Rio de Janeiro
Dezembro / 2002
INTRODUÇÃO
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Professor Titular da Universidade Federal de Pernambuco -UFPE
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Equipe do CETEM
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Engenheiro Químico da GEFEK-CVRD
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se a isso sérios problemas de mecânica de rocha, como a proximidade da taquidrita
(CaCl2.2MgCl2.12H2O), situada logo abaixo da camada de minério a ser extraído. Essa
rocha é altamente higroscópica (tem grande afinidade pelo vapor de água) e de baixa
resistência mecânica quando em contato com o ar atmosférico.
Outro fator restritivo devido aos lençóis aquíferos diz respeito à recuperação na
lavra. Em virtude da pequena distância entre o minério e a camada aquífera, é
necessária a utilização de pilares de sustentação para impedir o abatimento das
camadas superpostas. Dessa forma, o método de lavra adotado foi o de câmaras de
pilares com o abandono dos mesmos. A possibilidade de se encontrar níveis de
arenito aquífero no mesmo horizonte da lavra, bem como o risco de possíveis
emanações de gases obrigam a execução de sondagem de proteção antes da
abertura de galerias em áreas não reconhecidas, o que implica prazos e operações
adicionais na mina.
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GEOLOGIA DO JAZIMENTO
LAVRA
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A mina subterrânea conta com uma infra-estrutura de apoio, com almoxarifados,
oficinas de manutenção, pátios de circulação de veículos e equipamentos móveis,
depósitos, subestações elétricas, galerias de acesso aos painéis, sistema de
transporte de minério, ventiladores e estações de bombeamento. Também foi
instalado na mina um silo de estocagem com capacidade para 7.500 t de minério e
três outros, de apoio, cada um para 600 t, interligados por correias transportadoras. A
Figura 3 apresenta detalhes da escavação de galeria subterrânea.
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Figura 2. Fluxograma simplificado da mina de potássio de Taquari-Vassouras.
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Figura 3. Escavação de galeria subterrânea.
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O minério é lavrado ao longo de galerias e câmaras a uma profundidade que
varia de 450 a 700 m. A relação estéril/minério é de 1:4, sendo a recuperação na lavra
de 46%. A mina tem uma capacidade anual de produção de 2,1 milhões de toneladas
de minério.
USINA DE BENEFICIAMENTO
A usina de beneficiamento tem uma capacidade nominal para produção de 500
mil toneladas anuais de concentrado de cloreto de potássio. A usina é constituída
pelas unidades industriais de britagem, concentração, secagem, compactação,
dissolução e salmouroduto. A Figura 5 apresenta um fluxograma da usina de
beneficiamento.
UNIDADE DE BRITAGEM
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Figura 5. Fluxogramo simplificado da usina de beneficiamento de Taquari-Vassouras
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UNIDADE DE CONCENTRAÇÃO
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amido de milho como depressor de ganga (Tabela 2). A Figura 6 apresenta uma vista
parcial das células de flotação.
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numa caixa de distribuição e seguem para a unidade de dissolução, retornando ao
circuito de flotação, como salmoura saturada. O concentrado das células de
recuperação (scavenger) e os rejeitos dos circuitos de limpeza (cleaner e recleaner)
alimentam, por gravidade, um conjunto de 2 espessadores de misto, EIMCO, com 9,3
m de diâmetro. A alimentação desses espessadores contém cerca de 5% de sólidos
em peso. O overflow dos espessadores junta-se ao produto da moagem secundária
numa caixa de polpa, de onde é bombeado para o circuito de flotação. O underflow
dos espessadores, com 25% de sólidos em peso, é bombeado para o circuito de
moagem secundária. O produto do moinho secundário soma-se à carga do underflow
do hidrosseparador para compor a alimentação da unidade de flotação.
UNIDADE DE SECAGEM
UNIDADE DE COMPACTAÇÃO
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O produto tipo granular (60% da produção) apresenta uma distribuição
granulométrica com um máximo de 5% acima de 4,0 mm e 95% acima de 1,0 mm.
UNIDADE DE DISSOLUÇÃO
UNIDADE DE SALMOURODUTO
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MEIO AMBIENTE
DADOS OPERACIONAIS
Composição (%)
KCl 93,0
NaCl 6,0
Outros sais 0,6
Insolúveis 0,4
O consumo energético total (lavra e beneficiamento) é de aproximadamente 125
kWh por tonelada de cloreto de potássio produzido. A usina participa com cerca de
50% da energia total consumida pela CVRD junto à concessionária local ENERGIPE.
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O consumo de água é da ordem de 7,5 m3 por tonelada de minério. Águas
produzidas provenientes dos poços petrolíferos da região são utilizadas na dissolução
do rejeito cloreto de sódio.
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