Este documento compila as observações realizadas durante a visita do dia 26 de
outubro ao Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, acerca de sua comunicação. Nosso objetivo aqui, é identificar como as ações e iniciativas tomadas pelo museu contemplam os modelos que viemos trabalhando no decorrer das aula da cadeira de Comunicação Integrada. Para melhor percebermos os pontos destacados, dividiremos o decorrer desta análise em seis momentos. Um primeiro para entendermos a instituição através de sua missão e de sua visão; Outros quatro momentos para compreensão das iniciativas quanto a: Comunicação Institucional; A Comunicação Administrativa; A Comunicação Interna; E a Comunicação Mercadológica; E um momento final para a síntese de todas as observações e uma opinião crítica a respeito de quão bem a instituição se adequa ao conceito sinergético da Comunicação Integrada. Comecemos então conhecendo a missão e a visão do museu. Apesar de não apresentar de forma formalizada nem uma missão nem uma visão, a instituição parece possuir claramente estes conceitos definidos na mente de seus colaboradores. Segundo nosso guia durante a visita, a missão do museu se caracterizaria como: “Salvar e preservar objetos, documentos e outros elementos da história da imigração e colonização alemã na região que formaria a Colônia de São Leopoldo, assim como de todas as outras culturas que viriam a colaborar para o desenvolvimento dos municípios provenientes da antiga colônia ”. da mesma forma, nosso guia descreveu a visão do museu como sendo: “Ser reconhecido como modelo e exemplo de preservação da história local e regional.”. Simplesmente a partir destas observações já se torna aparente a desarmonia que toma lugar dentro da organização do museu. Não quanto ao seu acervo, que apesar de sofrer pela falta de voluntários para categorizar e identificar tamanha quantidade de materiais, ainda possui todas as suas peças catalogadas bem tratadas. Mas quanto a questão organizacional e comunicacional entre os voluntários. Antes porém de seguirmos como a análise crítica, vejamos como se dão os processos de comunicação da instituição. Primeiramente vejamos a comunicação institucional do museu. Essa é provavelmente a comunicação mais bem executada pela instituição que, promove eventos e ações de cunho sócio-cultural, como por exemplo a recente arrecadação para a recuperação do túmulo de Hillebrand, considerado o Patriarca de São Leopoldo, que teve evento durante o dia 02 de novembro e que mantém agora uma conta online para as arrecadações. O ponto fraco no entanto é que estas ações e eventos possuem divulgação apenas pela página do museu no Facebook, unica rede social que mantém postagens regulares e que, atualmente, serve como principal canal de comunicação do da instituição para com o público em geral. Podemos citar ainda uma boa relação com o jornal Vale dos Sinos, que veicula esporadicamente matérias sobre o museu. Esta relação no entanto acaba dependendo da boa vontade do jornal, uma vez que, sem uma grande verba arrecadada por doações, e com um pequeno grupo de voluntários, o museu não possui infraestrutura para investir em relações públicas, assessoria de imprensa, jornalismo empresarial, ou qualquer outro tipo de mídia. Quando saímos da Comunicação Institucional e vamos para a Comunicação Administrativa no entanto, as coisas ficam um pouco mais complexas, podendo ser considerada a mais debilitada de todas. Dos poucos voluntários que estão filiados a instituição, nos foi apresentado que apenas menos da metade pode ser considerada ativa dentro das atividades administrativas do museu. Além disso, muitos voluntários possuem mais de uma ocupação dentro da hierarquia institucional o que gera um emaranhado no organograma e no fluxograma das demandas. Por fim, o ponto crucial, e poderíamos até dizer de forma tétrica, mais sombrio, é que até pouco tempo atrás, não não havia nenhum esquema de infraestrutura para a comunicação dos voluntários, que simplesmente agiam por iniciativa própria dentro de suas funções e, quando na necessidade de contactar outro voluntário, tinham de procurá-lo por sua própria conta quando estivesse disponível. Atualmente vem se estabelecendo um frágil sistema de comunicação por e-mails que são enviados uma vez por semana reportando aos membros as decisões e ações tomadas por aqueles mais ativos, um método mais informativo, e talvez até próximo de uma Comunicação Interna, que não deve nem de longe ser considerado um exemplo de Comunicação Administrativa adequada. Se pudéssemos destacar uma ação já existente, mesmo que isolada, para atenuar os problemas dentro da Comunicação Administrativa, podemos citar o mapeamento do acervo, que serve como guia para consultas e arquivamentos. Quanto a Comunicação Interna como já citamos acima, talvez sua mais notória manifestação, ainda que imprópria, sejam os e-mails semanais enviados para os voluntários, com informações das ações e decisões dos voluntários mais ativos. Ademais, Não foram observadas ou reportadas outros tipos de Comunicação Interna, restando somente as interações pessoais casuais e aleatórias como forma de integração dos colaboradores entre si e com a instituição. Como último modelo de comunicação a ser mencionada a Comunicação Mercadológica sofre menos do que as duas anteriores, estando quase que no mesmo patamar da Comunicação Institucional em termos de estruturação no nosso case atual. O museu tem como principal meio de comunicar-se com seus clientes o Facebook, onde realiza postagens de promoção para seus eventos e fotos de exposições temporárias, objetivando atrair o maior número de visitantes. A despeito da rede social, nenhum outro meio ou mídia acaba por ser utilizado, mais uma vez carecendo de verba para as mídias mais consagradas e de colaboradores para manutenção de outras mídias digitais. Antes de começarmos a trabalhar nossa análise crítica porém, nos vale uma pequena pausa para mencionar o site da instituição. Mesmo estando ainda disponível para acesso e possuindo uma interface relativamente amigável, o site não tem sido atualizado desde o começo do ano, tendo sua última postagem no dia 10 de maio,possui áreas e páginas vazias e devido a falta de verba, nos foi comunicado que deve ser desativado em breve. Por fim nos parece fácil constatar que o museu apresenta sérios problemas em sua comunicação e que está precária comunicação, não pode sequer ser comparada a um modelo ideal de Comunicação Integrada, há muito a ser feito em todas as áreas, especialmente destacando-se a Comunicação Administrativa e a Comunicação Interna. Não apenas nisso é claro, os voluntários precisa repensar sua cultura organizacional e seu comprometimento e definir claramente para o museu pontos essenciais como uma missão clara, objetiva e conhecida por todos e uma visão factível e bem estipulada.
A HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA E A HISTÓRIA CULTURAL DO SOCIAL: APROXIMAÇÕES E POSSIBILIDADES NA PESQUISA HISTÓRICA EM EDUCAÇÃO - Ribamar Nogueira Da Silva