EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA

FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO COITÉ/ESTADO DA

BAHIA.

Processo nº 8000151-58.2016.8.05.0063

A ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DA FAZENDA MATEUS E REGIÃO -

ACOMAR, representada por sua Presidente Sra. CLÉCIA DA SILVA
OLIVEIRA, brasileira, maior, CPF n°. 040.470.425-52, portadora
de RG nº 1576601331, residente na Fazenda Mateus, s/n, Zona
Rural, Conceição do Coité/BA, por intermédio de seus
Procuradores infrafirmados, vem, à presença de V. Excelência,
apresentar CONTESTAÇÃO à Ação de Reintegração de Posse
proposta por RAIMUNDO BRITO DA SILVA, já qualificado nos autos
em epígrafe, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir
expostos:

I – DA TEMPESTIVIDADE

Tendo em vista que a audiência de justificação ocorreu em

25/04/2019, inicia-se a partir daí o prazo para apresentar
Contestação, conforme previsão parágrafo único do art. 564 do
CPC, com termo final em 17/05/2019, o que implica na sua
tempestividade, posto que apresentado nesta data.

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 II - DAS PRELIMINARES

II.a. DA ILEGITIMIDADE DA ASSOCIAÇÃO REQUERIDA

O imóvel objeto da lide consiste em bem afetado a fim

público, denominado Escola Municipal Leopoldino Romualdo da
Silva, situada na Fazenda Mateus, Zona Rural, pertencente ao
Município de Conceição do Coité.

A Associação Fazenda Mateus, representada por sua

Presidente Sra. Clécia da Silva Oliveira, é parte ilegítima na
relação processual, tendo em vista que o Município de
Conceição do Coité, em 22 de outubro de 2015 apenas cedeu o
uso do prédio para a realização e o desenvolvimento das
atividades da Associação dos Moradores da Fazenda Mateus.

Com isso, tendo em vista que o sujeito passivo da relação

jurídica existente é o Município de Conceição do Coité, requer
seja acolhida a presente preliminar para determinar a exclusão
da Associação do polo passivo da demanda.

III – DO MÉRITO

DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE POSSE – REQUISITO DA AÇÃO DE

REINTEGRAÇÃO DE POSSE.

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 Cumpre ressaltar que, para se beneficiar do pedido de
reintegração, é indispensável a comprovação da posse, por
disposição expressa do artigo 561 do Código de Processo
Civil:

Art. 561. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na

ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de
reintegração.

O Município sempre deteve a posse do bem, sem qualquer

oposição do Autor. Nesse diapasão, importante frisar que o
imóvel objeto da lide, manteve a sua finalidade pública de
escola, desde antes de sua criação, em meados dos anos 80, até
o ano de 2012. Desativada a escola, Município permitiu o uso
do referido imóvel à Associação de Moradores da Fazenda
Mateus, no período compreendido entre 26 de outubro de 2015 e
28 de outubro de 2017. Inclusive, neste local, nos períodos
eleitorais, funciona a Zona 0132 Seção 0148.

Neste particular, causa estranheza ao acionado que o Autor

somente tenha ajuizado a presente ação após tantos anos de
utilização do imóvel de forma mansa e pacífica e jamais
contestada por este ou por qualquer morador daquela
localidade.

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 Evidente, portanto, que o Autor não fez prova dos
requisitos legais da ação, especialmente no que toca à
comprovação do exercício efetivo da posse.

V- DAS PROVAS:

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em

Direito admitidos, especialmente prova pericial, depoimento
pessoal do Requerente, sob a cominação de confissão e todas as
demais que se fizerem necessárias ao deslinde da causa.

VI- DOS PEDIDOS

Do quanto exposto, requer:

Sejam acolhidas as preliminares suscitadas, extinguindo do

processo sem julgamento do mérito, nos termos do artigo 485, I
e VI, do Código de Processo Civil. Caso este Juízo entenda
pelo não acolhimento das preliminares, que no mérito julgue
IMPROCEDENTES os pedidos aduzidos na presente ação pelos
motivos expostos.

Termos em que espera deferimento.

Conceição do Coité - BA, 13 de maio de 2019

WAGNER FRANCESCO

OAB/BA 58.110

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