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JOSÉ MELO

Governador do Estado do Amazonas

KAMILA BOTELHO DO AMARAL


Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas – SDS

ROMILDA ARAÚJO CUMARU


Secretária Executiva de Gestão – SDS

ANTONIO LUIZ MENEZES DE ANDRADE


Secretário Executivo Adjunto de Compensação Ambiental – SEACA

ROCIO CHACHI RUIZ


Secretária Executiva Adjunta de Florestas e Extrativismo – SEAFE

JOSÉ ADAILTON ALVES


Secretário Executivo Adjunto de Gestão Ambiental – SEAGA

LUIS HENRIQUE PIVA


Coordenador Geral da Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanças Climáticas e do Centro
Estadual de Unidades de Conservação – UGMUC

ANTÔNIO CARLOS WITKOSKI


Coordenador do Centro Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas – CEUC

HAMILTON CASARA
Coordenador do Centro Estadual de Mudanças Climáticas – CECLIMA

ANTONIO ADEMIR STROSKI


Presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM

MIBERWAL FERREIRA JUCÁ


Presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável – ADS

VALDENOR PONTES CARDOSO


Secretário de Estado da Produção Rural – SEPROR

EDIMAR VIZZOLI
Diretor Presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do
Estado do Amazonas – IDAM

Av. Mário Ypiranga Monteiro, 3280, Parque Dez de Novembro, Manaus/AM


– CEP 69050-030 - Fone/fax: 3642-4607 http://www.ceuc.sds.am.gov.br/

ii
Série Técnica Planos de Gestão

PLANO DE GESTÃO DA RESERVA DE


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO
MATUPIRI

Volume II – Planejamento

BORBA,
JULHO DE 2014

iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Zoneamento da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Matupiri. ............................... 210

LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Grau de Intensidade de Intervenção e Atividades Permitidas por Zona. .............................. 207
Tabela 2. Categorias de Zoneamento. .................................................................................................................... 209
Tabela 3. Categorias de Zoneamento e Atividades na RDS do Matupiri. .................................................. 211
Tabela 4. Zona de Proteção Integral. ...................................................................................................................... 211
Tabela 5. Zona de Uso Extensivo. ............................................................................................................................. 212
Tabela 6. Zona Especial Madeireira. ....................................................................................................................... 213
Tabela 7. Zona de uso extensivo para pesca esportiva. ................................................................................... 214
Tabela 8. Programa de Conhecimento e Divulgação. ....................................................................................... 228
Tabela 9. Programa de Uso Público. ....................................................................................................................... 232
Tabela 10. Programa de Ecoturismo. ..................................................................................................................... 234
Tabela 11. Programa de Proteção e Vigilância. .................................................................................................. 236
Tabela 12. Programa de Proteção e Vigilância: Comunicação. ..................................................................... 237
Tabela 13. Programa de Proteção e Vigilância: Recursos Humanos. ......................................................... 237
Tabela 14. Programa Manejo do Meio ambiente ............................................................................................... 239
Tabela 15. Programa Manejo do Meio Ambiente - Não Madeireiro. ........................................................... 241
Tabela 16. Programa de Apoio as Comunidades e Aldeias. ........................................................................... 244

iv
SIGLAS
ATER Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural
SDS/AM Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do
Amazonas
SEUC Sistema Estadual de Unidades de Conservação
CECLIMA Centro Estadual de Mudanças Climáticas
CEUC Centro Estadual de Unidades de Conservação
COIAB-AM Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente
FEPI-AM Fundação Estadual dos Povos Indígenas
FLONA Floresta Nacional
FUNAI Fundação Nacional do Índio
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDAM Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável
do Estado do Amazonas
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
MMA Ministério do Meio Ambiente
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
MPE Ministério Público Estadual
NUSEC Núcleo de Socioeconomia da Universidade Federal do Amazonas
PPBio Programa de Pesquisa em Biodiversidade
RDS Reserva de Desenvolvimento Sustentável
REBIO Reserva Biológica
Reserva Extrativista
UFAM Universidade Federal do Amazonas
SISBIO Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade
GIZ Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit
WWF World Wide Fund for Nature
UGMUC Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanças Climáticas e do Centro
Estadual de Unidades de Conservação

v
SUMÁRIO VOLUME II - PLANEJAMENTO
13. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 196
14. MISSÃO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ....................................................................................................... 199
15. VISÃO DE FUTURO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ........................................................................................ 202
16. ZONEAMENTO .......................................................................................................................................................... 205

16.1. CATEGORIAS DE ZONEAMENTO DA RDS DO MATUPIRI ....................................................................................209


A) Sub Zona – Terra Indígena Cunhã-Sapucaia........................................................................................................ 216
B) Sub Zona Mosaico Madeira de Igapó-Açu ............................................................................................................. 216
17. ESTRATÉGIA GERAL DE GESTÃO ...................................................................................................................... 218

17.1. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DO PLANO DE GESTÃO DA RDS DO MATUPIRI ..............................................219

17.2. DIRETRIZES GERAIS PARA AS REGRAS DE USO DA RDS DO MATUPIRI .......................................................220

17.3. REGRAS PARA ATIVIDADES ECOTURÍSTICAS NA RDS DO MATUPIRI ...........................................................221

17.4. REGRAS PARA ATIVIDADE DE PESCA ESPORTIVA NA RDS DO MATUPIRI .................................................222

17.5. REGRAS PARA MANEJO FLORESTAL COMUNITÁRIO NA RDS DO MATUPIRI.............................................222

17.6. REGRAS DE USO PARA MANEJO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS NO ENTORNO DA
RDS DO MATUPIRI .........................................................................................................................................................................223
18. PROGRAMAS DE GESTÃO .................................................................................................................................... 224

18.1. PROGRAMA DE CONHECIMENTO E DIVULGAÇÃO ................................................................................................227


18.1.1 Subprograma Pesquisa Científica e Monitoramento ............................................................................... 228

18.2. PROGRAMA DE USO PÚBLICO ........................................................................................................................................231


18.2.1 Subprograma de Ecoturismo ............................................................................................................................. 232
18.2.2 Subprograma de Divulgação .............................................................................................................................. 234

18.3. PROGRAMA DE PROTEÇÃO E VIGILÂNCIA ...............................................................................................................235


18.3.1 Subprograma de Monitoramento in loco das Ameaças e Invasões ................................................... 236
18.3.2 Subprograma de Comunicação em Tempo Real de Invasões e Ameaças ....................................... 237
18.3.3 Subprograma de Formação de Recursos Humanos Locais para Conservação ............................ 237

18.4. PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE .......................................................................................................238


18.4.1 Subprograma de Manejo Florestal Comunitário ....................................................................................... 239
18.4.2 Subprograma de Manejo de Produtos Florestais Não Madeireiros .................................................. 241

18.5. PROGRAMA DE APOIO ÀS COMUNIDADES E ALDEIAS ........................................................................................243


18.5.1 Promover a Criação de Associação dos Usuários da RDS e do PAREST do Matupiri ................ 244
19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................... 245

vi
13. INTRODUÇÃO
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Matupiri consta de uma área com
rica biodiversidade, situada no interflúvio Purus-Madeira no município de Borba.Nesta
Unidade, não há moradores em seu interior, apenas população usuária advinda da Terra
Indígena Cunhã-Sapucaia, da etnia Mura e moradores de algumas comunidades situadas
no paraná do Madeirinha nos rios Madeira e Autaz Mirim. Esta população utiliza pouco
os recursos naturais existentes na RDS. No passado, já usufruíram os mesmos com mais
constância, porém, a criação do vizinho PAREST Matupiri, intimidou os usuários da área
da RDS em seu uso, por desinformação.

DEFINIÇAO DE POPULAÇAO USUÁRIA


Apesar de sua importância para a conservação, é uma Unidade frágil, porquanto
necessita aprimorar sua gestão, marcando maior presença do Estado de modo a que
ações depredadoras sejam coibidas em definitivo.
Portanto, o volume II do Plano de gestão da RDS do Matupiri, foi construído com a
população de seu entorno, mais especificamente da aldeia Deus é Pai, no rio Autaz
Mirim, conjunto de população que usa efetivamente os recursos do interior da Unidade.
O Volume II do Plano de Gestão da RDS do Matupiri foi construído tendo como
base metodologias participativas em vista de propiciar protagonismo da população
usuária da Unidade em sua construção. Os métodos que foram seguidos foram os
seguintes:
Inicialmente foi realizado um intenso trabalho de articulação e sensibilização
objetivando o envolvimento dos usuários nas Oficinas de Planejamento Participativo,
neutralizando possíveis resistências. Neste trabalho, o máximo de conhecimento das
fricções, divergências e conflitos existentes nas comunidades foi importante justamente
para contorná-los e envolver os diversos grupos de interesse. Esta fase deu-se da
seguinte maneira: Atores participantes foram Tuxauas da Terra Indígena Cunhã-
Sapucaia, Moradores do entorno do entorno da RDS do Matupiri e da Terra Indígena
Cunhã-Sapucaia e Lideranças da Associação PAE Jenipapo; Aldeias e comunidades:
Piranha, Correia, Sapucainha, Sapucaia, Tapagem, Vila Nova, Aldeia Deus é Pai
Moradores da área do Paraná do Madeirinha e Manicoré no mês de setembro de 2013.
Em seguida, realizou-se a Oficina de Planejamento Participativa propriamente
dita para onde convergiram as discussões se acordos articulados nas atividades de
campo anteriormente realizadas, contando com ampla participação e envolvimento dos
197
moradores o que permitiu que regras, programas e subprogramas de gestão fossem
pensados de modo realista. A Oficina de Planejamento Participativo reuniu o público
envolvido tanto com a RDS como com o PAREST Matupiri.
As Oficinas de Planejamento Participativo deu-se em duas fases. Na primeira fase
ocorreu a rediscussão e validação dos mapas construídos pelos usuários e a equipe do
NUSEC/UFAM, mapas nos quais foi assinalada a hidrografia e as formas de uso dos
recursos naturais da RDS, a saber: Primeira fase: Aldeias e comunidades, Terra Indígena
Cunhã-Sapucaia, Aldeia Deus é Pai e Manicoré no mês de outubro de 2013.
Tendo em vista a proximidade geográfica e a similaridade da população usuária, a
opção metodológica foi no sentido de realizar a maior parte das Oficinas de
Planejamento Participativo conjunto com o PAREST Matupiri.
A segunda fase correspondeu à construção da missão, visão de futuro, e
programas de gestão da Unidade espaço político para onde convergiu todo o acúmulo
das discussões anteriores, a saber: Primeira fase: Terra Indígena Cunhã-Sapucaia, Aldeia
Deus é Pai, Entorno da RDS do Matupiri e PAE Jenipapo; com os atores sociais
participantes: Tuxauas e lideranças, Lideranças e moradores e Lideranças da associação
local no mês de outubro de 2013.
Após estas fases deu-se redação do Volume II, ocorreu a validação do mesmo na
junto às aldeias da Terra Indígena Cunha-Sapucaia e entorno tornando-o pronto e aceito
pelo coletivo mais interessado, apto, portanto a ir para a consulta pública e aprovação do
conselho gestor.
É todo esse trabalho que será espelhado no Volume II do Plano de Gestão da RDS
do Matupiri como segue.

198
14. MISSÃO DA UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO

199
De acordo com a Lei Federal no. 9.985 de 18 de julho de 2002 que institui o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC e em conformidade com a Lei
Estadual n0. 53 de 05 de junho de 2007 que regulamenta o Sistema Estadual de
Unidades de Conservação do Amazonas – SEUC, a Reserva de Desenvolvimento
Sustentável (RDS) tem como objetivo básico: “preservar a natureza e ao mesmo tempo,
assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos
modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações
tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e a técnica de
manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações” (AMAZONAS, Governo do
Estado, 2007).
A RDS do Matupiri foi criada por estar situada numa zona classificada como de
alta prioridade para conservação da biodiversidade (Seminário de Consulta de Macapá),
sob influência dos processos antrópicos que advirão do asfaltamento da estrada BR-319
319 (Área Livre sob Administração Provisória), resultado de um esforço coletivo por
parte dos moradores de seu entorno visando à organização da gestão em vista da
necessidade de avançarem com conservação e Cidadania.
Apesar de existir um plano de proteção para as Unidades do interflúvio Purus-
Madeira, onde se coloca as áreas protegidas ali existentes, o fato é que a governança
ambiental desta área é frágil, assim, não se pode contar unicamente com o poder público
para garantir a integridade territorial e da biodiversidade ali existente por conta de
dificuldades logística na Amazônia em geral, e das vias de acesso ao Parque,
proporcionadas pela construção da BR-319.
As pressões exercidas por invasores por via fluvial sobre a RDS do Matupiri, a são
frequentes por conta de sua proximidade da sede municipal de Borba de modo que
caçadores e pescadores ilegais adentram a área da Unidade desde o rio Autaz-Mirim com
frequência trazendo prejuízos à biodiversidade. A fragilidade organizacional e a
exiguidade populacional dos usuários do entorno da Unidade – fator contrário ao que
ocorre com a região do rio Igapó-Açu onde se concentra a maioria das aldeias da TI
Cunha-Sapucaia, tornam a RDS do Matupiri uma área extremamente fragilizada. A
criação da RDS diminuiu estas pressões, mas não se constitui em fato bastante para
impedi-las definitivamente.

200
Foi levando em consideração este quadro de pressões e o estado de organização
das populações tradicionais e indígenas, que ocorreram as oficinas de planejamento
participativo onde todas as possibilidades foram consideradas, as fragilidades e
potencialidades da RDS do Matupiri, dando forma à missão e a visão de futuro da
Unidade.
A missão representa a razão para existência da UC, sua finalidade ou seu
propósito de longo prazo, baseada nas características específicas e exclusivas da
Unidade, urdida na interação entre seus moradores e o meio em que vivem – rios,
floresta e lagos.
No processo de discussão da missão e visão de futuro nas oficinas de
planejamento participativo, os participantes fizeram um extenso debate, cujo produto
foi, sinteticamente, como segue:
 A RDS do Matupiri sempre foi objeto de uso por parte dos moradores de
seu entorno que de lá tiravam recursos naturais para sua sobrevivência e estes usuários
ali criaram suas famílias;
 A região onde mora esta população é muito desprovida de políticas
públicas de saúde, educação e a pobreza é muito grande. As demais aldeias da TI Cunhã-
Sapucaia são mais bem servidas e a população do entorno da RDS se queixa deste fato;
 Quando da decretação da RDS, começou uma fase de confusão onde seus
usuários costumeiros ficaram sem saber se poderiam ou não continuar a manejar os
recursos naturais, passou a se sentir inseguros;
 Quando do começo do trabalho do CEUC na área os usuários começaram a
ter esperança e depositam na construção do Plano de Gestão da Unidade no sentido
deste equacionar problemas, trazer soluções e devolver-lhes a segurança.

201
15. VISÃO DE FUTURO UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO

202
Para a construção da visão de futuro da RDS do Matupiri, foi levado em
consideração o quadro de pressões sobre o interflúvio Purus-Madeira, o estado de
organização das populações tradicionais e indígenas, delineados nas oficinas de
planejamento participativo onde todas as possibilidades foram consideradas, as
fragilidades e potencialidades da RDS e dos atores locais elencadas, constituindo-se em
elementos que deram forma à missão e a visão de futuro da Unidade.

 Desenvolver estratégias de proteção do interflúvio Purus-Madeira conferindo

a Unidade contribuição insubstituível contra o avanço da degradação do Meio Ambiente

que acompanharão o funcionamento da BR-319 e do Ramal de Manicoré;

 Acolher pesquisas que proporcionem maior conhecimento e entendimento da

riqueza da Unidade objetivando a conservação da integridade das paisagens e

biodiversidade da mesma;

 Com protagonismo da população do entorno, efetivar uma gestão territorial

com enfoque ecossistêmico, articulando com aquelas populações para vigilância e ações

de conservação que proporcione a melhoria de sua qualidade de vida;

 Aportar o desenvolvimento de atividades sustentáveis nas áreas protegidas do

entorno da RDS do Matupiri, centrando esforços em metodologias de alternativas

econômicas viáveis à realidade local;

 Apoiar a gestão das áreas protegidas do entorno;

 Promover o uso público a RDS do Matupiri levantando potenciais turísticos de

acordo com a categoria e objetivos de conservação da Unidade.

Os fundamentos da visão de futuro do Parque Estadual do Matupiri são:

 A proximidade da Unidade da área urbana de Borba e da boca do rio

Madeirinha, por onde se adentram os invasores desde o rio Madeira;

 Aumento de invasões para atividades ilícitas e danosas (pesca e caça ilegais);

203
 Aumento do fluxo de pessoas para atividades ecoturísticas com riscos a

atividades tradicionais dos moradores da Unidade.

A visão de futuro dos usuários da RDS do Matupiri, portanto, é:

A RDS do Matupiri será um paradigma de conservação através de estreita


parceria do Estado com indígenas e não indígenas e da integração com as
demais áreas protegidas da região - Parque Estadual do Matupiri, a RDS
do Igapó-Açu e a TI Cunhã-Sapucaia. Os moradores de seu entorno,
mediante regras, melhorarão suas condições de vida através do manejo,
pesca, agricultura e ecoturismo. Será aprofundado o conhecimento dos
diferentes ecossistemas da RDS do Matupiri.

204
16. ZONEAMENTO

205
O estabelecimento participativo de regras de uso da RDS do Matupiri, segundo
zonas de utilização, tem como fim garantir o uso sustentável dos recursos naturais na
Unidade, de modo a prevenir condutas predatórias de acordo com a legislação brasileira.
A definição de categorias de zoneamento numa Unidade de Conservação deve
respeitar os tipos de uso dos recursos naturais existentes no local tais como a) uso de
subsistência; (b) uso para comércio local; (c) criação de animais, onde existe
comercialização a partir de princípios de criação, cultivo ou cativeiro; (d) uso de agentes
externos para lazer ou esporte; (e) usos comerciais que, à diferença dos mercados locais,
apresentam maiores escala e necessidade de investimento significativo de capital.
O zoneamento deve ser construído participativamente de modo a garantir a
manutenção do modo de vida das populações tradicionais resguardando seu direito ao
uso sustentável dos recursos naturais ali existentes e a manutenção das práticas
agrícolas sob a égide da sustentabilidade nas zonas de uso intensivo e extensivo e, além
disso, zonas para manutenção da proteção de espécies de fauna e flora ameaçadas nas
zonas de proteção integral e uso limitado.
A metodologia de construção do zoneamento da Unidade foi à seguinte:
Apropriação do Volume I do Plano de gestão porquanto neste volume encontra-se
o diagnóstico da Unidade com suas características florísticas e faunísticas, a descrição do
modo de vida das populações tradicionais residentes e das formas de manejo do meio
ambiente. Em seguida, participação na oficina de zoneamento realizada pelo
NUSEC/UFAM onde, com base nos mapas-base confeccionados, os moradores
explicaram as áreas de uso madeireiro, pesqueiro, de agricultura e ecoturismo. Neste
momento, foi-se capaz de perceber a extensão e intensidade dos usos realizados pelos
mesmos. Na mesma ocasião, realizou-se a pactuação dos usos, efetivamente zoneando a
Unidade, apontando-se as áreas de uso intensivo, extensivo e de preservação. Após isto,
a equipe NUSEC/UFAM revisou os mapas-base gerando novos mapas com as
modificações e adendos propostos na oficina.
Numa oficina preparatória posterior, os novos mapas foram validados. Com base
neste processo de construção e validação das zonas, foi proposto o zoneamento da
Unidade tal qual descrito a seguir. No Estado do Amazonas, o sistema de zoneamento
está baseado em critérios de intensidade de intervenção sobre o meio, associado a
critérios como o estado de conservação da área ou do tipo de atividade que está sendo
realizada (AMAZONAS, 2007). As características dessas zonas serão descritas a seguir.

206
Tabela 1. Grau de Intensidade de Intervenção e Atividades Permitidas por Zona.

GRAU DE INTERPRETAÇÃO
MONITORA MANEJO DE
INTENSIDADE NOME DA RECRE AMBIENTAL/EDU
CARACTERÍSTICAS PESQUISA MENTO PROTEÇÃO RECURSOS DIVERSÃO
DE ZONA AÇÃO CAÇÃO
AMBIENTAL NATURAIS
INTERVENÇÃO AMBIENTAL

A intervenção realizada não


causa nenhuma influência
Zona no meio. As atividades
primitiva (ou permitidas devem ser
Insignificante Zona realizadas mediante meios
ou Mínimo Intangível ou de transporte que não
Zona de causem impactos, sem
preservação) necessitar instalações
específicas para tal e em
grupos pequenos

A intervenção é de pouca
importância, não é grave
nem perigosa, nem
importante. As atividades de
Recreação e Interpretação
ambiental/educação
ambiental devem ser
Zona de uso
realizadas em harmonia com
Pequeno ou Estrito (ou
o meio e tendo como
Leve Zona de uso
objetivo o contato com a
limitado)
natureza. Devem ainda ser
realizadas mediante meios
de transporte que não
causem impactos, sem
necessitar instalações
específicas para tal e em
grupos pequenos

207
A intervenção não é
excessiva nem exagerada. É
realizada com moderação e
Zona de uso prudência. Exemplos:
Moderado
Extensivo atividades extrativistas,
manejo comunitário de não
madeiráveis, cabanas ou
campings etc.
A intervenção é realizada
com intensidade, com
grande influência sobre o
meio. Zona onde são
desenvolvidas atividades de
infraestrutura para
Zona de uso administração, recreação,
Alto
Intensivo interpretação e educação
ambiental, pesquisa, manejo
comunitário de madeiráveis,
monitoramento ambiental e
divulgação. Também podem
ser desenvolvidas atividades
de produção comercial
Esta zona é originaria da
permissão de se realizar o
manejo florestal madeireiro
em algumas categorias de
unidades de conservação,
Zona de uso para localizar estes espaços
Alta Extensivo que serão destinados a esta
Especial prática, considerada de
intervenção moderada a alta,
dependendo da escala e da
área atingida. Pode ser de
escala empresarial ou
comunitária

208
16.1. CATEGORIAS DE ZONEAMENTO DA RDS DO MATUPIRI

Para definição do zoneamento da RDS do Matupiri, este documento baseou-se nas


discussões realizadas com as aldeias e comunidades de seu entorno quando da
construção da de missão e visão de futuro da Unidade. Baseou-se também nas
informações contidas no diagnóstico realizado para o volume I deste Plano de Gestão
com o mesmo público.
O ponto de partida foi o debate acerca do melhor e mais ordenado uso dos
recursos naturais da Unidade de Conservação em vista da melhoria da qualidade de vida
dos moradores, consolidação da Unidade de Conservação e da integridade da mesma.

Tabela 2. Categorias de Zoneamento.

ZONAS AREA (ha) %

Zona de Uso Extensivo - Pesca Esportiva 1.594,63 0,89

Zona de Uso Extensivo 23.748,98 13,26

Zona Especial Madeireira 91.969,00 51,36

Zona de Proteção Integral 53.895,61 30,09

Zona de Proteção (campina e campinarana) 7875,23 4,40

Total (Área da UC ) 179.083,45 100,00

209
Figura 1. Zoneamento da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Matupiri.

210
Para cada zona descrita, foram definidas as atividades de manejo de recursos
naturais, agricultura e uso público que serviu de base para a definição das regras de uso
de acordo com a realidade, visão de futuro e missão da RDS do Matupiri, a saber:

Tabela 3. Categorias de Zoneamento e Atividades na RDS do Matupiri.

CATEGORIA

ID ATIVIDADE EXTENSIVO
PROTEÇÃO USO ESPECIAL
PARA PESCA
INTEGRAL EXTENSIVO MADEIREIRA
ESPORTIVA
1 Ecoturismo

2 Pesca Artesanal

Agricultura de Pequena
3
Escala
Manejo Florestal de
4
Pequena Escala
Extração de Produtos
5 Florestais Madeireiros
para Consumo Interno

6 Pesquisa Científica

Monitoramento e
7
Proteção Ambiental

8 Pesca Esportiva

Tabela 4. Zona de Proteção Integral.


% EM
TAMANHO GRAU DE ATIVIDADES
N. CONCEITO RELAÇÃO À
DA ÁREA INTERVENÇÃO PERMISSÍVEIS
ÁREA DA UC
A intervenção realizada
não causa nenhuma
influência no meio. As
Pesquisa
atividades permitidas
Científica,
devem ser realizadas Insignificante
53.895,61 Monitoramento e
1 mediante meios de 30,09% ou Mínimo
ha Proteção
transporte que não causem
Ambiental
impactos, sem necessitar
instalações específicas
para tal e em grupos
pequenos

211
Tabela 5. Zona de Uso Extensivo.
% EM
TAMANHO GRAU DE ATIVIDADES
N. CONCEITO RELAÇÃO À
DA ÁREA INTERVENÇÃO PERMISSÍVEIS
ÁREA DA UC
Ecoturismo

Pesca artesanal
A intervenção não é
excessiva nem exagerada.
Agricultura de
É realizada com
Pequena Escala
moderação e prudência.
23.748,98
1 Exemplos: atividades 13,26% Moderado
ha Pesquisa
extrativistas, manejo
Científica
comunitário de não
madeiráveis, cabanas ou
Monitoramento
campings etc.
e Proteção
Ambiental

As regiões destinadas ao uso extensivo são aquelas mais aptas ás atividades


extrativistas e turismo. Sem que haja prejuízos às comunidades e à integridade da
cobertura florestal e aos cursos d'água, o uso está relacionado ao ordenamento destas
atividades de modo a permitir seu uso sustentável.
As atividades previstas para a zona de uso extensivo da RDS do Matupiri são
aquelas que, como já aludimos, são desenvolvidas ou as cuja comunidade pretende
implementar.
O ecoturismo é uma atividade que é desenvolvida na parte da foz do rio Matupiri
na TI Cunhã-Sapucaia, porém, o é por parte de empreendedores privados, constituindo-
se, portanto, numa atividade ainda potencial. A interação dos indígenas com
empreendedores privados, deu-lhes a visão do potencial de manejo de paisagem e
ecoturismo na área da RDS do Matupiri sob a iniciativa das populações do entorno.
A exploração de produtos florestais de pequena escala é uma atividade já
desenvolvida pelas comunidades da RDS, principalmente no tocante à extração de
produtos florestais madeireiros e não madeireiros para atendimento a necessidades de

212
autoabastecimento (casas, utensílios e embarcações). Necessário ressaltar não ser esta
atividade central para aquelas famílias. A pressão sobre os recursos florestais
madeireiros com fins comerciais abaixo demonstra ser necessário o disciplinamento
desta atividade – falaremos mais amiúde quando tratarmos da zona de uso intensivo.
A pesca artesanal é disseminada na Unidade de Conservação, sendo uma
atividade para autoconsumo, sendo realizada no próprio rio Igapó-Açu e Autaz-Mirim. A
pressão antrópica sobre este recurso é particularmente grave no rio Autaz-Mirim devido
a que aí moram poucos indígenas além de ser uma região mais próxima a Borba,
portanto mais exposta às invasões de pescadores ilegais que entram na área da RDS. Isso
demonstra ser necessário o zoneamento de áreas visando à garantia da reprodução dos
estoques pesqueiros.
A agricultura de pequena escala é praticada visando o autoabastecimento das
famílias constituindo-se na atividade principal das da Unidade, principalmente roçados
de mandioca para produção de farinha. Há pouco excedente dos produtos, portanto a
interação com o mercado da população do entorno ainda é pequena, embora que
constante.

Tabela 6. Zona Especial Madeireira.


% EM
TAMANHO RELAÇÃO À GRAU DE ATIVIDADES
N. CONCEITO
DA ÁREA ÁREA DA INTERVENÇÃO PERMISSÍVEIS
UC
Pesquisa
Científica

Esta zona é originaria da Monitoramento e


permissão de se realizar Proteção
o manejo florestal que Ambiental
1 91.969,00 ha 51,36% Moderada a alta,
tanto pode ser de escala
empresarial ou Manejo
comunitária Madeireiro em
Pequena escala
ou Empresarial

A exploração de produtos florestais madeireiros de pequena escala é uma


atividade já desenvolvida pelas comunidades do entorno da RDS, para atendimento a
necessidades de autoabastecimento (casas, utensílios e embarcações) e eventualmente

213
para venda no mercado de Borba. Portanto, devido à pressão sobre os recursos
florestais madeireiros com fins comerciais demonstra ser necessário o disciplinamento
desta atividade. Além disso, planos de manejo em pequena escala foram confeccionados
para a área da RDS antes e até mesmo após sua criação criando uma pressão vinda de
comerciantes e pequenos moveleiros residentes na área urbana de Borba.

Tabela 7. Zona de uso extensivo para pesca esportiva.


% EM
TAMANHO RELAÇÃO À GRAU DE ATIVIDADES
N. CONCEITO
DA ÁREA ÁREA DA INTERVENÇÃO PERMISSÍVEIS
UC
A intervenção não é
excessiva nem exagerada. Pesca Esportiva

É realizada com
moderação e prudência. Pesquisa
Científica
1 Exemplos: atividades 1.594,63 ha 0,89% Moderado
extrativistas, manejo
Monitoramento e
comunitário de não Proteção
madeiráveis, cabanas ou Ambiental

campings etc.

As atividades previstas para a zona de uso extensivo da RDS do Matupiri são


aquelas que, como já aludimos, são desenvolvidas ou as cuja comunidade pretende
implementar.O ecoturismo é uma atividade que é desenvolvida na parte da foz do rio
Matupiri na TI Cunhã-Sapucaia, porém, o é por parte de empreendedores privados,
constituindo-se, portanto, numa atividade ainda potencial. A interação dos indígenas
com empreendedores privados, deu-lhes a visão do potencial de manejo de paisagem e
ecoturismo na área da RDS do Matupiri sob a iniciativa das populações do entorno.
A exploração de produtos florestais de pequena escala é uma atividade já
desenvolvida pelas comunidades da RDS, principalmente no tocante à extração de
produtos florestais madeireiros e não madeireiros para atendimento a necessidades de
autoabastecimento (casas, utensílios e embarcações). Esta zona tem uma destinação
específica para a pesca esportiva e esta atividade foi disciplinada por regras de uso
especificas.

214
Segundo a Lei do SNUC (9985/2000, Art. 2, inciso 17), a zona de amortecimento,
é aquela onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas
com o propósito de minimizar seu impacto sobre a Unidade de Conservação. Seu
objetivo é a prevenção do efeito de borda, ou seja, da modificação na abundância relativa
e na composição das espécies na parte marginal daquele fragmento florestal - em nosso
caso da Unidade de Conservação (FORMAN & GORDON, 1986).
A zona de amortecimento não integra a Unidade, mas por ser uma área crucial
para a mesma, é sujeita e regras de zoneamento obrigatório de acordo com o SNUC
(2000). Assim, toda atividade impactante nessa área deve ser licenciada com anuência
do conselho consultivo da Unidade, para que tenham suas atividades liberadas pelo
órgão ambiental.
Com relação a tamanho, a resolução do CONAMA 13/1990 fixou um raio de 10
km de entorno a partir dos limites das Unidades. Porém, a resolução 428/2010 revogou
aquela resolução reduzindo aquela faixa para 3 km onde o desenvolvimento de
atividades que possam afetar a Unidade deverão ser licenciadas pelo órgão competente
quando for o caso.
Neste documento, levamos em consideração a regulação realizada pelo CONAMA
e assinalamos a zona de amortecimento da Unidade mas, numa perspectiva de corredor
ecológico e no afã de integração entre as diversas áreas protegidas ali existentes,
consideramos a existência destas mesmas áreas protegidas em seu entorno. Estas
subzonas do entorno da Unidade formam um continuum geográfico compartilhando
características florísticas, faunísticas, humanas etc. e, sendo formado por áreas
protegidas na área d influência da BR-319, tem o potencial de gestão integrada com
sinergia de programas, subprogramas e ações, integrando os diversos gestores do CEUC
nas Unidades estaduais e as populações tradicionais e indígenas ali moradoras num
ampla frente de vigilância e monitoramento em prol da conservação daquela parcela do
interflúvio Purus-Madeira.
O entorno da RDS do Matupiri é formada, em sua grande maioria em termos
geográficos, por áreas protegidas de diversos tipos: Projetos de Assentamento
Extrativista (PAE), Terras Indígenas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS),
um parque estadual e um. Essas áreas protegidas servem como anteparo às pressões

215
antrópicas na região, algumas delas exercendo um papel de tampão da BR-319, desde
Manaus. Isso não significa que essas áreas não sejam fragilizadas por conta da baixa
governança por parte dos órgãos gestores com responsabilidade sobre a área: o PAE
Tupana ainda não conta com moradores assentados, a TI Cunhã-Sapucaia padece das
debilidades da FUNAI e a área do Programa Terra Legal já apresenta sinais de grilagem e
desmatamento.
O entorno da RDS do Matupiri conta com as seguintes características e subzonas:

A) Sub Zona – Terra Indígena Cunhã-Sapucaia


A TI Cunhã-Sapucaia pertence ao povo Mura possuindo uma população de 387
indígenas sendo contígua a RDS do Matupiri, compartilhando das mesmas
características faunísticas e florísticas. Ali, os indígenas realizam atividades de manejo
de produtos florestais madeireiros e não-madeireiros sem regulação alguma, mas,
apesar disso, a presença deste tipo de área protegida, carrega a potencialidade de haver
maior integração de ações com mútuo crescimento.

B) Sub Zona Mosaico Madeira de Igapó-Açu


A RDS do Matupiri foi concebida para fazer parte do Mosaico Madeira-Igapó-Açu
que compreenderia Unidades de conservação da margem esquerda do rio Madeira,
porém este debate não foi suficientemente aprofundado. Nesta subzona,
compreendem—se as UCs estaduais o PAREST do Matupiri, a RDS do Rio Amapá e uma
Unidade de Conservação federal – PARNA Nascentes do Lago do Jari cujo objetivo é de
servirem de anteparo às pressões a se avolumarem quando do asfaltamento da BR-319.

RDS do Rio Amapá


Situada em Manicoré contando com mais de 200 mil ha, sua paisagem é variada:
Mata de Terra Firme (com alta densidade de castanheiras), Igapós, Campinas e
Campinaranas. A área é drenada pelos Rios Amapá e Jutaí, e é parte de um complexo de
campos isolados com alto endemismo. Seus campos apresentam ambientes especiais,
com espécies típicas de Cerrado e de Campina Amazônica. A região é uma importante
área de cabeceiras com drenagem superficial e sujeita a alagações sazonais. Não há

216
comunidades dentro da RDS, exceto poucas famílias que sazonalmente ocupam a área
para colher castanha do Brasil. A demanda pela criação da RDS partiu da Central das
Associações Agroextrativistas de Democracia (CAAD), formada por comunidades do
entorno do Rio Madeira e da AM-464. A existência de ambientes únicos, como as
Campinas, que abrigam espécies endêmicas de aves faz da RDS um lugar com imenso
potencial para o turismo científico, ornitológico, ecológico e educativo.

Parque Estadual do Matupiri


Abrange uma área de mais de 500 mil ha localizada nos municípios de Borba e
Manicoré. A reserva é cortada pelo rio Matupiri, afluente de água preta do rio Madeira. A
área do Parque faz fronteira com as terras indígenas Arari, Cunhã - Sapucaia, Pacovão -
Jutaí do Ingá, e com as reservas de uso Estaduais RDS do Rio Amapá e RDS Rio Madeira,
formando com estas o mosaico de unidades de conservação do centro-sul do Amazonas,
região de forte pressão de desmatamento por influência da revitalização da BR-319 e
pela construção de hidrelétricas e da hidrovia no rio Madeira.
Atributos naturais: grande diversidade biológica e cultural, onde comunidades
ribeirinhas, caboclas e indígenas convivem mantendo seus modos de vida tradicionais
ligados à extração de produtos da natureza. Abriga uma grande área composta de
ecossistemas alagados e não alagados e a região das nascentes do rio Matupiri, atuando
como uma área fonte de recursos naturais, repositora de grande parte da biodiversidade
utilizada pelas populações do entorno do parque. Também se destaca pela presença de
paisagens naturais formadas por grandes extensões de ecossistemas abertos tipo
cerrado, em meio a áreas de florestas, conhecidas como campos, campinas e
campinaranas, refletindo respectivamente um gradiente de aumento da biomassa
vegetal. O isolamento dessas áreas proporcionou uma diversidade particular em alguns
casos endêmica, sendo possível encontrar na região espécies típicas de áreas de cerrado
em meio à floresta, associadas com essas paisagens não florestais. No entorno do parque
existem 26 comunidades com cerca de 480 famílias que utilizam a agricultura, caça e
pesca como principais atividades de subsistência.

217
17. ESTRATÉGIA GERAL DE GESTÃO

218
Tendo em vista a missão e visão de futuro, no primeiro ciclo, a estratégia de
gestão da RDS deve considerar três aspectos – reparemos que estes aspectos são
compartilhados pelo PAREST Matupiri em vista que existem fatores semelhantes entre
ambas as UCs:

 Estreitamento da aliança com as populações indígenas e não-indígenas de seu


entorno com o objetivo de seu envolvimento na vigilância e monitoramento
constante de pressões antrópicas que compromete a integridade territorial e da
biodiversidade da Unidade;
 Integração com o PAREST do Matupiri visualizada nesta estratégia de gestão
como a Unidade com a qual a RDS do Matupiri se complementará absorvendo
atividades de uso sustentável ali existente, porém incompatíveis com a categoria
e objetivos do Parque;
 Proteção da integridade da Unidade através de ações constantes e planejadas de
vigilância em aliança com a população do entorno e de proteção via ações
sistemáticas de fiscalização;
 Promoção da produção de conhecimento científico acerca da biodiversidade
existente na Unidade incorporando os saberes tradicionais das populações
indígenas e não-indígenas do entorno;

17.1. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DO PLANO DE GESTÃO DA


RDS DO MATUPIRI

Atuar em sinergia com o PAREST do Matupiri sendo a ele complementar numa


dinâmica de gestão integrada compartilhando recursos e alguns Programas de Gestão
daquele, de modo a aliviar a pressão antrópica sobre ele exercido;
Servir como polo central na promoção do desenvolvimento sustentável das
comunidades naquele trecho da bacia do rio Madeira;
Numa dinâmica e sinergia e complementaridade com o PAREST Matupiri,
fomentar o manejo de produtos florestais madeireiros e não madeireiros em sua área;

219
Ordenar a utilização dos recursos naturais para uso de subsistência dos recursos
naturais e pesca esportiva nas zonas de uso extensivo da Unidade;
Efetivar o potencial turístico da RDS do Matupiri respeitando sua categoria e
objetivos de uso sustentável;
Com base nessas ilações e do diálogo com a população do entorno, a missão da
RDS do Matupiri é:
Com ampla participação, promover a conservação da biodiversidade
existente na Unidade contribuindo para a manutenção e reprodução da
biodiversidade impedindo ameaças à sua integridade, promovendo o uso
sustentável dos recursos naturais pela população do entorno, em sinergia
com as UC situadas sem eu entorno, de acordo com este Plano de Gestão
em co-gestão com o CEUC.

17.2. DIRETRIZES GERAIS PARA AS REGRAS DE USO DA RDS


DO MATUPIRI

Estas regras dizem respeito ao uso dos recursos que serão regulados por termos
de compromisso e aquelas regulações que são próprias a uma Unidade de Proteção
Integral.

1. As regras de uso têm como finalidade garantir o uso sustentável dos recursos
naturais da RDS do Matupiri mediante a regulamentação, através da celebração
de termos de compromisso, de condutas intervenientes sobre o meio biótico;
2. Todos os usuários são responsáveis diretos pela obediência das regras previstas
para a RDS do Matupiri, assim como o CEUC/SDS, IPAAM, os grupos de produção
e entidades organizadas em seu entorno;
3. O conselho gestor da RDS do Matupiri tem responsabilidade primeira na
aplicação destas regras assim como na punição a usuários que porventura
venham a quebrar as regras de uso aqui pactuadas.

220
17.3. REGRAS PARA ATIVIDADES ECOTURÍSTICAS NA RDS DO
MATUPIRI
1. Não será permitido o uso de bebida alcoólica no dia que estiver trabalhando na
atividade turística;
2. Fica proibido o relacionamento amoroso entre os turistas e os comunitários;
3. Todo turista deve estar obrigatoriamente acompanhado por pelo menos um
comunitário;
4. Os turistas não podem andar sem roupa na UC;
5. Os barcos de turismo só poderão atracar onde for permitido pelos comunitários;
6. As agencias ou empresas de turismo serão responsáveis em recolher o lixo
produzido durante a atividade turística;
7. Só será permitido trabalhar com a atividade turística as pessoas do local ou
município que forem capacitadas
8. Todos os turistas e as pessoas que estiverem trabalhando devem estar com a
vacina em dia ficando isto sob responsabilidade da agência de turismo e equipe
de saúde de Borba;
9. As embarcações devem diminuir a velocidade ao passar pelas aldeias ou
comunidades e ao cruzar com outras embarcações (pequenas canoas ou rabetas);
10. As pessoas de fora – as agências e operadoras deverão ter autorização das aldeias
ou comunidades para trabalhar na UC com turismo;
11. Os turistas não deverão fazer fogo nas praias nem em nenhum outro local;
12. Os turistas só poderão acampar nos locais permitidos pelas aldeias e
comunidades;
13. Não será permitido oferecer caça aos turistas;
14. Quem não seguir as regras será suspenso da atividade por período que deverá ser
avaliado dependendo da gravidade;
15. Os turistas deverão fazer uso do colete salva-vidas na atividade turística;
16. É proibido levar qualquer material biológico e/ou mineral ou qualquer outro
recurso natural pelos turistas, sem autorização dos órgãos competentes.

221
17.4. REGRAS PARA ATIVIDADE DE PESCA ESPORTIVA NA RDS
DO MATUPIRI

1. O anzol deve ser liso;


2. Não será permitido transportar peixe para fora da UC (nem vivo nem morto);
3. Será permitido o consumo de tucunarés (maior de 40 cm), dentro da UC sendo
três peixes por grupo de pescadores;
4. Deve se ter cuidado ao manusear o peixe (ex. não demora com o peixe fisgado;
soltar o peixe na beira longe do boto);
5. Será permitido a curricagem com motor de popa em baixa velocidade;
6. Horários para diária: 7-11; 13-17 h – somando 8 h por dia, caso passe deste
horário, será pago hora extra;
7. Só será permitida a contratação de indígena ou comunitário para lavagem das
embarcações (zelar, cuidar, guardar etc.). O pagamento será por embarcação
lavada;
8. Não poderá estragar peixe preparando comida japonesa.

17.5. REGRAS PARA MANEJO FLORESTAL COMUNITÁRIO NA


RDS DO MATUPIRI

1. As atividades de manejo florestal serão realizadas pelos moradores da área do


entorno da RDS do Matupiri por aqueles usuários de recursos da UC que morem na
área urbana desde que, reconhecidos pelos moradores do entorno, pelo Conselho
gestor e pelo CEUC;
2. Será permitida a realização de manejo florestal de pequena escala individual para
aqueles planos já licenciados ou tramitando no IPAAM, que atendam a regra 1;
3. Será criado um GT no Conselho para avaliar a situação dos planos de manejo já
licenciados ou em fase de licenciamento para os não usuários que tenham CDRU
emitidas;
4. Os responsáveis pelo manejo ou as lideranças, juntamente com o órgão gestor
deverão identificar as pessoas que residem no entorno da Unidade;

222
5. O lixo produzido durante a atividade do manejo deverá ser recolhido;
6. O uso da motosserra será permitido com regras especificas para o manejo;
7. Evitar o desperdício de madeira colhida no plano de manejo;
8. Os responsáveis pelo manejo ou as lideranças, juntamente com o órgão gestor
deverão identificar as pessoas ou interessados que têm aptidão para trabalhar
com manejo;
9. Serão permitidos apenas acesso a área de manejo de pessoas utilizando EP.

17.6. REGRAS DE USO PARA MANEJO DE PRODUTOS


FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS NO ENTORNO DA RDS DO
MATUPIRI

1. Quando cortar o ouriço da castanha virar a abertura para baixo;


2. Só poderão coletar castanha, os moradores da área do entorno;
3. Utilização de boas práticas da coleta de castanha;
4. Utilizar EPI;
5. Acordar o período da coleta de castanha junto aos produtores;
6. Não pode derrubar castanheira;
7. Limpeza das estradas de castanha;
8. Não pode tirar óleo de copaíba com machado;
9. Não derrubar a árvore de copaíba;
10. Respeitar as áreas de uso de cada morador;
11. Só vai tirar óleo de copaíba quem estiver capacitado;
12. Não misturar o óleo vegetal para garantir a qualidade da produção.

223
18. PROGRAMAS DE GESTÃO

224
Inicialmente vale ressaltar a complementaridade entre os Planos de Gestão do
PAREST Matupiri e da RDS do Matupiri pelas razões elencadas na introdução deste
Volume.
Os Planos de gestão inseridos no Volume II do Plano de Gestão da RDS do
Matupiri foram exaustivamente debatidos na Oficina de Planejamento Participativo,
sendo elementos centrais para a gestão da Unidade conjuntamente com os moradores e
usuários do entorno do PAREST Matupiri.
Porém, a opção metodológica na formulação do Volume II, de comum acordo com
os participantes das Oficinas de Planejamento Participativo, caminhou no sentido de
formularem-se Programas e subprogramas de gestão em continuidade com as ações já
desenvolvidas pela população do entorno e de se formular Programas de seu interesse
imediato. Além disso, procurou-se formular programas enxutos, portanto factíveis em
vista das constrições financeiras e de recursos humanos do órgão gestor, levado em
conta a fragilidade dos moradores do entorno da Unidade. A equipe que debateu e
formulou este volume do Plano de Gestão procurou não introduzir elementos ora
estranhos ao público-alvo.
Assim é que, por exemplo, o Programa de Uso Público é focado na pesca esportiva
e no ecoturismo.Obviamente, as potencialidades de uso público do Parque são inúmeras:
Bird watching, visitação, turismo científico etc., porém, por mais interessante que isso
fosse, os indígenas e moradores do entorno da Unidade não sabem do que se trata e
teriam flagrantes dificuldades em formular programas e subprogramas neste sentido.
Não seria política e pedagogicamente correto por parte da equipe técnica, impor
Programas, tarefas, atribuições etc. a uma população em fase de fortalecimento e com
um grau baixo de informação. Tampouco seria prudente do ponto de vista da iniciante
implantação do Plano de Gestão, sobrecarregar o órgão gestor, o conselho e moradores
com ações e atividades neste momento fora da realidade daquela população.
Os Programas de Gestão do PAREST Matupiri constam daqueles programas que
qualificamos como de praxe de acordo com o Roteiro Metodológico – pesquisa,
monitoramento e vigilância. Além destes existem dois programas inovadores – o

225
programa de entorno e o de construção dos termos de compromisso para uso
sustentável de alguns recursos na área do Parque.
Os programas de gestão da RDS do Matupiri, conforme orientação do Roteiro
Metodológico é o detalhamento da estratégia geral e têm o objetivo de fomentar o
desenvolvimento da pesquisa científica, das atividades geradoras de renda, do manejo
dos recursos naturais, garantir da proteção da biodiversidade e dos meios necessários
para implementar a Unidade e o Plano de Gestão. Os programas propostos estão
estruturados em cinco linhas básicas: Conhecimento, Uso Público, Entorno, Vigilância,
Manejo do Meio Ambiente, Apoio às Comunidades e Operacionalização.
A RDS do Matupiri contará com programas e subprogramas de gestão focados no
desenvolvimento sustentável do entorno da Unidade com objetivo de geração de renda
para aquelas populações com ganhos para a conservação do PAREST do Matupiri
igualmente, assim, esta Unidade investirá nas populações do entorno da RDS
qualificando-a para uso público e uso sustentável desta Unidade. Assim, ver-se-á a
similaridade entre os Programas e subprogramas de gestão do PAREST e da RDS.
Levou-se em consideração que os primeiros 5 (cinco) anos a partir da aprovação
do Plano de Gestão serão o primeiro ciclo de gestão da Unidade, e consideramos na
construção dos Programas e subprogramas os elementos evidenciados na estratégia de
gestão da Unidade no debate mais amplo sobre a Amazônia e sua especificidade
enquanto ecossistema.
Em sua construção concorreu o aporte técnico do órgão gestor com o objetivo de
qualificar programas ou subprogramas de cunho eminentemente técnico – tais como uso
público, pesquisa, monitoramento e manejo florestal comunitário. Este elemento foi
importante porque evitou o perigo do amadorismo tão presente em ações deste tipo
junto a comunidades, contribuindo assim para a possibilidade de êxito.
Finalmente, na construção dos Programas de Gestão concorreu também a
vontade dos moradores do entorno da Unidade de construir um processo que
contemplasse a legislação e os objetivos do Parque tendo como pano de fundo o
interesse público visualizado pela decretação d RDS do Matupiri.

226
18.1. PROGRAMA DE CONHECIMENTO E DIVULGAÇÃO

São propostos para a RDS do Matupiri a promoção de estudos biofísicos e ações


de monitoramento para as atividades potencialmente impactantes sobre a Unidade,
além da promoção do conhecimento da imensa biodiversidade existente da RDS, assim
como das populações ancestrais que ali residiram.

Neste primeiro ciclo de gestão, o Programa de Conhecimento se propõe a:

 Promover o mapeamento biológico da biodiversidade existente nas áreas de


floresta da RDS do Matupiri com o intuito de compreender as interações
bióticas do local;
 Promover a pesquisa científica com espécies de uso costumeiro na linha de
ecologia, sustentabilidade, técnicas de uso e manejo, beneficiamento, mercado
e comercialização de modo a contribuir no desenvolvimento sustentável das
comunidades da Unidade;
 Promover estudos e pesquisa científica arqueológicas com a finalidade
aprofundar o conhecimento acerca das populações ancestrais que ali se
instalaram;
 Promover a divulgação científica periódica de uma gama de estudos
promovidos na Unidade de modo a tornar público no meio científico e
acadêmico o acúmulo de informações e estudos ali realizados.

Este Programa traz em os seguintes subprogramas e atividades:

227
Tabela 8. Programa de Conhecimento e Divulgação.

18.1.1 Subprograma Pesquisa Científica e Monitoramento

META DE INICIO DE EXECUÇÃO


PARCERIAS
AÇÃO ATIVIDADES MEIOS DE VERIFICAÇÃO
INSTITUCIONAIS
2014 2015 2016 2017 2018

Envolver dois Centros de Ensino


Articular centros de e Pesquisa e duas fontes de INPA, UFAM,
pesquisa científica e fontes financiamento de ciência UEA, 1. Número de centros de
de financiamento para envolvidas até final de 2015. FAPEAM, pesquisa, de fontes de
viabilizar estudos cientifica CNPq, WWF- financiamento e editais de
na RDS do Matupiri Articular a FAPEAM para Brasil, Programa pesquisa.
confecção de editais para Arpa
pesquisa na região da BR-319

Continuidade do
desenvolvimento de pesquisa de
1. Publicações científicas
base sobre flora e fauna local;
realizadas com base nos
Realizar do inventário biológico
estudos realizados Na RDS do
das espécies madeireiras e não
Matupiri
madeireiras existentes na RDS
CEUC/SDS,
Levantamento de informações
Plano de detalhamento da UFAM 2. Banco de Dados com
nos mercados locais tanto para
biodiversidade da RDS do UEA inventário biológico das
fauna aquática quanto a terrestre
Matupiri INPA espécies com existentes na
Realizar pesquisas com espécies
FAPEAM RDS do Matupiri
da fauna potenciais para o
manejo: jacaré, lontras, bicho de
casco
Realizar pesquisas com espécies
da fauna como: anta, paca, sucuri,
macacos barrigudos e guariba
228
Realizar estudos de espécies
madeireiras com potencial de
alocação no mercado via manejo
florestal
Priorizar estudos de espécies não
madeireiras como: castanha,
cipó, copaíba, andiroba, palha-
branca e açaí
Levantamento sobre abelhas sem
ferrão - meliponicultura
Realizar estudos sociais voltados
para áreas de uso indígenas,
relações histórica com a área
Promover estudos sobre s
espécies
1. Banco de Dados com
Promover avaliação da CEUC/SDS,
Realizar de estudo acerca do inventário biológico das
capacidade de suporte das UFAM, UEA,
impacto da pesca esportiva espécies objeto da pesca
espécies utilizadas na pesca INPA, FAPEAM,
n RDS do Matupiri esportiva
esportiva associações locais
2. Relatórios de impacto
Mensuração de impacto sobre as
populações nestas áreas
SDS/CEUC
1. Plano de monitoramento
SIPAM,
elaborado e em plena
INPE
implementação
Instituições de
2. Avaliar o impacto sócio 2. Parceiras institucionais
pesquisas,
Implementar Plano de econômico comunitário e articuladas com disposição de
comunidades,
Monitoramento Ambiental ambiental do turismo na RDS do recursos humanos e
IPAAM,
Matupiri financeiros
IBAMA
3. Relatórios gerados pelas
ICMBIO,
parcerias envolvidas na
BPA
temática
FUNAI

229
SDS/CEUC
1 Monitoramento in loco de focos
SIPAM, INPE 1. Formalização de parcerias
Implementar o de desmatamento no entorno da
Instituições de com instituições públicas de
monitoramento comunitário Unidade de Conservação;
Pesquisas pesquisa;
e via satélite do
Organizações
desmatamento e queimadas 2 Geração de informações
comunitárias 2. Articulação institucional;
nas áreas do entorno da georreferenciadas;
IPAAM, IBAMA 3. Aceite do Conselho Gestor
Unidade 3 Divulgação das informações
ICMBIO da Unidade
geradas
BPA, FUNAI

1. Dez Agentes Ambientais


1. Capacitação dos Agentes
SDS/CEUC Voluntários capacitados para
Ambientais Voluntários com
INPE monitoramento de recursos
enfoque m monitoramento de
Programa de Instituições de pesqueiros;
recursos pesqueiros na RDS do
monitoramento de recursos pesquisas
Matupiri;
pesqueiros na RDS do Organizações 2. Relatórios de
Matupiri comunitárias, monitoramento sendo
2. Monitoramento periódico dos
Secretaria da gerados periodicamente e
recursos pesqueiros nos cursos
Pesca (AM) sendo discutidos com
d'água da RDS do Matupiri
comunidades e poder público;
Promover a divulgação de 1. Número de publicações
CEUC/SDS
estudos e pesquisas 1. Promover a publicação concretizadas
FAPEAM
realizada na RDS do em varias linguagens e formatos
UFAM
Matupiri de estudos 2. Número de eventos
INPA
realizados

Promover eventos de CEUC/SDS


1. Número de eventos
divulgação no meio FAPEAM
2. Realizar de eventos realizados
acadêmico dos estudos e UFAM
pesquisas realizadas na RDS INPA
do Matupiri

230
18.2. PROGRAMA DE USO PÚBLICO

O uso público se apresenta como potencial interessante para geração de renda


para as populações do Entorno da Unidade contribuindo assim para sua conservação e
vigilância.
Na RDS do Matupiri ocorrem atividades de visitação realizadas de maneira
desorganizada e sem conhecimento do órgão gestor da Unidade. Devido a sua
proximidade de Borba e ao fato do rio Autaz-Mirim estar situado fora da TI Cunhã-
Sapucaia, é frequente que pescadores recreativos com vários tipos de embarcação
entrem na área da Unidade de modo que a frequência deste tipo de atores é bastante
grande na região.
O Programa de uso público da RDS do Matupiri incidirá sobre a população de seu
entorno de modo a que a estas entradas na RDS sejam disciplinadas através de um
programa de ecoturismo consistente e bem estruturado e, por conta disso, a população
do entorno se tornará beneficiária da Unidade pelo usufruto desta oportunidade,
fazendo com que a RDS cumpra sua função social e ambiental.
A estratégia para desenvolvimento do uso público na RDS do Matupiri será a
seguinte:
 Articular o envolvimento dos usuários da RDS do Matupiri de modo a que
seja parte importante no disciplinamento e vigilância das atividades de visitação;
 Construir um programa de uso público que abranja as várias
possibilidades de uso público da RDS;
 Envolver recursos humanos técnicos da área de turismo formados pela
Universidade do Estado do Amazonas em Borba como forma de promover o
envolvimento dos moradores urbanos com a questão da conservação;
 Através do programa de uso público garantir maior gestão territorial da
área da Unidade.

O Programa de uso público da RDS do Matupiri contará com os seguintes


subprogramas:

231
Tabela 9. Programa de Uso Público.

18.2.1 Subprograma de Ecoturismo

META DE INICIO DE EXECUÇÃO


PARCERIAS MEIOS DE
AÇÃO ATIVIDADES
INSTITUCIONAIS VERIFICAÇÃO 2014 2015 2016 2017 2018

CEUC/SDS
Realizar de capacitação nas aldeias
Agências
a. Guias
Capacitação e CETAM
b. Piloteiros e mecânica Relatórios das
formação de recursos Marinha
c. Manipulação de alimentos atividades
humanos para Secretaria de Cultura
d. Gastronomia regional Listas de presença
turismo e Meio Ambiente de
Realizar de um curso sobre gestão de Registros fotográficos
Borba
turismo
UEA
Realizar curso de noções básicas de inglês
AMAZONASTUR

Relatórios das
Intercâmbio e troca de Realizar de duas viagens de intercâmbio com
atividades
experiências UCs com programa de ecoturismo CEUC/SDS
Listas de presença
consolidado
Registros fotográficos

Realizar de oficinas para identificação e


CEUC/SDS
Levantamento de levantamento de atrativos Relatórios das
UEA
informações acerca Realizar de Oficina de criação de roteiros atividades
CETAM
dos atrativos locais turísticos Listas de presença
SEBRAE
Realizar de oficina para elaboração de mapa Registros fotográficos
Agências
turístico

232
Identificação dos locais de hospedagem
existentes no Parque
Levantamento de Identificação dos locais para provimento de CEUC/SDS
Relatórios das
infraestrutura e alimentação no Parque; UEA
atividades
dimensionamento de Identificação dos locais para locação de CETAM
Listas de presença
infraestrutura futura equipamentos de camping SEBRAE
Registros fotográficos
Construção de plano de infraestrutura
turística situada no entorno para o Parque
para recebimento de turistas
Projeto piloto e
validação com CEUC/SDS Relatório de atividades
Promover a validação dos roteiros turísticos
instituições dos Agencias Registros fotográficos
roteiros turísticos

Captar recursos para melhoria da ADS


Programa de captação infraestrutura AFEAM Um contrato assinados
de recursos Aquisição de equipamentos para Bancos ao ano
diversificação das atividades SEPROR

233
Tabela 10. Programa de Ecoturismo.

18.2.2 Subprograma de Divulgação

META DE INICIO DE EXECUÇÃO


PARCERIAS MEIOS DE
AÇÃO ATIVIDADES
INSTITUCIONAIS VERIFICAÇÃO
2014 2015 2016 2017 2018

Promover a divulgação do ecoturismo na


RDS do Matupiri e entorno
Página da internet
Construir um plano de desenvolvimento do
atualizada;
ecoturismo no rio Autaz-Mirim
Material de divulgação
Criação de um site na internet sobre o
impresso;
Plano de divulgação ecoturismo na Unidade e entorno
Placas afixadas nas
do ecoturismo na RDS Fixação de placas de sinalização de atrativos CEUC/SDS
entradas da Unidade
do Matupiri e entorno nos acessos da Unidade AMAZONASTUR
Turistas e viajantes
Elaboração de panfletos, folders Prefeitura Municipal
informados sobre as
Colocar spots comerciais de divulgação do de Borba
regras para ecoturismo
ecoturismo nas rádios locais de Borba Agências
na Unidade e entorno
Colocação de banners nos hotéis e
restaurantes de Borba e região

234
18.3. PROGRAMA DE PROTEÇÃO E VIGILÂNCIA
O diálogo com os atores sociais envolvidos com a consolidação tanto do PAREST
como da RDS do Matupiri permitiu que o Programa de Monitoramento aposto neste
Plano de Gestão fosse confeccionado de modo integrado de maneira a que a ação
conjunta entre os atores do entorno para o monitoramento seja o máximo possível.
Portanto, este programa tem total similitude com aquele construído para o PAREST
Matupiri de modo a que estas ações ocorram de modo sinérgico e integrado,
potencializando a presença do Estado, a ação das parcerias a vigilância e fiscalização de
maneira a acabar com as constantes invasões que ocorrem na área da RDS.
No trabalho realizado com os mesmos nos mapas do complexo Parque/RDS do
Matupiri e entorno, foram categorizados os tipos de pressão sobre a área da RDS –
muitas assemelhadas com as exercidas sobre o território do PAREST.
Por “invasões” os atores qualificam as ações de entrada ilegal e não autorizada no
Parque realizadas por atores de fora. Tais “invasores” são de extração muito diversa –
podendo ser moradores dos municípios vizinhos com o hábito de entrar no Parque para
caçar para entretenimento e/ou comercializar recursos predados do Parque como ovos
de quelônios, peixe e carne de caça. Estes podem ser pessoas bem situadas nas
sociedades locais como políticos, empresários e comerciantes até simples homens do
povo. Todos irmanados no saque aos recursos das UCs da região.
As áreas de penetração dos invasores são múltiplas:
1. A partir de Borba, entram no rio Autaz-Mirim, sem dúvida a região mais
fragilizada da RDS devido a sua proximidade de Borba e do rio Madeira;
2. Também desde Borba, o rio Igapó-Açu é ponto de entrada de invasores que
adentram no rio Matupiri, porém aí os indígenas exercem uma forte vigilância porque
os invasores passam pelas aldeias em direção o Parque e a RDS.
Portanto, no processo de construção deste Plano de Gestão, pensou-se a região
como um todo e ambas as Unidades como compartilhadas em termos de pressões e
vigilância. Também no caso da RDS do Matupiri, pensou-se o envolvimento da prefeitura
de Borba porquanto é necessário que se envolva nas atividades de vigilância em vista de
sua legitimidade institucional e suas atribuições legais. Mediante estes balizamentos, o
Programa de Vigilância da RDS do Matupiri composto pelos seguintes subprogramas:

235
Tabela 11. Programa de Proteção e Vigilância.

18.3.1 Subprograma de Monitoramento in loco das Ameaças e Invasões

PERÍODO
MEIOS DE
AÇÃO PONTOS FRÁGEIS TIPO DE PREDAÇÃO PERÍODO DE EXECUÇÃO DE
VERIFICAÇÃO
EXECUÇÃO

Retirada ilegal de madeira e Setembro e Outubro


Caça (verão)
Realizar de seis viagens/ano de
fiscalização na região do entorno que
compõem o PAE Matupiri/Ramal de Transporte da madeira ilegal Março/Abril (inverno)
Manicoré

Exercer a vigilância e Caça e Pesca ilegal Julho/Agosto Fotos


fiscalização das áreas
Relatórios de
fragilizadas do Parque e 2014-2018
Caça de bicho de casco Agosto/setembro atividade de
RDS do Matupiri
Realizar de duas viagens/ano de campo
fiscalização no rio Matupiri
Caça Junho

Junho/julho/setembro/out
Caça
ubro
Realizar de duas viagens de
fiscalização no rio Autaz-Mirim
Caça de bicho de casco Setembro/outubro

236
Tabela 12. Programa de Proteção e Vigilância: Comunicação.

18.3.2 Subprograma de Comunicação em Tempo Real de Invasões e Ameaças

PARCERIAS META DE INICIO DE EXECUÇÃO


MEIOS DE
AÇÃO ATIVIDADES INSTITUCIONAI
VERIFICAÇÃO
S 2014 2015 2016 2017 2018

Montagem de sistema de
CEUC/SDS Sistemas de
comunicação tempo real Aquisição de cinco (cinco) radio comunicadores
Prefeitura de comunicação
de ameaças e invasões para pontos de monitoramento na RDS
Borba operando

Tabela 13. Programa de Proteção e Vigilância: Recursos Humanos.

18.3.3 Subprograma de Formação de Recursos Humanos Locais para Conservação

META DE INICIO DE EXECUÇÃO


PARCERIAS MEIOS DE
AÇÃO ATIVIDADES
INSTITUCIONAIS VERIFICAÇÃO
2014 2015 2016 2017 2018

Formatar um programa de capacitação de agentes CEUC/SDS


ambientais voluntários Associações
Formação de recursos
locais Lista de frequência
humanos locais para Realizar de curso de legislação ambiental para a FUNAI Fotografias
conservação guarda municipal de Borba Prefeitura de
Realizar de um curso sobre legislação indigenista Borba
para a guarda municipal de Borba

237
18.4. PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE

Este Programa te como objetivo articular ações efetivas de manejo de recursos


naturais de forma sustentável de maneira a fortalecer as atividades produtivas e
assegurar a conservação da biodiversidade local, aliando técnicas e práticas de manejo
com a proteção e manutenção dos recursos e integridade física da Unidade.
No caso da RDS do Matupiri, estas atividades transcorrem para auto
abastecimento da população sendo realizadas com pouco volume e pouca interação com
o mercado. Esta, quando se dá, ocorre de maneira esporádica e pouco sistemática no
mercado de Borba na comercialização de pequenas quantidades de madeira, peixes e
farinha.
Pelo fato já aludido de que tanto a RDS como o PARETS Matupiri compartilham
da mesma população de entorno, o Programa do Manejo do Meio Ambiente da RDS do
Matupiri corresponde ao Programa de Entorno do PARETS Matupiri, devendo ambos se
desenrolar de forma integrada.

O objetivo do Programa de Manejo do Meio Ambiente na RDS do Matupiri é:


 Fomentar e organizar o uso sustentável dos recursos naturais da Unidade
de modo a promover a melhoria da qualidade de vida das populações usuárias.

O Programa de Manejo do Meio Ambiente conta com os seguintes e


subprogramas:

238
Tabela 14. Programa Manejo do Meio ambiente

18.4.1 Subprograma de Manejo Florestal Comunitário

META DE INICIO DE EXECUÇÃO


PARCERIAS
AÇÃO ATIVIDADES MEIOS DE VERIFICAÇÃO
INSTITUCIONAIS
2 2 2 2 2
014 015 016 017 018
Realizar capacitações em
manejo florestal
comunitário

Promover intercâmbios com EUC


outras UCs onde já se realiza
o manejo florestal IDAM
comunitário
Definir as áreas a serem IPAAM
manejadas
IEB
Implementar o manejo Adquirir equipamento de
proteção individual Relatórios
florestal comunitário na SFB
Fotografias
RDS do Matupiri com a
Realizar levantamento do Listas de presença
população IDESAM,
potencial madeireiro da RDS
do Matupiri
Prefeitura de Borba
Elaboração do plano de
manejo florestal Associação de
comunitário
manejadores
Definição das UPAs e UPs

Entrada no processo de
licenciamento no IPAAM
Realizar exploração de
Em aberto
madeira licenciada
239
Levantamento dos
potenciais compradores
para a madeira manejada

Realizar a caracterização da Estimativa de rentabilidade Moveleiros de Borba,


cadeia produtiva da da madeira manejada ADS, prefeitura de
madeira na região com
Borba
vistas à sua comercialização

Promoção do escoamento da
produção da madeira
manejada

Mensuração dos impactos


das atividades – mai/2014
CEUC, UFAM, IMPA,
Realizar o monitoramento
Serviço Florestal
pós-exploratório
Mensuração da renda Brasileiro, UEA
familiar – dez2016

240
Tabela 15. Programa Manejo do Meio Ambiente - Não Madeireiro.

18.4.2 Subprograma de Manejo de Produtos Florestais Não Madeireiros

META DE INICIO DE EXECUÇÃO


PARCERIAS
AÇÃO ATIVIDADES MEIOS DE VERIFICAÇÃO
INSTITUCIONAIS 2 2 2 2 2
014 015 016 017 018
Realizar capacitação em
boas práticas de castanha
Realizar o mapeamento dos
castanhais da área do
entorno da RDS do Matupiri
Realizar a identificação da
Implementar o manejo da cadeia produtiva da
castanha do Brasil nas castanha
comunidades e aldeias do CEUC
Realizar um intercâmbio
entorno da RDS do Matupiri Secretaria de
com experiência exitosa na
região amazônica produção de Borba
Construir paióis para SEPRO
armazenamento de castanha
ADS
Coleta e secagem da Relatórios
CONAB
castanha Fotografias
COVEMA Listas de presença
Escoamento da produção FUNAI

Implementar o manejo de Realizar capacitação em


óleos vegetais nas aldeias e boas práticas de extração de
comunidades do entorno da óleos vegetais

241
RDS do Matupiri
Realizar o mapeamento das
copaibeiras

Promover intercâmbios com


outras UCs onde já se realiza
o manejo de óleos vegetais

Adquirir equipamentos para


beneficiamento de óleos

Apoiar comercialização dos


óleos manejados na UC

242
18.5. PROGRAMA DE APOIO ÀS COMUNIDADES E ALDEIAS
O Programa de Apoio às Comunidades e Aldeias do entorno da RDS do Matupiri
tem como objetivo

 Organizar os moradores com vistas a conseguirem de maneira


organizada fazer a interlocução junto ao órgão gestor em favor do cumprimento
dos objetivos da Unidade;
 Organizar os usuários para o bom manejo e comercialização dos
produtos da sociobiodiversidade manejados na Unidade;
 Capacitar e aperfeiçoar os instrumentos de gestão administrativa
direcionada a associações comunitárias.

O Programa de Apoio às Comunidades contam com os seguintes subprogramas:

243
Tabela 16. Programa de Apoio as Comunidades e Aldeias.

18.5.1 Promover a Criação de Associação dos Usuários da RDS e do PAREST do Matupiri

META DE INICIO DE EXECUÇÃO


PARCERIAS
AÇÃO ATIVIDADES MEIOS DE VERIFICAÇÃO
INSTITUCIONAIS
2014 2015 2016 2017 2018

Realizar capacitações em
associativismo e
cooperativismo
CEUC
Promover a criação de Levantar documentos SEBRAE
Memórias de reuniões
associação dos moradores necessários para criação da OCB
associação Fotografias
usuários de ambas UCs IEB
IDAM
Realizar os trâmites Prefeitura de Borba
necessários para o processo
de criação da associação de
usuários

244
19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

245
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