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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Celso Spitzcovsky


Aula: 25| Data: 25/04/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

LEI ANTICORRUPÇÃO
1. Responsabilidade administrativa da pessoa jurídica

LEI ANTICORRUPÇÃO
(Lei nº 12.846/13)

A Lei de Improbidade apenas abrange atos praticados por pessoas físicas, existindo uma lacuna com relação a
atos praticados por pessoas jurídicas, motivo pelo qual, em 2013, foi editada a Lei nº 12.846.

O objeto da Lei Anticorrupção é a responsabilização da pessoa jurídica nas esferas administrativa e civil por atos
de corrupção praticados contra a Administração Nacional e Estrangeira (arts. 1º a 5º).

A lei tem origem em tratados internacionais celebrados pelo Brasil para combater atos de corrupção.

Segundo o art. 1º, parágrafo único da Lei nº 12.846/13, combinado com seu art. 28, são destinatários da norma
qualquer pessoa jurídica (incluindo as multinacionais) e mesmo que o ato tenha sido praticado no estrangeiro.

Vigência da lei
Publicação: 1º de agosto de 2013
Entrada em vigor: Janeiro de 2014 (após um prazo de vacatio legis de 180 dias)

O art. 5º da referida lei estabelece as hipóteses que são consideradas como atos de corrupção:

Art. 5o Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou


estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas
pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1o, que
atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra
princípios da administração pública ou contra os compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

Os incisos do art. 5º destaca algumas hipóteses que são especialmente considerados como atos de corrupção, tal
como, por exemplo:

o Frustrar ou fraudar o caráter competitivo de uma licitação

Pode ser feito pela inserção de cláusulas absurdas no edital de licitação (Ex.: Exigir que a empresa tenha sede em
município pequeno; Fazer exigências financeiras exorbitantes; Exigências irrazoáveis de caráter técnico).

Também se frustra o caráter competitivo da licitação afastando licitante com o oferecimento de propina. A
criação fraudulenta de uma empresa pública para participação de uma licitação ou para celebração de um
contrato administrativo também é ato de corrupção – isso porque o art. 195 da CF veda que pessoa jurídica em
débito com a seguridade social contrate com a administração.

SAT EXTENSIVO ESSENCIAL DIURNO


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
o Manipular ou fraudar o equilíbrio econômico financeiro dos contratos

O art. 66 da Lei nº 8.666/93 indica que, celebrado o contrato, as partes deverão cumprir fielmente com as suas
obrigações, sob pena de responsabilidade (é o pacta sunt servanda).

Excepcionalmente, durante a execução do contrato, a lei permite que alterações sejam promovidas modificando
as cláusulas inicialmente pactuadas, mas desde que surjam fatos imprevisíveis que impeçam o cumprimento do
contrato nas condições iniciais. É a Teoria da Imprevisão.
Ex.: Caso fortuito, força maior, fato do príncipe ou fato da administração.

Passemos ao estudo da responsabilidade da pessoa jurídica.

Em primeiro lugar, há que se destacar que a Lei nº 12.846/13 dissociou a responsabilidade da pessoa jurídica da
responsabilidade da pessoa física.

O art. 2º da Lei aponta que a responsabilidade da pessoa jurídica é objetiva – independe da comprovação de dolo
ou culpa. Aliás, é por isso que muitas empresas começaram a adotar programas de “compliance”, já que, se
qualquer um de seus funcionários praticarem atos de corrupção, a empresa será responsabilizada,
independentemente de conhecimento ou não do ato.
Logo, para a responsabilidade da empresa ficar configurada, basta a comprovação do nexo de causalidade, isto é,
que o prejuízo causado teve como fato gerador um ato praticado por agentes da empresa.

A responsabilidade da pessoa física vem determinada no art. 3º da lei – é uma responsabilidade subjetiva. Essa
responsabilidade vai subsistir ainda que a pessoa jurídica já tenha se envolvido em fusão, incorporação. Como a
alteração societária da empresa pode dificultar a responsabilização da pessoa física, o art. 14 da lei autorizou
requerimentos de desconsideração da personalidade jurídica.

Além disso, conforme já vimos, a responsabilidade se apresenta tanta na esfera administrativa quanto na esfera
judicial. A responsabilidade administrativa encontra-se disciplinada no art. 6º da lei e a judicial no art. 19.

1. Responsabilidade administrativa da pessoa jurídica

É requisito para a responsabilização da pessoa jurídica a abertura do “processo administrativo de


responsabilização”, no qual são assegurados o contraditório e ampla defesa.
Responsabilização sem o respectivo processo se afigura inconstitucional, conforme se extrai pela leitura do art.
5º, inciso LV, da CF/88.

As sanções previstas em lei podem incidir de forma isolada ou cumulativa. São algumas das sanções previstas:

(i) Ressarcimento dos danos causados aos cofres públicos

(ii) Incidência de multa (a multa pode ser aplicada junto com a pena de ressarcimento, não é substituto). A multa
é aplicada no percentual de 0,1% a 20% do faturamento bruto da empresa, apurado no exercício financeiro
anterior ao da abertura do processo (excluídos os valores pagos a título de tributo).

 Mas e se não for possível apurar o faturamento bruto da empresa no exercício anterior?
R.: Aí a multa será aplicada no valor seis mil a sessenta milhões a depender das características apresentadas em
cada caso concreto.

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Obs.: Se o valor do ato de corrupção se revelar superior a sessenta milhões, prevalecerá o valor superior apurado.

(iii) Impossibilidade de contratar com a Administração ou dela receber qualquer benefício pelo prazo de 1 a 5
anos

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