Anda di halaman 1dari 17

1

VERSÃO 1.0
IMIGRAÇÃO. DO ABANDONO DA VELHA POLÍTICA CRIMINAL
ATUARIAL À NOVA POLÍTICA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS

Este trabalho quer reflexionar sobre contribuição que a nova lei de imigração
trouxe para o estancamento da política criminal atuarial que foi empregada nos controles
migratórios durante longos anos de vigência da Lei nº 6.819/1980 – Estatuto dos
Estrangeiros – , instituído pelos governos militares, e trazer à tona a discussão de que a
nova lei de imigração trouxe possibilidades de consolidação de uma nova política para
um controle mais humanitário, mais garantista. Uma reflexão sobre a mudança de
paradigma que ocorre com a entrada em vigor da nova lei de imigração – Lei nº
13.445/2017.
Com o advento da nova lei de imigração, só o fato de alguns crimes tipificados
na Lei nº 6.815/19801 não serem replicados na nova legislação migratória e nem a criação
de novas tipificações já apontam para um viés mais garantista de direitos aos imigrantes
que vierem residir no Brasil ou que por aqui vierem transitar.
O instituto da nova lei de imigração trouxe novos avanços na maneira de olhar
os imigrantes em nossos controles migratórios. Uma visão mais humanista, mais
sedimentada em direitos fundamentais e que, de um todo, significa mudança de
pensamento estatal frente à situação humanitária de migrações mundiais. Ao que parece,
o Estado tem admitido que gerencia um sistema criminal falho e fracassado e que o
controle social não é e não pode mais ser o mesmo da repressão, como ocorria com o
estatuto do estrangeiro, mas um estado que olha o migrante por suas oportunidades.
Indo na contramão mundial de fechamento de fronteiras por todo mundo, o
controle migratório brasileiro deixa o antigo paradigma de controle atuarial, de
gerenciamento de risco de pessoas e grupos e passa atuar dentro da perspectiva de
entendimento e aceitação da situação humanitária por tentativa de imigração, a exemplo
do que ocorre na fronteira entre Brasil e Venezuela no Estado de Roraima ou que vem
ocorrendo com brasileiros que querem migrar aos Estados Unidos e Europa.
No entanto, não se pode afirmar com plena convicção, em razão da pouca idade
que tem a nova lei – um pouco mais de 1 ano de vida – de que é completo o abandono a
política atuarial com a qual o Brasil se filiava, pois, ainda há na legislação atual
proposições que deixam a porta aberta para a atuação do Estado na incapacitação de
pessoas ou grupos para fins criminais, além, claro, dos rumos políticos e das políticas
públicas de governabilidade da extrema direita no país. Porém é possível dizer, baseado
nas tendências e nas políticas adotadas por outros países, que o não abandono total se
deve a ideologia de segurança nacional fundamentada pelo avanço do terrorismo no
mundo e também pelo patrocínio de organizações criminosas que atuam sob a escravidão
da pobreza para manterem seus negócios ilegais de tráfico de pessoas, armas e drogas.

1
Estatuto do Estrangeiro. Lei nº 6.815/1980
2

2. DESENVOLVIMENTO

Do paradigma de Thomas Kuhn à transição do novo paradigma migratório brasileiro


Para Thomas Kuhn, paradigmas são modelos, representações e interpretações do
mundo e que são mundialmente conhecidas e aceitas e que fornecem aos cientistas problemas e
soluções2 para a comunidade científica. Porém, com o passar do tempo, esses modelos podem não
mais atender tal comunidade, passando a ser questionados. O paradigma anterior existiu, foi
proveitoso e aproveitado por todos naquele na comunidade científica, isso não quer dizer que ele
foi inferior ao novo paradigma, pois atendeu aos cientistas e às finalidades para qual existiu,
porém, neste novo espaço de tempo, não é mais suficiente para atender as demandas.
Dessa descrição de paradigma de Kuhn, podemos pensar o ser humano dentro de um
contexto de idas e vindas, alterando entre lugares fixos ou migrando. Nos locais fixos, sempre
protegidos pelos demais membros da comunidade, sob troca de experiência para se manter vivo
e manter todos a seu redor. Estamos, certamente, diante de paradigma que atende à época3.
Com o passar dos tempos, o ser humano viu a necessidade de migrar, buscar novas
formas de construções, de associação, de proteção, atravessando continentes, enfrentando
diversidades em busca de melhor qualidade de vida a fim de manter o mínimo suficiente à
sobrevivência da sua espécie. Há uma mudança de estado de imanência para um estado de intenso
movimento contingencial humano, pois o ficar é prejudicial, perigoso, não atende mais as
necessidades básicas, não traz mais frutos para a sobrevivência da espécie. Está-se portanto diante
de uma mudanças de paradigma.
Hoje em dia é sabido e consabido que o fluxo de migração de pessoas pelo mundo
tem despontado muito fortemente e de maneira alarmante4. Nesse sentido, o conceito de liberação
e fechamento de fronteiras são lados opostos e confluentes, influenciado pelo paradoxo dos
Estados neoliberais que exige que, ao mesmo tempo, todos os países façam parte de redes
comerciais internacionais, com fluxos de mercadorias intensos (globalização massificada). Por
outro lado, em nome da segurança nacional, essa abertura de portas acaba por selecionar tipos
específicos de combinações de movimento, acertadamente de bens e serviços, quase nunca de
pessoas. O que vem favorecer a imigração ilegal.
Se pegarmos como referência o Brasil, dos 202 países existentes5 e com qual o Brasil
mantém relações diplomáticas, exige-se visto de pelo menos106 países6, o que nos leva a deduzir
que a abertura migratória não é tão significativa que possa se afirmar que efetivamente houve

2
KUHN, Thomas S.A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 1997.
3
Para a filosófica moderna, o homem era um ser fixo e acabado. Vê as obras de René Descartes, Kant, Fichte, Husserl.
4
https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,relatorio-sobre-migracoes-forcadas-traz-numeros-recordes-e-
assustadores,70001849958
5
Para ONU, existem somente 193 países. O Brasil aceita visto de visita para países como Taiwan, não independente da China, ou
aqueles que territorialmente são apenas um único país, como Inglaterra. Há outros países no mundo com situação igual a de Taiwan.
6
Quadro Geral de Visto. Ministério das Relações Exteriores. Brasil.
3

abertura de fronteiras, ou seja, que ainda é ficta tal predileção por um fluxo migratório compatível
com as necessidades humanas mundiais.

Entendendo, então, por uma ficta abertura de fronteiras, é possível fazermos


entendimento pela predileção de movimentos migratórios ilegais, à mercê de coiotes7, de
grandes organizações criminosas de tráfico de pessoas, de pessoas ou armas, o que, em
tese, justificaria o enrijecimento das legislações nacionais e o reforço nas rigorosas
fiscalizações de pessoas e coisas nas fronteiras terrestres, aéreas e marítimas,
determinando certos tipos de grupos de riscos.

A perspectiva de segurança nacional brasileira ganhou força com a


formatação da sociedade brasileira a partir do Estado Novo de Getúlio Vargas8. Muito
influenciado pelo pós-guerra e pelo cenário ideológico que se encontrava o mundo,
Vargas optou pela nacionalização do país, restringido e selecionando a entrada de
estrangeiros.

Essa restrição ganhou força com a adição do Decreto-Lei nº 406, de 4 de maio


de 1938 que dispunha sobre a entrada de estrangeiros no território nacional que fossem
aleijados ou mutilados, inválidos, cegos, surdos-mudos, indigentes, vagabundos, ciganos
e congêneres, com afecção nervosa ou mental, alcoolistas ou doentes de moléstias
infectocontagiosas graves, especialmente tuberculose, tracoma, infecção venérea, lepra e
quaisquer outras doenças que pudesse comprometer a saúde pública brasileiras.

Ainda não podia entrar no Brasil aqueles que apresentassem lesões orgânicas
com insuficiência funcional, os menores de 18 anos e maiores de 60, que viajassem sós
ou que não tinha profissões lícitas ou posse de bens suficientes para se manter, com
condutas nociva à ordem pública e para segurança nacional ou à estrutura das instituições,
ou que anteriormente expulsos do país e, por fim, que fossem se entregar à prostituição
ou a explore, ou tenham costumes manifestamente imorais9.

Em 1969, o Decreto-Lei nº 941, de 13 de outubro de 1969 definiu a situação


jurídica do estrangeiro no Brasil. Referido decreto excluiu alguns impedimentos de
entrada de estrangeiros, como no caso de pessoas com determinados tipos de doenças,
mas manteve o impedimento de pessoas que pudessem trazer algum problema à ordem
pública e inovou ao selecionar quais imigrantes poderia permanecer no Brasil 10. Além
disso, o rol de infrações e penalidades aplicadas aos estrangeiros reduziu-se, perto dos 20
artigos do Decreto-Lei nº 406, agora com cerca de 15 artigos. Cabe lembrar que em ambos
os institutos grande parte das penas eram de prisão.

O estatuto do estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, instituído ainda sob a sombra


do regime militar e em vigor até novembro de 2017, veio carregado de estigmas,
ideologias e ao alvitre da segurança nacional. As prisões ainda se faziam presentes em
situação de expulsão de estrangeiro por prática de crime contra a segurança nacional, a
ordem política ou social, a tranquilidade e a moralidade pública e a economia popular ou

7
Pessoas que são contratadas para atravessar outras, ajudando-as a entrar ilegalmente em outros
países.
8
SEYFERTH, G. Colonização, imigração e a questão racial no Brasil.Revista USP, São Paulo, n.53, p.117-149, mar./mai.2002.
Disponível em:<https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/33192/35930>. Acesso em: 24 out. 2018.
9
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del0406.htm.
10
Decreto-Lei nº 941/69 – Art. 18§ 1º Para a obtenção do visto permanente, o estrangeiro deverá, ainda, satisfazer às exigências de
caráter especial previstas nas normas disciplinadoras da seleção de imigrantes, estabelecidas pelos órgãos federais competentes, das
quais poderão ficar dispensados os cidadãos de nacionalidade portuguêsa.
4

em caso que se tornassem nocivo à conveniência e aos interesses nacionais, ou ainda pela
prática de fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil, não sair a tempo
determinado pela autoridade migratória, estivesse em situação de vadiagem ou
mendicância ou o simples desrespeito ao estatuto dos estrangeiros.

Nova Lei de Imigração. Nova política criminal.

Não há dúvidas de que o cenário mundial é de imigração entre continentes ou regiões.


E não há dúvidas também de que o as agendas mundiais é de intensas discussões sobre os
movimentos migratórios.
Entende-se que o problema da imigração não é só um debate político, mas sim um
problema real das agendas mundiais. O controle de fronteiras terrestres é o pior cenário que se
pode imaginar ante problemas como o tráfico de drogas, falsificação, tráfico de pessoas e de
armas11. Antes de qualquer crise político, social e econômica nos países de origens desses
imigrantes, outros problemas como tráfico internacional de drogas já abriam rotas entre as
fronteiras.
No mundo, a grande demanda é por refúgio, não aquele refúgio clássico descrito na lei
nº 9.474/1997 como sendo - todo indivíduo que seja perseguido por motivo de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas e que não possa regressar ao seu pais, ou
aquele que não tendo nacionalidade ou por grave e generalizada violação dos direitos humanos,
- mas aquele refúgio denominado refúgio econômico ou refúgio por catástrofe natural, que
embora não exista formalmente nas legislações nacionais, tem-se admitidos em alguns países da
Europa, Ásia e América do Sul. No Brasil esse tipo de refúgio foi chamado acolhida
humanitária.
Nesse aspecto, há outra tendência mundial envolvendo a questão da imigração. A
crimigração tem crescido países afora. O que se coloca em questão agora é: como penalizar o
crime sem penalizar o imigrante econômico? Mais além, por que penalizar o pequeno criminoso
ao invés de penalizar a grande organização criminosa?
Não há resposta pronta para essas perguntas, o que há são ações do estado a fim de
combater a criminalidade nas fronteiras, o que inclui o grande e o pequeno traficante, e obter
como resultado cadeias públicas lotadas de pequenas mulas do tráfico e quase nenhum criminoso
de grandes organizações criminosas. Esse resultado nos parece entender que o grande traficante
se utiliza do pequeno a fim de testar possíveis rotas de extravasamento de drogas e tráfico de
pessoas.

Consentimento da vítima
Um conceito importante que o entendimento deste trabalho recai sobre a palavra
consentimento. Para o dicionário Houaiss, a definição de consentimento significa que possui
concordância entre as partes, que se busca o mesmo propósito.
A fim de contextualizar a explicação imaginemos a situação diária do policial
federal que se depara todos os dias, nos 50 aeroportos internacionais brasileiros12, com
uma variada gama de crimes internacionais, entre os principais tráficos de drogas e de

11
NAÇÕES UNIDAS. UNODC. Relatório 2016.
12
Polícia Federal
5

pessoas. Além disso, no âmbito migratório, ocorrências como distúrbios em aeronaves,


desacato a funcionário público de órgãos governamentais, ocorrência com passageiros em
áreas internacionais, inspeção de malas suspeitas. Tudo isso são ações que os policiais de
fronteiras atendem durante o trabalho de 24 horas.
O tráfico de drogas significa a ocorrência mais trabalhosa para o policial
federal, pois envolve o acionamento de outras autoridades governamentais como
Defensoria Pública, Ministério Público, muitas vezes, entidades de direitos humanos,
embaixadas etc, além do próprio ato de lavramento de prisão em fragrante, que envolve
a necessidade de inquirição, investigação preliminar, inspeção minuciosa, apresentação
do preso ao juízo até seu encarceramento provisório.
Ocorrência como a de pessoas que transportam drogas no estomago, no jargão
policial, “os engolidos”, são tipificados no art. 33 da Lei nº 11.343/2006 – lei do tráfico
de drogas. Essas pessoas, se condenada por pegar de 5 a 15 de reclusão mais pena de
multa.
Tabela 2 – Inquéritos Policiais abertos nos últimos 5 anos na Delegacia de Polícia
Federal no Aeroporto de Guarulhos/SP
ANO IPL TIPO PENAL
2018 208 ART. 33 CC ART 40, I – 11.343/06
2017 306 ART. 33 CC ART 40, I – 11.343/06
2016 287 ART. 33 CC ART 40, I – 11.343/06
2015 268 ART. 33 CC ART 40, I – 11.343/06
2014 193 ART. 33 CC ART 40, I – 11.343/06
TOTAL 1.262

A tabela corresponde a quantidade de prisões em fragrante que ocorreram nos


últimos 5 anos somente no Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo, o
segundo maior aeroporto da América Latina, com cerca de 37 milhões de passageiros por
ano.
Os dados do IDH13 apontam que a grande maioria das pessoas presas têm
origem brasileiras, cerca de 18%; Nigeriana, 17%; Angolana, 8%, Sul-africana, 7%;
boliviana, 4%. Destes, 64,18% são homens e 35,85 % são mulheres. Cabe informar que
entre os presos, foi quase unânime que suas profissões - motoristas, comerciantes,
cabelereiros, autônomos, vendedores, estudantes, desempregados, mecânicos, pedreiros
– relaciona com a possível encontrada para a sua situação econômica. E por fim, haviam
alguns empresários.
Pelos dados, o que vê são pessoas de países cuja a situação socioeconômica não apresenta
os melhores índices humanos. O IDH da África do Sul é de 0,666, da Bolívia de 0,693,
da Nigéria de 0,514, do Brasil, 0,759, de Angola 0,532. Em termos de posição entres os
202 países, o Brasil encontra-se 79º lugar, Nigéria em 157º, Angola em 147º, África do
Sul, 113º, Bolívia com 118º.

13
O Índice de Desenvolvimento Humano varia de 0 a 1, quanto mais se aproxima de 1, maior o IDH de um local.
6

O que se questiona é até onde vai o consentimento consciente por traficar


drogas quando os índices apontam para uma pobreza extrema? Até onde o delinquente
taxado de traficante é realmente traficante ou vítima da extrema pobreza? São questões
que para a criminologia atuarial pouco importa. O mais importante é fazer o mapeamento
de riscos, selecionar grupos ou pessoas perigosas, prender mais ao invés de prender
melhor.

(...) o sistema de justiça criminal apresenta-se inadequado em relação a .....


barata(

Política Criminal Atuarial

Na égide no paradigma antigo, o controle migratório brasileiro atuava sob a égide da


justiça atuarial. Prendia-se mais, mas não significa prendia-se melhor. Um potencial de risco era
medido, aceito, institucionalizado e aplicados nos controles migratórios nacionais, seguindo o
modelo americano de política criminal do início dos anos 1970. Era a seletividade incapacitante
dos pequenos traficantes. Essa mesma política ainda hoje é aplicada nos controles migratórios
americanos, criminalizando mesmo aqueles que tenham o intuído da imigração ilegal.
A criminalização secundária14 dava-se por meio da percepção e pelos costumes dos
policiais mais bem treinados, mais antigos nos postos. Estes policiais eram capazes de selecionar
pessoas, objetos ou grupo de imigrantes que supostamente estaria em pratica delituosa.
Sabia-se que voo oriundos da África subsaariana ou da Bolívia, por exemplo, haveria
drogas ou documentos falsos que facilitaria a entrada do imigrante que, ou iria servir de mulas
para o tráfico de drogas, ou iria permanecer em território nacionais de forma irregular.
Essa política criminal de encarceramento baseado na política criminal atuarial Di
Giorgi15 chamou de encarceramento em massa.

Tem vários autores que já pesquisa esse tema. Um dos primeiros autores que trabalhou o
tema foi Manuel Castels, com várias obras. Outro que que trabalhou bastante o tema foi
BAUMAN, Zygmunt, e na temática do atuarialismo é fundamental a obra de alessandro
De giogi. Este ultimo trabalhou bastante sobre o controle do risco, segurança no
globalização, movimento migratórios e o que isso significa.
Verifica teoria dos sistemas, de rafaelly
O que é a atuarismo: nos estudos unidos o que tem se desenvolvido é o conceito de um
justiça atuarial, é uma justiça que calcula o potencial de risco e que determinadas

14
Na definição de Zaffaroni, é a ação punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando as agências policiais detectam
uma pessoa que supõe-se tenha praticado certo ato criminalizado primariamente”.
15
Referência da Di Giorgi
7

populações e grupo apresentam; isso significa que, se uma pessoa tem determinada idade,
cor, condição econômica, procedência.
Do ponto de vista do paradigma etiológico, as causas baseadas nas características das
pessoas.
Dentro do paradigma da reação social, a pergunta aqui se pergunta quais são as regras dos
sistemas de controle e porque elas operam com relação a essas pessoas que tem essas
características, variando de tempo e lugar. Quando se pergunta: onde mora, onde andas,
se tem garagem etc. isso é cálculo atuarial, cálculo de risco e tendo como resultado um
preço maior por um seguro, por exemplo. Ou seja, observa um padrão de observação, que
também é baseada numa realidade não factível, não comprovada, não científica, no
sentido de que, por exemplo, pessoas quem veem de fora são perigosas, o que não é um
verdade verdadeira.

Nesse sentido, a nova lei de imigração veio a cooperar nesta perspectiva, pois aboliu
determinadas categorias de crime e outros deixou de ser tão graves.
Porém, muitas ou todas as mudanças de legislação que houveram na imigração de boa
parte de países da américa do sul visou endurecer o modelo migratório*, ao passo que no
Brasil, nossa nova lei não mais da acesso a possibilidade de o imigrante se ter o trabalho
de praticar crimes como falsificação de documentos, falsificação de passaporte, de vistos,
forjar parentesco para adentrar em território nacional porque a nova lei, além de branda,
dá a possibilidade de regularização migratório com a consequente permanência no brasil
de forma regular ou pedir refúgio humanitário quando a situação no seu país, por
exemplo, é de pobreza. (PONTO CENTRAL DO ARTIGO)
O crime do 309-A, por exemplo, deixou de existir na nova lei do migrante como ocorrida
na lei 6.815/1980. (Fraude de lei sobre estrangeiro – é o crime de falsa identidade para
estrangeiro. É crime próprio.) houve revogação tácita?
Olhar o 149-A tráfico de pessoas. Agenciar, transferir etc.

Filme – ilegal.
A pergunta é: Como reage o sistema de controle?
8

Eu tenho dados sobre crime. No controle migratório não precisa ter crimes para fazer um
registro ou impor penalidades. Essa passagem que é difícil de fazer. Somente eu fazendo
essa leitura, associados com outros dados é que vai ajudar a fazer uma analise melhor;

A lei 13.445/2017 veio romper paradigmas que vai desde a nomenclatura, alterando o
nome de “estrangeiro”, “alienígena”, para migrante. Sai do engessamento da Lei nº 6.815/1980 e
passa vigorar fungibilidade da Lei nº 13.445/2017. A lei passou de atos proibitivos para o
permitido, incentivado. De atos irregulares para atos possíveis de regulamentação. O que era
estada irregular passível de deportação, ou em outras épocas, passível de prisão, agora passa a ser
ato possível de regularização e residência definitiva.
Nas regulamentações migratórias anteriores não se fala ou se cogitava falar em
princípios norteadores de direitos, o novo instrumento legal veio sobrecarregados de princípios
que devem ser observados pelo estado antes de tomar qualquer decisão que não a mais justa de
direitos.

O que se nota, princípios como 1) repúdio e prevenção a xenofobia, ao racismo


e a qualquer forma de descriminalização, 2) a não criminalização da migração, 3) a
promoção de entrada regular e de regularização documental, 4) a acolhida humanitária,
5) a garantia do direito à reunião familiar, 6) a proteção integral e atenção ao superior
interesse da criança e do adolescente migrante, 7) o repúdio a práticas de expulsão ou de
deportações coletivas.
Todos esses são princípios que o estado deve observar nas suas decisões, pondo fim a
decisões arbitrárias de deportações em massa, expulsão sem justa causa ou com causa
inconsistentes com a constituição.
Com a nova lei de imigração, a crimigração não é mais proposição legal, a exceção do
reingresso do estrangeiro anteriormente expulso do Brasil.

Falar da participação da sociedade civil que é muito importante para mudança


social.
9

NOVA LEI DE IMIGRAÇÃO – mudança político criminal


Nesse sentido, a nova lei de imigração veio a cooperar nesta perspectiva, pois aboliu
determinadas categorias de crime e outros deixou de ser tão graves.
Porém, muitas ou todas as mudanças de legislação que houveram na imigração de boa
parte de países da américa do sul visou endurecer o modelo migratório*, ao passo que no
Brasil, nossa nova lei não mais da acesso a possibilidade de o imigrante se ter o trabalho
de praticar crimes como falsificação de documentos, falsificação de passaporte, de vistos,
forjar parentesco para adentrar em território nacional porque a nova lei, além de branda,
dá a possibilidade de regularização migratório com a consequente permanência no brasil
de forma regular ou pedir refúgio humanitário quando a situação no seu país, por
exemplo, é de pobreza. (PONTO CENTRAL DO ARTIGO)
O crime do 309-A, por exemplo, deixou de existir na nova lei do migrante como ocorrida
na lei 6.815/1980. (Fraude de lei sobre estrangeiro – é o crime de falsa identidade para
estrangeiro. É crime próprio.) houve revogação tácita?
Olhar o 149-A tráfico de pessoas. Agenciar, transferir etc.

Um ano após a entrada em vigor da nova lei de imigração alguns dados mostram que
houve uma efetiva mudança nos procedimentos administrativos e criminais diante de delitos que
era tipificado pelo antigo estatuto do estrangeiro. Antes de adentro na parte mais teórico de tal
mudança, veja-se os dados sobre expulsão de estrangeiros ao logo de 5 anos.

Tabela 1 - Tabela de imigrantes expulsos do Brasil nos últimos cinco anos.

2014 2015 2016 2017 2018


263 234 163 193 0
Fonte: xxxxxx
Os dados mostram o que já era esperado em razão da mudança de paradigma criminal.
Tal mudança se entender 1) porque o antigo estatuto do estrangeiro que trazia no Título VIII “Da
Expulsão” onze artigos que versava sobre expulsão do Brasil de estrangeiros e de maneira
10

definitiva, independentemente de trânsito em julgado16. Com a nova lei, a redação trazia na


“Seção IV – Da expulsão”, traz menos artigos, excluindo a possibilidade de expulsão sumária,
sem o devido processo legal. Agora o devido processo lei é admitido no artigo 58 da lei17, bem
como a obrigatoriedade de acionamento, pelas autoridades administrativas, da Defensoria
Pública, e também a possibilidade de o imigrante retornar ao Brasil quando cumprido do dobro
de tempo da pena recebida.

______________________________________________________________

Como falar de países pobres no texto – IDH.


Falar dos problemas desses países da africa.
Verificar os índices de trafico de armas, trafico de pessoas e trafico de drogas, segundo a
UNODC.
Verificar Argemiro procopio – o brasil no mundo das drogas
Falar com o professor da UFRJ que foi deportado antes das olimpiadas do Brasil.
Deve-se verificar onde é que o IDH e o dados do sinapse de apreensão de drogas estão
distorcendo, para mais ou para menos em relação aos outros países – é saúde, é educação,
é de mortalidade. Isso pode significa várias coisas, por exemplo, que essas pessoas estão
em uma condição de empobrecimento tal, que isso pode significar que elas estão sendo
empurradas para a atividade criminosa para sobreviver, pode te a ver com a estrutura
politica-economica e também podem estar relacionadas com rotas de tráfico de outra
natureza.
Para a professora, o que adianta prender as pessoas que estão enviando drogas para fora
do Brasil? Estar-se falando dos pobres coitados, dos engolidos.
Trafica de armas e de pessoas são extremamente grave. O que os teóricos estão discutindo
é para que serve prender esses pobres coitados. Existem padrões que o sistema incorporou
(acerca do atualismo), a pessoa não precisa ter feito nada pra ela ser enjaulada no EUA,
p.ex, guatanamo, que não tem sequer julgamento. Estão chaveados pela procedencia e
pelas características pessoas – como quem se comunicava etc, o que se traduz em
“pressuposto de terrorismo”.

16
Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou
tenha ocorrido condenação. Lei nº 6.815/1980
17
No processo de expulsão serão garantidos o contraditório e a ampla defesa. Lei nº 13.445/2017
11

O terrorismo é onde tudo vai se confluir. A grande questão é: como neutralizar essas
pessoas para que elas não cometam atos terroristas?!
E qual margem o policial pode fazer quando diante de crimes de menor potencial ofensivo
ou que não se traduzem em grande risco para a sociedade?!
O pressuposto é que tais terroristas nos colocam em risco, coloca em risco a sociedade e
que, para que isso não ocorre, é preciso intensificar a fiscalização, é preciso sair do
paradigma etiológico – medindo e pesando quem é que tem ou não tem determinadas
características, pois a nossa experiência mostra que esse padrão de repetição é o padrão
que chama atenção e que deve ter um resultado, como uma orientação para que esse tipo
de atividade criminal deixe de acontecer.
Observe que, a pretexto da prevenção e da proteção social e da ideia de uma segurança
contra ações terrorista é que a gente vai dar numa justiça que não é uma justiça. Portanto,
essa ideia de uma identificação, de uma culpa individual – o que você fez? Qual a sua
culpa no crime? Qual a sua participação em determinado tipo de crime? é uma coisa ainda
démodé para a justiça atuarial; não há necessidade disso, pois, se a pessoa se encaixa em
determinado perfil, consequentemente, é presa, é recolhida a instituição penal.
Filme – ilegal.
A pergunta é: Como reage o sistema de controle?
Eu tenho dados sobre crime. No controle migratório não precisa ter crimes para fazer um
registro ou impor penalidades. Essa passagem que é difícil de fazer. Somente eu fazendo
essa leitura, associados com outros dados é que vai ajudar a fazer uma analise melhor;

Existem outras coisas acontecendo, que não a seleção e escolha de mulas. Prender mulas
não resolve o problema o tráfico de drogas, tem outras coisas muito mais grave
acontecendo. Essa ação de prender mulas vai informar e alimentar as estatísticas miúdas,
as coisas pequenas, a questão é: a partir de uma política criminal o que que é importante
para a polícia atender?! Não se trata de fazer visto grosso, mas sim de formulações de
políticas, o que e como e onde se vai investir, que tipo de controle? Não é questão de bater
metas. Isso é enxugar gelo. O problema do tráfico não está sendo prevenido, não está
sendo resolvido do ponto de visto MACRO . A criminologia crítica faz analise macro
politicas e macro econômicas. Quando se fala que há um processo de globalização em
curso e que os controles de fronteiras e de movimento de pessoas tem a ver com “esse
ponto aqui”, que esse processo de capturar a raia miúda não serve mais, o que temos que
pensar é quais são os crimes que prejudicam a maior quantidade de pessoas e não é
controle de mulas, mas sim, dos grandes eventos.
Em termos de perdas econômicas, a captura de mulas não significa quase nada perto do
poder arrasador que tem o grande traficante de drogas, o grande exportador de armas, o
grande traficante de pessoas.
Por que que antes da lei seco existia um dado estatística razoável e agora os dados aponto
um maior risco em beber e dirigir?! Eu posso tomar um copo ou uma garrafa que vai ter
o mesmo efeito! Por que antes que antes beber era perigo concreto e agora é perigo
abstrato? Por que antes precisa o agente, dizer que em situação se coloca em risco a vida
12

dos outros – andando em zigzag na pista e tal. Então a lei seca reduziu para zero o teor de
álcool no sangue e parte do pressuposto de que essa pessoa que bebeu um copo faria o
mesmo estrago da pessoa que bebeu uma garrafa. Está-se nivelamento para baixo.
O risco está na questão macro, pois atinge um maior numero de pessoas, porem, o
pequeno traficantes, o mulo, é uma vitima; porém, do outro lado, tem o policia, que é
obrigado da efetuar a prisão do mula, portanto, do nosso ponto de vista, a questão não
está nem na mula que trafica e nem no policial que prende, e sim na politica criminal que
obriga o policial a fazer isso. Muitas vezes a própria sociedade acha que a solução do
problema é a repressão dos pequenos, as vezes a policia também acha que o problema é
a prisão das mulas.
Considerando que o policial é obrigado a prender, e a partir do pressuposto de que alguns
crimes não chegam a nem ser denunciado em razão dos fracos argumentos de que prisão
é, nesses casos, mais prejudicial do que ressocializadora, é muito mais produtivo não
prender o mulo, mas colocá-lo sob vigilância, por exemplo eletrônica, ou sob condicional,
do que abrir inquérito para cada prisão insignificante.
Neste sentido, pouparia esforços inúteis por parte do policial, que poderia voltar sua
atenção ao grande traficante; persecução penal por parte do estado-juiz e MP a também
voltaria seus esforços a decidir qual a melhor solução a ser dada ao grande traficante, e
ao Estado, que teria número reais sobre prisões e pessoas para formulação de políticas
criminais.

NOVA LEI DE IMIGRAÇÃO – mudança político criminal


Nesse sentido, a nova lei de imigração veio a cooperar nesta perspectiva, pois aboliu
determinadas categorias de crime e outros deixou de ser tão graves.
Porém, muitas ou todas as mudanças de legislação que houveram na imigração de boa
parte de países da américa do sul visou endurecer o modelo migratório*, ao passo que no
Brasil, nossa nova lei não mais da acesso a possibilidade de o imigrante se ter o trabalho
de praticar crimes como falsificação de documentos, falsificação de passaporte, de vistos,
forjar parentesco para adentrar em território nacional porque a nova lei, além de branda,
dá a possibilidade de regularização migratório com a consequente permanência no brasil
de forma regular ou pedir refúgio humanitário quando a situação no seu país, por
exemplo, é de pobreza. (PONTO CENTRAL DO ARTIGO)
O crime do 309-A, por exemplo, deixou de existir na nova lei do migrante como ocorrida
na lei 6.815/1980. (Fraude de lei sobre estrangeiro – é o crime de falsa identidade para
estrangeiro. É crime próprio.) houve revogação tácita?
Olhar o 149-A tráfico de pessoas. Agenciar, transferir etc.

TÍTULO XII
Das Infrações, Penalidades e seu Procedimento
13

CAPÍTULO I
Das Infrações e Penalidades

Lei 6.815/1980
Art. 18-A. Conceder-se-á residência permanente às vítimas de tráfico de pessoas no território
nacional, independentemente de sua situação migratória e de colaboração em procedimento
administrativo, policial ou judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)

X - infringir o disposto nos artigos 18, 37, § 2º, ou 99 a 101:

Pena: cancelamento do registro e deportação

Art. 106. É vedado ao estrangeiro: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de


09/12/81)

I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive nos serviços de


navegação fluvial e lacustre;

II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e de empresas de televisão


e de radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade proprietária dessas empresas;

III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo das empresas mencionadas


no item anterior;

IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção, exploração e


aproveitamento das jazidas, minas e demais recursos minerais e dos potenciais de energia
hidráulica;

V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, ressalvado o disposto na


legislação específica;

VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e despachante aduaneiro;

VII - participar da administração ou representação de sindicato ou associação profissional,


bem como de entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada;

VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais;

IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de radiodifusão, de


radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de tratamento; e

X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e também aos


estabelecimentos de internação coletiva.

§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios nacionais de pesca.

§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da Igualdade,


apenas lhe é defeso:

a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das empresas


mencionadas no item II deste artigo;
14

b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive de navegação


fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no parágrafo anterior; e

c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.

Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não pode exercer atividade de
natureza política, nem se imiscuir, direta ou indiretamente, nos negócios públicos do Brasil,
sendo-lhe especialmente vedado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de caráter político, ainda


que tenham por fim apenas a propaganda ou a difusão, exclusivamente entre compatriotas, de
idéias, programas ou normas de ação de partidos políticos do país de origem;

II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no sentido de obter, mediante


coação ou constrangimento de qualquer natureza, adesão a idéias, programas ou normas de
ação de partidos ou facções políticas de qualquer país;

III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza, ou deles


participar, com os fins a que se referem os itens I e II deste artigo.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica ao português beneficiário
do Estatuto da Igualdade ao qual tiver sido reconhecido o gozo de direitos políticos.

Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão.

XII - introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino ou irregular:

Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.

XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de


alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para
estrangeiro, laissez-passer, ou, quando exigido, visto de saída:

Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.

Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o Tesouro Nacional,
com correção monetária, das despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o
pagamento da multa devida à época, também corrigida. (Renumerado pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)

XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou 64:

Pena: deportação e na reincidência, expulsão.

LEI 13.445/2017
CAPÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES ADMINISTRATIVAS
15

Art. 107. As infrações administrativas previstas neste Capítulo serão apuradas em


processo administrativo próprio, assegurados o contraditório e a ampla defesa e observadas as
disposições desta Lei.

§ 1o O cometimento simultâneo de duas ou mais infrações importará cumulação das sanções


cabíveis, respeitados os limites estabelecidos nos incisos V e VI do art. 108.

Art. 109. Constitui infração, sujeitando o infrator às seguintes sanções:

I - entrar em território nacional sem estar autorizado:

Sanção: deportação, caso não saia do País ou não regularize a situação migratória no
prazo fixado;

II - permanecer em território nacional depois de esgotado o prazo legal da documentação


migratória:

Sanção: multa por dia de excesso e deportação, caso não saia do País ou não regularize
a situação migratória no prazo fixado;

III - deixar de se registrar, dentro do prazo de 90 (noventa) dias do ingresso no País,


quando for obrigatória a identificação civil:

Sanção: multa;

IV - deixar o imigrante de se registrar, para efeito de autorização de residência, dentro do


prazo de 30 (trinta) dias, quando orientado a fazê-lo pelo órgão competente:

Sanção: multa por dia de atraso;

V - transportar para o Brasil pessoa que esteja sem documentação migratória regular:

Sanção: multa por pessoa transportada;

VI - deixar a empresa transportadora de atender a compromisso de manutenção da


estada ou de promoção da saída do território nacional de quem tenha sido autorizado a
ingresso condicional no Brasil por não possuir a devida documentação migratória:

Sanção: multa;

VII - furtar-se ao controle migratório, na entrada ou saída do território nacional:

Sanção: multa.

Art. 110. As penalidades aplicadas serão objeto de pedido de reconsideração e de


recurso, nos termos de regulamento.

Parágrafo único. Serão respeitados o contraditório, a ampla defesa e a garantia de


recurso, assim como a situação de hipossuficiência do migrante ou do visitante.
16

Crime de fraude de lei sobre estrangeiro


é absorvido pelo crime de uso de
documento falso

Por unanimidade, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região confirmou sentença que
condenou o réu pelo delito de uso de documento falso (art. 304 do Código Penal), cometido
duas vezes, em continuidade delitiva. A decisão foi tomada após a análise de recurso do
Ministério Público Federal (MPF) requerendo a condenação do réu também pela prática dos
crimes de falsificação de documento público (art. 297, do CP) e fraude de lei sobre estrangeiro
(art. 309, do CP). Narra a denúncia que o réu foi preso em flagrante no dia 20/02/2015 por
apresentar documento falso a agentes da Polícia Federal durante fiscalização de rotina na
Operação Sentinela deflagrada no Município de Óbidos/PA. Na ocasião, o denunciado
apresentou um documento de identidade da República da Colômbia e cartão de entrada e saída
da Coordenação Geral de Imigração da Polícia Federal em nome de uma pessoa. No entanto, ao
revistarem a bagagem, os agentes encontraram outro documento de identidade da República
da Colômbia com nome diverso daquele constante nos documentos apresentados. Segundo o
MPF, da narrativa dos fatos, resta evidente que o denunciado, com vontade livre e consciente,
inseriu informações falsas em uma Cédula de Cidadania comprada em Bogotá, Colômbia, com o
objetivo de usar documento falso de natureza pública no Brasil, fazendo-o, no mínimo, por duas
vezes. “Trata-se, portanto, de conduta que se amolda às espécies de falsificação de documento
público, uso de documento falso e uso, por estrangeiro, de nome que não é o seu com a
finalidade de entrar e permanecer no território nacional”, concluiu. Ao analisar o caso, o relator,
desembargador federal Néviton Guedes, afirmou que, não obstante a sentença tenha utilizado
o princípio da especialidade (aquele em que a lei especial prevalece sobre a lei geral), a melhor
solução para o caso é a adoção do princípio da consunção ou absorção, isto é, o fato mais grave
consome os demais fatos menos graves e amplos. “Da leitura dos dispositivos legais,
evidenciado está que o delito do art. 309 do CP é menos grave do que o art. 304 do CP, de forma
que se mostra plenamente possível a absorção daquele crime por esse”, explicou. O magistrado
finalizou seu voto ressaltando que esse entendimento é encampado pela doutrina. “Se o sujeito,
além de empregar nome que não é o seu, fizer uso de documento falso, deverá responder
unicamente pelo delito previsto no art. 304 do CP, o qual absorve o crime em comento. O
conflito aparente de leis é solucionado pelo princípio da consunção”, disse. Fraude de Lei Sobre
Estrangeiro Art. 309, Código Penal - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território
nacional, nome que não é o seu. Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único -
Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional:
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996) Processo nº: 0001194-76.2015.4.01.3902/PA Data da decisão:
18/9/2017 Data da publicação: 29/09/2017 JC
17

Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309 – Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome
que não é o seu:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

O objeto jurídico é fé pública. A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em


“usar”, o estrangeiro, nome que não é o seu para entrar ou permanecer no país. O
sujeito ativo pode ser apenas o estrangeiro na modalidade “usar”, portanto trata-se de
crime próprio. O sujeito passivo é o Estado. O elemento subjetivo é o dolo, a vontade
de entrar ou permanecer no território brasileiro. O momento de consumação se dá
com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico. Trata-se de
crime formal. Admite tentativa.

Parágrafo único – Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em


território nacional: (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

Quando alguém atribui ao estrangeiro a falsa qualidade para que entre no país. O
sujeito ativo da forma qualificada pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de
crime comum

Anda mungkin juga menyukai