AULA 2
CONTEXTUALIZANDO
Fonte: https://goo.gl/ZnVQ7r
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Um outro aspecto essencial das negociações é a apresentação pessoal
do negociador: a maneira como se apresenta, como se veste ou como se porta.
Boa apresentação pessoal não significa roupas caras e de grifes famosas, mas
vestimentas condizentes com o local e a formalidade do encontro:
Obviamente que você não precisa se vestir com trajes típicos chineses,
japoneses ou árabes para negociar na China, Japão ou em algum país do
mundo árabe. Porém, um certo grau de formalidade sempre é esperado dos
negociadores.
Leitura obrigatória
IAMIN, G. P. Negociação: conceitos fundamentais e negócios
internacionais. InterSaberes: Curitiba, 2016. Leia o Capítulo 1. Disponível
em: <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788544303597/
pages/-2>
Imagine que você foi enviado por uma grande empresa brasileira para
prospectar negócios na Europa. Você tentaria vender cerveja brasileira na
Alemanha? Vinhos na Itália ou França? Ou azeites nacionais em Portugal ou
Espanha? Imagino que não, uma vez que esses países são, respectivamente,
grandes produtores das melhores cervejas, vinhos e azeites do mundo (ainda
que empresas brasileiras vendam esses produtos por lá). Portanto, esses
países europeus não teriam necessidade ou interesse em adquirir esses
produtos do exterior.
Esse breve exemplo dá uma ideia da importância de se entender o
cliente e suas expectativas em um processo de negociação. O que meu cliente
quer? O que ele espera? Quais são suas necessidades básicas? Vender gelo
para esquimó não é uma boa ideia, mas talvez esse mesmo esquimó que não
precisa de gelo queira comprar cobertores, aquecedores ou algum tipo
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diferente de forno. Sempre haverá alguém precisando comprar alguma coisa, e
seu trabalho fundamental é encontrar a pessoa que tem essa necessidade.
Para isso, negociadores têm uma atribuição fundamental: entender o
cliente e suas necessidades essenciais. Internacionalmente, uma forma de
fazer isso é analisando as balanças comerciais dos países: o que as nações
mais importam? Será que eu consigo vender meu produto lá também? Essa é
uma forma muito inicial de se efetuar negócios no exterior, mas é válida. Afinal,
produtos são importados por necessidades de alguém.
Um outro ponto importante é entender as diferenças entre o produto
fabricado no Brasil e os concorrentes vendidos nos demais países. E por que?
Porque entender a concorrência pode lhe ajudar a entender seu cliente: quais
seus hábitos, preferências, como o consumidor costuma comprar? Por
exemplo: no Brasil é comum pagamentos parcelados via cartão de crédito. Em
outros locais, essa modalidade é muito rara.
Dentro da ideia de entendimento do cliente está também um
autoquestionamento que os bons negociadores devem se fazer: será que o
produto ou serviço que eu ofereço precisa de algum tipo de adaptação para
entrar em mercados externos? Vejamos o caso das empresas de refrigerante
no Japão.
Muitas delas precisam oferecer uma grande gama de produtos para se
manterem ativas no mercado, uma vez que é característico do público
consumidor japonês o gosto por produtos variados. A Coca Cola, conhecida no
mundo todo por vender refrigerantes, tem como líder de vendas no Japão seus
chás e cafés. Já a Pepsi vende refrigerantes de diversos sabores, até mesmo
de pepino. Esses são apenas alguns exemplos de como pode ser necessário
adaptar produtos e serviços para se ter sucesso em um determinado mercado.
Há, ainda, questões importantes relacionadas à distribuição de um
produto em um novo mercado. O negociador internacional deverá entender
como o cliente compra. Pode ser pela internet, em distribuidores locais,
supermercados, lojas próprias das marcas etc. Todas essas características
juntas nos auxiliam a entender o cliente, suas preferências e,
consequentemente, posicionar melhor nosso produto ou serviço em um novo
mercado.
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Saiba mais
Dicas para entender melhor os clientes. Leia este artigo da
Exame: <http://exame.abril.com.br/pme/7-dicas-para-negociar-melhor-com-
clientes-da-sua-empresa/>
Saiba mais
Descubra quais são os erros mais comuns dos vendedores.
Visite: <http://esagjr.com.br/negociacao-erros-comuns-de-um-vendedor/>
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Saiba mais
Conheça o conceito de diplomacia de acordo com a comunidade da
Wikipedia. Visite: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Diplomacia>
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intercultural, que quando ignorada, pode trazer sérias consequências aos
envolvidos.
Da mesma forma que você não precisa se tornar amplamente versado
nas questões legais dos mais diferentes países do mundo, você não precisa se
tornar um exímio antropólogo conhecedor de todas as culturas existentes.
Basta que, ao elaborar um projeto, ao viajar ou negociar com determinado país,
você pesquise sobre seus hábitos, gostos, e o que pode ser considerado como
ofensa.
É importante frisar que uma cultura não é algo herdado geneticamente,
mas um comportamento aprendido. Ou seja: se você precisar ir morar em outro
país, poderá aprender a se comportar como seus cidadãos. Todo profissional
de relações internacionais deve também saber que nenhuma cultura é melhor
ou pior do que a outra, mesmo porque esse tipo de comparação e afirmação
não faz nenhum sentido. Etnocêntrico é aquele que considera a sua própria
cultura melhor do que as demais.
Pense por um instante nas questões gastronômicas para lhe auxiliar a
entender as questões culturais. Aquilo que para nós é comum, como comer
carne de porco, é pecaminoso para os israelenses. Enquanto os chineses
utilizam insetos e ovos fecundados em sua gastronomia, essa ideia pode não
nos apetecer tanto...
Leitura obrigatória
NYEGRAY, J. A. Projetos internacionais: estratégias para a expansão
empresaria. InterSaberes: Curitiba, 2016. Leia a 5ª parte do primeiro capítulo.
TROCANDO IDEIAS
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NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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forma muito inicial de se efetuar negócios no exterior, mas é válida. Afinal,
produtos são importados por necessidades de alguém.
Um outro ponto importante é entender as diferenças entre o produto
fabricado no Brasil e os concorrentes vendidos nos demais países. E por que?
Porque entender a concorrência pode lhe ajudar a entender seu cliente: quais
seus hábitos, preferências e como o consumidor compra.
Quanto melhor você entender a respeito de um produto ou serviço,
melhor você poderá resolver e responder às dúvidas de seu cliente. Se, ao
receber perguntas você titubear e não responder com convicção e facilidade, o
cliente acabará com a impressão de que ou você não sabe do que está falando
ou não confia no que está vendendo. Por isso, é importante ser assertivo em
suas respostas, capaz de solucionar até as dúvidas mais técnicas e buscar
sanar todos os receios que um eventual cliente possa ter.
Os objetivos de uma empresa em suas relações internacionais servirão
como base para a criação de uma política externa corporativa, que se
encarregará de descrever e explicar tais objetivos e criar meios para eles se
concretizem.
O responsável pela política externa de uma empresa será o diplomata
corporativo. A ele caberá atuar para que os objetivos da política externa
corporativa (PEC) sejam efetiva e eficientemente cumpridos. Muitas vezes,
para negociar no exterior ou vender e negociar em determinado país, é
necessário adaptar produtos às preferências e legislações locais. Essa é a
tarefa do diplomata corporativo.
Em negócios internacionais é comum que o profissional ingresse em
diferentes ambientes, diferentes países, caracterizados por diferentes culturas
e hábitos. Consequentemente, cada um desses ambientes traz os mais
diversos padrões de comportamento considerados normais. Com esses
comportamentos, vêm os hábitos do consumidor, leis e diretrizes e uma série
de outras dimensões que devem ser objeto de estudo dos profissionais de
negócios internacionais e comércio exterior.
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REFERÊNCIAS
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RESPOSTA
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