MÉTODOS
ESPECTROANALÍTICOS
⇒ Métodos Cromatográficos
2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Apostila de Química Analítica Instrumental
2. D. A. Skoog e J. J. Leary - “Princípios de Análise Instrumental” – 5a Edição –
Artmed Editora S.A. Porto Alegre (RS).
3. Otto Alcides Ohlweiler - “Fundamentos de Análise Instrumental” - Livros
Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, Brasil, 1981.
4. M. L. S. S. Gonçalves - “Métodos Instrumentais para Análises de Soluções -
Análise Quantitativa”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, 1990.
Periódicos de Referência:
♦ Chemical Abstract
♦ Analytical Abstract
Terminologias:
OBS.: Posteriormente será feita uma descrição quantitativa (matemática) do significado dos
termos sensibilidade, limites de detecção e quantificação, bem como de outros termos cujo
significado será introduzido oportunamente
Análise Química
Identificação Elucidação
de compostos Estrutural
Métodos Analíticos 5
Métodos Clássicos
Métodos Instrumentais
r=
∑ [( y e )i − y e ] ⋅ [ yi − y]
(
∑ [( y e )i − y e ]2 ⋅ ∑ [ yi − y]2
1/ 2
)
onde -1 ≤ r ≤ 1, porém em análise química baseada em curva analítica, r só pode
apresentar valores compreendidos no intervalo 0 ≤ r ≤ 1.
Para o ajuste linear pode-se também utilizar, de maneira equivalente, a
seguinte expressão para o cálculo do coeficiente de correlação, r (x,y), entre os
valores de x (concentração dos padrões) e os valores das leituras instrumentais, y:
r=
∑ [( xi − x ) ⋅ ( yi − y )]
{ }
[ ∑ ( x i − x )2 ] ⋅ [ ∑ ( y i − y )2 ]
1/ 2
DOMÍNIO DE DADOS
Um conceito relevante no contexto dos métodos instrumentais é o de
domínio de dados. De fato, para entender como os instrumentos analíticos
operam, é fundamental compreender como a informação é codificada. Nesse
sentido, pode-se definir domínio de dados como sendo as várias maneiras de
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SINAL E RUÍDO
Sabe-se que toda medida analítica é constituída de dois componentes: o
sinal e o ruído. O primeiro contém informação sobre o analito e o ruído é a parte
indesejada, pois é constituída de informação espúria. Esta pode degradar a
exatidão e a precisão de um método, bem como prejudicar o limite inferior da
quantidade do analito que pode ser detectada (o limite de detecção).
Na figura a seguir (parte a), mostra-se o efeito do ruído sobre um sinal de
uma corrente contínua pequena de aproximadamente 10-15 A. Na parte b, mostra-
se um gráfico teórico da mesma corrente na ausência de ruído.
S média x
= = .
N desvio − padrão s
Note que S/N corresponde ao inverso do desvio-padrão relativo, RSD (do
inglês, Relative Standard Desviation). Então,
S 1
=
N RSD
Para o sinal ruidoso apresentado na figura anterior, o desvio padrão pode
ser estimado (com o nível de 99 % de confiança) pela expressão:
sin almáx − sin almín
s=
5
Ao adotar o valor 5 estamos assumindo que as flutuações em torno da
média são aleatórias e que seguem uma distribuição normal. A curva normal
mostra que 99 % dos dados se encontram entre ± 2,5 σ (desvio-padrão
populacional) de sorte que podemos admitir que a diferença entre o valor máximo
e o mínimo, com 99 % de certeza, é de 5 σ. Logo, o valor de s dado pela
expressão anterior é uma estimativa razoável para o desvio-padão.
É importante salientar que, em regra, é impossível detectar um sinal quando
S/N é menor que cerca de 2 ou 3. Para ilustrar esse fato, apresentamos, na figura
mostrada a seguir, o espectro de RMN para a progesterona com S/N de cerca de
4,3 (gráfico A) e 43 (gráfico B).
Fontes de Ruídos
Os ruídos que afetam uma análise química podem se enquadrar em duas
classes:
♦ Ruído Químico
♦ Ruído Instrumental
SENSIBILIDADE
Segundo a IUPAC a sensibilidade de calibração é dada pela inclinação
(b1) da curva analítica (y = b0 + b1 x), mas essa definição falha por não considerar
a precisão das medidas individuais.
Para resolver esse problema, Mandel e Stiehler propuseram a
sensibilidade analítica , g, definida por
γ= b1 / sonde s é o desvio-padrão da medida e b1 representa a inclinação da
curva analítica.
Sensibilidade Analítica x Sensibilidade de Calibração Como vantagens da
sensibilidade analítica destacam-se:
• menor susceptibilidade aos fatores de amplificação do sinal
• seu valor independe das unidades de medida de s.
(*) Segundo Kaiser, a distribuição não é estritamente normal para os resultados das medidas do
branco. Por isso, o valor 3 é adotado para o k. (Ref.: H. Kaiser, Anal. Chem. 1987, 42, 53A)
Faixa DinâmicaÉ a faixa útil de um método analítico, ou seja, é a faixa que se
estende da menor concentração em que as medidas quantitativas são realizadas
(limite de quantificação, LOQ – limit of quantitation), até a concentração em que
ocorre um desvio da linearidade (limite de linearidade, LOL - limit of linearity). O
limite de quantificação pode ser descrito matematicamente pela expressão
LOQ = 10 ⋅ sbr
onde sbr é o desvio-padrão das medidas repetidas de um branco.
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Limite de Quantificação
O limite de quantificação, em termos de concentração, pode ser determinado
por uma expressão análoga à do limite de detecção, ou seja,
CQ = = 10 sbr / b1
A figura mostrada a seguir ilustra graficamente a faixa dinâmica, bem como
os limites de detecção, quantificação e de linearidade.
S = mA CA + mB CB + mC CC + Sbronde:
ki,A = mi / mA
de modo que
MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS - Introdução
QualitativaInformação
LUZ Quantitativa
química 13
Parâmetros Ondulatórios.
O movimento ondulatório é caracterizado pelos seguintes parâmetros:
14
- freqüência (ν) – número de ondas que passam por um ponto fixo no espaço
por segundo (ν = 1 / p e tem como unidade o s-1, ciclos por
segundo ou hertz (Hz));
- velocidade da onda (vi ) – produto da freqüência pelo comprimento de onda:
vi = ν⋅λi (i = meio material qualquer). No vácuo a
velocidade de uma onda independe de ν e
alcança o seu valor máximo (c = 3 x 108 m/s);
- potência radiante (P) – é a energia que alcança uma dada área do detector por
segundo. P pode ser relacionado ao quadrado de A.
E = hν
E = h c/λ
onde:
♦ c é a velocidade de propagação da REM no vácuo;
♦ λ é o comprimento de onda (1 nm = 10-9 m = 103 pm)
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O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
O que é o espectro eletromagnético? É o arranjo ordenado das REM em
relação a seus comprimentos de onda ou suas freqüências.
A tabela abaixo apresenta as faixas para cada região com algumas
subdivisões,bem como as transições atômicas ou moleculares estudadas.
FAIXAS
RADIAÇÃO λ ν TRANSIÇÕES
Unidade Metro Hertz
Usual
- elétrons de
-2 2 o -12 -8 20 16
Raio-X 10 - 10 A 10 - 10 10 - 10 orbitais internos
(1s, 2s, etc.)
- elétrons das
-8 -7 16 15
U. V. 10 - 200 ηm 10 - 2x10 10 - 10 camadas
Afastado intermediárias
- elétrons de
-7 -7 15
U. V. próximo 200 - 400 ηm 2x10 - 4x10 10 - valência
7,5x1014
- elétrons de
-7 14
Visível 400 - 750 ηm 4x10 - 7,5x10 - valência
-7 14
7,5x10 4x10
16
- vibrações
-7 14
I.V. Próximo 0,75 - 2,5 μm 7,5x10 - 4x10 - moleculares
2,5x10-6 1,2x1014
- vibrações
-6 14
I.V.Intermediá 2,5 - 50 μm 2,5x10 - 1,2x10 - moleculares
rio 5x10-5 6x1012
- rotações
-5 -3 12 11
I.V. Afastado 50 - 1000 μm 5x10 - 1x10 6x10 - 10 moleculares e
vibrações
fracas
- rotações
-3 11 8
Microondas 0,1 - 100 cm 1x10 - 1 10 - 10 moleculares
OUTROS CONCEITOS ASSOCIADOS À RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
i) Radiação monocromática - é aquela que contém um único λ.
ii) Radiação policromática - contém vários comprimentos de onda λ.
iii) Cores primárias da radiação visível - São elas: verde, vermelha e azul. Essas
cores originam todas as outras por meio
de misturas de acordo com o sistema
de
adição de cores.
iv) Cores secundárias - Resultam da cores primárias combinadas duas a duas
em
igual intensidade, ou seja,
magenta = vermelha + azul
amarelo = vermelha + verde
ciano = verde + azul
v) Cor oposta a uma dada cor secundária - É a cor primária que não entra na
composição da secundária.
- a cor verde é oposta ao magenta
- a vermelha é oposta ao ciano
- a cor azul é oposta ao amarelo
vi) Cor branca - Resulta da combinação balanceada máxima de radiações nas
faixas do verde, vermelho e azul, isto é,
Cor branca = verde + vermelho + azul com máxima intensidade.
Ou ainda a cor branca pode ser dada pela combinação de qualquer cor
secundária com sua oposta, ou seja,
Cor branca = magenta + verde = amarelo + azul = ciano + vermelho.
♦ Spin Eletrônico
“Segundo Pauli, não mais que 2 elétrons podem ocupar o mesmo orbital, os quais
devem ter, ainda, spins opostos (emparelhados)”. Logo, a configuração eletrônica do Mg
(Z=12) no estado fundamental é: [Ne] 3s2.
O estado tripleto tem menor energia devido a correlação de spins, segundo a qual
os elétrons com spins paralelos (ou desemparelhados) se comportam como se
tendessem a permanecer o mais afastado possível um do outro, reduzindo a repulsão
coulômbica.
OB
OBS: Para detalhes, consultar: Atikns, Físico-Química, vol. 2.
♦ Termos Espectroscópicos
O conceito de termo espectroscópico é muito útil para a descrição das
trans ições que originam os espectros atômicos. O símbolo de um termo
espectroscópic o oferece três informações:
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Exemplo:
⇒ Na (Z=11): [Ne] 3s1 (estado f undamental)
s1 ⇒ termo S
[L (L+1)]1/2 h/2π
L = l 1 + l2, l1 + l2 - 1, . . . , | l1 – l2|
Exemplo:
⇒ Na (Z=11): [Ne] 3s1 (estado fundamental)
Como l = 0 ⇒ L = 0 ⇒ símbolo do termo é: S
⇒ Na (Z=11): [Ne] 3p1 (estado excitado)
Como l = 1 ⇒ L = 1 ⇒ símbolo do termo é: P
Número quântico do momento angular do spin total (S)
O val or de S (um número inteiro não-negativo ou semi-inteiro não-
negativo) é também obtido pela série de Clebsch-Gordan:
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S = s1 + s2, s1 + s2 - 1, . . . , | s1 – s2|
Exemplo:
⇒ Na (Z=11): [Ne] 3s1 (estado fundamental)
Como s = ½ ⇒ S = ½ ⇒ M = 2 (dupleto)
Exemplo:
⇒ Na (Z=11): [Ne] 3s 1 (estado fundamental)
Como L = 0 e S = s = 1/2 ⇒ J = ½ (não há acoplamento spin-órbita)
Δ S = 0, ΔL = 0, ± 1 (Δl = ± 1) e ΔJ = 0, ± 1
OBS: As regras de seleção acima são válidas apenas para á tomos leves (onde o
acoplamento spin-órbita é fraco).
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26
27
A razão para a formação das raias D do sódio será explicada mais adiante
por ocasião da discussão sobre o acoplamento spin-órbita.
RAIA DE RESSONÂNCIA
A raia de ressonância corresponde à raia de absorção ou de emissão mais
intensa associada à transição de um elétron de valência para a um nível
energético imediatamente superior que apresente uma maior probabilidade de
transição.
28
OBS.:
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Alargamento natural
Se os átomos pudessem permanecer um tempo virtualmente infinito nos
estados fundamental e excitado, a incerteza das energias dos estados seria
desprezível e a transição estaria associada a um único λ. Entretanto, a incerteza
da energia de cada estado é complementar ao seu tempo de vida, ou seja,
ou em termos de λ,
ΔλN = (λ2/2πc) (1/τi + 1/τj)
onde, τi e τj são os tempos de vida médio dos estados i e j envolvidos na transição.
As raias mais estreitas são as raias de ressonância. Por exemplo, o ΔλN
para a raia de ressonância do mercúrio (253,7 nm) é de 0,00003 nm.
Fundamentos teóricos
Este método baseia-se na introdução de uma amostra em solução em uma
chama ou plasma na forma de um aerossol.A chama ou plasma induz a amostra a
emitir radiação eletromagnética na região UV-VIS; a intensidade da luz emitida é
proporcional à concentração desta espécie química de interesse, ou seja:
I α Ci
Na medida da intensidade de uma determinado analito tem-se os seguintes
processos representados diagramaticamente na figura abaixo:
A CHAMA OU PLASMA
A chama ou plasma exerce um papel muito importante na espectrofotometria
ou fotometria de emissão atômica. Elas são responsáveis pelas seguintes funções:
dessolvatar, vaporizar, atomizar e excitar eletronicamente o átomo em
análise.
Para cumprir as funções acima a chama ou o plasma deve atingir uma
temperatura apropriada, por exemplo, chamas frias (como ar-gás de cozinha, por
exemplo) só excitam os alcalinos e alcalinos terrosos.
A CHAMA
É uma fonte de excitação mais fraca do que o plasma e, normalmente,
poucas raias de cada elemento são excitados.
A figura abaixo mostra, diagramaticamente, a estrutura de uma chama:
TEMPERATURAS, ºC
COMBURENTE
COMBUSTÍVEL AR OXIGÊNIO ÓXIDO NITROSO
GÁS NATURAL 1700-1900 2700-2800 -
HIDROGÊNIO 2000-2100 2550-2700 -
ACETILENO 2100-2400 3050-3150 2600-2800
CIANOGÊNIO - 4.550 -
A chama de gás natural/ar comprimido é apropriada para análise de metais
de baixa energia de excitação como alcalinos e alcalinos terrosos. Todavia ela não
excita a maioria dos metais como a chama acetileno/ar comprimido. Chamas muito
quentes não são necessariamente uma vantagem, pois a ionização pode reduzir a
população de átomos disponíveis para emitir radiação.
P
LASMA INDUTIVAMENTE ACOPLADO OU PLASMA ICP
Chama-se plasma um gás em que uma fração significativa de seus átomos
ou moléculas encontra-se ionizada. O plasma mais comumente utilizado na análise
por de emissão atômica é o plasma ICP (Inductively Coupled Plasma) de argônio.
O plasma ICP é aquele produzido em uma corrente de argônio mediante
aquecimento por indução, em uma tocha de quartzo colocado dentro de uma
bobina ligada a um gerador de rádio-freqüência.
A figura mostrada a seguir ilustra uma configuração esquemática de uma
tocha para a produção de um plasma indutivo de argônio. Inicialmente, o argônio
passa através do interior de um tubo de quartzo em cuja extremidade é circundada
por uma bobina de indução por onde flui uma corrente alternada de 4-50mhz com
níveis de potência de 2-5KW.
A iniciação do plasma é produzida por uma centelha elétrica que produz
cátions e elétrons e estes são acelerados pelo campo magnético da bobina em um
fluxo circular e perpendicular à direção do fluxo de argônio. Este fluxo circular é
conhecido como corrente de remoinho. Esta corrente de remoinho colide com os
átomos do fluxo de argônio para produzir uma posterior ionização, havendo
aquecimento por efeito Joule e a formação do plasma. As temperaturas no plasma
variam 6000 a 10000K.
s 30
NEBULIZADORES-COMBUSTORES-ATOMIZADORES
Na espectrofotometria de emissão atômica são conhecidos comumente dois
tipos de nebulizador-queimador-atomizador:
♦ mistura prévia
♦ consumo total.
Uma corrente de gás oxidante aspira por ação pneumática (efeito Bernoulli)
a amostra e esta é nebulizada numa câmara, onde, então, se mistura com o gás
combustível; as gotículas maiores são recolhidas no fundo da câmara e
descartada pelo dreno; somente as partículas menores alcançam a chama. Isto faz
com que apenas 5 a 10% da amostra nebulizada atinjam a chama.
SISTEMA ÓPTICO
Qual a função do sistema óptico?
Sua função é recolher a luz emitida pela chama, isolar a parte interessada
(radiação de emissão do analito) e focar esta última sobre o detector.
INTERFERÊNCIAS ESPECTRAIS
Essas interferências encontram-se relacionadas com as radiações de outros
componentes que se inserem na faixa de comprimentos de onda isolada pelo
instrumento para o elemento de interesse (analito).
Podem ocorrer principalmente os seguintes tipos de interferência
espectral:
♦ sobreposição espectral direta de raias ou bandas;♦ sobreposição por
emissão de radiação contínua;♦ espalhamento de luz;♦ auto-absorção;♦ emissão
de radiação de fundo (auto-emissão)
s 34
INTERFERÊNCIAS FÍSICAS
Essas interferências compreendem:
♦ ionização do analito♦ interferência ou efeito de matrizIonização
Se durante a excitação ocorrer a ionização, esta reduz a população de
átomos neutros na chama e, conseqüentemente, diminui a intensidade de emissão
do analito. A ionização pode ser minimizada pela adição de um supressor de
ionização.
Supressor de Ionização
O supressor de ionização é uma espécie química facilmente ionizável (Cs,
Rb, K, Li, Na), que é adicionada em uma grande quantidade (cerca de 1%) nas
amostras e nas soluções-padrão com o objetivo de minimizar a ionização do átomo
em análise. A diminuição da ionização pode ser entendida partindo das equações:
M ⇔ M+ + e - e Cs ⇔ Cs+ + e-
Como o césio é facilmente ionizado a pressão parcial de elétrons livres na
fonte de excitação aumenta deslocando é deslocado, de acordo com o princípio de
Le Chatelier, na direção do aumento da pressão parcial do analito M.
ANÁLISE QUANTITATIVA
Os seguintes métodos podem ser utilizados na análise quantitativa por
emissão atômica:
♦ Método por curva analítica;
♦ Método do padrão interno;
♦ Método por adições de padrão.
s 37
Uma vez que o método por curva analítica já foi discutido anteriormente,
discutiremos aqui o método do padrão interno e o método por adições de
padrão.
OBSERVAÇÃO:
O padrão interno escolhido deve obedecer as seguintes condições:
Curva de Adições-Padrão
s 40
Técnicas de atomização:
♦ por Chama♦ Eletrotérmica- Forno de Grafite- Filamento de Tungstênio♦
Geração de Hidretos Medidas de Absorção AtômicaConsidere a interação da
luz com os átomos da amostra descrita abaixo.Fisicamente, ¨ Transmitância (T) -
radiação emergente¨ Absorbância (A) - radiação absorvidaOBS.: Na prática,
mede-se T.Descrição Quantitativa
Transmitância:
T = P / Po ou %T = P / Po x 100
onde:
♦ P = potência radiante emergente♦ Po = potência radiante
incidenteAbsorbância:
A = - log T
Pode ser demonstrado que:
A = K C,
onde :
Uma fonte de excitação apropriada emite raias com larguras muito menores
do que as das raias de absorção o que permite uma maior linearidade da lei de
Beer. A figura a seguir mostra a relação entre o espectro emitido pela fonte, o de
absorção e o espectro da emissão após passagem pelo monocromador.
INSTRUMENTAÇÃO
Os componentes básicos de um espectrofotômetro de absorção atômica
são:
♦ uma fonte de radiação UV-visível de raias de ressonância;
♦ um sistema modulador do feixe de radiação (chopper)
♦ um sistema atomizador (chama ou forno de grafite);
♦ um monocromador para isolar a raia analítica;
♦ um detector de radiação;
♦ um sistema apropriado para monitorar o sinal (hoje em dia um
microcomputador).
A figura a seguir mostra um desenho esquemático de um espectrofotômetro
de absorção atômica com os componentes acima.
ATOMIZADORES ELETROTÉRMICOS
Um atomizador eletrotérmico típico, mais conhecido como forno de grafite,
foi proposto por L’vov no ínicio da década de 1960 e começou a ser
47
Hoje em dia, o carbono grafite vem sendo substituído (ou revestido) pelo
carbono pirolítico, que elimina a perda de amostra devido à difusão através das
paredes porosas do carbono grafite e diminui a formação de carbetos. Outros
materiais de alto ponto de fusão, como W, Ta e Pt, têm sido também utilizados.
MONOCROMADORES
A função primordial do monocromador consiste em isolar de outras raias, a
raia de ressonância do elemento de interesse (analito) emitida pela lâmpada. Na
absorção atômica, os monocromadores devem cobrir uma faixa espectral que
abranja, em um extremo, a raia analítica do arsênio (193,7 nm) e, no outro, a do
césio (852,1 nm).
TIPOS DE INSTRUMENTOS
Os instrumentos podem ser construídos segundo os modelos de feixe
simples ou de feixe duplo.
Acorr(analito) = ALCO(analito)
54
- não se podem fazer correções de fundo para radiações acima de 350nm devido à
fraca emissão da lâmpada de deutério acima desse comprimento de onda.
Correção de Background Baseada na Auto-Reversão de uma Lâmpada
Pulsada
Surgiu recentemente na literatura um sistema simples, barato e mais
vantajoso do que a correção de background com efeito Zeeman. Chamado de
correção de background de Smith-Hieftje, este sistema é baseado no fenômeno
da auto-reversão que é produzida quando uma alta corrente é fornecida a lâmpada
de catodo oco comum.
A lâmpada é alimentada por uma corrente pulsada em períodos de 9,7 ms
para corrente normal (6 a 20 mA) e de 0,3ms para uma alta corrente (100 a 500
mA). No período de corrente baixa mede-se a absorbância do analito mais a do
background e no período de alta corrente é medida uma pequena absorbância do
analito (desprezível) mais a absorbância do background, conforme ilustrado na
figura mostrada a seguir. A diferença entre as duas medidas é a absorbância que é
registrada pelo instrumento. Se a absorção de background é constante nos dois
períodos, tem-se que a diferença de absorbância registrada pelo instrumento é
devido a apenas ao elemento. Para uma melhor constância, essa diferença pode
ser medida por vários ciclos e seu valor médio é a diferença registrada.
55
INTERFERÊNCIAS
É uma técnica virtualmente livre de interferências espectrais. Em casos
pouco freqüentes, espécies moleculares estáveis na chama podem absorver a
radiação da lâmpada. Por exemplo, o CaO absorve fortemente a linha de
ressonância do Bário. Este efeito desaparece em uma chama N2O – C2H2.
56
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
As análises quantitativas por absorção atômica envolvem dois tipos de
métodos de avaliação:
INSTRUMENTAÇÃO
O espectrofotômetro de fluoresdência atômica nada mais é que um
espectrofotômetro de absorção atômica onde se mede a fluorescência atômica em
um ângulo de 90o com o feixe de excitação.
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FONTES DE EXCITAÇÃO
Como a potência de fluorescência é função da intensidade da radiação
excitadora, é desejável que as fontes sejam de alta intensidade.
As lâmpadas de cátodo oco comuns são de baixa intensidade, todavia as
que usam eletrodos auxiliares emitem uma radiação mais intensa, mas não são
comercialmente disponíveis para muitos elementos.
As lâmpadas de descarga sem eletrodos são mais usadas em virtude da alta
intensidade das raias emitidas, todavia as lâmpadas de arco de xenônio são fontes
intensas que oferecem a vantagem de operação com uma única fonte.
CONSIDERAÇÕES ANALÍTICAS
Por ser a fluorescência atômica uma função da fonte de excitação, ela é
capaz de uma maior sensibilidade do que a espectroscopia de absorção atômica.
58
Considerações Gerais
A espectroscopia de absorção UV-Vis utiliza radiação eletromagnética cujos
comprimentos (λ) se encontram na faixa de 200 a 780 nm. Quando estimulada
com esse tipo radiação, a molécula do composto pode sofrer transições eletrônicas
por ocasião da absorção de energia quantizada. O registro gráfico da resposta do
sistema ao estímulo denomina-se espectro eletrônico de absorção.
A absorção de energia UV-Vis produz modificação na estrutura eletrônica da
molécula em conseqüência de transições eletrônicas envolvendo geralmente
elétrons π e n (não ligantes) envolvidos em ligações. Isto requer que a molécula
contenha pelos menos um grupo funcional insaturado (C=C, C=O, por exemplo)
para fornecer os orbitais moleculares π e n. Tal centro de absorção é chamado
cromóforo, sendo responsável principalmente pelas transições π → π* e
n → π* . Estas resultam da absorção de radiações eletromagnéticas que se
enquadram em uma região espectral experimentalmente conveniente, ao contrário
das transições n → σ* e σ → σ* que requerem geralmente radiações mais
energéticas (λ < 200 nm).
As bandas de absorção podem ser caracterizadas por dois parâmetros
fundamentais: a posição e a intensidade. A posição corresponde normalmente ao
“λ” da radiação eletromagnética responsável pela transição eletrônica, enquanto a
intensidade depende, entre outros fatores, da energia dos orbitais moleculares e
probabilidade de transição.
É importante ressaltar que a energia necessária para as transições
eletrônicas envolvendo a absorção de radiação UV-Vis depende primariamente do
tipo de ligação (ou seja, da presença de cromóforo) e, por último, da estrutura
molecular. Todavia, é possível ocorrerem mudanças significativas na posição e
intensidade das bandas em decorrência de, por exemplo, uma conjugação entre
ligações duplas ou quando o cromóforo C=C encontra-se conjugado com um grupo
C=O na estrutura da molécula e vice-versa.
Os espectros de absorção UV-Vis apresentam geralmente bandas largas
resultantes da sobreposição dos sinais provenientes de transições vibracionais e
rotacionais ao(s) sinal(ais) associado(s) à(s) transição(ões) eletrônica(s).
Adicionalmente, quando os espectros são obtidos com a amostra em fase
condensada a estrutura espectral fina é removida dando lugar a bandas com perfil
liso, tornando os espectros carentes de detalhes e com baixa resolução.
Observam-se também alterações tanto na posição como na intensidade das
bandas originadas de interações entre suas moléculas e as do solvente. De fato,
um aumento na polaridade do solvente promove usualmente deslocamentos da
banda para comprimentos de onda maiores (efeito batocrómico) se a transição
associada é do tipo π → π *. Contudo, um deslocamento contrário (efeito
hipsocrômico) é observado quando o cromóforo sofre uma transição do tipo
n → π devido ao aumento da energia entre os dois orbitais moleculares
*
Fundamentos teóricos
A energia associada às bandas normalmente observadas nos espectros UV-
Vis de uma molécula poliatômica compreende:
Emolécula = Eeletrônica + Evibracional + Erotacional
onde a:
♦ energia eletrônica ⇒ associada à distribuição dos elétrons em torno dos
núcleos
atômicos
♦ energia vibracional ⇒ relaciona-se com a vibração dos átomos ou grupos de
átomos em torno das posições de equilíbrio nas
ligações
♦ energia rotacional ⇒ encontra-se associada à rotação da molécula em torno do
seu centro de gravidade
As três formas de energia são quantizadas como se pode observar no
diagrama da figura abaixo:
61
♦ transição n → σ*
♦ transição n → π*
♦ transição π → π*
⇒ AUXOCRÔMICOS
Grupos saturados que, quando ligados a um cromóforo, modificam o
comprimento e a intensidade da absorção. Ex.: OH, NH2, Cl, etc).
Este efeito pode ser verificado quando tais grupos substituem átomos de
hidrogênio no anel benzênico conforme mostra a tabela abaixo:
I-<Br-<Cl-<F-<OH-<H2O<SCN-<NH3<etilenodiamina<o-fenantrolina<NO2-<CN-
APROVEITAMENTO ANALÍTICO
Análise Qualitativa
Baseia-se na inspeção e caracterização dos detalhes do espectro de
absorção, envolvendo pontos de máximos, mínimos e inflexão. Todavia, essa
aplicação é bastante limitada devido às bandas de absorção nessas regiões
serem, geralmente, muito alargadas e carentes de detalhes.
ESPECTROS DERIVATIVOS
Os espectros são obtidos por plotar a primeira (dA/dλ ) ou a segunda
derivada (d2A/dλ2 ) da absorbância com relação os comprimentos de onda.
A figura abaixo mostra um espectro normal (A x λ) e os espectros derivativos
(dA/dλ x λ e d2A/dλ2 x λ) da albumina bovina na região UV.
SOLVENTE λmín. que pode ser SOLVENTE λmín. que pode ser
usado usado
Água 180 ηm Benzeno 285 ηm
Metanol 210 ηm Tolueno 285 ηm
Etanol 220 ηm Hexano 200 ηm
i - Propanol 210 ηm Ciclohexano 200 ηm
Butanol 210 ηm ClCH2CH2Cl 235 ηm
Acetona 330 ηm Diclorometano 253 ηm
Clorofórmio 245 ηm Nitrometano 380 ηm
CCl4 260 ηm Éter Etílico 210 ηm
CS2 300 ηm Acetonitrila 210 ηm
Dioxano 320 ηm Piridina 305 ηm
DMF 270 ηm CH3COOH 270 ηm
69
Análise Quantitativa
A espectrofotometria de absorção UV-VIS é uma ferramenta muito útil para
análise quantitativa. As aplicações são numerosas e cobrem os mais variados
tipos de materiais. Estima-se, por exemplo, que 95% das análises quantitativas no
campo da saúde (3 milhões por dia) são realizadas usando essa técnica
instrumental. Estima-se que quase todos os elementos da tabela periódica podem
ser determinados por essa técnica usando uma metodologia adequada.
Muitas espécies orgânicas e inorgânicas são absorventes e, portanto,
susceptíveis de determinação direta. As espécies que não são absorventes podem
ser quantificadas após conversão em espécies absorventes por reagentes
apropriados.
Para espécies inorgânicas são particularmente importantes os reagentes
quelantes que formam complexos corados, estáveis com cátions metálicos.
Muitas espécies absorventes apresentam absortividades molares de 10.000
a 40.000 L.cm-1.mol-1, tornando comum a determinação de concentrações na faixa
de 10-4 a 10-5 mol L-1, podendo muitas vezes ser estendida, com técnicas
apropriadas, até 10-6 ou mesmo 10-7 mol L-1.
Os métodos espectrofotométricos quantitativos estão sujeitos a erros
relativos de 1 a 3% e possuem seletividade desde moderada a elevada. Todavia,
esta seletividade está condicionada a vários fatores experimentais tais como:
- escolha do instrumento adequado;
- especificidade dos reagentes;
- escolha adequada do comprimento de onda para a medida da absorbância.
Transmitância - T
Quando um feixe de radiação monocromática atravessa uma solução que
contém uma espécie absorvente, uma parte da energia radiante é absorvida e a
outra é transmitida.
A razão da potência radiante do feixe transmitido, P, pela potência radiante
do feixe incidente, Po, é conhecida como transmitância, T. Assim:
T = P/Po
Po
Absorbância - A.
É o logaritmo decimal do inverso da transmitância.
A = log(1/T) = -log(T) = log(Po/P)
LEI DE BEER
A lei de Beer estabelece uma relação entre a absorbância ou transmitância
com a concentração de uma espécie absorvente quando um feixe de radiação
monocromática atravessa um recipiente (não absorvente) contendo a espécie
absorvente. A expressão matemática é:
A = log(1/T) = -log(T) = abC
onde a é uma constante denominada de absortividade (quando a concentração C
é dada em gramas por litro) e b é o comprimento do percurso ótico da REM.
Quando a concentração for expressa em mols por litro, a absortividade é
denominada de absortividade molar ε.e a lei de Beer é escrita como:
A=εbC
A absortividade molar é uma parâmetro característico de uma espécie
absorvente em um meio, a um determinado λ. É expressa em L • mol-1 • cm-1.
A sensibilidade de um método espectrofotométrico (ou fotométrico) é
governada pela absortividade molar da espécie absorvente. Nos valores tabelados
especifica-se o λ e o meio onde se encontra a espécie absorvente.
Na realidade a absortividade molar, ε, depende do(a):
• estrutura eletrônica da molécula absorvente, ou seja, dos tipos de
transições possíveis (σ → σ*, π → π*, etc) que ela pode sofrer.
• probabilidade de transição;
• comprimento de onda da radiação incidente (λ);
• natureza solvente;
• índice de refração do meio (ni).
ESCALA DE TRANSMITÂNCIA
ESCALA DE ABSORBÂNCIA
Os instrumentos mais modernos são digitais com medidas diretas em
absorbância.
Desvios Instrumentais
São desvios que estão relacionados com os limites dos instrumentos usados
na medida da absorbância. Dentre as principais limitações temos:
DESVIOS QUÍMICOS
Ocorrem quando o sistema em análise compreende um equilíbrio facilmente
afetado pela variação da concentração de um componente do equilíbrio químico. A
lei de Beer estabelece que a absorbância é diretamente proporcional à
concentração REAL da espécie absorvente, mas não necessariamente à
concentração ANALÍTICA de um componente.
Exemplo: Equilíbrio dicromato-cromato.
Cr2O7= + H2O ⇔ 2H+ + 2CrO4=
↑ ↑
λmax = 350ηm λmax = 375ηm
Este equilíbrio é afetado pela concentração de íons H+ (pH), com Cr2O7=
predominando em solução ácida e CrO4= em solução básica. Em soluções
tamponadas, o equilíbrio é deslocado na direção de Cr2O7= em tampão ácido ou na
direção de CrO4= em tampão básico. Nestes casos, a relação de concentração de
Cr(VI) como Cr2O7= ou como CrO4= não é afetada por diluição. Em soluções não-
tamponadas a concentração de H+ varia com a diluição, deslocando o equilíbrio e
variando a relação de Cr(VI) como Cr2O7=ou CrO4=. Variações da absorbância com
as concentrações de Cr(VI) como Cr2O7= e como CrO4=, nos seus comprimentos
de onda de absorção, em soluções tamponadas (linhas tracejadas) e não-
tamponadas (linhas cheias) são mostradas nas figuras a seguir.
74
MEDIDAS DE ABSORBÂNCIAS
As medidas de absorbância são realizadas em recipientes transparentes (de
vidro ou quartzo) denominados de cubetas. Algumas observações devem ser
levadas em conta, pois a equação A = log(Po/P) = εbC não é diretamente
aplicável, tendo em vista que as quantidades Po e P não podem ser facilmente
medidas por problemas conforme procura ilustrar a figura abaixo:
75
Fontes de Radiação
Estes dispositivos devem preencher certos requisitos:
1º) A fonte deve gerar radiação contínua
2º) A fonte deve fornecer um feixe com potência radiante
suficiente para permitir uma fácil detecção;
3º) A fonte deve ser convenientemente estável de modo que
a potência radiante do feixe permaneça constante
durante as medidas de P0 e P.
Lâmpada de Tungstênio-Iodo
Ela é uma lâmpada de tungstênio comum, contendo, em vez de vácuo, o
iodo sublimado. O iodo reage com o tungstênio sublimado formando WI2, que ao
se difundir, colide com o filamento quente, decompondo-se com reposição do
metal sobre o filamento. Este ciclo químico interno confere à lâmpada uma vida útil
duas vezes maior do que a de uma lâmpada comum. Com um invólucro de quartzo
esta lâmpada pode operar de 200 a 3000ηm.
Fontes de Radiação UV
As mais usadas são as lâmpadas de descarga de hidrogênio ou deutério
com janelas de quartzo. Quando se submete o gás hidrogênio ou deutério a uma
descarga elétrica, produz-se um espectro contínuo na região UV, cobrindo a faixa
de 180ηm, limite de transmissão do quartzo, até 380ηm. Acima de 380ηm a
radiação deixa de ser contínua (série de Lyman, Balmer, Paschen, etc).
As lâmpadas de hidrogênio e de deutério cobrem a mesma faixa espectral,
mas a potência radiante da lâmpada de deutério é maior. Espectrofotômetros que
operam nas regiões UV e VISÍVEL freqüentemente requerem duas fontes:
♦ Uma lâmpada de hidrogênio ou deutério para região UV (180 a
350ηm);
♦ Uma de tungstênio para a região visível (350 a 800ηm).
Filtros Óticos
São dispositivos que selecionam uma faixa espectral relativamente estreita
da radiação contínua. As características de desempenho dos filtros, obtidas dos
seus espectros de transmitância, são descritas em termos de:
♦ comprimento de onda nominal - aquele correspondente à
transmitância máxima do filtro;
♦ largura efetiva da banda – representa a faixa de comprimentos de
onda em cujos extremos a transmitância do filtro cai à metade de seu
valor máximo (largura à meia altura).
Na figura abaixo, são mostradas as duas características descritas:
77
♦filtro de absorção - são filtros que isolam uma certa banda espectral
absorvendo preferencialmente radiações dos demais comprimentos de onda. Eles
possuem larguras efetivas de 30 a 50ηm e transmitância máximas que variam de 5
a 30 %;
♦filtro de interferência - o princípio destes filtros está baseado na interferência
construtiva e destrutiva que ocorre durante a passagem de um feixe policromático
pelo filtro. Os filtros de interferência permitem isolar bandas com larguras efetivas
de 10 a 20ηm e transmitâncias máximas de 35 a 75 %.
Portanto, pode-se observar que as características espectrais dos filtros de
absorção são inferiores às dos filtros de interferência. De fato, os filtros de
interferência possuem maior transmitância máxima e menor largura efetiva de
banda.
Monocromadores
Os monocromadores servem para separar uma radiação policromática em
linhas ou bandas espectrais muito estreitas.
O sistema monocromador consiste nos seguintes componentes básicos:
♦ Uma Fenda de Entrada, que recebe a radiação contínua da fonte e
fornece uma estreita imagem ótica;
♦ Uma Lente Colimadora, que torna paralelos os raios propagados
através da fenda de entrada;
♦ Um Elemento de Dispersão (prisma ou rede de difração), que
desdobra a radiação contínua;
♦ Uma Lente de Focagem, para focalizar a radiação desdobrada em
uma fenda de saída;
♦ Uma Fenda de Saída, que isola a linha ou banda espectral de
interesse.
Monocromador de Bunsen
Redes de Difração
A rede de difração é um dispositivo constituído de uma série de ranhuras
muito próximas, paralelas e equidistantes, traçadas sobre uma placa de vidro (rede
de transmissão) ou uma placa metálica polida (rede de reflexão). A figura abaixo
mostra a seção transversal muito aumentada de uma rede:
Monocromador de Fastie-Ebert
TRANSDUTORES DE RADIAÇÃO
Os detectores de radiação UV-visível são transdutores de entrada que
convertem a energia radiante em sinal elétrico. Os detectores devem apresentar as
seguintes características básicas:
♦ Responder à energia radiante dentro da faixa espectral;
♦ Ser sensível para baixos níveis de potência radiante;
♦ Ter resposta muito rápida;
♦ Apresentar uma relação linear entre a potência radiante incidente e o
sinal elétrico produzido
TIPOS DE TRANSDUTORES
Os tipos de detectores de radiação para operar nas regiões UV-VIS são:
♦ Células Fotoelétricas ou Fototubos;
♦ Tubos Fotomultiplicadores;
♦ Células Fotovoltaicas;
♦ Fotodiodo;
♦ Fototransistor.
TUBOS FOTOMULTIPLICADORES
São células fotoelétricas em múltiplos estágios. Eles combinam a emissão
fotocatódica com uma enorme amplificação interna da fotocorrente primária,
através de um processo multiplicativo de fluxo eletrônico em múltiplos estágios.
Conforme mostra a figura abaixo, o tubo consiste em um cátodo (0), uma
série de, por exemplo, nove dinodos (1 a 9) e um ânodo (10).
FOTODIODO
O fotodiodo é um diodo semicondutor com junção PN cuja característica é
operar em polarização inversa na junção. Na polarização inversa a corrente é
praticamente nula, porém, se o cristal for devidamente dopado, o número de
portadores aumenta tremendamente sob luz incidente, pois esse fornece energia
sob forma de fótons que aumenta o número de portadores minoritários
(responsáveis pela condução em polarização reversa).
83
FOTOTRANSISTOR
O fototransistor é similar ao fotodiodo, mas permite amplificar da corrente.
Cada curva na figura encontra-se relacionada a uma intensidade luminosa. IB é a
corrente de base gerada pela intensidade luminosa.
INSTRUMENTOS NÃO-FOTOELÉTRICOS
Comparadores visuais
Antes de aparecer os instrumentos fotoelétricos, as análises colorimétricas
eram feitas por processos de simples comparação visual. Muitos desses sistemas
ainda prevalecem devido ao aparelho ser barato e de precisão conveniente para
muitas finalidades. A precisão fica em torno de ± 5-10 %, podendo ser melhorada
por cuidadosa atenção dos detalhes.
O princípio básico da maioria dos comparadores visuais consiste na
comparação, sob condições definidas, da cor produzida pela substância em
quantidade desconhecida com a mesma cor produzida por soluções de
concentração conhecida da mesma substância (soluções padrão). Dentre os
comparadores visuais podemos exemplificar:
84
- os Tubos de NESSLER
- o Comparador de DUBOSCQ
- Os Papéis Indicadores de pH, etc
Tubos de Nessler
São tubos cilíndricos de vidro com uma marca gravada onde uma série de
soluções-padrão é colocada até a altura exata da marca. A amostra preparada nas
mesmas condições é colocada em outro tubo e comparada com os padrões
olhando-se através das soluções na direção de uma fonte de luz difusa uniforme.
Comparador de Duboscq
O procedimento visual envolve uma variação da profundidade do líquido
através do qual a luz deve passar para alcançar o olho, de modo que a intensidade
da cor se igualará à do padrão.
Nesse instrumento, mostrado na figura abaixo, as soluções da amostra e do
padrão são colocadas em celas de fundo de vidro montadas em um suporte que
permite movê-los verticalmente por um dispositivo de coroa e pinhão, munido de
uma escala milimétrica. Os Cilindros de vidro fixos com extremidades polidas
penetram nas celas por cima. A luz de baixo passa através do fundo das celas
atravessa os líquidos e os cilindros. A profundidade dos cilindros é ajustada até
que as duas cores se igualem.
85
Comparador de Duboscq
OS INSTRUMENTOS FOTOELÉTRICOS
Uma classificação dos instrumentos fotoelétricos considera o tipo de
dispositivo usado para selecionar a radiação eletromagnética para as medidas de
transmitância ou absorbância. Assim:
♦ Quando o dispositivo é um filtro ótico denomina-se o instrumento de
fotômetro, fotocolorímetro ou por operarem apenas no visível,
colorímetro.
86
FOTÔMETRO OU FOTOCOLORÍMETRO
São instrumentos simples, baratos e de fácil manutenção. Eles são usados
convenientemente sempre que não se requeiram faixas espectrais muito estreitas.
Não costumam operar fora da região visível e não alcançam o grau de precisão
dos espectrofotômetros. Os fotocolorímetros são construídos segundo modelos de
feixe simples ou duplo.
ESPECTROFOTÔMETROS
A principal limitação dos fotômetros é a resolução do feixe de radiação
usada. Isto faz com que a lei de Beer não seja seguida. Em geral, quanto melhor a
qualidade de um monocromador mais versátil o espectrofotômetro e mais caros
são os instrumentos.
Os espectrofotômetros são construídos segundo modelos de feixe simples
ou duplo para operar nas regiões UV-VIS. Os aparelhos de feixe simples são
usados normalmente para fins de análise quantitativa. Os de feixe duplo são
úteis não só para análise quantitativa, mas também permitem traçar os
espectros de absorção e ser usado na análise qualitativa.
ESPECTROFOTÔMETRO DE VARREDURA
São espectrofotômetros de duplo feixe usados particularmente para traçar
os espectros de absorção dos sistemas analíticos. Para isso, eles possuem um
mecanismo que faz variar o comprimento de onda do feixe a partir de rotação do
prisma ou da rede, como se pode ver na figura mostrada a seguir.
Titulações fotométricas
A titulação fotométrica consiste em se medir a variação da absorbância do
titulante, do titulado ou do produto entre ambos, a cada incremento do titulante. No
caso em que nenhuma dessas espécies absorva, por exemplo, numa titulação
ácido-base, um indicador é adicionado e mede-se, a cada incremento do titulante,
a variação da absorbância do produto entre o indicador e o titulante ou entre o
indicador e o titulado.
A figura abaixo mostra algumas das diferentes possíveis curvas de titulação
fotométrica.
Correção de volume
Como a absorbância depende da concentração, é necessário levar em conta
o efeito de diluição causado pela adição do titulante. Por isso, as absorbâncias
medidas em cada adição de titulante devem ser corrigidas. Isto é feito
multiplicando cada absorbância medida pelo fator (V + vi) / V,. de forma que cada
absorbância corrigida, ACORR , é calculada pela equação:
⎛ V + vi ⎞
ACORR = AM ⎜⎝ V ⎠
⎟
Análise multicomponente
Este tipo de análise ocorre quando se deseja determinar simultaneamente a
concentração individual de dois ou mais componentes absorventes que possuem
espectros de absorção sobrepostos.
O caso mais simples é o de um sistema contendo duas espécies
absorventes, ou seja, dois analitos. Na figura a seguir são mostrados os espectros
de absorção de dois componentes, L e M, bem como o espectro da mistura entre
ambos.
94
Erro fotométrico
É importante saber de que maneira a incerteza na medida da transmitância
se reflete como incerteza na concentração, pois em virtude da relação logarítmica
entre a transmitância e a concentração, esta incerteza não é de evidência imediata
e é intrínseca do próprio instrumento.
Pode ser demonstrado a partir da lei de Beer que a função de erro de
concentração é dada por:
Δc / c = [(0,4343) / T logT] ΔT
Terminologias e conceitos
Fluorescência
A luminescência instantânea (cerca de 1 ns) da matéria após excitação com
radiação UV ou visível.
Fosforescência
A luminescência retardada da matéria após excitação com energia de uma
radiação UV ou visível.
Quimiluminescência
A luminescência promovida por uma reação química.
Bioluminescência
A luminescência resultante da excitação com energia associada a uma
reação bioquímica. Ex.: luminescência do vaga-lume.
Radioluminescência
A luminescência produzida pela irradiação do sistema com partículas gama.
Triboluminescência
Luminescência produzida excitando o sistema com energia mecânica.
Ocorre quando, por exemplo, um mineral é esmagado, riscado ou esfregado.
A maioria dos minerais que têm esta propriedade é do tipo não metálico,
anidro e com clivagens.
96
Termoluminescência
É a emissão de luz por meio do aquecimento dos minerais em baixa
temperatura, entre 50 e 475 °C, sendo inferior à temperatura de incandescência.
Ex.: Certos minerais não metálicos e anidros, sobretudo os que contêm elementos
alcalinos terrosos, a exemplo do cálcio, mostram esta propriedade.
A fluorita (CaF2) é um mineral termofluorescente típico. Além disso, a calcita
(CaCO3), feldspatos (KAlSi3O8 - NaAlSi3O8 - CaAl2Si2O8), quartzo (SiO2), etc.
mostram leve termofluorescência.
Por meio da comparação da intensidade de radiação nuclear com a da
termoluminescência recuperada, pode-se determinar a idade do último evento
térmico (aquecimento) do mineral. Este método é aplicado para datação (medir a
idade da rocha ou mineral) de amostras com idade inferior a algumas dezenas de
milhares de anos, sendo útil para vulcanologia e arqueologia.
Magnetoluminescência
A luminescência provocada pela excitação com energia de um campo
magnético.
Sonoluminescência
A luminescência produzida após excitação com energia de radiação ultra-
sônica (freqüência superior a 20 kHz).
Apesar da diversidade dos fenômenos luminescentes, abordaremos a
fotoluminescência e a quimiluminescência associadas principalmente a compostos
orgânicos. Ademais, será explorado o seu aproveitamento analítico bem como a
instrumentação necessária para a obtenção dos espectros.
Excitação Molecular
Conforme o diagrama, excitação da molécula pode ser feita pela absorção
de radiação UV-Vis cujas bandas são centradas em:
Processos de Desativação
A molécula pode voltar ao estado fundamental devolvendo a energia ganha
na absorção por meio de:
OBS.: O mecanismo pelo qual a molécula libera a energia é aquele que minimiza
tempo de vida do estado excitado. Assim, se a fluorescência for mais rápida que
os processos não-radiativos então ela irá ocorrer. Caso contrário, a fluorescência
não ocorre ou é pouco intensa.
Relaxação Vibracional
É significativa em solução, pois essas condições favorecem maiores
interações entre a molécula excitada e a do solvente.
Nesse caso, a energia vibracional em excesso é perdida imediatamente
tendo em vista a alta eficiência desse processo. De fato, o tempo de vida médio
estimado de uma molécula excitada vibracionalmente é da ordem de 10-12 s.
101
Conversão Interna
Embora essa desativação não seja bem-compreendida, ela parece ser
particularmente eficaz quando dois níveis eletrônicos possuem energias próximas
o suficiente para promover uma superposição de níveis de energia vibracionais
(veja no diagrama)
É importante ressaltar que a conversão interna é um evento geralmente
mais provável que a desativação por fluorescência a partir de um estado eletrônico
excitado mais alto (S2, S3, etc).
Conversão Externa
Consiste na interação e transferência de energia entre a molécula excitada e
a do solvente ou a de outros solutos.
É digno de nota salientar a relevância desse tipo de desativação, haja vista o
efeito expressivo do solvente sobre a intensidade de fluorescência. Uma discussão
detalhada sobre essa influência será realizada adiante.
Cruzamento Intersistema
Este tipo de desativação ocorre por meio de uma inversão do spin de um
elétron excitado levando a molécula para o estado triplete.
Como ilustrado no diagrama, essa processo é favorecido quando ocorre
superposição entre estados vibracionais dos dois estados eletrônicos, a exemplo
do que ocorre em S1 T1.
OBS.:
• A desativação por cruzamento intersistema ocorre com maior facilidade quando a
molécula contém átomo pesado (Br, I, etc). Neste caso, as interações spin-órbita
propiciam condições mais favoráveis para uma mudança de spin.
• Outra situação que também favorece à mudança de spin por motivo análogo
ocorre quando na presença de O2 (molécula que contém e’s desemparelhados,
sendo portanto paramagnética).
Fosforescência
Esse fenômeno ocorre com maior intensidade quando a desativação por
cruzamento intersistema é favorecida. Contudo, existe a possibilidade desse tipo
de emissão ser inibido devido à competição de conversões externa e interna
envolvendo T1 e S0, como se pode observar no diagrama. Com efeito, essa
competição é tão significativa que a fosforescência é observada com maior
facilidade a baixas temperaturas e em meios muito viscosos.
103
• σ σ* ⇒ não ocorre, pois a absorção de radiação com λmax < 250 nm ⇒ pré-
dissociação ou dissociação.
kf
φ=
kf + ki + kce + kci + kd + k pd
Ex. 1:
CH2
Influência do Solvente
Influência do pH
É notável a influência do pH na intensidade de fluorescência de um
composto orgânico cuja estrutura contém grupos ácidos ou básicos. Com efeito,
tanto o λ como a intensidade de fluorescência serão diferentes para as formas
protonada e desprotonada.
Influência da Temperatura
Maior temperatura
Conversão externa
Diminuição da fotoluminescência
Influência do Oxigênio Dissolvido
A propriedade paramagnética da molécula de oxigênio propicia o
cruzamento intersistema, acarretando uma atenuação da fluorescência.
(
F = k ′(P0 − P ) = k ′P0 1 − 10 −ε .b.c ) P0
P
= 10 −ε .b.c
onde:
- K´ depende do rendimento quântico da fluorescência;
- P0 é a potência do feixe incidente (radiação excitadora);
- P é a potência após atravessar uma distância b do meio.
⎡
F = k ′P0 ⎢2,303ε .b.c −
(2,303ε .b.c ) (2,303ε .b.c )
2
+
2
⎤
− ⋅ ⋅ ⋅⎥
⎣ 2! 3! ⎦
Então
F = 2,3kε .bcP0
Se P0 for mantido constante
F = K c
onde K é um coeficiente de proporcionalidade que depende:
- da absortividade (ε) associada ao pico de absorção;
- do rendimento quântico (φ) da fluorescência;
- da potência do feixe incidente (P0) da radiação excitadora;
- do percurso óptico (b).
Desvios da linearidade
À medida que a concentração do fluoróforo aumenta, dois fatores podem
provocar um desvio da linearidade na relação entre F e c, a saber:
Análise Quantitativa
Os métodos fotoluminescentes quantitativos têm oferecido resultados
satisfatórios, sobretudo por apresentar sensibilidade e faixas dinâmicas melhores
que os métodos baseados em medidas de absorção UV-Vis.
As curvas analíticas fluorimétricas são construídas com base na relação
F =Kc
e num planejamento experimental que minimize problemas de desvios da
linearidade decorrentes da auto-supressão e auto-absorção.
Para aumentar a sensibilidade das medidas fluorimétricas, basta aumentar a
potência da radiação excitadora (P0). Contudo, o mesmo não se pode conseguir
para as medidas de absorção, pois um aumento de P0 implica também um
aumento de P. Assim, a medida da transmitância (e portanto de absorbância) não
é afetada.
TURBIDIMETRIA E NEFELOMETRIA
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Esses métodos baseiam-se no fenômeno do espalhamento da REM por
partículas em suspensão com dimensões de 1 ηm a 1μm.
Quando se faz passar um feixe de radiação através de uma suspensão
não-absorvente, uma parte deste feixe de radiação é espalhada e isto faz com
que ocorrra uma atenuação na potência do feixe incidente. Tanto a atenuação e a
potência da radiação espalhada podem ser relacionadas à concentração das
partículas do precipitado (ou suspensão) envolvendo o analito.
De acordo com a Figura abaixo, a turbidimetria utiliza a medida da
atenuação na potência do feixe incidente e a nefelometria utiliza a medida da
potência da radiação espalhada (em um ângulo de 90º, 75º ou 135º com feixe
incidente). Ambas as técnicas, relacionam estas medidas com a concentração da
espécie química em suspensão.
P0
τ = log = kbC
P
ζ = k’ C
onde, k’é uma constante que depende dos mesmos fatores de k acima, além de
depender também da potência do feixe incidente.
INSTRUMENTAÇÃO
Em princípio, qualquer fotocolorímetro ou espectrofotômetro permite realizar
medidas trubidimétricas. Comparadores visuais são também utilizados para
medidas de turbidez das águas potáveis.
As medidas nefelométricas podem ser realizadas em fluorômetros ou
espectrofluorômetros.
Turbidímetros e nefelômetros têm sido desenvolvidos usando fonte de luz
policromáticas, tal como uma lâmpada de tungstênio. Todavia, para se obter
melhores resultados é recomendado usar radiações monocromáticas. Quanto
114
ANÁLISE QUANTITATIVA
Antes de tudo, é importante ressaltar que o precipitado necessita ser pouco
solúvel e que ele se forme rapidamente. A adição de colóides protetores, como
gelatina, ágar, goma-arábica ou albumina é, às vezes, utilizada para tornar mais
estável a suspensão em concentrações muito baixas.
Curva Analítica
Na nefelometria e na turbidimetria as amostras são analisadas usando,
geralmente, curva analítica.
A exata reprodução das condições de precipitação é o aspecto mais crítico
nessas análises. Todas as variáveis que podem influir no tamanho das partículas,
no momento de sua formação, devem ser cuidadosamente controladas a fim de
reproduzir as mesmas condições de fomação da suspensão, tanto para os
padrões, como para as amostras.