Penhane BOLETIM OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE APOIO E ASSISTÊNCIA JURÍDICA AS COMUNIDADES
Director Executivo: Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês
AAAJC expõe mineração junto à Assembleia Provincial
A Associação de Apoio e Assistência Jurídica as
Comunidades, AAAJC, expõe, esta Quarta-feira,
15 de Maio, à Assembleia Provincial, o processo
de mineração em Tete. O Governo da província
está neste fórum a ouvir a AAAJC exprimindo o
sentimento das populações afectadas pelo reas-
sentamento forçado das empresas de mineração.
A exposição da AAAJC incide sobre a empresa
JINDAL em Marara que mostra-se relutante em
reassentar a comunidade de Cassoca, enquanto a
ICVL procede da mesma forma em relação a co-
munidade de Capanga, apesar de já existirem
Plano de Reassentamento aprovados. Aliás, é
entendimento da AAAJC que perante estas duas
situações, nota-se pouco empenho por parte dos
Governos distritais de Marara e de Moatize, por-
que o Artigo 25, alínea c) do Decreto n° 31/2012,
de 8 de Agosto (Regulamento de Reassentamen-
to), determina que empresa que não cumpre Pla-
no de reassentamento aprovado pelo Governo do
distrito incorre a uma multa correspondente a
Qualidade das obras dos 2,75% é lastimável
A lei não prevê um mecanismo claro de monitoria
de obras financiadas com fundos de 2,75%, sendo
também por isso que a maior parte dos projectos
implantados no distrito de Moatize através desses
fundos apresentam qualidade duvidosa. Conside-
ra a AAAJC que a responsabilidade de construção
de infra-estruturas devia ser do Governo através
dos fundos do Orçamento Geral e nunca utilizar-
se 2,75% para esse fim. E mais, a população reas-
sentada em Mualadzi, afectada pela mineração
em Moatize nunca foi comtemplada nos fundos
de 2,75%, o que constitui violação. Reconhecendo
que no momento em que ocorreram estes reassen-
tamentos ainda não tinha sido aprovado o Decre-
Quem somos? Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC), é uma organização da Sociedade Civil Moçambicana, não-governamental,
sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2008 e com os seus estatutos legalmente publicados em 2010 no Boletim da República nº. 2, III serie, 4º suple-
mento de 19 de Janeiro. A sede é na cidade de Tete.
10% de todo o valor investido no empreendimen-
to mineiro. Logo, fica difícil entender porquê as
empresas JINDAL e ICVL até agora não foram
condenadas a pagar essa multa ao Estado. Por ou-
tro lado, como defende a AAAJC o valor de 2,75%
da taxa do imposto mineiro para o desenvolvi-
mento local é um direito das comunidades afecta-
das pela mineração pelo sacrifício que fizeram em
abandonar o seu local de origem involuntaria-
mente para dar lugar as actividades mineiras, sen-
do que deve ser muito bem gerido pela Secretaria
Distrital, mas atendendo sempre os projectos es-
colhidos e apresentados pelas comunidades a ní-
vel dos Conselhos Consultivos das Localidades. E
neste processo, os Conselhos Consultivos da Lo-
calidades são os fóruns adequados para as comu-
nidades discutirem os projectos. As discussões
dos projectos das comunidades a nível dos Conse-
lhos Consultivos dos distritos, tal como acontece
em Tete, no caso de Moatize e Marara, é ilegal.
to n° 31/2012, de 8 de Agosto (Regulamento de Reassen-
tamento) há que admitir que embora as empresas te-
nham prometido efectuar o reassentamento de acordo
com as boas práticas internacionais, a verdade é que a
situação dos reassentados mostra-se pior do que aquela
que tinham nas zonas de origem. Com a aprovação do
Regulamento de Reassentamento em 2012, as empresas
preferiram suspender todas actividades de reassenta-
mento em curso por temerem as imposições deste novo
dispositivo.
Parceiros:
 Penhane OFICIAL REPORT CARD OF THE ASSOCIATION FOR SUPPORT AND LEGAL ASSISTANCE TO COMUNITIES

Director Executivo Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês
Edition nº77

AAAJC exposes Mining at the Provincial Assembly

The Association for Support and Legal Assistance to demned to pay this fine to the State. On the other
Communities, AAAJC, expose this Wednesday, May hand, as the AAAJC argues, the 2.75% of the mining
15, to the Provincial Assembly, the mining process in tax for local development is a right of the communities
Tete. The Government of the province is in this forum affected by the mining because of the sacrifice they
listening to the AAAJC expressing the feeling of the made in abandoning their place of origin involuntarily
populations affected by the forced resettlement of the to give place to the mining activities, and should be
mining companies. The AAAJC exhibition focuses on very well managed by the District Secretariat, but al-
the JINDAL company in Marara, which is reluctant to ways taking into account the projects chosen and pre-
relocate the community of Cassoca, while the ICVL sented by the communities at the level of the Consulta-
proceeds in the same way towards the community of tive Councils of the Localities. And in this process,
Capanga, although there are already approved Reset- Local Consultative Councils are the appropriate fora
tlement Plans. In fact, it is the understanding of the for communities to discuss projects. Discussions of
AAAJC that in these two situations, there is little com- community projects at the level of the Consultative
mitment on the part of the district governments of Ma- Councils of the districts, as in Tete, in the case of
rara and Moatize, because Article 25 (c) of Decree No Moatize and Marara, are illegal. The AAAJC mission
31/2012 of 8 August establishes that a company that shared with Provincial Assembly aspects of the law
does not comply with a Resettlement Plan approved that discourage communities, especially when the law
by the District Government incurs a fine correspond- establishes that communities can only choose infra-
ing to 10% of the total amount invested in the mining structure-oriented projects because they often present
enterprise. Therefore, it is difficult to understand why costs that are difficult for the communities to cover by
JINDAL and ICVL companies have not been con- funds of 2.75%.

Quality of builds of 2.75% is Pitiful

been approved, although the companies had
The law does not provide a clear monitoring
promised to carry out the resettlement in ac-
mechanism for works funded with 2.75% funds,
cordance with with good international practic-
which is why most of the projects implemented in
es, the reality is that the situation of the reset-
the Moatize district through these funds are of
tled people is worse than what they had in the
dubious quality. AAAJ considers that the respon-
areas of origin. With the adoption of the Reset-
sibility for building infrastructure should be the
tlement Regulation in 2012, companies pre-
responsibility of the Government through the
ferred to suspend all ongoing resettlement ac-
funds of the General Budget, and never use 2.75%
tivities because they feared the imposition of
for this purpose. What's more, the population re-
this new arrangement.
settled in Mualadzi, affected by mining in
Moatize has never been contemplated in the
Partners:
funds of 2.75%, which constitutes violation. Rec-
ognizing that, at the time of these resettlements,
Decree of Resettlement Regulation had not yet

Who Are We? The Association for Support and Legal Assistance to Communities (AAAJC) is an mozambican Civil Society Organization (CSO) based in Tete province, non-governmental and non proffit, created in 2008 by
a group of Paralegals in natural resources and development law, formed by the Center for Legal and Judicial Training (CFJJ), now Ministry of Justice, who decided to organize themselves based on their knowledge to promote
social and economic development and respect for human rights based on observance of the principles of social justice, equity and sustainability. Its scope of action was limited to the areas of economic development and poverty
reduction in a participatory manner, legal support to communities and citizens, environmental education, conflict resolution, advocacy of public policies and human rights. In 2010, following the implementation of some initiatives
and completing the process of its constitution, the organization was formally legalized with statutes published in the Bulletin of the Republic no. 2, III series, 4th supplement of January 19, 2010.