[Novos Caminhos do Direto no Séeulo XI
Luiz Olavo Baptista
Tercio Sampaio Ferraz Junior
Coordnadores
NOVOS CAMINHOS DO
DIREITO NO SECULO xxI
ito Internacional, Filosofia Juridica e Politica,
Dogmatica Juridica e Direitos Fundamentais
Uma Homenagem a Celso Lafer
2* Edigao
Revista e Atualizada
Colaboradores
‘Ada Pellegrini Grinover
Alberto do Amaral Jinior
Alvaro de Vasconcalos
‘Ana Maria do Oliveira Nusdeo
‘André de Carvalho Ramos
‘Antonio Candido
Ai Marcelo Solon
Cisio MesquitaBaros
Cada Pertone-Moisés
Cristiano de Sousa Zanetti
Edmundo Susu Fujita
Eduardo Carlos B. Bitar
iva da Silva Ramos
Bhzabeth Accioly
Elza Antnia Perera Cunha Boiteus
Fabio Konder Comparsto
Fausto de Quadros
Fausto Pocar
Felix Pea
Flavio Pores da Cunha Birrebach
Gelso Fonseca Je
Guierme Oliveira Martine
Jacques Marcovith
ole Alaing
José Afooso da Siva
owe Augusto Guin ATbuquerque
owe Augusto Lindren Alves
Jo Carlos de Magalies
José Levi Mello do Amaral Jinior
Liz Olvo Baptista
Manoel Gongalves Ferreira Filho
Marcelo Mattos Araujo
Mariela Basso
Newton de Lucca
Ricardo Lewandowski
‘Rui Manuel Moura Ramos
‘Sandro Schipani
‘Syneso Sampaio Goes Filo
“Tercio Sampaio Feraz Junior
Umberto Cel Junior
Vera Mhostensen
‘Victor Luiz do Prado
Curitiba
Jurud Editora
2013[Novos Caminhos do Direto no Séeulo XI
107
10
PANORAMA DO
DIREITO INTERNACIONAL
PRIVADO CONTEMPORANEO
Rui Manuel Moura Ramos'
ScE-uREESueeeceeeesee
Sumério: 1. A Internacionalizagdo como elemento caracteriza-
dor da situagito do discurso juridico na actualidade e a sua re-
lativizaedo, quando aplicada ao direito internacional privado; 2,
Especificidade deste sector do juridico a este propésito e pre-
senga de linhas de forca que na actualidade o distinguem; 3. A
ersistente estruturacdo dos sistemas nacionais de direito inter-
nacional privado; 4. A diversificacdo das fontes internacionais
do direito internacional privado; 5. O desenvolvimento do di-
reito internacional privado comunitério; 6. A subordinacdo cres-
cente do direito internacional privado aas principios e valores
constitucionais; 7. O pluralismo metodolégico no direito inter-
‘nacional privado actual: regras de aplicagdio necesséria e ime-
diata, regras de direito internacional privado material, referén-
‘cia ao ordenamento competente e reconhecimento mituo; 8. A
Progressiva especializagéo das regras de conflites tradicionais;
9. A flexibilizagdo das regras de conflits nas suas distintas mo-
dalidades; 10, A resultselective approach on escolha da lei em
fungaio do resultado; 11. O erescente relevo da autonomia das
artes e a valorizacdo da dimensao do direito internacional pri-
vado como direito de reconhecimento; 12. Concluséo.
———______
Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Membro do Institut de
roit International. resiente do Tribunal Consttucional Portuguts, Antigo Juiz do Tri=
‘buna de Primeira Instancia das Comunidades Europeias,
—_‘Rui Manuel Moura Ramos
1 A INTERNACIONALIZACAO COMO ELEMENTO
CARACTERIZADOR DA SITUACAO DO. DiIscuRSO.
JURIDICO NA ACTUALIDADE E A SUA RELATIVIZACA
QUANDO APLICADA AO DIREITO INTERNACIONAY A”
PRIVADO
Constituindo a nota da intemacionalizagdo uma caract mar- \ rat
cante dos sistemas juridicos nos nossos diast, ela deve ser ‘objecto de alguma
Particularizagdo, quando aplicado ao horizonte da dsciplina que em esporal
aqui me interessa: 0 diteito internacional privado. Na verdade, e se berm vex
mos as coisas, ela parece pressupor que um distinto e marcanteaspecto ca.
racterizador da evolucao das ordens juridicas sera, nos tempos que vivemos,
0 da sua internacionalizagio, como quer que se entenda este conceito, Afigu.
Se assim que a colocagao do problema nestes termos parte da idcia de que
essa internacionalizag’o da ciéncia Juridica, nos seus diferentes aspectos,
i lade da época que vivemos, ou, pelo menos, que nesta ela
ird apresentar uma particular configurago.
E precisamente este aspecto que justifica algumas precisdes que nos
levam a crer que, assim entendido, ele envolve algo de paradoxal, quando
aplicado ao direito internacional privado. Na verdade, falar de intemacionali-
zag4o a propésito desta disciplina no poder fazer esquecer que a caracteris-
tica saliente e definidora do seu objecto € precisamente a intemacionalidade
das relagées juridicas a que se dirige a sua regulamentagdo, resultado do seu
cardcter plurilocalizado ou heterogéneo, que, em suma, decorre da circuns-
tancia de se ndo deixarem aprisionar ou represar nas fronteiras de uma sé
ordem juridica. E precisamente se, enquanto € porque imtemacionais, neste
sentido, que as situagdes da vida interessam também ao direito internacional
Privado, e nto jé tdo 86 a0s outros ramos da ciéncia juriico-prvatista, pelo Eel
que se pode assim entender, quanto ao objecto da disciplina de que curamos,
que a internacionalizagao Ihe est, por assim dizer,in re ipsa.
E se assim é quanto ao objecto, hé que reconhecer que algo de pa-
ralelo no podia deixar de se verificar no plano das fontes da discip an E a
certo que, diferentemente do direito intemacional pablico ou geral, ot
‘mandos do sector da ordem juridica de que nos ocupamos nao tém a
riamente uma origem internacional, no sentido de que devem a sua g
* Ct, enre outros, MARTY, Mire Delmas, Les forces imaglaantes ddr wie
Punversal, Fas: Editions du Sel, 2008, Miele Delmas Mary e Stephen rye) |
Regards crusts sur Vinternatinaiaion du droit: France — Eines Se
Linternationalisation du droit. Mélonges en honeur de Yvon Lo
1999,