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5.2.

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA:


Princípio da continuidade normativo típica significa a manutenção do caráter proibido da
conduta, porém com o deslocamento do conteúdo criminoso para outro tipo penal. Nesse
caso, a intenção do legislador é manter o caráter delituoso da conduta.
Exemplo clássico de aplicação desse princípio é a alteração produzida pela Lei 12.015/09,
nos crimes de estupro (art. 213 CP) e atentado violento ao pudor (art. 214 CP).
ANTES DA LEI 12.015/09 DEPOIS DA LEI 12.015/09
Estupro Estupro
Art. 213 - Constranger mulher à conjunção Art. 213. Constranger alguém, mediante
carnal, mediante violência ou grave ameaça: violência ou grave ameaça, a ter conjunção
Pena - reclusão, de três a oito anos. carnal ou a praticar ou permitir que com ele
se pratique outro ato libidinoso.
Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Atentado violento ao pudor


Art. 214 - Constranger alguém, mediante
violência ou grave ameaça, a praticar ou
permitir que com ele se pratique ato REVOGADO
libidinoso diverso da conjunção carnal:
Pena - reclusão de dois a sete anos.
Perceba que a conduta do antigo delito de atentado violento ao pudor permaneceu sendo
punida, porém migrou do revogado art. 214 para o art. 213, passando a ser considerado
como estupro.
IMPORTANTE não confundir o princípio da continuidade normativo típica com a figura da
abolitio criminis. No primeiro ocorre apenas a revogação formal do tipo penal, mas a
conduta permanece sendo punida em outro dispositivo penal, enquanto no segundo ocorre
a supressão da figura criminosa, ou seja, o fato deixa de ser considerado formal e
materialmente típico.
5.3. LEI INTERMEDIÁRIA:
É possível que entre a data da prática do delito e a data do julgamento, três leis se sucedam
no tempo, uma revogando a outra, regulando o mesmo assunto. Nessa situação, também é
possível que a segunda lei (a lei intermediária) seja a mais benéfica das três. Veja
graficamente a situação:

A lei intermediária possui simultaneamente as duas espécies de EXTRA-ATIVIDADE da lei


penal, sendo ULTRA-ATIVA e RETROATIVA ao mesmo tempo.
LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL:
LEI TEMPORÁRIA:
É aquela instituída por um prazo determinado, ou seja, é a lei que criminaliza determinada
conduta, porém prefixando, no seu texto, lapso para sua vigência.
Temos um exemplo recente de lei temporária em nosso ordenamento, a conhecida Lei
geral da copa (Lei 12.663/12), que prevê determinados delitos de utilização indevida dos
símbolos oficiais da FIFA (arts. 30 a 33), como por exemplo:
Art. 30. Reproduzir, imitar, falsificar ou modificar indevidamente quaisquer Símbolos
Oficiais de titularidade da FIFA:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa.
De acordo com o art. 36 da referida lei, todos os delitos ali previstos teriam vigência até o
dia 31 de dezembro de 2014:
Art. 36. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro
de 2014.
LEI EXCEPCIONAL:
É editada em função de algum evento transitório, como estado de guerra, calamidade ou
qualquer outra necessidade estatal. Perdura enquanto existir o estado de emergência.
Exemplo:
Com a crise hídrica vivida atualmente, poderíamos imaginar um exemplo de lei excepcional
em que seria crime lavar o carro ou calçada durante o período em que os reservatórios de
água estivessem abaixo dos níveis normais.
CARACTERÍSTICAS DAS LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS:
Tanto as leis temporárias quanto as leis excepcionais possuem duas características próprias:
AUTORREVOGABILIDADE e ULTRA-ATIVIDADE.

AUTORREVOGABILIDADE significa que ambas estarão revogadas assim que encerrado o


prazo fixado pela própria lei (no caso de lei temporária) ou assim que cessada a situação de
anormalidade (no caso de lei excepcional).

ULTRA-ATIVIDADE significa que os fatos praticados durante a sua vigência serão alcançados
por ela ainda que tenha se esgotado o prazo de sua duração (temporária) ou cessada a
situação de anormalidade (excepcional).
NORMA PENAL EM BRANCO E IRRETROATIVIDADE DO COMPLEMENTO TEMPORÁRIO OU
EXCEPCIONAL:
Como já vimos em oportunidade anterior, a lei benéfica ao réu, por mandamento
constitucional (art. 5º, XL da CF/88), deve retroagir e alcançar os fatos praticados antes do
início de sua vigência.
Essa retroatividade benéfica só não acontecerá se o fato for regido por lei temporária ou
excepcional e tiver sido praticado durante a sua vigência.
Nas normas penais em branco (NPB) a mesma regra deve ser aplicada, ou seja, se o a norma
complementar for revestida de caráter excepcional, ela continuará sendo aplicada a todos os
fatos que tiverem sido praticados durante o seu período de vigência.
Exemplo:
A Lei 1.521/51 enumera os crimes contra a economia popular. Em seu art. 2º, VI,
especificamente prevê:
Art. 2º. São crimes desta natureza:
VI - transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias, ou de serviços essenciais, bem
como expor à venda ou oferecer ao público ou vender tais gêneros, mercadorias ou
serviços, por preço superior ao tabelado, assim como não manter afixadas, em lugar visível
e de fácil leitura, as tabelas de preços aprovadas pelos órgãos competentes;

Ou seja, o dispositivo acima transcrito é uma norma penal em branco heterogênea, tendo
em vista que uma norma infralegal deverá ser editada estabelecendo a tabela oficial de
preços de determinadas mercadorias durante uma situação de excepcionalidade.

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