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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

ELIANE GOUVEIA MACEDO

JOGOS E BRINCADEIRAS E A

SUA RELAÇÃO COM A PSICOMOTRICIDADE


DOI: 10.13140/RG.2.2.11329.40808

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado à Universidade São Judas
Tadeu, como parte obrigatória para
obtenção do título licenciado em Pedagogia.

Data de aprovação:

São Paulo, ___ de __________ de 20__.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________
Prof. Dr. Edson Martins Junior
Orientador

_____________________________
Profª. Drª. Dinéia Hypólitto

_____________________________
Profª. Drª. Erika Hokama
Dedico esta nova conquista, este
trabalho, em especial a meu esposo
Jorge, que me apoiou e deu suporte
necessário, a meus filhos Tiago e Lorena,
pela compreensão de minhas ausências
e foram meus parceiros de toda hora, à
minha mãe Dª Izabel, meu pai Waldemar
(in memoriam) todos grandes
incentivadores e aos meus irmãos, fiéis
companheiros.
AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente à Deus, por ter me concedido saúde, força e


disposição para fazer a faculdade e o trabalho de final de curso. Sem ele, nada disso
seria possível.
Sou grata a todos os professores que contribuíram com a minha trajetória
acadêmica, especialmente a Profª. Drª. Cristina Aparecida Colasanto e Profª. Drª.
Dinéia Hypólitto, por toda dedicação carinhosamente oferecida a esta eterna aprendiz.
Agradeço ao Prof. Dr. Edson Martins Junior, responsável pela orientação do
meu projeto. Obrigado por esclarecer tantas dúvidas e ser tão atencioso e paciente.
Agradeço a Universidade São Judas, que ao longo da minha formação
ofereceu um ambiente de estudo agradável, motivador e repleto de oportunidades.
Por fim agradeço a todas as pessoas que de uma alguma forma me ajudaram
a acreditar em mim eu quero deixar um agradecimento eterno, porque sem elas não
teria sido possível
“Brincar com a criança não é perder tempo, é ganhá-lo;
se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é
vê-los sentados, tolhidos e enfileirados em uma sala de
aula sem ar, com atividades mecanizadas, exercícios
estéreis, sem valor para formação dos homens críticos
e transformadores de uma sociedade.”

Carlos Drummond de Andrade.


Resumo

O presente trabalho pretende apresentar uma definição de jogos e


brincadeiras, sua relevância na educação e analisar as possíveis
contribuições que a psicomotricidade proporciona ao
desenvolvimento global da criança no ensino fundamental. Como
metodologia foi utilizada uma revisão literária através de livros e
artigos, para melhor entendimento da ludicidade e da
psicomotricidade e como estas, interligadas, beneficia o
desenvolvimento da criança. Ficou evidente que os jogos e
brincadeiras constituem-se por si só situações de aprendizagem. As
regras e a imaginação estimulam a criticidade e criatividade da
criança promovendo avanços em seus comportamentos, tanto no que
diz respeito ao relacionamento com os demais como também quanto
a questões que envolvem a desinibição, oralidade, psicomotricidade,
entre outros.

Palavras-chave: Jogos; Brincadeiras; Ludicidade; Psicomotricidade.


Abstract

The present work intends to present a definition of games and games,


their relevance in education and analyse the possible contributions
that psychomotricity provides to the overall development of the child in
elementary school. As methodology was used a literary revision
through books and articles, to better understand ludicity and
psychomotricity and how these, interlinked, benefits child
development. It became clear that games and jokes are in themselves
learning situations. Rules and imagination stimulate the child's
creativity and creativity by promoting advances in their behaviour’s,
both in relation to the relationship with others and in matters involving
disinhibition, orality, psychomotricity, among others.

Keyword: Games, Jokes, Playfulness, Psychomotricity.


Resumen

El presente trabajo pretende presentar una definición de juegos y


juguetes, su relevancia en la educación y analizar las posibles
contribuciones que la psicomotricidad proporciona al desarrollo global
del niño en primer y segundo grados. Como metodología se utilizó una
revisión literaria a través de libros y artículos, para mejor
entendimiento de la ludicidad y de la psicomotricidad y cómo éstas,
interconectadas, beneficia el desarrollo de los chicos. Es evidente que
los juegos y los juguetes se constituyen por sí solos en situaciones de
aprendizaje. Las reglas y la imaginación estimulan la criticidad y
creatividad del niño promoviendo avances en sus comportamientos,
tanto en lo que se refiere a la relación con los demás, como también
a cuestiones que involucran la desinhibición, la oralidad, la
psicomotricidad, entre otros.

Palabras clave: Juegos, Juguetes, Ludicidad, Psicomotricidad.


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO. ..................................................................................................... 9
Problema............................................................................................................... 10

OBJETIVOS. ............................................................................................................. 11
Objetivo Geral....................................................................................................... 11
Objetivos Específicos. ......................................................................................... 11

METODOLOGIA ....................................................................................................... 11

JUSTIFICATIVA. ....................................................................................................... 11

1. REFERÊNCIAL TEÓRICO. ................................................................................ 13


1.1. Legislação ................................................................................................... 13
1.2. O que é Ludicidade..................................................................................... 13
1.3. Ludicidade e a sua importância. ............................................................... 16
1.4. Psicomotricidade ........................................................................................ 19
1.5. A relação no âmbito da escola .................................................................. 20
1.6. Desenvolvimento da criança ..................................................................... 21
1.7. A importância da escola ............................................................................ 26
1.8. Psicomotricidade na escola. ..................................................................... 27
1.9. Habilidades ................................................................................................. 28
1.10. Recursos. .................................................................................................... 29
1.11. Benefícios. .................................................................................................. 30

2. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS. ......................................................................... 33

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
9

APRESENTAÇÃO.

Pretende-se com este trabalho demonstrar a relevância dos jogos e


brincadeiras lúdicas no desenvolvimento da psicomotricidade na educação dos alunos
dos anos iniciais do ensino fundamental. Estamos passando por um período de
infinitas informações que atrapalha a noção do que é necessário ensinar e
proporcionar para os alunos.
As novas tecnologias utilizadas atualmente causaram ampla mudança na
Educação, dando origem a novas maneiras de aprendizado, transmissão de
conhecimento e, sobretudo, outras formas relacionamento entre professor e aluno. A
revolução trazida pela rede mundial possibilita que a informação gerada em qualquer
lugar esteja disponível rapidamente. Pois com o uso das tecnologias pode-se vivenciar
processos participativos de compartilhamento entre o ensinar e o aprender, através
de uma comunicação aberta, de constante motivação num processo dinâmico e
amplo.
As crianças precisam ser incentivadas a vivências lúdicas, significativas, que
explorem a criação, a emoção e a sensibilidade, é na ludicidade que ela terá o contato
com estes elementos fundamentais para a construção humana. A criança precisa de
estímulo para adquirir novos saberes e se apropriar de seus conhecimentos. O
educador deverá incentivá-la em suas criações, valorizar suas diversas formas de
expressão e de se comunicar com o meio.
O lúdico proporciona ao educador trabalhar alguns elementos importantes
como a percepção de si mesmo e do outro além, de possibilitar o reconhecimento de
si mesmo através do outro. Uma das consequências relevantes disso é a possibilidade
de se colocar no lugar daquele que é diferente de si: o outro. Contudo deve haver uma
dosagem entre a utilização do brincar como forma de obtenção dos objetivos
escolares e também a forma de brincar espontaneamente.
A Educação é um período importante para formação do ser humano e possui
características e necessidades específicas. Nesse nível de ensino, é importante
valorizar as vivências e o mundo das crianças, por meio de atividades próprias da
cultura infantil (atividades lúdicas e imaginativas) que possam garantir o interesse e a
motivação sendo assim, as brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento da
criatividade da criança, para o conhecimento de mundo, de seu corpo e de sua
história. Por meio das brincadeiras, a criança constrói novas formas de atuar com o
meio, com o outro e consigo. O ato de brincar permite à criança entrar em um mundo
onde tudo pode ser possível dentro do que é real.
10

Entretanto, os jogos e brincadeiras devem ser para as crianças uma práxis


aprazível, repleta de imaginação, de autoconhecimento e de oportunidade de
entender o mundo, quase uma recreação. A ludicidade desempenha positivamente
uma influência em todos os momentos do enriquecimento cognitivo da criança,
inclusive no ambiente escolar. O ato de brincar é uma necessidade para uma criança,
relativamente considerável, equivalendo-se a alimentação e de se vestir, tornando-se
parte da natureza infantil, e indubitavelmente necessita ser, uma atividade agradável
na educação da criança.
A finalidade é proporcionar condições onde a criança possa fazer uma
exploração e observação do espaço com atitude de investigação e curiosidade,
entendendo-se como integrante ao mesmo tempo interdependente de seus colegas e
agentes de transformação do seu meio, e a importância do brincar com outras
crianças.
Em observância ao tema deste trabalho, esta dissertação pretende colaborar
com a reflexão sobre a forma de importância que o lúdico possui, mas, com o olhar
da psicomotricidade tem no desenvolvimento da criança.
Não devemos considerar o lúdico apenas como brincadeiras superficiais, sem
valor, pois no verdadeiro e profundo brincar, promove o crescimento cognitivo da
criança em diversos enfoques: experimentações, ampliação verbal, psicomotricidade
grossa e fina, dissolução de problemas e processos mentais.
Em concordância com essa perspectiva, os jogos e brincadeiras são de
relevância imensurável para a criança e para o processamento de todo o seu
desenvolvimento, não ficando tangenciado somente ao ato de jogar ou brincar, e sim
a sua evolução de maneira global.

Problema.
As pesquisas indicam que cada vez mais, o lúdico, que tem grande importância
no desenvolvimento da criança, está desaparecendo do espaço escolar, e até mesmo
os profissionais da área, evitam introduzir o lúdico como uma das ferramentas
fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças, em seus conteúdos
dados em sala de aula. Diante disto, cabe a seguinte questão;

Qual a relevância dos jogos e brincadeiras lúdicas no desenvolvimento


da psicomotricidade na educação dos alunos dos anos iniciais do ensino
fundamental?
11

OBJETIVOS.
Diante da questão levantada, pode-se ressaltar que este projeto tem os
seguintes objetivos:

Objetivo Geral.
Rever, na bibliografia existente, os estudos relativos à ludicidade voltadas à
psicomotricidade, com a finalidade de contribuir e favorecer o desempenho geral dos
alunos.

Objetivos Específicos.

• Discriminar alguns elementos importantes a serem trabalhados com os alunos.


• Constatar se o lúdico é facilitador do desenvolvimento psicomotor da criança.
• Identificar as linguagens que podem colaborar na educação lúdica.
• Rever a legislação pertinente a educação lúdica.

METODOLOGIA

A metodologia adotada, neste trabalho, será de natureza pesquisa bibliográfica


qualitativa, com base em livros e legislações de alguns autores que tratam sobre o
assunto, (GIL, 1999). A pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia
já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas, impressa escrita e nos
sites sabidamente confiáveis. Os problemas mencionados nesta investigação, que
utilizará inicialmente, para considerações mais abrangentes, a importância da
ludicidade para psicomotricidade do educando nos anos iniciais da educação
fundamental.

JUSTIFICATIVA.

A ludicidade na educação da criança proporciona uma aprendizagem de


maneira prazerosa, também dinâmica e apresentam celeridade no processo de
desenvolvimento e na obtenção de novos saberes. Ensinar de maneira segura e
atualizada, facilitando a aquisição de conhecimento através do jogo lúdico é a forma
mais prazerosa. Desta forma os alunos estão aprendendo de forma diferenciada,
através de jogos em sala de aula.
12

O jogo é uma das ações mais usadas, devido ao fato de articular as várias
percepções, possibilitando que o aluno compreenda tudo e tenha sua aquisição de
conhecimentos de forma significativa. Se faz necessário destacar que a palavra
“lúdico” provem do latim ludus que significa jogo infantil, diversão e recreação, ficando
também maior o seu alcance, mas também se refere ao ato de jogar usando regras
em referência a uma socialização.
A relevância deste trabalho, se dá pela importância deste tema, por sua
utilização em salas de aulas, pois poucas famílias podem ou sabem como a ludicidade
pode contribuir com aquisição cognitiva de seus filhos. Ao se separar as crianças do
ambiente lúdico estão automaticamente ignorando seus próprios conhecimentos, pois
quando a criança entra na escola ela já possui algumas experiências que lhes foram
proporcionadas através das brincadeiras e do jogo.
Inúmeras obras de conceituados autores, destaque para Brougère (2010),
Freinet (2004), Fröbel (2001), Piaget (1998), Rousseau (2017), Vygotsky (2007),
Wallon (1989), demonstram a grande relevância da ludicidade para o crescimento
cognitivo, contudo infelizmente, mesmo com toda produção literária, ainda assim, não
houve sucesso em mudar concepções e práticas educativas que limitam a ludicidade
a uma simples atividade paralela, sem grande valor no contexto formativo da criança.
Para amparar ainda mais os objetivos propostos e afiançar o que foi
demonstrado neste projeto, elegeu-se estes: Celso Antunes, Ivani Fazenda, Gilda
Rizzo, Tizuko Morchida Kishimoto e Vitor Marinho Oliveira, bem como as legislações
pertinentes ao assunto. Dito o anteposto, voltamos ao assunto focal deste projeto.
13

1. REFERÊNCIAL TEÓRICO.
Existem diversos autores que abordam sobre estes temas, e para este projeto
foram utilizadas obras e publicações de especialistas que descrevem com seriedade
a importância da ludicidade e da psicomotricidade na educação lúdica e da utilização
dos jogos em salas de aulas e na escola, com observância da psicomotridade.

1.1. Legislação sobre Educação.


De acordo com legislação brasileira, que determina que a educação no Brasil
seja dividida em três níveis de educação escolar: a Educação Infantil, o Ensino
Fundamental e o Ensino Médio, como pode ser encontrado na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, L.D.B. 9394 (1996, p. 11 - 12).
Art.29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade
o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade.
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão.
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três
anos.

Podemos observar no Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil


(BRASIL, 1998, p. 27, v. 01):
A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar
progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a
interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais
diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço
singular de constituição infantil.

Os jogos e brincadeiras melhoram a cognição da criança, proporcionando um


direcionamento a seu modo de pensar de modo cada vez mais equilibrado,
melhorando a aprendizagem no decorrer do seu amadurecimento.
Ao expandir seus potenciais, a criança aprende a interagir com as pessoas,
ansiedades e assim, vencendo suas dificuldades tomando decisões nas situações
conflituosas. Por exemplo, quando os jogos e brincadeiras se tornam desafio que
estimulam novas descobertas. Dito isto, o lúdico, é feito por meio de jogos,
brincadeiras, atividades criativas, ludismo a ludicidade na educação infantil.

1.2. O que é Ludicidade.


Quando a criança nasce, ainda não aprendeu a brincar, contudo ela necessita
aprender, por meio da convivência outras crianças e com adultos. Ela aprende por
meio do manuseio de objetos e brinquedos, diversas maneiras de brincar.
14

Segundo Vygotsky (2007), Piaget (1998), Brougère (2010), ao brincar, a criança


estabelece a relação corpo e movimento, sendo traduzidos e expressos por meio da
gestualidade, e essa, por sua vez, refere-se à representação, o entendimento e
percepção de mundo que a criança tem. A sociabilidade dos jogos e brincadeiras
possibilita um estreitamento dos laços afetivos da sociedade, gerando integração e
unidade do grupo.
De certo modo, incluir os jogos e as brincadeiras de determinado grupo pode
ressaltar a sua composição social, os seus preconceitos e os seus valores.
De tal modo, percebemos que todas as habilidades cognitivas e emocionais
são edificadas ao longo da vida da criança pelo método de intercâmbio da criança
com o ambiente.
Tanto Piaget (1998) quanto Wallon (1989) compartilham que esse
procedimento é responsável pela obtenção do conhecimento, organizado de acordo
com a história, pelas gerações antecedentes, desde a formação da espécie até a
atualidade. Adicione então a emoção como elemento determinante no processo de
mediação no ensino-aprendizagem.
Criança que brinca, tem possibilidade de aprender mais e com qualidade, e o
professor que se compromete a usar essa ferramenta facilitadora da aprendizagem
também aprende. É brincando que a criança atribui sentido ao seu mundo, como ela
o interpreta e o assimila. O brincar poderá ser o reflexo da vida real de uma criança.
É por isso que para Vygotsky 2007, p. 114)., a brincadeira:
Cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando os seus
desejos a um “eu” fictício, ao seu papel na brincadeira e suas regras. Dessa maneira,
as maiores aquisições de uma criança são conseguidas pelo brinquedo, aquisições que
no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação e moralidade

Os jogos e brincadeiras revelam uma dimensão bucólica implícita e supõe um


ambiente de encontro e jogo entre as palavras, as coisas, o mundo e o ser. Bem como
um cruzamento de surpresas que implica um reencontro de possibilidades de efeitos
de sentido, na elucubração mental da criança.
Pinheiro (1999) apud Mendonça (2009, p. 22) alerta que sobre a importância
do afeto “a sua importância é primordial, pois considera o alimento afetivo tão
imprescindível, como os nutrientes orgânicos”.
15

O brincar desperta emoções e sensações de bem-estar, liberta das angústias


e joga para fora as emoções ruins, ajudando a criança a entender os sentimentos
negativos que fazem parte do dia a dia da criança. Brincando a criança aprende a
lidar com o mundo, formando sua identidade pessoal e autonomia, experimenta
sentimentos bons como o amor, e ruins como o medo e a insegurança, sentimentos
esses presentes na vida cotidiana.
É preponderante o professor ter competência e habilidade de sugerir,
esquematizar, preparar e realizar jogos e brincadeiras, além da capacidade de
produzir contextos de ensino/aprendizagem; desvendar, analisar, escolher e produzir
elementos educativos; incentivar e incitar os educandos com objetivo de desenvolver
a criticidade nos alunos e um ensino mais igualitário, fazendo com que o ensino
apresente uma propriedade mais expressiva.
Portanto, o lúdico é qualquer atividade que quando executada propicia o
prazer. Para os especialistas e professores, de uma forma geral, lúdico é aprender
brincando, com prazer, tornando o aprendizado significativo já que trabalha a
socialização, a memorização, desenvolve o lado emocional, psicológico, motor e
cognitivo.
Sob a ótica de Vygotsky (2007) e Wallon (1989), a ludicidade, proporciona à
criança um desenvolvimento mais natural e criativo, e é um dos aliados na educação,
pois beneficia a formação da individualidade, do cognitivo, do afetivo, do social,
suscitando benefícios didáticos, onde os conteúdos são convertidos em atividades
mais atraentes e envolventes, o que subsidia o aluno a ordenar, de maneira eficaz, o
conhecimento.
Na proporção em que a criança aumenta suas experimentações, seu corpo já
não é suficiente para as brincadeiras. A proporção que a criança evolui, as
brincadeiras vão assumindo uma dimensão mais socializante, em que os participantes
se encontram, tem uma atividade comum e aprende a coexistência com tudo que lhes
possibilita aprender, como o lidar com o respeito mútuo, partilhar brinquedos, dividir
tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva.
De acordo com Kishimoto (2013, p. 45), “a aprendizagem lúdica é assunto que
tem conquistado espaço no panorama educacional.” Os jogos e as brincadeiras são a
essência da criança, e utilizá-los como ferramentas no cotidiano escolar possibilita a
produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento da criança.
16

Portanto, precisamos perceber a escola como um espaço para os alunos


vivenciarem a ludicidade como meio para desenvolverem a atenção, o raciocínio, a
criatividade e a aprendizagem significativa, que na nossa pesquisa terá o foco em
turma de alfabetização.
Os jogos e brincadeiras no cotidiano escolar de sala de aula em turma de
alfabetização vêm ganhando mais espaço, uma vez que percebemos seu caráter
criativo, imaginário, inovador e sociabilizador. O desenvolvimento integral da criança
é perceptível, pois, a mesma busca compreender o mundo que a cerca e construir de
forma única e participativa sua relação com o conhecimento.
É importante que os jogos e brincadeiras sejam utilizados como instrumentos
de apoio, constituindo elementos úteis no reforço de conteúdos já apreendidos
anteriormente. Em contrapartida, essa ferramenta de ensino deve ser instrutiva,
transformada numa disputa divertida, e, que consiga, de forma sutil, desenvolver um
caminho correto ao aluno.
Vale ressaltar que a ludicidade, é de suma importância também na
adolescência e vida adulta.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem,
o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental,
prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização
comunicação, expressão e construção do conhecimento. (SANTOS, 1997, p. 93).

Em paralelo a ludicidade se faz preponderante entender o funcionamento


emocional e motor do indivíduo e utiliza outras brincadeiras para corrigir as alterações
à nível mental, emocional ou físico, de acordo com a necessidade de cada um, e isto
faremos por meio da psicomotricidade.

1.3. Ludicidade e a sua importância.


A importância da ludicidade fica evidente com o desenvolvimento cognitivo e
sócio afetivo, por contribuir com a evolução integral das crianças, para entender e
participar intensamente do mundo em que vive, a criança deve brincar, pois brincando
a criança desenvolve seu senso de sociabilidade, sua expressividade, sentimentos.
Segundo Oliveira (1985) a ludicidade consiste em:
[...] um recurso metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e
natural. Estimula a crítica, a criatividade, a sociabilização. Sendo, portanto
reconhecido como uma das atividades mais significativas, senão a mais significativa,
pelo seu conteúdo pedagógico social. (p. 74)
17

Assim, o lúdico passa a ser uma ponte entre a educação e a criança, pois a
criança é um ser essencialmente brincante, resiste, luta, fantasia, tem força e energia.
O trabalho sustentado na ação do brincar permite interferir, com base nas
observações seletivas que são realizadas, nas construções de aprendizagens das
crianças. A capacidade de imitação realizada pelas crianças sinaliza os avanços da
capacidade perceptiva e do desenvolvimento do pensamento.
Através da imitação as crianças representam ações observadas no dia-a-dia
que não são compreendidas por elas e desta forma colocando-se na visão de atores
se colocam em situações diversificadas a fim de compreendê-las transformando os
processos mais elementares de pensamentos em processos superiores. Nesse
sentido o Referencial Curricular Nacional do Ensino Infantil, aponta;
Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor possa
ajudar a criança a identificar suas necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las
de forma adequada. Assim, cuidar da criança é sobretudo dar atenção a ela como
pessoa que está num contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua
singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades. Isto inclui
interessar-se sobre o que a criança sente, pensa, o que ela sabe sobre si e sobre o
mundo, visando à ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, que aos
poucos a tornarão mais independente e mais autônoma. (p. 25).

No processo de aprendizagem precisa estar presente a afetividade, pois os dois


caminhando juntos o resultado será muito mais significativo e melhor.
O professor, como principal responsável pela organização das situações de
aprendizagem, deve saber o valor da brincadeira para o desenvolvimento do aluno.
Cabe a ele oferecer um espaço que mescle brincadeira com as aulas cotidianas, um
ambiente favorável à aprendizagem escolar e que proporcione alegria, prazer,
movimento e solidariedade no ato de brincar. Antunes (2001, p. 55), assim demonstra:
Um professor que adora o que faz, que se empolga com o que ensina, que se mostra
sedutor em relação aos saberes de sua disciplina, que apresenta seu tema sempre em
situações de desafios, estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de
obter reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da
profissão, das relações humanas, da turma…

Mesmo assim, com tantos relatos de estudiosos, alguns educadores não os


utilizam, seja pela falta de conhecimento, ou por não acreditar na eficácia do método.
O jogo é uma atividade que age no desenvolvimento de forma integral e que
possibilita a formação do homem na sua totalidade. Quando brinca, a criança utiliza a
imaginação, o raciocínio, a atenção, a memória e a criatividade.
18

Nesse sentido, cabe ao educador a variação e a adaptação do jogo, mediando


para o que pretende melhorar em seus alunos, podendo trabalhar tanto o
desenvolvimento físico, como social e acuidade dos sentidos.
No entanto, é necessário que o educador conheça a variedade de jogos que
pode utilizar e como aplicar os mesmos, planejando suas atividades de forma clara e
direcionando-as para as áreas do desenvolvimento que pretende intervir ou
conhecimento que pretende construir com seu aluno. Nesse ponto, Antunes (2003, p.
180) aponta;
O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o
indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza
o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação
das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço,
envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real.

Nos jogos, os indivíduos precisam se deparar com situações problema para


que sejam estimulados corretamente, sendo justamente estes desafios que darão
sentido ao jogo. Precisam apresentar alguma situação de impasse em que venha a
se desenvolver uma solução.
Sobre a ludicidade, a autora Rizzo (2001, p. 40) assegura, “… A atividade lúdica
pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no
desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação
intelectual.”.
Para a autora Kishimoto (2013, p. 102), a construção de espaços lúdicos
também devemos pensar nas tecnologias:
Mudam suas formas de transmissão e conservação e não prevalecem apenas formas
orais, há outros meios iconográficos e midiáticos, favorecidos pelas novas tecnologias
e meios de comunicação. Desse modo, pode-se dizer que o brincar do passado
continua no presente, modificando sua forma de transmissão, com conteúdo e
materiais que acompanham os novos tempos, mas permanece a estrutura da
brincadeira.

Cabe ressaltar que o professor deve se aprimorar, se aperfeiçoar, pois isso se


torna essencial em sua vida profissional, para se tornar competente e comprometido
com os resultados de sua tarefa educativa. Se não se qualifica não sabe como fazer
desse dom algo sublime. Segundo a autora Fazenda (2008, p. 10).
Aprender a pesquisar, fazendo pesquisa, é próprio de uma educação interdisciplinar,
que, segundo nossos dados, deveria se iniciar desde a pré-escola. Uma das
possibilidades de execução de um projeto interdisciplinar na universidade é a pesquisa
coletiva, em que exista uma pesquisa nuclear que catalise as preocupações dos
diferentes pesquisadores, e pesquisas-satélites em que cada um possa ter o seu pensar
individual e solitário. Na pesquisa interdisciplinar, está a possibilidade de que cada
pesquisador possa revelar a sua própria potencialidade, a sua própria competência.
19

A opção pelo uso pedagógico dos computadores e das novas tecnologias não
é, e jamais deve ser entendida como, simplesmente “uma nova maneira de maquiar
velhas práticas educacionais”, mas sim uma opção ideológica por romper com essas
práticas.

1.4. Psicomotricidade
No começo de sua vida quando a memória e imaginação são inativas, a criança
presta atenção em coisas que afetem o seu sentido, por isso é importante deixa-la
tocar objetos, pois assim ela aprende;

Ao sentir o calor, o frio, a dureza, a moleza, o peso, a leveza dos corpos, a julgar seu
tamanho, sua forma e todas as sua qualidade sensíveis, olhando, apalpando, ouvindo
e principalmente comparando a vista ao tato, estimando pelo olhar a sensação que
provocariam em seus dedos. (ROUSSEAU, 2017, p. 592).
A criança precisa ser estimulada na Educação, sem perder a ludicidade que
envolve e de acordo com suas faixas etárias.
Para Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP), ela, a psicomotricidade
é a ciência que estuda o homem através de seu corpo em movimento, em relação
com o mundo interno e externo com as possibilidades de perceber, atuar e agir com
o outro, com os objetos e consigo mesmo relacionado ao processo de maturação,
onde o corpo é origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
Para Oliveira (2005) acrescenta que “é na brincadeira que a criança explora e
experimenta as relações com o mundo e consigo mesma”. De acordo com o autor, os
jogos favorecem o equilíbrio afetivo da criança e contribuem para o processo de
apropriação dos signos sociais.
A Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP), entidade de caráter
cientifica cultural sem fins lucrativos, foi fundada em 19 de abril de 1980 com o intuito
de lutar pela regulamentação da profissão, unir os profissionais da psicomotricidade e
contribuir para o progresso da ciência. Para ela, a psicomotricidade é a disciplina que
estuda o homem através de seu corpo em movimento, em relação com o mundo
interno e externo com as possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os
objetos e consigo mesmo relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é
origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
Uma das finalidades da psicomotricidade é preparar a base para a educação
daquelas capacidades indispensáveis à aprendizagem escolar, evitando dificuldades
tão comuns à alfabetização.
20

Sob esta premissa, a psicomotricidade tem o objetivo de enxergar o ser


humano em sua totalidade. O essencial é a intenção a significação e a expressão do
movimento, traduzindo o psiquismo de cada indivíduo. A estimulação psicomotora
adequada vem colaborar com instauração do sujeito, pois põe a criança em jogo com
o objeto, com o meio e com ela própria.
Tal estimulação levará o sujeito a experimentações concretas e significativas,
possibilitando a ele manipular e se apropriar do meio em que está inserido,
comunicando-se com ele; organizando-se e desorganizando-se, para chegar à
construção de uma base sólida que o estruture enquanto sujeito.
Porém, na ação concreta no brincar emita o papel social do outro. Esta
capacidade de representação corporal do imaginário evoca o pensamento ativo,
criativo e crítico.
Mediante reflexão, a psicomotricidade oferecerá subsídios viáveis para
enriquecer a prática do professor, bem como apontará que o brincar é o caminho para
constantes mudanças que precisarão ser inseridas no cotidiano escolar
potencializando o trabalho de prevenção e dificuldade aprendizagem.
Especialistas, professores, pedagogos, concordam que através dos jogos e
brincadeiras há um maior interesse nas atividades desenvolvidas por parte dos
alunos. O jogo é um excelente recurso para facilitar a aprendizagem. Neste sentido,
Carvalho (2007, p. 28) afirma que;
[...] o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo
e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se
modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade,
denotando-se, portanto em jogo.

O ato de brincar é construtivo da natureza humana é o que nos torna capazes


de lidar com a realidade e a amadurecer conceitos, dando significados aos
acontecimentos do nosso mundo. Tempos atrás as crianças costumavam brincar nas
ruas com vizinhos, amigos, primos, etc. sem que dessem muitas preocupações aos
pais ou responsáveis.

1.5. A relação no âmbito da escola


No transcorrer do presente trabalho é observado que os jogos e as brincadeiras
são práxis e procedimentos indispensáveis e essenciais ao desenvolvimento da
criança, pois eles permitem produção de conhecimento com alegria e diversão, se
transformando em uma ferramenta facilitadora nos métodos pedagógicos
educacionais.
21

Segundo Vásquez (1977, p. 241) a práxis pode ser descrita,


a práxis é, na verdade, atividade teórico-prática; ou seja, tem um lado ideal, teórico, e
um lado material, propriamente prático, com a particularidade de que só parcialmente,
por um processo de abstração, podemos separar, isolar um do outro.
Assim, sem a consciência da prática, ou seja, sem a práxis, o professor não
percebe que sua prática pedagógica, vai sendo construída pouco a pouco, sobre a
base das interpretações das situações em que se vê envolvido em suas escolas e
salas de aula e, do resultado das decisões que adota.
De tal maneira que, se torna essencial ao entendimento dos métodos que
abrangem a psicomotricidade, da mesma maneira que, seu uso no ambiente
educacional, a educação psicomotora.
Conforme Cauduro, as crianças se comunicam através de movimentos,
aprende sobre si mesma, quem ela é e o que é capaz de fazer. “Antes mesmo de
falar, a criança se comunica através de movimentos, da dança e dos ritmos. O
desenvolvimento da criança é avaliado por meio desses movimentos” (CAUDURO,
2001, p. 46).
Analisando a relevância destes estudos para o setor educacional, notadamente
nos subsídios para a evolução de conhecimento dos alunos, entender o
desenvolvimento da criança se faz necessário para a compreensão da trajetória do
trabalho.

1.6. Desenvolvimento da criança

Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível


cognitivo, emocional, físico e do comportamento, por toda existência. A cada fase
surgem características específicas. Existem métodos de medir o desenvolvimento que
aplicamos a grande maioria das crianças para cada fase de desenvolvimento.
Entretanto, cada criança é um indivíduo e pode haver diferenças nestas fases de
desenvolvimento, sem se falar, propriamente, de problemas.
Várias sociedades possuem sua ideia do que vem a ser criança. Esta forma
depende de fatores como: classe social, religiosidade, cultura e educação. Um país
de dimensões continentais como o Brasil mostra este posicionamento, devido as suas
diferenças de regiões e classes econômicas. Uma criança pode ser considerada como
trabalhadora que auxilia na renda familiar, uma criança da mesma idade é tratada com
total diferença.
22

O desenvolvimento, portanto, é a reunião de métodos dinâmicos e sucessivos


que acontecem no ser humano, desde o nascimento até sua morte, e que decorre da
relação entre o sistema nervoso, o sistema neuromuscular, o sistema endócrino e o
ambiente que circunda o indivíduo por toda sua vida. O desenvolvimento é
considerado como a relação entre a hereditariedade e o ambiente ao longo do tempo.
Os anos intermediários, entre os seis aos doze anos, são usualmente
denominados como anos escolares, uma vez que a escola estabelece como rotina
principal nesta fase da vida.
Dos 6 aos 10 anos, as transformações físicas da criança ocorrem num ritmo
mais lento. Onde fica perceptível o desenvolvimento intelectual. Aprender a ler e
escrever abre o mais importante canal de comunicação com o mundo.
Segundo Macedo (2015, p. 2).
Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível cognitivo,
emocional, físico e do comportamento, por toda existência. A cada fase surgem
características específicas. Existem métodos de medir o desenvolvimento que
aplicamos a grande maioria das crianças para cada fase de desenvolvimento.
Entretanto, cada criança é um indivíduo e pode haver diferenças nestas fases de
desenvolvimento, sem se falar, propriamente, de problemas.

É hora de ajudar, estimulando as brincadeiras e promovendo muita leitura em


família. Os avanços dessa época trazem alterações de humor. Chegou a hora de
socializar. Os amigos ganham importância, embora os pais continuem sendo a
referência principal.
Durante o período de 6 a 12 anos, mudanças ocorrem no desenvolvimento das
crianças, a saber: aprendizagem das funções do sexo, desenvolvimento da
consciência, mudanças dos cuidados próprios, independência na tomada de decisão
de atividades próprias, mudança de tarefas sociais relacionadas aos pais para o grupo
de companheiros. Há desenvolvimento de uma escala de valores e internalização de
regras, primeiramente transmitida pelos pais e depois pela escola e o contato com os
amigos. Parece que da experiência em grupos aprende-se a necessidade de regras.
A criança constrói regras quando controla seu relacionamento com o outro,
coloca-se no lugar do outro percebendo o ponto de vista das ideias e dos sentimentos
dos parceiros (reciprocidade).
23

As crianças possuem necessidades sociais e buscam outras crianças para a


realização de suas atividades lúdicas. Esse processo permite que os sentimentos
egoístas cedam lugar aos sentimentos de companheirismo. O desenvolvimento social
envolve um procedimento de aumentar na criança a capacidade de agir, interagir e
reagir afetivamente com as outras crianças e consigo mesmo.
Um aspecto importante a ser considerado é a formação do autoconceito, o qual
parte do princípio do que a criança sente e vê de que é capaz e do que não é capaz,
percebe o certo e o errado, o bom e o ruim, possibilitado, de certa forma, através do
jogo social. Deste modo, a partir do momento que a criança aprende sobre si mesmo,
está em condições de participar de jogos e competições, pois está emocionalmente
em condições de perceber o grupo e as demais pessoas.
O jogo, a partir dos 6 anos, evolui para o jogo social, o qual equilibra a
manifestação competitiva com a manifestação cooperativa, onde a criança começa a
aprender que, para ter êxito na competição, é preciso cooperar. Esta manifestação
ocorre até por volta dos 9 anos, quando a criança se torna mais sociável e os jogos
cooperativos estão mais presentes.
Entre os 10 e 12 anos, há inserção da criança dentro do grupo, há um
sentimento de aceitação e de autoestima, os quais dependem, em boa parte, de sua
participação dentro de seu grupo. A diversidade de oportunidades para constituir e
discutir regras, a conformidade com as características do grupo, o desejo de ser aceito
e ser o melhor contribuem para a aquisição de conhecimentos da criança.
É de suma importância citar que dependendo do nível de estímulos a que uma
criança é exposta ao longo de seu desenvolvimento, ela pode passar ou não pelas
fases descritas e que o importante é respeitar a fase de maturidade cognitiva e motora
das crianças visto que isso pode variar de uma para a outra.
Então devemos propor jogos e brincadeiras referenciado na tabela abaixo;
24

Tabela: Desenvolvimento da criança de 06 a 10 anos.

Fonte: MACEDO, (2015, p.15).

Nessa fase, atividades que envolvem correr, pular e dançar ainda são
indicadas. No entanto, propor brincadeiras que a desafiem pode fazer toda a
diferença. Amarelinha, passa-anel e elefantinho de cor são brincadeiras que se
encaixam nessas características. Tem a finalidade de estimular ao pensamento, com
contas simples, regras a serem cumpridas, noções de causa e efeito e sequência de
ideias.
25

Tabela: Desenvolvimento da criança de 10 a 12 anos.

Fonte: MACEDO, (2015, p. 17).

A criança já está maior e está se aproximando da adolescência. Nesse período


é interessante que apresentem atividades que envolvam o esporte e deixem a criança
escolher aquela que mais lhe agrada. Ela pode praticar natação, futebol, basquete,
tênis, ginastica rítmica ou artes marciais. Muitas vezes, a própria escola oferece essas
atividades. Com intuito de proporcionar oportunidades para conversas, exercício
físico, jogos em grupo com regras, mas também flexibilidade para desenvolver a
criatividade.
26

1.7. A importância da escola

A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e


aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades,
regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças (Mahoney,
2002). É nesse espaço físico, psicológico, social e cultural que os indivíduos
processam o seu desenvolvimento global, mediante as atividades programadas e
realizadas em sala de aula e fora dela (Rego, 2003).
O sistema escolar, além de envolver uma gama de pessoas, com
características diferenciadas, inclui um número significativo de interações contínuas
e complexas, em função dos estágios de desenvolvimento do aluno. Trata-se de um
ambiente multicultural que abrange também a construção de laços afetivos e preparo
para inserção na sociedade (Oliveira, 2000).
A escola emerge, portanto, como uma instituição fundamental para o indivíduo
e sua constituição, assim como para a evolução da sociedade e da humanidade
(Rego, 2003). Como um microssistema da sociedade, ela não apenas reflete as
transformações atuais como também tem que lidar com as diferentes demandas do
mundo globalizado.
Uma de suas tarefas mais importantes, embora difícil de ser implementada, é
preparar tanto, alunos como professores e pais para viverem e superarem as
dificuldades em um mundo de mudanças rápidas e de conflitos interpessoais,
cooperando para a metodologia de desenvolvimento do indivíduo.
Desta maneira, o instituto escola se torna um ambiente excepcional para o
prazer, com possibilidades de utilizar a psicomotricidade e o lúdico, já que ambas
são companheiras essenciais para o desenvolvimento do educando. A partir de
recreação e do movimento pelo prazer, o aluno pode ser encaminhado a uma
aprendizagem significativa. Essa aprendizagem permite o desenvolvimento do
pensamento, do discernimento, do simbolismo e dos sentimentos.
O lúdico proporciona um desenvolvimento sadio e harmonioso, sendo uma tendência
instintiva da criança. Ao brincar, a criança aumenta a independência, estimula sua
sensibilidade visual e auditiva, valoriza a cultura popular, desenvolve habilidades
motoras, diminui a agressividade, exercita a imaginação e a criatividade, aprimora a
inteligência emocional, aumenta a integração, promovendo, assim, o
desenvolvimento sadio, o crescimento mental e a adaptação social. (DALLABONA,
MENDES, p. 11).
27

A brincadeira é, então uma atividade que transforma o real, por assimilação


quase pura às necessidades da criança, em razão dos seus interesses afetivos e
cognitivos. O jogo, devido a abrangência de significados, é uma forma de expressão
da linguagem afetiva e refere-se àquela cuja estrutura é o símbolo. Piaget (1998),
caracteriza o brincar como uma atividade que reflete os estados internos do sujeito
diante de uma realidade vivida ou imaginada (NICOLAU, 1998).
Ante o exposto, cabe ao professor saber lidar com as ferramentas lúdicas e
tecnológicas, intermediando junto aos educandos quanto a sua aplicação, valendo-
se os pontos positivos destes recursos, levando o educando a realizar as atividades
lúdicas dentro do contexto escolar, pois muitos têm somente esse espaço para
brincar.

1.8. Psicomotricidade na escola.


Neste ponto de vista, para que o docente apresente jogos ou brincadeiras no
cotidiano de suas aulas e planeje atividades lúdicas, é necessário, que o docente
tenha em mente que jogos e brincadeiras são fundamentais na percepção de novos
conhecimentos, na formação do círculo social e na construção da identidade, sendo
o conhecimento um ponto de partida no planejamento da ação docente.
É imprescindível inserir jogos, recreação e brincadeiras nas práxis pedagógica
no cotidiano da sala de aula. Contudo, essa prática nem sempre acontece como o
professor planeja, pois advém diversos e sérios obstáculos. Diversas escolas não
possuem profissionais qualificados em seu quadro docente, competindo aos
professores, realizar os jogos e brincadeiras com seus alunos, sendo que muitos
professores têm dificuldades e assim deixam de proporcionar aos educandos estas
ferramentas.
Conforme Tavares (2011) apud Lordani e Souza (2013, p. 14), indica;
Nesse caso, o grande problema é que, muitas vezes, a disciplina é malconduzida,
pois esses professores se sentem despreparados, em virtude de a disciplina não fazer
parte da grade curricular do curso de Magistério ou de Pedagogia em que eles se
formaram. Por mais que no currículo esteja justificada a importância de se trabalhar
conteúdos lúdicos com as crianças, a falta de preparo ou até mesmo o
desconhecimento tornam essa experiência, tão importante para o desenvolvimento
da criança, aspectos secundários na realidade escolar. (TAVARES et al, p. 19).

Participar de jogos e brincadeiras, buscando vivenciar as emoções e desafios


que são postos por estas atividades. Aplicar os conhecimentos adquiridos durante a
realização dos jogos e brincadeiras, em futuras experiências de sala de aula.
28

• Construir ligações afetivas, expandindo as possibilidades de comunicação e


socialização da criança.

• Estimular a criança utilizar as diversas linguagens, seja corporal, musical,


plástica, oral e escrita adaptadas às distintas finalidades e condições de
comunicação, de forma a compreender e ser compreendida, expressar suas
ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avanços no seu processo de
construção de significados, enriquecendo cada vez sua capacidade expressiva.

• Impelir a criança a conhecer distintas divulgações culturais, observando as


atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas, bem como de
valorização da diversidade.

Conforme o exposto anteriormente, se faz necessário ter conhecimento prévio


dos conteúdos trabalhados pelo professor, procedimentos didático-pedagógicos que
envolvem o conteúdo, que permitem ao aluno participar do processo de ensino e de
aprendizagem.

1.9. Habilidades
As habilidades conceituais da criança são ampliadas a partir dos jogos e
brincadeiras e, portanto, do uso da imaginação. Ao brincar, a criança está sempre
acima da própria idade, acima de seu comportamento diário, maior do que é na
realidade. Assim sendo, quando a criança imita os mais velhos em suas atividades
culturalmente e/ou socialmente padronizadas, ela gera oportunidades para o seu
próprio desenvolvimento intelectual. A utilização de jogos educativos no ambiente
escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, entre elas:

Tabela: Principais funções psicomotoras.

Fonte: BRÊTAS et. al. (2005).


29

A aquisição e desenvolvimento das habilidades, possibilita aos alunos mais


oportunidades de expressar sua criatividade, produzindo cada vez mais e, assim,
aumentando seu leque de produções e seu conhecimento nas mais diversas áreas.
Fadel et al (2015, p. 17) ressaltam que teoricamente, educar significa:
Preparar para que se adéquem ao mundo futuro, capacitando-as a trabalhar ativamente
para melhorá-lo. Porém, existem evidências crescentes de estudos científicos, de
pesquisas de empregadores, da opinião pública em geral e dos próprios educadores de
que os sistemas de educação, globalmente, não estão cumprindo essa promessa – os
estudantes muitas vezes não se encontram adequadamente preparados para alcançar o
sucesso no mundo de hoje, quanto mais no futuro.

Ainda nesse sentido FADEL et al. op. cit. expressa,


Esta visão redefine a transferência do aprendizado como o uso produtivo de
habilidades e motivações com a finalidade de preparar os estudantes para que
aprendam em situações novas no mundo real ou ambientes ricos em recursos, do que
simplesmente aprender com os desafios da vida real. Estudos mostram que os
ambientes educacionais que enfatizam a participação ativa dos estudantes, que
intensificam a autorregulação, que estimulam as habilidades de comunicação e
reflexão e que são sociais e relevantes para o estudante (qualidades do caráter)
também promovem com sucesso a transferência do aprendizado para novas situações.
(FADEL, et al. p. 99 - 100).

Para alcançar seus objetivos, os educadores precisam valer-se de recursos que


os auxiliem na promoção do envolvimento dos alunos no processo ensino-
aprendizagem, estimulando a comunicação e o raciocínio, bem como o pensamento
crítico, a solução de problemas, a autonomia, dentre outras habilidades.

1.10. Recursos.
A utilização de recursos humanos e materiais de relevância lúdica e pedagógica
que colaborem para o desenvolvimento da criança, são de suma importância e devem
ser estudados com antecedência para serem utilizados para obter os resultados
desejados.
Gómez (1997, p. 65) explana que existem estratégias as mais diversas, que
possibilitam o uso adequado de recursos didático-pedagógicos nos ambientes
escolares, tais como dinâmicas e técnicas de integração, histórias, teatralizações,
exibições de imagens, exploração de sons diversos e o que a imaginação criar,
respeitando sempre os limites de aceitação do público e adequação à faixa etária do
público-alvo.
30

Tabela: Principais recursos didáticos utilizados no Brasil

Fonte: Mello (2004).

A partir desta idade o grau de desenvolvimento é avaliado principalmente pelo


rendimento escolar, pela forma de adotar responsabilidades e pelos seus
comportamentos sociais e morais. No final da idade escolar pode-se ter alguma ideia
do que a criança será como um jovem adulto, e as mudanças que têm lugar durante
a adolescência dependem, em grande parte, da pessoa em que a criança se tornou
na idade escolar.

1.11. Benefícios.
A Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos
decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos
músculos e articulações.
Segundo Le Boulch (2007, p. 36), a educação psicomotora deve ser praticada
desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir
inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas.

Coordenação motora ampla: é o trabalho que vai apurar os movimentos dos


membros superiores (braços, ombros, pescoço e cabeça) e inferiores (pernas, pés,
quadris). As atividades envolvidas nesta prática dizem respeito à organização geral
do ritmo, ao desenvolvimento e às percepções gerais da criança.
31

Coordenação motora fina: diz respeito aos trabalhos mais finos, aqueles que podem
ser executados com o auxílio das mãos e dedos, especificamente aqueles com grande
importância entre mãos e olhos.
O autor formulou uma teoria geral do movimento, a Psicocinética, a partir da
qual propõe aos educadores meios práticos para utilizar o movimento como uma das
bases fundamentais da educação global da criança
A boa desenvoltura da coordenação fina possibilitará uma escrita de boa
qualidade, sendo possível observar, por exemplo, quando a criança pega água em
um copo plástico sem derramar ou quando empregando a força necessária para
pintar desenhos nas mais diferentes texturas e superfícies.
Conforme Negrine (1995, p. 15), a educação psicomotora pode ser entendida
como uma metodologia.

A educação psicomotora é uma técnica, que através de exercícios e jogos adequados


a cada faixa etária leva a criança ao desenvolvimento global de ser. Devendo
estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, respeitando as
diferenças individuais (o ser é único, diferenciado e especial) e levando a autonomia
do indivíduo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial.

De acordo com várias pesquisas, especialistas desta temática concordam que


a psicomotricidade ampara e habilita melhor o educando para uma melhor apropriação
dos conhecimentos transmitidos. De tal modo que, buscou-se trazer seus recursos
para a sala de aula, na particularidade da educação psicomotora.
Le Boulch (2007, p. 24), destaca a importância da psicomotricidade ser
trabalhada na escola nas séries iniciais:

A educação psicomotora deve ser enfatizada e iniciada na escola primária. Ela


condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar
consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a
adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos, ao mesmo tempo em
que desenvolve a inteligência. Deve ser praticada desde a mais tenra idade, conduzida
com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já
estruturadas.

O autor revela a importância da psicomotricidade na escola permitindo entender


a relevância e o papel primordial dos profissionais da educação física nas séries
iniciais. Compreende-se que a principal finalidade da educação psicomotora não se
prende a percepção do aluno sobre uma imagem do seu corpo, isto é, educação
psicomotora não se restringe somente ao conteúdo, mas ajuda no discernimento
fundamental da conexão entre as partes e a totalidade do corpo, compondo uma
unidade organizada, instrumento da relação com a realidade.
32

Bem como, a ludicidade incluída no contexto educacional resulta na presença


da recreação e do bem-estar no dia-a-dia das aulas, além de transmitir a sensação de
liberdade para o aluno. Para os educandos dos anos iniciais, o anseio é que a escola
proporcione oportunidades, tanto para o aprender, como tenha espaço para o brincar,
sem que com isso a escola precisasse ser transformada em um parque de diversões,
mas que a ludicidade tivesse espaço garantido, enquanto forma de demonstração da
cultura e aprendizagem.
Diante do exposto, é inegável a contribuição que jogos, brincadeiras e
recreação podem dar à educação, uma vez que permite o desenvolvimento cognitivo,
moral, social, motor, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa, confere
suas habilidades, estimulando a autoconfiança, proporcionando aprendizagem,
concentração, dentre outras coisas, das quais são essenciais à saúde física,
emocional e intelectual da criança.
33

2. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS.
O objetivo deste trabalho foi ressaltar e rever por meio da bibliografia existente,
os estudos relativos à ludicidade voltadas à psicomotricidade, com a finalidade de
contribuir e favorecer o desempenho geral dos alunos. Para esse feito foram
discriminados alguns elementos importantes que podem ser trabalhados com os
alunos. Identificou-se as linguagens que podem colaborar na educação lúdica.
Destacamos a legislação pertinente a educação lúdica.
Inúmeras obras de conceituados autores, destaque para Brougère (2010),
Freinet (2004), Fröbel (2001), Piaget (1998), Rousseau (2017), Vygotsky (2007),
Wallon (1989), demonstram a grande relevância da ludicidade para o crescimento
cognitivo, contudo infelizmente, mesmo com toda produção literária, ainda assim, não
houve sucesso em mudar concepções e práticas educativas que limitam a ludicidade
a uma simples atividade paralela, sem grande valor no contexto formativo da criança.
Durante os dois anos em que estou estagiando na EMEF Almirante Tamandaré,
pode-se observar, que em três salas de primeiros anos, todas elas não conseguiram
a totalidade de alfabetização da sala de aula, na primeira sala ficaram 4 alunos, na
segunda 10 alunos sem a devida alfabetização e na terceira ainda em curso, mas já
é possível perceber que vários educandos que possuem muitas dificuldades, também
terminarão o ano letivo sem a devida alfabetização, visto que, nos segundos e
terceiros anos ainda hoje tem crianças que não foram alfabetizadas e nem letradas.
Contudo, as poucas vezes que algum professor utilizou a ludicidade o
aprendizado ficou mais leve, quando utilizado a metodologia lúdica, percebo que os
educandos têm maior interesse e curiosidade, a aula se torna mais dinâmica e flui
com maior facilidade. Parece que estão brincando e de repente percebem que estão
aprendendo e isso se torna prazeroso para os educandos bem como para nós
professores educadores.
A ausência de estímulos com que vejo os professores dos primeiros anos
trabalharem a ludicidade, nada além de utilizar o tempo todo a alfabetização
tradicional, sem aplicar a metodologia lúdica em suas aulas. A meu ver, a ludicidade,
alfabetização e letramento tem que caminhar sempre juntos, não podendo haver
dicotomia. Hoje os educadores chegam muito imaturos à docência, e recebem uma
enorme carga de informações, percebo que possuem muitas dificuldades,
principalmente quando trabalhado na metodologia tradicional.
34

A partir de uma visão crítica elaborada observando as pesquisas e anotações,


é razoável refletir que, os jogos e as brincadeiras na qualidade de objeto de ensino
que proporcionam o incremento e da importância as vivências do educando, a sua
cultura e a valorização do conhecimento fundamentada no contato com o ambiente,
solucionando adversidades e dificuldades e proporcionando novas maneiras de ação.
Durante todo o estudo percebeu-se que o lúdico é de fundamental importância
para o bom desenvolvimento da criança, é através de brincadeiras, músicas e outros
que o processo de ensino-aprendizagem se torna mais enriquecido.
A ludicidade por meio de brincadeiras e depois através dos jogos está presente
na vida do ser humano, principalmente nos primeiros anos de vida. Sendo que através
da brincadeira, será capaz de aperfeiçoar seu conhecimento trabalhando suas
limitações acrescentando conhecimento a suas aptidões físicas e desenvolturas
sociais assim como o afeto e a cognição. Sendo uma forma de expressão a criança
possibilita uma comunicação consigo e com o meio que vive. Considerada uma
atividade universal, a brincadeira traz características peculiares possibilitando um
ganho de experiências em contexto social, cultural e histórico.
A aplicação da ludicidade é uma metodologia excelente para a valorização da
aprendizagem onde as práticas lúdicas permitem a construção de valores já
aprendidos e, com certeza, auxiliam na absorção de novas informações, ampliando
assim, a sociabilidade e a imaginação.
Isto porque, quando a criança ingressa na escola, ela experimenta um
significativo choque físico-mental, porque, até então, sua vida era voltada aos
brinquedos e ao seu ambiente familiar.
Na escola, a criança é obrigada a ficar ao longo de muitas horas em cadeiras
escolares não apropriados e é impossibilitada de se agir livremente, pela obrigação
de se sujeitar à disciplina escolar, gerando uma recusa em vir para escola. A realidade
não está somente no total descontentamento pelo recinto ou pela diferente fase de
vida, mas sim por esse novo ambiente, não ter suas atividades preferidas e a
segurança do ambiente familiar.
A psicomotricidade é a integração das funções motrizes e mentais, sob o efeito
do desenvolvimento do sistema nervoso, destacando as relações existentes entre a
motricidade, a mente e a afetividade do indivíduo, também indicado no Ministério da
Educação e Cultura (MEC, 1996).
35

A psicomotricidade melhora as dificuldades de aprendizagem, estimulado com


a priorização na educação infantil, muitos dos problemas desde a educação de base
até a series iniciais seriam amenizados. Para isso é necessário incentivo mediante a
equipe pedagógica e a dedicação por parte do professor. Entende-se que propuser as
atividades que instiguem a todos ao movimento corporal no processo de
aprendizagem, a criança atingirá todo o processo de ensino aprendizagem.
Os jogos e brincadeiras são algumas das possíveis expressões do movimento
corporal que deve ser proposto e oferecido em conformidade com a capacidade do
educando. Compete ao professor, considerar as particularidades de cada um dos
alunos na propositura dos jogos e brincadeiras em relação aos objetivos da escola,
das exigências da legislação e por fim da educação.
Fica evidente que os jogos e brincadeiras são importante e indispensável para
o trabalho de fazer o brincar responsável desde as series iniciais ficando mais fácil
trabalhar a alfabetização partindo do brincar, utilizando tanto os jogos como as
brincadeiras para desenvolver no educando princípios éticos equilibrados com o físico
e comportamento humano.
Examinando as características da evolução da psicomotricidade e da ludicidade
bem como os estudos de autores supracitados, percebe-se que é de relevante
dimensão a relação entre ludicidade e psicomotricidade na educação da criança. Tal
relacionamento é um procedimento extremamente vantajoso ao processo educativo
sendo que a psicomotricidade ligada a ludicidade permite uma enorme e real proposta
de desenvolvimento global nas atividades educativas.
Observa-se que a mais aconselhável forma de incorporar a psicomotricidade e
ludicidade de modo edificante e didática, considerando todos os domínios do
educando, é por meio de jogos. Os jogos atuam sobre o corpo e a raciocínio dos
educandos e possibilitam a sociabilidade, a autonomia e o pensamento crítico,
favorecem a comunicação entre os educandos e bem como com a sociedade.
A psicomotricidade e a ludicidade, então, agem como fatores fundamentais
para ser trabalhado desde os primeiros anos de vida da criança, até a fase adulta,
está presente nas escolas, mas não é executado como deveria acontecer no cotidiano
da criança na sala de aula, sem muito incentivo pedagógico, o professor não coloca
em prática as atividades que é de grande importância para o desenvolvimento
psicossocial, afetivo e intelecto.
36

A educação possui várias funções, dentre elas a de formar a consciência afetiva


e social, o indivíduo que age de maneira integrada e mais sociável, administra melhor
suas emoções, portanto, o trabalho da mente e do corpo de maneira lúdica favorece
a formação de pessoas melhores, saudáveis e mais produtivas.
Concluindo o desafio da educação hoje é buscar o sucesso na tarefa de ensinar
a ler, escrever, calcular, interpretar e transformar o meio ambiente, os mundos do
trabalho, da cultura e das linguagens que os expressam. A escola supera esses
desafios quando está comprometida com o desenvolvimento pleno, nos aspectos
físico, intelectual, sócio- afetivo, psicomotor, das crianças com uma identidade própria,
num tempo e espaço em frequente modificação.
Portanto, para que isso ocorra de forma produtiva, é importante que não se
desvalorize o movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento
estruturado e formalizado, ignorando as dimensões educativas da brincadeira e do
jogo como formas indispensáveis na estimulação da atividade construtiva da criança.
Concluir significa findar, sedimentar, acabar... mais do que isso significa
também afirmar, deduzir a partir do que foi encontrado em uma determinada realidade.
E a seguinte pergunta pode ser feita: qual o sentido dos resultados conclusivos desta
pesquisa? Seriam estes indiscutíveis e finais? Talvez estáticos num contexto que
direciona os princípios inclusivos da escola para longe dos ideais de exclusão social
de nosso país? Seria este mais um estudo sobre o processo de inclusão tão presente
em pesquisas na atualidade?
Após o término desta pesquisa, o hoje, nos conferiu a elucidação do passado,
e a perspectiva da educação em que a ressignificação das intenções e propósitos na
educação nos promova a dividir dialogicamente os resultados com todos aqueles que
buscam uma educação pública de qualidade. Foi, e é, intencional deixar proposições
como forma de deixar marcas a serem refletidas nos projetos pessoais e coletivos de
nossos leitores dotados de vontades e de aspirações profissionais, num movimento
de integração entre o discurso e a ação cotidiana.
37

REFERÊNCIAS
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