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1. Introdução
1. O presente documento analisa a Conta Geral do Estado de 2013 e o respectivo
Relatório e Parecer do Tribunal Administrativo. Sendo redigido pelas organizações
integrantes do Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), a análise tem particular
enfoque sobre as áreas de trabalho daquelas organizações, de entre outras, as
despesas com os sectores prioritários (por exemplo, saúde, educação, acção
social e água e saneamento), a contribuição dos mega-projectos para a economia
nacional, as transferências de parte das receitas dos mega-projectos para as
comunidades locais e dívida pública.
2. O FMO realiza com regularidade este exercício de análise ciente de que dele
possam ser construídas agendas de trabalho de lobby e advocacia destinadas a
imprimir mais transparência, responsabilização e planificação participativa das
finanças públicas com vista a melhorar a governação e o bem-estar dos cidadãos.
3. A CGE é o instrumento através do qual o Governo apresenta a sua execução
orçamental e financeira anual, bem como apresenta o resultado do exercício
económico e a avaliação do desempenho dos órgãos e instituições do Estado.
4. Esta análise pode ser usada por outras entidades que não sejam membros do
FMO, nomeadamente, Assembleia da República, Governo, órgãos de
comunicação social e outras organizações da sociedade civil.
2. Objectivos e Metodologia
5. A presente análise tem três objectivos: primeiro, identificar aspectos
críticos/lacunas na CGE; segundo, com base nesses aspectos críticos, construir
uma agenda de advocacia por parte das organizações da sociedade civil que
fazem parte do FMO e outras que possam estar interessadas; terceiro, propor
recomendações que possam melhorar a produção da CGE e do Relatório e
Parecer do Tribunal Administrativo para os próximos anos.
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4. Constatações
4.1 Dotações orçamentais e suas alterações
11. É comum e normal que o Governo proceda a alterações orçamentais, conforme
estabelece a Lei do SISTAFE, Lei no. 9/2002, de 12 de Fevereiro; art. 34). A
questão, no entanto, não reside na alteração em si, mas sim na sua
fundamentação legal, na observância dos princípios orçamentais e no impacto
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Quadro 1: Resumo das Alterações Orçamentais feitas em 2013 em comparação com 2012
(Em milhões de Meticais)
16. Tal como nos anos anteriores, o Governo continua a apresentar informação
agregada sobre a contribuição dos mega-projectos para a economia
nacional, não permitindo assim uma análise mais detalhada. O Governo
apenas dá detalhes quando se lhes pedem esclarecimentos. Deve ser possível
identificar de que empresa se trata quando se fala de “produção de energia”;
“exploração de recursos minerais” ou de “outros mega-projectos.” Mais detalhe na
apresentação de informação pública significa maior cometimento com a
transparência e a boa governação. O FMO gostaria de ver mais detalhe tanto na
CGE como nas apreciações do TA.
17. Tanto o Governo como o TA podem e devem passar a usar informação
produzida no âmbito da Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva
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6. Conclusões e recomendações
39. É um avanço positivo o facto da CGE 2013 ter sido publicada nos finais de
Julho de 2014, muito antes da AR a ter solicitado, e faltando ainda, muito tempo
para o fim do prazo legalmente estabelecido. O formato do documento não mudou
em comparação com os anos passado, facilitando a análise por parte de quem o
pretenda fazer.
40. A linguagem usada na CGE, e particularmente, a expressão de valores
monetários ora em moeda nacional ora em dólares norte-americanos dificulta
uma análise mais detalhada da situação financeira do Estado por parte de
cidadãos sem formação especializada. A este respeito, o FMO recomenda o
Governo a seguir o exemplo do TA, elaborando versões simplificadas da CGE.
Aliás, o mesmo Governo já produz versões simplificadas do OE, através do
“Orçamento do Cidadão”, um exemplo que deve ser seguido.
41. Depois de uma análise aturada ao longo dos anos, fica-se com a impressão de
que as auditorias do TA são uma mera formalidade, facto que pode justificar a
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