
bem que fazia valer a pena superar o seu gosto nojento.
Ela tinha perdido a essência das regras há muito tempo, mas fingia
prestar atenção e se recusa a admitir que não tinha uma única ideia de como
jogar este jogo complicado.
Ela ficava repetindo na sua cabeça a única regra que prestou atenção
que era a primeira “não aposte aquilo que você não pode perder”, as demais
eram bastante simples e se ficasse atenta a esta regra passaria por isso sem
nenhum arranhão.
Ela viu quando Lucas preparou uma nova mão desta vez com as cartas
viradas para baixo, logo após pegou as suas cartas, olhou para elas, mas não
fez mais nenhum movimento.
- Vá em frente.
Disse a ela.
Emma pegou as cartas e tentou se concentrar no que ele havia dito a
ela, notou que tinha um par de cincos sendo um deles negro e o outro
vermelho.
Será que isso era importante?

95
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela mudou o vermelho de lugar colocando ele ao lado do


preto para que ficassem juntos.
Ela olhou para ele e esperou para ver o que ele faria em seguida.
Ele mostrou as suas cartas.
- Eu não tenho nada e você?
Ela sorriu e mostrou os seus cincos.
- Muito bom.
Eles jogaram várias outras mãos dessa maneira até que ela ficou um
pouco mais familiarizada com o jogo.
Em seguida o jogo começou para valer e ele declarou o valor que
apostaria e lhe disse-lhe para apostar em seguida.
- Ante?
Tinha certeza de que ela não havia ouvido usar esse termo ainda.
- Vinte e cinco palitos de fósforo.
Ele rapidamente contou os seus palitos de fósforo da sua pilha e ela fez
o mesmo.
- Essa é a sua aposta.
Ele pegou o que restava dos palitos de ambas as pilhas e os colocou de
volta na caixa.
- Claro.
Ela falou junto.
Em seguida ele pegou cinco novas cartas e deu a mesma quantidade
para ela. - Dê uma olhada nas suas cartas, mas sem me dizer nada neste
momento e em seguida faça a sua aposta.
Ela deu uma olhada nelas.
- Eu não tenho quase nada.
- Então não aposte todos os seus palitos de fósforo.
Ela pegou apenas cinco e os levou para o centro ao mesmo tempo em
que ele empurrava cinco ao encontro dos dela.
- Farei a mesma aposta.
Enquanto Emma estudava as suas cartas, ele lhe explicava sobre os
desenhos e quase podia ver a sua mente se concentrando para tentar fazer a
melhor mão que podia. Ela jogou fora duas cartas e as pegou, o que a fez
quase imediatamente começar a se contorcer no seu assento enquanto olhava
para ele.
Isso ia ser como tirar doce de criança.
Lucas descartou três cartas e as substituiu logo em seguida.
- A sua aposta.
Ele disse.
- Você pode apostar mais cinco ou dobrá-los, mas uma vez que não têm
tantos palitos, eu aconselho a apostar apenas cinco.
Emma empurrou para fora da sua pilha mais cinco e assim fez o Lucas.
Ele abaixou as suas cartas e Emma ganhou a rodada com folga.

96
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Eles jogaram várias em seguida, com Lucas a deixando


ganhar quase todas as mãos, apenas ganhava de vez em quando para ela não
ficar desconfiada.
E então ele foi para cima dela com tudo.
Ele sistematicamente ganhou varias mãos consecutivas ficando com
quase todos os palitos de fósforo e deu as cartas mais uma vez. Emma estava
atordoada e ele poderia dizer que ela pensou que havia sido enganada.
- Não é justo! Por que perdi todos os meus palitos?
Ela lamentou.
Lucas coçou o queixo enquanto fingia pensar sobre o assunto.
- Quando você está jogando este jogo e fica num momento ruim como
este, deve descobrir quais são as suas opções e saber para que lado deve
seguir.
- Minhas opções?
- Bem, geralmente no pôquer igualar uma aposta é algo aceitável, mas
você tem que ter realmente certeza de que tem uma mão vencedora, ou então
irá se encontrar num buraco ainda maior do que você pode pagar, por isso não
deve apostar algo que você não queira perder.
Emma olhou para a mão dela novamente e tentou se concentrar.
- Eu sei que a minha mão é a vencedora.
- Você sabe querida?
Perguntou a ela com um brilho nos olhos e um meio sorriso nos lábios.
Emma lhe mostrou a língua numa retaliação brincalhona.
- Eu tenho certeza Lucas.
- Bem, você terá que apresentar algo mais para apostar querida, porque
já está sem palitos de fósforo.
- Eu não tenho mais nada a oferecer.
Ela olhou profundamente nos seus pensamentos por um momento e
então se endireitou no assento.
- Que tal se eu perder a mão assar biscoitos para você amanhã? Eu faço
os melhores biscoitos do pais!
- É mesmo?
Ele não conseguia tirar os olhos dela que estava tão corada e animada
com aquele jogo e também mostrava um brilho de felicidade que vinha de
dentro dos seus olhos.
Eu lhe garanto que é a mais pura verdade.
Ela falava suavemente.
- Se você diz que sim.
Ele falou.
- Mas estou gordo demais, quero que pense em outra coisa.
Emma olhou para ele com ceticismo, pois não tinha um grama de
gordura nele, o seu corpo era magro e musculoso e sua força muscular era
como um farol a chamando continuamente por vários dias, mas talvez ele

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

simplesmente não gostasse de doces, afinal ela nunca o tinha


visto comer qualquer bolo, torta ou algo semelhante.
- E já consertei todas as suas roupas!
Ela gritou num acesso de raiva fingida.
Uma satisfação cruzou o seu rosto.
- Você certamente fez isso.
Ela levou os dedos de uma mão à boca e tamborilou nos seus lábios
enquanto estava numa profunda reflexão. Seus olhos se fecharam como se a
resposta estivesse a sua frente, mas ela simplesmente não conseguia alcançá-
la.
- Vou ficar com a primeira opção.
Sua voz era profunda e quase selvagem enquanto a observava.
- Qual?
Seus olhos se estreitaram com o tom da sua voz.
- Os seus lábios.
Ele rangeu para fora.
- Lucas.
- Emma.
- Acredito que havíamos decidido não apostar beijos.
- Não, na verdade você decidiu não apostar beijos.
- Nós decidimos...
- Você sempre pode mostrar as suas cartas e acabar com o jogo, desta
forma eu ganho.
- Não, eu vou ganhar este jogo porque tenho a mão!
- Por mim tudo bem, mas prefiro beijos em vez de palitos de fósforo.
Ela o olhou nos olhos para avaliar a gravidade da sua oferta.
- Quantos beijos?
- Hmmm, vamos dizer que se você ganhar irá recebe todos os palitos de
fósforo e eu irei aumentar a aposta e levá-la numa cavalgada amanhã pela
fazenda.
Ela prendeu a respiração ao ouvir aquelas palavras.
- Eu nunca andei a cavalo.
- Nós vamos ter começar devagar então, ate você se acostumar a isso.
As palavras eram ditas em voz baixa, como se estivesse falando de
outra coisa que não montar a cavalos.
Ela contemplou a oferta em silêncio por um momento.
- E se eu perder?
- Três beijos.
A oferta era sólida, firme e parecia inegociável.
- Três beijos?
Perguntou ela quando uma emoção quente passou por ela, já tinha
descoberto que gostava demais dos seus beijos e Emma pensou que está era
uma aposta que poderia se dar ao luxo de perder.

98
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Três beijos de boa noite.


Lucas qualificou.
- Isso significa que me dará três beijos antes de ir para a cama hoje à
noite se eu perder?
Emma queria que os termos do acordo explicados.
- Não. Isso significa que lhe darei um beijo de uma noite durante três
noites seguidas, começando por hoje à noite.
Emma sentiu um calor passar através dela, ele a estava olhando como
um gato brincando com um rato e ela nunca sentido nada parecido em toda a
sua vida. Ele estava olhando para ela como se quisesse comê-la e isso a deixa
ao mesmo tempo confusa e lisonjeada com todo aquele interesse.
A sensação de urgência a levou a aceitar a sua aposta, mas a
expectativa de ganhar o jogo de alguma forma fez com que pensasse melhor,
ela começou a pensar em como seria sair da fazenda com ele amanhã, andar a
cavalo ao seu lado e começa a ver tudo e ainda por cima em cima de um
cavalo.
Por essa razão ela queria ganhar a aposta, mas o pensamento de ter
que beijá-lo três noites seguidas era uma tortura por completo.
- Por que você quer me beijar?
A pergunta saiu antes que pudesse detê-la.
Ele não tentou negar.
- Porque você é bonita, doce e tem um gosto muito bom.
- Mas eu ando mancando e...
Seu rosto endureceu quando a impaciência mudou as suas feições.
- Que diabos isso tem a ver com você Emma? Isso não tem
absolutamente nada a ver com o quão doce é o seu gosto e você quer fazer a
aposta ou não?
- Sim.
- Três beijos de boa noite contra uma cavalgada.
Ele fez um sinal para as suas cartas com um breve aceno de cabeça.
- Vamos ver o que você tem.
Emma mostrou as suas cartas orgulhosamente, ela tinha dois cinco, dois
três e uma carta nove exibidos.
Ele estudou por um tempo antes de levantar os olhos para o rosto dela e
mostrar as suas próprias cartas, seus olhos brilhavam de volta para Emma que
não conseguia naquele momento detectar nenhum traço de humildade, tudo o
que viu brilhar para ela era uma enorme satisfação.
Ela lambeu os lábios e olhou para baixo, ‘Quatro dezenas’, gritou para
ele do seu lugar na mesa.
Seus olhos voaram de volta para ele quando sentiu a sua mão lhe
capturar o pulso e sem perder um único instante empurrar a sua cadeira para
trás e a puxar contra ele até que aterrissasse no seu colo.

99
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Seu coração acelerou totalmente louco quando ele


empurrou os seus dedos para cima e começou a acariciar suavemente os seus
cabelos e logo após agarrou de uma forma mais rude o seu couro cabeludo,
tudo isso enquanto a estudava atentamente, ela pode constatar quando os
seus olhos começaram a brilhar intensamente e as suas narinas dilataram e
com isso o seu pulso deu uma parada súbita para logo após se agitar
novamente.
Ele abriu a boca para falar.
- Eu ainda irei levar você para montar amanhã, mas quero os meus
beijos.
Ela assobiou quando ele puxou o seu cabelo para trás para levantando o
seu rosto para ele.
- A partir de agora.
Com a promessa inebriante de andar a cavalo amanhã retumbando nos
seus ouvidos e a força daqueles lábios sobre os dela, fez com que um imenso
prazer explodisse através do seu corpo, e quando ele empurrou a sua língua
entre seus lábios e brincou com a dela, Emma se enrolou nos seus braços
furiosamente devido ao poder daquela excitação e do tamanho do seu
atordoamento, pois nunca havia sentido nada que inclusive chegasse perto do
que ele a fazia sentir.
Ela ficou levemente chocada com uma dureza que vinha dele e estava
pressionando forte a sua bunda enquanto cada vez mais o seu braço lhe
apertava ao seu encontro através de um aperto tão forte que moldava todas as
suas curvas ao seu peito musculoso.
Em segundos ela estava completamente ofegante contra a sua boca e
percebeu que ele também estava, pois a sua respiração estava tão agitada
como dela e naquele momento Emma tentou bravamente segurar a sua
sanidade com firme determinação, mas a perdeu completamente quando ele
ergueu a boca da dela e falou roucamente.
- Beije-me de volta.
A boca dele pousou sobre a dela novamente e Emma começou a
acariciar a sua língua contra a dele e por mais que já tivesse feito isso da outra
vez, quando repetiu o gesto ele soltou na sua boca um rosnado que vinha do
fundo da sua garganta e seu abraço se tornou mais apertado sobre ela.
- Eu quero você Emma.
Ele a sufocou de beijos e depois começou a correr a sua boca aberta
sobre os seus lábios, seu nariz, através da sua bochecha e por ultimo pousou
sobre o seu pescoço onde começou a fazer movimentos de sucção com os
lábios o que causava choques nas terminações nervosas da Emma e depois
percorriam todo o caminho até que pousavam num fluxo aquecido entre as
suas coxas o que a fez suspirar forte contra ele.
Ele moveu a mão que estava no seu cabelo e deslizou até que a estava
colocando sobre um seio. Outra sensação de formigamento passou como um

100
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

tiro através dela e quando se mexeu um pouco sobre as suas


pernas para aliviar uma frustração que não compreendia ele gemeu
furiosamente.
Ela tentou encontrar a sua voz.
- Isso é mais do que um beijo Lucas.
- Ainda não.
Sua resposta foi abafada no seu pescoço, ele deslizou o rosto
novamente para ela para capturar os seus lábios enquanto ela sentia o seu
polegar se movimentar para frente e para trás sobre a ponta crescente do seu
mamilo.
Um prazer, intenso e quente cravou nela e os seus membros trêmulos
se agarraram a ele novamente e que os seus lábios e língua lhe beijasse de
volta de uma forma totalmente dura e profunda com tudo o que havia dentro
dela e que fosse possível lhe entregar.
Lucas quase morreu quando ele sentiu a mudança que vinha de Emma,
ela estava doce e flexível em seus braços e ao mesmo tempo quente e
disposta e ele não sabia como seria capaz de parar tudo aquilo e se conformar
apenas com seus beijos, mas sabia que tinha que parar de qualquer forma.
Os poucos goles de álcool que a incentivou a tomar havia lhe soltado,
mas não havia nenhuma maneira no inferno que ele fosse capaz de tirar
proveito da situação, afinal ele queria que ela o desejasse do fundo de sua
alma e sabia que se esperasse isso primeiramente a estaria ganhando ainda
mais.
Mas ele não podia liberá-la ainda.
Ela cheirava a luz do sol misturado com canela e açúcar e ele tinha
certeza que nunca havia sentindo nada parecido antes e sentiu quando houve
uma lavagem completa do seu feitiço sobre ele fazendo com que a sua
suavidade se tornou um vício e o momento exato que se perdeu quando os
seus braços deram a volta no seu pescoço e o segurou com força contra ela.
O desejo que ele tinha sentido a primeira vez que a viu estava se
tornando uma necessidade e a sua mente começou a fazer vários planos para
o próximo dia e apesar de já ter lhe prometido uma aula de equitação ele
estava mais do que disposto a dar-lhe também uma lição de sensualidade.
Emma sentiu Lucas endurecer contra ela enquanto tirava as mãos do
seu pescoço e a colocar de forma segura ao em lado do seu corpo, ao mesmo
tempo em que arrancava sua boca da dela e se afastou dela.
- Chega.
Uma confusão se estabeleceu no seu cérebro. Os beijos que tinham
compartilhado tinham sido muito selvagens, além de qualquer coisa que já
tinha a esperança de experimentar, e agora, quando ele se afastou dela e
colocar um fim a tudo aquilo, ela se sentiu quase destruída.
- Há algo errado?

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Não. Não, a menos que você queira todas as suas


roupas arrancadas de seu corpo e eu profundamente dentro de você, dentro
dos próximos trinta segundos.
Suas palavras eram ásperas e duras e a sua voz ainda mais.
Emma estremeceu de choque quando aquela imagem muito íntima se
infiltrou no seu cérebro.
Ela nunca tinha pensado que algo entre eles iria mais longe do que
beijos e nunca em um milhão de anos tinha esperado que ele a quisesse
depois que descobriu tudo sobre a sua lesão era permanente.
E isso era uma ideia incrivelmente tentadora.
Lucas a levantou do seu colo e colocou sobre os seus próprios pés,
porem ficou segurou uma de suas mãos ate que se firmou.
- É melhor você ir para a cama, enquanto ainda tenho força para deixá-
la ir.
Por alguma razão, Emma achou aquele pensamento de ser muito difícil
deixá-la ir para a cama sozinha extremamente gratificante, mesmo que
soubesse que a situação se tornaria mais precária a cada dia, a sua admissão
de que ele a queria e mesmo assim respeitaria o seu tempo que ela estava a
chocou.
Ela olhou ansiosamente para ele uma última vez e em seguida
começou a se virar, mas ele parou de novo com um puxão da mão.
- Lembre-se Emma.
- Ele fez uma pausa e rodou o polegar contra o seu pulso frenético.
- Você me deve.
Emma adormeceu naquela noite com aquele pensamento sedutor na
sua cabeça.

cApítuLo nove

Emma amarrou o laço do chapéu sob o queixo e caminhou o mais rápido


que conseguia em direção à cozinha, onde Lucas esperava por ela.
Quando ela entrou no cômodo ele estava de costas para ela olhando
para fora da janela da cozinha enquanto bebia um copo de água, como ainda
não havia notado a sua presença os seus olhos começaram a correr sobre a
sua figura alta o quem a fez sentir o arrastar de varias emoção furtiva nas suas
veias novamente.
Ela pode admirar sem nenhum pudor os seus ombros largos e
musculosos, além de notar que as mangas de sua camisa naquele momento
estavam enroladas até os cotovelos e suas costas já úmida de suor, por ele ter
trabalhado fora toda a manhã.
102
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela deve ter feito um barulho, porque ele se virou e


correu os olhos sobre ela, e quando o fez se engasgou e foi obrigado a
devolver a água que estava na sua boca de volta para o copo. Ele bateu o copo
no balcão e limpou a garganta, mas seus olhos jamais a deixaram, ao
contrario, corriam para cima e para baixo no seu corpo.
- O que diabo você está vestindo?
Sua voz era quase um rugido.
- Calças.
Respondeu ela totalmente perplexa com a sua pergunta.
- Onde você conseguiu?
Ele parecia mais que desanimado.
- Eu comprei em St. Louis
Ela respondeu a ele com muita naturalidade.
Ele estava olhando para ela como se estivesse prestes a lhe pedir para
trocar de roupa.
Ela estreitou os olhos para ele.
- Não é nenhum crime as mulheres usarem calças, Lucas.
- O que há de errado em usar uma saia de cavalgada?
Ele perguntou com uma ponta de censura na voz.
- Uma saia de cavalgada teria custado três vezes o preço que eu paguei
pelas minhas calças, sem falar que com elas me sinto muito melhor.
Lucas passou os olhos pelas suas curvas femininas exibidas em toda a
sua glória naquela calça, um calor inflamou dentro dele e sentiu que o seu
pênis sempre semiereto na presença dela estava agora plenamente inchado e
duro e durante alguns segundos constatou internamente que aquela menina
iria ser a sua morte.
- Tudo bem, vamos começar a se mexer.
Emma seguiu até a porta onde ele estava a segurando aberta para ela,
passou rapidamente por ele na direção do sol fresco e inalou profundamente o
aroma limpo do dia ensolarado.
Liberdade.
Isso era tudo o que podia pensar naquele momento, finalmente estar
fora de casa e sem ter que ficar escondida.
Enquanto caminhavam lado a lado para o curral, Lucas a questionou.
- Você nunca montou antes?
- Eu montei um pônei uma vez quando era criança.
- A sua falta de experiência é devido a sua perna?
- Não, nós nunca tínhamos cavalos no orfanato e nem mesmo tive que
trabalhar com cavalos antes, a Sra. Carson, a minha empregadora anterior,
nunca concordou que uma senhora deveria montar a cavalo, apesar dela
possuir um cavalo e uma carruagem, acabei aprendendo a dirigir, conhecemos
vários lugares e devo lhe confessar que sou muito boa nisso.
- Por que não está mais com ela?

103
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Ela morreu.
Respondeu simplesmente.
- E agora você está indo se tornar uma grande costureira.
- Eu tenho que ter uma fonte de sustento, não é?
- Por que você não se casa de novo?
Como ela deveria responder a isso? Ele não parecia perceber que a sua
lesão era um grande impedimento para arranjar um casamento ou que ela
poderia ser a razão para não procurar matrimônio de novo? Ela não conseguia
pensar numa resposta adequada, mas precisava dizer alguma coisa.
- Eu não me importo muito com este assunto de casamento.
Ela podia sentir o calor subir no seu rosto quando deu essa resposta,
mas ele já estava um pouco longe dela, ocupado em selar os cavalos e achou
que ele deveria não ter ouvido a sua resposta.
Ele começou a alisar com a sua mão a garupa de uma pequena égua,
que era na verdade a mais bonita que Emma já tinha visto, quando de repente
se virou para olhar novamente para ela.
- Eu acho que também não gosto muito desse assunto.
Por alguma razão a sua resposta enviou uma bola de dor que correu
através do seu coração.
- Por que não?
- Não sei, apenas não dou muita atenção a isto.
As únicas pessoas casadas que ele havia passado algum tempo foram a
Maria e o Jesse e mesmo assim era muito difícil ver o casal juntos quando os
via, ou ele estava trabalhando com Jesse, ou em casa enquanto Maria
terminava as suas tarefas. Mas tanto quanto sabia, eles se davam muito bem e
tinham construído uma boa família juntos. Então por que ele não queria se
casar?
Quando era mais jovem havia sempre a possibilidade e a vontade de ir
ate a cidade todas as noites de sábado para fazer um inferno naquele lugar, ia
em busca de um bom jogo de cartas, ter algumas bebidas no salão e encontrar
uma mulher disposta a viver com ele a maior diversão que a vida pudesse
oferecer, mas agora que estava mais velho, ir para a cidade por qualquer
motivo era mais um fardo do que um prazer, ate mesmo sair para encontrar
sexo, algo que costumava lhe dar um enorme prazer, hoje havia se
transformado mais em necessidade e isso era para ele uma diferença enorme.
O tempo passou tão rápido e muito ativo enquanto estava fazendo tudo
que lhe era precioso funcionar, mas ultimamente, tudo o que queria fazer com
seu tempo livre era relaxar na sua varanda com uma xícara de café ou uma
dose de uísque, enquanto observava o sol se pôr e apenas o pensamento de
ter que sair ate a cidade num sábado à noite não lhe trazia mais o prazer que
vinha quando era mais jovem.
E, além disso, o casamento sempre lhe pareceu com uma corda no
pescoço. Mesmo que a sua fazenda estivesse prosperando e com recursos

104
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

mais do que abundante, ele sempre soube no fundo de sua


mente que caso algo desse errado ele sempre poderia selar o seu cavalo e ir
embora até encontrar um novo lugar para criar novas raízes e caso tivesse
uma mulher sob sua responsabilidade jamais seria capaz de fazer isso, ele
estaria assumindo a responsabilidade não apenas de uma mulher, mas de
todas as crianças que essa união traria.
E havia também o aspecto sexual e emocional do casamento. Ele não
se incomodava tanto com a ideia de fazer sexo com apenas uma mulher pelo
resto da sua vida, mas com o fato dele escolher a mulher errada.
O casamento não era algo que você poderia facilmente sair, era um
compromisso assumido para o resto de sua vida. E se ele se casasse com uma
megera, alguém que não podia suportá-lo ou ate mesmo alguém que não
gostasse de sexo como ele?
Sua mente voltou-se para o jogo de pôquer que ele havia compartilhado
com Emma na noite anterior e do jogo de damas antes disso, e assim que o
pensamento surgiu ele descobriu que qualquer casamento deveria ser
exatamente daquele jeito, aquelas poucas horas que havia passado na sua
presença, mesmo estando sexualmente na borda maior parte do tempo, havia
sido um período muito relaxante, ela era uma boa companhia, pouco exigente e
a junção do seu rosto e corpo muito agradável de se olhar. Na verdade, ele
não conseguia se lembrar de qualquer momento num passado recente, que
havia sido melhor que aqueles momentos.
Mas suas emoções ficavam muito voláteis em torno de Emma e isso
estava começando a lhe preocupar, ele nunca se preocupou muito com o que
as outras pessoas faziam de suas vidas ou as chances que tiveram, mas com
Emma era muito diferente e aquele dia em que havia lhe encontrado rodeada
por cobras ainda o assombrava. Lembrou-se daquela sensação nervosa e
paralisante que surgia sempre que pensava o quão perto ele chegou de ignorar
aquela sensação incômoda em seu coração que algo estava errado, afinal ela
poderia ter morrido tão facilmente e quando a encontrou e a levou para a sua
casa estava tão zangado com ela que nunca havia sentido uma necessidade
tão forte de ter alguém sobre o joelho como queria ter a Emma naquele dia,
mas ele sabia que não podia que deveria apenas protegê-la e não a colocar em
perigo e a resposta que ela havia lhe dado o deixava inquieto ate hoje.
Ele sentiu algo quase violento naquele dia e se pudesse, teria lhe
rasgado às roupas e expressado todos os seus sentimentos de uma forma
sexual, ele teria sido capaz de se acalmar e lhe garantir que ficaria para
sempre a salvo. Se ele pudesse a teria mantido debaixo dele enquanto se
afundava nela e a segurava firme nos seus braços, sentindo ao mesmo tempo
o seu coração batendo no seu pescoço e em seu peito, ele levaria muito e
muito tempo para aliviá-la de todos os seus medos, mas não podia ter isso, não
podia ter nenhuma relação sexual com ela e então a sua raiva e seus medos
se manifestaram de outra maneira. Ele queria bater no seu traseiro nu até que

105
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

entendesse a quantidade de medo que havia sentido, quanto


perigo havia se colocado e fazê-la ver que não poderia fazer nada parecido
como isso novamente.
Emma precisava estar numa cidade agradável, com pessoas agradáveis
e médicos agradáveis caso precisasse de um e apesar de nunca ter se casado
antes, sabia que a mulher que escolhesse como esposa deveria ser feita de
material mais resistente, capaz de selar o seu próprio cavalo se necessário, ser
capaz de executar varias tarefas se as circunstâncias aparecessem e
principalmente precisava ser capaz de tolerar uma vida difícil de viver num
isolado rancho como o dele.
Emma não poderia fazer essas coisas, era pequena e delicada, tinha
pequenos pulsos e tornozelos minúsculos e uma perna que lhe negava a
capacidade de chegar a qualquer lugar rapidamente.
Mas quando se lembrou dos beijos quentes que tinham compartilhado
na noite anterior e os beijos que ele pretendia dar a ela antes que o dia
terminasse, a julgar pela sua resposta a ele e dele para ela sem dúvida, Emma
seria o tipo de amante ao longo da vida que ele escolheria para ele, além de
ser suave e muito bonita, cheio de calor e desejo, mas ele não poderia tê-la
para sempre, mesmo que pretendesse se tornar seu amante antes dela voltar
para Denver.
Sua voz estava mais acentuada do que pretendia quando falou de novo.
- Eu duvido que não volte a se casar em breve, mas pelo meu lado acho
que a vida no rancho é muito difícil para uma mulher.
Emma foi para o seu lado a fim de passar a mão carinhosamente sobre
o flanco da égua.
- Maria parece gostar muito dessa vida.
Disse ela distraída enquanto dirigia toda a sua atenção para o animal.
- Maria é uma mulher de idade e você ainda muito jovem.
Emma virou-se para ele com uma expressão atordoada no rosto.
- E o que eu tenho a ver com tudo isso?
Ele estudou-a por um longo momento tentando ver o que se passava
dentro da mente daquela mulher.
- Só estou deixando claro para você agora que mesmo estando
disponível para casamento você nunca se encaixaria como uma provável
candidata.
Suas palavras eram mais duras do que ele pretendia, mas ele as falou
mais como um aviso para si mesmo do que para ela.
Suas lágrimas surgiram de uma forma repentina e ele percebeu como o
seu coração brilhava através dos seus olhos naquele instante, mas isso levou
apenas um momento antes da sua coluna se endurecer e ela se segurar
rigidamente diante dele.
- Eu não me lembro de oferecer meus serviços nesse tipo de arranjo
doméstico senhor.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Eu não tinha a intenção de ferir os seus sentimentos,


Emma.
- Você não fez isso e nem poderia mesmo que quisesse.
Ela negou.
- Então por que você está chorando?
- Eu não estou chorando.
Ela sussurrou.
- Não sou eu que ando por aí atrás de motivos para lhe beijar e pelo que
me lembre nunca me insinuei para você, dificilmente acho que preciso de um
aviso de que não sou boa o suficiente para você ou para a sua fazenda, não
sou estúpida o suficiente para pensar que você iria querer algum dia uma
esposa que não é nada mais que uma aleijada.
Suas palavras tiveram um fim abrupto e então ela levantou a mão do
animal e se afastou dele.
Seus ombros estavam tremendo e Lucas sentiu uma mistura
perturbadora de emoção indesejada, apesar de saber que deveria se sentir
culpado já que a havia perturbado com aquele comentário a única emoção que
corria na sua veia e caia numa piscina de calor no seu intestino era raiva.
A raiva por ela ter entendido mal seu significado, uma grande raiva por
ela se considerar apenas um coxo e uma raiva maior ainda por ela estar
chateada com ele quando ele era o único que não poderia tê-la.
Suas mãos pousaram na sua cintura e ele se empurrou contra ela por
trás até que ela estava pressionada contra a parede do estábulo e sua
bochecha achatada contra a madeira áspera quando teve que virar a sua
cabeça de lado para respirar.
Ele colocou a boca na sua orelha.
- Você não é estúpida e também não é uma aleijada.
Sua voz era gutural.
- E é melhor eu nunca mais ouvi-la se chamar outra vez desta forma,
você é apenas teimosa, a mulher mais teimosa que conheci em toda a minha
vida, nunca mude as minhas palavras ou a faça parecer como se eu tivesse
dito algo que não deveria ter dito.
Emma ficou imóvel e em silêncio enquanto ouvia tudo o que ele falava.
Suas mãos deslizaram para os seus quadris e em seguida em torno da
sua barriga, sentindo sua forma feminina sob as roupas que ela estava usando.
Ele deslizou a sua outra mão para o seu seio e o segurou firmemente,
enquanto deslizava a outra até o ‘V’ entre suas coxas e segurava intimamente
a sua virilha através das suas calças.
Ela engasgou e ele a puxou mais apertado para ele com seus fortes
braços envolvido em torno dela num aperto implacável.
- O fato é que eu quero que você demais menina Emma e vou tê-la,
sinto o seu corpo gritando por mim agora mesmo e nós vamos ter que fazer
algo sobre isso. Não há nenhuma maldita razão para não o fazermos, afinal

107
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

você não é mais inocente, já conhece os caminhos dos


homens e ninguém além de nós sabe o quanto seria diferente se você ainda
fosse virgem, mas como não é...
Lucas esfregou a palma da sua mão sobre o seu calor feminino e sentiu
o momento em que ela se derreteu em seus braços e seu corpo lançou aquele
fogo de seda que ele tanto queria. Ela gemeu e começou a balançar
suavemente na sua mão e por uma fração de segundo ele considerou arrastá-
la para baixo no feno e tê-la logo em seguida, mas não queria que a sua
primeira vez fosse desta forma e sim suave e nua, com o corpo brilhando a luz
do lampião numa cama onde pudesse segurá-la depois.
- Eu quero muito fazer sexo com você Emma.
Afirmou sem rodeios.
- Mas não quero qualquer mal-entendido de onde isso irá nos levar, sou
o único que está tendo que ser nobre e seria o único que terá que no final abrir
mão de você e nem por um segundo pense que não gostaria de manter o seu
corpo pequeno e doce acorrentado a minha cama pelo resto da minha vida,
porque por Deus, eu faria acontecer se eu pudesse.
Suas palavras chocaram Emma e lhe tirou para fora do estupor sexual
que havia caído quando o prazer explodiu dentro, ela tentou se virar em seus
braços para encará-lo.
- Mas...
Ela foi interrompida por uma voz vindo da frente do celeiro.
- Lucas? Você está aí?
Ela ouviu Lucas amaldiçoar baixinho enquanto suas mãos caíam dela.
- Sim, aqui.
Cody foi até a abertura da tenda e tentou ver enquanto seus olhos ainda
estavam tentando ajustar-se à penumbra do interior do celeiro.
- Temos um grande problema Lucas.
Emma ainda estava de pé próxima a ele e desta forma pode sentir
quando um tipo diferente de tensão entrou no seu corpo enquanto se
preparava para receber a notícia.
- O que há de errado?
- Jesse está ferido, finalmente o touro de Monroe conseguiu pegá-lo.
- Merda. Muito ruim?
- Não sei, pegou ele na coxa que agora está sangrando muito, mas não
parece que atingiu uma artéria.
- Onde ele está?
- A sua casa era a mais próxima e dona Maria está com ele agora e
parece ter uma boa mão sobre tudo.
- Eu estarei lá em cinco minutos.
Lucas rejeitou o outro homem quando ele se virou de volta para Emma.
- Sinto muito, vamos ter que sair outro dia.
- Sim, mas é claro.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Emma não poderia nem mesmo se sentir decepcionada


com a perspectiva de ter que andar a cavalo, mas estava muito preocupada
com Maria e Jesse.
- Posso ajudar?
- Você sabe alguma coisa sobre a costurar feridas?
Ele perguntou a ela enquanto começou a conduzi-la para fora do celeiro.
- Nada e também não quero ficar no seu caminho, mas você pode
precisar de mim para ajudar e não tenho medo de ver sangue.
- Maria não vai querer deixar o seu lado e será uma grande ajuda para
ela se puder lhe garantir que você terá tudo tratado em casa, como me
alimentando ou mantendo a casa limpa pelos próximos dias, essas coisas.
- Sim, claro, vejo você mais tarde, então.
Ela começou a caminhar na direção da casa, mas ele continuou a segui-
la enquanto ela esperava que ele se virasse e fosse em direção às
dependências do casal.
- Eu irei te levar para casa primeiramente.
- Não seja bobo, posso chegar lá sozinha.
- Eu não estou sendo bobo Emma, apenas não serei capaz de me
concentrar no que preciso fazer, se não souber que você está segura.
- Mas eu...
- Cale a boca e anda logo.
Emma suspirou e tropeçou quando Lucas estendeu a mão e lhe deu um
tapa na bunda enquanto fazia aquela afirmação.
- Droga! Sinto muito.
Ele estendeu aqueles braços fortes na sua direção rapidamente e Emma
pensou que ele ia apenas firmá-la, mas ele a pegou no colo e começou a
caminhar com passos rápidos em direção a casa.
- Ponha-me no chão, eu posso andar e você não tem que me levar todas
às vezes no colo.
- Talvez eu queira levá-la.
Sua voz era profunda e remexeu dentro dela como algo que poderia ter
sido surpresa.
- Talvez eu não queira ser levada por você.
Argumentou apenas por uma questão de discutir, afinal não podia negar
para si mesma que adorava a sensação de seus braços ao seu redor.
- Você sabe querida que em qualquer outro momento que você escolher
brigar comigo sobre esses assuntos inconsequentes, irei mais do que feliz
obrigá-la a aceitar, mas nesse momento Jesse precisa de mim, então agora
não tenho tempo para calar esses lábios tão doces e bonitos, mas espere ate
eu voltar.
Emma fez o que lhe foi dito e colocou os braços em volta de seu
pescoço e dentro de minutos e muito mais rápido do que ela poderia ter

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

chegado lá em seu próprio passo ele a deixou cair sobre


seus pés na frente da porta de trás enquanto a abria para ela entrar.
- Você sabe cozinhar?
Ele questionou assim que ela parou na sua frente.
- Melhor do que muitos por aí, mas acho que você vai ter que esperar e
ver por si mesmo.
Seu comportamento tornou-se sério.
- Não vá lá fora e também não queime a casa.
Ele ergueu o seu queixo com um dedo e olhou para ela com olhos duros.
- Não quero ter que me preocupar com você também, não quando você
ainda me deve.
Com isso ele se virou e saiu.
Demorou a Emma apenas um momento para descobrir ao que ele quis
dizer e, mas ele já tinha ido embora. Ela o observou por um longo momento, na
esperança de que estivesse tudo bem Jesse e que Maria de fato tivesse tudo
sob controle, e com um pequeno traço de culpa de que Lucas estivesse em
casa a tempo para o jantar.
Lucas não apareceu em casa na hora do jantar o que a fez armazenar a
sua refeição numa caixa de gelo tão chique que nem mesmo na cidade havia
visto uma igual a ela, ao terminar foi para o seu quarto dormir, só que antes de
se deitar ficou caminhando pelo quarto até que a sua perna começou a doer.
Os médicos sempre havia lhe dito que este tipo de exercício era muito
bom para ela, então ela sempre andava um pouco mais a cada dia.
E então como não tinha escolha teve que parar com o seu exercício.
Ela deixou a sua porta aberta e manteve a luz da sua lamparina tão
fraca quanto o pavio permitiria, entrando para debaixo dos cobertores já vestida
na sua camisola.
Ela fez as suas orações, em seguida acrescentando algumas extras
para a recuperação de Jesse, logo após tentou adormecer, mas a sua mente
ficava imaginando como seria o corte na coxa de Jesse e depois começou a
pensar sobre a maneira como Lucas a fez se sentir no celeiro, relutante tentou
de tudo para cair no sono, contou para trás a partir de cem, mas isso era
incrivelmente chato e parou assim que chegou aos oitenta e cinco anos, tentou
contar carneirinhos, mas isso não deu muito certo e ela desistiu de tentar
dormir deixando a sua mente a deriva.
Mais e mais a sua mente reproduzia o momento em que a mão de Lucas
empurrou entre as suas coxas e permaneceu ali de uma forma muito intima, e
já era tarde quando ela finalmente adormeceu.
Ela pensou que ainda estava sonhando quando sentiu os lábios de
Lucas contra os seus, mas sabia que isso não era possível, pois sentiu quando
o lado da cama afundou com o seu peso ao se sentar com o corpo voltado para
si e também quando ele estendeu o braço e o manteve levemente em seu
estômago.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ela estava grogue e ainda meio dormindo, mas sabia que


ele estava lá.
Ele se inclinou e a beijou novamente com lábios suaves, mas firme,
apesar de não tentar penetrar o interior de sua boca com a sua língua, apenas
roçavam os dela para trás e para frente.
- Boa noite, Emma.
Disse ele num sussurro.
- Boa noite.
Ela murmurou contra os lábios que haviam retornado aos dela.
Ele ergueu a mão e passou o dedo pelo seu rosto, em seguida até o seu
queixo, e então lentamente para o seu pescoço e só parou novamente quando
a pousou no vale entre os seus seios.
Seus dedos se espalharam e o seu polegar ficou tocando o seio direito e
os demais tocando o esquerdo.
Seus lábios continuaram aquela tortura enquanto ele gentilmente a
beijava de novo e de novo.
- Boa noite.
Ele sussurrou.
- Boa noite.
Ela respondeu mais uma vez baixinho, porem não estava
completamente acordada para entender que ele estava apenas reivindicando
parte da sua aposta.
Com grande relutância e sabendo que precisava deixá-la dormir, Lucas
se levantou e caminhou até a porta, já estava com a mão na maçaneta quando
ela se levantou do travesseiro.
- Jesse está bem?
Sua voz estava grogue de sono, mas coerente.
- Sim.
Respondeu asperamente.
- Nós o costuramos, Cody estava certo quando disse que não havia
atingindo nenhuma artéria, graças a Deus. Ele está com febre baixa, mas com
alguma sorte a Maria será capaz de mantê-lo estabilizado.
- Você está bem?
Perguntou ela.
- Por que não estaria?
Sua voz parecia muito sombria.
- Eu... Eu não sei.
Suas palavras foram hesitantes.
- Estou bem, apenas volte a dormir, ok?
Sua voz era profunda e hipnótica nas horas tardias da noite.
Ele estudou-a do outro lado da sala e uma verdade terrível caiu sobre
ela, embora ele não tivesse manifestado aquelas palavras exatas quando
estavam no celeiro, estava certo no seu comentário, ela ficaria em perigo ao

111
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

dar o seu coração para ele, então naquele momento só lhe


restou tentar segurar com toda a sua força de vontade o seu coração acelerado
por ele.
- Eu fiz o jantar e o coloquei na caixa de gelo para você.
- Eu já comi no barracão, mas irei comê-lo amanhã.
Esta questão não lhe dava margem para seguir uma conversa.
- Boa noite, Lucas.
Seus olhos correram sobre ela em silêncio por alguns segundos bem
eletrizantes.
- Boa noite, Emma.
Lucas fechou a porta e ela voltou a se deitar sobre o travesseiro e fechar
os olhos.
A forte cadência da sua voz ainda soava nos seus ouvidos, o gosto de
seus lábios ainda estavam na sua boca, assim como a memória dele lhe
dizendo mais cedo que nunca haveria um futuro para eles juntos e este aviso
direto era algo que estava causando uma dor aguda no seu coração.
Foi um longo período acordada antes que finalmente caísse num sono
inquieto.
Emma não esperava ver Maria no dia seguinte, o que de fato aconteceu.
Lucas ainda dormia quando acordou obviamente muito cansado do dia e da
noite anterior, então resolveu não perder tempo e logo após uma higiene
rápida, foi até a cozinha, onde fez um grande café da manhã.
Sua mente ainda estava ocupada com o que havia descoberto na noite
anterior, desta forma sabia que a fim de proteger a si mesma, precisava deixar
aquele rancho o mais breve possível, mas agora com Jesse doente precisava
tomar o lugar de Maria naquela cozinha por um tempo, afinal devia isso para a
outra mulher que havia sido amigável e tinha lhe acolhido de braços abertos.
Apesar de que estaria cuidando da casa de Lucas neste período, sabia
que precisava colocar na sua mente que era hora de partir.
Talvez se o xerife soubesse que ela não queria ficar neste lugar por mais
tempo, de alguma forma seria capaz de encontrar um jeito de lhe encaminhar
novamente rumo a Denver. Ou talvez ela pudesse encontrar um trabalho em
Burnet?
Não, a sua mente quase que imediatamente se esquivou dessa ideia,
sabia que precisava de uma ruptura clara com Lucas e caso ele estivesse
próximo ao raio, ela sabia que nunca seria capaz de colocar este episódio de
sua vida para trás e seguir em frente.
Com esse plano em mente, essa foi à primeira coisa que falou com ele
quando se sentou para tomar o café da manhã.
Sua mão tremia enquanto lhe servia o café e isso só reforçou dentro de
si para falar de uma vez o que precisava ser dito.
- Assim que Jesse melhorar e a Maria voltar a cozinhar para você, acho
que deveria ir para a cidade.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Lucas olhou para cima de onde estava sentado e apertou


os olhos para ela, propositalmente confundindo o significado daquelas
palavras.
- Do que você precisa da cidade? Cody irá na terça-feira e pode trazer
para você o que quiser.
- Eu não preciso de nada, apenas acho... Acho que deveria me mudar
para lá. Emma não olhou para o seu rosto enquanto fazia aquela afirmação.
Ela pegou um pano de prato e voltou a limpar a mesa, quando ficou
próxima a ele, sua mão se estendeu e pegou-lhe o pulso.
Sua voz estava baixa, profunda e ainda rouca devido ao sono.
- Você não vai a lugar nenhum.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo dez

Emma puxou de volta seu braço, mas o seu poder sobre ela era como
um vício implacável a segurando no lugar.
- Está na hora, Lucas.
Disse ela com a voz mais firme que pôde reunir.
- Não e isso é uma grande mentira, afinal não tem nada a ver com o
tempo em que está aqui e sim com o que eu disse ontem, não é mesmo?
Ele estava chateado. Mais chateado com ele mesmo do que com ela.
- Não.
Ela negou e continuou a torcer o braço numa tentativa de se libertar
dele.
- Eu não acredito em você.
- Por que eu iria mentir para você?
- Bem, agora sim isso é uma pergunta interessante, não é mesmo
Emma?
Ele perguntou com sarcasmo, o que a fazia lembrar-se que ele já havia
lhe pego numa mentira antes.
Seu coração acelerou e ela ficou com medo dele poder sentir isso
enquanto segurava o seu pulso, mas o seu sangue sempre batia forte nas suas
veias quando ele a confrontava.
- O que você quer que eu diga Lucas?
- Eu não quero que você diga qualquer coisa que realmente não sente,
apenas quero que você admita...
Emma interrompeu as suas palavras começando a fervilhar de raiva.
- Você não pode ter sempre o que quer Lucas!
Seus olhos se estreitaram sobre ela e a sua voz se aprofundou.
- Se eu tivesse tudo o que quisesse neste momento você estaria nua em
cima da na minha cama, na verdade, estaria lá desde que a trouxe para a
minha casa naquele primeiro dia.
Ele apertou o seu pulso e deu um passo na sua direção, fazendo-a
tropeçar.
- Se eu tivesse tudo que queria, eu teria a memória do gosto da sua
intimidade na minha língua, o conhecimento dos seus seios nus e como você
geme enquanto goza para mim.
Emma suspirou e puxou o seu pulso novamente, só entendeu a metade
do que ele estava dizendo e apenas isso era tão provocante, e naquele
momento não tinha certeza se queria saber o que o resto significava.
Mas ele achava que ela sabia e com um clique no cérebro, percebeu
que tudo o que ela tinha a fazer era lhe dizer a verdade, apenas isso, e então
ele não estaria mais lhe puxando o pulso, estaria na verdade lhe empurrando
para longe dele, não estaria mais lhe dizendo que não podia ir embora, estaria
a levando de volta para a cidade o mais rápido possível.
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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Uma dor floresceu sob o seu peito e ela lutou bravamente


com ela mesma, a principio pensou em dizer isso agora de uma vez e a
escolha seria levado para longe dela e então ele saberia de tudo e nada que
pudesse dizer ou fazer tomaria esse conhecimento de volta dele, mas não
podia fazer isso ainda, desta forma manteve os lábios fechados e decidiu que
iria dar-se primeiramente um tempo para pensar melhor sobre isso.
- Deixe-me ir.
Ela ordenou com os dentes cerrados.
- Não.
Sua recusa foi sucinta.
- Irei sim para a cidade.
Sua voz era inflexível quando começou a argumentar mais uma vez que,
porém sabia que não iria ganhar.
- Não, você não vai.
Sua mandíbula estava apertada enquanto a segurava rigidamente.
- Irei para a cidade e você não pode me impedir.
Suas palavras se tornaram um pouco estridente quando ela endireitou
os ombros.
- Não, você não vai.
Ele repetiu com uma voz tão baixa e calma como da primeira vez.
Ela bateu o pé no chão tão duro quanto podia num acesso de raiva.
- Você não pode me deter, Lucas!
- Eu posso sim e facilmente
Ele refutou.
- Você não pode me manter prisioneira aqui.
Ela não estava nem um pouco com medo, só com raiva da sua suprema
arrogância.
- Eu posso fazer qualquer maldita coisa que tenha vontade, Emma.
Ele disparou de volta.
- O xerife iria prendê-lo.
Ela puxou o braço dela novamente, mas foi inútil, os seus dedos eram
como uma corrente de aço ao redor dela.
- Ele nunca vai saber.
Lucas deu um sorriso presunçoso.
- De alguma forma, irei falar tudo para ele e desta forma vai te prender,
pendurar você!
Emma ameaçou.
Lucas deu uma risada.
- Ele não vai me enforcar, Emma. Nós somos amigos há anos.
Emma parou de lutar por um segundo enquanto aquela declaração
passava por sua mente, bloqueando o seu aperto por um momento.
- Vocês dois são amigos?
Ela questionou numa voz incrédula.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Sim.
Seu polegar começou a fazer movimentos circulares no interior do seu
pulso.
- Mas no outro dia... Parecia que vocês dois não gostava muito um do
outro, pareciam mais inimigos.
- Eu não queria que ele ficasse questionando você, querida, na verdade
não gostei nem um pouco e ainda por cima ele queria levá-la para a cidade o
que simplesmente me deixou puto.
- Mas como antes ele já queria me levar para a cidade, imagina agora se
souber que você quer me manter refém aqui?
Ela perguntou simplesmente.
- É isso que estou fazendo com você?
Ele perguntou com uma voz inexpressiva.
- Você e suas intenções não tem nada de honrado, Lucas!
Ela retrucou.
- Trata-se mesmo de ontem. Eu sabia.
Sua voz soou irritada e presunçosa ao mesmo tempo.
- Não é nada disso, apenas estou pronto para sair, pronto para retomar a
minha viagem ate Denver.
- Você não quer ir para Denver, ainda.
Declarou com firmeza.
- Sim, tenho plena certeza disso.
Ela virou a cabeça para longe dele como se não existisse.
- Basta me dar mais alguns dias, Emma, neste momento preciso de sua
ajuda e a Maria também.
Ele a seduziu.
- Se você ainda quiser sair após isso, então irei levá-la para Burnet o
mais rápido possível.
Ela olhou para trás e examinou a sua expressão para ver se ele estava
lhe dizendo a verdade.
- Honestamente?
- Sim, honestamente.
Ela ficou em silêncio enquanto ele recomeçou aquele enlouquecedor
redemoinho do seu polegar sobre o seu pulso novamente.
- Posso tomar meu café da manhã agora?
Ele perguntou com o tom sedutor de um anjo caído.
Lucas terminou o seu café da manhã e saiu para o celeiro, essa tinha
passado bem perto, quase condenou tudo com a sua boca estúpida.
Por que diabos ele pensava que sempre tinha que ser tão malditamente
honesto com ela?
A partir de agora, não ia lhe dar mais qualquer munição para ser usada
contra ele, afinal já havia dito o que precisava ser dito e dane-se tudo se iria
repeti-lo novamente.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

A partir deste momento iria mantê-la feliz por todo o


tempo que estivesse aqui, feliz por cozinhar para ele, por ter que jogar pôquer
com ele e muito feliz por partilhar seus beijos apenas com ele.
E ainda não sabia, mas muito feliz por dormir com ele.
Sim, a partir de agora ele manteria a sua boca maldita muito bem
fechada.
Lucas entrou em casa para a refeição do meio-dia com mais controle nas
suas emoções. Sua comida já estava esperando por ele na mesa e Emma
estava ao lado do armário com três gavetas abertas e varias pilhas de toalhas
e panos de cozinha ao seu redor.
O aroma da cozinha bateu no seu estômago e pode perceber o quanto
estava com fome, durante todo o dia teve que fazer o trabalho de Jesse, além
do seu e neste momento tudo que precisava era de uma pausa.
- Isso aqui cheira tão bem.
Disse ele enquanto caminhava para a bomba d’água.
Ele lavou as mãos e o rosto e acabou pegando um dos panos de prato
que estava nas pilhas e enxugou-se desligado. Ela não disse uma palavra, mas
tinha lhe dado um sorriso distraído quando entrou pela porta.
- O que você está fazendo?
Ele afastou-se do balcão e sentou-se à mesa.
- Estou apenas verificando o estado dessas toalhas, notei que algumas
precisam de pequenos arranjos, pensei que poderia fazer isso depois do
almoço.
Ele começou a encher a concha com o guisado que estava na travessa
a sua frente.
- E as minhas roupas? Pensei que você estava trabalhando nisso.
- Eu terminei esta manhã.
- Já?
- Sim.
- Mas havia uma enorme pilha.
- Sim, mas muito pouco trabalho a ser feito sobre elas, tive que fazer
apenas pequenos remendos ou colocar um botão faltando em algumas peças.
- Portanto, agora é a vez das toalhas, certo?
Ele resmungou.
- Sim. Agora são as toalhas.
Ela concordou e acrescentou.
- Você não se importa, não é?
- Por que eu me importaria?
- Será que Maria se importaria?
- Não sei por que ela faria isso.
- Tudo bem, então, estes consertos irão me manter ocupada por algum
tempo.
- Sente-se e coma comigo.

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A novA Aquisição do rAncheiro

- Eu já comi.
- Então que tal sentar e me fazer companhia.
- Eu não estou perto o suficiente para lhe fazer companhia, bem aqui?
- Você sempre tem que discutir sobre tudo?
Emma olhou para cima da pilha de panos e seus olhos automaticamente
entraram em confronto com os olhos castanhos que estavam estreitando na
sua direção. Dando de ombros delicadamente serviu-se de um copo de água
fresca e sentou-se à mesa onde sempre sentava quando estavam jogando.
- Está melhor?
Ele apenas grunhiu novamente, pegou a colher e começou a comer.
- Como está Jesse?
Ele engoliu em seco e tomou um gole de água.
- Ele está melhor, a febre foi embora e felizmente só foi atingido de
raspão, poderia ter sido muito pior.
- Isso é bom. Será que a Maria não precisa da minha ajuda? Posso
aliviá-la por algum tempo, ficar, por exemplo, com Jesse enquanto ela
descansa?
- Não, Cody ficou durante a madrugada com ele para deixá-la dormir um
pouco.
Ele continuou a comer enquanto a observava do outro lado da mesa.
- Tudo bem então.
Ele mudou de assunto.
- Bom este seu guisado, acho que você sabe cozinhar.
Disse ele num tom que demonstrava surpresa.
- E você está simplesmente espantado com esse fato, não é mesmo?
Suas palavras mostravam apenas um pouco de humor.
Ele a estudou por um momento, seus olhos passeavam pelo topo da
cabeça, caindo logo após para o seu rosto e em seguida até os seios antes de
pousar em seus olhos novamente.
- Menina Emma, nada sobre você me surpreende mais.
- Isso é uma coisa boa ou ruim?
- É uma coisa boa e não ligo muito para surpresas boas ou más.
Emma não lhe respondeu, apenas ficou em silêncio enquanto ele comia
a sua refeição. Quando terminou, ele afastou bruscamente a cadeira para trás
e colocou o seu chapéu na cabeça, em seguida, caminhou ate ficar em cima
dela.
Ele levantou o seu queixo para manter os seus olhos grudados no dele.
- Você cozinha muito bem, Emma.
Seu olhar era muito penetrante sobre os dela.
- Rostinho bonito com uma disposição muito doce.
Sua voz era baixa e profunda enquanto percorria seu polegar sobre seus
lábios.
- Sim.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Falava ele como se estivesse falando para si


mesmo.
- Nunca tive beijos tão doces em toda a minha vida, se um homem
pudesse confiar em você para fazer o que disse...
Suas palavras diminuíram quando ele se inclinou e cuidadosamente
colocou os seus lábios sobre dela, deu-lhe um beijo macio e em seguida deu
um passo para trás e caminhou até a porta.
- Estarei de volta muito tarde, Emma e é melhor não esperar por mim.
Emma ainda teve energia o suficiente depois daquele ataque devastador
sobre seus sentidos para lhe fazer uma pergunta.
- Esse foi o terceiro beijo que lhe devo?
Seus olhos voltaram para ela.
- Não há uma chance no inferno disso, meu amor.
E ele saiu pela porta.
Emma passou o resto do dia entre cozinhar e costurar. Depois daquela
sua referência indireta ao seu lembrete de que ela precisava obedecer ao seu
ditame de ficar em casa, ela o fez. Ainda tinha a memória recente das cobras e
a sua promessa adiada de andar a cavalo para acalmá-la, desta forma teve
muito pouco de autodisciplina para fazer o que ele lhe impôs.
Ela tinha varias coisa a fazer e mantê-la ocupada e não se sentia de
forma alguma uma prisioneira no momento.
Ela terminou as suas tarefas rapidamente e decidiu aproveitar a
oportunidade da privacidade de sua ausência para tomar um banho,
primeiramente aqueceu bastante água e colocou a tranca na porta assim que
terminou para ter a garantia que teria o luxo de um banho completo. Lavou o
cabelo duas vezes e esfregou cada centímetro do seu corpo, quando terminou
passou muito tempo penteando seus longos cabelos e os secando com uma
toalha enquanto se sentava apenas com a sua camisola naquela grande e
confortável cadeira do seu quarto.
Ela já tinha deixado para Lucas um prato de comida em cima da mesa e
agora apenas relaxava no seu quarto ao som dos grilos vindos de fora de sua
janela e com a luz da lua filtrada através das cortinas.
Lucas já havia comido todo o prato de comida que Emma tinha lhe
deixado antes de ir procura-la, como já era tarde não falou o nome dela para o
caso dela já estar dormindo.
Ele a encontrou dormindo na cadeira, o cabelo suavemente ondulando
ao redor do seu rosto e uma toalha úmida no seu colo, elas estava com uma
camisola branca e simples como pano de fundo para a sua beleza suave que
estava começando a ser um vício que ele não conseguia lutar contra.
Ele entrou no quarto e fechou a porta silenciosamente atrás dele
enquanto a velava no seu sono. Seu fascínio era sedutor, tinha uma beleza
tranquila e aquele seu rosto tinha se insinuado para ele o agarrando antes que
ele pudesse reunir qualquer defesa contra ela.

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A novA Aquisição do rAncheiro

Se ela fosse qualquer outra mulher sabia que ia ser


tentado a ficar com ela, mas ela não era e tinha que ficar se lembrando varias
vezes ao dia que ela era pequena e fraca e tinha uma desvantagem para além
de tudo isso. Não, ele não podia ficar com ela, apenas tinha que se acalmar
com o conhecimento de que em breve, muito em breve, ela seria sua amante.
Mas isso não era o suficiente para aliviar a posse correndo em suas
veias. Ele queria ficar com ela e ele só conseguiu parar antes de amaldiçoar o
seu Criador por não permitir que isso fosse possível.
Ele não podia ser tão egoísta.
Ele tinha que ser muito grato por este tempo que estiveram juntos e
fazer ele se prolongar cada vez mais.
Ela fez um movimento inquieto e o luar que se derramava sobre o quarto
dava-lhe apenas luz suficiente para ver o material da sua camisola se
esticando sobre os seus seios. Ele podia ver o contorno do seu mamilo ou
talvez apenas tivesse imaginado aquilo na sua cabeça, mas a sua reação a ele
era sempre a mesma, estava totalmente atormentado pela visão e a sua calça
jeans ficou desconfortável com a sua ereção que crescia e pressionava contra
a sua braguilha.
Ele respirou fundo e tentou acalmar a batida selvagem do seu coração.
Quando ele tinha na vida desejado uma mulher tanto quanto ele queria
Emma?
A resposta veio fácil para ele. Nunca. Ele queria sexo e apenas um
orgasmo, mas nunca quis uma mulher de verdade, no passado sempre
desejava apenas um corpo quente e feminino, mas agora estava com muito
medo de que teria que ficar o resto de sua vida miserável querendo apenas
Emma.
O marido que ela teve era tanto uma dádiva de Deus como uma
maldição para ele. O homem que a teve antes dele tornava hoje possível a
Lucas ter o corpo de Emma, pois a ausência de sua virgindade significava que
ele não teria que seduzir uma inocente, já que isso ia contra o seu código de
honra, mas aquele homem morto era também uma maldição, porque Lucas
sentia um ciúme ardente e irracional por outro alguém algum dia a ter tocado.
Ele não a culpava por este fato, mas não conseguia impedir a culpa que
dirigia a si mesmo, na sua cabeça deveria tê-la encontrado antes do seu
casamento anterior, ainda que de forma racional soubesse que não tinha como
isso ter acontecido.
Ele estava dilacerado com os sentimentos e emoções que corriam pelo
seu peito, sentia ao mesmo tempo aliviado por ela ter entrado na sua vida e
amaldiçoava ao mesmo tempo o universo por permitir que a abraçasse e
saboreasse quando não podia ficar com ela para sempre.
Ele sempre seria condenado a viver com a memória e o conhecimento
de que ela estava lá fora, no mundo com algum outro homem que tinha o
direito de abraçá-la, tocá-la e apoiá-la como sua.

120
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele assobiou uma respiração com o pensamento


obsceno de alguém ter o direito de afundar em seu corpo, senti-la sempre em
torno dele e presenciar todos os dias o seu cheiro, o seu gosto e os seus
gemidos ao gozar.
O barulho que ele fez deve ter a despertado, porque ela sentou-se na
cadeira e lentamente seus olhos focaram na porta, fazendo com que
percebesse que ele estava no quarto com ela.
Ela suspirou baixinho.
- Lucas?
- Sim.
- Está tudo bem?
- Sim.
- Que horas são?
- Onze e pouco.
- O que... O que você está fazendo no meu quarto?
- Vim pegar o que é meu.
- Pegar?
- Meus beijos de boa noite, lembra-se?
- Beijos?
Ela ressaltou o plural.
- Você acha que nós vamos parar hoje apenas com um?
Ele a desafiou.
Emma limpou a garganta e tentou sacudir o sono de seu cérebro
enquanto Lucas ainda estava do outro lado da sala com aquele seu grande
corpo silencioso ameaçando a sua paz.
Sentimentos de antecipação e estimulação foram infiltrando na sua
corrente sanguínea e desembarcando numa piscina suave de calor entre as
suas coxas.
Ele não fez nenhum movimento na sua direção, simplesmente se se
encostou à porta e silenciosamente começou a observa-la, então só lhe restou
endireita-se na cadeira e esperar.
A tensão crescia no seu peito enquanto os segundos passavam, mas ele
se limitou a apenas observá-la em completo silêncio.
Ela engoliu profundamente e seu coração começou a gritar furioso com
ela para fazer alguma coisa, dizer alguma coisa ate que ele empurrou a porta
com o pé a fechando e começou a andar na sua direção.
Ele parou na frente de sua cadeira.
- Você cheira tão bem, Emma. Você tomou um banho?
Ela lambeu os lábios.
- Sim.
- Você é capaz de fazer isso sozinha?
- Eu não sou totalmente invalida, Lucas.

121
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Eu sei disso, apenas quero saber se você teve


alguma ajuda para transportar a água ate aqui, apenas isso.
- Quem teria me ajudado?
- Eu não sei e é por isso que estou lhe perguntando. Há mais de cem
homens que trabalham no meu rancho e estou apenas lhe perguntando se um
deles esteve aqui e isso é tudo.
- Não. Ninguém entrou na casa hoje, nem mesmo a Maria, consegui
fazer tudo por minha conta.
- Não foi tão difícil de responder, não é mesmo?
- Não, sinto muito, apenas pensei que você estava sendo sarcástico.
- Isso não é sarcástico e sim ciumento.
- Ciumento?
- Eu me importo muito apenas com o pensamento de outro homem estar
sozinho com você, Emma.
Um prazer rápido e intenso percorreu a espinha e se enrolou no seu
coração logo após, mas não teve muito tempo para desfrutar daquela
sensação, porque logo após falar isso ele se debruçou sobre ela, cercando-a
na gaiola de seus braços enquanto colocava as mãos nos braços da cadeira
em que estava.
- Enquanto estiver aqui você é minha.
Emma estava chocada demais para reagir e permaneceu em silêncio.
- Você entende o que estou dizendo?
- Sim.
Ele estendeu a sua mão e começou a correr a ponta do seu dedo na sua
bochecha, seguido pelo seu pescoço, ate que a pousou numa declaração de
posse em cima do seu seio direito, logo após estendeu a sua mão e o segurou
com muita suavidade.
O coração de Emma saltou sob a palma da sua mão enquanto uma
excitação se enrolava através do seu corpo inteiro. Ele se abaixou na frente
dela e a puxou para a borda do assento, logo após agarrou a bainha da sua
camisola na mão e a empurrou para cima até o topo de suas coxas e em
seguida moveu as suas mãos para os seus joelhos e abriu as suas pernas
amplamente enquanto se posicionava para o meio delas.
Envolvendo um braço forte em torno da sua cintura enquanto a outra
mão pousava de volta no seu seio que momentaneamente havia abandonado,
ele começou a bater em seu rosto com o queixo ate que foi obrigada a levantar
a sua cabeça. Sem perder tempo afundou a sua boca na dela num beijo cheio
de cobiça e chama de luxuria, tudo isso enquanto apertava o seu seio, mas
para o seu desespero, logo em seguida começou a apertar apenas o seu
mamilo entre indicador e o polegar, ao mesmo tempo em que a sua língua
girava dentro da sua boca, ele estava aprisionando tanto os seus lábios como a
sua língua mais uma vez num assalto de sentidos que destruíam a sua
capacidade de pensar e a deixava igual a um fantoche nos seus braços.

122
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Se o que ele havia feito sentir no celeiro no outro dia


tinha sido desejo, então isso era muito além do inimaginável, ela se perdeu
totalmente neste processo e todos os seus pensamento conscientes haviam se
transformado apenas num ser que só sentia ele.
Ela ouviu um gemido gutural e percebeu com choque que vinha da sua
própria garganta.
Como se estivesse esperando por algum tipo de sinal, ele ficou de pé e
a girou nos seus braços. O movimento retirou a sua boca da dela e a dirigiu
para a sua orelha, há acariciou um pouco e logo após falou de uma forma tão
quente como se não quisesse dizer realmente aquelas palavras.
- Boa noite.
Ele a largou dos seus braços ao lado da cama e deixe que o seu corpo
deslizasse sobre ele até que os pés descalços parassem contra o chão de
madeira frio. Erguendo o seu queixo a acariciou com um olhar derretido
enquanto as suas mãos deslizavam pelos seus ombros e a mantinha parada.
- Boa noite.
Ele disse pela segunda vez e ela sentiu como se aquelas palavras
estivessem sendo arrancadas dele, como se ele estivesse com dor de sequer
pensar em deixá-la ir.
- Boa noite.
Sua voz era suave, quase um sussurro enquanto uma luz sensual
passava entre os seus olhos.
Seu olhar estava tão escuro que lhe transmitia um calor tão gostoso e ao
mesmo tempo um magnetismo tão forte que a mantinha presa numa espécie
de feitiço e ela mal percebeu quando as palmas das suas mãos deixavam os
seus ombros e viajavam até as suas mãos. Ele as pegou e puxou para o seu
peito, passou por seus ombros ate que as envolveu ao redor do seu pescoço.
Ela sentiu outro arrepio quente de resposta quando tocou os tendões do
seu pescoço e sentiu a sua força tátil sob seus dedos. Ela o observou em
silêncio e já com muita saudade, morrendo por dentro por mais um de seus
beijos profundos e íntimos.
Seus olhos caíram inconscientemente sobre seus lábios.
- Boa noite.
Disse mais uma vez, enquanto seus olhos seguiam os dela e caiam de
novo sobre seus lábios.
Ela teve que lutar contra o seu corpo que ficava se balançando na sua
direção e não importava o quanto tentasse, não conseguia parar a ligeira
inclinação da sua pélvis em direção à dele.
Presenciou quando suas narinas e suas mãos se afundaram nos seus
quadris o que a fez lamber os lábios repentinamente secos e tentar lhe
responder.
- Boa noite.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

O corpo dela assumiu um tremor delicado enquanto


ansiava por seu toque novamente, mesmo sabendo que o que ele fazia sentir
era perturbador, ela era incapaz de resistir à tentação de seu corpo oferecido e
quando ergueu os olhos para o seu, a gentileza que tinha visto antes era pouco
visível, havia apenas uma chama ardente que crescia cada vez mais e isso fez
engatar ainda mais a sua respiração.
O ar ao redor deles parecia ser preenchido com uma impressionante
eletricidade, encontrada apenas numa tempestade de verão selvagem.
O controle apertado dos seus dedos a puxou ainda mais para ele, até
que seu corpo estivesse alinhado com o seu. Ela inalou uma respiração forte e
rapidamente, antes que a sua boca estivesse sobre a dela mais uma vez.
Não foi um beijo suave e mesmo assim ele ainda não a assustava. As
emoções que se misturavam em torno do seu cérebro eram muito cruas e
muito carentes para ela perder tempo com medo. Ela sentia como se estivesse
prestes a cair de um precipício e embora estivesse impotente para resistir ao
fato, não estava preocupada porque ele estaria lá para pegá-la.
Ele a beijava com uma paixão dura e ela sabia que estava totalmente
sob seu controle, simplesmente renunciou a ele prontamente, quando abriu os
lábios de uma forma mais completa para deixá-lo sentir o seu gosto como
queria.
A mão dele abaixou e pegou a bainha de sua camisola de novo a
puxando para cima, até que estava na sua cintura e ele era capaz de enrolar as
suas pernas nuas com as dele.
Ela não sabia o que era mais inebriante, seu cheiro, seu gosto ou o seu
toque e todos misturados como agora era um prazer inebriante o que tornava
apenas uma atração irresistível que deflagrava acaloradamente entre eles.
Ela inalou e exalou bruscamente enquanto tentava capturar oxigênio
entre seus beijos o que o fez deslizar os seus lábios na sua bochecha, afastar
os cabelos da orelha dela e morder o lóbulo da sua orelha enquanto ela
arrastava mais ar para os seus pulmões.
Suas mãos se moveram em volta dela e agarraram as suas nádegas
cobertas apenas com o algodão macio de seus calções e o prazer sensual
perfurou seu corpo tudo de novo. Ele se inclinou em seu ouvido novamente e
suas palavras sussurradas estavam abafadas, quentes e profundas enquanto
vibravam através dela.
- Eu amo beijos de boa noite.
Suas mãos amassavam ao mesmo tempo a sua carne.
- Eu também.
Ela falou em acordo e mudou a sua boca em busca da sua novamente.
Uma fome voraz a encheu quando ele mudou de posição e as suas
pernas se entrelaçaram mais intimamente com algo duro entre as suas coxas
masculina que ficava se empurrando entre as suas pernas. A sensação era
inebriante e ele a manteve assim com o seu corpo alinhado e se pressionando

124
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

totalmente contra ela, enquanto a sua língua continuava a fazer


uma incursão ousada pelo interior da sua boca.
Seu estômago se apertou em necessidade e ela sentiu seu corpo se
derreter e ficar flexível em seus braços.
Seu braço musculoso mais uma vez deram a volta nela e ele a levantou
do chão como se fosse leve como uma pena, tomando todo o seu peso contra
o seu corpo enquanto continuava a regá-la com beijos quentes e molhados.
Seus dedos exploravam a superfície da sua cintura e enquanto mantinha
um braço apertado em torno da sua barriga, sua outra mão deslizava sobre o
seu traseiro e apertava forte a sua carne.
Ela suspirou em sua boca aberta quando sentiu uma quente e chocante
umidade vir entre suas coxas o que a fez tremer contra ele, e ele acabou
confundiu aquele gesto com uma dor que vinha do seu membro ferido.
- A sua perna está lhe incomodando?
- Um pouco.
Ela respondeu com sinceridade, mas na verdade não tinha notado isso
até que ele mencionou.
Ele virou-se com ela rapidamente pendurada nos braços e se afundou
na superfície da cama, a puxou entre as suas coxas abertas e colocou as mãos
em seus ombros, erguendo seu joelho direito até que ele descansasse de leve
na cama, ela ficou equilibrada delicadamente sobre a sua perna esquerda e foi
obrigada a colocar um monte de seu peso nos seus ombros.
Porem não sentiu mais nenhuma dor.
- Está melhor assim?
Suas palavras eram suaves e o seu toque ainda mais enquanto corria as
mãos para cima e para baixo nas curvas de seu corpo.
- Sim.
Emma lutou para pensar direito enquanto a sua boca encontrou a dela
novamente e começou a beijá-la, segurando-a de tal forma que a fez ter
certeza de que ele não iria parar nunca mais.
Ela não estava com medo, longe disso, estava pronta para isso, pronta
para ele e principalmente pronta para o que este ato de amor seria e apesar de
nunca mais querer viver a sua vida sem ele, caso tivesse que fazer isso, então,
pelo menos teria isso para se lembrar para sempre.
Suas mãos se levantaram para a fileira de botões em sua camisola e
seus dedos começaram a desabotoa-los, um por um.
Quando ele terminou, separou os lados e a empurrou pelos ombros a fim
de deixá-la cair ao chão.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo onze

Ela ficou de pé diante dele apenas com os seus calções, o que a fez
cruzar os braços sobre os seus seios e desesperadamente desejar a
segurança da sua camisola.
Ele levantou o seu cabelo suavemente e os colocou atrás de seus
ombros, enquanto olhava para os braços que estavam protegendo os seus
seios.
- Eu não quero que você se preocupe, Emma, pois não permitirei que
nada de mal aconteça a você e também tomarei cuidado para que não fique
grávida.
Quando ele disse aquelas palavras dura Emma o empurrou para trás a
fim de se afastar dos seus braços, pois o que eles estavam prestes a fazer de
repente tomou peso sobre ela e a percepção de que isso poderia gerar um
bebê não havia lhe ocorrido antes.
Mas não foi apenas isso, quando Lucas expressou seus pensamentos
sobre as possíveis consequências, ele estava lhe prometendo que não iria
acontecer com ela, ou seja, ele pensava que ela sabia tudo sobre essas coisas,
tudo sobre o processo de fazer amor e ter filhos, mas ela não sabia de nada.
Porém não permitiria que ele descobrisse disso antes de ter aquela
experiência, ela sabia no fundo de sua alma, que se ele soubesse que nunca
havia se casado, e que era na verdade uma virgem, isso jamais estaria
acontecendo e ela queria desesperadamente que isso acontecesse com todo o
seu coração, mas com toda certeza não queria ter um bebê, pelo menos, não
enquanto ainda fosse solteira.
O quebra-cabeça de como ele impediria que isso acontecesse era algo
que teria que ficar sem resposta por agora, mas talvez durante o ato a verdade
viria até ela. Ela também estava preocupada que ele fosse capaz de descobrir
que ela ainda era virgem e desistisse de tudo e isso era algo que ela não
queria que ele soubesse jamais.
Ele parecia ter todas as respostas, quando ela não tinha nenhuma e a
única coisa que podia pensar em fazer para manter o que estava acontecendo
entre eles era concordar com tudo que ele falava.
- Tudo bem.
Ela disse baixinho.
- Obrigada.
Ela não queria que ele continuasse falando, por isso, colocou seus
lábios sobre os dele e suavemente começou a beija-lo se inclinando sobre seu
corpo como ele tinha lhe ensinado ao fazer com dela.
Ela não estava preparada para sentir a chegada do seu desejo, porque
depois de alguns pequenos beijos a sua boca deixou a dela e pousou em seu
ombro ofegante, enquanto ele agarrava os seus quadris de uma forma tão
bruta que era quase dolorosa.
126
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Emma,
Ele sussurrou.
- Você é tão bonita.
A cabeça de Emma começou a flutuar e fogos de artifício já estavam
explodindo em suas veias só com aqueles suaves beijos e de forma alguma
sabia como iria ser capaz de suportar o momento em que ele tirasse as suas
roupas e mostrasse o seu corpo nu para ela.
- Eu quero que você me prometa uma coisa.
Sua voz tinha uma intensidade implacável, com uma demanda que ela
teria que ouvir e concordar com ele em tudo, então ela abriu os olhos para
fazer o que ele desejasse.
- Sim, qualquer coisa.
Emma só queria que ele continuasse o que estava fazendo.
- Prometa que você só vai pensar em mim e jamais pensar nele
enquanto estiver dentro de você.
Emma fechou os olhos quando uma onda momentânea de dor passou
por ela, pois se ela não estivesse mentido, ele não estaria preocupado neste
momento, mas se ela não tivesse mentido, as chances de isso acontecer era
nenhuma.
- Eu prometo Lucas, que pensarei apenas em você.
Ela parou de pensar completamente quando ele tomou-lhe as mãos e
com firmeza as separou até que pudesse ver os seus seios nu, ele observou-a
em silêncio por um momento, o único ruído na sala era a sua respiração
profunda, puxada de modo rude dos seus pulmões, enquanto observava de um
seio ao outro, o que fez a excitação queimar ainda mais entre eles.
Ele se levantou e puxou a colcha para o pé da cama, em seguida a
levantou e a colocou no centro da cama, virando para a mesa de cabeceira
acendeu a lâmpada de querosene até que o quarto estava banhado pela luz
mais brilhante possível.
Emma desesperada pegou rapidamente a colcha e a puxou até o seu
queixo, a segurando fortemente na sua frente, enquanto o observava.
- Por que precisamos da lâmpada acesa?
- Eu quero vê-la.
Respondeu ele enquanto seus dedos foram para os botões de sua
camisa e começou a desfazê-los tão rapidamente possível, assim que chegou
ao botão inferior encolheu os ombros a deixando cair no chão, durante todo
este processo os seus olhos jamais deixaram os dela.
Sentou-se na beira da cama e tirou as botas, em seguida, rapidamente
se levantou para soltar o seu cinturão que ficava em torno da sua cintura, logo
após colocou a sua arma e cinto na mesa de cabeceira.
Com as costas ainda para ela suas mãos foram para a sua cintura e
Emma percebeu com choque que ele estava prestes a abrir os botões e tirar a
sua calça jeans. Ela tentou virar a cabeça, tentou desesperadamente fechar os

127
LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

olhos, mas não conseguia, os seus olhos insistiam ficar sobre


ele, mesmo quando se inclinou para baixo e deslizou para fora da sua calça
uma perna de cada vez.
Ela nunca tinha considerado como um homem nu deveria se parecer até
que conheceu Lucas, e agora a visão de seu traseiro nu era mais do que
qualquer coisa que ela havia esperado. Ele era forte e musculoso e as suas
nádegas eram o equivalente masculino das dela, mas mesmo assim diferente
de uma forma totalmente agradável e masculino. Seu coração acelerou quando
ele se virou e sem nenhuma pausa puxou as cobertas e subiu na cama ao seu
lado.
Ele tinha feito isso tão rapidamente que a visão da sua parte de frente
havia sido apenas um borrão, apenas um olhar vago composto de músculos e
cabelo e um apêndice que teria sido ameaçador se tivesse visto por mais de
um segundo. Mas apenas a lembrança daquela visão de um segundo foi o
suficiente para um envio de adrenalina através da sua espinha.
Emma estava deitada de costas e quando ele tirou a colcha de cima dela
as suas mãos foram rapidamente para os seios novamente.
Lucas se esticou ao lado dela apoiado num cotovelo e a observou com
muito calor nos seus olhos, estendeu a sua mão livre e correu suavemente
para trás e para frente através das mãos que cobriam os seus seios.
- Deixe-me vê-la, querida.
Uma lava quente desceu pelo corpo de Emma, saindo dos seus seios
ate o calor feminino entre as suas coxas, mas ela não conseguia se mover.
Olhos castanhos e quentes seguravam os dela.
- Eu posso seduzi-la apenas com um movimento de minhas mãos em
cerca de dez segundos.
Sua língua mergulhou para fora e ele lambeu os lábios enquanto seus
olhos caíam para os seios de novo.
- Mas não quero fazer isso, quero que você me dê isso, quero que você
me mostre de boa vontade e por sua própria vontade.
Emma estremeceu e então respirou fundo.
- É sempre tudo sobre o que você quer, não é mesmo Lucas?
Ela perguntou em voz baixa, enquanto seus olhos prendiam os dela.
Ele começou a balançar de um lado para o outro muito lentamente.
- Não, isso não é verdade, também tem tudo a ver com o que você quer.
O que você quer Emma?
Seu dedo mudou das suas mãos que cobriam os seios até a parte
superior dos sua calcinha, empurrou um dedo na fenda de seda que era o seu
umbigo.
Emma engasgou com a sensação e Lucas se inclinou e beijou os lábios
mais uma vez e em seguida mais duas vezes.
- O que você quer Emma?

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele perguntou novamente com o seu dedo circulando em


torno de seu umbigo para logo após mergulhar dentro e depois continuar a
repetir todo o processo repetidas vezes.
- Eu não sei.
Disse ela contra os seus lábios.
- Claro que sabe querida, você quer que eu me afunde tão
profundamente em você, que não vai saber onde você termina e onde eu
começo.
Abriu a boca sobre a dela e sua língua começou a empurrar em sua
boca, para dentro e para fora lentamente, apenas entrar e sair de novo, num
ritmo de golpes tão diferente do que ele já havia lhe mostrado antes.
Ela começou a ofegar contra ele imediatamente.
Lucas estendeu a mão e desatou as fitas que prendia a sua roupa de
baixo e a empurrou delicadamente para fora das suas pernas. Ela não lutou em
nenhum momento contra ele, apenas levantou os quadris para ajudá-lo no
processo.
Lucas sentiu como se seu coração fosse explodir, ela era tão macia e
tão sedosa ao lado dele que apenas ansiava por estar dentro dela. Começou a
passar a mão para cima e para baixo pela lateral do seu corpo, saindo do seu
quadril ate a sua coxa e depois voltava novamente até que a sua mão ficou um
pouco paralisada na sua cintura.
Emma moveu lentamente as mãos para longe de seu peito e as deslizou
lentamente sobre os seus bíceps e de volta para seu pescoço.
Ele deixou a curva de sua cintura e passou o braço em volta dela e
sentiu o momento em que ela percorreu o seu peito com as mãos ate que as
colocou sobre os seus ombros dando um aperto quente de rendição sexual.
Eles se abraçaram enquanto ele a puxava para o seu torso. Seus
quadris se alinhavam perfeitamente e Lucas teve que parar um momento para
recuperar o controle, pois naquele momento, achava que tinha ido rápido
demais quando retirou o último pedaço de roupa do seu corpo, pois sem o
algodão macio de suas roupas íntimas entre eles, sabia que não seria capaz de
durar muito tempo sem estar dentro dela completamente.
O pensamento de se unir a ela enviou uma corrida incendiária de calor
por sua espinha e ele a beijou bruscamente, quase com violência, mas ela
pareceu não se importar e ainda por cima, abriu a boca ainda mais para lhe dar
acesso completo e quando começou a balançar aqueles quadris suavemente
contra ele, ele gemeu alto devido a um ataque de calor selvagem o que o fez
abaixar a sua cabeça sobre o seu corpo até que a sua boca estivesse sobre os
seus seios.
Ele encontrou um dos seus mamilos com os dentes e língua e começou
a suga-lo enquanto o segurava firme de encontro a sua boca e com a outra
mão agarrava o seu irmão gêmeo e esfregava o mamilo pequeno e rosa com o
polegar.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Lucas.
Sua voz era rouca e sua cabeça virava para trás e para frente sobre o
travesseiro em agitação.
Ao som da sua voz chamando seu nome ele a agarrou com mais força e
sentiu quando uma onda de prazer seguia para o seu pau e o endurecia
completamente. Ele continuou a rolar um dos mamilos sob o seu polegar e o
outro a sugar ainda mais forte com os lábios.
- Lucas.
Ela gemia novamente, começou a subir a sua boca sobre ela mais uma
vez até que seus lábios estavam alinhados com o dela de novo.
- O quê foi?
Ele rosnou enquanto empurrava as suas pernas com o joelho para
ficarem abertas e acomodava-se entre elas.
Suas mãos foram para o seu rosto e a beijou com tudo o que tinha para
dar, ela o beijou de volta por um longo momento ate que teve que virar o rosto
para arrastar uma grande quantidade de oxigênio para seus pulmões.
- O quê foi?
Ele perguntou a ela novamente.
- Eu não... Eu não sei.
Ela se virou para ele que começou a beijá-la novamente enquanto
deslizava a mão para baixo ate parar entre as suas pernas.
Ele tocou a sua pérola de seda até que ela estivesse choramingando
contra ele e só então mudou o seu dedo para baixo na entrada do seu núcleo
feminino, ele percebeu que ela estava quente e molhada e então só a penetrou
por uma fração de segundo antes de afastar a mão e a levar ao redor do seu
rosto novamente.
- Você está pronta?
Ele perguntou num grunhido gutural.
- Sim.
Ela respondeu-lhe numa respiração e Lucas não podia esperar mais, ele
queria se afundar nela desde o primeiro momento em que a viu e esse
sentimento só cresceu a cada segundo desde então.
Ele sabia que a desejaria ate o seu último suspiro.
Ele levantou-se sobre ela e se posicionou na sua entrada com a ampla
cabeça do seu pênis, sabia que estava prestes a lhe empalar, mas antes
levantou o seu rosto com uma mão forte.
- Abra os seus olhos, Emma.
O coração de Emma estava batendo tão rápido que em qualquer outro
momento teria pensado que estava morrendo, mas tudo o que podia pensar ali
era em Lucas e como ela estava se sentindo. Então abriu os olhos e encontrou
o seu olhar brilhante em cima dela.
- Você nunca vai ter um homem que a queira mais do que eu.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele gemeu enquanto segurava os seus olhos e se


empurrou dentro dela com um golpe duro de seus quadris.
Emma sentiu um momento de pura felicidade quando ele esticou o
corpo, em seguida o prazer foi apagado assim que ele lhe rasgou a carne e a
empalou completamente.
Lucas sentiu a sua obstrução ao mesmo tempo ela se encolhia e virava
o rosto do dele e soube naquele momento que ela havia mentido para ele mais
uma vez.
Ele havia ido longe demais naquele momento para o seu cérebro
funcionar corretamente, mas pode registrar primeiramente um momento de
alegria que foi substituído por raiva, só que lodo depois tudo foi empurrado
para a parte de trás do seu cérebro enquanto seus músculos assumiam o
comando das suas ações assim como a fome que sentia por ela.
Ele permitiu a ela a contagem de cerca de três segundos para se ajustar,
em seguida passou as mãos em torno de seu rosto novamente ao mesmo
tempo em que lhe dava um novo golpe, percebendo o seu movimento de se
retrair mais uma vez.
- Ahh, Emma, você foi uma menina má de novo.
Os olhos de Emma se abriram e ela olhou para ele com olhos que
brilhavam de lágrimas.
- Como você sabe?
Ela sussurrou quando e ele deu outro golpe, instantaneamente ela
fechou os olhos novamente e uma única lágrima escorreu pelo seu rosto.
- Eu sei.
Ele tentou controlar o seu desejo furioso, apesar de saber que a sua
raiva voltaria a todo vapor mais tarde, mas agora tudo o que sentia era um
enorme alívio, alto e ensurdecedor que explodia através das suas orelhas. Ela
era sua e não apenas por este momento, mas sua para sempre.
Ela havia estragado tudo quando mentiu para ele e logo ficaria ciente
deste fato.
Ele limpou a lágrima com o polegar e a beijou novamente, só que desta
vez mais lentamente à medida que ele a penetrava de uma forma mais lenta e
constante aquele seu corpo reconfortante.
Seu controle o abandonou e ele sabia que estava perto. Agora sabia que
ela não iria entender o que ele estava prestes a dizer, mas sentiu apenas um
alívio porque tinha todo o tempo do mundo para ensiná-la.
- Meu amor, sabe aqueles beijos que me devia?
Ele não esperou por uma resposta e não recebeu nenhuma.
- Bem, eu que lhe devo agora.
Ele endureceu contra ela lhe dando mais três estocadas para em
seguida sair de dentro do seu corpo e derramou a sua semente na pele
acetinada que era o seu estômago.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele aterrissou contra ela e a segurou pelo tempo que se


atreveu e assim que sentiu que a estava esmagando colocou todo o seu peso
sobre um cotovelo.
Emma sentiu o líquido quente no seu estômago no silêncio de seu corpo
e pensou que era provavelmente melhor do que havia pensado. Ela abriu os
olhos para encontrá-lo olhando para ela mais uma vez com aqueles olhos
escuros e impenetráveis. Ela sabia que ele estava com raiva, mas como não
estava dizendo nada e suas emoções estavam todas voltadas para dentro da
sua própria cabeça não tinha como parar para pensar muito sobre o que estava
acontecendo na dele.
Ele diria a ela em breve, de qualquer maneira.
A única coisa que sabia era que ele havia chegado ao seu coração
rápido demais.
- O seu sobrenome é realmente Martin?
- Sim.
- Só que é senhorita Martin.
Suas palavras eram uma afirmação e não uma pergunta.
- Sim.
- Você selou o seu destino agora, senhorita Martin.
Ele disse numa voz profunda e controlada.
- O que... O que você quer dizer com isso?
- Agora você é minha.
Ele rolou com ela até que ela estava contra ele e debaixo do seu braço.
Os olhos de Emma permaneceram abertos enquanto olhava através do
quarto e tentava decifrar o significado daquelas palavras sem pedir uma
explicação a ele, afinal havia feito àquela declaração seca com uma intenção e
propósito em sua voz.
Finalmente a curiosidade venceu e ela tentou se torcer para vê-lo, mas
ele manteve o braço musculoso em volta dela e a segurou no lugar. -
Fique quieta um pouco ou você vai me ter dentro de você de novo.
Defina de novo? Emma engoliu em seco e tentou ficar calma e quieta,
mas isso era impossível. Ela queria saber, ela precisava saber o que ele quis
dizer ou ela não iria conseguir ter um pouco de sono.
- Lucas...
Ele deve ter lido sua a mente porque sua voz era firme e não oferecia
espaço para disputa ou negociação.
- Nós estamos indo para a cidade pela manhã para casar.
- O quê?
- O que diabos você esperava que fosse acontecer, Emma?
Sua voz continha uma ponta de raiva e ela se moveu inquieta em
resposta a ele.
Sua mão segurou firmemente o seu quadril e ela sentiu o efeito completo
do aviso que lhe tinha dado começando a endurecer contra o seu traseiro.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Fique quieta.
Mesmo quando ele disse isso se empurrou ainda mais contra ela.
- A menos que não esteja dolorida. Você está ferida?
A mão em seu quadril começou a deslizar sobre a sua pele num
movimento sedutor.
Emma sentiu um leve desconforto no local que sem dúvida era do que
estava se referindo, mas não seria tão incomodo para o que ele tinha em
mente, apenas a dor aguda do ato estava ainda muito fresca em sua mente o
que a impedia de querer tentar de novo e também precisava de algum tempo
antes de ficar nervosa com isso.
- Estou com um pouco de dor.
- Então tente ficar quieta e dormir um pouco.
Seu tom de voz era áspero e ela tentou se explicar.
- Eu acho que você não sabia de fato.
- Sobre você ser virgem?
- Sim.
- Você quis dizer aquilo apenas para me manter no escuro?
- Eu acho que sim.
- Você ia fingir que tinha experiência e em seguida o que... Apenas
continuar a agir com a sua maneira alegre.
- Eu não pensei sobre isso dessa forma.
- Que diabos você estava pensando? O que você estava pensando ao
dizer que era viúva quando nunca se casou? Ou foi o seu plano o tempo todo?
Para me casar com você?
A raiva se tornou a única emoção que ela podia ouvir em sua voz e sua
decepção a aborreceu profundamente.
- Não, eu não tinha nenhum plano, Lucas, na verdade nunca pensei que
o casamento era uma opção para mim e como você já tinha descrito todas as
suas razões pelas quais eu não seria adequada para você, apenas levei isso a
sério.
- Por que o casamento não é uma opção para você?
- Pela mesma razão que você citou que eu não sou uma esposa
adequada.
- Eu nunca disse isso.
- Você disse sim, falou que eu não poderia viver num rancho, que eu não
tinha energia ou força para o que era necessário.
Ele a empurrou para as suas costas e se ergueu sobre ela, aonde podia
ver o seu rosto no interior escurecido do quarto.
- Bem, você tirou essa escolha das minhas mãos.
Raiva sangrava da sua voz.
- Por quê? Eu não entendo a diferença, a única razão pela qual estive
fingindo ser casada era para ter mais liberdade do que uma mulher solteira
tem. Você tentava de tudo para me seduzir quando estava sobre este pretexto,

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

agora depois de tudo o que fizemos o que não é nenhum


crime... O que fizemos não é nem mesmo ilegal.
- É imoral, Emma. É contra o meu código de honra seduzir virgens e não
posso de forma alguma lhe enviar de volta para o mundo depois de ter tirado a
sua inocência e apenas esperar que você fosse capaz de encontrar um marido
para cuidar de você, isso seria uma enorme desvantagem para você e não
posso aceitar isso.
- Eu nunca vou me casar Lucas, ate mesmo porque nenhum homem vai
me querer com essa perna manca...
- Isso é uma grande besteira, Emma, você é um doce e...
Suas palavras eram cheias de impaciência e raiva, mas ela não estava
com medo de cortá-lo de qualquer maneira.
- Você não quer que por causa disso! Por que outro homem iria me
querer?
Ele deixou escapar um profundo grunhido de impaciência e subiu em
cima dela colocando uma mão em cada lado da sua cabeça.
- Eu sempre quis você muito além do que era permitido, estou falando
sobre o tipo de homens que vivem numa cidade... As cidades estão cheias de
milhares de homens perfeitos que dariam ate o seu último centavo para tê-la na
sua cama.
Emma estava perfeitamente imóvel debaixo dele e muito fascinada com
a forma que a sua raiva puxava as maçãs do seu maravilhoso rosto fazendo
com que a sua pele ficasse esticada e como as suas sobrancelhas estavam
levantadas numa retribuição prometida. Ela também estava fascinada com o
fato dele pensar que outros tipos de homens gostariam muito do fato de tê-la
como a sua esposa.
Eles estudaram um ao outro através de um silêncio prolongado e a
respiração de ambos, rápida e dura.
Por fim com um gemido de necessidade e impaciência a boca de Lucas
caiu sobre a dela e a beijou com uma paixão crua. Emma sentiu a necessidade
assumir e endurecer o seu corpo enquanto ele abria caminho entre as suas
pernas e pairava sobre ela novamente.
Ele levantou a cabeça e olhou com desejo nos olhos.
- Isso não importa mais, pois é apenas um ponto discutível, porque
ninguém nunca vai ter você. Nenhum homem numa cidade maldita, nenhum
vaqueiro maldito dono de um rancho, nenhuma outra pessoa no planeta Terra.
Apenas eu.
A raiva e a luxúria combinavam numa visão temível enquanto ele pairava
sobre ela.
- Você não pode se casar comigo quando tudo que sente por mim é
raiva.
Ela tentou argumentar com ele.
- Oh, eu posso sim Emma.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele suavemente a ameaçou.


- Eu já lhe disse antes, posso fazer qualquer maldita coisa que queira e
como você fez a sua cama, agora vai ter que deitar nela.
Seu joelho empurrou ainda mais as suas pernas e a ponta do seu pau
cutucou ameaçadoramente a entrada do seu corpo. Sua mão deslizou para
baixo e com o polegar e o dedo indicador ele começou a esfregar o seu mamilo
até que os seus olhos se fecharam e o seu corpo ficou amolecido sob o seu ao
mesmo tempo começou a esfregar a cabeça da sua ereção na sua entrada.
- Você está muito dolorida?
Sua voz estava áspera e irregular e Emma tinha certeza que ele não
pararia agora, não importa qual fosse a sua resposta.
E ela não tinha nenhuma intenção de fazê-lo parar, ate mesmo porque a
esta altura, qualquer dor que a Emma sentia foi mitigada pelo sentido selvagem
da necessidade que fervia em seu sangue.
- Eu acho que não.
Lucas passou os dedos em torno dos seus pulsos e os levou para cima
da sua cabeça, segurando a ambos apenas com uma das suas mãos, moveu a
outra para baixo e levantou o seu rosto para encará-lo.
Ele começou uma penetração inexoravelmente lenta enquanto mantinha
o seu olhar preso no dele. O impacto foi tão cru como um relâmpago na
escuridão da noite, os seus quadris se empurravam lentamente, mas com um
propósito firme e Emma sentia sendo esticada para além do confortável, mas
não havia dor, mesmo quando ele empurrava mais e mais até que estava todo
dentro dela, ela pode notar ao olha-lo que as suas narinas estavam dilatadas
enquanto chupava oxigênio pelo nariz.
Foi um ato bruto de posse masculina e Emma percebeu que ele estava
profundamente dentro dela novamente, mas que desta vez ele não tinha lhe
causado nenhuma dor.
- Não doeu.
Ele deu um golpe suave e quando voltou teve que se acalmar
novamente, pois seus batimentos cardíacos pulsavam como um tambor feroz
entre eles.
- Não, não vai doer de novo.
- Tem certeza?
Sua voz era hesitante e cheia de apreensão.
- Sim, tenho certeza.
Suas palavras eram cheias de uma riqueza de conhecimentos.
Ele ficou profundamente dentro dela enquanto abaixava a cabeça e a
beijava profundamente com a língua e os dentes.
Ela estava ofegante e com uma necessidade de oxigênio quando ele
levantou a cabeça. Ele deu outro golpe e Emma foi amarrada por uma maré
quente de prazer agudo e então ele se acalmou novamente a sua mandíbula
estava apertada quando ele olhou profundamente nos seus olhos.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Você vai me dar muito trabalho amanhã?


Ele empurrou seus quadris para ela novamente e Emma não conseguia
esconder a sua reação dele quando sentiu outra pontada de prazer. Seus olhos
se fecharam e embora tenha tentado ficar parado isso era praticamente
impossível e ela empurrou-se contra ele mais uma vez.
- Emma.
Ele queria uma resposta.
- O quê foi?
- Você está pensando em me dar trabalho amanhã?
- O que você quer dizer com isso?
Sua voz soava tão confusa quanto se sentia naquele momento.
- Você vai criar uma confusão sobre o fato de se casar comigo pela
manhã, eu preciso saber se você está pensando em ser tornar difícil... Se
colocar numa luta.
Ela empurrou contra a mão forte que ainda a mantinha cativa, mas seu
aperto só apertou mais e ele não a soltou. Sua respiração parou e ela tinha o
desejo de se empurrar contra ele novamente e essa era uma sensação que
estava ficando mais pronunciada a cada segundo.
- Por que você precisa saber disso agora?
- Porque eu quero ficar dentro de você ate o fim desta vez.
Ele trincou os dentes.
Emma ficou vermelha e seus lábios tremiam, mas ela permaneceu em
silêncio.
Sua mão magra passou pela sua bochecha, sua testa e em seu cabelo
através de um movimento suave enquanto ele oferecia uma explicação para
sua pergunta.
- A primeira vez tive que me derramar no seu estômago e será mais
prazeroso para nós dois se estiver dentro de você, mas eu preciso saber se
você vai se casar comigo primeiro.
A mente de Emma corria enquanto pensava sobre o líquido quente e
grosso e ela chegou a uma conclusão.
- Isso era... Era a sua semente, a semente que faz um bebê?
Lucas sentiu completamente destruído com essa pergunta. A inocência
desta menina ia ser a sua morte ainda.
- Sim, querida.
- E você quer... Quer ela dentro de mim?
Ela perguntou com um rubor de vergonha.
- Jesus, mas é claro que sim.
Ele respondeu com um golpe de seus quadris seguido rapidamente por
outro.
Emma se retorceu contra ele, quando o prazer de seus movimentos
agudos e intensos, bateu nela e a fez levantar os quadris contra ele que

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

apenas continuou a dar golpes profundos no seu corpo


enquanto esperava pela sua resposta.
- Responda-me agora. Você vai se casar comigo amanhã?
Era isso, ele estava num ponto onde precisava saber como isso ia
acabar e quanto controle precisava ter. Acima de tudo, não queria correr o risco
de um bebê se ela se recusasse a casar com ele.
Ele imaginou que poderia forçá-la a fazer o que ele queria, mas no final,
preferia que ela concordasse e lhe dissesse ‘eu quero’.
Ele ficou pendurado num momento suspenso de grande agonia antes
que ela lhe respondesse.
- Sim.
Ela disse num suspiro enquanto se empurrava mais uma vez contra ele.
Sua resposta foi como uma dádiva de Deus para ele, ele sabia que
estava se perdendo rápido demais, mas ela era como fogo em seus braços e
ele pensou que poderia ser capaz de trazê-la a um clímax desta vez se
pudesse aguentar um pouco mais de tempo e também sabia que isso jamais
aconteceria enquanto estivesse no topo.
Assim que teve o seu contrato firmado ele largou os seus pulsos,
agarrou-a com firmeza pelas nádegas e se virou de costas, ao mesmo tempo
em que a colocava por cima dele com um movimento rápido que jamais
separou por um milímetro os seus corpos.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo doze

Emma ficou atordoada quando se viu em cima de Lucas numa posição


tão dominante, mas aquela sensação passou rapidamente e tudo o que ela
sentia era a profundidade e plenitude dele dentro dela o que lhe permitia sentir
uma onda incrivelmente luxuriante. Era quase um sentimento de decadência,
algo que não podia descrever e nem sequer tentar para inicio de conversa.
E então ele empurrou o seu torso para cima a obrigando ficar de joelhos
sobre ele numa posição que a fez quase ficar sentada sobre ele. Choque e
felicidade deslizavam ao mesmo tempo por sua espinha a levando a pousar as
suas mãos em seu peito para manter-se ereta, enquanto ele grunhia em total
satisfação.
- É isso mesmo, querida.
Ele levantou uma das mãos e deslizou-a pela plenitude do seu seio
branco, para logo após o espalma-lo completamente.
Emma sentiu o seu mamilo endurecer e empurrar contra os calos
ásperos de suas palmas e dedos enquanto ele esfregava os seus mamilos,
isso gerou um calor líquido que recomeçou a inunda-la entre as pernas e
também uma necessidade intensa de voltar a sentir os seus golpes novamente.
- Lucas.
Ela gemeu em agitação.
- Está tudo bem, meu amor, apenas sinta.
Sua voz estava totalmente gutural enquanto ele colocava as duas mãos
na sua cintura e a levantou quase que completamente para fora dele, para logo
em seguida deixá-la cair sobre seu pau enquanto empurrava os seus quadris
para cima ao mesmo tempo.
Ela soltou um novo gemido só que desta vez mais alto e aquele som
produzido pelo seu prazer o enfeitiçou, lhe enviando um corrente de desejo tão
grande que mais parecia uma compulsão dentro dele, e isso só fez aumentar o
seu desespero de mantê-la trancada em seu quarto para sempre. Rangeu os
dentes contra a necessidade de vira-la para lhe dar varias estocadas
profundas, decidindo em vez disso ajuda-la a tirar mais prazer desta posição
lhe ensinando o caminho até que ela assumiu e começou a montá-lo a sério.
Lucas a observava na calada da noite deslizando sobre ele com tanta
graça e ao mesmo tempo choramingando baixinho enquanto aprendia pela
primeira vez o verdadeiro sabor do desejo.
Como ele poderia ter ficado com raiva dela por ser intocada?
Nada em sua vida havia sido tão bom e nada jamais que tivesse visto ou
sentido antes poderia se comparar a ver Emma enquanto ela experimentava
fazer amor pela primeira vez. Sua estreia na vida amorosa e jamais seria de
outro homem.
Ela começou a se mover freneticamente como se precisasse de alguma
coisa que não compreendia, mas ele sim e a mostraria.
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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Ele deslizou a mão para baixo e colocou o dedo na sua


pérola de seda começando a acariciá-lo no mesmo ritmo dos seus movimentos
sobre ele. - Está gostoso meu amor, apenas se entregue.
Sua voz era baixa, profunda e cheia com uma fome que não conseguia a
negar.
Emma sentiu o toque dele onde precisava e isso lhe trouxe um pouco de
alívio, mas não o suficiente. Ela continuou a levantar sobre ele, uma e outra
vez da melhor forma possível, o que parecia ser um bálsamo para aquela
selvageria dentro dela.
Estava levemente consciente que a respiração de Lucas era tão áspera
quanto a sua enquanto a tocava entre as pernas e rolava o seu mamilo entre
os dedos.
De repente foi como se encostasse a um fio desencapado, uma corrente
elétrica foi lançada por seu corpo, junto com a sensação de vários fluidos que a
abrangiam num milhão de parafusos de prazer e se espalhavam através do seu
sangue. Seu corpo tenso contra o seu enquanto a satisfação pura e simples
batia através dela e um relaxamento lhe percorria enquanto finalmente
encontrava o seu remédio, um conforto para o desejo que tinha lhe retirado das
suas todas as suas forças.
Inércia assumiu o seu corpo quando caiu no seu peito, mas rapidamente
descobriu que ainda não havia acabado, pois ele a agarrou pelos quadris e a
levantou para cima e para baixo, quatro, cinco, seis vezes enquanto empurrava
forte dentro dela, e então se acalmou e começou a gemer um som profundo ate
que Emma sentiu a sua liberação quente e molhada dentro do seu ventre.
Quando Lucas ficou parado debaixo dela, ela caiu sobre o seu peito
novamente e encostou a cabeça na curva do seu pescoço, enquanto os suores
de ambos se misturavam e os batimentos de dois corações finalmente se
desaceleravam.
Ficaram assim por um longo tempo e um contentamento diferente de
tudo o que conhecia ou havia tinha sentido antes se infiltrava por todo o seu
ser. A mão dele começou a correr à toa de cima para baixo na sua cintura e ela
sentiu-se escorregar para o sono.
Enquanto saboreava aquele momento sentiu que o movimento da sua
mão começou a diminuir percebeu que ele também estava prestes a cair no
sono.
As respirações ficaram mais uma vez niveladas e as palavras
sussurradas por ele foi à última coisa que ela guardou na sua mente antes que
o sono a embalasse.
- Esse é o jeito que deveria ser desde a primeira vez.
Emma andava ao lado de Lucas na carruagem e tentou parar de se
remexer para ficar continuamente olhando para a aliança de ouro no seu dedo
anelar esquerdo.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

Seu humor não estava exatamente escuro, mas


também não estava feliz e isso ela certamente podia identificar a quilômetros.
Ele havia despertado naquela manhã antes do amanhecer e disse-lhe
que iriam sair ao nascer do sol.
Emma tinha colocado o seu melhor vestido e seu mais bonito chapéu,
preparou um rápido café da manhã o qual haviam comido antes de partirem
para a cidade.
Lucas tinha planejado procurar imediatamente o juiz da região para
casá-los, mas sabia que corria o risco de não acontecer caso o juiz estivesse
em outra cidade, fato que se concretizou assim que chegaram à cidade.
Ele parou a carroça na frente do escritório do xerife e a ajudou a descer.
Reed Elgin não perdeu tempo quando os viu e imediatamente falou que
os culpados estavam presos e aguardavam julgamento, parecia ser um caso
solucionado e que eles seriam considerados culpados rapidamente, afinal
haviam sido pego em flagrante com os itens que roubaram e não apenas no
roubo que Emma havia sido vitima, mas como o antes daquele. Eles
estavam sendo mantidos numa prisão próxima a cidade, o que fez com que um
enorme alivio corresse através da Emma, pois sempre a incomodava o fato de
que eles estavam lá fora e que aqueles assassinos e ladrões conheciam o seu
rosto, por isso ela deu um profundo suspiro de alívio.
Lucas rapidamente segurou as suas mãos e mudou de assunto. O
delegado ouviu o questionamento dele e a sua necessidade imediata de um o
juiz e apenas uma pequena quantidade de consternação podia ser visto no
rosto através de um tique na sua bochecha. Os olhos do xerife percorreram
Emma como se soubessem do que haviam feito na cama e uma onda
acentuada de constrangimento veio quando ela percebeu que ele suspeitava
que eles já eram íntimos.
- O juiz estará aqui novamente em duas semanas. Acho que vocês terão
que retornar depois.
Os olhos do xerife passavam pelos dois com uma carranca acentuada
no rosto.
- Acho que vou dar a Sra. Martin um pouco mais de tempo para se
certificar de que está fazendo a coisa certa ao se casar com você.
Emma engasgou com o insulto direcionado para o Lucas e sabia que
tinha acertado em cheio quando ele se esticou todo e olhou para o xerife.
- É senhorita Martin e o casamento não pode esperar duas semanas.
Os olhos do xerife pousaram em Emma novamente.
- Você não é uma viúva?
Emma olhou para os seus sapatos e sacudiu a cabeça enquanto o calor
se espalhava pela sua garganta e em seu rosto.
- Oh, droga, Lucas, acho que isso muda totalmente as coisas, a sua
melhor aposta seria o pregador. Você pode ser capaz de fazê-lo concordar com
uma cerimônia rápida diante das circunstâncias.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

- Ele está na igreja?


Lucas fez a pergunta enquanto pegava a mão de Emma e começava a
se afastar da porta.
- Acho que sim.
O xerife tirou o chapéu e se dirigiu para Emma.
- Boa sorte, senhorita Martin.
Um brilho perverso apareceu em seus olhos.
- Você irá precisar muito dela.
Emma ainda estava olhando para o xerife quando Lucas começou a
marchar até a porta, ao mesmo tempo em que a puxava pela mão rumo à
igreja a procura de um pregador, ele estava bem mais feliz por realizar aquela
tarefa do que ficar na presença do xerife.
O pregador arranjou duas testemunhas em questão de minutos e antes
que percebesse estava concordando com as palavras que a tornaram a Sra.
Lucas Butler.
Depois disso Lucas a tinha levado para o restaurante do hotel e eles
compartilharam de uma refeição tranquila. Ele a observava a cada mordida e
depois de três tentativas de conversa fiada sem receber nenhuma resposta, ela
havia desistido e se concentrado apenas sobre a comida em seu prato. Foi
uma surpresa para ela desfrutar uma refeição no restaurante e tentou
duramente guardar tudo dentro da sua mente para poder recorrer às
lembranças em algum momento no futuro, quando quisesse olhar para trás e
recordar este dia. Ela passou o dedo sobre o padrão da configuração da
prataria e mediu o peso do copo de água cristal lapidado enquanto o levava ate
os lábios.
- O que você está fazendo?
Lucas deve ter notado a sua fascinação pela multidão de pequenas
coisas da mesa.
- Eu estou tentando guardar o dia do nosso casamento para sempre na
minha memória.
Ela olhou por cima da mesa pequena para ele e encontrou seus olhos
aquecidos sobre ela.
E agora eles estavam quase em casa e por isso as emoções de Emma
estavam todas tumultuadas.
A atitude de Lucas estava mudando à medida que se aproximavam do
rancho, apesar de continuar com o rosto duro, o que mais parecia seu estado
habitual, para ela naquele momento ele mais parecia pensativo do que
zangado ou perturbado.
Sua mente continuava a voltar para a noite de ontem e as coisas que
haviam feito na cama, voltava para o eco das suas palavras enquanto ele
murmurava "está é a maneira que deve ser". Sua voz tinha lhe parecido quase
gentil e Emma guardou com muito carinho aquela memória no seu coração.

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Quando ele parou em frente à casa, rapidamente pulou


e se movimentou ate o seu lado, onde lhe ajudou a descer. Eles caminharam
juntos até a porta da frente e ele a abriu, mas antes que ela pudesse passar
pela entrada a levantou em seus braços e abriu caminho para dentro da casa.
- O que você está fazendo?
Ele tomou-a totalmente de surpresa e a sua voz demonstrava toda a sua
emoção.
- Levando para dentro do nosso lar.
Suas palavras eram bruscas e diretas.
- Oh.
Emma ficou consternada por não ter se lembrado daquela tradição
antiga, apenas pensou que o motivo pelo qual ele a pegou poderia ter algo a
ver com sua perna, afinal isso era sempre a primeira coisa que lhe ocorria em
todas as situações, então ficou agradavelmente surpresa por ele ter pensado
na tradição romântica quando ela não tinha.
O dia havia sido longo e já era tarde da noite. Ele a largou
cuidadosamente numa cadeira da sala de estar e se virou para ir embora.
- Eu preciso ver como está o Jesse e me certificar que todo o resto está
como deveria, estarei de volta o mais rápido possível.
Ele pegou o seu chapéu e o colocou sobre a cabeça enquanto ela
assentia concordando, logo após ele foi embora.
Simples assim, pensou Emma.
Ela levantou-se e olhou ao redor da sala com novos olhos enquanto uma
realização súbita lhe dizia que tudo aquilo era agora a sua casa para sempre e
não apenas por algumas semanas. Um pequeno sentimento de temor entrou
no seu coração e de repente a casa se tornou muito querida para ela.
Seus olhos deslizaram pelo mobiliário resistente quando entrou na
cozinha, estendendo a mão carinhosamente passou sobre o aparador de
mogno e tocou o espelho chanfrado acima dela, caminhou ao redor dela
tocando de vez enquanto em algo ate que os seus olhos caíram para o baralho
de cartas em cima do balcão.
Ela sorriu deu um sorriso perverso para si mesma prometendo ali
mesmo que seria a melhor esposa que o Lucas poderia ter.
Já era tarde quando Lucas voltou, embora não tivesse encontrado
nenhum problema. Jesse estava bem melhor, assim como o Vermelho que
estava bem o suficiente para cozinhar novamente para os trabalhadores, Maria
teve uma mão firme nas questões internas do rancho, enquanto Cody havia lhe
assegurado que as coisas correram bem durante a sua ausência e a de Jesse.
Tinha se passado apenas um dia e ele realmente não tinha esperado nada
diferente disso.
Ele jogou o chapéu em cima da mesa da cozinha e passou os dedos
pelo cabelo, Emma havia lhe deixado um prato de comida e a luz acesa, estava
com muita fome, alem de irritado com aquela demora, então se sentou

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bruscamente devorando rapidamente aquele alimento


que lhe daria o sustento e engoliu um copo inteiro de água antes de se levantar
novamente para ir encontrar a sua esposa.
Sua esposa, ele gostou do som disso.
Ele nunca tinha dado muita atenção ao casamento, mas não podia negar
que estava mais que satisfeito pelo fato de que Emma não poderia mais lhe
escapar agora. E com razão ou não, não sentiu nenhuma culpa na forma como
havia lhe adquirido. Sim, ele a seduziu, isso era verdade, mas ela estava mais
do que disposta a isso e um homem não poderia ser responsabilizado por
querer uma amostra do que ela estava lhe oferecendo. As lembranças da sua
sedução ainda estavam frescas na sua mente e as revivia enquanto se virou
para desligar a luz e saia da cozinha.
Ele pensou que poderia encontrá-la dormindo na sala de estar enquanto
tentava esperar por ele e apesar do seu perfume pairar no ar ela não estava lá,
apenas o seu xale se encontrava na parte de trás do sofá e não resistindo
passou os dedos sobre ele que deixava escapar um respingo de cor azul
brilhante no interior do cômodo que de outra maneira estaria completamente
escura, isso o fez brevemente se perguntar se ela tinha o deixado lá de
propósito.
Este era o xale que usara para ir à cidade e também o tinha usado
enquanto estava ao seu lado e lhe prometia obediência. Seus lábios se
transformaram num sorriso perverso com aquela memória, lembrava muito bem
que quando ela repetiu as palavras, “amor, honra e obedecer”, ele havia
levantado uma sobrancelha e ela teve a boa graça de lhe sorrir.
Colocou o xale de volta no sofá e foi em direção ao quarto que ela
estava usando, o mesmo que tinham compartilhado na noite anterior, porem o
quarto estava escuro, com apenas uma pequena luz que vinha da lua a lhe
clarear o caminho até a cama o qual seguiu esperando encontra-la dormindo,
mas tudo estava intocável e ela não estava lá. Seus olhos percorreram o
cômodo até a cadeira onde a encontrou dormindo na noite anterior, mas
também estava vazia.
Uma seta de medo pela sua ausência foi à primeira emoção que sentiu,
mas logo percebeu que nada poderia ter acontecido com ela enquanto
estivesse dentro de casa. Em seguida foi a vez da raiva o atingir fundo
enquanto se perguntava que jogo ela estava jogando, mas isso foi substituído
pelo fato de estar intrigado com o desaparecimento dela.
E então um pensamento sedutor lhe acertou direto na virilha, saindo do
quarto resolveu fazer todo o caminho pelo corredor até o seu próprio quarto,
teve que ficar na frente da porta fechada por um momento enquanto
aumentava uma onda de prazer dentro de si ao se preparar para o que
esperava encontrar naquele momento.
Ele abriu a porta e mesmo na escuridão pode identificar um pequeno
monte no centro da sua cama. Satisfação dura e rápida preencheu todo o seu

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ser e ele foi obrigado a rapidamente tirar todas as suas


roupas e botas para o mais rápido possível fazer o seu caminho até onde ela
dormia no centro de sua cama grande.
Ele se arrastou debaixo das cobertas e o seu primeiro pensamento foi
levá-la duro e rápido, do jeito que havia sonhado em fazer desde que a
conheceu, mas assim que sentiu o calor do seu corpo leve no sono, suas
intenções mudaram, mesmo que o seu desejo por ela não. Então apenas
passou os braços em torno de sua figura feminina e ao ouviu murmurar o seu
nome durante o seu sono um profundo contentamento lhe encheu.
Sua mão correu suavemente para cima e para baixo do seu braço e
pousou na pequena mão que descansava na sua barriga. Ele a pegou e o calor
que sentiu através da sua aliança de ouro lhe mandou um prazer insidioso e
afiado através do seu sistema.
Ele respirou o seu perfume mais uma vez e pensou que todas as noites
seriam capazes de manter o seu corpo nu nos seus braços, sobre todos os
jogos de cartas que eles compartilhariam e sobre todos os por do sol que
assistiriam juntos da sua varanda e foi com esses pensamentos que ele caiu no
sono mais feliz da sua vida.
Já era muito tarde quando Emma acordou na cama de Lucas e quando
se ergueu sobre um cotovelo viu o profundo recuo no travesseiro ao lado dela o
que lhe dizia que não havia sonhado realmente ele tinha vinho para a cama e
lhe segurado em seus braços a noite toda.
Sua boca se transformou num sorriso suave, o que logo em seguida se
transformou num enorme sorriso feliz quando encontrou a margarida que ele
tinha deixado para ela, agora esmagada contra as roupas de cama, mas ainda
muito apreciada.
Ela levantou a flor suja para o nariz e inalou o aroma suave de verão.
Era um novo dia, um dia feliz e ela saltou da cama toda animada, correu
para realizar a sua higiene pessoal e foi até a cozinha para começar o seu
primeiro dia completo como a Sra. Lucas Butler.
As semanas seguintes se passaram como um borrão para Emma. Lucas
parecia mais do que disposto a seguir junto com ela a fim de terem um
casamento feliz.
Nos dias em que ele podia ter um tempo livre do seu trabalho ao redor
da fazenda, a levava para passeios a cavalo, como havia lhe prometido, e
como ela era um aprendiz rápido, ele sempre estava mais do que satisfeito
com o resultado dos seus ensinamentos.
Mais de uma vez eles paravam no pequeno vale, onde deixava os
cavalos pastarem livremente, para logo depois, lentamente seduzi-la a se deitar
com ele na grama verde e macia.
Uma vez Maria havia exclamado que havia varias manchas em seu
vestido e perguntou se ela tinha tomado um tombo, Emma corou naquele

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momento e sabia que as suas bochechas vermelhas tinha


entregado o jogo deles.
As noites do primeiro mês após o casamento tinha se passado através
de noites românticas no balanço assistindo ao pôr do sol juntos, jogos atrevidos
de pôquer, nos quais ele lhe ensinava o que queria dizer com apostando as
suas roupas e como consequência terminava todas as noites nua em sua cama
onde adormecia depois de outro ataque de seu lento e completo ato sexual.
Tudo aquilo era um começo satisfatório para um novo casamento e
Emma estava mais do que satisfeita com a profundidade da sua felicidade.
Ela ficou consternada consigo mesma por ter acreditado na crença de
que jamais iria se casar e agora que havia superado isso esperava que em
breve, eles pudessem ser abençoados com uma família, pois queria
desesperadamente filhos de Lucas, para poder segurá-los nos braços e coloca-
los no peito e alimentá-los até a idade adulta.
Ela começou a fazer perguntas hesitantes a Maria e a outra mulher sem
rodeios lhe perguntou se ela estava grávida.
Emma confessou que não sabia nada sobre isso e que não seria desta
forma capaz de lhe dizer caso estivesse.
Maria foi muito direta sobre isso e lhe falou que o sinal mais revelador
seria a fim das suas regras, havia também lhe explicado sobre os enjoos
matinais e sobre os seios doloridos, terminou seu discurso lhe dizendo que
poderia almejar determinados alimentos, enquanto que apenas o pensamento
de outros iria fazê-la revirar o seu estomago.
Emma ouviu e absorveu tudo o que a outra mulher lhe disse, mas não
tinha tido qualquer um dos sinais ainda.
Ela estava esperançosa de que em breve, porém, ela os teria.

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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

cApítuLo treze

Mais algumas semanas se passaram e foi um dia como qualquer outro.


Emma tinha ido para os celeiros e estábulos tantas vezes com Lucas, que
começou a visitar a égua que Lucas havia lhe dado todos os dias com um
tratamento especial. Ela geralmente levava uma maçã ou uma cenoura ou os
dois e ficava um tempo apenas admirando o cavalo que havia chamado de
“Beleza”. Era um nome simples e às vezes pensava que o animal merecia ser
chamado de algo mais exclusivo, mas o fato de ter uma grande beleza fez com
que Emma começasse a lhe chamar assim enquanto tentava pensar num
nome mais apropriado, ate que um dia havia desistido e a sua égua malhada
foi batizada.
- Beleza.
Emma se inclinou sobre o estábulo e passou a mão carinhosamente
pelo flanco da égua, começou a cantar para o animal enquanto deixava a sua
mente vagar.
Não havia absolutamente nenhuma dúvida sobre isso, estava
completamente apaixonada por seu marido e apesar de nunca ter lhe falado
sobre isso, as palavras quase saiam dela uma vez que estivessem na
privacidade escurecida da noite, quando ele estava dentro dela a segurando
com uma força inflexível que a fazia pensar que ele jamais a deixaria ir embora
da sua vida.
Mas será que ele a amava?
Emma não estava disposta a lhe indagar uma questão como essa,
apesar de ser sempre aberta e honesta com ela, tinha uma reserva sobre a sua
maneira quando estava com ela no silêncio de seu quarto à noite, pois nesses
momentos, a sua força implacável como ele a abraçava e a forma como
parecia adorar ao seu corpo lhe assegurava que seus sentimentos por ela
deveriam existir e serem profundos.
Mas em seguida vinha à luz do dia e embora ele ainda fosse cortês com
ela e um pouco próximo, uma máscara viria sobre o rosto e lhe roubaria todas
as suas emoções. Ele se congelava e permanecia fechado até que lentamente
com o naufrágio do sol iria novamente suavizar, relaxar e aliviar a sua dor de
cabeça perturbadora mais uma vez.
Era uma rotina que se tornou típica para eles e por muitas vezes ela
achava que ele nem mesmo percebia o que ela estava fazendo, ou se ele
percebia, muito provavelmente achou que ela não percebia.
Então tentava manter a sua atitude constante e não permitir que a sua
atitude confusa, contraditória afetasse a sua própria maneira com ele. Queria
apenas harmonia em seu casamento e tudo o que ele estava sentindo durante
a luz do dia não era algo que ela permitiria se tornar uma discórdia para sua
união e mesmo assim não tinha coragem o suficiente de lhe perguntar por que
a sua forma era tão alterada durante as horas do dia.
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LyndA chAnce
A novA Aquisição do rAncheiro

O amor que ela sentia por ele era muito novo, muito
recente para sentir a segurança que precisava para questioná-lo sobre isso.
Seus pensamentos foram interrompidos pelo grito de uma dobradiça e
quando virou a cabeça se deparou com Lucas na entrada, paralisado por um
momento, enquanto permitiu que seus olhos se acostumassem com a luz muito
mais fraca no interior do edifício.
Ele não demonstrou nenhum tipo de indulto para aliviar os seus nervos,
mas lhe deu tempo o suficiente para permitir o pensamento de que não deveria
ser dura enquanto estivesse neste estado, e isso fez se sentir perturbado já
que sabia exatamente como ele reagiria no escuro da noite, mas durante o dia
nunca sabia como agir perante ele.
Ele andou a passos largos e foi parar na sua frente em poucos
segundos. Seus olhos percorreram superficialmente ao redor estudando-o por
alguns segundos, lançou seu olhar rapidamente sobre os cavalos, logo após
mudou-se para o chão ao redor de seus pés até que vistoriassem as quatro
paredes para terminar focada nela mais uma vez.
- O que você está fazendo aqui?
Mais uma vez as suas palavras não tinha nenhum calor apreciável, eles
eram curtas e sucintas, apenas uma pergunta a qual ele esperava uma
resposta.
- Trazendo um agrado para à beleza.
Ela injetou suavidade no seu tom de voz e tentou fingir que estava
respondendo ao mesmo homem que lhe segurava em seus braços todas as
noites e não ao estranho que ele estava neste momento.
Ela queria desesperadamente a mesma pessoa durante o dia, a mesma
pessoa cuja paixão e ardor parecia falar de uma forte devoção a ela. Ela sabia
que ele tinha o rancho para cuidar, que não podia dar-lhe todo o seu tempo, ele
entendia este fato e era o que ela esperava, mas não queria aquele seu ato
contínuo de estranho cortês sempre que eles não estavam juntos na cama.
- Eu não gosto de você vir aqui sozinha e já lhe disse isso antes.
- Você não disse que eu não poderia vir.
Respondeu ela no tom mais agradável que conseguiu, porque não se
importava se ele lhe dera esta ordem antes ou não, não seria mantida
prisioneira dentro da sua própria casa, mas esperou para ver como isso iria ser
digerido por ele, pois não havia absolutamente nenhuma vontade de irrita-lo, se
não fosse absolutamente necessário. Ela iria se rebelar contra ele se insistisse
nisso, mas o vendo agora, poder presenciar toda a sua agressividade em cada
linha de seu corpo, foi forçada a reconhecer que seria mais fácil para ela
encontrar uma maneira diferente.
Certamente não teria a menor chance física contra ele e a interação
entre eles agora só estava afirmando o tipo de homem que teria que enfrentar.
Um homem que seguia o seu caminho, não importa o quê estivesse na sua
frente. Um homem que não iria tolerar nenhuma oposição aos seus desejos e

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A novA Aquisição do rAncheiro

infelizmente isso não era algo novo para ela, era a única
informação que tinha quando se casou com ele, mas agora podia perceber que
a sua atitude era apenas para estabelecer como o casamento deles seria e
apesar de poder verbalmente lutar contra ele, tentar impor a sua maneira em
uma série de confrontos, sabia que não só iria perdê-lo, mas também criar um
muro entre eles, que iria dividi-los, uma parede que seria quase impossível de
derrubar no futuro.
Ou ela poderia cumprir suas exigências por um tempo enquanto levava
as suas sugestões em consideração e em vez de tentar lutar contra sua
dominação forçada com a agressividade que só iria separa-los, ela poderia
travar uma guerra com coragem feminina.
Seria totalmente honesta com os seus princípios? Não, não era. Mas
hoje só tinha que responder para si mesma e não para qualquer outra pessoa e
se isso não lhe gerasse nenhuma culpa ou sentimento de vergonha, então não
deveria se importar.
Era uma grande verdade que era territorial e possessivo, sem falar que
era por muitas vezes grosseiro e quase brutal, mas ele era brutal na sua
necessidade de protegê-la, poderia até ser duro e feroz com ela naquela sua
compulsão obsessiva de mantê-la segura, mas não estava tentando subjugá-la
e nem fazê-la subserviente a ele e essa era a grande diferença que permitiu a
ela deixá-lo seguir com o seu comportamento.
Ela sabia que a cada respiração que ela tomou o amava mais, que
adorava as falhas que faziam dele quem era e com cada batida de seu coração
ela queria desesperadamente um casamento livre de animosidade, uma
relação de paz e calma, se resolvesse lutar contra ele por tudo jamais iria
conseguir isso.
Instintivamente ela sabia que a chave para a resposta estava em algum
lugar escondido na defesa impenetrável que aparecia sempre que eles não
estavam juntos na cama. Se ela pudesse romper isso, descobrir o que o estava
fazendo agir desta maneira, então eles poderiam ter uma união completamente
feliz. Ou pelo menos ela esperava que sim.
Ele ficou em silêncio enquanto seus olhos se estreitavam sobre ela e
Emma podia ver claramente a impaciência brilhando em seu olhar.
Impaciência e mais alguma coisa. Suas narinas dilataram enquanto
examinava criticamente o seu olhar para logo após seguir para os seios. O ar
ficou quente e abafado entre eles e de repente Emma sentiu a mesma
intensidade quente que sentia todas as noites quando ele escorregava nu para
a cama à noite.
Seu primeiro pensamento foi de choque por ele lhe transmitir aquele
olhar acalorado sobre ela agora enquanto estivessem no celeiro, mas isso foi
rapidamente seguido por uma grande euforia, afinal ele estava olhando-a com
calor e desejo, mesmo com o sol ainda alto no céu.

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A novA Aquisição do rAncheiro

Mas nada disso importava agora na penumbra


do celeiro, com o cheiro almiscarado de feno e a umidade do chão de terra sob
seus pés.
Ele concentrou toda a sua atenção sobre ela e o resto do mundo
desapareceu. Sua mão caiu do flanco do cavalo e um blush rosa apareceu no
seu rosto e assim que achava que ele chegaria mais próximo dela, ele se virou
e caminhou de volta do mesmo jeito que tinha se aproximado anteriormente até
a porta, onde pegou uma tabua de madeira colocou sobre a porta, fazendo com
que lhe dessem um pouco de privacidade.
Ele voltou para ela e ergueu o seu queixo.
- Quando você vai aprender a fazer o que eu digo?
- Você nunca me disse que eu não poderia vir ate aqui.
Repetiu em voz baixa.
- É isso o que preciso lhe dizer?
Seus olhos estavam obscuros enquanto estudavam os dela e sua voz
chiou com uma autoridade que ele se sentia no direito de impor.
Emma olhou para ele com o coração nos olhos.
- Por favor, por favor, não diga isso.
Um tique apareceu na sua mandíbula enquanto alisava o polegar sobre
a sua bochecha.
- É muito perigoso aqui fora.
- Não... Não é.
Ela calmamente negou.
Suas mãos saíram da sua garganta e se estabeleceram sobre seus
seios.
- Qualquer coisa poderia acontecer com você.
Suas palavras foram primorosamente ameaçadoras sobre ela.
Ela estudava ao seu peito enquanto a excitação perfurava em seu ser
num fluxo constante e quente enquanto ele movia o seu polegar para trás e
para frente sobre o seu mamilo e varias imagens sedutoras penetravam na sua
mente do que poderia de fato acontecer com ela se ele continuasse assim.
- Emma.
Seus olhos voaram para o seu e se mantiveram abertos enquanto
aquele polegar tornava-se mais determinado a deixá-la louca.
Ele baixou a sua cabeça e a sua boca roçou no seu ouvido.
- Eu só quero que você fique o tempo todo segura.
- Eu sei que estou segura, Lucas, afinal nada pode me ferir enquanto
estiver no seu rancho.
Uma mão pousou na sua bunda e a puxou para ele, enquanto
continuava com movimentos enlouquecedores sobre seu mamilo.
- Isso não é verdade, querida. Lembre-se das cobras?
Seu cérebro desarticulado tentava manter-se naquela conversa
enquanto o seu corpo estava se afogando de paixão.

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A novA Aquisição do rAncheiro

- Eu... Foi diferente... Andei para muito longe do


quintal, algo que não sabia na época.
- Algo como isso poderia acontecer novamente.
- Não... Terei mais cuidado.
- Isso está me deixando louco todos os dias, passo o dia todo pensando
que algo poderia acontecer com você...
- Nada vai acontecer comigo, afinal você me ensinou a atirar e me
mostrou o rancho...
Suas palavras desapareceram de uma forma abrupta quando as suas
mãos pousaram na sua garganta e ele começou a desabotoar o seu vestido
com movimentos espasmódicos e rápidos.
Quando chegou aos seios ele parou e puxou em um longo e trêmulo
suspiro.
- Eu não deveria ter sido tão egoísta ao me casar com você e desta
forma a obrigando a viver num lugar tão isolado.
Seus olhos corriam sobre ela várias vezes, concentrando-se na linha de
sua clavícula e nos seus seios sob a camisola.
- Você não me forçou a nada.
Ela falou com a respiração rápida.
- Eu não lhe dei nenhuma escolha sobre este assunto.
- Eu não queria nenhuma escolha.
Ele estendeu a mão e a agarrou pelos ombros.
- Você é muito pequena.
Ele fez uma pausa enquanto seus olhos corriam sobre a linha de sua
garganta.
Sua pele é muito macia e branca para este tipo de vida.
Seus dedos pousaram na sua clavícula e os movimentou para trás e
para frente.
- Você é muito delicada... Sua perna já a deixava em qualquer situação
em desvantagem, nunca deveria ter pensado que isso algum dia iria funcionar.
Ele a puxou para mais perto e sua boca pousou sobre a dela numa
intenção cruel.
Ela o deixou tomar o beijo agonizante que precisava, para em seguida
lhe afastar e segurá-lo no comprimento de um braço com o peito arfando.
- Não me mande embora... Por favor, por favor... Não me dê às costas
apenas por causa da minha perna...
Ele a cortou como as mãos que foram para os seus ombros e lhe
apertaram com uma intensidade inflexível, logo após a levantou do chão ate
que apenas os dedos dos pés o tocasse.
- Eu jamais vou desistir de você!
Ele olhou para ela com uma expressão selvagem.
- Eu nunca vou desistir de você, posso ate mesmo ter que me desfazer
desta maldita fazenda, mas jamais vou desistir de você.

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A novA Aquisição do rAncheiro

Emma piscou para ele quando o significado das suas


palavras se tornou surpreendentemente claro. As lágrimas vieram para os seus
olhos enquanto ela levantava as mãos ate o seu tão amado rosto.
- Está tudo bem Lucas, pois não tem que se preocupar sobre isso, afinal
você pode ter a nós dois e eu te prometo que nada vai acontecer comigo.
Tenho sempre o cuidado e não pretendo correr riscos desnecessários.
- Se eu descobrir que você está indo para qualquer lugar próximo a
aquele garanhão, irei coloca-la sobre o meu joelho e não será capaz de se
sentar por uma semana.
O animal que ele estava se referindo era o garanhão premiado que ele
tinha para inseminar as éguas. O cavalo era mantido num piquete sozinho e
Emma tinha mencionado antes que achava o cavalo muito solitário e o Lucas a
havia advertido repetidamente que aquele cavalo era muito perigoso.
Sua respiração parou quando seus dedos intoxicantes dançaram sempre
tão suavemente sobre o seu mamilo mais uma vez, enquanto a ameaça em
suas palavras era uma disparidade que lhe trouxe uma fome sexual voraz
gritando dentro dela. Seus olhos começaram a se fechar.
- Você me entendeu?
- Sim, eu entendi...
Ela tentou se concentrar enquanto uma necessidade feroz começou a
girar em torno dela.
- Eu não vou chegar perto do garanhão.
Suas mãos continuaram a segurá-la sem piedade e suas sobrancelhas
foram para baixo formando uma careta.
- É melhor não.
Seus olhos a fitavam com muita intensidade e as palavras foram atados
com ansiedade.
- Eu não vou e lhe prometo que sempre terei muito cuidado.
- Eu tenho medo do que você possa fazer.
- Não tenha medo.
Ela tentou lhe acalmar.
- Bem, eu sou assim!
Ele apertou sua mandíbula enquanto corria o seu olhar sobre ela
novamente. Um profundo brilho iluminou seus olhos e a sua boca estava
achatada de agitação.
- Na verdade, só há uma coisa que acalma a minha mente, apenas uma
coisa é possível deixá-la sã...
As palavras dele pararam no meio desse pensamento quando deu um
passo rápido para frente e a empurrou para trás e depois mais um, até que as
suas pernas estivessem emaranhadas com as dela e ela sentiu-se sendo
deitada no chão de terra.
Ele a seguiu para baixo com a sua boca cobrindo a dela e começou a
devora-la com os lábios e a língua. Um de seus joelhos foi se posicionado ao

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lado do seu quadril e a outra foi empurrada entre suas pernas, o


que a deixou chocada, pois percebeu que ele estava em cima dela, sobre o
corpo dela e a beijando com uma intenção cruel que num súbito lampejo de
clareza ela sabia que não queria que acabasse jamais.
Ele pairava sobre ela de quatro e ela não conseguiu conter um
estremecimento quando as mãos dele caíram para a sua garganta e
começaram a desabotoar o resto dos botões que desciam pelo seu vestido.
Aconteceu tão rápido que ela se assustou mais uma vez quando ele
tomou sua boca e com um movimento de apreensão segurou os dois lados do
seu vestido e o tirou sobre a sua cabeça. Quando ele ficou de joelhos para
arremessar a peça longe, ela se levantou sobre os cotovelos com um pouco de
pânico e por mais que quisesse as paredes baixadas entre eles encontrar-se
no chão de terra do celeiro não era algo que ela havia considerado
remotamente.
Ela sabia que ele não iria machucá-la, tinha certeza deste fato a partir
das suas palavras de apenas momentos atrás, que ele se importava com ela e
talvez até mais do que ele queria admitir, mas ele estava sexualmente a
ameaçando mesmo assim e ela estava desamparada, enquanto seu corpo lhe
atraía com toda aquela dominação masculina.
Seu coração começou a bater descontrolado dentro do seu peito.
Lucas sentiu o momento em que o pânico a subjugou, ela se mexia
inquieta embaixo dele e tinha um olhar estupefato no rosto, sem dúvida devido
à posição em que se encontrava, mas havia também uma aura sensual com
ela, uma curiosidade irresistível brilhando em seus olhos que lhe inflamava, ate
mesmo o seu vestido que era apenas uma peça utilitária, útil e prática, com
pequenos botões e feito de um material grosseiro estava lhe inflamando um
desejo absoluto.
E, no entanto seu corpo estava preso num turbilhão de desejo furioso,
estava inchado em toda a sua plenitude, a sua ereção estava rígida e inchada
e o seu cérebro estava tomando direções apenas na ânsia furiosa de tê-la, mas
no seu intimo tinha a necessidade de acalmá-la, mantê-la quieta até que
pudesse tirar todas as suas roupas, porque tinha certeza de que quando
tivesse sua pele nua sob suas mãos, ela não seria mais capaz de lutar contra
os seus desejos internos.
Mas assim que jogou o vestido longe, tudo que encontrou foi mais pano,
mais material, a fim de impedi-lo mais uma vez. Ele sentiu o rosnado subir pela
sua garganta devido àquelas restrições e antes que pudesse se conter a puxou
para uma posição sentada e empurrou primeiro a sua anágua e então a peça
seguinte pelo seu corpo flexível.
Sua cabeça começou a latejar e a sua garganta se fechou, o que mal lhe
permitia sugar oxigênio suficiente enquanto olhava para a renda branca
delicada do chemise que era tudo o que estava a protegendo do seu olhar
faminto.

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Sem hesitar ele ergueu as mãos para o material e a


ergueu sobre a sua cabeça para logo em seguida lhe rasgar a calcinha num
movimento rápido e brusco.
Sua cabeça caiu para o seu mamilo nu e ele começou a chupar o seio
enquanto empurrava as suas duas pernas entre as dela e levantava as suas
coxas para cima ao redor da sua cintura.
- Eu quero muito você e sempre vou lhe querer.
- Sim.
Sua única palavra de acordo só pareceu inflamar ainda mais o desejo,
levantou-se dela e começou a rasgar os botões de suas calças, empurrando-a
bruscamente para baixo até que a sua ereção foi liberada e ficou pendurada
ameaçadoramente no espaço entre eles.
Ele desceu sobre ela mais uma vez, levantou as suas mãos acima da
cabeça e as prendeu apenas com uma das suas, em seguida ergueu o seu
queixo para cima com a mão livre até que estava olhando dentro dos seus
olhos.
- Nada pode acontecer com você, meu amor.
Disse ele enquanto empurrava os seus quadris com uma força
inexorável e a empalava completamente.
Ela respirou fundo, mas manteve os seus olhos abertos nos dele.
- Fique tranquilo, irei me cuidar.
Ela suspirou quando varias estrelas começaram a piscar no seu cérebro.
Ele começou a lhe acariciar internamente para levá-la em direção ao
orgasmo imediatamente. Sua boca caiu sobre dela e em contraste direto com
as suas estocadas duras que exigiam a sua aquiescência total, os seus lábios
e língua a adoravam suavemente, implorando por sua participação na
comunhão entre eles.
Ela se deu a ele generosamente.
Quando ele a segurava firmemente e assim tão carinhosamente Emma
sabia, tinha certeza que ele a amava e era apenas isso que o estava deixando
louco durante o dia, a sua necessidade de protegê-la, a sua necessidade de tê-
la e mantê-la segura.
Seus pensamentos foram interrompidos quando um prazer delirante
escorreu pela sua espinha o que a fez choramingar debaixo dele enquanto a
sua boca trabalhava no seu mamilo, ela sentiu que começava a escorregar
para o seu alívio sensual.
Seus músculos internos se apertaram e ela sentiu uma onda de força vir
sobre ele o que lhe dizia que ele estava vindo junto com ela.
Sua mente abandonou toda a necessidade de proteger a si mesma e
tudo o que ela sentia era o conhecimento certo de que estaria sempre segura
em seus braços.
- Eu te amo.

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Disse ela enquanto sua mente ficou abalada devido ao


encantado no infinito prazer encontrado através daquele orgasmo poderoso
que a fez revirar os olhos.
Ele gemeu contra ela e Emma sentiu o calor de sua semente explodindo
dentro dela, mesmo atordoada pelo seu próprio orgasmo o agarrou firmemente
a ela enquanto continuava a se empurrar dentro dela com força implacável.
Ficaram abraçados ate a respiração se regulasse, ele se levantou um
pouco colocando todo o seu peso nos seus cotovelos e sua mão livre se
afundou novamente no seu cabelo.
- Diga isso de novo.
Suas palavras estavam escuras a obrigando o obedecer.
- Eu te amo.
Disse ela simplesmente.
Uma pura satisfação além de uma onda de alívio passou pelos seus
olhos brilhantes enquanto seus dedos afundavam ainda mais no seu cabelo e
lhe davam um aperto mais firme.
- Eu amo você, Emma, mais do que jamais saberá.
Suas mãos deslizaram dos seus ombros ate o seu rosto amado.
- Eu sei disso Lucas, e estou muito feliz com isso.
Um pequeno sorriso doce abrangia o rosto de Lucas quando abaixou
sua boca para a dela novamente.

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epíLogo

Seu primeiro bebê veio logo após aquele dia e os dois seguintes o
seguiram numa rápida sucessão. Lucas se agradava da situação, mas
começou a tomar com um prazer desonesto e infinito ao lhe ensinar as muitas
outras maneiras em que poderiam fazer amor, mais ao mesmo tempo tentar
espaçar a chegada do próximo membro da sua família pequena.
Emma era uma aprendiz rápida e mesmo após cinco anos de
casamento, os incêndios que se alastraram entre eles não tinha se esfriado
nenhum pouco.
Maria e Jesse eram uma grande ajuda para eles, assumindo o papel de
avós substitutos e amando cada segundo daquela situação.
Lucas e Jesse tiveram que construir um muro alto de madeira em volta
do perímetro da casa e quintal, mas com espaço suficiente em seu interior para
permitir que as crianças corressem livres e ao mesmo tempo dentro de um raio
perto o suficiente para que Emma não tivesse problemas perseguindo-os
quando necessário.
As tendências de proteção de Lucas não tinham diminuído nem um
pouco e agora elas se estendiam para as crianças, Emma estava naquele
momento sentada no balanço da varanda e observava enquanto ele fazia o seu
ritual diário e matinal que era ficar andando pela linha da cerca, olhando para
todos os espaços a procura de visitantes indesejados que pudessem ser uma
ameaça à sua família.
Emma enquanto o observava cuidava da sua bebê graça a posição do
balanço da varanda.
Toby e Conner corriam atrás do pai em seus pezinhos resistentes. De
seu assento viu quando Toby, seu filho mais novo, levou um tombo e começou
a chorar enquanto ficava caído sem conseguir se levantar, ela estava prestes a
ficar de pé e ir até ele quando Lucas virou-se e o pegou no colo rejeitando toda
a sua sujeira, ficou abraçado a ele por um segundo, enquanto sussurrava algo
em seu ouvido. A cabeça de Toby apareceu e ele colocou as duas mãozinhas
no rosto de seu pai e de repente sorriu.
Lucas o beijou na testa e ele ficou de pé novamente e logo começou a
fugir para se juntar ao irmão.
Emma observou quando seu marido virou-se e estreitou os olhos na sua
direção, logo começou a caminhar rapidamente para chegar a ela, assim que
entrou na varanda colocou as mãos no balanço e a prendeu dentro do seu
escuro olhar, um aquecimento logo tomou conta dela e do bebê que estava em
seus braços.
Suas palavras eram lentas e sexy.
- Eu te amo sabia.
Ela sorriu para ele e sabia que aquele era um momento de pura alegria,
assim como experimentava diariamente.
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- Eu também te amo.
- Esse bebê está dormindo.
- Esse bebê
Ele sorriu.
A pequena e doce Gracie está dormindo.
- Sim, eu sei.
- Vá colocá-la no berço.
- Ela precisa de um pouco de ar fresco e luz do sol.
Emma observou enquanto Lucas permanecia em pé, logo após
caminhou até a porta e quando abriu chamou por Maria.
A outra mulher apareceu logo em seguida com um olhar interrogativo no
rosto.
- Você pode cuidar das crianças por um tempo?
Enquanto Lucas fazia a pergunta gentilmente levantava o bebê dos
braços de Emma e a colocou sob os cuidados da mulher mais velha.
Os olhos de Maria demonstravam todo o carinho e aprovação, enquanto
segurava o bebê dormir e se sentava no balanço.
Lucas agarrou a mão de Emma e a puxou para dentro de casa, começou
a arrasta-la para o quarto e uma vez lá dentro fechou a porta e a trancou.
Emma o observava em silêncio até que uma gargalhada saiu dos seus
lábios.
- Eu não posso acreditar que você fez isso.
Lucas a puxou para o círculo de seus braços e levantou uma
sobrancelha escura.
- Acredite meu amor, pois eu o fiz.
E os lábios dele caíram sobre os dela duramente.

Fim

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LyndA chAnce

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