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Produção Agroecológica

Integrada e Sustentável
(PAIS)

Consultores: Nivaldo Dias de Amorim


Ivan Vilas Bôas Souza
Engenheiros Agrônomos

Vitória da Conquista-BA
Abril - 2011
SUMÁRIO

AGROECOLOGIA ....................................................................................................... 6
Introdução ................................................................................................................... 6
Agricultura Orgânica .................................................................................................... 7
Agricultura Biológica .................................................................................................... 8
Agricultura Biodinâmica ............................................................................................... 8
Agricultura Natural ....................................................................................................... 8
Permacultura ............................................................................................................... 9
Agroecologia ............................................................................................................... 9
Conceito de agroecologia .......................................................................................... 10
CERTIFICAÇÃO ........................................................................................................ 10
Garantia da qualidade orgânica ................................................................................ 10
Formação do sistema participativo de garantia ......................................................... 11
Membros do sistema ................................................................................................. 11
A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA AGROECOLÓGICA ..................................... 11
Aspectos econômicos / financeiros ........................................................................... 11
Aspectos sociais ........................................................................................................ 11
Aspectos ambientais ................................................................................................. 12
MANEJO ECOLÓGICO DO SOLO ........................................................................... 12
FISIOLOGIA DE PLANTAS E NUTRIÇÃO VEGETAL .............................................. 13
Nutrição vegetal ........................................................................................................ 13
EQUILÍBRIO ENTRE OS NUTRIENTES ................................................................... 13
CULTIVO ORGÂNICO DE HORTALIÇAS E GRÃOS ............................................... 15
Hortaliças .................................................................................................................. 15
Classificação das hortaliças ...................................................................................... 15
Época de plantio........................................................................................................ 15
Escolha do local ........................................................................................................ 16
Ferramentas e equipamentos.................................................................................... 16
Preparo do terreno .................................................................................................... 17
Compostagem ........................................................................................................... 19
Materiais e modos de plantio..................................................................................... 19
Adubos verdes .......................................................................................................... 20
Formação das mudas ................................................................................................ 20
Substrato para produção de mudas .......................................................................... 20
Espaçamento ............................................................................................................ 21
Tratos culturais .......................................................................................................... 21
Doenças .................................................................................................................... 22
Pragas ....................................................................................................................... 22
Controle e manejo de pragas e doenças ................................................................... 23
RECEITAS DE CALDAS, COMPOSTOS ORGÂNICOS E DEFENSIVOS
NATURAIS ................................................................................................................ 24
Extrato de folha de nim ............................................................................................. 24
Preparados com sabão ............................................................................................. 24
Calda de cebola ........................................................................................................ 24
Cebola e alho servem para combater doenças ......................................................... 24
Cravo-de-defunto ...................................................................................................... 24
Calda de camomila .................................................................................................... 25
Calda sulfocálcica ..................................................................................................... 25
Calda bordalesa ........................................................................................................ 25
Preparo com leite ...................................................................................................... 25
Leite cru e água......................................................................................................... 25
Urina de vaca ............................................................................................................ 25
Gergelim (Sesamus indicus) ..................................................................................... 26
Primavera / Maravilha (Bougainvillea spectabilis / Mirabilis jalapa)........................... 26
Urtiga (Urtica urens) .................................................................................................. 26
Cansanção ................................................................................................................ 27
Pimenta malagueta ................................................................................................... 27
Pimenta do reino e alho 1 ......................................................................................... 27
Pimenta do reino e alho 2 ......................................................................................... 27
Angico 1 .................................................................................................................... 27
Angico 2 .................................................................................................................... 28
Timbó (Derris elliptica) .............................................................................................. 28
Timbó (Ateleia glazioviana) ....................................................................................... 28
Timbó (Derris elliptica) .............................................................................................. 29
Cinamomo ................................................................................................................. 29
Gambazinho, Guiné ou Piu-piu ................................................................................. 29
Inseticida de aroeira salsa ......................................................................................... 29
Inseticida de manipueira (água de mandioca) ........................................................... 29
Controle biológico...................................................................................................... 29
Controle através de armadilhas ................................................................................. 29
Vinagre ...................................................................................................................... 30
Composto Orgânico Embrapa Hortaliças .................................................................. 30
Biofertilizante (Composto de Farelos) - Aeróbico ...................................................... 31
Biofertilizante (Composto de Farelos) - líquido.......................................................... 31
Compostagem a base de fibra de coco e cama de matrizes: .................................... 32
Adubo Líquido ou Uréia Natural ................................................................................ 32
Colheita ..................................................................................................................... 33
Demanda familiar de hortaliças ................................................................................. 33
RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS COM A HORTA ............................................... 34
IRRIGAÇÃO – CONTROLE DA ÁGUA ..................................................................... 34
PLANTIO ................................................................................................................... 34
LISTA PARA VERIFICAÇÃO DE UNIDADES AGROECOLÓGICAS COM
DIAGNÓSTICO DE PROBLEMAS ENCONTRADOS E RECOMENDAÇÕES.......... 35
Solo ........................................................................................................................... 35
Canteiros ................................................................................................................... 35
Escalonamento da produção ..................................................................................... 37
Plantio ....................................................................................................................... 37
Consórcio .................................................................................................................. 38
Plantas medicinais .................................................................................................... 39
Limpeza ..................................................................................................................... 39
Condução das culturas .............................................................................................. 39
Irrigação .................................................................................................................... 40
Biofertilizantes ........................................................................................................... 41
Como preparara a urina de vaca para pulverização.................................................. 41
Verificar pragas, doenças e deficiências nutricionais e métodos de controle ............ 41
Doenças .................................................................................................................... 43
Calda Sulfocálcica ..................................................................................................... 43
Calda Bordalesa ........................................................................................................ 43
Calda de camomila .................................................................................................... 43
Leite cru e água......................................................................................................... 43
Cebola e alho ............................................................................................................ 44
Galinheiro .................................................................................................................. 46
Alimentação............................................................................................................... 46
Área de escape ......................................................................................................... 46
Sanidade ................................................................................................................... 47
Quintal agroecológico ................................................................................................ 47
Comercialização ........................................................................................................ 48
Solução de vinagre .................................................................................................... 48
Mercado .................................................................................................................... 48
Administração e controles ......................................................................................... 48
Regime de trabalho ................................................................................................... 49
Qualidade de vida ..................................................................................................... 49
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS DAS UNIDADES PAIS NA BAHIA ......................... 49
Análise do solo .......................................................................................................... 49
Marcação do pais ...................................................................................................... 51
Adubação de canteiros .............................................................................................. 53
Sombra dos canteiros ............................................................................................... 54
Composto orgânico ................................................................................................... 55
Composto laminar ..................................................................................................... 56
Túnel para saída das galinhas .................................................................................. 56
Piquete para galinhas ................................................................................................ 58
Larvário ..................................................................................................................... 59
Estufa ........................................................................................................................ 59
Instalação das fitas gotejadoras ................................................................................ 60
CRIAÇÃO DE ANIMAIS ............................................................................................ 61
AVICULTURA............................................................................................................ 61
Principais doenças de aves e métodos para prevenção e tratamento ...................... 61
Marek ........................................................................................................................ 61
Bouba ........................................................................................................................ 61
Newcastle .................................................................................................................. 61
Bronquite infecciosa .................................................................................................. 61
Coccidiose ................................................................................................................. 62
Ectoparasitas............................................................................................................. 62
Verminose ................................................................................................................. 62
Vias de aplicação de Vacinas.................................................................................... 62
Via ocular .................................................................................................................. 62
Via punção na asa ..................................................................................................... 63
Piquete ...................................................................................................................... 63
Equipamentos ........................................................................................................... 63
Manejo da criação ..................................................................................................... 64
Fornecimento de calor ............................................................................................... 64
Uso da água .............................................................................................................. 64
Alimentação alternativa ............................................................................................. 65
Raças / Linhagens ..................................................................................................... 66
Manejo de poedeiras ................................................................................................. 67
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................................ 69
ANEXOS ................................................................................................................... 70
Quadro 1 – Informações gerais sobre o cultivo de hortaliças. ................................... 71
Quadro 2 – Início de colheita e produtividade de hortaliças. ..................................... 72
Tabela 1 – Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solo para o
estado de São Paulo. ............................................................................. 73
Quadro 3 - Doenças comuns em caprinos e ovinos .................................................. 74
Quadro 4 - As plantas, suas funções e maneira de utilizá-las. .................................. 76
Quadro 5 - Propriedades medicinais de algumas plantas. ........................................ 78
Quadro 6 - Princípio ativo de algumas plantas .......................................................... 78
6

AGROECOLOGIA

Introdução

O homem primitivo buscava seu alimento em volta das cavernas para se


proteger de outros animais. Quando o alimento ficava escasso, ele procurava novas
cavernas para fixar, ou seja, eram nômades, faziam apenas coletas de raízes, frutos
e sementes. Ao voltar para as cavernas onde já tinham passado, ele sentiu que em
volta delas já possuía plantas que eles deixaram a semente, assim surgiu a
agricultura; ele começou a cultivar plantas fazendo seleção daquelas de melhor
palatabilidade; e criação de animais para auxiliar nas caçadas e produção de
alimentos (ex.: cabras).
Com o tempo, ele passou a fazer queimadas e plantar em margens de rios
em terrenos que passou por inundação com essa concentração de plantas, começou
a aparecer ataques de pragas e doenças, como citado por filósofos, 4.000 anos
atrás (se alguma praga atacar a sua plantação, isso funciona como mensageiro do
céu, que alguma coisa está errado com o seu solo). Nos dias de hoje isso é
explicado pela teoria da trofobiose (Francis Chaboussou) que só existe vida se
existir comida e o desequilíbrio do solo e a monocultura leva a formação de
aminoácidos livres e açúcares que é alimento de pragas e doenças.
O processo de modernização da agricultura, iniciado com a Segunda
Revolução Agrícola (Liebig no século XIX) e aprofundado na Revolução Verde,
trouxe também conseqüências desastrosas nos aspectos agronômicos, econômicos,
ecológicos e sociais. Assim, os movimentos que surgiram em posição ao modelo
agrícola moderno apresentam, em maior ou menor grau, proposta para agricultura
em seus vários aspectos. Em termos gerais, a insustentabilidade do modelo
moderno (ou convencional) é atribuída ao comprometimento tanto dos recursos
produtivos, tais como solo, água e recursos genéticos, como das estruturas e
processos ecológicos básicos responsáveis pelo funcionamento dos ecossistemas,
tais como biodiversidade, fluxo de energia, ciclagem de nutrientes e mecanismo de
regulação populacional. Também se atribuiu a grande dependência de insumos de
alto custo energético, a geração e ao acentuamento de desigualdade econômicas e
sociais em níveis local, regional e mundial e a grande dependência de insumos de
alto custo energético, a geração e ao acentuamento de desigualdade econômicas e
sociais em níveis local, regional e mundial e a incapacidade de atender as
finalidades primárias de alimentar a população e de melhorar as condições de vida
daqueles envolvidos diretamente no processo produtivo.
No Brasil de 1964 a 1979 o consumo de agrotóxicos cresceu 421%, em 1980
quando se produzia 1 kg de tomate 490 gramas eram para pagar o veneno. Com
isso surgia novas pragas, em média 22 por ano. Segundo Paschoal (1979) 20 anos
atrás existia no Brasil 193 pragas, hoje passa de 627. Existe cerca de 900 mil
espécies de insetos, se apenas 10% dos insetos virarem pragas é suficiente para
acabar com toda alimentação da raça humana.
Neste período de 1970 a 1990, quando o agricultor fazia financiamento
bancário era obrigado adquiri 30% dos recursos com adubo químico solúvel e
veneno, a partir dos anos 90 o uso de agrotóxicos diminuiu devido o controle
integrado de pragas e a maior consciência dos consumidores em adquirir produtos
livres de agrotóxicos.
Em termos mais amplos, Bird (1988) identifica que a insustentabilidade da
agricultura convencional decorre dos seguintes processos:
7

a) utilização de soluções paliativas para problemas estruturais;


b) utilização de soluções universais para problemas específicos locais;
c) utilização de insumos externos de alto custo energéticos;
d) subordinação dos aspectos ecológicos á eficiência econômica.

Todos esses processos são decorrentes da mercantilização da agricultura,


em que a terra, a água, as pessoas biodiversidade adquirem o status de
mercadorias, compráveis e vendáveis, igualando-se a insumos e produtos. As
principais frentes de agricultura que contrapõem a este modelo agrícola são:
• Agricultura Orgânica,
• Agricultura Biológica,
• Agricultura Biodinâmica,
• Agricultura Natural,
• Permacultura e
• Agroecologia.

Agricultura Orgânica
Foi criada no início do século XX pelo pesquisador inglês Sir Albert Howard
após pesquisa realizada na estação de Pusa (Índia), quando observou que os
camponeses hindus não utilizavam adubos químicos, mas as plantações eram
sadias e não sofriam o ataque de pragas. A razão era o uso do húmus (composto
orgânico), rotação de culturas, controle natural de pragas e a manutenção da
biodiversidade.
Considerado o pai da agricultura orgânica, Sir Albert Howard acreditava que o
solo não era apenas um suporte para ser cultivado, mas um elemento vivo que deve
ser tratado com o devido cuidado.
Após a 2ª Guerra Mundial a agricultura orgânica iniciou uma fase de grande
crescimento, pois neste mesmo período ocorreu o avanço da indústria e o uso de
agrotóxicos. Com esse crescimento foram registrados muitos acidentes envolvendo
uso de venenos.
Em 1962 a escritora Raquel Carson lançou o livro Primavera Silenciosa,
denunciando o extermínio dos pássaros em varias regiões das Américas causado
pelo uso de agrotóxicos.
Cada vez mais a agricultura orgânica conquista novos adeptos e desperta um
maior interesse de pesquisadores e produtores rurais por esse sistema de produção,
abrangendo toda a cadeia produtiva, do campo até a mesa do consumidor final.
A agricultura orgânica é baseada no equilíbrio dos elementos solo, água e
planta e permite de forma sustentável a produção sem o uso de produtos químicos,
propiciando uma integração entre o agricultor e o consumidor.
A agricultura orgânica está apoiada na recuperação da força produtiva dos
solos com a manutenção de elevadas doses de matéria orgânica. Há utilização de
técnicas como a rotação de culturas, além do manejo produtivo, respeitando os
ciclos naturais de cada espécie.
Os sistemas orgânicos de produção seguem princípios aceitos mundialmente
para a produção agropecuária. Entre estes, segundo a Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em áreas de produção orgânica
devem ser observados os seguintes aspectos:

1) Produzir alimentos de qualidade e alto valor nutricional;


8

2) Integrar os agroecossistemas com os ciclos e sistemas naturais;


3) Envolver microorganismos e organismos do solo, planta e animais na ciclagem
de nutrientes e de energia;
4) Utilizar a água de modo racional para promover o aumento da sustentabilidade
de ecossistemas aquáticos;
5) Manter ou aumentar o grau de fertilidade do solo ao longo do tempo;
6) Manter a diversidade genética de sistemas e agroecossistemas;
7) Utilizar recursos ambientais renováveis como fatores de produção;
8) Minimizar todas as formas de poluição;
9) Ofertar produtos orgânicos biodegradáveis;
10) Promover o desenvolvimento social e o bem-estar de todos os agentes
envolvidos nos sistemas de produção de alimento;
11) Desenvolver as cadeias de produção de alimentos, no sentido de que as ações a
elas associadas sejam socialmente justas e ambientalmente responsáveis.

Agricultura Biológica
Iniciada na década de 1940 por dois alemães – o biólogo Hans Müller e o
médico Hans Peter Rusch, criadores da Teoria da Trofobiose - a nutrição equilibrada
torna a planta mais resistente ao ataque de pragas e doenças. A prática está
baseada na melhoria da fertilidade do solo por meio da atividade microbiana, que
consiste na utilização do esterco em seu estado inicial de decomposição. O mesmo
princípio associa a saúde do ser humano à qualidade biológica dos alimentos,
orientando para a adoção do hábito de consumir alimentos produzidos em solos
equilibrados e vivos.

Agricultura Biodinâmica
O sistema de produção foi idealizado pelo filósofo e matemático austríaco
Rudolph Steiner, na década de 1920. Staneir realizou na Polônia um ciclo de oito
palestras destinadas aos produtores rurais, defendendo a fazenda como um
organismo vivo, que interliga solo, água, flora, fauna e o ser humano, interagindo
com as diferentes formas de energia da natureza, inclusive a energia cósmica.
A biodinâmica integra todas as atividades da propriedade, procurando o
equilíbrio entre as lavouras, criação de animais, uso de reservas naturais da água,
procurando sempre uma maior independência no que refere a insumos vindos de
fora da propriedade.

Agricultura Natural
Aqui a interferência humana nos agroecossitemas é mínima. A harmonia e a
prosperidade entre os seres vivos é fruto da conservação do ambiente natural. A
Agricultura Natural surgiu no Japão na década de 1930, criada pelo filósofo Mokiti
Okada. Defende o modelo da natureza como a verdade e baseia-se na revitalização
dos solos, por meio da decomposição da matéria orgânica de origem vegetal, para
que os solos possam nutrir eficientemente as lavouras.
Passos para coleta de microorganismos naturais em área de mata virgem.

Coleta de microrganismos

Local: área de mata virgem com características de boa fertilidade (solo com aspecto
limpo, de pouca folhagem).
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Demarcação: 60 cm X 40 cm. Retirar toda serrapilheira da área demarcada (toda


matéria orgânica decomposta ou em decomposição).

Materiais necessários:
• Uma caixa de madeira de 80 cm x 50 cm x 5 cm.
• 100 copinhos de café (50 ml).
• 700g de arroz cru.
• 1 kg de rapadura, ou 10 litros de caldo de cana, ou 1 kg de melaço.
• 08 garrafas PET de 2 litros.
• 1 balde plástico de 20 ou 15 litros.
• 1 funil plástico de bico largo.
• 1 espátula de madeira.

Procedimento:
• Cozinha os 700g de arroz.
• Colocar o arroz cozido nos copinhos de café.
• Arrumar os copinhos na caixa.
• Cobrir os copinhos com a serrapilheira.
• Umedecer a serrapilheira sem encharcá-la.
• Após 4 dias, retirar a serrapilheira dos copinhos.
• Preparar uma solução adocicada no balde de 20 litros da seguinte maneira:
raspar 1 kg de rapadura e/ou 10 litros de caldo de cana ou 1 kg de melaço,
colocar um dos três no balde e misturar em 10 litros de água.
• Selecionar os microrganismos no arroz dos copinhos, retirando os pontos pretos,
marrons e cinza escuro. Aproveitar apenas as colônias brancas e coloridas.
• Colocar o arroz selecionado na solução adocicada do balde plástico e mexer bem.
• Deixar a solução em repouso por 24 ou 48 horas para multiplicação dos
microrganismos.
• Após o repouso de 48 horas engarrafar a “solução de microrganismos” nas
garrafas PET.
• Diariamente, durante 15 dias, folgar as tampas das garrafas para expulsar os
gases produzidos pela fermentação.
• Após os 15 dias (período da estabilização dos gases), o produto está pronto para
ser usado de imediato ou armazenar até 06 meses.
• Usar na calda biofertilizante.

Permacultura
Iniciada em 1975, é a mais recente das correntes e tem a contribuição do
australiano Bill Mollison. Neste sistema de produção a agricultura imita o ambiente
em que as plantas se encontram na natureza. Em estrutura circular envolve plantas
semipermanentes (banana, mandioca), permanentes (árvores frutíferas, madeireiras)
e plantas de curto ciclo, a exemplo das hortaliças. Desta forma obtém-se um
equilíbrio do sistema, que é complementado com a criação de animais.

Agroecologia
A Agroecologia compreende todos os segmentos da agricultura alternativa, na
perspectiva de um processo de ruptura com atuais modelos de desenvolvimento e
rural com a adoção de estilos que reduzam os impactos ambientais.
A Agroecologia talvez não devesse ser classificada como mais uma corrente
10

de Agricultura Alternativa, uma vez que não tem caráter doutrinário centralizado, não
preconiza o uso de produtos ou processos próprios e muitos princípios
agroecológicos estão presentes em diversas práticas utilizadas em outras correntes.
Agroecologia constitui mais propriamente na denominação que a Agricultura
Alternativa assumiu principalmente no meio acadêmico e nos movimentos
conduzidos com sua participação.
Dentre as principais definições de Agroecologia podem-se citar: o estudo das
bases ecológicas (estruturas e funções) dos sistemas agrícolas (Gliessman, 1989); a
aplicação de conceitos e princípios ecológicos na concepção e manejo de sistemas
agrícolas (Gliessman, 1989); a base científica da agricultura alternativa (Altieri,
1989). Segundo Hetch (1989), no seu sentido mais global, a Agroecologia incorpora
idéias mais ambiental e de sentimento social acerca da agricultura e, na sua
concepção mais específica, refere-se ao estudo dos fenômenos ecológicos que
ocorrem nos campos de produção.

Conceito de agroecologia
Sistema de produção agrícola ecológico e sustentável, baseado na
preservação e respeito ao solo, ao ambiente e ao homem; em condições
trabalhistas, econômicas e sociais justas.

CERTIFICAÇÃO

Garantia da qualidade orgânica


A legislação brasileira prevê três diferentes maneiras de garantir a qualidade
orgânica dos seus produtos:
• o Controle Social para a Venda Direta sem Certificação
• a Certificação,
• e os Sistemas Participativos de Garantia
Os chamados Sistemas Participativos de Garantia, junto com a
Certificação, compõem o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade
Orgânica – SisOrg. Para o seu bom funcionamento, os Sistemas Participativos de
Garantia caracterizam-se pelo Controle Social e a Responsabilidade Solidária, o
que possibilita a geração da credibilidade adequada a diferentes realidades sociais,
culturais, políticas, institucionais, organizacionais e econômicas.
Para você entender exatamente como os produtos orgânicos ganham
credibilidade, é importante saber o que é o Controle Social e a Responsabilidade
Solidária.
O Controle Social é um processo de geração de credibilidade,
necessariamente reconhecido pela sociedade, organizado por um grupo de pessoas
que trabalham com comprometimento e seriedade. Ele é estabelecido pela
participação direta dos seus membros em ações coletivas para avaliar a
conformidade dos fornecedores aos regulamentos técnicos da produção orgânica.
Em outras palavras, o comprometimento deles com as normas exigidas para esse
tipo de produção.
Já a Responsabilidade Solidária acontece quando todos os participantes do
grupo comprometem-se com o cumprimento das exigências técnicas para a
produção orgânica e responsabilizam-se de forma solidária nos casos de não-
cumprimento delas por alguns de seus membros.
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Formação do sistema participativo de garantia


Para se formar um SPG, devemos reunir produtores e outras pessoas
interessadas para assim organizar a sua estrutura básica, que é composta pelos
Membros do Sistema e pelo Organismo Participativo de Avaliação da
Conformidade – OPAC. Saiba mais sobre eles.
Membros do sistema
Os Membros do Sistema são pessoas físicas ou jurídicas que fazem parte
de um grupo classificado em duas categorias: fornecedores e colaboradores.
Fornecedores: são os produtores, distribuidores, comercializadores,
transportadores e armazenadores.
Os fornecedores têm as seguintes funções:
• Solicitar a avaliação da conformidade de seus produtos para saber se estão de
acordo com as normas de produção dos produtos orgânicos;
• Fornecer todas as informações necessárias com os detalhes e a frequência
pedidos pelo Sistema Participativo de Garantia - SPG e exigidos pelo OPAC –
Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade;
• Contribuir para a geração da credibilidade dos produtos por meio de sua
participação no SPG;
• Atender todas as orientações de prevenção e providenciar a correção das não-
conformidades. Quer dizer, as ações que não levam em consideração as
recomendações da Comissão de Avaliação;
• Garantir que tanto os seus produtos quanto os do grupo estarão de acordo com
os regulamentos da produção orgânica, respeitando a conformidade.
Colaboradores: são os consumidores e suas organizações, os técnicos, as
organizações públicas e privadas, as que representam as mais diferentes classes e
as ONGs.
Os colaboradores têm as seguintes funções:
• Contribuir com a geração de credibilidade por meio da sua participação ativa no
Sistema Participativo de Garantia - SPG;
• Assumir a responsabilidade solidária pelos produtos avaliados.

A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA AGROECOLÓGICA


Aspectos econômicos / financeiros
 Produção > Lucro, proveniente:
 diferencial de preço (prêmio) (20 a 400%);
 menores custos de produção (estabilidade do sistema).
 Propriedade > agregação de valor:
 aumento da diversidade na paisagem;
 diversificação da exploração econômica pela valorização dos recursos
locais (turismo rural e educação ambiental).
Aspectos sociais
 melhoria da qualidade de vida da família/trabalhador rural e do consumidor :
 aumento da renda;
 aumento da qualidade dos alimentos produzidos;
 aumento da geração de empregos;
 diminuição do êxodo rural.
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Aspectos ambientais
 Produz alimentos mais saudáveis. livres de substâncias tóxicas
 Preservação dos recursos naturais (água e solo):
 preserva e recompõe a fertilidade, previne a erosão e mantém a vida
no solo;
 uso da água de maneira que permita a recarga dos depósitos naturais.
 Melhora o aproveitamento de resíduos internos da propriedade (animais e
vegetais).

MANEJO ECOLÓGICO DO SOLO


O Solo tropical é um eco-sistema como o de clima temperado. Sistema quer
dizer que é composto de muitos fatores interligados e que fazem o sistema
funcionar. Eco vem da palavra grega “oikus” que significa lugar. Assim, cada lugar
possui seu sistema todo particular. Portanto a transferência de tecnologia de um
eco-sistema (o temperado) para outro (o tropical) não funciona. Não se pode admitir
que o tropical seja completamente errado e que o bom seja somente o temperado,
muito pelo contrário, pois em estado nativo o tropical produz 5,5 vezes mais
biomassa do que o temperado.
O solo tropical é muitíssimo mais produtivo, enquanto pode trabalhar dentro
de suas condições. Mas quando é obrigado a funcionar dentro das condições do
clima temperado, trabalha muito precariamente.
Faz quase 4000 anos que a filosofia védica diz: “Se as pragas atacam suas
lavouras, elas vêm como mensageiras do céu para avisá-lo que seu solo está
doente". Por isso os Australianos, quando verificam uma praga no seu campo,
primeiro perguntam: "O que fiz de errado com meu solo?" e tentam descobrir o erro.
Somente depois aplicam um defensivo, que sempre é exceção e nunca rotina. Mata
a praga no momento, mas depois recupera seu solo, para que isso não se repita.
Os solos são decadentes graças a uma tecnologia inadequada, imposta pelos
colonos europeus. Revolvem o solo profundamente, acreditando que isso afofa o
solo, mas na verdade provoca seu adensamento tornando o solo duro, ao invés de
protegê-lo contra o sol e o impacto da chuva, o mantém o limpo, bem capinado,
isento de qualquer planta nativa que poderia também protegê-lo. Secam-lhe as
fontes e secam-lhes os rios e a vegetação antes exuberante agora perde toda sua
força vital.

Diferença no manejo do solo entre agricultura ecológica e agricultura convencional.


AGRO-ECOLÓGICA AGRIC. CONVENCIONAL COMBATE DE SINTOMAS
Aração mínima ou Plantio Trabalho profundo com Crostas, Lajes, Compactação e Erosão.
Direto Arado ou Enxada Rotativa
Solo protegido Solo limpo Aquece e compacta
Plantio adensado, Mulch, Solo exposto ao Sol e Aquece e compacta, usam irrigação
Consorciação Chuva
Biodiversidade: Rotação, Monocultura Pragas e Doenças
Adubação Verde
Retorno da Mat. Org. Queima da Mat. Org. Destruição dos agregados e poros, Vida
do solo fraca
Composto, Mat. Org. NPK Plantas mal nutridas, deficientes e
(Macro e Micro nutrientes) Calagem doentes.
Reflorestamento Desmatamento Solos Secos
Quebra-Ventos Vento e Desertificação Irrigação
Uso criterioso de máquinas Uso indiscriminado de Compactação, erosão e abandono dos
máquinas pesadas solos.
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FISIOLOGIA DE PLANTAS E NUTRIÇÃO VEGETAL

Nutrição vegetal
A planta necessita de:

1. Nutrientes no solo, que se obtém:


a) Pela decomposição das rochas;
b) Pela reciclagem da matéria orgânica;
c) Pela mobilização da vida no solo;
d) Pelo aumento do espaço enraizado (maior volume de solo a ser explorado pela
raiz);
e) Pelo arejamento do solo através de sua agregação boa (íons "reduzidos "não
nutrem a planta);

2. Absorção dos nutrientes, para isso se necessita de:


a) Água no solo;
b) Ar no solo;
c) Uma temperatura do solo ao redor de 25°C (entre 28° a 32°C). Acima de 32° C a
planta não absorve mais água;
d) Um potencial radicular elevado, isto é uma concentração alta de grupos
carboxílicos (COOH-) na seiva da raiz, que sempre tem de ser maior que a
concentração de íons no solo. Ela depende da fotossíntese ativa e do transporte
para a raiz, que por sua vez depende da presença de suficiente boro que
"inverte" a glicose fotossintetizada para sacarose, que é móvel dentro da planta.

3. Metabolização rápida que depende:


a) Da energia disponível na planta que é maior com uma "respiração aeróbia" (por
cada mol de glicose se liberam 720 calorias) e muito menor com respiração
fermentativa, anaeróbia (liberando por cada mol de glicose somente 20 calorias);
b) Do ATP para o transporte desta energia (o ATP depende da presença de
suficiente fósforo);
c) De enzimas catalisadoras. As enzimas aceleram as reações químicas na planta,
porém elas têm de ser "ativadas" e os ativadores são nutrientes, especialmente
potássio, magnésio e micronutrientes.
A trofobiose (Chaboussou,1981) mostra "a vida em função da alimentação".
Antes de tudo mostra que nenhum nutriente existe de forma isolada, mas todos se
encontram em proporções exatas com os outros. Isso significa que se aumentar um
nutriente um outro entrará em falta impedindo que uma substância que depende da
presença suficiente deste nutriente se possa formar na planta. Um produto semi-
acabado circula na seiva oferecendo-se ao micróbio ou inseto, que possui uma
enzima que possa usar esta substância.

EQUILÍBRIO ENTRE OS NUTRIENTES


(Trofobiose)

Ácidos Bases
(ânions) (cátions)
P – S – Cl – NO3 K – Ca – Mg – Na – NH4
100 100
14

Quando se aumenta um dos nutrientes por exemplo K, os outros entram em


deficiência por exemplo: Ca+Mg.

Equilíbrio:
Entre Macronutrientes Entre Micronutrientes Macro e Micronutrientes
N/K=2 Fe / Mn = 3 / 2 (até 3000/2000) N / Cu = 1250
Ca / K = 8 Fe / Cu / Co = 500 / 10 / 1 K / B = 100 (a 150)
Ca / Mg = 3 (a 6) Fe / Cu / Mo = 500 / 10 / 2 P / Zn = 35
P / S = 1 (ou 0,7) Ca / Mn = 530

Como cada, excesso induz uma deficiência, e cada deficiência “chama" um


parasita (Quadro 1), a aplicação rotineira de algum defensivo com base mineral,
tanto faz se é químico ou chamado de orgânico, como a calda Bordaleza, sempre
acarreta o excesso de um mineral e a deficiência de outros. Isso infalivelmente
provoca o ataque de algum outro parasita, portanto, é razão dos "calendários de
pulverização" porque se sabe, por experiência, quais as pragas que vão aparecer
como seqüela do defensivo aplicado.
O trato convencional do solo com calagem e NPK desequilibra todos os
outros nutrientes. Assim, Bergmann (1983) mostra que comprovadamente 9 doenças
de cultivos agrícolas são provocadas pelo excesso de nitrogênio (Quadro 2).

Quadro 1 - Parasita x deficiência nutricional.


Parasita na cultura Deficiência de:
Sarna (Streptomyces scabis) em batatinhas Boro
Cochonilhas em videiras e frutíferas Cálcio
Míldio (Botrytis) em abóbora, videira e girassol Boro e cobre
Brusone (Piricularia oryzae) em arroz Cobre
Curuquerê (Ascia monuste orseis) em couve, repolho, couve flor, Molibdênio
brócolis, etc
Solos muito adensados, duros,
Vaquinha ou Patriota (Epicauta excavata) em feijão, verduras, etc.
(respiração fermentativa)
Saúvas (Atta sexdens) e quem-quem Molibdênio
Bacteriose em aveia branca Manganês
Pulgão em couve (Brevicoyna brassicae) Potássio
Pulgão (Anuraphis spp.) em pessegueiro Cálcio e potássio
Pulgão em brotos novos,múltiplos de citrus (Pericerya p.) Cobre
Ferrugem (Puccinia graminis tritici) em trigo Boro e cobre
Elasmo (Elasmopalpus lignosellus) em milho e feijão Zinco (na semente)
Lagarto do cartucho (Spodoptera frugiperda) em milho Boro
Serrador (Oncideres impluviata) em árvores Magnésio

Quadro 2 - Doenças causadas pelo nitrogênio.


CULTURA DOENÇA
Fumo Pseudomonas
Tomate, Fumo Alternaria
Tomate, Algodão Vertticillium
Batatinha Erwinia
Alface, Nabos, Videira Pernospora
Videira, Moranguinhos Botrytis
Cereais, Frutíferas Erysiphe
Trigo Septoria
Cereais, Feijão Puccinia e Uromyceas
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CULTIVO ORGÂNICO DE HORTALIÇAS E GRÃOS

Hortaliças
São plantas de consistência herbácea, geralmente de ciclo curto e tratos
culturais intensivos, cujas partes comestíveis são diretamente utilizadas na
alimentação humana, ou seja, in natura ou com pouco processamento. Fornecem
folhas, hastes, flores, frutos, raízes e outras partes que são utilizadas na
alimentação, cruas ou cozidas. As hortaliças complementam a alimentação básica
pois são importantes fontes de vitaminas, sais minerais e fibras, além de
apresentarem valor medicinal.
Conforme a finalidade com que se conduz a produção de hortaliças, as hortas
podem ser caseira ou domiciliar, comunitária, escolar ou institucional e comercial.
Apesar do cultivo orgânico de hortaliças ser viável para todos os tipos de exploração,
nossas considerações vão se ater mais sobre hortas caseiras, comunitárias e
escolares, onde o cultivo orgânico é mais facilmente viabilizado. Antes de se
começar a produzir hortaliças é necessário fazer um estudo dos objetivos de
maneira que a sua produção seja bem aproveitada. Em cultivos se subsistência é
recomendado diversificar e aproveitar a melhor época para o plantio. Em cultivos
comerciais deve-se fazer o estudo das exigências do mercado consumidor que se
pretende atender. Muitos produtos podem não atender os padrões do mercado
consumidor ou podem não alcançar preços por excesso de produto no mercado.
O cultivo orgânico de hortaliças se caracteriza por além do uso racional da
matéria orgânica considerar todo sistema de produção agrícola de maneira ecológica
e sustentável, baseado na preservação e respeito ao solo, ao ambiente e ao
homem, em condições trabalhistas, econômicas e sociais justas. Existem muitos
sistemas que se baseiam no cultivo orgânico, dentre eles a agricultura natural,
biológica, orgânica, biodinâmica, ecológica, agroecológica, regenerativa e
permacultura. Porém, deixando ideologias à parte, vamos dar ênfase ao cultivo
orgânico em uma agricultura sustentável.

Classificação das hortaliças


As hortaliças compreendem mais de 70 espécies e podem ser agrupadas de
acordo com a parte comestível em:
- Hortaliças-folhosas: alface, almeirão, agrião, espinafre, couve, cebolinha, salsa,
rúcula;
- Hortaliças-flores: couve-flor, couve brócolos;
- Hortaliças-frutos: berinjela, jiló, abóbora, quiabo, chuchu, tomate, pimentão,
pepino;
- Hortaliças-tubérculos: batata; cará;
- Hortaliças-raízes: cenoura, beterraba, rabanete, nabo, batata-doce;
- Hortaliças-bulbos: cebola, alho;
- Hortaliças-rizomas: inhame;
- Hortaliças-hastes: aspargo, aipo ou salsão;
- Hortaliças-condimentos: cebolinha, coentro, pimenta, salsa, manjericão, hortelã.

Época de plantio
As condições climáticas influenciam grandemente o cultivo de hortaliças.
Antes de se estabelecer o cultivo de qualquer hortaliça deve-se fazer um estudo do
clima da região onde se deve dar atenção especial a diversos fatores mas
especialmente a temperatura, umidade e luminosidade relacionada ao fotoperíodo,
16

que são as horas de luz de um dia. As condições climáticas de uma região estão
muito influenciadas pela sua latitude, distância em graus em relação à linha do
Equador. Quanto mais próximo a linha do Equador, Norte ou Nordeste do Brasil,
menor é a latitude, é mais frequente a ocorrência de temperaturas mais elevadas e
as horas de luz variam muito pouco durante o ano, ficando em torno de 12 h de
luminosidade. Quanto maior a latitude, mais ao sul do Brasil, mais a frequência de
temperaturas baixas e as horas de luz variam muito durante o ano em torno de 10 h
no inverno a 14 h no verão. Todavia, a altitude do local influencia muito as condições
climáticas dentro de uma microregião, promovendo diferenças climáticas em uma
mesma latitude. A altitude é medida em metros em relação ao nível do mar.
Geralmente altitudes acima de 800 m promovem condições climáticas favoráveis ao
cultivo de diversas hortaliças durante todo o ano.
Existem hortaliças mais adaptadas ao período quente, outras são mais
adaptadas ao período frio. Algumas hortaliças toleram encharcamento, outras são
indicadas para o período seco. O excesso de vento é prejudicial às hortaliças por
isso é recomendado a utilização de obstáculos como quebra-vento que pode ser
plantas arbustivas ou sub-arbóreas como flor-de-mel, bananeira, murta, cana-de-
açúcar ou capim elefante.
A maioria das hortaliças são prejudicadas pelo excesso de calor, chuvas e
geadas. As épocas mais amenas são mais favoráveis ao plantio de hortaliças folhas,
flores, bulbos e algumas raízes. Já as épocas mais quentes favorecem o
desenvolvimento de hortaliças fruto e raízes tropicais. No entanto, algumas espécies
que necessitam de temperaturas amenas, podem ser plantadas em épocas mais
quentes, desde que se escolha uma cultivar adaptada. São as chamadas de
cultivares de verão, como no caso da alface, repolho, couve-flor e cenoura. Outra
alternativa é o cultivo protegido tanto para redução da insolação no período quente,
o excesso de umidade no período chuvoso ou excesso de frio em regiões frias.
Produções fora da época normal aproveitam a sazonidade do mercado e alcançam
melhores preços.
Cada espécie de hortaliça tem seu modo de ser cultivada. Assim é necessário
levar em conta a época de plantio, modo de preparo do solo, tipo de plantio,
materiais para plantio, espaçamento e cuidados com a cultura.

Escolha do local
O local ideal para a implantação de uma horta deve ser de fácil acesso, bem
batido de sol e próximo a uma fonte de água. O solo deve ser plano ou levemente
inclinado, profundo, de textura média (areno-argiloso ou argilo-arenoso), arejado,
boa drenagem, porém com uma razoável capacidade de retenção de água, rico em
matéria orgânica. Mas também algumas hortaliças também podem ser plantadas em
canteiros de alvenaria, caixas, latas, pneus, vasos, ou outros recipientes com no
mínimo 20 cm de profundidade e perfurados no fundo.

Ferramentas e equipamentos
As principais ferramentas para iniciar a produção de hortaliças são: enxada,
enxadão, ancinho, sacho, pá curva, regador, marcador de sulco, barbante, colher-
de-transplante, transplantador, faca e canivete. Os principais equipamentos são:
carrinho de mão, arado, grade, enxada rotativa, sulcador, microaspersor e
pulverizador.
17

Preparo do terreno
Antes de começar o preparo do terreno é importante realizar a coleta de
amostras do solo para análise de fertilidade, em seguida procede-se a limpeza com
a retirada de pedaços de madeira, pedras, vidro plástico e outros materiais que
dificultariam o cultivo das hortaliças. Após a limpeza realiza-se a correção do solo ou
calagem, que consiste na aplicação do calcário em função do resultado da análise
do solo. Em seguida deve-se incorporar o calcário com o revolvimento do solo. O
calcário deve ser aplicado, preferencialmente, 90 dias antes do plantio. Serve para
elevar o pH do solo além de fornecer Cálcio e Magnésio. A grande maioria das
hortaliças prefere um grau de acidez do solo em torno de 6,0 conforme Quadro 3.

Quadro 3 - Necessidade de calagem.


Método da neutralização do Al Método da Saturação por Bases
NC (t/ha) = Al x 2 + [2 – (Ca + Mg)] NC (t/ha) = T (V1 - V2) / 100

Quantidade de calcário a ser usada Onde: T (soma dos íons trocáveis = Ca + Mg + K


+ Na +(H + Al) em meq/dm³ de solo; V2 é a % de
saturação de base recomendada para a cultura;
V1 = saturação de bases existente no solo,
QC = NC x 100/PRNT
calculada pela fórmula:
V1 = S x 100/T, em que S (soma de bases
trocáveis) = Ca + Mg + K em meq/dm³ de solo.

Próximo ao plantio completa-se o preparo do solo com a incorporação do


adubo orgânico e mineral e a construção de canteiros, leiras, sulcos ou covas. Os
canteiros devem ter de 15 a 20 cm de altura (favorecem o desenvolvimento das
raízes) aproximadamente 1 m de largura (permite que uma pessoa atinja o centro do
canteiro com o braço). O comprimento varia com a disponibilidade de área. O
espaçamento entre os canteiros varia de 30 a 40 cm (de modo a permitir o trânsito
de uma pessoa adulta dentro da horta).
Na ausência dos resultados da análise do solo utiliza-se em média de 40 g/m²
de calcário em solos não corrigidos nos últimos 4-5 anos. A adubação básica antes
do plantio, em solos com fertilidade média, pode ser feita com a incorporação de 10-
20 litros de esterco de curral bem curtido ou composto orgânico, juntamente com
200 g por metro quadrado de canteiro de Termofosfato ou Fosfato Natural (Quadro
4). Em covas incorpora-se 2-3 litros de esterco de curral bem curtido mais 200 g de
Fosfato Natural. Quando se usa esterco de aves utiliza-se 1/3 da quantidade
recomendada. Tanto o esterco quanto o adubo natural devem ser muito bem
misturados com a terra antes do plantio, para se evitar a queima das raízes das
plantas recém-germinadas ou mudas transplantadas.

Quadro 4 - Interpretação da disponibilidade para o fósforo (P) de acordo com o teor


de argila do solo.
Argila (%) Muito baixo Baixo Médio Bom Muito bom
60 – 100 < 2,7 2,8 – 5,4 5,5 – 8,0 8,1 – 12,0 > 12,0
35 – 60 < 4,0 4,1 – 8,0 8,1 – 12,0 12,1 – 18,0 > 18,0
15 – 35 < 6,6 6,7 – 12,0 12,1 – 20,0 20,1 – 30,0 > 30,0
0 – 15 < 10,0 10,1 – 20,0 20,1 – 30,0 30,1 – 45,0 > 45,0

As hortaliças necessitam de macro e micronutrientes que são fornecidos por


adubações orgânicas e pelos Fosfatos Naturais. Adubações desequilibradas além
18

comprometerem a produção promovem o ataque de pragas e a ocorrência de


doenças. As plantas com deficiência nutricional apresentam sintomas característicos
como folhas amarelas, nanismo, rigidez dos tecidos, listras amarelas, manchas, má
formação de flores e frutos, baixa produtividade.
Os macronutrientes são: nitrogênio (N); fósforo (P); potássio (K); cálcio (Ca);
magnésio (Mg); enxofre (S). São chamados de macronutrientes porque as plantas
necessitam em grande quantidade para completarem o seu ciclo.
Os micronutrientes são: manganês (Mn); zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe),
molibdênio (Mo), boro (B); cloro (Cl). São denominados de micronutrientes porque as
plantas necessitam em pequenas quantidades para completarem o seu ciclo, mas
são igualmente importantes. Multas vezes são negligenciados por serem
necessários em pequenas quantidades e comprometem grandemente a produção.
Além dos sintomas de deficiências a necessidade de micronutrientes pode ser
identificada com a análise foliar das plantas.
Na agricultura orgânica o solo é considerado um organismo vivo e é a base
da sustentação do sistema. As técnicas conservacionistas, o uso de terraços, plantio
em nível, adubação verde, rotação e consorciação de culturas, uso de cobertura
morta, plantio direto são recomendados. Outro ponto é a utilização do solo conforme
sua aptidão agrícola.

Para marcação da nivelada básica e medir a declividade do terreno (Quadro


5), poderão ser utilizados níveis de mangueira ou tipo pé de galinha.

Quadro 5 - Plano de nivelamento.


Declividade (%) Desnível (m) Distância entre terraço (m)
1 0,70 70,00
2 0,80 40,00
3 0,90 30,00
4 1,10 27,50
5 1,20 24,00
6 1,30 22,00
7 1,40 20,00
8 1,50 18,70
9 1,60 17,70
10 1,70 17,00
11 1,80 16,30
12 1,90 15,80
19

Compostagem
Em relação à produção de compostos orgânicos há vários passos que
devem ser seguidos, aonde diversos questionamentos vão surgindo. No entanto o
preparo do composto orgânico deve ser adequado a realidade do produtor levando
em consideração os materiais disponíveis na propriedade.
O composto orgânico é preparado a base de um volumoso e um inoculante. O
volumoso pode ser capim picado, restos de culturas ou outro material de fácil
decomposição, mas que seja abundante na propriedade ou na região. O inoculante
pode ser esterco verde ou semi-decomposto, o qual possui microrganismos que
realizam a decomposição do material orgânico. São feitas camadas sobrepostas de
20 cm aproximadamente de volumoso intercaladas com camadas de
aproximadamente 5 cm de inoculante, formando medas com aproximadamente 1,0
m de largura e 1,5 m de altura. Pode-se enriquecer o composto orgânico com fosfato
natural. É importante construir a primeira e a última camada do composto com o
volumoso. O comprimento das medas é em função da área disponível, mas
geralmente usam-se de até 10 m para facilitar o seu manejo. A medida que se
constrói a meda de composto joga-se água de forma a mantê-lo úmido mas sem
escorrer. Essa umidade deve ser mantida até o término do processo, pois a umidade
favorece a decomposição. O composto deve ser construído em local protegido
porque em local desprotegido a chuva pode lavá-lo constantemente, empobrecendo-
o. Deve-se revolver o composto orgânico periodicamente, inicialmente de 15 em 15
dias, e posteriormente ir aumentando para intervalos de 20 e 25 dias. Para
acompanhar a decomposição e determinar o momento certo de revirar o composto
pode-se enfiar um vergalhão de 1 polegada de diâmetro na meda, tira-o
semanalmente e coloca nas costas das mãos, se o vergalhão estiver aquecido a
uma temperatura que causa incômodo, está na hora de revirar. É importante deixar
chegar a temperatura próxima de 70ºC, para então revirar com o objetivo de
promover uma melhor decomposição, que ocorre em torno de 50-60ºC, e também a
desinfestação do composto, com destruição dos microrganismos patogênicos (que
causam doenças) e cozimento de algumas sementes de plantas espontâneas.
Apesar do composto geralmente destruir patógenos e sementes de plantas
espontâneas, é recomendado utilizar materiais não contaminados quimicamente e
biologicamente, assim não é recomendado o uso de restos culturais infectados por
doenças. Geralmente após 90 dias o composto está pronto para ser utilizado. Em
anexo estamos apresentando algumas receitas da composição, preparo de
compostos e biofertilizantes.

Materiais e modos de plantio


De um modo geral, a maioria das hortaliças é plantada por sementes. Porém,
algumas podem ser plantadas por brotações que saem da haste da planta adulta
(couve), pedaços de rama (agrião, espinafre, batata-doce), o fruto (chuchu) ou
pedaços da haste com raízes (cebolinha).
As hortaliças são plantadas por semeadura direta quando a planta completa
seu ciclo onde foi plantada (abóboras, agrião, alho, batata, cenoura, coentro, pepino,
quiabo, rabanete, salsa) ou por semeadura indireta, quando produzida a muda em
sementeira e feito o transplantio (alface, berinjela, cebola, couve, couve-flor, couve-
brócolos, pimenta, pimentão e tomate). Apesar de que, com o uso de produção de
mudas em bandejas com substrato organo-mineral, foi viabilizado o plantio de
diversas hortaliças por meio de mudas, que antes só era possível por semeadura
direta, como por exemplo o quiabo e as cucurbitáceas. Mais informações veja nos
20

Quadros 1 e 2 do anexo.
As hortaliças plantadas em espaçamentos maiores (abóboras e chuchu)
devem ser plantadas em covas. Mais informações veja no Quadro 1 do anexo.

Adubos verdes
Muitas plantas possuem a capacidade de aumentar a fertilidade e o teor de
matéria orgânica do solo, são cultivadas e incorporadas no solo ainda verdes,
geralmente no período da floração, antes da instalação dos cultivos. Além de
servirem como adubo verde no fornecimento de matéria orgânica e nutrientes,
promovem uma proteção para o solo e melhora a sua estrutura física. Grande parte
dessas plantas são da ordem das leguminosas, plantas que produzem frutos tipo
vargem, semelhante ao feijão. As leguminosas são ricas em nitrogênio. Em suas
raízes encontramos nódulos de bactérias do gênero Rhyzobium, que possuem a
capacidade de assimilar o nitrogênio atmosférico e em processo de simbiose,
fornecê-lo as plantas e posteriormente incorporá-lo ao solo. São muito utilizadas a
Crotolaria juncea, Crotolaria spectabilis, Mucuna preta, Mucuna anã, Mucuna cinza,
lab-lab, feijão de porco, feijão guandú, dentre outros.
As gramíneas, também são usadas como adubo verde. Elas possuem
desenvolvimento rápido e produzem grande quantidade de material orgânico. São
utilizadas milheto e sorgo, dentre outros.

Formação das mudas


As mudas podem ser formadas em locais especiais onde se concentram os
cuidados e as operações tais como sementeiras, caixotes, copinhos de papel ou
plástico ou em bandejas de isopor. As sementeiras são canteiros bem preparados.
Os caixotes para semeação devem ter altura de 15 a 20 cm e comprimento e largura
variáveis. Os copinhos devem ter 7 a 8 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de altura. Para
encher o caixote ou os copinhos há necessidade de preparar uma mistura com terra
e esterco em partes iguais mais adubo mineral. As bandejas de isopor possuem
diferentes tamanhos, de acordo com as espécies que são plantadas. Para o
enchimento das células das bandejas de isopor pode se usar uma mistura de
vermiculita com casca de arroz carbonizada. Plantas vigorosas se originam de
mudas de qualidade.
Nas sementeiras, as sementes são distribuídas em linhas contínuas
distanciadas 10 cm, com 1 a 2 cm de abertura e profundidade e cobertas com fina
camada de terra. Nos copinhos e nas bandejas, coloca-se 2 a 3 sementes em cada
copinho ou célula para depois desbastar.
As mudas são transplantadas com 4 a 6 folhas definitivas e 8 a 10 cm de
altura, o que geralmente ocorre por volta dos 25 a 35 dias após o semeio. O
transplante deve ser feito nas horas mais frescas do dia (final de tarde) e seguido de
uma irrigação.

Substrato para produção de mudas

Composição:
• 50% de composto orgânico a base de fibra de coco e cama de matrizes.
• 40% de areia ou vermiculita.
• 10% de húmus de minhoca ou composto de farelos.
21

Espaçamento
Cada espécie deve ser plantada ou transplantada num espaçamento
adequado para que possam se desenvolver alcançando o padrão de exigência do
mercado consumidor. É necessário observar a distância entre linhas e entre as
plantas na linha.
Plantas de porte pequeno, como a alface e chicória, são plantadas no
espaçamento de 25 x 25 cm; salsa e coentro em linhas separadas de 25 x 10 cm;
couve, couve-flor e couve-brócolo de 90 x 50 cm. Mais informações sobre
espaçamento veja no Quadro 1 do anexo.

Tratos culturais
As irrigações estão em função das condições climáticas, tipo de solo, espécie
e fase do ciclo da planta. Recomenda-se irrigações diárias para hortaliças nas fases
iniciais e do grupo das folhosas; para o grupo de frutos as irrigações podem ser de 2
a 4 vezes por semana. Recomenda-se de 5 a 10 litros de água por metro quadrado
de canteiro e de 3 a 5 litros por cova, que deve ser aplicado lentamente de maneira
não promover escorrimento superficial. Utiliza-se regadores, mangueira furada ou
com esguicho, gotejadores e microaspersores, somente em regiões com abundância
de água pode ser usado tubos com aspersores. As irrigações devem ser feitas nas
horas mais frescas do dia e no caso de aspersão, sem vento que possam promover
muita deriva e reduzir sua eficiência.
Para evitar o excesso de evaporação de água do solo, manter sua
temperatura mais amena e uniforme, e dificultar o aparecimento de plantas
espontâneas é recomendado o uso de cobertura morta no solo. Que consiste na
colocação de finas camadas (2-3 cm) de palhadas ou restos de culturas tais como
arroz, milho, feijão, soja, trigo, dentre outras, sobre o solo, antes ou após o plantio.
Para as hortaliças semeadas diretamente em covas ou canteiros tais como
abóbora, quiabo, cenoura, rabanete, beterraba, salsa e coentro, de 25 a 40 dias
após o semeio é recomendado o raleamento ou desbaste, que é o arranquio do
excesso de plantas menos desenvolvidas, deixando um espaçamento adequado
entre as plantas remanescentes.
O controle de plantas invasoras (plantas espontâneas) pode ser manual, com
uso de sachos, enxadinhas e enxadas, foices ou mecânico com uso de implementos
tracionados como roçadeiras e cultivadores.
A escarificação é a quebra da crosta superficial do solo, além de favorecer o
desenvolvimento da planta permite uma melhor infiltração da água no solo.
A amontoa é a aproximação de terra da planta, sendo uma prática essencial
para hortaliças raízes como batata, batata-doce, baroa e inhame.
O tutoramento é o apoio das plantas em estacas ou cordões. É indicado para
hortaliças com o caule flexível como o tomate, feijão vagem, pepino, pimentão.
A adubação de cobertura é feita de 20 aos 30 dias em algumas hortaliças em
função de seu ciclo produtivo. Em hortaliças de ciclo longo são feitas várias
adubações mensais. Em hortaliças de ciclo médio apenas urna adubação de
cobertura é suficiente. Geralmente não é utilizado para hortaliças de ciclo curto. É
recomendado de 1 a 2 litros de composto orgânico por planta tais como couve,
quiabo, brócole, repolho, pimentão, berinjela, pimentas, jiló, tomate, dentre outras.
Esse adubo é jogado em torno da planta na projeção da copa mas sem atingir seu
caule, ou, em forma de meia lua na parte superior em áreas inclinadas. Em canteiros
de cebolinha, salsa, cenoura, beterraba, dentre outras, é recomendado a aplicação e
incorporação rasa de 2 a 4 litros por metro quadrado de esterco de curral ou
22

composto orgânico.
A adubação foliar pode ser realizada semanalmente utilizando biofertilizantes
líquidos diluídos em água em concentrações variando de 1 a 2% e aplicado por meio
de regadores ou pulverizadores. Este tipo de adubação possui uma vantagem em
relação a adubação de cobertura no solo. Os nutrientes são absorvidos por via foliar
e a resposta da planta é mais rápida. Uma proposta para preparo de biofertilizante
líquido encontra-se no anexo.
Quando as hortaliças já estiverem além da metade do ciclo e apresentarem
alguma deficiência nutricional a maneira de se ter uma resposta mais rápida é por
meio da adubação foliar. Elas absorvem alguns nutrientes de maneira rápida via
foliar, principalmente nitrogênio. Geralmente são utilizados chorumes que escorrem
de esterqueiras ou biofertilizantes líquidos diluídos em água. Na utilização deste
produtos é necessário esperar alguns dias antes de se proceder a colheita.

Doenças
As doenças nas hortaliças são provocadas principalmente por fungos,
bactérias, vírus e nematóides. O controle das doenças é feito por meio de um
manejo adequado como equilíbrio de adubações, eliminação de restos de culturas
contaminados, controle de irrigações, uso de cultivares resistentes, sementes
certificadas, rotação de culturas e plantio em épocas favoráveis à hortaliça.
Além disso, no combate a doenças fúngicas, tais como manchas e pintas
foliares, carvões e ferrugens, é recomendado o uso de defensivos naturais, tais
como calda bordalesa, calda sulfocálcica e leite crú.
No caso de doenças bacterianas, geralmente murchas e podridões, deve-se
evitar a introdução da doença por meio de materiais contaminados como sementes
ou partes vegetativas de multiplicação. Plantas contaminadas devem ser destruídas
por meio do arranquio e queima. O excesso de umidade favorece o seu
aparecimento. Áreas contaminadas devem ser evitadas e cultivadas com adubo
verde ou culturas não suscetíveis.
As doenças viróticas são caracterizadas por cloroses e mosaicos nas folhas e
partes novas das plantas. Estas partes ficam enrugadas e com diversas tonalidades
que variam de amarelo a verde escuro. Geralmente são doenças que após
aparecimento não existe controle, portanto, como prevenção é realizado o controle
de vetores, insetos sugadores como pulgões e percevejos. A transmissão pode se
dar também via sementes contaminadas, ferimentos, ferramentas e contato com
partes de plantas contaminadas. Assim, recomenda-se a eliminação imediata de
plantas infectadas por meio da queima ou enterrio.
Os nematóides geralmente atacam as raízes das plantas construindo calos ou
galhas. Para combatê-los pode-se revirar o solo e deixá-lo exposto ao sol, ou
submetê-lo a uma lâmina d’água por um período de duas semanas. Outra alternativa
para reduzir a sua população seria a rotação de culturas com cravo-de-defunto ou
adubos verdes resistentes, como por exemplo, Crotalaria juncea.

Pragas
As principais pragas que atacam as hortaliças são:
• Larvas e lagartas: são fases de vida de moscas, besouros, borboletas e
mariposas, possuem aparelho bucal do tipo mastigador, variam muito de
tamanho, as mais pequenas podem penetrar frutos, folhas e brotos, em tamanho
maiores comem as folhas. A lagarta-rosca vive enterrada no solo e ataca a planta
quando nova podendo derrubá-la;
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• Pulgões: são conhecidos também por piolhos, possuem aparelho bucal do tipo
sugador, vivem em colônias nos brotos ou no verso inferior das folhas, além de
sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Percevejos: são também conhecidos por barbeiros, possuem aparelho bucal do
tipo sugador, além de sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Besouros: Possuem aparelho bucal do tipo mastigador, dentre eles temos os
burrinhos e vaquinhas;
• Moscas brancas: são insetos que atacam várias hortaliças, possuem aparelho
bucal do tipo sugador, vivem em colônias nos brotos ou no verso inferior das
folhas, além de sugarem seiva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Cochonilhas: são insetos com pouca mobilidade, possuem aparelho bucal do
tipo sugador, vivem em colônias nos caules, brotos ou no verso inferior das
folhas, além de sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Paquinhas, grilos e gafanhotos: possuem aparelho bucal do tipo mastigador,
comem as ramas e folhas das plantas;
• Formigas: possuem aparelho bucal do tipo cortador, cortam folhas e ramos
novos, protegem pulgões e cochonilhas;
• Trips: são insetos minúsculos e possuem aparelho bucal do tipo sugador, além
de sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Cupins: possuem aparelho bucal do tipo cortador, cortam raízes e caules secos;
• Acaros: são pragas microscópicas, vivem em colônias no verso inferior das falhas
onde formam pequenas teias, possuem aparelho bucal do tipo sugador, além de
sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Lesmas e caracóis: possuem aparelho bucal do tipo raspador, raspam as folhas
e ramos novos das hortaliças.
Alguns outros insetos ou aracnídeos podem ser pragas em potencial, ou seja,
somente terão um comportamento como praga na ausência de alimentos, como é o
caso dos que se alimentam de matéria orgânica (ex.: tatuzinhos). As centopéias e
minhocas, dentre outros vermes, são muito úteis na decomposição e mineralização
da matéria orgânica do solo.
Dentre os insetos existem aqueles que são predadores das pragas tais como:
joaninhas, marimbondos, vespas, libélulas, dentre outros. Como também aranhas
que produzem teias, rãs, sapos e pássaros comem insetos ajudando a manter o
equilíbrio ecológico.

Controle e manejo de pragas e doenças


Alguns produtos naturais ou de preparo caseiro podem auxiliar no controle de
pragas e doenças. No controle de pragas é utilizado extrato de nim, pimenta, cebola,
cravo de defunto, camomila, Iosna, calda de sabão neutro, calda sulfocálcica. É
utilizado também o cultivo de plantas repelentes consorciadas ou em torno do
plantio, como por exemplo: coentro, cebolinha, cravo de defunto, botão de ouro,
camomila. A calda bordalesa e a calda sulfocálcica são recomendadas no controle
de algumas doenças fúngicas, o leite cru é recomendado no controle de oídio.
Tanto na aplicação de defensivos químicos como naturais é recomendado
cautela e também o uso de equipamentos de proteção individual que são as luvas,
botas, chapéu, máscara ou viseira, macacão e avental. Mesmo no caso do uso de
defensivos naturais é indicado seguir o período de carência de 5 dias para o uso da
calda sulfocálcica e calda bordalesa. Utilizando a calda sulfocálcica ou a calda
bordalesa aguardar 25 dias para aplicação da outra.
Abaixo estão relacionadas algumas receitas de defensivos naturais. É
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interessante salientar que esses defensivos possuem o máximo de sua eficiência


dentro de um sistema orgânico estabelecido, ou seja, em condições ecológicas
viáveis. Assim, pode não funcionar devidamente dentro de um sistema convencional
onde se usa adubações minerais abundantes e defensivos agrícolas
indiscriminadamente.

RECEITAS DE CALDAS, COMPOSTOS ORGÂNICOS E DEFENSIVOS NATURAIS

Extrato de folha de nim


Secar e moer folhas de nim. Colocar 60 g de folhas de nim moída em 1 litro
de água. Deixar em repouso por 24 horas. Coar e misturar com mais 10 litros de
água para aplicar na forma de pulverizações no controle de pragas. Sempre
acrescentar 100ml de sabão neutro.
Indicação: lagartas em geral.
Preparados com sabão
Os diversos preparados em que se emprega o sabão apresentam indicações
para o controle de lagartas, cochonilhas, trips, pulgões e ácaros.
Alguns são preparados exclusivamente com sabão enquanto que em outros,
recomenda-se a associação com querosene.
De modo geral não apresentam restrições, porém após seu emprego
aconselha-se respeitar um intervalo de aproximadamente duas semanas para se
proceder a colheita.
Dissolver 100 g de sabão neutro em ½ litro de água quente. Para a aplicação
dilua novamente o preparado em 9,5 litros de água. É utilizado no controle de trips,
pulgões, cochonilhas e lagartas.
Pode-se utilizar também pulverizações com detergente neutro ou óleo mineral
a 1% nas horas mais frescas do dia.
Calda de cebola
Colocar 1 kg de cebola picada em 10 litros de água. Curtir por 10 dias. Coar e
colocar 1 litro em 3 litros de água para aplicar na forma de pulverizações. Age como
repelente aos insetos: pulgões, lagartas e vaquinhas.
Cebola e alho servem para combater doenças
Ingredientes:
• 3 cebolas médias
• 5 dentes de alho
• 10 Litros de água
Preparo: moer os ingredientes, misturar e colocar 100ml de sabão neutro

Cravo-de-defunto (Tagetes minuta e Tagetes erecta)


Cravo-de-defunto 1
- 1 kg de folhas e talos de cravo-de-defunto
- 10 litro de água
Misturar 1 kg de folhas e talos de cravo-de-defunto em 10 litros de água.
Levar ao fogo e deixar ferver durante meia hora ou então deixar de molho (talos e
folhas picados) por dois dias. Coar e pulverizar o preparado sobre as plantas. No
preparo da calda para pulverizar, acrescentar 50ml de sabão neutro.
Indicação: pulgões, ácaros e algumas lagartas.
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Cravo-de-defunto 2
- 200 g de cravo-de-defunto
- 1 litro de álcool
Utilizar 200 gramas de planta verde (folhas e talos), macerar e deixar por 12
horas em 1 litro de álcool. Diluir este preparado completando para 20 litros de calda
antes de pulverizar.
Forma de aplicação: aspersão ou pulverização do extrato. A planta cultivada junto
às outras, repele as pragas.
Indicação: repelente de insetos, Musca domestica, Plutella xylostella, Meloidogyne
arenaria, M. javanica, M. incógnita.

Calda de camomila
Colocar 50 g de flores de camomila em um litro de água. Deixar de molho por
3 dias, agitando 4 vezes por dia. Coar e aplicar 3 vezes na semana visando doenças
fúngicas.

Calda sulfocálcica
Tem ação protetora contra ácaros, insetos-pragas e moléstias de forma
curativa. Os ingredientes são a mistura de enxofre ventilado (2,5 kg) + cal hidratada
(1,6 kg) 10 litros de água, em preparo a quente.
Misturar em um latão o cal hidratado em 5 litros de água morna. Colocar o
enxofre lentamente, sempre agitando com um bastão de madeira completando os 10
litros. Deixar ferver até ficar com a coloração pardo-avermelhado, esfriar, guardar em
lugar sem iluminação não mais de uma semana. Na aplicação diluir 1 litro do produto
em 20 litros de água.

Calda bordalesa
Colocar 100 g de Sulfato de Cobre em um saco de pano e mergulhe em 5
litros de água quente e deixar de molho durante 24 horas.
Colocar 100 g de Cal Virgem em 5 litros de água, despejar a solução de
Sulfato de Cobre na solução de Cal Virgem, misturando bem com um bastão. Coar a
mistura e despejar no pulverizador para aplicação, visando controle de fungos.

Preparo com leite


Utilizar estopa ou saco de aniagem, água e leite. Distribuir no chão ao redor
das plantas a estopa ou saco de aniagem molhado com água e um pouco de leite.
Pela manhã, vire a estopa ou o saco utilizado e colete as lesmas que se reuniram
em baixo para serem queimadas ou destruídas em um buraco.

Leite cru e água


Uma solução de 3 litros de leite de vaca cru em 10 litros de água pode ser
utilizada para controlar o oídio, doença que ataca diversas culturas, causando a
morte das plantas e prejuízos aos agricultores (pó branco em folhas de abóbora,
quiabo etc.)

Urina de vaca
Ingredientes
• Urina de vaca 1 litro
• Água 100 litros
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Como fazer
Na hora da ordenha da vaca, ela costuma urinar, então aproveita-se o
momento, põe-se um balde embaixo, colhe-se o material. Em seguida, coloca-se
num recipiente fechado, sendo preferência plástico, ainda mais de cor escura para
evitar penetração dos raios ultravioletas e infravioletas na urina coletada para que
não venha a degenerar o produto colhido. Deixa-se passar um período de 3 dias
para se começar a utilizar.

Para que aplicar


No suprimento de elementos como: potássio, nitrogênio, cloro, enxofre, sódio,
fenóis e ácido indolacético. Previne que as plantas venham ter tais deficiência. É
bastante eficiente no controle de algumas doenças fúngicas.

Gergelim (Sesamus indicus)


Plantar fazendo uma barreira ao redor das culturas. Deve ser plantado antes
do início da cultura e permanecer até o fim
Indicação: controle de saúvas (Atta spp.)
Modo de ação: provoca morte das saúvas pois suas folhas não reproduzem o fungo
do qual elas se alimentam.
Limitação: pode ocorrer preferência pelas outras espécies cultivadas.

Primavera / Maravilha (Bougainvillea spectabilis / Mirabilis jalapa)


- 1 litro de folhas de primavera ou maravilha (rosa ou roxa)
- 1 litro de água
Juntar 1 litro de folhas maduras e lavadas de primavera ou maravilha (rosa ou
roxa) com a água e bater no liquidificador. Coar com pano fino e diluir em 20 litros de
água. Pulveriza imediatamente em horas frescas do dia. Não pode ser armazenado.
Indicação:
• vírus do vira cabeça do tomateiro: Aplicar em tomateiros 10 a 15 dias após a
germinação (2 pares de folhas) e repetir a cada 48 / 72 horas até quando iniciar a
frutificação.
• Vírus do fumo: pulverizar a cada 4 dias, nos períodos de maior chance de
incidência de virose.
• Vírus do feijoeiro: aplicar sobre as plantas de feijão a cada 4 dias.
Os extratos inibem não somente as lesões locais sobre as folhas, mas
também os sintomas sistêmicos desenvolvidos posteriormente.

Urtiga (Urtica urens)

Urtiga 1
- 2 kg de urtiga
- 5 litros de água
- 50 g de pó de barro ou argila
Junte num recipiente a urtiga com o pó de barro em 5 litros de água. Deixe a
mistura curtir por 2 dias. Coar e pulverizar as plantas diluindo 1 copo do produto em
15 litros de água.
Indicação: broca pequena do tomateiro.
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Urtiga 2
- 100 g de urtiga fresca
- 10 litros de água
Usar 100 gramas de urtiga moída, deixando secar à sombra durante 7 dias.
Colocar de molho em 10 litros de água por 3 horas, agitando a mistura duas vezes
ao dia. Para o seu emprego, coar bem e diluir esse conteúdo em 10 litros de água,
repetindo a aplicação 2 vezes a cada 5 dias.
Indicação: fungos de plantas.

Urtiga 3
- 500 g de urtiga fresca ou 100 g de urtiga seca
- 10 litros de água
Colocar 500 gramas de urtiga fresca ou 100 gramas de urtiga seca em 10
litros de água por dois dias. Pode-se preparar da mesma forma mas deixando curtir
durante duas semanas. A primeira forma deve ser pulverizada imediatamente sobre
as plantas atacadas. A segunda, deve ser diluída uma parte da solução para 10
partes de água, antes da pulverização.
Indicação: pulgões.
Toxicidade: evitar contato com a pele.

Cansanção
Um quilo de folhas maceradas, colocar em dois litros de água e deixar de
molho por dois dias. Utilizar um litro em dez litros de água.
300 ml de óleo comestível, 50 ml de querosene, um litro de extrato de
cansanção. Utilizar no controle de cochonilha de fruteiras

Pimenta malagueta
300 g de pimenta maceradas, colocar em dois litros de água e deixar de
molho por dois dias. Utilizar um litro em dez litros de água. Utilizado para controle de
pragas mastigadoras e sugadoras.

Pimenta do reino e alho 1


Utilizado no controle de pragas de solanáceas.
Ingredientes: 150 g de pimenta do reino moída, 150 g de alho moído, 100 ml
de sabão neutro, mistura e deixa em repouso em vasilha tampada por dez dias.
Utilizar um litro em dez litros de água.

Pimenta do reino e alho 2


Ingredientes: 100 gramas de Pimenta do Reino
2 Litros de álcool
100 gramas de alho
50 gramas de sabão neutro
Preparo: Colocar a pimenta em 1 Litro de álcool e deixar por uma semana.
Colocar o alho em outro litro de álcool e deixar por uma semana.
Aplicação: Quando pulverizar, colocar um copo de 200ml de cada solução e 50 ml
de sabão neutro em 10 litros de água.
Angico 1
Colocar dois quilos de folhas e vagens de angico em dez litros de água,
deixar em infusão por seis dias. Usar um litro da solução em dois litros de água
pulverizando o canteiro para controlar formigas.
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Angico 2
1 Kg de folhas e vagem de angico em 10 litros de água.
Preparo: Deixar de molho durante 8 dias. Depois usar um litro dessa solução em
5 litros de água, acrescentando 50 ml de sabão neutro.

Timbó (Derris elliptica)

Timbó 1
- 100 litros de água
- 500 g de sabão
- 1 kg de raízes de Timbó com diâmetro de 1 cm
Misturar as raízes de timbó lavadas e cortadas em pedaços ou transformadas
em pó com a água e o sabão e deixar descansar por 24 horas, filtrar e aplicar sobre
as plantas
Indicação: Inseticida amplo espectro.

Timbó 2
- 60 g de pó de raiz de timbó (cipó)
- 11 litros de água fria
- 100 g de sabão
Preparar a emulsão de sabão juntando o sabão com 1 litro de água. Adicionar
uma colher (de chá) de soda cáustica. Levar ao fogo, mexendo bem com uma colher
de pau, até a completa dissolução da mistura. Retirar do fogo e deixar esfriar até
ficar morno. Junte a essa emulsão 60 gramas de pó de raiz de timbó, 10 litros de
água, aplicando sobre as plantas logo em seguida.
Indicação: lagartas de folhas de couve, rúcula e repolho e percevejos.
Incompatível com calda bordalesa.
Modo de ação: bloqueio do ciclo de krebs (obtenção de energia na célula -
respiração)

Timbó (Derris urucu)


- 50 g de timbó
- 200 ml de acetona
- 950 ml de álcool 42° GL
Deixar extrair o timbó em acetona por 24 horas. Filtrar, colocar 50 ml deste
estrato em 950 ml de álcool 42° GL.
Pulverizar molhando até o escorrimento. Período de carência de 1 dia.
Indicação: Carrapatos, lagartas, cochonilhas, pulgões.

Timbó (Ateleia glazioviana)


- 200 g de pó
- 1 litro de álcool 50° GL
Misturar os dois componentes e ferver por 30 minutos, filtrar, misturar com
0,25% a 1% de óleo de soja e pulverizar quando a população de pulgões atingir
nível de dano econômico.
Indicação: pulgão verde dos cereais; as folhas espantam piolhos e pulgas.
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Timbó (Derris elliptica)


- 100 litros de água
- 500 g de sabão
- 1 kg de raízes de Timbó com diâmetro de 1 cm
Misturar as raízes de timbó lavadas e cortadas em pedaços ou transformadas
em pó com a água e o sabão e deixar descansar por 24 horas, filtrar e aplicar sobre
as plantas
Indicação: Inseticida amplo espectro.

Cinamomo
Utilizado no controle de gafanhotos, pulgões e cochonilhas. Ingredientes: 600
g de sementes maceradas, um litro de álcool e um litro de água, deixar de molho por
quatro dias. Utilizar um litro do preparado para cada dez litros de água na
pulverização.

Gambazinho, Guiné ou Piu-piu


Um quilo de folhas maceradas, colocar em dois litros de água e deixar de
molho por dois dias. Utilizar um litro em dez litros de água. Acrescentar 100ml de
sabão neutro na calda para pulverização.

Inseticida de aroeira salsa


Colocar dois quilos de folhas trituradas em seis litros de água, após 48 horas
usar 1 litro em dez litros de água para pulverizar no controle de lagartas e pulgões.

Inseticida de manipueira (água de mandioca)


Dois litros de manipueira em dois litros de água, regar o leito da sementeira
no controle de formigas. Usar em pulverização no controle de ácaros, pulgões e
lagartas na proporção de 3 litros de manipueira em dez litros de água,
acrescentando 100 g de açúcar e 100 g de farinha de trigo. A manipueira, além do
controle de praga, serve também como fornecedor de nutrientes.

Controle biológico
Preservar os inimigos naturais e aplicação de fungos e bactérias no controle
de pragas como Beauveria bassiana e Bacillus thuringiensis.

Controle através de armadilhas


No controle de insetos alados utilizar cartolina ou lona plástica amarela e azul
untando com goma de polvilho ou graxa, dispondo em pontos estratégicos sobre os
canteiros. Deve-se realizar a manutenção a cada três dias.
Utilizar armadilhas luminosas no centro do galinheiro, sob a lâmpada colocar
uma bacia com água. Além do controle das pragas, serve para alimentar as
galinhas.
No caso de ataque de pragas maiores, como lagartas e gafanhotos, poderá
ser realizada uma catagem, fazendo maceração das mesmas em seguida
acrescentar água e pulverizar sobre a plantação, o que irá servir como repelente.
Além do uso desses produtos poderá utilizar plantas companheiras, como
plantar sempre nos canteiros condimentos, como coentro, cebolinha e mangericão
que irão repelir as pragas. O cravo de defunto além de afugentar pragas, quando
plantado nas bordaduras dos canteiros, pode inibir a presença dos nematóides.
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Observação: os produtos que agem por contato podem ser misturados no momento
da aplicação juntamente com o detergente neutro.

Vinagre
- 10 a 20 litros de vinagre
- 90 a 80 litros de água
Misturar vinagre com água na concentração de 10 a 20%. Mergulhar as frutas
na solução por dois minutos. Para controle de patógenos foliares pulverizar na
concentração de 1 litro de vinagre para 9 litros de água (10%), nunca superior a esta
concentração devido aos problemas de fitotoxicidade.
Indicação: controle de podridões de diversas frutas em pós-colheita. Controle de
patógenos foliares.
Toxicidade: não há. Cuidado com os olhos durante a pulverização.

Composto Orgânico Embrapa Hortaliças

Composição:
- 15 carrinhos-de-mão de capim braquiária roçado.
- 30 carrinhos-de-mão de capim napier triturado.
- 20 carrinhos-de-mão de cama de matrizes.
- 14 kg de termofosfato.

Montagem das Medas:


Capim triturado
4ª camada
Capim roçado
Termofosfato
Cama de matriz
3ª camada
Capim triturado
Capim roçado
Termofosfato
Cama de matriz
2ª camada
Capim triturado
Capim roçado
Termofosfato
Cama de matriz
1ª camada
Capim triturado
Capim roçado

• 1,5 m de largura, 1,5 m de altura e 10 m de comprimento


• Revirar aos 15, 30 e 45 dias
• A umidade deve ficar em torno de 50 a 60%
• Com 80-90 dias estará pronto

Rendimento:
• Obtém-se 2.500 Kg de composto
• Recomenda-se aplicar de 1,0 a 5,0 Kg/m², de acordo com a fertilidade do solo.
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Biofertilizante (Composto de Farelos) - Aeróbico


Composição:
• 100 Kg de terra virgem (barranco)
• 25 Kg terra de mata
• 25 Kg composto pronto ou esterco bovino
• 20 Kg farelo de arroz ou de algodão
• 5 Kg de farelo de mamona
• 10 Kg de farinha de ossos
• 25 Kg resíduos de sementes ou vegetais triturados
• 5 Kg de cinzas (munha de carvão)
• 1 Kg rapadura ou açúcar mascavo
• 0,5 Kg amido de milho
• 0,5 Kg fubá de milho
• 45% (v/v) água

Preparo:
• Teor de umidade: adicionar água até moldar a mistura com as mãos.
• Amontoar em forma de canteiro de 50 cm de altura e coberto com plástico.
• Cerca de 24 horas depois a mistura deve ser revolvida para baixar a temperatura.
A cada 12 horas deve ser revolvido novamente.
• Deve-se evitar que a temperatura ultrapasse 50° para não inativar os
microorganismos.
• Com 3 – 5 dias estará pronto.

Rendimento
- Proporção média de 1 a 3 t/há ou 100 a 300 g por metro quadrado cultivado.
Biofertilizante (Composto de Farelos) - líquido
Composição:
• 2 Kg terra de mata
• 1 Kg composto pronto ou esterco bovino
• 4 Kg farelo de arroz ou de algodão
• 1 Kg de farelo de mamona
• 2 Kg de farinha de ossos
• 1 Kg resíduos de sementes ou vegetais triturados
• 1 Kg de cinzas (munha de carvão)
• 0,5 Kg rapadura ou açúcar mascavo
• 0,5 Kg amido de mandioca
• 80 litros de água

Preparo:
• Misturar bem 3 X ao dia durante 5 dias
• Tempo de preparo: 8 dias
• Validade: deve ser utilizado até uma semana. Pode durar até 30 dias
• Utilização: em pulverizações foliares; tratamento de sementes durante 10
minutos, tratamento de mudas, produção de mudas em bandejas. A parte sólida
pode ser usada em covas ou inoculo para nova compostagem. Aplicar nas mudas
na concentração de 2%. No campo utilizar 4%.
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• Vantagens: Biofertilizante completo. Fornece os nutrientes que as plantas


precisam, ajuda a controlar doenças, insetos e melhora o crescimento das
plantas.

Biofertilizante

Ingredientes:
20 Litros de Esterco Fresco
2 Litros de Soro de Leite ou Leite
5 Litros de Garapa de Cana ou 1 Kg de açúcar
1 Kg de Fosfato Natural ou 2 Kg de Cinza
1 kg de folha de mamona
1 kg de folha de cansanção
1 kg de folha de urtiga
Mais duas 2 plantas da região de crescimento rápido

Modo de preparo:
Mistura tudo e coloca numa vasilha até completar 100 Litros com água e mexe todos
os dias até 21 dias.

Aplicação:
Regador - Após 21 dias colocar num regador 2 Litros do produto com 8 Litros de
água.
Pulverizador - Após 21 dias misturar 1 Litro do produto em 20 Litros de água.

Obs.: hortaliças de folhas de ciclo curto aplicar apenas no solo

NO CONTROLE DE DOENÇAS, PULVERIZAR DE 15 EM 15 DIAS

Compostagem a base de fibra de coco e cama de matrizes:


• 3 partes de fibra de coco
• 1 parte de cama de matriz
• Revirar aos 15, 30 e 45 dias
• A umidade deve ficar em torno de 50 a 60%
• Com 90 dias estará pronto

Adubo Líquido ou Uréia Natural

Ingredientes:
• 40 kg de esterco bovino fresco.
• 3 à 4 litros de leite fresco ou soro de leite.
• 10 à 15 litros de caldo de cana.
• 200 litros de água.
• 4 kg fosfato natural.
Modo de preparo e uso:
Colocar todos os ingredientes no tambor, misturar bem, deixar fermentar durante 15
dias mexendo bem uma vez por dia. Depois de pronto, misturar um litro de adubo a
cada 3 litros de água, então regar a planta.
33

Colheita
As hortaliças atingem o ponto de colheita de maneira variada, algumas
possuem um período bem curto, por exemplo o rabanete que pode ser colhido com
35 dias após o semeio, outras possuem um período mais longo, como por exemplo a
batata-baroa e o inhame que podem ser colhidos com 9 meses após o plantio.
Todavia, a maior parte das hortaliças podem ser colhidas com 60 a 120 dias após o
plantio. As hortaliças devem ser colhidas quando atingirem o máximo do seu
desenvolvimento sem a perda da sua qualidade para consumo. As cenoura,
rabanete e espécies de folhas devem ser colhidas quando estiverem bem
desenvolvidas, porém antes que se tornem fibrosas e/ou pendoarem. As de flores
antes que os botões se abram. Nas de frutos a abóbora e o tomate são colhidos
maduros. Abobrinha, berinjela, pimentão, pepino são colhidos ainda verdes. Cebola,
alho, inhame são colhidas quando a parte aérea começar a secar. A batata é colhida
com a rama seca. O Quadro 2 do anexo fornece informações adicionais sobre o ciclo
produtivo e produtividade de algumas hortaliças.

Demanda familiar de hortaliças


• Uma área de 10 x 4 = 40 m², 28 m² de área útil;
• 4 canteiros de 7 metros;
• Produz hortaliças para 5 a 6 pessoas durante todo ano;
• Semear hortaliças foIhosas de 21 a 28 dias;
• Semear hortaliças de frutos, flores e raízes de 42 a 49 dias.
34

RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS COM A HORTA

TODA SEMANA OBRIGATORIAMENTE PULVERIZAR COM BIOFERTILIZANTE

Calda BordaIesa
Calda Sulfocáustica - Quando utilizar esta, dar um espaço de 25 dias entre uma e
outra.
Calda de Camomila

Obs.: A calda bordalesa e a sulfocáustica só poderá ser aplicada no máximo de 3


vezes no ciclo da cultura, devido a restrição do uso excessivo de sulfato;

COMBATE AS PRAGAS
Quando houver ataque de pragas no caso de pulgões, percevejo, lagarta etc.,
fazer a pulverização de 3 produtos diferentes de 4 em 4 dias alternados, um em
cada aplicação.

CEBOLA E ALHO SERVEM PARA COMBATER DOENÇAS.

Nas pulverizações poderão ser utilizados como espalhante adesivo:

• Detergente neutro (20 ml para 10 litros de água) - para besouros.


• farinha de trigo (50 g para 10 litros de água) - para insetos alados.
• leite (100 ml para 10 litros de água) - para insetos de corpo mole

IRRIGAÇÃO – CONTROLE DA ÁGUA

1º PASSO - manter sempre o filtro limpo


2º PASSO - manter os gotejadores da mangueira para cima
3º PASSO - afastar as mangueiras paralelamente 40cm uma da outra
4º PASSO - plantas novas molhar 40 minutos cedo e 40 minutos a tarde ou a noite.
plantas adultas de 1 hora e meia a duas horas por dia.
5º PASSO - quando entupir os gotejadores, limpar esfregando os dedos.

PLANTIO

1. para sempre ter produto na horta, é necessário plantar hortaliças e folhas de 21


em 21 dias e de frutos de 42 em 42 dias.
2. seguir os espaçamentos recomendados e o tipo de plantio, se é direto ou se faz
transplante.
3. é obrigatório, no plantio, fazer o uso do composto orgânico e do composto
laminar, colocando uma camada de esterco e palhada por cima.
4. na sementeira, utilizar uma ripa em cima do sulco de plantio e no transplante, usar
meia garrafa pet cortada em cima da muda e logo após aplicação do composto
laminar retirar a garrafa pet.

PARA SUSTENTABILIDADE DO SISTEMA, O COMPOSTO ORGÂNICO DEVE


SER PREPARADO A CADA 15 DIAS.
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LISTA PARA VERIFICAÇÃO DE UNIDADES AGROECOLÓGICAS COM


DIAGNÓSTICO DE PROBLEMAS ENCONTRADOS E RECOMENDAÇÕES

Após a implantação de uma unidade agroecológica, para que o produtor


possa produzir de maneira integrada e sustentável é necessário que o técnico ao
chegar na propriedade faça um check-list de todas as etapas que envolve o sistema
produtivo da unidade, passando pelo aspecto do solo, seu preparo, plantio das
culturas, comercialização das mesmas, abordando ainda o aspecto social e de bem-
estar da família.
A seguir os pontos essenciais a serem verificados em cada item (Lista de
verificação nas unidades), encerrando com recomendações técnicas para prováveis
problemas a serem encontrados.

LISTA DE VERIFICAÇÃO NAS UNIDADES

Solo
 Adubação do canteiro (fosfato natural, bórax, sulfato de zinco, pó de
rocha, cinza ou calcário, pó de barranco horizonte C);
 Matéria orgânica (composto orgânico, esterco e palhadas);
 Cobertura do composto laminar dos canteiros;
 Produção de composto

Canteiros
 Largura dos canteiros X fita gotejadora
 Duas mangueiras, 1,0 m (argiloso); 0,80 m (arenoso);
 1.20 – três mangueiras
 Alinhamento das mangueiras (arenoso: 25 cm x argiloso: 30 cm)
 Os canteiros largos, plantar milho, quiabo, andu (ou ...) numa das
bordas, para reduzir a incidência de luminosidade.

Recomendações (solos e canteiros)


Os canteiros serão adubados, em média por metro quadrado, com 2 kg de
composto, 200 g de fosfato natural, 200 g de MB4, 5 g de bórax e 10 g de sulfato de
zinco; logo em seguida esses produtos deverão ser incorporados, tendo o cuidado
de não incorporar matéria orgânica fresca. Sendo que o MB4 poderá ser substituído
pela Terra de Ipirá ou fazer a coleta de pó de barranco do horizonte C, ou seja,
rocha em decomposição (encontrado em barranco de estrada). O uso dos
micronutrientes boro e zinco é de grande importância, pois a sua deficiência impede
o desenvolvimento radicular.
Para produção do composto, o mesmo deve ser feito em leiras, colocando
primeiro uma camada de palha (20 cm, restos de culturas) seguida uma camada de
esterco fresco (5 cm) e logo após poderá utilizar cinzas, MB4 etc. (200g por metro
quadrado de leira do composto). O material de cada camada deve ser bem
espalhado e molhado. Essas camadas são repetidas até a altura da leira atingir um
metro. Quando a leira é concluída, ela deve ser coberta com folhas de plantas
disponíveis no local para proteger da chuva (exemplo: bananeira, coqueiro etc.).
Após quinze dias, essa pilha deverá ser revirada, repetindo essa operação trinta dias
após a primeira homogeneizada na leira. De acordo o produto utilizado o composto
estará pronto de 60 a 90 dias. Caso o produtor utilize cano de 50 mm ou vara de
bambu com perfurações laterais para facilitar a aeração não é necessário fazer o
36

revolvimento. Neste caso a leira deverá ter 80 cm de altura.


Após a decomposição do material, quando o composto estiver pronto, o
mesmo deverá ser cessado antes de sua utilização nos canteiros de produção.
Composto laminar é uma técnica aplicada após o plantio da cultura, quando é
feita por mudas é colocado sobre as mesmas, metade de uma garrafa pet, em
seguida é colocado entre os espaços das garrafas uma camada de esterco fresco e
outra de palhada. No caso de plantio direto como cenoura, coentro etc., coloca-se
ripas sobre o sulco de plantio, substituindo as garrafas pet. Em seguida são retiradas
as garrafas e ripas para dar continuidade ao processo do composto laminar.
O uso do composto laminar favorece o plantio, pois diminui as capinas,
favorece um melhor aproveitamento da água de irrigação e com a fermentação diária
desse material ocorre melhor aproveitamento de nutrientes pela planta, passando a
ser um sistema de plantio direto, pois após a colheita da cultura, outra cultura poderá
ser plantada no mesmo espaço sem danificar o canteiro, repetindo assim outra
camada de composto laminar.

A largura dos canteiros para plantio varia de acordo a textura do solo, sendo
que nos de textura arenosa, os canteiros deverão ter 1,0 m metro de largura, tendo
três fitas gotejadoras distribuídas sobre o mesmo, devido a água da irrigação neste
tipo de solo apresentar a tendência de maior infiltração vertical (bolbo molhado) e no
solo de textura argilosa poderão ser construídos canteiros com 1,20 m, pois a água
de irrigação tende a espalhar mais na horizontal, para a mesma quantidade de
mangueiras de irrigação.
Nos espaços entre a área de serviço e a borda do canteiro, onde serão
cultivadas hortaliças de folhas, principalmente no verão, deverão ser plantadas com
antecedência milho, andu etc., para substituir o uso do sombrite na diminuição da
luminosidade.
37

Escalonamento da produção
 Decidir o que vai plantar
 Variedades de uso doméstico (o que planta para comer)
 Variedades mais comerciais (o que planta para vender)
 Anotações da época de plantio e previsão de colheita
 Sementes, aquisição e produção.

Recomendações
No momento do plantio, o produtor deverá ficar atento para as espécies de
maior valor comercial em sua região e também observar a distância entre o local de
produção e o mercado consumidor, pois isso influenciará na comercialização. Com
essas informações ele fará escolha dos produtos a serem comercializados e àqueles
utilizados para consumo familiar.
Para que se tenha sempre produtos na horta, garantindo a sustentabilidade e
manter o mercado é necessário que seja semeado plantas que produzam folhas de
15 a 30 e de frutos e raízes a cada 40 a 60 dias (a depender do ciclo da cultura
utilizada).
Na aquisição de sementes deve-se dar preferência para o uso de variedades,
com isso, o produtor poderá diminuir custo com aquisição de sementes selecionando
plantas para produção das mesmas. Com essa prática, para aumentar a diversidade
do plantio e das variedades a troca de sementes entre os produtores se torna
importante.

Plantio
 Plantio direto (cenoura, coentro, beterraba etc.)
 Plantio em sementeira
 Plantio em bandejas (casas de vegetação ou estufas)

Recomendações
Culturas como cenoura, beterraba, coentro, acelga poderão ser plantadas
diretamente nos canteiros, obedecendo os espaçamentos entre filas e a distância
entre plantas realizada através do raleamento nas linhas de plantio. Outras culturas
poderão ser plantadas em sementeira e em seguida sendo transplantada no
intervalo de 25 a 30 dias de plantadas. Outra forma bastante eficiente na produção
de mudas, devido a diminuição do ciclo da cultura e de pragas e doenças, é o plantio
em bandejas com uso de substrato. As mesmas poderão ser colocadas em estufas
(casa de vegetação) a qual irá garantir maior qualidade da muda. O substrato
poderá ser feito com composto orgânico 70% e 30% de pó de carvão ou palha de
arroz queimado.
Tendo o cuidado de mergulhar essas bandejas em solução de biofertilizante a
1% para melhorar a sua fertilidade.
Na semeadura, as sementes deverão ser cobertas pelo substrato numa
proporção ao dobro do seu tamanho. As mudas são transplantadas com 4 a 6 folhas
definitivas, em geral ocorre de 25 a 35 dias de plantadas, sendo recomendado fazer
o transplante no final da tarde.
38

Consórcio
 No canteiro,
 plantas de espaçamentos maiores no meio do canteiro
(exemplo: couve)
 plantas para serem utilizadas nas bordaduras do canteiro
(exemplos: cebolinha, coentro, salsa)
 plantas de espaçamentos menores (exemplo: alface, rúcula),
entre as plantas de bordadura e as de espaçamentos maiores,
essas culturas deverão ser rotacionadas (exemplo: quando
colher a alface plantar cenoura)
 Obedecer ao espaçamento de cada espécie;

Recomendações
Para manter a fertilidade e melhor aproveitamento dos canteiros e reduzir o
ataque de pragas e doenças, cada canteiro deverá funcionar como sistema de
agrofloresta, além de várias espécies cultivadas no mesmo canteiro, com a presença
de ervas daninhas conduzidas menores que as plantas cultivadas. Sendo que no
final de cada ciclo poderá ser deixado a cultura com espaçamento maior, no caso do
couve, e fazer rotação de plantas que produzem folhas com as de raiz, mantendo
também as plantas condimentares na bordadura dos canteiros, pois estas têm a
finalidade de repelir as pragas.
Cada espécie deverá ser plantada em espaçamento adequado (Quadro 1 do
39

anexo), isto é baseado no porte da cultura e o tamanho do raio de copa que ela
desenvolve, para que possa desenvolver alcançando o padrão de exigência do
mercado consumidor, em geral plantas como alface e chicória, usar o espaçamento
de 25 x 25 cm; salsa, coentro, cebolinha 25 x 10 cm; cenoura, beterraba 15 x 5 cm; e
as culturas maiores como couve, brócolis, tomate, pimentão 90 x 50 cm.
Após três ciclos de plantio é recomendável que o produtor faça uma rotação
do canteiro com uso de leguminosas, podendo ser utilizado feijão (Phaseolus
vulgaris), utilizando as vagens na alimentação da família, sendo que na colheita as
plantas deverão ser cortadas rente ao solo, não realizar o arranquio.

Plantas medicinais
 Antes do primeiro círculo (puejo, cidreira, hortelã, boldo, citronela,
capim santo, etc), se quiser mais, planta no quintal agroecológico

Recomendações
As plantas medicinais deverão fazer parte do primeiro ciclo próximo ao
galinheiro, pois além de servir de farmácia viva para a família, tem a função de
repelir as pragas.

Limpeza
 Cortar as ervas que estejam maiores que a planta cultivada;
 Retirar plástico, papel, lixo, etc.

Recomendações
No cultivo orgânico, o solo não poderá permanecer descoberto, raramente
deve-se fazer o uso de enxada, de preferência as ervas daninhas devem ser
roçadas antes da floração e as ervas que se encontram sobre os canteiros, deverão
ser conduzidas menores que a cultura, pois estas, quando cortadas irá ocorrer
brotações tenras que é atrativo para as pragas, com isso não atacando a cultura
principal.
Dentro da unidade e ao seu redor deve-se retirar o lixo não orgânico.

Condução das culturas


 Desbrota
 Desbaste
 Amontoa
 Retirada de partes atacadas por pragas e doenças

Recomendações
Para melhorar a qualidade do produto e diminuir ataques de doenças, plantas
como o tomate, de crescimento indeterminado, deverão ser desbrotadas. A
condução em tutores, além do tomate, poderá ser feita com as culturas do pimentão
e do pepino que é realizada colocando estacas na linha de plantio a cada 2 metros e
passando barbante ao redor de cada duas estaca ficando as culturas sustentadas
entre nesses barbantes no espaço entre as estacas, à medida que as plantas vão
crescendo amarra-se outro barbante até a altura desejada (Figura 1).
A amontoa é utilizada na cultura do tomate, chegando terra no caule da
planta, com isso favorecendo o enraizamento da planta, sua sustentação e
produtividade.
40

Figura 1 – detalhe do tutoramento para as culturas.

Irrigação
 Cálculo de vazão
 Dividir a vazão em turnos (plantas novas); planta velha, só uma vez;
 Sistema de abertura das mangueiras;
 Limpeza de filtro e mangueiras, estado dos equipamentos;
 Estado e consumo das bombas, manutenção do motor, troca de óleo,
retirar vazamentos, etc.

Recomendações
Para a irrigação das culturas será levado em conta as condições climáticas,
tipo de solo (textura e estrutura) e fase da cultura (cultura nova, menos água e
irrigação freqüente). Para culturas folhosas a irrigação poderá ser feita diariamente e
para culturas de frutos em dias alternados. Em geral, nas hortaliças, aplica-se uma
lâmina de 5 a 10 mm, ou seja 5 a 10 litros por metro quadrado. Com o uso do
composto laminar essa quantidade de água poderá ser reduzida em 30%.
A vazão do sistema de irrigação, por gotejamento, está em função da altura
da caixa e a quantidade de canteiros a serem irrigados por vez. Para se saber esta
vazão, coloca-se um copo de 200 ml sob um gotejador, mede-se o tempo para
encher o copo e multiplica-se o volume do copo pelo número de gotejadores em um
metro de canteiro. Exemplo: para uma vazão desejada de 5 litros por metro
quadrado dia. Foi observado 200 ml em 10 minutos em um gotejador, supondo que
temos 9 gotejadores em um metro (3 mangueiras com 3 gotejadores em cada em
um metro linear), obtemos o cálculo da vazão da seguinte forma:

200 ml x 9 gotejadores = 1800 ml = 1,8 litro em 10 minutos


Necessitamos de 5 litros
Cálculo do tempo de cada registro aberto: (5 litros x 10 minutos) / 1,8 litros = 27,7
(aproximadamente 28 minutos)

Esse tempo de 28 minutos é suficiente para irrigar cada setor diariamente.


As culturas que serão irrigadas em dias alternados, deverão ter o tempo de
irrigação duplicado. As culturas novas e recém plantadas deverão ser irrigadas com
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a metade da vazão dividida nos dois turnos.


Cuidados com o sistema de irrigação:
• Manter sempre o filtro limpo;
• Manter os gotejadores da mangueira para cima;
• Afastar as mangueiras paralelamente 25 cm em terreno arenoso e 30 cm em
terreno argiloso uma da outra;
• Abrir o final da linha, periodicamente, para limpeza das mangueiras.

Biofertilizantes
 Preparo
 Insumos
 Aplicação
 Não deixar faltar

Recomendações
O biofertilizante tem como finalidade nutrir as plantas ao mesmo tempo
diminuir incidência de pragas e doenças, contribuindo também para aumentar a vida
microbiana do solo e acelerar a decomposição da matéria orgânica. No cultivo
orgânico é indicado a sua pulverização quinzenalmente.
Ingredientes: 70 litros de água; 30 litros de esterco de vaca fresco coletado
no dia do preparo; 2 kg de cinza ou fosfato natural; 5 tipos de folhas de plantas de
crescimento rápido triturada, podendo ser utilizado um quilo de cada, exemplo:
mamona, cansanção, urtiga, cinamomo, nim, juazeiro etc.
Modo de preparar: coloca-se todos os ingredientes em um tambor com
capacidade para 200 litros, mexendo duas vezes ao dia até completar 15 dias,
nesse prazo é acrescentado mais dois litros de leite fresco ou soro de leite, cinco
litros de garapa de cana-de-açúcar ou dois quilos de açúcar, agitando diariamente
até completar 21 dias, quando estará pronto para uso. Sendo importante continuar
colocando resto de frutas para alimentar as bactérias presentes.
Modo de usar: em plantas novas utilizar meio litro em 20 litros de água e em
plantas adultas utilizar um litro em 20 litros de água, aplicação via pulverização. Nas
culturas folhosas (alface, couve etc.) aplicar via solo. No momento da aplicação
poderá ser acrescentada 200 ml de urina de vaca em 20 litros do biofertilizante.

Como preparara a urina de vaca para pulverização


Na hora da ordenha da vaca, ela costuma urinar, então aproveita-se o
momento, põe-se um balde embaixo, colhe-se o material. Em seguida, coloca-se
num recipiente fechado, sendo preferência plástico, ainda mais de cor escura para
evitar penetração dos raios ultravioletas e infravioletas na urina coletada para que
não venha a degenerar o produto colhido. Deixa-se passar um período de 3 dias
para se começar a utilizar.
Para que aplicar
No suprimento de elementos como: potássio, nitrogênio, cloro, enxofre, sódio,
fenóis e ácido indolacético. Previne que as plantas venham ter tais deficiência. É
bastante eficiente no controle de algumas doenças fúngicas.

Verificar pragas, doenças e deficiências nutricionais e métodos de controle


 Vistoria na área
 Caldas para controle de doenças
 Extrato de plantas
 Biofertilizantes
42

Recomendações
Quando o solo está bem preparado e as plantas bem alimentadas,
dificilmente ocorrerá ataque de pragas e doenças, mesmo que ocorra não
ocasionará danos econômicos. Quando ocorrer algum desequilíbrio poderá fazer
uso de extrato de plantas no combate das pragas. Sendo que as principais pragas
que atacam as hortaliças são: larvas e lagartas, pulgões, besouros, mosca branca,
cochonilhas, paquinhas, grilos e gafanhotos, formigas, trips, cupis, ácaros, lesmas e
caracóis.
Ao se fazer um extrato de uma planta, não é recomendado colocar mais de
uma variedade, sendo que essa deverá ser misturada na hora da aplicação. Outro
cuidado a ser tomado é não misturar extrato que age por ingestão com outro que
age por contato, exemplo: extrato de nim (ingestão) misturado com pimenta ou
cansanção (contato). Em todas as pulverizações, deve-se acrescentar detergente
neutro na proporção de 200 ml para 20 litros de água, além de servir como
espalhante adesivo, combate algumas pragas por sufocamento.

Traça-do-tomateiro

Lagarta da traça-do-tomateiro. Traça-do-tomateiro adulto.

Tripes Pulgões
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Mosca branca

Adulto de mosca branca.

Doenças
No caso das doenças, além das adubações o controle deve ser preventivo,
principalmente no cultivo das solanáceas. Tendo como principais agentes causais
fungos, bactérias, vírus etc., que podem ser transmitidas por sementes
contaminadas, água de irrigação, corrente de vento que além de transportar os
patógenos causa injúrias nas plantas abrindo porta de entrada para doenças. Por
isso é importante o uso de plantas utilizadas como quebra-vento

Calda Sulfocálcica
Tem ação protetora contra ácaros, insetos-pragas e moléstias de forma
curativa. Os ingredientes são a mistura de enxofre ventilado (2,5 kg) + cal hidratada
(1,6 kg) 10 litros de água, em preparo a quente.
Obs: misture em um latão a cal hidratada em 5 litros de água morna e coloque o
enxofre lentamente, sempre agitando com um bastão de madeira completando os 10
litros. Deixe ferver até ficar com a coloração pardo-avermelhado (aproximadamente
40 minutos), esfriar, guardar em lugar sem iluminação não mais de uma semana. Na
aplicação dilua 1 litro do produto em 20 litros de água.

Calda Bordalesa
Coloque 100 g de Sulfato de Cobre em um saco de pano e mergulhe em 5
litros de água quente. Coloque 100 g de cal virgem ou 125 g de cal hidratada em 5
litros de água, despeje a solução de Sulfato de Cobre na solução de cal virgem,
misturando bem com um bastão. Coe a mistura e despeje no pulverizador para
aplicação, visando controle de fungos. Deve preparar a quantidade a ser utilizada no
dia de preparo, não deve ser guardado algum excedente, se houver.

Calda de camomila
50 g de flores de camomila em um litro de água, ficando de molho por 3 dias,
agitando 4 vezes por dia. Coe a mistura e aplique 3 vezes na semana visando
doenças fúngicas.

Leite cru e água


Uma solução de 5% de leite de vaca cru e 95% de água já pode ser utilizada
para controlar o oídio – doença que ataca diversas culturas, causando a morte das
plantas e prejuízos aos agricultores.
Para diminuir o uso das ações de controles para doenças e pragas, depois da
colheita faça rotação de culturas.
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Cebola e alho
Ingredientes: 3 cebolas médias, 5 dentes de alho, 10 litros de água. Moer os
ingredientes, misturar e colocar 100 ml de sabão neutro, após a mistura está pronto
para utilização via pulverização.
Também deve ser observado a época mais favorável de plantio para a
cultura, reduzido o risco de doenças (Quadro 1 do anexo).

Requeima (Phytophthora Infestans)

Sintoma inicial de requeima: manchas encharcadas, grandes e escuras. (esquerda)


Sintoma inicial de requeima nas brotações. (direita)

Folhas e frutos severamente atacados por requeima.


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Cultura: Beterraba Cultura: Alface

Mancha-de-Cercospora Cercosporiosee

Cultura: Pimentão

Antracnose

Cultura: Cenoura

Alternaria
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Galinheiro
 Galinha poedeira, mais 10% de galinha pé-duro (p/ chocar);
 Galo, de raça, de fora;
 Alimentação:
 Milho (3 litros, triturado)
 Folha de mandioca (desidratada e moída) 2 litros,
 Farinha de osso (osso queimado e moído) ½ litro;
 Girassol mexicano (folha), girassol comum, (a panícula);
 Larvário
 Lâmpada, com bacia por baixo;
 Área de escape
 Área de pasto, no mínimo 10 x 10m cercado de tela e outra área de
10 x 20m cercado de plantas vivas (exemplos; capim elefante, cana-
de-açúcar, girassol mexicano, sabiá etc)
 Vacinação (newcastle, bouba (mal do caroço), vermífugos)

Recomendações
O galinheiro deverá ser construído no centro do PAIS, devendo fazer com
piso de chão batido revestido com uma camada de maravalha, facilitando a coleta
do esterco. Após cada coleta repor a camada de maravalha no piso. Por se tratar de
uma horta orgânica, não se deve utilizar telha de amianto na cobertura do galinheiro.

Alimentação
Para melhor sucesso na criação das galinhas, o produtor poderá adquirir no
mercado ração balanceada inicial para fornecer aos pintos até os 30 dias de idade,
após esse tempo, toda alimentação deve ser produzida na área de agrofloresta com
plantio de girassol, milho, mandioca e a construção de larvário.

Dieta alternativa, de acordo com a idade da criação.


Reprodução Cria Recria Terminação
Ingredientes (%) (6 a 24 (1 a 30 (31 a 60 (61 a 120
meses) dias) dias) dias)
Farelo de girassol ou soja 10 30 7 -
Milho triturado 25 66 30 22
Farinha de folha de mandioca 36 - 40 53
Crueira de mandioca ou raiz triturada e seca 25 - 20 22
Farrinha de osso ou núcleo 4 4 3 3
Total 100 100 100 100

Para melhorar a qualidade da proteína, poderá ser construído dentro do


galinheiro um larvário que consta de uma base suspensa com o fundo telado onde é
colocado por cima esterco de cavalo ou de vaca, misturado com restos de comida e
frutas estragadas. Caso o galinheiro fique longe de casa, poderá colocar restos de
vísceras de animais ou carcaças junto com o esterco. Cada mosca produz de 100 a
120 ovos por dia, produzindo larvas ricas em proteína, gordura, cálcio e fósforo, de
grande importância na alimentação, principalmente dos pintos.

Área de escape
É um túnel que liga o galinheiro aos piquetes, esse deverá ser construído em
uma altura média de 40 cm, facilitando o deslocamento dentro do PAIS.
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A área de pastagem deverá constar de uma parte de tela e outra parte


construída com cerca viva, onde cada piquete, além do plantio de gramíneas,
poderá ser plantado Estilosantes Campo Grande, Leucena e árvores frutíferas.
Quando esse piquete for construído longe de casa, poderá ser feito dentro dele
compostos, acrescentando no mesmo restos de comida e vísceras de animais, com
isso deve-se fazer rotação das galinhas a cada 15 dias nesse piquete, para que as
mesmas possam revirar o composto ao mesmo tempo em que se alimentam das
larvas produzidas no composto. Logo após as galinhas são recolhidas para o
galinheiro e o composto é enleirado novamente.
Toda alimentação e água fornecidas às galinhas devem ser colocadas na
parte central do galinheiro, facilitando a coleta de esterco.

Sanidade
Limpezas quinzenais da área central, de bebedouros e comedouros.
No controle de verminoses, poderá ser fornecido aos animais folhas de
bananeira. Podendo ser também ministrada uma mistura de farinha de folha de Nim
(200 g) com sementes trituradas de abóbora (200 g), mamão (200 g) e batata de
purga ou jalapa (150 g), uma vez por semana em oito quilos de ração, no controle de
verminoses.
Na prevenção de doenças respiratórias e coccidiose acrescentar uma grama
de alho triturado para cada quilo de ração.
Vacina contra doença Newcastle, vacinar os pintos de 10 a 15 dias de
nascidos e repetir a cada 3 meses. De maneira preventiva, na água de beber,
poderá ser acrescentado dois dentes de alho macerado e o suco de um limão em
dez litros de água.
Vacina contra bouba aviária, vacinar os pintos de 10 a 15 dias de nascidos.
Também na prevenção da bouba aviária poderá ser utilizada a mucilagem que
envolve as sementes de abóbora.

Quintal agroecológico
 Plantio de bananeiras
 Árvores frutíferas (caju, manga, mangaba, limão, laranja, etc)
 Nin
 Girassol (cerca viva, ao redor da horta)
 Aipim, inhame, abóbora, girimum, melancia;
 Uma vaca ou, de preferência, duas cabras.

Recomendações
No quintal agroecológico, após o último canteiro, deve ser plantado primeiro
uma fila de bananeira, em seguida realiza-se o coveamento em quincôncio
(espaçamento de 4 x 4 x 4 m) para plantio de árvores frutíferas, obedecendo o
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espaçamento de cada cultura. Exemplo: plantio de manga na mesma linha usar


espaçamento de 8 m entre as plantas, na cova intercalar, planta-se outra cultura
(acerola ou pinha) plantas de menor porte. Nos espaços entre essas culturas, planta-
se mandioca, milho, melancia, abóbora etc. No final do quintal agroecológico,
plantas árvores nativas ou exóticas para produção de madeira e pasto apícola.

Comercialização
 Colheita
 Lavagem
 Aproveitamento
 Embalagem
 Transporte
 Mercado (feira, cestas precontratadas, etc);

Recomendações
No plantio escalonado o produtor deverá anotar a data de plantio, observando
o Quadros 1 e 2 do anexo onde apresenta a data prevista de colheita das principais
culturas e a produtividade média em dez metros quadrados.
Após a colheita, os produtos de raiz deverão ser pré-lavados para depois
passar por uma solução de vinagre*. Quanto as frutas e folhosas serão levadas a
solução de vinagre após o tratamento os produtos deverão ficar em local ventilado
para enxugar. Logo após deverão ser embaladas folhosas em sacolas plásticas;
hortaliças de frutas em caixa de papelão, raízes em sacos de ráfia ou cestas.

*Solução de vinagre
- 10 a 20 litros de vinagre
- 90 a 80 litros de água
Misturar vinagre com água na concentração de 10 a 20%. Mergulhar as frutas
na solução por dois minutos. Para controle de patógenos foliares pulverizar na
concentração de 1 litro de vinagre para 9 litros de água (10%), nunca superior a esta
concentração devido aos problemas de fitotoxicidade.
Indicação: controle de podridões de diversas frutas em pós-colheita. Controle de
patógenos foliares.
Toxicidade: não há. Cuidado com os olhos durante a pulverização.

Mercado
Os produtos orgânicos poderão ser comercializados em feiras, em barracas
apropriadas e uniformes. Também produtores poderão comercializar seus produtos
diretamente com os consumidores, fornecendo cestas básicas com hortaliças e
frutíferas.
Os PAIS próximos aos grandes centros, poderão fazer opção de levar os
consumidores para colher os produtos diretamente da horta, agregando valor aos
produtos, servindo também como turismo.
O produtor organizado também pode fazer sua comercialização através da
CONAB ou Prefeitura local, fornecendo produtos para comunidades carentes
organizadas, creches, hospitais e escolas.

Administração e controles
 Quadros 1 e 2 do anexo (datas de plantio e colheita, quantidades);
 Capital de giro (PRONAF)
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Recomendações
O produtor poderá basear nos quadros 1 e 2 do anexo onde possui dados da
época de plantio e a quantidade produzida em dez metros quadrados, para que
tenha produtos suficientes na garantia do mercado consumidor.
Se o produtor tiver a garantia do mercado, ele poderá procurar as instituições
financeiras, que disponibilizam crédito para agricultura orgânica ou PRONAF, para
ter o capital de giro, com isso lhe dá folga na comercialização dos seus produtos.

Regime de trabalho
 Horário das atividades
 Divisão de tarefas (com a família)

Recomendações
O regime de trabalho deverá ser distribuído com os componentes da família.
No caso de contratação de terceiros, observar a legislação vigente.

Qualidade de vida
 Estado da residência (piso, reboco, teto, etc);
 Sanitário;
 Fossa;
 Biodigestor;
 Cozinha.

Recomendações
Após o produtor conseguir uma produção satisfatória e começar a obter
resultados, o técnico deve orientar o produtor a melhorar a sua qualidade de vida,
com a melhoria das suas instalações, como construção de fossa sanitária,
banheiros, limpeza da residência e reunir com outros produtores procurando
atividade de lazer ligada as tradições regionais.
Não esquecer de orientar aos produtores da necessidade dos seus filhos
freqüentarem a escola e que passem a consumir diariamente os produtos
produzidos no PAIS, o qual o produtor poderá tirar 80% da sua alimentação dessa
unidade. VIDA COM MAIS SAÚDE.

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS DAS UNIDADES PAIS NA BAHIA

Análise do solo

Após a escolha dos produtores com perfil para implantação da unidade PAIS,
deve-se retirar amostra de solo (Figura 2), pois muitas unidades não necessitam de
correção (Figuras 3 e 4), quando a mesma é realizada sem necessidade há um
desequilíbrio do solo. Mesmo que haja plantas indicadoras de solo ácido (exemplo:
sapé, samambaia etc.) a análise de solo nos dá a quantidade necessária de calcário
e o tipo do mesmo, ou seja, se é dolomítico ou calcítico. Quando há necessidade de
realizar calagem, devemos dividir a dosagem usando 40 g/m2 por aplicação, para
que não ocorra liberação excessiva de nutrientes e uma lixiviação dos mesmos e
mudança brusca dos microorganismos que vivem no solo. Na Tabela 1 do anexo é
apresentado o nível de fertilidade para interpretação de análise de solo do estado de
São Paulo.
50

(a) (b)
Figura 2 – Retirada de amostra de solo com enxada (a) ou trado (b).

Figura 3 – Resultado de análise de solo que necessita de correção.

Figura 4 – Resultado de análise de solo que não necessita de correção.

Acidez ativa - É dada pela concentração de hidrogênio.


Acidez trocável - Refere-se ao alumínio e hidrogênio trocável (mmol ou
cmol/dc³).
Acidez não trocável - É representada pelo hidrogênio mais ligações
covalentes. Diminuindo da acidez não trocável da trocável.
51

Componentes da acidez do solo na fase sólida e fase líquida.

Fonte: Raij & Quaggio, 1984.

SB = Soma de bases trocáveis = Ca2+ + Mg2+ + K+ + (Na+), com valores expressos


em cmolc/dm3 ou mmolc/dm3.

t = CTC efetiva = Ca2+ + Mg2+ + K+ + (Na+) + Al3+, com os valores expressos em


cmolc/dm3 ou mmolc/dm3.

T = CTC a pH 7,0 = S + (H+ + Al3+) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + (Na+) + H+ + Al3+, com os


componentes expressos em cmolc/dm3 ou mmolc/dm3.

V% = Percentagem de saturação por bases da CTC a pH 7,0

Considerando-se que um balanço teórico ideal para percentagem de


saturação de cátions da CTC a pH 7,0 deveria ser: cálcio (60 -70%), magnésio (10 -
20%), potássio (2-5%), hidrogênio (10 -15%) e outros (2 - 4%) que incluem ferro,
manganês, cobre, zinco e sódio, como se comporta este solo, sob condições
naturais, em relação aos três primeiros parâmetros?

Marcação do pais
Com o terreno preparado, tração animal ou manual, realizamos a marcação
da unidade PAIS de uma única vez (depende da quantidade de pessoas que estiver
trabalhando no momento da marcação) utilizando uma corda com a quantidade de
canteiros que serão instalados em cada local, de maneira que após traçarmos a
marcação bastará levantar os canteiros deixando os carreadores prontos.
A corda será fixada no ponto central da unidade, e terá vários “laços” onde
serão colocadas varas nas seguintes distâncias: a) 1° laço com 2,50m para delimitar
o galinheiro (raio do galinheiro); b) 2° laço com 1,00m para delimitar o canteiro de
ervas medicinais; c) nove laços com 1,70m para delimitar os canteiros com 1,20m
cada; d) três ou quatro laços com 1,00m para delimitar os canteiros com 1,00m cada
52

onde serão plantadas as hortaliças de frutos; e) mais um laço com três metros para
marcar a linha de bananeira (Figura 5).
Após a linha de bananeira as plantas frutíferas são plantadas em
espaçamento de 3,50 m X 3,50 m X 3,50 m em quincôncio.

Figura 5 – Marcação da unidade PAIS.


53

Adubação de canteiros
Utilização de farinha de osso (fontes principais de cálcio, fósforo e
micronutrientes) preparada no próprio local. A farinha é preparada com a queima de
ossos em tambores, manilhas ou fornos (Figura 6); em seguida os ossos são
trituradas em máquina de ração ou pilão, quando preparada em pilão deve-se
peneirar. O orifício do tambor (forno) onde serão queimados os ossos deverá estar
voltado para o vento dominante do local. Antes de arrumar os ossos para serem
queimados, deve-se preparar uma cama de madeira seca para acender o fogo.

Figura 6 – Queima de ossos para produção da farinha de ossos.

Adubar os canteiros com pó de barranco do horizonte C (Figura 7), ou seja,


rocha em decomposição (encontrado em barranco de estrada). Esse pó de barranco
deverá ser retirado em cortes de estrada que apresentem o horizonte A fértil. Esta
adubação é mais indicada para canteiros que apresentem solo mais arenosos, pois
além do fornecimento de nutrientes, quando aplicado juntamente com o adubo
orgânico ele também favorece o aumento da capacidade de troca catiônica do solo
(CTC).
54

Figura 7 – Coleta de pó de barranco para adubação de canteiros.

Sombra dos canteiros


Visando reduzir custos na compra de materiais e aproveitando os recursos
existentes em cada região, implanta-se uma área de sombra para os canteiros com
armação de madeira, flecha de sisal ou varas de bambu e utilizando palhas
existentes em cada região. Após montar a estrutura, as palhas são dispostas sobre a
mesma com sua parte inferior voltada para baixo e na direção perpendicular à linha
do sol, ou seja, o eixo central da palha fica na direção norte-sul (Figura 8).

a
a

b b
Figura 8 – Disposição das madeiras (a) e montagem de sombra utilizando
palhas da região (b).
55

Composto orgânico
Para produção do composto em menor período de tempo, deve-se prepará-lo
em local com um leve declive (1%), colocando uma lona plástica no local onde o
mesmo será instalado, essa lona deve ter as medidas da área em que será instalado
o composto com uma sobra em cada de lado de aproximadamente 10 cm. Com a
utilização dessa lona, o chorume proveniente das molhações do material escorrerá
para o local mais baixo do terreno, onde deverá ser aberta uma valeta e um buraco
(revestido com lona ou que caiba um balde plástico) direcionando esse chorume e
reutilizando-o na molhação do próprio composto, o que acelerará a decomposição
do mesmo, pois no chorume está presente bactérias decompositoras.
Para não necessitar virar o composto utilizamos áreas de ventilação com
canos velhos furados ou madeiras amarradas dentro das camadas do composto.
Nesse modelo a altura total do composto não deverá exceder a 80 cm (Figura 9).

a a

b b

b
Figura 9 – Aproveitamento do chorume do composto orgânico (a) e disposição
de tubos ou madeiras dentro do composto para realizar aeração do mesmo (b).
56

Composto laminar
Composto laminar é uma técnica utilizando esterco fresco e palhadas (folhas
novas pequenas, maravalha, resíduo de coco, capim etc., vai depender do material
existente na região); essa técnica é aplicada no momento do plantio da cultura.
Quando o plantio é realizado por mudas as mesmas são cobertas com metade de
uma garrafa pet, em seguida é colocado entre os espaços das garrafas uma camada
de esterco fresco e outra de palhada. No caso de plantio direto como cenoura,
coentro etc., coloca-se ripas sobre o sulco de plantio, substituindo as garrafas pet.
Em seguida são retiradas as garrafas e ripas para dar continuidade ao processo do
composto laminar (Figura 10).
O uso do composto laminar favorece o plantio, pois diminui as capinas,
favorece um melhor aproveitamento da água de irrigação e com a fermentação diária
desse material ocorre melhor aproveitamento de nutrientes pela planta, passando a
ser um sistema de plantio direto, pois após a colheita da cultura, outra cultura poderá
ser plantada no mesmo espaço sem danificar o canteiro, repetindo assim outra
camada de composto laminar.
Em cada canteiro são plantadas três espécies, sendo uma delas um
condimento, aumentando a biodiversidade e favorecer o controle de pragas e
doenças.

Túnel para saída das galinhas


O túnel é construído com quatro fios paralelos de arame (Figura 11), numa
altura de 35 cm, ocorrendo um rebaixamento do solo de aproximadamente 20 cm. O
túnel é coberto com tela de galinheiro, sendo utilizada a tela de 1,80 m de altura
cortada ao meio (0,90 cm) ocorrendo um melhor aproveitamento da mesma.
57

Figura 10 – Plantio com utilização do composto laminar.


58

a a

b
Figura 11 – Vista do túnel de saída das galinhas e detalhe de comedouro
utilizando garrafa pet (b).

Piquete para galinhas


Além da área de pasto para as galinhas cercada com tela, implanta-se um
outro piquete cercado com cerca viva (Figura 12) que é feita abrindo uma vala no
chão (40 cm de largura X 30 cm de profundidade) no perímetro desejado, em
seguida é realizada uma adubação no sulco, logo após coloca-se uma camada de
59

terra para que as mudas de capim (napier), cana-de-açúcar, maniva que serão
colocadas no sentido horizontal não fiquem em contato com o adubo, em seguida o
sulco é fechado. Quatro meses após o plantio, com a cerca já desenvolvida pode
soltar as galinhas no piquete.
Dentro do piquete é recomendável o plantio de gramíneas como tifton,
transvala, coast cross, pangolão ou sete léguas etc., e leguminosas como amendoim
forrageiro, estilozantes campo grande etc. além de frutíferas como siriguela e
acerola para complementação alimentar das aves.

Figura 12 – Plantio de espécies de crescimento rápido para cercar piquete das


galinhas.
Larvário
Construção de larvário no piquete das galinhas (Figura 13) para melhorar a
parte protéica da alimentação das aves, no piquete das galinhas coloca-se quatro
forquilhas, em seguida coloca-se uma tela sobre as mesmas e acima da tela coloca-
se um saco (tipo embalagem de cebola) onde será colocado massa de mandioca,
esterco fresco, fazendo outra cobertura 20 cm acima para manter umidade do
material, necessária para produção de larvas. O piso abaixo do larvário deverá ser
socado.

Figura 13 – Larvário.
Estufa
Estufa construída com ferro e sombrite, que serve ao mesmo tempo para
produção de mudas e colocar nos canteiros no momento do transplante (Figura 14).

Figura 14 – Vista de sombrite na produção de mudas e na proteção das mudas


recém transplantadas.
60

Instalação das fitas gotejadoras


Para instalação das fita gotejadoras, a mangueira de uma polegada é furada
com vazador de diâmetro inferior ao registro de saída lateral para não necessitar de
chula nem ocorra vazamento. Utilizamos três fitas gotejadoras por canteiro (Figura
15) para que ocorra uma irrigação uniforme, pois quando a fita fica com uma
distância maior que o raio de ação do gotejador diminui a eficiência do sistema.

Figura 15 – Detalhe da colocação de registro de saída lateral e das três fitas


gotejadoras em cada canteiro.
61

CRIAÇÃO DE ANIMAIS

AVICULTURA

Principais doenças de aves e métodos para prevenção e tratamento

Marek
Causada por um vírus do tipo herpes, não existe tratamento, devendo os
animais serem vacinados.
Principais sintomas:
• Mortalidade elevada; paralisia das pernas ou asas; má coordenação motora;
tumores no fígado, rins, baço, testículo, ovários e pulmões; ataca
principalmente frangos com até 16 semanas de idade.
• Os sintomas não permitem obter um diagnóstico preciso, havendo
necessidade de se fazer exames de laboratório.
Profilaxia:
• Vacinação.

Bouba
Conhecida pelos nomes de pipoca ou caroço, é causada por vírus, ocorre
com mais frequencia em épocas quentes e chuvosas e em locais próximos a água
parada, pois o vetor é um mosquito.
Principais sintomas:
• Arrepiamento das penas, tristeza, sonolência e febre;
• Verrugas na crista, barbela, canela, pernas e pés (cutânea);
• Placas e bolhas na boca, faringe, laringe, traquéia (diftérica);
• Exudato nasal ou ocular.
Profilaxia:
• Vacinação, manutenção da higiene, combate a moscas e mosquitos, controle
do trânsito de pessoas no aviário.

Newcastle
Causada por vírus, pode causar mortalidade de 100% das aves, não existe
tratamento.
Principais sintomas:
• Espirros, tosse, dificuldade de respirar;
• Paralisia, tremores, torcedura do pescoço, cambalhotas, caminhar em
círculos;
• Muco na traquéia;
• Hemorragias no proventrículo;
• Suspensão quase que total da postura, os ovos apresentam casca mole ou
áspera.
Profilaxia:
• Vacinação, manutenção da higiene, proibição de visitas.

Bronquite infecciosa
É uma doença respiratória de forma aguda, altamente contagiosa, causada
por vírus e de rápida propagação entre as aves.
62

Principais sintomas:
• Ataca principalmente aves de até 2 meses;
• Tosse, roncos, exudato nasal e dificuldade em respirar;
• Muco, exudato caseoso e tampões na parte inferior da traquéia e brônquios, o
que em geral leva à morte por sufocação;
• Mortalidade em pintos de 0 a 40%;
• Morbidez até 100%.
Profilaxia:
• Vacinação, manutenção da higiene, proibição de visitas.

Coccidiose
Causada por um protozoário que ataca e destrói as células da parede do
aparelho digestivo. Apresenta em seu caráter mais sério entre os pintos de 2 a 6
semanas, produzindo grande mortalidade. A contaminação pode ser pela ingestão
de alimento e água contaminados, por ovos, e ocorre com maior frequencia após as
chuvas, no tempo quente e úmido.
Principais sintomas:
• Fezes sanguinolentas e escuras;
• Asas caídas, penas eriçadas;
• Anemia e cristas pálidas;
• Mortalidade súbita e elevada;
• Tendem a aglomerar-se;
• Perda de peso e desidratação.
Profilaxia:
• Isolamento e quarentena, utilizar medicamentos a base de sulfas durante 3
dias.

Ectoparasitas
Para se prevenir ou eliminar parasitos como: piolhos, carrapatos, percevejos
que atacam as aves, pode-se fazer uso de produtos específicos encontrados no
mercado ou ainda utilizar produtos caseiros como:
• Pulverização com 1 litro de querosene diluído em 10 litros de água e fumo de
rolo picado sob o feno dos ninhos;
• Caiar todo o galpão com solução a 5%;
• Trocar a cama quando esta estiver molhada.

Verminose
Constitui um enorme problema nas criações mal orientadas. São causadas
por vermes. Alguns sintomas são: sufocação, a ave fica abrindo o bico aflitivamente
e sacudindo a cabeça para expulsar os vermes, falta de apetite, abatimento, parada
do desenvolvimento, diarréia liquefeita e persistente.

Vias de aplicação de Vacinas

Via ocular
A vacinação deve ser feita rapidamente logo após a diluição das vacinas.
Segure a ave deitada com o olho virado para cima.
Pingue uma gota da mistura de diluente e vacinas no olho.
63

Via punção na asa


Segure a ave de peito para cima.
Molhe as agulhas do estilete na vacina.
Retire ou afaste as penas para não atrapalhar a vacinação.
Perfure a membrana na parte interna da asa.

Sugestões para programa básico de vacinação para poedeiras:


Idade Enfermidade Aplicação
1° dia Marek, Bouba Subcutânea
7 a 10 dias Newcastle, Bronquite, Gumboro Gota ocular
17 dias Gumboro Gota ocular
30 dias Newcastle, Bronquite, Gumboro Oral (na água)
70 dias Newcastle, Bronquite Oral (na água)
90 dias Bouba Forte Membrana da asa
105 dias Newcastle, Bronquite Oral (na água)
3 em 3 meses Newcastle, Bronquite Oral (na água)

Piquete

• O piquete é o espaço para o exercício das aves, onde elas se alimentam com
insetos e verdes. Para evitar o excesso de umidade, deve possuir declividade,
visto que é um local em que as aves passam a maior parte do dia;
• Deve ser cercado com mandioca, guandu, bambu, sabiá, sisal ou tela ou outros
materiais a depender dos recursos financeiros do agricultor;
• A altura deve ser de 1,80m, visando conter as aves, evitar a postura em outros
locais e o ingresso de predadores;
• Plantar gramíneas como Pangola, Tifton, estrela-Africana, Coast-Cross ou outras,
adaptadas à região e resistentes ao pisoteio;
• A área total de pastejo deve er de 5 a 10m² por ave, dependendo, entre outros
fatores, da condição climática e da fertilidade do solo. Esta área deve ser
subdividida, para permitir a recuperação da gramínea e garantir regularidade na
oferta de alimentos;
• Plantar árvores frutíferas no piquete, para fornecer sombra e alimentos para as
aves. Sempre que possível, consorciar a criação das aves com pomares já
existentes. As aves, além de adubarem essas áreas, estarão controlando a
existência de ervas daninhas;
• Para suplementação alimentar das aves, deverá ser reservada uma área para o
plantio de milho, sorgo, mandioca, cana-de-açúcar, rami, guandu, hortaliças,
palma e outras alternativas existentes na região;
• Construir um larvário no piquete para fornecimento de proteína às aves.

Equipamentos

• Bebedouro de pressão: podendo ser adaptado com materiais da propriedade,


sendo utilizado na fase inicial de criação. Um bebedouro de 4 litros é suficiente
para 100 pintos;
• Bebedouro automático pendular: pode ser utilizado para 100 aves;
64

• Comedouro: bandeja, indicado para pintos, tendo 60 x 30cm, com 2 cm de altura,


na proporção de 1 para 100 pintos;
• Comedouro tubular: utilizar um para cada 30 aves;
• Aquecedores: podem ser utilizadas várias alternativas, entre estas, lâmpadas e
campânulas a gás e elétricas.

Manejo da criação

Fornecimento de calor

• Com a aquisição de pintos de um dia, deve-se tomar alguns cuidados com


relação ao fornecimento de calor, através de aquecedores que podem ser uma
lâmpada ou campânula, a gás ou elétrica, bem como a instalação de um círculo
de proteção, principalmente nos primeiros 10 dias de idade das aves;
• A lâmpada além de promover o aquecimento dos pintos, servirá como estímulo
para que permaneçam acordados e alimentando-se, o que favorecerá o seu
desenvolvimento;
• A campânula pode ser improvisada, utilizando-se uma bacia de alumínio, com a
fixação de uma lâmpada incandescente de 40 Watts;
• O aquecimento artificial é feito no círculo de proteção (eucatex, papelão grosso),
possuindo 50cm de altura e até 2m de diâmetro, suficiente para aquecer até 500
pintos;
• O círculo deverá possuir cama, comedouros e bebedouros;
• A regulagem da altura do sistema de aquecimento está relacionada com as
condições de temperatura ambiente;
• O amontoamento dos pintos, debaixo da lâmpada ou campânula, indica que os
mesmos estão com frio; logo, o aquecedor deve ser abaixado;
• O amontoamento dos pintos, longe da lâmpada, indica que as aves estão
sofrendo por correntes de ar, devendo-se neste caso verificar o manejo da
cortina;
• O afastamento dos pintos da fonte de calor indica excesso de calor; logo, o
aquecedor deve ser suspenso;
• A situação ideal é que os pintos estejam bem distribuídos dentro do círculo de
proteção, indicando conforto térmico.

Uso da água

• A água deve ser limpa, fresca e à vontade, sendo um dos fatores de sucesso ou
fracasso na criação de galinhas caipiras;
• Os bebedouros e reservatórios de água devem estar protegidos do sol para evitar
o aquecimento da água;
• É necessário ter um reservatório elevado, para garantir o abastecimento de água,
por um período de, no mínimo, de 48 horas;
• Um reservatório menor, munido de bóia, deve ser utilizado dentro do galinheiro
para a utilização de vacinas e medicamentos;
• O consumo de água de uma poedeira em produção está em torno de 200ml por
dia, ou seja, 5 aves consumirão diariamente 1 litro de água. Na falta de água, as
aves diminuem o consumo de ração, e consequentemente, reduzem a produção.
65

Alimentação alternativa
O ponto mais forte de uma criação de frango caipira é justamente a fonte de
alimentação alternativa.
Sem dispensar a ração comercial, os piquetes e os complementos (verduras,
frutas, legumes e capim picado) têm um importante papel no desenvolvimento desta
ave, fornecendo-lhe a fibra e xantofila tão necessárias.

Entre os alimentos alternativos destacam-se:


• Rami: seu teor de proteínas é de 24% nas folhas e de 13% nos caules, seu teor
de vitamina A, minerais e de fibras são elevados. Um hectare de rami produz, em
média, mais de 20 toneladas por ano e durante 6 anos. Sua multiplicação se dá
por rizomas. O corte se dá quando a planta atinge cerca de 50 a 60 cm.
• Confrei: possui 25% de proteína, é rico em minerais, vitaminas e fibras, apresenta
grande resistência à seca e ao frio;
• Restos de horta: couve, alface, folhas de cenoura, beterraba, etc., são ricos em
minerais, vitaminas e pigmentos;
• Raízes de tubérculos: ricos em água e carboidratos, apresentam baixo teor de
fibras na matéria seca e seu teor de proteína varia de 4 a 12%, são pobres em Ca
e P, porém, ricas em K;
• Frutas: ricos em carboidratos, água, minerais e vitaminas. Apodrecem com
grande facilidade com exceção de abóboras;
• Rama de mandioca: excelente fonte de proteínas, minerais e vitamina. A rama
deve ser picada e ficar em repouso por 12 horas antes de ser dada as aves;
• Andú: é um arbusto que pode atingir 2 a 3 m de altura podendo ser usado para
fornecer sombra nos piquetes. Possui cerca de 17% de proteína bruta, rico em
minerais, vitaminas e pigmentos;
• Farinha de mandioca: complemento alimentar de grande poder energético,
contém cerca de 68 a 78% de proteínas, 3,3% de fibra, 17% de carboidratos;
• Larvas de moscas: apresentam elevada proporão de proteínas. Podem ser
criadas perto dos piquetes para que as aves se alimentem diretamente das larvas
que caem;
• Ovos, larvas e ninfas de formigas: o alto valor biológico das proteínas recomenda
o uso desses produtos para a alimentação de aves. Um cuidado especial deve ser
observado no sentido de eliminar formas adultas que podem prejudicar aves
jovens;
• Palma: rica em cálcio e fósforo;
• Capins: Napiê, Quicuiu, Cost Cross, Tidditon, Grama Estrela Africana;
• Leguminosas;
• Cana-de-açúcar;
• Folhas de batata doce;
• Assa Peixe.

Após os primeiros 30 dias, as aves já podem ser soltas para comer alimentos
verdes, tais como:
• Capins (Pangola, Estrela-Africana, Coast-cross, Tifton etc.)
• Rama de mandioca (feno da parte aérea)
• Andu, restos de frutas, hortaliças, rami, folhas de batata-doce, beldroega, folha de
bananeira, folha de mamão, etc.
66

Além destes alimentos, podem ser utilizados farelos diversos, resíduos


agroindustriais e rações alternativas.
As folhas (Rami, Guandu, Assa Peixe, Confrei, Batata doce, hortaliças e
leguminosas) podem ser servidas após a segunda semana de vida da ave, e os
capins após os 30 dias. O premix das rações deve conter Coccidiostáticos, pois
neste sistema de criação a Coccidiose é uma doença comum.
As aves caipiras são úteis no combate ao barbeiro e escorpiões.

Exemplo de uma ração formulada a partir de vários ingredientes e considerando-se


as diferentes fases de desenvolvimento das aves.
Reprodução Cria Recria Terminação
Ingredientes (%)
(6 a 24 meses) (1 a 30 dias) (31 a 60 dias) (61 a 120 dias)
Farelo de soja 10 30 7 -
Milho 25 66 30 22
Folha de mandioca 36 - 40 53
Mistura mineral* 4 4 3 3
Casca de crueira de 25 - 20 22
mandioca
Total 100 100 100 100
Pasto À vontade - Controlado À vontade

Obs.: Para a mistura das rações, deve iniciar a mistura dos ingredientes das
menores quantidades para as maiores.

Raças / Linhagens

A escolha da raça vai depender da preferência do produtor; se desejar criar


galinhas para a produção de ovos brancos ou castanhos, sempre observando se a
raça escolhida é de fácil adaptação ao clima da região. As raças e/ou linhagens
recomendadas devem ser rústicas e produtivas no sistema semiconfinado.
Só será necessária a introdução de galos na criação se tiver como objetivo a
produção dos pintos que irão substituir os lotes durante o período de exploração.

Raças e/ou linhagens comerciais recomendadas

• Plymounth Rock Barrada (Carijó) – postura e carne;


• Label Rouge (pescoço pelado) – postura e carne;
• New Hampshire (vermelha) – postura;
• Colonial (Embrapa) – postura;
• Caipira Negra – postura;
• Isabrown – postura.

Manejo sanitário

São todas as medidas preventivas no controle das principais doenças.


67

Controle preventivo de doenças

• Limpeza diária dos bebedouros e comedouros;


• Desinfecção das instalações e equipamentos;
• Vacinação contra as principais doenças existentes na região; entre elas;
destacamos a Newcastle e Bouba Aviária;
• Os pintinhos adquiridos em granjas de boa qualidade já vêm vacinados contra a
doença de Marek, portanto, os pintinhos nascidos na propriedade devem ser
vacinados contra esta doença com um dia de vida.

Doenças parasitárias

• O produtor deve efetuar periodicamente o controle de verminose, seguindo as


recomendações do veterinário / extensionista.
• A infestação de vermes causa o retardamento no crescimento assim como a
queda na postura.

Parasitose Frequencia Tratamento alternativo


60x60 dias – cria e recria
Verminose
90x90 dias na postura
Micose Até a cura
Aspergilose Até a cura
Ver Quadros 3 a 6 do anexo
Ácaros 1° e 10° dias
Piolhos Presença
Sarna Presença
Coccidiose Inicial / Recria

Calendário de vacinação
DOENÇA IDADE (DIAS) VIA DE APLICAÇÃO
Bouba 1 Aplicação debaixo da asa (escarificação)
Newcastle¹ 10 Ocular ou nasal
Bouba 30 Aplicação debaixo da asa (escarificação)
Newcastle² 30 Oral (água de bebida)

Revacinar de 4 em 4 meses no caso de poedeiras.

Manejo de poedeiras

As poedeiras serão alojadas nos locais de postura, seja em gaiolas ou em


pisos, no final da 18ª semana e entrarão em postura aproximadamente na 23ª
semana, dependendo da raça e do manejo das aves.
Não há necessidade de colocar galos juntos às galinhas se o objetivo da
criação for a produção de ovos para comercialização, mas para a reprodução
recomenda-se a proporção de 1:10.
O período médio de produção de uma galinha estará em torno de 14 meses.
A lotação para aves em postura, criadas em galpões é de 5 a 6 aves por m².
68

Características das boas e más poedeiras


Características Aves improdutivas Aves bem produtivas
Crista Pálida, murcha, seca Vermelha, úmida
Bico Amarelo Branco
Canelas Amarelas, arredondadas Brancas achatadas
Pernas Pouca gastas Gastas e sujas
Amarela ou cor de carne,
Cloaca Branca azulada, úmida e grande
seca e pequena
Distância entre os ossos Afastamento inferior a 2
3 dedos a mais
pélvicos e quilha dedos
Gordura espessa, pele Ouça gordura abdominal, pele
Gordura abdominal
endurecida e rígida maleável e elástica no abdômen
69

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Produtos orgânicos:


sistemas participativos de garantia. Brasília: Mapa/ACS, 2008. 44 p.

EBDA. Sistema de produção de galinha caipira para postura. Salvador:EBDA,


2007. 24 p.

EMBRAPA. Cultivo orgânico de hortaliças.

______. Sistema alternativo de criação de aves caipiras. Embrapa Meio-Norte.

FONSÊCA, A. C. O. Agricultura orgânica no Nordeste. Fortaleza: Instituto Frutal,


2006. 102 p.

FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL. Manual de capacitação da tecnologia social


PAIS - Produção Agroecológica Integrada e Sustentável. Brasília: Fundação Banco
do Brasil, 2009.

LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G. Interpretação de análise de solo. Boletim


Técnico n° 2. Associação Nacional para Difusão de Adubos.

OLIVEIRA, C. J. de. Receitas orgânicas. Escola Média de Agropecuária Regional


da Ceplac: Emarc-UR. 2009.

PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. São


Paulo: Nobel, 1984.

PROGRAMA AVICULTURA FAMILIAR. Como criar galinha caipira.


UESB/SECOMP. s/d. 32 p.

SAGRILO, E. et al. Agricultura Familiar: Validação do Sistema Alternativo de


Criação de Galinha Caipira. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.
embrapa.br/FontesHTML/AgriculturaFamiliar/RegiaoMeioNorteBrasil/GalinhaCaipira/i
nstalacao.htm>. Acesso em: 25 mar. 2011.

ZAMBERLAN, J.; FRONCHETI, A. Agricultura ecológica: preservação do pequeno


agricultor e do meio ambiente. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

Obs.: as fotos de pragas e doenças das hortaliças são do site da EMBRAPA.


70

ANEXOS
71

Quadro 1 – Informações gerais sobre o cultivo de hortaliças.


Época favorável Espaçamento
Espécie Tipo de plantio
de plantio (m x m)
Abóbora Ago.-Nov. Direto/Covas 2,50 X 2,50
Abobrinha Ago.-Fev. Direto/Covas 1,50 X 1,00
Acelga Abr.-Jun. Muda/Canteiro 0,40 X 0,30
Alface Abr.-Jun. Muda/Canteiro 0,25 X 0,25
Alface verão Ago.-Fev. Muda/Canteiro 0,25 X 0,25
Alho Mar.-Abr. Direto/Canteiro 0,25 X 0,10
Almeirão Abr.-Jun. Muda/Canteiro 0,25 X 0,25
Batata Abr.-Jun. Direto/Sulco 0,90 X 0,30
Batata-baroa Abr.-Jun. Direto/Leira 0,80 X 0,30
Batata-doce Ago.-Fev. Direto/Leira 0,90 X 0,30
Berinjela Ago.-Fev. Direto/Muda 1,20 X 1,00
Beterraba Abr.-Jun. Direto/Canteiro 0,20 X 0,10
Brócolis Abr.-Jun. Muda/Covas 0,90 X 0,50
Cará Jul.-Ago. Direto/Leira 0,80 X 0,30
Cebola Abr.-Jun. Muda/Canteiro 0,40 X 0,10
Cebolinha Abr.-Jun. Muda/Canteiro 0,25 X 0,15
Cenoura Abr.-Jun. Direto/Canteiro 0,20 X 0,05
Chicória Abr.-Jun. Muda/Canteiro 0,25 X 0,25
Chuchu Ago.-Fev. Direto/Covas 6,00 X 5,00
Couve Abr.-Jun. Muda/Covas 0,90 X 0,50
Coentro Abr.-Jun. Direto/Canteiro 0,25 X 0,10
Couve-flor Abr.-Jun. Muda/Covas 0,90 X 0,50
Ervilha torta Abr.-Jun. Direto/Covas 0,90 X 0,40
Ervilha grão Abr.-Jun. Direto/Sulco raso 0,20 X 0,07
Espinafre Abr.-Jun. Direto/Canteiro 0,25 X 0,10
Feijão vagem Ago.-Fev. Direto/Covas 1,00 X 0,50
Inhame Ago.-Out. Direto/Sulco 0,90 X 0,20
Jiló Ago.-Fev. Muda/Covas 1,00 X 0,70
Melancia Ago.-Fev. Direto/Covas 2,00 X 2,00
Melão Ago.-Fev. Direto/Muda 2,00 X 1,50
Milho doce Ago.-Fev. Direto 1,00 X 0,20
Moranga Ago.-Fev. Direto 2,00 X 2,00
Morango Abr.-Maio Muda 0,30 X 0,20
Mostarda Abr.-Jun. Muda 0,40 X 0,40
Pepino Ago.-Fev. Direto/Muda 1,00 X 0,50
Pimenta Ago.-Fev. Muda 1,20 X 0,60
Pimentão Ago.-Fev. Muda 1,00 X 0,50
Quiabo Ago.-Fev. Direto/Muda 1,00 X 0,40
Rabanete Abr.-Jun. Direto 0,25 X 0,05
Repolho Abr.-Jun. Muda 0,80 X 0,40
Repolho verão Ago.-Fev. Muda 0,80 X 0,40
Salsa Abr.-Jun. Direto/Muda 0,25 X 0,10
Tomate Abr.-Jun. Muda 1,00 X 0,50
72

Quadro 2 – Início de colheita e produtividade de hortaliças.


Espécie Início da colheita (dias) Produtividade normal em 10 m²
Abóbora 90 - 120 10-15 kg
Abobrinha 60 - 90 10-15 kg
Acelga 60 - 70 15 - 20 kg
Alface 60 - 90 160 pés
Alface verão 60 - 80 160 pés
Alho 150 - 180 4 - 6 kg
Almeirão 60 - 90 160 pés
Batata 110 - 120 20 - 30 kg
Batata-baroa 240 - 360 10 - 20 kg
Batata-doce 90 - 180 10 - 15 kg
Berinjela 90 - 100 60 - 80 kg
Beterraba 60 - 70 30 - 40 kg
Brócolis 90 - 100 10 - 30 kg
Cará 150 - 180 20 - 30 kg
Cebola 100 - 120 10 - 20 kg
Cebolinha 70 - 90 6 kg
Cenoura 90 - 110 20 - 30 kg
Chicória 80 - 90 160 pés
Chuchu 90 - 120 15 - 20 kg
Couve 70 - 90 16 molhos
Coentro 50 - 70 6 kg
Couve-flor 100 - 110 10 - 12 kg
Ervilha torta 70 - 90 9 - 10 kg
Ervilha grão 100 - 110 2 - 3 kg
Espinafre 60 - 70 40 - 50 molhos
Feijão vagem 60 - 80 20 - 25 kg
Inhame 170 - 210 10 - 15 kg
Jiló 90 - 100 16 - 20 kg
Melancia 90 - 100 30 - 50 kg
Melão 100 - 120 20 - 30 kg
Milho doce 120 - 140 50 espigas
Moranga 110 - 120 10 - 15 kg
Morango 70 - 80 30 - 40 kg
Mostarda 60 - 70 62 pés
Pepino 70 - 80 40 - 50 kg
Pimenta 100 - 120 4 - 16 kg
Pimentão 100 - 110 30 - 40 kg
Quiabo 90 - 100 15 - 22 kg
Rabanete 30 - 35 15 - 30 kg
Repolho 85 - 90 30 - 60 kg
Repolho verão 85 - 90 30 - 60 kg
Salsa 65 - 70 6 kg
Tomate 90 - 100 50 - 100 kg
73

Tabela 1 – Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solo para o estado


de São Paulo.
74

Quadro 3 - Doenças comuns em caprinos e ovinos.


DOENÇAS SINTOMAS TRATAMENTOS PROFILAXIA
Contração forte do abdome Vacinar os animais, com vacina
pescoço voltados para trás mista polivalente contra
CLOSTIDIOSES Não existe tratamento
e pernas estiradas. Morte carbúnculo, enterotoxemias e
súbita morte súbita ou clostidioses.
Mucosa da boca, vagina, Administrar antianêmicos
Combater verminoses,
ANEMIA conjuntivas pálidas, edema como ferrodex e tratar a
ectoparasitos.
entre as mandíbulas. causa da anemia a seguir
Aplicação de vermífugos:
ª
1 dose - início da estação
Emagrecimento, pêlos
seca; 2ª dose - 60 dias
ásperos e sem brilho, queda Bom manejo. Higiene nos
após; 3ª dose - final da
VERMINOSES de pêlos, falta de apetite, ª apriscos, e nas aguadas, evitar
estação seca; 4 dose -
diarréia, anemia, edema na pisos úmidos.
meio da estação chuvosa.
região submaxilar
Ver Quadros 4 a 6 do
anexo
EIMERIOSE Diarréia com muco Manter os animais separados por
(CHURRIO sanguinolento, mucosa Tratamento prolongado a faixa de idade. Evitar
PRETO, anêmica, desidratação base de sulfa: Ver Quadros superlotação nos abrigos e nas
BOORREIRO (olhos fundos), falta de 4 a 6 do anexo pastagens. Limpeza das
PRETO). apetite. instalações e isolamento.
CARRAPATOS Coceiras anemia, pelos Aplicação de carrapaticida: Rotação de pastagem, limpeza
PIOLHOS E quebradiços. Visto a olho Ver Quadros 4 a 6 do do aprisco 20 a 25 dias com
SARNAS nu. anexo lança chama.
Passar iodeto de
potássio ou iodo a 10%
BOQUEIRA Caroço ao redor da boca e
na proporção 1/1 com Evitar contato com animais
(ECTIMA nas tetas das cabras
glicerina (na boca) e 1/3 doentes (isolamento)
CONTAGIOSA) lactantes
nas tetas, com algodão
nos caroços.
Separar os animais
doentes. Cortar o caroço
Quando apresentar queda
dos pelos e amolecimento
(maduros). Queimar e
Seleção rigorosa ao se adquirir
enterrar o material retirado.
Caroços nos linfonodos, na animais. Evitar contato com
LINFADENITE Colocar um algodão com
região do vazio, pescoço, animais doentes. Manter os
CASEOSA (MAL solução de iodo a 10%
com pus grosso como animais em bom estado
DO CAROÇO) dentro do caroço corte por
queijo sem cheiro. nutricional. Higiene severa das
3 dias quando será
instalações.
retirado. Enquanto isso o
animal deve estar isolado
recebendo matabicheira
(a cura se dá de dentro
para fora)
Corte de cordão do umbigo,
desinfecção, abrigo adequado,
Escorrimento nasal,
Ver Quadros 4 a 6 do proteção contra ventos frios,
PNEUMONIA dificuldade respiratória,
anexo comida de qualidade
tosse, cansaço, febre.
principalmente no frio e nos dias
chuvosos.
Corte de cordão do umbigo,
Ver Quadros 4 a 6 do ferimentos em geral e
TÉTANO Inchação dos gânglios
anexo desinfecção com Álcool iodado e
matabicheira.
Isolamento, lavagem do
Olho lacrimejante, Isolamento, evitar contato com
olho com água boricada.
CONJUTIVITE vermelho, e centro animal e inspeção diária do
Ver Quadros 4 a 6 do
esbranquiçado. rebanho.
anexo
Separar recém nascidos das
mães suspeitas logo após o
CAEV (Artrite,
Joelhos inchados, causando nascimento. Fornecer leite e
Encefalite, Virótica Não existe
febre e paralisia. colostro pasteurizados.
Caprina).
Quarentena para os animais
adquiridos.
75

Quadro 3 - Continuação.
DOENÇAS SINTOMAS TRATAMENTOS PROFILAXIA
Se após 24 horas não houver
Secreção muco purulenta, Lavagem do útero com
desprendimento da placenta, ou
METRITE sanguinolenta, repetição do iodeto de potássio. Ver
aparecimento de corrimentos
cio, corrimento vaginal. Quadros 4 a 6 do anexo
aplicar antibiótico em tablete.
BICHEIRA Larvas de moscas nos Ver Quadros 4 a 6 do Evitar ferimentos, desinfecção de
(Miíase) ferimento mal curados anexo umbigo.
Desinfecção do umbigo, após o
ONFALOFLEBITE Inflamação do umbigo, com Ver Quadros 4 a 6 do nascimento, fazendo amarrio e o
(umbigueira) bicheira. anexo corte do cordão umbilical a 3 cm
e mergulhar em álcool iodado.
EMPAZINAMENT Distensão do abdômen, Ver Quadros 4 a 6 do Evitar comidas fermentadas e
O (Meteorismo) respiração difícil. anexo ervas tóxicas.
PORDOMETRITE Inflamação do casco, Ver Quadros 4 a 6 do
(FRIEIRA) claudicação (mancar). anexo
Diminuição do apetite,
Vacinar os animais com idade
desprendimento da pele da
AFTOSA Sacrifício do animal superior a 4 meses e repetir a
língua, infecção dos cascos,
cada 4 meses
salivação (baba).
Movimento desordenados,
saliva espumante e viscosa,
Vacinação anual. Evitar contato
RAIVA tremores musculares, Não existe
do homem com animais
rangido de dentes,
deglutição difícil e paralisia.
76

Quadro 4 - As plantas, suas funções e maneira de utilizá-las.


Planta Parte usada Como usa Para que doença
Arranca estrepe Emplastro / pomada
Planta toda Mineralizante, antibiótico
Xanana / pustemeira Tintura / garrafada
Amendoeira Folha / fruta Retenção de placenta /
Chá / garrafada
Castanhola / sete copas madura diurético
Angélica Raiz Macerado Retenção de placenta
Aroeira Casca Macerado Retenção de placenta
Abacate Folhas / caroço Chá Diurético
Expectorante /
Angico Casca Tintura broncodilatador /
cicatrizante / antibiótico
Alecrim de vaqueiro Folha Emplastro Doenças respiratórias
Algodoeiro Folhas Sumo Retenção de placenta
Arruda Folhas Banho / chá Cólica / piolhicida
Alface Folhas Salada / chá Insônia
Abóbora Sementes Sumo / pó Vermífugo
Alho Bulbo Infusão / triturado Vermífugo
Amoreira Leite Pó Puxar pus
Pó / garrafada / Cicatrizante / anti-
Ameixa Cascas
tintura inflamatório / depurativo
Aimpim / macaxeira /
Folhas Pó Anemia / mineralizante
Mandioca
Alfavaca Folhas Infusão Anti-inflamatória
Verminose / cicatrizante /
Babosa Folhas Garrafada
laxante / emoliente
Batata-de-purga Batata Pó / seiva / tintura Vermífugo / laxante
Cicatrizante / anti-
Bananeira Tronco Seiva / tintura
hemorrágico
Barbatimão Entre-casca Tintura Cicatrizante
Mesocarpo / Diarréia / anti-anêmico /
Babaçu Pó / azeite
amêndoa cicatrizante
Buriti Fruto Óleo Picada de cobra
Controla pressão /
Capim santo Folhas Chá / pó
piolhicida / afasta inseto
Cicatrizante / picada de
Cajueiro Casca / castanha Tintura / óleo
cobra
Caraíbas Cascas Macerado / chá Anti-inflamatório
Candeia do cerrado Casca Tintura / decocção Cicatrizante
Candeia do sertão Folhas Decocção Frieira
Carqueja Raiz Chá Diarréia
Cipó-gordo Caule Miolo aberto Emoliente
Catingueira pau-de-rato Casca Macerado Reira
Cabacinha / Buchinha / Gripe / Pneumonia /
Fruto Chá
Paulista problemas respiratórios
Catinga de porco / Cascas / flores
Chá macerado Problemas intestinais
chapada Folhas
Confrei Folhas Sumo / chá Ferimento / inflamação
Capim Folhas Natural Dor de barriga
Carrapicho de ovelha Raiz Tintura / garrafada Broncodilatador
Coco da praia Amêndoa Óleo Cicatrizante
Eucalipto Folhas Chá Febre
Folhas no natural /
Tabaco (fumo) Banho Piolhicida
beneficiadas (fumo)
Feijão Folhas Sumo Anti-tóxico
Retenção de placenta /
Gergelim Semente Leite
abortivo
77

Quadro 4 – continuação.
Planta Parte usada Como usa Para que doença
Goiabeira Folhas novas Chá Diarréia
Tintura / pó / Broncodilatador
Gengibre Rizoma
garrafada Anti-inflamatório
Girassol Semente Pó Colesterol / sangue sujo
Hortelanzinho Folhas Pó / infusão Vermífugo
Inhame chinês Folhas In natura Verminose
Inahré / amora Casca / leite Garrafada Depurativo
Jatobá Casca Garrafada Anti-anêmico
Jucá / Pau-ferro Casca / vagem Pó / tintura Cicatrizante / antibiótica
Juazeiro Casca Xarope / chá / banho Tosse / piolhos
Japecanga Raiz Garrafada Diurético
Laranjeira Folhas Chá Insônia
Mastruz /Erva santa /Maria Folhas / sementes Infusão / Pó Vermífugo
Mamona Semente Óleo Vermífugo / laxante
Melão Semente Pó Vermífugo
Mofumbo / Laere Casca Pó /tintura / raspa /chá Hemorragia / cicatrizante
Moringa Semente Pó Purifica a água
Mandacaru Colmo Sumo Diurético
Melão de São Caetano Rama Banho Piolhicida
Erva de lavadeira
Mamão Semente Leite / pó / natural Vermífugo
Melancia da praia Raiz Xarope Expectorante
Umçambê Raiz Xarope / garrafada Expectorante
Maravilha Folhas Chá / garrafada Retenção de placenta
Mutamba Casca Chá Cólicas intestinais
Mororó Casca Garrafada Anemia
Casca / folhas / Depurativo
Pau d’arco / ipê Chá / garrafada
sementes Anti-inflamatório
Melancia Rama Macerado / sumo Limpeza de parto
Parreira Folhas Macerado Limpeza de parto
Pereiro Casca Macerado Piolhos
Pereiro preto Folhas Suco Piolho
Pau-de-colher Casca Pó Expectorante
Pau-branco Casca Garrafada Expectorante
Leite, semente sem Picada de cobra
Pinhão branco Leite / semente
embrião Cicatrizante
Pinhão roxo Leite / semente Leite Cicatrizante / anti-tóxico
Pequi Fruto Óleo Tosse
Pau d’alho Casca Chá Problemas respiratórios
Pinha (ata) Folhas Banho Piolhicida
Palma Folhas Garrafada Laxante
Pimenta Folhas / fruto Macerada Conjuntivite
Quina-quina Casca Chá Doenças respiratórias
Quebra pedra Planta toda Chá Diurética
Quebra-facão Casca Tintura macerado Anti-alérgico
Quixaba Casca Macerado Problemas de parto
Fruto / casca /
Romã Chá / titura Conjuntivite / vermífugo
semente
Sisal Folhas Tintura Bouba aviária
Sete dores / falso boldo Folhas Chá Digestão
Sabiá Casca Macerado Cicatrizante
Sapateiro Casca Macerado Limpeza de parto
Terramicina Folhas Tintura / sumo Antibiótica
Umburana de cheiro Semente / casca Chá macerado Empazinamento
Umburuçu Casca Macerado Reira
78

Quadro 5 - Propriedades medicinais de algumas plantas.


Propriedades Características Plantas
Amolecem os tecidos
Emolientes Babosa, malva do reino, folha santa
Presença de mucilagem
Aumenta a eliminação de líquidos
Diuréticas Mandacaru, milho (cabelo)
(fazem urinar)
Revigoram o organismo. Ricas em
Tônicas Jatobá, angico, catuaba, limão
minerais
Adstringentes Aproximam os tecidos. São cicatrizantes Barbatimão, caju roxo, ameixa
Tingui, aroeira, ameixa, barbatimão,
Desinfetantes Anti-sépticas
jurema
Babosa, alho, batata de purga, lírio,
Vermífugas Matam os vermes
hortelanzinho, semente de abóbora
Melhoram o funcionamento do aparelho
Digestivas Laranja, boldo, limão
digestivo. Favorecem a digestão
Aperientes Abrem o apetite Chapada, boldo, limão
Béquicas Combate a tosse Agrião, transagem
Anti-inflamatórias Combatem inflamações Aroeira, ameixa, folha santa
Antipiréticas Baixam a temperatura Acônito, eucalipto
Mofumbo, bananeira, limão, aroeira,
Hemostáticas Combatem hemorragias
jurema, mesocarpo de coco babaçu
Juazeiro, cabeça chata, muçambê,
Expectorante Liberam secreções
malva do reino
Revigoram o organismo. São Canela, catuaba, guaraná, abacate,
Estimulantes
afrodisíacos neônio (raiz)
Inharé, chapéu de couro, limo, pau
Depurativas Limpam o sangue
d’arco
Cicatrizantes Reconstroem os tecidos. Fazem sarar Barbatimão, jucá, jurema, ameixa
Purgativas Limpam as intoxicações do intestino Batata de purga, mamona, tamarindo
Lupus Atrofiamento dos nervos e tecidos Batata de purga
Carminativas Eliminam os gases Erva cidreira, cebola, erva doce
Calmantes Ajudam a acalmar os nervos Maracujá, flor de laranja, alface
Analgésicas Aliviam as dores Tipi, capim santo, trevo, jaborandi
Estomacais Ajudam na primeira parte da digestão Chapada, laranja, boldo
Combatem os microorganismos nocivos Jucá, barbatimão, aroeira, confrei,
Antibióticas
ao corpo jurema, fava danta

Quadro 6 - Princípio ativo de algumas plantas


Princípio Característica Ação medicinal Onde encontrar Observação
Adstringente Barbatimão
Travo
Antibiótico Ameixa Efeito colateral
Tanino Defesa c/
Anti-inflamatório Caju roxo Prisão de ventre
fungos
Cicatrizante Romã
Amolece os teci- Babosa, quiabo, malva,
Mucilagem Baba -----
dos (emolientes) folha santa
Confrei, tabaco, São encontrados em
Grande ação Ampla ação
Alcalóides zabumba, tipi, maravilha, maior quantidade nas
biológica (várias funções)
aveloz, plantas tóxicas
Anti-inflamatório
Juazeiro, velame, tingui,
Saponinas Faz escuma Expectorante -----
angico, saboneteira
Depurativo
Repelentes
Aromáticos Boldo, alfavaca, malva do
Óleos Calmantes
(usar em reino, alecrim, hortelãs, Óleos voláteis
essenciais Analgésicos
infusão) erva cidreira
Anti-térmicos
Possui a Hormônios Castanhola Têm propriedades
Esteróides
cortisona sexuais Tipi anticoncepcionais

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