Anda di halaman 1dari 3

A Linha

A linha marca o caminho e o caminho marca a linha

A linha marca a pegada mas também o que caminha

Assim como o mar marca a areia e a areia marca o mar

A linha quando é puxada

Dá vontade de soltar

Mas a linha também é trilha pra seguir o caminhar

A linha não é pra prender

A linha não é pra amarrar

A linha é um esconderijo

É um porto, é um abrigo

Pra gente poder se ver

Pra gente se conhecer

Pra gente poder aprender

A se perder e se encontrar

A linha é o ponto e a ponte

Pra gente poder costurar

A linha é pra perceber

A linha é pra aprimorar

A linha não é pra cindir

Não é pra aniquilar

A linha é que faz tecer o que se quiser inventar

A linha alinhava tudo por onde a gente passar

A linha pesponta o passo

A linha remenda o laço

E conserta até buraco

A linha é fluxo vivente


É sol do nascer ao poente

É vida a se emaranhar

A linha não se suspende

É fina, é delicada

Mas também é precisa, certeira

É ágil, é sorrateira

É fio que entra na pele

Uma fenda que talvez revele

Muito que não quer se mostrar

Atravessa o nosso avesso

Deixa o coração aceso

A cada picada que dá

É um nó emaranhado

Um monte de fio amarrado

Numa rede bem bonita

Comprida, invisível e infinita

Que desenha o nosso ser

É raiz, é caule, é semente

É flor que floresce e cresce

Pra alma poder brotar

A linha também é gesto

É corpo, é manifesto

A linha também é lampejo

É o desejo de um realejo

De um dia poder a-cor-dar

A linha não é pão e migalha.

A linha é prego de farfalha.


A linha é uma vó conselheira

É uma velha costureira

A linha é muié rendeira

A linha é muié rendá.

(Camilla Farias – 01/12/2017)

Anda mungkin juga menyukai