1. Introdução
O exercício dialético nos permite compreender que o homem enquanto ser histórico na produção
de uma vida material estabelece relações de negociações com o mundo e com ele próprio, criando
contradições e gerando conflitos nas relações que se tornam a base da organização de sua social.
2
2. Método Dialética
Dialética é um debate onde há ideias diferente, onde um posicionamento é defendido e contradito
logo depois. Para os gregos, dialética era:
Separar fatos, e
Dividir as ideias
A dialética também é uma maneira de filosofar, e seu conceito foi debatido ao longo de décadas
por diversos filósofos, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, e outros. Dialética é o
poder de argumentação, mas também pode ser utilizado em um sentido pejorativo, como um uso
exagerado de sutilezas.
Consiste em uma forma de filosofar que pretende chegar à verdade através da contraposição e
reconciliação de contradições. A dialética propõe um método de pensamento que é baseado nas
contradições entre a unidade e multiplicidade, o singular e o universal e o movimento da
imobilidade.
2.1. Platão
Para Platão, a dialética é a própria definição do pensamento científico, ou seja, a dialética é
simplesmente a investigação racional de um conceito.
A argumentação dialética foi usada também na metafísica (Osho Rajneesh, “guru” indiano,
utilizou parte dos pensamentos de Heráclito), sendo sistematizada contemporaneamente pelo
pensador idealista alemão Friedrich Hegel.
Hegel, expoente da filosofia clássica alemã, identificou três momentos básicos no método
dialético:
A tese ― uma ideia pretensamente verdadeira,
A antítese ― a contradição ou negação dessa essa tese e
A síntese ― o resultado da confrontação de ambas as ideias.
Mas a dialética só se torna método científico a partir de Karl Marx, que critica o idealismo da
filosofia clássica alemã e propõe a dialética materialista, ou seja, a utilização do pensamento
dialético como método de análise da realidade, utilizando a própria realidade como argumento.
Este texto, como pretende analisar os métodos científicos, se refere a exatamente esse tipo de
dialética: a dialética materialista.
4
3. As Leis da Dialética
Os diferentes autores que interpretaram a dialética materialista não estão de acordo quanto ao
número de leis fundamentais do método dialético: alguns apontam três e outros, quatro. Numa
tentativa de unificação, diríamos que as quatro leis fundamentais são:
Ação recíproca;
Mudança dialética;
Passagem da quantidade à qualidade;
Interpenetração dos contrários.
Para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objectos fixos, mas em movimento.
Nenhuma coisa está acabada, encontrando-se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o
fim de um processo é sempre o começo de outro. Por outro lado, as coisas não existem isoladas,
destacadas uma das outras e independentes, mas como um todo unido, coerente. Tanto a natureza
quanto a sociedade são compostas de objectos e fenômenos organicamente ligados entre si,
dependendo uns dos outros e, ao mesmo tempo condicionando-se reciprocamente.
A união dialética não é uma simples adição de propriedades de duas coisas opostas, simples
mistura de contrários, pois isto seria um obstáculo ao desenvolvimento. A característica do
desenvolvimento dialético é que ele prossegue através de negações.
6
A contradição é interna – toda realidade é movimento e não há movimento que não seja
consequência de uma luta de contrários, de sua contradição interna, isto é, essência do
movimento considerado e não exterior a ele. Exemplo: a planta surge da semente e o seu
aparecimento implica o desaparecimento da semente. Isto acontece com toda a realidade:
se ela muda, é por ser em essência algo diferente dela. As contradições internas é
que geram o movimento e o desenvolvimento das coisas;
A contradição é inovadora – não basta constatar o caráter interno da contradição. É
necessário frisar que essa contradição é a luta entre o velho e o novo, entre o que morre e
o que nasce, entre o que perece e o que se desenvolve. Exemplo: é na criança e contra ela
que cresce o adolescente; é no adolescente e contra ele que amadurece o adulto. Não há
vitória sem luta;
Unidade dos contrários – a contradição encerra dois termos que se opõem: para isso, é
preciso que seja uma unidade, a unidade dos contrários. Exemplos: existe, em um dia, um
período de luz e um período de escuridão. Pode ser um dia de 12 horas e uma noite de 12
horas. Portanto, dia e noite são dois opostos que se excluem entre si, o que não impede que
sejam iguais e constituam as duas partes de um mesmo dia de 24 horas. Por sua vez, na
natureza existem o repouso e o movimento que são contrários entre si.
“Essa unidade dos contrários, essa ligação recíproca dos contrários, assume um sentido
particularmente importante quando, em dado momento do processo os contrários se convertem um
no outro” (o dia se transforma em noite e vice-versa); “a unidade dos contrários é condicionada,
temporária, passageira, relativa. A luta dos contrários, que, reciprocamente, se excluem, é
absoluta, como absolutos são o desenvolvimento e o movimento” (Politzer et al. s.d.:77-9).
8
4. Conclusão
Assim, conclui que a aplicação do método dialético nas pesquisas, permite a desconstrução de
verdades postas, contribuindo com a quebra de explicações que tem como foco apenas as
aparências dos fenômenos.
9
5. Referência Bibliográfica