HETEROGESTÃO?
Resumo
O intuito é apresentar uma revisão bibliográfica das fábricas recuperadas e dos processos de autogestão
dentro dela. Tratar dessas dificuldades focalizando o caso da Uniforja (cooperativa criada por um grupo de
trabalhadores da Conforja, fábrica de Diadema que faliu em 1998). Percebendo as dificuldades inerentes a
esse projeto participativo, buscamos algumas bibliografias que tratam sobre a temática das Fábricas
recuperadas, bem como sobre a autogestão. Por tratar-se de uma experiência em muitos aspectos bem
sucedida, o trabalho pode aportar elementos importantes para análises posteriores.
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Mestranda do Departamento de Política Científica e Tecnológica – DPCT - Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP -
13083-970, Campinas, SP, Brasil. (elainehipolito@ige.unicamp.br).
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Professor Doutor do Departamento de Política Científica e Tecnológica – DPCT - Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP - 13083-970, Campinas, SP, Brasil (rdagnino@ige.unicamp.br).
COSTA, Elaine Hipólito dos Santos; DAGNINO, Renato Peixoto. A experiência da fábrica recuperada Uniforja: autogestão ou heterogestão? In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 14., 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
SUMÁRIO
Conteúdo
1. Introdução.............................................................................................................................. 1
2. Autogestão e Heterogestão ..................................................................................................... 3
3. De Conforja para Uniforja...................................................................................................... 6
4. Adequação Sociotécnica (AST)............................................................................................ 10
5. Quatro Concepções de Tecnociência .................................................................................... 12
6. Processo atual de autogestão da Uniforja.............................................................................. 13
7. Considerações finais ............................................................................................................ 14
Referências ................................................................................................................................... 16
COSTA, Elaine Hipólito dos Santos; DAGNINO, Renato Peixoto. A experiência da fábrica recuperada Uniforja: autogestão ou heterogestão? In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 14., 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
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1. Introdução
Surge também como característica de uma revolução cultural que pressupõe uma
mudança de valores liberais e individualistas para valores solidários e comunitários.
A economia solidária é hoje um conceito amplamente utilizado em muitos países,
com acepções variadas, mas que giram todas ao redor da idéia da solidariedade, em
contraste com o individualismo competitivo que caracteriza o comportamento econômico
padrão nas sociedades capitalistas. O conceito se refere a organizações de produtores,
consumidores, poupadores, que se distinguem por duas especificidades: a) estimulam a
solidariedade entre os membros mediante a prática da autogestão e b) praticam a
solidariedade para com a população trabalhadora em geral, com ênfase na ajuda aos
mais desfavorecidos. (SINGER, 2003, p. 116).
Singer (2002) diz ainda que a autogestão no empreendimento de economia
solidária significa que “ninguém manda em ninguém”, ou seja, as decisões são tomadas
ou por consenso ou pela votação. O autor vê espaço, neste modo de produção, para a
participação do estado exercendo uma função redistributiva entre os empreendimentos
com ganhos acima do considerado socialmente necessário e os empreendimentos com
ganhos abaixo do considerado socialmente necessário.
Singer, por final, enxerga a economia solidária enquanto modo de produção
baseado na autogestão (entendida como democracia interna nas empresas), que
depende, para constituir-se, das brechas históricas que são dadas pelo modo de
produção capitalista e da formação democrática dos trabalhadores.
O artigo segue o seguinte percurso: retratamos inicialmente o contexto histórico
que deu origem a autogestão dentro do movimento da Economia Solidária na América
Latina e algumas características da heterogestão. Em seguida, mostramos a modificação
da Conforja para a Uniforja. Para isso foi realizada uma breve revisão bibliográfica que
contou com aprofundamento teórico de temas como Economia Solidária (ES), autogestão,
Adequação Sociotécnica (AST), Tecnociência, bem como a situação atual da Uniforja.
Ao final, espera-se contribuir com o entendimento não apenas da dificuldade das
Fábricas Recuperadas (FRs), bem como - e principalmente - das dificuldades em se
aplicar à autogestão e encontrar um consenso na definição de suas abordagens,
percebendo as particularidades da autogestão e a sua vivência lado a lado com a
heterogestão.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 14., 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
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2. Autogestão e Heterogestão
A autogestão, não é um modelo fácil de ser aplicado, pois ele ainda não é o modelo
administrativo mais comum de ser encontrado, uma vez que as decisões e o controle das
cooperativas são exercidos pelos trabalhadores, ou seja, é a participação direta e coletiva
na tomada de decisões e no poder da cooperativa.
Dessa forma, a autogestão é reconhecida como uma relação de produção que se
generaliza e se expande para todas as outras esferas da vida social. Isso significa que os
próprios produtores associados dirigem suas atividades e o produto dela derivado, ou
seja, elimina-se a divisão social do trabalho.
E para Singer a Economia Solidária tem várias vertentes e por conta disso ele
afirma que a dele é a autogestão, pois
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NOVAES, H.T.; DAGNINO, R. O Fetiche da Tecnologia. In: Revista Organizações & Democracia, Marília, v. 5, n. 2,
2004.
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mais que participação, é “ter uma palavra a dizer” na própria organização do trabalho, o
que pode se dar por meio da organização técnica do trabalho ou da política geral do
empreendimento. É, portanto, a reintegração da iniciativa e criatividade dos trabalhadores
nos processos produtivos. Já o controle operário é a contestação do poder patronal, é a
imposição do controle dos trabalhadores. Por isso, é um importante passo rumo à
autogestão (GUILLERM; BOURDET, 1976, p. 14).
Os defensores da autogestão propõem uma mudança radical, tanto econômica
como política. E, nesse caso, a própria noção de política ganha novo sentido, que é “a
manipulação, sem intermédio e em todos os níveis, de todos os ‘seus negócios’ por todos
os homens”. Essa mudança radical deve culminar na superação do capitalismo, visando o
“benefício de um conjunto autogestionado de cooperativas igualitariamente associadas
segundo um plano elaborado pela soma de necessidades e desejos” (GUILLERM;
BOURDET, 1976, p. 30).
Ao contrário do sistema capitalista, os defensores da autogestão propõem a
socialização dos meios de produção e a reconversão da produção tendo em vista a
satisfação das necessidades humanas, em oposição à produção de valores de troca.
Para estes pensadores franceses, “o que chamamos de autogestão é outra
organização nacional (...) que suprime o capitalismo e o estatismo em benefício de um
conjunto autogestionado de cooperativas igualitariamente associadas segundo um plano
elaborado pela soma de necessidades e desejos” (Ibid, p. 30).
Os princípios básicos da ES, que podem ser observados através da cooperativa de
produção são: a) posse coletiva dos meios de produção; b) divisão dos excedentes entre
todos os cooperados. O aspecto da autogestão aparece em conjunto com o de
cooperativismo ou de Economia Solidária. Cruz (2006) diz que empreendimentos
autogeridos são aqueles que apresentam as seguintes características: as experiências
possuem um caráter coletivo; as relações de trabalho não são baseadas no
assalariamento; o empreendimento é controlado coletivamente.
Mas então, como estudar as Fábricas Recuperadas (FRs) se o que está em
questão não é mais a dominação e a disputa de poder, mas sim – ao menos teoricamente
- a promoção de algumas características da autogestão no interior das fábricas? Se agora
os trabalhadores têm o poder irrestrito, como advoga (ODA, 2001)4, pode-se dizer que
não há mais poder centralizado dentro da fábrica? Todos intervêm da mesma forma em
todos os níveis do processo decisório? O processo de trabalho interno pode ser
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ODA, Nilson Tadashi. Gestão e trabalho em cooperativas de produção: dilemas e alternativas à participação. 2001. 154
f. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
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Em 1954 foi fundada uma pequena forjaria na periferia de São Paulo, chamada
Conforja. Graças à excelente qualidade de seus produtos, em 1968, foi transferida para
Diadema, num grande parque industrial no ramo de forjaria, laminação e tratamento
térmico, cobrindo assim uma grande gama de produtos requeridos pelo mercado
brasileiro.
Apesar da excelente qualidade de seus produtos, com afastamento de seu
fundador e com o surgimento de dificuldades, em 1999 a Conforja S/A foi transformada
em massa falida. Por iniciativa de seus técnicos e funcionários foram criadas quatro
cooperativas de produção industrial no interior do seu parque fabril, concebidas como
unidades de negócios autônomas.
Em 1994, frente ao agravamento das dificuldades econômico-financeiras vividas
pela empresa, é adotada, como alternativa de contorno à crise, a proposta de co-gestão,
que previa a participação dos trabalhadores na gestão da empresa, por meio da
Associação dos Empregados na Conforja (Assecon) e do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, contando inicialmente com o apoio da Associação Nacional dos Trabalhadores em
Empresas de Autogestão e Participação Acionária (Anteag). No entanto, esta tentativa não
se mostra capaz de contornar a crise vivida pela empresa. Com o malogro da co-gestão e
a iminência do fechamento da fábrica, alguns trabalhadores passaram a discutir a
possibilidade de constituir uma única cooperativa, inviabilizada pelo baixo grau de
aceitação da proposta pela maioria dos trabalhadores. Hoje em dia a Uniforja é associada
também a Unisol – Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários
Todavia, um grupo menor, formado pelos trabalhadores do setor de tratamento
térmico, acreditou na proposta de formar uma cooperativa. Em dezembro de 1997 é então
constituída a Coopertratt - Cooperativa Industrial de Trabalhadores em Tratamento
Térmico e Transformação de Metais, a qual passa a ter o controle sobre todas as
atividades do setor mediante contrato de arrendamento estabelecido com a empresa.
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No livro de NOVAES (2007). O fetiche da tecnologia: a experiência das fábricas recuperadas. São Paulo: Expressão popular. O
capítulo 5 “Os trabalhadores de FRs como interventores privilegiados no espaço de trabalho” realiza uma revisão bibliográfica
dos estudos de caso sobre FRs no Brasil e na Argentina. Avaliou alguns casos nos quais os trabalhadores tentaram subverter ou
usar as forças produtivas concebidas para empresas convencionais, mostrando a persistência do conflito e da antiga divisão do
trabalho.
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com as necessidades, precisa ser pensada e criada para ser avaliada a fim de que se
tenha a real possibilidade de ser implementada.
A AST pode ser entendida como um processo que busca promover uma
adequação do conhecimento científico e tecnológico (esteja ele já incorporado em
equipamentos, insumos e formas de organização da produção ou ainda sob a forma
intangível e mesmo tácita), não apenas aos requisitos e finalidades de caráter
tecnicoeconômico, como até agora tem sido o usual, mas ao conjunto de aspectos de
natureza sócio-econômica e ambiental que constituem a relação Ciência, Tecnologia e
Sociedade. (DAGNINO, 2008, p. 18).
Novaes (2007) faz uma análise do que se poderia dizer quando os trabalhadores
são donos dos meios de produção, ou mais precisamente, quando a normatividade da
tecnologia em FRs se dá pelo rompimento das relações de poder no seio da fábrica?
Teremos a manutenção das relações de poder ou as novas “condições sociais que
constrangem os meios técnicos” levarão a diferentes processos de AST?
E ele considera como processo de AST: a) software – questões relacionadas à
repartição do excedente (distribuição das retiradas e fundos) e mudanças culturais; b)
orgware – organização do processo de trabalho, participação dos trabalhadores nos
conselhos e decisões internas / estratégicas da fábrica, concentração do poder nas mãos
do(a) presidente, dos conselhos etc; c) hardware – a adequação da tecnologia herdada
(máquinas e equipamentos) aos propósitos autogestionários. (NOVAES, 2007, p. 41).
No contexto da preocupação com os empreendimentos com características
autogestionárias, o processo de AST teria então por objetivo adequar a tecnologia
convencional (e, inclusive, conceber alternativas) aplicando critérios suplementares aos
técnico-econômicos usuais a processos de produção e circulação de bens e serviços em
circuitos não formais, situados em áreas rurais e urbanas (como as redes de Economia
Solidária), visando otimizar suas implicações. (NOVAES, 2007, p. 56)
O conceito de AST pode ser entendido com o concurso do diferencial
proporcionado pelo construtivismo. Segundo esse enfoque, Construção Sociotécnica é o
processo mediante o qual artefatos tecnológicos vão tendo suas características definidas
através de uma negociação entre “grupos sociais relevantes”, com preferências e
interesses diferentes, no qual critérios de natureza distinta, inclusive técnicos, vão sendo
empregados até chegar a uma situação de “estabilização” e “fechamento” Bijker (1995
apud Dagnino, 2008, p. 19).
Acreditamos que a Tecnologia Convencional, engendrada sob as relações sociais
de produção capitalistas para atender à lógica de acumulação das suas grandes
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empresas, não pode ser “usada” sem significativas modificações nos EES e nas FRs. E,
por extensão, para construir um estilo de desenvolvimento alternativo.
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visão de participação, mas sim das lutas históricas da classe trabalhadora nos séculos 19
e 20 para levar a cabo a democracia na produção e, quem sabe, a construção de uma
sociedade voltada para a satisfação das necessidades humanas.
Foram estabelecidas características como: a participação comunitária no processo
decisório de escolha tecnológica, o baixo custo dos produtos ou serviços finais e do
investimento necessário para produzi-los, a pequena ou média escala, a simplicidade, os
efeitos positivos que sua utilização traria para a geração de renda, saúde, emprego,
produção de alimentos, nutrição, habitação, relações sociais, ao meio ambiente (com a
utilização de recursos renováveis). Passou-se, enfim, a identificar a TA a “um conjunto de
técnicas de produção que utiliza de maneira ótima os recursos disponíveis de certa
sociedade maximizando, assim, seu bem-estar”. (DAGNINO, 1976, p. 86).
7. Considerações finais
Este trabalho fez um levantamento sobre a Uniforja e seu processo de gestão. Foi
possível verificar que a autogestão pensada de forma teórica tem um dimensionamento
mais profundo do que é percebido na prática.
Uma empresa que utiliza a heterogestão como forma de gestão por diversos anos,
encontra dificuldades para se adaptar a nova realidade e para modificar sua cultura
organizacional. A mudança pode ocorrer, mas necessita da colaboração de todos os
sócio-trabalhadores assumindo a responsabilidade de gerir uma fábrica.
Quanto à organização do processo de trabalho, alguns pesquisadores da
Economia Solidária identificam a necessidade de desestruturação das antigas relações de
trabalho e a criação de um processo de trabalho autogestionário, enquanto outros se
contentam com o mecanismo parlamentar no chão de fábrica. Já os trabalhadores
percebem a necessidade de reorganizar o processo de trabalho, principalmente no que se
refere aos processos internos à fábrica. Outro ponto a ser pensado sobre a autogestão é
qual o seu verdadeiro significado, seria apenas retiradas igualitárias? Acreditamos que o
termo tem uma proposta diferente de gestão e isso inclui a tomada de decisão de forma
conjunta, mesmo que em muitos casos, as informações estratégicas relacionadas ao
mercado externo - concorrentes, formação de preços e custos - não sejam divulgadas
para todos os cooperados, ficando apenas com a presidência e os diretores das
cooperativas.
Novaes (2007) levantou três hipóteses sobre os motivos que levam os
trabalhadores à não desconstruir o processo de trabalho vigente na fábrica. Poderíamos
especular que os trabalhadores deixam de acreditar no mecanismo da assembléia
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quando percebem que não participam das decisões estratégicas. Outra possibilidade
interpretativa acentuaria a naturalização do processo de trabalho e a ausência do
conhecimento técnico necessário para transformá-lo. Para muitos trabalhadores, o
processo de trabalho é compreendido como sendo o único possível, não havendo
necessidade de mudá-lo.
Todas essas questões necessitam ser pensadas juntamente com os trabalhadores
para que a solução seja conjunta e que os princípios da ES realmente sejam aplicados
nessa nova forma de produção.
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REFERÊNCIAS
GUILLERM, A.; BOURDET, Y. Autogestão: uma mudança radical. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1976.
NOVAES, H.T. O Fetiche da Tecnologia: a experiência das Fábricas Recuperadas. São Paulo,
Expressão Popular-Fapesp, 2007.
SINGER, P. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.
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