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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

VERIFICAÇÃO DOS PARÂMETROS DE AJUSTE NO SISTEMA DE FRENAGEM DO DISPOSITIVO DE


RETENÇÃO DE QUEDAS PARA TRABALHO EM ALTURA

Marcelo Costa Gama1; Cleiton Silvano Goulart.2; Gilberto Felipe Fernandes.3


1
Faculdade de Talentos Humanos, Uberaba (MG), e-mail: marceloengmec@outlook.com
2
Faculdade de Talentos Humanos, Uberaba (MG), e-mail: cleiton.silvano@outlook.com
3
Faculdade de Talentos Humanos, Uberaba (MG), e-mail: gilberto_phelipe@uol.com.br

RESUMO: A segurança no trabalho atualmente está sendo planejada de forma singular e estratégica pelas empresas, isto
porque acidentes de trabalho acarretam diversos problemas para organizações empresariais, entre eles as ações judiciais e
indenizações são as mais frequentes. Visando garantir a segurança no trabalho em altura, a norma NBR 14628 define
especificações que devem ser atendidas por equipamentos de retenção de queda. O presente trabalho visa verificar alguns

ga A
parâmetros de montagem e fabricação para dispositivo dessa natureza aplicando cálculos matemáticos fundamentados pela
física, engenharia de fabricação e resistência dos materiais de forma a atender o item 5.3.6 da normativa citada. Dessa

D
maneira, será apresentada a dinâmica de frenagem do dispositivo desenvolvido pelo autor, análise de alguns componentes

a
e sugestões de melhoria do projeto.

m
st LA
PALAVRAS CHAVE: Análise; Melhoria; NBR 14628; Parâmetros; Segurança;

PARAMETERS OF SCAN SETTING THE RETAINING DEVICE BRAKING SYSTEM FALLS TO WORK AT

co O HEIGHT.
lo TR
ABSTRACT: Safety at work is currently being planned in a unique and strategically by companies; this is because

a
industrial accidents lead to many problems for business organizations, such as lawsuits and indemnities, which are the
most frequent. Aiming to ensure safety at work at height, NBR 14628 standards defines specifications that must be met by
fall restraint equipment. This study aims to verify some parameters of assembly and manufacturing such device applying
ce N

mathematics founded by physics, engineering manufacturing and strength of materials in order to meet the item 5.3.6 of
the aforementioned rules. In this way, it will be presenting the device braking dynamics developed by the author, analysis
ar O

of some components and design suggestions for improvement.

KEYWORDS: Analysis; Improvement; NBR 14628; Parameters; Safety;


M C

INTRODUÇÃO TÉCNICAS – ABNT é um dos suportes deste artigo por


g. PIA

conter especificações e métodos de ensaios para


O dispositivo de retenção de queda está entre os equipamentos desta natureza. A diretriz 5.3.6 de ABNT
EPI’S (Equipamento de proteção individual) de maior (2000) determina que “a força de frenagem não deve
sofisticação tecnológica existente no mercado no ramo de exceder 6kN e o deslocamento de queda não pode exceder
segurança no que tange ao trabalho em altura. 2m”, portanto os resultados obtidos mediante cálculos
En Ó

Bastante versátil e confeccionado em diversos teóricos deste documento deverá estar em consonância
tipos de materiais e tamanhos, o equipamento é hoje muito com esta imposição.
utilizado por empresas para garantir a segurança de seus
C

Outra normativa de suma importância para este


colaboradores durante a execução de trabalhos em altura. estudo é a norma regulamentadora nº 35 do Ministério do
É importante salientar que, este tipo de Trabalho e Emprego publicada em 23 de março de 2012
equipamento apenas possui eficiência se ancorado em que estabelece requisitos mínimos de segurança e saúde
pontos de fixação, chamados comercialmente de linha de para os colaboradores envolvidos em trabalhos em altura,
vida. A estrutura de fixação ou ponto de ancoragem deve estas exigências abrangem desde o planejamento,
ser projetada para assegurar que, caso ocorra queda em organização e execução desses serviços.
altura, ela consiga suportar a carga solicitada sem O item nº 35.5.1 se configura de forma elementar
sucumbir. para a defesa desta tese: “Os Equipamentos de Proteção
Os ajustes de montagem do sistema de frenagem Individual – EPI, acessórios e sistemas de ancoragem
do dispositivo geralmente não são devidamente devem ser especificados e selecionados considerando – se
especificados pelos fabricantes e, a falta destas sua eficiência...”.
informações técnicas, pode comprometer a eficiência do Este artigo tem a proposta de verificar os
mesmo de forma que, quando for solicitado reter uma parâmetros mínimos de ajuste e fabricação do sistema de
queda ele poderá falhar ou frear de forma rígida e, em freio, tais como: o torque a ser aplicado nos parafusos da
ambos os casos, o usuário irá sofrer danos consideráveis. tampa lateral do equipamento e a rugosidade superficial
A NBR 14628 de Dezembro de 2000, publicada ideal para o disco de freio. Sua estrutura esta dividida em
pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

1
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

fundamentação teórica onde são apresentadas as teorias a apenas garantirão esse equilíbrio se forem de mesma
serem aplicadas, posteriormente são apresentados os intensidade.
métodos de aplicação da fundamentação teórica, em A aplicabilidade desses conceitos neste artigo é
seguida os resultados obtidos pelos métodos e por fim a totalmente pertinente, já que as superfícies de contato dos
conclusão com sugestão de melhoria do projeto. elementos do sistema de freio do equipamento
Este trabalho analisa o dispositivo de retenção de compreendido nos apêndices, não possuem lubrificantes
quedas da figura 1. Os desenhos técnicos com informações devendo, assim, ser considerada a rugosidade entre as
dimensionais e detalhes de fabricação estão compreendidos mesmas um fator crucial para garantir o poder de
nos apêndices. frenagem. Já o torque aplicado no parafuso de ajuste,
traduz a teoria da ação e reação, porque o mesmo será
Figura 1: Vista explodida do sistema de freio do
considerado uma força ativa que resultará em uma força
dispositivo de retenção de queda.
reativa de bastante importância para a resolução dos
cálculos teóricos que se seguem.
Figura 2: Teoria do atrito seco

ga A
D
a
m
st LA
co O FONTE: Hibbeler, 1999, p. 294.
lo TR

a
Figura 3: Condição de equilíbrio
FONTE: Autor, 2015.
ce N

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
ar O

Para o perfeito entendimento da dinâmica que


M C

ocorre durante o processo de frenagem do equipamento de


retenção de queda, é indispensável dominar alguns
conceitos teóricos da física.
g. PIA

O primeiro conceito, não mais importante do que os FONTE: Hibbeler, 1999, p. 294.
seus sucessores, é o da teoria da força de atrito, que
segundo Hibbeler (1999) pode ser conceituada como uma Como lembra Hibbeler (1999), a força de atrito
força de resistência exercida no sentido oposto com a pode ser dividida em estática e cinética.
mesma direção de uma força primária aplicada, sendo Para a força de atrito estática tem-se que 𝐹𝑛
En Ó

assim, ela garante o retardo do movimento iniciado ou aumenta na mesma proporção à medida que 𝑃 aumenta, até
dificulta o início de um deslizamento entre a superfície de que elas se igualem, atingindo assim a denominada força
C

dois corpos em contato. de atrito estático limite (𝐹𝑒 ). Nesse momento o bloco se
A teoria do atrito seco, como sugere Hibbeler encontra em equilíbrio instável e qualquer adição na
(1999) se dá quando duas superfícies em contato não intensidade de 𝑃 provocará deformações e fraturas em
possuem lubrificante entre si. Para uma melhor explanação pontos da superfície de contato e o bloco iniciará o
desta situação, a Figura 2 ilustra um bloco de peso 𝑊 em movimento.
repouso sendo puxado por uma força 𝑃, sobre uma No seu livro, Hibbeler (1999) descreve que
superfície horizontal rugosa, não-rígida e sem lubrificação. experiências foram feitas e determinou-se que a força de
Ainda segundo Hibbeler (1999), para a condição atrito estático limite, 𝐹𝑒 é diretamente proporcional à força
de equilíbrio do bloco, é necessário que forças ativas e normal resultante 𝑁. Esse resultado pode ser expresso
reativas se contraponham. A leitura da Figura 3 demonstra matematicamente pela Equação 1, como:
que o solo reage às duas forças ativas (𝑊 e 𝑃), exercendo Fe = µe N (1)
tanto uma força normal distribuída ∆𝑁𝑅 no sentido
contrário à 𝑊, como uma força de atrito distribuída ∆𝐹𝑛 no Onde: 𝜇𝑒 é chamada de coeficiente de atrito estático
sentido contrário à 𝑃. e 𝑁 é conhecida como força normal.
As forças reativas (∆𝑁𝑅 e ∆𝐹𝑛 ) e as forças ativas Se a intensidade de 𝑃 aumentar e ultrapassar a
(𝑊 e 𝑃), na condição de estarem em sentidos opostos, intensidade de 𝐹𝑒 , a força de atrito entre as superfícies

2
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diminuirá para um valor 𝐹𝑐 , denominado força de atrito massas diferentes e aceleração iguais produzem forças
cinético. diferentes e o contrário também se verifica como verdade.
Nessa condição o bloco não estará em equilíbrio e, Essa conclusão pode ser ilustrada matematicamente
por conseguinte, começará a deslizar com velocidade pela Equação 3:
crescente.
Ainda seguindo o raciocínio de Hibbeler (1999), a 𝐹 = ma (3)
queda ocorrida na intensidade da força de atrito 𝐹𝑒
(estática) para 𝐹𝑐 (cinética) pode ser explicada pelo exame Onde F é denominada força, 𝑚 é a massa do corpo
das superfícies de contato. No momento em que 𝑃 > 𝐹𝑒 , 𝑃 e 𝑎 é conhecida como a aceleração aplicada ao corpo.
é capaz de cisalhar as micro saliências das superfícies de A 3ª lei de Newton, ou princípio da ação e reação,
contato o que resulta em uma mudança de posição do pode ser definida como: “Quando um corpo A exerce uma
bloco, elevando-se ligeiramente e transportando-se por força sobre um corpo B, B exerce sobre A uma força igual,
sobre esses pontos salientes. Esse movimento crescente mas em sentido oposto (ação e reação)” (DUBBEL, 2008,p
gera altas temperaturas nos locais de contato causando 256.).
adesões (micro-soldas) entre esses pontos e o efeito Ambas as leis descritas se enquadram no estudo da

ga A
resultante de aderência é fator gerador de atrito. dinâmica de funcionamento do sistema de frenagem do
A figura 4 ilustra que após o inicio do deslizamento, equipamento em evidência nos apêndices deste artigo, já

D
a
o alinhamento mais vertical das forças de contato que o peso do usuário será considerado uma força aplicada
resultante 𝑅𝑁 geram menores componentes de atrito 𝐹𝑛 de forma tangencial aos discos de frenagem e o torque

m
st LA
devido ao cisalhamento das irregularidades das superfícies. aplicado nos parafusos da tampa lateral será considerado
Para efeito comparativo, anteriormente ao uma força de ação resultando em uma força de reação e sua
deslizamento as micro saliências estavam interligadas e as intensidade será aplicada na Equação 2.
componentes de atrito eram capazes de manter as Segundo Norton (2013) a tensão pode ser entendida
co O
superfícies estáticas em relação a outra. como uma força aplicada sobre uma determinada área
específica e pode ser representada pela Equação 4.
lo TR

a
Figura 4: Geração de componentes de atrito menores f (4)
𝜎=
a
ce N

Onde: 𝜎 é conhecida como tensão, 𝑓 é a força


aplicada sobre o elemento e 𝑎 representa a área inicial da
ar O

seção transversal do corpo.


Ainda baseado nas informações de Norton(2013) a
M C

área de seção transversal de um circulo pode ser ilustrada


pela Equação 5.
g. PIA

FONTE: Hibbeler, 1999, p. 295. πD2 (5)


A=
4
Seguindo a indicação de Hibbeler (1999), ensaios
Onde: 𝐴 representa a área da seção transversal de
também foram realizados em blocos deslizantes,
um círculo e 𝐷 é o diâmetro da circunferência.
En Ó

concluindo que a intensidade da força de atrito resultante


Baseado nas informações de Norton(2013), o
𝐹𝑐 é diretamente proporcional à intensidade da força
coeficiente de atrito dinâmico (𝜇𝑑𝑖𝑛 ) pode ser definido
normal resultante 𝑁. Esse resultado pode ser expresso
C

apenas como uma razão entre as resistências de


matematicamente pela Equação 2, como:
cisalhamento e compressão do material menos resistente
entre os dois que estão fisicamente em contato, e é
Fc = µc N (2)
demonstrado na Equação 6.
Sus (6)
Onde: 𝜇𝐶 é denominada coeficiente de atrito µdin =
cinético e 𝑁 é conhecida como força normal. 3Syc
O segundo conceito a ser abordado neste artigo é
referente a 2ª e a 3ª lei da física defendida por Isaac Onde: 𝑆𝑢𝑠 é conhecido como o limite de resistência
Newton. ao cisalhamento do material e 𝑆𝑦𝑐 representa o limite de
Descrita objetivamente por Dubbel (2008) a 2ª lei resistência a compressão do material.
de Newton, ou lei Fundamental da Dinâmica, define que Ainda seguindo as orientações de Norton(2013), o
uma força aplicada em um corpo é igual ao produto da limite de resistência ao cisalhamento (𝑆𝑢𝑠 ) pode ser
massa pela aceleração do mesmo. estimado com base no limite de resistência a tração (𝑆𝑢𝑡 )
Portando, é possível indagar que essa força é do material.
sempre proporcional a massa do corpo e a aceleração em Portanto, o coeficiente de atrito dinâmico pode ser
que o mesmo está sendo submetido, ou seja, objetos com determinado também pela Equação 7.

3
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

Sut (7) Dois conceitos são pertinentes ao assunto desse


µdin =
3Syc artigo, o primeiro é a tensão de escoamento que se
caracteriza como sendo a máxima tensão que o material
De acordo com Hibbeler(2010) o engenheiro suporta antes de se deformar plasticamente e o segundo é
responsável por qualquer projeto deve sempre garantir que relacionado a tensão de ruptura que determina a máxima
as tensões aplicados no material da estrutura desenvolvida tensão que o material suporta antes de se romper.
estejam restringidos a um estágio seguro. Segundo Norton (2013) uma maneira de se medir o
Esta premissa é importante já que alguns fatores torque aplicado na cabeça do parafuso é a utilização do
podem influenciar na eficiência do projeto, tais como: instrumento conhecido como torquímetro. Este
esforços externos agindo sobre a estrutura e não equipamento dá uma leitura no visor da quantidade de
contemplados pelo projeto, erros de montagem, dimensões torque aplicado e, desta forma pode-se controlar e garantir
projetadas podem não serem coerentes com a realidade que o torque aplicado será do mesmo valor encontrado nas
devido ao processo de fabricação de peças. resoluções das equações que se seguem.
A tensão admissível é o que garante que o material Seguindo as informações de Norton(2013) a
da estrutura suportará as cargas aplicas conhecidas e as Equação 10 determina qual o torque de aperto requerido

ga A
cargas acidentais, para isto utiliza-se o chamado fator de para a uma determinada pré-carga de aperto.
segurança. Ti = 0,21 × Fi × d (10)

D
a
Segundo Hibbeler(2010) uma maneira de
determinar a tensão admissível do material baseado no Onde: 𝑇𝑖 será o torque de aperto requerido, 𝐹𝑖 pré-

m
st LA
fator de segurança é utilizando a Equação 8: carga de aperto e 𝑑 é o diâmetro do parafuso.
Baseado nas informações de Norton (2013) toda
σrup (8) superfície sólida quando submetida ao desgaste recebe
σadm =
FS
co O
Onde: 𝜎𝑎𝑑𝑚 é a tensão admissível do material,
algum tipo de usinagem compatível com o trabalho
realizado pela peça ou equipamento em questão e, qualquer
processo desta natureza quando aplicado determinará o
lo TR

a
𝜎𝑟𝑢𝑝 é conhecida como a tensão de ruptura do grau de rugosidade da superfície de contato.
material e FS denomina-se fator de segurança. O grau da rugosidade determina o tipo e a
Para garantir que o material analisado não saia da intensidade do desgaste pelo qual a peça sofrerá ao longo
do tempo.
ce N

região elástica no diagrama da Figura 5, já que se trata do


parafuso de ajuste do sistema de freio do dispositivo e não Mesmo em superfícies aparentemente lisas ou
é interessante que ele se rompa ou se deforme quando polidas possuem irregularidades microscópicas que podem
ar O

solicitado suportar cargas de tração, será considerado neste ser medidas por alguns instrumentos.
estudo a tensão de escoamento (𝜎𝑒𝑠𝑐 ) e não a tensão de Neste artigo foi utilizado um rugosímetro para
M C

ruptura (𝜎𝑟𝑢𝑝 ) para definir sua a tensão admissível (𝜎𝑎𝑑𝑚 ). encontrar o valor da rugosidade superficial dos discos de
A Equação 9 garantirá o comportamento elástico do freio do equipamento estudado.
material aplicado ao parafuso.
g. PIA

MATERIAIS E MÉTODOS
σesc (9)
σadm = Para a perfeita compreensão dos métodos de
FS
resolução das equações e aplicação das teorias
A Figura 5, conforme indica Hibbeler(2010), anteriormente citadas é necessário estar ciente que será
En Ó

permite o entendimento do comportamento dos materiais analisada a dinâmica de frenagem apenas do instante em
quando se relacionam tensão versus deformação. que é acionado os gatilhos do sistema de freio, dando
C

início ao deslizamento entre as superfícies de contato, até a


Figura 5: Gráfico Tensão x Deformação parada total do movimento circular.
Um dos parâmetros a ser identificado será aplicado
no seguinte parafuso que tem como características as
seguintes especificações indicadas na Tabela 1.
Tabela 1: Especificações técnicas do parafuso

Parafuso allen de cabeça


escareada
1 Diâmetro 8mm
2 Material Aço 1020
3 σesc 207MPa
4 Comprimento 30mm
5 Rosca Métrica
FONTE: Hibbeler, 2010, p. 58. 6 Passo da Rosca 1,25mm
FONTE: Autor, 2015.

4
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Segundo Norton(2013), a tensão de escoamento aplicada a Equação 7 será determinado o coeficiente de


(σesc ) para o aço 1020 é 207MPa. atrito dinâmico:
Utilizando a Equação 5, é possível determinar a
área de secção transversal do parafuso baseado em seu Sut 68,9 × 106
diâmetro. µdin = = = 0,33
3Syc 3 × 68,9 × 106

πD2 3,14 x 0,0082 Como Ilustra a Figura 6 o sistema de freio é


A= = = 50,2655 × 10−6 m2 composto por dois discos polímeros e, portanto, possuem
4 4
dois fatores de atrito agindo sobre a coroa dentada, diante
A tensão admissível para o material em questão será disso pode ser concluído que o valor do coeficiente de
determinada considerando o fator de segurança (𝐹𝑆) igual atrito dinâmico deve ser multiplicado por 2, resultando a
a 2 O resultado é expresso conforme se segue aplicando-se principio no seguinte valor:
a Equação 9:
µdin = 0,33 × 2 = 0,66
𝜎𝑒𝑠𝑐 207 𝑀𝑃𝑎

ga A
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = = 103,5 𝑀𝑃𝑎 Segundo as indicações de Norton(2013), o
𝐹𝑠 2
coeficiente de atrito poderá ser multiplicado por um fator 2

D
a
De posse das informações como a área da secção caso o valor da rugosidade superficial do material esteja
transversal do parafuso e a 𝜎𝑎𝑑𝑚 do material utilizado é abaixo de 10 × 10−6 in .

m
st LA
possível aplicar a Equação 4. Para verificar se a rugosidade do material
Para determinar o valor da força máxima a ser empregado no sistema de freio do equipamento está dentro
aplicada pelo parafuso deve-se isolar a incógnita 𝑓 da da faixa indicada, foram colhidos dados da superfície dos
Equação 4: discos de frenagem utilizando um rugosímetro (Digimess
co O
𝑓 = 𝑎 × 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 50,2655 × 10−6 × 103,5 × 106 =
TR100) disponível no laboratório de metrologia da
FACTHUS.
lo TR

a
5201,44 𝑁 Para obter um resultado mais coerente com a
realidade, foram medidos 6 pontos distintos ao longo da
O valor encontrado aplicando a Equação 4, resultará superfície e sendo considerado para efeitos de cálculo a
também na força normal de mesma intensidade porém em média aritmética, conforme demonstrado na tabela 2.
ce N

sentido contrário a força de aperto do parafuso, conforme


ilustra a Figura 6. Tabela 2: Dados da rugosidade do disco de frenagem
ar O

Figura 6: Diagrama de forças durante a montagem do


M C

Disco de freio confeccionado em


dispositivo. Náilon 6/6
g. PIA

Pontos Rugosidade (µm)


1º 0,44
2º 0,47
En Ó

3º 0,42
4º 0,52
C

5º 0,47
6º 0,37
Média Aritmética 0,45
FONTE: Autor, 2015.

A conversão direta de (𝜇𝑚) para (in) se dá pelo


FONTE: Autor, 2015. fator abaixo:
1 in 25400 (µm)
O coeficiente de atrito dinâmico existente entre os Portanto, a rugosidade média encontrada baseada na
elementos que compõem o sistema de frenagem do conversão indicada possui o seguinte valor:
equipamento pode ser determinado pela Equação 7.
0,45
É importante ressaltar que o material utilizado nos Rugosidade = = 17,71 × 10−6 in
25400
discos de freio é o Náilon 6/6.
O valor do limite de resistência a compressão e o Note-se que o resultado encontrado está acima de
valor do limite de resistência a tração do material estão de 10 × 10−6 in e, portanto, impossibilita a utilização do
acordo com o indicado por Norton(2013) , portando ao ser fator 2 sobre o coeficiente de atrito como determina

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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

Norton(2013). Diante disso, para fins de verificação da A força de frenagem como indica a Figura 7 pode
norma será desconsiderado os valores da rugosidade ser determinada pela seguinte resolução:
encontrados na Tabela 2.
Para que esse fator seja aplicado, o valor da FFrenagem = Fc − FQueda = 6,86 − 0,981 = 5,879kN
rugosidade medido pelo rugosímetro deveria estar próximo
de 0,25 𝜇𝑚 ou 9,84 × 10−6 in, esta restrição será Uma das maneiras de controlar a força gerada pelo
enquadrada nos resultados como forma de melhoria no parafuso durante seu aperto é medindo o torque aplicado
processo de fabricação do dispositivo. na cabeça do mesmo através do torquímetro.
Considerando a rugosidade inferior a 10 × 10−6 in, É muito importante que este controle seja feito, já
o coeficiente de atrito possuirá um novo valor que se que a força gerada pelo aperto do parafuso influenciará no
segue: valor da força de atrito e consequentemente também na
força de frenagem.
µdin = 0,66 × 2 = 1,32 Para determinar qual o torque deverá ser aplicado
durante a montagem do sistema de freio do dispositivo é
De posse dos valores do coeficiente de atrito necessário aplicar a Equação 10:

ga A
dinâmico e da força normal gerada pelo aperto do
parafuso, é possível determinar a força de atrito ao ser Ti = 0,21 × 5201,44 × 0,008 = 8,738 Nm

D
a
aplicado a Equação 2:
RESULTADOS E DISCUSSÕES

m
st LA
Fc = µc N = 1,32 × 5201,44 N = 6,86kN
Baseado em todo projeto do sistema de frenagem do
A força de frenagem gerada pelo atrito entre as equipamento, pode-se determinar que o dispositivo para
partes móveis do sistema de freio do equipamento deverá
co O
ser calculada levando em consideração a força de atrito
encontrada subtraída da força gerada pela queda de um
retenção de queda está apto a ser utilizado em trabalhos em
altura, mas para que haja uma melhor força de frenagem e
ainda atender os valores estipulados pela NBR 14628,
lo TR

a
corpo de 100kg de massa. percebeu-se que será necessário garantir a rugosidade
A força gerada pela queda (𝐹𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎 ) é na verdade, o superficial dos discos de freio em valores de até 0,25 𝜇𝑚
próprio peso do objeto em queda livre e pode ser para o material náilon 6/6, pois desta forma o valor da
determinada aplicando-se Equação 3: força de frenagem é o mais próximo do valor máximo
ce N

determinado pela normativa.


FQueda = m × a = 100 × 9,81 = 0,981kN Para garantir esses valores será necessário
ar O

determinar e inserir nos desenhos técnicos para fabricação


essa restrição a fim de deixar clara a exigência do projeto
M C

A Figura 7 ilustra a dinâmica para determinar a para o responsável pela usinagem da peça. Além disso, a
força de frenagem. existência do rugosimetro no ambiente de fabricação será
indispensável para este controle.
g. PIA

Além do controle da rugosidade durante a


Figura 7: Diagrama da força de frenagem. fabricação, o controle do torque aplicado ao parafuso de
aperto da tampa lateral do dispositivo durante a montagem
deverá ser rígido afim de garantir o valor próximo de
8,738Nm, esta verificação deverá ser suportado por um
En Ó

torquímetro aferido e confiável disponível no ambiente de


montagem.
C

CONCLUSÃO

Os procedimentos matemáticos e físicos adotados


neste artigo permitiu verificar parâmetros para fabricação e
montagem do sistema de freio do equipamento estudado de
forma a garantir que a força de frenagem atuando sobre
uma massa de 100kg em queda livre não ultrapassasse
6kN, conforme a NBR 14628 determina.
É importante salientar que, após realizado o
presente estudo, concluiu-se que o processo de fabricação
do disco de frenagem do dispositivo não estava atendendo
de forma satisfatória a restrição, sobre o valor ideal para a
rugosidade superficial da peça ocasionando baixa
eficiência no que se refere força de frenagem do
equipamento. Diante desta informação, novos métodos de
fabricação com indicação ideal da rugosidade foram

FONTE: Autor, 2015.

6
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

estabelecidos garantindo a eficiência satisfatória em termos


de força de frenagem.
Para que todos os cálculos descritos sejam válidos
para atestar boa eficiência na frenagem é imprescindível
garantir o valor da rugosidade superficial ideal para o
material Naílon 6/6 ou realizar novas pesquisas
comprovando que outro material poderá substituir o
polímero atual melhorando o desempenho sobre a força de
frenagem.
Outro fator determinante para conseguir a eficiência
desejada é verificar o torque aplicado ao parafuso da tampa
lateral do dispositivo.
Os parâmetros agora estabelecidos sugerem aos
clientes que adquirirão este equipamento a garantia do
funcionamento com eficiência do dispositivo e esta

ga A
confiança , embasada normativamente, gera um diferencial
diante da concorrência.

D
a
REFERÊNCIAS

m
st LA
DUBBEL, Heinrich. Manual da construção de
máquinas. 13. ed. São Paulo: Hemus, 2008.

co O
TIPLER, Paul Allan; MOSCA, Gene. Física: Mecânica,
Oscilações e Ondas, Termodinâmica. 5. ed. Rio de Janeiro:
lo TR
Ltc, 2006.

a
HIBBELER, Russel Charles. Mecânica Estática. 8. ed.
Rio de Janeiro: Ltc, 1999.
ce N

NORTON, Robert Lloyd. Projeto de máquinas: Uma


abordagem integrada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
ar O

HIBBELER, Russel Charles. Resistência dos


materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
M C

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS. NBR 14628: Equipamento de proteção
individual - Trava-queda retrátil - Especificações e método
g. PIA

de ensaio. Rio de Janeiro: Abnt, 2000.


MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NORMA
REGULAMENTADORA 35: NR-35 Trabalho em
Altura. Brasilia: Mte, 2012.
En Ó
C

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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

APÊNDICE A – Desenhos básicos do dispositivo de retenção de queda.

Figura 8: Vista explodida do sistema de frenagem do Trava Queda

ga A
D
a
m
st LA
co O
lo TR

a
ce N

FONTE: Autor, 2015.


ar O

Figura 9: Vista em corte lateral do sistema de frenagem montado.


M C
g. PIA
En Ó
C

FONTE: Autor, 2015.

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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

Figura 10: Coroa dentada em Aço carbono.

ga A
D
a
m
st LA
co O
lo TR

a
FONTE: Autor, 2015.
ce N

Figura 11: Disco de freio em Náilon 6/6.


ar O
M C
g. PIA
En Ó
C

FONTE: Autor, 2015.

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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

Figura 12: Tampa lateral de ajuste do sistema de freio do trava queda

ga A
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a
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co O
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FONTE: Autor, 2015.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Mecânica 2015/2 (FACTHUS)

APÊNDICE B – Imagens da colheita de dados acerca da rugosidade superficial dos discos de frenagem.
Imagem
Imagem 11:–Obtenção
Obtençãodededados
dadosda
darugosidade
rugosidade
superficial via
superficial via rugosímetro.
rugosímetro.

Imagem 2: Instrumento de medição e peças a serem analisadas.

ga A
D
a
m
st LA
co O
lo TR

a
FONTE: Autor, 2015.
ce N

FONTE: Autor, 2015.


ar O

Imagem 3: Rugosímetro DIGIMESS TR100 Imagem 2: Rugosímetro DIGIMESS TR100


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FONTE: Autor, 2015. FONTE: Autor, 2015.

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