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Licitações: Noções Básicas

OBJETIVOS DA LICITAÇÃO

A licitação é um procedimento que serve a dois objetivos básicos:

1ª) Dar igualdade de oportunidades a todos os que queiram negociar com a


Administração.
2ª) Escolher a proposta mais vantajosa para a Administração;
Esses objetivos constam da própria Lei de Licitações Lei 8.666/93, que
dispõe, em seu art. 3º:
"Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a
Administração..."
Ambos os objetivos são igualmente importantes e estão relacionados a
princípios jurídicos fundamentais: o princípio da isonomia (igualdade de
oportunidades a todos os que queiram negociar com a Administração) e o
princípio da indisponibilidade do interesse público (escolha da proposta mais
vantajosa à Administração).

CONCEITO DE LICITAÇÃO

Podemos dizer que a licitação é um procedimento competitivo, formal,


prévio e necessário à celebração de um contrato entre a Administração e
um terceiro.
Ou seja:

1) É um procedimento competitivo, pois a Administração precisa escolher


um entre os vários particulares que se disponham a contratar com ela.
Assim, a Administração estabelecerá uma competição, fixará suas regras e
critérios para escolha da melhor proposta, e com isso selecionará o
vencedor, aquele que celebrará o contrato com o Poder Público.

2) É um procedimento formal : nos procedimentos de natureza competitiva,


como os concursos públicos e as licitações todos os participantes têm
direito de exigir que os demais cumpram estritamente as regras da
competição. Portanto, nos procedimentos competitivos há necessidade de
um maior formalismo.

3) É um procedimento prévio e necessário: há obrigatoriedade na realização


prévia da licitação, excetuados os casos previstos na lei (vide CF/88, art. 37,
XXI).

PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO

O art. 3º da Lei 8.666/93, diz também quais serão os princípios aplicáveis à


licitação:

"Art. 3º: A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a
Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos."
A maior parte dos princípios já foi por nós explicada, numa aula específica
sobre o assunto. Portanto, vamos nos concentrar naqueles princípios que
são típicos desse instituto:

- Princípio da vinculação ao instrumento convocatório: É através


desse instrumento, em geral conhecido como Edital de licitação, que a
Administração estabelece as regras da competição que haverá e as regras
não podem ser mudadas durante o jogo. Por isso se costuma dizer que, uma
vez publicado, o Edital é a lei daquela licitação, vinculando tantos os
licitantes quanto a própria Administração.

- Princípio do julgamento objetivo: decorrente do princípio da


impessoalidade, ele serve para dar efetiva igualdade aos licitantes,
impedindo o uso de critérios pessoais (simpatia, interesse, etc.). Por essa
razão, a lei limita os tipos de critério de julgamento que podem ser
utilizados em uma licitação.
- Princípio da adjudicação compulsória: Constante do art. 50 da Lei de
Licitações (Lei 8.666/93), esse princípio diz que a Administração não pode
celebrar o contrato sem observar a lista de classificação ou com terceiros
não participantes da licitação.

PESSOAS QUE DEVEM LICITAR

A própria Lei de Licitações diz quem deve licitar, em seu art. 1º, Parágrafo
Único:
Art. 1o (...)Parágrafo Único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as
fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista
e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Em suma, onde estiver o dedo da Administração, controlando o uso de
recursos do patrimônio público, deverá estar presente o instituto da
licitação. Assim, impede-se o uso de pessoas interpostas, para evitar o uso
do procedimento expediente que já foi usado com freqüência.
Porém, cabe lembrar que as pessoas jurídicas criadas pelo Estado
para a exploração de atividade econômica não precisam licitar para o
exercício de sua atividade-fim. Assim, a Petrobrás não precisa licitar para
vender derivados de petróleo, assim como o Banco do Brasil não precisa
licitar para abertura de contas correntes. Porém, para as atividades-meio
(compra de equipamentos, contratação de serviços de terceiros, etc.) estão
obrigados a licitar.

O OBJETO DA LICITAÇÃO

O art. 2º da Lei de Licitações relaciona as contratações que exigem a


licitação:
Lei 8.666/93, art. 2º:"Art. 2º.
As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo Único: Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada."
Observe que não basta dar um nome diferente (convênio, acordo de
cooperação, etc.) para descaracterizar a natureza contratual de um ajuste e
assim fugir à licitação.

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

A regra, portanto, é a da obrigatoriedade da licitação em todo e qualquer


contrato que a Administração queira firmar com um terceiro.
Porém, a própria Constituição e a Lei de Licitações já reconhecem que há
hipóteses em que se deve abrir uma exceção a essa regra geral. São as
chamadas hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Dispensa de licitação:

A dispensa do procedimento licitatório se dá quando a lei reconhece que a


realização desse procedimento conflitará com outro interesse público,
considerado mais relevante. Assim, a lei não considera oportuno e nem
conveniente seguir a regra geral nesses casos. É uma escolha que o
legislador faz, visto que a licitação deve ser um meio de realizar o interesse
público e não um meio de frustrá-lo.
O importante a ressaltar é que essas hipóteses são taxativas, não se
podendo usar de analogia para declarar uma licitação dispensável.
As hipóteses de dispensa estão previstas em dois artigos da Lei de
Licitações:
- Art. 17, incisos I e II, se refere aos contratos em que a Administração busca
alienar ou ceder o uso de seus bens.
- Art. 24, incisos I a 25, se refere aos demais contratos celebrados pela
Administração, em geral, quando a Administração está adquirindo algum
bem ou serviço.

Inexigibilidade de licitação:

As hipóteses de inexigibilidade de licitação são diferentes, pois a


inexigibilidade decorre da impossibilidade de realizar a licitação, seja
porque o objeto de que a Administração precisa é único, singular; seja
porque não há mais de um possível fornecedor desse objeto.

Os casos de inexigibilidade de licitação estão listados no art. 25 da Lei de


Licitações:

- aquisição de bens que somente possam ser disponibilizados à


Administração por um fornecedor exclusivo
(Inciso I); sendo que, evidentemente, a lei estabelece como será feita a
prova dessa exclusividade;
- contratação de serviços técnicos de natureza singular, com
profissionais ou empresas de notória especialização (Inciso II); sendo que
a lei abre exceção aos serviços de publicidade e divulgação;
- contratação de artista consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública (Inciso III).

Observe que em todas essas hipóteses, a licitação não deve ser utilizada,
não porque isso contrarie algum interesse público. É que em todos esses
casos a competição não é viável e a licitação é um procedimento
competitivo.
O rol de hipóteses do art. 25 é meramente exemplificativo. É possível que,
na prática, o administrador se depare com outras situações em que a
competição seja inviável, e que todavia não estejam descritas no art. 25.
Para facilitar a compreensão das diferenças entre dispensa e inexigibilidade,
observe a seguinte tabela:

CRITÉRIOS DE JULGAMENTO OU "TIPOS DE LICITAÇÃO"

Para atender ao princípio do julgamento objetivo, a lei preestabeleceu os


critérios critérios que podem ser utilizados para o julgamento da licitação,
isto é, para a escolha do vencedor da competição. Observe o texto legal.

"Art. 45. (...)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na


modalidade concurso

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais


vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante
que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou
convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienção de bens ou concessão
de direito real de uso."

É importante observar que esses critérios são mutuamente


excludentes. Ou seja, não pode haver a combinação deles. A
Administração deve escolher apenas um critério para aquela licitação e
manter-se fiel ao critério escolhido.

Vamos entendê-los:

Critério de menor preço: tem por base a proposta comercial mais


econômica para a Administração. É o critério mais utilizado, pois a lei
limitou bastante o uso dos critérios que envolvem o exame da qualidade
técnica.
Critério de melhor técnica: ao contrário do que possa parecer, esse
critério não leva necessariamente a escolha da melhor proposta técnica. Ao
usar desse critério, a Administração fará duas listas de classificação: um
lista baseada no menor preço e outra baseada na melhor técnica. A seguir,
perguntará àquele que ofereceu a melhor técnica se ele concorda com o
menor preço praticado. Se ele recusar, será perguntado ao segundo
classificado no aspecto técnico e assim por diante. Portanto, a proposta
comercial tem mais peso, ao se adotar esse critério.

Critério de técnica e preço: a Administração fixará, no Edital, uma


pontuação referente a técnica e uma pontuação referente à proposta
econômica. Poderá inclusive dar um peso maior ao aspecto técnico, se
considerá-lo mais importante que o aspecto econômico. Ganhará a licitação
aquele licitante que tiver a melhor pontuação, dentro dos critérios
estabelecidos no Edital.
Detalhe: os critérios de melhor técnica e técnica e preço somente podem
ser utilizados para serviços de natureza predominantemente intelectual e
excepcionalmente, para a aquisição de bens e serviços de grande vulto,
dependentes de tecnologia sofisticada (art. 46, “caput” e parágrafo 3º da
Lei 8.666/93). Para a contratação de bens e serviços relacionados à
informática, porém, a lei estabelece a obrigatoriedade do critério técnica e
preço (art. 45, parágrafo 4º da Lei 8.666/93). Com exceção desses casos, o
critério que predominará e que será quase sempre utilizado será o de menor
preço.

Critério de maior lance ou oferta: Esse critério, como a própria lei já diz,
se aplica aos casos em que a Administração está alienando algum bem. Não
há outro critério possível nesses casos que o de melhor preço oferecido pelo
licitante comprador.

CRITÉRIOS DE DESEMPATE

Se houver empate, a Lei de Licitações oferece a seguinte solução:


"Art. 3º (...)
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será
assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional;


II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras."

Mas atenção: esse artigo foi editado antes da reforma do art. 171 da
Constituição, que até a Emenda Constitucional n.º 6, editada no ano de
1995, fazia a distinção entre empresas brasileiras e empresas brasileiras de
capital nacional. Por essa razão há autores respeitáveis que entendem
inaplicáveis os incisos I e II desse dispositivo, restando como critério de
desempate apenas o Inciso II, ou seja, o fato dos bens serem
produzidos no país. Mas, o texto legal permanece em vigor, então, cuidado
ao responder uma questão sobre esse assunto: observe o que o examinador
está procurando aferir: o simples conhecimento do texto legal ou o seu
conhecimento do posicionamento da doutrina sobre esse assunto.
Se mesmo usando os critérios do art. 3º não foi possível o desempate, o
único método possível é o sorteio (art. 45, § 2º da Lei 8.666/93 Lei de
Licitações).

Licitações: O Procedimento

Modalidades de licitação

As licitações podem ser realizadas em diversas modalidades, cada qual


adequada ao objeto que será licitado. Em seu artigo 22, a lei relaciona as
diversas modalidades existentes. Para facilitar, vamos dividi-las em grupos:

Modalidades básicas

- Para aquisições:
- Concorrência
- Tomada de preço
- Convite
- Para alienações:
- Concorrência
- Leilão

Há também modalidades que são utilizadas para fins específicos. Vejamos


quais são:

Modalidades destinadas a fins específicos:

- Concurso: para escolha ou premiação de trabalho técnico, artístico ou


científico;
- Pregão: modalidade para aquisição de bens e serviços considerados
comuns, prevista em legislação especial (Lei 10.520/2002).

Para escolha das modalidades, é necessário seguir o que dispõe a Lei de


Licitações, tendo em vista o objeto a ser licitado (alienações ou aquisições)
e o valor do contrato. E ainda há aquelas que são destinadas para
finalidades específicas o concurso e o pregão.

Escolha da modalidade nas aquisições

Para adquirir um bem, contratar um serviço, realizar uma obra, uma


reforma, deve ser observado o valor da contratação. Observe a tabela
abaixo, baseada no art. 23 da Lei de Licitações:
É importante observar que quanto mais alto o valor da contratação, mais
exigente e complexo será o procedimento. O convite é a mais simples das
modalidades. A tomada de preço tem exigência mediana e a concorrência é
o procedimento mais completo, mais exigente, mais formal.

Essa observação é importante, pois o administrador não pode burlar as


modalidades previstas em lei. Por exemplo: se a contratação for de uma
obra de valor acima de um milhão e meio a Administração deve promover a
concorrência. Se escolher a tomada de preços ou o convite, a licitação será
viciada, sujeita a anulação.
Se, ao contrário, a contratação for pequena, de valor que possibilitaria o uso
da modalidade mais simples, a lei permite que a Administração escolha a
modalidade mais exigente; o que não ocasiona prejuízo algum, podendo até
ser uma cautela a mais.

Escolha das modalidades referentes à alienação

Observe o esquema, que sintetiza as regras previstas nos arts. 17, § 6º, 19
e 23, §3º da Lei de Licitações:

Aqui, como podemos perceber, a escolha não depende apenas do valor. No


caso dos bens imóveis, a regra geral é a concorrência, sendo a exceção
aqueles bens imóveis que são adquiridos geralmente no pagamento de
dívidas, em que há o interesse em converter rapidamente o imóvel em
dinheiro. Tudo isso é tirado da combinação dos artigos 17, § 6º, 19 e 23, §3º
da Lei de Licitações.

Observe ainda o seguinte: sempre é possível utilizar a modalidade mais


exigente, ou seja, a concorrência. Ademais, a concorrência será a
modalidade obrigatoriamente escolhida, independentemente do valor, nos
seguintes casos:

Concorrência obrigatória:
- Compra de bens imóveis.
- Concessão de concessão de direito real de uso.
- Licitações internacionais.
- Registro de preços
- Concessão e permissão de serviços públicos
- Celebração de Parcerias Público-Privadas"

Escolha das modalidades especiais

O concurso: é uma modalidade que é destinada à escolha ou premiação de


trabalho técnico, artístico ou científico (Lei 8.6666/93, art. 22, § 4º).

O pregão: é a modalidade indicada para aquisição de bens e serviços


considerados comuns e é regulado pela Lei 10.520/2002, que considera
esses bens e serviços como "aqueles cujos padrões de desempenho e
qualidades possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de
especificações usuais no mercado" (art. 1º, § único).

Veja que nesse caso que não há necessidade de observar o valor da


contratação. Seja qual for o seu valor, pode ser usado o pregão, desde que
o bem ou serviço seja comum, tal como a lei tentou definir.

Fases da licitação

Antes de iniciado o procedimento licitatório propriamente dito, a


Administração deve ter desenvolvido diversos trabalhos preparatórios: a
solicitação da aquisição daquele objeto, a avaliação do custo da
contratação, a reserva dos recursos orçamentários, a autorização para
a abertura da licitação pela autoridade competente, a nomeação da
comissão de licitação e a elaboração do instrumento convocatório. Esses
procedimentos preparatórios são referidos geralmente como a fase interna
da licitação.

Ultrapassada essa fase interna, o procedimento licitatório,


propriamente dito, poderá ser dividido nas seguintes fases:

Fases da licitação

1 - Edital
2 - Habilitação
3 - Julgamento
4 - Homologação
5 - Adjudicação

Fase do edital

O início da licitação se dá sempre pela divulgação de um instrumento


convocatório, sendo que por ser mais comum o edital, tornou-se comum
chamar essa fase de "fase do edital"
E no que consiste essa fase? Na fase do Edital a Administração:

- Divulga a abertura de processo licitatório


- Fixa requisitos de participação
- Define o objeto e as condições básicas do contrato
- Convida os interessados a apresentar propostas

O instrumento convocatório deve:

- ser claro e completo (vide art. 40 da Lei 8.666/93);


- ser objetivo (não direcionado a um destinatário ou a uma marca)
- ser publicado (art. 21 da Lei 8.666/93 exceção: a modalidade convite, na
qual é enviada uma carta, a chamada carta-convite, que substitui o edital)

O edital, como vimos deve ser claro e completo e não poderá direcionar a
licitação. Um eventual vício do Edital comprometerá todo o procedimento,
podendo obrigar a Administração a começar tudo do início.
Por essa razão, a Lei de Licitações prevê as formas e prazos de divulgação
do instrumento convocatório (art. 21 da Lei 8.666/93) e estabelece prazos
para a impugnação do edital, seja pelo participante seja por qualquer
cidadão (art. 41 da Lei 8.666/93 e art. 4º, incisos I e V da Lei 10.520/2002").
Se houver necessidade de modificação do instrumento convocatório,
que modifique as exigências originalmente previstas, deverá haver nova
divulgação do instrumento convocatório e reabertura dos prazos para os
licitantes.

A fase da habilitação

A fase da habilitação também é chamada fase subjetiva, pois nela é


examinada a idoneidade do interessado em contratar com a Administração.
Na habilitação é verificada:

- a habilitação jurídica
- a qualificação técnica
- a qualificação econômico-financeira
- a regularidade fiscal
O edital não pode fazer exigências absurdas, de documentos
desnecessários ou impertinentes, pois a própria Constituição diz que
somente se permitem "as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações" (CF/88, art. 37,
Inciso XXI).

Se o licitante não tiver cumprido as exigências para habilitação, ele será


inabilitado. Ou seja, ele não participará da fase seguinte, que é a do
julgamento das propostas.
Evidentemente que ele poderá recorrer dessa decisão, que o inabilitou. E
somente após a decisão desse recurso é que a licitação poderá passar à
fase seguinte.
Se todos os licitantes forem inabilitados, a Administração poderá fixar prazo
para nova apresentação de documentos, para assim economizar tempo e
trabalho, evitando reiniciar o procedimento (vide art. 48, §3º da L.
8.666/93).
A fase da habilitação nem sempre estará presente nas licitações. No caso da
modalidade denominada tomada de preços, a análise da idoneidade dos
licitantes se faz previamente, através do cadastramento dos interessados. A
lei permite também que a habilitação seja dispensada nas modalidades
convite, leilão e concurso e também no fornecimento de bens para pronta
entrega.
No pregão, há um detalhe curioso: ao contrário das outras modalidades, a
habilitação se faz no final do procedimento, depois de já julgadas as
propostas e classificados os licitantes.

A fase do julgamento

É nessa fase que se faz a seleção da proposta mais vantajosa para a


Administração.
Há dois tipos de proposta, a serem analisadas nesta fase:

- a proposta comercial
- a proposta técnica (somente nas licitações do tipo melhor técnica e do tipo
técnica e preço)

Na fase de julgamento serão abertos os envelopes com as propostas dos


licitantes habilitados. Costuma-se dizer que as propostas devem ser sérias,
firmes, concretas e ajustadas. Se elas não forem assim, serão
desclassificadas pela autoridade ou comissão de licitação.
Sugestão: leia os artigos 44 e 48 da Lei 8.666/93, que descrevem as
situações em que as propostas não devem ser aceitas na licitação.

Se todas as propostas forem desclassificadas, será fixado prazo para nova


apresentação de propostas (art. 48, §3º da L. 8.666/93).
Havendo mais de uma proposta classificada, a autoridade ou comissão
responsável, baseando-se nos critérios de julgamento previstos no edital,
estabelecerá uma ordem de classificação e declarará vencedor da licitação
o primeiro classificado. É com ele que a Administração deverá celebrar o
contrato; é o princípio da adjudicação compulsória, já mencionado na aula
anterior.
Também na fase do julgamento, como em todas as outras, caberá recurso
por quem se sentir prejudicado pela decisão tomada pelos responsáveis
pela condução da licitação.

A fase da homologação

A homologação é a fase em que a comissão ou agente que conduziu o


procedimento da licitação, apresenta à autoridade superior o resultado
desse procedimento. A autoridade superior fará então uma verificação sobre
a regularidade da licitação. Caso verifique vício, a autoridade deverá anular
o procedimento. Essa anulação não gerará direito à indenização para os
licitantes, a não ser que já esteja sendo executado o contrato pelo vencedor
e que este esteja de boa fé, caso em que ele terá direito a ser ressarcido
dos prejuízos pela rescisão do contrato.
Também é nesse momento que a autoridade deverá verificar se há
necessidade de revogar a licitação, o que somente será possível se houver
uma razão de interesse público causada por fato superveniente (art. 49 da
Lei 8.666/93).
E como fica o vencedor no caso de revogação? A doutrina entende que ele
fará jus à indenização das despesas que ele fez para participar da licitação,
pois a revogação é um ato de interesse da Administração e não é justo que
ele suporte integralmente o ônus, o encargo econômico dessa decisão.

A fase da adjudicação

A adjudicação é a decisão da autoridade superior pela qual ela atribuiu o


objeto da licitação ao licitante vencedor.
Com a adjudicação, o vencedor fica preso à proposta que ele fez à
Administração e ele deverá mantê-la durante o prazo de validade dessa
proposta, que é de no máximo 60 dias, contados da entrega dos envelopes
(vide art. 64, §3º da Lei 8.666/93).

A Administração, por sua vez, não poderá celebrar o contrato com mais
ninguém além dele. Ela não poderá celebrar o contrato com mais ninguém,
mas mesmo após a adjudicação será possível para a Administração desistir
da contratação, em razão de algum fato superveniente e relevante. É óbvio
que também nesse caso, o vencedor terá direito ao ressarcimento das
despesas que fez para participar da competição.
A adjudicação é, portanto, o ato final do procedimento licitatório.

O pregão

Antes de encerrar o tema "licitações", é importante falar um pouco do


pregão, que é uma modalidade instituída por uma lei especial, a Lei
10.520/2002. Instituída na esfera federal, esta modalidade também tem
sido adotada pelos Estados e Municípios, e essa ampla utilização tem
sido justificada pelas grandes vantagens no procedimento e pela
economia que proporciona, possibilitando a aquisição de bens e serviços por
um preço mais baixo do que o obtido nas outras modalidades.

Algumas peculiaridades do pregão:


- ele se aplica aos bens e serviços considerados "comuns";
- o procedimento é conduzido por uma autoridade, denominada "pregoeiro";
- nele, a habilitação é posterior ao julgamento das propostas.
- o julgamento do pregão se desdobra em duas etapas:

1º) a entrega das propostas escritas;


2º) a realização de lances verbais.

Essa última peculiaridade merece ser detalhada. Na primeira fase do


julgamento, são abertos os envelopes e promovida a classificação das
propostas, como acontece nas outras modalidades. Porém, uma vez feita
essa classificação, os melhores classificados são chamados a dar lances
verbais, de maneira que o vencedor seja aquele que oferecer o menor
preço.
São chamados para essa etapa dos lances todos os licitantes classificados
que tiverem oferecido em suas propostas escritas preços até 10% maiores
do que a melhor proposta apresentada. Devem ser chamados no mínimo
três participantes para essa segunda etapa, sendo que na falta de licitantes
que atendam esse percentual de que falamos, devem ser chamados outros,
pela ordem de classificação, até completar o número mínimo de três.
O resultado desse procedimento dividido em duas etapas é que há
um aumento da competitividade,
resultando geralmente em economia para a contratante.
O pregão eletrônico
O pregão eletrônico é um "filhote" mais moderno do pregão. A lógica da
competição é a mesma e as
diferenças em relação às demais modalidades de licitação são aquelas que
já mencionamos.
O que diferencia o pregão eletrônico é o uso dos meios digitais, isto é, as
propostas e os lances são enviados
pela Internet, em ambiente seguro.
Uma outra peculiaridade é que no pregão eletrônico não há a escolha das
melhores propostas classificadas
para participação na etapa de lances, pois todos os classificados,
independentemente do valor inicialmente
proposto, podem participar dar lances nessa segunda etapa.

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