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Índice

IBGE
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

Técnico em Informações
Geográficas e Estatísticas A I
EDITAL N° 02/2015

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e
argumentativo);............................................................................................................................................................................01
Interpretação e organização interna...................................................................................................................................02
Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos;.................................................................................08
emprego de tempos e modos dos verbos em português.....................................................................................................10
Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais;......................................................................18
processos de formação de palavras;....................................................................................................................................48
mecanismos de flexão dos nomes e verbos..........................................................................................................................51
Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação;.................................51
concordância nominal e verbal;...........................................................................................................................................62
transitividade e regência de nomes e verbos;.....................................................................................................................67
padrões gerais de colocação pronominal no português;....................................................................................................74
mecanismos de coesão textual..............................................................................................................................................76
Ortografia. Acentuação gráfica............................................................................................................................................78
Emprego do sinal indicativo de crase..................................................................................................................................86
Pontuação...............................................................................................................................................................................90
Estilística: figuras de linguagem..........................................................................................................................................94
Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo; variação linguística: norma culta................................97

GEOGRAFIA

Noções básicas de cartografia: Orientação: pontos cardeais; Localização: coordenadas geográficas (latitude, longitude
e altitude); Representação: leitura, escala, legendas e convenções.........................................................................................01
Natureza e meio ambiente no Brasil: Grandes domínios climáticos; Ecossistemas........................................................06

Didatismo e Conhecimento
Índice
As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço agrário: modernização e conflitos; Espaço urbano:
atividades econômicas, emprego e pobreza; A rede urbana e as Regiões Metropolitanas.................................................... 11
Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: Divisão PolíticoAdministrativa; Organização
federativa.............................................................................................................................................................................. 17
Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios, áreas de crescimento e de perda populacional).....................20

MATEMÁTICA

Conjuntos: operações e problemas com conjuntos............................................................................................................01


Conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais, reais e suas operações. Representação na reta..........................07
Unidades de medida: distância, massa, tempo, área, volume e capacidade....................................................................24
Álgebra: produtos notáveis, equações, sistemas e problemas do primeiro grau, inequações, equação e problemas do
segundo grau................................................................................................................................................................................28
Porcentagem e proporcionalidade direta e inversa............................................................................................................43
Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e geométrica..............................................................51
Juros e noções de matemática financeira............................................................................................................................59
Problemas de raciocínio........................................................................................................................................................65
Geometria plana: distâncias e ângulos, polígonos, circunferência, perímetro e área.....................................................79
Semelhança e relações mé- tricas no triângulo retângulo.................................................................................................85
Geometria espacial: poliedros, prismas e pirâmides, cilindro, cone e esfera, áreas e volumes......................................89
Matemática discreta: princípios de contagem, noção de probabilidade, noções de estatística, gráficos e medidas... 96

CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE

Conhecimentos específicos sobre o IBGE: informações sobre a Instituição, conceitos básicos para o desenvolvimento
do trabalho na Agência e da atividade do Técnico de Coleta.............................................................................................01/10

Didatismo e Conhecimento
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Artigo
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A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.
E então, você já teve estes problemas?
Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
- A linguagem literária é conotativa, utiliza figuras (palavras
Prof. Especialista Zenaide Auxiliadora de sentido figurado) em que as palavras adquirem sentidos mais
Pachegas Branco amplos do que geralmente possuem.
- Na linguagem literária há uma preocupação com a escolha
e a disposição das palavras, que acabam dando vida e beleza a um
Graduada pela Faculdade de Filosofia, texto.
Ciências e Letras de Adamantina - Na linguagem literária é muito importante a maneira original
Especialista pela Universidade Estadual Paulista – Unesp de apresentar o tema escolhido.
- A linguagem não literária é objetiva, denotativa, preocupa-se
em transmitir o conteúdo, utiliza a palavra em seu sentido próprio,
utilitário, sem preocupação artística. Geralmente, recorre à ordem
ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO direta (sujeito, verbo, complementos).
DO TEXTO E SEU SENTIDO: GÊNERO DO
TEXTO (LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO, Leia com atenção os textos a seguir e compare as linguagens
NARRATIVO, DESCRITIVO utilizadas neles.
E ARGUMENTATIVO) Texto A
Amor (ô). [Do lat. amore.] S. m. 1. Sentimento que predispõe
alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao
próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. 2. Sentimento
de dedicação absoluta de um ser a outro ser ou a uma coisa;
Sabemos que a “matéria-prima” da literatura são as palavras. devoção, culto; adoração: amor à Pátria; amor a uma causa. 3.
No entanto, é necessário fazer uma distinção entre a linguagem Inclinação ditada por laços de família: amor filial; amor conjugal.
literária e a linguagem não literária, isto é, aquela que não 4. Inclinação forte por pessoa de outro sexo, geralmente de caráter
caracteriza a literatura. sexual, mas que apresenta grande variedade e comportamentos e
Embora um médico faça suas prescrições em determinado reações.
idioma, as palavras utilizadas por ele não podem ser consideradas Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário da Língua
literárias porque se tratam de um vocabulário especializado e Portuguesa, Nova Fronteira.
de um contexto de uso específico. Agora, quando analisamos a
literatura, vemos que o escritor dispensa um cuidado diferente Texto B
com a linguagem escrita, e que os leitores dispensam uma atenção Amor é fogo que arde sem se ver;
diferenciada ao que foi produzido. É ferida que dói e não se sente;
Outra diferença importante é com relação ao tratamento do É um contentamento descontente;
conteúdo: ao passo que, nos textos não literários (jornalísticos, é dor que desatina sem doer.
científicos, históricos, etc.) as palavras servem para veicular Luís de Camões. Lírica, Cultrix.
uma série de informações, o texto literário funciona de maneira
a chamar a atenção para a própria língua (FARACO & MOURA, Você deve ter notado que os textos tratam do mesmo assunto,
1999) no sentido de explorar vários aspectos como a sonoridade, a porém os autores utilizam linguagens diferentes.
estrutura sintática e o sentido das palavras. No texto A, o autor preocupou-se em definir “amor”, usando
Veja abaixo alguns exemplos de expressões na linguagem uma linguagem objetiva, científica, sem preocupação artística.
não literária ou “corriqueira” e um exemplo de uso da mesma No texto B, o autor trata do mesmo assunto, mas com
expressão, porém, de acordo com alguns escritores, na linguagem preocupação literária, artística. De fato, o poeta entra no campo
literária: subjetivo, com sua maneira própria de se expressar, utiliza
comparações (compara amor com fogo, ferida, contentamento e
Linguagem não literária: dor) e serve-se ainda de contrastes que acabam dando graça e força
expressiva ao poema (contentamento descontente, dor sem doer,
- Anoitece. ferida que não se sente, fogo que não se vê).
- Teus cabelos loiros brilham. A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam
- Uma nuvem cobriu parte do céu. ... eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto
é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido
Linguagem literária: entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças principais
em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos
- A mão da noite embrulha os horizontes. (Alvarenga Peixoto) para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.
- Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz! (Mário É de fundamental importância sabermos classificar os textos
Quintana) com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso,
- Um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua nascença. precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.
(José Cândido de Carvalho) Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato
presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre
Como distinguir, na prática, a linguagem literária da não determinado assunto, ou descrevemos algum lugar que visitamos,
literária? ou fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de

Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
conhecer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas
classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
Narração, Descrição e Dissertação. interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ).

As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspectos de Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em
ordem linguística cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a
anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação
- Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome
demarcados no tempo do universo narrado, como também de de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão
advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre outros: grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e
Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de analisada separadamente, poderá ter um significado diferente
muita conversa, resolveram... daquele inicial.

- Textos descritivos – como o próprio nome indica, descrevem Intertexto - comumente, os textos apresentam referências
características tanto físicas quanto psicológicas acerca de um diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo
determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem de recurso denomina-se intertexto.
demarcados no presente ou no pretérito imperfeito:
“Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...” Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A
- Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações,
ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento
enfatizando acerca das razões de ela acontecer, como em: das questões apresentadas na prova.
O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro,
portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de
modalidade na qual as ações são prescritas de forma sequencial,
uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
utilizando-se de verbos expressos no imperativo, infinitivo ou
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
futuro do presente.
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar
diferenças entre as situações do texto.
uma massa homogênea.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma
realidade, opinando a respeito.
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se pelo
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias
predomínio de operadores argumentativos, revelados por uma
carga ideológica constituída de argumentos e contra-argumentos em um só parágrafo.
que justificam a posição assumida acerca de um determinado - Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
assunto.
A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais para Condições básicas para interpretar
conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que
os gêneros estão em complementação, não em disputa. Fazem-se necessários:
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, literários, estrutura do texto), leitura e prática;
pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto)
sociocomunicativas que participam da nossa vida em sociedade. e semântico;
Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma Observação – na semântica (significado das palavras)
reportagem, uma monografia, um poema, um editorial, e assim incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e conotação,
por diante. sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre
outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
INTERPRETAÇÃO E ORGANIZAÇÃO - Capacidade de raciocínio.
INTERNA
Interpretar X compreender

Interpretar significa
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a - Através do texto, infere-se que...
preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui - É possível deduzir que...
alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às - O autor permite concluir que...
questões relacionadas a textos. - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreender significa Exemplo:
- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está Falou tudo QUANTO queria (correto)
escrito. Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
- o texto diz que... aparecer o demonstrativo O ).
- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... Dicas para melhorar a interpretação de textos
- o narrador afirma...
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Erros de interpretação - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de menos duas vezes;
erros de interpretação. Os mais frequentes são: - Inferir;
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do contexto, - Voltar ao texto quantas vezes precisar;
acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
prévio do tema quer pela imaginação. - Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
compreensão;
- Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas - Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, - O autor defende ideias e você deve percebê-las.
o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido. Fonte:
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrárias como-interpretar-textos
às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e,
consequentemente, errando a questão. QUESTÕES

Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O
contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de bajular os
o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada
príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas do
mais.
20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a menção a
(A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona
não literal.
palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras
(B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido não literal.
palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
(C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma
em sentido não literal.
relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
(D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência
em sentido literal.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia (E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal.
e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu Texto para a questão 2:
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de DA DISCRIÇÃO
adequação ao antecedente. Mário Quintana
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação Não te abras com teu amigo
de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, Que ele um outro amigo tem.
deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo E o amigo do teu amigo
adequado a cada circunstância, a saber: Possui amigos também...
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas
depende das condições da frase. 2-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE
- qual (neutro) idem ao anterior. COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com
- quem (pessoa) o poema, é correto afirmar que
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo
objeto possuído. ruim.
- como (modo) (B) amigo que não guarda segredos não merece respeito.
- onde (lugar) (C) o melhor amigo é aquele que não possui outros amigos.
quando (tempo) (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
quanto (montante) (E) entre amigos, não devem existir segredos.

Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
– SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE reduzido no qual o menino detém sua atenção é
PENITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder (A) fresta.
à questão. (B) marca.
(C) alma.
Casamento (D) solidão.
(E) penumbra.
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque, 5-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
mas que limpe os peixes. CESPE/2012)
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende
de vez em quando os cotovelos se esbarram, a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o
ele fala coisas como “este foi difícil” aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis, uma
“prateou no ar dando rabanadas” espécie de segunda revelação do mundo.
e faz o gesto com a mão. Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Renascimento:
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987, p. 73 (com
atravessa a cozinha como um rio profundo. adaptações).
Por fim, os peixes na travessa, Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual “O
vamos dormir. riso”.
Coisas prateadas espocam: (...) CERTO ( ) ERRADO
somos noivo e noiva.
(Adélia Prado, Poesia Reunida) 6-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
CESPE/2010)
A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma
gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado
limpar os peixes.
de energia no final de 2009.
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica
não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os esbarrões de
(ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal
cotovelos na cozinha.
Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas
que separam Itaipu de São Paulo.
com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de
(D) as mulheres que amam valorizam os momentos mais
investimentos e também erros operacionais conspiraram para
simples do cotidiano vividos com a pessoa amada.
produzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para
de energia do país desde o traumático racionamento de 2001.
limpar, abrir e salgar o peixe.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
4-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto
considere o texto abaixo. acima apresentado, julgue os próximos itens.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados
A marca da solidão do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
(...) CERTO ( ) ERRADO
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa 7-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM
pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra ADMINISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a
na tarde quente. viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de de São Paulo.”
cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua
tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos estrutura sintática, houve supressão da expressão
bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver a) vigilantes.
para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o b) carga.
mundo cabe numa fresta. c) viatura.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra d) foi.
bazar, 2010. p. 47) e) desviada.

Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; envolve
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita: duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para serem
— Carta para o 9.326!!! atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem a
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em interação cooperativa dos membros envolvidos. Não pressupõe
branco, e um outro pergunta: proximidade física ou temporal: pode-se ter a mente e/ou o
— Quem te mandou essa carta? comportamento influenciado por um escritor ou por um líder
— Minha irmã. religioso que nunca se viu ou que viveu noutra época. [...]
— Mas por que não está escrito nada? Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação do
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando! poder de influência do líder, implica dizer que parte desse poder
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adaptações).
encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que se fundamenta
a maioria das teorias contemporâneas sobre liderança.
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima
decorre Daí definirem liderança como a arte de usar o poder que existe
A) da identificação numérica atribuída ao louco. nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para fazerem o que se
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no requer delas, da maneira mais efetiva e humana possível. [...]
hospício. (Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pinto. Gestão de
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta. pessoas, in Desenvolvimento gerencial na Administração pública do Estado
D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco. de São Paulo, org. Lais Macedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão,
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. Secretaria de Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292,
com adaptações)
9-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO
— Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
— O senhor tem hora? DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o texto,
O sujeito olha para o relógio e diz: liderança
— Sim. São duas e meia. (A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não pode ser
— Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente. desenvolvida por aqueles que somente executam tarefas em seu
— O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me paga ambiente de trabalho.
o aluguel do consultório... (B) é típica de épocas passadas, como qualidades de heróis da
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adaptações). história da humanidade, que realizaram grandes feitos e se tornaram
poderosos através deles.
No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao (C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até mesmo
homem para saber se ele adquirida, de conseguir resultados desejáveis daqueles que
A) verificou o horário de chegada e está sob os cuidados do
constituem a equipe de trabalho.
dr. Pedro.
B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o pagamento (D) torna-se legítima se houver consenso em todos os grupos
do aluguel. quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá mobilizar esses
C) tem relógio e sabe esperar. grupos em torno de seus objetivos pessoais.
D) marcou consulta e está calmo.
E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cuidados do 11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO
dr. Pedro. DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa claro que
(A) a importância do líder baseia-se na valorização de todo o
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA grupo em torno da realização de um objetivo comum.
FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção: (B) o líder é o elemento essencial dentro de uma organização,
As questões de números 10 a 13 referem-se ao texto abaixo. pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta ou objetivo.
Liderança é uma palavra frequentemente associada a feitos
(C) pode não haver condições de liderança em algumas
e realizações de grandes personagens da história e da vida social
ou, então, a uma dimensão mágica, em que algumas poucas equipes, caso não se estabeleçam atividades específicas para cada
pessoas teriam habilidades inatas ou o dom de transformar-se em um de seus membros.
grandes líderes, capazes de influenciar outras e, assim, obter e (D) a liderança é um dom que independe da participação dos
manter o poder. componentes de uma equipe em um ambiente de trabalho.
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a maioria
das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos desenvolver 12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO –
consideravelmente as suas capacidades de liderança. TÉCNICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns da liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)
que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjunto, No contexto, inter-relação significa
formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias algumas
(A) o respeito que os membros de uma equipe devem
habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto através das
demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por resultarem
experiências da vida, quanto da formação voltada para essa
finalidade. em benefício de todo o grupo.

Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
(B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um Férias na Ilha do Nanja
grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propostos pela
organização a que prestam serviço. Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as malas nos
(C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em equipe, seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz, pensando
de modo que os mais capacitados colaborem com os de menor nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras* – sem falar
capacidade. em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras
(D) a criação de interesses mútuos entre membros de uma soltas e as barreiras...
equipe e de respeito às metas que devem ser alcançadas por todos. Meus amigos partem para as suas férias, cansados de tanto
trabalho; de tanta luta com os motoristas da contramão; enfim,
13-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – cansados, cansados de serem obrigados a viver numa grande
TÉCNICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não cidade, isto que já está sendo a negação da própria vida.
pressupõe proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo) E eu vou para a Ilha do Nanja.
A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
(A) a presença física de um líder natural é fundamental para férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce
que seus ensinamentos possam ser divulgados e aceitos. como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou vendo
(B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sempre se os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça à janela a
atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de autores diversos. namorar um moço na outra janela de outra ilha.
(C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adaptado)
houver distância no tempo e no espaço entre aquele que influencia
e aquele que é influenciado. *fissuras: fendas, rachaduras
(D) as influências recebidas devem ser bem analisadas e
postas em prática em seu devido tempo e na ocasião mais propícia. 15-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a maneira
14-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – como se preparam para suas férias, a autora mostra que seus
FGV PROJETOS/2010) amigos estão
(A) serenos.
Painel do leitor (Carta do leitor) (B) descuidados.
Resgate no Chile (C) apreensivos.
(D) indiferentes.
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de (E) relaxados.
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de
uma mina de cobre e ouro no Chile. 16-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso, – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar que,
mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus assim como seus amigos, a autora viaja para
companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram (B) escapar do lugar em que está.
à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário que (C) reencontrar familiares queridos.
só enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois (D) praticar esportes radicais.
“socorristas” que, demonstrando coragem e desprendimento, (E) dedicar-se ao trabalho.
desceram na mina para ajudar no salvamento.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel do leitor – 17-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde, “à
17/10/2010) beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um bosque”
(último parágrafo), a autora sugere que viajará para um lugar
Considerando o tipo textual apresentado, algumas expressões (A) repulsivo e populoso.
demonstram o posicionamento pessoal do leitor diante do fato (B) sombrio e desabitado.
por ele narrado. Tais marcas textuais podem ser encontradas nos (C) comercial e movimentado.
trechos a seguir, EXCETO: (D) bucólico e sossegado.
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (E) opressivo e agitado.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de
cobre e ouro no Chile.”
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desceram na
mina...”

(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO


– VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
questões de números 15 a 17.

Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
18-) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – 6-)
CONSULPLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo menos
questão. 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o qual”, portanto,
trata-se de um pronome relativo (oração subordinada adjetiva).
Quando há presença de vírgula, temos uma adjetiva explicativa
(generaliza a informação da oração principal. A construção seria:
“do apagão, que atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados
do país”); quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício).

RESPOSTA: “CERTO’.

7-)
(Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1. Porto Alegre: “A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes,
L&PM, 1976. p. 95.) abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se
da figura de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, que
A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunista consiste na omissão de um termo já citado anteriormente (diferente
mineiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar que o da elipse, que o termo não é citado, mas facilmente identificado).
tema apresentado é No enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de
(A) a oposição entre o modo de pensar e agir. que a viatura foi abandonada.
(B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
(C) a comunicação e sua importância na vida das pessoas. RESPOSTA: “D”.
(D) a massificação do pensamento na sociedade moderna.
8-)
Resolução Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece
no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós
1-) brigamos e não estamos nos falando”.
Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas” do século
20 são as personalidades da mídia, os “famosos” e “famosas”. RESPOSTA: “D”.
Quanto a príncipes e princesas do século 19, esses eram da corte,
literalmente. 9-)
“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o
RESPOSTA: “B”. senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou
horário e se é paciente do Dr. Pedro.
2-)
Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informação RESPOSTA: “E”.
contida na alternativa: revelar segredos para o amigo pode ser
arriscado. 10-)
Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar à
RESPOSTA: “D”. conclusão: O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação;
envolve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para
3-) serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem
Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a autora a interação cooperativa dos membros envolvidos = equipe
narra um momento simples, mas que é prazeroso ao casal.
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “D”.
11-)
4-) O texto deixa claro que a importância do líder baseia-se na
Com palavras do próprio texto responderemos: o mundo cabe valorização de todo o grupo em torno da realização de um objetivo
numa fresta. comum.
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “A”.
12-)
5-) Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresentadas, a que
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; ele está coerente com o sentido dado à palavra “inter-relação” é: “a
abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacionam-se. O criação de interesses mútuos entre membros de uma equipe e de
pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. respeito às metas que devem ser alcançadas por todos”.

RESPOSTA: “CERTO”. RESPOSTA: “D”.

Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
13-) Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se
Não pressupõe proximidade física ou temporal = o aprendizado assim:
da liderança pode ser produtivo, mesmo se houver distância no - Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido
tempo e no espaço entre aquele que influencia e aquele que é comum que costumamos dar a uma palavra.
influenciado. - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”, que
podemos dar a uma palavra.
RESPOSTA: “C”. Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
contextos:
14-) 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
Em todas as alternativas há expressões que representam a 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável,
opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra / Não se que adota condutas pouco apreciáveis)
pode esquecer / gesto humanitário que só enobrece / demonstrando 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece
coragem e desprendimento. muito sobre alguma coisa, “expert”)
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum
RESPOSTA: “B”. (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido
figurado.
15-) Podemos então concluir que um mesmo significante (parte
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras concreta) pode ter vários significados (conceitos).
– sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as
pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas coisas, certamente, Denotação e Conotação
deixa-os apreensivos.
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o
RESPOSTA: “C”. seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário;
usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este
16-) exemplo: Cortaram as asas da ave para que não voasse mais.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta da Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido próprio,
própria autora! comum, usual, literal.

RESPOSTA: “B”. MINHA DICA - Procure associar Denotação com Dicionário:


trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu
17-) sentido dicionarístico.
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o
RESPOSTA: “D”. seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico);
usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e
18-) expressiva. Veja este exemplo:
Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que
observar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”. seja tarde demais.
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada,
RESPOSTA: “A”. fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações;
disciplina, limitação de conduta e comportamento.

SEMÂNTICA: SENTIDO E EMPREGO DOS Fonte:


VOCÁBULOS; CAMPOS SEMÂNTICOS http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-
justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-
palavras.html

Questões sobre Denotação e Conotação


Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola,
que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
com a ideia associada a este conjunto. VUNESP/2013) O sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao
da expressão de mármore. Assinale a alternativa contendo as
Sentido Próprio e Figurado das Palavras expressões com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das
palavras ígneo e pétreo.
Pela própria definição acima destacada podemos perceber que (A) De corda; de plástico.
a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada a sua (B) De fogo; de madeira.
forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a outra (C) De madeira; de pedra.
relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que ela traz (D) De fogo; de pedra.
(denominada significado). (E) De plástico; de cinza.

Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - A marca da solidão
ADAPTADO) Para responder à questão, considere a seguinte Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata- paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa
se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra
diante da pergunta “débito ou crédito?”. na tarde quente.
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela. bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver
(C) adotar como referência de qualidade. para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o
(D) julgar de acordo com normas legais. mundo cabe numa fresta.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra
bazar, 2010. p. 47)
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido figurado
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as palavras é
destacadas nas seguintes passagens do texto: (A) menino.
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... (B) chão.
... informações ligadas especialmente à pesquisa acadêmica, (C) testa.
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por analogia (D) penumbra.
e associação... (E) tenda.
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a ideia de
hipertexto... 7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA –
... 20 anos depois de seu artigo fundador... VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à
questão.
As palavras destacadas que expressam ideia de tempo são:
(A) algo, especialmente e Quando. RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
(B) Desde, especialmente e algo. Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a cidade.
(C) especialmente, Quando e depois. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equipes da
(D) Desde, Quando e depois. Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão percorrendo
(E) Desde, algo e depois. as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas onde não
devem e alertá-los para o que os espera. Em breve, com guardas
4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) municipais, policiais militares e 600 fiscais em ação, as multas
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o movimento começarão a chegar para quem tratar a via pública como a casa
cordelista pode ser comparada à de outros dois grandes nomes... da sogra.
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem prejuízo da Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os
correção, o elemento grifado pode ser substituído por: recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas
(A) contrastada. que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, pichar
(B) confrontada. monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar orelhões,
(C) ombreada. arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar bancos, saquear
(D) rivalizada. lojas e, por uma estranha compulsão, destruir lixeiras, jogar o
(E) equiparada. lixo no asfalto e armar barricadas de fogo com ele.
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão
5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum motivo,
COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não parecem querer levar ao colapso.
te abras com teu amigo – o verbo em destaque foi empregado em Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalismo,
sentido figurado. saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade, resistência
Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir” à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos públicos, talvez seja
continua sendo empregado em sentido figurado. possível enquadrá-los por sujar a rua.
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém. (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013. Adaptado)
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abridor.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente. Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em casa. parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico. (A) progresso.
(B) descaso.
6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – (C) vitória.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, (D) tédio.
considere o texto abaixo. (E) ruína.

Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
BNDES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho: (D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. = direciona
“Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva anos”. A (E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a prova
frase em que esse verbo está usado com o mesmo sentido é: = duração/tempo
(A) O menino leva o material adequado para a escola.
(B) João levou uma surra da mãe. RESPOSTA: “E”.
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo.
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. Palavras e Locuções Denotativas são aquelas que, embora,
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a prova. em alguns aspectos (ser invariável, por exemplo), assemelhem-se
a advérbios, não possuem, segundo a Nomenclatura Gramatical
Resolução Brasileira, classificação especial. Do ponto de vista sintático, são
expletivas, isto é, não assumem nenhuma função; do ponto de vista
1-) morfológico, são invariáveis (muitas delas vindas de outras classes
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou associação gramaticais); do ponto de vista semântico, são inegavelmente
de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos fogo, combustão... importantes no contexto em que se encontram (daí seu nome).
Pedra, petrificado. Encontrou a resposta? Classificam-se em função da ideia que expressam:
RESPOSTA: “D”. Adição: ainda, além disso, etc. Por exemplo: Comeu tudo e
ainda repetiu.
2-) Afastamento: embora. Por exemplo: Foi embora daqui.
Classificar conforme regras conhecidas, mas não confirmadas Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente. Por
se verdadeiras. exemplo: Ainda bem que passei de ano.
RESPOSTA: “E”. Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de,
etc.. Por exemplo: Ela quase revelou o segredo.
3-) Designação: eis. Por exemplo: Eis nosso carro novo.
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: desde, Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive,
quando e depois.
exceto, senão, sequer, apenas, etc. Por exemplo: Não me descontou
RESPOSTA: “D”.
sequer um real.
Explicação: isto é, por exemplo, a saber, etc. Por exemplo: Li
4-)
vários livros, a saber, os clássicos.
Ao participar de um concurso, não temos acesso a dicionários
Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc. Por
para que verifiquemos o significado das palavras, por isso, caso
exemplo: Eu também vou viajar.
não saibamos o que significam, devemos analisá-las dentro do
Limitação: só, somente, unicamente, apenas, etc. Por
contexto em que se encontram. No exercício acima, a que se
exemplo: Só ele veio à festa.
“encaixa” é “equiparada”.
RESPOSTA: “E”. Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque, etc. Por exemplo:
E você lá sabe essa questão? O que não diria essa senhora se
5-) soubesse que já fui famoso.
Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empregado em Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. Por
seu sentido denotativo. No item C, conotativo (“abrir a mente” = exemplo: Somos três, ou melhor, quatro.
aberto a mudanças, novas ideias). Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc. Por exemplo:
RESPOSTA: “C”. Mas quem foi que fez isso?

6-) As palavras denotativas frequentemente ocorrem em frases e


Novamente, responderemos com frase do texto: seu rosto textos diretamente envolvidos com as estratégias argumentativas.
formando uma tenda. Por esta razão, fique atento para o papel de palavras como até,
RESPOSTA: “E”. aliás, também, etc. e para os efeitos de sentido que produzem nas
situações efetivas de interlocução. Podem ser difíceis de classificar,
7-) mas isso não impede que sejam importantes e necessárias.
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção do autor
ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se à queda, ao fim,
à ruína da cidade. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS
RESPOSTA: “E”. DOS VERBOS EM PORTUGUÊS
8-)
No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o sentido
de “duração/tempo” Modos Verbais
(A) O menino leva o material adequado para a escola. =
carrega Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo
(B) João levou uma surra da mãe. = apanhou na expressão de um fato. Em Português, existem três modos:

Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre 1. Tempos do Indicativo
estudo. - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num
estude amanhã. momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
menino. - Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido
num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
Formas Nominais Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que início no passado e que pode se prolongar até o momento atual:
podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), Tenho estudado muito para os exames.
sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as lições
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as
Por exemplo: lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
Viver é lutar. (= vida é luta) - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado
É preciso ler este livro. antes de outro fato futuro: Antes de bater o sinal, os alunos já
Era preciso ter lido este livro. terão terminado o teste.
- Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, - Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que
flexiona-se da seguinte maneira: poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado:
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) 2. Tempos do Subjuntivo
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
colocação. atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio) Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adjetivo) em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se
ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na - Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente
forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: terminado num momento passado: Embora tenha estudado
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. bastante, não passou no teste.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode
ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
- Particípio: quando não é empregado na formação dos à loja, levará as encomendas.
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de
uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que
Por exemplo: indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
Terminados os exames, os candidatos saíram. levará as encomendas.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma ao momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro:
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.
(adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para
representar a escola.

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a


ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA

Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela
desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o
tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)
eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Didatismo e Conhecimento 13
LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só
se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (Agente Polícia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir.


É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
_____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse (B) sejam … mantivessem (C) sejam … mantém (D) seja … mantivessem (E) seja … mantêm

02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de
2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação
(A) concluída. (B) atemporal. (C) contínua. (D) hipotética. (E) futura.

03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.

04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada exprime
possibilidade.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação, e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito está ligado a uma nova concepção de textualidade...
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar toda a literatura do mundo...

Didatismo e Conhecimento 14
LÍNGUA PORTUGUESA
05.(Analista – Arquitetura – FCC – 2013-adap.). Está 10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: – 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
A) Os que levariam a vida pensando apenas nos valores I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto dos no animal.
pequenos bons momentos. II. Existiam muitos ferimentos no boi.
B) Há até quem queira saber quem fosse o maior bandido entre III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
os que recebessem destaque nos popularescos programas da TV. movimentada.
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostam Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo
tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha aspirações a verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
ser metafísica. A) Existia – Haviam – Existiam
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em conta B) Existiam – Havia – Existiam
nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se com os C) Existiam – Haviam – Existiam
degraus da notoriedade. D) Existiam – Havia – Existia
E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de grande E) Existia – Havia – Existia
nos momentos felizes, menos precisaríamos nos preocupar com
conquistas superlativas.
GABARITO
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em
que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma- 01. B 02. C 03. E 04. B 05. E
-padrão. 06. A 07. C 08. B 09. C 10. D
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da
impressão definitiva. RESOLUÇÃO
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais
no feriado. públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... pessoas mantivessem a atenção voltada para seus pertences,
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu conservando-os junto ao corpo.
superior.
2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando
07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
a alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido expressa ação contínua (= não concluída)
da frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder,
quem encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma 3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de
mensagem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da
(A) Caso a criança se havia perdido… pergunta “débito ou crédito?”.
(B) Caso a criança perdeu… Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar
(C) Caso a criança se perca… segundo ideias preconcebidas.
(D) Caso a criança estivera perdida…
(E) Caso a criança se perda… 4-)
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.). arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo = verbo no futuro do pretérito
futuro.
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
5-)
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar.
A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores absolutos
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
D) … de onde vem o produto…? talvez fariam melhor se pensassem no encanto dos pequenos bons
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… momentos.
B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido entre os
09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a que recebem destaque nos popularescos programas da TV.
alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostem
se dá em conformidade com a norma-padrão da língua. tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem aspirações a ser
(A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos. metafísica.
(B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em conta
acontecido com a criança. nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se com os
(C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam degraus da notoriedade.
preocupados.
(D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada. 6-)
(E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança (B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em
se perdeu mesmo assim. silêncio.

Didatismo e Conhecimento 15
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão.
no feriado. O período, portanto, está correto, já que a ideia transmitida por
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga... dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de uma possibilidade
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a que não temos certeza se ocorrerá.
seu superior. Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo exemplo,
mas sem correlação verbal:
7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.
uma grande perda salarial...)
Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está
8-) conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa,
dentre outras ideias, fatos certos ou prováveis.
A) Os consumidores são assediados pelo marketing = presente
Ora, nesse caso não podemos dizer que jamais aprenderemos a
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
lição, pois o ato de aprender está condicionado não a uma certeza,
= pretérito do Subjuntivo mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do
D) … de onde vem o produto…? = presente subjuntivo) de dormir.
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… =
pretérito perfeito Correlações verbais corretas

9-) A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são


(A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos. concordantes:
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter acontecido presente do indicativo + presente do subjuntivo: Exijo que
com a criança. você faça o dever.
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do
se perdeu mesmo assim. subjuntivo: Exigi que ele fizesse o dever.

10-) presente do indicativo + pretérito perfeito composto do


I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira subjuntivo: Espero que ele tenha feito o dever.
no animal.
pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
composto do subjuntivo: Queria que ele tivesse feito o dever.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
movimentada. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo: Se
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; você fizer o dever, eu ficarei feliz.
existir = variável. Portanto, temos:
I – Existiam onze pessoas... pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do
II – Havia muitos ferimentos... indicativo: Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.
III – Existia muita gente...
pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro
Correlação Verbal do pretérito composto do indicativo: Se você tivesse feito o dever,
eu teria lido suas respostas.
Damos o nome de correlação verbal à coerência que, em uma
frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:
utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os Quando você fizer o dever, dormirei.
verbos, que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias
com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do
entre si. indicativo: Quando você fizer o dever, já terei dormido.
Vejamos este exemplo:
Atividades
Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.
1-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO
- FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê dezenas de
No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito do caminhões parados”, revelou o analista ambiental Geraldo Motta.
subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinhados devem
possibilidade, eventualidade. Assim, em que tempo o verbo sofrer as seguintes alterações:
aprender deve estar, de maneira a garantir que o período tenha (A) entrar − vira
lógica? (B) entrava − tinha visto
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia), (C) entrasse − veria
um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação (D) entraria − veria
condicionada (que depende de algo), quando esta se refere a fatos (E) entrava − teria visto

Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO (A) Nem bem saí pela porta automática e subi as escadas
ADMINISTRATIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as rolantes, logo me encontraria diante da luz do sol e do ar fresco
formas verbais está correta em: da manhã.
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o planeta não (B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô
resistiu. satisfizesse plenamente as expectativas que venho alimentando.
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto poder de (C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavelmente não
consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso. terão reclamado por as expormos à luz do dia.
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida, o (D) Não fossem as urgências impostas pela vida moderna,
do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse distorções não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de nossas viagens
patológicas, não haverá vícios. urbanas.
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado tão (E) Como haveremos de comparar as antigas viagens de trem
eficientes, talvez as coisas não ficaram tão baratas. com estas que realizássemos por meio de túneis entre estações
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir subterrâneas?
conscientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia.
RESOLUÇÃO
3-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
– VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preenche 1-)
adequadamente e de acordo com a norma culta a lacuna da frase: Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, veria =
Quando um candidato trêmulo ______ eu lhe faria a pergunta mais entrasse / veria.
deliciosa de todas.
(A) entrasse RESPOSTA: “C”.
(B) entraria
(C) entrava 2-)
(D) entrar Fiz as correções necessárias:
(E) entrou (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o planeta não
resistiu = resistirá
4-) (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto poder de
FCC/2010) Se a tendência se mantiver, teremos cada vez mais...
consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
Ao substituir o segmento grifado acima por “Caso a
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida, o
tendência”, a continuação que mantém a correção e o sentido da
do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse distorções
frase original é:
patológicas, não haverá = haveria
a) se mantenha, teremos cada vez mais...
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado tão
b) fosse mantida, teríamos cada vez mais...
eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou teriam
c) se manter, teremos cada vez mais...
ficado)
d) for mantida, teremos cada vez mais...
e) seja mantida, teríamos cada vez mais... (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir
conscientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia = crescerá
5-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP -
AGENTE OPERACIONAL – VUNESP/2012 - ADAPTADA) RESPOSTA: “B”.
Assinale a alternativa que apresenta o trecho – ... o doutorando
enviou seu estudo para a Sociedade Britânica de Psicologia para 3-)
apreciação e não esperava que houvesse tanta publicidade. – O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, indica
reescrito de acordo com a norma-padrão, com indicação de ação a que é uma ação que, para acontecer, depende de outra. Exemplo:
se realizar e correta correlação verbal. Quando um candidato entrasse, eu faria / Se ele entrar, eu farei /
(A) ... o doutorando enviaria seu estudo para a Sociedade Caso ele entre, eu faço...
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperava que haveria
tanta publicidade. RESPOSTA: “A”.
(B) ... o doutorando envia seu estudo para a Sociedade
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que 4-)
houvesse tanta publicidade. Ao empregarmos o termo “caso a”, conjugaremos o verbo
(C) ... o doutorando enviara seu estudo para a Sociedade utilizando o modo hipotético (Subjuntivo). A transformação será:
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperara que haverá Caso a tendência se mantenha, teremos cada vez mais...
tanta publicidade.
(D) ... o doutorando enviará seu estudo para a Sociedade RESPOSTA: “A”.
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que haja
tanta publicidade. 5-)
O exercício quer que conjuguemos o verbo no futuro do
6-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL – presente (ação a se realizar). Como o enunciado é específico
FCC/2012) Está plenamente adequada a correlação entre tempos e (quer determinado tempo verbal), não fiz as correções nas
modos verbais na frase: demais alternativas, pois, em um concurso, perderíamos tempo

Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
consertando os itens que não nos interessam. Vamos à construção: Amazonas amazonense ou baré
o doutorando enviou (enviará) seu estudo para a Sociedade Belo Horizonte belo-horizontino
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperava (esperará) Brasília brasiliense
que houvesse (haja) tanta publicidade. = enviará / esperará / haja. Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
RESPOSTA: “D”.
Adjetivo Pátrio Composto
6-)
(A) Nem bem saí pela porta automática e subi as escadas Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
rolantes, logo me encontraria (encontrei) diante da luz do sol e do elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
ar fresco da manhã. Observe alguns exemplos:
(B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô
satisfizesse (satisfaria) plenamente as expectativas que venho África afro- / Cultura afro-americana
alimentando. Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
(C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavelmente não
América américo- / Companhia américo-africana
terão (teriam) reclamado por as expormos à luz do dia.
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida moderna,
China sino- / Acordos sino-japoneses
não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de nossas viagens
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
urbanas.
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens de trem Europa euro- / Negociações euro-americanas
com estas que realizássemos (realizamos) por meio de túneis entre França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
estações subterrâneas? Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
RESPOSTA: “D”. Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
MORFOLOGIA: RECONHECIMENTO,
EMPREGO E SENTIDO Flexão dos adjetivos
DAS CLASSES GRAMATICAIS
O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos


Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo. Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao classificam-se em:
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
bondosa. outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, e judia.
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-americano,
mas substantivo. a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Morfossintaxe do Adjetivo:
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
Adjetivo Pátrio (ou gentílico) político-social.

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe Número dos Adjetivos


alguns deles:
Plural dos adjetivos simples
Estados e cidades brasileiros:
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com
Alagoas alagoano as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos
Amapá amapaense simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins
Aracaju aracajuano ou aracajuense boa e boas

Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver Superioridade Sintético
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo,
ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom
elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior,
Logo: camisas cinza, ternos cinza. baixo/inferior.
Veja outros exemplos: Observe que:
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
Motos vinho (mas: motos verdes) pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre
duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas
Adjetivo Composto
analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por
exemplo:
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente,
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na elementos.
forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas
o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o qualidades de um mesmo elemento.
adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é
originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferioridade
elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra Sou menos passivo (do) que tolerante.
por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo
adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por Superlativo
exemplo:
Camisas rosa-claro. O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou
Ternos rosa-claro. em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo
Olhos verde-claros. e apresenta as seguintes modalidades:
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas
formas:
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que
adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretário é
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os muito inteligente.
dois elementos flexionados. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
Grau do Adjetivo
Observe alguns superlativos sintéticos:
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade benéfico beneficentíssimo
da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo bom boníssimo ou ótimo
e o superlativo.
comum comuníssimo
cruel crudelíssimo
Comparativo
difícil dificílimo
doce dulcíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a
dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao fácil facílimo
mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade fiel fidelíssimo
ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação
é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão. pode ser:
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois Note bem:
substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos
é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais... advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos
que”. ao adjetivo.

Didatismo e Conhecimento 19
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2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é constituída distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, lado, em volta
agilíssimo.
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,
O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo,
tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade,
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto,
contiguidade. Essa proximidade faz referência ao processo verbal,
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
no sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias
indubitavelmente (=sem dúvida).
em que esse processo se desenvolve.
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifica simplesmente, só, unicamente
o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
alheio, representando uma qualidade, característica.
de designação: Eis
O artista canta muito mal.
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quando?
advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), para
verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando quê? (finalidade)
como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de
uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Locução adverbial
Temos aí o que chamamos de locução adverbial, representada por
algumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
frente, de modo algum, entre outras. Exemplo:
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advérbios, Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
eles se classificam em distintas categorias, uma vez expressas por: Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas,
às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, Há locuções adverbiais que possuem advérbios
desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, correspondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam apressadamente.
em -”mente”: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
bondosamente, generosamente
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
a de grau:
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
muito, por completo. - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
inconstitucionalissimamente, etc.;
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, breve,
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número
qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia dos substantivos.

Didatismo e Conhecimento 20
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Classificação dos Artigos - A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns vinte
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira anos.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira - O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas
vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal. de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de tudo isso.

Combinação dos Artigos - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo
(e flexões).
É muito presente a combinação dos artigos definidos e Este é o homem cujo amigo desapareceu.
indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por essas Este é o autor cuja obra conheço.
combinações:
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido
Preposições Artigos de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que
o, os venham especificadas.
a ao, aos Eles estavam em casa.
de do, dos Eles estavam na casa dos amigos.
em no, nos Os marinheiros permaneceram em terra.
por (per) pelo, pelos Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
a, as um, uns uma, umas
à, às - - - Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
da, das dum, duns duma, dumas com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa excelência
na, nas num, nuns numa, numas resolverá os problemas de Sua Senhoria.
pela, pelas - -
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por S. Paulo.
crase.
Morfossintaxe
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se
manifestam: Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo
“ambos”: Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo
substantivo:
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do A existência é uma poesia.
artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... Uma existência é a poesia.

- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou
toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia amiguinhas.
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: O
Pedro é o xodó da família. Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no amiguinhas
plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os Incas,
Os Astecas... Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
pronome assume a noção de qualquer. A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
(qualquer classe)
Observe: Gosto de natação e de futebol.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo: Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está ligando
termos de uma mesma oração.

Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
Morfossintaxe da Conjunção - CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo,
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem conforme, consoante
propriamente uma função sintática: são conectivos. Cada um colhe conforme semeia.
Classificação Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.

- Conjunções Coordenativas - CONSECUTIVAS


- Conjunções Subordinativas Expressam uma ideia de consequência.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”,
Conjunções coordenativas “tão”, “tamanho”).
Falou tanto que ficou rouco.
Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto - FINAIS
de cantar e de dançar. Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, Todos trabalham para que possam sobreviver.
não só...como também. Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
(=para que),
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada. - PROPORCIONAIS
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
todavia, no entanto, entretanto. mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. - TEMPORAIS
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer... Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
quer, já...já. Quando eu sair, vou passar na locadora.

- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Diferença entre orações causais e explicativas
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
do verbo), portanto, por conseguinte, assim. e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos com a
dúvida de como distinguir uma oração causal de uma explicativa.
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. Veja os exemplos:
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes atropelado”:
do verbo), porquanto. a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou
uma explicação do fato expresso na oração anterior.
Conjunções subordinativas b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes
uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que vêm
- CAUSAIS marcadas por vírgula.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
vez que, como (= porque). Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será
explicativa.
- COMPARATIVAS Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
mais...do que, menos...do que. 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
Ela fala mais que um papagaio. porque não havia cemitério no local.”
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada (parte
- CONCESSIVAS destacada) mostra a causa da ação expressa pelo verbo da oração
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, principal. Outra forma de reconhecê-la é colocá-la no início do
mesmo que, apesar de, se bem que. período, introduzida pela conjunção como - o que não ocorre com
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato a CS Explicativa.
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar mortos em outra cidade.
cansada) b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
Apesar de ter chovido fui ao cinema. dependentes uma da outra.

Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, 2) Sintetizar uma frase apelativa
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o Cuidado! Saia da minha frente.
interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais As interjeições podem ser formadas por:
elaboradas. Observe o exemplo: - simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
- palavras: Oba!, Olá!, Claro!
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! - grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
bolas!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da
com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma
Ele empregou a interjeição Droga! interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
As sentenças da língua costumam se organizar de forma Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro
lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia Classificação das Interjeições
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução
interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Veja os exemplos: - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Bravo! Bis! Atenção!, Olha!, Alerta!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi muito - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
bom! Repitam!” - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = sentença - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
(sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
contexto específico. Exemplos: - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Desculpa: Perdão!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Eh!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
Ora!
O significado das interjeições está vinculado à maneira como - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!,
que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Putz!
Exemplos: - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão na Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei, - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
espere!” - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão em Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!
um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
silêncio!” - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem de
puxa: interjeição; tom da fala: decepção número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No
entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem variação
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação
tristeza, dor, etc. que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
Você faz o que no Brasil? até loguinho.
Eu? Eu negocio com madeiras.
Ah, deve ser muito interessante.

Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
Locução Interjetiva [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Eu quero café duplo, e você?
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão ...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim! ...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem! “fila”]

Observações: Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os


- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Peço-lhe é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais,
que me desculpe. mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou
podem aparecer como interjeições. ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as),
Viva! Basta! (Verbos) novena.
Fora! Francamente! (Advérbios)
Classificação dos Numerais
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socorro!, Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto! um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, primeiro, segundo, centésimo, etc.
que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Zás! Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres,
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, triplo,
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. quíntuplo, etc.
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
depois do “ó” vocativo.
Leitura dos Numerais
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Separando os números em centenas, de trás para frente,
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início,
também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
e seis.
Interjeições, leitura e produção de textos 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.

Usadas com muita frequência na língua falada informal, Flexão dos numerais
quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/
conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante:
disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais
- como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões, bilhões,
dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
- particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso das Os numerais ordinais variam em gênero e número:
interjeições com o objetivo de caracterizar personagens e, também, primeiro segundo milésimo
graças à sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética primeira segunda milésima
e conteúdo mais emocional do que racional fazem das interjeições primeiros segundos milésimos
presença constante nos textos publicitários. primeiras segundas milésimas

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89. Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em


php funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram
o triplo de produção.
Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
sequência. medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes

Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o que ocorre
em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir daí os
cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente
empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comunitárias
de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo

Didatismo e Conhecimento 25
LÍNGUA PORTUGUESA
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o de alguma forma.

A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!


[substituição do nome]
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
[referência ao nome]
Essa moça morava nos meus sonhos!
[qualificação do nome]

Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto,
o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a
elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma
específica para cada pessoa do discurso.
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]

Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural).
Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu
objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância inadequada]
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.

Pronomes Pessoais

São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes
“eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
referência à pessoa ou às pessoas de quem fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.

Pronome Reto

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Nós lhe ofertamos flores.

Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão, uma vez
que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado:

Didatismo e Conhecimento 26
LÍNGUA PORTUGUESA
- 1ª pessoa do singular: eu Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
- 2ª pessoa do singular: tu com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
- 3ª pessoa do singular: ele, ela mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los,
- 1ª pessoa do plural: nós no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas
- 2ª pessoa do plural: vós formas nos exemplos que seguem:
- 3ª pessoa do plural: eles, elas - Trouxeste o pacote?
- Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como - Não contaram a novidade a vocês?
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele - Não, no-la contaram.
na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a
na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais
depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo fiz + o = fi-lo
indicadas pelo pronome reto: Fizemos boa viagem. (Nós) fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la
Pronome Oblíquo
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto) viram + o: viram-no
ou complemento nominal. repõe + os = repõe-nos
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função Pronome Oblíquo Tônico
diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca
o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por
oração. preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto
acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
Pronome Oblíquo Átono - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca: Ele - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
me deu um presente. - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado: - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 1ª pessoa do singular (eu): me
- 2ª pessoa do singular (tu): te Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem
- 1ª pessoa do plural (nós): nos a forma do pronome pessoal do caso reto.
- 2ª pessoa do plural (vós): vos - As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os
Observações: pronomes costumam ser usados desta forma:
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta Não há mais nada entre mim e ti.
na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome “o” ou Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
“a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar diretamente uma Não há nenhuma acusação contra mim.
preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a função de objeto Não vá sem mim.
indireto na oração.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de
como objetos indiretos. surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito
diretos. expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto.

Didatismo e Conhecimento 27
LÍNGUA PORTUGUESA
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
Não vá sem eu mandar. oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes de universidades
originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
exercem a função de adjunto adverbial de companhia. Vossa Santidade V. S. Papa
Ele carregava o documento consigo. Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento
cerimonioso
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com Vossa Onipotência V. O. Deus
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados por
palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora
numeral. e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
Você terá de viajar com nós todos. tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil;
Ele disse que iria com nós três. em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras,
pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem
Pronome Reflexivo litúrgica, ultraformal ou literária.

São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem Observações:


como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração. a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo. tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. compareça a este encontro.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. *Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti. Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo. - Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos
Guilherme já se preparou. endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem
Ela deu a si um presente. para poder ocupar o cargo que ocupa.
Antônio conversou consigo mesmo.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à
- 1ª pessoa do plural (nós): nos. 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa.
Lavamo-nos no rio. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos
empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
- 2ª pessoa do plural (vós): vos. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
Vós vos beneficiastes com a esta conquista. para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos
Eles se conheceram. dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a
Elas deram a si um dia de folga. pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo,
se começamos a chamar alguém de “você”, não poderemos usar
A Segunda Pessoa Indireta “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira
pessoa.
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor cabelos. (errado)
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus
É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser cabelos. (correto)
observados no quadro seguinte: Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
cabelos. (correto)
Pronomes de Tratamento
Pronomes Possessivos
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor),
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).

Didatismo e Conhecimento 28
LÍNGUA PORTUGUESA
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular) Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
NÚMERO PESSOA PRONOME destinatária).
singular primeira meu(s), minha(s) Reafirmamos a disposição desta universidade em participar
singular segunda teu(s), tua(s) no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
singular terceira seu(s), sua(s) envia a mensagem).
plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s) No tempo:
plural terceira seu(s), sua(s) Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
ao ano presente.
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o um passado próximo.
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
momento difícil. referindo a um passado distante.

Observações: - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou


1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da invariáveis, observe:
alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu José. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
aquela(s).
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Podem ter outros empregos, como:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos. ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá seus Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
defeitos, mas eu gosto muito dela. te indiquei.)

3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que o
pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência trouxe procuraram ontem.
sua mensagem?
- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram o
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo problema.
concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.
- semelhante(s): Não compre semelhante livro.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os passos. (= - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
Vou seguir seus passos.)
Note que:
Pronomes Demonstrativos - Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
construções redundantes, com finalidade expressiva, para salientar
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa é que dera
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar das belezas
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou brasileiras, isso é que é sorte!
discurso.
No espaço: - O pronome demonstrativo neutro ou pode representar
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que
está perto da pessoa que fala. aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto: O
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
fala. - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, é
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, então,
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de): Ninguém teve
coragem de falar antes que ela o fizesse.
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa mencionada
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro lugar: O
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; aquele
destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]

Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica: A Indefinidos Sistemáticos
menina foi a tal que ameaçou o professor?
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebemos
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com que existem alguns grupos que criam oposição de sentido. É o caso
pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e nenhum/
no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo) ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que indicam
uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma
Pronomes Indefinidos totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa,
e algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e
qualquer, que generaliza.
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, Essas oposições de sentido são muito importantes na
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes
indeterminada. dependem a solidez e a consistência dos argumentos expostos.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- Observe nas frases seguintes a força que os pronomes indefinidos
plantadas. destacados imprimem às afirmações de que fazem parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de prático.
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que pessoas quaisquer.
seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se
quer revelar. Classificam-se em: Pronomes Relativos
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do
São aqueles que representam nomes já mencionados
ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: algo,
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações
alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, subordinadas adjetivas.
tudo. O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um
Algo o incomoda? grupo racial sobre outros.
Quem avisa amigo é. (afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros =
oração subordinada adjetiva).
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema”
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). é antecedente do pronome relativo que.
Cada povo tem seus costumes. O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome
Certas pessoas exercem várias profissões. demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
Quem casa, quer casa.
pronomes indefinidos adjetivos:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Observe:
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações. Note que:
Alguns se contentam pouco. - O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo
por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um
invariáveis. Observe: substantivo.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta,
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos, muitos, As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, todas,
muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. - O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para
cada. verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem
ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são
São locuções pronominais indefinidas: usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou
depois de determinadas preposições: Regressando de São Paulo,
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de
quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual “que”, neste caso, geraria ambiguidade.)
(= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
Cada um escolheu o vinho desejado. dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)

Didatismo e Conhecimento 30
LÍNGUA PORTUGUESA
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que
era a sua vocação natural.

- O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
(antecedente) (consequente)

- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei tantos quantos foram necessários.
(antecedente)
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente)

- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.


É um professor a quem muito devemos.
(preposição)

- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde morava foi
assaltada.

- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que.


Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:


- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente que conversava,
(que) ria, (que) fumava.

Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- -se à
3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram.

Sobre os pronomes:

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desempenha
função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na segunda
oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda pessoa do
singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).

Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo “ajudar”
porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo
ou gerúndio.
Eu desejo lhe perguntar algo.
Eu estou perguntando-lhe algo.

Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos independentemente de outros seres.
segundos que são sempre precedidos de preposição. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava real e do mundo imaginário.
fazendo. Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que etc.
eu estava fazendo. Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.

Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo Observe agora:
é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam Beleza exposta
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
também nomeiam:
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... O substantivo beleza designa uma qualidade.
-sentimentos: raiva, amor...
-estados: alegria, tristeza... Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
-qualidades: honestidade, sinceridade... dependem de outros para se manifestar ou existir.
-ações: corrida, pescaria... Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa
Morfossintaxe do substantivo que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar.
Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou os quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade),
indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como viagem (ação), saudade (sentimento).
núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do
predicativo do sujeito, do objeto ou como núcleo do vocativo. 3 - Substantivos Coletivos
Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos
adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
desempenhadas por grupos de palavras. abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Classificação dos Substantivos Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.

1- Substantivos Comuns e Próprios Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
oposição aos bairros). (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
(abelhas).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo
mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem, estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
mulher, país, cachorro. espécie.
Estamos voando para Barcelona. Substantivo coletivo Conjunto de:

O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie assembleia pessoas reunidas


cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele alcateia lobos
que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular: acervo livros
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
2 - Substantivos Concretos e Abstratos banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
LÂMPADA MALA banca examinadores
batalhão soldados
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com cardume peixes
existência própria, que são independentes de outros seres. São caravana viajantes peregrinos
substantivos concretos. cacho frutas
cáfila camelos

Didatismo e Conhecimento 32
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cancioneiro canções, poesias líricas O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
colmeia abelhas nenhum outro dentro de língua portuguesa.
chusma gente, pessoas Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
concílio bispos outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro
congresso parlamentares, cientistas. é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
elenco atores de uma peça ou filme Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra
esquadra navios de guerra palavra.
enxoval roupas
falange soldados, anjos Flexão dos substantivos
fauna animais de uma região
feixe lenha, capim O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
flora vegetais de uma região quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
frota navios mercantes, ônibus pode sofrer variações para indicar:
girândola fogos de artifício Plural: meninos Feminino: menina
horda bandidos, invasores Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
junta médicos, bois, credores, examinadores
júri jurados Flexão de Gênero
legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
malta malfeitores ou desordeiros sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois
manada búfalos, bois, elefantes, gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os
matilha cães de raça substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.
molho chaves, verduras Veja estes títulos de filmes:
multidão pessoas em geral O velho e o mar
ninhada pintos Um Natal inesquecível
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) Os reis da praia
penca bananas, chaves
pinacoteca pinturas, quadros
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir
quadrilha ladrões, bandidos
precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
ramalhete flores
A história sem fim
rebanho ovelhas
Uma cidade sem passado
récua bestas de carga, cavalgadura
As tartarugas ninjas
repertório peças teatrais, obras musicais
réstia alhos ou cebolas
romanceiro poesias narrativas Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
revoada pássaros
sínodo párocos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de
talha lenha seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao
tropa muares, soldados sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino
turma estudantes, trabalhadores e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher,
vara porcos poeta – poetisa, prefeito - prefeita

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o
Substantivos Simples e Compostos feminino. Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a cobra
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
radical. É um substantivo simples. - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas: a
criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o
Substantivo Simples: é aquele formado por um único indivíduo.
elemento. - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda e a artista.
+ chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema
elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sintoma,
o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados - Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam
Meu limão meu limoeiro, em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação
meu pé de jacarandá... emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade)

Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela
faleceu
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao Comuns de Dois Gêneros:
masculino: freguês - freguesa Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
formas: Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã a palavra motorista é um substantivo uniforme.
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona A distinção de gênero pode ser feita através da análise do
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega -
sultana a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista
famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa
- Substantivos terminados em -or: - A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora gêneros.
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência
pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os personagens
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul - dos contos de carochinha.
consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - duquesa b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O
/ conde - condessa / profeta - profetisa problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a
personagem.
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
-a: elefante - elefanta fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no
feminino: bode – cabra / boi - vaca Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena),
o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã,
- Substantivos que formam o feminino de maneira especial, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czarina pernoite, o púbis.
réu - ré
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a cal,
a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. - São geralmente masculinos os substantivos de origem grega
terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema,
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o
masculino e o feminino. estigma, o axioma, o tracoma, o hematoma.
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de
especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Gênero dos Nomes de Cidades:
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto.
Sobrecomuns: A dinâmica São Paulo.
Entregue as crianças à natureza. A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um
possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se Gênero e Significação:
refere a palavra. Veja:
A criança chorona chamava-se João. Muitos substantivos têm uma significação no masculino e
A criança chorona chamava-se Maria. outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da
tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
Outros substantivos sobrecomuns: que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão),
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição
criatura. de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do corpo), o

Didatismo e Conhecimento 34
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cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato de cismar, - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três
desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza (resíduos de maneiras.
combustão), o capital (dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
dos sentidos), a coma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
canto em coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
usado na administração da crisma e de outros sacramentos), a
crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex
(ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta - os látex.
planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia
(documento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade Plural dos Substantivos Compostos
de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente -A formação do plural dos substantivos compostos depende
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o
composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são
costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente
grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
(a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés,
fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a pala
malmequer/malmequeres.
(parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são
receptor), a rádio (estação emissora), o voga (remador), a voga ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
(moda, popularidade). Algumas orientações são dadas a seguir:
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
Flexão de Número do Substantivo substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o “s” final.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
Plural dos Substantivos Simples formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – ímãs; hífen -falantes
- hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones. palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em “ns”: - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
homem - homens. formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural pelo colônia e águas-de-colônia
acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor
e cavalos-vapor
Atenção: O plural de caráter é caracteres. substantivo + substantivo que funciona como determinante do
primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior:
palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-relógio,
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
notícia-bomba - notícias-bomba, homem-rã - homens-rã, peixe-
no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol –
espada - peixes-espada.
caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
- Permanecem invariáveis, quando formados de:
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
maneiras: verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. - Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras: o bem-te-vi e os bem-te-vis
répteis ou reptis (pouco usada). o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
maneiras: Plural das Palavras Substantivadas
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
de “es”: ás – ases / retrós - retroses As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: o gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. flexões próprias dos substantivos.

Didatismo e Conhecimento 35
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Pese bem os prós e os contras. forno fornos
O aluno errou na prova dos noves. fosso fossos
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. imposto impostos
olho olhos
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” osso (ô) ossos (ó)
não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis e ovo ovos
alguns dez. poço poços
porto portos
Plural dos Diminutivos posto postos
tijolo tijolos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
acrescenta-se o sufixo diminutivo. Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
pãe(s) + zinhos = pãezinhos esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
animai(s) + zinhos = animaizinhos Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
molho (ó) = feixe (molho de lenha).
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos - Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o norte, o
colhere(s) + zinhas = colherezinhas leste, o oeste, a fé, etc.
flore(s) + zinhas = florezinhas - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, as
mão(s) + zinhas = mãozinhas espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
papéi(s) + zinhos = papeizinhos - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom nome) e
funi(s) + zinhos = funizinhos honras (homenagem, títulos).
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
pai(s) + zinhos = paizinhos sentido de plural:
pé(s) + zinhos = pezinhos Aqui morreu muito negro.
pé(s) + zitos = pezitos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Flexão de Grau do Substantivo
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
que a terminação preste-se à flexão. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
Os Napoleões também são derrotados. variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
As Raquéis e Esteres. - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
normal. Por exemplo: casa
Plural dos Substantivos Estrangeiros
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos Classifica-se em:
como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto quando Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que
terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
aumento. Por exemplo: casarão.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo
com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os jipes, os
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os réquiens. Pode ser:
Observe o exemplo: Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que
Este jogador faz gols toda vez que joga. indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
diminuição. Por exemplo: casinha.
Plural com Mudança de Timbre
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa,
Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos:
da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência
metafonia (plural metafônico). (nascer); desejo (querer).
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
Singular Plural possíveis significados. Observe que palavras como corrida,
corpo (ô) corpos (ó) chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns
esforço esforços verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
fogo fogos possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

Didatismo e Conhecimento 36
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Estrutura das Formas Verbais ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
os seguintes elementos: escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significado -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa
fal-) de ser impessoal para ser pessoal.
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
- Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o ** São impessoais, ainda:
tempo e o modo do verbo. Por exemplo: 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) Já passa das seis.
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
- Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural): 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
possível”. Por exemplo:
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a
Não deu para chegar mais cedo.
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver Dá para me arrumar uns trocados?
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo:
põe, pões, põem, etc. * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas A fruta amadureceu.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos As frutas amadureceram.
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
facilidade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante.
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, cacarejar:
galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo
Classificação dos Verbos
Classificam-se em: Os principais verbos unipessoais são:
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: (preciso, necessário, etc.):
canto cantei cantarei cantava cantasse. Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no bastante.)
radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse. Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais:
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos conjunção que.
impessoais são: Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de
fumar.)
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia.
ou fazer (em orações temporais).
(Sujeito: que não vejo Cláudia)
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) * Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. - verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do
Era primavera quando a conheci. indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
Estava frio naquele dia. provavelmente causaria problemas de interpretação em certos
contextos.

Didatismo e Conhecimento 37
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- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas
por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido
conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no
particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo


Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais, ides, fui, foste,
pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado
de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo
Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa
do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo
(reflexivos essenciais). Veja:

- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-
-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do
verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe
ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado advérbio. Por exemplo:
por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adjetivo)
transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser
conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Maria penteou-me.
- Particípio: quando não é empregado na formação dos
Observações: tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.
átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática. Por exemplo:
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes Terminados os exames, os candidatos saíram.
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são
os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
sintáticas. Por exemplo: (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto representar a escola.
direto) - 1ª pessoa do singular
Tempos Verbais
Modos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos:
1. Tempos do Indicativo
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre
- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
estudo.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu
momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
estude amanhã.
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora,
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
menino.
momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Formas Nominais
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as lições
podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as
sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estudará
Por exemplo: as lições amanhã.
Viver é lutar. (= vida é luta) - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse
dinheiro, viajaria nas férias.
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: 2. Tempos do Subjuntivo
É preciso ler este livro. - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
Era preciso ter lido este livro. atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se
flexiona-se da seguinte maneira: ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós) num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à loja,
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) levará as encomendas.
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles) Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
colocação. levará as encomendas.

Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA

Didatismo e Conhecimento 42
LÍNGUA PORTUGUESA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela
desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o
tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)
eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
Imperativo Negativo (B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a (C) adotar como referência de qualidade.
negação às formas do presente do subjuntivo. (D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo
Que eu cante --- 04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa
Que tu cantes Não cantes tu contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada
Que ele cante Não cante você exprime possibilidade.
Que nós cantemos Não cantemos nós (A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema
Que vós canteis Não canteis vós capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias...
Que eles cantem Não cantem eles (B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
Observações: (C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação,
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas.
(singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou (D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito
conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por está ligado a uma nova concepção de textualidade...
essa razão, utiliza-se você/vocês. (E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), toda a literatura do mundo...
sede (vós).
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
Infinitivo Pessoal SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O
1ª conjugação 2ª conjugação
3 ª crescimento econômico, se associado à ampliação do emprego,
conjugação PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, se
CANTAR VENDER PARTIR passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito do
cantar vender partir indicativo, teremos a forma:
cantarES venderES partirES
A) puder.
cantar vender partir
B) poderia.
cantarMOS venderMOS
C) pôde.
partirMOS
D) poderá.
cantarDES venderDES
E) pudesse.
partirDES
cantarEM venderEM partirEM
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em
que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma-
Questões sobre Verbo
-padrão.
01. (Agente Polícia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir. (A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da
É comum que objetos ___________ esquecidos em locais impressão definitiva.
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as (B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio.
pessoas _____________ a atenção voltada para seus pertences, (C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar
conservando-os junto ao corpo. no feriado.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, (D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
as lacunas do texto. (E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu
(A) sejam … mantesse (B) sejam … mantivessem (C) superior.
sejam … mantém (D) seja … mantivessem (E) seja …
mantêm 07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale
a alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido
02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… da frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder,
os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas quem encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma
sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque mensagem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
expressa ação (A) Caso a criança se havia perdido…
(A) concluída. (B) atemporal. (C) contínua. (B) Caso a criança perdeu…
(D) hipotética. (E) futura. (C) Caso a criança se perca…
(D) Caso a criança estivera perdida…
03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer (E) Caso a criança se perda…
estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas
interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta 08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.).
“débito ou crédito?”. Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de futuro.

Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
A) Os consumidores são assediados pelo marketing … 5-) Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar. Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós poderíamos,
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”… vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é crescimento
D) … de onde vem o produto…? econômico (singular), portanto, terceira pessoa do singular (ele)
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = poderia.

09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a 6-)


alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas (B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em
se dá em conformidade com a norma-padrão da língua. silêncio.
(A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos. (C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar
(B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter no feriado.
acontecido com a criança. (D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
(C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam (E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a
preocupados. seu superior.
(D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
(E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança 7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve
se perdeu mesmo assim. uma grande perda salarial...)

10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 8-)


– 2013-adap.). Leia as frases a seguir. A) Os consumidores são assediados pelo marketing = presente
I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
no animal. = pretérito do Subjuntivo
II. Existiam muitos ferimentos no boi. D) … de onde vem o produto…? = presente
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… =
movimentada. pretérito perfeito
Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo
9-)
verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
(A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
A) Existia – Haviam – Existiam
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter acontecido
B) Existiam – Havia – Existiam
com a criança.
C) Existiam – Haviam – Existiam
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
D) Existiam – Havia – Existia
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança
E) Existia – Havia – Existia
se perdeu mesmo assim.
GABARITO 10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de
01. B 02. C 03. E 04. B 05. B madeira no animal.
06. A 07. C 08. B 09. C 10. D II. Existiam muitos ferimentos no boi.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
RESOLUÇÃO movimentada.
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal;
1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais existir = variável. Portanto, temos:
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as I – Existiam onze pessoas...
pessoas mantivessem a atenção voltada para seus pertences, II – Havia muitos ferimentos...
conservando-os junto ao corpo. III – Existia muita gente...

2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando Vozes do Verbo


quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
expressa ação contínua (= não concluída) Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para
indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São
3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de três as vozes verbais:
um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação
pergunta “débito ou crédito?”. expressa pelo verbo. Por exemplo:
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar Ele fez o trabalho.
segundo ideias preconcebidas. sujeito agente ação objeto (paciente)

4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação - Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação
e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo expressa pelo verbo. Por exemplo:
virtual. = verbo no futuro do pretérito O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

Didatismo e Conhecimento 45
LÍNGUA PORTUGUESA
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e
paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
O menino feriu-se. substancialmente o sentido da frase.
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a Sujeito da Ativa objeto Direto
noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)
Formação da Voz Passiva Sujeito da Passiva Agente da Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito
e sintético. da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a
1- Voz Passiva Analítica forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do exemplos:
verbo principal. Por exemplo: - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
A escola será pintada. Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
O trabalho é feito por ele. mestres.

Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado da - Eu o acompanharei.


preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição Ele será acompanhado por mim.
de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases
seguintes: Saiba que:
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos,
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo) são chamados neutros.
O vinho é bom.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) Aqui chove muito.
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
- Há formas passivas com sentido ativo:
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o
mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a - Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:
transformação da frase seguinte: Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito
com outros verbos que podem eventualmente funcionar como é paciente.
auxiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada pela doença. Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo.
2- Voz Passiva Sintética Operou-se de hérnia.
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo Vacinaram-se contra a gripe.
na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso. Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
Destruiu-se o velho prédio da escola. php
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva
sintética. Questões sobre Vozes dos Verbos

Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz latina 01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM
de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacionam com o ADMINISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram
significado sofrimento, padecimento. Daí vem o significado de voz divulgados ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão
passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito. destacada é
Na voz passiva temos dois elementos que nem sempre aparecem: (A) adjunto adnominal.
SUJEITO PACIENTE e AGENTE DA PASSIVA. (B) sujeito paciente.

Didatismo e Conhecimento 46
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) objeto indireto. (B) era indicado.
(D) complemento nominal. (C) eram indicadas.
(E) agente da passiva. (D) tinha indicado.
(E) foi indicada.
02. (FCC-COPERGÁS – Auxiliar Técnico Administrativo -
2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. Transpondo- 08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –
-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 -
(A) era abatido. (B) fora abatido. adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está em:
(C) abatera-se. (D) foi abatido. (A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
(E) tinha abatido (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro”
(C) “enviar o brinquedo por sedex”
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa
... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade do Consumidor”
como tais. (E) “A empresa fez campanha para recolher”
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo passará a
ser, corretamente, 09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010)
(A) perceba. Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde vim a
(B) foi percebido. entender a tradução completa, a forma verbal resultante será:
(C) tenham percebido. (A) veio a ser entendida.
(D) devam perceber. (B) teria entendido.
(E) estava percebendo. (C) fora entendida.
(D) terá sido entendida.
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM (E) tê-la-ia entendido.
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas pela
10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
multidão...
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 -
A forma verbal resultante da transposição da frase acima para
ADAPTADA)
a voz ativa é:
... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
(A) ocupava-se.
Mulheres.
(B) ocupavam.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
(C) ocupou.
verbal resultante será:
(D) ocupa.
(A) foi empreendida.
(E) ocupava.
(B) são empreendidos.
(C) foi empreendido.
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (D) é empreendida.
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva está em: (E) são empreendidas.
(A) Quando Rodolfo surgiu...
(B) ... adquiriu as impressoras... GABARITO
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
(D) ... acolheu-o como patrono. 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do Recife ...
RESOLUÇÃO
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a constituir 1-) No enunciado temos uma oração com a voz passiva do
um deslocamento da atenção intelectual de Said ... verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou da
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” funciona como
resultante é: sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função é a de agente da
a) se constituiu. passiva. O sujeito paciente é “os dados”.
b) chegou a ser constituído.
c) teria chegado a constituir. 2-) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele foi
d) chega a se constituir. abatido...
e) chegaria a ser constituído.
3-) ... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS como tais = dois verbos na voz passiva, então teremos um na ativa:
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava que a sociedade perceba os valores e princípios...
indistintamente as músicas produzidas no interior do país...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal 4-) As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos na
resultante será: passiva, um verbo na ativa:
(A) vinham indicadas. A multidão ocupava as ruas.

Didatismo e Conhecimento 47
LÍNGUA PORTUGUESA
5-) Classificação dos morfemas:
B = as impressoras foram adquiridas...
C = família numerosa é sustentada... Radical
D – foi acolhido como patrono... Há um morfema comum a todas as palavras que estamos
E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada... analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que
faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de
6-) O engajamento moral e político não chegou a constituir um significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável
deslocamento da atenção intelectual de Said = dois verbos na voz por sua significação principal.
ativa, mas com presença de preposição e, um deles, no infinitivo,
então o verbo auxiliar “ser” ficará no infinitivo (na voz passiva) e o Afixos
verbo principal (constituir) ficará no particípio: Um deslocamento Como vimos, o acréscimo do morfema – ar - cria uma nova
palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos
da atenção intelectual de Said não chegou a ser constituído pelo
morfemas sub e arização à forma escol- criou subescolarização.
engajamento...
Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com
7-)’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como arização,
no interior do país. surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos.
As músicas produzidas no país eram indicadas pelo sertanejo, Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical,
indistintamente. são capazes de introduzir modificações de significado no radical a
que são acrescentados.
8-)
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa Desinências
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro” = Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como
voz ativa amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa do em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou
Consumidor” = voz passiva terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam
9-)Mais tarde vim a entender a tradução completa... as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim
A tradução completa veio a ser entendida por mim. das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.
10-) ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
Mulheres. Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira quase nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as
clandestina. desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina.
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s,
que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica
o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos;
PROCESSOS DE FORMAÇÃO menina/meninas.
DE PALAVRAS No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de
plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/
cruzes.

Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais


Observe as seguintes palavras: pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo
escol-a e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
escol-ar número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
escol-arização cant-á-va-mos
escol-arizar cant: radical -
sub-escol-arização á-: vogal temática
-va-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito
Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a imperfeito do indicativo)
forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, -mos:desinência número-pessoal
responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar cant-á-sse-is
pelo acréscimo do elemento destacável: ar. cant: radical
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas -á-: vogal temática
palavras que selecionamos, podemos depreender a existência -sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito
de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos imperfeito do subjuntivo)
formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa
significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema. do plural)

Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
Vogal temática Feliz---- mente leal------dade
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, Radical sufixo radical sufixo
surge sempre o morfema –a. Esse morfema, que liga o radical às
desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar- 3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o
+ vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não “existiria”).
verbos como os nomes apresentam vogais temáticas. Por parassíntese formam-se, principalmente, verbos.
En-- -----trist- ----ecer
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas Prefixo radical sufixo
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste,
base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas en----- ---tard--- --ecer
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, prefixo radical sufixo
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: Outros tipos de derivação
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas
(sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que
temática. haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a
derivação imprópria.
1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação de
grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os
substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está proibida.
verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; (pescar). Proibida a caça. (caçar)
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação
e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação. 2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é obtida
pela mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. Não
Vogal ou consoante de ligação ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente na classe
gramatical.
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar da conjunção porque)
a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre os sufixos -ar- substantivo)
e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos:
gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, Outros processos de formação de palavras:
tricota.
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos de
Processos de formação de palavras: línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
1-) Composição sociologia (socio: latim; logia: grego)
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição;
justaposição e aglutinação. - Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-se por
1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que formam meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito de
o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos: corre- se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais longas.
corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol. Vejamos alguns exemplos: metropolitano/metrô, extraordinário/
1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que formam extra, otorrinolaringologista /otorrino, telefone/fone, pneumático/
pneu
o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde sua
integridade sonora: aguardente (água + ardente), planalto (plano
- Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando imitar
+ alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)
sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-zum, cri-cri,
tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
Derivação por acréscimo de afixos
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas) - Siglas: As siglas são formadas pela combinação das letras
pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode ser: iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. Por
prefixal, sufixal e parassintética. exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística);
1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
acréscimo de prefixo. As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não
In------ --feliz des----------leal ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba
Prefixo radical prefixo radical por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.

2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
acréscimo de sufixo. formacao-de-palavras-i.htm

Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
Questões sobre Estrutura das Palavras A)composição B)justaposição
C)aglutinação D)derivação imprópria
01.(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) 09. Brasília comemorou seu aniversário com uma superfesta.
Assinale a alternativa contendo palavra formada por prefixo. A cinquentona planejada por Lúcio Costa é hoje uma metrópole
(A) Máquina. que oferece alta qualidade de vida.
(B) Brilhantismo. (Fonte: O Globo, 21/04/2010, com adaptações)
(C) Hipertexto.
(D) Textualidade. Na notícia do jornal, as palavras “superfesta” e “cinquentona”
(E) Arquivamento. exemplificam, respectivamente, casos de formação de palavras por
A)hibridismo e neologismo.
02. A palavra “aguardente” formou-se por: B)justaposição e aglutinação.
A) hibridismo B) aglutinação C)composição e derivação.
C) justaposição D) parassíntese D)prefixação e sufixação.
E) derivação regressiva E)conversão e regressão.

03. Que item contém somente palavras formadas por 10. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO
justaposição? DO RIO DE JANEIRO – PROCESSO DE SELEÇÃO PARA
A) desagradável - complemente CURSO INTERNO – BIORIO CONCURSOS/2013) Na palavra
B) vaga-lume - pé-de-cabra INSEGURANÇA, o prefixo IN- significa “negação”; a palavra
C) encruzilhada - estremeceu abaixo em que esse mesmo prefixo apresenta outro significado é:
D) supersticiosa - valiosas (A) incompetência;
E) desatarraxou - estremeceu (B) incapacidade;
(C) intranquilidade;
04. “Sarampo” é: (D) inalação;
A) forma primitiva (E) inexatidão.
B) formado por derivação parassintética
C) formado por derivação regressiva GABARITO
D) formado por derivação imprópria 01. C 02. B 03. B 04. C 05. B
E) formado por onomatopeia 06. D 07. D 08. D 09. D 10. D

05.As palavras são formadas através de derivação RESOLUÇÃO


parassintética em
A)infelizmente, desleal, boteco, barraco. 1-)
B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer. A – Máquina = sem acréscimo de afixos (prefixo ou sufixo)
C)caça, pesca, choro, combate. B - Brilhantismo. = acréscimo de sufixo (ismo)
D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer. C – Hipertexto = acréscimo de prefixo (hiper)
D – Textualidade = acréscimo de sufixo (idade)
06.(Escrevente TJ SP –Vunesp/2011) Leia o trecho. E – Arquivamento = acréscimo de sufixo (mento)
Estudo da ONG Instituto Pólis mostra que, infelizmente, sem
o tratamento e a destinação corretos,… 2-) água + ardente = aguardente ( aglutinação)
Assinale a alternativa que contém uma palavra formada pelo
mesmo processo do termo destacado. 3-) vaga-lume - pé-de-cabra = não houve alteração em
(A) infiel. (B) democracia. nenhuma delas (nem acréscimo, nem redução, estão apenas
(C) lobisomem. (D) ilegalidade. “postas” uma ao lado da outra, justaposição).
(E) cidadania.
4-) formado por derivação regressiva = a palavra primitiva é
07. Assinale a letra em que as palavras são formadas por sarampão!
derivação regressiva, derivação parassintética e composição por
aglutinação, respectivamente. 5-) ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer = nenhuma
a) neurose, infelizmente, pseudônimo; delas pode ter o prefixo ou o sufixo retirados, pois elas só têm
b) ajuste, aguardente, arco-íris; significado com ambos, juntos, ligados a elas.
c) amostra, alinhar, girassol; (Tardecer? Noitecer? Tristecer? Entarde?)
d) corte, emudecer, outrora;
e) pesca, deslealdade, vinagre. 6-) infelizmente = derivação prefixal e sufixal – existe infeliz
e felizmente, portanto não é caso de derivação parassintética. O
08. Na frase “Ele tem um quê especial como gestor”, o outro vocábulo que também apresenta tal formação é ilegalidade
processo de formação da palavra destacada chama-se: (ilegal e legalidade).

Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
7-) corte, emudecer, outrora - frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já
Cortar / emudecer (não posso retirar nem o prefixo nem o chegou.
sufixo) / outra hora.
Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem verbo
8-) Ele tem um quê especial como gestor. (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito
Dentre suas várias classificações (pronome, conjunção), nessa e predicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o
frase o “que” pertence à classe do substantivo, pois vem precedido verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
de um artigo. Quando alteramos a classe gramatical de uma tema do que se vai comunicar”. O predicado é a parte da frase que
palavra sem realizar nenhuma mudança na palavra, dá-se o nome
contém “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema,
de derivação imprópria (não é a classe gramatical “própria” dela.
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Outro exemplo: olhar é verbo, mas em “Seu olhar mexe comigo”,
temos um substantivo). Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o
predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um
9-) superfesta” e “cinquentona predicado nominal:
= super + festa (prefixação) / cinquenta + ona (sufixação) Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de
opinião.
10-) Em todas as alternativa o IN- é prefixo de negação, com A existência é frágil.
exceção de “inalar”, na qual o IN faz parte do radical do verbo
(aspirar). A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples)
quando encerra um pensamento completo e vem limitada por
ponto-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e por
reticências.
MECANISMOS DE FLEXÃO Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco.
DOS NOMES E VERBOS
Acima temos três orações correspondentes a três períodos
simples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase: “convém
* Observação: Este assunto foi abordado em “Classes de que te apresses” apresenta duas orações, mas uma só frase,
Palavras” (Substantivo, Verbo, Adjetivo). pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento
completo.
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase
que se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre
SINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO; um verbo (ou locução verbal), que implica na existência de um
TERMOS DA ORAÇÃO; predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.
PROCESSOS DE COORDENAÇÃO Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo.
E SUBORDINAÇÃO
Dessa forma:
Rua! = é uma frase, não é uma oração.
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar
a noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações: As duas
Frase, período e oração:
últimas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfazem
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.
estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou
fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções. Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em Português há completo. O período pode ser simples ou composto.
orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove.
Período simples é aquele constituído por apenas uma oração,
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, que recebe o nome de oração absoluta.
na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais de pontuação. Chove.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e A existência é frágil.
nominais, feita a partir de seus elementos constituintes, elas podem Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de
ser classificadas a partir de seu sentido global:
opinião.
- frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma
pergunta: Que queres fazer?
- frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem Período composto é aquele constituído por duas ou mais
ou faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o sair! orações:
- frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo: “Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”
Que dia difícil! Cantei, dancei e depois dormi.

Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
Termos essenciais da oração: Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de
duas maneiras:
O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais - com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito
da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis não tenha sido identificado anteriormente:
para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas Bateram à porta;
exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é a Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.
presença do verbo.
O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo. - com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do
“Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.” pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos que não
“Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”. apresentam complemento direto:
Precisa-se de mentes criativas;
Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha Vivia-se bem naqueles tempos;
e primeira referem-se ao conceito básico expresso em lágrima. Trata-se de casos delicados;
Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, Sempre se está sujeito a erros.
denominada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se
com o verbo, estabelecendo a concordância. O pronome se funciona como índice de indeterminação do
A função do sujeito é basicamente desempenhada por sujeito.
substantivos, o que a torna uma função substantiva da oração.
Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras palavras As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado,
substantivadas (derivação imprópria) também podem exercer a
articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem está
função de sujeito.
centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem
Ele já partiu;
sujeito com:
Os dois sumiram;
Um sim é suave e sugestivo. - os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu repentinamente;
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de Está chuviscando.
determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito.
Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável - os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos
pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral:
ou composto. Está tarde.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível Ainda é cedo.
identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso Já são três horas, preciso ir;
ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente Faz frio nesta época do ano;
o sujeito de uma oração. Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;
Estão gritando seu nome lá fora; Faz anos que esperamos melhores condições de vida;
Trabalha-se demais neste lugar.
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada
O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único oração contém a informação nova para o ouvinte. Nas orações sem
núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural; pode sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:
também ser um pronome indefinido. Chove muito nesta época do ano;
Nós nos respeitamos mutuamente; Houve problemas na reunião.
A existência é frágil;
Ninguém se move; Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se
O amar faz bem. declara a respeito desse sujeito.
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que
O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
de um núcleo.
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);
Alimentos e roupas andam caríssimos;
Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo
Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
pensamento (predicado).
O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.

Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu
ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo do sujeito que está núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se considerar também
implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo
pelo contexto. ou também ao sujeito da oração.
Abolimos todas as regras. = (nós) Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres
de opinião.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se
pode identificar claramente a que o predicado da oração refere- O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se
-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou
teríamos uma oração sem sujeito. indiretamente ao verbo.

Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
A existência (sujeito) é frágil (predicado). O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao
verbo.
O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;
oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito e a Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;
palavra a ele relacionada. Dou-lhes três.
Houve muita confusão na partida final.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo
um verbo: O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:
Chove muito nesta época do ano; - com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes
Senti seu toque suave; a pessoas:
O velho prédio foi demolido. Amar a Deus;
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas Adorar a Xangô;
para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos. Estimar aos pais.

O predicado nominal é aquele que tem como núcleo - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de
significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou tratamento:
estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. Não excluo a ninguém;
O predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por Não quero cansar a Vossa Senhoria.
meio de um verbo.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto - para evitar ambiguidade:
é, não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria
indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito: outra)
“Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando como Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas. Os homens pedem-lhes amor sincero;
A função de predicativo é exercida normalmente por um Gosto de música popular brasileira.
adjetivo ou substantivo.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois complemento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome
núcleos significativos: um verbo e um nome. No predicado que completa por intermédio de preposição:
verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao Desenvolvemos profundo respeito à arte;
complemento verbal. A arte é necessária à vida;
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, Tenho-lhe profundo respeito.
indicando processos. É também sempre por intermédio do verbo
que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere. Termos acessórios da oração e vocativo:
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais,
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas adverbial, adjunto adnominal, o aposto e o vocativo.
funções: a de verbo significativo e a de verbo de ligação. Esse
predicado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma
nominal: circunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um
O dia amanheceu; adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao
O dia estava ensolarado. advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto
adverbial.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
complemento homens como o predicativo inconstantes.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto
Termos integrantes da oração: adverbial são:
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço.
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o - afirmação: Sim, realmente irei partir.
complemento nominal são chamados termos integrantes da oração. - assunto: Falavam sobre futebol.
Os complementos verbais integram o sentido dos verbos - causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede…
transitivos, com eles formando unidades significativas. Esses - companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.
verbos podem se relacionar com seus complementos diretamente, - concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
sem a presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de - conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
preposição. - dúvida: Talvez nos deixem entrar.

Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
- fim: Estudou para o exame. A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos,
- frequência: Sempre aparecia por lá. pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse
- instrumento: Fez o corte com a faca. papel na linguagem.
- intensidade: Corria bastante. João, venha comigo!
- limite: Andava atabalhoado do quarto à sala. Traga-me doces, minha menina!
- lugar: Vou à cidade.
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo. O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma
- negação: Não há ninguém que mereça. oração em sua composição. Sendo assim:
- preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes. - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração)
- substituição ou troca: Abandonou suas convicções por - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
privilégios econômicos. (Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor
solar. (Período Composto = três verbos, três orações).
O adjunto adnominal é o termo acessório que determina,
especifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração.
pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel Isso implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois
de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos
adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos. compostos, pois têm mais de uma oração.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as
de infância. orações de um período composto: uma relação de coordenação ou
uma relação de subordinação.
O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um
se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações,
liga-se ao objeto por meio de um verbo.
marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
individuais, como é o exemplo de:
O poeta deixou-a.
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto
(Período Composto)
adnominal)
Podemos dizer:
O poeta português deixou uma obra inacabada.
1. Estou comprando um protetor solar.
O poeta deixou-a inacabada.
2. Irei à praia.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto)
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um É esse tipo de período que veremos agora: o Período Composto
substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se por Coordenação.
apenas ao substantivo. Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois
tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar,
desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que exerça Coordenadas Assindéticas
qualquer função sintática. São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado. de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Coordenadas Sindéticas


Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo que Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si,
se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse
dia mal-humorado. caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
oração, em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas,
permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo. Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais
b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas: conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como,
amor, arte, ação. assim... como.
c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo Não só cantei como também dancei.
isso forma o carnaval. Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram- Comprei o protetor solar e fui à praia.
se por muito tempo na baía anoitecida.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto,
interpelar um ouvinte real ou hipotético. porém, no entanto, ainda, assim, senão.

Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Suponho que você foi à biblioteca hoje.
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. Oração Subordinada Substantiva
Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
Você sabe se o presidente já chegou?
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas Oração Subordinada Substantiva
principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...
seja. Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os
Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os
diferentes. exemplos:
Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto. O garoto perguntou qual seu nome.
Oração Subordinada Substantiva
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, Não sabemos por que a vizinha se mudou.
consequentemente, pois (posposto ao verbo) Oração Subordinada Substantiva
Passei no concurso, portanto irei comemorar.
Conclui o meu projeto, logo posso descansar. Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
A situação é delicada; devemos, pois, agir De acordo com a função que exerce no período, a oração
subordinada substantiva pode ser:
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas a) Subjetiva
principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do
(anteposto ao verbo). verbo da oração principal. Observe:
Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Só fiquei triste por você não ter viajado comigo. Sujeito
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
É fundamental que você compareça à reunião.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Oração Principal Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
“Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.” Atenção:
Oração Principal Oração Subordinada Observe que a oração subordinada substantiva pode ser
substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período
Observe que na oração subordinada temos o verbo “existe”, simples:
que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo
em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo,
Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a
subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas
função de sujeito
ou explícitas.
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
Podemos modificar o período acima. Veja:
principal:
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:
Oração Principal Oração Subordinada
É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro -
Está evidente - Está comprovado
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto”
É bom que você compareça à minha festa.
é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada
“existir em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração subordinada
apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção - Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se -
“que”, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou
orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais provado
(infinitivo - flexionado ou não -, gerúndio ou particípio) chamamos Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
orações reduzidas ou implícitas.
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, - ocorrer - acontecer
introduzidas por preposição. Convém que não se atrase na entrevista.

1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva,


A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.
vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).

Didatismo e Conhecimento 55
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b) Objetiva Direta

A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por:


- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se todos alunos estavam presentes.

- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal queria saber
quem era o dono do carro importado.

- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei por que ela
fez isso.

c) Objetiva Indireta
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
Meu pai insiste em meu estudo.
Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.


Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por
preposição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal

Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.)


Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar em conta
o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complementa um verbo, o
segundo, um nome.

e) Predicativa
A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois
do verbo ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem na prova.

f) Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de algum termo da oração principal.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)

Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe
Oração Subordinada Substantiva Apositiva ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra
reduzida de infinitivo suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas
adjetivas explicativas.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : ) Exemplo 1:
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor homem que passava naquele momento.
e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e
adnominal do antecedente. Observe o exemplo: particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem
Esta foi uma redação bem-sucedida. específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal) se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando
naquele momento.
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo
bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, Exemplo 2:
a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja: O homem, que se considera racional, muitas vezes age
Esta foi uma redação que fez sucesso. animalescamente.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo
em relação à palavra “homem”; na verdade, essa oração apenas
o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações,
“homem”.
o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é
subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o
separada da oração principal por uma pausa que, na escrita, é
antecede.
representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
Obs.: para que dois períodos se unam num período composto,
seja indicada como forma de diferenciar as orações explicativas
altera-se o modo verbal da segunda oração. das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o vírgulas; as restritivas, não.
pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual
- a qual - os quais - as quais 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Refiro-me ao aluno que é estudioso. Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a
Essa oração é equivalente a: função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa
Refiro-me ao aluno o qual estuda. forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das
integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução
Quando são introduzidas por um pronome relativo e conjuntiva que a introduz.
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, Oração Subordinada Adverbial
existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não
são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância
por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial
(infinitivo, gerúndio ou particípio). temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. indicam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. classificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão
da circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo:
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha
desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” vida.
e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de
No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de minha vida.
infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.
No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No
segundo período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, a estátua”, que é, portanto, uma oração subordinada adverbial
as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma
diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal
termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não do modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo).
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas Seria possível reduzi-la, obtendo-se:

Didatismo e Conhecimento 57
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Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
vida. Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções
ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que,
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das apesar de que.
formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida Só irei se ele for.
por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”, A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se
combinada com o artigo “o”). realizará caso essa condição seja satisfeita.
Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é Compare agora com:
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais. Irei mesmo que ele não vá.
Baseia-se na circunstância expressa pela oração. A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei
de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.
Adverbiais Observe outros exemplos:
a) Causa Embora fizesse calor, levei agasalho.
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da
um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração população continua à margem do mercado de consumo.
principal. “É aquilo ou aquele que determina um acontecimento”. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE estudasse). (reduzida de infinitivo)
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois e) Comparação
que, já que, uma vez que, visto que. As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve principal.
alternativa a não ser cancelá-lo. Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Já que você não vai, eu também não vou. Ele dorme como um urso.
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
b) Consequência subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem Agem como crianças. (agem)
um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na Oração Subordinada Adverbial Comparativa
oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções:
que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não
tão...que, tanto...que, tamanho...que. ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE verbo falar e do verbo fazer).
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.) f) Conformidade
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam
concretizando-os. ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de adotado para a execução do que se declara na oração principal.
Infinitivo) Principal conjunção subordinativa conformativa:
CONFORME
c) Condição Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a (todas com o mesmo valor de conforme).
realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais Fiz o bolo conforme ensina a receita.
condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos
realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. iguais.
Principal conjunção subordinativa condicional: SE
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde g) Finalidade
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção,
vez que (seguida de verbo no subjuntivo). a finalidade daquilo que se declara na oração principal.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
certamente o melhor time será campeão. Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o locução conjuntiva para que.
contrato. Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
Caso você se case, convide-me para a festa. Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada
entrasse.
d) Concessão
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam h) Proporção
concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem
uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. oração principal.

Didatismo e Conhecimento 58
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Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À 04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.)
PROPORÇÃO QUE Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os
passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto termos em destaque estabelecem relação de
maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor), A) explicação. B) oposição. C) alternância.
quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos... D) conclusão. E) adição.
(mais), quanto menos...(menos).
À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões. 05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que
Visito meus amigos à medida que eles me convidam. estaremos a seu lado sempre.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo. Marque a opção correta quanto à sua classificação:
A) Coordenada sindética aditiva.
i) Tempo B) Coordenada sindética alternativa.
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam C) Coordenada sindética conclusiva.
uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal,
D) Coordenada sindética explicativa.
podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade.
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversativo
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
é:
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal
e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”.
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados. C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de
Sempre que ele vem, ocorrem problemas. pedir esmola”.
Mal você saiu, ela chegou. D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”.
festa) (Oração Reduzida de Particípio) E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
Questões sobre Orações Coordenadas E à educação”.

01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplantação 07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção
integral de gosto e de estilo” tem valor: sublinhada está corretamente indicado entre parênteses.
A) conclusivo B) adversativo C) concessivo A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende
D) explicativo E) alternativo trabalhar como advogado. (explicação)
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição)
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
oração em destaque é: (oposição)
a) coordenada explicativa b) coordenada adversativa D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
c) coordenada aditiva d) coordenada conclusiva (alternância)
e) coordenada assindética E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
chuva. (conclusão)
03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia o
seguinte trecho: 08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as,
prática.
respectivamente, como coordenadas:
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a norma-
A) adversativa e aditiva. B) explicativa e aditiva.
-padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em destaque,
C) adversativa e alternativa. D) aditiva e alternativa.
o trecho estará corretamente reescrito em:
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida 09. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
prática. pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” pode ser
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase substituída, sem alteração de sentido, por
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida A) entretanto. B) então. C) assim. D) pois. E) porém.
prática.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a 10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, temos a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. presença de uma oração coordenada que pode ser classificada em:
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a A) Coordenada assindética;
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. B) Coordenada assindética aditiva;
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a C) Coordenada sindética alternativa;
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. D) Coordenada sindética aditiva.

Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITO E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
01. B 02. E 03. D 04. E 05. D chuva. = alternativa
06. A 07. B 08. A 09. D 10. D
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa
RESOLUÇÃO - nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva

1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral 9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: oração pessoas que não sabem cozinhar.
coordenada sindética adversativa = conjunção explicativa: pois

2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração 10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adição,
em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
assindética
Questões sobre Orações Subordinadas
3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
ideia) adversativa 01. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase Mais denso, menos trânsito
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática. = conclusiva As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida da última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura,
prática. = conformativa mas é importante também considerar o planejamento urbano.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. desconcentração, incentivando a criação de diversos centros
= conclusiva urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade de
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a deslocamento.
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
= explicativa e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens,
Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir dificultando o investimento em transporte coletivo e aumentando
por porque; como conclusiva: substituo por portanto. a necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a
4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa
mas também da necessidade de maior número de viagens... região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário,
estabelecem relação de adição de ideias, de fatos temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica da
cidade.
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre. Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética adensamento e predominância do transporte coletivo, como
explicativa mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais
6-) bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura de
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes
(ideia contrária) cidades, essa deveria ser a região mais adensada da metrópole.
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. = Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do
adição centro, com deslocamento das atividades para diversas regiões da
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de cidade.
pedir esmola”. = adição A visão de adensamento com uso abundante de transporte
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de individual, fruto não só do novo acesso da população ao
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde automóvel, mas também da necessidade de maior número de
E à educação”. = adição viagens em função da distância cada vez maior entre os destinos
da população.
7-) (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende
trabalhar como advogado. = adversativa As expressões mais denso e menos trânsito, no título,
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe. estabelecem entre si uma relação de
= conclusão (A) comparação e adição. (B) causa e consequência.
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. (C) conformidade e negação. (D) hipótese e concessão.
= explicativa (E) alternância e explicação

Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em –
– 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urbana
se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda
cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor mais os diversos centros já existentes... –, sem que tenha seu
nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o termo em sentido alterado, o trecho em destaque está corretamente reescrito
destaque estabelece entre as orações uma relação de em:
A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo. A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão
E) concessão. urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes...
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento
aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto: da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. ainda mais os diversos centros já existentes...
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento
vida. da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
C) Ignoras quanto custou meu relógio? ainda mais os diversos centros já existentes...
D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos. D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes...
04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e
Namorado Lute. adensar ainda mais os diversos centros já existentes...

06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É


fundamental que essa visão de adensamento com uso abundante
de transporte coletivo seja recuperada para que possamos reverter
esse processo de uso… –, a expressão em destaque estabelece
entre as orações relação de
A) consequência. B) condição. C) finalidade.
D) causa. E) concessão.

07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.).


Considere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele
mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela
ditadura militar e exilado.” O termo Como, em destaque na
primeira parte do enunciado, expressa ideia de
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que.
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que.

(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013) 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
Públicas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjuntor,
É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega
entre as orações relação de a contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabelece entre as
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar construções [com tanto orgulho] e [que chega a contaminar-me]
depois de casada. uma relação de
B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso como A) condição e finalidade. B) conformidade e proporção.
cantor romântico. C) finalidade e concessão. D) proporção e comparação.
C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam E) causa e consequência.
em casamento.
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de 09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
músico provavelmente ganhará pouco. mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui
um artista famoso. a expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é:
A) já que. B) todavia. C) ainda que.
D) entretanto. E) talvez.

Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alternativa
que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei o CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
documento, contanto que garantam sua autenticidade. – sem que
haja prejuízo de sentido.
(A) desde que garantam sua autenticidade.
(B) no entanto garantam sua autenticidade.
(C) embora garantam sua autenticidade. Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
(D) portanto garantam sua autenticidade. referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo
(E) a menos que garantam sua autenticidade. e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes
principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
GABARITO caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A função de subordinado.
06. C 07. D 08. E 09. C 10. A Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se
RESOLUÇÃO pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e
pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, chegou atrasado. Temos que o verbo apresenta-se na terceira
consequentemente, menos trânsito, então: causa e consequência
pessoa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim também
expresso (ele). Como poderíamos também dizer: os alunos
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as
chegaram atrasados.
orações uma relação de causa com a consequência de “tem um
efeito positivo”.
Casos referentes a sujeito simples
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada
substantiva objetiva direta 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja, não em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “convir”,
“parecer”, “importar”, “constar” etc., e também não inicia com as 2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo
conjunções integrantes “que” e “se”. coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular: A
multidão, apavorada, saiu aos gritos.
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de Observação:
condição (condicional) - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o
5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão plural:
urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
extensão urbana no Brasil, = causal
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento 3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas,
da extensão urbana no Brasil = comparativa representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto pode concordar
urbana verificados no Brasil = causal com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria dos alunos
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas resolveram ficar.
6-) para que possamos = conjunção final (finalidade) 4) No caso de o sujeito ser representado por expressões
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de mil
causa da consequência “foi enquadrado” = causa e tem sentido
candidatos se inscreveram no concurso.
equivalente a visto que.

8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a 5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
construção estabelece uma relação de causa e consequência. (a “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um
causa da “contaminação” – consequência) candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação:
9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem - No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente,
de imigrantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva: deverá permanecer no plural:
ainda que Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na
campanha de doação de alimentos.
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
condicional = desde que de formatura.

Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos Casos referentes a sujeito composto
que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que
atuaram na Copa América. 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
7) Em casos relativos à concordância com locuções relacionado a dois pressupostos básicos:
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais:
de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
a duas questões básicas: - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos.
verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar
com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns de 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto
nós o receberão. ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no compareceram ao evento.
singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de
nós o receberá. 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome no plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos.
“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
poderá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós
quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais
de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo
toda a verdade para ela.
e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou
“que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer
palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em no singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista,
casa sou eu que decido tudo. minha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória,
minha conquista, minha premiação é fruto de meu esforço.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões
que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos demais
ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem: 50% termos da oração para que concordem em gênero e número com o
dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o
eleitorado apoiou a decisão. numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se
Observações: flexionará à sua maneira.
- Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem, Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram a decisão da concordam em gênero e número com o substantivo.
diretoria 50% dos funcionários. - A pequena criança é uma gracinha.
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular: - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 50% geral mostrada acima.
dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. a) Um adjetivo após vários substantivos
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por concorda com o substantivo mais próximo.
pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo
- Ela tem pai e mãe louros.
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que - Ela tem pai e mãe loura.
os determinam:
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
este permanece no singular, contanto que o predicativo também para o plural.
esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma - O homem e o menino estavam perdidos.
criação de Machado de Assis. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
mundial. - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem próximo.
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma Comi delicioso almoço e sobremesa.
potência mundial. Provei deliciosa fruta e suco.

Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda k) Tal Qual
com o mais próximo ou vai para o plural. - “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o
Estavam feridos o pai e os filhos. consequente.
Estava ferido o pai e os filhos. As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo. l) Possível
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.
- coloca o substantivo no plural. A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
d) Pronomes de tratamento As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
- sempre concordam com a 3ª pessoa. cidade.
Vossa Santidade esteve no Brasil.
m) Meio
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
- Como advérbio: invariável.
- Concordam com o substantivo a que se referem.
Estou meio (um pouco) insegura.
As cartas estão anexas.
A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios. - Como numeral: segue a regra geral.
Obrigado, disse o rapaz. Comi meia (metade) laranja pela manhã.

f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) n) Só


- Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular - apenas, somente (advérbio): invariável.
e o adjetivo no plural. Só consegui comprar uma passagem.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. - sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas.
g) É bom, é necessário, é proibido
- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido Fonte:
de artigo ou outro determinante. http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-verbal.
Canja é bom. / A canja é boa. htm
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
é proibida.
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
h) Muito, pouco, caro concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:
- Como adjetivos: seguem a regra geral. (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Comi muitas frutas durante a viagem. que determinam as escolhas dos governantes, para conferir
Pouco arroz é suficiente para mim. legitimidade a suas decisões.
Os sapatos estavam caros. (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem ser
embasados na percepção dos valores e princípios que regem a
- Como advérbios: são invariáveis.
prática política.
Comi muito durante a viagem.
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
regime democrático, em que se respeita tanto as liberdades
Comprei caro os sapatos.
individuais quanto as coletivas.
i) Mesmo, bastante (D) As instituições fundamentais de um regime democrático
- Como advérbios: invariáveis não pode estar subordinado às ordens indiscriminadas de um único
Preciso mesmo da sua ajuda. poder central.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados para o
momento eleitoral, que expõem as diferentes opiniões existentes
- Como pronomes: seguem a regra geral. na sociedade.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de
concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
j) Menos, alerta A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que
- Em todas as ocasiões são invariáveis. satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual,
Preciso de menos comida para perder peso. estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua
Estamos alerta para com suas chamadas. matéria-prima.

Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre 05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO
delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
ultrapassar os limites da época em que vivem seus autores, gênios I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negativa...
no domínio das palavras, sua matéria-prima. II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classificação
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe do continente americano (2,0)...
permitem criar todo um mundo de ficção, em que personagens Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e II, a
se transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa concordância segue as mesmas regras, na ordem dos exemplos,
verdadeira interação com a realidade. em:
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próximo
somente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria?
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. Vêm
deste último e o prazer da leitura. pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase todos
leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
ultrapassa os limites de tempo e de época. (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas também
existem umas que não merecem nossa atenção.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
responder à questão.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada FCC/2012) Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, locais de peregrinação.
a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural caso
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si o segmento grifado seja substituído por:
___________diferença, as companhias não podem suportar ter de (A) Há folheteiros que
pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, (B) A maior parte dos folheteiros
(C) O folheteiro e sua família
sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-
(D) O grosso dos folheteiros
-sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
(E) Cada um dos folheteiros
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a
maioria das políticas de crescimento verde sempre ___________
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
a segunda opção.
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas em:
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel sem
preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir dessas criações
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as poéticas tão originais.
lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído
com: à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores
(A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será universidades do país.
(C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam… (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a
serão situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos
(E) Resta… fazem… será requizessem o respeito que faziam por merecer.
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e a
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser resultado
em que o trecho do puro e simples desconhecimento.
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os problemas
quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamente dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. representatividade.
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de concordância
até agora uma maneira adequada de os insumos básicos ser verbal e nominal em:
quantificados. a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam humildes, são cada vez mais comuns nos dias de hoje.
quantificado. b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja seu tempo, não estão apenas nos livros que escreveram.
quantificado. c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
até agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos próximos de serem resolvidos ou pelo menos de terem alguma
básicos. trégua.

Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade, 2-)
ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que
costumam encontrar muito mais detratores que admiradores. satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual,
e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais e estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua
escritores como Edward Said, que não apenas era notícia pelos matéria-prima. = correta
livros que publicavam como pelas posições que corajosamente B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre
assumiam. delineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor
ao ultrapassarem os limites da época em que vivem seus autores,
09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima.
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propostas para o C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes
segmento grifado, deverá ser colocado no plural, está em: permite criar todo um mundo de ficção, em que personagens
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) se transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do planeta) verdadeira interação com a realidade.
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O consumo D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor
mundial de barris de petróleo) somente se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias entre
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual
da matéria-prima... (Constantes aumentos) deste último e o prazer da leitura.
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que
mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) constituem leitura obrigatória e se tornam referências por seu
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época.
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013)
Assinale a alternativa em que a concordância das formas verbais 3-) _Restam___dúvidas
destacadas está de acordo com a norma-padrão da língua. mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higienização si __faça __diferença
subterrânea. a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____
(B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os será_____ a segunda opção.
trabalhadores da área de limpeza. Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos de plural quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/
se contrair alguma doença. serão”, portanto a A é que apresenta as opções adequadas.
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da
manhã, eu já estava fazendo meu serviço. 4-)
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, (A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção de seus agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos.
funcionários. (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou
até agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem
GABARITO quantificados.
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A (C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
quantificados.
RESOLUÇÃO (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
1-) Fiz os acertos entre parênteses: quantificados.
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou
que determinam as escolhas dos governantes, para conferir até agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos
legitimidade a suas decisões. básicos. = correta
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem (deve)
ser embasados (embasada) na percepção dos valores e princípios 5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos aos
que regem a prática política. itens:
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um verdadeiro (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem
regime democrático, em que se respeita (respeitam) tanto as (singular)
liberdades individuais quanto as coletivas. (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram
não pode (podem) estar subordinado (subordinadas) às ordens (plural)
indiscriminadas de um único poder central. (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) voltados (plural)
(voltado) para o momento eleitoral, que expõem (expõe) as (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as
diferentes opiniões existentes na sociedade. formas estão no plural)

Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) 10-) Fiz as correções:
A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto (A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
“folheterios”) (B) Ainda existe muitas pessoas = existem
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional) (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto) (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional) manhã = eram
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou
= começaram
7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
(A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a considerar o
cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir TRANSITIVIDADE E REGÊNCIA
dessas criações poéticas tão originais. DE NOMES E VERBOS
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído
à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores
universidades do país.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que
situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos.
requizessem (requeressem) o respeito que faziam por merecer. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases
(D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desvalorização não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado,
e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode (podem) que sejam corretas e claras.
ser resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que os Regência Verbal
problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
representatividade. Termo Regente: VERBO

8-) Fiz as correções entre parênteses: A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e
os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
humildes, são (é) cada vez mais comuns (comum) nos dias de hoje. O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa
b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos
Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples
seu tempo, não estão (está) apenas nos livros que escreveram. mudança ou retirada de uma preposição. Observe:
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou
(esteja) próximos (próximo) de serem (ser) resolvidos (resolvido) prazer”, satisfazer.
ou pelo menos de terem (ter) alguma trégua. Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade, a alguém”.
ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa,
costumam encontrar muito mais detratores que admiradores. Saiba que:
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas era aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também
(eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas posições nominal). As preposições são capazes de modificar completamente
que corajosamente assumiam. o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:
Cheguei ao metrô.
9-) Cheguei no metrô.
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há”
permaneceria no singular No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta) = caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
“sabe” permaneceria no singular no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” passaria para Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
“refletem-se” acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas
mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) = em frases distintas.
“pressiona” permaneceria no singular

Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
Verbos Intransitivos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam
pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. - Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição
- Chegar, Ir “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de todos.
lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
ou direção são: a, para. - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos
Fui ao teatro. introduzidos pela preposição “a”:
Adjunto Adverbial de Lugar Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar - Responder - Tem complemento introduzido pela preposição
“a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao
que” se responde.
- Comparecer
Respondi ao meu patrão.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
Respondemos às perguntas.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
Respondeu-lhe à altura.
jogo.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando
Verbos Transitivos Diretos exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica.
Veja:
Os verbos transitivos diretos são complementados por O questionário foi respondido corretamente.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos,
devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos
como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas introduzidos pela preposição “com”.
lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou Antipatizo com aquela apresentadora.
no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), Simpatizo com os que condenam os políticos que governam
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos para uma minoria privilegiada.
indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de
condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar, um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo:
humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos que apresentam objeto
socorrer, suportar, ver, visitar. direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o Veja os exemplos:
verbo amar: Agradeço aos ouvintes a audiência.
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Objeto Indireto Objeto Direto
Amo aquela moça. / Amo-a.
Paguei o débito ao cobrador.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Objeto Direto Objeto Indireto
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
particular cuidado. Observe:
indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais). Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Verbos Transitivos Indiretos Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos Informar


indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto
para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como Informe os novos preços aos clientes.
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos preços)

Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
construções: quando o revê.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre não perde oportunidade de agradá-lo.
eles)
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a,
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto. ASPIRAR
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o
ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
Pedi-lhe favores.
(Aspirávamos a elas)
Objeto Indireto Objeto Direto

Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes”
Objetiva Direta e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
Saiba que:
- A construção “pedir para”, muito comum na linguagem ASSISTIR
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver assistência a, auxiliar. Por exemplo:
subentendida. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
entregar-lhe os catálogos em casa). Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
- A construção “dizer para”, também muito usada Essa lei assiste ao inquilino.
popularmente, é igualmente considerada incorreta.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Preferir intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada
introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo: cidade.
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus. CHAMAR
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
atenção ou a presença de.
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.
milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
próprio verbo (pre).

Mudança de Transitividade X Mudança de Significado - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar
objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, ou não.
apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes A torcida chamou o jogador mercenário.
regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, A torcida chamou ao jogador mercenário.
pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, A torcida chamou o jogador de mercenário.
oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre A torcida chamou ao jogador de mercenário.
os principais, estão:
CUSTAR
AGRADAR - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e
acariciar. verduras não deveriam custar muito.

Didatismo e Conhecimento 69
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- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo indireto.
Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Intransitivo Reduzida de Infinitivo

Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude.


Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Indireto Reduzida de Infinitivo

Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. Observe:
Custei para entender o problema.
Forma correta: Custou-me entender o problema.

IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implicavam um firme propósito.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadurecimento político de
um povo.

- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.

Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não trabalhasse
arduamente.

PROCEDER

- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa segunda
acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.

- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição “a”)
é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

QUERER

- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.


Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.


Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.

VISAR

- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
ESQUECER – LEMBRAR

- Lembrar algo – esquecer algo


- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos:

- Ele se esqueceu do caderno.


- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É
uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses.
Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).

SIMPATIZAR

Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR

É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER

É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER

É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é
sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente
o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure,
sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a;
relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).


... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos troncos mais robustos.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí...
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mestre e colaborador...

Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). A) dos … na B) nos … entre a
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... C) aos … para a D) sobre os … pela
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da E) pelos … sob a
frase acima se encontra em:
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
verbo latino dirigere... Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das língua, assinale a alternativa em que os trechos destacados estão
sociedades... corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de dez
justiça. mil tomadas.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um
homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
da justiça...
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento
logotipos e negociar.
de justiça. D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas
do edifício.
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de a um prédio na marginal.
2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale
espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável a alternativa que substitui a expressão destacada na frase, conforme
em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros. as regras de regência da norma-padrão da língua e sem alteração
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente de sentido.
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de direitos
notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em dos trabalhadores domésticos.
outros. A) da B) na C) pela
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente D) sob a E) sobre a
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em GABARITO
outros. 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
06. A 07. C 08. A 09. C
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente
seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
RESOLUÇÃO
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em
outros. 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu ciências ...
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável Facilitar – verbo transitivo direto
em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros. A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a ligação
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a direto e indireto
responsabilidade pelo problema. E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se transitivo indireto
perdido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um 2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos
índio na porta do prédio. filhos do sueco.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido Pedir = verbo transitivo direto e indireto
de sua família. A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transitivo
direto
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação
garotinha.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
=verbo intransitivo
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do =transitivo direto
texto, de acordo com as regras de regência.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já 3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal partes desiguais...
e a exposição a imagens idealizadas pela mídia. Constar = verbo intransitivo
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
mídia pode exercer sobre os jovens. troncos mais robustos. =ligação

Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam,
não raro, quem... =transitivo direto PADRÕES GERAIS DE COLOCAÇÃO
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na PRONOMINAL NO PORTUGUÊS
serra de Tunuí... = transitivo direto
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio,
mestre e colaborador...=transitivo direto
A colocação pronominal é a posição que os pronomes
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a
Lidar = transitivo indireto que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a,
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das as, lhe, lhes, nos e vos.
sociedades... =transitivo direto O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela oração em relação ao verbo:
justiça. =ligação 1. próclise: pronome antes do verbo
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da 2. ênclise: pronome depois do verbo
justiça... =transitivo direto e indireto 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento
de justiça. =transitivo direto Próclise

5-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
também. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontuação - Palavras com sentido negativo:
encontra-se em tópico específico) Nada me faz querer sair dessa cama.
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, Não se trata de nenhuma novidade.
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pontuação)
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto à - Advérbios:
pontuação) Nesta casa se fala alemão.
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente, Naquele dia me falaram que a professora não veio.
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em - Pronomes relativos:
outros. A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.
6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter se - Pronomes indefinidos:
perdido. Quem me disse isso?
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
na porta do prédio.
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de - Pronomes demonstrativos:
sua família. Isso me deixa muito feliz!
(E) A família toda se organizou para realizar a procura pela Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
garotinha.
- Preposição seguida de gerúndio:
7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou já Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e indicado à pesquisa escolar.
a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a - Conjunção subordinativa:
mídia pode exercer sobre os jovens. Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

8-) Ênclise
B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver um
homem que estaria ouvindo as notas de um oboé. A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise
logotipos e negociar. vai acontecer quando:
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
tomadas do edifício. Amem-se uns aos outros.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse Sigam-me e não terão derrotas.
em um prédio na marginal.
- O verbo iniciar a oração:
9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de direitos Diga-lhe que está tudo bem.
dos trabalhadores domésticos. Chamaram-me para ser sócio.

Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição 03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). A
“a”: substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente,
Naquele instante os dois passaram a odiar-se. com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. em:
A) mostrando o rio= mostrando-o.
- O verbo estiver no gerúndio: B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
Despediu-se, beijando-me a face. D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada lhes
acrescentariam.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no mesmo
instante. 04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. alternativa em que o pronome destacado está posicionado de
acordo com a norma-padrão da língua.
Mesóclise (A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no (C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
futuro do presente ou no futuro do pretérito: (D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se (E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.
realizará)
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma proposta 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alternativa
a você) cujo emprego do pronome está em conformidade com a norma
padrão da língua.
Questões sobre Pronome (A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos.
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está abalada.
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012). (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não (D) Conformado, se rendeu às punições.
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada (E) Todos querem que combata-se a corrupção.
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono,
a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que 06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale a
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com
si diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, a norma-padrão da língua portuguesa.
de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem (A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que eles
qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços- sejam sempre trazidos junto ao corpo.
sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira (B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação de
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
maioria das políticas de crescimento verde sempre será a segunda (C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos
opção. restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) (D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que abrisse
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, referem- a bolsa que encontrara.
-se, respectivamente, a (E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma tendência
(A) dúvidas e preços. natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
(B) dúvidas e insumos básicos.
(C) companhias e insumos básicos. 07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013).
(D) companhias e preços do carbono e da água. Há pessoas que, mesmo sem condições, compram
(E) políticas de crescimento e preços adequados. produtos______ não necessitam e______ tendo de pagar
tudo______ prazo.
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- adap.). Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e
Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho grifado está respectivamente, considerando a norma culta da língua.
corretamente substituído por um pronome em: A) a que … acaba … à B) com que … acabam … à
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo C) de que … acabam … a D) em que … acaba … a
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-lhes E) dos quais … acaba … à
desalentado
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de 08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP –
conhecê-lo? 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia respectivamente, as lacunas do trecho.
ser-lhe ______alguns anos, num programa de televisão, uma jovem
E) incomodaram o general... − incomodaram-no fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
sujeito de forma cômica.

Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
A) Fazem... a ... de que B) Faz ...a ... que 4-)
C) Fazem ...à ... com que D) Faz ...à ... que (A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
E) Faz ...à ... a que (B) A menina tinha se distanciado muito da família.
(C) A garota disse que se perdeu dos pais.
09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014) (E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça... 5-)
... e fez de tudo para convencer os tripulantes... (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados (B) Falaram-nos que a diplomacia americana está abalada.
(D) Conformado, rendeu-se às punições.
acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem
(E) Todos querem que se combata a corrupção.
dada, em:
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los 6-)
(B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes (B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação de ter
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los (C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos restituir
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que abrisse
10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013- a bolsa que encontrara.
adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos (E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma tendência
estabelecimentos felizmente comprovam os acontecimentos, e natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
testemunhas vão ajudar a polícia na investigação. – de acordo
com a norma-padrão, os pronomes que substituem, corretamente, 7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produtos
os termos em destaque são: de que não necessitam e acabam tendo de pagar tudo a
A) os comprovam … ajudá-la. prazo.
B) os comprovam …ajudar-la.
C) os comprovam … ajudar-lhe. 8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma jovem
D) lhes comprovam … ajudar-lhe. fazia referência à violência a que o brasileiro estava sujeito
de forma cômica.
E) lhes comprovam … ajudá-la.
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular
GABARITO 9-)
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblíquo no/
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A na (fizeram-na, colocaram-no)
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe” é
RESOLUÇÃO para objeto indireto
convencer - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe”
1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não é para objeto indireto
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada em (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a água
e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que mesmo que 10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos
a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si diferença, felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
as companhias não podem suportar ter de pagar, de repente, ajudar a polícia na investigação.
digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer felizmente os comprovam ... ajudá-la
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda (advérbio)
assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das
políticas de crescimento verde sempre será a segunda opção. MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL
2-)
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho:
desalentado introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que se
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do
conhecê-las ? texto, é preciso saber escrever obedecendo às normas de coerência
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia e coesão. Antes de mais nada, é necessário definir os termos:
sê-lo coerência diz respeito à articulação do texto, à compatibilidade
das ideias, à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se
3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las à expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e
ao emprego do vocabulário.

Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de “Nosso direito é frisado na Constituição.”
produção e compreensão do texto. A coesão contribui para a Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão.
Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente coesão, ou “Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar
que um texto tenha coesão sem coerência. Em outras palavras: exposta.”
um texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar
bem estruturadas, vocabulário correto, mas apresentar ideias sem sujeita. = correta
nexo, sem uma sequência lógica: há coesão, mas não coerência.
Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem “A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
encadeadas, sem que no plano da expressão as estruturas frasais A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias
sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. sensacionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela tais notícias. = correta
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas
estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, “Retomada das rédeas da programação.”
aliada à competência linguística. Deduz-se que é difícil ensinar Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz
coerência textual, intimamente ligada à visão de mundo, à origem respeito à programação. = correta
das ideias no pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão
linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto. O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas vezes
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão: a compreensão das ideias. É importante, ao redigir, empregar
palavras cujo significado seja conhecido pelo enunciador, e
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um cujo emprego faça parte de seus conhecimentos linguísticos.
texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada Muitas vezes, quem redige conhece o significado de determinada
relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as palavra, mas não sabe empregá-la adequadamente, isso ocorre
ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma frequentemente com o emprego dos conectivos (preposições e
coisa bate com outra”). conjunções). Não basta saber que as preposições ligam nomes ou
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do sintagmas nominais no interior das frases e que as conjunções ligam
texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um frases dentro do período; é necessário empregar adequadamente
vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo faz-se via tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das vezes,
gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do o emprego inadequado dos conectivos remete aos problemas de
vocabulário, tem-se a coesão lexical. regência verbal e nominal.
Exemplos:
Coerência
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; “Estar inteirada com os fatos” significa participação,
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão interação.
conceitual; “Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com fatos, estar informada.
o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. “Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
“Ir ao encontro” quer dizer concordar.
Coesão
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; “Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias”
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão sequencial; significa a liberdade não é ameaça;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes “Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”,
componentes do texto; isto é, a liberdade fica ameaçada.
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou dicionário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou três
compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos regências diferentes; cada uma, porém, tem um significado
bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias específico. Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o
neles contidas. As estruturas frasais devem ser coerentes e emprego da crase decorrem do fato de considerar-se crase como
gramaticalmente corretas, no que diz respeito à sintaxe. O sinal de acentuação apenas, quando o problema refere-se à regência
vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se nominal e verbal.
consegue pelo conhecimento dos significados possíveis de cada Exemplos:
palavra. Talvez os erros mais comuns de redação sejam devidos à
impropriedade do vocabulário e ao mau emprego dos conectivos O verbo assistir admite duas regências:
(conjunções, que têm por função ligar uma frase ou período a assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar
outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, assistência (O médico assiste o doente):
colhidos em redações sobre censura e os meios de comunicação Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo
e outras. da seleção).

Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou
o jornal do dia). desenvolvimento do que foi dito empregam-se os articuladores:
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva
fizessem silêncio). “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso,
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e se não
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a - Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação
alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode significar entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa
ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de salário). escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no plano mais baixo: ao
menos, pelo menos, no mínimo.
O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à
falta de coesão gramatical. Frequentemente, emprega-se no qual
ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do texto;
outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. ORTOGRAFIA.
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que (o
qual) estava sem remetente).

“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta
sensibilidade...” das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no
(palavras cheias de sensibilidade). que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados
diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal).
frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões para As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm
o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular
do verbo gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço,
preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
palácio ou passo, movimento durante o andar).
- Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se
sintática faz-se por meio de conjunções adversativas: mas, porém,
observar as seguintes regras:
todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem também ser
empregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas
O fonema s:
para introduzir a ideia de oposição aliada à concessão: embora,
ou muito embora, apesar de, ainda que, conquanto, posto que, a
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas
despeito de, não obstante. derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent:
- A articulação sintática de causa pode ser feita por meio pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão
de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão /
isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
empregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por causa repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir
de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência de, por - sensível / consentir - consensual
motivo de, por razões de.
- O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados
time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também expressar dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com
condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde verbos terminados por tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir -
que, a menos que, a não ser que. impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão /
de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros comprometer - compromisso / submeter - submissão
para que a economia se estabilize” ou para a economia estabilizar- *quando o prefixo termina com vogal que se junta com a
se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico /
articuladores que expressam finalidade: a fim de, com o propósito re + surgir - ressurgir
de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos:
fito de, com o intuito de. ficasse, falasse
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos
articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir origem árabe: cetim, açucena, açúcar
mais um argumento a favor de determinada conclusão emprega- *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
-se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além disso, além Juçara, caçula, cachaça, cacique
de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, apresentado *os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço:
como um acréscimo, para justificar de forma incontestável o barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança,
argumento contrário. carapuça, dentuço

Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - *depois de ditongo: frouxo, feixe.
detenção / ater - atenção / reter - retenção *depois de “en”: enxurrada, enxoval.
*após ditongos: foice, coice, traição Observação: Exceção: quando a palavra de origem não
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): marte - derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
marciano / infrator - infração / absorto - absorção
Escreve-se com CH e não com X:
O fonema z: *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
Escreve-se com S e não com Z:
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, As letras e e i:
ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa, *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. “i”, só o ditongo interno cãibra.
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose. *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com
quiseste. infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
*nomes derivados de verbos com radicais terminados em - atenção para as palavras que mudam de sentido quando
“d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária
difundir - difusão (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé),
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho pião (brinquedo).
*após ditongos: coisa, pausa, pouso
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”: Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar ortografia
Escreve-se com Z e não com S: Questões sobre Ortografia
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo:
macio - maciez / rico - riqueza
01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem
as frases que seguem, a única correta é:
não termine com s): final - finalizar / concreto - concretizar
a) Ele se esqueceu de que?
*como consoante de ligação se o radical não terminar com s:
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho
entre os presentes.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
O fonema j:
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos
Escreve-se com G e não com J: funcionários.
*as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso. e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
*estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. 02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa
*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma-
exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. -padrão.
Observação: Exceção: pajem (A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
*as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
relógio, refúgio. (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
*os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir. (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
*depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir. (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
*depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado
com j: ágil, agente. 03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os
Escreve-se com J e não com G: usuários sobre o festival Sounderground.
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. Prezado Usuário
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, ________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do
manjerona. metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30,
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje. começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os
músicos que tocam em estações do metrô.
O fonema ch: Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e
divirta-se!
Escreve-se com X e não com CH: Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões
muxoxo, xucro. A) A fim ...a partir ... as B) A fim ...à partir ... às
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xampu, C) A fim ...a partir ... às D) Afim ...a partir ... às
lagartixa. E) Afim ...à partir ... as

Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - 09.Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte A) Porque essa cara? B) Não vou porque não quero.
frase: C) Mas por quê? D) Você saiu por quê?
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa
a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO
aeroportos. FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma variante igualmente
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, correta do termo “autópsia” é autopsia.
mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês. ( ) Certo
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de ( ) Errado
descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio. GABARITO
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa 01.E 02. D 03. C 04. A 05. B
pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise. 06. E 07. C 08. E 09. A 10. C
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia,
mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios RESOLUÇÃO
ilegítimos.
1-)
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita? (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança. distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos excessivos
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa. nas críticas.
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindicações
06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – dos funcionários.
VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas ela (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o verbo no
tempo futuro.
2-)
(A) Mas elas cresceram...
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
(B) Mas elas cresciam...
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. =
(C) Mas elas cresçam...
cidadãos
(D) Mas elas crescem...
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. =
(E) Mas elas crescerão...
certidões
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
07. (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] –
VUNESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o
trecho – O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão ansioso e 3-) Prezado Usuário
sofredor...– está escrito corretamente no plural. A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô,
(A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o
ansioso e sofredores... Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos
(B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos que tocam em estações do metrô.
ansioso e sofredores... Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão
(C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos e divirta-se!
ansiosos e sofredores... A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões horas: há crase
ansioso e sofredores...
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos 4-) Fiz a correção entre parênteses:
ansiosos e sofredores... (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa
a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos
08. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011) aeroportos.
Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma culta: (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua
A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) sua
posso me queixar com razão. reputação de pessoa cortês.
B) Sempre houveram várias formas eficazes para (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de
ultrapassarmos os infortúnios da vida. descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa)
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que árvore do pátio.
vermos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa
D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na
principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e superação dessa sua crise.
simplicidade. (E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta
E) As dificuldades por que passamos certamente nos fazem quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de conivente na concessão
mais fortes e preparados para os infortúnios da vida. de privilégios ilegítimos.

Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
5-) 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. = exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-
mendigo/caderneta/poupança -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. = -colônia, queima-roupa, deus-dará.
mendigo/caderneta/poupança
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa. 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói,
=mendigo/depositou/caderneta/poupança percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou
ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas
crescerão... 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-
quando associados com outro termo que é iniciado por r: hiper-
7-) Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa resistente, inter-racial, super-racional, etc.
correta já indica onde estão as inadequações nos demais itens.
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-
8-) Fiz as correções entre parênteses: -presidente, vice-governador, vice-prefeito.
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infortúnios,
por isso posso me queixar com razão. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal,
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes para pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
ultrapassarmos os infortúnios da vida.
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o,
vermos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto sofrimento,
principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e 10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo
simplicidade. uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, eletro-higrómetro,
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) passamos geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-
certamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios -homem.
da vida.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo termina
9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está na mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-ótica,
longe do ponto de interrogação. semi-interno, auto-observação, etc.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
10-) autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
(fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/
start.htm?sid=23) - Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mudança
RESPOSTA: “CERTO”. de linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por hífen,
repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-inflamatório
e, ao final, coube apenas “anti-”. Na linha debaixo escreverei:
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
os elementos de palavras compostas (couve-flor, ex-presidente) e
para unir pronomes átonos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Não se emprega o hífen:
Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto
é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/ 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina
sa; compa-/nheiro). em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. Nesse caso,
passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra,
Uso do hífen que continua depois da Reforma Ortográfica: infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.

1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal
um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada,
tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco- autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola,
-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. infraestrutura, etc.

2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês” e
couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-menina, erva-doce, “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil,
feijão-verde. desabilitar, etc.

3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado, aquém- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobrigação,
-fiar, etc. coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de 07.Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc. grafadas corretamente:
A) autocrítica, contramestre, extra-oficial
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som
benquerer, benquerido, etc. C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato
D) supervida, superelegante, supermoda
Questões sobre Hífen E) sobre-saia, mini-saia, superssaia

01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo 08.Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
Acordo, está sendo usado corretamente: A) infraestrutura / super-homem / autoeducação
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. B) bem-vindo / antessala /contra-regra
B) Ela é muito mal-educada. C) contramestre / infravermelho / autoescola
C) Ele tomou um belo ponta-pé. D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. E) extraoficial / infra-hepático /semirreta
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões.
09.Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quanto
02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: ao emprego do hífen.
A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que faria A) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
uma superalimentação. relacionamento extraconjugal.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada. B) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno.
C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido. C) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultramarinas.
D) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos. D) O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina antirrábica.
E) O autodidata fez uma autoanálise. E) Era um suboficial de uma superpotência.

03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego do 10.Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao
hífen, respeitando-se o novo Acordo. emprego do hífen.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. A) Foi iniciada a campanha pró-leite.
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal do B) O ex-aluno fez a sua autodefesa.
campeonato. C) O contrarregra comeu um contra-filé.
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu. D) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.
D) O recém-chegado veio de além-mar. E) O meia-direita deu início ao contra-ataque.
E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
GABARITO
04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro 01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o hífen 06. D 07. D 08. B 09. D 10. C
é obrigatório:
A) em nenhuma delas. RESOLUÇÃO
B) na segunda palavra.
C) na terceira palavra. 1-)
D) em todas as palavras. A) autocrítica
E) na primeira e na segunda palavra. C) pontapé
D) supermercado
05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Qual E) infravermelhos
alternativa completa corretamente as lacunas?
A) sobreumano/interregional 2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada.
B) sobrehumano-interregional
C) sobre-humano / inter-regional 3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
D) sobrehumano/ inter-regional
E) sobre-humano /interegional 4-)
a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de moleque
06. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- às (doce)
palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale aquela a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam
que tem de ser escrita com hífen: elementos de ligação.
A) (sub) chefe b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies
B) (sub) entender animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes,
C) (sub) solo sementes), tenham ou não elementos de ligação.
D) (sub) reptício c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos
E) (sub) liminar de ligação.

Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o campeonato Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em
inter-regional. uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. no exemplo a seguir:
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com “Sei que não vai dar em nada,
que se inicia a outra palavra Seus segredos sei de cor”.

6-) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante Os monossílabos classificam-se como tônicos; os demais,
de palavra iniciada por r. : subchefe, subentender, subsolo, sub- como átonos (que, em, de).
-reptício (sem o hífen até a leitura da palavra será alterada; /subre/,
ao invés de /sub re/), subliminar Os acentos

7-) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e
A) autocrítica, contramestre, extraoficial sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras representam as
B) infra-assinado, infravermelho, infrassom vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
C) semicírculo, semi-humano, semi-internato Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
D) supervida, superelegante, supermoda = corretas Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos)
E) sobressaia, minissaia, supersaia
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
8-) B) bem-vindo / antessala / contrarregra “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara –
Atlântico – pêssego – supôs
9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina antirrábica.
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé. artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles

A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
algumas particularidades, às quais devemos estar atentos, derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de
procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, Müller)
consequentemente, colocando-as em prática na linguagem escrita.
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
nos adequamos à forma padrão.
Regras fundamentais:
Regras básicas – Acentuação tônica
Palavras oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
A acentuação tônica implica na intensidade com que são
“em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) –
pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma
armazém(s)
mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais,
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
de átonas.
ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
como: de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última Paroxítonas:
sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is : táxi – lápis – júri
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na
antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê?
– ônibus Repare que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas
que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã,
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma
sílaba somente: são os chamados monossílabos que, quando -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de
pronunciados, apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. “s”: água – pônei – mágoa – jóquei

Didatismo e Conhecimento 83
LÍNGUA PORTUGUESA
Regras especiais: Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos),
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba

* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.: “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
herói, céu, dói, escarcéu. serão mais acentuadas. Ex.:
Antes Depois
Antes Agora apazigúe (apaziguar) apazigue
assembléia assembleia averigúe (averiguar) averigue
idéia ideia argúi (arguir) argui
geléia geleia
jibóia jiboia Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
apóia (verbo apoiar) apoia plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir)
paranóico paranoico
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados deter, abster.
ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – ele contém – eles contêm
Luís ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm
Observação importante: ele convém – eles convêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram
Antes Agora
acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra do
bocaiúva bocaiuva
acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como:
feiúra feiura
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
Sauípe Sauipe
perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para
diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
indicativo). Ex:
Ex.:
Antes Agora Ela pode fazer isso agora.
crêem creem Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
lêem leem O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
vôo voo preposição por.
enjôo enjoo - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”,
estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos casos, “por” preposição. Ex:
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento Faço isso por você.
como antes: CRER, DAR, LER e VER. Posso pôr (colocar) meus livros aqui?

Repare: Questões sobre Acentuação Gráfica


1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você. 01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
2-) Elza lê bem! – VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras são
Todas leem bem! acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que justificam,
3-) Espero que ele dê o recado à sala. respectivamente, as acentuações de: década, relógios, suíços.
Esperamos que os garotos deem o recado! (A) flexíveis, cartório, tênis.
4-) Rubens vê tudo! (B) inferência, provável, saída.
Eles veem tudo! (C) óbvio, após, países.
(D) islâmico, cenário, propôs.
* Cuidado! Há o verbo vir: (E) república, empresária, graúda.
Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde! 02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando VUNESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acentuadas
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru-im, con-tri- segundo as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
bu-in-te, sa-ir, ju-iz e antropológico.

Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) Distúrbio e acórdão. RESOLUÇÃO
(B) Máquina e jiló.
(C) Alvará e Vândalo. 1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona terminada
(D) Consciência e características. em ditongo / suíços = regra do hiato
(E) Órgão e órfãs. (A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em ditongo /
tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida de “s”)
03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE (B) inferência = paroxítona terminada em ditongo / provável
– TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As = paroxítona terminada em “l” / saída = regra do hiato
palavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de (C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após = oxítona
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato
( ) CERTO ( ) ERRADO (D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona terminada
em ditongo / propôs = oxítona terminada em “o” + “s”
04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS (E) república = proparoxítona / empresária = paroxítona
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a terminada em ditongo / graúda = regra do hiato
afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
A) tevê – pôde – vê 2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, primeiro
B) únicas – histórias – saudáveis temos que classificar as palavras do enunciado quanto à posição
C) indivíduo – séria – noticiários de sua sílaba tônica:
D) diário – máximo – satélite Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo;
Antropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Agora,
05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – vamos à análise dos itens apresentados:
CESPE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do (A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo; acórdão =
acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. paroxítona terminada em “ão”
(...) CERTO ( ) ERRADO (B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada em
“o”
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – (C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo =
CESPE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” proparoxítona
recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação (D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo;
gráfica. características = proparoxítona
(...) CERTO ( ) ERRADO (E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em “ão” e
“ã”, respectivamente.
07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL –
CESGRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas 3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; calúnia
mesmas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”, = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paroxítona terminada
respectivamente, são em ditongo.
a) trajetória, inútil, café e baú. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
c) necessário, túnel, infindáveis e só. 4-)
d) médio, nível, raízes e você. A) tevê – pôde – vê
e) éter, hífen, propôs e saída. Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito perfeito
do Indicativo) = acento diferencial (que ainda prevalece após o
08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de “pode” – presente
acentuados graficamente de acordo com a mesma regra de do Indicativo; vê = monossílaba terminada em “e”
acentuação gráfica os vocábulos B) únicas – histórias – saudáveis
A) também e coincidência. Únicas = proparoxítona; história = paroxítona terminada em
B) quilômetros e tivéssemos. ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em ditongo.
C) jogá-la e incrível. C) indivíduo – séria – noticiários
D) Escócia e nós. Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria =
E) correspondência e três. paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona
terminada em ditongo.
09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – D) diário – máximo – satélite
CESPE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo =
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. proparoxítona; satélite = proparoxítona.
(...) CERTO ( ) ERRADO
5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona.
GABARITO Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepenúltima sílaba é
01. E 02. D 03. E 04. C 05. E tônica, “mais forte”).
06. C 07. D 08. B 09. E RESPOSTA: “ERRADO”.

Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária
= paroxítona terminada em ditongo; paciência = paroxítona EMPREGO DO SINAL
terminada em ditongo. Os três vocábulos são acentuados devido INDICATIVO DE CRASE
à mesma regra.
RESPOSTA: “CERTO”.

7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:


1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”,
2-) razoável = paroxítona terminada em “l’ “mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à “junção”
3-) países = regra do hiato de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da
4-) será = oxítona terminada em “a” preposição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial
dos pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo
a) trajetória, inútil, café e baú. a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para
Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil = indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da
paroxítona terminada em “l’; café = oxítona terminada em “e” compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também,
b) exercício, balaústre, níveis e sofá. para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaústre = nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a crase,
regra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i + s”; sofá = portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea
oxítona terminada em “a”. de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:
c) necessário, túnel, infindáveis e só. Vou a + a igreja.
Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel = Vou à igreja.
paroxítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona terminada
em “i + s”; só = monossílaba terminada em “o”. No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”,
d) médio, nível, raízes e você. exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo
Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = paroxítona “a” que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando
terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será = oxítona terminada ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas
em “a”. é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:
e) éter, hífen, propôs e saída. Conheço a aluna.
Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona Refiro-me à aluna.
terminada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”; saída
= regra do hiato. No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
8-) ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-
A) também e coincidência. -se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a crase
Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência = é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o
paroxítona terminada em ditongo artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados.
B) quilômetros e tivéssemos.
Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparoxítona Casos em que a crase NÃO ocorre:
C) jogá-la e incrível.
Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona terminada - diante de substantivos masculinos:
em “l’ Andamos a cavalo.
D) Escócia e nós. Fomos a pé.
Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = monossílaba Passou a camisa a ferro.
terminada em “o + s” Fazer o exercício a lápis.
E) correspondência e três. Compramos os móveis a prazo.
Correspondência = paroxítona terminada em ditongo; três =
monossílaba terminada em “e + s” - diante de verbos no infinitivo:
A criança começou a falar.
9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossílaba Ela não tem nada a dizer.
terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em ditongo Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos
aberto “éu”. acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
RESPOSTA: “ERRADO”.
- diante da maioria dos pronomes e das expressões de
tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e
dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.

Didatismo e Conhecimento 86
LÍNGUA PORTUGUESA
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto
ocorrerá crase. Por exemplo: Alegre.)
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao *- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ;
senhor.) vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Cláudio para sair mais cedo.) Vou à praia. = Volto da praia.

- diante de numerais cardinais: - ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,


Chegou a duzentos o número de feridos. ocorrerá crase. Veja:
Daqui a uma semana começa o campeonato. Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela
regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Casos em que a crase SEMPRE ocorre: Irei à Salvador de Jorge Amado.

- diante de palavras femininas: Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Aquela (s), Aquilo
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo
Sou grata à população. regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Fumar é prejudicial à saúde. Refiro-me a + aquele atentado.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone. Preposição Pronome
Refiro-me àquele atentado.
- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
(mesmo que a expressão moda de fique subentendida): O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
Usava sapatos à (moda de) Luís XV. portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho. Aluguei aquela casa.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige
- na indicação de horas: preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros
Acordei às sete horas da manhã. exemplos:
Elas chegaram às dez horas. Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Foram dormir à meia-noite. Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que Não obedecerei àquele sujeito.
participam palavras femininas. Por exemplo: Assisti àquele filme três vezes.
à tarde às ocultas às pressas à medida que Espero aquele rapaz.
à noite às claras às escondidas à força Fiz aquilo que você disse.
à vontade à beça à larga à escuta Comprei aquela caneta.
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
à semelhança de às ordens à beira de quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir
a preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência
Crase diante de Nomes de Lugar da crase nesses casos utilizando a substituição do termo regido
feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
“a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição
“a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por Veja outros exemplos:
um verbo que peça a preposição “de” ou “em”. A ocorrência da São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
contração “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo: Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] responder nenhuma das questões.
França.) A sessão à qual assisti estava vazia.

Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
Crase com o Pronome Demonstrativo “a” Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes
possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” das seguintes formas:
também pode ser detectada através da substituição do termo Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
regente feminino por um termo regido masculino. Veja: Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.
Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país. - depois da preposição até:
As orações são semelhantes às de antes. Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Os exemplos são semelhantes aos de antes. Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
Suas perguntas são superiores às dele. A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai
Seus argumentos são superiores aos dele. até às cinco horas da tarde.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega. Questões sobre Crase

A Palavra Distância 01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as discussões


sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos jurídicos ou
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, policiais. É como se suas únicas consequências estivessem em
a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de legalismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler ____
100km daqui. (A palavra está determinada) respeito envolvendo questões de saúde pública como programas
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A de esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes
palavra está especificada.) e de reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o
nome de um médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não drogado da nossa própria família?
pode ocorrer. Por exemplo: (Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, 17.09.2012.
Os militares ficaram a distância. Adaptado)
Gostava de fotografar a distância. As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
Ensinou a distância. respectivamente, com:
Dizem que aquele médico cura a distância. (A) aos … à … a … a (B) aos … a … à … a
Reconheci o menino a distância. (C) a … a … à … à (D) à … à … à … à
(E) a … a … a … a
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade,
pode-se usar a crase. Veja: 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia o
Gostava de fotografar à distância. texto a seguir.
Ensinou à distância. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
Dizem que aquele médico cura à distância. ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu-
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA -lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
que fez.
- diante de nomes próprios femininos: (Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de Janeiro:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes Globo, 1997, p. 6)
próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. dada:
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. A) à – a – a B) a – a – à
C) à – a – à D) à – à – a
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo E) a – à – à
feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos
escrever as frases abaixo das seguintes formas: 03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL -
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. VUNESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto. portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamente
empregado em:
- diante de pronome possessivo feminino: (A) A população, de um modo geral, está à espera de que, com
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem
Observe: a sua postura.
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições
você. muito mais severas.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida dos
por você. demais motoristas e de pedestres.

Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
(E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da 08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). O
nova lei para que ela possa funcionar. sinal indicativo de crase está correto em:
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não me biotecnologia.
estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente. B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o educação dos filhos.
segmento grifado for substituído por: C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as
A) leitura apressada e sem profundidade. instalações do prédio.
B) cada um de nós neste formigueiro. D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe
C) exemplo de obras publicadas recentemente. que envolva a segurança das pessoas.
D) uma comunicação festiva e virtual. E) É função da política é dedicar-se à todo problema que
E) respeito de autores reconhecidos pelo público. comprometa o bem-estar do cidadão.

05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
– 2013). FCC/2012) O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é
O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) um homem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ e citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e
ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará- sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassível ......
-lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em propensão de seu marido ...... investigar assassinatos.
liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e uma (Adaptado de P.D.James, op.cit.)
vida digna. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_
dada:
importancia_da_ressocializacao_de_presos. Acesso em: 18.08.2012.
(A) à - à - a
Adaptado)
(B) a - à - a
(C) à - a - à
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente,
(D) a - à - à
as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da língua
(E) à - a – a
portuguesa.
A) à … à … à B) a … a … à C) a … à … à
10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
D) à … à ... a E) a … à … a
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das
opções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente
06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
indicado?
SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
VUNESP/2013) Assinale a alternativa que completa as lacunas do A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura.
trecho a seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo B) Ninguém se referira à essa ideia antes.
com a norma-padrão. C) Esta era à medida certa do quarto.
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos D) Ela fechou a porta e saiu às pressas.
espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo.
nossas instituições.
(A) à … à … à GABARITO
(B) a … à … à 01. B 02. A 03. A 04. A 05. D
(C) à … a … a 06.C 07. E 08. B 09.B 10. D
(D) à … à … a
(E) a … a … à RESOLUÇÃO

07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
– 2013-adap) O acento indicativo de crase está corretamente Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina não
empregado em: há crase)
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a vida = à)
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar encaminhar
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos um drogado da nossa própria família? (antes de pronome
mecanismos biológicos de controle emocional. indefinido/relativo)
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade 2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la sobre
alimentam a violência crescente nas cidades. a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que _a__
E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ confiança (objeto
atinge os mais vulneráveis. direto), e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez.

Didatismo e Conhecimento 89
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
(A) A população, de um modo geral, está à espera (dá para atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nominal:
substituir por “esperando”) de que desfavorável a?)
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem
(antes de verbo) 8-)
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de
(generalizando, palavra no plural) biotecnologia. (artigo indefinido)
(D) À ninguém (pronome indefinido) B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à
(E) Cabe à todos (pronome indefinido) educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a )
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as
4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada e sem instalações do prédio. (verbo no infinitivo)
profundidade. D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe
a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome que envolva a segurança das pessoas. (pronome indefinido)
indefinido) E) É função da política é dedicar-se à todo problema que
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome indefinido)
masculina)
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido) 9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no
a respeito de autores reconhecidos pelo público. (palavra singular e “frases”, no plural)
masculina) Impassível à propensão (regência nominal: pede preposição)
A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acento
5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional indicativo de crase)
(INAP) também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__ Sequência: a / à / a.
ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará-
-lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando em 10-)
liberdade, ele estará capacitado__a___ ter uma profissão e uma A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e
vida digna. substantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia)
B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes de
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
pronome demonstrativo)
- retorno a? regência nominal pede preposição;
C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo e
- antes de verbo no infinitivo não há crase.
substantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcional: À
medida que lia, mais aprendia)
6-) Vamos por partes!
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advérbio de
- Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto:
modo = apressadamente)
pede preposição;
E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = palavra
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto direto masculina
e indireto;
- quem se propõe, propõe-se A alguma coisa.
Vejamos:
Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos espaço PONTUAÇÃO
A nenhuma ação que se proponha A prejudicar nossas instituições.
* Sujeitar A + A corrupção;
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto
indireto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhuma” é Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
pronome indefinido); para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
oração subordinada com função de objeto indireto. Não há funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
acento indicativo de crase porque temos um verbo no infinitivo – portuguesa.
“prejudicar”).
Ponto
7-) 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. (antes se encontra.
de verbo no infinitivo não há crase) - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
mecanismos biológicos de controle emocional. (se o “a” está no
singular e antecede palavra no plural, não há crase) 2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
(artigo indefinido) Ponto e Vírgula ( ; )
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra masculina) importância.

Didatismo e Conhecimento 90
LÍNGUA PORTUGUESA
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão Vírgula
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) Não se usa vírgula

2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas. *separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas, diretamente entre si:
frio e cobertor. - entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala foram advertidos.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, Sujeito predicado
decreto de lei, etc.
- Ir ao supermercado; - entre o verbo e seus objetos.
- Pegar as crianças na escola; O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
- Caminhada na praia; V.T.D.I. O.D. O.I.
- Reunião com amigos.
Usa-se a vírgula:
Dois pontos
1- Antes de uma citação - Para marcar intercalação:
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
vem caindo de preço.
2- Antes de um aposto b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
e calor à noite. c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não
querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento dos lucros altos.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre. - Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois
4- Em frases de estilo direto
das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
Maria perguntou:
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Por que você não toma uma decisão?
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
Ponto de Exclamação
de 1982.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto,
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em
súplica, etc.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! enumeração):
2- Depois de interjeições ou vocativos Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Ai! Que susto! A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- João! Há quanto tempo!
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Ponto de Interrogação Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Para isolar:
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira,
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Reticências
Fontes:
1- Indica que palavras foram suprimidas. http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
- Comprei lápis, canetas, cadernos... http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm

2- Indica interrupção violenta da frase. Questões sobre Pontuação


“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alternativa
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida em que a pontuação está corretamente empregada, de acordo com
- Este mal... pega doutor? a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou
- Deixa, depois, o coração falar... a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona.

Didatismo e Conhecimento 91
LÍNGUA PORTUGUESA
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou às, areias do Guarujá.
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone de
ajudar a revelar quem era a sua dona. quem a encontrou e informar um ponto de referência
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou 06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramaticalmente
ajudar a revelar quem era a sua dona. correto, é necessário inserir sinais de pontuação. Assinale a posição
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora em que não deve ser usado o sinal de ponto, e sim a vírgula, para
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou que sejam respeitadas as regras gramaticais. Desconsidere os
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse ajustes nas letras iniciais minúsculas.
ajudar a revelar quem era a sua dona. O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A) o
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B) os alunos
ajudar a revelar quem era a sua dona. ajudam a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre
cidadania e reciclagem(C) as escolas participantes se tornam
02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - também centros de descarte de garrafas PET(D) destinadas
ADAPTADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram depois para reciclagem(E) o programa possibilitará o retorno
em campo em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do das bicicletas pela saúde das crianças e transformação das
Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa 4 reduzir comunidades em lugares melhores para se viver.
o número de pessoas que não possuem o nome do pai em sua (Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)
certidão de nascimento. (...) a) A
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em b) B
sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula porque c) C
tem natureza restritiva. d) D
( ) Certo ( ) Errado
e) E
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO –
BNDES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada,
VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da
mantendo-se o sentido e a obediência à norma-padrão?
pontuação.
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino.
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes?
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada.
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara
para o evento. (B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento você está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos,
do desportista. são desconhecidos.
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, (C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma
natação e canoagem. extensão de nossa personalidade.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012) níveis de estresse em alguns motoristas.
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta. (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem! são as principais causas da ira de trânsito.
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da transação.
c) Maria, você trouxe os documentos? 08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema. GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL -
e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimentação FUMARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo
estranha. econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, você
aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada para te dizer,
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). Assinale agora afasta que abriu o sinal.”
a alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo No período acima, as vírgulas foram empregadas em
das vírgulas. “Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira (A) aposto.
instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo ou (B) vocativo.
acione o código na internet. (C) adjunto adverbial.
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o (D) expressão explicativa.
código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados, 09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a criança PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O período
foi encontrada. corretamente pontuado é:

Didatismo e Conhecimento 92
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência em b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da transação.
condições hostis nem sempre conseguem agradar, aos espectadores. c) Maria, você trouxe os documentos?
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si, d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema.
podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional. e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma
(C) A história de heroísmo e de determinação que nem sempre, movimentação estranha.
é convincente, se passa em um cenário marcado, pelo frio.
(D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr riscos 5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas
iminentes que comprometem, a sobrevivência. (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na
(E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a liberdade, pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica
nada poderia parecer, realmente intransponível. ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de
GABARITO onde o código foi acionado.
01. C 02. C 03. D 04. C 05. E (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados ,
06. D 07. A 08. B 09.B (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que a
criança foi encontrada.
RESOLUÇÃO (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
primeiro às , (X) areias do Guarujá.
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, 6-)
(X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma intimidade, O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). O
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa e, utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B). Os alunos
embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma intimidade, ajudam a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que
cidadania e reciclagem(C). As escolas participantes se tornam
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
também centros de descarte de garrafas PET(D), destinadas
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa e,
depois para reciclagem(E). O programa possibilitará o retorno
embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
das bicicletas pela saúde das crianças e transformação das
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo
comunidades em lugares melhores para se viver.
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posição
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
(D), pois antecipa um termo explicativo.
, (X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. 7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas:
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
2-) A oração restringe o grupo que participará da campanha circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada.
(apenas os que não têm o nome do pai na certidão de nascimento). (B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse,
Se colocarmos uma vírgula, a oração tornar-se-á “explicativa”, porque você está junto; (X) com os outros motoristas cujos
generalizando a informação, o que dará a entender que TODAS as comportamentos, (X) são desconhecidos.
pessoa não têm o nome do pai na certidão. (C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros podem
RESPOSTA: “CERTO”. ser uma extensão de nossa personalidade.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X)
3-) aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. = (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
mantê-la (termo deslocado) (X) são as principais causas da ira de trânsito.
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? =
mantê-la (vocativo) 8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado para se
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
para o evento.
= mantê-la (explicação) 9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão inadequadas
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento ou faltantes:
do desportista. (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência
= pode retirá-la (advérbio de tempo) em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X) aos
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, espectadores.
natação e canoagem. (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si,
= mantê-la (enumeração) podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional.
(C) A história de heroísmo e de determinação (X) que nem
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou faltante: sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário marcado, (X)
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem! pelo frio.

Didatismo e Conhecimento 93
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é correr - O autor pela obra.
riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobrevivência. Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
(E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar a
liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intransponível. - o continente pelo conteúdo.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os
Recomendo a visualização do link abaixo para entender, torcedores)
de uma maneira criativa, a importância da pontuação!
- a parte pelo todo.
http://www.youtube.com/watch?v=JxJrS6augu0 Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui
casa)
ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM - o efeito pela causa.
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o
trabalho)
Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer
Perífrase
figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além
de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos É a designação de um ser através de alguma de suas
mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
das palavras e dos textos. A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos.
Definição: Figuras de linguagem são certos recursos não- (Veneza Brasileira = Recife)
-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade
expressividade à sua mensagem. Maravilhosa = Rio de Janeiro)

Metáfora Antítese
É o emprego de uma palavra com o significado de outra Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma Nada com Deus é tudo.
comparação subentendida. Tudo sem Deus é nada.
Minha boca é um túmulo.
Essa rua é um verdadeiro deserto. Eufemismo
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são
Comparação desagradáveis.
Consiste em atribuir características de um ser a outro, em Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu =
virtude de uma determinada semelhança. morrer)
O meu coração está igual a um céu cinzento. Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos
O carro dele é rápido como um avião. = políticos)

Prosopopeia Hipérbole
É uma figura de linguagem que atribui características É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais
humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de expressiva a ideia.
PERSONIFICAÇÃO. Ela chorou rios de lágrimas.
O céu está mostrando sua face mais bela.
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.
O cão mostrou grande sisudez.
Ironia
Sinestesia
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes (mistura Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o
dos cinco sentidos). contrário do que pensamos.
Raquel tem um olhar frio, desesperador. Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Aquela criança tem um olhar tão doce. Se você gritar mais alto, eu agradeço.

Catacrese Onomatopeia
É o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural
um termo próprio. dos seres.
O menino quebrou o braço da cadeira. Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
A manga da camisa rasgou. Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

Metonímia Aliteração
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma Consiste na repetição de um determinado som consonantal no
relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa início ou interior das palavras.
troca. Ocorre metonímia quando empregamos: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Didatismo e Conhecimento 94
LÍNGUA PORTUGUESA
Elipse - De pessoa: As mulheres decidimos não votar em determinado
Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o
contexto, identificado facilmente. falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito
Após a queda, nenhuma fratura. em 3ª pessoa).

Zeugma Fonte:
Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente. http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/
Ele come carne, eu verduras. figuraslinguagem001.asp

Pleonasmo
Consiste na intensificação de um termo através da sua São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento os
recursos estilísticos utilizados para incrementar o significado das
repetição, reforçando seu significado.
palavras no seu aspecto semântico.
Nós cantamos um canto glorioso.
São oito as figuras de pensamento:
1) Antítese
Polissíndeto É a aproximação de palavras ou expressões de sentidos
É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou opostos. O contraste que se estabelece serve para dar uma ênfase
entre os termos da oração. aos conceitos envolvidos, o que não ocorreria com a exposição
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar. isolada dos mesmos. Exemplos:
Viverei para sempre ou morrerei tentando.
Assíndeto Do riso se fez o pranto.
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações. Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito.
Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para
dançar. 2) Apóstrofe
É assim denominado o chamamento do receptor da mensagem,
Anacoluto seja ele de natureza imaginária ou não. É utilizada para dar ênfase
Consiste numa mudança repentina da construção sintática da à expressão e realiza-se por meio do vocativo. Exemplos:
frase. Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
Ele, nada podia assustá-lo. Pai Nosso, que estais no céu;
- Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem Ó meu querido Santo António;
falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que
3) Paradoxo
havia dito para reconstruí-la novamente.
É uma proposição aparentemente absurda, resultante da união
de ideias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. Os
Anáfora paradoxos viciosos são denominados Oxímoros (ou oximoron).
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para Exemplos:
reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade. “Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...”
Cada alma é uma escada para Deus, “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não
Cada alma é um corredor-Universo para Deus, se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo sem doer;” (Camões)
Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando
Pessoa) 4) Eufemismo
Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre
Silepse ou menos agressiva, para atenuar uma verdade tida como penosa,
desagradável ou chocante. Exemplos:
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e “E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus lhe
não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, pague”. (Chico Buarque).
número e pessoa. paz derradeira = morte

5) Gradação
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as
Na gradação temos uma sequência de palavras que intensificam
notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma,
a mesma ideia. Exemplo:
mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se
“Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.”
refere o pronome de tratamento e não com o sujeito). (Castro Alves).
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram 6) Hipérbole
a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a ideia de plural É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de
da palavra boiada). realçar uma ideia, proporcionando uma imagem emocionante e de
impacto. Exemplos:

Didatismo e Conhecimento 95
LÍNGUA PORTUGUESA
“Faz umas dez horas que essa menina penteia esse cabelo”. Nossa! A poesia morrendo...
Ele morreu de tanto rir. O sol tão claro lá fora,
O sol tão claro, Esmeralda,
7) Ironia E em minhalma — anoitecendo!
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela Manuel Bandeira
contradição de termos, pretende-se questionar certo tipo de
pensamento. A intenção é depreciativa ou sarcástica. Exemplos: Notamos que em todos os versos há a omissão do verbo estar,
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão sendo este facilmente identificado pelo contexto.
por perto.
“Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra Zeugma
como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade). Ao contrário da elipse, na zeugma ocorre a omissão de um
termo já expresso no discurso. Constatemos: Maria gosta de
8) Prosopopeia ou Personificação Matemática, eu de Português.
Consiste na atribuição de ações, qualidades ou características Observamos que houve a omissão do verbo gostar.
humanas a seres não humanos. Exemplos:
Chora, viola. Anáfora
A morte mostrou sua face mais sinistra. Essa figura de linguagem se caracteriza pela repetição
O morro dos ventos uivantes. intencional de um termo no início de um período, frase ou verso.
Observemos um caso representativo:
Figuras de construção ou sintaxe integram as chamadas A Estrela
figuras de linguagem, representando um subgrupo destas. Dessa
forma, tendo em vista o padrão não convencional que prevalece Vi uma estrela tão alta,
nas figuras de linguagem (ou seja, a subjetividade, a sensibilidade Vi uma estrela tão fria!
por parte do emissor, deixando às claras seus aspectos estilísticos), Vi uma estrela luzindo
devemos compreender sua denominação. Em outras palavras, por Na minha vida vazia.
que “figuras de construção ou sintaxe”?
Podemos afirmar que assim se denominam em virtude de Era uma estrela tão alta!
apresentarem algum tipo de modificação na estrutura da oração, Era uma estrela tão fria!
tendo em vista os reais e já ressaltados objetivos da enunciação (do Era uma estrela sozinha
discurso) – sendo o principal conferir ênfase a ela. Luzindo no fim do dia.
Assim sendo, comecemos entendendo que, em termos [...]
convencionais, a estrutura sintática da nossa língua se perfaz de Manuel Bandeira
uma sequência, demarcada pelos seguintes elementos:
Notamos a utilização de termos que se repetem sucessivamente
SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO em cada verso da criação de Manuel Bandeira.

(Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REUNIÃO. Polissíndeto


Figura cuja principal característica se define pela repetição
Temos, assim, um sujeito oculto – nós; um predicado verbal enfática do conectivo, geralmente representado pela conjunção
– chegamos atrasados; e um complemento, representado por um coordenada “e”. Observemos um verso extraído de uma criação de
adjunto adverbial de lugar – à reunião. Olavo Bilac, intitulada “A um poeta”: “Trabalha e teima, e lima,
Quando há uma ruptura dessa sequência lógica, materializada e sofre, e sua!”
pela inversão de termos, repetição ou até mesmo omissão destes,
é justamente aí que as figuras em questão se manifestam. Desse Assíndeto
modo, elas se encontram muito presentes na linguagem literária, Diferentemente do que ocorre no polissíndeto, manifestado
na publicitária e na linguagem cotidiana de forma geral. Vejamos pela repetição da conjunção, no assíndeto ocorre a omissão deste.
cada uma delas de modo particular: Vejamos: Vim, vi, venci (Júlio César)
Depreendemos que se trata de orações assindéticas, justamente
Elipse pela omissão do conectivo “e”.
Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na oração
não expresso anteriormente, contudo, facilmente identificado pelo Anacoluto
contexto. Vejamos um exemplo: Trata-se de uma figura que se caracteriza pela interrupção da
sequência lógica do pensamento, ou seja, em termos sintáticos,
Rondó dos cavalinhos afirma-se que há uma mudança na construção do período, deixando
[...] algum termo desligado do restante dos elementos. Vejamos:
Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas.
Os cavalinhos correndo, Notamos que o termo em destaque, que era para representar
E nós, cavalões, comendo... o sujeito da oração, encontra-se desligado dos demais termos, não
O Brasil politicando, cumprindo, portanto, nenhuma função sintática.

Didatismo e Conhecimento 96
LÍNGUA PORTUGUESA
Inversão (ou Hipérbato) 1)A desemprego globalização no Brasil e no na está Latina
Trata-se da inversão da ordem direta dos termos da oração. América causando.
Constatemos: Eufórico chegou o menino. 2) A globalização está causando desemprego no Brasil e na
Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se trata de um América Latina.
predicado verbo-nominal) encontra-se no início da oração, quando Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma frase, as
este deveria estar expresso no final, ou seja: O menino chegou palavras estão amontoadas sem a realização de “uma sintaxe”, não
eufórico. há um contexto linguístico nem relação inteligível com a realidade;
no caso 2, a sintaxe ocorreu de maneira perfeita e o sentido está
Pleonasmo claro para receptores de língua portuguesa inteirados da situação
Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia antes
econômica e cultural do mundo atual.
expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto semântico, no
intuito de reforçar a mensagem. Exemplo: Vivemos uma vida
A Ordem dos Termos na Frase
tranquila.
O termo em destaque reforça uma ideia antes ressaltada, uma
vez que viver já diz respeito à vida. Temos uma repetição de ordem Leia novamente a frase contida no item 2. Note que ela é
semântica. organizada de maneira clara para produzir sentido. Todavia, há
A ele nada lhe devo. diferentes maneiras de se organizar gramaticalmente tal frase,
tudo depende da necessidade ou da vontade do redator em manter
Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz referência à o sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos
terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto, de uma seus termos. Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma
repetição de ordem sintática demarcada pelo que chamamos de série de inversões e intercalações em nossas frases, conforme a
objeto direto pleonástico. nossa vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
transmitir uma ideia. Por exemplo, podemos expressar a mensagem
Observação importante: O pleonasmo utilizado sem a intenção da frase 2 da seguinte maneira:
de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que denominamos de No Brasil e na América Latina, a globalização está causando
vício de linguagem – ocorrência que deve ser evitada. Como, por desemprego.
exemplo: subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro,
entre outras circunstâncias linguísticas. Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, apenas
mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a alguns termos
REESCRITA DE FRASES: (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que, para obter a clareza
SUBSTITUIÇÃO, DESLOCAMENTO, tivemos que fazer o uso de vírgulas.
PARALELISMO; Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o que
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita as
NORMA CULTA. boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a não
“embolar” o sentido quando produzimos frases complexas. Com
isto, “entregamos” frases bem organizadas aos nossos leitores.
O básico para a organização sintática das frases é a ordem
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva- direta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal ordem
-nos a refletir sobre a organização das ideias em um texto. da seguinte maneira:
Significa dizer que, antes da redação, naturalmente devemos SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL+
dominar o assunto sobre o qual iremos tratar e, posteriormente, CIRCUNSTÂNCIAS
planejar o modo como iremos expô-lo, do contrário haverá
dificuldade em transmitir ideias bem acabadas. Portanto, a leitura, A globalização + está causando+ desemprego + no Brasil
a interpretação de textos e a experiência de vida antecedem o ato nos dias de hoje.
de escrever.
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas contêm
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é necessário
todos estes elementos, portanto cabem algumas observações:
saber ordenar as ideias em frases bem estruturadas. Logo, não basta
- As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
conhecer bem um determinado assunto, temos que o transmitir de
normalmente são representadas por adjuntos adverbiais de tempo,
maneira clara aos leitores.
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado para lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quando queremos recordar
organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Para tanto, algo ou narrar uma história, existe a tendência a colocar os adjuntos
é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, conforme nos começos das frases: “No Brasil e na América…” “Nos dias de
o dicionário Aurélio, é a “parte da gramática que estuda a hoje…” “Nas minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os
disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem verbos e outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil
como a relação lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, existe…”
sintaxe quer dizer “mistura”, isto é, saber misturar as palavras de Observações:
maneira a produzirem um sentido evidente para os receptores das - tais construções não estão erradas, mas rompem com a
nossas mensagens. Observe: ordem direta;

Didatismo e Conhecimento 97
LÍNGUA PORTUGUESA
- é preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas frases Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pertence
que não têm sujeito, somente predicado. Por exemplo: Está ao assunto: globalização, da frase principal, tal oração é apenas
chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. São quatro um comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos.
horas agora; Obs: a simples negação em uma frase não exige vírgula:
- Outras frases são construídas com verbos intransitivos, que A globalização não causou desemprego no Brasil e na
não têm complemento: O menino morreu na Alemanha, (sujeito América Latina.
+verbo+ adjunto adverbial), A globalização nasceu no século XX.
(idem) 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tal
- Há ainda frases nominais que não possuem verbos: Cada quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da colocação
macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem direta faz-se da vírgula.
naturalmente. Usam-se apenas os termos existentes nelas. No Brasil e na América Latina, a globalização está causando
Levando em consideração a ordem direta, podemos desemprego…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: No fim do século XX, a globalização causou desemprego no
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não haverá a Brasil…
necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo disto: Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente se
A globalização está causando desemprego no Brasil e na dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. Trata-
América Latina. -se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramática, são
representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas vezes, elas são
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração por
colocadas em orações chamadas adverbiais que têm uma função
três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, mesmo que
semelhante a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo,
estejamos usando a ordem direta. Esta é a regra básica nº1 para a
lugar, etc. Exemplos:
colocação da vírgula. Veja: Quando o século XX estava terminando, a globalização
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” começou a causar desemprego.
causam desemprego… = (três núcleos do sujeito) Enquanto os países portadores de alta tecnologia
A globalização causa desemprego no Brasil, na América desenvolvem--se, a globalização causa desemprego nos países
Latina e na África. = (três adjuntos adverbiais) pobres.
A globalização está causando desemprego, insatisfação e Durante o século XX, a Globalização causou desemprego no
sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. = (três Brasil.
complementos verbais)
Obs 1: alguns gramáticos, Sacconi, por exemplo, consideram
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar com que as orações subordinadas adverbiais devem ser isoladas pela
vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu complemento, nem vírgula também quando colocadas após as suas orações principais,
o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar mas só quando
com vírgula os termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção: a) a oração principal tiver uma extensão grande: por exemplo:
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. A globalização causa… , enquanto os países…(vide frase acima);
b) Se houver uma outra oração após a principal e antes da
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre os oração adverbial: A globalização causa desemprego no Brasil
termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, assim o e as pessoas aqui estão morrendo de fome , enquanto nos países
sentido da ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica portadores de alta tecnologia…
nº2 para a colocação da vírgula. Dito em outras palavras: quando
intercalamos expressões e frases entre os termos da oração, Obs 2: quando os adjuntos adverbiais são mínimos, isto é, têm
devemos isolar os mesmos com vírgulas. Vejamos: apenas uma ou duas palavras não há necessidade do uso da vírgula:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX, Hoje a globalização causa desemprego no Panamá.
causa desemprego no Brasil. Ali a globalização também causou…
A não ser que queiramos dar ênfase: Aqui, a globalização…
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito
Obs3: na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a ordem
e o verbo. Outros exemplos:
inversa, emprestamos ênfase aos termos que principiam as frases.
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, está Veja este exemplo de Rui Barbosa destacado por Garcia:
causando desemprego no Brasil e na América Latina. “A mim, na minha longa e aturada e continua prática do
escrever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois de considerar
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada. por muito tempo necessária e insuprível uma locução nova,
As orações adjetivas explicativas desempenham encontrar vertida em expressões antigas mais clara, expressiva e
frequentemente um papel semelhante ao do aposto explicativo, por elegante a mesma ideia.”
isto são também isoladas por vírgula.
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil… Estas três regras básicas não solucionam todos os problemas
de organização das frases, mas já dão um razoável suporte para
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu que possamos começar a ordenar a expressão das nossas ideias.
complemento. Em suma: o importante é não separar os termos básicos das
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, no orações, mas, se assim o fizermos, seja intercalando ou invertendo
Brasil… elementos, então devemos usar a vírgula.

Didatismo e Conhecimento 98
LÍNGUA PORTUGUESA
- Quanto à equivalência e transformação de estruturas, outro exemplo muito comum cobrado em provas é o enunciado trazer uma
frase no singular, por exemplo, e pedir que o aluno passe a frase para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é o enunciado dar a
frase em um tempo verbal, e pedir para que a passe para outro tempo verbal.

Paralelismo

O termo paralelismo corresponde a uma relação de equivalência, por semelhança ou contraste, entre dois ou mais elementos. É um
recurso responsável por uma boa progressão textual. Dizemos que há paralelismo em uma estrutura quando há uma correspondência rítmica,
sintática/gramatical ou semântica entre as estruturas.
Vejam a tirinha a seguir da famosa personagem Mafalda:

(Quino)
No segundo quadrinho, na fala da mãe da menina, há uma estrutura sintaticamente equivalente:

“[PARA TRABALHAR,] [PARA NOS AMAR,] [PARA FAZER DESTE MUNDO UM MUNDO MELHOR]”

As três orações em destaque obedecem a uma mesma estrutura sintática: iniciam-se com a preposição “para” e mantêm o verbo no
infinitivo. A essa relação de equivalência estrutural, damos o nome de paralelismo.
Analisemos o próximo exemplo:

Vejam como o slogan da marca de cosméticos “Nívea” também segue uma estrutura em paralelismo – “BELEZA QUE SE VÊ, BELEZA
QUE SE SENTE”. Notem que a repetição é intencional, mantendo uma unidade gramatical.
O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promove a conexão das ideias, através de repetições planejadas, trazendo unidade
a um texto.
Vejamos o exemplo a seguir:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]


Há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitarmos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la das seguintes maneiras:

a) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM] E [MELHORAR O SISTEMA.]


Ou
b) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDANÇAS NA DATA DO ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]

Didatismo e Conhecimento 99
LÍNGUA PORTUGUESA
Vejam que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no Corrigindo, temos:
infinitivo iniciando as orações – “mudar” e “melhorar”. Já na O cidadão precisa [de educação], [de respeito] e [de
segunda, mantivemos bases nominais – substantivos – “mudanças” solidariedade]. (os três complementos verbais devem vir
e “melhorias”. Dessa forma, estabelecemos o paralelismo nas preposicionados - encadeamento de funções sintáticas)
frases. Exemplo 3:
“Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é [Gosto] e [compro] livros.
encontrar os conectivos na frase. Eles são importantes marcadores Nesse caso, temos um problema na construção. O verbo
textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que devem “gostar” é transitivo indireto, enquanto o verbo “comprar” é
permanecer em relação de equivalência. Exemplo: transitivo direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente, uma
Queremos amor E ter paz. vez que só há um complemento verbal (“livros”).
Corrigindo, temos:
O verbo querer possui duas ideias que o complementam: Gosto [de livros] e [os] compro.
“amor” E “ter paz”. O conectivo “e” marca o paralelismo. As
OI OD
estruturas por ele ligadas estão iguais gramaticalmente? Não.
Uma é um substantivo e a outra uma oração. Para equilibrá-las,
Exemplo 4:
podemos reescrever, por exemplo, das seguintes formas:
Quero [sua ajuda] e [que você venha].
Queremos [amor] e [paz].
Ou Nesse caso, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os
Queremos [ter amor] e [ter paz]. complementos do verbo “querer” têm “pesos sintáticos” diferentes:
Ou “sua ajuda” é um objeto direto “simples” e “que você venha” é um
Queremos ter [amor] e [paz]. objeto direto oracional. Repare que os objetos estão ligados pelo
conectivo “e”, devendo, portanto, haver uma equivalência entre
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: eles.
Corrigindo, temos:
Os períodos a seguir apresentam problemas de paralelismo. Quero [sua ajuda] e [sua vinda].
Reescreva-os, fazendo as devidas correções: ou
a) Trata-se de um ponto de vista importante e que merece Quero [que você me ajude] e [que você venha].
respeito.
b) Pensei estar, um dia, como aquele funcionário e que também PARALELISMO SEMÂNTICO
conseguirei uma promoção.
c) Lamentei não ter feito nada pelo rapaz e que ele saísse tão É aquele em que se observa uma correlação de sentido entre
humilhado. as estruturas. Observe:
d) Vi-o entristecer e que queria ajuda. “Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]”.
“Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos de
Sugestões de resposta: réis]”
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás
a) Trata-se de um ponto de vista importante e respeitável. Cubas)
b) Pensei estar, um dia, como aquele funcionário e também
conseguir uma promoção. Notem que, apesar de haver paralelismo gramatical ou
c) Lamentei que não tivesse feito nada pelo rapaz e que ele sintático nas frases, não há uma correlação semântica.
saísse tão humilhado. No primeiro caso trocar “de namorada” não equivale a trocar
d) Vi-o entristecer e querer ajuda.
“de blusa”; no segundo, amar “durante quinze meses” (tempo) não
corresponde a amar “durante onze contos de réis”. São relações de
PARALELISMO SINTÁTICO OU GRAMATICAL
sentido diferentes. Dessa forma, podemos dizer que houve uma
“quebra” do paralelismo semântico, pois é feita uma aproximação
É aquele em que se nota uma correlação sintática numa
estrutura frasal a partir de termos ou orações semelhantes entre elementos de “carga significativa” diferente. Entretanto, isso
morfossintaticamente. Veja os exemplos a seguir: foi intencional e não deve ser visto como uma falha de construção.
Exemplo 1: Na maioria das vezes, esse tipo de construção é proposital
O condenado não só [roubou], mas também [é sequestrador]. para trazer a um trecho determinado efeito de sentido a partir da
Corrigindo, temos: ironia ou do humor, como nos exemplos acima.
Ele não só roubou, mas também sequestrou.
Os termos “não só... mas também” estabelecem entre as PARALELISMO RÍTMICO
orações coordenadas uma relação de equivalência sintática. Dessa
forma, é preciso que as orações apresentem a mesma estrutura O paralelismo rítmico é um recurso estilístico de grande
gramatical. efeito, do qual alguns autores se servem com o propósito de dar
maior expressividade ao pensamento.
Exemplo 2: Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro “Comunicação
O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [solidariedade]. em prosa moderna”, de Othon Garcia:

Didatismo e Conhecimento 100


LÍNGUA PORTUGUESA
“Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, longo do texto, enumeram-se, por meio de estruturas equivalentes
o cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, sintaticamente, as razões para o amor. Logo, como se vê, o gabarito
o anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante”. da questão é a alternativa “B”.
(“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana, Sermões e
lugares seletos, p. 214) Variações Linguísticas
“Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as A linguagem é a característica que nos difere dos demais
esquadrinhou com maior estudo, nem as entendeu com maior
seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos,
propriedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou
revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos
com maior clareza, nem as recapacitou com mais facilidade, nem
as propugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com relacionados ao nosso cotidiano e, sobretudo, promovendo
maior abundância”. nossa inserção ao convívio social. Dentre os fatores que a ela se
(M.Bernardes) relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
Repare as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas dois: o nível de formalidade e o de informalidade.
construções acima, caracterizando um paralelismo rítmico. O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita,
restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão
ATIVIDADES pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este
fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total
1-) (UERJ) soberania sobre as demais.
AS SEM-RAZÕES DO AMOR Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o estilo
Eu te amo porque te amo. considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias
Não precisas ser amante, entre os estudos da língua, uma vez que, para a sociedade, aquela
e nem sempre sabes sê-lo.
pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça “inculta”, tornando-se desta forma um estigma.
e com amor não se paga. Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão
as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as
Amor é dado de graça, variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais
é semeado no vento, e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua
e a regulamentos vários. apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo.
Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia,
Eu te amo porque não amo se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a
bastante ou demais a mim. mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos
Porque amor não se troca, internautas, a qual se fundamenta pela supressão do vocábulos.
não se conjuga nem se ama.
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Antigamente
Amor é primo da morte, “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram
e da morte vencedor, todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam
por mais que o matem (e matam) primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões,
a cada instante de amor. faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos
(ANDRADE, Carlos Drummond de.”Corpo”. Rio de Janeiro: Record, meses debaixo do balaio.”
2002.) Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário
Na terceira estrofe do poema, verifica-se um movimento antiquado.
de progressão textual que reitera as razões para o amor. Essa
progressão está caracterizada pela repetição do seguinte Variações regionais: São os chamados dialetos, que são
procedimento linguístico:
as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como
a) construção frasal em ordem indireta
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares,
b) estrutura sintática em paralelismo
c) pontuação com efeito retórico recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim.
d) rima como recurso fonológico Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às
características orais da linguagem.
RESOLUÇÃO
Variações sociais ou culturais: Estão diretamente ligadas
O próprio enunciado da questão dá dicas sobre a resposta. A aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de
expressão “progressão textual” e a palavra “repetição” induzem instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as
a pensarmos exatamente no paralelismo presente no poema. Ao gírias, os jargões e o linguajar caipira.

Didatismo e Conhecimento 101


LÍNGUA PORTUGUESA
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala,
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros. transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa praia,
um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os vestido de fraque e cartola.
médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser
outros. íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o das liberdades da
Vejamos um poema sobre o assunto: fala. No recesso do lar, na fala entre amigos, parentes, namorados,
etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções
Vício na fala do tipo:
Para dizerem milho dizem mio Eu não vi ela hoje.
Para melhor dizem mió Ninguém deixou ele falar.
Para pior pió Deixe eu ver isso!
Para telha dizem teia Eu te amo, sim, mas não abuse!
Para telhado dizem teiado Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
E vão fazendo telhados. Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
Oswald de Andrade
Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/variacoes-linguisticas.htm
culta, deixando mais livres os interlocutores.
Níveis de linguagem
O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua
A língua é um código de que se serve o homem para elaborar da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por base aqui as
mensagens, para se comunicar. Existem basicamente duas normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim,
modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais: aquelas mesmas construções se alteram:
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou Eu não a vi hoje.
língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base a Ninguém o deixou falar.
norma culta, forma linguística utilizada pelo segmento mais culto e Deixe-me ver isso!
influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada Eu te amo, sim, mas não abuses!
pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
é a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade,
colaborando na educação; Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de
2) a língua funcional de modalidade popular; língua popular comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o
ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais diversas, tem fato de não se admitirem deslizes ou transgressões da norma culta
o seu limite na gíria e no calão. na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho,
que deve refletir serviço à causa do ensino.
Norma culta: O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética,
caracterizado por construções de rara beleza.
A norma culta, forma linguística que todo povo civilizado Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como
possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E justamente tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato
em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político- instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a
-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. constituir fato linguístico registro de linguagem definitivamente
Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular afigura-se mais consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.
expressiva e dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Exemplos:
Estou preocupado. (norma culta) Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
Tô preocupado. (língua popular)
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua;
urge conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair
expressividade e enorme criatividade, para viver; urge conhecer a daqui bem depressa.)
língua culta para conviver. O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da posto.)
língua culta.
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos impedir,
O conceito de erro em língua: despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos também de
transgressões ou “erros” que se tornaram fatos linguísticos, já que
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos só correm hoje porque a maioria viu tais verbos como derivados de
de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da pedir, que tem início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou
norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, para se arcaizarem as formas então legítimas impido, despido
diz: “Ninguém deixou ele falar”, não comete propriamente erro; e desimpido, que hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem
na verdade, transgride a norma culta. coragem de usar.

Didatismo e Conhecimento 102


LÍNGUA PORTUGUESA
Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar
palavras como corrigir e correto, quando nos referimos a frases.
“Corrija estas frases” é uma expressão que deve dar lugar a esta,
por exemplo: “Converta estas frases da língua popular para a
língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase
“errada”; é, na verdade, uma frase elaborada conforme as normas
gramaticais; em suma, conforme a norma culta.

Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:

A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica,


não dispõe dos recursos próprios da língua falada.
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no decorrer
do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares, piscadas,
etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais
criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais
sujeita a transformações e a evoluções.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importância. Nas
escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua falada com
base na língua escrita, considerada superior. Decorrem daí as
correções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre
estão atentos.
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando
as características e as vantagens de uma e outra, sem deixar
transparecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade,
que em verdade inexiste.
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua
falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de línguas. A
nenhuma nação convém o surgimento de dialetos, consequência
natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que
a língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade
linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento
atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma
análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas
transformações, por isso mesmo, processam-se lentamente e
em número consideravelmente menor, quando cotejada com a
modalidade falada.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a
situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da linguagem
a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a
entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com
uma criança como se estivesse em uma missa, assim como uma
criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um
mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e para
pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível de
fala no recesso do lar e na sala de aula.
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses
níveis, destacam-se em importância o culto e o cotidiano, a que já
fizemos referência.

Didatismo e Conhecimento 103


GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
à direção dos ventos. Posteriormente, foi utilizada para delimitar a
NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA: direção de pontos. São eles (o ponto e os graus dentro dos 360º):
ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS; ► Cardeais:
LOCALIZAÇÃO: COORDENADAS N - Norte (0º)
GEOGRÁFICAS (LATITUDE, LONGITUDE E S - Sul (180º)
ALTITUDE); REPRESENTAÇÃO: LEITURA, L - Leste – ou Este (90º)
ESCALA, LEGENDAS E CONVENÇÕES. O - Oeste (270º)

► Colaterais:
NE - Nordeste (45º)
Uma breve introdução sobre a Ciência Cartográfica SE - Sudeste (135º)
NO - Noroeste (315º)
Quando o objeto de estudo é a Cartografia percebe-se, desde SO - Sudoeste (225º)
os primórdios da humanidade, que o Homem busca meios de se
orientar no espaço terrestre. À medida que o mesmo foi ampliando ► Subcolaterais:
sua capacidade técnica, a busca por se localizar e se movimentar NNE - Nor-nordeste (22,5º)
amparado por referências foi se tornando uma necessidade ainda ENE - Leste-nordeste (67,5º)
mais evidente. Isso porque, muitas vezes, conhecer caminhos era ESE - Leste-sudeste (112,5º)
questão de sobrevivência, seja para buscar áreas férteis para a pro- SSE - Sul-sudeste (157,5º)
dução de alimentos, seja para se proteger de invasões de outros SSO - Sul-sudoeste (202,5º)
povos. OSO - Oeste-sudoeste (247,5º)
Ainda nesse processo de evolução, outras ações exigiam co- ONO - Oeste-noroeste (292,5º)
nhecimentos cartográficos, como para estabelecer rotas de nave- NNO - Norte-noroeste (337,5º)
gação e de atividades comerciais, definir estratégias de guerra,
delimitar espacialmente a ocorrência de recursos etc. Enfim, a so- Esses pontos são representados pela Rosa, que pode ter dife-
ciedade, historicamente e com seus recursos disponíveis, procurou rentes formas de representação. Eis um exemplo:
fazer uso da cartografia. Esta pode ser entendida como a ciência da
representação gráfica da superfície terrestre, tendo como produtos
finais mapas, maquetes, cartas etc. Ou seja, é a ciência que trata
da concepção, produção, difusão, utilização e estudo desses mate-
riais, principalmente de mapas (amplamente utilizados). Para isso,
as representações do espaço podem ser acompanhadas de um am-
plo conjunto de informações, como figuras geométricas, símbolos,
uso de cores, linhas e diversos outros elementos.
E, conforme já foi mencionado, nota-se uma evolução muito
grande dessas técnicas ao longo da história. As práticas da carto-
grafia remontam à Pré-História, quando rústicos desenhos eram
usados para delimitar territórios de caça e de pesca; na Babilônia
(Antiguidade), os mapas do mundo já eram impressos em madeira
(mapas, obviamente, a partir das técnicas limitadas da época, mui-
to diferentes das projeções atuais). A evolução ainda passa pelas
ideias de Ptolomeu, na Idade Média e dos mapas relativamente
complexos da época das Grandes Navegações. Foi aproximada-
mente nesse período que algumas projeções de superfícies curvas
passaram a ser impressas em superfícies planas. A mais conhecida
foi a de Mercator.
Hoje, com os amplos avanços da ciência cartográfica, os ins- Como forma de orientação/localização, também podem ser
trumentos para a obtenção de informações e elaboração de mate- usadas as coordenadas geográficas (ou terrestres), que são linhas
riais são mais modernos e precisos. O uso de fotografias aéreas, imaginárias que se cruzam e dão a localização geográfica de um
imagens de satélites, digitalização de imagens, cruzamento de determinado ponto na superfície. Através do “cruzamento” entre o
informações, realização de mapas temáticos, sempre com maior paralelo e o meridiano de um lugar, ficamos sabendo sua localiza-
precisão e menor distorção, garantem maior eficiência e confiabili- ção exata na superfície terrestre.
dade aos produtos apresentados. Os paralelos estão relacionados com as latitudes, ou seja, a va-
riação em graus a partir da Linha do Equador, para o Norte e para o
Noções de Orientação Sul (variam de 0º a 90º). Para alguns paralelos foram estabelecidos
nomes especiais, como Trópicos de Câncer e Capricórnio e Círcu-
Existem diferentes maneiras de se localizar no espaço terres- los Polares Ártico e Antártico. Nota-se que a variação latitudinal
tre. Entre elas, uma das mais utilizadas é a rosa dos ventos. Antes, possui várias funções, entre elas, a de delimitar as zonas térmicas
a rosadosventos não estava associada aos pontos cardeais, mas sim do planeta.

Didatismo e Conhecimento 1

1
GEOGRAFIA
Já as longitudes estão relacionadas aos meridianos (variação em graus a partir do Meridiano de Greenwich, para Oeste e para Leste (de
0 a 180 para cada extremo)). O meridiano de Greenwich e as longitudes são muito importantes na definição dos fusos horários das diversas
partes do planeta.
Vamos às definições:
Latitude é o ângulo entre o plano do equador à superfície de referência. A latitude mede-se para norte e para sul do equador, entre 90º
sul, no Polo Sul e 90º norte, no Polo Norte. A latitude é a distância ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich, esta distância
mede-se em graus, podendo variar entre 0º (no equador) e 90º para Norte ou para Sul.
Por outro lado, a longitude é medida ao longo do Equador, e representa a distância entre um ponto e o Meridiano de Greenwich. Tam-
bém é medida em graus,  podendo ir de 0º a 180º para Leste ou para Oeste.
A medição da longitude é importante tanto para a cartografia como para uma navegação segura no oceano. Ao longo da história, muitos
exploradores lutaram para encontrar um método de determinar a longitude, como Américo Vespúcio e Galileu. Porém, o cálculo da longi-
tude sempre apresentou sérios problemas, principalmente no alto mar. Determinar a latitude é mais simples, basta medir o ângulo entre o
horizonte e a Estrela Polar com ajuda de um quadrante, astrolábio ou sextante.
A nossa posição sobre a Terra é referenciada em relação ao equador e ao meridiano de Greenwich e baseia-se em três denominações: a
latitude, a longitude e a altitude.
A latitude e longitude de Brasília (a capital brasileira) é 15° 46′ 47″ Sul, 47° 55′ 47″ Oeste.
Altitude é a distância vertical medida entre um determinado ponto, e o nível médio do mar. A altitude e a temperatura do local em que
ela é mensurada são grandezas inversamente proporcionais, pois quando a altitude aumenta, a temperatura ambiente diminui aproximada-
mente 1 grau Celsius.
A distância vertical entre um ponto da superfície terrestre (por exemplo, o cume de uma montanha) e o nível do mar (superfície do
mar), é conhecida como altitude absoluta. Altitude relativa é a altitude de uma montanha em relação ao fundo de um vale ou a diferença de
altitudes entre duas montanhas.
A Terra é aproximadamente esférica, com um ligeiro achatamento nos polos, e para se definir a altitude de um ponto sobre a Terra
define-se uma esfera, com um raio de 6378 km.
A altitude pode ser dividida em ortométrica e elipsoidal. Altitude ortométrica é a distância vertical de um ponto, situado sobre a super-
fície terrestre, em relação a um geoide de referência, e altitude elipsoidal é a distância vertical de um ponto a um elipsoide de referência. As
altitudes indicadas pelos receptores dos Sistemas de Posicionamento Global (GPS), por exemplo, são do tipo elipsoidal.
Quando se cruza um paralelo com um meridiano, tem-se a coordenada de um ponto, por exemplo: Ponto X: 30º lat N; 60º long O.

Veja alguns exemplos na ilustração a seguir:

O ponto D, por exemplo, estaria a 60º de Latitude Norte e 30º de Longitude Oeste. Nenhum outro ponto do planeta possui essa locali-
zação.
Ressalta-se que os sistemas de coordenadas e a própria rosa dos ventos são conhecimentos-chave para a utilização de tecnologias e
equipamentos modernos utilizados atualmente, como os aparelhos receptores de GPS.

Didatismo e Conhecimento 2
GEOGRAFIA
Representação da realidade

Existem diferentes maneiras de se representar a realidade. Entre elas, uma das mais utilizadas é o mapa. Os mapas vão muito além de
simples ilustrações, meros desenhos, pois são carregados de informações, e, por meio de uma boa leitura, transmitem vários aspectos sobre
a realidade mapeada.
Fica evidente que, por mais técnicas que se usem, mesmo extremamente modernas, os mapas representam as realidades, mas não são
elas. Por isso, algumas informações são suprimidas e/ou distorcidas, dependendo das técnicas e ideologias utilizadas.
O mapa representa a realidade com o uso de uma escala, que nada mais é do que uma relação de proporção entre o mapa e a realidade
mapeada (dimensões reais). As escalas podem ser numéricas ou gráficas.
• A escala numérica pode ser representada por uma fração ordinária (1 / 200.000), ou por uma razão (1: 200.000, onde se lê “um
para duzentos mil”). Na escala de 1 : 200.000, a área representada foi diminuída 200 mil vezes; isso quer dizer que 1 cm no mapa equivale a
200.000 cm no terreno; ou que um metro no mapa equivalem a 200.000 Km na realidade. Nota-se que a escala é uma relação de proporção,
independente da unidade utilizada.
• Já a escala gráfica é representada por uma linha reta dividida em partes iguais; essa escala conta com a vantagem de possibilitar
que as distâncias sejam percebidas diretamente no mapa, sem a necessidade de fazer cálculos, como na escala numérica. Ela permite a vi-
sualização dessa distância. Veja a seguir um exemplo dessa forma de representação da escala.

Independente da escala utilizada percebe-se que a Cartografia trabalha com escalas de redução, fazendo com que a realidade possa ser
representada em projeções menores do que ela.
As escalas não são proporções definidas aleatoriamente. Conforme próprios manuais do IBGE, escalas diferentes estão associadas a
funções diferentes dos mapas. Observe:
• Quanto à natureza da representação:
CADASTRAL - Até 1:25.000: As cadastrais são representações em escala grande, geralmente planimétrica e com maior nível dedeta-
lhamento, apresentando grande precisão geométrica. Normalmente é utilizada pararepresentar cidades e regiões metropolitanas, nas quais a
densidade de edificações earruamento é grande.
GERAL TOPOGRÁFICA - De 1:25.000 até 1:250.000: Carta elaborada a partir de levantamentos aerofotogramétrico e geodésico origi-
nalou compilada de outras cartas topográficas em escalas maiores. Inclui os acidentesnaturais e artificiais, em que os elementos planimétricos
(sistema viário, obras, etc.) ealtimétricos (relevo através de curvas de nível, pontos colados, etc.) sãogeometricamente bem representados.
GEOGRÁFICA - 1:1:000.000 e menores: Carta em que os detalhes planimétricos e altimétricos são generalizados, os quaisoferecem
uma precisão de acordo com a escala de publicação. A representaçãoplanimétrica é feita através de símbolos que ampliam muito os objetos
correspondentes, alguns dos quais muitas vezes têm que ser bastante deslocados.A representação altimétrica é feita através de curvas de
nível, cuja eqüidistância apenas dá uma idéia geral do relevo e, em geral, são empregadas cores hipsométricas.

Projeções Cartográficas

Uma das tarefas mais árduas da Cartografia é projetar a superfície da Terra, que é arredondada, nos mapas, que são planos. Por conta
disso, acabam sendo utilizadas diferentes técnicas de projeções, cada uma proporcionando distorções diferentes. Nota-se que as projeções
também possuem uma função ideológica, pois algumas áreas são valorizadas em detrimento de outras, conforme a técnica adotada. Nota-
-se que os sistemas de projeções constituem-se de uma fórmula matemática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma
superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. O uso deste artifício geométrico das projeções
consegue reduzir as deformações, mas nunca eliminá-las. Vejam as principais projeções a seguir:

Didatismo e Conhecimento 3
GEOGRAFIA
Projeção de Mercator

Os meridianos e paralelos que se cortam em ângulos retos. É


uma projeção cilíndrica conforme, que acaba exagerando as re-
giões polares e o hemisfério Norte em geral.

Projeção de Goode

É uma projeção descontínua, e usa essa descontinuidade para


eliminar várias áreas oceânicas, e, com isso, reduzir as distorções.

Projeção de Peters

Arno Peters, em 1973, propôs uma Projeção também cilín-


drica, mas equivalente, que determina uma distribuição dos para-
lelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os pólos.
Ela compromete a forma dos continentes, mas permite proporções
mais adequadas em relação à Mercator.

Também existem projeções cônicas, nas quais os meridianos


convergem para os pólos e os paralelos, são arcos concêntricos
situados a igual distância uns dos outros. Elas apresentam pouca
distorção para as chamadas latitudes médias. Também existem as
projeções azimutaisque consiste na tomada de um determinado
ponto e a delimitação de áreas tangentes a partir deste (muito usa-
da para mapear as áreas polares, por exemplo).
Destaca-se que, no caso da Terra, a maneira mais adequada
(mas nem sempre possível) de representá-la é a partir do Globo,
pois este, a partir de uma escala, procura fazer uma representação
próxima ao formato original da área mapeada.

A Leitura dos Mapas

Um dos primeiros a ser observado em um mapa é o seu título.


Seguramente ele trará duas informações importantes, de imediato:
o que foi mapeado e em que lugar (e em alguns casos a data/perío-
Projeção de Mollweide do em questão). Não observar o título de um mapa pode compro-
meter toda a sua análise.
No caso de Mollweide, os paralelos são linhas retas e os meri- Ademais, para que possa ser realizada uma boa leitura das
dianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre, informações presentes nos mapas, a legenda acaba sendo uma fer-
tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exati- ramenta fundamental, pois esta vai expressar valores e aspectos
dão, tanto em área como em configuração, no entanto, as extremi- diversos presentes dentro do mapa, como linhas, cores, figuras
dades apresentam grandes distorções. Observe a mesma a seguir: geométricas etc. No mapa, estas informações não seriam apresen-
tadas, pois seria gerada uma poluição visual desnecessária, o que
comprometeria sua leitura. Diante disso, alguns aspectos sem sig-
nificado explícito no mapa acabam sendo identificados por meio
da legenda. Em resumo, a legenda decodifica símbolos usados no
mapa. Veja um exemplo a seguir, no qual a legenda auxilia no en-
tendimento das áreas delimitadas no mapa.

Didatismo e Conhecimento 4
GEOGRAFIA

Algumas informações abordadas no mapa e suas respectivas representações ficam a critério do organizador do mapa. Por outro lado,
outras acabam respeitando convenções cartográficas regionais, nacionais e internacionais, pois estas buscam universalizar alguns significa-
dos e facilitar a interpretação dos mapas. É o caso de símbolos específicos para ferrovias, aeroportos, hospitais, usinas nucleares etc. Vejam
alguns exemplos de convenções adotados pelo DAER-RS:

Didatismo e Conhecimento 5
GEOGRAFIA
Ainda com relação à leitura dos mapas, alguns pontos merecem destaque, como, por exemplo, as isolinhas. No caso da Cartografia, as
mais utilizadas são as curvas de nível (isoípsas), que ligam pontos de mesma altitude; as isóbaras (linhas com pontos de mesma pressão);
isoieta (mesma precipitação pluviométrica em um determinado período); isoterma (mesma temperatura) etc. Veja um exemplo das curvas de
nível e da construção de um perfil topográfico a partir delas:

NATUREZA E MEIO AMBIENTE


NO BRASIL: GRANDES DOMÍNIOS
CLIMÁTICOS; ECOSSISTEMAS.

Grandes Domínios Climáticos no Brasil

Quando se fala em classificação climática, é importante ressaltar que existem diversas metodologias para tal, e os resultados acabam
sendo igualmente diferentes. Entre elas, podem ser citadas as classificações de Köppen, de Lysia Bernardes e de Strahler. Esta última
classificação baseia-se no estudo das dinâmicas das massas de ar e é amplamente abordada em concursos. Vejamos alguns detalhes desta
classificação, primeiro mostrando as massas de ar atuando no Brasil em diferentes momentos e, posteriormente, a classificação a partir deste
critério:

Didatismo e Conhecimento 6
GEOGRAFIA

A seguir, algumas características de cada tipo climático identificado:

• Equatorial Úmido: É o clima da maior parte da Amazônia. É controlado pela massa Equatorial continental e caracterizado pela
combinação de temperaturas sempre elevadas, chuvas abundantes e pequena amplitude térmica.
• Clima Litorâneo Úmido – Ocorre no litoral leste (regiões Nordeste e Sudeste) e é controlado principalmente pela massa tropical
atlântica. No litoral da Região Sudeste, principalmente nos trechos em que a Serra do mar avança sobre o mar, as chuvas são muito intensas.
A localidade de Itapanhaú, no litoral de Bertioga (SP), detém o recorde de chuvas no país, com o índice de 4.514 mm em um ano.
• Clima Tropical com duas Estações – É o mais característico do Brasil. Abrange uma vasta porção do país que inclui a maior par-
tedas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, grande parte do Nordeste eo Estado do Tocantins. A principal característica desse clima é aexistência
de duas estações bem diferenciadas: verões quentes echuvosos e invernos secos.
• Clima Tropical Semi-Árido – Abrange o sertão nordestino e onorte de Minas Gerais. Caracteriza-se por apresentar temperatu-
rasmuito elevadas e chuvas escassas e mal distribuídas durante o ano. Apresenta os menores índices pluviométricos do país.

Didatismo e Conhecimento 7
GEOGRAFIA
• Clima Subtropical Úmido – Ocorre na Região Sul do país. É controlado pela Massa Polar Atlântica. Esse clima apresenta chu-
vas bem distribuídas no decorrer do ano, possui as estações do ano bem diferenciadas e apresenta invernos relativamente rigorosos. A forte
penetração do ar frio no inverno acarreta quedas de temperatura acompanhada por geadas e, às vezes, por queda de neve nas áreas mais
elevadas, como por exemplo, São Joaquim, em Santa Catarina.

Outra classificação bastante abordada em concursos é a da Geógrafa Lysia Bernardes, que adapta a classificação de Köppen à
realidade brasileira. Divide o Brasil em cinco climas básicos:

Clima equatorial: Com médias térmicas e pluviométricas elevadas, chuvas bem distribuídas ao longo do ano, como na Amazônia;

Clima Tropical: Com chuvas de verão e estiagem no inverno. E o clima da região Centro-Oeste, parte do Nordeste e Norte Ocidental.

Clima Semiárido: Caracterizado por chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do ano; é o clima do Polígono das Secas ou sertão do
Nordeste.

Clima Tropical de altitude: Semelhante ao clima tropical, mas com acentuadas quedas de temperatura no inverno. Ocorre nos trechos
mais elevados do Sudeste e no sul do Mato Grosso do Sul, influenciado pelo fator altitude.

Clima Subtropical: É o clima do sul do país; apresenta médias térmicas menores de 20º C, devido à influência da massa polar atlântica.
A chuva é bem distribuída ao longo do ano, sem uma grande seca definida.

Muito se comenta, no Mundo em geral, sobre as chamadas mudanças climáticas. A sociedade, de modo geral, promove uma intensa
exploração de recursos naturais, incorrendo em mudanças drásticas na paisagem e na emissão de gases potencializadores do Efeito Estuda
natural da Terra, podendo levar, entre outros aspectos, ao aumento nas temperaturas médias do Planeta. O Brasil, nesse sentido, não está
dissociado das causas, tampouco imune às consequências.
A figura a seguir mostra alguns impactos a serem observadas no Brasil a partir das mudanças climáticas:

Fonte: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/147

Didatismo e Conhecimento 8
GEOGRAFIA
Ainda com relação à caracterização física do território brasileiro, outro tema amplamente abordado em concursos são as características
dos biomas que cobrem o território. Segundo o próprio IBGE, um Bioma é um conjunto de tipos de vegetação que abrange grandes áreas
contínuas, em escala regional, com flora e fauna similares, definida pelas condições físicas predominantes nas regiões. Esses aspectos cli-
máticos, geográficos e litológicos (das rochas), por exemplo, fazem com que um bioma seja dotado de uma diversidade biológica singular,
própria.
No Brasil, os biomas existentes são (da maior extensão para a menor): a Amazônia, o cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pampa
e o Pantanal.
A seguir, conheça cada bioma do Brasil (informações do IBGE).

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• Amazônia
Trata-se da a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupando quase metade (49,29%) do território
nacional. Cobre totalmente cinco Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), quase totalmente Rondônia (98,8%) e parcialmente
Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e Tocantins (9%). É dominado pelo clima quente e úmido (com temperatura média de 25 °C) e por
florestas. As chuvas são torrenciais e bem distribuídas durante o ano e rios com fluxo intenso. É marcado pela bacia amazônica, que escoa
20% do volume de água doce do mundo.
A vegetação característica é de árvores altas. Nas planícies que acompanham o Rio Amazonas e seus afluentes, encontram-se as
matas de várzeas (periodicamente inundadas) e as matas de igapó (permanentemente inundadas). Estima-se que esse bioma abrigue mais da
metade de todas as espécies vivas do Brasil.

• Cerrado
O segundo maior bioma da América do Sul e cobre 22% do território brasileiro. Ocupa totalmente o Distrito Federal e boa parte
de Goiás (97%), de Tocantins (91%), do Maranhão (65%), do Mato Grosso do Sul (61%) e de Minas Gerais (57%), além de cobrir áreas
menores de outros seis Estados. É no Cerrado que está a nascente das três maiores bacias da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São
Francisco e Prata), o que resulta em elevado potencial aquífero e grande biodiversidade. Esse bioma abriga mais de 6,5 mil espécies de
plantas já catalogadas.
Predominam formações da savana e clima tropical quente subúmido, com uma estação seca e uma chuvosa e temperatura média
anual entre 22 °C e 27 °C. Além dos planaltos, com extensas chapadas, existem nessas regiões florestas de galeria, conhecidas como mata
ciliar e mata ribeirinha, ao longo do curso d’água e com folhagem persistente durante todo o ano; e a vereda, em vales encharcados e que é
composta de agrupamentos da palmeira buriti sobre uma camada de gramíneas (estas são constituídas por plantas de diversas espécies, como
gramas e bambus).

• Mata Atlântica
É um complexo ambiental que engloba cadeias de maciços antigos, vales, planaltos e planícies de toda a faixa continental
atlântica leste brasileira, além de avançar sobre o Planalto Meridional até o Rio Grande do Sul. Ocupa totalmente o Espírito Santo, o Rio de
Janeiro e Santa Catarina, 98% do Paraná e áreas de mais 11 Unidades da Federação.

Didatismo e Conhecimento 9
GEOGRAFIA
Tem como principal tipo de vegetação a floresta ombrófila densa, basicamente composta por árvores altas e relacionada a um
clima quente e úmido. A Mata Atlântica já foi um dos mais ricos e variados conjuntos florestais pluviais da América do Sul, mas atualmente
é reconhecida como o bioma brasileiro mais descaracterizado, fruto dos intensos desmatamentos relacionados aos episódios de colonização
no Brasil e os ciclos de desenvolvimento do país levaram o homem a ocupar e destruir parte desse espaço (cana de açúcar, café, pecuária,
urbanização, industrialização etc.).

• Caatinga
O nome é de origem indígena e significa “mata clara e aberta”. É exclusivamente brasileira e ocupa cerca de 11% do país. É o principal
bioma da Região Nordeste, ocupando totalmente o Ceará e parte do Rio Grande do Norte (95%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%),
do Piauí (63%), da Bahia (54%), de Sergipe (49%), do Alagoas (48%) e do Maranhão (1%). A caatinga também cobre 2% de Minas Gerais.
Apresenta uma grande riqueza de ambientes e espécies, que não é encontrada em nenhum outro bioma. A seca, a luminosidade e o calor
característicos de áreas tropicais resultam numa vegetação de savana estépica, espinhosa e decidual (quando as folhas caem em determina-
da época). Há também áreas serranas, brejos e outros tipos de bolsão climático mais ameno. Esse bioma está sujeito a dois períodos secos
anuais: um de longo período de estiagem, seguido de chuvas intermitentes e um de seca curta seguido de chuvas torrenciais (que podem
faltar durante anos). Dos ecossistemas originais da caatinga, 80% foram alterados, em especial por causa de desmatamentos e queimadas.

• Pampa
Está presente somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do território do Estado. Ele constitui os pampas sul-americanos,
que se estendem pelo Uruguai e pela Argentina e, internacionalmente, são classificados de Estepe. O pampa é marcado por clima chuvoso,
sem período seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno.
Predomina uma vegetação constituída de ervas e arbustos, recobrindo um relevo nivelado levemente ondulado. Formações
florestais não são comuns nesse bioma e, quando ocorrem, são do tipo floresta ombrófila densa (árvores altas) e floresta estacional decidual
(com árvores que perdem as folhas no período de seca).

• Pantanal
Cobre 25% de Mato Grosso do Sul e 7% de Mato Grosso e seus limites coincidem com os da Planície do Pantanal, mais conhe-
cida como Pantanal mato-grossense. O Pantanal é um bioma praticamente exclusivo do Brasil, pois apenas uma pequena faixa dele adentra
outros países (o Paraguai e a Bolívia). Caracterizado por inundações de longa duração (devido ao solo pouco permeável) que ocorrem anual-
mente na planície, e provocam alterações no ambiente, na vida silvestre e no cotidiano das populações locais. A vegetação predominante
é a savana. A cobertura vegetal original de áreas que circundam o Pantanal foi em grande parte substituída por lavouras e pastagens, num
processo que já repercute na Planície do Pantanal.
Outra forma de abordar o conceito vegetação refere-se à delimitação exclusivamente das coberturas vegetais. Nesse caso, o Brasil
possui cinco Formações Florestais, três formações arbustivas e herbáceas e duas formações complexas, conforme ilustra o quadro a seguir:

Didatismo e Conhecimento 10
GEOGRAFIA

AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E A
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO: ESPAÇO
AGRÁRIO: MODERNIZAÇÃO E
CONFLITOS; ESPAÇO URBANO:
ATIVIDADES ECONÔMICAS,
EMPREGO E POBREZA; A REDE URBANA
E AS REGIÕES METROPOLITANAS.

Nessa etapa, serão abordados diferentes aspectos ao espaço econômico brasileiro, seja no campo ou nas áreas urbanas.

Espaço Agrário Brasileiro – Breve Histórico da Estrutura Fundiária

A estrutura fundiária, ou seja, o modo como as propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus respectivos tamanhos, mostra
que o Brasil é amplamente desigual nesse quesito, ou seja, “pouca” gente concentra a maior parte das áreas (grandes latifúndios), enquanto
uma grande maioria fica com uma fatia significativamente menor do espaço agrário.Isso mostra, portanto, uma imensa desigualdade no
acesso à terra no Brasil.
Essa estrutural fundiária configura-se como um dos principais problemas do espaço agrário brasileiro, uma vez que interfere direta-
mente na quantidade de postos de trabalho, valor de salários e, diretamente, nas condições de trabalho e o modo de vida (qualidade) dos
trabalhadores rurais.

Diante das informações, fica evidente que no Brasil ocorre uma discrepância em relação à distribuição de terras, uma vez que alguns de-
têm uma elevada quantidade de terras e outros possuem pouca ou nenhuma, esses aspectos caracterizam a concentração fundiária brasileira.
O quadro a seguir mostra algumas características da estrutura fundiária brasileira.

Outra forma de concentração de terras no Brasil, mais recentemente, é proveniente de um processo de expropriação, ou seja, a venda
de pequenas propriedades rurais para grandes latifundiários com intuito de pagar dívidas (muitas geradas em empréstimos e financiamentos
bancários) ou por não conseguir competitividade econômica frente à concorrência de grandes propriedades. Esse processo como um todo
favorece o êxodo rural, uma vez que muitos trabalhadores não conseguem se fixar no campo.
Esse cenário traz diferentes problemas: o campo, centrado na produção de matérias-primas exportáveis, diversas vezes não consegue
suprir o mercado interno com itens básicos da alimentação, inflacionando o preço dos alimentos por uma relação de maior demanda frente a
uma menor oferta. Ainda, potencializa os conflitos no campo, sobretudo aqueles encabeçados por movimentos sociais de luta pela terra, que
almejam uma estrutura fundiária mais inclusiva e com mais espaço à agricultura familiar frente ao agronegócio.

Produção no Espaço Agrário Brasileiro

O Brasil se destaca no mercado mundial como exportador de alguns produtos agrícolas como o café, o açúcar, soja e suco de laranja.
Entretanto, para abastecer o mercado interno de consumo, há a necessidade de importação de alguns produtos, com destaquepara o trigo (dos
EUA, Canadá e Argentina, por exemplo), cuja área plantada foi reduzida a partir de 1990.
Ao longo da história do Brasil, a política agrícola tem dirigido maiores subsídios aos produtos agrícolas de exportação, cultivados nos
grandes latifúndios, em detrimento da produção do mercado interno, obtida em pequenas e médias propriedades. Alguns dos principais
produtos:

Didatismo e Conhecimento 11
GEOGRAFIA
Soja – O cultivo da soja desenvolveu-se no Brasil na Re- quando ressurgiram os grandes engenhos, tornando-se o açúcar o
gião Sul pelos imigrantes alemães no século XIX. Até a década primeiro produto de nossa economia. Hoje, a cana-de-açúcar sofre
de 1960, ela permaneceu nessa região, considerada de clima mais a concorrência do açúcar de beterraba no mercado internacional,
favorável ao seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que o pe- onde a beterraba atende a 35% do consumo mundial do açúcar.
queno consumo interno não incentivava o aumento da produção. São Paulo detém 60% da produção nacional, seguido de Alagoas
Já no final da década de 1960, a soja do Brasil foi colocada no mer- e Pernambuco.
cado internacional. Incentivada pela demanda externa, a área de
cultivo expandiu-se bastante, especialmente pelos estados do Mato Milho – Nativo da América, o milho é cultivado em todos os
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo. Hoje, o produto é estados brasileiros, pois se adapta facilmente às mais variadas con-
cultivado inclusive em estados da região Norte e Nordeste, com dições climáticas. Entre as principais variedades cultivadas temos:
forte extensão para uma área do país denominada “MAPITOBA” amarelo, pérola, catete, goiano, cristalino etc. O milho é consumi-
(área que une parte dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e do no Brasil inteiro como produto complementar da alimentação,
Bahia. Os principais produtores são Rio Grande do Sul, Paraná e sendo que em algumas regiões toma o lugar de produto básico. Pa-
Mato Grosso). raná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são principais produtores.

Feijão – O feijão ocupa mais de 4 milhões de hectares culti-


Café – O café chegou ao Brasil em 1727, trazido por Francis-
vados no Brasil, o que corresponde a 11% do total da área ocupada
co de Melo Palheta e introduzido inicialmente em Belém, no Pará.
pelas lavouras. Com essa cifra, ocupa o quarto lugar em área culti-
Na Amazônia, não encontrou condições favoráveis para se desen- vada no Brasil. Porém muitas vezes temos que fazer a importação
volver devido ao clima super úmido e aos solos facilmente esgotá- do produto para abastecer o mercado interno.
veis. No início do século XIX, começou a ser plantado na Baixada
Fluminense e se espalhou por todo o Vale do Paraíba, atingindo Arroz – Planta originária da Ásia, especialmente do Viet-
as encostas da Mantiqueira e as contra encostas da serra do Mar. nã, Indonésia, Índia e China. É uma planta conhecida desde a
Por volta de 1860, a região de Campinas transformou-se na mais antiguidade e constitui o alimento básico de bilhões de seres hu-
importante área cafeeira paulista, expandindo-se pelas manchas de manos. Apesar de ser um dos alimentos básicos da população bra-
terra roxa da depressão periférica paulista. O café sofreu inúmeras sileira, durante muitos anos a nossa produção não foi suficiente
crises, tanto de superprodução, como também perdas por causa para atender às necessidades do mercado interno. A partir de 1920,
das geadas. Atualmente, o estado de Minas Gerais domina ampla- as plantações de arroz se desenvolveram no Brasil, sendo que hoje
mente a produção nacional, com cerca de 47% do total, seguido do o país ocupa um lugar de destaque entre outros produtores mun-
Espírito Santo e de São Paulo. diais. São cultivadas, no Brasil, duas variedades: o arroz de várzea
e o arroz de sequeiro ou de encosta. O arroz de várzea é cultivado
Cacau – Continua sendo importante produto de exportação. principalmente no Rio Grandedo Sul, nos vales dos rios Jacuí e
É originário da América e seu desenvolvimento data do século Uruguai, sendo que o arroz de sequeiro é cultivado especialmente
XVIII quando começou a ser plantado no litoral da Bahia. O cacau em Minas Gerais e Mato Grosso.
adaptou-se bem às condições de solo da Bahia, expandindo-se e
vindo a representar, em fins do século passado, o principal produto Mandioca – Um dos produtos mais antigos, já era cultivado
da região e do estado. A Bahia e o Espírito Santo dominam a pro- pelos índios e teve grande importância econômica no período co-
dução brasileira. lonial e mesmo depois da independência. Basta lembrar, que nossa
primeira Constituição foi chamada de “Constituição da Mandio-
Algodão – É uma das mais tradicionais culturas agrícolas do ca”, pois esse produto foi tomado como referência para estabelecer
país, quer como fornecedor de matéria-prima para a indústria têx- quem seria eleitor, haja vista, que o voto era censitário. A Bahia,
til, que como fornecedor de matéria-prima para a indústria de óleos Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os principais produtores
nacionais.
comestíveis. Temos dois tipos de produção: o algodão arbóreo,
predominante no Nordeste, e o algodão arbustivo, encontrado no
Trigo – A introdução do trigo no Brasil data da primeira ex-
Nordeste e no Sudeste. A cultura algodoeira requer investimentos
pedição colonizadora, que trouxe sementes da Europa. Em 1556,
de capital, pois devem ser observados os seguintes itens: *a época; tentou-se o seu cultivo na capitania de São Vicente. No Rio Grande
*o uso de inseticidas e fertilizantes; *a prática adequada de conser- do Sul, a cultura do trigo foi introduzida em 1749, por colonos
vação e preparo dos solos. vindos dos Açores. Apesar de todas as pesquisas realizadas, o Bra-
sil ainda não é autossuficiente e até tem diminuído sua produção
Cana-de-açúcar – Essa cultura data da época colonial. A nos últimos anos. Depois do petróleo, esse cereal é o produto que
empresa agrícola canavieira no Brasil apareceu como uma solu- mais onera a nossa pauta de importações. Aliado aos problemas de
ção para que os portugueses ocupassem efetivamente as terras ordem técnica, temos também os problemas de ordem climática.
descobertas e ao mesmo tempo mantivessem um fluxo de bens Paraná e Rio Grande do Sul possuem a maior produção.
permanentes para a Europa. De 1532 a 1660 a produção de cana-
-de-açúcar cresceu, conquistando o papel de maior fornecedor Pecuária no Brasil
de açúcar no mercado internacional. Em 1660 a cana-de-açúcar,
no Brasil, sofreu a sua grande crisedevido à entrada no mercado De acordo com a classificação das atividades econômicas uti-
internacional do açúcar das Antilhas. Durante o início do século lizadas pela ONU (Organização das Nações Unidas), a pecuária
XVIII, a economia canavieira sofreu uma lenta recuperação, re- compreende a criação de gado (bovino, suíno, equino, etc.), aves,
tornando ao ritmo normal só na segunda metade do século XVIII, coelhos e abelhas. A criação do gado bovino é a mais difundida

Didatismo e Conhecimento 12
GEOGRAFIA
mundialmente, devido à utilidade que apresenta para o homem, As principais áreas do país que apresentam essa realidade são
ou seja, força detrabalho, meio de transporte e, principalmente o a periferia da Amazônia, o cerrado dos estados de Mato Grosso,
fornecimento de carne, leite e couro. Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Minas Gerais, além do
Sertão nordestino e do Pantanal Mato-Grossense.
Áreas de Pastagens
Produção leiteira no Brasil
No Brasil, cerca de 20% do território é constituído pelas pas-
tagens naturais e artificiais. Essa cifra tem aumentado nos últimos A principal área produtora de leite no Brasil situa-se na Re-
anos, embora de maneira lenta. As pastagens artificiais apresentam gião Sudeste, compreendendo as bacias leiteiras do Rio de Janeiro,
um suporte de 1,0 cabeça de gado por hectare. São Paulo e Minas Gerais, três dos maiores centros consumidores
A maior parte do rebanho brasileiro está com pastos insufi- do país, e o complexo industrial de laticínios da zona de Minas
cientes, significando que são insuficientemente alimentados. A re- Gerais com o Vale do Paraíba.
gião Sul do Brasil, pelas suas características morfológicas, é a que O gado leiteiro localiza-se próximo aos centros consumidores
apresenta melhores condições para o desenvolvimento do gado. devido:
A região Centro-Oeste possui um rebanho bovino muito nu- * à maior exigência de administração e da assistência técnica;
meroso, sendo essa região responsável por boa parte do abasteci- * ao fato de ser a atividade mais intensiva;
mento de carne para diversas partes do país. * à maior necessidade de capital;
Por outro lado, o rebanho suíno, que é o segundo mais nu- * à maior dificuldade de conservação do leite consumido in
meroso do país, concentra-se especialmente na região Sul, sendo natura;
o estado do Paraná, aquele que possui o maior e melhor rebanho. * à menor distância para transporte do produto, cujo forneci-
Podemos ainda observar que os rebanhos caprino e ovino apa- mento é contínuo;
recem predominantemente nas regiões Nordeste e Sul, sendo que * à maior facilidade da aquisição de insumos para a produção.
90% do gado caprino está no Nordeste e a maior parte do gado Vale a pena lembrar que a região Sul, devido às condições de
suíno na região Sul. clima e solo, apresenta grandes extensões de campos que repre-
sentam áreas para pastos naturais de grande qualidade. O rebanho
O rebanho bovino gaúcho é de alta qualidade e é representado pelas raças hereford,
devon, olled angus e shorthorn para corte. Em áreas próximas às
Introduzido no Brasil por volta de 1530 em São Vicente, e grandes cidades criam-se os gados holandês, Jersey e normando
logo depois no Nordeste (Recife e Salvador), o gado bovino espa- para a produção leiteira. As principais áreas de criação são as se-
lhou-se com o tempo para as diversas regiões do país da seguinte guintes:
forma: - Campanha Gaúcha – RS
* de São Vicente, o gado atingiu o interior paulista e daí diri- - Planalto Norte Gaúcho – RS
giu-se às regiões Sul e Centro-Oeste; - Campos de Vacaria – RS
* do litoral nordestino, o gado espalhou-se pelo Vale do São - Campos de Lajes – SC
Francisco, Sertão nordestino (Piauí, Maranhão), região Norte - Campos Gerais de Guarapuava – PR
(Pará) e Minas Gerais.
A partir do século XIX as raças indianas (zebu) foram intro- Pecuária de Corte
duzidas na região Sudeste, principalmente em Minas Gerais, onde
se adaptaram bem e expandiram-se. Seu cruzamento com raças na- O rebanho de corte da região Sudeste está concentrado princi-
cionais de qualidade inferior, originou o gado mestiço indubrasil. palmente no estado de Minas Gerais e em São Paulo. É uma ativi-
No final do século XIX iniciou-se a importação de raças eu- dade em expansão, porém não tem mostrado significativa melhoria
ropeias selecionadas (hereford, devon, shorthorn), principalmente nas técnicas de criação e produtividade dos rebanhos, guardando a
para o Sul do país, região que permitiu boa aclimatação e grande sua característica de exploração tradicional de caráter extensivo e
expansão. de baixo nível tecnológico.
O gado bovino é criado de forma predominantemente exten- No estado de Minas Gerais, destacamos as regiões do Triân-
siva, amplamente utilizada em regiões inóspitas para garantir a gulo Mineiro, região do rio Doce e rio Mucuri, o médio Jequi-
posse da terra. Em regiões afastadas dos principais centros de con- tinhonha e a região de Montes Claros. No estado de São Paulo,
sumo, onde há deficiência no sistema de transportes, ou quando o destacamos a Alta Noroeste e a Alta Sorocaba, com destaque para
solo não oferece boas condições de utilização agrícola e, portanto, as cidades de Barretos e Araçatuba.
produção de ração, a pecuária intensiva é economicamente inviá- A especialização que se desenvolveu no Brasil Central pecuá-
vel. As principais consequências econômicas dessa realidade são: rio, tendo São Paulo como o grande centro de engorda e de indus-
- baixo aproveitamento da terra; trialização de carne e os Estados de Goiás, Mato Grosso doSul
- predomínio de gado rústico (zebu); e parte de Minas Gerais como os fornecedores de gado magro,
- alta incidência de doenças e subnutrição; começa a se modificar com a implantação de frigoríficos nas áreas
- baixos índices de fertilidade; de produção e com a expansão e a melhoria do sistema rodoviário
- baixa rentabilidade; que, atingindo esses Estados, permite o fluxo contínuo da carne
- obtenção de carne de baixa qualidade, o que dificulta a ex- para os centros consumidores.
portação; Sistemas de Criação – Há dois sistemas de criação: o intensivo
- desmatamento de vastas áreas florestadas. e o extensivo.

Didatismo e Conhecimento 13
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Sistema de criação intensivo – é a criação que ocupa áreas vivem em cidades no Brasil. De acordo com projeções, até 2050, a
limitadas, com rebanhos pouco numerosos. Apresenta alto ren- porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos
dimento em qualidade graças à aplicação de métodos científicos. deve pular para quase 95%, o que mostra que o Brasil ainda vive
Representa, em geral, a criação destinada à produção de leite e um processo de urbanização.
aparece no sul de Minas Gerais, no vale do Paraíba e como já vi- Destaca-se, ainda, o fato do processo de urbanização no Bra-
mos, em regiões próximas aos grandes centros urbanos. sil possuir singularidades em relação ao europeu, sobretudo pela
Sistema de criação extensivo – é a criação que ocupa extensas diferença de velocidade no seu crescimento. Na Europa esse pro-
áreas, com rebanhos numerosos e pastagens naturais em sua maio- cesso é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se
ria; apresenta rendimento de baixa qualidade. Representa apecuá- tornou urbanizado na primeira metade do século XIX, a maioria
ria destinada ao corte e é o tipo de criação predominante no Brasil. dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade
do século XIX e a primeira metade do século XX. Ainda, nesses
Urbanização Brasileira países a urbanização foi mais ordenada, não colhendo na mesma
intensidade os reflexos de uma urbanização acelerada e, muitas
O processo de urbanização é o aumento proporcional da popu- vezes, desordenada.
Entre os problemas acumulados em razão do crescimento de-
lação urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito,
sordenado das cidades, alguns merecem destaque, quais sejam:
só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana
• Favelização: multiplicação de moradias irregulares,
é superior ao crescimento da população rural. Esse processo está
muitas em áreas de risco, fruto de um amplo déficit habitacional e
associado ao chamado êxodo rural, ou seja, a transferência de pes- da desigualdade econômica dos ambientes urbanos. Cerca de ¼ da
soas dos ambientes rurais para os ambientes urbanos. população brasileira vive em favelas, sobretudo em grandes cen-
Somente na segunda metade do século XX, em meados da tros;
década de 1960, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais • Trânsito: o acelerado aumento na circulação de auto-
de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da móveis, associados a sistemas viários insuficientes, bem como a
década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se falta de serviços de transporte coletivo adequados, faz com que os
cada vez mais acelerado. Isso se deve, principalmente, à intensifi- problemas de mobilidade urbana se multipliquem;
cação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir • As cidades, no seu processo de crescimento desorde-
de 1956, como parte da “política desenvolvimentista” do governo nado, ampliam o problema denominado de macrocefalia urbana,
Juscelino Kubitschek. ou seja, um aumento populacional além das estruturas disponíveis
Industrialização e Urbanização estiveram ligadas de manei- (como nos já citados casos de déficit habitacional e mobilidade
ra bastante intensa no Brasil, pois as unidades fabris buscavam urbana, além da falta de escolas, rede de saúde, espaços para entre-
importantes fatores locacionais, como infraestrutura, disponibili- tenimento, segurança pública, saneamento básico etc.)
dade de mão-de-obra e presença de mercado consumidor. Ainda,
destaca-se o fato da industrialização brasileira ter se pautado no Nos últimos anos, a rede urbana brasileira vem apresentando
modelo denominado substituição de importações, ou seja, no mo- significativas mudanças, fruto de um amplo processo de integração
mento que os investimentos no setor agrícola, especialmente no dos mercados a partir da Globalização.
setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além das dificuldades Estas cidades são ligadas umas às outras e dependentes entre
de importação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela si dentro das novas tendências do mercado (produção, circulação,
Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor in- consumo e os diversos aspectos das relações sociais).
dustrial. Até a década de 1970 a rede urbana brasileira caracterizava-
Os diferentes estabelecimentos comerciais, como a têxtil e a -se por uma menor complexidade funcional dos seus centros urba-
alimentícia, concentraram-se principalmente no Sudeste, notada- nos, ou seja, por um pequeno grau de articulação entre estes, com
mente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse acelerado interações espaciais predominantemente regionais. A partir desse
momento, a criação de novos núcleos urbanos, a crescente comple-
desenvolvimento industrial necessitava de grande contingente de
xidade funcional dos já existentes, a mais intensa articulação entre
mão-de-obra para trabalhar nessas fábricas, na construção civil, no
centros e regiões, a complexidade dos padrões espaciais da rede e
comércio ou nos serviços, o que atraiu milhares de migrantes do
as novas formas de urbanização, entre outros aspectos, modificam
campo para as cidades (êxodo rural). a rede urbana, tornando-a mais complexa. As cidades brasileiras
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se basicamente estão bem mais integradas.
no êxodo rural. O campo, por vários aspectos já abordados no texto Nessa rede urbana, algumas cidades se destacam hierarqui-
sobre a estrutura fundiária brasileira, acabou se transformando em camente. São Paulo, por exemplo, é considerada uma Metrópole
um espaço de repulsão populacional. O trabalhador, na ausência Global, pois sua influência transcende o território Nacional.
de oportunidades no campo, migrou para as cidades, levando a um Destaca-se nessa perspectiva, a cidade do Rio de Janeiro, que
enorme crescimento de muitos espaços urbanos no Brasil, dando vem crescendo em visibilidade, sobretudo por conta dos inúmeros
origem a enormes metrópoles e à multiplicação de cidades médias. eventos já realizados e ainda por realizar, que acabam atraindo
Atualmente, a participação da população urbana no total da vultosos investimentos públicos e privados. Ademais, existem as
população brasileira atinge níveis próximos aos países desenvolvi- metrópoles nacionais, como Belo Horizonte, Curitiba e Brasília,
dos e com uma urbanização mais antiga. Em 1940, cerca de 30% com papel de destaque no país. Ainda, existem as Metrópoles
do total da população do país viviam em cidades. Esse percentual Regionais, que acabam por exercer grande influência em
cresceu aceleradamente, sendo que em meados da década de 1960 determinadas regiões, como Belém e Campinas. Por último, alguns
a população urbana já era superior à rural. Em 2000, a população centros regionais acabam exercendo influência sobre as cidades no
urbana era de cerca de 81% e, em 2013, cerca de 85% de pessoas seu entorno (Bauru-SP, Maringá-PR, Uberlândia-SP etc.).

Didatismo e Conhecimento 14
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Algumas informações atuais sobre a economia brasileira

O Brasil nasceu no seio do sistema colonial, e por séculos


dedicou-se quase que exclusivamente à produção de gêneros agrí-
colas para a exportação. Mais tarde, ao longo da primeira metade
do século XX, o país passa por uma então modesta industrializa-
ção, com vistas a produzir internamente gêneros que, antes, eram
importados. É o chamado modelo da substituição das importações,
como os aplicados no México, Argentina etc.
Na segunda metade do século XX, aliado à forte entrada de
capitais internacionais, o país passa a diversificar sua produção in-
dustrial, inclusive com a produção de bens de consumo duráveis.
O processo de industrialização se intensificou ao longo do regime
militar, inclusive com momentos de grande euforia e crescimento
da economia (milagre econômico).
Mais tarde, na década de 1980, o país passa por graves crises
econômicas, acumulando fracassos em planos econômicos, convi-
vendo com níveis extremamente elevados de inflação e com uma
indústria nacional significativamente atrasada frente aos grandes
centros.
No início dos anos 90, o país passa por um processo de aber-
tura econômica a produtos estrangeiros, inclusive com vistas a
aumentar a concorrência interna e estimular o investimento e o
crescimento. Paralelo a isso, o país passa por privatizações, dimi- O Brasil, atualmente, apresenta uma balança comercial supe-
nuindo a participação do estado em alguns ramos e setores. ravitária, mesmo sendo majoritariamente um exportador de bens
Com a estabilização da moeda (Plano Real, a partir de 1994), primários e importador de gêneros industrializados. Seguem al-
a economia passa por momentos mais estáveis e de crescimento, guns dos principais produtos da pauta de exportações/importações
incentivando a ascensão em vários setores, fazendo o país a ocupar brasileira.
uma posição de destaque na economia mundial.
Atualmente, o Brasil ocupa uma posição de emergente no ce- • Exportados: minério de ferro, aço, soja e derivados,
nário internacional, inclusive é membro do BRICS, um grupo que automóveis, cana-de-açúcar, aviões, carne bovina, café e carne de
reúne algumas das economias que mais crescem no planeta. No frango;
entanto, os últimos dados sobre o crescimento da economia brasi-
leira estão aquém das médias desses emergentes. Enquanto Rússia, • Importados: petróleo bruto, produtos eletrônicos, pe-
África do Sul e Índia cresceram, em média, cerca de 4% (e a China ças para veículos, medicamentos, automóveis, óleos combustíveis,
quase 8%), o Brasil teve um modesto crescimento de 0,9%. Isso se gás natural e motores para aviação;
deve a problemas que a gestão econômica enfrenta em equacionar
crescimento econômico a controle da inflação. Ainda, merece des- Ressalta-se que a economia brasileira é bastante heterogênea
taque o fato da estrutura brasileira (portos, aeroportos, produção no território. O Sudeste, por exemplo, apresenta o maior parque
de energia e matérias-primas em geram aumentarem significati- industrial do Brasil. Abriga as maiores montadoras e siderúrgicas
vamente o chamado “Custo Brasil”, dificultando a concorrência do país. Os serviços e o comércio são bem sofisticados e diversi-
no mercado externo). Mais investimentos nesses setores seriam ficados, além de representarem a principal atividade econômica
fundamentais para dinamizar a economia nacional. da região.
Na composição de seu PIB, a maior participação está relacio- Já a economia da região Norte baseia-se, principalmente, no
nada ao setor terciário (comércio e serviços). O gráfico a seguir extrativismo vegetal de produtos como madeira, látex, açaí e cas-
mostra a participação dos setores da economia na composição do tanha. A atividade de mineração também é muito forte na região,
PIB. principalmente extração de ferro, cobre e ouro. Merece destaque
também a Zona Franca de Manaus, que atrai empresas devido a
incentivos fiscais oferecidos pelo Governo Federal.
A economia do Nordeste é bem diversificada. Há uma grande
presença de indústrias, como nas metrópoles Recife, Salvador e
Fortaleza, além de turismo, agronegócio e exploração de petróleo.
A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da região, além da
crescente fruticultura irrigada no Vale do Rio São Francisco.
O Centro-Oeste tem uma economia que gira em torno da agro-
pecuária (plantações de soja, milho, entre outros), pecuária bovina
e indústrias. No entanto, atualmente, muitas industriais se instala-
ram nessa região, como nas cidades de Catalão, Anápolis, Goiânia,
Brasília etc.

Didatismo e Conhecimento 15
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Por fim, no Sul, a maior parte das riquezas provém do setor de Recentemente, um apontamento do Banco Mundial revelou
serviços. O ramo industrial é representado, principalmente, pelos que o Brasil vem servindo de modelo e exemplo no que diz res-
setores metalúrgico, automobilístico, têxtil e alimentício, com des- peito ao combate à pobreza no mundo, com a redução da miséria,
taque para as regiões metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre. a diminuição de dependentes do próprio Bolsa Família e com a
Destacam-se ainda outras áreas industriais, como Blumenau, Join- criação do Cadastro Único, que visa a identificar a quantidade de
ville, Maringá e Londrina. A agropecuária é bem forte na região, pessoas em extrema pobreza no país2. Tais medidas vêm sendo
como na produção de soja, milho, carne de frango e de porco etc. estudadas e até copiadas por especialistas e governantes de outras
localidades do mundo.
A pobreza no Brasil Por outro lado, há uma grande quantidade de pessoas que ain-
A pobreza no Brasil vem diminuindo nos últimos anos, mas o da vivem à margem da sociedade no Brasil, problema que dificil-
país ainda apresenta uma grande quantidade de pessoas em condi- mente se resolverá somente com a promoção de programas assis-
ções de miséria. tencialistas. Os principais desafios estão em vencer os problemas
O Brasil, em função de seu histórico de colonização, desen- nas áreas de saúde e educação, que vêm recebendo tímidos avan-
volvimento tardio e dependência econômica, além dos problemas ços, e ampliar a qualificação profissional e a oferta de emprego no
país.
internos antigos e recentes, possui uma grande quantidade de pes-
Além disso, para muitos especialistas, diminuir o número de
soas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar
pessoas que vivem com menos de US$1,25 por dia – critério ela-
um país subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresen-
borado pelo Banco Mundial e pela  ONU  para definir a pobreza
ta elevados patamares.
extrema – não é o suficiente. A ideia seria a de elevar esse valor na
Segundo um dado oficial do Ministério de Desenvolvimento definição de miséria e traçar uma nova meta para a redução da po-
de Combate à Fome datado de 2011, existiam no Brasil até esse breza no Brasil, principalmente através de medidas que não taxem
ano cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extre- tanto as classes média e baixa e que consigam encontrar formas
ma pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos de diminuir a desigualdade social e a concentração de renda, que
R$70,00 por pessoa. Vale lembrar que ultrapassar esse valor não ainda são muito acentuadas no Brasil.
significa abandonar a pobreza por completo, mas somente a po-
breza extrema. *Texto adaptado por Rodolfo F. Alves Pena
É preciso dizer, porém, que a pobreza não é uma condição
exclusiva de uma região ou outra, como se costuma pensar. A rede urbana do Brasil
Praticamente todas as cidades do país (principalmente as periferias A rede urbana de uma região envolve as relações entre o cam-
dos grandes centros metropolitanos) contam com pessoas abaixo po e a cidade e as relações entre os diferentes tipos de cidades. A
da linha da pobreza. existência de uma rede de transportes e de comunicação é funda-
No entanto, é válido ressaltar que, apesar dos problemas his- mental para que uma rede urbana seja integrada.
tóricos, o Brasil vem avançando na área de combate à fome e à A rede urbana brasileira tem como principal característica as
pobreza no país. Segundo um relatório divulgado pelo Instituto disparidades regionais, pois enquanto ela é bem articulada no Su-
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de pessoas que deste, o mesmo não ocorre nas regiões Norte e Centro-Oeste. 
abandonaram a pobreza no Brasil em 2012 ultrapassou os 3,5 mi- Sudeste - a mais importante do país, porque possui as maiores
lhões. Nesse estudo, o critério para pobreza extrema era, inclusi- e as principais cidades. Bem mais articulada, é integrada por rodo-
ve, mais alto que o acima mencionado: R$75,00 por membro da vias, aeroportos, portos, ferrovias e infovias.
família. Sul - É a segunda do Brasil. Possui duas metrópoles nacionais
Outra boa notícia é a de um relatório apresentado pela As- (Porto Alegre e Curitiba) e boa infraestrutura de transportes e co-
sembleia das Nações Unidas em 2013 que colocou o Brasil como municações, 
o 13º país que mais investe no combate à pobreza no mundo, Nordeste - É a terceira mais importante. A área litorânea (Zona
da Mata) concentra as principais cidades incluindo Salvador, Reci-
em um  ranking composto por 126 países em desenvolvimen-
fe e Fortaleza), portos, indústrias, rodovias e aeroportos. 
to. Assim, o país investe mais do que todos os demais membros
Norte e Centro-Oeste - São desarticuladas, com poucas ci-
do BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), mas ainda está
dades importantes, pequena malha rodoviária e baixa densidade
atrás de nações como Argentina e Venezuela. Ao todo, segundo o
urbana e industrial. 
relatório, o Brasil gasta quase US$ 4 mil dólares por ano para cada
pessoa 1. A hierarquia das cidades brasileiras
O carro-chefe atual das políticas públicas de combate à fome Dentro da rede urbana brasileira, encontramos uma hierarquia
no Brasil é o programa Bolsa Família, criado em 2003. Trata-se de na qual as menores cidades estão subordinadas às grandes cidades,
uma política assistencialista de transferência de renda, em que o que, por sua vez, estão subordinadas às duas metrópoles globais
governo oferece subsídio para famílias em condições de pobreza do Brasil.
ou miséria acentuada. Apesar das muitas críticas e polêmicas na Segundo o Atlas nacional do Brasil, publicado em 2000 pelo
esfera política, o programa vem recebendo elogios por parte de IBGE, temos no Brasil um esquema de hierarquia urbana que clas-
sociólogos e economistas, uma vez que gasta muito pouco (0,5% sifica as cidades conforme sua grande área de influência: metrópo-
do PIB) e contribui substantivamente para a melhoria da qualidade le global, metrópole nacional metrópole regional, centro regional,
vida. Segundo o Ipea, a estimativa é a diminuição de 28% da misé- centros sub-regional 1 e centros Sub-regional 2.
ria do país em 2012 somente pelo Bolsa Família. 2 The World Bank, 22/03/2014. Como reduzir a pobreza: uma nova
1 Development Initiatives. Investiments to End Poverty. 2013. lição do Brasil para o mundo?

Didatismo e Conhecimento 16
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Regiões metropolitanas do Brasil Num primeiro momento efetivo, após o curto período Pré-Co-
A análise da composição das regiões metropolitanas do Brasil, lonial, o processo de formação territorial do Brasil está associado
às quais foi acrescentada a Região Integrada de Desenvolvimento à empresa colonizadora, principalmente relacionada à produção
do Distrito Federal (Ride), revela as diferentes escalas do proces- da cana de açúcar. As primeiras mudas de cana foram trazidas ao
so de urbanização brasileiro. Segundo o IBGE, entre as regiões Brasil por Martim Afonso de Sousa, em 1531. Mais tarde (cerca de
metropolitanas podemos distinguir áreas metropolitanas plenas e dois anos depois), seria construído o primeiro engenho de açúcar
áreas metropolitanas emergentes. Os critérios para diferenciá-las da colônia, em São Vicente. A Zona da Mata, por seu clima tropical
são internacionais: a população e a estrutura produtiva. úmido e pelo seu rico solo Massapé, foi amplamente convidativa à
cultura canavieira. A partir daí, outras áreas do nordeste foram se
O complexo metropolitano brasileiro solidificando na produção do açúcar.
O fenômeno do surgimento das megalópoles não se encontra No século XVII, novas atividades econômicas foram implan-
restrito ao hemisfério norte ou aos países desenvolvidos. O Brasil tadas, e a fronteira produtiva do território colonial foi se interio-
é o único país subdesenvolvido a apresentar uma aglomeração ur- rizando. Isso porque a cana ocupou novas áreas, e as já existentes
bana que é resultado de conurbação das duas metrópoles globais criações de gado foram se interiorizando ainda mais. A pecuária
brasileiras, isto é, o Complexo Metropolitano do Sudeste: eixo Rio se expandiu na direção do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba.
de Janeiro – São Paulo. A interiorização do Brasil buscava a diversificação de ativi-
Esse complexo possui características que indicam tratar-se dades. Na segunda metade do século XVII, a principal finalidade
do esboço da primeira megalópole brasileira. Abriga mais de 30 das expedições bandeirantes era a localização áreas produtoras de
milhões de habitantes (aproximadamente 20% da população bra- metais preciosos, inclusive com o apoio da Coroa Portuguesa.
sileira) concentrados entre as áreas metropolitanas de São Paulo e No final do século XVII, com a confirmação da existência de
do Rio de Janeiro, ligadas pela mais movimentada rodovia do país, metais preciosos nas regiões planálticas de Minas Gerais, Mato
a Via Dutra. Além disso, em seu eixo - o Vale do Paraíba - está Grosso e Goiás,o afluxo populacional foi grande para essas re-
localizado um dos principais tecnopolos brasileiros: a cidade de giões, interiorizando a ocupação do país cada vez mais. Vila do
São José dos Campos, no estado de São Paulo. A abrangência do Príncipe, Vila Rica de Ouro Preto, Caeté, Mariana, Arraial do Ti-
Complexo Metropolitano do Sudeste ultrapassa os limites do Vale
juco são exemplos de núcleos urbanos que se desenvolveram na
do Paraíba e incorpora as áreas de Campinas (outro importante
região.
tecnopolo), Jundiaí, Santos (o principal porto do país), que tem nas
Já na metade do século XVIII, os limites traçados no Tratado
rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Anchieta e Imigrantes impor-
de Tordesilhas estavam amplamente “desrespeitados”. O Tratado
tantes vias de circulação de pessoas e mercadorias.
Principais problemas sociais das metrópoles brasileiras de Utrecht (1713) era um reconhecimento dos espanhóis do domí-
A intensa e acelerada urbanização brasileira resultou em sé- nio português na Colônia de Sacramento. Em 1750, com a assina-
rios problemas sociais urbanos, entre os quais, podemos destacar: tura do Tratado de Madri, foi oficializada a incorporação de vastas
- Aumento do número de favelas e cortiços que ocupam, mui- áreas outrora espanholas ao território colonial português.
tas vezes, áreas de mananciais ou áreas florestais consideradas re- Outros tratados, pós aquele de Madri foram realizados, como:
giões de risco. Isso significa que os mananciais, isto é, as fontes de a) Tratado de El Pardo (1761): suspende o de Madri;
abastecimento de água, podem ser poluídos. Nas áreas florestais, o c) Tratado de Santo Ildefonso (1777): acaba com as lutas no
desmatamento de encostas põe em risco a vida das pessoas. sul, entre portugueses e espanhóis. A Colônia do Sacramento e as
- A falta de infraestrutura acompanha o crescimento das fa- Missões passam à Espanha e Portugal fica com a Ilha de Santa
velas. A rede de esgotos, de coleta do lixo, de água encanada, de Catarina. O território de São Pedro do Rio Grande fica cortado ao
luz, de telefones é insuficiente ou clandestina. Além de os objetos meio, no sentido longitudinal, passando o limite nas imediações da
serem jogados em rios ou em áreas de mananciais, soma se o risco Santa Maria atual;
de contaminação por roedores e insetos. d) Tratado de Badajoz (1801): confirma o Tratado de Madri.
- Todas as formas de violência estão presentes nos centros Posteriormente, novos tratados e acordos foram firmados,
urbanos: homicídios, sequestros, assaltos, filas para atendimento como a compra do Acre (da Bolívia) no início do Século XX,
médico, acidentes de trânsito, desemprego etc. fazendo com que o país chegasse a uma área superior a 8,5 mi-
lhões de Km2.
*Texto adaptado por Miguel Jeronymo Filho
Brasil: Localização Geográfica

O Brasil é o quinto maior país do planeta em extensão, com


FORMAÇÃO TERRITORIAL E 8.515.767,049 km2, ocupando aproximadamente 47% da Améri-
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA: ca do Sul. Fica totalmente localizado no Hemisfério Ocidental, e
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA; dividido entre os Hemisférios Norte e Sul (7% e 93%, respectiva-
ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA. mente).
Grande parte do país está localizada na Zona Intertropical
(mais de 90%). O restante está localizado ao Sul do Trópico de
Capricórnio, na Zona Temperada Sul.
Brasil: Formação Territorial O Brasil possui aproximadamente 4.300 Km de distância, tan-
to nos entre os extremos Leste/Oeste como nos extremos Norte/
O espaço brasileiro é resultado de uma sucessão/acumulação Sul, sendo considerado, portanto, um país equidistante.
de tempos históricos. Somam-se, por exemplos, dinâmicas asso- O Brasil possui cerca de 15.700 Km de fronteiras terrestres.
ciadas à maciça ocupação litorânea e, mais tarde, à interiorização Excetuando Chile e Equador, o Brasil faz fronteira com todos os
da ocupação do território. demais países da América do Sul.

Didatismo e Conhecimento 17
GEOGRAFIA
Com relação às fronteiras marítimas, o Brasil possui cerca de 7.360 Km. Desde a Foz do Rio Oiapoque (Norte) até a Barra do Arroio
Chuí (Sul). No litoral, o Brasil tem acesso a uma ZEE (Zona Econômica Exclusiva (aproximadamente 4,3 milhões de km2 em mar aberto)).
O Brasil possui algumas ilhas oceânicas na composição de seu território. São elas: Atol das Rocas, Trindade e Martim Vaz, Arquipé-
lagos de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo.
Com relação aos fusos-horários, o Brasil possui, a partir de 2008, três fusos (-2, -3 e -4 GMT), conforme ilustra o mapa a seguir:

Divisão Político-Administrativa do Brasil

A divisão política e administrativa do Brasil nem sempre foi a mesma, baseada nos mesmos critérios. Do século XVI ao século XX,
o país teve diversos arcabouços político-administrativos: donatarias, as capitanias hereditárias, as Províncias e finalmente os Estados, os
Distritos e os municípios. O quadro a seguir mostra momentos distintos:

Didatismo e Conhecimento 18
GEOGRAFIA
Atualmente, segundo o IBGE, o Brasil está dividido com base A seguir, alguns dados do IBGE com base no Censo de 2010:
na seguinte estrutura:
• Distrito Federal: é a unidade onde tem sede o Governo
Federal, com seus poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo;
• Estados: em número de 26, constituem as unidades de
maior hierarquia dentro da organização político-administrativa do
País. A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Ca-
pital;
• Mesorregião: uma área individualizada em uma Unida-
de da Federação, que apresenta formas de organização do espaço
geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o processo social,
como determinante, o quadro natural, como condicionante e, a
rede de comunicação e de lugares, como elemento da articulação
espacial. Estas três dimensões possibilitam que o espaço delimita-
do como mesorregião tenha uma identidade regional. Esta identi-
dade é uma realidade construída ao longo do tempo pela sociedade
que ali se formou.
Criadas pelo IBGE são utilizadas apenas para fins estatísticos.
Não se constituem em entidades político-administrativas autôno-
mas.
• Microrregiões foram definidas como parte das mesor-
regiões que apresentam especificidades quanto à organização do
espaço. Essas especificidades não significam uniformidade de atri-
butos, nem conferem às microrregiões autossuficiência e tampou-
co o caráter de serem únicas, devido à sua articulação a espaços
maiores, quer à mesorregião, à Unidade da Federação, quer à to-
talidade nacional. Essas especificidades se referem à estrutura de
produção: agro-pecuária, industrial, extrativismo mineral ou pes-
ca. Essas estruturas de produção diferenciadas podem resultar da
presença de elementos do quadro natural ou de relações sociais e
econômicas particulares.
• Municípios: os municípios constituem as unidades de
menor hierarquia dentro da organização político-administrativa do
Brasil. A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem
a categoria de cidade;
• Distritos: são unidades administrativas dos municípios.
A localidade onde está sediada a autoridade distrital, excluídos os
distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila.
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL

A organização político administrativa da República Federati-


va do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal, e
os Municípios, todos autônomos, nos termos tratados pela vigente
Constituição Federal.
Considera-se estrutura político-administrativa do Estado, ou
organização nacional, aquilo que corresponde aos princípios e
linhas mestras, traçadas pela respectiva Constituição, no que diz
respeito à forma daquele (ou seja: Estados simples, compostos,
federação, confederação), aos seus poderes políticos instituídos,
como órgãos da soberania nacional (Poder Legislativo, Poder Exe-
cutivo e Poder Judiciário), com a definição de suas competências,
e à sua divisão territorial, em subunidades (in Orlando Soares).
A Constituição Federal de 1988 adotou como forma de Estado
o federalismo, que no entendimento do professor Dalmo de Abreu
Dallari (in Elementos de Teoria Geral do Estado) é uma aliança ou
a união de Estados, baseada em uma Constituição onde os Estados
que ingressam na Federação perdem sua soberania no momento do
ingresso, preservando, contudo, uma autonomia política limitada.

Didatismo e Conhecimento 19
GEOGRAFIA
UNIÃO (todo o território nacional): Pessoa jurídica de direi- Rege-se por Lei Orgânica Municipal (após a Constituição Fe-
to público (caráter internacional) que representa o Estado fede- deral de 1988, cada município tem a sua – LOM = Lei Orgânica),
ral brasileiro em oposição às unidades que integram a Federação, uma espécie de Constituição Municipal, que está sob o ordena-
chamadas de Estados. A União tem suas competências, seus bens, mento da Constituição do Estado respectivo. Tem o Poder Legis-
e responde pela integridade nacional, intervindo nos Estados ou lativo Municipal que é exercido pela Câmara Municipal e o Poder
no Distrito Federal para mantê-la. É autônoma e soberana. Tem Executivo Municipal que é exercido pelo Prefeito e seus auxiliares.
interesse nacional e internacional, pois representa a totalidade dos O Município não possui o Poder Judiciário (Estadual e Federal).
Estados brasileiros (tem personalidade jurídica), razão de ser so- Compete ao Município legislar sobre assuntos de interesse
berana. Perante aos outros sós ela tem competência constitucional local, suplementar à legislação federal e estadual no que couber,
para agir em nome da República Federativa do Brasil (pessoa jurí- além de uma série de outras atribuições. Por fim, a partir da Cons-
dica de Direito Internacional). Para o professor Pontes de Miranda tituição de 1988, o Município alcançou posição de destaque no
(in Comentários à Constituição) “União é o todo, é ordem geral, contexto político-constitucional brasileiro, galgando o “status” de
o Estado brasileiro”. Por fim, a palavra União, escrita com letra entidade componente da República Federativa do Brasil, junta-
maiúscula, aparece como entidade essencialmente federativa, ao mente com a União, os Estados e o Distrito Federal.
lado daquelas que integram o organismo político-administrativo
do Estado brasileiro. DISTRITO FEDERAL: Antigo município neutro, hoje sede
do governo federal. Não é Estado e não é Município (É vedada sua
divisão em municípios). Localizado no planalto central do país, é a
ESTADOS-MEMBROS (INTERESSE – ÁREA - REGIO-
Capital da República (instalada em 21 de abril de 1960), Brasília.
NALIZADO): A autonomia dos Estados-membros caracteriza-se
Sua autonomia está reconhecida no vigente texto constitucio-
pela denominada tríplice capacidade: nal. É regido por Lei Orgânica própria, sendo que sua capacidade
Primeira capacidade = AUTO-ORGANIZAÇÃO de auto-organização, efetiva-se mediante a elaboração de sua lei
Segunda capacidade = ⇒ Através do exercício de seu poder orgânica que definirá: os princípios básicos da organização dessa
constituinte derivado, consubstanciando-se na elaboração de suas unidade federada, sua competência e seus poderes governamen-
Constituições Estaduais respeitando a Constituição Federal; tais.
O Distrito Federal tem autonomia político-administrativa li-
AUTO-GOVERNO mitada. Elege governador e vice e deputados distritais.
Terceira capacidade = ⇒ Tendo em vista que é o próprio povo
do Estado (regional) quem escolhe e de forma direta (eleições) os TERRITÓRIO: É uma parte determinada do globo terrestre
seus representantes para o Poder Legislativo (deputados estaduais) (base física) na qual um Estado exerce a sua soberania.
e para o Poder Executivo (governadores), sem qualquer vínculo É patrimônio sagrado e inalienável do povo. É o espaço certo e
(de subordinação) com a União; delimitado onde se exerce o poder de governo sobre os indivíduos.
Daí se concluir que o conceito possui conteúdo de natureza
AUTO-ADMINISTRAÇÃO política não se reduzindo ao significado geográfico. Compreende
⇒ Surge quando do exercício de suas competências adminis- o território: a superfície terrestre, o supra solo, o sub solo, mar ter-
trativas, legislativas e tributárias definidas constitucionalmente ritorial e onde houver em funcionamento uma repartição pública
(determina sua competência). nacional (artigo 33 da Constituição Federal). Obs.: Os territórios
Ainda, para simples conhecimento, aproveitamos da unidade federais integram a União e sua criação, transformação em Estado
que estamos trabalhando, para conceituar (em negrito) o Estado ou reintegração ao Estado de origem serão regulados em lei com-
(no sentido geral) e os seus elementos (trabalhados dentro de pa- plementar (artigo18, §2º, Constituição Federal).
rênteses) necessários e formadores (constitutivos do Estado): É a
sociedade necessária (aquela que preexiste ao nascer do homem: Fonte: http://www.profbruno.com.br/01%20INTRODU-
família, religião e política) em que se observa o exercício de CAO%20ESTUDO%20DIREITO%20-%20IED/RES%2007a%20
um governo (conjunto das funções pelas quais, no Estado, é AULA%20-%20ORGANIZA%C7%C3O%20POL%CDTICA%20
ADMINISTRATIVA.pdf
assegurada a ordem jurídica) dotado de soberania (autoridade su-
perior que não pode ser limitada por nenhum outro poder) a exer-
cer seu poder sobre uma população (sem essa substância humana DINÂMICA DA POPULAÇÃO
não há que cogitar da formação ou existência do Estado), num BRASILEIRA (FLUXOS MIGRATÓRIOS,
determinado território (base física onde ocorre a validade da sua ÁREAS DE CRESCIMENTO E DE PERDA
ordem jurídica), onde cria e fiscaliza (Poder Legislativo), onde POPULACIONAL).
executa e administra (Poder Executivo) aplica e faz cumprir seu
ordenamento jurídico (Poder Judiciário), visando o bem comum
(sua finalidade).

MUNICÍPIO (INTERESSE – ÁREA – LOCALIZADO): En- População Brasileira – aspectos iniciais


tidade jurídica de direito público interno, integrante da federação,
resultante da divisão territorial administrativa (anteriormente era População é o conjunto de pessoas que residem em determi-
criado e organizado pelo Estado) do país, com autonomia política, nado território, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou
administrativa e financeira (capacidade e poder para gerir os pró- mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segunda
prios negócios de interesse local). sua religião, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), ati-

Didatismo e Conhecimento 20
GEOGRAFIA
vidade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e do em trabalhos não assistidos por leis, muitos em condições ina-
suas condições de vida retratados através de indicadores sociais, dequadas. Os especialistas discutem que o Brasil precisa de um
como taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índi- maior controle fronteiriço, regularizando a entrada desses imigran-
ces de analfabetismo, participação na renda, etc. tes e garantindo, se for o caso de incentivar tais fluxos, condições
O Brasil, em 2013, ultrapassou a casa dos 200 milhões de ha- mais dignas de vida e trabalho.
bitantes. (aproximadamente 201 milhões). É um país populoso, o Com relação aos fluxos migratórios internos, alguns aspectos
quinto maior do planeta, porém, não é densamente povoado (den- merecem destaque:
sidade demográfica de aproximadamente 23,6 hab/km2. Segundo • A grande concentração de pessoas no Nordeste Brasileiro
o IBGE, o país tem atualmente 201,032 milhões de habitantes, ao longo do Período Colonial deve-se à forte dinâmica da cultura
contra 199,242 milhões em 2012, um crescimento de cerca de 1 açucareira na época;
por cento. Em 2000, a população brasileira era de 177,448 milhões • A descoberta de ouro na região das Minas, no século
de habitantes. XVIII, somada ao declínio da cultura canavieira, fez com que o
Nordeste passasse por um processo de repulsão populacional (per-
O Brasil e a entrada de imigrantes da de população);
• O Nordeste também perdeu muita população para o Su-
Antes da colonização, a população do atual território brasilei- deste, sobretudo pela atração econômica gerada pelo crescimento
de cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro;
ro era, segundo estimativas, de dois a cinco milhões de índios, per-
• O Sul do Brasil apresenta marcantes características dos
tencentes a vários grupos. Os grupos mais numerosos, e que ocu-
imigrantes europeus (italianos, alemães, eslavos etc.), fruto de um
pavam as maiores extensões territoriais, eram o jê e o tupi-guarani.
modelo de ocupação baseado em pequenas propriedades e volta-
A partir da colonização, a população indígena passa a convi- das ao consumo interno; Atualmente, é grande o número de su-
ver com dois novos grupos no território, no caso, os portugueses listas que migram para o Centro-Oeste e Norte, no processo de
enquanto colonizadores e os negros africanos sob a condição (ma- expansão da fronteira agrícola brasileira;
joritariamente) de mão de obra escrava. • Apesar de serem as menores regiões em população no
O início oficial da imigração no Brasil ocorreu em 1808, com Brasil, o Norte (quarta menor) e o Centro-Oeste (quinta menor)
a assinatura, por D. João VI, de um decreto que permitia a posse são as regiões que proporcionalmente mais crescem no Brasil. Isso
de terra por estrangeiro. Quando esse decreto foi assinado, o Brasil se deve, entre outros aspectos, pela expansão da frente pioneira, o
tinha 1,2 milhão de brancos e 2 milhões de negros. avanço da fronteira agrícola, a construção de Brasília, a dispersão
Apesar da imigração livre e oficial ter se iniciado em 1808, de empresas em busca de novos fatores locacionais etc.
poucos imigrantes entraram no Brasil até 1850. O elevado contin- A figura comentada a seguir apresenta informações sobre as
gente de escravos e a facilidade do tráfico negreiro desestimularam migrações mais recentes no Brasil:
a vinda de imigrantes.
De fato, foi somente a partir de 1850, com a proibição do trá-
fico negreiro e a expansão da cafeicultura e principalmente a partir
de 1888 (Abolição da Escravatura) que a imigração se intensificou.
No período de 1808 a 1980, o Brasil recebeu cerca de 5,5 mi-
lhões de imigrantes, dos quais cerca de 4,2 milhões permanecem
no país.
O principal motivo da não-fixação definitiva de 1,3 milhão
de imigrantes foi o contraste entre a propaganda enganosa que o
Brasil fazia no exterior para atrair o imigrante e as reais condições
de vida e de trabalho que o imigrante encontrava no país.
De acordo com a nacionalidade, os cinco grupos mais nume-
rosos de imigrantes que entraram no Brasil até o final dos anos
2000 foram, pela ordem: portugueses, italianos, espanhóis, ale-
mães e japoneses.
O primeiro mapa (A) mostra a repulsão populacional da Re-
Atualmente, o cenário imigração/emigração apresenta infor-
gião Nordeste com destino ao Sudeste Brasileiro, sobretudo por
mações importantes. A crise econômica a partir de 2008 gerou gra- conta do crescimento urbano-industrial de cidades como Rio de
ves problemas econômicos em diversos países que constantemente Janeiro e São Paulo; Já o segundo mapa (B) mostra que a repul-
recebiam brasileiros, como Japão, EUA e diversos da Europa. Essa são populacional do Nordeste persiste, mas com a ampliação dos
dificuldade em conseguir empregos e salários esperados fez com destinos (Sudeste e, também, Centro-Oeste e Nordeste), além de
que o fluxo de brasileiros para o exterior reduzisse significativa- mostrar a existência de fluxos populacionais do Sul e Sudeste para
mente. o Centro-Oeste e Norte do Brasil (expansão da fronteira agrícola e
Ademais, o Brasil passou a receber um fluxo significativo de da urbanização), fato que se acentua na terceira imagem (mapa C).
imigrantes. Destaque para imigrantes de países da própria Amé-
rica do Sul, como bolivianos e paraguaios. Ainda, um assunto de População Economicamente Ativa e Inativa no Brasil
bastante destaque na mídia atualmente é a entrada de imigrantes Quanto à questão da produção ou do trabalho, a população de
haitianos, que fogem das condições sociais complexas em seu país. um país pode ser dividida inicialmente, em dois principais grupos:
Ressalta-se que esses imigrantes (haitianos, bolivianos, paraguaios a população economicamente ativa e a população economicamen-
etc.) por diversas vezes fazem parte de fluxos clandestinos, atuan- te não ativa.

Didatismo e Conhecimento 21
GEOGRAFIA
A população economicamente ativa é a parcela que compreen-
de as pessoas que exercem atividades extra domésticas e remune-
radas.
A população não economicamente ativa é a parcela que não
exerce atividade remunerada ou que não está empenhada na pro-
cura de trabalho remunerado, como crianças, estudantes, donas-
-de-casa etc.
No Brasil, a participação da população economicamente é
crescente, mas ainda inferior à de muitos países desenvolvidos.
De acordo com a atividade que exerce, a população ativa é
classificada nos seguintes setores:
- Primário: abrange as seguintes atividades: agricultura, pe-
cuária, silvicultura, caça e pesca.
- Secundário: abrange as seguintes atividades: indústrias de
transformação, construção civil e extração mineral complexa.
A pirâmide 1 mostra uma base mais estreita, o que mostra um
- Terciário: abrange diversas atividades relacionadas à pres-
número menor de jovens, quando comparada com a pirâmide 2,
tação de serviços e comércio, tais como: lojas, bancos, funciona-
que possui uma base bem mais larga. Por um outro lado, o topo
lismo público, atividades liberais, transportes, comunicação, edu-
cação etc. da pirâmide 1 é mais largo que o da pirâmide 2, mostrando que no
Aqui é importante considerar que quanto maior o nível do país representado por ela é maior o número de idosos. O que se
atraso sócio-econômico de um país, maior é a população ativa no pode concluir? A pirâmide 1 mostra a presença de uma população
setor primário. À medida que o país vai se industrializando e se com menor taxa de natalidade, mas com maior expectativa de vida,
urbanizando, vão aumentando os ativos nos setores secundário e exatamente o oposto da realidade representada pela pirâmide 2.
terciário. A partir do entendimento das pirâmides, é possível perceber
Nos países subdesenvolvidos é muito comum o fenômeno do as características das populações representadas e algumas situa-
inchaço do terciário. Trata-se de um crescimento exagerado ou ir- ções que merecem destaque: uma sociedade com baixa taxa de
real deste setor, pois na verdade a população nele empregada não natalidade consegue repor satisfatoriamente sua população econo-
corresponde ao seu crescimento real – muitas estão empregadas micamente ativa? Ela também consegue garantir com qualidade
ou subempregadas mas poucas de fato trabalhando. O Brasil se os serviços de previdência social? E a sociedade representada pela
encaixa de certa forma nessas condições. pirâmide 2, quais são os problemas sociais que levam a uma redu-
Nesses países, o intenso êxodo rural não foi acompanhado por zida expectativa de vida? Por quê as mulheres geram tantos filhos?
uma oferta de empregos equivalente. Além disso, como a ativida- São questões que podem ser estudadas a partir dessas pirâmides.
de industrial é geralmente restrita e não elástica, as indústrias não Algumas sociedades estão em um momento de transição entre
absorvem os grandes contingentes de migrantes. as realidades das pirâmides 1 e 2. É o caso da sociedade brasileira,
Se dividirmos a população ativa por setores econômicos, ve- que apresenta uma redução na natalidade e um aumento na expec-
remos que uma grande maioria está no setor Terciário, existindo tativa de vida. A pirâmide a seguir representa a sociedade brasilei-
um equilíbrio entre a população do setor Primário e do setor Se- ra em dois momentos, representando essa transição:
cundário.
A população brasileira apresenta distribuição geográfica bas-
tante irregular, mostrando de início um enorme contraste entre a
fachada litorânea, onde se encontra o grosso da população, e o
interior do país, muito vasto mas fracamente povoado.
Duas razões são importantes para explicar este fato:
1 – A condição do Brasil como ex-colônia e a consequente
dependência econômica e necessidade de contato com o exterior.
2 – A concentração das principais atividades e da urbanização
na porção oriental do país (próximas à faixa litorânea).
Do ponto de vista etário costuma-se dividir a população nas
seguintes faixas: jovens (0 a 19), adultos (20 a 59) e idosos (60 ou
mais).

Estrutura da população

Quando se estuda a população, inegavelmente, é importante


compreender sua dinâmica de crescimento, ou seja, se ele cresce
mais rapidamente o mais vagarosamente, ou mesmo se ela efetiva-
mente cresce. Ainda, é importante perceber, dentro da composição
dessa população, o percentual de jovens, adultos e crianças. Essas
informações são bem visualizadas nas chamadas pirâmides etárias,
ou seja, gráficos que mostram a composição de uma população a
partir do sexo e das faixas etárias. Observe os exemplos a seguir:

Didatismo e Conhecimento 22
GEOGRAFIA
Em 2013, importantes dados foram apresentados sobre a evo- a) o planeta Terra é uma esfera dividida somente por paralelos. 
lução da dinâmica populacional brasileira. A população este ano b) na latitude de 90° N, os meridianos se encontram no pólo
ultrapassa a marca de 200 milhões de habitantes, de acordo com norte. 
estimativa IBGE divulgada em setembro, que projeta um pico po- c) as representações latitudinais e longitudinais se encontram
pulacional em 2042 antes de começar a recuar nos anos seguintes. sempre a 0°. 
O ritmo de crescimento da população vem diminuindo nos d) há um maior distanciamento entre os paralelos nas faixas
últimos anos, segundo o IBGE, devido à menor fecundidade e à mais setentrionais da Terra. 
maior esperança de vida. Com isso, a população deve atingir seu e) a dimensão territorial dos EUA e do Canadá se deforma
pico em 2042, com estimadas 228,4 milhões de pessoas. A partir devido aos meridianos e paralelos.
deste ano, haverá um processo de redução da população do país. A
redução esperada do nível de crescimento da população estará as- 02) (IFPE) Um professor do Curso de Licenciatura em Geo-
sociada, sobretudo, à queda do número médio de filhos por mulher, grafia do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) entregou aos
que vem decrescendo desde a década de 1970. seus alunos um mapa feito na escala 1:1.000.000 cuja distância em
A projeção do IBGE mostra que o número médio de filhos por linha reta entre duas cidades é de 5 cm. O professor pergunta: qual
mulher é de 1,77 em 2013. Em 2020, esse índice chegará a 1,61 filho a distância real, em km, entre as cidades?
em média por mulher, recuando para 1,5 filho em 2030, o menor a a) 10 
ser observado. Isso, também, porque as mulheres tenderão a retardar b) 20 
a chegada dos filhos. Em 2013, a média gira em torno dos 26,9 anos. c) 50 
Pelas projeções, atingirá 28 anos em 2020 e 29,3 anos em 2030. d) 500 
A esperança de vida ao nascer atingiu 71,2 anos para homens e) 5.000
e 74,8 para mulheres em 2013. Em 2060, espera-se um significa-
tivo aumento (77,8 anos para homens e de 81 anos para mulheres, 03)(UFRO) Sobre aspectos cartográficos, assinale a afirmati-
configurando um ganho médio de 6,6 anos de vida para homens e va correta.
de 6,2 anos para mulheres). a) As elevações do relevo são representadas por linhas iso-
Segundo o IBGE, a caracterizada transição demográfica altera báricas que ligam pontos ou cotas de igual altitude em intervalos
significativamente a estrutura etária da população. A queda da fe- iguais.
cundidade, acompanhada do aumento na expectativa de vida, vem b) O elemento que estabelece a relação ou a proporção entre
provocando um envelhecimento acelerado da população brasileira, a dimensão real de um lugar e sua representação no mapa é deno-
representado pela redução da proporção de crianças e jovens, fren- minado escala.
te a um aumento na proporção de idosos na população. c) Uma escala pequena (1/2.000 ou 1/10.000) é utilizada para
Após atingir o pico em 2042, o IBGE projetou que em 2060 os mapas de áreas urbanas, uma escala grande (1/1.000.000 ou
a população brasileira recuará para 218,173 milhões de pessoas, 1/50.000.000) para os de áreas de estados, países, continentes ou
mesmo o mapa-múndi.
sendo 106,1 milhões de homens e 112 milhões de mulheres.
d) Os mapas temáticos tratam de temas específicos como re-
levo, clima, solo, hidrografia, sem abordar temas econômicos, po-
QUESTÕES
líticos e sociais.
e) Uma escala gráfica é representada sob a forma de uma ra-
01) (PUCRJ) Observando-se a projeção cartográfica apresen-
zão (1:50.000) ou de uma proporção (1/50.000), uma numérica se
tada, conclui-se que:
expressa por meio de uma linha reta graduada.

04)(FGV-SP) A urbanização - o aumento da parcela urbana


na população total - é inevitável e pode ser positiva. A atual con-
centração da pobreza, o crescimento das favelas e a ruptura social
nas cidades compõem, de fato, um quadro ameaçador. Contudo,
nenhum país na era industrial conseguiu atingir um crescimento
econômico significativo sem a urbanização. As cidades concen-
tram a pobreza, mas também representam a melhor oportunidade
de se escapar dela.
Situação da População Mundial 2007: desencadeando o po-
tencial de crescimento urbano. Fundo de População das Nações
Unidas (UNFPA), 2007, p. 1.

Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação coerente


com os argumentos do texto:
a) No mundo contemporâneo, os governos devem substituir
políticas públicas voltadas ao meio rural por políticas destinadas
ao meio urbano.
b) A urbanização só terá efeitos positivos nas economias mais
pobres se for controlada pelos governos, por meio de políticas de
restrição ao êxodo rural.

Didatismo e Conhecimento 23
GEOGRAFIA
c) A concentração populacional em grandes cidades é uma das III. É a terceira região mais populosa, mas é a de menor rit-
principais causas da disseminação da pobreza nas sociedades con- mo de crescimento populacional do país, principalmente por mu-
temporâneas. dança no comportamento reprodutivo e por migrações para outras
d) Nos países mais pobres, o processo de urbanização é res- regiões.
ponsável pelo aprofundamento do ciclo vicioso da exclusão eco- Está(ão) correta(s)
nômica e social. a) apenas I.
e) Os benefícios da urbanização não são automáticos, pois há b) apenas II.
necessidade da contribuição das políticas públicas para que eles c) apenas III.
se realizem. d) apenas I e II.
e) I, II e III.
05)(FGV) O bioma, que ocupa 22% do território brasileiro,
já perdeu quase 1 milhão de quilômetros quadrados, cerca de 08) (Ufam) Os maiores centros industriais da região Nordeste
48% de sua cobertura total. Somente entre 2002 e 2008, foram são:
des- matados 85 075 quilômetros quadrados, segundo dados do a) Recife, Maceió e São Luís.
Ministério do Meio Ambiente. Em todo o bioma, a expansão das b) João Pessoa, Maceió e Salvador.
lavouras de cana-de-açúcar e de soja, além da produção de car- c) São Luís, Natal e Teresina.
vão e das queimadas (naturais ou provocadas), são os principais d) Fortaleza, Salvador e Recife.
fatores de desmatamento. A pecuária também tem contribuição e) Salvador, Fortaleza e João Pessoa.
significativa para a sua destruição, principalmente por causa do
modelo de produção extensivo, que chega a destinar mais de um 09) (UECE) Analise as seguintes afirmações que tratam do
hectare para cada boi. processo de industrialização no Brasil.
(http://noticias.ambientebrasil.com.br/clip- I. No governo de Getúlio Vargas, foram criadas determina-
ping/2010/09/16/60444-) das condições de infraestrutura necessárias para a industrialização
brasileira.
O texto refere-se II. O governo de Juscelino Kubitschek priorizou a construção
a) à caatinga.  de rodovias e obras para geração de energia.
b) à mata atlântica.  III. A década de 1990 foi marcada pela globalização da econo-
c) ao cerrado.  mia e pela consolidação do Brasil como grande produtor e expor-
d) ao pantanal. 
tador de tecnologia.
e) aos campos.
Está correto o que se afirma em
a) III
06)(UNIOESTE)  Sobre o domínio de vegetação formado
b) I e II
pela Mata Atlântica, assinale a alternativa correta.
c) II
a) A floresta atlântica é fisionomicamente semelhante ao do-
d) I e III
mínio de vegetação do cerrado.
e) I
b) Em toda sua extensão de abrangência a rede hidrográfica
caracteriza-se pela predominância de rios intermitentes e sazo-
nais. 10) (Espcex (Aman) 2013) “A agricultura é hoje o maior ne-
c) Originalmente, antes de ter a maior parte de sua área de- gócio do país. (...) Apenas [em 2005], a cadeia do agronegócio
vastada, o território ocupado por esse tipo de vegetação estendia- gerou um Produto Interno Bruto de 534 bilhões de reais.”
-se da faixa litorânea da região sul até a fronteira com a Bolívia, (Faria, 2006 in: Terra, Araújo e Guimarães, 2009).
dominando a paisagem do centro-oeste brasileiro.
d) Desenvolve-se predominantemente em áreas de baixo ín- A atual expansão da agricultura e do agronegócio no Brasil
dice pluviométrico e de solo arenoso. deve-se, entre outros fatores ao(à)
e) Apesar da redução significativa de sua área de abrangên- a) forte vinculação da agricultura à indústria, ampliando a
cia, ao longo de séculos de ocupação, ainda destaca-se pela gran- participação de produtos com maior valor agregado no valor das
de biodiversidade encontrada por hectare nos fragmentos de mata exportações brasileiras, como os dos complexos de soja e do setor
preservados. sucroalcooleiro.
b) expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste e na Ama-
07) A Região Sul diferencia-se das demais regiões brasileiras zônia e ao emprego intensivo de mão de obra no campo, nessas
por suas características naturais, políticas e populacionais, entre áreas, determinando o aumento da produtividade agrícola.
outras. c) difusão de modernas tecnologias e técnicas de plantio na
Pode(m)-se, então, afirmar:  maioria dos estabelecimentos rurais do País, contribuindo para a
I. Tem grande importância geopolítica, pois é uma região de expansão das exportações brasileiras.
fronteiras com Argentina, Uruguai e Paraguai, favorecendo o in- d) modelo agrícola brasileiro, pautado na policultura de ex-
tercâmbio comercial e cultural. portação e na concentração da propriedade rural.
II. A unidade de relevo mais importante é o Planalto da Bacia e) Revolução Verde, que, disseminada em larga escala nas
do Paraná, de origem vulcânica, drenado por afluentes da margem pequenas e médias propriedades do País, incentivou a agricultura
esquerda dos rios Paraná e Uruguai. voltada para os mercados interno e externo.

Didatismo e Conhecimento 24
GEOGRAFIA
Gabarito:
01-B
02-C
03-B
04-E
05-C
06-E
07-E
08-D
09-B
10-A

Didatismo e Conhecimento 25
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
P termo “propriedade P que caracteriza os elementos de um
CONJUNTOS: OPERAÇÕES E conjunto A” significa que, dado um elemento x qualquer temos:
PROBLEMAS COM CONJUNTOS. Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a
propriedade P é indicado por:
{x, tal que x tem a propriedade P}

Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou ainda
Conjuntos :, podemos indicar o mesmo conjunto por:
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda,
É uma reunião, agrupamento de pessoas, seres ou objetos. Dá {x : x tem a propriedade P}
a ideia de coleção.
Exemplos
Conjuntos Primitivos
- { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u}
Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são - {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que
primitivos, ou seja, não são definidos. {0, 1, 2, 3}
Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma porção - {x : x em um número inteiro e x2 = x } é o mesmo que {0, 1}
de livros são todos exemplos de conjuntos.
Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm elementos. Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-Euler
Um elemento de um conjunto pode ser uma banana, um peixe ou consiste em representar o conjunto através de um “círculo” de tal
forma que seus elementos e somente eles estejam no “círculo”.
um livro. Convém frisar que um conjunto pode ele mesmo ser
elemento de algum outro conjunto. Exemplos
Por exemplo, uma reta é um conjunto de pontos; um feixe de - Se A = {a, e, i, o, u} então
retas é um conjunto onde cada elemento (reta) é também conjunto
(de pontos).
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras maiúsculas A,
B, C, ..., X, e os elementos pelas letras minúsculas a, b, c, ..., x, y,
..., embora não exista essa obrigatoriedade.
Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados por
letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de pontos) por
letras minúsculas.
Outro conceito fundamental é o de relação de pertinência que
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então
nos dá um relacionamento entre um elemento e um conjunto.

Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos x ∈ A


Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.

Se x não é um elemento de um conjunto A, escreveremos x


∉A
Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.
Conjunto Vazio
Como representar um conjunto
Conjunto vazio é aquele que não possui elementos. Representa-
Pela designação de seus elementos: Escrevemos os elementos se pela letra do alfabeto norueguês 0/ ou, simplesmente { }.
entre chaves, separando os por vírgula. Simbolicamente: ∀ x, x ∉ 0/

Exemplos Exemplos

- {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3, 6, - 0/ = {x : x é um número inteiro e 3x = 1}


7 e 8. - 0/ = {x | x é um número natural e 3 – x = 4}
{a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, b e m. - 0/ = {x | x ≠ x}
{1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1, {2;
3} e {3}. Subconjunto

Pela propriedade de seus elementos: Conhecida uma Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é também
propriedade P que caracteriza os elementos de um conjunto A, este elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B ou A é a
fica bem determinado. parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos por A ⊂ B.

Didatismo e Conhecimento 1
MATEMÁTICA
Simbolicamente: A ⊂ B ⇔ ( ∀ x)(x ∈ ∀ ⇒ x ∈ B) Conjunto das partes

Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto de B Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto
ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B. formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo
Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo menos, conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes) de A
um elemento de A que não é elemento de B. e é indicado por P(A).
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ( ∃ x)(x ∈ A e x ∉ B) Simbolicamente: P(A)={X | X ⊂ A} ou X ⊂ P(A) ⇔ X ⊂
A
Exemplos
Exemplos
- {2 . 4} ⊂ {2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4} a) = {2, 4, 6}
- {2, 3, 4} ⊄ {2, 4}, pois 3 ∉ {2, 4} P(A) = { 0/ , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
- {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈ {5, 6} e 6 ∈ {5, 6}
b) = {3,5}
Inclusão e pertinência P(B) = { 0/ , {3}, {5}, B}

A definição de subconjunto estabelece um relacionamento c) = {8}


entre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão ( ⊂ ). P(C) = { 0/ , C}
A relação de pertinência ( ∈ ) estabelece um relacionamento
d) = 0/
entre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da
P(D) = { 0/ }
relação de inclusão.
Simbolicamente Propriedades
x ∈ A ⇔ {x} ⊂ A
x ∉ A ⇔ {x} ⊄ A Seja A um conjunto qualquer e 0/ o conjunto vazio. Valem as
seguintes propriedades
Igualdade

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e


0/ ≠( 0/ ) 0/ ∉ 0/ 0/ ⊂ 0/ 0/ ∈ { 0/ }
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B é 0/ ⊂ A ⇔ 0/ ∈ P(A) A ⊂ A ⇔ A ∈ P(A)
também subconjunto de A.
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e,
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale, portanto, P(A) possui 2n elementos.
segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B ⊂ A.
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e somente União de conjuntos
se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A ≠ B A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto formado
se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é subconjunto por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Representa-se
de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou B ⊄ A por A ∪ B.
Simbolicamente: A 4 ∉ BN= {X | X ∈ A ou X ∈ B}
Exemplos

- {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto


nos mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve
ser levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto
fica determinado pelos elementos que o mesmo possui e não pela
ordem em que esses elementos são descritos.
- {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} ⊂ {2,4} e {2,4} ⊂
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é Exemplos
desnecessária.
- {2,3} ∪ {4,5,6}={2,3,4,5,6}
- {a,a} = {a}
- {2,3,4} ∪ {3,4,5}={2,3,4,5}
- {a,b = {a} ⇔ a= b - {2,3} ∪ {1,2,3,4}={1,2,3,4}
- {1,2} = {x,y} ⇔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1) - {a,b} ∪ φ {a,b}

Didatismo e Conhecimento 2
MATEMÁTICA
Intersecção de conjuntos b) Podemos ampliar a relação do número de elementos para
três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por
todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. Observe o diagrama e comprove.
Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {X | X ∈ A
ou X ∈ B}

Exemplos

- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3}
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3}
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ

Observação: Se A ∩ B= φ , dizemos que A e B são conjuntos


disjuntos.

Subtração

A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado


por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Representa-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X ∈ A e
X ∉ B}

Número de Elementos da União e da Intersecção de


Conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo,


podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de
elementos.

O conjunto A – B é também chamado de conjunto


complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Simbolicamente: CAB = A - B{X | X ∈ A e X ∉ B}

Exemplos

- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ

- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}
Note que ao subtrairmos os elementos comuns
evitamos que eles sejam contados duas vezes. - A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Observações: Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito de
completar de B em relação a A somente nos casos em que B ⊂ A.
a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um - Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto complementar
deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A ⇔ B = A – B =
verdadeira.
CAB`

Didatismo e Conhecimento 3
MATEMÁTICA
De acordo com o enunciado temos:

n( B ∪ D) = n( B) + n( D) = 9 + y = 42 ⇔ y = 33

n( A ∪ D) = n( A) + n( B) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15

Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:
n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70
Exemplos b) O número de crianças que são meninas ou são ruivas é:

n[( A ∪ B ) ∪ ( B ∪ D )] = n( A) + n( B ) + n( D ) = 15 + 9 + 33 = 57
Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:
a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6}
b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2}
c) C = φ ⇒ C = S Questões

1 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-


Número de elementos de um conjunto
NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma cidade,
13 dele não se inscreveram nas comissões de Educação, Saúde e
Sendo X um conjunto com um número finito de elementos, Saneamento Básico. Sete dos vereadores se inscreveram nas três
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda, comissões citadas. Doze deles se inscreveram apenas nas comis-
A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos sões de Educação e Saúde e oito deles se inscreveram apenas nas
temos: comissões de Saúde e Saneamento Básico. Nenhum dos vereado-
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B) res se inscreveu em apenas uma dessas comissões. O número de
A ∩ B= φ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B) vereadores inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
n(A -B)=n(A)-n(A ∩ B) A) 15.
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B) B) 21.
C) 18.
Resolução de Problemas D) 27.
E) 16.
Exemplo:
2 – (TJ-SC) Num grupo de motoristas, há 28 que dirigem au-
Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças ruivas,
tomóvel, 12 que dirigem motocicleta e 8 que dirigem automóveis
13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergunta-se
e motocicleta. Quantos motoristas há no grupo?
a) quantas crianças existem na escola?
A) 16 motoristas
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas
B) 32 motoristas
C) 48 motoristas
D) 36 motoristas

3 – (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos


46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15 deles
também estão aptos para classificar processos e os demais estão
aptos para atender ao público. Há outros 11 técnicos que estão
aptos para atender ao público, mas não são capazes de arquivar
documentos. Dentre esses últimos técnicos mencionados, 4 deles
também são capazes de classificar processos. Sabe-se que aqueles
que classificam processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando
que todos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita-
dos anteriormente, eles somam um total de
Sejam: A) 58.
A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x B) 65.
B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9 C) 76.
C o conjunto dos meninos não ruivos e n(C) = 13 D) 53.
D o conjunto das meninas não ruivas e n(D) = y E) 95.

Didatismo e Conhecimento 4
MATEMÁTICA
4 – (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI- 8 – (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de atle- TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas, in-
tas da delegação de um país nos jogos universitários por medalha vestigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do Metrô
conquistada. Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utilizam a linha A; 94
em modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da de- pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utilizam a linha C. Uti-
lizam as linhas A e B um total de 38 pessoas, as linhas A e C um
legação desse país que ganhou uma ou mais medalhas não ganhou
total de 42 pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas; 26
mais de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De pessoas que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira, conclui-
acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse -se corretamente que o número de entrevistados que utilizam as
país ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. linhas A e B e C é igual a
A) 50.
B) 26.
C) 56.
D) 10.
E) 18.

9 – TJ/RS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-


RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando-se,
durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas do Tribunal de
Justiça, verificou-se que 16 executaram desenhos arquitetônicos,
15 prepararam croquis e 3 realizaram outras atividades. O número
de desenhistas que executaram desenho arquitetônico e prepara-
A análise adequada do diagrama permite concluir corretamen- ram croquis, nesse período, é de
te que o número de medalhas conquistadas por esse país nessa edi- A) 10.
ção dos jogos universitários foi de B) 11.
A) 15. C) 12.
B) 29. D) 13.
C) 52. E) 14.
D) 46.
E) 40. 10 - (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CETRO/2013)
Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da palavra CARRO} e B
5 – (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM = {x | x é letra da palavra CAMINHO}, é correto afirmar que A∩
B tem
SAÚDE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos que A) 1 elemento.
formam o conjunto dos múltiplos estritamente positivos do núme- B) 2 elementos.
ro 3, menores que 31? C) 3 elementos.
A) 9 D) 4 elementos.
B) 10 E) 5 elementos.
C) 11 F)
D) 12 Respostas
E) 13
1 - RESPOSTA: “C”
6 - (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM De acordo com os dados temos:
SAÚDE NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sa- 7 vereadores se inscreveram nas 3.
bendo que A ∩ B = {3}, A ∪ B = {0; 1; 2; 3; 5} e A – B = {1 ; 2}, APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já
assinale a alternativa que apresenta o conjunto B. desconsidera os que se inscreveram nos três)
A) {1; 2; 3} APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
B) {0; 3} São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões,
C) {0; 1; 2; 3; 5} pois 13 dos 43 não se inscreveram.
D) {3; 5} Portanto, 30-7-12-8=3
E) {0; 3; 5} Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.

7 – (Agente Administrativo) Em uma cidade existem duas


empresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente 70% dos es-
tudantes desta cidade utilizam a Empresa A e 50% a Empresa B.
Sabendo que todo estudante da cidade é usuário de pelo menos
uma das empresas, qual o % deles que utilizam as duas empresas?
A) 20%
B) 25%
C) 27%
D) 33%
E) 35% Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18

Didatismo e Conhecimento 5
MATEMÁTICA
2 – RESPOSTA: “B” 6 - RESPOSTA: “E”.
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}.

Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8 7 - Resposta “A”.


Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 = 32 mo-
toristas.

3 - RESPOSTA: “B”.
Técnicos arquivam e classificam: 15
Arquivam e atendem: 46-15=31 70 – 50 = 20.
classificam e atendem: 4 20% utilizam as duas empresas.
Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8
Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capazes de 8 - RESPOSTA: “E”.
classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos são aptos a
atender ao público.
Somando todos os valores obtidos no diagrama teremos:
31+15+7+4+8 = 65 técnicos.

92-[38-x+x+42-x]+94-[38-x+x+60-x]+110-[42-x+x+60-
x]+(38-x)+x+(42-x)+(60-x)+26=200
4 - RESPOSTA: “D”. 92-[80-x]+94-[98-x]+110-[102-x]+38+42-x+60-x+26=200
O diagrama mostra o número de atletas que ganharam meda- 92-80+x+94-98+x+110-102+x+166-2x=200
lhas. x+462-180=200 ➜ x+182 = 200 ➜ x = 200-182 ➜ x = 18
No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 por ser
2 medalhas e na intersecção das três medalhas multiplica-se por 3.
9 - RESPOSTA: “A”.
Intersecções:

Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46
16-x+x+15-x+3=24 ➜ x+34 = 24 ➜ -x = 24-34 ➜ -x = -10,
como não existe variável negativa neste caso multiplica-se por (-1)
5 -RESPOSTA: “B”.
ambos os lados , logo x = 10.
Se nos basearmos na tabuada do 3 , teremos o seguinte con-
junto 10 - RESPOSTA: “B”.
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30} Como o conjunto A é dado pelas vogais: A={A,O}, e B é dado
10 elementos. pelas letras : B={ C,A,M,I,N,H,O}, portanto A∩ B={A,O}

Didatismo e Conhecimento 6
MATEMÁTICA
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números
CONJUNTOS DOS NÚMEROS NATURAIS, naturais pares. Embora uma sequência real seja outro objeto ma-
INTEIROS, RACIONAIS, REAIS E SUAS temático denominado função, algumas vezes utilizaremos a deno-
OPERAÇÕES. REPRESENTAÇÃO NA RETA. minação sequência dos números naturais pares para representar o
conjunto dos números naturais pares: P = { 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números
naturais ímpares, às vezes também chamados, a sequência dos nú-
Números Naturais meros ímpares. I = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}

O conjunto dos números naturais é representado pela letra Operações com Números Naturais
maiúscula N e estes números são construídos com os algarismos: 0,
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são conhecidos como algarismos Na sequência, estudaremos as duas principais operações possí-
indo-arábicos. No século VII, os árabes invadiram a Índia, difundin- veis no conjunto dos números naturais. Praticamente, toda a Mate-
do o seu sistema numérico. Embora o zero não seja um número na- mática é construída a partir dessas duas operações: adição e multi-
tural no sentido que tenha sido proveniente de objetos de contagens plicação.
naturais, iremos considerá-lo como um número natural uma vez que
ele tem as mesmas propriedades algébricas que os números naturais. A adição de números naturais
Na verdade, o zero foi criado pelos hindus na montagem do sistema
posicional de numeração para suprir a deficiência de algo nulo. A primeira operação fundamental da Aritmética tem por fina-
Na sequência consideraremos que os naturais têm início com o lidade reunir em um só número, todas as unidades de dois ou mais
número zero e escreveremos este conjunto como: N = { 0, 1, 2, 3, 4, números. Antes de surgir os algarismos indo-arábicos, as adições
5, 6, ...} podiam ser realizadas por meio de tábuas de calcular, com o auxílio
Representaremos o conjunto dos números naturais com a letra de pedras ou por meio de ábacos.
N. As reticências (três pontos) indicam que este conjunto não tem
fim. N é um conjunto com infinitos números.
Propriedades da Adição
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o conjunto
- Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é
será representado por: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ...}
fechada, pois a soma de dois números naturais é ainda um número
A construção dos Números Naturais natural. O fato que a operação de adição é fechada em N é conhecido
na literatura do assunto como: A adição é uma lei de composição
- Todo número natural dado tem um sucessor (número que vem interna no conjunto N.
depois do número dado), considerando também o zero. - Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é as-
Exemplos: Seja m um número natural. sociativa, pois na adição de três ou mais parcelas de números natu-
a) O sucessor de m é m+1. rais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos,
b) O sucessor de 0 é 1. ou seja, com três números naturais, somando o primeiro com o se-
c) O sucessor de 1 é 2. gundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, obteremos um
d) O sucessor de 19 é 20. resultado que é igual à soma do primeiro com a soma do segundo e
o terceiro. (A + B) + C = A + (B + C)
- Se um número natural é sucessor de outro, então os dois núme- - Elemento neutro: No conjunto dos números naturais, existe
ros juntos são chamados números consecutivos. o elemento neutro que é o zero, pois tomando um número natural
Exemplos: qualquer e somando com o elemento neutro (zero), o resultado será
a) 1 e 2 são números consecutivos. o próprio número natural.
b) 5 e 6 são números consecutivos. - Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é
c) 50 e 51 são números consecutivos. comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a soma, ou seja, so-
mando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo
- Vários números formam uma coleção de números naturais con- resultado que se somando a segunda parcela com a primeira parcela.
secutivos se o segundo é sucessor do primeiro, o terceiro é sucessor
do segundo, o quarto é sucessor do terceiro e assim sucessivamente. Multiplicação de Números Naturais
Exemplos:
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro
b) 5, 6 e 7 são consecutivos. número denominado multiplicando ou parcela, tantas vezes quantas
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.
são as unidades do segundo número denominadas multiplicador.
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um antecessor
Exemplo
(número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
a) O antecessor do número m é m-1. 4 vezes 9 é somar o número 9 quatro vezes: 4 x 9 = 9 + 9 + 9
b) O antecessor de 2 é 1. + 9 = 36
c) O antecessor de 56 é 55. O resultado da multiplicação é denominado produto e os núme-
d) O antecessor de 10 é 9. ros dados que geraram o produto, são chamados fatores. Usamos o
sinal × ou · ou x, para representar a multiplicação.

Didatismo e Conhecimento 7
MATEMÁTICA
Propriedades da multiplicação O número que se repete como fator é denominado base que
neste caso é m. O número de vezes que a base se repete é denomi-
- Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto N dos nado expoente que neste caso é n. O resultado é denominado po-
números naturais, pois realizando o produto de dois ou mais nú- tência. Esta operação não passa de uma multiplicação com fatores
meros naturais, o resultado estará em N. O fato que a operação de iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 43 = 4 × 4 × 4 = 64
multiplicação é fechada em N é conhecido na literatura do assunto
como: A multiplicação é uma lei de composição interna no con- Propriedades da Potenciação
junto N.
- Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3 ou mais - Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural é n,
fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o primeiro fa- denotada por 1n, será sempre igual a 1.
tor com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro núme- Exemplos:
ro natural, teremos o mesmo resultado que multiplicar o terceiro a- 1n = 1×1×...×1 (n vezes) = 1
pelo produto do primeiro pelo segundo. (m . n) . p = m .(n . p) → b- 13 = 1×1×1 = 1
c- 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
(3 . 4) . 5 = 3 . (4 . 5) = 60
- Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais existe
- Se n é um número natural não nulo, então temos que no=1.
um elemento neutro para a multiplicação que é o 1. Qualquer que
Por exemplo:
seja o número natural n, tem-se que: 1 . n = n . 1 = n → 1 . 7 = 7
.1=7 - (a) nº = 1
- Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais - (b) 5º = 1
quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, mul- - (c) 49º = 1
tiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o
mesmo resultado que multiplicando o segundo elemento pelo pri- - A potência zero elevado a zero, denotada por 0o, é carente de
meiro elemento. m . n = n . m → 3 . 4 = 4 . 3 = 12 sentido no contexto do Ensino Fundamental.

Propriedade Distributiva - Qualquer que seja a potência em que a base é o número na-
tural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1, é igual ao próprio
Multiplicando um número natural pela soma de dois números n. Por exemplo:
naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por cada uma das par-
celas e a seguir adicionar os resultados obtidos. m . (p + q) = m . p - (a) n¹ = n
+ m . q → 6 x (5 + 3) = 6 x 5 + 6 x 3 = 30 + 18 = 48 - (b) 5¹ = 5
- (c) 64¹ = 64
Divisão de Números Naturais
- Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo 1 se-
Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber guido de n zeros.
quantas vezes o segundo está contido no primeiro. O primeiro nú- Exemplos:
mero que é o maior é denominado dividendo e o outro número que a- 103 = 1000
é menor é o divisor. O resultado da divisão é chamado quociente. b- 108 = 100.000.000
Se multiplicarmos o divisor pelo quociente obteremos o dividendo. c- 10o = 1
No conjunto dos números naturais, a divisão não é fechada,
pois nem sempre é possível dividir um número natural por outro Questões
número natural e na ocorrência disto a divisão não é exata.
1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) A partir de 1º de
março, uma cantina escolar adotou um sistema de recebimento por
Relações essenciais numa divisão de números naturais
cartão eletrônico. Esse cartão funciona como uma conta corrente:
- Em uma divisão exata de números naturais, o divisor deve
coloca-se crédito e vão sendo debitados os gastos. É possível o sal-
ser menor do que o dividendo. 35 : 7 = 5 do negativo. Enzo toma lanche diariamente na cantina e sua mãe
- Em uma divisão exata de números naturais, o dividendo é o credita valores no cartão todas as semanas. Ao final de março, ele
produto do divisor pelo quociente. 35 = 5 x 7 anotou o seu consumo e os pagamentos na seguinte tabela:
- A divisão de um número natural n por zero não é possível
pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, então poderíamos
escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: n = 0 x q = 0 o que não
é correto! Assim, a divisão de n por 0 não tem sentido ou ainda é
dita impossível.

Potenciação de Números Naturais

Para dois números naturais m e n, a expressão mn é um produ-


to de n fatores iguais ao número m, ou seja: mn = m . m . m ... m .
m → m aparece n vezes

Didatismo e Conhecimento 8
MATEMÁTICA
No final do mês, Enzo observou que tinha 1ª Zona Eleitoral 2ª Zona Eleitoral
A) crédito de R$ 7,00.
João 1750 2245
B) débito de R$ 7,00.
C) crédito de R$ 5,00. Maria 850 2320
D) débito de R$ 5,00. Nulos 150 217
E) empatado suas despesas e seus créditos. Brancos 18 25
Abstenções 183 175
2 - (PREF. IMARUI/SC – AUXILIAR DE SERVIÇOS GE-
RAIS - PREF. IMARUI/2014) José, funcionário público, recebe A) 3995
salário bruto de R$ 2.000,00. Em sua folha de pagamento vem o B) 7165
desconto de R$ 200,00 de INSS e R$ 35,00 de sindicato. Qual o C) 7532
salário líquido de José? D) 7575
A) R$ 1800,00 E) 7933
B) R$ 1765,00
C) R$ 1675,00 7 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE-
D) R$ 1665,00 RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Durante um mutirão para
promover a limpeza de uma cidade, os 15.000 voluntários foram
3 – (Professor/Pref.de Itaboraí) O quociente entre dois nú- igualmente divididos entre as cinco regiões de tal cidade. Sendo
assim, cada região contou com um número de voluntários igual a:
meros naturais é 10. Multiplicando-se o dividendo por cinco e
A) 2500
reduzindo-se o divisor à metade, o quociente da nova divisão será:
B) 3200
A) 2
C) 1500
B) 5 D) 3000
C) 25 E) 2000
D) 50
E) 100 8 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE-
RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Em determinada loja, o pa-
4 - (PREF. ÁGUAS DE CHAPECÓ – OPERADOR DE gamento de um computador pode ser feito sem entrada, em 12
MÁQUINAS – ALTERNATIVE CONCURSOS) Em uma loja, parcelas de R$ 250,00. Sendo assim, um cliente que opte por essa
as compras feitas a prazo podem ser pagas em até 12 vezes sem forma de pagamento deverá pagar pelo computador um total de:
juros. Se João comprar uma geladeira no valor de R$ 2.100,00 em A) R$ 2500,00
12 vezes, pagará uma prestação de: B) R$ 3000,00
A) R$ 150,00. C) R$1900,00
B) R$ 175,00. D) R$ 3300,00
E) R$ 2700,00
C) R$ 200,00.
D) R$ 225,00.
9 – (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) O su-
cessor do dobro de determinado número é 23. Esse mesmo deter-
5 - PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE- minado número somado a 1 e, depois, dobrado será igual a
RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Ontem, eu tinha 345 boli- A) 24.
nhas de gude em minha coleção. Porém, hoje, participei de um B) 22.
campeonato com meus amigos e perdi 67 bolinhas, mas ganhei C) 20.
outras 90. Sendo assim, qual a quantidade de bolinhas que tenho D) 18.
agora, depois de participar do campeonato? E) 16.
A) 368
B) 270 10 - (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILI-
C) 365 DADE – FCC/2012) Uma montadora de automóveis possui cinco
D) 290 unidades produtivas num mesmo país. No último ano, cada uma
E) 376 dessas unidades produziu 364.098 automóveis. Toda a produção
foi igualmente distribuída entre os mercados consumidores de sete
países. O número de automóveis que cada país recebeu foi
6 – (Pref. Niterói) João e Maria disputaram a prefeitura de
A) 26.007
uma determinada cidade que possui apenas duas zonas eleitorais. B) 26.070
Ao final da sua apuração o Tribunal Regional Eleitoral divulgou C) 206.070
a seguinte tabela com os resultados da eleição. A quantidade de D) 260.007
eleitores desta cidade é: E) 260.070

Didatismo e Conhecimento 9
MATEMÁTICA
Respostas 8 - RESPOSTA: “B”.
250∙12=3000
1 - RESPOSTA: “B”. O computador custa R$3000,00.
crédito: 40+30+35+15=120
débito: 27+33+42+25=127 9 - RESPOSTA: “A”.
120-127=-7 Se o sucessor é 23, o dobro do número é 22, portanto o nú-
Ele tem um débito de R$ 7,00. mero é 11.
(11+1) → 2=24
2 - RESPOSTA: “B”.
2000-200=1800-35=1765 10 - RESPOSTA: “E”.
O salário líquido de José é R$1765,00. 364098 → 5=1820490 automóveis

3 - RESPOSTA: “E”.
D= dividendo
d= divisor
Q = quociente = 10
Conjunto dos Números Inteiros – Z
R= resto = 0 (divisão exata)
Equacionando: Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião do
D= d.Q + R conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o con-
D= d.10 + 0 → D= 10d junto dos opostos dos números naturais e o zero. Este conjunto é
denotado pela letra Z (Zahlen=número em alemão). Este conjunto
Pela nova divisão temos: pode ser escrito por: Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
O conjunto dos números inteiros possui alguns subconjuntos
notáveis:

- O conjunto dos números inteiros não nulos:


Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...};
Isolando Q temos: Z* = Z – {0}

- O conjunto dos números inteiros não negativos:


Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...}
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N

4 - RESPOSTA: “B”. - O conjunto dos números inteiros positivos:


Z*+ = {1, 2, 3, 4,...}

- O conjunto dos números inteiros não positivos:


Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
Cada prestação será de R$175,00
- O conjunto dos números inteiros negativos:
Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1}
5 - RESPOSTA: “A”.
345-67=278
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a distância
Depois ganhou 90
ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira.
278+90=368
Representa-se o módulo por | |.
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
6 - RESPOSTA: “E”. O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
Vamos somar a 1ª Zona: 1750+850+150+18+183 = 2951 O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
2ª Zona : 2245+2320+217+25+175 = 4982 O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é
Somando os dois: 2951+4982 = 7933 sempre positivo.

7 - RESPOSTA: “D”. Números Opostos: Dois números inteiros são ditos opostos
um do outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que
os representam distam igualmente da origem.
Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2, pois
2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a é – a, e
Cada região terá 3000 voluntários. vice-versa; particularmente o oposto de zero é o próprio zero.

Didatismo e Conhecimento 10
MATEMÁTICA
Adição de Números Inteiros Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) = +3
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6) –
Para melhor entendimento desta operação, associaremos aos (+3) é o mesmo que (+6) + (–3).
números inteiros positivos a idéia de ganhar e aos números inteiros
negativos a idéia de perder. Temos:
Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8) (+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7) (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3) (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3)
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o mes-
O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas mo que adicionar o primeiro com o oposto do segundo.
o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser dispensado.
Propriedades da adição de números inteiros: O conjunto Z é Multiplicação de Números Inteiros
fechado para a adição, isto é, a soma de dois números inteiros ainda
é um número inteiro. A multiplicação funciona como uma forma simplificada de
uma adição quando os números são repetidos. Poderíamos analisar
Associativa: Para todos a,b,c em Z: tal situação como o fato de estarmos ganhando repetidamente al-
a + (b + c) = (a + b) + c guma quantidade, como por exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes
2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7 consecutivas, significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser
indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Comutativa: Para todos a,b em Z: Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 + 2 + 2
a+b=b+a + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
3+7=7+3 Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: (–2) +
(–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a cada z em
Observamos que a multiplicação é um caso particular da adi-
Z, proporciona o próprio z, isto é:
ção onde os valores são repetidos.
z+0=z
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indi-
7+0=7
cado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras.
Para realizar a multiplicação de números inteiros, devemos
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z, tal que
obedecer à seguinte regra de sinais:
z + (–z) = 0
(+1) x (+1) = (+1)
9 + (–9) = 0
(+1) x (-1) = (-1)
Subtração de Números Inteiros (-1) x (+1) = (-1)
(-1) x (-1) = (+1)
A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade; Com o uso das regras acima, podemos concluir que:
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto uma delas
tem a mais que a outra; Sinais dos números Resultado do produto
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a uma Iguais Positivo
delas para atingir a outra.
Diferentes Negativo
A subtração é a operação inversa da adição.
Propriedades da multiplicação de números inteiros: O
Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a multiplicação
diferença de dois números inteiros ainda é um número inteiro.
subtraendo
minuendo Associativa: Para todos a,b,c em Z:
a x (b x c) = (a x b) x c
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
Considere as seguintes situações:
Comutativa: Para todos a,b em Z:
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou de +3 axb=bxa
graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura? 3x7=7x3
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) – (+3) = +3
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por todo z
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o dia, em Z, proporciona o próprio z, isto é:
era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus. Qual a zx1=z
temperatura registrada na noite de terça-feira? 7x1=7

Didatismo e Conhecimento 11
MATEMÁTICA
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de zero, existe - Toda potência de base positiva é um número inteiro po-
um inverso z–1=1/z em Z, tal que sitivo.
z x z–1 = z x (1/z) = 1 Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
- Toda potência de base negativa e expoente par é um
Distributiva: Para todos a,b,c em Z: número inteiro positivo.
a x (b + c) = (a x b) + (a x c) Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um
Divisão de Números Inteiros número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
Dividendo divisor dividendo:
Divisor = quociente 0 Propriedades da Potenciação:
Quociente . divisor = dividendo
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a
base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36 a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 = (+13)8 – 6
= (+13)2
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a divisão
exata de números inteiros. Veja o cálculo: Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-
(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) -se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
Logo: (–20) : (+5) = - 4
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 =
Considerando os exemplos dados, concluímos que, para efe-
+9 (–13)1 = –13
tuar a divisão exata de um número inteiro por outro número in-
teiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo pelo
Potência de expoente zero e base diferente de zero: É
módulo do divisor. Daí:
igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o quo-
ciente é um número inteiro positivo.
Radiciação de Números Inteiros
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes, o quo-
ciente é um número inteiro negativo.
- A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto Z. Por A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a é a
exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que não podem operação que resulta em outro número inteiro não negativo b
ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número inteiro. que elevado à potência n fornece o número a. O número n é o
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa índice da raiz enquanto que o número a é o radicando (que fica
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. sob o sinal do radical).
1- Não existe divisão por zero. A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe um operação que resulta em outro número inteiro não negativo que
número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15. elevado ao quadrado coincide com o número a.
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de
zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é Observação: Não existe a raiz quadrada de um número
igual a zero. inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1) = 0
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais didá-
Potenciação de Números Inteiros ticos e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimento de:
√9 = ±3
A potência an do número inteiro a, é definida como um produ- mas isto está errado. O certo é:
to de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o número √9 = +3
n é o expoente.
an = a x a x a x a x ... x a Observamos que não existe um número inteiro não nega-
a é multiplicado por a n vezes tivo que multiplicado por ele mesmo resulte em um número
negativo.
Exemplos:33 = (3) x (3) x (3) = 27 A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125 operação que resulta em outro número inteiro que elevado ao
(-7)² = (-7) x (-7) = 49 cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os nossos
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 cálculos somente aos números não negativos.

Didatismo e Conhecimento 12
MATEMÁTICA
Exemplos
I abac=ax
(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8.

(b)
3
− 8 = –2, pois (–2)³ = -8.
II
(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27.
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27.
III
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o produto de
números inteiros, concluímos que: De acordo com as propriedades da potenciação, temos que,
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número in- respectivamente, nas operações I, II e III:
teiro negativo. A) x=b-c, y=b+c e z=c/2.
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz de B) x=b+c, y=b-c e z=2c.
qualquer número inteiro. C) x=2bc, y=-2bc e z=2c.
D) x=c-b, y=b-c e z=c-2.
Questões E) x=2b, y=2c e z=c+2.

1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) Uma 4 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-


operação λ é definida por: GRANRIO/2013) Multiplicando-se o maior número inteiro menor
wλ = 1 − 6w, para todo inteiro w. do que 8 pelo menor número inteiro maior do que - 8, o resultado
Com base nessa definição, é correto afirmar que a soma 2λ + encontrado será
(1λ) λ é igual a A) - 72
A) −20. B) - 63
B) −15. C) - 56
C) −12. D) - 49
D) 15. E) – 42
E) 20.

2 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


Ruth tem somente R$ 2.200,00 e deseja gastar a maior quantidade
possível, sem ficar devendo na loja.
Verificou o preço de alguns produtos:
TV: R$ 562,00
DVD: R$ 399,00
Micro-ondas: R$ 429,00
Geladeira: R$ 1.213,00

Na aquisição dos produtos, conforme as condições mencio-


nadas, e pagando a compra em dinheiro, o troco recebido será de:
A) R$ 84,00
B) R$ 74,00
C) R$ 36,00
D) R$ 26,00
E) R$ 16,00

3 - (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-


MA/2013) Analise as operações a seguir:

Didatismo e Conhecimento 13
MATEMÁTICA
5 - (SEPLAG - POLÍCIA MILITAR/MG - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2012) Em um jogo de tabuleiro, Carla e Ma-
teus obtiveram os seguintes resultados:

Ao término dessas quatro partidas,


A) Carla perdeu por uma diferença de 150 pontos.
B) Mateus perdeu por uma diferença de 175 pontos.
C) Mateus ganhou por uma diferença de 125 pontos.
D) Carla e Mateus empataram.

6 – (Operador de máq./Pref.Coronel Fabriciano/MG) Quantos são os valores inteiros e positivos de x para os quais é
um número inteiro?
A) 0
B) 1
C) 2
D) 3
E) 4

7- (CASA DA MOEDA) O quadro abaixo indica o número de passageiros num vôo entre Curitiba e Belém, com duas escalas, uma
no Rio de Janeiro e outra em Brasília. Os números indicam a quantidade de passageiros que subiram no avião e os negativos, a quantidade
dos que desceram em cada cidade.

Curtiba +240
-194
Rio de Janeiro
+158
-108
Brasília
+94

O número de passageiros que chegou a Belém foi:


A) 362
B) 280
C) 240
D) 190
E) 135

Respostas

1 - RESPOSTA:“E”.
Pela definição:
Fazendo w=2

Didatismo e Conhecimento 14
MATEMÁTICA
Números Racionais – Q
m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
n
, onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente
de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de
m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser obti-
dos através da razão entre dois números inteiros, razão pela qual, o
conjunto de todos os números racionais é denotado por Q. Assim,
2 - RESPOSTA: “D”. é comum encontrarmos na literatura a notação:
Geladeira + Microondas + DVD = 1213+429+399 = 2041 m
Geladeira + Microondas + TV = 1213+429+562 = 2204, ex- Q={ : m e n em Z, n diferente de zero}
n
trapola o orçamento No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
Geladeira +TV + DVD=1213+562+399=2174, é a maior
quantidade gasta possível dentro do orçamento. - Q* = conjunto dos racionais não nulos;
Troco:2200-2174=26 reais - Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
3 - RESPOSTA: “B”. - Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos.
I da propriedade das potências, temos:
Representação Decimal das Frações
p
Tomemos um número racional q , tal que p não seja múltiplo
II de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão do
numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
III
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
número finito de algarismos. Decimais Exatos:
4 - RESPOSTA: “D”.
Maior inteiro menor que 8 é o 7 2 = 0,4
Menor inteiro maior que -8 é o -7. 5
Portanto: 7⋅(-7)=-49 1 = 0,25
4
5 - RESPOSTA: “C”. 35 = 8,75
Carla: 520-220-485+635=450 pontos 4
Mateus: -280+675+295-115=575 pontos 153 = 3,06
Diferença: 575-450=125 pontos 50
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
6 - RESPOSTA:“C”. algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente.
Fazendo substituição dos valores de x, dentro dos conjuntos Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
do inteiros positivos temos:
1
= 0,333...
3
x=0 ; x=1 1 = 0,04545...
22
167 = 2,53030...
66
Representação Fracionária dos Números Decimais
, logo os únicos números que satisfa-
Trata-se do problema inverso: estando o número racional
zem a condição é x= 0 e x=5 , dois números apenas. escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
fração. Temos dois casos:
7 - RESPOSTA:“D”.
240- 194 +158 -108 +94 = 190 1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador
é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto
pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas
decimais do número decimal dado:

0,9 = 9
10

Didatismo e Conhecimento 15
MATEMÁTICA
Soma (Adição) de Números Racionais
57
5,7 =
10
Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito
0,76 = 76 na forma de uma fração, definimos a adição entre os números
100 a c
racionais e , da mesma forma que a soma de frações,
3,48 = 348 através de:
b d
100
0,005 = 5 = 1 a
+ c =
ad + bc
1000 200 b d bd

2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tanto,


Propriedades da Adição de Números Racionais
vamos apresentar o procedimento através de alguns exemplos:
Exemplo 1
O conjunto Q é fechado para a operação de adição, isto é, a
soma de dois números racionais ainda é um número racional.
Seja a dízima 0, 333... .
- Associativa: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c ) = ( a +
b)+c
Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os membros
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
por 10: 10x = 0,333
- Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a todo q em
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da
Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
segunda:
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal que
10x – x = 3,333... – 0,333... ⇒ 9x = 3 ⇒ x = 3/9 q + (–q) = 0
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 3 . Subtração de Números Racionais
9
Exemplo 2 A subtração de dois números racionais p e q é a própria
operação de adição do número p com o oposto de q, isto é:
Seja a dízima 5, 1717... p – q = p + (–q)

Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... . Multiplicação (Produto) de Números Racionais


Subtraindo membro a membro, temos:
99x = 512 ⇒ x = 512/99 Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito
na forma de uma fração, definimos o produto de dois números
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512 . racionais a e c , da mesma forma que o produto de frações,
99
através de: b d
Exemplo 3
a c ac
x =
Seja a dízima 1, 23434... b d bd
O produto dos números racionais a e b também pode ser
Façamos x = 1,23434... 10x = 12,3434... 1000x = 1234,34... . indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal entre
Subtraindo membro a membro, temos: as letras.
990x = 1234,34... – 12,34... ⇒ 990x = 1222 ⇒ x = 1222/990 Para realizar a multiplicação de números racionais, devemos
obedecer à mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:
Simplificando, obtemos x = 611 , a fração geratriz da dízima (+1) × (+1) = (+1)
1, 23434... 495 (+1) × (-1) = (-1)
(-1) × (+1) = (-1)
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que (-1) × (-1) = (+1)
representa esse número ao ponto de abscissa zero. Podemos assim concluir que o produto de dois números com o
mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números com sinais
diferentes é negativo.
Exemplo: Módulo de - 3 é 3 . Indica-se - 3 = 3
2 2 2 2
3 Propriedades da Multiplicação de Números Racionais
Módulo de + 3 é 3 . Indica-se + 3 =
2 2 2 2
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o produto
de dois números racionais ainda é um número racional.
Números Opostos: Dizemos que – 32 e 32 são números - Associativa: Para todos a, b, c em Q: a × ( b × c ) = ( a ×
racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do b)×c
outro. As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero da reta são - Comutativa: Para todos a, b em Q: a × b = b × a
2 2
iguais.

Didatismo e Conhecimento 16
MATEMÁTICA
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por todo - Produto de potências de mesma base. Para reduzir um produto
q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q × 1 = q de potências de mesma base a uma só potência, conservamos a
- Elemento inverso: Para todo q = a em Q, q diferente de base e somamos os expoentes.
zero, existe q-1 = b em Q: q × q-1 = 1 b a x b =1 2 3 2+3 5
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2 2⎞ ⎛ 2 2 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞
a b a
⎜⎝ ⎟⎠ .⎜ ⎟ = ⎜ . ⎟ .⎜ . . ⎟ = ⎜ ⎟ =⎜ ⎟
- Distributiva: Para todos a, b, c em Q: a × ( b + c ) = ( a × 5 ⎝ 5⎠ ⎝ 5 5⎠ ⎝ 5 5 5⎠ ⎝ 5⎠ ⎝ 5⎠
b)+(a×c)
- Quociente de potências de mesma base. Para reduzir
Divisão de Números Racionais um quociente de potências de mesma base a uma só potência,
conservamos a base e subtraímos os expoentes.
A divisão de dois números racionais p e q é a própria operação
de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q =
p × q-1

Potenciação de Números Racionais


- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de potência
A potência qn do número racional q é um produto de n fatores
a uma potência de um só expoente, conservamos a base e
iguais. O número q é denominado a base e o número n é o expoente.
multiplicamos os expoentes
qn = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)

Exemplos:
3
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
a) ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ .⎜ ⎟ .⎜ ⎟ =
⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ 125
Radiciação de Números Racionais
Se um número representa um produto de dois ou mais fatores
b)
iguais, então cada fator é chamado raiz do número. Vejamos alguns
exemplos:
c) (–5)² = (–5) . ( –5) = 25
Exemplo 1
d) (+5)² = (+5) . (+5) = 25
4 Representa o produto 2 . 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz quadrada
Propriedades da Potenciação: Toda potência com expoente de 4. Indica-se √4= 2.
0 é igual a 1.
0
⎛ 2⎞ = 1 Exemplo 2
⎜⎝ + ⎟⎠
5 1 1 1 ⎛ 1⎞
2
1
9
Representa o produto 3 . 3 ou ⎜⎝ ⎟⎠ . Logo, 3 é a raiz
3
1 1 1
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base. quadrada de 9
.Indica-se = 3
9

1 Exemplo 3
⎛ 9⎞ 9
⎜⎝ − ⎟⎠ = - 4
4 0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo, 0,6
é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6.
- Toda potência com expoente negativo de um número racional
diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual ao Assim, podemos construir o diagrama:
inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expoente
anterior.
2
⎛ 3⎞ ⎛ 5 ⎞ 25
−2 N Z Q

⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
5 3 9
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
base.
3 Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
⎜⎝ ⎟⎠ = ⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ =
número zero ou um número racional positivo. Logo, os números
3 3 3 3 27 racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.

- Toda potência com expoente par é um número positivo. O número -100 não tem raiz quadrada em Q, pois tanto -10
9 3
2 como +10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ 1 3 9
⎜⎝ − ⎟⎠ = ⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ = Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjunto
5 5 5 25
dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.

Didatismo e Conhecimento 17
MATEMÁTICA
2 B) 1
O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
3 C) 3/2
número racional que elevado ao quadrado dê 2 . D) 2
3 E) 3

Questões 6 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Em um jogo mate-


mático, cada jogador tem direito a 5 cartões marcados com um nú-
1 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE- mero, sendo que todos os jogadores recebem os mesmos números.
RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Na escola onde estudo, ¼ dos Após todos os jogadores receberem seus cartões, aleatoriamente,
alunos tem a língua portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm realizam uma determinada tarefa que também é sorteada. Vence o
a matemática como favorita e os demais têm ciências como favori-
jogo quem cumprir a tarefa corretamente. Em uma rodada em que
ta. Sendo assim, qual fração representa os alunos que têm ciências
como disciplina favorita? a tarefa era colocar os números marcados nos cartões em ordem
A) 1/4 crescente, venceu o jogador que apresentou a sequência
B) 3/10
C) 2/9
D) 4/5
E) 3/2

2 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


Dirce comprou 7 lapiseiras e pagou R$ 8,30, em cada uma delas.
Pagou com uma nota de 100 reais e obteve um desconto de 10
centavos. Quantos reais ela recebeu de troco?
A) R$ 40,00
B) R$ 42,00
C) R$ 44,00
D) R$ 46,00 7 – (Prof./Prefeitura de Itaboraí) Se x = 0,181818..., então o
E) R$ 48,00 valor numérico da expressão:

3 - (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA-


CIONAL – VUNESP/2013) De um total de 180 candidatos, 2/5
estudam inglês, 2/9 estudam francês, 1/3estuda espanhol e o res-
tante estuda alemão. O número de candidatos que estuda alemão é: A) 34/39
A) 6. B) 103/147
B) 7. C) 104/147
C) 8. D) 35/49
D) 9. E) 106/147
E) 10.
8 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Mariana abriu seu
4 - (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA- cofrinho com 120 moedas e separou-as:
− 1 real: ¼ das moedas
CIONAL – VUNESP/2013) Em um estado do Sudeste, um Agente − 50 centavos: 1/3 das moedas
de Apoio Operacional tem um salário mensal de: salário­base R$ − 25 centavos: 2/5 das moedas
617,16 e uma gratificação de R$ 185,15. No mês passado, ele fez − 10 centavos: as restantes
8 horas extras a R$ 8,50 cada hora, mas precisou faltar um dia e
foi descontado em R$ 28,40. No mês passado, seu salário totalizou Mariana totalizou a quantia contida no cofre em
A) R$ 810,81. A) R$ 62,20.
B) R$ 821,31. B) R$ 52,20.
C) R$ 838,51. C) R$ 50,20.
D) R$ 56,20.
D) R$ 841,91.
E) R$ 66,20.
E) R$ 870,31.
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
5 - (Pref. Niterói) Simplificando a expressão abaixo Numa operação policial de rotina, que abordou 800 pessoas, ve-
rificou-se que 3/4 dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram
Obtém-se : detidos. Já entre as mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
A) ½ Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?

Didatismo e Conhecimento 18
MATEMÁTICA
A) 145 5 - RESPOSTA: “B”.
B) 185 1,3333= 12/9 = 4/3
C) 220 1,5 = 15/10 = 3/2
D) 260
E) 120

10 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS


OPERACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Quando perguntado so-
bre qual era a sua idade, o professor de matemática respondeu:
“O produto das frações 9/5 e 75/3 fornece a minha idade!”. 6 - RESPOSTA: “D”.
Sendo assim, podemos afirmar que o professor tem:
A) 40 anos.
B) 35 anos.
C) 45 anos.
D) 30 anos.
E) 42 anos.
A ordem crescente é :
Respostas
7 - RESPOSTA: “B”.
1 - RESPOSTA: “B”.
x=0,181818... temos então pela transformação na fração gera-
Somando português e matemática:
triz: 18/99 = 2/11, substituindo:

O que resta gosta de ciências:

8 - RESPOSTA: “A”.
2 - RESPOSTA: “B”.

Como recebeu um desconto de 10 centavos, Dirce pagou 58


reais
Troco:100-58=42 reais

3 - RESPOSTA: “C”.

Mariana totalizou R$ 62,20.


Mmc(3,5,9)=45
9 - RESPOSTA: “A”.

O restante estuda alemão: 2/45

4 - RESPOSTA: “D”.
Como 3/4 eram homens, 1/4 eram mulheres

ou 800-600=200 mulheres

Salário foi R$ 841,91.

Total de pessoas detidas: 120+25=145

Didatismo e Conhecimento 19
MATEMÁTICA
10 - RESPOSTA: “C”.

Números Reais

O conjunto dos números reais R é uma expansão do conjunto


dos números racionais que engloba não só os inteiros e os
fracionários, positivos e negativos, mas também todos os números
irracionais.
Os números reais são números usados para representar uma
quantidade contínua (incluindo o zero e os negativos). Pode-se
pensar num número real como uma fração decimal possivelmente
infinita, como 3,141592(...). Os números reais têm uma
correspondência biunívoca com os pontos de uma reta.
Podemos concluir que na representação dos números Reais
Denomina-se corpo dos números reais a coleção dos sobre uma reta, dados uma origem e uma unidade, a cada ponto
elementos pertencentes à conclusão dos racionais, formado pelo da reta corresponde um número Real e a cada número Real
corpo de frações associado aos inteiros (números racionais) e a corresponde um ponto na reta.
norma associada ao infinito.
Existem também outras conclusões dos racionais, uma para
cada número primo p, chamadas números p-ádicos. O corpo dos
números p-ádicos é formado pelos racionais e a norma associada
a p!

Propriedade
Ordenação dos números Reais
O conjunto dos números reais com as operações binárias de A representação dos números Reais permite definir uma
soma e produto e com a relação natural de ordem formam um relação de ordem entre eles. Os números Reais positivos são
corpo ordenado. Além das propriedades de um corpo ordenado, R maiores que zero e os negativos, menores. Expressamos a relação
tem a seguinte propriedade: Se R for dividido em dois conjuntos de ordem da seguinte maneira: Dados dois números Reais a e b, 
(uma partição) A e B, de modo que todo elemento de A é menor a≤b↔b–a≥0
que todo elemento de B, então existe um elemento x que separa os
Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0
dois conjuntos, ou seja, x é maior ou igual a todo elemento de A e 5 + 15 ≥ 0
menor ou igual a todo elemento de B.
Propriedades da relação de ordem
- Reflexiva: a ≤ a
- Transitiva: a ≤ b e b ≤ c → a ≤ c
- Anti-simétrica: a ≤ b e b ≤ a → a = b
- Ordem total: a < b ou b < a ou a = b 

Expressão aproximada dos números Reais


Ao conjunto formado pelos números Irracionais e pelos
números Racionais chamamos de conjunto dos números Reais. Ao
unirmos o conjunto dos números Irracionais com o conjunto dos
números Racionais, formando o conjunto dos números Reais, todas
as distâncias representadas por eles sobre uma reta preenchem-na
por completo; isto é, ocupam todos os seus pontos. Por isso, essa
reta é denominada reta Real.

Didatismo e Conhecimento 20
MATEMÁTICA
Os números Irracionais possuem infinitos algarismos decimais Quando o erro é dado sem sinal, diz-se que está dado em valor
não-periódicos. As operações com esta classe de números sempre absoluto. O valor absoluto de um número a é designado por |a| e
produzem erros quando não se utilizam todos os algarismos coincide com o número positivo, se for positivo, e com seu oposto,
decimais. Por outro lado, é impossível utilizar todos eles nos se for negativo. 
cálculos. Por isso, somos obrigados a usar aproximações, isto é, Exemplo: Um livro nos custou 8,50 reais. Pagamos com uma
cortamos o decimal em algum lugar e desprezamos os algarismos nota de 10 reais. Se nos devolve 1,60 real de troco, o vendedor
restantes. Os algarismos escolhidos serão uma aproximação do cometeu um erro de +10 centavos. Ao contrário, se nos devolve
número Real. Observe como tomamos a aproximação de e do 1,40 real, o erro cometido é de 10 centavos. 
número nas tabelas.

Aproximação por
Falta Excesso
Erro menor que π π
1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
milésimo

Operações com números Reais

Operando com as aproximações, obtemos uma sucessão de


intervalos fixos que determinam um número Real. É assim que
vamos trabalhar as operações adição, subtração, multiplicação e
divisão. Relacionamos, em seguida, uma série de recomendações
úteis para operar com números Reais:
- Vamos tomar a aproximação por falta.
- Se quisermos ter uma ideia do erro cometido, escolhemos o
mesmo número de casas decimais em ambos os números.
- Se utilizamos uma calculadora, devemos usar a aproximação
máxima admitida pela máquina (o maior número de casas
decimais).
- Quando operamos com números Reais, devemos fazer
constar o erro de aproximação ou o número de casas decimais.
- É importante adquirirmos a idéia de aproximação em função
da necessidade. Por exemplo, para desenhar o projeto de uma casa,
basta tomar medidas com um erro de centésimo.
- Em geral, para obter uma aproximação de n casas decimais, Questões
devemos trabalhar com números Reais aproximados, isto é, com n
+ 1 casas decimais. 1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um comerciante
Para colocar em prática o que foi exposto, vamos fazer as tem 8 prateleiras em seu empório para organizar os produtos de
quatro operações indicadas: adição, subtração, multiplicação e limpeza. Adquiriu 100 caixas desses produtos com 20 unidades
divisão com dois números Irracionais.  cada uma, sendo que a quantidade total de unidades compradas
será distribuída igualmente entre essas prateleiras. Desse modo,
cada prateleira receberá um número de unidades, desses produtos,
igual a
A) 40
B) 50
Valor Absoluto C) 100
Como vimos, o erro  pode ser: D) 160
- Por excesso: neste caso, consideramos o erro positivo. E) 250
- Por falta: neste caso, consideramos o erro negativo.

Didatismo e Conhecimento 21
MATEMÁTICA
2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN- A) 27.
DEC/2013) Em uma banca de revistas existem um total de 870 B) 27,5.
exemplares dos mais variados temas. Metade das revistas é da edi- C) 28.
tora A, dentre as demais, um terço são publicações antigas. Qual o D) 28,5.
número de exemplares que não são da Editora A e nem são antigas? E) 29.
A) 320
B) 290 7 - (UFOP/MG – ADMINISTRADOR DE EDIFICIOS –
C) 435 UFOP/2013) Uma pessoa caminha 5 minutos em ritmo normal e,
D) 145 em seguida, 2 minutos em ritmo acelerado e, assim, sucessivamen-
te, sempre intercalando os ritmos da caminhada (5 minutos nor-
3 - (TRT 6ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRATI- mais e 2 minutos acelerados). A caminhada foi iniciada em ritmo
VA – FCC/2012) Em uma praia chamava a atenção um catador de normal, e foi interrompida após 55 minutos do início.
cocos (a água do coco já havia sido retirada). Ele só pegava cocos O tempo que essa pessoa caminhou aceleradamente foi:
inteiros e agia da seguinte maneira: o primeiro coco ele coloca A) 6 minutos
inteiro de um lado; o segundo ele dividia ao meio e colocava as B) 10 minutos
metades em outro lado; o terceiro coco ele dividia em três partes C) 15 minutos
iguais e colocava os terços de coco em um terceiro lugar, diferen- D) 20 minutos
te dos outros lugares; o quarto coco ele dividia em quatro partes
iguais e colocava os quartos de coco em um quarto lugar diferente 8 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.
dos outros lugares. No quinto coco agia como se fosse o primeiro IMARUÍ/2014) Sobre o conjunto dos números reais é CORRETO
coco e colocava inteiro de um lado, o seguinte dividia ao meio, o dizer:
seguinte em três partes iguais, o seguinte em quatro partes iguais e A) O conjunto dos números reais reúne somente os números
seguia na sequência: inteiro, meios, três partes iguais, quatro par-
racionais.
tes iguais. Fez isso com exatamente 59 cocos quando alguém disse
B) R* é o conjunto dos números reais não negativos.
ao catador: eu quero três quintos dos seus terços de coco e metade
dos seus quartos de coco. O catador consentiu e deu para a pessoa C) Sendo A = {-1,0}, os elementos do conjunto A não são
A) 52 pedaços de coco. números reais.
B) 55 pedaços de coco. D) As dízimas não periódicas são números reais.
C) 59 pedaços de coco.
D) 98 pedaços de coco. 9 - (TJ/SP - AUXILIAR DE SAÚDE JUDICIÁRIO - AU-
E) 101 pedaços de coco. XILIAR EM SAÚDE BUCAL – VUNESP/2013) Para numerar
as páginas de um livro, uma impressora gasta 0,001 mL por cada
4 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014) algarismo impresso. Por exemplo, para numerar as páginas 7, 58 e
A mãe do Vitor fez um bolo e repartiu em 24 pedaços, todos de 290 gasta-se, respectivamente, 0,001 mL, 0,002 mL e 0,003 mL de
mesmo tamanho. A mãe e o pai comeram juntos, ¼ do bolo. O tinta. O total de tinta que será gasto para numerar da página 1 até a
Vitor e a sua irmã comeram, cada um deles, ¼ do bolo. Quantos página 1 000 de um livro, em mL, será
pedaços de bolo sobraram? A) 1,111.
A) 4 B) 2,003.
B) 6 C) 2,893.
C) 8 D) 1,003.
D) 10 E) 2,561.
E) 12
10 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
5 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)
GRANRIO/2013) Gilberto levava no bolso três moedas de R$
Paulo recebeu R$1.000,00 de salário. Ele gastou ¼ do salário com
0,50, cinco de R$ 0,10 e quatro de R$ 0,25. Gilberto retirou do
aluguel da casa e 3/5 do salário com outras despesas. Do salário
que Paulo recebeu, quantos reais ainda restam? bolso oito dessas moedas, dando quatro para cada filho.
A) R$ 120,00 A diferença entre as quantias recebidas pelos dois filhos de
B) R$ 150,00 Gilberto é de, no máximo,
C) R$ 180,00 A) R$ 0,45
D) R$ 210,00 B) R$ 0,90
E) R$ 240,00 C) R$ 1,10
D) R$ 1,15
E) R$ 1,35
6 - (UFABC/SP – TECNÓLOGO-TECNOLOGIA DA IN-
FORMAÇÃO – VUNESP/2013) Um jardineiro preencheu par- Respostas
cialmente, com água, 3 baldes com capacidade de 15 litros cada
um. O primeiro balde foi preenchido com 2/3 de sua capacidade, o 1 - RESPOSTA: “E”.
segundo com 3/5 da capacidade, e o terceiro, com um volume cor- Total de unidades: 100⋅20=2000 unidades
respondente à média dos volumes dos outros dois baldes. A soma
dos volumes de água nos três baldes, em litros, é unidades em cada prateleira.

Didatismo e Conhecimento 22
MATEMÁTICA
2 - RESPOSTA: “B”. Terceiro balde:
editora A: 870/2=435 revistas
publicações antigas: 435/3=145 revistas

A soma dos volumes é : 10+9+9,5=28,5 litros

O número de exemplares que não são da Editora A e nem são 7 - RESPOSTA: “C”.
antigas são 290. A caminhada sempre vai ser 5 minutos e depois 2 minutos,
então 7 minutos ao total.
3 - RESPOSTA: “B”. Dividindo o total da caminhada pelo tempo, temos:

Assim, sabemos que a pessoa caminhou 7. (5 minutos +2 mi-


14 vezes iguais nutos) +6 minutos (5 minutos+1 minuto)
Coco inteiro: 14 Aceleradamente caminhou: (7.2)+1➜ 14+1=15 minutos
Metades:14.2=28
Terça parte:14.3=42 8 - RESPOSTA: “D”.
Quarta parte:14.4=56 A) errada - O conjunto dos números reais tem os conjuntos:
3 cocos: 1 coco inteiro, metade dos cocos, terça parte naturais, inteiros, racionais e irracionais.
Quantidade total B) errada – R* são os reais sem o zero.
Coco inteiro: 14+1=15 C) errada - -1 e 0 são números reais.
Metades: 28+2=30
Terça parte:42+3=45 9 - RESPOSTA: “C”.
Quarta parte :56 1 a 9 =9 algarismos=0,001⋅9=0,009 ml
De 10 a 99, temos que saber quantos números tem.
99-10+1=90.
OBS: soma 1, pois quanto subtraímos exclui-se o primeiro
número.
90 números de 2 algarismos: 0,002⋅90=0,18ml
4 - RESPOSTA “B”.
De 100 a 999
999-100+1=900 números
900⋅0,003=2,7ml
1000=0,004ml
Sobrou 1/4 do bolo. Somando: 0,009+0,18+2,7+0,004=2,893

10 - RESPOSTA: “E”.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3 de R$
0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores).
5 - RESPOSTA: “B”. Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de R$
Aluguel: 0,10=R$ 0,40.
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35
Outras despesas: Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o maior valor
possível – o menor valor.

Restam :1000-850=R$150,00

6 - RESPOSTA: “D”.
Primeiro balde:

Segundo balde:

Didatismo e Conhecimento 23
MATEMÁTICA

UNIDADES DE MEDIDA: DISTÂNCIA,


MASSA, TEMPO, ÁREA, VOLUME E
CAPACIDADE.

Sistema de Medidas Decimais


Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de medida que mantém algumas relações entre si. O sistema métrico decimal é
hoje o mais conhecido e usado no mundo todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de comprimento do sistema métrico. A
unidade fundamental é o metro, porque dele derivam as demais.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada unidade vale
sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.
Por isso, o sistema é chamado decimal.

E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular de litro.
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o metro
quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102.

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc. Na prática, são
muitos usados o metro cúbico e o centímetro cúbico.
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o volume da água que enche um tanque é de 7 000 litros, dizemos que essa é
a capacidade do tanque. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centímetro mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Didatismo e Conhecimento 24
MATEMÁTICA
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama.

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g

Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t): 1t = 1000 kg.

Não Decimais

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.
2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.

0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h = 18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na cartografia e na
navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma coincidência de nomes,
mas até os símbolos que os indicam são diferentes:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto – segundo, embora
esses sistemas correspondam a grandezas distintas.

Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas décadas, que vem se tornando conhecido. Ele é usado para medir a informação
armazenada em memória de computadores, disquetes, discos compacto, etc. As unidades de medida são bytes (b), kilobytes (kb), megabytes
(Mb), etc. Apesar de se usarem os prefixos “kilo” e “mega”, essas unidades não formam um sistema decimal.

Um kilobyte equivale a 210 bytes e 1 megabyte equivale a 210 kilobytes.

Exercícios

1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e chegou na hora da aula
cuja duração é de uma hora e meia. A que horas terminará a aula de inglês?
a) 14h
b) 14h 30min
c) 15h 15min
d) 15h 30min
e) 15h 45min

2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

3. Quantos decalitros equivalem a 1 m3?

4. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.

5. Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?

6. Quantos centilitros equivalem a 15 hl?

7. Passe 5.200 gramas para quilogramas.

Didatismo e Conhecimento 25
MATEMÁTICA
8. Converta 2,5 metros em centímetros.

9. Quantos minutos equivalem a 5h05min?

10. Quantos minutos se passaram das 9h50min até as 10h35min?

Respostas

1) Resposta “D”.
Solução: Basta somarmos todos os valores mencionados no enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min

Logo, a questão correta é a letra D.

2) Resposta “0, 00348 dl”.


Solução: Como 1 cm3  equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3  por mil, para obtermos o seu equivalente em centímetros cúbi-
cos: 0,348 cm3.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se equivalem.

Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos então por 10 duas vezes:

Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.

3) Resposta “100 dal”.


Solução: Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para convertermos de litros a decalitros, passaremos um nível à esquerda.
Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:

Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.


Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:

Como 1 m3 equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então passaremos dois níveis à direita. Multi-
plicaremos então 1 por 10 duas vezes:

Logo, 100 dal equivalem a 1 m³.

4) Resposta “0, 00005 hm²”.


Solução: Para passarmos de decímetros quadrados para hectômetros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
Dividiremos então por 100 três vezes:

Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.

Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².

5) Resposta “0,000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3”.  


Solução: Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda. Dividiremos então 14 por
1000 seis vezes:

Didatismo e Conhecimento 26
MATEMÁTICA
Portanto, 0, 000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se Usamos o sistema sexagesimal, que emprega a base sessenta.
.
expresso em notação científica equivalem a 14 mm3
Os múltiplos do segundo enquadram-se nesse sistema. Repare que
cada unidade é sessenta vezes maior que a unidade que a antecede.
6) Resposta “150.000 cl”. 1 h = 60 min
Solução: Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos 1 min = 60 s
quatro níveis à direita.
Multiplicaremos então 15 por 10 quatro vezes: Para transformar uma unidade em outra imediatamente supe-
rior, basta dividi-la por 60 e inferior basta multiplica-la por 60.
Ex:3h = 3 . 60 = 180 min
52 min = 52 . 60 = 3120 s
Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita. 1020 s = 1020 : 60 = 17 min
420 min = 420 : 60 = 7 h
Logo, 150.000 cl equivalem a 15 hl.
Ao usarmos o sistema sexagesimal, cada grupo de 60 forma
7) Resposta “5,2 kg”. outra classe; então, 60 segundos formam 1 minuto e 60 minutos
Solução: Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, formam 1 hora. Para adicionarmos unidades de tempo vamos to-
devemos dividir (porque na tabela grama está à direita de qui- mar cuidado para posicionar hora embaixo de hora, minuto embai-
lograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gra- xo de minuto e segundo embaixo de segundo.
mas para quilogramas saltamos três níveis à esquerda. Por exemplo: 1)Para adicionarmos 5h 12 min 37 s a 8 h 20
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de de- min 11 s, vamos colocar as unidades iguais uma embaixo da outra
cagrama para hectograma e finalmente de hectograma para qui- e depois adicionar os valores da mesma classe.
lograma:
Horaminuto segundo
5 1237
8 2011
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda. --------------------------------------------
13 3248
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg. 2)vamos adicionar 8h 19 min 58 s com 2 h 24 min 39 s
Horaminuto segundo
8) Resposta “250 cm”. 8 19 58
Solução: Para convertermos 2,5 metros em centímetros, de- 224 39
vemos multiplicar (porque na tabela metro está à esquerda de -------------------------------------------
centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de me- 10 43 97
tros para centímetros saltamos dois níveis à direita. Note que , na casa dos segundos, obtivemos 97 s e vamos
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de de- decompor esse valor em:
címetros para centímetros: 97 s = 60 s + 37 s = 1 min + 37 s
Então, devemos retirar 60 s da classe dos segundos e acres-
centar 1 min na classe dos minutos.
Logo a resposta fica: 10 h 44 min 37 s
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Para subtrair unidades de medida de tempo, o processo é se-
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm. melhante ao usado na adição.
Ex; vamos subtrair 4 h 41 min 44 s de 7 h 53 min 36 s
9) Resposta “305min”. Horaminutosegundo
Solução: 7 5336
(5 . 60) + 5 = 305 min. 4 4144
--------------------------------------------------
10) Resposta “45 min”.
Solução: 45 min Perceba que a subtração 36 s – 44 s não é possível nos nú-
meros naturais, então, vamos retirar 1 min de 53 min, transformar
Unidade de tempo esse 1 min em 60 s e acrescenta-los aos 36 s. Assim:
A unidade padrão de medida de tempo é o segundo, abreviado Hora minuto segundo
por s. 7 52 96
Os múltiplos do segundo são: 4 41 44
Hora Minuto Segundo ------------------------------------------------
3 11 52
h min s Para multiplicarmos uma unidade de medida de tempo por um
3600 s 60 s 1s número natural, devemos multiplicar as horas, minutos e segundos
Por esse número natural.

Didatismo e Conhecimento 27
MATEMÁTICA
Ex: multiplicar 4 h 52 min 8 s por 6
4 h52 min 8 s ÁLGEBRA: PRODUTOS NOTÁVEIS,
X6 EQUAÇÕES, SISTEMAS E PROBLEMAS DO
-------------------------------------- PRIMEIRO GRAU, INEQUAÇÕES, EQUAÇÃO
24h 312 min48 s E PROBLEMAS DO SEGUNDO GRAU.
Como 312 min é maior que 1 hora, devemos descobrir quantas
horas cabem em 312 minutos. Para isso basta dividir 312 por 60
onde o resultado é 5 e o resto é 12.
Então 312 min = 5 h 12 min Produtos Notáveis
Devemos então acrescentar 5 h a 24 h = 29 h e o resultado fica
29 h 12 min 48 s Os produtos notáveis obedecem a leis especiais de formação e,
por isso, não são efetuados pelas regras normais da multiplicação
Problemas de polinômios. Apresentam-se em grande número e dão origem a
um conjunto de identidades de grande aplicação.
1.Dois amigos partiram às 10h 32 min de Aparecida do Norte Considere a e b, expressões em R, representando polinômios
e chegaram a Ribeirão Preto às 16 h 8 min. Quanto tempo durou quaisquer, apresentamos a seguir os produtos notáveis.
a viagem?
Quadrado da Soma de Dois Termos
2. João nasceu numa terça feira às 13 h 45 min 12 s e Maria
nasceu no mesmo dia, às 8 h 13 min 47 s. Determine a diferença (a + b)2 = (a + b) (a + b) = a2 + 2ab + b2
entre os horários de nascimento de João e Maria, nessa ordem. (a + b)2 = a2 + 2ab + b2

3.Um passageiro embarcou em um ônibus na cidade A às 14h Quadrado da Diferença de Dois Termos
32 min 18s, esse ônibus saiu da rodoviária desta cidade às 14h
55min 40s e chegou à rodoviária da cidade B às 19h 27min 15s,do (a - b)2 = (a - b) (a - b) = a2 - 2ab + b2
mesmo dia. Quanto tempo o passageiro permaneceu no interior do (a - b)2 = a2 - 2ab + b2
ônibus? Produto da Soma pela Diferença de Dois Termos
a) 05h 54min 09s (a + b) (a – b) = a2 – ab + ab - b2
b) 04h 05min 57s (a + b)(a – b) = a2
c) 05h 05min 09s
d) 04h 54min 57s
Cubo da Soma de Dois Termos
Respostas
(a + b)3 = (a + b) (a + b)2 = (a + b) (a2 + 2ab + b2)
1.5 h 36 min (a + b)3 = a3 + 2a2b + ab2 + a2b + 2ab2 + b3
(a + b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3
2.5 h 31 min 25 s
Cubo da Diferença de Dois Termos
3.Vamos considerar o horário de chegada à cidade B e o horá-
rio que o passageiro entrou no ônibus
(a - b)3 = (a - b) (a2 - 2ab + b2)
19 h27 min15 seg (a - b)3 = a3 + 2a2b + ab2 - a2b + 2ab2 - b3
14 h32 min18 seg (a - b)3 = a3 - 3a2b + 3ab2 - b3
Exercícios
Para subtrair 18 de 15 não é possível então emprestamos 1
minuto dos 27 1. Desenvolva os seguintes produtos notáveis:
a) (3x+y)²
Que passa a ser 26 e no lugar de 15 seg usamos 15 +60(que é b) (()+x²)²
1 min). Então
2. Desenvolva:
75 – 18 = 57 seg. a) (()+4y³)²
b) (2x+3y)3
O mesmo acontece com os minutos. Vamos emprestar 1 hora
das 19 que passa a ser 18 e no lugar de 26 minutos usamos 26 + 60
3. Resolva os seguintes termos:
( que é uma hora). Então 86 – 32 = 54 minutos
a)  (x4 + (1/x2))3
Por fim 18 h – 14 h = 4 horas b) ((2x/3) + (4y/5)) . ((2x/3) - (4y/5)
Resp. 4 horas 54 min e 57 seg.

Didatismo e Conhecimento 28
MATEMÁTICA
4. Efetue as multiplicações: 4) Solução:
a) (x-2) (x-3) a → (x-2) (x-3) =
b) (x+5) (x-4) x2 + ((-2) + (-3)) x + (-2) . (-3) =
x2 – 5x + 6
5. Simplifique as expressões:
a) (x + y)2 – x2 – y2 b → (x+5) (x-4) =
b) (x + 2) (x - 7) + (x – 5) (x + 3) x2 + (5 + (-4)) x + 5 . (-4) = 
6. Resolva tal expressão: x2 + x – 20 
a) (a – 3)²
5) Solução:
b) (x – 3y)²
a → (x + y)2 – x2 – y2  = 
c) (2ª – 5)² x2 + 2xy + y2 – x2 – y2   = 
2xy
7. Desenvolva:
a) (x + 2) (x – 2) b → (x + 2) (x – 7) + (x – 5) (x + 3)  = 
b) (2x – 5y) (2x + 5y) x2 + (2 + (-7)) x + 2 . (-7) + x2 + (-5 + 3) x + 3 . (-5)  = 
8. Resolva a expressão: (x/2 + y/3) (x/2 – y/3). x2 – 5x – 14 + x2 – 2x – 15  = 
2x2 – 7x – 29
9. Calcule os seguintes termos: 6) Solução:
a) (3 + 4)² a → a² - 2 . a . 3 + 3²
b) (5 + 4)² a² - 6ª + 9

10. Utilize a regra do produto notável para resolver os b → (x)² - 2 . x . 3y + (3y)²


seguintes cálculos: x² - 6xy + 9y²
a) (x + 2)²
b) (4x + 4)² c → (2ª) ² - 2 . 2ª . 5² - 5²
c) (a + 4b)² 4ª ² - 4ª . 50 – 25
7) Solução:
Respostas
a → (x + 2) (x – 2)
x² - 2² =
1) Solução: x² – 4
a → (3x + y)2 =
(3x)2
+ 2 . 3x . y + y2 =  b → (2x – 5y) (2x + 5y)
9x2
+ 6xy + y2 (2x) ² - (5y) ² =
4x² - 25y²
b → (()+x2)2 =
()2
+ 2.().x2 + (x2)2 =  8) Solução:
() + x2
+ x4 (x/2 + y/3) (x/2 – y/3)
(x/2)² - (y/3)²
2) Solução: x²/4 - y²/9
a → (() + 4y3)2 =
()2 – 2 .().4y3 + (4y3)2 =  9) Solução: Nesse caso, podemos resolver de duas maneiras:
()x2 – ()xy3 + 16y6 a → (3 + 4)² = 7² = 49
(3 + 4)² = 3² + 2 . 3 . 4 + 4² = 9 + 24 + 16 = 49
b → (2x+3y)3 = b → Podemos também resolver de duas maneiras:
(5 + 4)² = 9² = 81
(2x)3 + 3 .(2x)2. 3y + 3 . 2x .(3y)2 + (3y)3 =
(5 + 4)² = 5² + 2 . 5 . 4 + 4²  = 25 + 40 + 16 = 81
8x 3+ 36x2y + 54xy2 + 27y3
10) Solução:
3) Solução: a → x² + 2 . x . 2 + 2²
a → (x4 + (1/x2))3 =  x² + 4x + 4
) + 3 . (x4)2 . (1/x2) + 3 . x4 . (1/x2)2 + (1/x2)3  = 
(x4 3

x12
+ 3x6 + 3 + (1/x6) b → (4x)² + 2 . 4x . 4 + 4²
16x² + 32x + 16
b → (2x/3) + (4y/5)) . ((2x/3) - (4y/5)) =
(2x/3)2 - (4y/5)2 =  c → (a)² + 2 . a . 4b + 4b²
(4/9)x2 - (16/25)y2  a² + 2 . a . 8b + 16b²

Didatismo e Conhecimento 29
MATEMÁTICA
Equação do 1º Grau Há também um processo prático, bastante usado, que se baseia
nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
Veja estas equações, nas quais há apenas uma incógnita: - Se a + b = c, conclui-se que a = c + b.

3x – 2 = 16 (equação de 1º grau) Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no lado


esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no lado
2y3 – 5y = 11 (equação de 3º grau) direito da igualdade.
- Se a . b = c, conclui-se que a = c + b, desde que b ≠ 0.
2 Na primeira igualdade, o número b aparece multiplicando no
1 – 3x + =x+ 1 (equação de 1º grau)
5 2 lado esquerdo; na segunda, ele aparece dividindo no lado direito
da igualdade.
O método que usamos para resolver a equação de 1º grau é
O processo prático pode ser formulado assim:
isolando a incógnita, isto é, deixar a incógnita sozinha em um dos - Para isolar a incógnita, coloque todos os termos com
lados da igualdade. Para conseguir isso, há dois recursos: incógnita de um lado da igualdade e os demais termos do outro
- inverter operações; lado.
- efetuar a mesma operação nos dois lados da igualdade. - Sempre que mudar um termo de lado, inverta a operação.

Exemplo 1 Exemplo
5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
Resolução da equação 3x – 2 = 16, invertendo operações. Resolução da equação = - , usando o
2 3 3
processo prático.
Procedimento e justificativa: Se 3x – 2 dá 16, conclui-se que
3x dá 16 + 2, isto é, 18 (invertemos a subtração). Se 3x é igual a 18, Procedimento e justificativa: Iniciamos da forma habitual,
é claro que x é igual a 18 : 3, ou seja, 6 (invertemos a multiplicação multiplicando os dois lados pelo mmc (2;3) = 6. A seguir, passamos
por 3). a efetuar os cálculos indicados. Neste ponto, passamos a usar o
processo prático, colocando termos com a incógnita à esquerda e
Registro números à direita, invertendo operações.

Registro
3x – 2 = 16
3x = 16 + 2 5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
- =
3x = 18 2 3 3
18
x= 6. 5(x+2) - 6. (x+2) . (x-3) = 6. x
2
3
2 3 3
x=6
15(x + 2) – 2(x + 2)(x – 3) = – 2x2
Exemplo 2 15x + 30 – 2(x2 – 3x + 2x – 6) = – 2x2
15x + 30 – 2(x2 – x – 6) = – 2x2
2 1
Resolução da equação 1 – 3x + =x+ , efetuando a 15x + 30 – 2x2 + 2x + 12 = – 2x2
5 2
17x – 2x2 + 42 = – 2x2
mesma operação nos dois lados da igualdade. 17x – 2x2 + 2x2 = – 42
17x = – 42
Procedimento e justificativa: Multiplicamos os dois lados
da equação por mmc (2;5) = 10. Dessa forma, são eliminados 42
x=-
os denominadores. Fazemos as simplificações e os cálculos 17
necessários e isolamos x, sempre efetuando a mesma operação nos Note que, de início, essa última equação aparentava ser de
dois lados da igualdade. No registro, as operações feitas nos dois x2
2º grau por causa do termo - no seu lado direito. Entretanto,
lados da igualdade são indicadas com as setas curvas verticais. 3 que foi reduzida a uma equação
depois das simplificações, vimos
de 1º grau (17x = – 42).
Registro
1 – 3x + 2/5 = x + 1 /2 Questões
10 – 30x + 4 = 10x + 5
-30x - 10x = 5 - 10 - 4 1 - (PRF) Num determinado estado, quando um veículo é re-
-40x = +9(-1) bocado por estacionar em local proibido, o motorista paga uma
40x = 9 taxa fixa de R$ 76,88 e mais R$ 1,25 por hora de permanência no
x = 9/40 estacionamento da polícia. Se o valor pago foi de R$ 101,88 o total
x = 0,225 de horas que o veículo  ficou estacionado na polícia corresponde a:

Didatismo e Conhecimento 30
MATEMÁTICA
A) 20        A) 3,12 bilhões.
B) 21       B) 2,86 bilhões.
C) 22       C) 2,60 bilhões.
D) 23      D) 2,34 bilhões.
E) 24 E) 2,08 bilhões.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-


2 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. TRATIVO – FCC/2014) Um funcionário de uma empresa deve
executar uma tarefa em 4 semanas. Esse funcionário executou 3/8
IMARUÍ/2014) Certa quantia em dinheiro foi dividida igualmente
da tarefa na 1a semana. Na 2a semana, ele executou 1/3 do que
entre três pessoas, cada pessoa gastou a metade do dinheiro que
havia executado na 1a semana. Na 3a e 4a semanas, o funcionário
ganhou e 1/3(um terço) do restante de cada uma foi colocado em termina a execução da tarefa e verifica que na 3a semana executou
um recipiente totalizando R$900,00(novecentos reais), qual foi a o dobro do que havia executado na 4a semana. Sendo assim, a fra-
quantia dividida inicialmente? ção de toda a tarefa que esse funcionário executou na 4ª semana
A) R$900,00 é igual a
B) R$1.800,00 A) 5/16.
C) R$2.700,00 B) 1/6.
D) R$5.400,00 C) 8/24.
D)1/ 4.
3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um quadrado é cha- E) 2/5.
mado mágico quando suas casas são preenchidas por números cuja
soma em cada uma das linhas, colunas ou diagonais é sempre a 6 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-
mesma. TRATIVO – FCC/2014) Bia tem 10 anos a mais que Luana, que
O quadrado abaixo é mágico. tem 7 anos a menos que Felícia. Qual é a diferença de idades entre
Bia e Felícia?
A) 3 anos.
B) 7 anos.
C) 5 anos.
D) 10 anos.
E) 17 anos.

7 -(DAE AMERICANAS/SP – ANALISTA ADMINSTRATI-


VO – SHDIAS/2013) Em uma praça, Graziela estava conversando
com Rodrigo. Graziela perguntou a Rodrigo qual era sua idade, e
ele respondeu da seguinte forma:
- 2/5 de minha idade adicionados de 3 anos correspondem à
metade de minha idade.
Qual é a idade de Rodrigo?
A) Rodrigo tem 25 anos.
B) Rodrigo tem 30 anos.
C) Rodrigo tem 35 anos.
D) Rodrigo tem 40 anos.

Um estudante determinou os valores desconhecidos correta- 8 - (METRO/SP - AGENTE DE SEGURANÇA METRO-


mente e para 3x − 1 atribuiu VIÁRIA I - FCC/2013) Dois amigos foram a uma pizzaria. O mais
A)14 velho comeu da pizza que compraram. Ainda da mesma pizza o
B) 12 mais novo comeu da quantidade que seu amigo havia comido.
C) 5 Sendo assim, e sabendo que mais nada dessa pizza foi comido, a
D) 3 fração da pizza que restou foi
E) 1

4 - (PGE/BA – ASSISTENTE DE PROCURADORIA –


FCC/2013) A prefeitura de um município brasileiro anunciou que
3/5 da verba destinada ao transporte público seriam aplicados na
construção de novas linhas de metrô. O restante da verba seria
igualmente distribuído entre quatro outras frentes: corredores de
ônibus, melhoria das estações de trem, novos terminais de ônibus e
subsídio a passagens. Se o site da prefeitura informa que serão gas-
tos R$ 520 milhões com a melhoria das estações de trem, então o
gasto com a construção de novas linhas de metrô, em reais, será de

Didatismo e Conhecimento 31
MATEMÁTICA

9 - (METRO/SP - AGENTE DE SEGURANÇA METRO-


VIÁRIA I - FCC/2013) Glauco foi à livraria e comprou 3 exem-
plares do livro J. Comprou 4 exemplares do livro K, com preço
x = 1800
unitário de 15 reais a mais que o preço unitário do livro J. Com-
prou também um álbum de fotografias que custou a terça parte do
preço unitário do livro K. 3 - RESPOSTA: “A”.
Glauco pagou com duas cédulas de 100 reais e recebeu o troco Igualando a 1ª linha com a 3ª , temos:
de 3 reais. Glauco pagou pelo álbum o valor, em reais, igual a
A) 33.
B) 132.
C) 54.
D) 44. 3x-1=14
E) 11.

10 - AGENTE DE SEGURANÇA METROVIÁRIA I -


4 - RESPOSTA: “A”.
FCC/2013) Hoje, a soma das idades de três irmãos é 65 anos. Exa-
tamente dez anos antes, a idade do mais velho era o dobro da idade 520 milhões para as melhorias das estações de trem, como foi
do irmão do meio, que por sua vez tinha o dobro da idade do irmão distribuído igualmente, corredores de ônibus, novos terminais e
mais novo. Daqui a dez anos, a idade do irmão mais velho será, subsídio de passagem também receberam cada um 520 milhões.
em anos, igual a Restante da verba foi de 520.4 = 2080 ; 106 = notação científi-
A) 55. ca de milhões (1.000.000).
B) 25. Verba: y
C) 40.
D) 50.
E) 35.

Respostas

1 - RESPOSTA “A”.
Devemos inicialmente equacionar através de uma equação
do 1º grau, ou seja:
y= 76,88 + 1,25. x ➜ 101,88 = 76,88 + 1,25x ➜ 101,88 –
76,88 = 1,25x
1,25x = 25 ➜ x = ➜ x = 20 horas.
ou 3,12 bilhões.
Obs.: y é o valor pago pela multa x corresponde ao número de
horas de permanência no estacionamento.
5 - RESPOSTA: “B”.
2 - RESPOSTA: “B”. Tarefa: x
Quantidade a ser dividida: x Primeira semana: 3/8x
Se 1/3 de cada um foi colocado em um recipiente e deu
R$900,00, quer dizer que cada uma colocou R$300,00. 2 semana:

Didatismo e Conhecimento 32
MATEMÁTICA

1ª e 2ª semana:

Na 3ª e 4ª semana devem ser feito a outra metade, pois ele


executou a metade na 1ª e 2ª semana como consta na fração acima Valor pago:197 reais (2.100 – 3)
(1/2x).
3ªsemana: 2y
4ª semana: y

6 - RESPOSTA: “A”.
Luana: x
Bia: x+10 O valor pago pelo álbum é de R$ 11,00.
Felícia: x+7
Bia-Felícia= x+10-x-7 = 3 anos.
10 - RESPOSTA: “C”.
7 - RESPOSTA: “B”. Irmão mais novo: x
Idade de Rodrigo: x Irmão do meio: 2x
Irmão mais velho:4x

Hoje:
Irmão mais novo: x+10
Irmão do meio: 2x+10
Irmão mais velho:4x+10
Mmc(2,5)=10
x+10+2x+10+4x+10=65
7x=65-30
7x=35
x=5

hoje:
Irmão mais novo: x+10=5+10=15
Irmão do meio: 2x+10=10+10=20
8 - RESPOSTA: “C”. Irmão mais velho:4x+10=20+10=30

Daqui a dez anos


Irmão mais novo: 15+10=25
Irmão do meio: 20+10=30
Irmão mais velho: 30+10=40

O irmão mais velho terá 40 anos.

Inequação do 1º Grau

Inequação é toda sentença aberta expressa por uma


desigualdade.

As inequações x + 5 > 12 e 2x – 4 ≤ x + 2 são do 1º grau, isto


Sobrou 1/10 da pizza. é, aquelas em que a variável x aparece com expoente 1.

9 - RESPOSTA: “E”. A expressão à esquerda do sinal de desigualdade chama-se


Preço livro J: x primeiro membro da inequação. A expressão à direita do sinal de
Preço do livro K: x+15 desigualdade chama-se segundo membro da inequação.

Didatismo e Conhecimento 33
MATEMÁTICA
Na inequação x + 5 > 12, por exemplo, observamos que: Os números naturais que tornam a desigualdade verdadeira
são: 0, 1, 2, 3 ou 4. Então V = {0, 1, 2, 3, 4}.
A variável é x; b) x < 5, sendo U = Z
O primeiro membro é x + 5;
O segundo membro é 12.

Na inequação 2x – 4 ≤ x + 2:

A variável é x; Todo número inteiro menor que 5 satisfaz a desigualdade.


O primeiro membro é 2x – 4; Logo, V = {..., –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4}.
O segundo membro é x + 2.
c) x < 5, sendo U = Q
Propriedades da desigualdade Todo número racional menor que 5 é solução da inequação
dada. Como não é possível representar os infinitos números
racionais menores que 5 nomeando seus elementos, nós o faremos
Propriedade Aditiva: por meio da propriedade que caracteriza seus elementos. Assim:
Mesmo sentido
V = {x ∊ Q / x <5}
 
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5.
  Resolução prática de inequações do 1º grau:
Somamos +2 aos dois membros da desigualdade
A resolução de inequações do 1º grau é feita procedendo
Uma desigualdade não muda de sentido quando adicionamos de maneira semelhante à resolução de equações, ou seja,
transformando cada inequação em outra inequação equivalente
ou subtraímos um mesmo número aos seus dois membros.
mais simples, até se obter o conjunto verdade.
Propriedade Multiplicativa: Exemplo
Resolver a inequação 4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5, sendo U = Q.
4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5
Mesmo sentido
4x – 8 ≤ 6x + 2 + 5 aplicamos a propriedade distributiva
 
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . 2 > 3 . 2, isto é: 16 > 6. 4x – 6x ≤ 2 + 5 + 8 aplicamos a propriedade aditiva
  –2x ≤ 15 reduzimos os termos semelhantes
Multiplicamos os dois membros por 2
Uma desigualdade não muda de sentido quando multiplicamos Multiplicando os dois membros por –1, devemos mudar o
sentido da desigualdade.
ou dividimos seus dois membros por um mesmo número positivo.
2x ≥ –15
Mudou de sentido Dividindo os dois membros por 2, obtemos: 2x ≥ − 15 ⇒ x ≥ − 15
2 2 2
  ⎧ 15 ⎫
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . (–2) < 3 . (–2), isto é: –16 < –6 Logo, V = ⎨ x ∈Q | x ≥ − ⎬
⎩ 2⎭
 
Multiplicamos os dois membros por –2 Vamos determinar o conjunto verdade caso tivéssemos U = Z.
15
Sendo − = −7,5 , vamos indicá-lo na reta numerada:
Uma desigualdade muda de sentido quando multiplicamos ou 2
dividimos seus dois membros por um mesmo número negativo.

Resolver uma inequação é determinar o seu conjunto verdade


a partir de um conjunto universo dado.
Logo, V = {–7, –6, –5, –4, ...} ou V = {x ∊ Z| x ≥ –7}.
Vejamos, através do exemplo, a resolução de inequações do 1º grau.
a) x < 5, sendo U = N

Didatismo e Conhecimento 34
MATEMÁTICA
Questões 6 - (MACK) – Em N, o produto das soluções da inequação
2x – 3
1 – (OBM) Quantos são os números inteiros x que satisfazem A) maior que 8.
à inequação ? B) 6.
A) 13; C) 2.
B) 26; D) 1.
C) 38; E) 0.
D) 39;
E) 40. Respostas

2 - (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) A pontuação numa 1 - RESPOSTA “D”.


prova de 25 questões é a seguinte: + 4 por questão respondida cor- Como só estamos trabalhando com valores positivos, pode-
retamente e –1 por questão respondida de forma errada. Para que
mos elevar ao quadrado todo mundo e ter 9 < x < 49, sendo então
um aluno receba nota correspondente a um número positivo, deve-
rá acertar no mínimo: que x será 10, 11, 12, 13, 14,..., 48.
A) 3 questões Ou seja, poderá ser 39 valores diferentes.
B) 4 questões
C) 5 questões 2 - RESPOSTA “D”.
D) 6 questões Se a cada x questões certas ele ganha 4x pontos então quando
E) 7 questões erra (25 – x) questões ele perde (25 – x)(-1) pontos, a soma desses
valores será positiva quando:
3 – (Tec.enfermagem/PM) O menor número inteiro que satis-
4X + (25 -1 )(-1) > 0 ➜ 4X – 25 + x > 0 ➜ 5x > 25 ➜ x > 5
faz a inequação 4x + 2 (x-1) > x – 12 é:
A) -2. O aluno deverá acertar no mínimo 5 questões.
B) -3.
C) -1. 3 - RESPOSTA “C”.
D) 4. 4x + 2 – 2 > x -12
E) 5. 4x + 2x – x > -12 +2
5x > -10
4 – (AUX. TRT 6ª/FCC) Uma pessoa, brincando com uma x > -2
calculadora, digitou o número 525. A seguir, foi subtraindo 6, su-
Se enumerarmos nosso conjunto verdade teremos: V={-
cessivamente, só parando quando obteve um número negativo.
Quantas vezes ela apertou a tecla correspondente ao 6? 1,0,1,2,...}, logo nosso menor número inteiro é -1.
A) 88.
B) 87. 4 - RESPOSTA “A”.
C) 54. Vamos chamar de x o número de vezes que ele apertou a cal-
D) 53. culadora
E) 42. 525 – 6x < 0 ( pois o resultado é negativo)
-6x < -525. (-1) ➜ 6x > 525 ➜ x > 87,5 ; logo a resposta seria
5 – (CFSD/PM/2012) Baseado na figura abaixo, o menor va- 88( maior do que 87,5).
lor inteiro par que o número x pode assumir para que o perímetro
dessa figura seja maior que 80 unidades de comprimento é:
5 - RESPOSTA “B”.
Perímetro soma de todos os lados de uma figura:
6x – 8 + 2.(x+5) + 3x + 8 > 80
6x – 8 + 2x + 10 + 3x + 8 > 80
11x + 10 > 80
11x > 80 -10
x > 70/11
x > 6,36
Como tem que ser o menor número inteiro e par, logo teremos 8.

6 – RESPOSTA “E”
A) 06.
B) 08.
C) 10.
D) 12.
E) 14.

Didatismo e Conhecimento 35
MATEMÁTICA
Como ele pede o produto das soluções, teremos: 3.2.1.0,...= 0; Resolução das equações incompletas do 2º grau com uma
pois todo número multiplicado por zero será ele mesmo. incógnita.
- A equação é da forma ax2 + bx = 0.
Equação do 2º Grau x2 + 9 = 0 ➜ colocamos x em evidência
x . (x – 9) = 0
Denomina-se equação do 2º grau na incógnita x toda equação x=0 ou x–9=0
da forma : x=9
Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes da equação.
ax2 + bx + c = 0, em que a, b, c são números reais e a ≠ 0.
Nas equações de 2º grau com uma incógnita, os números reais
- A equação é da forma ax2 + c = 0.
expressos por a, b, c são chamados coeficientes da equação:
- a é sempre o coeficiente do termo em x2.
x2 – 16 = 0 ➜ Fatoramos o primeiro membro, que é uma
- b é sempre o coeficiente do termo em x.
diferença de dois quadrados.
- c é sempre o coeficiente ou termo independente.
(x + 4) . (x – 4) = 0
Equação completa e incompleta: x+4=0 x–4=0
- Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa. x=–4 x=4
Logo, S = {–4, 4}.
Exemplos
Fórmula de Bháskara
5x2 – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).
y2 + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c Usando o processo de Bháskara e partindo da equação escrita
= 20). na sua forma normal, foi possível chegar a uma fórmula que vai
- Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se nos permitir determinar o conjunto solução de qualquer equação
diz incompleta. do 2º grau de maneira mais simples.
Essa fórmula é chamada fórmula resolutiva ou fórmula de
Exemplos Bháskara.
x2 – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
10t2 +2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0). −b± ∆
x=
5y2 = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0). 2.a
Todas essas equações estão escritas na forma ax2 + bx + c Nesta fórmula, o fato de x ser ou não número real vai depender
= 0, que é denominada forma normal ou forma reduzida de uma do discriminante ; temos então, três casos a estudar.
equação do 2º grau com uma incógnita.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não estão escritas 1º caso: é um número real positivo ( > 0).
na forma ax2 + bx + c = 0; por meio de transformações convenientes, Neste caso, ∆ é um número real, e existem dois valores
em que aplicamos o princípio aditivo e o multiplicativo, podemos reais diferentes para a incógnita x, sendo costume representar esses
reduzi-las a essa forma. valores por x’ e x”, que constituem as raízes da equação.
Exemplo: Pelo princípio aditivo.
−b± ∆ −b+ ∆
x= x' =
2x – 7x + 4 = 1 – x
2 2
2.a 2.a
2x2 – 7x + 4 – 1 + x2 = 0
2x2 + x2 – 7x + 4 – 1 = 0
3x2 – 7x + 3 = 0 −b− ∆
x '' =
2.a
Exemplo: Pelo princípio multiplicativo.
2 1 x 2º caso: é zero ( = 0).
- =
x 2 x-4
Neste caso, ∆ é igual a zero e ocorre:

4.(x - 4) - x(x - 4)
=
2x2 −b± ∆ −b± 0 −b±0 −b
2x(x - 4) 2x(x - 4) x= = x= = =
2.a 2.a 2.a 2a
4(x – 4) – x(x – 4) = 2x2 Observamos, então, a existência de um único valor real para
4x – 16 – x2 + 4x = 2x2 a incógnita x, embora seja costume dizer que a equação tem duas
– x2 + 8x – 16 = 2x2 raízes reais e iguais, ou seja:
– x2 – 2x2 + 8x – 16 = 0
– 3x2 + 8x – 16 = 0 −b
x’ = x” =
2a

Didatismo e Conhecimento 36
MATEMÁTICA
3º caso: é um número real negativo ( < 0). 2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN-
Neste caso, ∆ não é um número real, pois não há no conjunto DEC/2013) Qual a equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2?
dos números reais a raiz quadrada de um número negativo. A) x²-3x+4=0
Dizemos então, que não há valores reais para a incógnita x, ou B) -3x²-5x+1=0
seja, a equação não tem raízes reais. C) 3x²+5x+2=0
A existência ou não de raízes reais e o fato de elas serem D) 2x²-5x+3=0
duas ou uma única dependem, exclusivamente, do discriminante
= b2 – 4.a.c; daí o nome que se dá a essa expressão. 3 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN-
Na equação ax2 + bx + c = 0 DEC/2013) O dobro da menor raiz da equação de 2º grau dada por
- = b2 – 4.a.c x²-6x=-8 é:
- Quando ≥ 0, a equação tem raízes reais. A) 2
- Quando < 0, a equação não tem raízes reais. B) 4
- > 0 (duas raízes diferentes). C) 8
- = 0 (uma única raiz). D) 12

Exemplo: Resolver a equação x2 + 2x – 8 = 0 no conjunto R. 4 - (CGU – ADMINISTRATIVA – ESAF/2012) Um segmen-


temos: a = 1, b = 2 e c = – 8 to de reta de tamanho unitário é dividido em duas partes com com-
= b2 – 4.a.c = (2)2 – 4 . (1) . (–8) = 4 + 32 = 36 > 0 primentos x e 1-x respectivamente.
Calcule o valor mais próximo de x de maneira que
Como > 0, a equação tem duas raízes reais diferentes, da- x = (1-x) / x, usando √5=2,24.
das por: A) 0,62
B) 0,38
C) 1,62
C) 0,5
D) 1/
−2+6 4 − 2−6 −8
x’ = = =2 x” = = = −4 5 - Antônio gastou R$ 240,00 na compra de brindes iguais
2 2 2 2 para distribuir no final de ano. Com um desconto de R$ 2,00 em
cada brinde, teria comprado 10 brindes a mais com os mesmos R$
Então: S = {-4, 2}. 240,00. A equação cuja solução levará ao valor do brinde sem o
desconto é dada por:
A) b2 - 2b + 48 = 0
Propriedade das raízes B) b2 + 10b - 1200 = 0
C) b2 - 2b - 48 = 0
Dada a equação ax2 + bx + c=0 , com a , e S e P a soma e o
produto respectivamente dessas raízes. D) b2 - 10b + 1200 = 0
E) b2 + 2b - 240 = 0

6 - (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATE-


MÁTICA – IMA/2014) Temos que a raiz do polinômio p(x) = x²
– mx + 6 é igual a 6. O valor de m é:
A) 15
Logo podemos reescrever a equação da seguinte forma: x2 – B) 7
Sx +P=0
C) 10
Questões D) 8
E) 5
1 - (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Para que a equação (3m-9)x²-7x+6=0 seja uma equa- 7 – (TEC. JUD. – 2ª FCC) Em certo momento, o número x de
ção de segundo grau, o valor de m deverá, necessariamente, ser soldados em um policiamento ostensivo era tal que subtraindo-se
diferente de: do seu quadrado o seu quadruplo, obtinha-se 1845. O valor de x é:
A) 1. A) 42.
B) 2. B) 45.
C) 3.
C) 48.
D) 0.
D) 50.
E) 9.
E) 52.

Didatismo e Conhecimento 37
MATEMÁTICA
8 - (CPTM - Médico do trabalho – Makiyama) A metrologia 3 - RESPOSTA: “B”.
anunciou que o dia de amanhã será frio, com algumas pancadas de x²-6x+8=0
chuva. A temperatura mínima prevista é A e a temperatura máxima
é B. Sabendo que A e B são as raízes da equação x² - 26x + 160 = 0,
podemos afirmar que A e B são respectivamente, em graus Celsius.
(A) 10° e 16°.
(B) 12° e 16°.
(C) 10° e 18°.
(D) 15° e 17°.
(E) 12° e 18°.

9 - (Prefeitura de São Paulo - SP - Guarda Civil Metropoli-


Dobro da menor raiz: 2⋅2=4
tano - MS CONCURSOS) Se x1 > x2 são as raízes da equação x2
- 27x + 182 = 0, então o valor de é: 4 - RESPOSTA: “A”.

10 - (Pref. Mogeiro/PB - Professor – Matemática – EXA-


MES) A soma das raízes da equação (k - 2)x² - 3kx + 1 = 0, com
k ≠ 2, é igual ao produto dessas raízes. Nessas condições. Temos:
A) k = 1/2.
B) k = 3/2.
C) k = 1/3.
D) k = 2/3.
E) k = -2.
5 - RESPOSTA “C”.
Respostas
Dados:
1 - RESPOSTA: “C”. → preço de cada brinde
Neste caso o valor de a → total de brindes
3m-9≠0 De acordo com o enunciado temos:
3m≠9
m≠3

2 - RESPOSTA: “D”.
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas
raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas raízes
multiplicadas resultam no valor de c.
Substituindo em teremos:

6 – RESPOSTA: “B”.
Lembrando que a fórmula pode ser escrita como :x²-Sx+P, te-
mos que P(produto)=6 e se uma das raízes é 6, a outra é 1.
Então a soma é 6+1=7
S=m=7

Didatismo e Conhecimento 38
MATEMÁTICA
7 – RESPOSTA “B”
Montando a expressão
x2 – 4x =1845 ; igualando a expressão a zero teremos: x2 – 4x -1845=0
Aplicando a formula de Bháskara:

Logo o valor de x = 45

8 - RESPOSTA: “A”.
Resolvendo a equação pela fórmula de Bháskara:
x2 – 26x + 160 = 0; a = 1, b = - 26 e c = 160

∆ = b2 – 4.a.c
∆ = (- 26)2 – 4.1.160
∆ = 676 – 640
∆ = 36

9 - RESPOSTA: “D”.
Primeiro temos que resolver a equação:

a = 1, b = - 27 e c = 182

∆ = b2 – 4.a.c
∆ = (-27)2 – 4.1.182
∆ = 729 – 728
∆=1

O mmc entre x1 e x2 é o produto x1.x2

10 - RESPOSTA: “C”.
Vamos usar as fórmulas da soma e do produto: S = .

(k – 2)x2 – 3kx + 1 = 0; a = k – 2, b = - 3k e c = 1

S=P

Didatismo e Conhecimento 39
MATEMÁTICA
Inequação do 1º Grau Uma desigualdade muda de sentido quando multiplicamos ou
dividimos seus dois membros por um mesmo número negativo.
Inequação é toda sentença aberta expressa por uma
desigualdade. Resolver uma inequação é determinar o seu conjunto verdade
a partir de um conjunto universo dado.
As inequações x + 5 > 12 e 2x – 4 ≤ x + 2 são do 1º grau, isto
é, aquelas em que a variável x aparece com expoente 1.
Vejamos, através do exemplo, a resolução de inequações do 1º grau.
A expressão à esquerda do sinal de desigualdade chama-se a) x < 5, sendo U = N
primeiro membro da inequação. A expressão à direita do sinal de
desigualdade chama-se segundo membro da inequação.

Na inequação x + 5 > 12, por exemplo, observamos que:

A variável é x;
O primeiro membro é x + 5; Os números naturais que tornam a desigualdade verdadeira
O segundo membro é 12. são: 0, 1, 2, 3 ou 4. Então V = {0, 1, 2, 3, 4}.
b) x < 5, sendo U = Z
Na inequação 2x – 4 ≤ x + 2:

A variável é x;
O primeiro membro é 2x – 4;
O segundo membro é x + 2.
Todo número inteiro menor que 5 satisfaz a desigualdade.
Propriedades da desigualdade Logo, V = {..., –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4}.

c) x < 5, sendo U = Q
Propriedade Aditiva: Todo número racional menor que 5 é solução da inequação
dada. Como não é possível representar os infinitos números
racionais menores que 5 nomeando seus elementos, nós o faremos
Mesmo sentido
por meio da propriedade que caracteriza seus elementos. Assim:
 
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5.
  V = {x ∊ Q / x <5}
Somamos +2 aos dois membros da desigualdade
Resolução prática de inequações do 1º grau:
Uma desigualdade não muda de sentido quando adicionamos
A resolução de inequações do 1º grau é feita procedendo
ou subtraímos um mesmo número aos seus dois membros.
de maneira semelhante à resolução de equações, ou seja,
transformando cada inequação em outra inequação equivalente
Propriedade Multiplicativa: mais simples, até se obter o conjunto verdade.

Exemplo
Mesmo sentido Resolver a inequação 4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5, sendo U = Q.
 
4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . 2 > 3 . 2, isto é: 16 > 6.
4x – 8 ≤ 6x + 2 + 5 aplicamos a propriedade distributiva
 
Multiplicamos os dois membros por 2 4x – 6x ≤ 2 + 5 + 8 aplicamos a propriedade aditiva
–2x ≤ 15 reduzimos os termos semelhantes
Uma desigualdade não muda de sentido quando multiplicamos
ou dividimos seus dois membros por um mesmo número positivo. Multiplicando os dois membros por –1, devemos mudar o
Mudou de sentido sentido da desigualdade.
  2x ≥ –15
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . (–2) < 3 . (–2), isto é: –16 < –6 Dividindo os dois membros por 2, obtemos: 2x ≥ − 15 ⇒ x ≥ − 15
2 2 2
  ⎧ 15 ⎫
Multiplicamos os dois membros por –2 Logo, V = ⎨ x ∈Q | x ≥ − ⎬
⎩ 2⎭
Vamos determinar o conjunto verdade caso tivéssemos U = Z.

Didatismo e Conhecimento 40
MATEMÁTICA
15
Sendo − = −7,5 , vamos indicá-lo na reta numerada:
2

Logo, V = {–7, –6, –5, –4, ...} ou V = {x ∊ Z| x ≥ –7}.

Questões

1 – (OBM) Quantos são os números inteiros x que satisfazem A) 06.


à inequação ? B) 08.
A) 13; C) 10.
B) 26;
D) 12.
C) 38;
E) 14.
D) 39;
E) 40.

2 - (ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) A pontuação numa 6 - (MACK) – Em N, o produto das soluções da inequação


prova de 25 questões é a seguinte: + 4 por questão respondida cor- 2x – 3
retamente e –1 por questão respondida de forma errada. Para que A) maior que 8.
um aluno receba nota correspondente a um número positivo, deve- B) 6.
rá acertar no mínimo: C) 2.
A) 3 questões D) 1.
B) 4 questões E) 0.
C) 5 questões
D) 6 questões Respostas
E) 7 questões
1 - RESPOSTA “D”.
3 – (Tec.enfermagem/PM) O menor número inteiro que satis- Como só estamos trabalhando com valores positivos, pode-
faz a inequação 4x + 2 (x-1) > x – 12 é: mos elevar ao quadrado todo mundo e ter 9 < x < 49, sendo então
A) -2. que x será 10, 11, 12, 13, 14,..., 48.
B) -3. Ou seja, poderá ser 39 valores diferentes.
C) -1.
D) 4.
2 - RESPOSTA “D”.
E) 5.
Se a cada x questões certas ele ganha 4x pontos então quando
4 – (AUX. TRT 6ª/FCC) Uma pessoa, brincando com uma erra (25 – x) questões ele perde (25 – x)(-1) pontos, a soma desses
calculadora, digitou o número 525. A seguir, foi subtraindo 6, su- valores será positiva quando:
cessivamente, só parando quando obteve um número negativo. 4X + (25 -1 )(-1) > 0 ➜ 4X – 25 + x > 0 ➜ 5x > 25 ➜ x > 5
Quantas vezes ela apertou a tecla correspondente ao 6? O aluno deverá acertar no mínimo 5 questões.
A) 88.
B) 87. 3 - RESPOSTA “C”.
C) 54.
4x + 2 – 2 > x -12
D) 53.
4x + 2x – x > -12 +2
E) 42.
5x > -10
x > -2
5 – (CFSD/PM/2012) Baseado na figura abaixo, o menor va- Se enumerarmos nosso conjunto verdade teremos: V={-
lor inteiro par que o número x pode assumir para que o perímetro 1,0,1,2,...}, logo nosso menor número inteiro é -1.
dessa figura seja maior que 80 unidades de comprimento é:
4 - RESPOSTA “A”.
Vamos chamar de x o número de vezes que ele apertou a cal-
culadora
525 – 6x < 0 ( pois o resultado é negativo)
-6x < -525. (-1) ➜ 6x > 525 ➜ x > 87,5 ; logo a resposta seria
88( maior do que 87,5).

Didatismo e Conhecimento 41
MATEMÁTICA
5 - RESPOSTA “B”. Assim, é possível dizer que as equações
Perímetro soma de todos os lados de uma figura: X+y=6
6x – 8 + 2.(x+5) + 3x + 8 > 80 X–y=7
6x – 8 + 2x + 10 + 3x + 8 > 80
Formam um sistema de equações do 1º grau.
11x + 10 > 80
11x > 80 -10 Exemplos de sistemas:
x > 70/11
x > 6,36
Como tem que ser o menor número inteiro e par, logo teremos 8.

6 – RESPOSTA “E”

Como ele pede o produto das soluções, teremos: 3.2.1.0,...= 0; Observe este símbolo. A matemática convencionou neste caso
pois todo número multiplicado por zero será ele mesmo. para indicar que duas ou mais equações formam um sistema.

Sistema de Equação do 1º Grau Resolução de sistemas

Definição Resolver um sistema significa encontrar um par de valores das


incógnitas X e Y que faça verdadeira as equações que fazem parte
Observe o raciocínio: João e José são colegas. Ao passarem do sistema.
por uma livraria, João resolveu comprar 2 cadernos e 3 livros e Exemplos:
pagou por eles R$ 15,40, no total dos produtos. José gastou R$ a) O par (4,3 ) pode ser a solução do sistema
9,20 na compra de 2 livros e 1 caderno. Os dois ficaram satisfeitos x–y=2
e foram para casa. x+y=6
No dia seguinte, encontram um outro colega e falaram sobre
suas compras, porém não se lembrava do preço unitário de dos Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta
livros. Sabiam, apenas que todos os livros, como todos os cadernos, substituir os valores em ambas as equações:
tinham o mesmo preço. x-y=2x+y=6
Bom, diante deste problema, será que existe algum modo de 4–3=14+3=7
descobrir o preço de cada livro ou caderno com as informações 1 ≠ 2 (falso) 7 ≠ 6 (falso)
que temos ? Será visto mais à frente.
Um sistema de equação do primeiro grau com duas incógnitas x A resposta então é falsa. O par (4,3) não é a solução do
e y, pode ser definido como um conjunto formado por duas equações sistema de equações acima.
do primeiro grau. Lembrando que equação do primeiro grau é aquela b) O par (5,3 ) pode ser a solução do sistema
que em todas as incógnitas estão elevadas à potência 1. x–y=2
x+y=8
Observações gerais
Em tutoriais anteriores, já estudamos sobre equações do Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta
primeiro grau com duas incógnitas, como exemplo: X + y = 7 x – y substituir os valores em ambas as equações:
= 30 x + 2y = 9 x – 3y = 15 x-y=2x+y=8
Foi visto também que as equações do 1º grau com duas
5–3=25+3=8
variáveis admitem infinitas soluções:
2 = 2 (verdadeiro 8 = 8 (verdadeiro)
X+y=6x–y=7
A resposta então é verdadeira. O par (5,3) é a solução do
sistema de equações acima.

Métodos para solução de sistemas do 1º grau.

- Método de substituição

Vendo a tabela acima de soluções das duas equações, é Esse método de resolução de um sistema de 1º grau estabelece
possível checar que o par (4;2), isto é, x = 4 e y = 2, é a solução que “extrair” o valor de uma incógnita é substituir esse valor na
para as duas equações. outra equação.

Didatismo e Conhecimento 42
MATEMÁTICA
Observe: Vamos calcular então:
x–y=2 3x + 2y = 4 ( x +2)
x+y=4 2x + 3y = 1 ( x -3)
6x +4y = 8
Vamos escolher uma das equações para “extrair” o valor de -6x - 9y = -3 +
uma das incógnitas, ou seja, estabelecer o valor de acordo com a -5y = 5
outra incógnita, desta forma: y = -1
x – y = 2 ---> x = 2 + y
Substituindo:
Agora iremos substituir o “X” encontrado acima, na “X” da 2x + 3y = 1
segunda equação do sistema: 2x + 3.(-1) = 1
x+y=4 2x = 1 + 3
x=2
(2 + y ) + y = 4
2 + 2y = 4 ----> 2y = 4 -2 -----> 2y = 2 ----> y = 1
Verificando:
3x + 2y = 4 ---> 3.(2) + 2(-1) = 4 -----> 6 – 2 = 4
Temos que: x = 2 + y, então
2x + 3y = 1 ---> 2.(2) + 3(-1) = 1 ------> 4 – 3 = 1
x=2+1
x=3

Assim, o par (3,1) torna-se a solução verdadeira do sistema. PORCENTAGEM E PROPORCIONALIDADE


DIRETA E INVERSA.
- Método da adição
Este método de resolução de sistema do 1º grau consiste
apenas em somas os termos das equações fornecidas.

Observe: Porcentagem
x – y = -2
3x + y = 5 É uma fração de denominador centesimal, ou seja, é uma
fração de denominador 100. Representamos porcentagem pelo
Neste caso de resolução, somam-se as equações dadas: símbolo % e lê-se: “por cento”.
50
x – y = -2 Deste modo, a fração é uma porcentagem que podemos
3x + y = 5 + 100
representar por 50%.
4x = 3
x = 3/4 Forma Decimal: É comum representarmos uma porcentagem
na forma decimal, por exemplo, 35% na forma decimal seriam
Veja nos cálculos que quando somamos as duas equações o representados por 0,35.
termo “Y” se anula. Isto tem que ocorrer para que possamos achar
75
o valor de “X”. 75% = = 0,75
100

Agora, e quando ocorrer de somarmos as equações e os valores Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma
de “x” ou “y” não se anularem para ficar somente uma incógnita ? porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p por V.
100
p
Neste caso, é possível usar uma técnica de cálculo de P% de V = .V
100
multiplicação pelo valor excludente negativo.
Ex.: Exemplo 1
3x + 2y = 4
23
2x + 3y = 1 23% de 240 = . 240 = 55,2
100
Ao somarmos os termos acima, temos: Exemplo 2
5x + 5y = 5, então para anularmos o “x” e encontramos o valor
de “y”, fazemos o seguinte: Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% de uma
» multiplica-se a 1ª equação por +2 amostra assistem a um certo programa de TV. Se a população é de
» multiplica-se a 2ª equação por – 3 56.000 habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa?
67
Resolução: 67% de 56 000 = .56000 = 37520
100
Resposta: 37 520 pessoas.

Didatismo e Conhecimento 43
MATEMÁTICA
Porcentagem que o lucro representa em relação ao preço
de custo e em relação ao preço de venda p
VD = V – D = V – .V
100
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e p
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. VD = (1 – ).V
100
Lucro = preço de venda – preço de custo
p
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de Em que (1 – ) é o fator de desconto.
prejuízo. 100

Exemplo
Assim, podemos escrever:
Preço de custo + lucro = preço de venda
Preço de custo – prejuízos = preço de venda Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro
sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a empresa
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas deseja que o salário desse funcionário, a partir de março, seja R$ 3
formas: 500,00, com que salário deve admiti-lo?
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100% Resolução: VA = 1,4 . V
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100%
3 500 = 1,4 . V
Observação: A mesma análise pode ser feita para o caso de 3500
prejuízo. V= = 2500
1,4

Exemplo Resposta: R$ 2 500,00


Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida por
R$ 800,00. Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um valor
Pede-se: inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois aumentos
- o lucro obtido na transação; sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo; aumento, temos:
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. p
V1 = V . (1 + 1 )
100
Resposta:
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00 Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
Lc = 300 = 0,60 = 60% V2 = V1 . (1 + p2 )
500
100
300
Lv = = 0,375 = 37,5% p1 p
800 V2 = V . (1 + ) . (1 + 2 )
100 100
Aumento
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial V que dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Chamemos de A o
valor do aumento e VA o valor após o aumento. Então, A = p% de Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
V= p .V V1 = V. (1 – p1 )
100 100

p Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:


VA = V + A = V + .V
100
p p2
VA = ( 1 + ).V V2 = V1 . (1 – )
100 100
p
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento. V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
100 100
Desconto
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial V que um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Chamemos de D o Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
p
valor do desconto e VD o valor após o desconto. Então, D = p% de V1 = V . (1+ 1 )
V= p .V
100
100
Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
V2 = V1 . (1 – p2 )
100

Didatismo e Conhecimento 44
MATEMÁTICA

V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
100 100
Exemplo

(VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa modalidade de
aplicação financeira. Um cliente deste banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n anos, o capital que esse cliente terá em reais,
relativo a esse depósito, são:
n
 p 
Resolução: VA = 1 +  .v
 100 
n
VA = 1. 15  .1000
 100 
VA = 1 000 . (1,15)n
VA = 1 000 . 1,15n
VA = 1 150,00n

Questões

1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros de etanol
em 28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?
A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%

2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente que x. Nessas
condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia de uma co-
zinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa representa, apro-
ximadamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é de R$
50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida por R$ 40,00. O
dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J após o reajuste de 20%. Dessa
maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em

Didatismo e Conhecimento 45
MATEMÁTICA
A) 20%. 9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
B) 50%. Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte promoção:
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-


TRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, des-
contado um imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço,
supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro
líquido do vendedor. Em quantos por cento, aproximadamente, o
preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%. Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção e re-
B) 61%. vendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por ele com a
C) 65%. revenda das latas de cerveja das duas embalagens completas foi:
D) 63%. A) R$33,60
E) 69%. B) R$28,60
C) R$26,40
6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – D) R$40,80
FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$ E) R$43,20
350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua
loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser suficiente para 10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
dar 30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia 7 de
lucro de 20% sobre o preço de compra. Nessas condições, o preço dezembro.
que o comerciante deve vender essa mercadoria é igual a
A) R$ 620,00. O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – Detran/
B) R$ 580,00. SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 horas, no Espaço
C) R$ 600,00. Emes, um leilão de veículos apreendidos em fiscalizações de trân-
D) R$ 590,00. sito. Ao todo foram leiloados 195 veículos, sendo que 183 foram
E) R$ 610,00. comercializados como sucatas e 12 foram vendidos como aptos
para circulação.
7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA –
FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 bolas Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão pagou
pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a probabilidade 20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no ato da arrema-
de que ela seja preta é tação. Os 80% restantes foram pagos impreterivelmente até o dia
A) maior do que 55% e menor do que 60%. 11 de dezembro.
B) menor do que 50%. Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada).
C) maior do que 65%.
D) maior do que 50% e menor do que 55%. Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato da arre-
E) maior do que 60% e menor do que 65%. matação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de dezembro. Com
base nas informações contidas no texto, calcule o valor total gasto
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA- por Vitor nesse leilão.
MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma enquete refe-
A) R$34.600,00
rente a sua fruta favorita, 70% eram meninos. Dentre as meninas,
B) R$36.000,00
25% responderam que sua fruta favorita era a maçã. Sendo assim,
C) R$35.400,00
qual porcentagem representa, em relação a todas as crianças entre-
D) R$32.000,00
vistadas, as meninas que têm a maçã como fruta preferida?
E) R$37.800,00
A) 10%
B) 1,5%
Respostas
C) 25%
D) 7,5%
1 - RESPOSTA: “B”.
E) 5% Mistura:28+45=73
73------100%
28------x
X=38,356%

Didatismo e Conhecimento 46
MATEMÁTICA
2 - RESPOSTA “C”. 7 - RESPOSTA: “A”.
12 horas → 100 % Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se tirar uma
preta é:
50 % de 12 horas = = 6 horas

X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado


Y = 50 % mais rápido que X.
Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y faz o 8 - RESPOSTA: “D”.
mesmo trabalho em 6 horas. Tem que ser menina E gostar de maçã.
Meninas:100-70=30%
3 - RESPOSTA: “B”.
, simplificando temos ➜P=
0,075 . 100% = 7,5%.

4 - RESPOSTA: “B”. 9 - RESPOSTA: “A”.

O reajuste deve ser de 50%.

5 - RESPOSTA: “A”.
Preço de venda: PV
Preço de compra: PC
O lucro de Alexandre foi de R$33,60.
Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele superou o
preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma aos 100% 10 - RESPOSTA: “E”.
mais 40%, logo 140%= 1,4. R$28.800-------80%
x------------------100%
PV - 0,16PV = 1,4PC
0,84PV=1,4PC

Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00


O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
Relação entre Grandezas
6 - RESPOSTA: “C”.
Preço de venda: PV Números diretamente proporcionais
Preço de compra: 350
30% de desconto, deixa o produto com 70% do seu valor. Considere a seguinte situação:
Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço de com-
Joana gosta de queijadinha e por isso resolveu aprender
pra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜ 0,7PV = 1,2 . a fazê-las. Adquiriu a receita de uma amiga. Nessa receita, os
350 ingredientes necessários são:

3 ovos
1 lata de leite condensado
1 xícara de leite
O preço de venda deve ser R$600,00. 2 colheres das de sopa de farinha de trigo
1 colher das de sobremesa de fermento em pó

Didatismo e Conhecimento 47
MATEMÁTICA
1 pacote de coco ralado em partes diretamente proporcionais à quantia investida. Calcular
1 xícara de queijo ralado a parte que coube a cada um.
1 colher das de sopa de manteiga
Solução:
Veja que:
Representando a parte de Júlio por x, a de César por y, e a de
- Para se fazerem 2 receitas seriam usados 6 ovos para 4 Toni por z, podemos escrever:
colheres de farinha;
 x + y + z = 32400 
- Para se fazerem 3 receitas seriam usados 9 ovos para 6  
colheres de farinha;  x y z 
 24000 = 27000 = 30000 
- Para se fazerem 4 receitas seriam usados 12 ovos para 8 32400
 
colheres de farinha; x y z x+ y+z
= = =
- Observe agora as duas sucessões de números: 24000 27000 30000 24000
 27000
+ + 30000

81000

Sucessão do número de ovos: 6 9 12


Sucessão do número de colheres de farinha: 4 6 8 Resolvendo as proporções:
Nessas sucessões as razões entre os termos correspondentes
são iguais: x 32400 4
6 3 9 3 12 3 =
= = = 24000 8100010
4 2 6 2 8 2
10x = 96 000
6 9 12 3
Assim: = = = x = 9 600
4 6 8 2
y 4
Dizemos, então, que: =
27000 10
- os números da sucessão 6, 9, 12 são diretamente proporcio-
nais aos da sucessão
3 4, 6, 8; 10y = 108 000
- o número 2 , que é a razão entre dois termos corresponden- y = 10 800
tes, é chamado fator de proporcionalidade.
z 4
Duas sucessões de números não-nulos são diretamente pro- =
porcionais quando as razões entre cada termo da primeira sucessão 3000 10
e o termo correspondente da segunda sucessão são iguais. 10z = 120 000
z = 12 000
Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões
sejam diretamente proporcionais: Logo, Júlio recebeu R$ 9.600,00, César recebeu R$ 10.800,00
2 8 y e Toni, R$ 12.000,00.
3 x 21
Números Inversamente Proporcionais
Como as sucessões são diretamente proporcionais, as razões
são iguais, isto é: Considere os seguintes dados, referentes à produção de sorvete
2 8 y
= = por uma máquina da marca x-5:
3 x 21
2 y 1 máquina x-5 produz 32 litros de sorvete em 120 min.
2 8
= = 2 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 60 min.
3 x 3 21 4 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 30 min.
2x = 3 . 8 3y = 2 . 21 6 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 20 min.
2x = 24 3y = 42
24 42 Observe agora as duas sucessões de números:
x= y=
2 3 Sucessão do número de máquinas: 1 2 4 6
x=12 y=14 Sucessão do número de minutos: 120 60 30 20

Logo, x = 12 e y = 14 Nessas sucessões as razões entre cada termo da primeira


sucessão e o inverso do termo correspondente da segunda são
Exemplo 2: Para montar uma pequena empresa, Júlio, César iguais:
e Toni formaram uma sociedade. Júlio entrou com R$ 24.000,00,
César com R$ 27.000,00 e Toni com R$ 30.000,00. Depois de 6
meses houve um lucro de R$ 32.400,00 que foi repartido entre eles

Didatismo e Conhecimento 48
MATEMÁTICA
1 2 4 6 Grandezas Diretamente Proporcionais
= = = = 120
1 1 1 1
120 60 30 20 Considere uma usina de açúcar cuja produção, nos cinco
primeiros dias da safra de 2005, foi a seguinte:

Dizemos, então, que: Dias Sacos de açúcar


- os números da sucessão 1, 2, 4, 6 são inversamente propor-
cionais aos da sucessão 120, 60, 30, 20; 1 5 000
- o número 120, que é a razão entre cada termo da primeira 2 10 000
sucessão e o inverso do seu correspondente na segunda, é chamado 3 15 000
fator de proporcionalidade.
4 20 000
Observando que 5 25 000
1
é o mesmo que 1.120=120 4 é mesmo que 4.30=120 Com base na tabela apresentada observamos que:
1 1
20 30 - duplicando o número de dias, duplicou a produção de açúcar;
- triplicando o número de dias, triplicou a produção de açúcar,
2 é o mesmo que 2.60=120 6 é o mesmo que 6.20= 120 e assim por diante.
1 1
60 20 Nesse caso dizemos que as grandezas tempo e produção são
diretamente proporcionais.
Podemos dizer que: Duas sucessões de números não-nulos são Observe também que, duas a duas, as razões entre o número de
inversamente proporcionais quando os produtos de cada termo da dias e o número de sacos de açúcar são iguais:
primeira sucessão pelo termo correspondente da segunda sucessão
são iguais.
Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões
sejam inversamente proporcionais:
4 x 8
20 16 y
Para que as sucessões sejam inversamente proporcionais, os
produtos dos termos correspondentes deverão ser iguais. Então Isso nos leva a estabelecer que: Duas grandezas são diretamente
devemos ter: proporcionais quando a razão entre os valores da primeira é igual
4 . 20 = 16 . x = 8 . y à razão entre os valores da segunda.

16 . x = 4 . 20 8 . y = 4 . 20 Tomemos agora outro exemplo.


16x = 80 8y = 80
x = 80/16 y = 80/8 Com 1 tonelada de cana-de-açúcar, uma usina produz 70l de
x=5 y = 10 álcool.
De acordo com esses dados podemos supor que:
Logo, x = 5 e y = 10.
- com o dobro do número de toneladas de cana, a usina produza
Exemplo 2: Vamos dividir o número 104 em partes o dobro do número de litros de álcool, isto é, 140l;
inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4. - com o triplo do número de toneladas de cana, a usina produza
o triplo do número de litros de álcool, isto é, 210l.
Representamos os números procurados por x, y e z. E como as
sucessões (x, y, z) e (2, 3, 4) devem ser inversamente proporcionais, Então concluímos que as grandezas quantidade de cana-de-
escrevemos:   104
 açúcar e número de litros de álcool são diretamente proporcionais.
x y z x y z x+ y+z
= = = = = Grandezas Inversamente Proporcionais
1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ +
2 3 4 2 3 4 2 3 4 Considere uma moto cuja velocidade média e o tempo gasto
para percorrer determinada distância encontram-se na tabela:
Como, vem
Velocidade Tempo
30 km/h 12 h
Logo, os números procurados são 48, 32 e 24. 60 km/h 6h

Didatismo e Conhecimento 49
MATEMÁTICA
b) 5 10 y
90 km/h 4h
x 8 24
120 km/h 3h
c) x y 21
Com base na tabela apresentada observamos que: 14 35 49

- duplicando a velocidade da moto, o número de horas fica d) 8 12 20


reduzido à metade; x y 35
- triplicando a velocidade, o número de horas fica reduzido à
terça parte, e assim por diante. 2- Calcule x e y nas sucessões inversamente proporcionais:
Nesse caso dizemos que as grandezas velocidade e tempo são a) 4 x y
inversamente proporcionais. 25 20 10
Observe que, duas a duas, as razões entre os números que b) 30 15 10
indicam a velocidade são iguais ao inverso das razões que indicam
x 8 y
o tempo:
30 6 c) 2 10 y
= inverso da razão 12
60 12 6 x 9 15

30 4 d) x y 2
= inverso da razão 12
90 12 4 12 4 6
30 3 12
= inverso da razão
120 12 3 3- Divida 132 em partes inversamente proporcionais a 2, 5 e 8.

60 4 6 4- Reparta 91 em partes inversamente proporcionais a


= inverso da razão
90 6 4 1 1 1
, e
3 4 6.
60 3
= inverso da razão 6 5- Divida 215 em partes diretamente proporcionais a
120 6 3
3 5 1
, e
90
=
3 inverso da razão 4 4 2 3.
120 6 3
6- Marcelo repartiu entre seus filhos Rafael (15 anos) e Ma-
theus (12 anos) 162 cabeças de gado em partes diretamente pro-
Podemos, então, estabelecer que: Duas grandezas são porcionais à idade de cada um. Qual a parte que coube a Rafael?
inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da
primeira é igual ao inverso da razão entre os valores da segunda. 7- Evandro, Sandro e José Antônio resolveram montar um
pequeno negócio, e para isso formaram uma sociedade. Evandro
Acompanhe o exemplo a seguir: entrou com R$ 24.000,00, Sandro com R$ 30.000,00, José Antônio
com R$ 36.000,00. Depois de 4 meses tiveram um lucro de R$
Cinco máquinas iguais realizam um trabalho em 36 dias. De 60.000,00, que foi repartido entre eles. Quanto recebeu cada um?
acordo com esses dados, podemos supor que: (Nota: A divisão do lucro é diretamente proporcional à quantia que
cada um empregou.)
- o dobro do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na
metade do tempo, isto é, 18 dias; 8- Leopoldo e Wilson jogam juntos na Sena e acertam os
- o triplo do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na seis números, recebendo um prêmio de R$ 750.000,00. Como
terça parte do tempo, isto é, 12 dias. Leopoldo participou com R$ 80,00 e Wilson com R$ 70,00, o
Então concluímos que as grandezas quantidade de máquinas prêmio foi dividido entre eles em partes diretamente proporcionais
e tempo são inversamente proporcionais. à participação de cada um. Qual a parte que coube a Wilson?

Exercícios 9- O proprietário de uma chácara distribuiu 300 laranjas a três


famílias em partes diretamente proporcionais ao número de filhos.
Sabendo-se que as famílias A, B e C têm respectivamente 2, 3 e 5
1- Calcule x e y nas sucessões diretamente proporcionais:
filhos, quantas laranjas recebeu cada família?
a) 1 x 7
10- (UFAC) João, Paulo e Roberto formam uma sociedade
5 15 y comercial e combinam que o lucro advindo da sociedade será
dividido em partes diretamente proporcionais às quantias que cada

Didatismo e Conhecimento 50
MATEMÁTICA
um dispôs para formarem a sociedade. Se as quantias empregadas
por João, Paulo e Roberto foram, nesta ordem, R$ 1.500.000,00, SEQUÊNCIAS, RECONHECIMENTO
R$ 1.000.000,00 e R$ 800.000,00, e o lucro foi de R$ 1.650.000,00, DE PADRÕES, PROGRESSÕES ARITMÉTICA
que parte do lucro caberá a cada um? E GEOMÉTRICA.
Respostas

1- a) x = 3 y = 35 b) x = 4 y = 30 c) x = 6 y = 15 d) x = 14 Progressão Aritmética (PA)


y = 21
2- a) x = 5 y = 10 b) x = 4 y = 12 c) x = 45 y = 6 d) x = 1 y = 3 Podemos, no nosso dia-a-dia, estabelecer diversas sequências
3- 80, 32, 20 como, por exemplo, a sucessão de cidades que temos numa viagem
4- 21, 28, 43 de automóvel entre Brasília e São Paulo ou a sucessão das datas de
5- 45, 150, 20 aniversário dos alunos de uma determinada escola.
6- 90 Podemos, também, adotar para essas sequências uma ordem
7- Evandro R$16.000,00 Sandro R$20.000,00 José Antônio numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 para o 2º termo
R$24.000,00 até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o termo an é também
8- R$350.000,00 chamado termo geral das sequências, em que n é um número na-
9- 60, 90, 150 tural diferente de zero. Evidentemente, daremos atenção ao estudo
10- João R$750.000,00 Paulo R$500.000,00 Roberto das sequências numéricas.
R$400.000,00 As sequências podem ser finitas, quando apresentam um últi-
mo termo, ou, infinitas, quando não apresentam um último termo.
Resolução 04 As sequências infinitas são indicadas por reticências no final.
x+y+z
--------- = x/3 ou y/4 ou z/6 (as frações foram invertidas porque Exemplos:
3+4+6 as partes são inversas) - Sequência dos números primos positivos: (2, 3, 5, 7, 11, 13,
91/13=x/3 17, 19, ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 2;
13x=273 a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 11; a6 = 13 etc.
x=21 - Sequência dos números ímpares positivos: (1, 3, 5, 7, 9, 11,
91/13=y/4 ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 1; a2 = 3;
13y=364 a3 = 5; a4 = 7; a5 = 9; a6 = 11 etc.
y=28 - Sequência dos algarismos do sistema decimal de numeração:
(0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9). Notemos que esta é uma sequência finita
91/13=z/6 com a1 = 0; a2 = 1; a3 = 2; a4 = 3; a5 = 4; a6 = 5; a7 = 6; a8 = 7; a9 =
13z=546 8; a10 = 9.
z=42
1. Igualdade
Resolução 05 As sequências são apresentadas com os seus termos entre
x/(3/4) = y/(5/2) = z/(1/3) = k (constante) parênteses colocados de forma ordenada. Sucessões que apresen-
x + y + z = 215 tarem os mesmos termos em ordem diferente serão consideradas
3k/4 + 5k/2 + k/3 = 215 sucessões diferentes.
(18k + 60k + 8k)/24 = 215 → k = 60 Duas sequências só poderão ser consideradas iguais se, e
x = 60.(3/4) = 45 somente se, apresentarem os mesmos termos, na mesma ordem.
y = 60.(5/2) = 150
z = 60/3 = 20 Exemplo
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à sequência
(x, y, z) → partes diretamente proporcionais (5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z = 15; e t = 17.
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3, 2, 1) são
Resolução 06 diferentes, pois, embora apresentem os mesmos elementos, eles
x = Rafael estão em ordem diferente.
y = Mateus
2. Formula Termo Geral
x/15 + y /12 = 160/27 (dividindo 160 por 27 (dá 6), e fazendo Podemos apresentar uma sequência através de uma determina
proporções, só calcular) o valor de cada termo an em função do valor de n, ou seja,
dependendo da posição do termo. Esta formula que determina o
x/15=6 valor do termo an e chamada formula do termo geral da sucessão.
x=90
Exemplos
y/12=6 - Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo
termo geral e igual a:
y=72
an = n – 2n,com n € N* a

Didatismo e Conhecimento 51
MATEMÁTICA
Teremos: Observação 2
A1 = 12 – 2 . 1 a a1 = 1
A2 = 22 – 2 . 2 a a2 = 0 Algumas sequências não podem, pela sua forma “desorgani-
A3 = 32 – 2 . 3 a a3 = 3 zada” de se apresentarem, ser definidas nem pela lei das recor-
A4 = 42 – 4 . 2 a a4 = 8 rências, nem pela formula do termo geral. Um exemplo de uma
A5 = 55 – 5 . 2 a a5 = 15 sequência como esta é a sucessão de números naturais primos que
já “destruiu” todas as tentativas de se encontrar uma formula geral
- Determinar os cinco primeiros termos da seqüência cujo para seus termos.
termo geral é igual a:
an = 3 . n + 2, com n € N*. 4. Artifícios de Resolução
a1 = 3 . 1 + 2 a a1 = 5
a2 = 3 . 2 + 2 a a2 = 8 Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
a3 = 3 . 3 + 2 a a3 = 11 elementos da PA, é possível, através de artifícios de resolução,
a4 = 3 . 4 + 2 a a4 = 14 tornar o procedimento mais simples:
a5 = 3 . 5 + 2 a a5 = 17 PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r.
PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r), razão
- Determinar os termos a12 e a23 da sequência cujo termo igual a 2r.
geral é igual a: PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r),
an = 45 – 4 + n, com n € N*. razão igual a r.

Teremos: Exemplo
a12 = 45 – 4 . 12 a a12 = -3
a23 = 45 – 4 . 23 a a23 = -47 - Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a 15, o
produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.
3. Lei de Recorrências
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos o Teremos:
valor do primeiro termo e um “caminho” (uma formula) que Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c = 15, teremos:
permite a determinação de cada termo conhecendo-se o seu (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.
antecedente. Essa forma de apresentação de uma sucessão é dita
de recorrências. Assim, um dos números, o termo médio da PA, já é conhecido.
Dessa forma a sequência passa a ser:
Exemplos (5 – r), 5 e ( 5 + r ), cujo produto é igual a 105, ou seja:
- Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência em
que: (5 – r) .5 . (5 + r) = 105 → 52 – r2 = 21
a1 = 3 e an+1 = 2 . an - 4, em que n € N*. r2 = 4 → 2 ou r = -2.
Sendo a PA crescente, ficaremos apenas com r= 2.
Teremos: Finalmente, teremos a = 3, b = 5 e c= 7.
a1 = 3
a2 = 2 . a1 – 4 a a2 = 2 . 3 – 4 a a2 = 2 5. Propriedades
a3 = 2 . a2 – 4 a a3 = 2 . 2 - 4 a a3 = 0
a4 = 2 . a3 – 4 a a4 = 2 . 0 - 4 a a4 = -4 P1: para três termos consecutivos de uma PA, o termo médio é
a5 = 2 . a4 – 4 a a5 = 2 .(-4) – 4 a a5 = -12 a media aritmética dos outros dois termos.

- Determinar o termo a5 de uma sequência em que: Exemplo


a1 = 12 e an+ 1 = an – 2, em que n € N*.
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PA: an-1, an
a2 = a1 – 2 → a2 = 12 – 2 → a2=10 e an+1. Podemos afirmar que:
a3 = a2 – 2 → a3 = 10 – 2 → a3 = 8 I - an = an-1 + r
a4 = a3 – 2 → a4 = 8 – 2 → a4 = 6 II - an = an+ 1 –r
a5 = a4 – 2 → a5 = 6 – 2 → a5 = 4
Fazendo I + II, obteremos:
Observação 1 2an = an-1 + r + an +1 - r
2an = an -1+ an + 1
Devemos observar que a apresentação de uma sequência
an + 1
através do termo geral é mais pratica, visto que podemos deter- Logo: an = an-1 +
minar um termo no “meio” da sequência sem a necessidade de 2
determinarmos os termos intermediários, como ocorre na apre- Portanto, para três termos consecutivos de uma PA o termo
sentação da sequência através da lei de recorrências. médio é a media aritmética dos outros dois termos.

Didatismo e Conhecimento 52
MATEMÁTICA
6. Termos Equidistantes dos Extremos Considerando que todas estas parcelas, colocadas entre
parênteses, são formadas por termos equidistantes dos
Numa sequência finita, dizemos que dois termos são equidis- extremos e que a soma destes termos é igual à soma dos
tantes dos extremos se a quantidade de termos que precederem o extremos, temos:
primeiro deles for igual à quantidade de termos que sucederem ao
outro termo. Assim, na sucessão: 2S n = (a 1 + a n) + (a 1 + a n) + (a 1 + a n) + (a 1 + a n) +
+… + (a 1 + a n) → 2S n = ( a 1 + a n) . n
(a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos:
E, assim, finalmente:
a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos;
a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos; (a1 + an ).n
Sn =
a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos. 2

Notemos que sempre que dois termos são equidistantes dos Exemplo
extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de n + 1.
Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos ap e ak são - Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2 ,
equidistantes dos extremos, então: p + k = n+1. 5, 8,...).

Propriedade Dados: a 1 = 2
r=5–2=3
Numa PA com n termos, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é igual à soma destes extremos. Calculo de a 60:
A 60 = a 1 + 59r → a 60 = 2 + 59 . 3
Exemplo a 60 = 2 + 177
a 60 = 179
Sejam, numa PA de n termos, ap e ak termos equidistantes dos
extremos. Calculo da soma:
Teremos, então:
]
I - ap = a1 + (p – 1) . r a ap = a1 + p . r – r (a1 + an )n (a + a ).60
II - ak = a1 + (k – 1) . r a ak = a1 + k . r – r Sn = → S60 = 1 60
2 2
Fazendo I + II, teremos:
Ap + ak = a1 + p . r – r + a1 + k . r – r
(2 + 179).60
Ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) . r S60 =
2
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com:
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) . r S 60 = 5430
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) . r
ap + ak = a1 + an Resposta: 5430

Portanto numa PA com n termos, em que n é um numero Progressão Geométrica (PG)


ímpar, o termo médios (am) é a media aritmética dos extremos.
a1 + an PG é uma sequência numérica onde cada termo, a partir
Am =
2 do segundo, é o anterior multiplicado por uma constante q
chamada razão da PG.
7. Soma dos n Primeiros Termos de uma PA a n+1 = a n . q
Vamos considerar a PA (a1, a2, a3,…,an-2, an-1,an ) e representar
Com a 1 conhecido e n € N*
por Sn a soma dos seus n termos, ou seja:
Sn = a1 + a2 + a3 + …+ an-2 + an-1 + an
(igualdade I)

Podemos escrever também:


Sn = an + an-1 + an-2 + ...+ a3 + a2 + a1
(igualdade II)

Somando-se I e II, temos:


2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + …+ (an-2 + a3) + (an-1
+ a2) + (an + a1)

Didatismo e Conhecimento 53
MATEMÁTICA
Exemplos

- (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a 1 = 3 e razão q = 2.

- (-36, -18, -9, −9 , −9 ,...) é uma PG de primeiro termo a 1= -36 e razão q = 1 .


2 4 2
- (15, 5, 5 , 5 ,...) é uma PG de primeiro termo a 1 = 15 e razão q = 1 .
3 9 3
- (-2, -6, -18, -54, ...) é uma PG de primeiro termo a 1 = -2 e razão q = 3.
- (1, -3, 9, -27, 81, -243, ...) é uma PG de primeiro termo a 1 = 1 e razão q = -3.
- (5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 5 e razão q = 1.
- (7, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 7 e razão q = 0.
- (0, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 0 e razão q qualquer.

Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta efetuar o quociente entre dois termos consecutivos: o posterior dividido pelo
anterior.
an + 1
q= (an ≠ 0)
an
Classificação

As classificações geométricas são classificadas assim:


- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrario ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0. A PG
constante é também chamada de PG estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Formula do Termo Geral

A definição de PG está sendo apresentada por meio de uma lei de recorrências, e nos já aprendemos nos módulos anteriores que a
formula do termo geral é mais pratica. Por isso, estaremos, neste item, procurando estabelecer, a partir da lei de recorrências, a fórmula do
termo geral da progressão geométrica.

Vamos considerar uma PG de primeiro termo a1 e razão q. Assim, teremos:


a2 = a1 . q
a3 = a2 . q = a1 . q2
a4 = a3 . q = a1 . q3
a5 = a4 . q = a1 . q4
. .
. .
. .
an= a1 . qn-1

Exemplos

- Numa PG de primeiro termo a1 = 2 e razão q = 3, temos o termo geral na igual a:

an = a1 . qn-1 → an = 2 . 3n-1
Assim, se quisermos determinar o termo a5 desta PG, faremos:
A5 = 2 . 34 → a5 = 162

- Numa PG de termo a1 = 15 e razão q = , temos o termo geral na igual a:


an = a1 . qn-1 → an = 15 . n-1

Didatismo e Conhecimento 54
MATEMÁTICA
Assim, se quisermos determinar o termo a6 desta PG, faremos: Exemplo
5 Vamos considerar três termos consecutivos de uma PG: an-1, an
(1).5
A6 = 15 . → a6 = e an+1. Podemos afirmar que:
2 81
- Numa PG de primeiro termo a1 = 1 e razão = -3 temos o I – an = an-1 . q e
termo geral na igual a: II – an = an+1
an = a1 . qn-1 → an = 1 . (-3)n-1 q
Fazendo I . II, obteremos:
Assim, se quisermos determinar o termo a4 desta PG, faremos:
A4 = 1 . (-3)3 → a4 = -27 an+1
(an)2 = (an-1 . q). ( ) a (an )2 = an-1 . an+1
q
Artifícios de Resolução Logo: (an)2 = an-1 . an+1
Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
Observação: Se a PG for positive, o termo médio será a media
elementos da PG, é possível através de alguns elementos de
geométrica dos outros dois:
resolução, tornar o procedimento mais simples.
an = √an-1 . an+1
PG com três termos:
P2: Numa PG, com n termos, o produto de dois termos
a a; aq equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos.
q
Exemplo
PG com quatro termos: Sejam, numa PG de n termos, ap e ak dois termos equidistantes
dos extremos.
a q
; ; aq; aq3
q3 q Teremos, então:
I – ap = a1 . qp-1
PG com cinco termos: II – ak = a1 . qk-1

a q ; a; aq; aq2
; Multiplicando I por II, ficaremos com:
q2 q ap . ak = a1 . qp-1 . a1 . qk-1
ap . ak = a1 . a1 . qp-1+k-1
Exemplo
Considere uma PG crescente formada de três números. Considerando que p + k = n + 1, ficamos com:
Determine esta PG sabendo que a soma destes números é 13 e o ap . ak = a1 . an
produto é 27. Portanto, numa PG, com n termos, o produto de dois termos
Vamos considerar a PG em questão formada pelos termos a, b equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos.
e c, onde a = e c = b . q. Observação: Numa PG positiva, com n termos, onde n é
Assim, um numero impar, o termo médio (am) é a media geométrica dos
b . b . bq = 27 → b3 = 27 → b = 3. extremos ou de 2 termos equidistantes dos extremos.
q
am = √a1 . an
Temos:
Soma dos termos de uma PG
3
+ 3 +3q = 13 → 3q2 – 10q + 3 = 0 a
q Soma dos n Primeiros Termos de uma PG

q = 3 ou q = 1 Vamos considerar a PG (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an), com q
3 diferente de 1 e representar por Sn a soma dos seus n termos, ou
Sendo a PG crescente, consideramos apenas q = 3. E, assim, a seja:
nossa PG é dada pelos números: 1, 3 e 9.
Sn = a1 + a2 + a3 + ...+an-2 + an-1 + an
Propriedades ( igualdade I)
P1: Para três termos consecutivos de uma PG, o quadrado do Podemos escrever, multiplicando-se, membro a membro, a
termo médio é igual ao produto dos outros dois. igualdade ( I ) por q:

q . Sn = q . a1 + q . a2 + q . a3 + ...+ q . an-2 +
+ q . an-1 + q . an

Didatismo e Conhecimento 55
MATEMÁTICA
Utilizando a formula do termo geral da PG, ou seja, an = a1 . 1 1 1 1 127
qn-1, teremos: S7 = 4 + 2 + 1 + + + + = = 7, 9375
q . Sn = a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an + a1 . qn 2 4 8 16 16
(igualdade II)
1 1 1 1 1 255
S8 = 4 + 2 + 1 + + + + + = = 7, 96875
Subtraindo-se a equação I da equação II, teremos: 2 4 8 16 32 32
1 1 1 1 1 1 511
q . Sn – Sn = a1 . qn – a1 → sn . (q – 1) = S9 = 4 + 2 + 1 + + + + + + =
2 4 8 16 32 64 64 = 7, 984375
= a1 . (qn – 1)
1 1 1 1 1 1 1 1023
E assim: S = a1 .(q − 1)
n
S10 = 4 + 2 + 1 + + + + + + + = =
n
q −1 2 4 8 16 32 64 128 128
Se tivéssemos efetuado a subtração das equações em ordem 7, 9921875
inversa, a fórmula da soma dos termos da PG ficaria:
a1 .(1+ q n ) Devemos notar que a cada novo termo calculado, na PG, o seu
Sn = valor numérico cada vez mais se aproxima de zero. Dizemos que
1− q esta é uma progressão geométrica convergente.
Evidentemente que por qualquer um dos “caminhos” o
resultado final é o mesmo. É somente uma questão de forma de Por outro lado, na serie, é cada vez menor a parcela que se
apresentação. acrescenta. Desta forma, o ultimo termos da serie vai tendendo
a um valor que parece ser o limite para a série em estudo. No
Observação: Para q = 1, teremos sn = n . a1 exemplo numérico, estudado anteriormente, nota-se claramente
que este valor limite é o numero 8.
Série Convergente – PG Convergente Bem, vamos dar a esta discussão um caráter matemático.
Dada a sequência ( a1, a2, a3, a4, a5,..., an-2, an-1, an), chamamos É claro que, para a PG ser convergente, é necessário que cada
de serie a sequência S1, S2, S3, S4, S5,..., Sn-2, sn-1, sn,tal que: termo seja, um valor absoluto, inferior ao anterior a ele. Assim,
temos que:
S1 = a1
S2 = a1 + a2 PG convergente → | q | < 1
S3 = a1 + a2 + a3 ou
S4 = a1 + a2 + a3 + a4 PG convergente → -1 < 1
S5 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5
. Resta estabelecermos o limite da serie, que é o Sn para quando
. n tende ao infinito, ou seja, estabelecermos a soma dos infinitos
. termos da PG convergente.
Sn-2 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2
Sn-1 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1 Vamos partir da soma dos n primeiros termos da PG:
Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1 + an
a1 .(1+ q n )
Sn =
Vamos observar como exemplo, numa PG com primeiro 1− q
termo a1 = 4 e razão q = , à série que ela vai gerar.
Estando q entre os números -1e 1 e, sendo n um expoente que
Os termos que vão determinar a progressão geométrica são: tende a um valor muito grande, pois estamos somando os infinitos
(4, 2, 1, 1 , 1, 1, 1, 1, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 1 1 1 ...) termos desta PG, é fácil deduzir que qn vai apresentando um
, , valor cada vez mais próximo de zero. Para valores extremamente
2 128 256 512 grandes de n não constitui erro considerar que qn é igual a zero. E,
assim, teremos:
E, portanto, a série correspondente será:
a1
S=
S1 = 4 1− q
S2 = 4 + 2 = 6
Observação: Quando a PG é não singular (sequência com
S3 = 4 + 2 + 1 = 7
termos não nulos) e a razão q é de tal forma que q | ≥ 1, a serie é
1 15 divergente. Séries divergentes não apresentam soma finita.
S4 = 4 + 2 + 1 + = = 7, 5
2 2
1 1 31 Exemplos
S5 = 4 + 2 + 1 + + = = 7, 75
2 4 4
- A medida do lado de um triângulo equilátero é 10. Unindo-
1 1 1 63
S6 = 4 + 2 + 1 + + + = = 7, 875 se os pontos médios de seus lados, obtém-se o segundo triângulo
2 4 8 8 equilátero. Unindo-se os pontos médios dos lados deste novo

Didatismo e Conhecimento 56
MATEMÁTICA
triangulo equilátero, obtém-se um terceiro, e assim por diante, a) 58
indefinidamente. Calcule a soma dos perímetros de todos esses b) 59
triângulos. c) 60
d) 61
Solução: e) 62

4. A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3;


0,9; 0,09; 0,009; …) é:
a) 3,1
b) 3,9
c) 3,99
d) 3, 999
e) 4

5. A soma dos vinte primeiros termos de uma progressão arit-


mética é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com o décimo
quinto termo, vale:
a) 3,0
b) 1,0
c) 1,5
Temos: perímetro do 1º triangulo = 30 d) -1,5
e) -3,0
perímetro do 2º triangulo = 15
perímetro do 3º triangulo = 15
6. Os números que expressam os ângulos de um quadrilátero,
2 estão em progressão geométrica de razão 2. Um desses ângulos
Logo, devemos calcular a soma dos termos da PG infinita mede:
30, 15, 15 ,... na qual a1 = 30 e q =. 1 a) 28°
2 2 b) 32°
30 30 c) 36°
S = a1 → s = 1− q = 1 = 60. d) 48°
1− e) 50°
2
Exercícios 7. Sabe-se que S = 9 + 99 + 999 + 9999 + ... + 999...9 onde a
última parcela contém n algarismos. Nestas condições, o valor de
1. Uma progressão aritmética e uma progressão geométrica 10n+1 - 9(S + n) é:
a) 1
têm, ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que os seus ter-
b) 10
ceiros termos são estritamente positivos e coincidem. Sabe-se
c) 100
ainda que o segundo termo da progressão aritmética excede o d) -1
segundo termo da progressão geométrica em 2. Então, o terceiro e) -10
termo das progressões é:
a) 10 8. Se a soma dos três primeiros termos de uma PG decrescente
b) 12 é 39 e o seu produto é 729, então sendo a, b e c os três primeiros
c) 14 termos, pede-se calcular o valor de a2 + b2 + c2.
d) 16
e) 18
9. O limite da expressão   onde x é po-
2. O valor de n que torna a sequência (2 + 3n; –5n; 1 – 4n) sitivo, quando o número de radicais aumenta indefinidamente é
uma progressão aritmética pertence ao intervalo: igual a:
a) [– 2, –1] a) 1/x
b) x
b) [– 1, 0]
c) 2x
c) [0, 1]
d) n.x
d) [1, 2] e) 1978x
e) [2, 3]
10. Quantos números inteiros existem, de 1000 a 10000, que
3. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …) não são divisíveis nem por 5 nem por 7 ?
obedecem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a N*,
é o termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é igual a:

Didatismo e Conhecimento 57
MATEMÁTICA
Respostas Daqui e de (1) obtemos que:
an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar
1) Resposta “D”. an = 8 + (n/2) - 1 se n é par
Solução: Logo:
Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de razão q. a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e
Temos como condições iniciais: a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37
1 - a1 = g1 = 4
2 - a3 > 0, g3 > 0 e a3 = g3 E, portanto:
3 - a2 = g2 + 2 a30 + a55 = 22 + 37 = 59.

Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos ter- 4) Resposta “E”.
mos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte sistema de Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1
equações: a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 10 - 1 =
4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q2 → 4 + 2r = 4q2 0,1. Assim:
5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2 S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma
Expressando, a partir da equação (5), o valor de r em função PG infinita para obter S1:
de q e substituindo r em (4) vem: S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
5 - r = 4q + 2 – 4 → r = 4q – 2
4 - 4 + 2(4q – 2) = 4q2 → 4 + 8q – 4 = 4q2 → 4q2 – 8q = 0 5) Resposta “D”.
→ q(4q – 8) = 0 → q = 0 ou 4q – 8 = 0 → q = 2 Solução: Aplicando a fórmula da soma dos 20 primeiros ter-
mos da PA:
Como g3 > 0, q não pode ser zero e então q = 2. Para ob-
S20 = 20(a1 + a20)/2 = -15
ter r basta substituir q na equação (5):
Na PA finita de 20 termos, o sexto e o décimo quinto são
r = 4q – 2 → r = 8 – 2 = 6
equidistantes dos extremos, uma vez que:
Para concluir calculamos a3 e g3:
15 + 6 = 20 + 1 = 21
a3 = a1 + 2r → a3 = 4 + 12 = 16
E, portanto:
g3 = g1.q2 → g3 = 4.4 = 16
a6 + a15 = a1 + a20
2) Resposta “B”.
Substituindo este valor na primeira igualdade vem:
Solução: Para que a sequência se torne uma PA de razão r é
20(a6 + a15)/2 = -15 → 10(a6 + a15) = -15 → a6 + a15 = -15/10
necessário que seus três termos satisfaçam as igualdades (aplica-
ção da definição de PA): = -1,5.
(1) -5n = 2 + 3n + r
(2) 1 – 4n = -5n + r 6) Resposta “D”.
Determinando o valor de r em (1) e substituindo em (2): Solução: Seja x o menor ângulo interno do quadrilátero em
(1) → r = -5n – 2 – 3n = -8n – 2 questão. Como os ângulos estão em Progressão Geométrica de
(2) → 1 – 4n = -5n – 8n – 2 → 1 – 4n = -13n – 2 razão 2, podemos escrever a PG de 4 termos:
→ 13n – 4n = -2 – 1 → 9n = -3 → n = -3/9 = -1/3 (x, 2x, 4x, 8x).
Ora, a soma dos ângulos internos de um quadrilátero vale
Ou seja, -1 < n < 0 e, portanto, a resposta correta é a b. 360º.

3) Resposta “B”. Logo,


Solução: Primeiro, observe que os termos ímpares da sequên- x + 2x + 4x + 8x = 360º
cia é uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 11; 12; 13; …). 15.x = 360º
Da mesma forma os termos pares é uma PA de razão 1 e primeiro
termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …). Portanto,  x = 24º. Os ângulos do quadrilátero são, portan-
to: 24º, 48º, 96º e 192º.
Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte formato: O problema pede um dos ângulos. Logo, alternativa D.
(1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
7) Resposta “B”.
Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a regra geral Solução: Observe que podemos escrever a soma S como:
de formação da sequência, que está intrinsecamente relacionada às S = (10 – 1) + (100 – 1) + (1000 – 1) + (10000 – 1) + ... +
duas progressões da seguinte forma: (10n – 1)
- Se n (índice da sucessão) é impar temos que n = 2i - 1, ou S = (10 – 1) + (102 – 1) + (103 – 1) + (104 – 1) + ... + (10n – 1)
seja, i = (n + 1)/2; Como existem n parcelas, observe que o número (– 1) é so-
- Se n é par temos n = 2i ou i = n/2. mado n vezes, resultando em n(-1) = - n.

Didatismo e Conhecimento 58
MATEMÁTICA
Logo, poderemos escrever: 10) Resposta “6171”.
S = (10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n ) – n Solução: Dados:
Vamos calcular a soma Sn  = 10 + 102  + 103  + 104  + ... + 10n, M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000.
que é uma PG de primeiro termo a1  = 10, razão q = 10 e último M(7) = 1001, 1008, ..., 9996.
termo an = 10n. M(35) = 1015, 1050, ... , 9975.
Teremos: M(1) = 1, 2, ..., 10000.
Sn = (an.q – a1) / (q –1) = (10n . 10 – 10) / (10 – 1) = (10n+1 – 10) Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r → 10000 = 1000
/9 + (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801.
Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 = 1001
Substituindo em S, vem: + (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286.
S = [(10n+1 – 10) / 9] – n Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975 =
1015 + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257.
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 =
Deseja-se calcular o valor de 10n+1 - 9(S + n)
1000 + (n - 1).1 → n = 9001.
Temos que S + n = [(10n+1 – 10) / 9] – n + n = (10n+1 – 10) / 9
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns de
5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de 5 e
Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica:
no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma vez tal
10 n+1  – 9(S + n) = 10 n+1  – 9(10 n+1  – 10) / 9 = 10 n+1  – conjunto de múltiplos).
(10 – 10) = 10.
n+1 
Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35).
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171
8) Resposta “819”.
Solução: Sendo q a razão da PG, poderemos escrever a sua
forma genérica: (x/q, x, xq).
Como o produto dos 3 termos vale 729, vem: JUROS E NOÇÕES DE MATEMÁTICA
x/q . x . xq = 729 de onde concluímos que: x3 = 729 = 36 = 33 . FINANCEIRA.
3 = 93 , logo, x = 9.

Portanto a PG é do tipo: 9/q, 9, 9q


É dado que a soma dos 3 termos vale 39, logo:
9/q + 9 + 9q = 39 de onde vem: 9/q + 9q – 30 = 0 Juros Simples

Multiplicando ambos os membros por q, fica: 9 + 9q2  – 30q Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo a uma
=0 quantia em dinheiro que deve ser paga por um devedor, pela
Dividindo por 3 e ordenando, fica: 3q2  – 10q + 3 = 0, que é utilização de dinheiro de um credor (aquele que empresta).
uma equação do segundo grau.
Resolvendo a equação do segundo grau acima encontrare- - Os juros são representados pela letra j.
mos q = 3 ou q = 1/3. - O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de
Como é dito que a PG é decrescente, devemos considerar capital e é representado pela letra C.
apenas o valor  - O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela
q = 1/3, já que para q = 3, a PG seria crescente. letra t.
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um
capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada
Portanto, a PG é: 9/q, 9, 9q, ou substituindo o valor de q
para calcular juros.
vem: 27, 9, 3.
O problema pede a soma dos quadrados, logo:
Chamamos de simples os juros que são somados ao capital
a2 + b2 + c2 = 272 + 92 + 32 = 729 + 81 + 9 = 819. inicial no final da aplicação.
9) Resposta “B”. Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma
Solução: Observe que a expressão dada pode ser escrita unidade:
como: Taxa anual --------------------- tempo em anos
Taxa mensal-------------------- tempo em meses
x1/2. x1/4 . x1/8 . x1/16 . ... = x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... Taxa diária---------------------- tempo em dias

O expoente é a soma dos termos de uma PG infinita de pri- Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:
meiro termo a1 = 1 /2 e razão q = 1 /2.
Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de
Logo, a soma valerá: R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao mês. Quanto
S = a1 / (1 – q) = (1 /2) / 1 – (1 /2) = 1 deverá ser pago de juros?
Então, x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... = x1 = x

Didatismo e Conhecimento 59
MATEMÁTICA
Resolução: Juros Compostos
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
- Tempo de aplicação (t): 4 meses O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos,
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês) devido aos juros, segundo duas modalidades, a saber:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende
Fazendo o cálculo, mês a mês: juros.
- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x R$ Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados
3.000,00 = R$ 60,00 ao principal e passam, por sua vez, a render juros. Também
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 60,00 + conhecido como “juros sobre juros”.
R$ 60,00 = R$ 120,00 Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 120,00 capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo:
+ R$ 60,00 = R$ 180,00 Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 180,00 ano) Teremos:
+ R$ 60,00 = R$ 240,00
Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$
240,00 de juros.
Fazendo o cálculo, período a período:
- No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
-----------------------------------------------------------------------
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C Observe que o crescimento do principal segundo juros simples
é LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros compostos
Portanto, temos: é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais
“rápido”. Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte forma:
J=C.i.t

Observações:

1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.


2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital com os
juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se
três delas forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.

M=C+ j
Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores
Exemplo particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas
aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de
A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 para juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples
render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: Como o não se justifica em estudos econômicos.
tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)
Fórmula para o cálculo de Juros compostos
C = R$ 20.000,00 Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a
t = 3 anos uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.).
j = R$ 28.800,00 Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:
i = ? (ao ano) Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
j = C.i.t
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2
100 Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
28 800 = 20000..i.3
.................................................................................................
100 Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos
evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n
28 800 = 600 . i

i = 28.800
De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado
600 a uma taxa de juros compostos i durante o período n : S = P (1 + i)n
i = 48 onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n = número de
períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado.
Resposta: 48% ao ano.

Didatismo e Conhecimento 60
MATEMÁTICA
Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à A) 154.000,00
taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser necessariamente iguais. B) 156.000,00
Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! C) 158.000,00
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, D) 160.000,00
deveremos considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses. E) 162.000,00

Exemplos 2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-


1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação, em NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00 num
função do montante S e da taxa de aplicação i por período. fundo de investimento, em regime de juros compostos, com taxa
de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante que José Luiz poderá
Solução: sacar é
Temos S = P(1+i)n A) R$63.600,00.
Logo, S/P = (1+i)n B) R$63.672,48.
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever: C) R$63.854,58.
n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal (base D) R$62.425,00.
10), vem: E) R$62.400,00.
log(S / P) log S − log P
n= = 3. CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-
log(1+ i) log(1+ i)
TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no prazo
de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês). Nesse senti-
Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = logS do, o valor da dívida na data do seu vencimento será:
– logP A) R$6.250,00.
B) R$16.250,00.
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros C) R$42.650,00.
compostos é uma aplicação prática do estudo dos logaritmos. D) R$56.250,00.
2 – Um capital é aplicado em regime de juros compostos a E) R$62.250,00.
uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de quanto tempo este
capital estará duplicado? 4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00 com
Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital inicial seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o valor da conta,
estiver duplicado, teremos S = 2P. juro de 0,5% em regime simples, para cada dia de atraso. Com
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%] isso, qual foi o valor total pago por Teresa?
Simplificando, fica: A) R$ 420,00.
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples. B) R$ 412,00.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / C) R$ 410,00.
0,00860 = 35 D) R$ 415,00.
E) R$ 422,00.
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem
ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras científicas. 5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Po-
Caso uma questão assim caia no vestibular, o examinador teria de lícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca
informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia de Polí-
o uso de calculadora na prova, o que não é comum no Brasil. cia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado de Sergipe
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar. Durante a ação, a
que a taxa de juros do problema é mensal), o que equivale a 2 anos polícia autuou 16 condutores.
e 11 meses. Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CPTran,
Resposta: 2 anos e 11 meses. 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e quatro por
desobediência à Lei Seca[...].
Exercícios O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e teve a
Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por um ano.
1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILI- (Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
DADE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de Investindo um capital inicial no valor total das quatros mulas
capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de um durante um período de dez meses, com juros de 5% ao mês, no
ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou metade dele para sistema de juros simples, o total de juros obtidos será:
comprar um imóvel e aplicou o restante, por quatro meses, em A) R$2.768,15
outro fundo, que rendia juros simples de 1,5% ao mês. Ao final B) R$1.595,27
desse período, ele encerrou a aplicação, sacando um total de R$ C) R$3.821,08
D) R$9.552,70
95.082,00. A quantia inicial, em reais, aplicada por Renato no pri-
E) R$1.910,54
meiro investimento foi de

Didatismo e Conhecimento 61
MATEMÁTICA
6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente 0,72%. Após 3
meses, um capital investido de R$ 14.000,00 renderá: (Considere juros compostos)
A) R$ 267,92
B) R$ 285,49
C) R$300,45
D) R$304,58

7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal de um capital de


R$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6 meses?
(Considere juros simples)
a) 2,2%
b) 1,6%
c) 1,4%
d) 0,7%

8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros compostos, um investidor fez uma si-
mulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma retirada, o saldo daqui a
dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros considerada nessa simulação foi de
A) 12%.
B) 15%.
C) 18%.
D) 20%.
E) 21%.

9. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em um
regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa aplicação render 1% ao
mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha em sua aplicação uma quantia suficiente
para comprar o carro é
A) 7.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 3.

10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros compostos
de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,
a) 240,00
b) 330,00
c) 429,00
d) 489,00
e) 538,00

Respostas

1 - RESPOSTA: “B”.
Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 meses
M= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando

Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse período R$ 95.082,00

Didatismo e Conhecimento 62
MATEMÁTICA

95.082 = 0,6095C ➜ ➜ C= 156.000

A quantia inicial foi de R$ 156.000,00.

2 - RESPOSTA: “B”.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

3 - RESPOSTA: “D”.
J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5m
J=50 000.0,025.5
J=6250
M=C+J
M=50 000+6 250=56250
O valor da dívida é R$56.250,00.

4 – RESPOSTA: “B”.

C = 400 ; t = 6 d ; i = 0,5% a.d = 0,005

O valor que ela deve pagar é R$412,00.

5 - RESPOSTA: “C”.

O juros obtido será R$3.821,08.

6 - RESPOSTA: “D”.
i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000

Como ele quer saber os juros:


M = C+J ➜ J = 14304,58-14000 = 304,58
A aplicação renderá R$ 304,58.

7 - RESPOSTA: “C”.
C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6m
J=C.i.t ➜ 420=5000.i.6

Didatismo e Conhecimento 63
MATEMÁTICA

A porcentagem será de 1,4%.

8 - RESPOSTA: “D”.

C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000

M1+M2 = 384000

Têm se uma equação do segundo grau, usa-seentão a fórmula de Bhaskara:

É correto afirmar que a taxa é de 20%

9 - RESPOSTA: “B”.

C=29.000 ; M=30.000 ; i=1%a.m = 0,01

Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos começar dos números mais baixos:
1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor
1,014=1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), então ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses.

Didatismo e Conhecimento 64
MATEMÁTICA
10 - RESPOSTA: “E”. vemos deduzir, ou até induzir, qual a lei de formação das figuras,
letras, símbolos ou números, a partir da observação dos termos
C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois dados.
R$ 600,00 e liquidou após 1 mês
Humor Lógico

Depois de dois meses João pagou R$ 600,00.

1089-600=489
Orientações Espacial e Temporal

Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abs-


tração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em questões
sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de
cubos com símbolos especificados em suas faces, montagem de
PROBLEMAS DE RACIOCÍNIO. figuras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui tam-
bém as famosas sequências de figuras nas quais se pede a próxi-
ma. Serve para verificar a capacidade do candidato em resolver
problemas com base em estímulos visuais.
Raciocínio Lógico Matemático Raciocínio Verbal
Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos lógicos
O raciocínio é o conjunto de atividades mentais que consis-
contribuem no desenvolvimento cognitivo dos estudantes, indu-
zindo a organização do pensamento e das ideias, na formação de te na associação de ideias de acordo com determinadas regras.
conceitos básicos, assimilação de regras matemáticas, construção No caso do raciocínio verbal, trata-se da capacidade de racioci-
de fórmulas e expressões aritméticas e algébricas. É de extrema nar com conteúdos verbais, estabelecendo entre eles princípios
importância que em matemática utilize-se atividades envolvendo de classificação, ordenação, relação e significados. Ao contrário
lógica, no intuito de despertar o raciocínio, fazendo com que se daquilo que se possa pensar, o raciocínio verbal é uma capacidade
utilize do potencial na busca por soluções dos problemas matemá- intelectual que tende a ser pouco desenvolvida pela maioria das
ticos desenvolvidos e baseados nos conceitos lógicos. pessoas. No nível escolar, por exemplo, disciplinas como as lín-
A lógica está presente em diversos ramos da matemática, guas centram-se em objetivos como a ortografia ou a gramática,
como a probabilidade, os problemas de contagem, as progressões mas não estimulam/incentivam à aprendizagem dos métodos de
aritméticas e geométricas, as sequências numéricas, equações, expressão necessários para que os alunos possam fazer um uso
funções, análise de gráficos entre outros. Os fundamentos lógicos mais completo da linguagem.
contribuem na resolução ordenada de equações, na percepção do Por outro lado, o auge dos computadores e das consolas de
valor da razão de uma sequência, na elucidação de problemas arit- jogos de vídeo faz com que as crianças costumem jogar de forma
méticos e algébricos e na fixação de conteúdos complexos. individual, isto é, sozinhas (ou com outras crianças que não se
A utilização das atividades lógicas contribui na formação de encontrem fisicamente com elas), pelo que não é feito um uso in-
indivíduos capazes de criar ferramentas e mecanismos responsá- tensivo da linguagem. Uma terceira causa que se pode aqui men-
veis pela obtenção de resultados em Matemática. O sucesso na
cionar para explicar o fraco raciocínio verbal é o fato de jantar
Matemática está diretamente conectado à curiosidade, pesquisa,
em frente à televisão. Desta forma, perde-se o diálogo no seio da
deduções, experimentos, visão detalhada, senso crítico e organi-
família e a arte de conversar.
zacional e todas essas características estão ligadas ao desenvolvi-
mento lógico. Entre os exercícios recomendados pelos especialistas para
desenvolver o raciocínio verbal, encontram-se as analogias ver-
Raciocínio Lógico Dedutivo bais, os exercícios para completar orações, a ordem de frases e os
jogos onde se devem excluir certos conceitos de um grupo. Outras
A dedução é uma inferência que parte do universal para o mais propostas implicam que sigam/respeitem certas instruções, corri-
particular. Assim considera-se que um raciocínio lógico é dedutivo jam a palavra inadequada (o intruso) de uma frase ou procurem/
quando, de uma ou mais premissas, se conclui uma proposição que descubram antônimos e sinônimos de uma mesma palavra.
é conclusão lógica da(s) premissa(s). A dedução é um raciocínio
de tipo mediato, sendo o silogismo uma das suas formas clássicas.
Iniciaremos com a compreensão das sequências lógicas, onde de-

Didatismo e Conhecimento 65
MATEMÁTICA
Lógica Sequencial 2 3 5 7 11 13 17

Lógica Sequencial Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são


naturais.
O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental.
Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições, para 1 4 9 16 25 36 49
concluir através de mecanismos de comparações e abstrações,
quais são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas Sequência de Letras
ou prováveis. Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o
desenvolvimento do método matemático, este considerado As sequências de letras podem estar associadas a uma série
instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de de números ou não. Em geral, devemos escrever todo o alfabeto
dados empíricos. Logo, resumidamente o raciocínio pode ser (observando se deve, ou não, contar com k, y e w) e circular as
considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos letras dadas para entender a lógica proposta.
processos cognitivos superiores da formação de conceitos e da
solução de problemas, sendo parte do pensamento. ACFJOU
Sequências Lógicas Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses números
estão em progressão.
As sequências podem ser formadas por números, letras,
pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU
sequência, o importante é que existam pelo menos três elementos
B1 2F H4 8L N16 32R T64
que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries
necessitam de mais elementos para definir sua lógica. Algumas
Nesse caso, associou-se letras e números (potências de 2),
sequências são bastante conhecidas e todo aluno que estuda
alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1 posições.
lógica deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas
e geométricas, a série de Fibonacci, os números primos e os ABCDEFGHIJKLMNOPQRST
quadrados perfeitos.
Sequência de Pessoas
Sequência de Números
Na série a seguir, temos sempre um homem seguido de duas
Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma posição múltipla de
número. três (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e a posição dos braços sempre
alterna, ficando para cima em uma posição múltipla de dois (2º, 4º,
6º, 8º,...). Sendo assim, a sequência se repete a cada seis termos,
tornando possível determinar quem estará em qualquer posição.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um


mesmo número.

Sequência de Figuras

Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na


sequência de pessoas ou simplesmente sofrer rotações, como nos
Incremento em Progressão: O valor somado é que está em exemplos a seguir.
progressão.

Série de Fibonacci: Cada termo é igual a soma dos dois


anteriores.

1 1 2 3 5 8 13
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois divisores
naturais.

Didatismo e Conhecimento 66
MATEMÁTICA
Sequência de Fibonacci

O matemático Leonardo Pisa, conhecido como Fibonacci,


propôs no século XIII, a sequência numérica: (1, 1, 2, 3, 5, 8,
13, 21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem uma lei de formação
simples: cada elemento, a partir do terceiro, é obtido somando-
se os dois anteriores. Veja: 1 + 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2 = 5 e
assim por diante. Desde o século XIII, muitos matemáticos, além
do próprio Fibonacci, dedicaram-se ao estudo da sequência que
foi proposta, e foram encontradas inúmeras aplicações para ela no
desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos naturais.
Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma das Como os dois retângulos indicados na figura são semelhantes
maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados de lado 1, temos: (1).
podemos obter um retângulo de lados 2 e 1. Se adicionarmos a esse
retângulo um quadrado de lado 2, obtemos um novo retângulo 3
x 2. Se adicionarmos agora um quadrado de lado 3, obtemos um Como: b = y – a (2).
retângulo 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que os lados dos Substituindo (2) em (1) temos: y2 – ay – a2 = 0.
quadrados que adicionamos para determinar os retângulos formam
a sequência de Fibonacci. Resolvendo a equação:

em que não convém.

Logo:
Esse número é conhecido como número de ouro e pode ser
representado por:

Todo retângulo e que a razão entre o maior e o menor lado


for igual a é chamado retângulo áureo como o caso da fachada do
Se utilizarmos um compasso e traçarmos o quarto de
Partenon.
circunferência inscrito em cada quadrado, encontraremos uma
espiral formada pela concordância de arcos cujos raios são os
elementos da sequência de Fibonacci. As figuras a seguir possuem números que representam uma
sequência lógica. Veja os exemplos:

Exemplo 1

O Partenon que foi construído em Atenas pelo célebre


arquiteto grego Fidias. A fachada principal do edifício, hoje em
ruínas, era um retângulo que continha um quadrado de lado igual à
altura. Essa forma sempre foi considerada satisfatória do ponto de
vista estético por suas proporções sendo chamada retângulo áureo
ou retângulo de ouro. A sequência numérica proposta envolve multiplicações por 4.
6 x 4 = 24
24 x 4 = 96
96 x 4 = 384
384 x 4 = 1536

Didatismo e Conhecimento 67
MATEMÁTICA
Exemplo 2 A diferença entre os números vai aumentando 2 unidades.
24 – 22 = 2
28 – 24 = 4
34 – 28 = 6
42 – 34 = 8
52 – 42 = 10
64 – 52 = 12
78 – 64 = 14

QUESTÕES

01. Observe atentamente a disposição das cartas em cada linha


do esquema seguinte:

A diferença entre os números vai aumentando 1 unidade.


13 – 10 = 3
17 – 13 = 4
22 – 17 = 5
28 – 22 = 6
35 – 28 = 7

Exemplo 3

A carta que está oculta é:

(A) (B) (C)

Multiplicar os números sempre por 3.


1x3=3
3x3=9
9 x 3 = 27
27 x 3 = 81 (D) (E)
81 x 3 = 243
243 x 3 = 729
729 x 3 = 2187

Exemplo 4

02. Considere que a sequência de figuras foi construída


segundo um certo critério.

Didatismo e Conhecimento 68
MATEMÁTICA
Se tal critério for mantido, para obter as figuras subsequentes, (C) (D)
o total de pontos da figura de número 15 deverá ser:
(A) 69
(B) 67
(C) 65
(D) 63
(E) 61 (E)

03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 990,


970, 940, 900, 850, ...
(A) 800
(B) 790
(C) 780 07. As figuras da sequência dada são formadas por partes
(D) 770 iguais de um círculo.

04. Na sequência lógica de números representados nos


hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um deles
que pode ser:

Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16 círculos


completos na:
(A) 36ª figura
(B) 48ª figura
(C) 72ª figura
(D) 80ª figura
(E) 96ª figura

(A) 76 08. Analise a sequência a seguir:


(B) 10
(C) 20
(D) 78

05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos de fósforo


constrói uma sequência de quadrados conforme indicado abaixo: Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes
permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a
277ª posição dessa sequência é:
.............
1° 2° 3°
(A) (B)

Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura?


(A) 20 palitos
(B) 25 palitos
(C) 28 palitos
(C) (D)
(D) 22 palitos

06. Ana fez diversas planificações de um cubo e escreveu em


cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo, ela deseja que a soma
dos números marcados nas faces opostas seja 7. A única alternativa
cuja figura representa a planificação desse cubo tal como deseja (E)
Ana é:

(A) (B)

09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual é o
próximo número?
(A) 20
(B) 21
(C) 100
(D) 200

Didatismo e Conhecimento 69
MATEMÁTICA
10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo
número?
(A) 4
(B) 20
(C) 31
(D) 21
Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais que X
11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados segundo
+ Y é igual a:
determinado critério.
LACRAÇÃO → cal (A) 40
AMOSTRA → soma (B) 42
LAVRAR → ? (C) 44
Segundo o mesmo critério, a palavra que deverá ocupar o (D) 46
lugar do ponto de interrogação é: (E) 48
(A) alar 14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas em
(B) rala forma de triângulo, segundo determinado critério.
(C) ralar
(D) larva
(E) arval

12. Observe que as figuras abaixo foram dispostas, linha a


linha, segundo determinado padrão.

Considerando que na ordem alfabética usada são excluídas as


letra “K”, “W” e “Y”, a letra que substitui corretamente o ponto
de interrogação é:
(A) P
(B) O
(C) N
(D) M
Segundo o padrão estabelecido, a figura que substitui (E) L
corretamente o ponto de interrogação é:
15. Considere que a sequência seguinte é formada pela
sucessão natural dos números inteiros e positivos, sem que os
algarismos sejam separados.

1234567891011121314151617181920...
(A) (B)

(C)
O algarismo que deve aparecer na 276ª posição dessa
sequência é:
(A) 9
(B) 8
(C) 6
(D) 3
(D)
(E) (E) 1

13. Observe que na sucessão seguinte os números foram


colocados obedecendo a uma lei de formação.

Didatismo e Conhecimento 70
MATEMÁTICA
16. Em cada linha abaixo, as três figuras foram desenhadas de 18. Considere a seguinte sequência infinita de números: 3, 12,
acordo com determinado padrão. 27, __, 75, 108,... O número que preenche adequadamente a quarta
posição dessa sequência é:
(A) 36,
(B) 40,
(C) 42,
(D) 44,
(E) 48

19. Observando a sequência (1, , , , , ...) o


próximo numero será:

(A)

(B)

(C)
Segundo esse mesmo padrão, a figura que deve substituir o
ponto de interrogação é:
(D)

20. Considere a sequência abaixo:

(A) (B) BBB BXB XXB


XBX XBX XBX
BBB BXB BXX

O padrão que completa a sequência é:


(C) (D)
(A) (B) (C)
XXX XXB XXX
XXX XBX XXX
(E) XXX BXX XXB

(D) (E)
17. Observe que, na sucessão de figuras abaixo, os números
XXX XXX
que foram colocados nos dois primeiros triângulos obedecem a um
mesmo critério. XBX XBX
XXX BXX

21. Na série de Fibonacci, cada termo a partir do terceiro é


igual à soma de seus dois termos precedentes. Sabendo-se que
os dois primeiros termos, por definição, são 0 e 1, o sexto termo
da série é:
(A) 2
Para que o mesmo critério seja mantido no triângulo da direita, (B) 3
o número que deverá substituir o ponto de interrogação é: (C) 4
(A) 32 (D) 5
(B) 36 (E) 6
(C) 38
(D) 42
(E) 46 22. Nosso código secreto usa o alfabeto A B C D E F G H
I J L M N O P Q R S T U V X Z. Do seguinte modo: cada letra
é substituída pela letra que ocupa a quarta posição depois dela.
Então, o “A” vira “E”, o “B” vira “F”, o “C” vira “G” e assim
por diante. O código é “circular”, de modo que o “U” vira “A”

Didatismo e Conhecimento 71
MATEMÁTICA
e assim por diante. Recebi uma mensagem em código que dizia: Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o ponto de
BSA HI EDAP. Decifrei o código e li: interrogação deverá ser substituído pelo número:
(A) FAZ AS DUAS; (A) 16
(B) DIA DO LOBO; (B) 15
(C) RIO ME QUER; (C) 14
(D) VIM DA LOJA; (D) 13
(E) VOU DE AZUL. (E) 12

27. Segundo determinado critério, foi construída a sucessão


23. A sentença “Social está para laicos assim como 231678
seguinte, em que cada termo é composto de um número seguido
está para...” é melhor completada por:
de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6 – .... Considerando
(A) 326187;
que no alfabeto usado são excluídas as letras K, Y e W, então, de
(B) 876132; acordo com o critério estabelecido, a letra que deverá anteceder o
(C) 286731; número 12 é:
(D) 827361; (A) J
(E) 218763. (B) L
(C) M
24. A sentença “Salta está para Atlas assim como 25435 está (D) N
para...” é melhor completada pelo seguinte número: (E) O
(A) 53452;
(B) 23455; 28. Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU e
(C) 34552; URSO – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, de modo
(D) 43525; que cada uma das suas respectivas letras ocupe um quadrinho e,
(E) 53542. na diagonal sombreada, possa ser lido o nome de um novo animal.
25. Repare que com um número de 5 algarismos, respeitada
a ordem dada, podem-se criar 4 números de dois algarismos.
Por exemplo: de 34.712, podem-se criar o 34, o 47, o 71 e o 12.
Procura-se um número de 5 algarismos formado pelos algarismos
4, 5, 6, 7 e 8, sem repetição. Veja abaixo alguns números desse
tipo e, ao lado de cada um deles, a quantidade de números de
dois algarismos que esse número tem em comum com o número
procurado.

Excluídas do alfabeto as letras K, W e Y e fazendo cada letra


Número Quantidade de números de
restante corresponder ordenadamente aos números inteiros de 1 a
dado 2 algarismos em comum
23 (ou seja, A = 1, B = 2, C = 3,..., Z = 23), a soma dos números
48.765 1 que correspondem às letras que compõem o nome do animal é:
86.547 0 (A) 37
87.465 2 (B) 39
(C) 45
48.675 1
(D) 49
(E) 51
O número procurado é:
(A) 87456
(B) 68745 Nas questões 29 e 30, observe que há uma relação entre o
(C) 56874 primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma relação deverá
(D) 58746 existir entre o terceiro grupo e um dos cinco grupos que aparecem
(E) 46875 nas alternativas, ou seja, aquele que substitui corretamente o ponto
de interrogação. Considere que a ordem alfabética adotada é a
26. Considere que os símbolos ♦ e ♣ que aparecem no quadro oficial e exclui as letras K, W e Y.
seguinte, substituem as operações que devem ser efetuadas em
cada linha, a fim de se obter o resultado correspondente, que se 29. CASA: LATA: LOBO: ?
encontra na coluna da extrema direita. (A) SOCO
(B) TOCO
36 ♦ 4 ♣ 5 = 14 (C) TOMO
(D) VOLO
48 ♦ 6 ♣ 9 = 17
(E) VOTO
54 ♦ 9 ♣ 7 = ?

Didatismo e Conhecimento 72
MATEMÁTICA
30. ABCA: DEFD: HIJH: ?
(A) IJLI
(B) JLMJ
(C) LMNL
(D) FGHF
(E) EFGE
38. Retire três palitos e obtenha apenas três quadrados.

31. Os termos da sucessão seguinte foram obtidos considerando


uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 123,...). Segundo essa lei, o
décimo terceiro termo dessa sequência é um número:
(A) Menor que 200.
(B) Compreendido entre 200 e 400.
(C) Compreendido entre 500 e 700.
(D) Compreendido entre 700 e 1.000.
39. Qual será o próximo símbolo da sequência abaixo?
(E) Maior que 1.000.

Para responder às questões de números 32 e 33, você deve


observar que, em cada um dos dois primeiros pares de palavras
dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra da esquerda
segundo determinado critério. Você deve descobrir esse critério e
usá-lo para encontrar a palavra que deve ser colocada no lugar do
ponto de interrogação.
40. Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com cinco
32. Ardoroso → rodo quadrados iguais.
Dinamizar → mina
Maratona → ?

(A) mana
(B) toma
(C) tona
(D) tora
(E) rato

33. Arborizado → azar


Asteroide → dias
Articular → ?
(A) luar 41. Observe as multiplicações a seguir:
(B) arar 12.345.679 × 18 = 222.222.222
(C) lira 12.345.679 × 27 = 333.333.333
(D) luta ... ...
(E) rara 12.345.679 × 54 = 666.666.666

34. Preste atenção nesta sequência lógica e identifique quais Para obter 999.999.999 devemos multiplicar 12.345.679 por
os números que estão faltando: 1, 1, 2, __, 5, 8, __,21, 34, 55, __, quanto?
144, __...
42. Esta casinha está de frente para a estrada de terra. Mova
35. Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco de dois palitos e faça com que fique de frente para a estrada asfaltada.
10 metros de profundidade e quer sair de lá. Durante o dia, ela
consegue subir 2 metros pela parede; mas à noite, enquanto dorme,
escorrega 1 metro. Depois de quantos dias ela consegue chegar à
saída do poço?

36. Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar as


páginas de um livro de 100 páginas?

37. Quantos quadrados existem na figura abaixo?

Didatismo e Conhecimento 73
MATEMÁTICA
43. Remova dois palitos e deixe a figura com dois quadrados.

49. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados.

44. As cartas de um baralho foram agrupadas em pares,


segundo uma relação lógica. Qual é a carta que está faltando,
sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale 11 e A vale 1?

50. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco


triângulos.

45. Mova um palito e obtenha um quadrado perfeito.


Respostas

01. Resposta: “A”.


A diferença entre os números estampados nas cartas 1 e 2, em
cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta e, além disso, o
naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, dentro das opções dadas só pode
ser a da opção (A).

02. Resposta “D”.


Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de simetria,
46. Qual o valor da pedra que deve ser colocada em cima de tem-se:
todas estas para completar a sequência abaixo? Na figura 1: 01 ponto de cada lado  02 pontos no total.
Na figura 2: 02 pontos de cada lado  04 pontos no total.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado  06 pontos no total.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado  08 pontos no total.
Na figura n: n pontos de cada lado  2.n pontos no total.

Em particular:
Na figura 15: 15 pontos de cada lado  30 pontos no total.

Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de simetria, tem-se:


Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo  04 pontos no total.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo  06 pontos no total.
47. Mova três palitos nesta figura para obter cinco triângulos. Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo  08 pontos no total.
Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo  10 pontos no total.
Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo  2.(n+1) pontos no
total.

Em particular:
Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo  32 pontos no total.
Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado, temos para
total de pontos da figura 15: Total de pontos = 30 + 32 + 1 = 63 pontos.
48. Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que em cada
fileira fiquem apenas 3 moedas.

Didatismo e Conhecimento 74
MATEMÁTICA
03. Resposta “B”. 10. Resposta “C”.
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000 e 990 Esta sequência é regida pela inicial de cada número. Três,
é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, entre 940 e 900 é Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número Trinta e um,
40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre 850 e o próximo número é 60, pois ele inicia com a letra “T”.
dessa forma concluímos que o próximo número é 790, pois: 850 – 790
= 60. 11. Resposta “E”.
Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras
04. Resposta “D”
letras da palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida.
Nessa sequência lógica, observamos que a diferença: entre 24 e
22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre 42 e 34 é 8, entre Da mesma forma, na 2ª linha, a palavra SOMA é retirada da
52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto entre o próximo número e palavra AMOSTRA, pelas 4 primeira letras invertidas. Com
64 é 14, dessa forma concluímos que o próximo número é 78, pois: isso, da palavra LAVRAR, ao se retirarem as 5 primeiras letras,
76 – 64 = 14. na ordem invertida, obtém-se ARVAL.

05. Resposta “D”. 12. Resposta “C”.


Observe a tabela: Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas por
quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há cabeças com
Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª círculo e com triângulo. Portanto, a cabeça da figura que está
faltando é um quadrado. As mãos das figuras estão levantadas,
Nº de Palitos 4 7 10 13 16 19 22
em linha reta ou abaixadas. Assim, a figura que falta deve ter
Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade de palitos as mãos levantadas (é o que ocorre em todas as alternativas).
das três primeiras figuras. Feito isto, basta perceber que cada figura As figuras apresentam as 2 pernas ou abaixadas, ou 1 perna
a partir da segunda tem a quantidade de palitos da figura anterior levantada para a esquerda ou 1 levantada para a direita. Nesse
acrescida de 3 palitos. Desta forma, fica fácil preencher o restante da caso, a figura que está faltando na 3ª linha deve ter 1 perna
tabela e determinar a quantidade de palitos da 7ª figura. levantada para a esquerda. Logo, a figura tem a cabeça quadrada,
06. Resposta “A”. as mãos levantadas e a perna erguida para a esquerda.
Na figura apresentada na letra “B”, não é possível obter
a planificação de um lado, pois o 4 estaria do lado oposto ao 13. Resposta “A”.
6, somando 10 unidades. Na figura apresentada na letra “C”, Existem duas leis distintas para a formação: uma para a
da mesma forma, o 5 estaria em face oposta ao 3, somando parte superior e outra para a parte inferior. Na parte superior,
8, não formando um lado. Na figura da letra “D”, o 2 estaria tem-se que: do 1º termo para o 2º termo, ocorreu uma multiplicação
em face oposta ao 4, não determinando um lado. Já na figura por 2; já do 2º termo para o 3º, houve uma subtração de 3 unidades.
Com isso, X é igual a 5 multiplicado por 2, ou seja, X = 10. Na
apresentada na letra “E”, o 1 não estaria em face oposta ao
parte inferior, tem-se: do 1º termo para o 2º termo ocorreu uma
número 6, impossibilitando, portanto, a obtenção de um lado. multiplicação por 3; já do 2º termo para o 3º, houve uma subtração
Logo, podemos concluir que a planificação apresentada na letra de 2 unidades. Assim, Y é igual a 10 multiplicado por 3, isto é, Y =
“A” é a única para representar um lado. 30. Logo, X + Y = 10 + 30 = 40.

07. Resposta “B”. 14. Resposta “A”.


Como na 3ª figura completou-se um círculo, para completar A sequência do alfabeto inicia-se na extremidade direita
16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16 : 3 . 16 = 48. do triângulo, pela letra “A”; aumenta a direita para a esquerda;
Portanto, na 48ª figura existirão 16 círculos. continua pela 3ª e 5ª linhas; e volta para as linhas pares na ordem
inversa – pela 4ª linha até a 2ª linha. Na 2ª linha, então, as letras são,
08. Resposta “B”. da direita para a esquerda, “M”, “N”, “O”, e a letra que substitui
corretamente o ponto de interrogação é a letra “P”.
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim,
continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de 15. Resposta “B”.
número 277 ocupa, então, a mesma posição das figuras que A sequência de números apresentada representa a lista dos
representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura números naturais. Mas essa lista contém todos os algarismos
corresponde à 2ª figura, que é representada pela letra “B”. dos números, sem ocorrer a separação. Por exemplo: 101112
representam os números 10, 11 e 12. Com isso, do número 1 até
09. Resposta “D”. o número 9 existem 9 algarismos. Do número 10 até o número 99
A regularidade que obedece a sequência acima não se dá existem: 2 x 90 = 180 algarismos. Do número 100 até o número 124
por padrões numéricos e sim pela letra que inicia cada número. existem: 3 x 25 = 75 algarismos. E do número 124 até o número
“Dois, Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, Dezoito, Dezenove, ... 128 existem mais 12 algarismos. Somando todos os valores, tem-
Enfim, o próximo só pode iniciar também com “D”: Duzentos. se: 9 + 180 + 75 + 12 = 276 algarismos. Logo, conclui-se que o
algarismo que ocupa a 276ª posição é o número 8, que aparece no
número 128.

Didatismo e Conhecimento 75
MATEMÁTICA
16. Resposta “D”. 21. Resposta “D”.
Na 1ª linha, internamente, a 1ª figura possui 2 “orelhas”, a 2ª Montando a série de Fibonacci temos: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13,
figura possui 1 “orelha” no lado esquerdo e a 3ª figura possui 1 21, 34... A resposta da questão é a alternativa “D”, pois como a
“orelha” no lado direito. Esse fato acontece, também, na 2ª linha, questão nos diz, cada termo a partir do terceiro é igual à soma
mas na parte de cima e na parte de baixo, internamente em relação de seus dois termos precedentes. 2 + 3 = 5
às figuras. Assim, na 3ª linha ocorrerá essa regra, mas em ordem
inversa: é a 3ª figura da 3ª linha que terá 2 “orelhas” internas,
22. Resposta “E”.
uma em cima e outra em baixo. Como as 2 primeiras figuras da 3ª
linha não possuem “orelhas” externas, a 3ª figura também não terá A questão nos informa que ao se escrever alguma mensagem,
orelhas externas. Portanto, a figura que deve substituir o ponto de cada letra será substituída pela letra que ocupa a quarta posição,
interrogação é a 4ª. além disso, nos informa que o código é “circular”, de modo
que a letra “U” vira “A”. Para decifrarmos, temos que perceber
17. Resposta “B”. a posição do emissor e do receptor. O emissor ao escrever a
No 1º triângulo, o número que está no interior do triângulo mensagem conta quatro letras à frente para representar a letra
dividido pelo número que está abaixo é igual à diferença entre que realmente deseja, enquanto que o receptor, deve fazer o
o número que está à direita e o número que está à esquerda do contrário, contar quatro letras atrás para decifrar cada letra do
triângulo: 40 5 21 13 8. código. No caso, nos foi dada a frase para ser decifrada, vê-
A mesma regra acontece no 2º triângulo: 42 ÷ 7 = 23 - 17 = 6.
se, pois, que, na questão, ocupamos a posição de receptores.
Assim, a mesma regra deve existir no 3º triângulo:
? ÷ 3 = 19 - 7 Vejamos a mensagem: BSA HI EDAP. Cada letra da mensagem
? ÷ 3 = 12 representa a quarta letra anterior de modo que:
? = 12 x 3 = 36. VxzaB: B na verdade é V;
OpqrS: S na verdade é O;
18. Resposta “E”. UvxzA: A na verdade é U;
Verifique os intervalos entre os números que foram fornecidos. DefgH: H na verdade é D;
Dado os números 3, 12, 27, __, 75, 108, obteve-se os seguintes 9, EfghI: I na verdade é E;
15, __, __, 33 intervalos. Observe que 3x3, 3x5, 3x7, 3x9, 3x11. AbcdE: E na verdade é A;
Logo 3x7 = 21 e 3x 9 = 27. Então: 21 + 27 = 48. ZabcD: D na verdade é Z;
UvxaA: A na verdade é U;
19. Resposta “B”. LmnoP: P na verdade é L;
Observe que o numerador é fixo, mas o denominador é
formado pela sequência: 23. Resposta “B”.
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto a outra e, em seguida, nos traz uma sequência numérica. É
perguntado qual sequência numérica tem a mesma ralação com
3x4= 4x5= 5x6= a sequência numérica fornecida, de maneira que, a relação entre as
1 1x2=2 2x3=6
12 20 30 palavras e a sequência numérica é a mesma. Observando as duas
palavras dadas, podemos perceber facilmente que têm cada uma
20. Resposta “D”. 6 letras e que as letras de uma se repete na outra em uma ordem
O que de início devemos observar nesta questão é a diferente. Tal ordem, nada mais é, do que a primeira palavra de
quantidade de B e de X em cada figura. Vejamos: trás para frente, de maneira que SOCIAL vira LAICOS. Fazendo o
BBB BXB XXB mesmo com a sequência numérica fornecida, temos: 231678 viram
XBX XBX XBX 876132, sendo esta a resposta.
BBB BXB BXX
24. Resposta “A”.
7B e 2X 5B e 4X 3B e 6X
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com a
outra, e em seguida, nos traz uma sequência numérica. Foi perguntado
Vê-se, que os “B” estão diminuindo de 2 em 2 e que os “X” qual a sequência numérica que tem relação com a já dada de maneira
estão aumentando de 2 em 2; notem também que os “B” estão que a relação entre as palavras e a sequência numérica é a mesma.
sendo retirados um na parte de cima e um na parte de baixo e os Observando as duas palavras dadas podemos perceber facilmente
“X” da mesma forma, só que não estão sendo retirados, estão, que tem cada uma 6 letras e que as letras de uma se repete na outra
sim, sendo colocados. Logo a 4ª figura é: em uma ordem diferente. Essa ordem diferente nada mais é, do que
XXX a primeira palavra de trás para frente, de maneira que SALTA vira
XBX ATLAS. Fazendo o mesmo com a sequência numérica fornecida
XXX temos: 25435 vira 53452, sendo esta a resposta.
1B e 8X

Didatismo e Conhecimento 76
MATEMÁTICA
25. Resposta “E”. 1ª letra desta sequência: H. Com isto, a 4ª sequência iniciará pela
Pelo número 86.547, tem-se que 86, 65, 54 e 47 não acontecem letra L, continuando por M e N, voltando para a letra L. Logo, a 4ª
no número procurado. Do número 48.675, as opções 48, 86 e 67 sequência da letra é: LMNL.
não estão em nenhum dos números apresentados nas alternativas.
Portanto, nesse número a coincidência se dá no número 75. Como 31. Resposta “E”.
o único número apresentado nas alternativas que possui a sequência Do 1º termo para o 2º termo, ocorreu um acréscimo de 1
75 é 46.875, tem-se, então, o número procurado. unidade. Do 2º termo para o 3º termo, ocorreu a multiplicação do
termo anterior por 3. E assim por diante, até que para o 7º termo
26. Resposta “D”. temos 13 . 3 = 39. 8º termo = 39 + 1 = 40. 9º termo = 40 . 3 = 120.
O primeiro símbolo representa a divisão e o 2º símbolo 10º termo = 120 + 1 = 121. 11º termo = 121 . 3 = 363. 12º termo
representa a soma. Portanto, na 1ª linha, tem-se: 36 ÷ 4 + 5 = 9 + 5 = 363 + 1 = 364. 13º termo = 364 . 3 = 1.092. Portanto, podemos
= 14. Na 2ª linha, tem-se: 48 ÷ 6 + 9 = 8 + 9 = 17. Com isso, na 3ª concluir que o 13º termo da sequência é um número maior que
linha, ter-se-á: 54 ÷ 9 + 7 = 6 + 7 = 13. Logo, podemos concluir então 1.000.
que o ponto de interrogação deverá ser substituído pelo número 13.
32. Resposta “D”.
27. Resposta “A”. Da palavra “ardoroso”, retiram-se as sílabas “do” e “ro” e
As letras que acompanham os números ímpares formam a inverteu-se a ordem, definindo-se a palavra “rodo”. Da mesma
sequência normal do alfabeto. Já a sequência que acompanha os forma, da palavra “dinamizar”, retiram-se as sílabas “na” e “mi”,
números pares inicia-se pela letra “E”, e continua de acordo com a definindo-se a palavra “mina”. Com isso, podemos concluir que da
sequência normal do alfabeto: 2ª letra: E, 4ª letra: F, 6ª letra: G, 8ª palavra “maratona”. Deve-se retirar as sílabas “ra” e “to”, criando-
letra: H, 10ª letra: I e 12ª letra: J. se a palavra “tora”.
28. Resposta “D”. 33. Resposta “A”.
Escrevendo os nomes dos animais apresentados na lista – Na primeira sequência, a palavra “azar” é obtida pelas letras
MARÁ, PERU, TATU e URSO, na seguinte ordem: PERU, MARÁ,
“a” e “z” em sequência, mas em ordem invertida. Já as letras “a”
TATU e URSO, obtém-se na tabela:
e “r” são as 2 primeiras letras da palavra “arborizado”. A palavra
“dias” foi obtida da mesma forma: As letras “d” e “i” são obtidas
em sequência, mas em ordem invertida. As letras “a” e “s” são as 2
P E R U primeiras letras da palavra “asteroides”. Com isso, para a palavras
“articular”, considerando as letras “i” e “u”, que estão na ordem
M A R A invertida, e as 2 primeiras letras, obtém-se a palavra “luar”.

T A T U 34. O nome da sequência é Sequência de Fibonacci. O número


que vem é sempre a soma dos dois números imediatamente atrás
U R S O dele. A sequência correta é: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144,
233...
O nome do animal é PATO. Considerando a ordem do alfabeto,
tem-se: P = 15, A = 1, T = 19 e 0 = 14. Somando esses valores, 35.
obtém-se: 15 + 1 + 19 + 14 = 49.
Dia Subida Descida
29. Resposta “B”.
Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas: letra 1º 2m 1m
“A”. Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras deverão ser as 2º 3m 2m
mesmas da 3ª sequência de letras: “O”. A 3ª letra da 2ª sequência 3º 4m 3m
é a próxima letra do alfabeto depois da 3ª letra da 1ª sequência de
letras. Portanto, na 4ª sequência de letras, a 3ª letra é a próxima letra 4º 5m 4m
depois de “B”, ou seja, a letra “C”. Em relação à primeira letra, 5º 6m 5m
tem-se uma diferença de 7 letras entre a 1ª letra da 1ª sequência e a 6º 7m 6m
1ª letra da 2ª sequência. Portanto, entre a 1ª letra da 3ª sequência e
a 1ª letra da 4ª sequência, deve ocorrer o mesmo fato. Com isso, a 7º 8m 7m
1ª letra da 4ª sequência é a letra “T”. Logo, a 4ª sequência de letras 8º 9m 8m
é: T, O, C, O, ou seja, TOCO. 9º 10m ----
30. Resposta “C”. Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do poço.
Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras letras do
alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra da sequência. Na 2ª 36. 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 – 91 – 92
sequência, continua-se da 3ª letra da sequência anterior, formando- – 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são necessários 20
se DEF, voltando-se novamente, para a 1ª letra desta sequência: D. algarismos.
Com isto, na 3ª sequência, têm-se as letras HIJ, voltando-se para a

Didatismo e Conhecimento 77
MATEMÁTICA
37. 42.

= 16

= 09

43.

= 04

44. Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de cada par


de cartas é igual a 14 e o naipe de paus sempre forma par com
o naipe de espadas. Portanto, a carta que está faltando é o 6 de
=01 espadas.
Portanto, há 16 + 9 + 4 + 1 = 30 quadrados. 45. Quadrado perfeito em matemática, sobretudo na aritmética
e na teoria dos números, é um número inteiro não negativo que
38. pode ser expresso como o quadrado de um outro número inteiro.
Ex: 1, 4, 9...
No exercício 2 elevado a 2 = 4

39. Os símbolos são como números em frente ao espelho.


Assim, o próximo símbolo será 88. 46. Observe que:
40.
3 6 18 72 360 2160 15120
x2 x3 x4 x5 x6 x7

Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120 x 8 =


120.960

47.

41.
12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
12.345.679 × (3×9) = 333.333.333
... ...
12.345.679 × (4×9) = 666.666.666
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multiplicar
12.345.679 por (9x9) = 81

Didatismo e Conhecimento 78
MATEMÁTICA
48. Definições.

a) Segmentos congruentes.
Dois segmentos são congruentes se têm a mesma medida.
b) Ponto médio de um segmento.
Um ponto P é ponto médio do segmento AB se pertence ao
segmento e divide AB em dois segmentos congruentes.
c) Mediatriz de um segmento.
É a reta perpendicular ao segmento no seu ponto médio

Ângulo
49.

50. Definições.
a) Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas de
mesma origem.
b) Ângulos congruentes: Dois ângulos são ditos congruentes
se têm a mesma medida.
c) Bissetriz de um ângulo: É a semirreta de origem no vértice
do ângulo que divide esse ângulo em dois ângulos congruentes.

Perímetro
Entendendo o que é perímetro.
GEOMETRIA PLANA: DISTÂNCIAS Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de
E ÂNGULOS, POLÍGONOS, comprimento.
CIRCUNFERÊNCIA, PERÍMETRO E ÁREA. Quantos metros lineares serão necessários para colocar rodapé
nesta sala, sabendo que a porta mede 1m de largura e que nela não
se coloca rodapé?

A Geometria é a parte da matemática que estuda as figuras e


suas propriedades. A geometria estuda figuras abstratas, de uma
perfeição não existente na realidade. Apesar disso, podemos ter
uma boa ideia das figuras geométricas, observando objetos reais,
como o aro da cesta de basquete que sugere uma circunferência,
as portas e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere
um cubo.

Reta, semirreta e segmento de reta


A conta que faríamos seria somar todos os lados da sala,
menos 1m da largura da porta, ou seja:
P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
P = 26 – 1
P = 25

Didatismo e Conhecimento 79
MATEMÁTICA
Retângulo
É o quadrilátero que tem todos os ângulos internos congruentes
e iguais a 90º.

No cálculo da área de qualquer retângulo podemos seguir o


raciocínio:

Colocaríamos 25m de rodapé.


A soma de todos os lados da planta baixa se chama Perímetro.
Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura plana.

Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua superfície
(gramado).
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha quadriculada
malha quadriculada, a sua área será equivalente à quantidade de onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. Se contarmos, veremos
quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área: que há 24 quadrados de 1 cm de dimensões no retângulo. Como
sabemos que a área é a medida da superfície de uma figuras podemos
dizer que 24 quadrados de 1 cm de dimensões é a área do retângulo.

Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades de O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o outro,
área. só que representado de forma diferente. O cálculo da área do
A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados), cm² retângulo pode ficar também da seguinte forma:
(centímetros quadrados), e outros. A = 6 . 4 A = 24 cm²
Se tivermos uma figura do tipo:
Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

A=b.h

Quadrado
Sua área será um valor aproximado. Cada é uma unidade, É o quadrilátero que tem os lados congruentes e todos os
então a área aproximada dessa figura será de 4 unidades. ângulos internos a congruentes (90º).
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e
para cada figura há uma fórmula pra calcular a sua área.

Didatismo e Conhecimento 80
MATEMÁTICA

Sua área também é calculada com o produto da base pela


altura. Mas podemos resumir essa fórmula: Um trapézio é formado por uma base maior (B), por uma base
menor (b) e por uma altura (h).
Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso dividi-lo
em dois triângulos, veja como:
Primeiro: completamos as alturas no trapézio:

Como todos os lados são iguais, podemos dizer que base é


igual a e a altura igual a , então, substituindo na fórmula A = b .
h, temos:
A= .
A= ² Segundo: o dividimos em dois triângulos:

Trapézio
É o quadrilátero que tem dois lados paralelos. A altura de um
trapézio é a distância entre as retas suporte de suas bases.

A área desse trapézio pode ser calculada somando as áreas dos


dois triângulos (∆CFD e ∆CEF).
Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo
separadamente observamos que eles possuem bases diferentes e
alturas iguais.

Cálculo da área do ∆CEF:


Em todo trapézio, o segmento que une os pontos médios
dos dois lados não paralelos, é paralelo às bases e vale a média A∆1 = B . h
aritmética dessas bases. 2
Cálculo da área do ∆CFD:

A∆2 = b . h
2
Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo da
área de um trapézio qualquer:

AT = A∆1 + A∆2

A área do trapézio está relacionada com a área do triângulo AT = B . h + b . h


que é calculada utilizando a seguinte fórmula: 2 2
A = b . h (b = base e h = altura).
2
AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evi-
Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos mais 2
importantes (elementos utilizados no cálculo da sua área): dência, pois é um termo comum aos dois fatores.

Didatismo e Conhecimento 81
MATEMÁTICA
b) quanto aos ângulos:
AT = h (B + b) - triângulo retângulo.
2 - triângulo obtusângulo.
- triângulo acutângulo.
Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer
utilizamos a seguinte fórmula: Propriedades dos triângulos
1) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos
A = h (B + b) internos é 180º.
2

h = altura
B = base maior do trapézio
b = base menor do trapézio

Losango

É o quadrilátero que tem os lados congruentes.


2) Em todo triângulo, a medida de um ângulo externo é igual à
soma das medidas dos 2 ângulos internos não adjacentes.

Em todo losango as diagonais são:


a) perpendiculares entre si;
b) bissetrizes dos ângulos internos.
A área do losango é definida pela seguinte fórmula: 3) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3 ângulos
d .D Onde D é a diagonal maior e d é a menor. externos é 360º.
S=
2
Triângulo

Figura geométrica plana com três lados.

4) Em todo triângulo isósceles, os ângulos da base são


congruentes. Observação - A base de um triângulo isósceles é o
seu lado diferente.

Ângulo externo. O ângulo externo de qualquer polígono


convexo é o ângulo formado entre um lado e o prolongamento do
outro lado.

Classificação dos triângulos.

a) quanto aos lados:


- triângulo equilátero.
- triângulo isósceles. Altura - É a distância entre o vértice e a reta suporte do lado
- triângulo escaleno. oposto.

Didatismo e Conhecimento 82
MATEMÁTICA
Área do triangulo Exercícios

1. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da altura


respectivamente, indicadas por b e h. Se construirmos um outro
paralelogramo que tem o dobro da base e o dobro da altura do
outro paralelogramo, qual será relação entre as áreas dos parale-
logramos?

2. Os lados de um triângulo equilátero medem 5 mm. Qual é a


área deste triângulo equilátero?

3. Qual é a medida da área de um paralelogramo cujas medi-


das da altura e da base são respectivamente 10 cm e 2 dm?
Segmentos proporcionais
4. As diagonais de um losango medem 10 cm e 15 cm. Qual é
Teorema de Tales. a medida da sua superfície?

Em todo feixe de retas paralelas, cortado por uma reta 5. Considerando as informações constantes no triangulo PQR,
transversal, a razão entre dois segmento quaisquer de uma pode-se concluir que a altura PR desse triângulo mede:
transversal é igual à razão entre os segmentos correspondentes da
outra transversal.

Semelhança de triângulos a)5 b)6 c)7 d)8

Definição. 6. Num cartão retangular, cujo comprimento é igual ao dobro


Dois triângulos são semelhantes se têm os ângulos dois a dois de sua altura, foram feitos dois vincos AC e BF, que formam, entre
congruentes e os lados correspondentes dois a dois proporcionais. si, um ângulo reto (90°). Observe a figura:

Definição mais “popular”.


Dois triângulos são semelhantes se um deles é a redução ou a
ampliação do outro.
Importante - Se dois triângulos são semelhantes, a
proporcionalidade se mantém constante para quaisquer dois
segmentos correspondentes, tais como: lados, medianas, alturas,
raios das circunferências inscritas, raios das circunferências
circunscritas, perímetros, etc.
Considerando AF=16cm e CB=9cm, determine:
a) as dimensões do cartão;
b) o comprimento do vinco AC

7. Na figura, os ângulos assinalados sao iguais, AC=2 e AB=6.


A medida de AE é:
a)6/5 b)7/4 c)9/5 d)3/2 e)5/4

Didatismo e Conhecimento 83
MATEMÁTICA
8. Na figura a seguir, as distâncias dos pontos A e B à reta va-
lem 2 e 4. As projeções ortogonais de A e B sobre essa reta são os 5. 4 6 36
= ⇒ PR = =6
pontos C e D. Se a medida de CD é 9, a que distância de C deverá PR 9 6
estar o ponto E, do segmento CD, para que CÊA=DÊB
a)3 x 9
6.
= ⇒ x ² = 144 ⇒ x = 12
b)4 16 x
c)5
=a ) x 12(
= altura ); 2 x 24(comprimento)
d)6
e)7 b) AC = 9² + x ² = 81 + 144 = 15

9. Para ladrilhar uma sala são necessários exatamente 400 pe- 7.


ças iguais de cerâmica na forma de um quadrado. Sabendo-se que
a área da sala tem 36m², determine:
a) a área de cada peça, em m².
b) o perímetro de cada peça, em metros.

10. Na figura, os ângulos ABC, ACD, CÊD, são retos. Se


AB=2 3 m e CE= 3 m, a razão entre as áreas dos triângulos
ABC e CDE é:

a)6
b)4 8.
c)3
d)2
e)

Respostas

1. A2 = (2b)(2h) = 4bh = 4A1

2. Segundo o enunciado temos: 9.


l=5mm

Substituindo na fórmula:
l² 3 5² 3
S
= ⇒= S S 10,8
= 6, 25 3 ⇒ =
4 4
3. Sabemos que 2 dm equivalem a 20 cm, temos:
h=10
b=20 10.

Substituindo na fórmula:
S b=
= .h 20.10
= 100cm
= ² 2dm²

4. Para o cálculo da superfície utilizaremos a fórmula que en-


volve as diagonais, cujos valores temos abaixo:

d1=10
d2=15

Utilizando na fórmula temos:

d1.d 2 10.15
S= ⇒ = 75cm ²
2 2

Didatismo e Conhecimento 84
MATEMÁTICA

SEMELHANÇA E RELAÇÕES
MÉTRICAS NO TRIÂNGULO
RETÂNGULO.

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que pos- Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo. Todo
sui o menor número de lados. Talvez seja o polígono mais impor- triângulo possui três ângulos internos.
tante que existe. Todo triângulo possui alguns elementos e os prin-
cipais são: vértices, lados, ângulos, alturas, medianas e bissetrizes.

Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes sobre os


mesmos.

Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triângulo e


pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).

Classificação dos triângulos quanto ao número de lados

1. Vértices: A,B,C. Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas iguais.


2. Lados: AB,BC e AC. m(AB) = m(BC) = m(CA)
3. Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um vértice


de forma a encontrar o lado oposto ao vértice formando um ângulo
reto. BH é uma altura do triângulo.

Triângulo Isóscele: Os três lados têm medidas iguais. m(AB)


= m(BC) = m(CA)

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto médio


do lado oposto. BM é uma mediana.
Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas dife-
rentes.

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas partes


iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste caso Ê = Ô.

Didatismo e Conhecimento 85
MATEMÁTICA
Classificação dos triângulos quanto às medidas dos ângulos Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. Como ob-
servamos no desenho, em anexo, as letras minúsculas representam
Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são agu- os ângulos internos e as respectivas letras maiúsculas os ângulos
dos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do que 90º. externos.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos dois


Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso, isto é, ângulos internos não adjacentes a esse ângulo externo. Assim: A =
possui um ângulo com medida maior do que 90º. b+c, B = a+c, C = a+b

SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Dois triângulos são semelhantes se tiverem, entre si, os lados


correspondentes proporcionais e os ângulos congruentes (iguais).

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto (90


graus).

Dados os triângulos acima, onde:


Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Poderemos


identificar com as letras a, b e c as medidas dos ângulos internos e = = = , então os triângulos ABC e DEF são
desse triângulo. Em alguns locais escrevemos as letras maiúsculas semelhantes e escrevemos ABC DEF.
A, B e C para representar os ângulos.
CRITÉRIOS DE SEMELHANÇA

1- Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem, en-


tre si, dois ângulos correspondentes congruentes iguais, então os
triângulos são semelhantes.

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é sempre


igual a 180 graus, isto é: a + b + c = 180º

Exemplo

Considerando o triângulo abaixo, podemos escrever que: 70º


+ 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos x = 180º - 70º - 60º = 50º.

Nas figuras ao lado: = e =

então: ABC ~ DEF

Didatismo e Conhecimento 86
MATEMÁTICA
Questões
2- Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois
lados correspondentes proporcionais e os ângulos formados por 1- O valor de x na figura abaixo é:
esses lados também são congruentes, então os triângulos são se- a) 30°
melhantes. b) 40°
c) 50°
d) 60°
e) 70°

2- Na figura abaixo = , = , a medida do ângulo


DB é:
a) 34°
b) 72°
c) 36°
d) 45°
e) 30°
Nas figuras ao lado:

3- Na figura seguinte, o ângulo A C é reto. O valor em graus


do ângulo C D é igual a:
então: ABC EFG a) 120°
b) 110°
c) 105°
d) 100°
3- Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os três e) 95°
lados correspondentes proporcionais, então os triângulos são se-

melhantes.

4- Na figura abaixo, o triângulo ABC é retângulo em A, ADEF


é um quadrado, AB = 1 e AC = 3. Quanto mede o lado do quadra-
do?
a) 0,70
b) 0,75
Nas figuras ao lado: c) 0,80
d) 0,85
e) 0,90


5- Em uma cidade do interior, à noite, surgiu um objeto voa-
então: ABC RST dor não identificado, em forma de disco, que estacionou a aproxi-
madamente 50 m do solo. Um helicóptero do Exército, situado a
aproximadamente 30 m acima do objeto iluminou-o com um holo-
Observação: temos três critérios de semelhança, porém o mais
fote, conforme mostra a figura seguinte. A sombra projetada pelo
utilizado para resolução de exercícios, isto é, para provar que dois
disco no solo tinha em torno de 16 m de diâmetro.
triângulos são semelhantes, basta provar que eles tem dois ângulos
correspondentes congruentes (iguais).

Didatismo e Conhecimento 87
MATEMÁTICA
3) Alternativa d
Solução:
Na figura temos três triângulos. Do enunciado o ângulo AC =
90° (reto).
O ângulo B C = 30°  A B = 60º.

O ângulo CD (x) é ângulo externo do triângulo ABD, então:


x = 60º + 40° (propriedade do ângulo externo)
Sendo assim, pode-se concluir que a medida, em metros, do x = 100°
raio desse disco-voador é aproximadamente:
a) 3 4) Alternativa b
b) 4 Solução: sendo x o lado do quadrado:
c) 5
d) 6
e) 7

Respostas

1) Alternativa b
Solução:
Da figura temos que 3x é um ângulo externo do triângulo e,
portanto, é igual à soma dos dois internos opostos, então:

3x = x + 80º
3x – x = 80º
2x = 80° Temos que provar que dois dos triângulos da figura são se-
x = 80° : 2 melhantes.
x = 40° O ângulo BC é reto, o ângulo CE é reto e o ângulo AB é co-
mum aos triângulos ABC e CEF, logo estes dois triângulos são
2) Alternativa c semelhantes. As medidas de seus lados correspondentes são pro-
Solução: porcionais:
Na figura dada, temos três triângulos: ABC, ACD e BCD. Do
enunciado AB = AC, o triângulo ABC tem dois lados iguais, então
ele é isósceles e tem dois ângulos iguais:
A B = A C = x. A soma dos três ângulos é igual a 180°. (multiplicando em “cruz”)
36° + x + x = 180°
2x = 180° - 36° 3x = 1.(3 – x)
2x = 144 3x = 3 – x
x = 144 : 2 3x + x = 3
x = 72 4x = 3
Logo: A B = A C = 72° x=¾
x = 0,75
Também temos que CB = CD, o triângulo BCD é isósceles:
C D = C B = 72°, sendo y o ângulo DB, a soma é igual 5) Alternativa a
a 180°. Solução: da figura dada, podemos observar os seguintes triân-
72° + 72° + y = 180° gulos:
144° + y = 180°
y = 180° - 144°
y = 36º

Didatismo e Conhecimento 88
MATEMÁTICA
c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;
d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são para
calcular da mesma forma que as acima apresentadas:

Figuras Geométricas:

Os triângulos ABC e ADE são isósceles. A altura divide as ba-


ses em duas partes iguais. E esses dois triângulos são semelhantes,
pois os dois ângulos das bases de cada um são congruentes. Então:

8r = 8.3
r=3m

GEOMETRIA ESPACIAL: POLIEDROS, O conceito de cone


PRISMAS E PIRÂMIDES, CILINDRO,
CONE E ESFERA, ÁREAS E VOLUMES.

Sólidos Geométricos

Para explicar o cálculo do volume de figuras geométricas, po-


demos pedir que visualizem a seguinte figura: Considere uma região plana limitada por uma curva suave
(sem quinas), fechada e um ponto P fora desse plano. Chamamos
de cone ao sólido formado pela reunião de todos os segmentos de
reta que têm uma extremidade em P e a outra num ponto qualquer
da região.

Elementos do cone
- Base: A base do cone é a região plana contida no interior da
curva, inclusive a própria curva.
- Vértice: O vértice do cone é o ponto P.
- Eixo: Quando a base do cone é uma região que possui cen-
tro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo vértice P e pelo
centro da base.
- Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extremidade
a) A  figura representa a planificação de um prisma reto; no vértice do cone e a outra na curva que envolve a base.
b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da - Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base.
base pela altura do sólido, isto é - Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a reunião
de todos os segmentos de reta que tem uma extremidade em P e a
V = Ab x a outra na curva que envolve a base.

Didatismo e Conhecimento 89
MATEMÁTICA
- Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião da su- 5. A Área total de um cone circular reto pode ser obtida em
perfície lateral com a base do cone que é o círculo. função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):
- Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é uma re- ATotal = Pi R g + Pi R2
gião triangular obtida pela interseção do cone com um plano que
contem o eixo do mesmo.

Classificação do cone

Cones Equiláteros

Quando observamos a posição relativa do eixo em relação à


base, os cones podem ser classificados como retos ou oblíquos.
Um cone é dito reto quando o eixo é perpendicular ao plano da
base e é oblíquo quando não é um cone reto. Ao lado apresenta-
mos um cone oblíquo. Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção
meridiana é uma região triangular equilátera e neste caso a medida
Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais impor- da geratriz é igual à medida do diâmetro da base.
tantes são os cones retos. Em função das bases, os cones recebem A área da base do cone é dada por:
nomes especiais. Por exemplo, um cone é dito circular se a base é ABase=Pi R2
um círculo e é dito elíptico se a base é uma região elíptica. Pelo Teorema de Pitágoras temos:
(2R)2 = h2 + R2
h2 = 4R2 - R2 = 3R2
Assim:
h=R

Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto da área da


base pela altura, então:
V = (1/3) Pi R3
Como a área lateral pode ser obtida por:
ALat = Pi R g = Pi R 2R = 2 Pi R2
então a área total será dada por:
Observações sobre um cone circular reto ATotal = 3 Pi R2

1. Um cone circular reto é chamado cone de revolução por O conceito de esfera


ser obtido pela rotação (revolução) de um triângulo retângulo em
torno de um de seus catetos A esfera no espaço R³ é uma superfície muito importante em
função de suas aplicações a problemas da vida. Do ponto de vis-
2. A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do ta matemático, a esfera no espaço R³ é confundida com o sólido
cone com um plano que contem o eixo do cone. No caso acima, a geométrico (disco esférico) envolvido pela mesma, razão pela quais
seção meridiana é a região triangular limitada pelo triângulo isós- muitas pessoas calculam o volume da esfera. Na maioria dos livros
celes VAB. elementares sobre Geometria, a esfera é tratada como se fosse um
sólido, herança da Geometria Euclidiana.
3. Em um cone circular reto, todas as geratrizes são congruen- Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos falar pala-
tes entre si. Se g é a medida de cada geratriz então, pelo Teorema vras que sejam entendidas pela coletividade. De um ponto de vista
de Pitágoras, temos: g2 = h2 + R2 mais cuidadoso, a esfera no espaço R³ é um objeto matemático pa-
rametrizado por duas dimensões, o que significa que podemos obter
medidas de área e de comprimento, mas o volume tem medida nula.
4. A Área Lateral de um cone circular reto pode ser obtida em
Há outras esferas, cada uma definida no seu respectivo espaço n-di-
função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):ALat
mensional. Um caso interessante é a esfera na reta unidimensional:
= Pi R g
So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}

Didatismo e Conhecimento 90
MATEMÁTICA
Por exemplo, a esfera
S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio unitário
centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos

Um problema fundamental para empresas que armazenam lí-


quidos em tanques esféricos, cilíndricos ou esféricos e cilíndricos é
a necessidade de realizar cálculos de volumes de regiões esféricas
a partir do conhecimento da altura do líquido colocado na mesma.
Por exemplo, quando um tanque é esférico, ele possui um orifício
na parte superior (pólo Norte) por onde é introduzida verticalmente
uma vara com indicadores de medidas. Ao retirar a vara, observa-se O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do espaço
o nível de líquido que fica impregnado na vara e esta medida cor- que estão localizados na casca e dentro da esfera. Do ponto de
responde à altura de líquido contido na região esférica. Este não é vista prático, o disco esférico pode ser pensado como a reunião
um problema trivial, como observaremos pelos cálculos realizados da película fina que envolve o sólido esférico com a região sólida
na sequência. dentro da esfera. Em uma melancia esférica, o disco esférico pode
ser visto como toda a fruta.
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera é dada por:
x² + y² + z² = R²
e a relação matemática que define o disco esférico é o conjun-
to que contém a casca reunido com o interior, isto é:
x² + y² + z² < R²
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
esfera pelo ponto (xo,yo,zo), a equação da esfera é dada por:
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R²
e a relação matemática que define o disco esférico é o conjun-
to que contém a casca reunido com o interior, isto é, o conjunto de
A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos e algumas
todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que:
fórmulas para cálculos de áreas na esfera e volumes em um sólido
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² < R²
esférico.
Da forma como está definida, a esfera centrada na origem
A superfície esférica
pode ser construída no espaço euclidiano R³ de modo que o centro
da mesma venha a coincidir com a origem do sistema cartesiano
A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pontos do
R³, logo podemos fazer passar os eixos OX, OY e OZ, pelo ponto
espaço que estão localizados a uma mesma distância denominada
(0,0,0).
raio de um ponto fixo chamado centro.
Uma notação para a esfera com raio unitário centrada na ori-
gem de R³ é:
S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 }
Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R4 é dada por:
S³ = { (w,x,y,z) em R4: w² + x² + y² + z² = 1 }
Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera?
Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada como a
película fina que envolve um sólido esférico. Em uma melancia
esférica, a esfera poderia ser considerada a película verde (casca)
que envolve a fruta.
É comum encontrarmos na literatura básica a definição de es-
Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0, obtere-
fera como sendo o sólido esférico, no entanto não se devem con-
mos duas superfícies semelhantes: o hemisfério Norte (“boca para
fundir estes conceitos. Se houver interesse em aprofundar os estu-
baixo”) que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota
dos desses detalhes, deve-se tomar algum bom livro de Geometria
z é não negativa e o hemisfério Sul (“boca para cima”) que é o
Diferencial que é a área da Matemática que trata do detalhamento
conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z não é positiva.
de tais situações.
Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano vertical
que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, teremos uma cir-
cunferência maximal C da esfera que é uma circunferência contida
na esfera cuja medida do raio coincide com a medida do raio da es-
fera, construída no plano YZ e a equação desta circunferência será:
x=0, y² + z² = R2

Didatismo e Conhecimento 91
MATEMÁTICA
sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos pontos No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido como para
de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem infinitas circunferên- a superfície, “calota esférica” para o sólido envolvido pela calota
cias maximais em uma esfera. esférica, a letra maiúscula R para entender o raio da esfera sobre
Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno do eixo a qual estamos realizando os cálculos, V será o volume, A(lateral)
OZ, obteremos a esfera através da rotação e por este motivo, a será a área lateral e A(total) será a área total.
esfera é uma superfície de revolução.
Se tomarmos um arco contido na circunferência maximal Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos
cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q) tal que p²+q²=R²
e rodarmos este arco em torno do eixo OZ, obteremos uma super- Objeto Relações e fórmulas
fície denominada calota esférica. Volume = (4/3) Pi R³
Esfera
A(total) = 4 Pi R²
R² = h (2R-h)
Calota esférica (altura h, raio A(lateral) = 2 Pi R h
da base r) A(total) = Pi h (4R-h)
V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
Segmento esférico (altura h, A(lateral) = 2 Pi R h
raios das bases r1>r²) A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²)
Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica para repre- Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6
sentar tanto a superfície como o sólido geométrico envolvido pela
Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do Cálculo
calota esférica. Para evitar confusões, usarei “calota esférica” com
Diferencial e Integral, mas nós nos limitaremos a apresentar um
aspas para o sólido e sem aspas para a superfície.
processo matemático para a obtenção da fórmula do cálculo do
A partir da rotação, construiremos duas calotas em uma esfe-
volume da “calota esférica” em função da altura da mesma.
ra, de modo que as extremidades dos arcos sejam (0,0,R) e (0,p,q)
com p²+q²=R² no primeiro caso (calota Norte) e no segundo caso
Volume de uma calota no hemisfério Sul
(calota Sul) as extremidades dos arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com
r²+s²=R² e retirarmos estas duas calotas da esfera, teremos uma
Consideremos a esfera centrada no ponto (0,0,R) com raio R.
superfície de revolução denominada zona esférica.

De um ponto de vista prático, consideremos uma melancia


esférica. Com uma faca, cortamos uma “calota esférica” superior A equação desta esfera será dada por:
e uma “calota esférica” inferior. O que sobra da melancia é uma x² + y² + (z-R)² = R²
região sólida envolvida pela zona esférica, algumas vezes denomi-
nada zona esférica. A altura da calota será indicada pela letra h e o plano que
Consideremos uma “calota esférica” com altura h1 e raio da coincide com o nível do líquido (cota) será indicado por z=h. A
base r1 e retiremos desta calota uma outra “calota esférica” com interseção entre a esfera e este plano é dado pela circunferência
altura h2 e raio da base r2, de tal modo que os planos das bases de x² + y² = R² - (h-R)²
ambas sejam paralelos. A região sólida determinada pela calota
maior menos a calota menor recebe o nome de segmento esférico Obteremos o volume da calota esférica com a altura h me-
com bases paralelas. nor ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao intervalo
[0,R] e neste caso poderemos explicitar o valor de z em função
de x e y para obter:
z = R − R 2 − (x 2 + y 2 )

Para simplificar as operações algébricas, usaremos a letra r


para indicar:
r² = R² - (h-R)² = h(2R-h)

Didatismo e Conhecimento 92
MATEMÁTICA
A região circular S de integração será descrita por x²+y²<R² Lançaremos mão de uma propriedade de simetria da esfera
ou em coordenadas polares através de: que nos diz que o volume da calota superior assim como da calota
0<m<R, 0<t<2Pi inferior somente depende do raio R da esfera e da altura h e não da
posição relativa ocupada.
A integral dupla que representa o volume da calota em fun-
ção da altura h é dada por: Aproveitaremos o resultado do cálculo utilizado para a calota
do hemisfério Sul. Tomaremos a altura tal que: h=2R-d, onde d é
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − z)dxdy
a altura da região que não contém o líquido. Como o volume desta
ou seja calota vazia é dado por:
VC(d) = Pi d²(3R-d)/3
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − R + R 2 − (x 2 + y 2 ))dxdy e como h=2R-d, então para h no intervalo [R,2R], poderemos
escrever o volume da calota vazia em função de h:
Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na forma: VC(h) = Pi (2R-h)²(R+h)/3
2x R

Vc(h) = ∫ ∫ (h − R +
t=0 m=0
R 2 − m 2 )mdmdt Para obter o volume ocupado pelo líquido, em função da altu-
ra, basta tomar o volume total da região esférica e retirar o volume
da calota vazia, para obter:
Após realizar a integral na variável t, podemos separá-la em V(h) = 4Pi R³/3 - Pi (2R-h)²(R+h)/3
duas integrais: que pode ser simplificada para:
R R V(h) = Pi h²(3R-h)/3
Vc(h) = 2π { ∫ (h − R)m dm + ∫ R 2 − m 2 mdm}
0 0 Independentemente do fato que a altura h esteja no intervalo
ou seja: [0,R] ou [R,2R] ou de uma forma geral em [0,2R], o cálculo do
R volume ocupado pelo líquido é dado por:
Vc(h) = π {(h − R)R 2 − ∫ R 2 − m 2 (−2m)dm} V(h) = Pi h²(3R-h)/3
0
Poliedro
Com a mudança de variável u=R²-m² e du=(-2m)dm pode-
remos reescrever:
R2
Poliedro é um sólido limitado externamente por planos no es-
Vc(h) = π {(h − R)R 2 + u du} paço R³. As regiões planas que limitam este sólido são as faces do

u=0
poliedro. As interseções das faces são as arestas do poliedro. As
interseções das arestas são os vértices do poliedro. Cada face é
Após alguns cálculos obtemos:
uma região poligonal contendo n lados.
VC(h) = Pi (h-R) [R² -(h-R)²] - (2/3)Pi[(R-h)³ - R³]
Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos diedrais forma-
e assim temos a fórmula para o cálculo do volume da calota dos por planos adjacentes têm medidas menores do que 180 graus.
esférica no hemisfério Sul com a altura h no intervalo [0,R], Outra definição: Dados quaisquer dois pontos de um poliedro con-
dada por: vexo, o segmento que tem esses pontos como extremidades, deve-
VC(h) = Pi h²(3R-h)/3 rá estar inteiramente contido no poliedro.

Volume de uma calota no hemisfério Norte Poliedros Regulares

Se o nível do líquido mostra que a altura h já ultrapassou o Um poliedro é regular se todas as suas faces são regiões poli-
raio R da região esférica, então a altura h está no intervalo [R,2R] gonais regulares com n lados, o que significa que o mesmo número
de arestas se encontram em cada vértice.

Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro

Didatismo e Conhecimento 93
MATEMÁTICA
Áreas e Volumes Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja base é
um quadrado.
Poliedro regular Área Volume
Tetraedro a2 R[3] (1/12) a³ R[2] Planificação do prisma
Hexaedro 6 a2 a³
Octaedro 2 a2 R[3] (1/3) a³ R[2]
Dodecaedro 3a2 R{25+10·R[5]} (1/4) a³ (15+7·R[5])
Icosaedro 5a2 R[3] (5/12) a³ (3+R[5])

Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de z>0.

Prisma

Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no


Um prisma é um sólido formado por todos os pontos do espaço
qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à inclinação
localizados dentro dos planos que contêm as faces laterais e os pla-
das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.
nos das bases. As faces laterais e as bases formam a envoltória deste
sólido. Esta envoltória é uma “superfície” que pode ser planificada
Prisma reto
no plano cartesiano.
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
Tal planificação se realiza como se cortássemos com uma tesou-
As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base.
ra esta envoltória exatamente sobre as arestas para obter uma região
As faces laterais são retangulares.
plana formada por áreas congruentes às faces laterais e às bases.
Prisma oblíquo A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas lateral
As arestas laterais têm o mesmo comprimento. e total.
As arestas laterais são oblíquas ao plano da base.
As faces laterais não são retangulares. Volume de um prisma
O volume de um prisma é dado por:
Vprisma = Abase . h
Bases: regiões poligonais
congruentes Área lateral de um prisma reto com base poligonal regular
Altura: distância entre
as bases A área lateral de um prisma reto que tem por base uma região
Arestas laterais poligonal regular de n lados é dada pela soma das áreas das faces
paralelas: mesmas laterais. Como neste caso todas as áreas das faces laterais são iguais,
medidas basta tomar a área lateral como:
Faces laterais:
paralelogramos
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo

Seções de um prisma
Seção transversal
É a região poligonal obtida pela interseção do prisma com
um plano paralelo às bases, sendo que esta região poligonal é con-
gruente a cada uma das bases.
Seção reta (seção normal) Cilindros
É uma seção determinada por um plano perpendicular às arestas
laterais.

Princípio de Cavaliere
Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados dois sóli-
dos com a mesma altura. Se todo plano paralelo ao plano dado inter-
ceptar os sólidos com seções de áreas iguais, então os volumes dos
sólidos também serão iguais.

Prisma regular Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de raio r.


É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais regulares. Tomemos também um segmento de reta PQ que não seja paralelo
ao plano P e nem esteja contido neste plano P.
Exemplos: Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos con-
Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja base é um gruentes e paralelos a PQ com uma extremidade no círculo.
triângulo equilátero.

Didatismo e Conhecimento 94
MATEMÁTICA
Observamos que um cilindro é uma superfície no espaço R3, Áreas lateral e total de um cilindro circular reto
mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro com a região
sólida contida dentro do cilindro. Quando nos referirmos ao cilin- Quando temos um cilindro circular reto, a área lateral é dada por:
dro como um sólido usaremos aspas, isto é, “cilindro” e quando Alat = 2 r h
for à superfície, simplesmente escreveremos cilindro. onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro.
A reta que contém o segmento PQ é denominada geratriz e a Atot = Alat + 2 Abase
curva que fica no plano do “chão” é a diretriz. Atot = 2 r h + 2 r2
Atot = 2 r(h+r)

Exercícios

1. Dado o cilindro circular equilátero (h = 2r), calcular a área


lateral e a área total.

2. Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e altura


3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume.

3. As áreas das bases de um cone circular reto e de um prisma


Em função da inclinação do segmento PQ em relação ao plano quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura 12 cm e volume
do “chão”, o cilindro será chamado reto ou oblíquo, respectiva- igual ao dobro do volume do cone. Determinar a altura do cone.
mente, se o segmento PQ for perpendicular ou oblíquo ao plano
que contém a curva diretriz. 4. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro de uma
lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio R e mesma altura h da
Objetos geométricos em um “cilindro” casquinha. Qual é o volume do espaço (vazio) compreendido entre
a lata e a casquinha de sorvete?
Num cilindro, podemos identificar vários elementos:
- Base É a região plana contendo a curva diretriz e todo o seu
Respostas
interior. Num cilindro existem duas bases.
- Eixo É o segmento de reta que liga os centros das bases do
1) Solução: No cilindro equilátero, a área lateral e a área total
“cilindro”.
é dada por:
- Altura A altura de um cilindro é a distância entre os dois
planos paralelos que contêm as bases do “cilindro”.
Alat = 2 r. 2r = 4 r2
- Superfície Lateral É o conjunto de todos os pontos do espa- Atot = Alat + 2 Abase
ço, que não estejam nas bases, obtidos pelo deslocamento paralelo Atot = 4 r2 + 2 r2 = 6 r2
da geratriz sempre apoiada sobre a curva diretriz. V = Abase h = r2. 2r = 2 r3
- Superfície Total É o conjunto de todos os pontos da superfí-
cie lateral reunido com os pontos das bases do cilindro.
- Área lateral É a medida da superfície lateral do cilindro. 2) Solução: Cálculo da Área lateral Alat = 2 r h = 2 2.3 =
- Área total É a medida da superfície total do cilindro. 12 cm2
- Seção meridiana de um cilindro É uma região poligonal Cálculo da Área total Atot = Alat + 2 Abase Atot = 12 + 2 22 =
obtida pela interseção de um plano vertical que passa pelo centro 12 + 8 = 20 cm2
do cilindro com o cilindro. Cálculo do Volume V = Abase × h = r2 × h V = 22 × 3 =
× 4 × 3 = 12 cm33
Classificação dos cilindros circulares
3) Solução:
Cilindro circular oblíquo Apresenta as geratrizes oblíquas hprisma = 12
em relação aos planos das bases. Abase do prisma = Abase do cone = A
Cilindro circular reto As geratrizes são perpendiculares aos Vprisma = 2 Vcone
planos das bases. Este tipo de cilindro é também chamado de cilin- A hprisma = 2(A h)/3
dro de revolução, pois é gerado pela rotação de um retângulo. 12 = 2.h/3
Cilindro eqüilátero É um cilindro de revolução cuja seção h =18 cm
meridiana é um quadrado.
4) Solução:
Volume de um “cilindro”
V = Vcilindro - Vcone
Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área da base
V = Abase h - (1/3) Abase h
pela altura.
V = Pi R2 h - (1/3) Pi R2 h
V = Abase × h
V = (2/3) Pi R2 h cm3
Se a base é um círculo de raio r, então:
V = r2 h

Didatismo e Conhecimento 95
MATEMÁTICA

MATEMÁTICA DISCRETA:
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM, NOÇÃO
DE PROBABILIDADE, NOÇÕES DE
ESTATÍSTICA, GRÁFICOS E MEDIDAS.

Análise Combinatória

Análise combinatória é uma parte da matemática que estuda,


ou melhor, calcula o número de possibilidades, e estuda os métodos
de contagem que existem em acertar algum número em jogos de
azar. Esse tipo de cálculo nasceu no século XVI, pelo matemático
italiano Niccollo Fontana (1500-1557), chamado também de Tar-
taglia. Depois, apareceram os franceses Pierre de Fermat (1601-
1665) e Blaise Pascal (1623-1662). A análise desenvolve métodos
que permitem contar, indiretamente, o número de elementos de um
conjunto. Por exemplo, se quiser saber quantos números de quatro
algarismos são formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é
preciso aplicar as propriedades da análise combinatória. Veja quais
propriedades existem:
Generalizações: Um acontecimento é formado por k estágios
- Princípio fundamental da contagem sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk possibilidades
- Fatorial para cada. O total de maneiras distintas de ocorrer este aconteci-
- Arranjos simples mento é n1, n2, n3, … , nk
- Permutação simples Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não importa
- Combinação a ordem.
- Permutação com elementos repetidos Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por 10
elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca”.
Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que a Regra ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se diferen-
do Produto, um princípio combinatório que indica quantas vezes e ciam pela natureza de um dos elemento.
as diferentes formas que um acontecimento pode ocorrer. O acon- ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados distin-
tecimento é formado por dois estágios caracterizados como suces- tos ou não distintos pois se diferenciam somente pela ordem dos
sivos e independentes: elementos.
Quando os elementos de um determinado conjunto A forem
• O primeiro estágio pode ocorrer de m modos distintos. algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes algarismos preten-
• O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos. demos obter números, neste caso, os agrupamentos de 13 e 31 são
considerados distintos, pois indicam números diferentes.
Desse modo, podemos dizer que o número de formas diferente Quando os elementos de um determinado conjunto A forem
que pode ocorrer em um acontecimento é igual ao produto m . n pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pontos preten-
demos obter retas, neste caso os agrupamentos são
Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e inicialmen-
iguais, pois indicam a mesma reta.
te ela quer se decidir qual o modelo e a cor do seu novo veículo.
Conclusão: Os agrupamentos...
Na concessionária onde Alice foi há 3 tipos de modelos que são
do interesse dela: Siena, Fox e Astra, sendo que para cada carro há
1. Em alguns problemas de contagem, quando os agrupamen-
5 opções de cores: preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o
tos se diferirem pela natureza de pelo menos um de seus elemen-
número total de opções que Alice poderá fazer?
tos, os agrupamentos serão considerados distintos.
ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados com-
Resolução: Segundo o Principio Fundamental da Contagem,
binações.
Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela poderá optar por 15
carros diferentes. Vamos representar as 15 opções na árvore de
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o proble-
possibilidades:
ma é saber quantas retas esses pontos determinam.

2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela ordem


de seus elementos, os problemas de contagem serão agrupados e
considerados distintos.

Didatismo e Conhecimento 96
MATEMÁTICA
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados arran-
jos. An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1)
(é o produto de k fatores)

Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos e o pro-


blema é contar os números por eles determinados. Multiplicando e dividindo por (n – k)!

Fatorial: Na matemática, o fatorial de um número natural n,


representado por n!, é o produto de todos os inteiros positivos
menores ou iguais a n. A notação n! foi introduzida por Christian
Kramp em 1808. A função fatorial é normalmente definida por:

Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n!

Podemos também escrever

Por exemplo, 5! = 1 . 2 . 3 . 4 . 5 = 120 Permutações: Considere A como um conjunto com n ele-


mentos. Os arranjos simples n a n dos elementos de A, são de-
Note que esta definição implica em particular que 0! = 1, por-
nominados permutações simples de n elementos. De acordo com
que o produto vazio, isto é, o produto de nenhum número é 1.
a definição, as permutações têm os mesmos elementos. São os n
Deve-se prestar atenção neste valor, pois este faz com que a função
elementos de A. As duas permutações diferem entre si somente
recursiva (n + 1)! = n! . (n + 1) funcione para n = 0.
pela ordem de seus elementos.
Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Por
Cálculo do número de permutação simples:
exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar n objetos dis-
tintos numa sequência. (Os arranjos são chamados permutações) E
o número de opções que podem ser escolhidos é dado pelo coefi- O número total de permutações simples de n elementos indi-
ciente binomial. cado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1) (n – 2) . …
. (n – k + 1), temos:

Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) (n – 2)
. … .1 = n!
Portanto: Pn = n!
Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições em que
um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela natureza Combinações Simples: são agrupamentos formados com os
dos elementos componentes. Seja A um conjunto com n elementos elementos de um conjunto que se diferenciam somente pela na-
e k um natural menor ou igual a n. Os arranjos simples k a k dos tureza de seus elementos. Considere A como um conjunto com n
n elementos de A, são os agrupamentos, de k elementos distintos
elementos k um natural menor ou igual a n. Os agrupamentos de k
cada, que diferem entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus
elementos distintos cada um, que diferem entre si apenas pela na-
elementos.
tureza de seus elementos são denominados combinações simples k
a k, dos n elementos de A.
Cálculos do número de arranjos simples:
Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com ele-
Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de
mentos distintos. Com os elementos de A podemos formar 4 com-
A, tomados k a k:
binações de três elementos cada uma: abc – abd – acd – bcd
n → possibilidades na escolha do 1º elemento.
Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas:
n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um
deles já foi usado.
Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos.
n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois
deles já foi usado.
. abc abd acd bcd
. acb
.
bac
n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, pois
l-1 deles já foi usado. bca
cab
No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o número total cba
de arranjos simples dos n elementos de A (tomados k a k), temos:

Didatismo e Conhecimento 97
MATEMÁTICA
Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações obtemos to-
dos os arranjos 3 a 3:

abc abd acd bcd


acb adb adc bdc Combinações Completas: Combinações completas de n ele-
bac bad cad cbd mentos, de k a k, são combinações de k elementos não necessaria-
bca bda cda cdb mente distintos. Em vista disso, quando vamos calcular as combi-
nações completas devemos levar em consideração as combinações
cab dab dac dbc com elementos distintos (combinações simples) e as combinações
cba dba dca dcb com elementos repetidos. O total de combinações completas de n
elementos, de k a k, indicado por C*n,k
(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos

Logo: C4,3 . P3 = A4,3

Cálculo do número de combinações simples: O número total


de combinações simples dos n elementos de A representados por C
n,k
, tomados k a k, analogicamente ao exemplo apresentado, temos: QUESTÕES
a) Trocando os k elementos de uma combinação k a k, obte-
mos Pk arranjos distintos. 01. Quantos números de três algarismos distintos podem ser
b) Trocando os k elementos das Cn,k . Pk arranjos distintos. formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?
Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou
02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14 clubes,
A n,k sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada clube enfrente
C n,k = o outro no seu campo e no campo deste. O número total de jogos
Pk a serem realizados é:
Lembrando que: (A)182
(B) 91
(C)169
(D)196
Também pode ser escrito assim: (E)160

03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um sistema,


começando por três letras escolhidas entre as cinco A, B, C, D e
E, seguidas de quatro algarismos escolhidos entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se
entre as letras puder haver repetição, mas se os algarismos forem
todos distintos, o número total de senhas possíveis é:
Arranjos Completos: Arranjos completos de n elementos, de k (A) 78.125
a k são os arranjos de k elementos não necessariamente distintos. (B) 7.200
Em vista disso, quando vamos calcular os arranjos completos, de- (C) 15.000
ve-se levar em consideração os arranjos com elementos distintos (D) 6.420
(arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de arranjos (E) 50
completos de n elementos, de k a k, é indicado simbolicamente por
A*n,k dado por: A*n,k = nk 04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões com
Permutações com elementos repetidos todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia executou
a tarefa considerando as letras A e à como diferentes, contudo,
Considerando: João queria que elas fossem consideradas como mesma letra. A
diferença entre o número de cartões feitos por Cláudia e o núme-
ro de cartões esperados por João é igual a
α elementos iguais a a, (A) 720
β elementos iguais a b, (B) 1.680
γ elementos iguais a c, …, (C) 2.420
λ elementos iguais a l, (D) 3.360
(E) 4.320
Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos.
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra PRO-
Simbolicamente representado por P , β, γ, …, λ o número
α VA foram listadas em ordem alfabética, como se fossem palavras
n
de permutações distintas que é possível formarmos com os n ele- de cinco letras em um dicionário. A 73ª palavra nessa lista é
mentos:

Didatismo e Conhecimento 98
MATEMÁTICA
(A) PROVA. Resoluções
(B) VAPOR.
(C) RAPOV. 01.
(D) ROVAP.
(E) RAOPV.

06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores, 02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2 = 14 .
dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se ana- 13 = 182.
lisem as suspeitas, será formada uma comissão especial com 5
diretores, na qual os suspeitos não sejam maioria. O número de 03.
possíveis comissões é:
(A) 66
(B) 72
Algarismos
(C) 90
(D) 120
(E) 124

07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola pos- Letras


sui um banco de questões de matemática composto de 5 questões
sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 sobre retas. De quan- As três letras poderão ser escolhidasde 5 . 5 . 5 =125 maneiras.
tas maneiras distintas a equipe pode montar uma prova com 8 Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 . 3 . 2 =
questões, sendo 3 de parábolas, 2 de circunferências e 3 de retas?
120 maneiras.
(A) 80
(B) 96 O número total de senhas distintas, portanto, é igual a 125 .
(C) 240 120 = 15.000.
(D) 640
(E) 1.280 04.
I) O número de cartões feitos por Cláudia foi
08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre assis-
tidas por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para uma even-
tualidade qualquer, dois particulares enfermeiros, por serem os
mais experientes, nunca são escalados para trabalharem juntos. II) O número de cartões esperados por João era
Sabendo-se que em todos os grupos participa um dos dois enfer-
meiros mais experientes, quantos grupos distintos de 3 enfermei-
ros podem ser formados?
(A) 06 Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680
(B) 10
(C) 12 05. Se as permutações das letras da palavra PROVA forem
(D) 15 listadas em ordem alfabética, então teremos:
(E) 20 P4 = 24 que começam por A
09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes para P4 = 24 que começam por O
P4 = 24 que começam por P
concorrer a uma gincana. O número de maneiras diferentes de
formar duas equipes é
A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que começa
(A) 10 por R. Ela é RAOPV.
(B) 15
(C) 20 06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de corrup-
(D) 25 ção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão de 5 diretores
(E) 30 na qual os suspeitos não sejam maioria, podem ser escolhidos, no
máximo, 2 suspeitos. Portanto, o número de possíveis comissões é
10. Considere os números de quatro algarismos do sistema
decimal de numeração. Calcule:
a) quantos são no total;
b) quantos não possuem o algarismo 2;
c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos uma vez;
d) quantos têm os algarismos distintos;
e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais.
07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240

Didatismo e Conhecimento 99
MATEMÁTICA
08. Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a
I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes e 6, e observar o lado virado para cima, temos:
outros 3. - um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o enun- - um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2, 4, 6}
ciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes e 2 entre os C S.
3 restantes.
- o número de elementos do evento número par é n(A1) = 3.
III) O número de possibilidades para se escolher 1 entre os 2
mais experientes é - a probabilidade do evento número par é 1/2, pois

Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio


IV) O número de possibilidades para se escolher 2 entre 3
restantes é - Em um evento impossível a probabilidade é igual a zero. Em
um evento certo S a probabilidade é igual a 1. Simbolicamente:
P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
- Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) ≤ 1.
- Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) = 1 -
V) Assim, o número total de grupos que podem ser formados
é2.3=6 P(A).

09. Demonstração das Propriedades

10. Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos:


a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000
b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464

Probabilidade

Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento

Em uma tentativa com um número limitado de resultados,


todos com chances iguais, devemos considerar:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos resultados
possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos resultados
possíveis; será representado por S e o número de elementos do
espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do espaço União de Eventos
amostral; será representado por A e o número de elementos do
evento por n(A). Considere A e B como dois eventos de um espaço amostral S,
finito e não vazio, temos:
Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, portanto
são eventos.
A
Ø = evento impossível.
S = evento certo.
B
Conceito de Probabilidade S

As probabilidades têm a função de mostrar a chance


de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer um
determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de um espaço
amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre o número de elementos
A e o número de elemento S. Representando:

Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)

Didatismo e Conhecimento 100


MATEMÁTICA
Eventos Mutuamente Exclusivos Eventos Independentes

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito


A e não vazio. Estes serão independentes somente quando:

P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B)


B
S Intersecção de Eventos

Considerando A e B como dois eventos de um espaço amostral


Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão denominados S, finito e não vazio, logo:
mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B = 0, portanto: P(A
B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S
forem, de dois em dois, sempre mutuamente exclusivos, nesse
caso temos, analogicamente:

P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... +


P(An)

Eventos Exaustivos
Assim sendo:
Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois em
P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados exaustivos
P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
se A1 A2 A3 … An = S
Considerando A e B como eventos independentes, logo
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) .
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, podemos
utilizar a definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a
representação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)

Lei Binominal de Probabilidade

Então, logo: Considere uma experiência sendo realizada diversas vezes,


dentro das mesmas condições, de maneira que os resultados de cada
experiência sejam independentes. Sendo que, em cada tentativa
ocorre, obrigatoriamente, um evento A cuja probabilidade é p ou o
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1 complemento A cuja probabilidade é 1 – p.
Probabilidade Condicionada Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n
vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes?
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito
e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é dada pela
Resolução:
probabilidade de ocorrência de B sabendo que já ocorreu A. É
- Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes
representada por P(B/A).
o evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k
vezes o evento A.
Veja: - Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é
1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é:

Didatismo e Conhecimento 101


MATEMÁTICA
- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer entre as 07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com probabilidade
n vezes possíveis. O número de maneiras de escolher k vezes o 40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas condições, a
evento A é, portanto Cn,k. probabilidade de apenas uma delas acertar o alvo é:
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que possuem (A) 42%
a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a probabilidade (B) 45%
desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k (C) 46%
(D) 48%
QUESTÕES (E) 50%

01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se retirar 08. Num espaço amostral, dois eventos independentes A e B
uma única bola de uma urna que contém, exatamente, 4 bolas são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos concluir que o
brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é: valor de P(B) é:
(A) 0,5
(A) (B) (C) (D) (E) (B) 5/7
(C) 0,6
(D) 7/15
(E) 0,7
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino
Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião comemorativa.
09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro pretas.
Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das
Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de cada bola antes
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no
de retirar a seguinte. A probabilidade de só a primeira e a terceira
gráfico abaixo. Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas
serem brancas é:
ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada tenha sido
um(a) filho(a) único(a) é
(A) (B) (C) (D) (E)
10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores: laranja,
abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são utilizadas 3
laranjas e a probabilidade de um cliente pedir esse suco é de 1/3.
Se na lanchonete, há 25 laranjas, então a probabilidade de que,
para o décimo cliente, não haja mais laranjas suficientes para fazer
o suco dessa fruta é:

(A) 1 (B) (C) (D) (E)


(A) (B) (C) (D) (E)
Respostas

03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas, 01.


qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama?
02.
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, numeradas A partir da distribuição apresentada no gráfico:
de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para 08 mulheres sem filhos.
07 mulheres com 1 filho.
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números
06 mulheres com 2 filhos.
ímpares ou dois números iguais? 02 mulheres com 3 filhos.

05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma Como as 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilidade
bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é
escolhida uma bola com um número de três algarismos ou múltiplo igual a P = 7/25.
de 10 é
(A) 10% 03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
(B) 12%
(C) 64% 04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a
(D) 82% 6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois números
ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é:
(E) 86%

06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 bolas


vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a probabilidade
de ela ser amarela ou branca?

Didatismo e Conhecimento 102


MATEMÁTICA
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500 P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
A: o número sorteado é formado por 3 algarismos; 0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500 0,7 . (PB) = 0,5
P(B) = 5/7.
B: o número sorteado é múltiplo de 10;
B = {10, 20, ..., 500}.
09. Representando por a
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo geral probabilidade pedida, temos:
da P.A., em que =
a1 = 10 =
an = 500
r = 10
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 → n = 50

Dessa forma, p(B) = 50/500.

A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10; 10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três tipos de
A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 → n = sucos e que os nove primeiros clientes foram servidos com apenas
41 e p(A B) = 41/500 um desses sucos, então:
I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
Por fim, p(A.B) = possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros clientes,
pois seriam necessárias 27 laranjas.
06.
II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas e V1,
V2, V3 as vermelhas. cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito tenham
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9 pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido outro suco.
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4 A probabilidade de isso ocorrer é:
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2

Conceitos Básicos

A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em alguns


casos, indispensável para tomadas de decisão em diversos campos:
Como A B = , A e B são eventos mutuamente exclusivos;
científico, econômico, social, político…
Logo: P(A B) = P(A) + P(B) =
Todavia, antes de chegarmos à parte de interpretação para
tomadas de decisão, há que proceder a um indispensável trabalho
de recolha e organização de dados, sendo a recolha feita através
de recenseamentos (ou censos ou levantamentos estatísticos) ou
07. sondagens.
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os Existem indícios que há 300 mil anos a.C. já se faziam censos
seguintes eventos: na China, Babilônia e no Egito. Censos estes que se destinavam à
(A) “A” acerta e “B” erra; ou taxação de impostos.
(B) “A” erra e “B” acerta. Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem
a partir de dados. No nosso quotidiano, precisamos tomar decisões,
Assim, temos: muitas vezes decisões rápidas.
P (A B) = P (A) + P (B)
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
P (A B) = 0,28 + 0,18
P (A B) = 0,46
P (A B) = 46%
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que auxiliam
08. o processo de tomada de decisão através da análise dos dados que
Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) . P(B) e possuímos.
como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:

Didatismo e Conhecimento 103


MATEMÁTICA
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, tem - Amostragem: Amostragem aleatória simples (com reposição,
significância estatística, se for improvável que tenha ocorrido por sem reposição) - Amostragem estratificada - Amostragem por
acaso (que em estatística e probabilidade é tratado pelo conceito de conglomerados - Amostragem sistemática - estimador razão -
chance), caso uma determinada hipótese nula seja verdadeira, mas estimador regressão.
não sendo improvável caso a hipótese base seja falsa. A expressão - Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto - De
teste de significância foi cunhada por Ronald Fisher. Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial - Binomial
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base em negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Snedecor.
frequência estatística, a significância de um teste é a probabilidade - Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de correlação
máxima de rejeitar acidentalmente uma hipótese nula verdadeira de Pearson - Coeficiente de correlação de postos de Spearman -
(uma decisão conhecida como erro de tipo I). O nível de Coeficiente de correlação tau de Kendall).
significância de um resultado é também chamado de α e não deve Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear -
ser confundido com o valor p (p-value). Regressão logística - Método dos mínimos quadrados - Modelos
Por exemplo, podemos escolher um nível de significância de, Lineares Generalizados - Modelos para Dados Longitudinais.
digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um parâmetro (por - Análise Multivariada: Distribuição normal multivariada -
exemplo a média) de modo que a probabilidade de ela exceder esse Componentes principais - Análise fatorial - Análise discriminante
valor, dada a verdade da hipótese nulo, ser 5%. Se o valor estatístico - Análise de “Cluster” (Análise de agrupamento) - Análise de
calculado (ou seja, o nível de 5% de significância anteriormente Correspondência.
escolhido) exceder o valor crítico, então é significante “ao nível - Séries Temporais: Modelos para séries temporais - Tendência
de 5%”. e sazonalidade - Modelos de suavização exponencial - ARIMA -
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) é Modelos sazonais.
menor, o valor é menos provavelmente um extremo em relação
ao valor crítico. Deste modo, um resultado que é “significante Panorama Geral:
ao nível de 1%” é mais significante do que um resultado que é
significante “ao nível de 5%”. No entanto, um teste ao nível de 1% Variáveis: São características que são medidas, controladas
é mais susceptível de padecer do erro de tipo II do que um teste de ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos,
5% e por isso terá menos poder estatístico. principalmente no papel que a elas é dado em uma pesquisa e na
forma como podem ser medidas.
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá tentar
maximizar o poder de uma dada significância, mas ultimamente
Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experimental”:
tem de reconhecer que o melhor resultado que se pode obter é um A maioria das pesquisas empíricas pertencem claramente a uma
compromisso entre significância e poder, em outras palavras, entre dessas duas categorias gerais: em uma pesquisa correlacional
os erros de tipo I e tipo II. (Levantamento) o pesquisador não influencia (ou tenta não
É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são influenciar) nenhuma variável, mas apenas as mede e procura por
filosoficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman-Pearson. relações (correlações) entre elas, como pressão sanguínea e nível
Esta confusão é infelizmente propagada por muitos livros de de colesterol. Em uma pesquisa experimental (Experimento) o
estatística. pesquisador manipula algumas variáveis e então mede os efeitos
desta manipulação em outras variáveis; por exemplo, aumentar
artificialmente a pressão sanguínea e registrar o nível de colesterol.
Divisão da Estatística:
A análise dos dados em uma pesquisa experimental também calcula
“correlações” entre variáveis, especificamente entre aquelas
- Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométrica, manipuladas e as que foram afetadas pela manipulação. Entretanto,
Harmônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância - Desvio os dados experimentais podem demonstrar conclusivamente
padrão - Coeficiente de variação. relações causais (causa e efeito) entre variáveis. Por exemplo,
- Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Significância se o pesquisador descobrir que sempre que muda a variável A
- Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa - Erro de tipo I - então a variável B também muda, então ele poderá concluir que
Erro de tipo II - Teste T - Teste Z - Distribuição t de Student - A “influencia” B. Dados de uma pesquisa correlacional podem
Normalização - Valor p - Análise de variância. ser apenas “interpretados” em termos causais com base em outras
teorias (não estatísticas) que o pesquisador conheça, mas não
- Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste Qui-
podem ser conclusivamente provar causalidade.
quadrado (uma amostra, duas amostras independentes, k amostras
independentes) - Teste Kolmogorov-Smirnov (uma amostra, duas Variáveis dependentes e variáveis independentes: Variáveis
amostras independentes) - Teste de McNemar - Teste dos Sinais - independentes são aquelas que são manipuladas enquanto que
Teste de Wilcoxon - Teste de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas. Esta
Q de Cochran - Teste de Kruskal-Wallis - Teste de Friedman. distinção confunde muitas pessoas que dizem que “todas variáveis
- Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência - dependem de alguma coisa”. Entretanto, uma vez que se esteja
Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional acostumado a esta distinção ela se torna indispensável. Os termos
hazards models. variável dependente e independente aplicam-se principalmente à
pesquisa experimental, onde algumas variáveis são manipuladas,

Didatismo e Conhecimento 104


MATEMÁTICA
e, neste sentido, são “independentes” dos padrões de reação tipicamente indivíduos altos são mais pesados do que indivíduos
inicial, intenções e características dos sujeitos da pesquisa baixos; Q.I. está relacionado ao número de erros em um teste se
(unidades experimentais).Espera-se que outras variáveis sejam pessoas com Q.I.’s mais altos cometem menos erros.
“dependentes” da manipulação ou das condições experimentais.
Ou seja, elas dependem “do que os sujeitos farão” em resposta. Importância das relações entre variáveis: Geralmente
Contrariando um pouco a natureza da distinção, esses termos o objetivo principal de toda pesquisa ou análise científica é
também são usados em estudos em que não se manipulam variáveis encontrar relações entre variáveis. A filosofia da ciência ensina
independentes, literalmente falando, mas apenas se designam que não há outro meio de representar “significado” exceto em
sujeitos a “grupos experimentais” baseados em propriedades pré-
termos de relações entre quantidades ou qualidades, e ambos
existentes dos próprios sujeitos. Por exemplo, se em uma pesquisa
os casos envolvem relações entre variáveis. Assim, o avanço da
compara-se a contagem de células brancas (White Cell Count em
ciência sempre tem que envolver a descoberta de novas relações
inglês, WCC) de homens e mulheres, sexo pode ser chamada de
variável independente e WCC de variável dependente. entre variáveis. Em pesquisas correlacionais a medida destas
  relações é feita de forma bastante direta, bem como nas pesquisas
Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em “quão bem” experimentais. Por exemplo, o experimento já mencionado de
elas podem ser medidas, isto é, em quanta informação seu nível comparar WCC em homens e mulheres pode ser descrito como
de mensuração pode prover. Há obviamente algum erro em cada procura de uma correlação entre 2 variáveis: sexo e WCC. A
medida, o que determina o “montante de informação” que se pode Estatística nada mais faz do que auxiliar na avaliação de relações
obter, mas basicamente o fator que determina a quantidade de entre variáveis.
informação que uma variável pode prover é o seu tipo de nível de
mensuração. Sob este prisma as variáveis são classificadas como Aspectos básicos da relação entre variáveis: As duas
nominais, ordinais e intervalares. propriedades formais mais elementares de qualquer relação entre
- Variáveis nominais permitem apenas classificação variáveis são a magnitude (“tamanho”) e a confiabilidade da
qualitativa. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em termos relação.
de quais itens pertencem a diferentes categorias, mas não se pode - Magnitude é muito mais fácil de entender e medir do que a
quantificar nem mesmo ordenar tais categorias. Por exemplo, pode- confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em nossa amostra
se dizer que 2 indivíduos são diferentes em termos da variável A tem um WCC maior do que o de qualquer mulher da amostra,
(sexo, por exemplo), mas não se pode dizer qual deles “tem mais”
poderia-se dizer que a magnitude da relação entre as duas variáveis
da qualidade representada pela variável. Exemplos típicos de
(sexo e WCC) é muito alta em nossa amostra. Em outras palavras,
variáveis nominais são sexo, raça, cidade, etc.
poderia-se prever uma baseada na outra (ao menos na amostra em
- Variáveis ordinais permitem ordenar os itens medidos
questão).
em termos de qual tem menos e qual tem mais da qualidade
- Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, mas
representada pela variável, mas ainda não permitem que se diga
extremamente importante. Relaciona-se à “representatividade”
“o quanto mais”. Um exemplo típico de uma variável ordinal é o
do resultado encontrado em uma amostra específica de toda a
status sócio-econômico das famílias residentes em uma localidade:
população. Em outras palavras, diz quão provável será encontrar
sabe-se que média-alta é mais “alta” do que média, mas não se
uma relação similar se o experimento fosse feito com outras
pode dizer, por exemplo, que é 18% mais alta. A própria distinção
amostras retiradas da mesma população, lembrando que o maior
entre mensuração nominal, ordinal e intervalar representa um bom
interesse está na população. O interesse na amostra reside na
exemplo de uma variável ordinal: pode-se dizer que uma medida
informação que ela pode prover sobre a população. Se o estudo
nominal provê menos informação do que uma medida ordinal,
atender certos critérios específicos (que serão mencionados
mas não se pode dizer “quanto menos” ou como esta diferença se
posteriormente) então a confiabilidade de uma relação observada
compara à diferença entre mensuração ordinal e intervalar.
entre variáveis na amostra pode ser estimada quantitativamente e
- Variáveis intervalares permitem não apenas ordenar em
representada usando uma medida padrão (chamada tecnicamente
postos os itens que estão sendo medidos, mas também quantificar
de nível-p ou nível de significância estatística).
e comparar o tamanho das diferenças entre eles. Por exemplo,
 
temperatura, medida em graus Celsius constitui uma variável
Significância Estatística (nível-p): A significância estatística
intervalar. Pode-se dizer que a temperatura de 40C é maior do que
de um resultado é uma medida estimada do grau em que este
30C e que um aumento de 20C para 40C é duas vezes maior do que
resultado é “verdadeiro” (no sentido de que seja realmente o que
um aumento de 30C para 40C.
ocorre na população, ou seja no sentido de “representatividade da
 
população”). Mais tecnicamente, o valor do nível-p representa um
Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis quaisquer
índice decrescente da confiabilidade de um resultado. Quanto mais
estão relacionadas se em uma amostra de observações os valores
alto o nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada
dessas variáveis são distribuídos de forma consistente. Em
entre as variáveis na amostra é um indicador confiável da relação
outras palavras, as variáveis estão relacionadas se seus valores
entre as respectivas variáveis na população. Especificamente, o
correspondem sistematicamente uns aos outros para aquela amostra
nível-p representa a probabilidade de erro envolvida em aceitar o
de observações. Por exemplo, sexo e WCC seriam relacionados se
resultado observado como válido, isto é, como “representativo da
a maioria dos homens tivesse alta WCC e a maioria das mulheres
população”. Por exemplo, um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há
baixa WCC, ou vice-versa; altura é relacionada ao peso porque
5% de probabilidade de que a relação entre as variáveis, encontrada

Didatismo e Conhecimento 105


MATEMÁTICA
na amostra, seja um “acaso feliz”. Em outras palavras, assumindo a magnitude e a significância de uma relação aparentam estar
que não haja relação entre aquelas variáveis na população, e o fortemente relacionadas, e seria possível calcular a significância a
experimento de interesse seja repetido várias vezes, poderia-se partir da magnitude e vice-versa. Entretanto, isso é válido apenas
esperar que em aproximadamente 20 realizações do experimento se o tamanho da amostra é mantido constante, porque uma relação
haveria apenas uma em que a relação entre as variáveis em questão de certa força poderia ser tanto altamente significante ou não
seria igual ou mais forte do que a que foi observada naquela significante de todo dependendo do tamanho da amostra.
amostra anterior. Em muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é
costumeiramente tratado como um “limite aceitável” de erro. Por que a significância de uma relação entre variáveis
depende do tamanho da amostra: Se há muito poucas observações
Como determinar que um resultado é “realmente” então há também poucas possibilidades de combinação dos
significante: Não há meio de evitar arbitrariedade na decisão valores das variáveis, e então a probabilidade de obter por acaso
final de qual nível de significância será tratado como realmente uma combinação desses valores que indique uma forte relação é
relativamente alta. Considere-se o seguinte exemplo:
“significante”. Ou seja, a seleção de um nível de significância acima
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; WCC:
do qual os resultados serão rejeitados como inválidos é arbitrária.
alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra (2 homens e 2
Na prática, a decisão final depende usualmente de: se o resultado
mulheres). A probabilidade de se encontrar, puramente por acaso,
foi previsto a priori ou apenas a posteriori no curso de muitas
uma relação de 100% entre as duas variáveis pode ser tão alta quanto
análises e comparações efetuadas no conjunto de dados; no total 1/8. Explicando, há uma chance em oito de que os dois homens
de evidências consistentes do conjunto de dados; e nas “tradições” tenham alta WCC e que as duas mulheres tenham baixa WCC, ou
existentes na área particular de pesquisa. Tipicamente, em muitas vice-versa, mesmo que tal relação não exista na população. Agora
ciências resultados que atingem nível-p 0,05 são considerados considere-se a probabilidade de obter tal resultado por acaso se
estatisticamente significantes, mas este nível ainda envolve uma a amostra consistisse de 100 sujeitos: a probabilidade de obter
probabilidade de erro razoável (5%). Resultados com um nível-p aquele resultado por acaso seria praticamente zero.
0,01 são comumente considerados estatisticamente significantes, Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma
e com nível-p 0,005 ou nível-p 0,001 são frequentemente população teórica em que a média de WCC em homens e mulheres
chamados “altamente” significantes. Estas classificações, porém, é exatamente a mesma. Supondo um experimento em que se retiram
são convenções arbitrárias e apenas informalmente baseadas em pares de amostras (homens e mulheres) de um certo tamanho da
experiência geral de pesquisa. Uma consequência óbvia é que um população e calcula-se a diferença entre a média de WCC em cada
resultado considerado significante a 0,05, por exemplo, pode não par de amostras (supor ainda que o experimento será repetido várias
sê-lo a 0,01. vezes). Na maioria dos experimento os resultados das diferenças
serão próximos de zero. Contudo, de vez em quando, um par
Significância estatística e o número de análises realizadas: de amostra apresentará uma diferença entre homens e mulheres
Desnecessário dizer quanto mais análises sejam realizadas em consideravelmente diferente de zero. Com que frequência isso
um conjunto de dados, mais os resultados atingirão “por acaso” acontece? Quanto menor a amostra em cada experimento maior a
o nível de significância convencionado. Por exemplo, ao calcular probabilidade de obter esses resultados errôneos, que, neste caso,
correlações entre dez variáveis (45 diferentes coeficientes de indicariam a existência de uma relação entre sexo e WCC obtida
correlação), seria razoável esperar encontrar por acaso que cerca de de uma população em que tal relação não existe. Observe-se mais
dois (um em cada 20) coeficientes de correlação são significantes um exemplo (“razão meninos para meninas”, Nisbett et al., 1987):
ao nível-p 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a cada dia
totalmente aleatórios, e aquelas variáveis não se correlacionem e no outro apenas 12. Em média a razão de meninos para meninas
na população. Alguns métodos estatísticos que envolvem muitas nascidos a cada dia em cada hospital é de 50/50. Contudo, certo
comparações, e portanto uma boa chance para tais erros, incluem dia, em um dos hospitais nasceram duas vezes mais meninas do
alguma “correção” ou ajuste para o número total de comparações. que meninos. Em que hospital isso provavelmente aconteceu?
Entretanto, muitos métodos estatísticos (especialmente análises A resposta é óbvia para um estatístico, mas não tão óbvia para
exploratórias simples de dados) não oferecem nenhum remédio os leigos: é muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no
direto para este problema. Cabe então ao pesquisador avaliar hospital menor. A razão para isso é que a probabilidade de um
cuidadosamente a confiabilidade de descobertas não esperadas. desvio aleatório da média da população aumenta com a diminuição
do tamanho da amostra (e diminui com o aumento do tamanho da
Força X Confiabilidade de uma relação entre variáveis: amostra).
Foi dito anteriormente que força (magnitude) e confiabilidade
são dois aspectos diferentes dos relacionamentos entre variáveis. Por que pequenas relações podem ser provadas como
Contudo, eles não são totalmente independentes. Em geral, em significantes apenas por grandes amostras: Os exemplos dos
uma amostra de um certo tamanho quanto maior a magnitude da parágrafos anteriores indicam que se um relacionamento entre
relação entre variáveis, mais confiável a relação. as variáveis em questão (na população) é pequeno, então não
Assumindo que não há relação entre as variáveis na população, há meio de identificar tal relação em um estudo a não ser que a
o resultado mais provável deveria ser também não encontrar amostra seja correspondentemente grande. Mesmo que a amostra
relação entre as mesmas variáveis na amostra da pesquisa. Assim, seja de fato “perfeitamente representativa” da população o efeito
quanto mais forte a relação encontrada na amostra menos provável não será estatisticamente significante se a amostra for pequena.
é a não existência da relação correspondente na população. Então Analogamente, se a relação em questão é muito grande na

Didatismo e Conhecimento 106


MATEMÁTICA
população então poderá ser constatada como altamente significante Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 em
mesmo em um estudo baseado em uma pequena amostra. Mais um homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer que, em
exemplo: média, o desvio de cada valor da média de ambos (101) contém
Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que uma componente devida ao sexo do sujeito, e o tamanho desta
quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram caras componente é 1. Este valor, em certo sentido, representa uma
do que coroas (por exemplo uma proporção 60% para 40%). Então medida da relação entre sexo e WCC. Contudo, este valor é uma
dez lançamentos não seriam suficientes para convencer alguém de medida muito pobre, porque não diz quão relativamente grande é
que a moeda é viciada, mesmo que o resultado obtido (6 caras aquela componente em relação à “diferença global” dos valores de
e 4 coroas) seja perfeitamente representativo do viesamento da WCC. Há duas possibilidades extremas: S
moeda. Entretanto, dez lançamentos não são suficientes para - Se todos os valore de WCC de homens são exatamente
provar nada? Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os iguais a 100 e os das mulheres iguais a 102 então todos os desvios
dez lançamentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se que a da média conjunta na amostra seriam inteiramente causados pelo
moeda seja tão viciada que não importe como venha a ser lançada sexo. Poderia-se dizer que nesta amostra sexo é perfeitamente
o resultado será cara. Se tal moeda fosse lançada dez vezes, e cada correlacionado a WCC, ou seja, 100% das diferenças observadas
lançamento produzisse caras, muitas pessoas considerariam isso entre os sujeitos relativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo.
prova suficiente de que há “algo errado” com a moeda. Em outras - Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de 0 a
palavras, seria considerada prova convincente de que a população 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de homens
teórica de um número infinito de lançamentos desta moeda teria e mulheres encontrada no estudo seria uma parte tão pequena
mais caras do que coroas. Assim, se a relação é grande, então na diferença global dos valores que muito provavelmente seria
poderá ser considerada significante mesmo em uma pequena considerada desprezível. Por exemplo, um sujeito a mais que
amostra. fosse considerado poderia mudar, ou mesmo reverter, a direção da
diferença. Portanto, toda boa medida das relações entre variáveis
Pode uma “relação inexistente” ser um resultado tem que levar em conta a diferenciação global dos valores
significante: Quanto menor a relação entre as variáveis maior individuais na amostra e avaliar a relação em termos (relativos) de
o tamanho de amostra necessário para prová-la significante. Por quanto desta diferenciação se deve à relação em questão.
exemplo, imagine-se quantos lançamentos seriam necessários para
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como o
provar que uma moeda é viciada se seu viesamento for de apenas
objetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar relações
0,000001 %! Então, o tamanho mínimo de amostra necessário
entre variáveis, muitos desses testes seguem o princípio exposto no
cresce na mesma proporção em que a magnitude do efeito a ser
item anterior. Tecnicamente, eles representam uma razão de alguma
demonstrado decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se
medida da diferenciação comum nas variáveis em análise (devido
de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo aproxima-
à sua relação) pela diferenciação global daquelas variáveis. Por
se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não há relação entre duas
exemplo, teria-se uma razão da parte da diferenciação global dos
variáveis o tamanho da amostra precisa quase ser igual ao tamanho
valores de WCC que podem se dever ao sexo pela diferenciação
da população, que teoricamente é considerado infinitamente
global dos valores de WCC. Esta razão é usualmente chamada
grande. A significância estatística representa a probabilidade de de razão da variação explicada pela variação total. Em estatística
que um resultado similar seja obtido se toda a população fosse o termo variação explicada não implica necessariamente que tal
testada. Assim, qualquer coisa que fosse encontrada após testar variação é “compreendida conceitualmente”. O termo é usado
toda a população seria, por definição, significante ao mais alto apenas para denotar a variação comum às variáveis em questão, ou
nível possível, e isso também inclui todos os resultados de “relação seja, a parte da variação de uma variável que é “explicada” pelos
inexistente”. valores específicos da outra variável e vice-versa.
Como medir a magnitude (força) das relações entre Como é calculado o nível de significância estatístico:
variáveis: Há muitas medidas da magnitude do relacionamento Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida da relação entre
entre variáveis que foram desenvolvidas por estatísticos: a escolha duas variáveis (como explicado acima). A próxima questão é “quão
de uma medida específica em dadas circunstâncias depende do significante é esta relação”? Por exemplo, 40% da variação global
número de variáveis envolvidas, níveis de mensuração usados, ser explicada pela relação entre duas variáveis é suficiente para
natureza das relações, etc. Quase todas, porém, seguem um considerar a relação significante? “Depende”. Especificamente,
princípio geral: elas procuram avaliar a relação comparando-a de a significância depende principalmente do tamanho da amostra.
alguma forma com a “máxima relação imaginável” entre aquelas Como já foi explicado, em amostras muito grandes mesmo relações
variáveis específicas. Tecnicamente, um modo comum de realizar muito pequenas entre variáveis serão significantes, enquanto que
tais avaliações é observar quão diferenciados são os valores das em amostras muito pequenas mesmo relações muito grandes não
variáveis, e então calcular qual parte desta “diferença global poderão ser consideradas confiáveis (significantes). Assim, para
disponível” seria detectada na ocasião se aquela diferença fosse determinar o nível de significância estatística torna-se necessária
“comum” (fosse apenas devida à relação entre as variáveis) nas uma função que represente o relacionamento entre “magnitude” e
duas (ou mais) variáveis em questão. Falando menos tecnicamente, “significância” das relações entre duas variáveis, dependendo do
compara-se “o que é comum naquelas variáveis” com “o que tamanho da amostra. Tal função diria exatamente “quão provável é
potencialmente poderia haver em comum se as variáveis fossem obter uma relação de dada magnitude (ou maior) de uma amostra
perfeitamente relacionadas”. Outro exemplo: de dado tamanho, assumindo que não há tal relação entre aquelas

Didatismo e Conhecimento 107


MATEMÁTICA
variáveis na população”. Em outras palavras, aquela função Todos os testes estatísticos são normalmente distribuídos:
forneceria o nível de significância (nível-p), e isso permitiria Não todos, mas muitos são ou baseados na distribuição normal
conhecer a probabilidade de erro envolvida em rejeitar a ideia de diretamente ou em distribuições a ela relacionadas, e que podem ser
que a relação em questão não existe na população. Esta hipótese derivadas da normal, como as distribuições t, F ou Chi-quadrado
“alternativa” (de que não há relação na população) é usualmente (Qui-quadrado). Tipicamente, estes testes requerem que as
chamada de hipótese nula. Seria ideal se a função de probabilidade variáveis analisadas sejam normalmente distribuídas na população,
fosse linear, e por exemplo, apenas tivesse diferentes inclinações ou seja, que elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas
para diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente, a função é variáveis observadas realmente são normalmente distribuídas, o
mais complexa, e não é sempre exatamente a mesma. Entretanto, que é outra razão por que a distribuição normal representa uma
em muitos casos, sua forma é conhecida e isso pode ser usado para “característica geral” da realidade empírica. O problema pode
determinar os níveis de significância para os resultados obtidos
surgir quando se tenta usar um teste baseado na distribuição
em amostras de certo tamanho. Muitas daquelas funções são
normal para analisar dados de variáveis que não são normalmente
relacionadas a um tipo geral de função que é chamada de normal
(ou gaussiana). distribuídas. Em tais casos há duas opções. Primeiramente, pode-
se usar algum teste “não paramétrico” alternativo (ou teste “livre
Por que a distribuição normal é importante: A “distribuição de distribuição”); mas isso é frequentemente inconveniente porque
normal” é importante porque em muitos casos ela se aproxima bem tais testes são tipicamente menos poderosos e menos flexíveis em
da função introduzida no item anterior. A distribuição de muitas termos dos tipos de conclusões que eles podem proporcionar.
estatísticas de teste é normal ou segue alguma forma que pode ser Alternativamente, em muitos casos ainda se pode usar um teste
derivada da distribuição normal. Neste sentido, filosoficamente, baseado na distribuição normal se apenas houver certeza de que
a distribuição normal representa uma das elementares “verdades o tamanho das amostras é suficientemente grande. Esta última
acerca da natureza geral da realidade”, verificada empiricamente, opção é baseada em um princípio extremamente importante que
e seu status pode ser comparado a uma das leis fundamentais é largamente responsável pela popularidade dos testes baseados
das ciências naturais. A forma exata da distribuição normal (a na distribuição normal. Nominalmente, quanto mais o tamanho
característica “curva do sino”) é definida por uma função que tem da amostra aumente, mais a forma da distribuição amostral (a
apenas dois parâmetros: média e desvio padrão. distribuição de uma estatística da amostra) da média aproxima-
Uma propriedade característica da distribuição normal é que se da forma da normal, mesmo que a distribuição da variável em
68% de todas as suas observações caem dentro de um intervalo questão não seja normal. Este princípio é chamado de Teorema
de 1 desvio padrão da média, um intervalo de 2 desvios padrões Central do Limite.
inclui 95% dos valores, e 99% das observações caem dentro de
um intervalo de 3 desvios padrões da média. Em outras palavras, Como se conhece as consequências de violar a suposição de
em uma distribuição normal as observações que tem um valor normalidade: Embora muitas das declarações feitas anteriormente
padronizado de menos do que -2 ou mais do que +2 tem uma possam ser provadas matematicamente, algumas não têm provas
frequência relativa de 5% ou menos (valor padronizado significa teóricas e podem demonstradas apenas empiricamente via
que um valor é expresso em termos de sua diferença em relação à experimentos Monte Carlo (simulações usando geração aleatória
média, dividida pelo desvio padrão). de números). Nestes experimentos grandes números de amostras
são geradas por um computador seguindo especificações pré-
Ilustração de como a distribuição normal é usada em designadas e os resultados de tais amostras são analisados usando
raciocínio estatístico (indução): Retomando o exemplo já uma grande variedade de testes. Este é o modo empírico de avaliar
discutido, onde pares de amostras de homens e mulheres foram o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a que se expõe o
pesquisador quando certas suposições teóricas dos testes usados
retirados de uma população em que o valor médio de WCC em
não são verificadas nos dados sob análise. Especificamente, os
homens e mulheres era exatamente o mesmo. Embora o resultado estudos de Monte Carlo foram usados extensivamente com testes
mais provável para tais experimentos (um par de amostras por baseados na distribuição normal para determinar quão sensíveis
experimento) é que a diferença entre a WCC média em homens eles eram à violações da suposição de que as variáveis analisadas
e mulheres em cada par seja próxima de zero, de vez em quando tinham distribuição normal na população. A conclusão geral destes
um par de amostras apresentará uma diferença substancialmente estudos é que as consequências de tais violações são menos severas
diferente de zero. Quão frequentemente isso ocorre? Se o tamanho do que se tinha pensado a princípio. Embora estas conclusões não
da amostra é grande o bastante, os resultados de tais repetições devam desencorajar ninguém de se preocupar com a suposição
são “normalmente distribuídos”, e assim, conhecendo a forma da de normalidade, elas aumentaram a popularidade geral dos testes
curva normal pode-se calcular precisamente a probabilidade de estatísticos dependentes da distribuição normal em todas as áreas
de pesquisa.
obter “por acaso” resultados representando vários níveis de desvio
da hipotética média populacional 0 (zero). Se tal probabilidade Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata que
calculada é tão pequena que satisfaz ao critério previamente aceito visa fornecer subsídios ao analista para coletar, organizar, resumir,
de significância estatística, então pode-se concluir que o resultado analisar e apresentar dados. Trata de parâmetros extraídos da
obtido produz uma melhor aproximação do que está acontecendo população, tais como média ou desvio padrão. A estatística
na população do que a “hipótese nula”. Lembrando ainda que fornece-nos as técnicas para extrair informação de dados, os
a hipótese nula foi considerada apenas por “razões técnicas” quais são muitas vezes incompletos, na medida em que nos dão
como uma referência contra a qual o resultado empírico (dos informação útil sobre o problema em estudo, sendo assim, é
experimentos) foi avaliado. objetivo da Estatística extrair informação dos dados para obter uma

Didatismo e Conhecimento 108


MATEMÁTICA
melhor compreensão das situações que representam. Quando se Resolução
aborda uma problemática envolvendo métodos estatísticos, estes
devem ser utilizados mesmo antes de se recolher a amostra, isto Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto (3, 4, 6,
é, deve-se planejar a experiência que nos vai permitir recolher os 9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividida por 5. Assim:
dados, de modo que, posteriormente, se possa extrair o máximo de
3 + 4 + 6 + 9 + 13 35
informação relevante para o problema em estudo, ou seja, para a x= ↔x= ↔x=7
população de onde os dados provêm. Quando de posse dos dados, 15 5
procura-se agrupá-los e reduzi-los, sob forma de amostra, deixando
de lado a aleatoriedade presente. Seguidamente o objetivo do A média aritmética é 7.
estudo estatístico pode ser o de estimar uma quantidade ou testar
uma hipótese, utilizando-se técnicas estatísticas convenientes, Média Aritmética Ponderada
as quais realçam toda a potencialidade da Estatística, na medida
em que vão permitir tirar conclusões acerca de uma população,
Definição
baseando-se numa pequena amostra, dando-nos ainda uma medida
do erro cometido.
Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não precisamos A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à
comer todos os tipos de saladas, de sobremesas e de carnes adição e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é
disponíveis, para conseguirmos chegar a conclusão de que a chamada média aritmética ponderada.
comida é de boa qualidade. Basta que seja provado um tipo de
cada opção para concluirmos que estamos sendo bem servidos e Cálculo da média aritmética ponderada
que a comida está dentro dos padrões.
Se x for a média aritmética ponderada dos elementos do
Médias conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com “pesos” P1; P2; P3;
...; Pn, respectivamente, então, por definição:
Noção Geral de Média
P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x =
Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn
efetue uma certa operação com todos os elementos de A. (P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x =
Se for possível substituir cada um dos elementos do conjunto A = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto,
por um número x de modo que o resultado da operação citada seja
o mesmo diz-se, por definição, que x será a média dos elementos P1 .x1; P2 .x2 ; P3 .x3;...Pn xn
de A relativa a essa operação. x=
P1 + P2 + P3 + ...+ Pn
Média Aritmética Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então:
x1; x2 ; x3;...; xn que é a média aritmética simples.
Definição x=
n
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à
Conclusão
adição é chamada média aritmética.

Cálculo da média aritmética A média aritmética ponderada dos n elementos do conjunto


numérico A é a soma dos produtos de cada elemento multiplicado
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos.
numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:
Exemplo

Calcular a média aritmética ponderada dos números 35, 20 e


n parcelas 10 com pesos 2, 3, e 5, respectivamente.
e, portanto,
x1; x2 ; x3;...; xn Resolução
x=
n Se x for a média aritmética ponderada, então:

Conclusão 2.35 + 3.20 + 5.10 70 + 60 + 50 180


x= ↔x= ↔x= ↔ x = 18
2 + 3+ 5 10 10
A média aritmética dos n elementos do conjunto numérico A é
a soma de todos os seus elementos, dividida por n.
A média aritmética ponderada é 18.
Exemplo
Observação: A palavra média, sem especificar se é aritmética,
Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6, 9, e 13. deve ser entendida como média aritmética.

Didatismo e Conhecimento 109


MATEMÁTICA
Exercícios
11+ 7 + 13 + 9 40
M .A = = = 10
1. Determine a média aritmética entre 2 e 8. 4 4

2. Determine a média aritmética entre 3, 5 e 10. Logo, a média aritmética é 10.

3. Qual é a média aritmética simples dos números 11, 7, 13 4) Resposta “164”.


e 9? Solução: Quando falamos de média aritmética simples, ao di-
minuirmos um dos valores que a compõe, precisamos aumentar
4. A média aritmética simples de 4 números pares distintos, a mesma quantidade em outro valor, ou distribuí-la entre vários
pertences ao conjunto dos números inteiros não nulos é igual a outros valores, de sorte que a soma total não se altere, se quisermos
44. Qual é o maior valor que um desses números pode ter? obter a mesma média.
Neste exercício, três dos elementos devem ter o menor valor
possível, de sorte que o quarto elemento tenha o maior valor dentre
5. Calcule a média aritmética simples em cada um dos seguin-
eles, tal que a média aritmética seja igual a 44. Este será o maior
tes casos:
valor que o quarto elemento poderá assumir.
a) 15; 48; 36
Em função do enunciado, os três menores valores inteiros, pa-
b) 80; 71; 95; 100 res, distintos e não nulos são:2, 4 e 6. Identificando como x este
c) 59; 84; 37; 62; 10 quarto valor, vamos montar a seguinte equação:
d) 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9
2+4+6+x
= 44
6. Qual é a média aritmética ponderada dos números 10, 14, 4
18 e 30 sabendo-se que os seus pesos são respectivamente 1, 2, 3 Solucionando-a temos:
e 5?
Logo, o maior valor que um desses números pode ter é 164.
7. Calcular a média ponderada entre 3, 6 e 8 para os respecti-
vos pesos 5 , 3 e 2. 5) Solução:
a) (15 + 48 + 36)/3 =
8. Numa turma de 8ª série 10 alunos possuem 14 anos, 12 99/3 = 33
alunos possuem 15 anos e oito deles 16 anos de idade. Qual será
a idade média dessa turma? b) (80 + 71 + 95 + 100)/4=
346/4 = 86,5
9. Determine a média salarial de uma empresa, cuja folha de c) (59 + 84 + 37 + 62 + 10)/5=
pagamento é assim discriminada: = 252/5
= 50,4
Profissionais → Quantidade → Salário d) (1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)/9=
Serventes → 20 profissionais → R$ 320,00 45/9 =
Técnicos → 10 profissionais → R$ 840,00 =5
Engenheiros → 5 profissionais → R$ 1.600,00 6) Resposta “22”.
Solução: Neste caso a solução consiste em multiplicarmos
10. Calcule a média ponderada entre 5, 10 e 15 para os respec- cada número pelo seu respectivo peso e somarmos todos estes pro-
tivos pesos 10, 5 e 20. dutos. Este total deve ser então dividido pela soma total dos pesos:
10.1+ 14.2 + 18.3 + 30.5 10 + 28 + 54 + 150 242
Respostas = = = 22
1+ 2 + 3 + 5 11 11
1) Resposta “5”.
Solução: Logo, a média aritmética ponderada é 22.
M.A. ( 2 e 8 ) = 2 + 8 / 2 = 10 / 2 = 5 → M.A. ( 2 e 8 ) = 5.
7) Resposta “4,9”.
2) Resposta “6”. Solução:
Solução:
3.5 + 6.3 + 8.2 15 + 18 + 16 49
M.A. ( 3, 5 e 10 ) = 3 + 5 + 10 / 3 = 18 / 3 = 6 → M.A. ( 3, 5 MP = = = = 4,9
e 10 ) = 6. 5 + 3+ 2 10 10

3) Resposta “10”. 8) Resposta “ ±14,93 ”


Solução: Para resolver esse exercício basta fazer a soma dos Solução:
números e dividi-los por quatro, que é a quantidade de números,
portanto:

Didatismo e Conhecimento 110


MATEMÁTICA
14.10 + 15.12 + 16.8 140 + 180 + 128 448 Exemplo
MP = = = = ±14,93
10 + 12 + 8 30 30
Digamos que uma categoria de operários tenha um aumento
salarial de 20% após um mês, 12% após dois meses e 7% após
9) Resposta “ ≅ R$651, 43 ” três meses. Qual o percentual médio mensal de aumento desta ca-
Solução: Estamos diante de um problema de média aritmética
tegoria?
ponderada, onde as quantidades de profissionais serão os pesos. E
com isso calcularemos a média ponderada entre R$ 320,00 , R$
Sabemos que para acumularmos um aumento
840,00 e R$ 1 600,00 e seus respectivos pesos 20 , 10 e 5. Portanto:
de 20%, 12% e 7% sobre o valor de um salário, devemos
320.20 + 840.10 + 1600.5 22.800 multiplicá-lo sucessivamente por 1,2, 1,12 e 1,07 que são os
MP = = ≅ R$651, 43
20 + 10 + 5 35 fatores correspondentes a tais percentuais.
A partir dai podemos calcular a média geométrica destes
10) Resposta “11,42”. fatores:
Solução: 3
1,2.1,12.1,07 ⇒ 3 1, 43808 ⇒ 1,128741
5.10 + 10.5 + 15.20 50 + 50 + 300 400
MP = = = = 11, 42
10 + 5 + 20 35 35 Como sabemos, um fator de 1, 128741 corresponde a 12,
8741% de aumento.
Média Geométrica Este é o valor percentual médio mensal do aumento salarial,
ou seja, se aplicarmos três vezes consecutivas o percentual 12,
Este tipo de média é calculado multiplicando-se todos os valo- 8741%, no final teremos o mesmo resultado que se tivéssemos
res e extraindo-se a raiz de índice n deste produto. aplicado os percentuais 20%, 12% e 7%.
Digamos que tenhamos os números 4, 6 e 9, para obtermos o
valor médio geométrico deste conjunto, multiplicamos os elemen- Digamos que o salário desta categoria de operários seja
tos e obtemos o produto 216. de R$ 1.000,00, aplicando-se os sucessivos aumentos temos:
Pegamos então este produto e extraímos a sua raiz cúbica,
chegando ao valor médio 6.
Salário +% Salário Salário +% Salário
Extraímos a raiz cúbica, pois o conjunto é composto de 3 ele-
Inicial Informado final inicial médio final
mentos. Se fossem n elementos, extrairíamos a raiz de índice n.
R$ R$ R$ R$
20% 12, 8417
Neste exemplo teríamos a seguinte solução: 1.000,00 1.200,00 1.000,00 1.128,74
R$ R$ R$ R$
3
4.6.9 ⇒ 3 216 ⇒ 6 1.200,00
12%
1.334,00 1.287,74
12, 8417
1.274,06
R$ R$ R$ R$
Utilidades da Média Geométrica 1.334,00
7%
1.438,00 1.274,06
12, 8417
1.438,08

Progressão Geométrica
Observe que o resultado final de R$ 1.438,08 é o mesmo nos
dois casos. Se tivéssemos utilizado a média aritmética no lugar da
Uma das utilizações deste tipo de média é na definição de uma
média geométrica, os valores finais seriam distintos, pois a média
progressão geométrica que diz que em toda PG., qualquer termo
aritmética de 13% resultaria em um salário final de R$ 1.442,90,
é média geométrica entre o seu antecedente e o seu consequente:
ligeiramente maior como já era esperado, já que o percentual
an = an−1 .an+1 de 13% utilizado é ligeiramente maior que os 12, 8417% da média
geométrica.
Tomemos como exemplo três termos consecutivos de uma
PG.: 7, 21 e 63.
Cálculo da Média Geométrica
Temos então que o termo 21 é média geométrica dos termos
7 e 63.
Em uma fórmula: a média geométrica de a1, a2, ..., an é
1/n
⎛ n ⎞
⎜⎝ ∏ ai ⎟⎠ = (a1 .a2 ...an )1/n = n a1 .a2 ...an
Vejamos:
i=1
7.63 ⇒ 441 ⇒ 21
A média geométrica de um conjunto de números é sempre
Variações Percentuais em Sequência
menor ou igual à média aritmética dos membros desse conjunto
(as duas médias são iguais se e somente se todos os membros do
Outra utilização para este tipo de média é quando estamos tra-
conjunto são iguais). Isso permite a definição da média aritmética
balhando com variações percentuais em sequência.
geométrica, uma mistura das duas que sempre tem um valor inter-
mediário às duas.
A média geométrica é também a média aritmética harmôni-
ca no sentido que, se duas sequências (an) e (hn) são definidas:

Didatismo e Conhecimento 111


MATEMÁTICA
Dessa junção aparecerá um novo segmento AC. Obtenha o
an + hn x+y
an+1 = ,a1 = ponto médio O deste segmento e com um compasso centrado em
2 2 O e raio OA, trace uma semi-circunferência começando em A e
terminando em C. O segmento vertical traçado para cima a partir
E de B encontrará o ponto D na semi-circunferência. A medida do
2 2 segmento BD corresponde à média geométrica das medidas dos
hn+1 = ,h = segmentos AB e BC.
1 1 1 1 1
+ +
an hn x y Exercícios
então an e hn convergem para a média geométrica de x e y.
1. Determine a média proporcional ou geométrica entre 2 e 8.
Cálculo da Media Geométrica Triangular
2. Determine a média geométrica entre 1, 2 e 4.
Bom primeiro observamos o mapa e somamos as áreas dos
3. Determine a média geométrica entre dois números sabendo
quadrados catetos e dividimos pela hipotenusa e no final pegamos
que a média aritmética e a média harmônica entre eles são, respec-
a soma dos ângulos subtraindo o que esta entre os catetos e dividi- tivamente, iguais a 4 e 9.
mos por PI(3,1415...) assim descobrimos a media geométrica dos
triângulos. 4. A média geométrica entre 3 números é 4. Quanto devo
multiplicar um desses números para que a média aumente 2 uni-
Exemplo dades ?

A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é 5. Qual é a média geométrica dos números 2, 4, 8, 16 e 32?
dada por:
6. Dados dois números quaisquer, a média aritmética simples
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013 e a média geométrica deles são respectivamente 20 e 20,5. Quais
são estes dois números?
Aplicação Prática
7. A média geométrica entre dois números é igual a 6. Se a eles
Dentre todos os retângulos com a área igual a 64 cm², qual juntarmos o número 48, qual será a média geométrica entre estes
é o retângulo cujo perímetro é o menor possível, isto é, o mais três números?
econômico? A resposta a este tipo de questão é dada pela média
geométrica entre as medidas do comprimento a e da largura b, uma 8. Calcule a média geométrica entre 4 e 9.
vez que a.b = 64.
9. Calcule a média geométrica entre 3, 3, 9 e 81
A média geométrica G entre a e b fornece a medida desejada.
G = R[a × b] = R[64] = 8 10. Calcule a média geométrica entre 1, 1, 1, 32 e 234.
Resposta
Respostas
É o retângulo cujo comprimento mede 8 cm e é lógico que
a altura também mede 8 cm, logo só pode ser um quadrado! O 1) Resposta “4”.
perímetro neste caso é p = 32 cm. Em qualquer outra situação em Solução:
que as medidas dos comprimentos forem diferentes das alturas, M .G.(2e8) = 2 2 × 8 = 16 = 4 ⇒ M .G.(2e8) = 4
teremos perímetros maiores do que 32 cm.

Interpretação gráfica 2) Resposta “2”.


Solução:
A média geométrica entre dois segmentos de reta pode ser
M .G.(1,2e4) = 3 1× 2 × 4 = 3 8 = 2 ⇒ M .G.(1,2e4) = 2
obtida geometricamente de uma forma bastante simples.

Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um segmento de reta Observação: O termo média proporcional deve ser, apenas,
que contenha a junção dos segmentos AB e BC, de forma que eles utilizado para a média geométrica entre dois números.
formem segmentos consecutivos sobre a mesma reta.
3) Resposta “6”.
Solução: Aplicando a relação: g2 = a.h, teremos:

g2 = 4.9 → g2 = 36 → g = 6 → MG. (4, 9) = 6.


27
4) Resposta “ ”
8

Didatismo e Conhecimento 112


MATEMÁTICA
Solução: Se a média geométrica entre 3 números é 4, pode-
( ) = 20
2
mos escrever: a.b = 20 ⇒ (41− b).b = 20 ⇒ 41b − b 2 2

M .G. = 3 x.y.z ⇒ 4 = 3 x.y.z ⇒ x.y.z = 64 ⇒ 41b − b 2 = 400 ⇒ −b 2 + 41b − 400 = 0

Se multiplicarmos um deles por m, a nova média será: Note que acabamos obtendo uma equação do segundo grau:
4 + 2 = 3 x.y.z.m ⇒ 6 = 3 x.y.z.m ⇒ x.y.z.m = 216
216 27 -b2 + 41b - 400 = 0
e como x . y . z = 64 → 64 . m = 216 → m = =
64 8
Solucionando a mesma temos:
5) Resposta “8”.
Solução: Se dispusermos de uma calculadora científica, este
exercício pode ser solucionado multiplicando-se todos os números −41 ± 412 − 4.(−1).(−400)
−b 2 + 41b − 400 = 0 ⇒ b =
e extraindo-se do produto final, a raiz de índice cinco, pois se tra- 2.(−1)
tam de cinco números:
⎧ −41+ 81 −41+ 9 −32
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 32768 ⇒ 8 ⎪⎪b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = 16
−2 −2 −2
⇒⎨
Se não dispusermos de uma calculadora científica esta solução ⎪b = −41− 81 ⇒ b = −41+ 9 ⇒ b = −50 ⇒ b = 25
⎪⎩ 2 −2
2
−2
2
−2
2
ficaria meio inviável, pois como iríamos extrair tal raiz, isto sem
contar na dificuldade em realizarmos as multiplicações?
O número b pode assumir, portanto os valores 16 e 25. É de
Repare que todos os números são potência de 2, podemos en- se esperar, portanto que quando b for igual a 16, que a seja igual
tão escrever: a 25 e quando b for igual a 25, que a seja igual a 16. Vamos con-
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 2.2 2.2 3.2 4.2 5 ferir.

Sabemos que a = 41 - b, portanto atribuindo a b um de seus


Como dentro do radical temos um produto de potências de
possíveis valores, iremos encontrar o valor de a.
mesma base, somando-se os expoentes temos:
5
2.2 2.2 3.2 4.2 5 ⇒ 5 215 Para b = 16 temos:

Finalmente dividindo-se o índice e o expoente por 5 e resol- a = 41 - b ⇒ 41 - 16 ⇒ a = 25


vendo a potência resultante:
Para b = 25 temos:
5
215 ⇒ 1 2 3 ⇒ 2 3 ⇒ 8
a = 41 - b ⇒ a = 41 - 25 ⇒ a = 16
Logo, a média geométrica deste conjunto é 8.
6) Resposta “16, 25”. Logo, os dois números são 16, 25.
Solução: Chamemos de a e b estes dois números. A média
aritmética deles pode ser expressa como: 7) Resposta “12”.
Solução: Se chamarmos de P o produto destes dois números,
a+b
= 20,5 a partir do que foi dito no enunciado podemos montar a seguinte
2 equação:

Já média geométrica pode ser expressa como: P =6

a.b = 20 Elevando ambos os membros desta equação ao quadrado, ire-


mos obter o valor numérico do produto destes dois números:
Vamos isolar a na primeira equação: 2
P = 6 ⇒ ( P) = 6 2 ⇒ P = 36
a+b
= 20,5 ⇒ a + b = 20,5.2 ⇒ a = 41− b
2 Agora que sabemos que o produto de um número pelo outro
é igual 36, resta-nos multiplicá-lo por 48 e extraímos a raiz cúbica
Agora para que possamos solucionar a segunda equação, é ne- deste novo produto para encontrarmos a média desejada:
cessário que fiquemos com apenas uma variável na mesma. Para
conseguirmos isto iremos substituir a por 41 - b: M = 3 36.48 ⇒ M = 3 (2 2.32 ).(2 4.3) ⇒ M = 3 2 6.33
⇒ M = 2 2.3 ⇒ M = 4.3 ⇒ M = 12

Didatismo e Conhecimento 113


MATEMÁTICA
Note que para facilitar a extração da raiz cúbica, realizamos Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
a decomposição dos números 36 e 48 em fatores primos. Acesse que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consideremos o
a página decomposição de um número natural em fatores primos seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve as seguintes notas:
para maiores informações sobre este assunto. 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e a mediana da amostra
anterior são respectivamente.
Logo, ao juntarmos o número 48 aos dois números iniciais, a
média geométrica passará a ser 12. =10.75 e =11

8) Resposta “6”.
Solução: G = 2 4.9 = 6

9) Resposta “9”.
Solução: G = 4 3.3.9.81 = 9 Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída por uma
de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser igual a 11, enquanto
10) Resposta “6”. que a média subiria para 11.75.
Solução: G = 5 1.1.1.32.243 = 6

Mediana, Moda e Quartis


Média e Mediana: Se se representarmos os elementos da
Mediana: é o valor que tem tantos dados antes dele, como amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn: “n”
depois dele. Para se medir a mediana, os valores devem estar por então uma expressão para o cálculo da mediana será:
ordem crescente ou decrescente. No caso do número de dados Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
ser ímpar, existe um e só um valor central que é a mediana. Se que a média, pois não é tão sensível aos dados.
o número de dados é par, toma-se a média aritmética dos dois - Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana
valores centrais para a mediana. coincidem.
É uma medida de localização do centro da distribuição dos - A mediana não é tão sensível, como a média, às observações
que são muito maiores ou muito menores do que as restantes
dados, definida do seguinte modo:  Ordenados os elementos da
(outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as
amostra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a
observações.
divide ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores
A média ao contrário da mediana, é uma medida muito
ou iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à
influenciada por valores “muito grandes” ou “muito pequenos”,
mediana.  mesmo que estes valores surjam em pequeno número na amostra.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de Estes valores são os responsáveis pela má utilização da média em
ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar, a mediana é o muitas situações em que teria mais significado utilizar a mediana.
elemento médio. Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição dos
elementos médios. dados:
A mediana, m, é uma medida de localização do centro da - for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se da
distribuição dos dados, definida do seguinte modo: mediana.
Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor - for enviesada para a direita (alguns valores grandes como
(pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% “outliers”), a média tende a ser maior que a mediana.
dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os - for enviesada para a esquerda (alguns valores pequenos
outros 50% são maiores ou iguais à mediana. como “outliers”), a média tende a ser inferior à mediana.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de
ordenada a amostra de n elementos:
- Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
- Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos
médios.
Se se representarem os elementos da amostra ordenada com
a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma expressão para o
cálculo da mediana será:

Dado um histograma é fácil obter a posição da mediana, pois


esta está na posição em que passando uma linha vertical por esse
ponto o histograma fica dividido em duas partes com áreas iguais.

Didatismo e Conhecimento 114


MATEMÁTICA

Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distribuição, ou


seja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior frequência. Define-
Como medida de localização, a mediana é mais resistente do se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os
que a média, pois não é tão sensível aos dados. dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequência
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana se os dados são contínuos. Assim, da representação gráfica dos
coincidem. dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou
- A mediana não é tão sensível, como a média, às observações a classe modal. Esta medida é especialmente útil para reduzir a
que são muito maiores ou muito menores do que as restantes informação de um conjunto de dados qualitativos, apresentados
(outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as sob a forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode
observações. calcular a média e por vezes a mediana.
Para um conjunto de dados, define-se moda como sendo: o
Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual destas valor que surge com mais frequência  se os dados são discretos,
medidas de localização é preferível, dependendo do contexto em ou, o intervalo de classe com maior frequência se os dados são
que estão a ser utilizadas. contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se
Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma imediatamente o valor que representa a moda ou a classe modal.
determinada empresa, distribuem-se de acordo com a seguinte
tabela de frequências:

Salário (em euros) 75 100 145 200 400 1700


Frequência absoluta 23 58 50 20 7 2
Frequência acumulada 23 81 131 151 158 160

Calcular a média e a mediana  e comentar os resultados


obtidos.
Resolução: = = (75.23+100.58+...+400.7+1700.2)/160 = Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de
156,10 um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob a forma de
Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de ordem 80 nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média
e 81 = 100 euros. e por vezes a mediana (se não forem susceptíveis de ordenação).
Comentário: O fato de termos obtido uma média de 156,10 e
uma mediana de 100, é reflexo do fato de existirem alguns, embora
poucos, salários muito altos, relativamente aos restantes. Repare-se
que, numa perspectiva social, a mediana é uma característica mais
importante do que a média. Na realidade 50% dos trabalhadores
têm salário menor ou igual a 100 €, embora a média de 156,10 €
não transmita essa ideia.

Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a distribuição


dos dados é simétrica ou aproximadamente simétrica, as medidas
de localização do centro da amostra (média e mediana) coincidem Quartis: Generalizando a noção de mediana m, que como
ou são muito semelhantes. O mesmo não se passa quando a vimos anteriormente é a medida de localização, tal que 50% dos
distribuição dos dados é assimétrica, fato que se prende com a elementos da amostra são menores ou iguais a m, e os outros 50%
pouca resistência da média. são maiores ou iguais a m, temos a noção de quartil de ordem p,
com 0<p<1, como sendo o valor Qp tal que 100p% dos elementos
da amostra são menores ou iguais a Qp e os restantes 100 (1-p)%
Representando as distribuições dos dados (esta observação é
dos elementos da amostra são maiores ou iguais a Qp.
válida para as representações gráficas na forma de diagramas de
Tal como a mediana, é uma medida que se calcula a partir da
barras ou de histograma) na forma de uma mancha, temos, de um
amostra ordenada.
modo geral: Um processo de obter os quartis é utilizando a Função
Distribuição Empírica.

Didatismo e Conhecimento 115


MATEMÁTICA
Generalizando ainda a expressão para o cálculo da mediana, Diagramas Circulares
temos uma expressão análoga para o cálculo dos quartis:

Qp =

onde representamos por [a], o maior inteiro contido em a.


Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectivamente o
nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se decidido Histogramas
registrar os pesos dos alunos de uma determinada turma prática do
10º ano, obtiveram-se os seguintes valores (em kg):

52 56 62 54 52 51 60 61

56 55 56 54 57 67 61 49

a) Determine os quantis de ordem 1/7, 1/2 e os 1º e 3º quartis.


b) Um aluno com o peso de 61 kg, pode ser considerado
“normal”, isto é nem demasiado magro, nem demasiado gordo?

Resolução: Ordenando a amostra anterior, cuja dimensão é 16,


temos:

49 51 52 52 54 54 55 Pictogramas
56 56 56 57 60 61 61 62 67 1ª (10)

a) 16 . 1/7 = 16/7, onde [16/7] = 2 e Q1/7 = x3 : 16 = 52 2ª (8)


16 . 1/4 = 4, onde Q1/2 = [x8 : 16 + x9 : 16]/2 = 56 3ª (4)
16 . 1/2 = 8, onde Q1/4 = [x4 : 16 + x5 : 16]/2 = 53
16 . 3/4 = 12, onde Q3/4 = [x12 : 16 + x13 : 16]/2 = 60.5 4ª (5)
5ª (4)
b) Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pouco
“forte”, pois naquela turma só 25% dos alunos é que têm peso = 1 unidade
maior ou igual a 60.5 kg.
Tabela de Frequências: Como o nome indica, conterá os
Escalas – Tabelas – Gráficos valores da variável e suas respectivas contagens, as quais são
denominadas frequências absolutas ou simplesmente, frequências.
Tipos de gráficos: Os dados podem então ser representados No caso de variáveis qualitativas ou quantitativas discretas, a
de várias formas: tabela de frequência consiste em listar os valores possíveis da
variável, numéricos ou não, e fazer a contagem na tabela de dados
Diagramas de Barras brutos do número de suas ocorrências. A frequência do valor i será
representada por ni, a frequência total por n e a frequência relativa
por fi = ni/n.
Para variáveis cujos valores possuem ordenação natural
(qualitativas ordinais e quantitativas em geral), faz sentido
incluirmos também uma coluna contendo as frequências
acumuladas f ac, obtidas pela soma das frequências de todos os
valores da variável, menores ou iguais ao valor considerado.
No caso das variáveis quantitativas contínuas, que podem
assumir infinitos valores diferentes, é inviável construir a tabela de
frequência nos mesmos moldes do caso anterior, pois obteríamos
praticamente os valores originais da tabela de dados brutos. Para
resolver este problema, determinamos classes ou faixas de valores
e contamos o número de ocorrências em cada faixa. Por ex., no
caso da variável peso de adultos, poderíamos adotar as seguintes

Didatismo e Conhecimento 116


MATEMÁTICA
faixas: 30 |— 40 kg, 40 |— 50 kg, 50 |— 60, 60 |— 70, e assim Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos
por diante. Apesar de não adotarmos nenhuma regra formal para com base nas faixas de valores da variável e com área igual à
estabelecer as faixas, procuraremos utilizar, em geral, de 5 a 8 frequência relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada
faixas com mesma amplitude. retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente
Eventualmente, faixas de tamanho desigual podem ser
densidade definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa.
convenientes para representar valores nas extremidades da tabela.
Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem
Exemplo:
na construção do histograma, o que pode ocasionar distorções
(e, consequentemente, más interpretações) quando amplitudes
diferentes são utilizadas nas faixas. Exemplo:

Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras,


representamos os valores da variável no eixo das abscissas e
suas as frequências ou porcentagens no eixo das ordenadas.
Para cada valor da variável desenhamos uma barra com altura
correspondendo à sua frequência ou porcentagem. Este tipo de
gráfico é interessante para as variáveis qualitativas ordinais ou
quantitativas discretas, pois permite investigar a presença de
tendência nos dados. Exemplo:

Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para apresentar


observações medidas ao longo do tempo, enfatizando sua tendência
ou periodicidade. Exemplo:

Diagrama Circular: Para construir um diagrama circular


ou gráfico de pizza, repartimos um disco em setores circulares
correspondentes às porcentagens de cada valor (calculadas
multiplicando-se a frequência relativa por 100). Este tipo de gráfico
adapta-se muito bem para as variáveis qualitativas nominais.
Exemplo:

Polígono de Frequência:
Semelhante ao histograma, mas construído a partir dos pontos
médios das classes. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 117


MATEMÁTICA

Gráfico de Ogiva:
Apresenta uma distribuição de frequências acumuladas,
utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos extremos.

Didatismo e Conhecimento 118


CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOBRE O IBGE: INFORMAÇÕES SOBRE
A INSTITUIÇÃO, CONCEITOS BÁSICOS
PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABA-
LHO NA AGÊNCIA E DA ATIVIDADE DO
TÉCNICO DE COLETA.

O IBGE

Breve histórico

Durante o período imperial, o governo sentiu necessidade de obter dados estatísticos para melhor conhecer o País. Por conta disso, em
1871, criou a Diretoria Geral de Estatística - DGE, para organizar as atividades estatísticas nacionais e realizar, no ano seguinte, o primeiro
recenseamento feito no Brasil. Com a instalação da República, o novo governo reorganizou a DGE e ampliou suas atividades, implantando
o registro civil de nascimentos, casamentos e óbitos.
Esse órgão nacional de estatística realizou, de 1889 até 1931, três recenseamentos gerais (em 1890, 1900 e 1920) até ser extinto após a
Revolução de 1930. As suas atribuições foram repartidas entre os ministérios.
Mário Augusto Teixeira de Freitas, um notável pensador atuando no Ministério da Educação, sentiu a falta de um órgão capacitado a ar-
ticular e coordenar as pesquisas estatísticas, unificando a ação dos serviços especializados em funcionamento no País. Com a ajuda de outros
homens ilustres, convenceu o presidente Getúlio Vargas a criar, em 1934, o Instituto Nacional de Estatística - INE, que só foi devidamente
instalado em 29 de maio de 1936, sob a presidência do então ministro das Relações Exteriores, José Carlos de Macedo Soares.
Nesse ano, como consta na resolução nº 18, do Conselho Nacional de Estatística - CNE, falava-se da necessidade de organização do
Conselho Brasileiro de Geografia - CBG como órgão central de um sistema coordenador das instituições geográficas nacionais.
No ano seguinte, o decreto nº 1.527, de 24 de março, criava o CBG, integrando-o ao INE, sob a mesma presidência, com procedimentos
e práticas administrativas semelhantes aos do órgão de estatística. Na resolução nº 31 do CNE estava instituída a expansão do INE, com os
serviços de estatística e geografia trabalhando em mútua cooperação, sugerindo, ainda um novo nome para a casa.
A nova denominação do INE chegaria seis meses depois, por intermédio do Decreto-lei nº 218, de 26 de janeiro de 1938, assinado pelo
presidente Getúlio Vargas. Estava criado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Desde então, o órgão identifica e analisa
o território; conta a população e mostra como a economia evolui através do trabalho e da produção das pessoas, revelando ainda como elas
vivem.

O que é o IBGE?

O IBGE é o principal órgão da administração pública federal responsável pela produção e disseminação dos dados que retratam a reali-
dade econômica, social e geocientífica do Brasil.
No desempenho de suas principais funções, o IBGE oferece uma visão completa e atual do País, através da produção, análise, coordena-
ção e consolidação de informações estatísticas e geográficas, e da coordenação dos sistemas estatístico e cartográfico nacionais.
O IBGE está vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e possui quatro diretorias e dois outros órgãos centrais:
- Diretoria Executiva - DE
- Diretoria de Pesquisas - DPE
- Diretoria de Geociências - DGC
- Diretoria de Informática - DI
- Centro de Documentação e Disseminação de Informações - CDDI
- Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE

Para que suas atividades possam cobrir todo o território brasileiro, esta Instituição possui uma rede nacional de pesquisa, composta por:
- 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados e uma no Distrito Federal).
- 27 Setores de Documentação e Disseminação de Informações (26 nas capitais e um no Distrito Federal).
- 581 Agências de Coleta de dados nos principais municípios.

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
Organograma do IBGE:

O que o IBGE faz

O ato de contar pessoas e coisas é antigo. Vem desde os tempos de antes de Cristo, para que se pudesse saber a população de uma
região, onde as pessoas estavam localizadas, se eram homens ou mulheres, crianças ou adultos. Os números obtidos nesses levantamentos
eram utilizados para se formar contingentes para guerras, apoiar a conquista de novas terras, medir as riquezas econômicas de uma região,
entre outros usos.
Com o passar do tempo, os dados obtidos em levantamentos passaram a ser tratados segundo técnicas de probabilidade, por exemplo, e
interpretados de forma que não fossem apenas um registro numérico num marco no tempo, mas que funcionassem também como base para
planejar o futuro. Mais do que qualquer coisa, o que se buscava com esses levantamentos era conhecer o mundo, tanto do ponto de vista
físico como social.
Nos anos 90, o tratamento dos dados deixou de ser manual para ser informatizado, a análise das informações teve um grande salto.
A realização de procedimentos estatísticos, que costumava ser de alto custo pela quantidade de pessoas que mobilizava, passou a ser mais
dinâmico com a aplicação da informática no tratamento dos dados.
Com o desenvolvimento e uso de novas tecnologias, além da crescente necessidade de informação pelos diversos níveis de governo,
tanto pela esfera privada quanto pelos mais variados segmentos da sociedade, os levantamentos estatísticos e geocientíficos passaram a ser
ferramentas para a obtenção de dados cada vez mais detalhados e desagregados.
Atualmente, os dados resultantes desses levantamentos são armazenados em meio digital e disponibilizados em diversos sistemas de
informações acessíveis a gestores, pesquisadores, cidadãos e organizações da sociedade, que podem fazer uso deles da melhor forma para
o desenvolvimento de suas atividades.

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
A imprensa se vale dos resultados dos levantamentos estatísticos e geocientíficos para falar sobre crescimento da população, índices de
emprego, de inflação, matrículas nas escolas, consumo, meio ambiente, desenvolvimento humano, entre outros temas. Os governos buscam
estratégias para redução da pobreza, desenvolvimento da educação, investimento em saúde. As empresas estudam as melhores oportuni-
dades de investimento e retorno para um serviço/produto sabendo quem são seus consumidores e onde estão. E a sociedade deve dispor de
informações precisas, imparciais e transparentes para exercer sua cidadania.
Apenas as sociedades que conhecem a si mesmas podem planejar e construir os seus futuros. Os dados resultantes de levantamentos
estatísticos e geocientíficos contribuem de forma significativa para o conhecimento e para o processo de tomada de decisão. A importância
desses levantamentos pode ser mensurada pelo fato de que muitos dos governos no mundo possuem organismos oficiais destinados à sua
realização.
O IBGE é o principal provedor de dados e informações do País, atendendo às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade,
bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal, oferecendo uma visão completa e atual do País.
Para realizar todos os seus trabalhos, o IBGE tem sua missão muito bem definida.

A realização dessa missão institucional pressupõe todo um processo que parte das necessidades e demandas por informações existentes
na sociedade e governos (federal, estadual e municipal) passa pela concepção e planejamento das pesquisas, pela coleta de dados em campo,
seu armazenamento, a sua análise e validação, até a disseminação dos seus resultados finais.
E neste contexto de cumprir sua missão, O IBGE:
- identifica, mapeia e analisa o território;
- conta a população;
- mostra como a economia evolui através do trabalho e da produção das pessoas; e v revela como a população vive.
Ao revelar a situação econômica, social e demográfica na perspectiva do espaço territorial nacional, o IBGE faz um retrato objetivo do
País provendo a sociedade e os governos com informações estatísticas e geocientíficas oficiais confiáveis.

Principais atividades do IBGE


- Produção de informações estatísticas.
- Coordenação do Sistema Estatístico Nacional.
- Produção de informações de natureza geográfica, geodésica e cartográfica, bem como aquelas relativas aos recursos naturais e às
condições do meio ambiente.
- Coordenação do Sistema Cartográfico Nacional (através da Comissão Nacional de Cartografia - CONCAR).

- Organização e disseminação de informações.


- Atividades de ensino de graduação em estatística, mestrado e capacitação dos servidores.
O IBGE desenvolve diversos estudos e pesquisas nas áreas de Estatística e de Geociências, que retratam a população e o território bra-
sileiro sob seus variados aspectos.

Produção de informações estatísticas


Na área de Estatística, as pesquisas tratam de temas diversos de âmbito social, demográfico e econômico, utilizando-se dos princípios
fundamentais das Estatísticas Oficiais.
Estatísticas Oficiais são informações produzidas e disseminadas por agências governamentais, em bases regulares, regidas pela legisla-
ção em matéria de estatística e/ou regulamentos administrativos, sujeitas ao cumprimento de um sistema padronizado de conceitos, defini-
ções, unidades estatísticas, classificações, nomenclaturas e códigos, para:
- retratar as condições econômicas, sociais e ambientais;
- fornecer subsídios para o planejamento, execução e acompanhamento de políticas públicas;
- proporcionar suporte técnico para tomadas de decisões; e
- consolidar o exercício da cidadania.

Os princípios fundamentais:
1. Relevância, imparcialidade e igualdade de acesso.
2. Padrões profissionais e ética.
3. Responsabilidade e transparência.
4. Prevenção do mau uso dos dados.
5. Eficiência.
6. Confidencialidade.

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
7. Legislação.
8. Coordenação nacional.
9. Uso de padrões internacionais.
10. Cooperação internacional.

Para a produção de informações estatísticas são consideradas:


- as Estatísticas Sociodemográficas;
- as Estatísticas Econômicas;
- as Estatísticas Agropecuárias;
- as Estatísticas de Preços; e as Sínteses Econômicas, Sociais e Estudos.

Estatísticas Sociodemográficas:
- Censo Demográfico e Contagem da População
- Pesquisas domiciliares por amostragem (multitemáticas)

• Estruturais: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD; Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF e a Economia Infor-
mal Urbana - ECINF
• Conjuntural: Pesquisa Mensal de Emprego – PME

- Pesquisas baseadas em registros administrativos / estabelecimentos.

Censo Demográfico e Contagem da População

O Censo Demográfico e a Contagem da População constituem as únicas fontes de referência sobre a situação de vida da população
nos municípios e em seus recortes internos, produzem informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de
decisões da iniciativa privada e fornecem o perfil demográfico da população em níveis geográficos detalhados, dando suporte a políticas
sobre educação, saúde, emprego e renda, esporte, idosos, crianças, etc.
A realização das operações quinquenalmente, alternando Censo e Contagem, permite acompanhar o crescimento, a distribuição geo-
gráfica e a evolução de características da população ao longo do tempo.
Seus resultados fornecem as referências para as projeções populacionais com base nas quais o Tribunal de Contas da União -TCU define
as cotas do Fundo de Participação dos Estados - FPE e Fundo de Participação dos Municípios - FPM e, ainda, a representação política do
País quanto ao número de deputados federais, estaduais e vereadores.

Pesquisas domiciliares por amostragem (multitemáticas)

Além dos Censos Demográficos e Contagens da População, muitas informações são apresentadas por pesquisas estruturais do IBGE que
visam a caracterizar as complexidades do povo brasileiro.
As principais pesquisas estruturais realizadas pelo IBGE na área de estatística são:

- Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Brasil (PNAD): obtém informações anuais sobre características demográficas e
socioeconômicas da população, como sexo, idade, educação, trabalho e rendimento, e características dos domicílios, e, com periodicidade
variável, informações sobre migração, fecundidade, nupcialidade, entre outras, tendo como unidade de coleta os domicílios. Temas específi-
cos abrangendo aspectos demográficos, sociais e econômicos também são investigados.

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
- Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Contínua (PNAD-C): em fase de implantação. Seu objetivo é produzir informações
básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País e permitir a investigação contínua de indicadores sobre trabalho e ren-
dimento. O tema central da pesquisa é trabalho, mas também serão investigados outros temas.

- Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF): fornece informações gerais sobre domicílios, famílias e pessoas, hábitos de consumo,
despesas e recebimentos das famílias pesquisadas, tendo como unidade de coleta os domicílios. Atualiza a cesta básica de consumo e obtém
novas estruturas de ponderação para os índices de preços que compõem o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE
e de outras instituições.

- Pesquisa Mensal de Emprego - PME: tem como objetivo produzir indicadores mensais sobre a força de trabalho que permitam
avaliar as flutuações e a tendência, a médio e a longo prazos, nas suas áreas de abrangência e tem como seu principal usuário o Governo
Federal no que tange ao planejamento de políticas públicas, a além de estudiosos do mercado de trabalho oriundos de outras esferas do
governo, universidades e entidades privadas.

- Pesquisa Economia Informal Urbana - ECINF: A pesquisa toma como unidade de investigação os domicílios nas áreas urbanas
das Unidades da Federação e levanta, a partir da presença nestes, de empregadores (com até 5 empregados) e/ou trabalhadores por conta
própria, as condições de realização da atividade econômica e o volume de renda e ocupação por ela gerado.
Seus objetivos são dimensionar o peso real destas atividades em termos de geração de oportunidades de trabalho e rendimentos; ampliar
a base de informações necessárias para o Sistema de Contas Nacionais; subsidiar estudos sobre desigualdade social, principalmente aque-
les relacionados às situações de pobreza urbana, e contribuir para a integração conceitual e metodológica das pesquisas domiciliares e não
domiciliares do IBGE.
As pesquisas domiciliares fazem parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares - SIPD que foi desenvolvido com objetivo de
ampliar a capacidade do IBGE para atender a diversas demandas por informações sociodemográficas.
No SIPD existem a PNAD Contínua - integração da PNAD com a PME, a Pesquisa Contínua de Orçamentos Familiares e as Pesquisas
Especiais.

- Pesquisas baseadas em registros administrativos / estabelecimentos

Ainda dentro do âmbito das Estatísticas Sociodemográficas, o IBGE realiza as seguintes pesquisas baseadas em registros e estabeleci-
mentos:

- Registro Civil (trimestral)

- Pesquisas especiais censitárias:


• Pesquisa de Informações Básicas Municipais - MUNIC
• Pesquisa sobre o Perfil dos Estados Brasileiros - ESTADIC
• Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária - AMS
• Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB
• Pesquisa de Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos - PEAS

- Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE (por amostragem)

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
Estatísticas Econômicas: • Pesquisa Trimestral do Couro - COURO
• Produção de Ovos de Galinha - POG
- Cadastro Central de Empresas - CEMPRE • Pesquisa de estoques - ESTOQ

O CEMPRE reúne informações cadastrais e econômicas de 3. Censo Agropecuário


empresas e outras organizações formalmente constituídas e pre-
sentes no Território Nacional, inscritas no Cadastro Nacional da Pesquisa que se constitui na principal e mais completa inves-
Pessoa Jurídica-CNPJ do Ministério da Fazenda, e suas respecti- tigação da estrutura e da produção do setor primário e de sua inser-
vas unidades locais. Abrange, dessa forma, entidades empresariais, ção e relacionamento com os demais setores da economia. Fornece
órgãos da administração pública e instituições privadas sem fins informações sobre a situação econômico-financeira e as atividades
lucrativos. dos estabelecimentos agropecuários relativas à agricultura, pecuá-
ria, avicultura, apicultura, cunicultura, sericicultura, horticultu-
A atualização do CEMPRE é realizada anualmente a partir das ra, floricultura, aquicultura, ranicultura, silvicultura, extração de
informações do IBGE provenientes das pesquisas econômicas para produtos vegetais e transformação ou beneficiamento de produtos
as atividades de Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços. agropecuários abrangendo todos os estabelecimentos agropecuá-
O CEMPRE contém, ainda, informações econômicas como rios existentes no Território Nacional.
pessoal ocupado total, assalariado e assalariado médio anual, sa-
lários e outras remunerações e, para as empresas oriundas das pes- - Estatísticas de Preços:
quisas, existe também a informação de receitas bruta, líquida e de - Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor
bens e serviços. - SNIPC: efetua a produção contínua e sistemática de índices de
preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabeleci-
Sistema de Pesquisas (indústria, comércio e serviços) mentos comerciais e de prestação de serviços, concessionárias de
1. Anuais: serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e
• Pesquisa Industrial Anual Empresa - PIA / Empresa condomínio). O período de coleta do INPC e do IPCA estende-
• Pesquisa Industrial Anual Produto - PIA / Produto -se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. A população-
• Pesquisa Anual da Indústria da Construção - PAIC -objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos mensais
• Pesquisa Anual do Comércio - PAC compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) salários-mínimos, cujo
• Pesquisa Anual de Serviços - PAS chefe é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas
urbanas das regiões; a do IPCA abrange as famílias com rendimen-
2. Mensais: tos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-
• Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física - PIM/PF -mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes
• Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional nas áreas urbanas das regiões.
• Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário - PIMES
• Pesquisa Mensal do Comércio - PMC - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
• Pesquisa Mensal de Serviços - PMS (implementada em Construção Civil - SINAPI: iniciada em 1969, é uma pesqui-
2011) sa mensal que, a partir do levantamento de preços de materiais e
salários pagos na construção civil para o setor habitação, efetua a
produção de custos e índices da construção civil. A partir de 1997
3. Especiais: ocorreu a ampliação do Sistema, que passou a abranger o setor de
• Pesquisa de Inovação Tecnológica - PINTEC saneamento e infraestrutura. Tem como unidade de coleta os for-
• Pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Co- necedores de materiais de construção e empresas construtoras do
municação nas Empresas setor. O Sistema é produzido em convênio com a Caixa Econômica
• Pesquisa de Serviços de Hospedagem (2012) Federal - CAIXA.

- Índice de Preços ao Produtor - IPP (indústria de trans-


formação)
Estatísticas Agropecuárias (estabelecimentos e sonda-
gens):
- Sínteses Econômicas e Sociais:
São baseadas nos Censos, pesquisas e em registros administra-
1. Anuais:
tivos, e trazem uma visão ampliada da potencialidade das bases de
• Produção Agrícola Municipal - PAM
dados econômicas, sociais e ambientais.
• Pesquisa de Pecuária Municipal - PPM
• Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura - PEVS
- Sínteses Econômicas:
• Sistema de Contas Nacionais Anuais
2. Conjunturais: • Sistema de Contas Trimestrais
• Levantamento Sistemático da Produção Agrícola - LSPA • Sistema de Contas Regionais
(mensal) • PIB Municipal
• Pesquisa Trimestral de Abate de Animais - ABATE • Matriz de Insumo-Produto
• Pesquisa Trimestral do Leite - LEITE

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
• Conta Satélite de Saúde - Informações Geográficas
• Economia do Turismo Fornecem subsídios para planejamento e gestão do território,
• Contas Econômicas Ambientais da Água definição e implementação de políticas de desenvolvimento regio-
nal, articulam dados estatísticos, bases cartográficas e informações
- Sínteses Sociais: de recursos ambientais, e, ainda, estudos e análises sobre a dinâ-
• Análise das Condições de Vida a partir de Indicadores So- mica territorial brasileira, com abordagem integrada das grandes
ciais questões nacionais e as diversas formas de ocupação do território.
• Sistema de projeção e estimativas de população.
- INDE - Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais
- Estudos e análises: A INDE foi estabelecida em nível federal, através do Decreto
• Componentes da dinâmica demográfica nº 6.666/08, com o objetivo principal de promover a organização
• Mapas de Pobreza apropriada na produção, armazenamento, acesso, compartilha-
mento, disseminação e uso dos dados geoespaciais provenientes
- Produção de informações de natureza geográfica, geodé- das organizações governamentais de todos os níveis, visando ao
sica e cartográfica desenvolvimento do País.
A área de Geociências é responsável pela produção de infor-
mações territoriais básicas e sistemáticas, além de análises espa- O IBGE desempenha múltiplos papéis na implementação da
ciais integradas, através de um trabalho multidisciplinar, realizado INDE:
nas áreas de Geodésia, Cartografia, Estruturas Territoriais, Geogra- - Principal produtor de dados geoespaciais do Governo Federal;
fia, Recursos Naturais e Meio Ambiente. - Gerente do Diretório Brasileiro de Dados Geoespaciais;
A Diretoria de Geociências - DGC subsidia ações de plane- - Secretaria Executiva da Comissão Nacional de Cartografia-
jamento do Governo e revela à sociedade o retrato deste País de CONCAR que tem como atribuições apoiar o Ministério sobre a
dimensões continentais, caracterizado pela diversidade de suas gestão do Sistema Cartográfico Nacional e coordenar a execução
regiões. da Política Cartográfica Nacional.
Ela é responsável pela produção de estudos, levantamentos Antes de realizar a coleta de dados de cada pesquisa, o IBGE
e mapeamentos, objetivando a leitura mais completa possível do precisa de mapas e de cadastros de endereços organizados, cuja
Território Nacional, fornecendo conhecimentos específicos sobre atualização são projetos de constantes operações. Entre os princi-
a realidade do País, referenciada primordialmente aos seus aspectos pais desenvolvidos e mantidos pela Instituição, estão os da Base
espaciais. Territorial e do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatís-
Portanto, o Território Nacional representa o objeto das ati- ticos - CNEFE.
vidades da DGC, compreendendo estudos e levantamentos con-
cernentes ao quadro natural e à organização social, política e eco- - Base Territorial
nômica, à mensuração e mapeamentos, em diferentes escalas, das A Base Territorial é um conjunto de mapas (componente grá-
feições e fatos da natureza e da sociedade. fica) e cadastros (componente alfanumérica), que tem como obje-
tivo apoiar o planejamento das pesquisas estatísticas do IBGE, dar
- Sistema Geodésico Brasileiro suporte à operação de coleta de dados e à divulgação de resultados.
Definido a partir de um conjunto de estações (marcos) im- O aperfeiçoamento desse conjunto de mapas e cadastros constitui
plantadas no território e pela Rede Brasileira de Monitoramento atividade fundamental para o correto dimensionamento da ope-
Contínuo dos sistemas de navegação global por satélites (GPS). ração censitária e para a minimização dos problemas de cobertura
Único referencial preciso para a determinação de coordenadas espacial da coleta de dados.
e altitudes do território brasileiro. O trabalho da Base Territorial possui um caráter contínuo, uma
vez que a atualização de instrumentos como mapas, croquis, ende-
- Cartografia reços, limites de setores censitários, entre outros, é essencial para
O IBGE participa da elaboração e execução do Plano Carto- a realização da pesquisa.
gráfico Nacional. Subsidia a definição das políticas nacionais de No trabalho de caracterização do território brasileiro, o IBGE
cartografia e de informações ambientais, das cartas topográficas adota as divisões político-administrativas vigentes, assim como
em escalas padronizadas e dos mapas políticos e temáticos do Bra- outros recortes territoriais para fins de apuração e divulgação de
sil, de abrangência regional, estadual, municipal e local. dados, como áreas diferenciadas dentro dos quadros urbano e rural
do País.
- Estruturas Territoriais O planejamento da malha de setores é uma das mais impor-
Mantém e atualiza informações geográficas sobre a divisão tantes atividades da Base Territorial. Essa atividade leva em conta
política administrativa do País, ou seja, as fronteiras internacio- o número de setores de operações censitárias anteriores, e depen-
nais e limites de estados, municípios e distritos, e ainda, constrói e dendo das atualizações feitas no terreno, essa malha pode ser redi-
atualiza a Base Territorial que dá suporte aos censos e às pesquisas. mensionada.
Para a Base Territorial, o território está dividido em Áreas de
- Produção e Análise de Informações Divulgação e Áreas de Apuração:
Avaliam as condições ambientais e os impactos gerados pelo
homem materializados em estatísticas e indicadores ambientais e - Áreas de divulgação - são áreas legalmente definidas para
fazem mapeamentos, estudos e pesquisas de temas relativos: ao uso a divulgação dos dados estatísticos - Unidades da Federação, Mu-
da terra, ao meio físico (relevo, solo, clima, geologia e recursos nicípios, Distritos, Áreas Urbanas, Áreas Rurais e Áreas Urbanas
hídricos) e ao meio biótico (vegetação, fauna e flora). Isoladas.

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
- Áreas de apuração - são áreas geográficas delimitadas nos mapas e cadastradas para servir de unidade espacial de apuração dos dados
censitários. Essas áreas são isoladas em setores censitários específicos e estão divididas em nove tipos:
• Unidades de Conservação;
• Terra Indígena;
• Aldeia Indígena;
• Áreas Urbanizadas de Cidade ou Vila;
• Áreas Não Urbanizadas de Cidade ou Vila;
• Bairros e Similares;
• Aglomerado Subnormal (Favelas e Similares);
• Aglomerado Rural; e
• Assentamentos Rurais.

- Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos - CNEFE:

O CNEFE é formado por um banco de dados de endereços de abrangência nacional e por um conjunto de procedimentos que visa a
fornecer às pesquisas do IBGE os meios necessários à seleção amostral dos domicílios para a realização das entrevistas.
Esse banco de dados armazena informações sobre os endereços existentes no País, e disponibiliza um ambiente adequado tanto para a
consulta dos endereços existentes quanto para viabilizar as operações de coleta de dados em campo. Sua integração aos bancos de dados
gráficos do IBGE possibilita a sua utilização em conjunto com os mapas disponíveis.
A realização de pesquisas domiciliares amostrais depende, de forma crítica, da disponibilidade de uma lista atualizada dos endereços
existentes em cada área investigada, bem como de sua destinação: se residencial ou não residencial.
Para o CNEFE, e para todas as pesquisas do IBGE, o território está dividido em setores, e para facilitar o trabalho de campo das pes-
quisas, essas unidades territoriais brasileiras são subdivididas em áreas menores denominadas Setor Censitário, que pode estar localizado
em área urbana ou rural.

Cada Setor Censitário tem a descrição de seu perímetro definido preferencialmente por pontos de referência estáveis e de fácil identi-
ficação no campo, respeitando os limites territoriais legalmente estabelecidos para fins estatísticos.
Dentro do Setor Censitário, as operações de coleta de informações em campo são realizadas nas seguintes unidades:
- edificações exclusivamente constituídas por unidades domiciliares, que são as unidades residenciais;
- edificações exclusivamente constituídas de estabelecimentos, que são as unidades não residenciais; e
- edificações mistas, constituídas de unidades domiciliares e estabelecimentos.

As espécies destas unidades se classificam de forma geral em:

- Organização e disseminação de informações.

A organização da disseminação de informações estatísticas e geográficas busca oferecer uma visão completa e atual sobre o Brasil,
atendendo às demandas de diversos setores da sociedade e do governo.
O IBGE disponibiliza todas as suas informações gratuitamente com o objetivo de universalizar o acesso, seja através de suas publica-
ções em diversos formatos, seja através de sua página na internet: www.ibge.gov.br
O trabalho do IBGE só se completa com o retorno das informações à sociedade.

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
Continuamente, o IBGE fornece à sociedade retratos do Bra- lhimento de informações sistemáticas de variada periodicidade,
sil através de informações geográficas e estatísticas. Neste último indo das pesquisas mensais até as anuais, que cobrem uma ampla
ano, foram 225 divulgações, cerca de dois lançamentos de produ- gama de campanhas estatísticas econômicas e sociais.
tos a cada três dias.
A rede também possui fortes vinculações com a Diretoria de
- Atividades de ensino de graduação em estatística, mes- Geociências (DGC) através da organização dos mapas que confi-
trado e capacitação dos servidores. guram as Bases Territoriais dos Censos (Demográfico e Agrope-
O corpo técnico do IBGE envolve, aproximadamente, 11.000 cuário). Mapas que delimitam os setores censitários (urbanos e
profissionais das mais diversas áreas. Os servidores do IBGE en- rurais) de todos os municípios brasileiros e que são sistematica-
contram-se em constante aperfeiçoamento, com a absorção e de- mente atualizados antes de qualquer operação censitária.
senvolvimento de sólidas metodologias, o que se reflete no reco- As Unidades Estaduais se responsabilizam pela coordenação
nhecimento nacional e internacional pela qualidade e competência das Agências localizadas nos municípios e pelas equipes que ope-
do seu trabalho. ram em pesquisas específicas, que demandam pessoal especiali-
Para a realização de suas pesquisas, o IBGE conta com traba- zado. Na atualidade, algumas das principais pesquisas do IBGE,
lhos realizados nas suas 27 Unidades Estaduais (UEs), através das como, por exemplo, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí-
581 Agências que compõem a rede nacional de pesquisa e dissemi- lios - PNAD e sua modalidade contínua em fase de implantação, a
nação, espalhadas nos municípios brasileiros. PNAD Contínua, as pesquisas do Sistema Nacional de Índices de
Preços ao Consumidor - SNIPC, a Pesquisa Mensal de Emprego
- Unidades Estaduais - PME utilizam contingentes de pesquisadores especialmente trei-
nados, que atualmente somam cerca de 4.000 agentes de pesquisa
Representam a Instituição em nível estadual. Estão localizadas em todo o Brasil.
nas capitais dos 26 estados brasileiros e uma no Distrito Federal.
As Unidades Estaduais (UEs) estão subordinadas ao presi- O trabalho na Agência do IBGE
dente do IBGE, recebendo diretamente orientação e supervisão
técnico-normativa das Diretorias: Executiva, de Pesquisas, de O trabalho na Agência do IBGE consiste na coleta de infor-
Geociências e de Informática, assim como do Centro de Docu- mações relativas às pesquisas que o órgão executa, sejam elas do-
mentação e Disseminação de Informações e da Escola Nacional de miciliares ou econômicas, cujas entrevistas podem ser realizadas
Ciências Estatísticas, nos assuntos compreendidos nas respectivas presencialmente, em campo, e também através de telefone ou inter-
áreas de competência. net. Além da coleta de informações para as pesquisas, os servidores
Para o desenvolvimento de suas atividades no estado, cada atuam ainda na atualização dos mapas referentes à Base Territorial,
Unidade Estadual tem um responsável, o chefe da UE, que admi- ao Cadastro de Endereços (CNEFE), no atendimento a usuários
nistra uma estrutura de gerências e supervisões que respondem, em que busquem informações sobre a produção do IBGE na Agência
linhas gerais, pela gestão (planejamento, recursos humanos, mate- e na gestão administrativa de seus recursos humanos e materiais.
rial, orçamento e finanças, entre outros), pelos aspectos técnicos O trabalho administrativo nas Agências compreende o acom-
e operacionais da coleta e da cobertura do território de pesquisas panhamento da contratação de agentes para operações de coleta de
estatísticas e geocientíficas, pelo suporte tecnológico, pela dissemi- dados, o repasse de treinamento técnico, a supervisão do trabalho
nação de dados e pelo atendimento à sociedade. dos agentes contratados, assim como o controle e a gestão de bens
físicos, materiais e equipamentos utilizados.
Agências do IBGE
Obs: as informações acima foram retiradas da Apostila Conhecendo
As Agências são subordinadas às Unidades Estaduais (UEs) o IBGE, que está disponível na íntegra no endereço eletrônico http://fgv-
e estão situadas em pontos estratégicos do território nacional. Na projetos.fgv.br/concursos/ibge/nivelmedio
maioria dos casos, cada uma dessas Agências é responsável pela
realização das pesquisas e atendimento para um grupo de municí- Exercícios
pios. Isto é, a Agência fica localizada num município sede e tem
sob sua jurisdição outros tantos municípios onde é responsável pela 1. Julgue o item a seguir:
coleta de dados das pesquisas e atendimento à sociedade. No caso
de municípios maiores ou das capitais, pode-se ter mais de uma A missão do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística
Agência para um mesmo município, localizadas em distritos ou (IBGE) é retratar o Brasil com informações necessárias ao conhe-
bairros, onde cada uma delas fica responsável pela cobertura de cimento de sua realidade e ao exercício da cidadania.
parte do território.
Atualmente, o processo de coleta de informações é iniciado a) CERTO
nos escritórios centrais do IBGE, no Rio de Janeiro, onde são pla- b) ERRADO
nejadas as campanhas de coleta de informações e se estabelece no
nível do município, onde se encontra a Agência. 2. O Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística – IBGE,
Embora a rede de coleta e disseminação possa trabalhar para possui como atividades principais, exceto:
levantar informações para qualquer área de pesquisa do IBGE, sua I. Produção de informações estatística.
relação mais sistemática estabelece-se com a área de Estatística, II. Coordenação do Sistema Cartográfico Nacional (através da
através da Diretoria de Pesquisas (DPE), em campanhas de reco- Comissão Nacional de Cartografia – CONCAR).

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
III. Produzir e disseminar informações sobre empresas.
IV. Atividades de ensino de graduação em estatística, mestra-
do e capacitação dos servidores.

Está CORRETO o que consta apenas em:


a) I, II e IV
b) II e IV
c) I e II
d) III.
e) todas as afirmativas.

GABARITO:

1 A
2 D

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