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Resumo Indicativo do Capítulo 6 da obra ‘Tutelas Provisórias do Novo
CPC’ de Jean Carlos Dias, intitulado ‘Procedimento das Tutelas de
Urgência no Novo Código de Processo Civil’ .
Judul Asli
PROCEDIMENTO DAS TUTELAS DE URGÊNCIA NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Resumo Indicativo do Capítulo 6 da obra ‘Tutelas Provisórias do Novo
CPC’ de Jean Carlos Dias, intitulado ‘Procedimento das Tutelas de
Urgência no Novo Código de Processo Civil’ .
Resumo Indicativo do Capítulo 6 da obra ‘Tutelas Provisórias do Novo
CPC’ de Jean Carlos Dias, intitulado ‘Procedimento das Tutelas de
Urgência no Novo Código de Processo Civil’ .
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS – PUC/MG
Campus Praça da Liberdade
Pós-Graduação em Direito Processual Civil Disciplina de Tutelas Provisórias Professor Sílvio de Sá Grupo: Bernardo Cordeiro Kaufmann, Letícia Ourívio Faria e Mariana Almeida Dias.
Resumo Indicativo do Capítulo 6 da obra ‘Tutelas Provisórias do Novo
CPC’ de Jean Carlos Dias, intitulado ‘Procedimento das Tutelas de Urgência no Novo Código de Processo Civil’ .
A obra ‘Tutelas Provisórias do Novo CPC’ objetiva analisar a
disciplina das tutelas de urgência e evidência na vigência da Lei n° 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil).
O presente resumo será feito respeitando os tópicos utilizados pelo
próprio autor no capítulo recebido pelo grupo.
O capítulo intitulado ‘Procedimento das Tutelas de Urgência no Novo
Código de Processo Civil’ abrange os temas da tutela antecipada antecedente, da tutela cautelar antecedente, da tutela antecipada incidental e da tutela cautelar incidental. Consta, ainda, neste capítulo comentários sobre a responsabilidade civil processual, a efetivação das tutelas urgentes e discute sobre a “irreversibilidade” da tutela antecipada.
O tópico 6.1, intitulado ‘TUTELAS ANTECIPADAS
ANTECEDENTES’, apresenta o procedimento de análise e concessão da tutela antecipada antecedente, afirmando que se trata de inovação trazida pelo Novo Código de Processo Civil, com o objetivo de estabelecer a possibilidade de pedidos de tutelas satisfativas urgentes antes mesmo da discussão meritória da lide.
Neste diapasão, o artigo 303 do Código de Processo Civil prevê
duas hipóteses de pedidos de tutela satisfativa de urgência, isto é, de forma exclusivamente preliminar, cuja postulação está adstrita a demonstração do ‘fumus boni juris’ e do ‘periculum in mora’, ou, além de requerer a concessão da tutela antecipada satisfativa, pretender o pronunciamento judicial exauriente.
O autor defende que a existência dessas duas hipóteses
representam importantes implicações no procedimento a ser adotado, bem como afeta a própria estabilização do instituto. Assim, independentemente da escolha dos litigantes (isto é, ter consignado o interesse em obter a tutela de urgência sumária e a definitiva exauriente ou o requerimento apenas da providência urgente), é necessário que estes demonstrem se a situação litigiosa pode ser resolvida apenas com a concessão da liminar, tornando desnecessário o pronunciamento definitivo do magistrado, ou se a lide depende da análise da tutela antecipada e da decisão de mérito, uma vez que o procedimento será desenvolvido em função da opção escolhida.
Após as considerações iniciais, o autor reafirma que em ambos os
casos é estritamente necessário demonstrar o ‘fummus boni juris’ e o ‘periculum in mora’ na petição inicial, utilizando-se de provas documentais ou orais para demonstrar os requisitos e os fatos constitutivos do direito.
Ressalta, por oportuno, que para a produção de prova oral é
facultado ao autor a designação de uma audiência de justificação, prevista no artigo 300, § 2° do Código de Processo Civil, sendo que a referida justificação prévia não se processa em contraditório, visto que esta faculdade assegurada ao autor somente tem a finalidade de produzir prova a ser anexada à exordial.
Em seguida, o tópico dispõe que, antes do indeferimento liminar da
petição inicial por ausência de demonstração dos requisitos do ‘fummus boni juris’ e do ‘periculum in mora’, o Juiz competente indicará os elementos faltantes e, posteriormente, intimará a parte para emendar a inicial para nova análise.
Sendo certo que, em observância ao princípio da boa-fé não é
cabível, após a intimação para a supressão das lacunas indicadas, a postergação da decisão ou a indicação de novos motivos obstativos a concessão da medida liminarmente requerida pela parte autora.
Inclusive, frisa que nos casos em que a demonstração da ‘fumaça
do bom direito’ e do ‘perigo da demora’ esteja baseada somente em provas documentais, o procedimento a ser adotado pelo magistrado, imediatamente após o recebimento dos autos, é o exame dos requisitos e, estando estes presentes, a concessão, de forma liminar, da pleiteada providência liminar.
Esclarece também que, nos casos de deferimento da liminar, nas
quais a parte autora também busca a tutela definitiva, deve ser feita a intimação do interessado para deduzir os pedidos relacionados à questão de fundo e seus respectivos fundamentos jurídicos de modo a possibilitar a cognição exauriente.
O ato processual seguinte é a citação e intimação do réu para
audiência de conciliação/mediação, nos termos do artigo 334 do Código de Processo Civil e a abertura de prazo para apresentação de defesa, de forma a seguir o procedimento comum até a prolação da sentença.
Por outro viés, não sendo do interesse do autor a tutela definitiva,
buscando tão somente a providência em caráter urgente, não haverá aditamento da inicial (artigo 300, § 2° do Código de Processo Civil) e a liminar continuará em vigência, produzindo seus efeitos e o processo será extinto sem resolução do mérito.
O autor salienta que tal forma de extinção não faz com que a liminar perca sua efetividade, por que isso somente ocorre se esta for alterada ou cassada.
Trata-se, na verdade, da estabilização, instituto processual que
concede à liminar a potencialidade para a resolução definitiva de conflitos. Todavia, não possui efeitos de coisa julgada, visto que pode ser desconstituída nos casos estritamente previstos na legislação.
Neste contexto, a interpretação literal do artigo 304 do Código de
Processo Civil revela que a única forma de evitar a estabilização seria a interposição do recurso de agravo de instrumento.
Contudo, a doutrina majoritária entende que o termo “recurso” deve
ser entendido como toda e qualquer resistência/oposição do réu, como a contestação antecipada ou o pedido de realização da audiência de mediação e estabilização.
Ademais, após a estabilização da liminar e o arquivamento do
processo extinto, qualquer das partes poderá, no prazo decadencial de 2 (dois) anos, provocar o seu reexame por meio da demanda revisional, deduzindo os fundamentos de mérito necessários visando a decisão exauriente, que poderá manter ou não a liminar estabilizada (artigo 304, § 2°, do Código de Processo Civil). Ocorrendo, por conseguinte, a substituição da liminar pela decisão definitiva de mérito, que terá incidência da coisa julgada.
Ultrapassado o referido prazo decadencial para utilização do
procedimento processual revisional, a parte interessada poderá apresentar ao juízo competente a questão meritória de fundo em demanda independente, de modo que a sentença de mérito proferida reveja ou mantenha a liminar estabilizada.
O tópico 6.2, intitulado “TUTELAS CAUTELARES
ANTECEDENTES”, define que a tutela cautelar é medida instrutória ou conservativa, de natureza não satisfativa, com o objetivo de garantir o êxito do processo principal, assegurando a eficácia do resultado e evitando que, com o passar do tempo, o mesmo se torne inútil. O autor deve demonstrar o risco marginal conjuntamente com a demonstração fática do direito que pretende ver reconhecido em juízo na petição inicial.
O artigo 300, §2o, do Código de Processo Civil determina que a
medida liminar será concedida quando presentes os requisitos e, posteriormente, será determinada a citação do réu para apresentar contestação no prazo de 5 (cinco) dias.
O autor aponta que ultrapassado o prazo e sendo o réu revel será
produzida decisão interlocutória sobre o pedido cautelar, impugnável por meio de agravo de instrumento. Não interposto o recurso, esta se tornará decisão definitiva e, portanto, apta a receber os efeitos da coisa julgada.
Entretanto, apresentada defesa, a ação passará a seguir o rito
comum e, no prazo de 30 (trinta) dias da efetivação da liminar, o autor deverá apresentar o pedido principal, nos mesmos autos e sem pagamento de custas.
O pedido principal deverá deduzir todas as questões fáticas e de
direito visando ao pronunciamento do magistrado, podendo, inclusive, ser mais amplo em relação ao pedido inicial.
Cumpre salientar que o artigo 309 do Código de Processo Civil
dispõe que, na hipótese de não serem deduzidos os pedidos principais no prazo legal ou se a liminar concedida não for efetivada no prazo legal (por negligência ou inércia da parte), a providência cautelar perderá seus efeitos e a ação poderá ser extinta com ou sem resolução do mérito e o autor estará impedido de repropor a demanda sob os mesmos fundamentos.
O autor esclarece que a tutela cautelar possui uma feição
unicamente processual e permite sua conexão com o mérito de forma subsidiária e acidental, não possuindo viabilidade para proteger direitos subjetivos.
O tópico 6.3, intitulado “TUTELA ANTECIPADA E CAUTELAR
INCIDENTAL” trata da sistemática e procedimento de requerimento das tutelas de urgência, com enfoque especial na concessão de tutelas de urgência incidentais.
As pretensões urgentes poderão ser apresentadas na exordial ao
mesmo tempo dos pedidos meritórios (artigo 308, §1°, do Código de Processo Civil), bem como no curso do processo, desde que demonstrados os requisitos de cabimento (‘fumaça do bom direito’ e ‘perigo da demora’).
O autor frisa que a estabilização das tutelas antecipadas ocorre tão
somente no procedimento antecedente, não se aplicando a tutela incidental, uma vez que a postulação já é eminentemente exauriente. O pedido incidental independe do pagamento de novas custas e, conforme o caso, será novamente abordado como capítulo da sentença.
O tópico 6.4, intitulado “RESPONSABILIDADE CIVIL
PROCESSUAL” explica que o código processual atual torna o regramento da responsabilização comum a todas as formas de tutela de urgência.
Relativamente ao método de responsabilização, a doutrina entende
que existem duas correntes.
A primeira defende que todas as hipóteses previstas no artigo 302
do Código de Processo Civil deverão ser aferidas com base no critério de responsabilidade objetiva.
Já a segunda corrente entende que para as diversas situações
reguladas no referido artigo, o método de responsabilização deve ser empregado de forma distinta, cabendo a responsabilidade objetiva em determinados casos (como quando o dano decorre da ausência de oferta de meios para a citação) e em outros a aplicação de responsabilidade subjetiva (como quando o dano é resultante da declaração de decadência ou prescrição).
O tópico 6.5, intitulado “EFETIVAÇÃO DAS TUTELAS URGENTES”
apresenta a noção de que, para fins de cumprimento, as providências urgentes devem ser consideradas como títulos executivos judiciais.
Assim, a realização de seus comandos seguirá as técnicas de
cumprimento da decisão judicial nos limites possíveis de aplicação, considerando a sua própria natureza sumária e o grau de definitividade.
O último tópico do capítulo estudado (6.6), intitulado
“IRREVERSIBILIDADE DA TUTELA ANTECIPADA” salienta que as previsões contidas no código processualista devem ser analisadas com atenção, uma vez que a interpretação equivocada pode resultar em inobservância ao princípio constitucional de acesso à justiça.
Isso porque o objeto das disposições do artigo 300, §3º, do Código
de Processo Civil – que estabelece que não será concedida a tutela antecipada quando os efeitos da decisão forem irreversíveis – são os efeitos, e não a medida em si mesma.
O autor afirma, inclusive, que sendo possível a substituição por um
meio idôneo, não há que se falar em irreversibilidade. Com efeito, o caso concreto e os direitos em via de tutela devem ser considerados na decisão da concessão, de forma fundamentada, pois mesmo que não seja possível a reversão de seus efeitos ‘in natura’, pode haver outro equivalente aplicável ao caso (como a conversão em moeda e a sucessiva exigência de obrigação de pagamento).