1 – REALISMO
Resumo Grupo 1
2 – CONSTRUTIVISMO
O construtivismo mostra que mesmo nossas instituições mais duradouras são baseadas
em entendimentos coletivos; que elas são estruturas reificadas que foram um dia
consideradas ex nihilo pela consciência humana; e que esses entendimentos foram
subsequentemente difundidos e consolidados até que fossem tidos como inevitáveis.
Além disso, os construtivistas acreditam que a capacidade humana de reflexão ou
aprendizado tem seu maior impacto no modo pelo qual os indivíduos e atores sociais dão
sentido ao mundo material e enquadram cognitivamente o mundo que eles conhecem,
vivenciam e compreendem. Assim, os entendimentos coletivos dão às pessoas razões
pelas quais as coisas são como são e indicações de como elas devem usar suas habilidades
materiais e seu poder.
A importância e o valor do construtivismo para o estudo das relações internacionais
repousa basicamente em sua ênfase na realidade ontológica do conhecimento
intersubjetivo e nas implicações metodológicas e epistemológicas dessa realidade. Os
construtivistas acreditam que as relações internacionais consistem primariamente em
fatos sociais, os quais são fatos apenas por acordo humano. Ao mesmo tempo, os
construtivistas são "realistas ontológicos"; acreditam não apenas na existência do mundo
material como que "esse mundo material oferece resistência quando agimos sobre ele"
O construtivismo, em oposição ao realismo ou ao liberalismo, não é uma teoria da
política per se. Ele é, na realidade, uma teoria social na qual as teorias construtivistas de
política internacional - como por exemplo, sobre a guerra, a cooperação e a comunidade
internacional - se baseiam. O construtivismo pode iluminar características importantes da
política internacional que eram antes enigmáticas e tem implicações práticas cruciais
para a teoria internacional e as pesquisas empíricas.
O construtivismo desafia apenas os fundamentos ontológicos e epistemológicos do
realismo e do liberalismo. Não é anti-liberal ou anti-realista por convicção; não é
pessimista ou otimista por vocação. Consequentemente, o construtivismo representa a
primeira oportunidade real de criação de uma teoria sintética das relações internacionais
desde que E. H. Carr (cuja "obra emerge do importante meio termo entre absolutismo e
relativismo" [Howe, 1994: 287]) estabeleceu seus fundamentos, logo antes da Segunda
Guerra Mundial (Carr, 1964). Se for possível que se persuada que os entendimentos
normativos e coletivos causais são reais, na medida em que eles têm consequências para
os mundos físico e social, será muito mais fácil argumentar que tanto a compreensão da
política mundial quanto o progresso da disciplina podem depender da construção de uma
síntese sócio-cognitiva que se forma nas dimensões material, subjetiva e intersubjetiva
do mundo.