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PostScript

Ilustrando e aprendendo matemática


Reitora
Maria Lúcia Cavalli Neder

Vice-Reitor
João Carlos de Souza Maia

Coordenadora da EdUFMT
Lúcia Helena Vendrúsculo Possari

EdUFMT
Conselho Editorial

Presidente
Lúcia Helena Vendrúsculo Possari (IL)

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Maurício Godoy (IF)
Michèle Sato (IE)
Roberto Apolonio (FAET)
Solange Maria Bonaldo (UFMT – Sinop)
Yuji Gushiken (IL)
Frederico José Andries Lopes

PostScript
Ilustrando e aprendendo matemática

EdUFMT
Cuiabá - MT
2016
Copyright © Frederico José Andries Lopes, 2016.
A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº
9.610/98.

A EdUFMT segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em vigor no Brasil desde 2009.

A aceitação das alterações textuais e de normalização bibliográfica sugeridas pelo revisor é uma decisão do autor/
organizador.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C845p Cotrin, Jane Teresinha Domingues


Psicologia e educação especial : perspectivas históricas e políticas / Jane
Teresinha Domingues Cotrin. – Cuiabá : EdUFMT, 2013.
179 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN – 978-85-327-0468-9
1.Educação especial – Aspectos psicológicos. – 2. Psicologia educacional
– Crianças especiais. 3. Educação especial – Brasil – História. 4. Psicologia
experimental – Educação básica. I. Título.

CDU – 376.4: 159.922.766


Supervisão Técnica: Janaina Januário da Silva
Revisão Textual e Normalização: Gabriela Maciel da Fonseca
Diagramação: Gisele de Albuquerque Gomes
Impressão: Grafica Editora Formulários Contínuos e Etiquetas F&F Ltda ME
FILIADA À

EdUFMT
Editora da Universidade Federal de Mato Grosso

Av. Fernando Correa da Costa, 2.367.

Boa Esperança. CEP: 78060-900. Cuiabá-MT.

Contato:

edufmt@hotmail.com

www.editora.ufmt.br

Fone: (65) 3615-8322 / 3615-8325

CDU – 376.4: 159.922.766

Esta obra foi produzida com recurso do Governo Federal


Aos meus filhos

Henrique, Ricardo, Valquíria, Laura e Leonora

e à mãe de todos eles

Perla
S umário
Prefácio 9
Introdução 11
Capítulo 1 — Os fundamentos da linguagem 13
1.1 O sistema de coordenadas 13
1.2 A unidade de medida 14
1.3 Notação pós-fixa e operações aritméticas 14
1.4 A pilha 15
1.5 Exercícios 18

Capítulo 2 — Linhas retas (I) 21


2.1 Segmentos de reta 21
2.2 Pontos 26
2.3 Nomeando trechos de código: o comando def 27
2.4 Exercícios 29

Capítulo 3 — Linhas retas (II) 31


3.1 Estilos de linhas 31
3.2 Os comandos gsave e grestore 36
3.3 Exercícios 39

Capítulo 4 — Circunferências, arcos de circunferências,


elipses e curvas de Bézier 41
4.1 Circunferências e arcos de circunferências 41
4.2 Elipses 45
4.3 Efeitos de sombra 46
4.4 Curvas de Bézier 47
4.5 Exercícios 50
Capítulo 5 — Transformações 51
5.1 O ponto corrente 51
5.2 Translação 52
5.3 Rotação 53
5.4 Ampliação e redução 57
5.5 Reflexão 58
5.6 Exercícios 59

Capítulo 6 — Elementos de programação 61


6.1 O comando de repetição repeat 61
6.2 Procedimentos 65
6.3 Arrays (vetores) 67
6.4 Exercícios 69

Capítulo 7 — Fontes 71
7.1 Fontes PostScript 71
7.2 Principais comandos 71
7.3 Outros comandos 74
7.4 Exercícios 75

Capítulo 8 — Acabamentos, cores e clipping 77


8.1 Acabamentos 77
8.3 Clipping 80
8.4 Exercícios 82

Referências 83

Apêndices
A - Preparando o ambiente 85
B - Trabalhando com PostScript 87
Trabalhando interativamente 87
C – Fontes PostScript 89
D - Criando um arquivo EPS 91
Prefácio

Este livro teve origem em um Curso de Extensão que oferecemos em


2009 na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá.
Desde então, vimos regularmente oferecendo cursos acerca de linguagens de
programação voltadas à criação de gráficos como instrumentos de aprendizado
de matemática.
A ideia não é nova, mas é, infelizmente, pouco explorada. Existem
diversas linguagens de criação de imagens adequadas para uso em sala
de aula, em especial a partir do Ensino Médio. A motivação para esse uso é
simples: a criação de uma ilustração matemática, através de uma linguagem
de programação, frequentemente exige o emprego de matemática. Ou seja,
precisamos de matemática para ilustrar matemática, o que cria um ambiente de
resolução de problemas e de exploração bastante estimulante. Os alunos têm
reagido muito bem à proposta, e nos incitado a prosseguir com essas iniciativas.
A linguagem PostScript é uma anciã nesse terreno, mas é também, por
outro lado, uma das mais simples e interessantes que existem, muito bem
estabelecida na indústria gráfica e ainda hoje extensamente utilizada. Este livro
emprega um subconjunto dessa linguagem para realizarmos diversas ilustrações
que podem ser imediatamente utilizadas em trabalhos escolares, artigos, livros e
publicações eletrônicas.
Gostaríamos de agradecer aos colegas de trabalho que nos têm apoiado ao
longo dos anos; aos alunos, que nos fizeram perceber que aprender matemática
fazendo ilustrações é uma boa ideia; à equipe da Editora da UFMT, sempre
solícita nas fases de edição do livro; e à minha família, meus pais, meus sogros
e meus filhos pelo apoio recebido.
Um agradecimento especial vai para a minha esposa, Profa. Maria
Perla Morais, que esteve comigo em todas as etapas da criação deste livro, e
efetivamente me auxiliou com a leitura e crítica de muitas partes, além de ter
oferecido o suporte emocional de que precisei durante todo o tempo.

9
Introdução

Para explicar conteúdos de Matemática, professores frequentemente


fazem uso de ilustrações. Seja desenhada no quadro negro ou na forma de
slides, uma boa figura permite a representação e a interpretação dos elementos
de uma ideia que se apresenta à compreensão do aluno. Como elementos
essenciais na Geometria ou como metáforas em outras áreas, ilustrações de
conceitos matemáticos são vistas, desde a antiguidade, como um dos melhores
auxílios que uma pessoa pode ter durante seu esforço de aprendizado.
Desde o nascimento da era do computador pessoal, nos idos dos anos
de 1970, matemáticos e cientistas da computação têm se dedicado à criação
de meios computacionais que facilitem a criação de figuras. E cada vez mais,
computadores têm-nos permitido produzir material ilustrativo de excelente
qualidade para uma gama crescente de assuntos e públicos, ampliando e
fortalecendo o campo da educação em praticamente todas as áreas.
Destacando-se no campo da informação visual e no desenvolvimento
de tecnologias voltadas a esse fim, a empresa americana Adobe Systems
Incorporated criou, na década de 1980, a linguagem de programação PostScript,
especificamente voltada para a visualização de informações. Desde então, a
Adobe Systems – a mesma empresa que posteriormente criou o formato PDF –
vem desenvolvendo a linguagem, que se encontra atualmente em sua terceira
versão, e fornecendo gratuitamente ao público, excelentes manuais para seu
aprendizado (ADOBE SYSTEMS, 1985, 1988, 1999).
A linguagem PostScript fornece uma gama de comandos específicos
para o desenho de letras e figuras, incluindo comandos de traçado e formas
de representação de imagens. É uma linguagem de programação completa,
interpretada, simples e fácil de aprender. Alguns poderiam dizer, como de
fato dizem (ADOBE SYSTEMS, 1985), que a PostScript pode ser abordada
inicialmente como uma variação da linguagem Logo, à qual foram acrescentados
novos e avançados recursos. Um programa de edição de texto simples e um
interpretador gratuito são mais do que suficientes para operarmos com a
linguagem em sua plenitude.
Foi com as obras de Bill Casselman (2000, 2005) que a PostScript foi
redescoberta como a linguagem fundamental da ilustração matemática, a
despeito das alternativas usuais advindas da comunidade de usuários do sistema
de tipografia LaTeX, como os pacotes de macros PStricks e PGF/TikZ, ou as
linguagens MetaFont e MetaPost. Ainda que programas comerciais geradores de

11
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

gráficos matemáticos, como o Maple, o Mathematica e o MatLab sejam capazes


de produzir belíssimas ilustrações, apenas a PostScript permite o controle fino
do processo de desenho, produzindo resultados impossíveis de serem atingidos
satisfatoriamente por qualquer outro programa.
O que nos interessa aqui é mostrar uma resposta satisfatória à pergunta:
por que usar PostScript no ensino de matemática? Como nos informa Casselman
(2005) no prefácio de seu livro Mathematical Illustrations: A Manual of Geometry
and PostScript, uma boa ilustração matemática sempre requer Matemática no
processo de desenho. Esse aspecto da criação e da programação de ilustrações
captou nossa atenção desde nossos primeiros contatos com a linguagem. A
necessidade de usar Matemática para ilustrar Matemática faz da PostScript uma
excelente ferramenta para não só explicar, mas também descobrir a Matemática.
Aprender PostScript é uma atividade estimulante, facilmente integrada
com diversas outras metodologias de ensino de Matemática. Por exemplo,
a habilidade de desenhar algoritmicamente nos permite criar figuras que
esclarecem os argumentos de textos matemáticos. Tentar criar ilustrações para
obras centrais da Matemática Clássica, como os Elementos, de Euclides, ou os
Principia, de Newton, obriga o estudante a compreender as argumentações dos
autores, criando um envolvimento ativo e criativo no processo de aprendizagem.
O campo de uso da PostScript é bastante amplo. Pelo menos quatro
classes de profissionais podem ser beneficiadas pelo aprendizado da linguagem:

• cientistas de várias áreas que precisam criar uma grande quantidade


de ilustrações, e que gostariam de ter uma outra alternativa
computacional além dos programas convencionais;
• professores em qualquer nível de aprendizado que desejam tornar a
Matemática mais compreensível e interessante a seus alunos;
• estudantes que desejam ver como a Matemática, mesmo elementar,
pode ser aplicada a problemas reais e interessantes; e
• artistas e designers gráficos interessados em arte algorítmica ou
mesmo carentes de novos instrumentos para suas produções gráficas.

Em vista do que foi dito, este livro pretende promover o estudo das
geometrias através da criação de ilustrações. E não só as geometrias euclidianas
e analíticas planas podem sair beneficiadas, mas também as geometrias
projetivas e as hiperbólicas, uma vez que a linguagem PostScript é flexível o
bastante para incorporar módulos, desenvolvidos por terceiros, que permitem a
manipulação de imagens mais avançadas.

12
Frederico José Andries Lopes

Capítulo 1

Os fundamentos da linguagem

Antes de iniciarmos a criação de gráficos, vamos primeiro explorar


alguns conceitos fundamentais da linguagem PostScript, como o sistema de
coordenadas, a unidade de medida e os principais operadores de que ela se serve
para realizar desenhos e construções geométricas. Todos os capítulos seguintes
dependem de uma boa compreensão dos conceitos aqui apresentados.
Também essencial ao aprendizado é o bom funcionamento dos programas
utilizados para a geração de gráficos. Certifique-se de ter lido e compreendido o
Apêndice A para poder trabalhar com eficiência na programação com PostScript.

1.1 O sistema de coordenadas

Para localizar e desenhar ponto em uma folha de papel, a PostScript faz


uso do que chamamos de sistema de coordenadas.
Imaginemos uma folha de papel com eixos localizados em sua extremidade
inferior esquerda. Esses eixos correm da esquerda para a direita e de baixo para
cima, como nos mostra a figura seguinte:

Figura 1.1

13
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Os desenhos são feitos com esse sistema de coordenadas em mente, em


uma folha de papel imaginária. O canto inferior esquerdo, chamado de origem,
tem coordenadas (0, 0). A partir dessa referência inicial, podemos encontrar a
localização de qualquer objeto na página.
Por exemplo, se um ponto tem coordenadas (100, 200), isso significa que
ele se localiza na folha de papel imaginária a 100 pontos à direita da origem,
e 200 pontos acima da origem. É como em um jogo de batalha naval ou na
notação da posição das peças em um tabuleiro de xadrez.

1.2 A unidade de medida

Na seção anterior falamos de coordenadas de um ponto. Mas o que vem


a ser um ponto na linguagem PostScript?
Em PostScript, um ponto é uma unidade de medida, chamada de ponto
PostScript. Em uma polegada (2,54 cm) há exatamente 72 pontos PostScript.
Isso nos diz que um ponto equivale à medida de aproximadamente 0,35278 mm.
Assim, podemos afirmar que uma folha de papel A4, de dimensões 210 mm x
297 mm, mede, aproximadamente, 595 pontos na horizontal e 842 pontos na
vertical.
Para efeitos práticos, vamos imaginar um ponto PostScript como um
pequeno retângulo localizado na posição dada pela coordenadas. Certamente
esse não é o conceito matemático de ponto, mas essa é a melhor representação
do que efetivamente acontece na tela de um computador digital. Um ponto
PostScript, além de uma unidade de medida, será visto como um elemento
gráfico distinto, possuindo comprimento e largura, ainda que diminutos. Apesar
de imaginarmos pontos PostScript como pequenos retângulos empilhados uns
sobre os outros, não devemos confundi-los com os pixels da tela do computador.
A unidade de medida ponto PostScript será posteriormente substituída
pelas unidades de medida usuais como o milímetro e o centímetro. Por ora,
lembre-se apenas de que uma polegada, equivalente a aproximadamente 2,5
cm e contém 72 pontos PostScript.

1.3 Notação pós-fixa e operações aritméticas

A PostScript usa a chamada notação pós-fixa (ou pós-fixada) para


expressar comandos. Com essa notação, uma operação aritmética simples como

7 + 5

14
Frederico José Andries Lopes

passa a ser escrita como

7 5 +

ou seja, o número 7, um espaço em branco, o número 5, outro espaço em


branco, e o sinal de +. Observe que o símbolo da operação a ser realizada sobre
os dados vem depois dos dados (daí o nome pós-fixa).
Em verdade, a operação acima é escrita, em PostScript, como

7 5 add

em que o operador add substitui o tradicional sinal +.


Em PostScript existem vários operadores aritméticos. A lista abaixo,
fornecida como referência, mostra alguns deles. Usamos o símbolo → para
indicar o resultado da operação:

• add adiciona dois números: 5 6 add → 11


• sub subtrai dois números: 8 5 sub → 3
• mul multiplica dois números: 4 6 mul → 24
• div divide dois números: 18 3 div → 6
• neg inverte o sinal de um número: 3 neg → -3
-5 neg → 5

Todos os operadores agem imediatamente sobre os números encontrados


logo à esquerda, substituindo-os pelo resultado da operação. Como são
armazenados esses dados?

1.4 A pilha

O uso da notação pós-fixa é uma consequência da maneira como os


dados em PostScript são armazenados na memória do computador, em uma
estrutura conhecida como pilha.
Os dados em PostScript vão para a memória do computador como se
fossem empilhados uns sobre os outros, como em uma pilha de pratos. Quando

15
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

precisamos de um prato, costumamos tirar primeiro o prato de cima, para depois


tirar o de baixo. Ou seja, o último prato a ser empilhado é o primeiro a ser
desempilhado. Essa maneira simples de estruturar os dados na memória do
computador é chamada de estrutura LIFO, do inglês last in, first out (último a
entrar, primeiro a sair).
Precisamos entender bem como essa estrutura funciona. No lugar de
uma pilha de pratos, imaginemos uma fila de livros que vão sendo colocados na
estante um após o outro, da esquerda para a direita:

| | | | | ..., etc.

Em PostScript, vamos usar essa metáfora para entender o código que


escrevemos. Primeiro colocamos os dados um após o outro na pilha (ou estante)

7 5

e depois dizemos o que fazer com eles:

7 5 add

O operador add diz que devemos adicionar os dados e deixar o resultado


(12) na pilha.
Se desejamos subtrair dados, a ordem é também a da esquerda para a
direita, como fazemos normalmente. Se escrevemos

12 5 sub

expressão em que sub denota o operador de subtração, teremos na pilha


o resultado 7.
Operações aritméticas mais complexas devem ser cuidadosamente
analisadas, para que a entrada de dados na pilha seja feita com correção. Por
8
exemplo, a operação —— deve ser notada como
7-3

8 7 3 sub div

16
Frederico José Andries Lopes

pois dá entrada na pilha, da esquerda para a direita, na seguinte sequência:


8
8 7
8 7 3
8 7 3 sub
8 4
8 4 div
2

Observe que os operadores sub e div, assim que entram na pilha, operam
imediatamente sobre os dois dados mais próximos à esquerda, deixando o
resultado na pilha antes da entrada dos dados e operadores seguintes.
Pode ser necessário realizar uma troca de elementos na pilha, eliminar
um deles, duplicar um outro, e assim por diante, em operações aritméticas.
Será necessário, portanto, alterar a ordem dos dados na pilha, através de
operadores criados exclusivamente para esse fim. A lista abaixo mostra alguns
dos operadores mais usados:

• clear remove todos os elementos da pilha: 3 5 9 clear → (vazio)


• dup duplica o elemento superior da pilha: 3 5 9 dup → 3 5 9 9
• pop remove o elemento no topo da pilha: 3 5 9 pop → 3 5
• exch troca a posição dos dois elementos do topo da pilha:
3 5 9 exch → 3 9 5

Os operadores de pilha nos dão mais flexibilidade nas operações


aritméticas. Por exemplo, os dois códigos seguintes são equivalentes (deixam o
mesmo resultado na pilha):

14 2 5 add div
2 5 add 14 exch div

14
——
Qualquer uma das duas linhas de código acima realiza a operação 2+5
14/(2+5). A segunda, porém, segue um pouco mais a lógica que utilizamos no dia
a dia, realizando primeiro a soma no denominador e depois a divisão. Vejamos
um esquema passo a passo dessa operação:

17
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

2
2 5
2 5 add
7
7 14
7 14 exch
14 7
14 7 div
2

Em palavras, primeiro alimentamos a pilha com 2 e 5 e fizemos a operação


de adição, deixando 7 na pilha. Alimentamos a pilha com 14, mas não podemos
7 14
realizar a operação de divisão, que daria ——
14
, e não —— ,
7
como desejamos. Por
isso, alimentamos a pilha com o operador exch, que inverte a posição dos dois
números mais recentemente introduzidos na pilha. Agora podemos realizar a
operação, ficando com o resultado correto 2.
Percebemos, no entanto, que a notação da primeira linha é mais
econômica e mais simples, mas exige um conhecimento mais seguro de como
são realizadas as operações em pilha. Para entender melhor esses recursos,
realize os exercícios no fim de cada capítulo, começando desde já sua história
pessoal com essa magnífica linguagem.

1.5 Exercícios
1. Escreva as operações abaixo em PostScript:
6
a) 7- —
2
6
b) — -7
2
5 2
c) — - —
2 5
5-2
d) ——
2-5

2. Calcule mentalmente o resultado das operações abaixo:


a) 2 3 add 5 div
b) 6 1 5 add sub
c) 3 5 div 2 5 div add
d) 3 4 5 add mul

18
Frederico José Andries Lopes

3. Escreva os valores que ficam na pilha depois das operações:


a) 2 dup 6 dup
b) 3 8 exch dup
c) 3 9 exch pop
d) 4 7 pop 5 exch

4. Calcule mentalmente o resultado das operações abaixo:


a) 1 2 dup div add
b) 3 6 2 sub exch sub
c) 2 7 5 3 pop sub mul
d) 4 5 exch sub 3 dup mul add

19
Capítulo 2

Linhas retas (I)

Linhas retas são os componentes mais frequentes em ilustrações


matemáticas, e os primeiros que aprendemos quando estudamos PostScript,
antes mesmo de aprendermos a desenhar um simples ponto. Neste capítulo
vamos aprender como lidar com esse elemento simples e extremamente versátil,
nas diversas formas em que se apresenta.
Vamos também estudar o comando def, que nos possibilitará nomear
trechos de código, evitando sua repetição e aumentando a legibilidade de nossos
programas.

2.1 Segmentos de reta

Segmentos de reta são tradicionalmente o primeiro elemento que


dominamos quando aprendemos PostScript. Comecemos aprendendo a
desenhar um segmento horizontal de 100 pontos de comprimento em nosso
espaço gráfico.
Todo desenho, em PostScript, deve ser preferencialmente iniciado com o
comando

newpath

Após esse comando, podemos imaginar que uma mão passou a segurar
um lápis. Vamos imaginar também que a ponta desse lápis não escreve com
grafite ou tinta, mas é feita de aço ou de outro material que marca a folha,
deixando nela um leve sulco.
Agora vamos desenhar um segmento de reta horizontal de 100 pontos a
partir das coordenadas (300, 500). Primeiro, devemos mover a ponta do lápis até
lá usando o comando moveto:

300 500 moveto

21
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

O comando moveto desloca a ponta do lápis para as coordenadas


(300, 500).
Com o lápis em posição, marquemos no papel uma linha horizontal de
tamanho 100 pontos para a direita com o comando lineto, ou seja, do ponto de
coordenadas (300, 500) até o ponto de coordenadas (400, 500):

400 500 lineto

Em verdade, o segmento ainda não foi traçado. Apenas um sulco foi feito
sobre a folha, uma marca que será posteriormente preenchida com tinta. A ponta
do lápis está agora sobre o ponto (400, 500), esperando o próximo comando.
O comando stroke preenche com tinta as marcações feitas. Após os
quatro comandos

newpath
300 500 moveto
400 500 lineto
stroke

devemos ver a seguinte imagem na folha:

Figura 2.1-a

Após passar tinta sobre as marcas criadas, o comando stroke retira o


lápis do papel e “esquece” as indicações dadas. É preciso um outro newpath
para realizar um novo desenho. Uma folha pode conter vários desenhos, cada
um envolvido por um par de comandos newpath e stroke.
Suponha agora que, antes de finalizar o desenho, você queira traçar
mais um segmento, paralelo ao primeiro, mas 20 pontos acima.
Lembre-se que, após o comando 400 500 lineto, a ponta do lápis
imaginário está exatamente sobre essas coordenadas, ou seja, sobre o ponto de
coordenadas (400, 500). É necessário mover a ponta do lápis 100 pontos para
trás (subtraindo 100 da coordenada 400) e 20 pontos para cima (somando 20 à
coordenada 500):

300 520 moveto

22
Frederico José Andries Lopes

Agora a ponta do lápis está localizada 20 pontos acima do início do


segmento original. Agora trace o novo segmento:

400 520 lineto

Acrescente essas duas linhas ao seu programa original, antes do comando


stroke. Seu programa agora é:

newpath
300 500 moveto
400 500 lineto
300 520 moveto % move novamente o lápis
400 520 lineto % marca um novo segmento
stroke

O símbolo % é utilizado em programas PostScript para indicar o início de


um comentário. Tudo o que vem depois dele, até o final da linha em que aparece,
é ignorado quando o programa é interpretado.
Você poderia substituir o comando 300 520 moveto por um outro:

-100 20 rmoveto

O comando rmoveto executa um movimento relativo ao ponto em que o


lápis se encontra. Como precisávamos subtrair 100 da coordenada 400, e somar
20 à coordenada 500, podemos informar isso ao comando rmoveto que ele faz
as contas por nós. Substitua a linha no seu programa e visualize o resultado,
que deve ser:

Figura 2.1-b

23
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Suponha agora que, em vez de traçar uma paralela, você queira traçar um
segmento de reta para cima, como o tamanho de 100 pontos. Você tem duas
alternativas: escrever, logo após 400 500 lineto, uma das linhas

400 600 lineto


ou
0 100 rlineto

Na primeira opção, você faz as contas e informa ao comando lineto até


onde a ponta do lápis deve ir. Na segunda, você informa apenas o acréscimo que
quer dar às coordenadas correntes.
Seu programa agora, para o segmento original acrescentado com o
segmento perpendicular, fica:

newpath
300 500 moveto
400 500 lineto
0 100 rlineto % marca um segmento vertical
stroke

gerando a figura

Figura 2.1-c

Se você quer desenhar um quadrado, bastam quatro comandos rlineto a


partir do primeiro moveto:

24
Frederico José Andries Lopes

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto % inicia a marcação de 4 segmentos
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
0 -100 rlineto
stroke

Figura 2.1-d

Faça agora uma experiência. No programa GSview, amplie o desenho,


clicando no ícone que tem o desenho de uma lupa, apertando em seguida a tecla
R, e observe o vértice inferior esquerdo do quadrado, o início do desenho. Não
parece que os segmentos estão bem conectados; há uma pequena falha bem
no canto (compare com os outros vértices do quadrado). Vamos corrigir esse
problema com o comando closepath:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
closepath % fecha o caminho traçado
stroke

O comando closepath elimina o problema descrito na seção anterior,


o da falha na união dos segmentos (amplie a nova figura e repare). Sempre
que desejar usar formas fechadas, utilize o comando closepath para melhores
resultados visuais.

25
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Se você deseja desenhar figuras preenchidas, use o comando fill no lugar


do comando stroke:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
closepath
fill % preenche o caminho traçado

Figura 2.1-e

Em verdade, o comando fill substitui não só o comando stroke, mas


também o comando closepath. Apague o comando closepath no programa
acima, e verifique o resultado.
O comando stroke pode ser usado várias vezes no desenho, sendo
utilizado após cada novo elemento do desenho. Essa técnica deve ser utilizada
sempre que aparecerem elementos indesejados no desenho.

2.2 Pontos

Em PostScript, um ponto é visto como um segmento de reta de tamanho


1, em qualquer direção. Se desejarmos colocar um ponto nas coordenadas (100,
100), começamos dizendo ao interpretador que desejamos realizar um desenho,
movemos o lápis até as coordenadas (100, 100), marcamos sobre a folha um
segmento de dimensão 1, e preenchemos com tinta:

26
Frederico José Andries Lopes

newpath
100 100 moveto
1 0 rlineto % marca um segmento de tamanho 1
stroke

A direção da esquerda para a direita foi escolhida apenas por comodidade.


Poderíamos traçar um segmento de tamanho 1 em qualquer direção.
Em geral, um ponto com essas dimensões é dificilmente visível na tela do
computador ou no papel impresso. Essa dificuldade é superada substituindo-o,
graficamente, por um pequeno círculo cheio ou vazio, que aprenderemos a
desenhar no capítulo 4.

2.3 Nomeando trechos de código: o comando def

O ponto PostScript não é uma medida que costumamos usar em nosso dia
a dia. Seria bem melhor se pudéssemos usar em nossos desenhos as medidas
usuais de centímetro (cm) e milímetro (mm), e é justamente o que faremos com
o comando def.
O comando def é de importância fundamental quando desejamos dar um
nome a determinados conjuntos de comandos. Aqui, vamos usá-lo para definir
uma nova unidade. Comecemos definindo o centímetro.
Suponhamos que queremos escrever um programa que desenha um
quadrado, de lado igual a 5 cm, da seguinte maneira:

newpath
10 cm 15 cm moveto
5 cm 0 cm rlineto
0 cm 5 cm rlineto
-5 cm 0 cm rlineto
closepath
stroke

Como fazer isso? Como mover a ponta do lápis 10 cm para direita e


15 cm para cima, e daí começar o quadrado, usando a medida dos lados em
centímetros? Primeiro, vamos entender como converter essas medidas – 5 cm,
10 cm e outras – no número de pontos PostScript correspondentes.

27
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Sabemos que uma polegada tem 72 pontos PostScript, e que uma polegada
mede exatamente 2,54 cm. Para encontrarmos a medida em polegadas de 5
cm, basta dividir 5 por 2,54, o que nos dá aproximadamente 1,97 polegadas.
Ou seja, 5 cm equivalem a aproximadamente 1,97 polegadas. Quantos pontos
PostScript há em 1,97 polegadas? Basta multiplicarmos 1,97 por 72, obtendo
aproximadamente 141,84 pontos PostScript.
Em resumo, fizemos (5 / 2,54) x 72. Em PostScript, fica

5 2.54 div 72 mul

Se agora queremos saber quantos pontos há em 10 cm, a conta será

10 2.54 div 72 mul

Observe que o conjunto de instruções 2.54 div 72 mul é o mesmo nos


dois casos, e será o mesmo com qualquer medida em centímetros. Aqui é que
entra o comando def.
O comando def atribui um nome a um conjunto de instruções. Sua sintaxe
é bem simples:

/cm {2.54 div 72 mul} def % definição de cm

que é equivalente a

/cm {28.35 mul} def % definição simplificada

pois dividir por 2,54 e multiplicar por 72 é o mesmo que multiplicar por
72/2,54 = 28,34646, ou ainda, aproximadamente por 28,35. Isso significa que
quando queremos um segmento de 3 cm, precisamos multiplicar 3 por 28,35 para
encontrarmos o valor em pontos. Como podemos perceber, há aproximadamente
28,35 pontos PostScript em 1 cm.
Atribuímos ao nome cm o conjunto de instruções 28.35 mul. Observe que
há uma barra / antes do nome e chaves ao redor do conjunto de instruções. Com
isso, em vez de escrevermos

10 28.35 mul 15 28.35 mul moveto

28
Frederico José Andries Lopes

escreveremos apenas

10 cm 15 cm moveto

o que aumenta enormemente a legibilidade de nossos programas.


Para ganharmos essa flexibilidade, basta acrescentarmos a linha /cm
{28.35 mul} def antes do comando newpath, ou seja, como a primeira linha de
nosso programa.

2.4 Exercícios

Os exercícios seguintes foram planejados de maneira a exigirem do


programador conhecimentos específicos de Matemática. A ajuda de bons
livros de Geometria Euclidiana Plana e de Geometria Analítica talvez sejam
indispensáveis. O aprendizado de matemática, lembremos, é um dos objetivos
deste livro.

1. Desenhe dois segmentos que sejam:


a) concorrentes.
b) concorrentes e que se dividam mutuamente na razão 2:1.
c) concorrentes e que façam um ângulo de 30o entre si.

2. Desenhe um triângulo:
a) equilátero.
b) retângulo com a hipotenusa paralela à base da “folha de papel”.
c) com lados na proporção 3:5:7.

3. Desenhe um quadrilátero com lados não congruentes e não paralelos.


Desenhe o quadrilátero formado pelos segmentos que unem os pontos médios
de cada lado.

4. Faça uma ilustração para o Teorema de Tales: “Se duas retas são
transversais de um feixe de retas paralelas, então a razão entre dois segmentos
quaisquer de uma delas é igual à razão entre os respectivos segmentos
correspondentes da outra.”

29
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

5. Desenhe duas setas paralelas, como na figura abaixo:

6. Desenhe agora os eixos coordenados da figura 1.1.

30
Capítulo 3

Linhas retas (II)

Neste capítulo aprenderemos como alterar o estilo de uma linha, em


função de uma melhor apresentação gráfica das ilustrações.
Vamos estudar também os comandos gsave e grestore, dando os
primeiros passos para a simplificação de nossos programas.

3.1 Estilos de linhas

Em muitos desenhos, precisamos de mais de um estilo de linhas para


mostrar que certos elementos são mais importantes do que outros, ou que
alguns elementos são linhas de construção, provisórias. Esses elementos não
devem ser considerados como parte integrante do desenho final, como quando
realizamos construções com régua e compasso. Geralmente, linhas contínuas e
pontilhadas são usadas juntamente com linhas finas e grossas, e também com
linhas claras e escuras para causar esse efeito. Veremos alguns comandos da
PostScript que tratam desse assunto.

3.1.1 setgray

O comando que especifica se uma linha será mais clara do que outra é
o setgray. Esse comando é usado com um número entre 0 e 1, que específica
tons de cinza, entre o preto (0) e o branco (1).
Retome o programa das paralelas, usando agora rmoveto e rlineto, e
acrescente antes do stroke o comando 0.7 setgray:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto

31
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

-100 20 rmoveto
100 0 rlineto
0.7 setgray % estabelece uma tonalidade de cinza
stroke

Figura 3.1.1-a

Executando o programa sem 0.7 setgray, você verá duas paralelas pretas,
com 0.7 setgray, as paralelas tomaram a tonalidade cinza claro. O comando 0.7
setgray veio antes de stroke apenas para nos lembrar de que é o comando
stroke que realiza o desenho, e que a ele informamos que a tonalidade deveria
ser 0.7.
Se você deseja que um segmento seja claro e o outro escuro, por enquanto
você deve fazer dois desenhos:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
stroke

newpath
300 520 moveto
100 0 rlineto
0.7 setgray
stroke

Figura 3.1.1-b

Se não definimos o valor de setgray, a PostScript assume que ele é 0


(preto). Não precisamos desse comando se não são necessárias tonalidades
diferentes em nosso desenho.

32
Frederico José Andries Lopes

Mas adiante, veremos como evitar a escrita de dois desenhos com os


comandos gsave e grestore.

3.1.2 setlinewidth

Também a espessura das linhas pode ser alterada. Se desejamos que


nossas linhas tenham a espessura de 10 pontos PostScript, simplesmente
escrevemos

10 setlinewidth

logo antes de stroke:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
10 setlinewidth % estabelece a espessura da linha
stroke

Figura 3.1.2-a

É preciso ter em mente que as marcações feitas na folha pelo comando


rlineto não têm a espessura de 10 pontos. É o comando 10 setlinewidth que
funciona como um pincel de 10 pontos de largura a ser passado sobre as
marcações invisíveis. Essas marcações podem ser imaginadas como a “alma”
das linhas, localizadas bem no centro delas:

Figura 3.1.2-b

Na figura acima, desenhamos uma linha em branco no meio da linha preta


apenas para representar a marcação invisível sobre a qual a PostScript desenha
com os comandos fill e stroke. Esse conceito, o de tinta sobre a marcação, deve

33
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

ser mantido em mente o tempo todo, pois uma linha com 10 pontos de largura
significa 5 pontos de largura para cada lado, alterando as dimensões reais do
desenho. Por exemplo, o quadrado da figura 2.1.4, se traçado com uma linha de
10 pontos de espessura, terá a medida de seus lados aumentada em 10 pontos:

Figura 3.1.2-c

Observe agora outra característica da linguagem PostScript. Copie o


seguinte programa e visualize no GSview:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
10 setlinewidth
stroke

newpath
300 520 moveto
100 0 rlineto
0.7 setgray
stroke

Figura 3.1.2-d

34
Frederico José Andries Lopes

Apenas lendo o programa, percebemos que a primeira parte traça um


segmento de reta de espessura 10 pontos, e a segunda parte traça um segmento
de reta mais claro que o primeiro. No entanto, quando visualizamos o resultado, a
segunda linha também aparece com a espessura de 10 pontos! O que acontece
se não escrevermos 10 setlinewidth também na segunda parte (e, portanto, a
PostScript deveria assumir que a espessura é 1 setlinewidth)?
Dissemos que o comando stroke finaliza um desenho, passando a tinta
sobre as marcações efetuadas, esquecendo-as logo depois. Mas esse comando
não se esquece de detalhes como cor, espessura e estilo de linha. Esses
dados continuam guardados na memória do computador para uso futuro, e são
chamados de estados gráficos do desenho.
Portanto, se você deseja uma linha clara com a espessura de 1 ponto,
será necessário escrever 1 setlinewidth antes de stroke na segunda parte do
desenho. Faça isso agora e visualize o resultado.

3.1.3 setdash

Quando precisamos de linhas tracejadas ou pontilhadas, usamos o


comando setdash. Vamos traçar um quadrado e depois uma de suas diagonais
com uma linha tracejada:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
closepath
stroke

newpath
300 500 moveto
100 100 rlineto
[5 4] 0 setdash % cria um padrão de traços e espaços
stroke

35
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Figura 3.1.3

O comando setdash é bastante flexível. Com ele podemos criar diversos


padrões de linhas pontilhadas, tracejadas e mistas, bastando para isso
definir o padrão de pontos pretos e brancos que desejamos. Em nosso caso,
determinamos que fosse uma linha tracejada com 5 pontos pretos seguidos de
4 pontos brancos. Por isso, escrevemos [5 4]. O zero em [5 4] 0 nos diz que
esse padrão deve ser repetido a partir do primeiro ponto do padrão original. Se
desejarmos começar com brancos, devemos começar a partir do sexto ponto:
[5 4] 6.
O padrão é sempre o de pretos seguidos de brancos. Faça alguns testes:
tente trocar [5 4] por [5 4 1 4] e observe o que acontece. Troque também o
número que vem logo depois para outros valores.
Como na figura acima, e também nas figuras que mostraram linhas claras
e escuras, precisamos começar dois desenhos. Os comandos da seção seguinte,
gsave e grestore nos ajudarão a economizar linhas de código.

3.2 Os comandos gsave e grestore

Os comandos gsave e grestore costumam andar juntos. Funcionam


como “parênteses” no meio do código, salvando as configurações do estado
gráfico, e restaurando-as depois quando necessário.
Lembremo-nos que o estado gráfico de um desenho, como dito na seção
3.1.2, é um conjunto de informações sobre a espessura das linhas, suas cores e
seus estilos. Também faz parte do estado gráfico de um desenho, as marcações
feitas até então e o último ponto sobre o qual se apoiou a ponta de nosso lápis
imaginário, ponto esse chamado de ponto corrente. Vejamos na prática como
usar esses comandos.
Suponha que você queira fazer o seguinte desenho:

36
Frederico José Andries Lopes

Figura 3.2

Preenchemos um quadrado com a tonalidade de cinza 0.5 setgray e


depois o emolduramos com uma borda de 10 pontos de largura. Como você
faria isso? Por enquanto, são necessários 2 desenhos, um para o preenchimento
e outro para a moldura:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
0.5 setgray
fill

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
closepath
0 setgray
10 setlinewidth
stroke

37
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Esse código produz o resultado desejado, além de ser simples e de


fácil leitura. No entanto, há muitas linhas repetidas nas duas partes, e seria
interessante que pudéssemos aproveitar na segunda parte o que foi escrito na
primeira, ou vice-versa. Observe como há muita redundância entre as partes.
Vamos mostrar como ficaria esse código usando os comandos gsave e
grestore, passando a explicar seu funcionamento logo depois:

newpath
300 500 moveto
100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
closepath
gsave % salva o estado gráfico
0.7 setgray
fill
grestore % restaura o estado gráfico
10 setlinewidth
stroke

As seis primeiras linhas são as marcações iniciais do quadrado que


desejamos preencher. Nesse momento, a PostScript também assume que a
espessura da tinta sobre essas marcações será, futuramente, de 1 ponto (1
setlinewidth) e será da cor preta (0 setgray). Até que informemos mais coisas,
esse é o atual estado gráfico do desenho.
Quando usamos o comando gsave, pedimos à PostScript que armazene
na memória esse atual estado gráfico: as marcações feitas mais as características
de espessura e cor assumidas. Agora vamos fazer algumas alterações.
Quando escrevemos 0.7 setgray e fill, ordenamos à PostScript que mude
a cor, de preto para um cinza claro, e que preencha as marcações com esse tom
de cinza.
Logo depois, aparece o comando grestore, que traz de volta todo o
estado gráfico anterior ao gsave: todas as marcações feitas, a espessura e a
cor da tinta. É como se depois do closepath nós pulássemos diretamente para
o comando 10 setlinewidth, que informará ao comando stroke que a linha a ser
pintada tem a espessura de 10 pontos.
Em um primeiro momento, os comandos gsave e grestore podem
parecer confusos, mas a experiência com a linguagem os tornará mais claros.

38
Frederico José Andries Lopes

Como dissemos, a divisão de um desenho em várias partes é uma boa alternativa


para criarmos códigos mais simples e mais legíveis. Mas haverá momentos em
que os comandos gsave e grestore, inteligentemente utilizados, serão a única
alternativa para realizarmos desenhos matemáticos complexos.
Como exercício, reescreva os programas das seções 3.1.2 e 3.1.3 com os
comandos gsave e grestore.

3.3 Exercícios

1. Desenhe um triângulo escaleno obtusângulo. Em relação ao maior lado,


desenhe, em um tom de cinza:
a) a mediana.
b) a mediatriz.
c) a altura.

2. Desenhe as figuras abaixo com as diagonais pontilhadas:


a) um trapézio isósceles.
c) um trapézio retângulo.
d) um trapézio qualquer.

3. Desenhe um pentágono. Desenhe suas diagonais com metade da


espessura dos lados.

4. Usando gsave e grestore, desenhe:


a) três linhas paralelas com tonalidades diferentes de cinza.
b) três linhas paralelas com padrões diferentes de linha.
c) um triângulo retângulo com preenchimento cinza e lados pretos.

5. Ilustre a regra do paralelogramo utilizada na soma de dois vetores. Se


os vetores v e w são v = (a, b) e w = (c, d), então v + w = (a + c, b + d).

39
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

40
Frederico José Andries Lopes

Capítulo 4
Circunferências, arcos de circunferências, elipses e
curvas de Bézier

Circunferências e arcos de circunferências são tão importantes nas


ilustrações quanto segmentos de reta. Neste capítulo veremos como desenhá-
los, além de elipses, arcos de elipses e as famosas curvas de Bézier.

4.1 Circunferências e arcos de circunferências

Circunferências e arcos de circunferências são simples de serem


desenhados em PostScript. Os dois principais comandos são arc e arcn.

4.1.1 arc

O comando arc desenha arcos que variam de 0° a 360°, em sentido anti-


horário. Esse comando opera com 5 parâmetros: as duas coordenadas do centro
da circunferência, o raio da circunferência e os ângulos inicial e final, nessa
ordem.
Como exemplo, o comando para desenhar um arco de 90° de uma
circunferência de raio igual a 50 pontos com centro no ponto (300, 400) é

300 400 50 0 90 arc

Figura 4.1.1-a

41
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

O comando começou com as coordenadas do centro da circunferência,


(300, 400). Logo depois, informamos o valor do raio, 50, e dissemos que o arco
começaria em 0° e terminaria em 90°. O programa todo é, simplesmente,

newpath
300 400 50 0 90 arc % arco de 90 graus, raio 50
stroke

Se desejarmos desenhar uma circunferência, basta informarmos que o


ângulo final é 360°:

300 400 50 0 360 arc

Figura 4.1.1-b

Podemos traçar uma circunferência tracejada, utilizando o comando


setdash visto no capítulo anterior:

newpath
300 400 50 0 90 arc
[5 5] 0 setdash
stroke

42
Frederico José Andries Lopes

Figura 4.1.1-c

Observe como o primeiro e o último traço, formaram um traço maior logo no


início do arco. Podemos ajustar isso alterando o número imediatamente anterior
ao comando setdash ou o mudando padrão de brancos e pretos do comando.
Teste alguns valores até conseguir uma figura que lhe seja conveniente.
Se desejarmos desenhar um anel, basta traçarmos um arco mais largo,
com o uso do comando setlinewidth. Vamos desenhar um anel circular com
uma linha de 30 pontos de espessura:

newpath
300 400 40 0 360 arc
30 setlinewidth
stroke

Figura 4.1.1-d

Observe a pequena fenda à direita. Isso pode ser corrigido com o comando
closepath. Acrescente-o logo depois do comando arc, e veja como a fenda
some. Com figuras fechadas, use sempre com o comando closepath, mesmo
que lhe pareça redundante.

43
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Como o comando lineto, o comando arc é responsável por realizar apenas


uma marcação invisível no papel, sobre a qual o comando stroke passará
um pincel com tinta. Se quisermos desenhar um anel circular, não devemos
simplesmente aumentar a espessura da linha, como fizemos na figura 4.1.1-d
acima, mas desenhar dois círculos com fill, um com a cor preta e outro com a
cor branca.
Vamos desenhar uma coroa circular com raio externo de 2 cm e raio interno
de 1 cm. Lembremo-nos de usar o comando def para transformar a medida “cm”
em pontos.

/cm {28.35 mul} def % define a unidade cm

newpath
300 400 2 cm 0 360 arc % circunferência externa
fill % preenche a circunf. externa
300 400 1 cm 0 360 arc % circunferência interna
1 setgray % define a cor branca
fill % preenche a circunf. interna

Figura 4.1.1-e

4.1.2 arcn

O comando arcn é como o comando arc, mas a contagem do ângulo é


feita em sentido horário. O programa abaixo é o mesmo que gerou a figura 4.1.1-
a com o comando arc substituído pelo comando arcn:

44
Frederico José Andries Lopes

newpath
300 400 50 0 90 arcn
stroke

Figura 4.1.2

Observe que a divisão da circunferência em ângulos continua a ser feita


no sentido anti-horário. O comando arcn simplesmente anda na direção contrária
à marcação usual dos ângulos. Tudo o que pode ser feito com o comando arcn
pode ser feito com o comando arc, com os devidos ajustes.

4.2 Elipses

A PostScript é capaz de desenhar elipses através de um truque simples:


primeiro, desenhamos uma circunferência, depois “achatamos” sua altura ou seu
comprimento. Isso é conseguido com o comando scale:

newpath
1 0.3 scale % reduz a “altura” da circ. em 30%
300 400 80 0 360 arc
stroke

Figura 4.2.1

45
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

O comando scale recebe dois argumentos. Ambos multiplicam o tamanho


natural de um desenho por um valor. Em nosso caso, o primeiro valor, 1,
multiplicou o comprimento da figura por 1, ou seja, manteve o comprimento
inalterado. O segundo valor, 0.3, multiplicou a altura do desenho por 0,3. Em
outras palavras, fez com que o desenho ficasse com apenas 30% de sua altura
original.
Em verdade, o comando scale altera as dimensões de todos os pontos da
página pelo valor informado. Se tivéssemos escrito em nosso programa

0.5 0.5 scale

teríamos reduzido as dimensões de todos os pontos da página para a


metade, e teríamos uma circunferência com a metade do diâmetro original.
Discutiremos com mais detalhes esse comando no próximo capítulo.

4.3 Efeitos de sombra

Um dos artifícios usados para se criar a ilusão de tridimensionalidade é a


presença de sombras no desenho. Em PostScript, esse efeito é conseguido por
meio de três desenhos sobrepostos, começando de baixo para cima: primeiro
desenhamos a sombra, deslocada alguns pontos para a direita e para baixo,
depois desenhamos o interior branco do desenho e, por fim, desenhamos o
contorno. Observe o código abaixo, escrito como três desenhos distintos por
questões meramente didáticas:

newpath % a sombra
305 395 50 0 360 arc
fill
stroke

newpath % o interior
300 400 50 0 360 arc
1 setgray
fill
stroke

46
Frederico José Andries Lopes

newpath % o contorno
300 400 50 0 360 arc
0 setgray
stroke

Figura 4.3.1

O raio do círculo de interior branco é de 50 pontos, com centro em (300,


400). Sua sombra, afastada para a direita e para baixo em 5 pontos, é um círculo
também de raio 50, mas de centro (305, 395). O desenho é feito de baixo para
cima porque o interior do círculo branco deve “apagar” o interior do círculo preto.
Sabemos como usar inteligentemente os comandos gsave e grestore para
economizar código. Seria possível utilizar esse par de comandos aqui?

4.4 Curvas de Bézier

Curvas de Bézier são importantes nas engenharias e na ciência da


computação. Essas curvas receberam esse nome em homenagem ao engenheiro
francês Pierre Étienne Bézier (1910-1999), que as utilizou amplamente no design
de automóveis. Curvas de Bézier são criadas pelo comando curveto.
O comando curveto gera curvas de Bézier formadas por um ponto inicial e
um ponto final, mais pontos intermediários, ditos pontos de controle:

47
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

P1 P2

P3

P0
Figura 4.4-a

Na curva da figura anterior, temos os pontos P0 e P3 como pontos


inicial e final, respectivamente, e os pontos P1 e P2 como pontos de controle.
Visualmente, a curva parece ser “atraída” pelos pontos de controle, sem passar
por eles, e se ligar aos pontos inicial e final tangenciando as linhas pontilhadas.
Se invertermos os pontos P1 e P2, a situação se modifica bastante:

P1 P2

P3

P0
Figura 4.4-b

Agora a curva parte de P0 em direção a P1, é atraída por P2 e depois se


dirige a P3. É difícil prevermos o comportamento de curvas de Bézier, mesmo
entendendo suas equações. A maioria das vezes, usamos essas curvas por
tentativa e erro, mas depois de alguma prática acabamos com uma boa noção
acerca de seu funcionamento.
Observe agora o que ocorre quando unimos o ponto inicial ao ponto final:

48
Frederico José Andries Lopes

P1 P2

P0 = P3
Figura 4.4-c

Vejamos agora como essas figuras foram geradas. O código seguinte


mostra apenas a curva da figura 4.4-a, sem as linhas pontilhadas e o nome dos
pontos.
/cm {28.35 mul} def % define centímetro
/P0 {1 cm 1 cm} def % define ponto P0
/P1 {1 cm 5 cm} def % define ponto P1
/P2 {4 cm 5 cm} def % define ponto P2
/P3 {5 cm 2 cm} def % define ponto P3

newpath
P0 moveto % move lápis até o ponto P0
P1 P2 P3 curveto % P1 e P2 de controle, P3 final
stroke

O programa inicia-se com uma seção de definições. Definimos a unidade


de medida (cm), e depois 4 pontos, P0, P1, P2 e P3.
Logo depois, começamos o desenho com newpath, e indicamos ao
lápis imaginário que se mova até o ponto P0. Logo após, dizemos ao comando
curveto quais são os dois pontos de controle e o ponto final da curva. Com o
comando stroke, a curva é desenhada.
Curvas de Bézier são bastante utilizadas em programas de ilustração
vetorial. Um excelente programa gratuito é o Inkscape (www.inkscape.org), no
qual podemos treinar nossa intuição geométrica relativa a curvas de Bézier.

49
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

4.5 Exercícios

1. Desenhe:
a) três circunferências concêntricas, com tonalidades diferentes de linha.
b) duas circunferências de raios diferentes tangentes externamente.
c) duas circunferências de raios diferentes tangentes internamente.

2. Desenhe:
a) duas coroas circulares concêntricas.
c) meia coroa circular.
d) duas meias coroas circulares afastadas uma da outra em 1 mm.

3. Desenhe:
a) um setor circular de 60°.
b) um segmento circular de 60°.
c) uma circunferência e seu diâmetro.

4. Desenhe:
a) um triângulo retângulo escaleno inscrito em uma semicircunferência.
b) uma circunferência, um ângulo central de 60° e um ângulo inscrito de
30°.
c) uma circunferência e duas cordas concorrentes que não sejam
diâmetros.

5. Desenhe duas circunferências de tamanhos diferentes e uma reta


tangente às duas.

6. Desenhe uma circunferência usando curvas de Bézier. Compare-a com


uma circunferência criada com o comando arc.

7. Desenhe uma espiral qualquer usando curvas de Bézier.

50
Frederico José Andries Lopes

Capítulo 5
Transformações

Transformações planas como translações, rotações, homotetias e


reflexões são extremamente importantes do ponto de vista geométrico. Elas
nos proporcionam meios econômicos de realizarmos muitas ilustrações
matemáticas. Este capítulo introduz o uso das principais transformações no
âmbito da linguagem PostScript.

5.1 O ponto corrente

Voltemos à metáfora do lápis invisível. Enquanto o lápis caminha fazendo


marcas invisíveis sobre o papel, seguindo as instruções de nosso programa,
a PostScript armazena as coordenadas do último ponto sobre o qual a ponta
desse lápis se apoiou. Esse é o chamado ponto corrente do desenho, cujas
coordenadas são obtidas através do comando currentpoint.
O comando currentpoint coloca na pilha as coordenadas do ponto
corrente. Se a pilha se encontra, por exemplo, com os números

120 350 200 110

e a ponta do lápis parada sobre o ponto de coordenadas (200, 250), o


comando currentpoint faz com que a PostScript coloque essas coordenadas
na pilha:
120 350 200 110 200 250

Esse comando é bastante útil com os comandos translate e rotate, que


serão vistos nas seções seguintes.

51
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

5.2 Translação

A operação de translação consiste em mover a origem dos eixos


coordenados para uma nova posição, estabelecendo um novo ponto de
referência para as coordenadas dos desenhos. O comando que realiza essa
operação é o translate.
Antes de explicar o uso do comando, lembremo-nos que, inicialmente, a
origem do nosso sistema de coordenadas se encontra na extremidade inferior
esquerda da folha de papel:

Figura 5.2-a

A seta que aponta da esquerda para a direita nos dá a direção do chamado


eixo x; a que aponta de baixo para cima nos dá a direção do chamado eixo y. O
ponto (0, 0) é chamado de origem do sistema de coordenadas.
Para mudarmos a origem para outro ponto, usamos o comando translate
informando as novas coordenadas. Por exemplo, se desejamos transladar todo
o sistema para o ponto de coordenadas (200, 250), fazemos

200 250 translate

e as coordenadas do desenho passam a ser referenciadas a partir desse


novo ponto:

52
Frederico José Andries Lopes

0
0

Figura 5.2-b

Com esse novo sistema, um ponto de coordenadas (300, 600), por


exemplo, passa a ter coordenadas (100, 350), pois a origem do sistema se
aproximou dele 200 pontos na horizontal e 250 pontos na vertical.
Para ser executado, o comando translate usa os dois últimos números da
pilha. Se movermos a ponta de nosso lápis para as coordenadas (400, 500) e
logo depois acionarmos o comando currentpoint, teremos na pilha os números
400 e 500. O comando translate logo em seguida fará com que nosso sistema
seja deslocado para o ponto (400, 500). Assim, escrever
400 500 translate
é equivalente a

400 500 moveto


currentpoint % coloca 400 e 500 na pilha e
translate % translada o sistema para lá

5.3 Rotação

Como a translação, a rotação age sobre o sistema de coordenadas,


girando-o em sentido anti-horário. O comando que realiza a rotação é o rotate.
Volte à figura 5.2-a. Nela, a origem dos eixos coordenados está no canto
inferior esquerdo da folha de papel. O comando
45 rotate

53
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

gira o sistema em 45o no sentido anti-horário:

0 0
Figura 5.3-a

Observe bem: se os eixos estão rotacionados em 45°, a maneira de


pensarmos as coordenadas também muda. Por exemplo, o comando 200 0
rlineto, a partir da origem do sistema, não vai marcar uma linha horizontal de
200 pontos de comprimento na folha, mas uma de 200 pontos de comprimento
na diagonal, ou seja, no novo sentido do eixo x. Teste o programa abaixo para
ver o que queremos dizer.

newpath
60 rotate
0 0 moveto
200 0 rlineto
stroke

O comando rotate, combinado com translate e currentpoint, são


capazes de realizar façanhas nos desenhos. Por exemplo, o pentágono a seguir

Figura 5.3-b

54
Frederico José Andries Lopes

foi desenhado com o programa

newpath
100 100 moveto % move lápis para (100, 100)
currentpoint translate % translada para (100, 100)
50 0 rlineto % marca uma linha de 50 pontos
72 rotate % rotaciona o sistema em 72°
currentpoint translate % translada para a extremidade
50 0 rlineto
72 rotate
currentpoint translate
50 0 rlineto
72 rotate
currentpoint translate
50 0 rlineto
72 rotate
closepath
2 setlinewidth
stroke

O programa acima não será tão repetitivo quando aprendermos alguns


princípios de programação nos capítulos seguintes. Mas é um ótimo exemplo de
como podemos usar inteligentemente os comandos currentpoint, translate e
rotate. Vamos analisá-lo passo a passo.
Após o newpath, deslocamos a ponta de nosso lápis para as coordenadas
(100, 100). De lá evocamos o comando currentpoint, que coloca na pilha os
números 100 e 100, ou seja, coloca na pilha as coordenadas da ponta do lápis.
Logo depois, transladamos a origem de nosso sistema para esse ponto, com
o comando translate. Temos, nesse momento, a origem de nosso sistema no
ponto (100, 100).
Da nova origem do sistema, marcamos uma reta de tamanho 50 pontos
para a direita. Nesse momento, a ponta do lápis está na extremidade mais à
direita desse segmento. Daí, giramos os eixos do sistema em 72° e o deslocamos
para onde está a ponta do lápis. Estamos agora com a seguinte situação:

55
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Figura 5.3-c

Na figura acima vemos um segmento de reta com os novos eixos em


uma extremidade, rotacionados em 72° no sentido anti-horário. Vamos repetir
o processo: marcamos um novo segmento de 50 unidades na direção do novo
eixo x, rotacionamos novamente o sistema e o deslocamos para a extremidade
no novo segmento. Ficamos com a seguinte situação:

Figura 5.3-d

Repetindo todo o processo mais duas vezes, temos:

Figura 5.3-e

Nesse momento, fechamos o desenho com o comando closepath,


estipulamos a espessura da linha em dois pontos e, com o comando stroke,
traçamos as linhas, e ficamos com a figura 5.3-b.
É importante ter em mente: a origem e a orientação do sistema ainda se
encontram na posição anterior ao closepath. O ideal é repetir mais uma vez os
comandos 50 0 rlineto, 72 rotate e currentpoint translate antes do closepath.
Assim, garantimos que a origem do nosso sistema se encontra exatamente nas
coordenadas iniciais do desenho. Se desejarmos que a origem volte para o canto
inferior esquerdo da página, fazemos

56
Frederico José Andries Lopes

-100 -100 translate


desfazendo a primeira translação realizada.
Teremos a oportunidade de trabalhar com esses comandos em muitas
ilustrações. Tente fazer um hexágono apenas para se acostumar com eles,
lembrando-se de que a rotação necessária nesse caso é de 60°.

5.4 Ampliação e redução

Um desenho pode ser ampliado, reduzido e invertido com o comando


scale, que introduz na linguagem PostScript a noção matemática de homotetia.
Em verdade, o comando scale amplia ou reduz o tamanho do ponto
PostScript. Não amplia ou reduz a figura, mas os pontos que a constituem. Sua
forma geral é
x y scale
em que x é o fator de ampliação ou redução na direção horizontal e y o
fator de ampliação ou redução na vertical. Se x é maior que 1, o ponto PostScript
será ampliado na direção x; se ficar entre 0 e 1, estamos diante de uma redução
na mesma direção. O mesmo ocorre com o argumento y.
Vamos pensar a partir de um exemplo. Suponha que queremos desenhar
um quadrado com 50 pontos de lado. Usaremos o código a seguir, mas ampliando
os pontos 4 vezes na direção x:

newpath
4 1 scale % multiplica por 4 na horizontal
% e 1 na vertical
50 50 moveto
50 0 rlineto
0 50 rlineto
-50 0 rlineto
closepath
stroke

Esse programa começa com o comando 4 1 scale. Isso significa que


quadruplicamos as dimensões do ponto na horizontal, e mantemos a espessura
1 na vertical. Nesse novo sistema, uma linha de 50 pontos na horizontal será
4 vezes maior do que uma linha com 50 pontos na vertical. Por isso, apesar

57
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

de traçarmos um quadrado de lado 50, teremos, na prática, um retângulo de


proporções 4:1, como na figura a seguir:

Figura 5.4

Repare também que os lados verticais ficaram mais espessos do que os


lados horizontais. Isso porque, como dissemos, ampliamos os pontos 4 vezes
na direção x. Os pontos, portanto, são quatro vezes maiores na horizontal do
que na vertical, ou seja, são retângulos de proporções 4:1. Essa característica, a
de ampliar não a figura em si, mas os pontos que a constituem, fazem com que
o comando scale produza resultados por vezes imprevisíveis. Mas é uma boa
alternativa para criar os efeitos que passamos a descrever.

5.5 Reflexão

O comando scale, como vimos, tem dois argumentos: um para ampliação


ou redução na direção x, e outro na direção y. Podemos utilizá-lo para espelhar
uma figura em relação a um desses eixos. Por exemplo, considere o triângulo
retângulo abaixo:

Figura 5.5-a

Se desejarmos o mesmo triângulo espelhado em relação ao eixo y, como


na figura seguinte,

58
Frederico José Andries Lopes

Figura 5.5-b

basta acrescentarmos a linha


-1 1 scale
depois da última translação efetuada. Sim, é necessário que os eixos
do desenho estejam transladados para algum ponto mais ao centro da folha,
pois senão o resultado estará fora dos limites da folha, e você não conseguirá
visualizá-lo.

5.6 Exercícios

1. Usando o comando translate pelo menos duas vezes no código do


programa, desenhe:
a) três segmentos de reta paralelos.
b) três quadrados unidos por um de seus vértices.
c) três circunferências de mesmo raio tangentes entre si duas a duas.

2. Usando os comandos rotate e translate, desenhe:


a) um triângulo equilátero.
b) um hexágono.
c) um triângulo retângulo com a hipotenusa paralela à base da folha.

3. Usando o comando scale, desenhe:


a) três circunferências concêntricas.
b) dois triângulos equiláteros espelhados por um eixo paralelo a um dos
lados.
c) como no exercício anterior, mas com um dos triângulos com 1/3 do
tamanho do outro.

59
Capítulo 6
Elementos de programação

No capítulo anterior, aprendemos os importantes comandos currentpoint,


translate, rotate e scale, que nos possibilitaram realizar desenhos de maneira
mais simples e inteligente. Neste capítulo, daremos um passo adiante e
aprenderemos como realizar tarefas repetitivas, entender os conceitos de
procedimento e de array (vetor).

6.1 O comando de repetição repeat

Vamos reescrever o programa para desenhar o pentágono do capítulo


anterior. Originalmente, o programa repetia quatro vezes os seguintes comandos

currentpoint translate
50 0 rlineto
72 rotate

e o quinto lado do pentágono era resolvido com o comando closepath.


Não há nada de errado nisso, mas vamos agora reescrevê-lo de maneira que
ele repita a operação cinco vezes, deixando ao comando closepath a tarefa de
fazer apenas o arremate final:

newpath
100 100 moveto
currentpoint translate
50 0 rlineto
72 rotate
currentpoint translate

61
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

50 0 rlineto
72 rotate
currentpoint translate
50 0 rlineto
72 rotate
currentpoint translate
50 0 rlineto
72 rotate
currentpoint translate
50 0 rlineto
72 rotate
closepath
stroke

Essa é uma maneira um tanto cansativa de desenharmos um pentágono.


Não seria interessante se pudéssemos informar ao interpretador que algumas
linhas devem ser repetidas, economizando nosso tempo de digitação? Isso é
possível com o comando repeat, que tem a seguinte estrutura:

número { ...
...
... } repeat

em que número é o número de vezes que o código entre as chaves deve


ser repetido.
No programa do pentágono, esse comando é utilizado assim:

newpath
100 100 moveto
5 { currentpoint translate % início do repeat
50 0 rlineto
72 rotate } repeat % fim do repeat
closepath
stroke

62
Frederico José Andries Lopes

Veja que o código acima produz exatamente o mesmo resultado, um


pentágono, mas agora com muito menos digitação. Além disso, revelou um
padrão repetitivo, um pequeno programa dentro do programa, que poderá ser
utilizado posteriormente para realizar tarefas semelhantes.
Vamos agora desenhar uma estrela:

Figura 6.1

Considerando que o desenho começa da ponta inferior esquerda, então


um programa possível é:

newpath
100 100 moveto
72 rotate % rotação inicial
5 { currentpoint translate % início do repeat
100 0 rlineto % lado de 100 pontos
-144 rotate } repeat % fim do repeat
closepath
stroke

Observe que o programa é extremamente semelhante ao do pentágono,


exceto pelo tamanho do lado e pelos ângulos de rotação. Também é notável a
rotação inicial dos eixos até que o programa comece a se repetir.
É possível desenhar essa estrela sem a rotação inicial. Você saberia
escrever um programa assim, possivelmente começando de outro ponto?
Um segundo comando de repetição importante é o for, presente em quase
todas as linguagens de programação usuais. Sua sintaxe é

63
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

início passo fim { ...


...
... } for

ou seja, é uma estrutura como a do repeat, mas toma três números,


chamados início, passo e fim, para funcionar.
O início indica de o número de partida, e o fim, o número que desejamos
atingir. O passo indica o tamanho do “pulo” que damos até chegar lá. Por exemplo,
se os número são 0 10 50, isso significa que, partindo de 0, avançaremos de 10
em 10 até alcançarmos 50, ou seja, geraremos a sequência 0, 10, 20, 30, 40, 50.
Um exemplo vai esclarecer melhor esse comando.
Suponha que você deseja desenhar a figura seguinte:

Figura 6.1-b

A figura acima consiste em 60 raios de 70 pontos de comprimento partindo


do centro da figura. O ângulo entre cada dois raios é de 6°.
Se inicialmente transladamos nosso sistema de eixos para as coordenadas
(200, 200), podemos usar o comando for da seguinte maneira:

1 1 60 { ...
...
... } for

ou seja, 60 raios, começando do 1 e chegando até 60, pulando de 1 em 1.

64
Frederico José Andries Lopes

O que está dentro do comando for? Apenas as linhas

0 0 moveto
70 0 rlineto
6 rotate

ou seja, movemos o lápis para a origem das coordenadas, traçamos uma


linha de 70 pontos, e giramos os eixos. Fazemos isso 60 vezes, o que nos dá o
programa completo:

newpath
200 200 translate
0 0 moveto
1 1 60 {
0 0 moveto
70 0 rlineto
6 rotate} for
stroke

O comando repeat costuma ser suficiente para a maioria de nossas


aplicações. O comando for serve de alternativa, e tem a virtude de explicitar
o começo, o passo e o fim de nosso laço de repetição, trazendo clareza para
nossos programas.

6.2 Procedimentos

Vimos que o comando def é usado para dar um nome a trechos de código,
nome que pode ser usado no corpo do programa como um novo comando. Em
nossa definição de centímetro

/cm {28.35 mul} def

o trecho de código {28.35 mul} ganha o nome cm. Sempre que o


interpretador encontra cm no código, imediatamente o substitui por {28.35 mul}.

65
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Essa ideia pode ser generalizada. No lugar de apenas um pequeno trecho de


código, podemos definir procedimentos inteiros.
Por exemplo, o trecho repetitivo que desenha a estrela

currentpoint translate
100 0 rlineto
-144 rotate

pode ganhar um nome, digamos, lado, e ser declarado no início do


programa:

/lado {currentpoint translate % procedimento lado


100 0 rlineto
-144 rotate } def
newpath
100 100 moveto
72 rotate
5 {lado} repeat % usando o procedimento lado
closepath
stroke

O programa faz o mesmo desenho. Mas quando lemos o programa,


começamos com o que está entre newpath e stroke, e percebemos que, depois
de um movimento e uma rotação de eixos, o procedimento lado é executado
cinco vezes. Essa é a lógica, o propósito do programa. A lógica do procedimento
lado é entendida depois, se desejamos ir mais a fundo e entender os detalhes
do procedimento.
Podemos usar procedimentos dentro de procedimentos. Se queremos
desenhar uma estrela de 5 cm de lado, declaramos /cm {28.35 mul} def antes
do procedimento lado e nele substituímos 100 0 rlineto por 5 cm 0 rlineto.
Procedimentos são os candidatos mais fortes para se tornarem
trechos de outros programas, através do recurso de copiar e colar. Um bom
procedimento pode ser aproveitado várias vezes em outros programas. Em
verdade, programadores costumam criar arquivos em um programa principal
contendo séries de procedimentos reutilizáveis. Esses arquivos são chamados
de bibliotecas. É uma maneira de não termos que inventar a roda a cada novo
programa.

66
Frederico José Andries Lopes

6.3 Arrays (vetores)

Um array, ou vetor, é simplesmente um conjunto de dados delimitado por


colchetes:

[20 40 70 10 50]

O vetor [20 40 70 10 50] tem cinco elementos. Dizemos que o primeiro


elemento, 20, está na posição zero, ou seja, tem índice 0. O segundo elementos
tem índice 1, e assim por diante, até o quinto elemento, 50, que tem índice 4. Ou
seja, um vetor de cinco elementos está enumerado de 0 a 4. Um vetor de 100
elementos estaria enumerado de 0 a 99.
Vetores são úteis quando precisamos lidar com dados externos, ou dados
que aparentemente não ter uma lógica interna. Suponhamos que o vetor [20
40 70 10 50] represente o lucro de uma empresa, em milhões de reais, durante
um período de cinco anos. Um gráfico de barras seria bastante adequado para
visualizarmos a evolução do lucro:

Figura 6.3

Como realizar esse gráfico da maneira mais simples? Como escrever um


programa que desenhe gráficos de barra para vetores de qualquer tamanho?
Primeiro, vamos dar um nome ao nosso vetor, apenas por comodidade:

/dados [20 40 70 10 50] def

Agora podemos usar a palavra dados para nos referirmos ao vetor que nos
interessa. Futuramente, quando desejarmos trocar os dados, bastará substituir
o vetor original por outro.
Logo em seguida, vamos escrever o programa que realizará o gráfico:

67
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

newpath
100 100 translate
0 0 moveto
20 setlinewidth
dados {barra} forall % comando forall
stroke

O programa começa com o tradicional newpath, seguido de uma


translação, um movimento até a nova origem e a especificação de que usaremos
uma linha com 20 pontos de espessura. A linha seguinte é o coração do programa:

dados {barra} forall

O comando forall recebe dois argumentos como entrada: um vetor e


um procedimento. Esse comando percorre os elementos do vetor, um a um,
e realiza sobre cada um deles o procedimento que aqui chamamos de barra.
Quando o forall termina de percorrer todos os elementos do vetor, o comando
stroke gera o gráfico resultante.
Como funciona o procedimento barra? O procedimento barra, que deve
ser declarado logo depois do vetor dados, é o seguinte:

/barra {dup 0 exch rlineto 30 exch neg rmoveto} def

Vamos explicar seu funcionamento, que é bem simples. O comando forall


percorre o vetor, do primeiro ao último elemento, e coloca na pilha o elemento da
vez. No começo, ele encontra o primeiro elemento, 20, e o coloca na pilha. Agora
tem início o procedimento barra: ele duplica o elemento com o comando dup,
acrescenta 0 à pilha e, com o comando exch, troca de posição os dois últimos
elementos. Nesse momento, a pilha é

20 0 20

O comando rlineto toma os dois últimos elementos da pilha, 0 e 20, e


traça uma linha de 20 pontos de altura. Na pilha resta agora apenas o número
20, e a ponta do lápis se encontra sobre o topo da primeira barra.
Logo em seguida, o número 30 é acrescentado à pilha, o comando exch
o troca de posição com o número 20 e o comando neg o transforma em -20. A
pilha, nesse momento, tem os seguintes elementos:

68
Frederico José Andries Lopes

30 -20

Finalmente, o comando rmoveto parte do topo da primeira barra, toma


30 e -20 como argumentos, desloca a ponta do lápis 30 pontos para a direita e
20 pontos para baixo, posiciona a ponta do lápis na base da barra seguinte, que
será desenhada da mesma maneira. Assim será com todos os elementos, até
que o comando forall chegue ao fim do vetor.
O programa completo, da maneira que de agora em diante passaremos a
escrever, é o seguinte:

% procedimentos
/vetor [20 40 70 10 50] def
/barra {dup 0 exch rlineto 30 exch neg rmoveto} def

% rotina principal
newpath
100 100 translate
0 0 moveto
20 setlinewidth
vetor {barra} forall
stroke
A separação entre a declaração dos procedimentos e a rotina principal
aumenta a legibilidade do programa. Frequentemente precisamos ler nossos
próprios programas, e quase sempre teremos nos esquecido de como foi que
pensamos para criar esse ou aquele trecho de código.

6.4 Exercícios

1. Desenhe:
a) um hexágono regular.
b) uma estrela de 11 pontas.
c) um quadriculado para o jogo da velha.
d) um tabuleiro de xadrez.

69
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

2. Desenhe a pseudoespiral áurea:

O retângulo externo tem proporções aproximadas de 1:1.618. Observe


que o padrão visual dessa figura é um quadrado com um arco de circunferência
interno, reduzido e reposicionado em relação ao quadrado original várias vezes
até ficar bem pequeno, dando a impressão de um processo infinito.

3. Modifique o programa de gráfico de barras da seção 6.3 de maneira


que:
a) as barras tenham espessura de 1 cm, afastadas umas das outras em
0,5 cm.
b) as barras estejam posicionadas na horizontal, sem o emprego do
comando rotate.

70
Frederico José Andries Lopes

Capítulo 7
Fontes

Fontes constituem um assunto extenso na linguagem PostScript. Em


verdade, a PostScript foi criada com a intenção de servir como instrumento
de formatação de textos, e apenas secundariamente como ferramenta de
desenho digital.
Apesar da extensão do assunto e da profusão de comandos da linguagem
PostScript que manipulam fontes, estudaremos neste capítulo apenas aqueles
que nos permitem imprimir letras na tela, e com isso nomear pontos, segmentos,
circunferências e todos os demais elementos gráficos que servem à nossa
intenção de criar ilustrações matemáticas.

7.1 Fontes PostScript

Quando instalamos o GhostScript em nosso computador, ganhamos


gratuitamente também 35 fontes PostScript. Essas fontes, cujos nomes e
formatos se encontram no Apêndice C, serão usadas para nomearmos os
elementos de nossos desenhos.
Diferentemente das fontes que usamos em programas como Microsoft
Word, OpenOffice e outros, as fontes PostScript não estão disponíveis para
escolha em um menu. O acesso e a manipulação dessas fontes é feito através de
uma série de comandos específicos muito simples e intuitivos, que passaremos
a explicar a seguir.

7.2 Principais comandos

Os principais comandos para operarmos com fontes em PostScript são 4:


findfont, scalefont, setfont e show. Na maioria das vezes, são utilizados como
se fossem um só, cada um responsável por uma parte do trabalho de imprimir na
tela uma letra ou um texto inteiro.

71
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

O comando findfont opera procurando no comutador a fonte desejada.


Por exemplo, se desejamos utilizar a fonte Helvetica (da qual a fonte Arial é uma
cópia ligeiramente modificada), usamos o comando

/Helvetica findfont

A fonte Helvetica é apenas uma das 35 fontes convencionais à disposição


do usuário no catálogo de fontes que acompanha o programa GhostScript,
armazenada em um diretório próprio. O Apêndice C, que lista as 35 fontes
disponíveis, deve ser consultado para a escolha de outras fontes.
Após a determinação da fonte, será necessário dizer ao interpretador
PostScript que tamanho ela terá. Usamos o comando scalefont, precedido do
tamanho da fonte, em pontos, para essa função:

/Helvetica findfont 12 scalefont

Observe que estipulamos a medida de 12 pontos para a fonte. Logo após


a escolha do tamanho, o comando setfont diz que é aquela fonte, naquele
tamanho, que será usada no programa daí em diante:

/Helvetica findfont 12 scalefont setfont

Agora estamos aptos a escrever com a fonte Helvetica, de tamanho 12,


em qualquer lugar da tela. A linha acima, com os comandos findfont, scalefont
e setfont costuma ser escrita como fizemos, como se fosse apenas um grande
comando composto.
Uma vez selecionada, escalada e estabelecida a fonte, como fazemos
para escrever na tela? Primeiramente, devemos mover o lápis para a posição
desejada:

/Helvetica findfont 12 scalefont setfont


200 300 moveto

Depois, colocamos nosso texto entre parênteses e adicionamos ao fim o


comando show:

72
Frederico José Andries Lopes

/Helvetica findfont 12 scalefont setfont


200 300 moveto
(Eis aqui um texto!) show

Com isso, devemos ver o texto “Eis aqui um texto!” localizado na posição
(200, 300) de nossa folha. A posição (200, 300) se refere ao canto inferior
esquerdo do texto todo.
Para desenhar mais um texto, digamos, 15 pontos abaixo do texto anterior,
basta movermos a ponta do lápis até lá e escrever:

/Helvetica findfont 12 scalefont setfont


200 300 moveto
(Eis aqui um texto!) show
200 285 moveto
(E eis aqui um outro texto!!) show

O programa acima gera o seguinte texto:

Eis aqui um texto!


E eis aqui um outro texto!!
Figura 7.2-a

como esperávamos. Não se esqueça de que as coordenadas de cada


linha, dadas como parâmetros ao comando moveto, referem-se ao canto inferior
esquerdo de cada texto. Em nosso caso, às beiradas de baixo das letras “E”.
Podemos escrever o texto inclinado, ou em qualquer direção que
desejarmos. Basta tratarmos o texto como um desenho qualquer. Observe que
o programa abaixo

/Helvetica findfont 12 scalefont setfont


200 300 translate
45 rotate
0 0 moveto
(Eis aqui um texto!) show

73
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

irá imprimir “Eis aqui um texto!” nas coordenadas (200,300) – agora a


nova origem de nosso sistema – girado 45o no sentido anti-horário:

Figura 7.2-b

Um comando como, por exemplo, -1 1 scale, poderá ser usado livremente,


como em um desenho qualquer:

Figura 7.2-c

Enfim, sobre textos podemos operar exatamente como com qualquer


outro elemento gráfico.

7.3 Outros comandos

Uma variação interessante do comando show é o comando ashow. Ele


provê maior flexibilidade na disposição das letras do texto a ser exibido.
O comando ashow recebe 3 argumentos, dois números e o texto entre
parênteses:

12 0 (Eis aqui um texto!) ashow

e mostra na tela o mesmo texto, mas agora com as letras separadas 12


pontos umas das outras na direção horizontal:

Figura 7.3-a

74
Frederico José Andries Lopes

Outro comando interessante é o charpath, que mostra apenas o contorno


da letra, sem preenchê-la por dentro. O programa seguinte

/Helvetica findfont 24 scalefont setfont


200 300 moveto
(Eis aqui um texto!) true charpath
stroke

desenha apenas o contorno das letras, agora com o tamanho 24:

Figura 7.3-b

Observe que o comando charpath foi precedido não só do texto a ser


impresso, mas da palavra true.

7.4 Exercícios

1. Desenhe um triângulo escaleno e rotule em seus vértices as letras A,


B e C.

2. Coloque as letras X e Y nos eixos da figura 1.1.

3. Nomeie os elementos do Teorema de Tales dos exercícios da seção 2.4.

4. Coloque as letras A, B, C, D, e E nos vértices da estrela da figura 6.1.

5. Escreva seu nome espelhado.

75
Capítulo 8
Acabamentos, cores e clipping

Neste capítulo, vamos tratar de comandos que interferem diretamente na


apresentação das ilustrações, principalmente no seu acabamento e na sua cor,
levando uma qualidade estética superior às ilustrações.
Apresentamos também o conceito de clipping (recorte), em que usamos
uma figura para delimitar outra.

8.1 Acabamentos

Há três tipos de terminações para uma linha qualquer: linhas sem


terminação, com terminação arredondada e com terminação quadrada, como
nos mostra a figura a seguir:

Figura 8.1-a

A linha de baixo, com uma linha em branco bem no meio (representando o


caminho abstrato que a PostScript faz antes de passar a tinta), mostra o padrão
de acabamento de linhas da linguagem PostScript. Não é necessário nenhum
comando para que as linhas fiquem assim.
A linha do meio mostra extremidades arredondadas, o que aumenta um
pouco o tamanho da linha.
A linha de cima mostra extremidades “quadradas” com um ligeiro acréscimo
em seu tamanho. Tanto neste quanto no acabamento anterior, o caminho é
“envolvido” pela tinta, o que não acontece no acabamento padrão.

77
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

As diferenças entre um e outro acabamento são conseguidas com o


comando setlinecap, com os argumentos 0 (o padrão), 1 ou 2. Por exemplo, a
linha do meio é conseguida com o comando
1 setlinecap
A escolha de um ou outro acabamento para a linha vai depender apenas
dos efeitos estéticos desejados.
Linhas podem também apresentar os seguintes efeitos quando unidas
umas às outras:

Figura 8.1-b

O tipo de união de linhas na parte de baixo da figura é o padrão, a maneira


que temos utilizado até agora. O tipo de união de linhas no meio da figura
mostra que a PostScript pode arredondar as beiradas de uma figura para nós.
Finalmente, o tipo de união de linhas do topo da figura mostra que a PostScript
também pode cortar um pouco de cada linha, caso não desejemos que a união
seja pontuda ou arredondada.
O comando que usamos para selecionar uma ou outra maneira de unir
linhas é o setlinejoin, com argumentos 0 (o padrão), 1, ou 2. Por exemplo, se
desejamos uma união de linhas como aquela do topo da figura, escrevemos
2 setlinejoin
Observe que o padrão adotado pela PostScript (0 setlinejoin) aumenta
ligeiramente o tamanho da figura. Isso é ainda mais notável quanto menor
for o ângulo que uma linha faz com a outra. Nesses casos, o melhor é usar 2
setlinejoin.
8.2 Cores
A PostScript usa o padrão RGB (Red, Green, Blue – Vermelho, Verde,
Azul) para escolher a cor da tinta que usará. Esse padrão é dito aditivo, e cria
cores a partir da mistura de vermelho, verde e azul.
O comando que faz essa seleção é o setrgbcolor, com três argumentos,
cada um variando de 0 a 1. Por exemplo, se desejamos uma linha com 10 pontos

78
Frederico José Andries Lopes

de espessura, mas da cor vermelha, devemos inserir no programa o seguinte


comando

1 0 0 setrgbcolor

o que produziria a figura abaixo:

Figura 8.2-a

Retome o programa que gerou a figura 3.2. Suponha agora que você
deseja um quadrado amarelo cercado por uma borda azul. No lugar de setgray,
você deveria usar, para o amarelo,

1 1 0 setrgbcolor

e, para o azul,

0 0 1 setrgbcolor

gerando a figura

Figura 8.2-b

No padrão RGB, o amarelo é criado pela adição de vermelho e verde.


Quais cores são criadas pela adição de vermelho e azul, e verde e azul? Teste
com o programa acima, e confira.

79
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Observe também que escrever 0.5 0.5 0.5 setrgbcolor produz o mesmo
efeito de 0.5 setgray. Cinzas são criados com a adição de partes iguais de
vermelho, verde e azul.
Existem outros sistemas de cores, mas é importante conhecer bem
o padrão RGB, usado também nos códigos de cores da linguagem HTML
(HyperText Markup Language).

8.3 Clipping

Suponha que você deseja cria uma figura como a seguinte

Figura 8.3-a

Como isso pode ser feito? O trabalho de calcular o tamanho de cada raio
parece muito difícil. Não seria melhor se desenhássemos primeiro

Figura 8.3-b

80
Frederico José Andries Lopes

e depois recortássemos um quadrado lá de dentro?


É exatamente essa a ideia de clipping: um recorte. Primeiro desenhamos
a figura com o programa

newpath
200 200 translate
0 0 moveto
72 {0 0 moveto
70 0 rlineto
5 rotate} repeat
stroke

mas antes definimos a figura que recortará essa:

150 150 moveto


100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
0 -100 rlineto
clip % o comando clip no lugar de stroke

Observe que o quadrado que será recortado termina com o comando clip,
indicando que aquele é um caminho de recorte, não um caminho sobre o qual
será passada tinta com o comando stroke. O programa completo fica

150 150 moveto % o recorte


100 0 rlineto
0 100 rlineto
-100 0 rlineto
0 -100 rlineto
clip

81
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

newpath % a figura
200 200 translate
0 0 moveto
72 { 0 0 moveto
70 0 rlineto
5 rotate} repeat
stroke

O caminho de recorte pode ser qualquer desenho fechado. Basta declará-


lo logo no início.

8.4 Exercícios

1. Retome os três primeiros exercícios do capítulo 3 e substitua as linhas


cinzas e pontilhadas por linhas coloridas à sua escolha.

2. Escreva um texto de três palavras, cada uma com uma cor diferente.

3. Desenhe a figura abaixo (use clipping):

exto texto texto texto text


exto texto texto texto text
exto texto texto texto text
exto texto texto texto text
exto texto texto texto text
exto texto texto texto text
exto texto texto texto text
exto texto texto texto text
exto texto texto texto text
exto textot exto textot ext

82
Referências

ADOBE SYSTEMS. PostScript Language: Tutorial and Cookbook. Reading:


Addison-Wesley, 1985.

______. PostScript Language Program Design. Reading: Addison-Wesley,


1988.

______. PostScript Language Reference Manual. 3rd ed. Reading: Addison-


Wesley, 1999.

______. PostScript Language Reference Supplement. Reading: Addison-


Wesley, 1999.

CASSELMAN, Bill. Mathematical Illustrations: A Manual of Geometry and


PostScript. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

______. Pictures and Proofs. Notices of AMS, Providence, v. 47, n. 10, p. 1257-
1266, 2000.

HOLZGANG, David A. Understanding PostScript Programming. 2nd ed.


Berkeley: Sybex, 1988.

MCGILTON, Henry; CAMPIONE, Mary. PostScript by Example. Reading:


Addison-Wesley, 1992.

REID, Glenn C. Thinking in PostScript. Reading: Addison-Wesley, 1990.

ROTH, Stephen. Real World Postscript: Techniques from Postscript


Professionals. Reading: Addison-Wesley, 1988.

SMITH, Ross. Learning PostScript: A Visual Approach. Berkeley: Peachpit


Press, 1990.

83
Apêndices
A - Preparando o ambiente

Para utilizar a PostScript em ambiente Windows, você precisará de um


editor de texto simples, como o Bloco de Notas, e os programas GhostScript e
GSView.
Esses programas serão usados em conjunto da seguinte maneira: o Bloco
de Notas será usado na escrita dos programas, e o GhostScript interpretará
esses programas, transformando-os em desenhos que serão visualizados na
tela do computador pelo GSView ou enviado diretamente para impressão em
uma folha de papel.
O Bloco de Notas vem com o Windows. Para instalar o GhostScript e o
GSView, siga os passos abaixo:

• Acesse a página http://pages.cs.wisc.edu/~ghost/


• Escolha a versão mais nova de “GPL GhostScript” e clique no link para
acessar a página de downloads. No fim da página, na seção “Microsoft
Windows”, escolha a versão de 32 ou 64 bits, segundo a arquitetura
de seu computador. Na dúvida, escolha a versão de 32 bits. Clique no
link e baixe o arquivo em uma pasta de seu computador.
• Volte à página indicada e baixe também a mais recente versão do
programa GSView.
• Acesse a pasta em que você gravou os dois programas e instale
PRIMEIRAMENTE o GhostScript. Basta dar dois cliques no arquivo
baixado e selecionar “Setup” na primeira janela que aparecer, e em
“Install” na segunda. Assim o GhostScript será instalado.
• Após esse procedimento instale o GSView. Dê dois cliques no arquivo
e clique em “Setup” na primeira janela que aparecer. Logo depois,
haverá uma nova janela para escolha do idioma a ser utilizado.
Escolha um de sua preferência (infelizmente, o programa não dá a
opção de escolher português). Vá clicando em “Next” a cada nova
janela, e no final em “Exit”.

85
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

Pronto! Você já pode programar em PostScript e visualizar arquivos de


extensão ps, por meio da qual gravaremos os arquivo de agora em diante.
Observe que os programas acima são distribuídos pela internet. É possível
que, no momento em que você lê este livro, a página onde estão disponíveis
tenha mudado de endereço. Com a ajuda de algum buscador de sua preferência,
procure o novo endereço, acesse a nova página, e siga os passos descritos
acima.

86
Frederico José Andries Lopes

B - Trabalhando com PostScript

Existe uma metodologia simples para trabalharmos com a PostScript em


ambiente Windows:

• Abra o Bloco de Notas e crie um arquivo com o nome que desejar,


salvando-o com a extensão ps em algum diretório de seu computador.
Por exemplo, se você deseja que seu gráfico se chame meugrafico,
salve-o como “meugrafico.ps”. Mantenha o Bloco de Notas aberto.
• Abra o GSView. Clique no botão “OK” na janela que vai aparecer no
centro da tela. Agora abra o arquivo “meugrafico.ps”. Por enquanto,
nada deve aparecer na tela.

Nesse momento, você deve estar com duas janelas abertas no seu
computador, uma para o Bloco de Notas e outra para o GSView. Para verificar
se seu sistema está bem configurado, digite, no arquivo “meugrafico.ps”, as
seguintes linhas de código:

newpath
0 0 moveto
250 250 lineto
stroke

Salve o arquivo e observe o resultado no GSView. Uma linha diagonal


deve aparecer no canto inferior esquerdo da página. Se necessário, role a página
para baixo ou diminua o zoom. Se você ainda não viu a linha, aperte a tecla “R”
para atualizar a página. Agora você deve ter visto o gráfico, no canto inferior
esquerdo, e já sabe como proceder de agora em diante.

Trabalhando interativamente

Outra maneira de trabalhar com PostScript é interativamente, digitando


cada uma das linhas acima em um prompt de comandos do GhostScript. Nesse
caso, você precisará acrescentar o comando showpage no final do código para

87
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

que seu desenho seja mostrado em uma nova janela. Maximize essa nova janela
para visualizar o seu desenho. Após visto o desenho, aperte a tecla <enter> para
voltar ao prompt de comando. Proceda dessa maneira para testar trechos de seu
código.
Esse método, porém, é recomendado apenas para testes rápidos, e não
para desenvolvimento de longos desenhos.

88
Frederico José Andries Lopes

C – Fontes PostScript
As 35 fontes padronizadas da linguagem PostScript são:

Além dessas, existem muitas outras fontes disponíveis gratuitamente na


internet. Versões recentes do programa GhostScript trazem muitas outras não
listadas aqui.

89
PostScript Ilustrando e aprendendo matemática

A instalação de fontes PostScript está explicada em PostScript Language


Reference Manual (ADOBE SYSTEMS, 1999).

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Frederico José Andries Lopes

D - Criando um arquivo EPS

Arquivos EPS (Encapsulated PostScript) são extensamente utilizados na


indústria gráfica, pois permitem incorporar os gráficos gerados em documentos
diversos. Em particular, os arquivos EPS são a opção preferencial de gráficos
para o sistema de tipografia LaTeX, e por isso muito importantes na área científica.

• A geração de um arquivo EPS é simples:


• Depois de visualizado o gráfico desejado pelo GhostView, acesse o
menu “File” e clique na opção “PS to EPS”
• Nas próximas duas caixas de diálogo que aparecerem, clique em
“Yes” ou “Sim”, e escolha a pasta de destino onde será gerado o
arquivo EPS.

O arquivo EPS gerado pode ser convertido para outros formatos, segundo
a conveniência. Um programa gratuito muito bom para visualizar e converter
os arquivos EPS em um grande número de outros formatos é o IrfanView,
gratuitamente disponível na internet.

91
Sobre o livro:

Capa: 31,0 cm por 23,5 cm / Miolo: 15,5 cm por 22,5 cm

Tipologias Utilizadas: Arial (8/10/12/45 pt) Century Gothic (6/9/12pt), Courier New (10 pt)

Papel: Offset 90g/m² (miolo) e Cartão Supremo 250g/m² (capa)

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