A maioria dos nossos irmãos leigos não entendem o que está acontecendo no Vaticano e
porque tantos questionamentos ao Papa Francisco.
Por isso, os signatários da Correção filial o acusaram de estar sendo influenciado por
ideias protestantes.
Embora este seja um assunto da correção, ele não é o principal assunto. O Assunto é o
capítulo VIII de Amoris Laetita que afirma que "em certas circunstâncias", pessoas que
estão OBJETIVAMENTE em pecado por estarem em segundas uniões, podem ter
acesso aos sacramentos da reconciliação e da Eucaristia.
Contudo, o Papa Francisco preferiu uma leitura mais aberta e um tanto laxista do
documento segundo os críticos, o que motivou (á excepção de Müller) as chamadas
"dubia".
Como várias tentativas de diálogo com o Papa foram tentadas para que ele voltasse atrás
nessa posição e ele rejeitou, sempre que eles emitiam uma tentativa de diálogo sem
resposta, a tornavam pública na mídia.
A atual petição com 62 leigos e sacerdotes não foi diferente. Acusa-se o Papa Francisco
de favorecer por meio de seus intérpretes oficiais (cardeal Schönborn e Maradiaga) além
de teólogos pessoais (Fernández) uma interpretação que pode demolir todo o alicerce da
teologia moral da Igreja.
Entenda-se:
Uma pessoa segundo o catecismo, pode estar em situação objetiva de pecado e, por
algumas limitações de conhecimento ou situação prática, ter sua culpa pessoal reduzida
em função dessa situação.
Por exemplo: Uma pessoa católica sabe que roubar é errado. Mas se um sequestrador
tomar um familiar dessa pessoa e exigir que ela roube para ela um banco, como meio de
pagar o resgate e liberar esse familiar, e ela o fizer, ela está em pecado, mas sua culpa é
reduzida. Em que pese possíveis críticas a esse argumento, o argumento de Francisco e
seus teólogos é análogo.
Do mesmo modo, alega-se que casais em segunda união que tenham filhos e que
tenham dificuldade em manter a castidade (vamos dar como exemplo que um dos
cônjuges da nova união não seja católico), devem ser aceitos gradativamente e
discretamente aos sacramentos da confissão e da comunhão.
Essa situação significa que, apesar da pessoa estar em pecado mortal objetivamente, o
fato de poder causar graves danos aos filhos da nova família por se separar ou por exigir
não cumprir com o dever civil de esposa (digo civil porque não existe direito divino a
fornicação e adultério), seria causa de pecado maior, pois colocaria as crianças e a si
mesmo em situação de grave indignidade e penúria. Portanto, nessa situação, a culpa
subjetiva seria extinta.
O problema é que isso leva a conclusão de que Deus pode exigir que se faça algo
objetivamente mau sob certos aspectos, o que é inaceitável. Por isso a correção filial.
(imagem ilustrativa)