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2019­5­22 Arquiteta que sofreu ofensas sexistas e foi comparada ao “Fofão” será indenizada em R$ 390 mil ­ Migalhas Quentes

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Quarta­feira, 22 de maio de 2019

Danos morais

Arquiteta que sofreu ofensas sexistas e foi comparada ao “Fofão” será
indenizada em R$ 390 mil
A 14ª turma do TRT da 2ª região também determinou pagamento de horas extras e reflexos.

quarta­feira, 22 de maio de 2019

Arquiteta  que,  durante  o  trabalho,  foi  comparada  ao  personagem  “Fofão”  e  conviveu  em  ambiente  com  ofensas  sexistas  será
indenizada em R$ 390 mil por danos morais. Decisão é da 14ª turma do TRT da 2ª região, que entendeu que a construtora não
buscou mitigar ofensas ou punir ofensores.

Consta nos autos que, durante reunião festiva e pública patrocinada e organizada pela construtora, teve sua imagem associada
à do personagem de televisão Fofão. Ainda conforme os autos, a trabalhadora laborava em ambiente cujas paredes continham
frases  de  cunho  sexista.  Em  virtude  disso,  a  arquiteta  requereu,  na  Justiça,  indenização  por  danos  morais,  além  de  pleitear  o
pagamento de horas extras.

Na origem, o juízo deferiu o pagamento de horas extras e condenou a construtora a indenizar a trabalhadora em R$ 40 mil por
causa das ofensas. Em recursos, a arquiteta requereu a majoração da condenação, enquanto a empresa, pediu a improcedência
da ação e alegou valor desproporcional da condenação.

Ao  analisar  a  comparação  da  arquiteta  ao  personagem  “Fofão”,  o  relator  na  14ª  turma  do  TRT  da  2ª  região,  juiz  do  Trabalho
convocado  Marcos  Neves  Faria,  ponderou  que  o  empregador,  por  meio  de  seus  prepostos,  dissociou  o  direito  ao  nome  da
reclamante  e  patrocinou­lhe  um  apelido,  incentivando  o  desrespeitando  a  trabalhadora  e  incentivando  o  desrespeito  dos
funcionários.

Já  em  relação  às  ofensas  sexistas  registradas  no  ambiente  de  trabalho  da  autora,  o  magistrado  considerou  que  o  ato  –
comprovado por meio de fotos juntadas aos autos – é gravíssimo, uma vez que ofende o princípio da isonomia.

“O ambiente de trabalho agressivo é inóspito e, assim, não oferece segurança ou higidez; e a posição de fragilidade
que  enfrenta  uma  mulher,  em  cargo  de  comando,  quando  seus  subordinados  lançam­se  à  aventura  de  lavrar  em
paredes seus desejos e ameaças obscenas, evidencia­se com enorme gravidade.”

Por entender que a empresa “não demonstrou nenhum ato em mitigar as ofensas ou de punir os ofensores”, a 14ª turma votou,
à  unanimidade,  em  conformidade  com  o  relator.  Assim,  o  colegiado  condenou  a  empresa  ao  pagamento  de  indenização  por
danos  morais  no  valor  de  R$  110  mil  pela  comparação  da  trabalhadora  a  personagem  fictício  e  no  valor  de  R$  280  mil  pelas
ofensas sexistas, totalizando R$ 390 mil de indenização.

Os magistrados também determinaram o pagamento de horas extras e seus reflexos à trabalhadora.

Processo: 1000530­88.2018.5.02.0029

Confira a íntegra do acórdão.

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2019­5­22 Arquiteta que sofreu ofensas sexistas e foi comparada ao “Fofão” será indenizada em R$ 390 mil ­ Migalhas Quentes

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