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CColagto Debates Dirigida por J. Guinsburg Eaitorial: Anite Novinsky, Augusto de Campos, Bris ia K. Guin so ~ Revet: Geraldo Gert de Sours; Produc: Pinto sealant anatol rosenfeld TEXTO/CONTEXTO Wy, 40 anos de 2 EDITORA PERSPECTIVA Mi Ny \\\ sat sh it oh REFLEXOES SOBRE © ROMANCE MODERNO 1 Estas consideragdes sobre 0 romance moderno nfo visam a uma apresentagio sistemética ou histori- mais rudimentar que seja, de um vasto sctor atura atval, O que propomos, nestas paginas, & um jogo de reflexdes, especie de didlogo Iadico com 6 leitor, baseado numa série de hipéteses .possivelmen- te fecundas. ‘A hipétese bisica em que nos apoiamos ¢ a supo- sigdo de que em cada fase hist6rica exista certo Zeitgeist, um esplrito vnificador_que_se comunica_a todas as menifestacées de culturas em contato, natu- ralmente com variagdes nacionais. Falamos nestas 15 do tomando em con- ‘Supomos, pois, que mesmo numa cultura muito complexa como a nossa, com alta especializago e autonomia das vérias esfé — tais como cigncias, artes, filosofia — ndo s6 ta as diversificagées nacior pes, timento de vide, que impregna, em certa medida, todas estas atividades. 'A segunda hipétese sugere que se deva conside- rar, no campo das artes, como de excepeional impor- tincia o fendmeno da nna pintura ¢ que, hi ra deixou de ser mimética, recusando a funcio de re- produzir ou copiar a realidade empirica, sensivel, Isso, 10. tocante @ pintura abstrata ou nio- -figurativa, inclui também correntes figurativas como ‘© cubismo, expressionismo ou surrealismo. ° Mesmo estas correntes deixaram de visar a reprodugio mais dda-fealidade empirica Esta, no expres- sionismo, & apenas “usada” para facilitar a expresso de emogdes € visdes subjetivas que Ihe deformam a aparéncia; no surrealismo, fornece apenas elementos isolados, em contexto insélito, para apresentar a ima- gem onirica de um mundo dissociado ¢ absurdo; no cubismo, é apenas ponto de partida de uma reducdo 4 suas configuragSes geométricas subjacentes. Em todos esses _casos podemos falar de uma negagio do realis- mo, se usarmos este termo no sentido mais lato, de- signando a tendéncia de reproduzir, de uma forma es- tilizada ov nfo, idealizada ou no, a realidade apreen- pelos noss0s sentidos. Ha interpretagbes diame- ‘ralmente opostas deste: fendmeno. Marcel Brion, por exemplo, baseado nas teorias de Worringer, considera ‘a abstrago (¢ 0 anti-realismo) como manifestacéo cor- 76 riqueira, freqiente na hist6ria, de um sentimento de ioso ou pelo menos espiritualizado. “Sé a abstrata pode dar expressio a0 que Ps propria esséncia é ndo-figurativo: a um estado psi co.” Jé 0 catélico Hans Sedimayr considera @ arte abstrata (e moderna em geral) um fendmeno tice historia, uma revolugio “como antes nunca exist” E além disso julga esta arte profundamente irreligio~ sa por nela no se vislumbrerem outros valores que os puramente estéticos € por tomar-se assim @ propria arte em {dolo. ‘Abstendo-nos de tais interpretagées extremas, ve- tificamos apenas o fato da abstrago, atribuindo-the grande importancia, Desse fato seguem, ou a ele se ligam, vérios momentos de igual importincia: 0 ser hhumano, na pintura moderna, é dissotiado ou “redu- zido” (no cubismo), deformad expressionismo) ‘ou.climinado (no ndo-figur 0 retrato de- ‘sapareceu. Ademais, a perspectiva foi abolida on SO- freu, no surrealismo, distorcdes “falsiticagdes". Sobre este fato ha muitas especulagées fascinantes. A peti: pectiva central, climinada pela pintura moderaa, surgit ho Renascimento; a perspeciiva grega, diversa da re- ascentista, foi introduzida na época dos sofistas, no século V aC, Como se sabe, a pintura egipcia ou a pintura européia medieval — para dar s6 estes exem- plos — no conheciam ou néo empregavam @ pers: pectiva. As hipéteses sobre esse curioso fendmeno ten~ dem a considerar provi fe perspectiva seja um recurso para a conquista artistica do mundo terreno, isto é, da sealidade sensivel, & caracteristica tépica de épocas em que se acentua a emancipacic do in- dividuo, fendmeno fundamental da época sofista e re- nascentista, 'A. perspective ctia.a ilusdc do espago tridimen- sional, projetando o mundo a partir de uma conscién- cia individual, © mundo é relativizado, visto em rela~ ”

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