Orientadora
Prof.ª Dr.ª Fhoutine Marie
Diagramação
Israel Dias “Costella” | israel.costella@gmail.com
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte:
ROMANELLI, Ana Clara; VIANA, Cinthia . Somos as Bruxas que não puderam
queimar: Diálogos entre feminismo e bruxaria. São Paulo: Edição das Autoras, 2015.
[2015]
Todos os direitos desta edição reservado à
Ana Clara Romanelli | romanelli.clara@hotmail.com e
Cinthia Viana | romeirocinthia@gmail.com
Impressão
Artemidia Gráfica e Editora
Alameda Olga, 422 - Bloco A, Conj. 41 - Barra Funda -São Paulo - SP - CEP 01155-040
Tel. (11) 4305-6101 | http://artemidia.net/
A
gradecemos a bruxa suprema do nosso clã,
a orientadora, Fhoutine Marie, por fazer
este sonho ser possível, vibrar com as nos-
sas evoluções e nos lembrar de que quando somos
mulheres temos que provar sempre que somos
boas, porque se formos medianas, o mundo não
nos perdoa.
Às nossas famílias, que sempre nos apoiaram
com muito amor, paciência e aguentaram todos os
nossos surtos: Viana, Gina, Patricia, Renata, Pe-
reira, Célia e Maria Cecília. Amamos vocês, mes-
mo que às vezes não lembramos vocês disso.
À Maíra Kubik Mano, que além de nos inspi-
rar com sua luta, nos deu a base que precisávamos.
À Nadini Lopes, Claudia Belfort, Vanessa Ro-
drigues, Jarid Arraes, Bianca Santana, Ellen Flam-
boyant, Luana Hansen, Karin Hueck e à todas as
mulheres da Casa de Lua.
Aos amigos e companheiros Jennifer Ribeiro,
Nadja Elora, Rebecca Fraidemberge, Max Costa,
Pedro Martins, Clarice Caldas, Caique Padovan,
Talita Ferreira, Beatriz Paparoto e em especial à
Emanuelle Herrera, que mesmo longe nos ajudou
Cinthia e Ana
Frida Kahlo
Prefácio.................................................................................. 11
CAPÍTULO I
As netas das bruxas que não conseguiram queimar.............................15
Suffragettes................................................................................................29
Apropriação...............................................................................................33
CAPÍTULO II
Resistimos.............................................................................. 43
Nadini Lopes.............................................................................................45
Luana Hansen...........................................................................................61
Claudia Belfort...........................................................................................75
Ellen Flamboyant......................................................................................87
Karin Hueck...............................................................................................105
Vanessa Rodrigues....................................................................................113
Referências............................................................................ 129
R
ecentemente é possível verificar por meio das re-
des sociais e da grande imprensa um momento de
renascimento feminista. No Brasil, as hashtags
#EuNãoMereçoSerEstuprada e #PrimeiroAssedio mo-
bilizaram centenas de pessoas para a conscientização
sobre a violência contra a mulher no País; movimentos
internacionais como a Marcha das Vadias chegaram a
cidades em todas as regiões do Brasil, ao mesmo tem-
po em que se multiplicam blogs e publicações voltadas
para a discussão de temas que fazem parte da agenda
feminista – tais como o debate sobre o direito ao cor-
po, autonomia em relação aos direitos reprodutivos,
violência doméstica, obstétrica, assédio, abuso sexual e
psicológico, empoderamento. Cantoras populares como
Valeska e Pitty levantam pautas e se declaram feminis-
tas ao mesmo tempo em que fora do Brasil verificamos
celebridades com grande impacto midiático, a exemplo
da cantora Beyoncé e da atriz Emma Watson, levarem
a palavra e a luta feminista para a cultura pop interna-
cional.
Nas páginas feministas das redes sociais, o debate
sobre interseccionalidade (a importância de incorporar
na luta feminista questões de raça, classe, orientação
sexual e identidade de gênero) também tem feito com
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Fhoutine Marie
Jornalista, doutora em Ciência Política
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O
movimento em prol do voto feminino, no
início do século XX, foi organizado pelo
grupo de mulheres, no Reino Unido, que ficou
conhecido como suffragettes. Essa foi a primeira
organização na luta pelos direitos chamada de
primeira onda do feminismo. Militantes do grupo
organizavam manifestações coletivas que geraram
diversas polêmicas na época, de acordo com a
historiadora Mônica Karawejczyk. As mulheres
saíram às ruas com as palavras de ordem “Votes
for women – Voto para as mulheres” exigindo
a participação na escolha dos representantes,
em busca de igualdade política. Na época as
manifestações eram recebidas com risos e calúnias.
Tudo isso era documentado tendenciosamente em
matérias nos grandes jornais para que a imagem
das sufragistas fosse distorcida. Muitas charges
satirizando o movimento foram criadas, algumas,
inclusive, comparando essas mulheres a bruxas
– algumas eram retratadas como velhas, com
verrugas, nariz pontudo e voando em vassouras.
“Imagens denegrindo [sic] o movimento foram
tão fortes que, até hoje, perpassam o imaginário
popular quando se fala em sufragistas e feministas.
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C
om o passar dos anos o movimento feminis-
ta se apropriou da história de perseguição
das bruxas e do estigma que pesava sobre as
militantes dando a essa associação um novo signi-
ficado. Isso ocorreu tanto por meio da aproxima-
ção de militantes com o paganismo – que diferen-
te das religiões de matriz juidaico-cristãs inclui o
culto ao sagrado feminino em suas práticas rituais
– como pelo uso de uma frase que já se tornou
emblemática: “somos as netas das bruxas que não
conseguiram queimar/ matar”. O que significa que
mesmo após anos de tortura e opressão, as mulhe-
res resistiram.
De acordo com Claudiney Prieto no livro Wicca
para Todos, a Wicca é uma das poucas religiões
na atualidade, se não a única, que se propõe a
celebrar uma divindade feminina como Criadora
de toda vida. Segundo o autor, o feminismo
resgatou elementos da religião que cultua a
Deusa. “Mulheres que lutavam pelos direitos de
igualdade entre os gêneros encontraram nessa
religião um porto seguro para se sentirem fortes,
vivas e ativas. Foi na Wicca que elas encontraram
uma religião capaz de resgatar sua dignidade,
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omo foi o início do mundo militância, foi
junto com a música?
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que começou primeiro: o feminismo,
se identificar como bruxa ou o desejo
por ser parteira?
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ocê acha que tem espaço para o feminis-
mo na mídia tradicional? Você consegue
aplicar isso no seu dia a dia?
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que é a Casa de Lua e como ela funcio-
na?
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Disponível em <https://drive.google.com/folderview?
id=0By46YECOhymWU0JaMmtJWllOXzg&usp=shar
ing>.
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Formato 14x21cm
Tipologia textos Georgia
Tipologia títulos Georgia Bold
Papél miolo Papel: Pólen
Gramatura 80m/g2
Papél Capa Cartão Supremo
Gramatura 250m/g2
Diagramação Israel Dias “Costella”