Indicações de bibliográficas:
Palavras-chave:
Execução Provisória. Cumprimento Provisório de Sentença. Liquidação de sentença.
Sentença Ilíquida. Cálculo aritmético. Espécies de liquidação. Liquidação por Arbitramento.
Liquidação de sentença pelo procedimento comum. Cumprimento de sentença.
Disposições Gerais. Cumprimento de sentença de obrigação de pagar. Cumprimento de
sentença de obrigação de fazer, não fazer e entregar. Astreintes. Processo de Execução
de pagar quantia. Averbação da execução. Arresto Executivo. Pagamento parcelado.
Ordem de Penhora. Penhora Bacenjud. Expropriação. Penhora de frutos e rendimentos de
coisa móvel ou imóvel. Adjudicação. Alienação por iniciativa particular. Alienação em Leilão
Judicial.
- Cálculo aritmético
Quando se precisar de um cálculo meramente aritmético par se chegar ao valor devido, a sua
obrigação já é liquida. Porque a liquidez da obrigação não é a determinação do valor, mas a
determinabilidade do valor. O que significa dizer que o mero cálculo aritmético não é espécie de
liquidação de sentença, pois não se pode liquidar o que já é liquido.
O NCPC trata do cálculo aritmético, mas o exclui da liquidação de sentença. Sendo necessário o
cálculo aritmético, não será necessária a liquidação de sentença. O exequente já ingressa com a
execução.
Hoje, no CPC/73, todo mundo já chama a liquidação de sentença por cálculo aritmético como
pseudoliquidação.
Além disto, o NCPC prevê um programa de atualização de atualização financeira que será
disponibilizada pelo Conselho Nacional de Justiça. O credor irá fazer este cálculo aritmético.
O NCPC dessassocia de forma definitiva o cálculo aritmético da liquidação de sentença.
Ao colocar a tarefa do cálculo aritmético nas mãos do credor, pode haver abusos. Tendo em vista
esta situação, o NCPC prevê que se o cálculo for aparentemente excessivo, o juiz irá indicar o
valor que entende devido. Para chegar a este valor, o juiz vai poder se valer do contabilista do
juízo (chamado de contador pelo CPC/73). Vide arts. 524, §§1º e 2º, NCPC.
Esta execução segue pelo valor do exequente e a penhora se realiza pelo valor do juízo.
O legislador entende que quando o juiz indicar o valor que entende como devido, este não será o
valor da execução. O valor da execução será objeto de debate na defesa do executado. Haverá
aqui sim uma decisão definitiva sobre o valor.
A primeira decisão do juiz será uma decisão provisória do valor, porque não se presta a definir o
valor da execução, mas o valor da penhora.
A segunda decisão do juiz, na execução, será uma decisão definitiva sobre o valor adequado,
correto daquela execução.
- Espécies de liquidação:
1- Liquidação por arbitramento.
Ocorre quando a fixação do valor depender de prova técnica, de prova pericial. No caso concreto,
se for verificado que a fixação do valor depender de prova pericial, a liquidação será por
arbitramento.
O NCPC tenta evitar esta perícia. Como?
Através da intimação das partes para a apresentação de pareceres técnicos ou de documentos
elucidativos do conflito. A expectativa do legislador aqui é que o juiz na posse destes pareceres
ou documentos possa já fixar o valor.
Não havendo a possibilidade de chegar ao valor por este caminho, aí o juiz irá nomear perito e
esta liquidação de sentença passará a seguir o procedimento da prova pericial.
Na verdade, a novidade aqui é esta tentativa de não perícia, através dos pareces técnicos e
documentos não elucidativos. O prof. Daniel acha que é uma tentativa saudável, porque a pericia
é demorada, complexa e cara, mas na prática será uma tentativa infrutífera.
Arresto Executivo
No CPC/73 já existe a previsão de arresto executivo.
Art. 830, NCPC.
Há uma novidade procedimental.
O arresto executivo é cabivel na situação em que o oficial de justiça não encontra o executado e
não consegue fazer a sua citação, mas ao mesmo tempo localiza bens do executado.
Binômio: não se consegue citar o executado porque ele não foi localizado; mas se consegue
localizar bens do executado.
Depois de realizar o arresto executivo, o oficial de justiça, em uma prazo de 10 dias, vai tres
vezes tentar citar o executado. Esta já é uma realidade atual e que permanece no NCPC.
Pagamento Parcelado
Já existe no sistema atual do CPC/73. Previsão no art. 916, NCPC.
Se terá a citação do executado. Da juntada do mandado da citação, se terá o prazo de 15 dias
para o executado i. embargar a execução; ii. renunciar (não precisa ser expressamente) o direito
de opor embargos (art. 916, §6º), pelo simples fato de no mesmo prazo se ter feito o pedido de
pagamento parcelado.
O fato da parte pedir o parcelamento parcelado é suficiente para que se considera renunciado o
direito de opor os embargos.
Requisitos mínimos: i. mínimo de 30% a vista; ii. restante em no máximo 6 prestações mensais.
Intimação do exequente (art. 916, §1º, NCPC) para se manifestar sobre o preenchimento dos
pressupostos formais do pedido de pagamento parcelado. O que isto significa? Significa que na
verdade o exequente não vai poder discutir o mérito do pedido, não vai poder discutir as razões
que levaram o executado a pedir o pagamento parcelado. Esta previsão legal torna o direito do
exequente de pagar de forma parcelada em um direito potestativo. O exequente não vai poder
questionar os motivos que o executado requer o pagamento parcelado.
O STJ entendia que se o exequente demonstrasse um justo motivo para não aceitar o pagamento
parcelado, este não seria realizado. Isto fazia com que o executado não realizasse o pedido do
pagamento parcelado: há muitos riscos – abre-se mão da defesa do executado; paga-se 30% a
vista e fica no subjetivismo do magistrado aceitar a alegação de um motivo justo para não aceitar
o pagamento parcelado. Oferece-se um risco muito grande para o executado com benefícios
pequenos. Se o magistrado determinasse que o indeferimento do pedido de pagamento
parcelado, o executado não poderia oferecer mais embargos, não poderia reaver os 30% pagos a
vista e a execução continuaria.
Com o NCPC, há um estímulo ao pagamento parcelado. O executado abre mão dos embargos,
mas o indeferimento do pedido de pagamento parcelado somente vai ser realizado se houver
vícios formais.
Art. 916, §2º, NCPC: enquanto não for apreciado o pedido do executado, este deve depositar as
quantias mensais.
O proprio NCPC considera a possibilidade que o juiz simplesmente não decida o pedido
rapidamente (em um mês). Observe o juiz deve decidir o pedido, com a observância ainda do
contraditório. É plenamente possível que o magistrado não tenha decidido no mês seguinte.
O executado pode entender que não vai pagar parcelado, porque o juiz ainda não deferiu o
pagamento parcelado. Se não pagar, no entanto, o juiz ao deferir o pedido vai entender que o
executado já está inadimplente.
O NCPC foi bom neste sentido, tirou a insegurança. O executado deve continuar os pagamentos
mensais, ainda que o magistrado não tenha decidido acerca do pedido.
Penhora.
Ordem de penhora: art. 835, NCPC.
Art. 835, §1º, NCPC: é prioritária a penhora do dinheiro. Até aí seria uma previsão desnecessária,
porque na verdade prioridade é o que vem antes e o dinheiro já é o primeiro dos bens da ordem
de penhora. Mas aí continua o dispositivo: “.. podendo o juiz nas demais hipóteses alterar a ordem
da penhora, de acordo com as circunstâncias do caso concreto”. Então na verdade a penhora do
dinheiro não é apenas prioritária, mas absoluta: o juiz não pode alterar a ordem para deixar de
fazer a penhora de dinheiro e fazer outra penhora.
Isto acaba contrariamento posição consolidada do STJ. Súmula 428, STJ: a penhora do dinheiro
não é absoluta, porque o juiz poderá alterar esta ordem no caso concreto.
A ideia de que a ordem pode ser alterada vem do próprio caput do dispositivo, mas o §1º, com
uma redação truncada, se posiciona em sentido contrário. Aparentemente, no NCPC, não será
mais possível a alternância da ordem de penhora no que tange o dinheiro. O que ocorreu foi uma
exclusão do dinheiro de uma possível alteração da ordem da penhora.
Art. 835, §2º, NCPC: equipara-se ao dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia, desde que
oferecidos com 30% a mais do valor executado. Assim, se o valor executado é 100 reais; para se
aceitar a fiança bancária ou o seguro garantia, estes devem ser prestados em 130 reais. A partir
do momento em que o código equipara a fiança bancária e o seguro garantia ao dinheiro, será
possível a substituição do dinheiro por estas formas de pagamento.
Uma vez penhorado o bem, que não seja dinheiro, passa-se a uma fase de avaliação do bem. E
com relação a avaliação, não há mudanças substancias, mas apenas mudanças pontuais, sem
alterações práticas.
Depois do bem penhorado e avaliado, passa-se a uma nova fase que somente será necessária se
a penhora não tiver sido em dinheiro.
A penhora em dinheiro é preferencial por razões obvias. Primeiro, porque o exequente está atras
do dinheiro. Segundo, varios atos processuais serão dispensados (não se precisa avaliar, não se
precisa expropriar o bem). Penhora do dinheiro, satisfação.
Na expropriação do bem, houveram mudanças interessantes. Transformar o bem penhorado em
satisfação do direito do exequente.
Expropriação de Bens
- Penhora de Frutos e Rendimentos
CPC/73: usufruto de coisa móvel ou de coisa imóvel.
- Adjudicação
Trata-se de uma forma preferencial de expropriação.
Não havendo nenhum efeito suspensivo, já se pode realizar a adjudicação do bem.
E o que há de novo no NCPC?
Se tem um rol de legitimados a adjudicação. O NCPC inclui neste rol o companheiro/a do
devedor (art. 875). Na verdade, há uma legitimação do conjuge e o NCPC tem essa tendência de
onde haver a previsão do conjuge haver tambem a previsão do companheiro.
O art. 875, §6º, NCPC: prevê que mais de um legitimado pode ter interesse na adjudicação. Pode
ocorrer que mais de um destes legitimados quererem ficar com o bem. Entre estes legitimados,
deverá haver uma licitação. Não se especifica a forma de licitação. Mas sabemos que haverá
uma licitação a ser organizada pelo juiz. O que vai valer é a maior oferta. A oferta mínima será o
valor da avaliação do bem. E se tiver a mesma oferta? O proprio dispositivo já criou uma ordem:
conjuge, companheiro, descendentes e ascendentes.