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Constituição de arranjos eleitorais e estratégias de campanha: uma

análise comparativa sobre as eleições de 2014 em Acarape e Barreira


(Ceará)

Como em muitas comunidades do interior brasileiro o momento das disputas


eleitorais, o “tempo da política”, é um acontecimento extraordinário na vida das
pessoas e que expõe as disputas pelo poder, as rivalidades e a própria
estrutura da sociedade. São nesses momentos em que as facções políticas se
(re)configuram e as lideranças se posicionam de modo mais claro. Apesar das
eleições gerais fazerem parte desse momento, elas não são sentidas e/ou
vivenciadas na mesma intensidade em que ocorrem as eleições locais. No
entanto, um aspecto permanece em ambos os pleitos: a preocupação em
alargar suas bases eleitorais e, por conseguinte, manter (ou conquistar) a
hegemonia política. A propósito disso, e no que se refere à dinâmica das
eleições estaduais na esfera municipal, as diferentes facções põem em prática
estratégias como constituir alianças com lideranças que tenham se destacado
no município, alimentar e ampliar as relações (de proximidade e identidade)
com o eleitorado, elaborar discursos de desconstrução do grupo adversário e
compor arranjos eleitorais que lhes deem competitividade. Busca-se, assim,
eleger o maior número de candidatos e obter a maior votação no município não
apenas para “ter nomes fortes” em outras esferas que garantam “a vinda de
recursos públicos” para serem investidos no município, como também para
demonstrar força diante de grupos políticos adversários e eleitores, acumular
capital político, se firmar como chefia política e consolidar alianças para as
eleições locais. A partir daí, observou-se a constituição dos arranjos eleitorais
em dois municípios cearenses, Acarape e Barreira. Enquanto no primeiro as
duas principais facções concorrentes construíram arranjos eleitorais que
obedeciam a lógica das coligações na esfera estadual, no segundo há uma
maior fragmentação das facções e a não verticalização das coligações. Com
base nesses aspectos, este trabalho objetiva realizar uma análise comparativa
das lógicas de constituição dos arranjos eleitorais, para as eleições de 2014,
nesses dois municípios bem como das estratégias de conquista de voto como
elementos importantes para se observar a consolidação de chefias políticas no
âmbito do município. No que se refere a análise do funcionamento da política,
sobretudo no âmbito local, a compreensão das relações de poder entre
candidatos e eleitores, as imagens e capitais acionadas para a adesão do
eleitorado e o conceito de chefia política foram indispensáveis os estudos de
Maria Isaura Pereira de Queiroz, Rejane Vasconcelos Carvalho, André Borges,
Moacir Palmeira, Irlys Barreira, entre outros. Realizou-se também pesquisa de
campo com o intuito de acompanhar os desdobramentos das eleições
estaduais (majoritária e proporcional) no âmbito local até o momento da
votação. Outras fontes de coleta de dados como entrevistas com lideranças e
eleitores, materiais de campanha, dados sobre as eleições (disponibilizados
pelo TRE-CE) nos deram importantes pistas para observar como as lideranças
se articulam e constroem suas redes de sociabilidade de modo a viabilizar e
consolidar suas chefias.

Palavras-chave: Chefias políticas; eleições 2014; disputas pelo poder; política


local; Acarape e Barreira.

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