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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0002968-12.2016.8.05.0039


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO DO BRASIL SA

Recorrido(s) : SIGISLANE DOS SANTOS

Origem : 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - CAMAÇARI


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

G
VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR.BANCO. SERVIÇOS. BLOQUEIO DO


CARTÃO. INDISPONIBILIDADE DE VALORES DEPOSITADOS EM CONTA.
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRÁTICA ABUSIVA. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. QUANTUM ARBITADO DE ACORDO COM OS PARÃMETROS
DA RAZOABIULIDADE E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


procedente o pedido, nestes termos: “ Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES, em
parte, os pedidos iniciais para determinar o imediato desbloqueio do cartão bancário
discriminado na exordial, condenando ainda a Acionada ao pagamento à parte autora, da
quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a título de danos morais, valor esse que deverá ser
corrigido monetariamente pelo INPC, a partir da sentença, consoante enunciado 362 do
STJ.” .

A parte recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em


síntese, que não houve ato ilícito, e nem falha na prestação dos serviços, que
não fora demonstrado qualquer prejuízo pela parte acionante, inexistindo dever
de indenizar, bem como que não encontram-se presentes os requisitos
ensejadores do dano moral.

Em que pese o quanto alegado pelo réu, não constam dos autos a
prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte
autora.Com efeito, em que pese a admissibilidade na adoção de procedimentos
de segurança interna adotados pelas instituições bancárias, tal fato não pode
obstacularizar o acesso do correntista ao saldo depositado junto ao Banco.
Alega a parte ré que após o prazo de 180 dias sem que tenha havido qualquer
movimentação o cartão de débito do correntista é imediatamente bloqueado.

Tais limitações temporárias de utilização da conta, ou bloqueio de cartão,


contudo não podem ultrapassar o limite do razoável, sendo ônus das
instituições financeiras a adoção de medidas eficazes no sentido de resolver no
menor tempo possível problemas decorrentes de fraudes. No caso concreto, a
parte autora prova a indisponibilidade havida em sua conta, colacionando
documentos, extratos, tentativas de compras, bem como demonstra ter
comunicado o banco em tempo hábil acerca do ocorrido. O banco, por sua
vez, limita-se a alegar que tal demora na resolução do problema se deve a
procedimentos internos de averiguação e segurança.

Patente a falha na prestação dos serviços, e presentes, ademais, os


requisitos caracterizadores da responsabilidade objetiva O art. 14 do CDC,
dispondo sobre a responsabilização do fornecedor pelo fato do produto ou
serviço, preleciona que: “Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

O conjunto probatório demonstrou cabalmente a ocorrência do dano


moral que muito mais que aborrecimento e contratempo, resultou em situação
que lhe causara constrangimentos, diante do bloqueio indevido do cartão de
crédito, sem qualquer aviso prévio, o que possui o condão de violar direitos da
personalidade, sendo assente em sede jurisprudencial que tais práticas são
manifestamente abusivas, sendo mister o reconhecimento do dano moral na
presente hipótese.
O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de
danos morais, guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e
com a repercussão do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em
harmonia com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser
mantida.

ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO


INTERPOSTO E NEGO-LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada
pelos próprios fundamentos. Custas processuais e honorários advocatícios pelo
recorrente, que arbitro em 20% sobre o valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA


2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0002968-12.2016.8.05.0039


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO DO BRASIL SA

Recorrido(s) : SIGISLANE DOS SANTOS

Origem : 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - CAMAÇARI


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados

Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,

CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA

AUXILIADORA SOBRAL LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA

HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO E

IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Custas

processuais e honorários advocatícios pelo recorrente, que arbitro em 20%

sobre o valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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